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Universidade São Francisco Curso de Fisioterapia Avaliação da Qualidade de Vida de Crianças Asmáticas Bragança Paulista 2010

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Universidade São Francisco

Curso de Fisioterapia

Avaliação da Qualidade de Vida de Crianças Asmáticas

Bragança Paulista

2010

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Aline Miranda Costa

Tatiana Christina Rappl de Oliveira

Avaliação da Qualidade de Vida de Crianças Asmáticas

Bragança Paulista

2010

Monografia apresentada à disciplina

Trabalho de Conclusão de Curso do

Curso de Fisioterapia da

Universidade São Francisco sob

orientação da Profa

Patrícia Teixeira

Costa como exigência para

conclusão do curso de graduação.

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COSTA, Aline Miranda; OLIVEIRA, Tatiana Christina Rappl. Avaliação da Qualidade de

Vida de Crianças Asmáticas. Trabalho de Conclusão de Curso. 2010. Curso de Fisioterapia da

Universidade São Francisco. Bragança Paulista.

____________________________________________________________ Prof.ª Ms.Patrícia Teixeira Costa

USF – Orientadora Temática

______________________________________________________________________

Prof.ª Dra. Rosimeire Simprini Padula

USF – Orientadora Metodológica

______________________________________________________________________

Prof.ª Esp. Simone Borba do Carmo Silva

USF – Banca Examinadora

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DEDICATÓRIA

Dedicamos essa monografia aos nossos queridos familiares, que nunca mediram esforços

para nos incentivar na realização dos nossos sonhos, nos guiando pelos caminhos corretos e nos

ensinando a fazer as melhores escolhas em nossas vidas, mostrando que devemos sempre lutar

pelos nossos objetivos.

ALINE MIRANDA COSTA

TATIANA C RAPPL DE OLIVEIRA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade da realização deste trabalho.

À minha mãe, Maria Mairla Miranda Costa, pois, mesmo longe, sempre me apoiou e

fez de mim o que sou hoje.

À minha irmã, Alexsandra Miranda Costa, por sempre se preocupar com meu bem

estar.

Ao meu companheiro, Nadim Imad Filho, por sempre me incentivar, cuidar de mim e me

apoiar em todos os momentos da minha vida.

À professora e orientadora Patrícia Teixeira Costa, pelo seu apoio, paciência e

dedicação na realização deste trabalho.

Aos mestres, obrigada pelo conhecimento durante a vida acadêmica pois é através dele

que iremos fazer a diferença.

Aline Miranda Costa

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter uma mãe maravilhosa, que me proporciona a cada dia uma pitada de

conhecimento e a oportunidade para ser uma pessoa melhor.

À Ana Cristina Rappl, a quem tenho orgulho de chamar de minha mãe que me da

carinho e atenção e que quando estou triste e chorando enxuga minhas lagrimas e faz de tudo para

arrancar de minha face um sorriso, uma mulher de garra que não mede esforços para que eu

realize meus sonhos e que a cada dia me ensina a seguir o caminho certo para que eu possa

concluir meus objetivos e metas e me tornar uma pessoa melhor a cada momento.

Aos meus avós, Emilia Rappl e Roberto Rappl , que nas horas difíceis me acolheram e

dedicaram todo seu amor, pelo carinho e dedicação durante essa jornada .

Aos meus tios, Roberto Rappl Jr e Regina, e ao meu afilhado Everton Rappl, por me

proporcionarem muita alegria e tranqüilidade por sempre poder contar eles em qualquer momento

de minha vida e ao longo desta jornada.

Ao meu companheiro Vicente F. Lemos Filho, que está ao meu lado em todos os

momentos, me dando carinho e me ajudando nessa caminhada com incentivo e força para que eu

realizasse mais uma etapa em minha vida.

À minha tia Sebastiana Bueno por fazer parte de minha vida e me mostrar que por mais

que o caminho seja cheio de obstáculos, existe um ser chamado Deus que alivia nossas dores e

nos da força para caminharmos e chegarmos ao fim de uma batalha vencedores.

À Professora Patrícia Teixeira Costa, que se dedicou, com muito carinho e paciência,

me ensinando a enfrentar as dificuldades ao longo deste trabalho, e me mostrando que sem luta

sem dedicação não chegamos a lugar nenhum. Por isso, tenho orgulho de apresentar esse trabalho

feito com muita garra e determinação, sinônimos que vieram espelhados nessa pessoa

maravilhosa e de bom coração que dedicou momentos de sua vida para que eu adquirisse

conhecimentos que me tornaram uma pessoa sábia e humana.

Aos meus Mestres e Amigos, muito obrigada pelo conhecimento, apoio, e pela amizade.

Vocês são os profissionais que me inspiraram ao longo dessa jornada.

Tatiana Christina Rappl de Oliveira

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EPÍGRAFE

“Bem aventurado o homem que acha sabedoria e o homem que adquire conhecimento porque é

melhor a sua mercadoria do que artigos de prata e maior o seu lucro que o ouro mais fino. Mais

preciosa é do que os rubis e tudo o que possas desejar não se pode comparar a ela.”

Provérbios 3:13-15

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RESUMO

COSTA, Aline Miranda; OLIVEIRA, Tatiana Christina Rappl. Avaliação da Qualidade de

Vida de Crianças Asmáticas. Trabalho de Conclusão de Curso. 2010. Curso de Fisioterapia da

Universidade São Francisco. Bragança Paulista.

Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de crianças asmáticas participantes de um programa de

Reabilitação Pulmonar e analisar a eficácia de um protocolo de Reabilitação Pulmonar para

crianças asmáticas. Método: Estudo de coorte prospectivo, de abordagem quantitativa, com

aplicação de questionário de qualidade de vida para crianças asmáticas participantes do projeto de

Reabilitação Pulmonar realizado na Clínica Escola da Universidade São Francisco no período

entre 01 de setembro a 30 de novembro de 2008. Os dados coletados foram analisados por meio

de valores relativos e absolutos e apresentados os resultados em gráficos e tabelas. Resultados:

Foram avaliadas 8 crianças asmáticas na faixa etária de 7 a 18 anos porém somente incluídas 4

crianças. As outras crianças foram excluídas por desistência ou por informações incompletas no

questionário. A média de idade das crianças foi de 10,5 ± 2,08 anos, sendo 2 do sexo masculino e

2 do sexo feminino. No pós protocolo, as crianças e seus familiares afirmaram que a maioria dos

sintomas melhorou. No pré protocolo, houve uma discrepância da percepção da asma entre as

crianças e os familiares. Na visão das crianças, houve melhora das emoções no pós protocolo,

variando a pontuação. Houve melhora das emoções na maioria dos itens, entretanto, o item

sentir-se de fora obteve pontuação menor. Ao ser comparado a visão das crianças e dos

familiares em relação às emoções, verificou-se divergência no pré protocolo. No pós protocolo, a

percepção das emoções das crianças e dos familiares frente à asma foi similar. Na visão da

família, as situações mais incômodas no pré protocolo foi realizar alguma atividade enquanto

que, para as crianças, não poder ficar com os outros. No pós protocolo, a situação mais incômoda

foi ao realizar alguma atividade, apresentando discrepância entre a visão das crianças e de seus

familiares. Conclusão: Na percepção das crianças e seus familiares, houve melhora do quadro de

asma, promovendo a qualidade de vida a ambos. O protocolo de reabilitação pulmonar utilizado

no tratamento das crianças asmáticas mostrou-se eficaz oferecendo às crianças mais liberdade e

tranqüilidade para fazerem suas atividades diárias e, conseqüentemente, diminuindo a angústia e

preocupação de seus familiares.

Palavras chave: asma, crianças, fisioterapia, qualidade de vida.

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ABSTRACT

COSTA, Aline Miranda; OLIVEIRA, Tatiana Christina Rappl. Avaliação da Qualidade de

Vida de Crianças Asmáticas. Trabalho de Conclusão de Curso. 2010. Curso de Fisioterapia da

Universidade São Francisco. Bragança Paulista.

Objective: To evaluate the quality of life of asthmatic children participating in a Pulmonary

Rehabilitation and review the effectiveness of a protocol of Pulmonary Rehabilitation for

children with asthma. Method: This is a prospective cohort study, a quantitative approach,

applying quality of life questionnaire for asthmatic children participating in the project conducted

at the Pulmonary Rehabilitation Clinical School University of San Francisco in the period from

September 1 to 30 November 2008. The collected data were analyzed using relative and absolute

values and the results presented in graphs and tables. Results: A total of eight asthmatic children

aged 7 to 18 years but included only four children. The other children were excluded due to

withdrawal or incomplete information in the questionnaire. The mean age was 10.5 ± 2.08 years,

with two males and two females. In the post protocol, children and their families said that most of

the symptoms improved. In the pre protocol, there was a discrepancy in the perception of asthma

among children and families. In view of the children had improved in the post protocol of

emotions, ranging from scoring. There was improvement of emotions for most items, however,

the item feel out scored lower. When compared the views of children and families in relation to

emotions, there was divergence in the pre protocol. In the post protocol, the perception of the

emotions of children and families facing the asthma was similar. In view of the family, the most

uncomfortable situations in the preoperative protocol was to perform some activity, whereas for

children, can not stay with others. In the post protocol, the situation was most uncomfortable to

some activity, with the discrepancy between the views of children and their families.

Conclusion: The perception of children and their families, there was improvement in asthma,

promoting quality of life for both children and their families. The pulmonary rehabilitation

protocol used in the treatment of asthmatic children was effective giving children more freedom

and peace to do their daily activities and, consequently, reducing the anxiety and concern their

families.

Keywords: asthma, children, physical therapy, quality of life.

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SUMÁRIO

1. Introdução.................................................................................................................................14

1.1 Asma na Infância......................................................................................................................14

1.2 Qualidade de vida da criança asmática.....................................................................................20

2. Objetivos....................................................................................................................................25

2.1 Objetivos Gerais.......................................................................................................................25

2.2 Objetivos Específicos...............................................................................................................25

3.Método........................................................................................................................................26

3.1 Desenho do Estudo...................................................................................................................26

3.2 Local do Estudo........................................................................................................................26

3.3 Critérios de Inclusão.................................................................................................................26

3.4 Criterios de Exclusão................................................................................................................26

3.5 Materiais...................................................................................................................................26

3.6 Procedimento ..........................................................................................................................27

3.7 Protocolo de reabilitação pulmonar para crianças asmáticas...................................................27

3.8 Análise dos Dados....................................................................................................................27

4. Resultados..................................................................................................................................28

5. Discussão...................................................................................................................................42

6. Conclusão..................................................................................................................................45

7. Considerações Finais................................................................................................................46

8. Referências Bibliográficas ......................................................................................................47

Anexos............................................................................................................................................50

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Representa a idade das crianças do estudo...............................................................28

TABELA 2. Representa o sexo das crianças do estudo.................................................................28

TABELA 3. Representa a classificação da Asma das crianças do estudo.....................................29

TABELA 4. Representa a medicações em uso das crianças do estudo.........................................29

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1. Avaliação dos sintomas da asma segundo visão das crianças...............................30

GRÁFICO 2. Avaliação dos sintomas da asma segundo visão da família...................................31

GRÁFICO 3. Comparação dos sintomas entre família e crianças no pré protocolo....................32

GRÁFICO 4. Comparação dos sintomas entre família e crianças no pós protocolo...................33

GRÁFICO 5. Avaliação das emoções da asma segundo visão das crianças.................................34

GRÁFICO 6. Avaliação das emoções da asma segundo visão da família....................................35

GRÁFICO 7. Comparação das emoções entre família e crianças no pré protocolo.....................36

GRÁFICO 8. Comparação das emoções entre família e crianças no pós protocolo.....................37

GRÁFICO 9. Avaliação das situações incômodas segundo visão das crianças............................38

GRÁFICO 10. Avaliação das situações incômodas segundo visão da família.............................39

GRÁFICO 11. Comparação das situações de vida diária incômodas entre família e crianças no

pré protocolo...................................................................................................................................40

GRÁFICO 12. Comparação das situações de vida diária incômodas entre família e crianças no

pós protocolo..................................................................................................................................41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AQLQ - Asthma Quality of Life Questionnaire

HRB – Hiper-responsividade Brônquica

IgE - Imunoglobulina E

ISAAC- International Study for Asthma and Allergies in Childhood

MVP – Melhor Valor Pessoal

PAQLQ-A - Pediatric Asthma Quality of Life Questionnaire Adaptado

PEF – Pico de Fluxo Expiratório

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

VEF1 – Volume Expiratório no Primeiro Segundo

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Asma na Infância

No Brasil, a estimativa é de que 10% da população, seja portadora da doença na qual

cerca de 400.000 crianças sejam internadas em hospitais e 2.000 evoluam a óbito, constituindo

uma grande demanda de assistências ambulatoriais e muitas faltas ao trabalho e à escola. No

entanto, o International Study for Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), estudo realizado

em 56 países, propõe que o Brasil ocupe o 8º lugar no ranking de países com prevalência de

Asma, sendo 20% da população brasileira asmática (PRAXES et al., 2008).

Bauer et al. (2006) estimam que no Brasil existam dez milhões de portadores de Asma e o

impacto negativo sobre a população estende-se não somente ao custo econômico do SUS, mas

também ao próprio paciente com prejuízo da sua qualidade de vida até a morte.

Segundo o III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (2002), o Brasil tem a Asma como

a quarta causa de hospitalização pelo Sistema Único de Saúde, sendo a terceira causa entre

crianças e adultos jovens. A prevalência da Asma tem altos índices de morbidade e está presente

não apenas em países em desenvolvimento, mas também em países desenvolvidos. Estima-se que

100 a 150 milhões de pessoas sofram de Asma no mundo.

Segundo Jentzsch et al.(2006) e Stein et.al.(2001), o aumento da taxa de mortalidade em

crianças com Asma tem relação com alguns fatores como a exposição aos poluentes domiciliares

como poeira, ácaros, mofo, fumaça de cigarros, contato com animais de pêlo e irritantes

químicos.

A Asma é uma doença inflamatória crônica que está relacionada com a hiper-

responsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável do fluxo aéreo (SCHNEIDER et

al., 2007).

A asma tem como sintomas a dispnéia, tosse crônica, sibilância, aperto no peito ou

desconforto torácico, principalmente nos períodos noturno e diurno logo ao acordar. Os sintomas

são episódicos, melhorando com o uso de medicamentos ou mesmo espontaneamente. (III

CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 2002).

Segundo Guimarães et al. (1983), na Asma, ocorre espasmo, edema e a hipersecreção

devido à obstrução brônquica, havendo prejuízo nas fases da respiração. A inspiração é rápida e

superficial e a expiração é longa e ineficaz, gerando hiperinsuflação pulmonar. A mecânica

respiratória fica alterada, com rebaixamento das cúpulas diafragmáticas, diminuição de seus

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movimentos durante a respiração, prejudicando a ventilação basal. Isso ocorre em razão da caixa

torácica adotar uma posição em inspiração. A partir disso, os músculos acessórios presentes na

respiração forçada se manifestam.

O asmático, durante as crises, passa a adotar uma postura na qual é facilitada a ação dos

músculos acessórios. Entretanto, com essa postura, a expansão do tórax inferior passa a ser

reduzida, tornando a respiração ineficaz, tensionando a musculatura acessória e fazendo com que

o asmático entre em exaustão (GUIMARÃES et al., 1983).

Devido à dispnéia e ao uso dos músculos respiratórios, o asmático apresenta aumento da

resistência das vias aéreas e a diminuição do volume expiratório forçado no primeiro segundo

(VEF1), levando à hiperinsuflação pulmonar e aumento da percepção da dispnéia (SOUZA et al.,

2010).

Em seu estudo, Campanha et al. (2008), correlacionaram a asma e a rinite alérgica e

verificaram as semelhanças e diferenças estruturais entre os aspectos morfológicos e fisiológicos

das mucosas nasais e brônquicas e entre os mecanismos que mostram a influência da rinite

alérgica sobre a asma, incluindo a respiração oral devido à obstrução nasal. A mucosa nasal e a

mucosa brônquica apresentam o mesmo epitélio pseudo-estratificado. Entre os aspectos

fisiológicos, destacam-se os reflexos nasobronquiais, ou seja, processos inflamatórios nasais que

podem causar HRB (hiper-responsividade brônquica). É possível observar uma inflamação

crônica do epitélio de todo o trato respiratório em razão dos alérgenos.

Devido à inflamação de vias aéreas, células como mastócitos ativos, macrófagos,

eosinófilos e linfócitos T atuam por citocinas, liberando múltiplos mediadores inflamatórios tais

como histamina, leucotrienos, prostaglandinas e bradicininas, que promovem broncoconstrição,

secreção de muco, exsudação de plasma e HRB (hiper-responsividade brônquica) de vias aéreas

sendo que, até mesmo mecanismos neurais podem aumentar a inflamação asmática (SOLÉ et al.,

1998).

As características da doença são infiltração da mucosa e submucosa com eosinófilos e

linfócitos T, descamação do epitélio, espessamento da musculatura de vias aéreas, hiperplasia de

glândulas, células caliciforme, fibrose subepitelial e tampões mucosos disseminados (SOLÉ et

al., 1998).

Segundo o III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (2002), a genética e os fatores

ambientais estão diretamente ligados no desenvolvimento e na manutenção da doença.

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Alguns fatores influenciam a reação inflamatória da asma e seus sintomas como:

anticorpos IgE, agentes físicos, sensibilizantes químicos, infecções virais, poluições ambientais,

exercícios, inalação de ar frio, material particulado, fumaça de tabaco e poluentes atmosféricos

(SOLÉ et al., 1998).

Para diagnosticar corretamente a Asma, não se pode levar em consideração apenas um

elemento, mas sim os vários fatores fisiológicos e fisiopatológicos relacionados ao indivíduo

(STEIN et al., 2001).

A asma é classificada conforme sua gravidade como sendo intermitente, persistente leve,

persistente moderada e persistente grave. Essas classificações são diagnosticadas após uma

anamnese minuciosa, podendo ser feita pela análise da intensidade e da freqüência das crises e

sintomas, incluindo tolerância a exercícios físicos, quantidade do uso de medicação por dia e

ainda visitas ambulatoriais e hospitalares e com ou sem uso de ventilação mecânica (SOLÉ et al.,

1998).

Os sintomas da asma intermitente são dispnéia, aperto no peito, chiado e tosse que

ocorrem numa freqüência menor ou igual a uma vez por semana e suas crises são controladas

com o uso de broncodilatadores. Os sintomas noturnos são raros, podendo ser menor ou igual a

duas vezes por mês. Os broncodilatadores usados para alívio dos sintomas são utilizados com

quantidade de vezes menor ou igual a uma vez por semana sendo que a avaliação de PFE ou VEF

previstos para esses pacientes, o valor é menor que 80% pré-broncodilatador. Esses pacientes

geralmente não necessitam ir à emergência e suas faltas ao trabalho ou à escola são ocasionais,

sendo considerados normais (III CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 2010).

A asma persistente leve tem como sintomas dispnéia, aperto no peito, chiado e tosse, no

entanto, esses sintomas ocorrem numa freqüência de no máximo duas vezes por semana ou

durante a realização de exercícios físicos. Geralmente, as crises são de curta duração ou são

rapidamente aliviadas com broncodilatadores, não sendo utilizado mais do que duas vezes por

semana. Os valores de PFE ou VEF1 sem o uso do broncodilatadores são usualmente superiores

a 90% do melhor valor pessoal (MVP) e quando realizado, o PFE mínimo é sempre superior a

90% do MVP. Esses pacientes fazem atividades normais, sem perda de mais de um dia ocasional

de trabalho ou escola.

A asma persistente moderada é sintomática, ocorrendo mais de duas vezes por semana,

não sendo contínua e não necessitando de uso repetitivo de corticosteróides ou internação. Nesses

pacientes, a atividade física está prejudicada e o sono é interrompido mais que duas vezes por

mês. Não mais que duas vezes por semana apresentam sintomas noturnos comuns e algumas

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faltas no trabalho ou à escola. Necessitam de broncodilatador para alívio dos sintomas mais do

que duas vezes por semana. Geralmente, o PFE ou VEF1 desses pacientes se encontra abaixo de

90% do MVP, estando na faixa da normalidade após o uso de broncodilatador. Na monitorização

do PFE, observa-se valores mínimos entre 75 e 90% do MVP.

A asma persistente grave é seguida de sintomas contínuos que trazem risco de vida ou

necessidade de internações ou até mesmo utilização freqüente de corticosteróides sistêmicos. Os

sintomas noturnos são freqüentes e o sono é interrompido por duas ou mais vezes por semana. As

atividades diárias são prejudicadas, seguidas de faltas ao serviço ou escola. O uso de corticóides

se torna freqüente e broncodilatadores são utilizados mais que duas vezes ao dia, estando os

valores de PFE e VEF1 habitualmente abaixo de 90% do MVP ou abaixo do limite inferior

previsto após uso de broncodilatadores, sendo que o valor mínimo na monitorização da PFE

durante uma semana está abaixo de 75% do MVP (SOLÉ et al., 1998).

Pacientes internados em UTI (Unidades Terapêuticas Intensivas) ocupam 2% de

pacientes com diagnóstico de Asma, sendo que esses pacientes necessitam de suporte ventilatório

nas primeiras 24 horas, com mortalidade em torno de 10%, sendo sua principal causa a parada

cardiorrespiratória. As principais causas para o uso da ventilação mecânica são a parada

cardiorrespiratória, sinais de fadiga muscular, alterações neurológicas, retenção de gás carbônico

e hipoxemia não corrigida pela suplementação de oxigênio com máscara. O objetivo da

ventilação mecânica é diminuir o uso de musculatura respiratória, evitar barotrauma, reduzir

resistência de vias aéreas e manter estabilidade do paciente (PINHEIRO, 2007).

Para Peixe et al. (2007), os parâmetros da ventilação mecânica devem ser analisados antes

do seu ajuste conforme recursos tecnológicos disponíveis. Para o paciente asmático, o principal

objetivo da ventilação mecânica á a manutenção de oxigênio para melhora das trocas gasosas até

que a medicação faça efeito.

Pinheiro (2007), relata que estratégias protetoras da ventilação e a hipercapnia

permissiva reduzem a taxa de mortalidade na Asma. A Ventilação com Pressão Controlada é

adequada nesses casos, utilizando-se a monitorização do volume corrente expirado, oferecendo

maior segurança para os pacientes e diminuindo o risco de barotrauma e auto-PEEP. Pode ser

utilizada também Ventilação com Volume Controlado, porém, essa modalidade ventilatória pode

ocasionar alguns comprometimentos da ventilação que devem ser detectados e corrigidos junto à

equipe multiprofissional.

Os parâmetros ventilatórios devem ser ajustados para diminuir a hiperinsuflação pulmonar

com regulagem do volume corrente abaixo de 5-7 ml/Kg (milímetros por quilograma) de peso

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corporal, pressão inspiratória abaixo de 50 cmH2O (centímetros de água), pressão de platô abaixo

de 35 cmH2O, PEEP menor que15 cmH2O, freqüência respiratória entre 7 e 11 incursões por

minuto, fluxo inspiratório acima de 60/minuto e fração inspiratória de oxigênio ajustada com

base na gasometria, mantendo a Saturação de Oxigênio acima de 95% (PINHEIRO, 2007).

Sarinho et al. (2007), mostraram que o serviço de urgência do Hospital de Pediatria Maria

Cravo Grama e a Unidade de Pediatria Helena Moura na cidade do Recife encaminham para o

atendimento ambulatorial cerca de 53% dos pacientes, sendo que destes, só 16% chegam ao

ambulatório. As divergências são várias como a implantação de uma política de saúde mais eficaz

e fundamental para a funcionabilidade de Programas Nacionais de Controle de Asma diante de

uma porcentagem maior da população de baixa renda que encontra dificuldade em ter acesso aos

ambulatórios, aumentando o acesso aos serviços de emergências.

Stein et al.(2001) relatam que alguns estudos defendem a existência de dados

insuficientes para confirmar achados clínicos da Asma em faixa etária pediátrica devido ao fato

de que a sibilância é comum nos primeiros anos de vida. Contudo, dados epidemiológicos

mostram que a Asma tem seu início predominantemente na infância.

Para Stein et al. (2001), os meninos tendem a apresentar sibilância com maior freqüência

em relação às meninas, sendo a sibilância mais freqüente em crianças de menor nível

socioeconômico e de mães com menor nível de escolaridade. Explica ainda que os sibilos que

aparecem na faixa etária de três anos e desaparecem até os seis anos de vida não estão associados

à Asma crônica, mas ao sistema imunológico que está desenvolvendo a resposta imunológica.

Stein et al. (2001) explicam que mais de 80% dos casos de Asma se iniciam antes dos 4

anos de idade. Isto ocorre porque, durante este período, o sistema imunológico sofre um processo

de desenvolvimento e amadurecimento que vai determinar o tipo de resposta imunológica do

indivíduo por toda a sua vida.

Alguns estudos mostram que o protocolo de sistematização no manejo da Asma tem se

mostrado bastante ineficiente devido à falta de informação dos profissionais de saúde (MATTOS

et al., 2006).

Vieira et al. (2008) realizaram um estudo onde avaliaram o conhecimento de pacientes

asmáticos e possíveis impactos em relação ao manejo da doença. Estudos mostraram que a

morbidade e mortalidade entre crianças asmáticas decorre, dentre outros fatores, de um manejo

inadequado por parte dos profissionais de saúde e dos pacientes. Esses profissionais têm um

papel importante neste processo, poder orientar pacientes e seus familiares, podendo fazê-lo até

mesmo de maneira errônea. A asma é uma doença que traz muitas limitações, por essa razão, é

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necessário haver uma participação ativa tanto de pacientes quanto de familiares. Tendo isto em

vista, os profissionais da área da saúde devem prestar assistência de forma holística incentivando

os pacientes a promover um adequado controle da doença e uma melhora na qualidade de vida.

Segundo Chatkin et al. (2006), estudos mostram que metade do tratamento prescrito não é

obedecido pelo paciente. Essa baixa adesão pode ser uma das causas do maior índice de

morbidade relacionada à Asma. Esses pacientes não devem ser julgados previamente, pois talvez

tenha ocorrido falta de informações mais precisas.

O nível socioeconômico e cultural em vários países demonstra uma desinformação sobre

a Asma por parte de pais e crianças, fato que aumenta o número de atendimentos em pronto-

socorros e o maior índice de hospitalização por crises asmáticas. No Brasil, esse conhecimento

por parte dos pais e portadores também é escasso; isso pode ser devido ao difícil acesso aos

serviços de saúde e à baixa escolaridade dos pais (ZHANG et al., 2005).

O tratamento da Asma tem como objetivo a manutenção da capacidade pulmonar,

manutenção das atividades físicas, controle dos sintomas e exarcebação, prevenção da obstrução

irreversível de vias aéreas, eliminação dos efeitos medicamentosos e prevenção da mortalidade.

A Asma pode ser controlada em quase todos os pacientes diante de controle e tratamento

adequados e principalmente um diagnóstico precoce. (CAMPOS 2001 apud SILVA, 2001).

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1.2. Qualidade de vida da criança asmática

A Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve qualidade de vida como sendo: “a

percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos

quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.” A qualidade

de vida depende da percepção do paciente avaliado pois pode mudar no decorrer do tempo.

Embora seja um conceito subjetivo, é um assunto que, desde a metade dos anos 70, vem sendo

pesquisado e analisado (TRAVENSOLO et al., 2006).

A Asma é um importante problema de saúde publica em todas as faixas etárias. Estudos

mostram que as crianças acometidas apresentam absenteísmo na escola, noites perdidas de sono e

limitações da vida social e da produtividade (CAMPOS 2001 apud SILVA, 2001).

Os fatores sintomáticos da Asma tendem a prejudicar o sono, resultando em fadiga e

sonolência diurna, dificultando o aprendizado, a eficiência e o trabalho e diminuindo a qualidade

de vida do paciente asmático. Acredita-se ainda que o tratamento medicamentoso possa piorar a

qualidade do sono (CAMPANHA et al., 2008).

Rezende et al. (2005) afirmam que a Asma mal controlada afeta a qualidade de vida das

crianças e adolescentes pois impede a participação destes indivíduos em esportes, prejudicando o

sono e conseqüentemente o rendimento escolar.

Num estudo comparativo realizado em Maceió, em 2003, foi analisado o desempenho

escolar em crianças e adolescentes asmáticos de escolas privadas e públicas. Observou-se que nas

escolas públicas, as médias dos alunos foram significantemente menores em relação aos alunos

de escolas privadas, o que pode ser devido às condições socioeconômicas, que mostra haver uma

correlação com as dificuldades ao acesso à assistência de saúde e ao tratamento medicamentoso

necessário. Isso indica que não apenas a qualidade de vida é comprometida como também as

atividades escolares (SANTOS et al., 2003).

Segundo Morgado et al. (2000), as doenças crônicas podem levar as crianças a um quadro

de medo e expectativa, podendo induzir ao mal estar, sendo um fator estressante. Para estas, é um

fator traumático de agressão interna e externa, levando a um aumento do sofrimento, dependência

e dor. Apresentam-se emocionalmente instáveis, podendo apresentar fase estável e fase de

agudização dos sintomas.

Travensolo et al.(2006) mostram que as doenças respiratórias crônicas podem levar o

indivíduo à depressão e à ansiedade. A inatividade associada a estes sintomas pode piorar a auto-

percepção das limitações impostas pela Asma, piorando a qualidade de vida.

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Guimarães (1983) relata em seu estudo que a ansiedade, presente em menor ou em maior

intensidade, gera um agravamento das crises asmáticas.

Em razão da dispnéia, as crianças asmáticas tendem a ser sedentárias, tendo menor

condicionamento comparado às outras crianças não asmáticas. Mostram uma tolerância ao

exercício inferior e suas próprias atividades físicas são restringidas. Por conseqüência, as relações

inter-pessoais são diminuídas e ocorre falta de atividades físicas (SILVA et al., 2005).

Para Travensolo et al. (2006), os pacientes asmáticos que apresentam restrições ao

exercício físico apresentam descondicionamento e perda de força muscular de membros

superiores e inferiores.

Segundo Cassol et al. (2003), é descrito a broncoconstrição temporária em crianças com

Asma que ocorre quando um indivíduo portador da doença é exposto a um curto período de

exercício, sendo também denominada Asma induzida por exercício ou Broncoespasmo induzido

por exercício. Esse fato impede essas crianças de realizar suas atividades diárias e restringe

atividades físicas compatíveis com a idade.

A atividade física apresenta uma ação positiva na reabilitação das limitações

cardiorrespiratórias pois promove estabilidade no quadro do paciente asmático. Grande parte dos

pacientes asmáticos têm experiências negativas com a realização das atividades físicas, sendo

poucos os que a realizam de maneira regular (SOUZA et al., 2010).

Segundo Souza et al. (2010), o exercício físico pode induzir a resistência de vias aéreas,

mas, por outro lado, também pode ser útil no tratamento da asma. A sua inclusão deve fazer parte

dos programas de tratamento, sendo esses pacientes orientados sobre os benefícios da prática.

A falta de informação e conhecimento dos pais sobre a asma influencia na adesão ao

tratamento, e, conseqüentemente na manutenção e controle sintomático desta doença. Estudos

mostram que a carência de conhecimento sobre a asma é a principal causa responsável pelo

aumento de demanda em pronto-socorro e maior taxa de hospitalização. Alguns estudos mostram

que o difícil acesso aos serviços especializados ou analfabetismo predispõem à deficiência de

conhecimento sobre a asma (ZHANG et al., 2005).

Zhang et al.(2005) entrevistaram os pais dos portadores de Asma através de um

questionário em que verificaram os seus conhecimentos sobre origem, prognóstico e tratamento

da doenças. Houve a necessidade de adaptação de algumas palavras para melhor compreensão

dos pais. Constatou-se no estudo que os pais não possuem conhecimento necessário da doença de

seus filhos e, por conseqüência, as técnicas de implantação de medicação inalatória e controle

ambiental é inadequado, havendo necessidade de melhor educação dos pais sobre a patologia.

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A qualidade de vida desses pacientes depende de uma melhora na eficácia do manejo da

asma com unificação de condutas, junto a programas de educação para pacientes e familiares,

deixando-os cientes dos benefícios que o tratamento correto proporciona e conseqüências de um

tratamento incorreto ou a falta deste. Os pacientes ou familiares devem entender a doença, saber

como agir nas crises, administrar corretamente suas medicações e saber evitar agentes

desencadeantes da asma (PRAXEDES et al., 2008).

Num estudo feito por Frota et al. (2008), sobre Significados Culturais da Asma Infantil no

município de Fortaleza, foi observada a falta de entendimento das mães diante da patologia do

filho relacionada à falta de informação e de esclarecimento do profissional responsável, à baixa

escolaridade do cuidador e à falta de acesso a serviços de acompanhamento especializado com

estratégias de promoção de saúde e prevenção à Asma.

O trabalho em equipe multiprofissional é efetivamente eficaz para a melhora da qualidade

de vida, não só dos pacientes, mas também de seus familiares, ocasionando elevação das

condições de vida do paciente asmático frente às suas limitações, refletindo em aspectos culturais

e socioeconômico (PRAXEDES et al., 2008).

Frota et al. (2008) complementam que a doença afeta tanto a criança quanto sua família.

Até pouco tempo, havia uma preocupação quanto à Asma e suas variações de intensidade. Hoje,

com novos medicamentos de longa duração, a qualidade de vida em indivíduos asmáticos teve

um prognóstico visivelmente positivo.

A qualidade de vida é um fator subjetivo que varia muito de pessoa, sendo correlacionada

com suas vivências em relação à Asma e seu modo de viver (CARR et al. (2001) apud LA

SCALA et al. (2005).

A análise da Qualidade de Vida em crianças, por muito tempo, foi baseada no modelo

convencional referente à gravidade da Asma, na função da capacidade pulmonar, nos sinais e

sintomas da doença e na necessidade de medicação e interação entre os pais a respeito da doença.

Atualmente, na vivência clínica, esses parâmetros pouco influenciam no que a criança sente

quanto à sua capacidade funcional diária (JUNIPER et al. (1997) apud LA SCALA et al.(2005).

Para Juniper, (1997) e Cramer (2002), alguns pais podem não notar como se dispõe a

qualidade de vida de seus filhos asmáticos.

Os questionários escritos são as principais formas de avaliar a qualidade de vida, sendo

mais utilizados os questionários gerais e os doença-específicos (FERNANDES et al. (1997);

JUNIPER, (1998). Os questionários doença-específicos têm sido os mais utilizados atualmente

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devido a sua especificidade e capacidade de verificar a menor mudança na qualidade de vida em

asmáticos (FERNANDES et al., (1997); WRIGHT et al., (1997); STUCKI et al., (1995).

O Asthma Quality of Life Questionnaire (AQLQ) foi um dos questionários escritos

pioneiros para análise da qualidade de vida em adultos asmáticos. Através da vivência clínica,

Juniper e col. formularam o Pediatric Asthma Quality of Life Questionnaire (PAQLQ), sendo

publicado em 1996 em inglês e, posteriormente, em 20 outras línguas (JUNIPER, (1997);

TAULER, 2000; SAWYER, (2001).

O PAQLQ contém 23 questões que se dividem em três campos: Limitação das atividades

físicas (5 questões), sintomas (10 questões) e emoções (8 questões). No campo das atividades

físicas, três questões foram subjetivadas, podendo o paciente escolher informar quais atividades

são mais incômodas realizar. Assim como no AQLQ, o PAQLQ mede por intermédio de uma

escala que equivale a 7 pontos, na qual 1 indica o máximo prejuízo e 7 nenhum prejuízo

(JUNIPER et al., 1996).

Juniper et al.,(1996) aplicaram em crianças o questionário PAQLQ, sendo este um teste

de leitura padronizada para cultura norte-americana. Após os resultados, foi estipulado que a

faixa etária de 7 anos seria a idade mínima para responder ao questionário devido à capacidade

cognitiva de compreensão.

La Scala et al.,(2005) propuseram traduzir e adaptar ao português (cultura brasileira) o

PAQLQ, o qual foi aplicado, de modo experimental, em 20 pacientes asmáticos (Asma

intermitente ou persistente), com idade entre 7 e 16 anos, sendo 13 do sexo masculino. No final

de sua avaliação, foram retiradas cinco atividades que complementavam o PAQLQ original pois

não faziam parte da relação de atividades brasileiras, sendo estas: hóquei de bola, futebol

americano, esqui, beisebol e patinação no gelo. Os demais itens foram mantidos de acordo com o

estudo traduzido, no entanto, foram reorganizados para uma melhor aplicação. Este novo

questionário adaptado foi denominado Pediatric Asthma Quality of Life Questionnaire –

Adaptado (PAQLQ-A), contendo a mesma escala de pontuação (1 a 7 pontos).

A qualidade de vida vem sendo cada vez mais um marco na vida diária dos pacientes

asmáticos. A medida da qualidade de vida tem grande importância devido aspectos

epidemiológicos, sociais e psicológicos que causam grande impacto na vida do paciente e na

sociedade. Sendo assim, a avaliação da qualidade de vida tem grande importância para o

tratamento e acompanhamento desses pacientes (CAMPANHA et al., 2008).

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Sendo a Asma a doença pulmonar crônica mais prevalente na infância, este estudo teve

como principal intenção verificar como os pacientes asmáticos lidam com sua patologia durante a

vida diária, como desempenham suas funções e habilidades e como os pacientes se vêem perante

a sociedade. Também foi analisada neste trabalho a questão da visão dos pais e familiares sobre a

doença.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a qualidade de vida de crianças asmáticas participantes de um programa de

Reabilitação Pulmonar.

2.2 Objetivo Específico

Analisar a eficácia de um protocolo de Reabilitação Pulmonar para crianças asmáticas.

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3. MÉTODO

3.1. Desenho do Estudo

Estudo de coorte prospectiva, de abordagem quantitativa com aplicação de questionário de

qualidade de vida para crianças asmáticas.

3.2. Local do Estudo

O estudo foi realizado no Ambulatório de Fisioterapia Cardiorrespiratória da Clínica Escola

de Fisioterapia da Universidade São Francisco.

3.3. Critérios de Inclusão

Foram incluídas no estudo crianças na faixa etária de 8 a 13 anos de idade, participantes do

Projeto de Extensão Comunitária “Reabilitação Pulmonar na Asma Infantil” da Clínica

Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco.

3.4. Critérios de Exclusão

Foram excluídas do estudo as crianças com diagnóstico de Asma que apresentaram idade

abaixo de 8 e acima de 13 anos de idade, crianças que apresentaram desistência durante o

período de tratamento e crianças que não responderam completamente o questionário.

3.5. Materiais

Foram utilizados no estudo:

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para participação na pesquisa

Questionário PAQLQ-A de Avaliação de Qualidade de Vida de crianças asmáticas1

Ficha de Avaliação Cardiorrespiratória para crianças asmáticas

1 Questionário retirado do trabalho de pós-graduação de Laura J. L. Aragão do Curso de Pós Graduação em Saúde da

Criança e do Adolescente da Universidade Federal de Pernambuco

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3.6. Procedimento

Inicialmente, o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São

Francisco para análise (Anexo I). Após aprovação, os acompanhantes das crianças assinaram

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para participação na pesquisa (Anexo II).

Posteriormente, foi aplicada a Ficha de Avaliação Cardiorrespiratória às crianças (Anexo III).

O Questionário PAQLQ-A de Avaliação de Qualidade de Vida (Anexo IV) foi aplicado às

crianças no início do Programa de Reabilitação Pulmonar e 3 meses após o seu início.

3.7. Protocolo de reabilitação pulmonar para crianças asmáticas

O Projeto de Extensão Comunitária Reabilitação Pulmonar na Asma Infantil da USF tem o

objetivo de prestar assistência fisioterapêutica ambulatorial às crianças portadoras de Asma

por meio de avaliação, orientação aos familiares e atendimento fisioterapêutico de

Reabilitação Pulmonar na Asma Infantil, contribuindo para minimizar o uso de medicamentos

de controle da doença pulmonar e melhorar a independência e o bem estar na vida diária. Os

atendimentos são realizados uma vez por semana, com duração de 1 hora, em que constam

exercícios respiratórios, manobras de desobstrução brônquica, manobras de desinsuflação

pulmonar e exercícios de condicionamento físico aeróbico e anaeróbico. Também são

realizadas palestras educativas com as crianças e seus familiares, orientando sobre a doença

para que a família se torne agente ativo no controle da Asma.

3.7. Análise dos Dados

Os dados foram tabulados e colocados no aplicativo Excel e analisados por meio de estatística

descritiva sob a forma de Média, Desvio Padrão e Freqüência absoluta e relativa.

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4. RESULTADOS

Durante o período de 01 de setembro a 30 de novembro de 2009 foi aplicado um questionário de

qualidade de vida para 4 crianças que participaram do Projeto de Extensão Comunitária de

Reabilitação Pulmonar na Asma Infantil, da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade São

Francisco e 5 crianças excluídas devido desistência o tratamento e não terem respondido o

questionário pós protocolo.

A Tabela 1 representa a idade das crianças do estudo.

Tabela 1. Idade das crianças

A amostra indica que a idade das 4 crianças avaliadas no estudo variou de 8 a 13 anos (Tabela 1).

A Tabela 2 representa o sexo das crianças do estudo.

Tabela 2. Sexo das crianças

A amostra indica que 2 crianças do estudo eram do sexo feminino e 2 eram do sexo masculino

(Tabela 2).

IDADE

(ANOS)

FREQUÊNCIA

ABSOLUTA

FREQUÊNCIA

RELATIVA

(%)

8 1 25

10 1 25

11 1 25

13 1 25

SEXO

FREQUÊNCIA

ABSOLUTA

FREQUÊNCIA

RELATIVA

(%)

FEMININO

2

50

MASCULINO

2

50

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A Tabela 3 representa a classificação da Asma das crianças do estudo.

Tabela 3. Classificação da Asma das crianças

CLASSIFICAÇÃO DA ASMA

FREQUENCIA

ABSOLUTA

FREQUENCIA

RELATIVA

(%)

ASMA INTERMITENTE 3 75

ASMA PERSISTENTE LEVE 0 0

ASMA PERSISTENTE MODERADA 0 0

ASMA PERSISTENTE GRAVE 1 25

A amostra indica que das 4 criança, 1 (25%) apresentou Asma grave e 3 (75%) apresentaram

Asma intermitente, segundo análise do escore da classificação da asma aplicado pré protocolo

(Tabela 3).

A Tabela 4 indica as medicações em uso das crianças do estudo.

Tabela 4. Medicações em uso das crianças

MEDICAÇÕES EM USO

FREQUENCIA

ABSOLUTA

FREQUENCIA

RELATIVA

(%)

ANTI-HISTAMINICOS 1 25

CORTICÒIDES 4 100

A amostra indica que 1 criança estava sob uso de anti-histamínicos, 4 crianças estavam sob uso

de corticóides e nenhuma utilizava medicação broncodilatadora no momento (Tabela 4).

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O Gráfico 1 representa a avaliação dos sintomas causados pela asma pré e pós aplicação do

protocolo de reabilitação pulmonar segundo a visão das crianças.

01234567

PONTUAÇÃO

SINTOMAS

PRÉ PROTOCOLO

PÓS PROTOCOLO

Gráfico 1. Avaliação dos sintomas da asma segundo visão das crianças

A amostra indica que, na visão das crianças, a maioria dos sintomas causados pela asma

apresentou pontuação maior no pós protocolo, em comparação com o pré protocolo, apontando

para melhora desse item. Apenas o sintoma de acordar à noite apresentou piora na comparação

(Gráfico 1).

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O Gráfico 2 representa a avaliação dos sintomas causados pela asma pré e pós aplicação do

protocolo de reabilitação pulmonar segundo a visão da família.

Gráfico 2. Avaliação dos sintomas da asma segundo visão da família

A amostra indica que, na visão da família, a maioria dos sintomas causados pela asma apresentou

pontuação maior no pós protocolo, em comparação com o pré protocolo, apontando para melhora

desse item. Apenas o sintoma de dificuldade para respiração profunda apresentou piora na

comparação (Gráfico 2).

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O Gráfico 3 representa a comparação da avaliação dos sintomas entre família e crianças no pré

protocolo de reabilitação pulmonar.

01234567

PONTU

AÇÃO

SINTOMAS

CUIDADOR

CRIANÇA

Gráfico 3. Comparação dos sintomas entre família e crianças no pré protocolo

A amostra indica que a maioria dos sintomas causados pela asma apresentou pontuação diferente

no pré protocolo segundo visão da família e das crianças, mostrando visão discrepante frente aos

sintomas da asma (Gráfico 3).

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O Gráfico 4 representa a comparação da avaliação dos sintomas entre família e crianças no pós

protocolo de reabilitação pulmonar.

01234567

PONTUAÇÃO

SINTOMAS

CRIANÇA

CUIDADOR

Gráfico 4. Comparação dos sintomas entre família e crianças no pós protocolo

A amostra indica que a maioria dos sintomas causados pela asma apresentou pontuação

discrepante no pós protocolo segundo visão da família e das crianças, mostrando uma visão

diferente frente aos sintomas da asma. Houve semelhança apenas no sintoma de problema para

dormir onde ambos atingiram pontuação 7 (Gráfico 4).

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O Gráfico 5 representa a avaliação das emoções causadas pela asma pré e pós aplicação do

protocolo de reabilitação pulmonar segundo a visão das crianças.

01234567

PONTUAÇÃO

EMOÇÃO

PRÉ PROTOCOLO

PÓS PROTOCOLO

Gráfico 5. Avaliação das emoções da asma segundo visão das crianças

A amostra indica que, na visão das crianças, a maioria das emoções causadas pela asma

apresentou pontuação maior no pós protocolo, em comparação com o pré protocolo, apontando

para melhora desse item. Apenas o sintoma de frustração por não estar com os outros apresentou

piora na comparação (Gráfico 5).

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O Gráfico 6 representa a avaliação das emoções causadas pela asma pré e pós aplicação do

protocolo de reabilitação pulmonar segundo a visão da família.

Gráfico 6. Avaliação das emoções da asma segundo visão da família

A amostra indica que, na visão da família, a maioria das emoções causadas pela asma apresentou

pontuação maior no pós protocolo, em comparação com o pré protocolo, apontando para melhora

desse item. Apenas o sintoma de sentir-se de fora obteve pontuação relativamente menor pós

protocolo, apresentando piora na comparação (Gráfico 6).

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O Grafico 7 representa a comparação da avaliação das emoções entre família e crianças no pré

protocolo de reabilitação pulmonar.

Gráfico 7. Comparação das emoções entre família e crianças no pré protocolo

A amostra indica que a maioria das emoções causadas pela asma apresentou pontuação diferente

no pré protocolo segundo visão da família e das crianças, mostrando visão discrepante frente às

emoções causadas pela asma (Gráfico 7).

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O Grafico 8 representa a comparação da avaliação das emoções entre família e crianças no pós

protocolo de reabilitação pulmonar.

Gráfico 8. Comparação das emoções entre família e crianças no pós protocolo

A amostra indica que a maioria das emoções causadas pela asma apresentou pontuação similar no

pós protocolo segundo visão da família e das crianças, mostrando visão semelhante frente aos

sintomas da asma (Gráfico 8).

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O Gráfico 9 representa as situações de vida diária incômodas causadas pela asma pré e pós

aplicação do protocolo de reabilitação pulmonar segundo a visão das crianças.

6,6

6,65

6,7

6,75

6,8

6,85

6,9

6,95

7

NÃO PODER FICAR COM OS

OUTROS

AO REALIZAR ALGUMA

ATIVIDADE

PONTU

AÇÃO

PRÉ PROTOCOLO

PÓS PROTOCOLO

Gráfico 9. Avaliação das situações incômodas segundo visão das crianças

A amostra indica que, na visão das crianças, o incômodo da asma ao realizar algumas atividades

obteve uma piora pós aplicação do protocolo (Gráfico 9).

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O Gráfico 10 representa as situações de vida diária incômoda causada pela asma pré e pós

aplicação do protocolo de reabilitação pulmonar segundo a visão da família.

Gráfico 10. Avaliação das situações incômodas segundo visão da família

A amostra indica que, na visão da família, o incômodo da asma de não poder ficar com os outros

obteve uma melhora pós aplicação do protocolo (Gráfico 10).

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40

O Gráfico 11 representa a comparação das situações de vida diária incômoda causada pela asma

no pré protocolo de reabilitação pulmonar.

Gráfico 11. Comparação das situações de vida diária incômodas entre família

e crianças no pré protocolo

A amostra indica que, na comparação das situações de vida diária incômodas entre família e

crianças, o grau de incômodo pré protocolo de não poder ficar com os outros apresentou

pontuação discrepante por parte da família (Gráfico 11).

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O Gráfico 12 representa a comparação das situações de vida diária incômoda causada pela

asma no pós protocolo de reabilitação pulmonar.

6,6

6,65

6,7

6,75

6,8

6,85

6,9

6,95

7

CUIDADOR CRIANÇA

PONTU

AÇÃO

NÃO PODER FICAR COM OS OUTROS

AO REALIZAR ALGUMA ATIVIDADE

Gráfico 12. Comparação das situações de vida diária incômodas entre família

e crianças no pós protocolo

A amostra indica que, na comparação das situações de vida diária incômodas entre família e

crianças, o grau de incômodo pós protocolo ao realizar alguma atividade apresentou pontuação

discrepante por parte das crianças (Gráfico 12).

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5. DISCUSSÃO

No período entre 01 de setembro a 30 de novembro de 2009 foi aplicado um questionário

de qualidade de vida (PAQLQ-A) para 4 crianças que participaram do Projeto de Extensão

Comunitária “Reabilitação Pulmonar na Asma Infantil”. O questionário utilizado foi dividido em

freqüência dos sintomas (cartão verde) com pontuação de 1 (o tempo todo) a 7 (nunca) e

intensidade dos sintomas (cartão azul) com pontuação de 1 (extremo incômodo) a 7 (nenhum

incômodo). Muitos questionários específicos para crianças asmáticas foram desenvolvidos e vêm

mostrando ter boas propriedades de avaliação e validação, podendo ser usados em análises

clínicas e práticas, trazendo um melhor conhecimento no impacto da Asma nas crianças,

garantindo assim benefícios durante o tratamento dessas crianças (Juniper et al. 1997). O projeto

acima citado foi realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco.

Pode-se observar que as crianças indicaram pontuação maior no pós protocolo de

reabilitação mostrando melhora, sendo também apontado pontuação maior em relação à visão dos

pais e familiares, no pós protocolo de reabilitação.

Segundo resultados de percepção em relação à visão das crianças com a família,

observou-se que há semelhança entre a visão de ambos nos sintomas e emoções, havendo uma

discrepância maior no pós protocolo de sintomas, onde apenas o item problemas para dormir foi

semelhante nas pontuações, sendo que, em relação aos incômodos em atividades de vida diária,

houve uma visão divergente nos resultados, identificados pela análise pré e pós protocolo e

percepção entre ambos.

Observou-se que, em relação ao pré protocolo, o incômodo era considerado maior, e no

pós protocolo de reabilitação, esse incômodo diminuiu, tanto na visão das crianças quanto na dos

familiares, havendo relevância em alguns poucos itens.

A percepção que se obteve também, ao discutir esses casos, é que para os pais, o

incômodo maior é “não poder ficar com os outros” e para as crianças é “não poder realizar

alguma atividade”. Isso indica que as crianças, por serem mais ingênuas e autênticas, não se

preocupam muito com a visão das pessoas fora, ao contrário dos familiares, que recebem essa

diferença como algo até constrangedor. Para Mancini et al. (2004), os sintomas decorrentes da

asma podem levar essas crianças ao isolamento social e diminuição das atividades físicas,

interferindo nas atividades infantis.

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O atual estudo pôde mostrar que um incômodo muito presente tanto para os pacientes

quanto para a família é o desconforto e para os pequeninos é ter crises que vem acompanhada

por agitação, irritação e apavoramento. Pôde-se observar que a Asma é uma doença que traz

muitas limitações, por essa razão, é necessário haver uma participação ativa tanto de pacientes

quanto de familiares. Tendo isto em vista, os profissionais da área da saúde devem prestar

assistência de forma holística, incentivando os pacientes a promover um adequado controle da

doença e uma melhora na qualidade de vida.

Segundo Juniper et al. (1997), o pediatra vem reconhecendo a importância da qualidade

de vida relacionada às crianças asmáticas, porém visa apenas as medidas clínicas convencionais,

não considerando aspectos físicos, emocionais e sociais que são muito importantes para esses

pacientes em sua vida diária.

Em seu estudo sobre a percepção da Asma em crianças portadoras, Cabral et al. (2002)

verificaram ser imprecisa e não bem estabelecida a percepção dessas crianças sobre a doença,

podendo, em meio a um ataque leve de Asma, relatar apresentar sintomas severos da doença.

McFadden et al. (1973) apud Cabral et al. (2002) avaliaram o PFE em relação aos sintomas em

pacientes asmáticos após agudização da Asma e relataram que os pacientes estavam

assintomáticos, sendo que apresentaram PFE na média de 40-50% abaixo do previsto.

Na visão da família, os sintomas causados pela Asma também apresentaram melhora no

pós-protocolo, entretanto, houve piora na percepção da família em relação à dificuldade para

respiração profunda. Em um estudo sobre o conhecimento das mães sobre a Asma de seus filhos

no município de Pelotas, Rio Grande do Sul, Stephan et al. (2009) relataram que a maior parte

das mães reconhece os fatores que desencadeiam as crises. O conhecimento das mães é de grande

importância para a promoção de saúde em doenças crônicas. Apesar de relatarem o conhecimento

sobre a doença e receber orientações de como agir perante ela, apenas um terço das mães

efetuaram mudanças ambientais e comportamentais. As condições sócio-econômicas têm grande

influência nestas mudanças e podem ser desfavoráveis quando não há essas condições.

No pré protocolo, houve uma discrepância de percepção da asma entre as crianças e os

familiares. Na visão das crianças, a menor pontuação foi no item ter crise enquanto que, na

opinião dos familiares, a menor pontuação foi o item ter chiado. No pós protocolo, essa

discrepância permaneceu, evidenciando percepções dos sintomas divergentes. Houve semelhança

apenas no sintoma problemas para dormir, obtendo pontuação igual a 7. Num estudo sobre

impacto da sazonalidade na função respiratória em crianças asmáticas, Mancini et al. (2004)

verificaram que, mesmo as crianças sendo expostas a fatores ambientais que agravem o quadro

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clínico de asma durante o inverno e primavera, essas crianças conseguem realizar suas atividades

diárias da mesma forma que crianças não asmáticas.

Chatkin et al. (2000) apud Farias et al. (2010) relatam em seu estudo que as crianças com

asma sofrem, não apenas devido aos sintomas, mas também devido às dificuldades em realizar as

atividades de vida diária, levando ao absenteísmo escolar e/ou absenteísmo dos pais no trabalho.

Fowler et al. (1992) apud Farias et al. (2010) afirmam em seu estudo que crianças asmáticas têm

mais chances do não cumprimento de suas atividades que crianças não portadoras.

A concordância entre crianças e familiares pode depender de muitas variáveis como

entendimento do próprio desenvolvimento cognitivo, domínio do questionário, vocabulário,

instruções, diferença econômica, social e cultural e o entendimento do processo da doença pelos

cuidadores. Aragão (2007).

Parece não existir uma boa relação de percepção entre os pais e as crianças, por isso deve-

se sempre valorizar as respostas da criança por mostrarem com clareza o que estão sentindo e as

impressões dos pais devem ser aceitas como complemento para um tratamento eficaz. Juniper et

al. (1997).

O presente estudo mostrou grande melhora no pós protocolo de reabilitação, trazendo uma

melhor qualidade de vida a esses pacientes e a seus familiares. Um estudo feito por Basaran et al.

(2006) incluiu 62 crianças com Asma , sendo que no 1º grupo foram feitos jogos de basquete e no

2º grupo, exercícios respiratórios indicados para prática domiciliar durante 8 semanas. Os grupos

foram comparados após avaliação com questionário PAQLQ, mostrando melhora da qualidade de

vida no grupo de exercícios.

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6. CONCLUSÃO

Na percepção das crianças e seus familiares, houve melhora do quadro de asma,

promovendo a qualidade de vida tanto para as crianças quanto para seus familiares. Na análise do

pré protocolo houve discrepância entre a visão da família e das crianças em relação aos sintomas

e emoções da asma. No pós protocolo foi verificado melhora dos sintomas, emoções e incômodos

das crianças, sendo notável a melhora da qualidade de vida por parte destas e da família, que

perceberam melhora na relação interpessoal com outras crianças. Também pôde ser verificado a

diferença de percepção da asma entre as crianças e seus familiares. A maior preocupação por

parte das crianças foi em relação aos momentos de crise, em que elas relataram ansiedade e medo

enquanto que a maior preocupação dos familiares foi em relação ao convívio social delas com

outras crianças.

O protocolo de reabilitação pulmonar utilizado no tratamento das crianças asmáticas

mostrou-se eficaz pois ofereceu melhora da qualidade de vida dos pacientes e seus familiares,

oferecendo às crianças mais liberdade e tranqüilidade para fazerem suas atividades diárias e,

conseqüentemente, diminuindo a angústia e preocupação de seus familiares.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

São necessários mais estudos com número de indivíduos maior para avaliar a qualidade de

vida em crianças asmáticas. É importante ressaltar que na literatura há muitos trabalhos sobre

asma infantil, no entanto, poucos estudos sobre qualidade de vida. Deve-se incentivar, portanto,

mais desenvolvimento sobre o tema.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO I

Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco

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ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS ASMÁTICAS

Responsáveis: Professora Patrícia Teixeira Costa

Acadêmicos: Aline Miranda Costa e Tatiana Christina Rappl de Oliveira

Eu ________________________________________________________________________________________,

RG ______________________, responsável pelo menor ____________________________________________,

endereço _______________________________________________, declaro que é de livre e espontânea vontade que

estou participando como voluntário dessa pesquisa, de responsabilidade da Professora Patrícia Teixeira Costa. Assim

estou ciente que:

I. O objetivo desta pesquisa é avaliar a qualidade de vida dos pacientes do projeto de “Reabilitação Pulmonar

na Asma Infantil” do Ambulatório de Fisioterapia Cardiorrespiratória da Clínica Escola de Fisioterapia da

Universidade São Francisco.

II. Durante este estudo será aplicado um Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida em Crianças

Asmáticas junto à avaliação cardiorrespiratória.

III. Não será administrado nenhum tipo de medicamento.

IV. Os resultados obtidos serão mantidos em sigilo, não ocasionando exposição e/ou publicação do nome da

criança.

V. Este estudo não oferecerá nenhum risco à criança, sendo de caráter avaliativo no qual a criança responderá

a um Questionário de Qualidade de Vida.

VI. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a participação neste

estudo e estar livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer momento.

VII. O responsável pela criança poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco

para apresentar recursos e reclamações em relação ao estudo. (fone: (011) 4034-8028) ou os responsáveis

pelo estudo (fone: 4034-8133).

VIII. O TCLE será impresso em duas vias, sendo uma para os pesquisadores e outra para a voluntária.

Bragança Paulista, ____ de _______________ de 2009.

________________________________________________________

Nome e assinatura do responsável

________________________________________________________

Responsável: Professora Patrícia Teixeira Costa

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ANEXO III

FICHA DE AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

DATA DA AVALIAÇÃO___/____/___

Número:________ ___ Idade:________

DIAGNÓSTICO CLÍNICO:

( ) Asma Intermitente

( ) Asma Persistente Leve

( ) Asma Persistente Moderada

( ) Asma Persistente Grave

MEDICAMENTOS:

( ) Broncodilatadores Nome:_____________________________________________________________________

( ) Corticóides Nome:_____________________________________________________________________

ANTECEDENTES PESSOAIS ____________________________________________________________________

ANTECEDENTES FAMILIARES _________________________________________________________________

FATORES DE RISCO E AMBIENTAIS:

Tapetes, bichos de pelúcia e cortinas? ( )sim ( )não

Animais de estimação? ( )sim ( )não

Higiene Pessoal? ( )sim ( )não

Varre a casa? ( )sim ( )não

Passa pano úmido na casa? ( )sim ( )não

A casa é arejada? ( )sim ( )não

A casa tem pontos de umidade? ( )sim ( )não

Observa diariamente baratas na casa? ( )sim ( )não

EXAME FÍSICO:

Tórax ( )Normal ( )Anormal Obs:

Padrão Respiratório ( )Torácico

( )Diafragmático

( ) Misto

Uso de musculatura acessória ( ) sim ( )não

Ritmo Respiratório ( ) Regular ( )Irregular

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Dor ( )Sim ( )Não Local:

Expansibilidade Torácica ( )Simétrica ( )Assimétrica Obs:

Ausculta Pulmonar: Início: Final:

Ausculta Cardíaca: Início: Final:

Freqüência Cardíaca: Início: Final:

Freqüência Respiratória: Início: Final:

SatO2: Início: Final:

Temperatura: Início: Final:

CV: Início: Final:

PImax: Início: Final:

PEmax: Início: Final:

PFE: Início: Final:

Teste de Caminhada 6 minutos: Início: Final:

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ANEXO IV

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