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Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa Modelo de Planejamento de Manutenção Arnaldo Jasinski Ponta Grossa – PR 2005 Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa Modelo de Planejamento de Manutenção Arnaldo Jasinski Oscar Regis Junior Ponta Grossa – PR 2005 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa; como requisito para conclusão do curso Superior de Tecnologia em Processos de Fabricação Mecânica. i DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todos os profissionais da área de manutenção que buscam sempre o aperfeiçoamento dentro de sua atividade. Espero estar contribuindo para esta busca constante do conhecimento, afinal, tudo pode ser tirado de você menos aquilo que se aprendeu. Arnaldo Jasinski. i AGRADECIMENTOS Talvez esteja sendo injusto com aqueles que me acompanharam na caminhada destes anos de cadeira no CEFET, mas tenho uma dívida muito grande com minha Esposa Márcia e minha Filha Alexia, que neste período me apoiaram e viveram com minha ausência quase que total de suas vidas, agradeço a elas por me proporcionarem, através de seu apoio e compreensão, obter este resultado tão sonhado da formação superior. Obrigado Márcia e Alexia. iv EPÍGRAFE A maioria das pessoas não planeja fracassar, fracassa por não planejar. (John L. Beckley). 1. INTRODUÇÃO 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16 3. MATERIAIS E MÉTODOS 54 4. RESULTADOS E DISCUSÕES 11 3 5. GLOSSÁRI O 11 6 6. REFERÊNCIAS 11 7

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa

Modelo de Planejamento de Manutenção Arnaldo Jasinski

Ponta Grossa – PR 2005

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa

Modelo de Planejamento de Manutenção

Arnaldo Jasinski Oscar Regis Junior

Ponta Grossa – PR 2005

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta

Grossa; como requisito para conclusão do curso Superior de Tecnologia em Processos de Fabricação

Mecânica.

i DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os profissionais da área de manutenção que buscam sempre o aperfeiçoamento

dentro de sua atividade. Espero estar contribuindo para esta busca constante do conhecimento, afinal, tudo

pode ser tirado de você menos aquilo que se aprendeu. Arnaldo Jasinski.

i AGRADECIMENTOS

Talvez esteja sendo injusto com aqueles que me acompanharam na caminhada destes anos de cadeira no

CEFET, mas tenho uma dívida muito grande com minha Esposa Márcia e minha Filha Alexia, que neste período

me apoiaram e viveram com minha ausência quase que total de suas vidas, agradeço a elas por me

proporcionarem, através de seu apoio e compreensão, obter este resultado tão sonhado da formação superior.

Obrigado Márcia e Alexia.

iv EPÍGRAFE

A maioria das pessoas não planeja fracassar, fracassa por não planejar. (John L. Beckley).

1. INTRODUÇÃO 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16

3. MATERIAIS E MÉTODOS 54

4. RESULTADOS E DISCUSÕES 113

5. GLOSSÁRI O 116

6. REFERÊNCIAS 117

SUMÁRIO 7. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................119

1. INTRODUÇÃO 1

1.1. Tema de Pesquisa 1

1.1.1. Delimitação do Tema 1

1.2. Problem a 1

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1.3. Hipótese 12

1.4. Objetivo 12

1.5. Justificativa 12

1.6. Método de Pesquisa 14

1.7. Estrutura do Trabalho 14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16

2.1. PCM – Planejamento e Controle de Manutenção 16

2.2. EDM – Engenharia de Manutenção 19

2.3. A Estrutura da Manutenção 21

2.4. Custos na Manutenção 2

2.5. Índices de Manutenção 27

2.6. TPM – Total Productive Maintenance 30

2.7. Benchmarking e Benchmark 35

2.8. Terceirização (Outsourcing) 38

2.9. WCM – World Class Maintenance 41

2.10. RCM – MCC - MBC 48

3. MATERIAIS E MÉTODOS 54

3.1. Modelo de Planejamento de Manutenção 54

3.2. Software de ERP ou Gerenciamento de Manutenção? 59

3.3. A Equipe de Planejamento 63

3.4. Metodologia de Trabalho 65

3.4.1. O Que? 6

3.4.2. Por Que? 68

3.4.3. Onde? 68

3.4.4. Com o? 69

3.4.5. Quanto Custa? 72

3.4.6. Quando? 73

3.4.7. Que m? 75

3.5. Áreas de Apoio ao Planejamento 7

3.5.1. Engenharia de Manutenção 82

3.5.2. Cadastro 85

3.5.3. Oficinas 92

3.5.4. Inspeção 95

3.5.5. Docum entação 97

3.5.6. Suprimentos / Inventário / Almoxarifado 102

3.5.7. Com pras 109

3.5.8. Logística 1

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 113

4.1. Metodologia de Trabalho 113

4.2. Áreas de Apoio ao Planejamento 114

5. GLOSSÁRI O 116

6. REFERÊNCIAS 117

ÍNDICE 7. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................119 vii

Figura 1 – Evolução x Prática de Manutenção 19

Figura 2 – As Quatro Gerações do TPM 31

Figura 3 – As Doze Etapas para Implantação do TPM 34

Figura 4 – Deterioração permitida em equipamentos e instalações 51

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Figura 5 – Mantenabilidade dos Equipamentos e Instalações 52

Figura 6 – Organograma Gerência de Manutenção 56

Figura 7 –Organograma Divisão do Planejamento 56

Figura 8 – Planta Baixa Simplificada de Fábrica de Papel 57

Figura 9 – Lista de notas do SAP 67

Figura 10 – Nota de Manutenção do SAP 69

Figura 1 – Ordem no SAP com Operações de Apoio 70

Figura 12 – Planejamento no MSProject 75

Figura 13 – O Quebra Cabeças que Compõe o Planejamento 7

Figura 14 – Organograma da Área de Planejamento de Manutenção (Opção 1) 78

Figura 15 – Organograma da Área de Planejamento de Manutenção (opção 2) 79

Figura 16 – Organograma da Companhia 81

Figura 17 – Organograma 1 para Área de Cadastro 86

Figura 18 – Organograma 2 para Área de Cadastro 86

Figura 19 – Árvore de Listas Técnicas e Locais de Instalação 87

Figura 20 – Local de Instalação de Bomba (Ex. 114B0002) 8

Figura 21 – Desenho Esquemático de Transportador (112M0002) 89

Figura 2 – Lista Técnica de Transportador de Correia (112M0002) 90

Figura 23 – Organograma de Oficinas 93

Figura 24 – Estrutura de Locais de Instalação de uma Fábrica 100

Figura 25 – Estrutura de Subáreas de uma Fábrica 101

Figura 26 – Fluxograma de Gestão de Estoques 105

LISTA DE FIGURAS Figura 27 – Fluxograma de Necessidade de Material do

Almoxarifado................................107 viii

Tabela 1 – Custos da Manutenção pelo Faturamento 2

Tabela 2 – Custo Comparativo por Tipo de Manutenção 25

Tabela 3 – Indicadores Internacionais 28

Tabela 4 – Fornecedores de Software ERP nas 500 Maiores Empresas Brasileiras 60

Gráfico 1 – Evolução dos Custos de Manutenção / Faturamento no Brasil 23

Gráfico 2 – Custos de Manutenção e Perdas de Produção 25

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 3 – Gráfico de Quebras da Máquina

X........................................................................83 ix RESUMO

A Manutenção Planejada ou PCM (Planejamento e Controle de Manutenção) já existe na Europa e EUA há

muitos anos, porém, no Brasil somente na década de 90 começaram os trabalhos mais intensos nesta linha de

gestão da manutenção. O trabalho busca através de uma revisão bibliográfica das várias filosofias e tendências

mundiais; como TPM, PCM, WCM, RCM, Custos, Benchmark, Terceirização e Índices de Manutenção;

demonstrar as várias vantagens que uma Manutenção Planejada pode trazer para a empresa que pretende

utilizá-la, bem como, para as que já utilizam, enfatizar que esta filosofia de trabalho em manutenção traz

resultados. O principal objetivo em delinear um modelo de planejamento de manutenção é ilustrar aos

profissionais desta área que para se obter um planejamento eficiente é necessário a existência de uma estrutura

da manutenção adequada e que o trabalho seja executado de forma criteriosa e baseada em sólidas práticas

embasadas em uma metodologia. Um motivo que impulsionou o trabalho foi que vários profissionais mostraram-

se interessados no assunto métodos de execução de um Planejamento de Manutenção. A seqüência utilizada

aqui é; primeiro através de uma revisão bibliográfica; mostrar que as teorias já existem ha muito tempo, porém,

não são utilizadas nas empresas para gerenciar a manutenção, segundo, dar as diretrizes necessárias para se

conseguir adequar a estrutura da área de manutenção de forma a atender a todos os processos necessários

para a execução de uma manutenção planejada; bem como uma análise sobre os softwares existentes de ERP

e Gerenciamento de Manutenção que podem ser utilizados na manutenção demonstrando quais as funções que

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este deve cumprir; e finalmente apresentar uma Metodologia de Trabalho, baseada na filosofia Japonesa 5W2H,

para a execução do planejamento de manutenção e propor as áreas necessárias ao apoio; como Engenharia de

Manutenção, Cadastro, Documentação, Oficinas, Inspeção, Suprimentos, Compras e logística; para a execução

da manutenção planejada.

Palavras chave: Modelo de Planejamento de Manutenção, Metodologia, Áreas de Apoio.

10 ABSTRACT

The Planned Maintenance or PCM (Planned and Control Maintenance) has existed in

Europe and EUA for many years, but, in Brazil just in the 90s began intense work in this way of Maintenance

Manegament. The work searchs for a bibliography review of several philosophies and world trends; like TPM,

PCM, WCM, RCM, Costs, Benchmark, Outsourcing and Maintenance Indicators show the several advantages

that Planned Maintenance can offer to the company that intends to use it, as well as, to the companies that use it

already to emphasize that this work philosophy brings results. The main objective in delineating a Planning

Maintenance Model is to illustrate to the professionals of these areas that to get an efficient Planning is

necessary the existence of an appropriate maintenance structure and that the work will be executed by the

criterions forms and with strong practices of the maintenance sustained in a methodology. A reason of this work

to be done was because several profissionals manifested interested by the subject methods of execution of

Planning Maintenance. The sequency used here is; first by a bibliography review; to show that the theories have

already existed for a long time, but, haven’t been used in the companies for management maintenance, second,

give the orientation to adequate the maintenance structure to attempt the necessary process to execute the

planned maintenance, as well as an analisy about existent ERP softwares and Maintenance Management that

can be used in maintenance showing which are the functions that must be accomplished by this; and finally

introduce some Work Methodology, based on the Japanese philosophy 5W2H, to execute the planned

maintenance and propose the necessary support areas; like Maintenance Engineering, Catalogue,

Documentation, Workshops, Inspection, Inventory, Purchase area and Logistcs area; to execute the planned

maintenance.

Key Words: Planning Maintenance Model, Methodology, Support Areas.

O tema abordado neste trabalho está na área de Gestão de Manutenção enfatizando, porém, a área de

Planejamento de Manutenção.

O assunto “Gestão da Manutenção” é muito amplo passando pela gestão de custos, gestão de ativos, gestão de

sobressalentes, gestão de recursos humanos e materiais e muitos outros, porém, aqui se busca apenas dar

uma visão geral de como deve ser uma área de planejamento de manutenção no que se refere à metodologia

de trabalho e as áreas de apoio que devem dar suporte ao planejamento no cumprimento de suas atividades.

1.2. Problema

Muitas empresas buscam atuar de forma planejada na manutenção, mas não encontram uma literatura clara e

direta de como deve atuar para conseguir obter uma manutenção planejada e nem qual deve ser a estrutura

necessária ao bom andamento das atividades planejadas. Logo, através deste trabalho se busca dar o

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conhecimento necessário a essas empresas no que se refere à estrutura necessária, assim como a metodologia

que deve ser usada para o planejamento das atividades da manutenção.

Como hipótese para a obtenção de uma organização da área de manutenção para se conseguir obter a

estrutura aqui sugerida supõe-se que a empresa já possui um corpo técnico na manutenção e que já decidiu em

atuar de forma planejada na manutenção, sendo apenas necessária a reestruturação desta equipe para atender

à nova forma de atuar na execução da manutenção.

O principal objetivo aqui é propor uma metodologia de trabalho para a área de PCM e as áreas de apoio

necessárias que podem ser usadas nas indústrias para obter o melhor aproveitamento da equipe de

manutenção atendendo de forma otimizada todas as necessidades de intervenção que a manutenção necessite,

desde uma simples substituição de equipamento até um estudo de melhoria em máquinas (manutenção

proativa) objetivando um aumento de confiabilidade e disponibilidade das instalações.

1.5. Justificativa

A manutenção no Brasil tem uma história que começa com o início da industrialização, ocorrida no fim da

década de 1929 e início de 1930, após a revolução, de onde surgiram empresas estatais como a CSN e a

Petrobrás. Enquanto no Brasil acontecia apenas o início da era industrial, desde 1914 com a produção em série

implantada por Ford, já havia uma certa organização da manutenção; para atender a uma necessidade de

cumprimento de programas de produção.

Enquanto na Europa desde 1950 a chamada Engenharia de Manutenção (EDM) atua nas indústrias,

controlando e analisando falhas nos equipamentos, e desde 1960 existe o conceito de Planejamento e Controle

da Manutenção (PCM); no Brasil, a partir da década de 90, com a abertura do mercado foi que efetivamente

começaram as preocupações com este assunto; embora desde de 1984 já existia no Brasil a Associação

Brasileira de Manutenção criada por profissionais incentivados pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP); mesmo

assim devido à forte concorrência oferecida pelas indústrias estrangeiras e à necessidade de se baixarem os

custos de produção e oferecer produtos com a mesma qualidade que dos concorrentes estrangeiros.

Em primeira instância a maneira encontrada pelos fabricantes nacionais para baixar os custos foi a demissão do

seu efetivo. Após o primeiro impacto percebeu-se a necessidade do uso de máquinas e processos com maior

tecnologia para se poder ter uma concorrência justa, daí, surge a necessidade de mão de obra com mais

especialização e da racionalização desta mão de obra, ou seja, usar da melhor forma possível a mão de obra

com planos de produção e manutenção.

Porém, para conseguir uma grande produção e com qualidade, era necessário manter as máquinas o maior

número de horas possível funcionando, pois, assim se conseguia os mesmos parâmetros de processo e

conseqüentemente uma maior produção. Mas como conseguir esta proeza no Brasil, já que os históricos

mostravam-se totalmente adversos? A busca da filosofia japonesa e da experiência européia fez-se necessária,

e os brasileiros viram a necessidade de se implantar um sistema de controle para a manutenção, programando

datas de paradas, controlando os custos, disponibilidades de máquinas, otimização de mão de obra e de

equipamentos; dando à produção o maior número de horas de máquinas funcionando ao menor custo possível

de manutenção com a melhor qualidade possível.

São pelos motivos expostos acima que é necessário que as empresas tenham uma manutenção planejada

evitando desperdícios por conta de altos tempos de parada de máquinas, falta de peças reservas para

manutenção, alta taxa de retrabalhos, tempo efetivo de homem hora trabalhando baixos e falta de históricos de

manutenção para tomada de decisão.

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Mas como deve ser a organização da área de manutenção é que é a grande dúvida no momento de iniciar um

trabalho de manutenção planejada, e, é com este intuito que este trabalho propõe um modelo de organização de

uma área de PCM (Planejamento e Controle de Manutenção) dando as bases para uma empresa que queira

implantar uma área de planejamento e demonstrando através de uma revisão bibliográfica que a manutenção

planejada dá resultados.

O método usado para a obtenção do resultado final do trabalho foi através de um apanhado das várias

literaturas sobre gestão de manutenção e de vários anos de experiência em planejamento de manutenção numa

indústria papeleira sugerir o que pode ser chamado de um modelo ideal de organização e metodologia de

trabalho para obter resultados à nível de manutenção classe mundial.

Na Introdução do trabalho (Item 1), podem ser encontradas todas as idéias e objetivos que originaram o

trabalho, bem como as justificativas que apóiam a idéia de que uma área de planejamento de manutenção é

necessária em uma empresa que busca níveis de excelência em manufatura e logo em manutenção também.

Na Revisão Bibliográfica (Item 2), consta toda a revisão bibliográfica julgada necessária à empresa que

pretende trabalhar de forma a obter excelência em manutenção e estar sempre buscando ser uma referência

mundial no que faz e para isto são repassados vários conceitos e filosofias como EDM (Engenharia de

Manutenção) TPM (Total Productive Maintenance), Benchmarcking, WCM (World Class Maintenance), RCM

(Reliability Centred Maintenance), Índices de Manutenção, Custos de Manutenção e PCM (planejamento e

Controle de Manutenção).

Em Materiais e Métodos (Item 3), se busca desenvolver o tema Planejamento de

Manutenção enfatizando na delimitação “Metodologia de Trabalho”e “Áreas de Apoio” ao planejamento;

propondo um forma de trabalho para a área de planejamento atuar no desenvolvimento de suas funções; bem

como; que áreas são necessárias para que o Planejamento tenha total apoio no que tange a melhorias

necessárias em instalações e equipamentos, cadastro de sobressalentes, reparos em equipamentos,

documentação, logística e inspeção. Aborda-se também o assunto “Software de manutenção ou ERP” que se

fazem necessários para que a manutenção atue a contento, bem como, a equipe de planejamento necessária

para garantir a funcionalidade desta área.

Em Resultados e Discussões (Item 4) são demonstrados os resultados que serão obtidos em trabalhar com uma

manutenção planejada, assim como, em se usar a metodologia proposta neste trabalho. Busca-se demonstrar a

importância das áreas de apoio na execução do planejamento de manutenção e os resultados que podem ser

obtidos com o uso de uma metodologia e de um suporte adequado quando da execução da manutenção.

16 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Enquanto nos países do velho continente houve uma evolução gradativa da manutenção; à medida que se

vivenciavam os momentos da história; no Brasil houve (década de 90) uma tentativa desesperada de se

implantar nas empresas todos os programas de qualidade e aumento de produção em poucos anos, isto,

causou em muitos a sensação de que tudo estava errado nos atuais processos.

A evolução da manutenção na Europa aconteceu da seguinte forma:

Até 1914 - manutenção era uma atividade secundária e executada pelo efetivo da operação;

De 1914 a 1930 – equipe destinada exclusivamente para reparos mínimos (corretiva) para cumprir programas

de produção em série introduzida por Ford;

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De 1930 a 1950 – além dos reparos eram feitas prevenções de avarias, agora a equipe de manutenção tinha

tanto valor quanto a de produção. As manutenções ocorriam em função de um determinado tempo, o que ficou

conhecida como manutenção preventiva periódica ou preventiva sistemática.

Em 1950 – surge a EDM (Engenharia de Manutenção) para dar mais agilidade aos processos de diagnóstico

das falhas e para controlar e planejar as manutenções preventivas. Este processo ficou conhecido como

Manutenção Produtiva.

Em 1960 – surgiu o que ficou conhecida como Manutenção Seletiva, a precursora da

Preditiva ou baseada em condições. Em meados de 60; com a difusão do TQC (Total Quality Control ou

Controle de Qualidade Total); acontece a quebra de um paradigma onde a manutenção era considerada

secundária ou de menor importância, pois, a liderança deste grupo de melhoria de qualidade e produtividade

caberia ao gerente de manutenção. Com o advento de computadores de maior tecnologia houve o

desmembramento da EDM com o PCM onde coube ao PCM apenas o controle, planejamento e implantação dos

sistemas de manutenção.

Em 1970 – houve uma necessidade de juntar a parte de custos à gestão da manutenção, necessidade

levantada pelos ingleses, surgindo a Terotecnologia; que busca alternativas técnicas, estudos de confiabilidade

e avaliações técnico-econômicas obtendo ciclos de vida de equipamentos cada vez menos dispendiosos. A

terotecnologia é a base da hoje conhecida como Manutenção Centrada no Negócio, onde os custos norteiam as

decisões da manutenção.

Em 1971 – surge a Total Productive Maintenance (TPM) ou Manutenção Produtiva

Total (MPT); desenvolvida pelos japoneses; que juntaram todas as técnicas anteriores num só sistema, porém,

ocupando o tempo dos profissionais da manutenção em parte das inspeções realizadas pela engenharia de

manutenção. Na TPM se busca o envolvimento de todos no aumento de produtividade.

Em 1980 até hoje – Em 1980 com o surgimento dos microcomputadores, com uma linguagem simples, os

profissionais de manutenção passaram a desenvolver seus próprios programas de gestão de manutenção e o

PCM passou a ter uma importância tão grande que passa a ser um órgão de assessoramento da produção. Em

1993 a ISO revisa a norma e inclui a função Manutenção no processo de certificação dando reconhecimento

desta função no aumento da confiabilidade, redução de custos, prazo de fabricação e entrega, garantia de

segurança no trabalho e preservação do meio ambiente1.

Hoje se observa em muitas empresas que o PCM tem uma importância vital nas decisões de produção e nas

decisões de negócio, pois somente a manutenção pode garantir a disponibilidade das máquinas, qualidade dos

produtos e continuidade do negócio. Empresas que não vêem a Manutenção como uma função estratégica,

estão fadadas a terem uma vida muito curta no mercado em que atuam, pois, gerir a manutenção na empresa

significa; para os clientes; ter os seus produtos na data desejada, com a qualidade desejada e com o menor

custo possível do mercado e para a empresa que o faz significa a sobrevivência num mercado que oferece uma

concorrência acirrada e voraz.

Nesta conjuntura, onde a manutenção pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso no que se pretende

produzir, se faz necessária a existência da figura do Planejador de Manutenção que é a pessoa que vai

gerenciar todos os processos chamados “burocráticos”da manutenção, garantindo os históricos, os controles de

custos, os levantamentos de dados para

1 Fonte: Revista Manutenção e Qualidade Nº 54 – A Evolução da Manutenção – Lourival Augusto Tavares –

Adaptado.

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as tomadas de decisões as programações de horas e homens, a aquisição de material seja de estoque ou por

compra externa, o cumprimento das estratégias a serem seguidas, o gerenciamento de planos e demais tarefas

necessárias para o andamento da manutenção, ou seja, esta pessoa é de suma importância para o processo.

Vários autores citam as atribuições do planejador de manutenção, mas nenhum deles descreve com clareza

para o leitor quais são realmente as tarefas que o planejamento de manutenção deve desempenhar dentro de

uma empresa para cumprir realmente o seu papel principal que é o de Administrar e gerenciar a sua carteira de

serviços com o objetivo único de obter um índice de serviços não planejados tal que esteja dentro dos índices

de Benchmark da manutenção Classe Mundial, ou seja, toda vez que acontecer uma parada não programada

para manutenção é evidência de que a área de planejamento falhou em alguma coisa e algo deve ser feito no

sentido de eliminar pela raiz a causa do problema.

Segundo Tavares2 a área de PCM tem como atribuições as seguintes:

• Assessorar a gerência em tudo que se refira a programação e controle;

• Administrar contratos de serviços de terceiros;

• Organizar e manter o patrimônio técnico da gerência;

• Avaliar necessidades de treinamento do pessoal pesquisando cursos mais adequados;

• Revisar as programações e instruções de manutenção;

• Avaliar pontos de perda de produtividade emitindo sugestões.

2 Fonte: Revista Manutenção e Qualidade Nº 54 – A Evolução da Manutenção – Lourival Augusto Tavares.

Segundo MOUBRAY a evolução da manutenção pode ser definida em três gerações, que tiveram seu marco

inicial em 1930, onde a primeira; antes da I Guerra Mundial; resumese em conserto após a quebra. Na segunda

geração; após a I Guerra Mundial; é que efetivamente surge o conceito de Engenharia de Manutenção (EDM),

pois neste período existiam fortes pressões devido à falta de mão de obra e aí é que se percebeu que as

máquinas quebradas levavam a baixas demandas e conseqüentemente lucros cessantes.

Com isto ocorreu um aumento da mecanização da produção e da dependência destas máquinas para se

produzir e a paralisação das máquinas para manutenção ficou evidente surgindo a idéia de que estas

paralisações poderiam ser evitadas.

Para PINTO a prática da Engenharia de Manutenção significa “uma mudança cultural, perseguir benchmarks,

aplicar técnicas modernas”.

Com a evolução das técnicas de manutenção houve também um aumento dos resultados conseguidos em

disponibilidade e confiabilidade conforme demonstra a Figura 16 abaixo:

Manutenção Corretiva

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Manutenção Preventiva

Engenharia De Manutenção

R e s u lt ado s

Tempo

Fonte – PINTO (adaptado) Figura 1 – Evolução x Prática de Manutenção.

Para TAVARES3 a Engenharia de Manutenção tem as seguintes atribuições: • Elaborar especificações de

compra de materiais e novos equipamentos;

• Analisar relatórios emitindo sugestões;

• Analisar o LCC (Custo do Ciclo de Vida dos Equipamentos) apresentando sugestões;

• Aplicar as técnicas do ABC (Custeio Baseado em Atividades) para indicar os processos onde devem ser

reforçados os recursos e aqueles onde devem ser reavaliadas suas necessidades;

• Aplicar as técnicas de TOC (Teoria das Restrições) para determinar os pontos do processo onde existem

“gargalos” e sugerir recomendações para reduzir os efeitos desses “gargalos” (re-engenharia de máquinas,

métodos e processos);

• Avaliar e sugerir técnicas de preditiva.

Todas as indústrias, com certeza absoluta, tem problemas crônicos em equipamentos e instalações que afetam

a disponibilidade a qualidade e a imagem da área de manutenção. Estes problemas são causados por uma

série de fatores, que vão desde um erro na montagem dos equipamentos até na concepção de projetos das

instalações e que não são fáceis de solucionar, já que dependem de uma análise detalhada dos problemas,

estudos destes problemas na busca pela causa raiz do problema e na elaboração de um plano para solucionar o

problema.

Muitas empresas não possuem pessoal apto ou capacitado tecnicamente para realizar estas tarefas e quando

tem estão envolvidos em outras atividades e não dispõem de tempo para se dedicar a estes estudos e soluções.

O ideal é manter uma equipe dedicada somente para a realização destas tarefas na empresa, pois, assim

haverá uma análise crítica sobre cada problema encontrado.

3 Lourival Augusto TAVARES – Artigo “Desenvolvimento da Organização da Manutenção” publicado na Revista

Nova Manutenção Y Qualidade número 54.

Existem basicamente no Brasil três formas de atuação da manutenção:

• Centralizada – Existe um único órgão de manutenção, que tem mesmo nível da operação, que atende todos os

órgãos do processo operativo.

• Descentralizada – Cada órgão operativo tem seu próprio corpo de mantenedores para atuar tanto no

planejamento, controle e execução das necessidades de manutenção.

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• Mista – É uma junção das duas anteriores agrupando as vantagens das duas, tendo um grupo próprio para as

manutenções corriqueiras e uma padronização do grupo central, além de oferecer recursos humanos para

maiores manutenções4.

Cada forma tem suas características e particularidades dependendo das necessidades e porte da empresa e da

forma como atuam nas intervenções de manutenção ou se tem pessoal próprio ou terceiro e ainda se estão

perto ou afastadas dos grandes centros de tecnologia.

Conforme a pesquisa da Associação Brasileira de Manutenção (ABRAMAN) realizada em 2003, 42,5% das

empresas atuam de forma Centralizada, enquanto que 21,3% atuam de forma descentralizada; restando 36,2%

para as que trabalham de forma Mista.

4 Fonte: Revista Manutenção e Qualidade Nº 54 – A Evolução da Manutenção – Lourival Augusto Tavares.

Nos atuais níveis de competitividade e tecnologia que as empresas estão não é concebível que não se tenha

um orçamento e um controle rígido dos seus custos, a fim de mantê-los dentro dos limites de suas metas e

objetivos a serem cumpridos por todas as áreas da empresa, para que os resultados gerais sejam atingidos, ou

seja, cada departamento deve fazer parte e ter influência sobre os resultados finais. Dizer que não é possível ter

um controle sobre os custos de manutenção é argumento não mais aceito; a empresa que ainda hoje usa o

argumento de que não há meios de saber se o equipamento vai quebrar ou não para prover orçamento e assim

ter um controle sobre este orçamento é coisa de amador, pois existem infinitas possibilidades de dizer quando,

como e porque determinado equipamento quebrará.

Segundo a pesquisa da Abraman; “A Situação da Manutenção no Brasil”; de 2005 o custo da manutenção em

relação ao faturamento bruto foi de 4,1% do PIB representando 25 bilhões de dólares, não sendo muito diferente

da média mundial que segundo a mesma pesquisa é de 4,12% do PIB. Já segundo o Profitability Engineers5;

através das respostas de uma pesquisa realizada em 404 empresas, sendo, 45 de Portugal, 197 UK, 6

Alemanha, 42 França e 54 nos EUA os custos de manutenção em relação ao faturamento são conforme exposto

na Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Custos da Manutenção pelo Faturamento

5 Profitability Engineers – Empresa de “Coaching", especializada na melhoria das capacidades da Qualidade e

da Produtividade dos seus clientes. A ProfitAbility engineers é certificada pelo INOFOR, e a única em Portugal a

obter a acreditação do Centro de Gestão da Qualidade da VDA 6 (VDA-QMC), para Formação e Consultoria

relacionadas com a série de normas VDA 6..

Setor % Setor % Petróleo 2,5 Automitivo 4,6 Aeroespacial2,7Pepel e celulose4,7 Eletrônica 2,9 Químico 5,0

Bebidas 3,0 Plástico 5,0 Alimentos 3,1 Embalagem 5,1 Engenharia 3,3 Textil 5,1 Farmecêutico 3,9 Nuclear 7,3

Borracha 4,3 Serviços 8,0

Vidro 4,3 Construção Civil 8,1 Mineração/Metais 4,4 Transportes 12,7

Fonte: Profitability Engineers

Custos da Manutenção Pelo Faturamento

No Brasil os custos de manutenção estão com uma tendência à queda ao longo dos anos, talvez pelo aumento

do profissionalismo e do aumento do uso de tecnologia na manutenção e com certeza pelo aumento do

conhecimento que o pessoal da manutenção, seja, os mantenedores ou os administradores. O que se pode

Page 11: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa

afirmar diante desta questão é que nunca em outros tempos houve um aumento tão grande de trabalhos

publicados sobre o assunto manutenção.

Evolução dos Custos de Manutenção

% C usto de

M a nut e nç ã o / f a t ur a m e n t o

Fonte: Gestão Estratégica e Confiabilidade - Alan Kardec e João Ricardo Lafraia - adaptado Gráfico 1 –

Evolução dos Custos de Manutenção / Faturamento no Brasil.

A área de PCM tem influência em tudo que refere a custos na manutenção, pois, é por este departamento que

deve passar todo o fluxo de informações das várias áreas da indústria, obtendo assim uma espécie de “QG” da

manutenção. Afirmar que o Planejamento de Manutenção não é necessário é como dizer que não é necessário

fazer manutenção. Esta relutância de algumas empresas se deve ao custo elevado desta área já que os

profissionais devem ser experientes, conhecer as políticas de custos da empresa, ter formação superior

preferivelmente e ter domínio sobre as áreas de atuação seja ela mecânica, elétrica, instrumentação, civil ou

outra qualquer.

Das várias formas de manutenção existentes a mais barata é a manutenção planejada como pode se observar

na Tabela 26 abaixo:

Tabela 2 – Custo Comparativo por Tipo de Manutenção

Tipo de ManutençãoCusto US$/HP/ano

Corretiva não planejada17 a 18

Preventiva11 a 13 Preditiva/Corretiva Planejada7 a 9

Fonte: NMW Chicago 1998.

Custos por Tipo de Manutenção

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Máquinas paradas representam perdas de produção e de qualidade, pois a cada reinício de máquina deve se

realizar os “Set Ups”, ou melhor, os ajustes para conseguir uma produção com um nível de qualidade ideal.

Muitas empresas têm um sistema de custos para a manutenção e realmente controlam os seus custos, porém o

que poucas empresas realizam é contabilizar as perdas de produção e qualidades decorrentes das paradas.

Segundo pesquisa realizada pela Astrein Engenharia7, em outubro de 2002, na região de Campinas com

empresas dos setores têxtil, metalúrgico, serviços, autopeças, químicas, alimentação e agropecuário; todas de

médio porte; obteve-se que 65% destas empresas acompanham os seus custos de manutenção e 78% destas

tem acompanhamento de custos perdidos de produção, conforme ilustrado no Gráfico 2; abaixo:

Custos de Manutenção e Custos de Perda de Produção

Perdas de ProduçãoCustos de Manutenção

Gráfico 2 – Custos de Manutenção e Perdas de Produção

6 NMW – National Manufacturing Week. 7 Conforme reportagem de M. A. Fernandes “Como Aumentar a

Disponibilidade das Máquinas e Reduzir Custos de Manutenção“ publicada na revista Máquinas e Metais de

abril de 2003 nas páginas 316 a 329.

Através desta pesquisa pode-se notar que, na região de Campinas e nos ramos de negócio citados, muitas

empresas estão preocupadas somente com as perdas de produção esquecendo-se que é através dos custos

que compõem a manutenção; mão de obra, materiais e terceiros; é que se pode dizer se estes estão dentro de

determinados parâmetros de benchmark e precisar se as máquinas usadas já estão ultrapassadas ou se os

métodos de manutenção usados estão corretos, ou seja, se não se acompanha quanto se gasta para por as

máquinas em funcionamento pode ser que se esteja gastando muito para ter a produção desejada e em pouco

tempo pode acontecer que se esteja gastando tanto dinheiro com manutenção que inviabilize executar a

manutenção e deva-se partir para uma substituição da máquina ou uma reforma, os chamados retrofittings.

Conforme Wireman8 no livro “World Class Management” para cada US$ 10.0 gastos em manutenção o custo

efetivo é de US$ 50.0, pois, US$ 40.0 são referentes à máquina parada; sendo que este custo referente à perda

de produção pode variar de duas a quinze vezes o custo gasto em manutenção.

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8 Wireman, Terry – É especialista em gerenciamento de manutenção industrial com reconhecimento mundial.

Qualquer livro que se refere a manutenção que nos propusermos a ler citará o tal do índice de manutenção, mas

o que isto realmente significa para o pessoal de chão de fábrica talvez seja o ponto crucial a ser abordado. Se

as ações destes funcionários estiverem dentro das exigidas pelos líderes bastará para que esteja a empresa

dentro dos melhores índices de manutenção Classe Mundial?

Índices nada mais são que números que se referem a determinados parâmetros a serem seguidos para que a

empresa esteja entre os melhores do ramo no que se refere a manutenção. Por exemplo, se uma empresa da

Finlândia, que fabrica o mesmo produto que uma empresa Brasileira, gasta 4% do seu faturamento em

manutenção e a empresa Brasileira gasta 10% do seu faturamento para realizar manutenção; significa que

devem ser tomadas ações para que este valor seja baixado a fim de estar dentro dos índices mundiais de

manutenção.

Para os funcionários significa que devem cumprir suas tarefas da melhor forma possível e sempre sugerindo

possíveis melhorias para o processo, pois, o profissional de hoje não deve limitar-se a executar suas tarefas e

sim interagir com o meio que o cerca. Segundo o Projeto Mobilizar da revista Mobile Fornecedores de maio de

2002 as características de um bom mantenedor são:

• Observa, é minucioso; • Tem curiosidade técnica e apura causas dos problemas;

• Não vê problemas em seguir métodos. Cumpre e faz cumprir o programa de manutenção;

• Tem conhecimentos técnicos. Todas as suas solicitações deverão ser baseadas na técnica. Para tanto é

necessário manter-se atualizado;

• É exigente e não permite o mau uso dos equipamentos e nem baixa qualidade na manutenção;

• É atencioso. Os operadores dão informações valiosas sobre o desempenho de cada máquina;

• Usa a criatividade e procura os melhores meios para que um serviço seja executado ao menor custo com

qualidade e segurança;

• É consciente e sabe que a manutenção é um meio de garantir a produção e não um fim;

• É responsável e sabe que depende dele um trabalho correto de manutenção.

Os índices de manutenção são vários e a adoção de um ou outro índice na empresa depende de cada uma,

pois, depende de que resultado a empresa deseja medir ou que aspectos a empresa quer melhorar ou controlar.

A ABRAMAN realiza desde 1985 o levantamento dos índices no Brasil e são pesquisados 49 índices. Em 2001

a ABRAMAN divulgou uma pesquisa que apresentava os índices de indicadores internacionais que hoje são

usados por esta para comparação (Benchmarking) com os índices Brasileiros, conforme Tabela 3, abaixo:

Tabela 3 – Indicadores Internacionais

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Indicador Índice

Custo de manutenção por faturamento1,5 à 5% Custo de manutenção por imobilizado2 à 5% Custo relativo com

pessoal próprio20 à 45% Custo relativo com material20 à 5% Custo relativo com contratação10 à 40%

Disponibilidade operacional78 à 91% Trabalho em manutenção corretiva2 à 20% Trabalho em manutenção

preventiva18 à 40% Pessoal próprio / pessoal total10 à 30% Pessoal contratado / pessoal próprio10 à 5%

Supervisores / supervisionados4 à 7% H.h treinamento / H.h total5 à 10% Horas de espera (em relação ao

tempo total de manutenção)15 à 20% Produtividade do pessoal de manutenção30 à 40% Ociosidade do pessoal

de manutenção6 à 10% Efetividade operacional global48 à 78%

Indicadores Internacionais

Fonte: Índices de Manutenção-Benchmarking e Tendências no Brasil- Lourival Augusto Tavares

Segundo Herbert Ricardo Garcia Viana no seu livro PCM existem seis indicadores chamados de “Índices de

Classe Mundial”, pois são os mais usados nos países do ocidente, sendo:

• MTBF – Mean Time Between Failure ou TMEF - Tempo Médio Entre Falha;

• MTTR – Mean Time To Repair ou TMR – Tempo Médio de Reparo;

• Custo de Manutenção por Faturamento;

• Custo de Manutenção por Valor de Reposição.

O que deve ficar como evidente no caso de indicadores de manutenção é que estes devem ajudar a gerenciar e

caracterizar para os administradores como anda sua manutenção, ou seja, os índices são; ou deveriam ser,

dependendo da fidelidade dos dados da manutenção da empresa, se tem fontes que realmente retratam os

números da manutenção; o retrato fiel da situação encontrada na empresa. Nas tomadas de decisão por parte

dos gerentes; seja em investimentos de novos projetos ou na substituição de equipamentos que apresentem

números que comprovem que não é mais lucrativo realizar a manutenção; os índices possam ser a fonte de

dados para delinear as ações.

O TPM é uma metodologia que na verdade é um apanhado das anteriores; como

Manutenção Preventiva (MP), Manutenção do Sistema de Produção (MSP), Manutenção Preditiva (PM);

condensadas, pelos Japoneses (JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance) na década de 1970, numa única

metodologia que se resume em ações para a Eficiência Global dos Equipamentos, conforme preceitos da

chamada primeira geração do TPM.

O TPM (Total Productive Maintenance), usado no Brasil como MPT (Manutenção

Produtiva Total), é uma metodologia de excelência em manutenção; embora foi concebido em empresas de

manufatura (Nippon Denso 1971); teve sua introdução no Brasil em 1986, mas somente 1990 é que tivemos a

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implantação efetiva em empresas brasileiras e nesta década duas empresas foram candidatas ao prêmio TPM

no Brasil.

Na integra o TPM é uma nova forma de administração, já que deve haver o envolvimento de todos no processo

de produção e manutenção, independente do nível hierárquico, pois segundo TAVARES “o conceito básico do

TPM é a reformulação e a melhoria da estrutura empresarial a partir da reestruturação e melhoria das pessoas e

dos equipamentos, com envolvimento de todos os níveis hierárquicos e a mudança da postura organizacional.”;

e segundo Banker9 “o TPM cria um auto-gerenciamento no local de trabalho, uma vez que os operadores

"assumem" a propriedade de seu equipamento e cuidam dele eles próprios”, já que segundo estatísticas 60%

dos danos em equipamentos é causado pela operação10.

Talvez a melhor definição do que seja TPM é dada pelo próprio JIPM sendo:

Esforço elevado na implementação de uma cultura coorporativa, que busca a melhoria da eficiência dos

sistemas produtivos, por meio da prevenção de todos os tipos de perdas, atingindo assim o zero acidente, zero

defeito e zero falhas durante todo o ciclo de vida dos equipamentos, cobrindo todos os departamentos da

empresa incluindo Produção, Desenvolvimento, Marketing e Administração, requerendo o completo

envolvimento desde a alta administração até a frente de operação com as atividades de pequenos grupos.

(JIPM, 2002, p.1).

9 Banker – Pesquisar este cara BECK, L. K. Speaking of continuous improvement. Engineer’s Digest. Abril,

1999.Disponível em < w.findarticles.com/cf_0/m0BIM/4_27/54986446/print.jhtml >acesso em 13 mar 2003. 10

Fonte: Produtividade e Qualidade na Manutenção, Wieland Kröner, página 61, 1999.

Desde a sua criação o TPM sofreu alterações para se adaptar à nova realidade das indústrias diante das novas

tecnologias e inovações surgidas ao longo do tempo, de forma que na década de 1970 tinha-se o que se chama

de 1º Geração do TPM focando as perdas por falhas nos equipamentos; a partir de 1980 a chamada 2º Geração

tem como foco a eliminação de seis grandes perdas nos equipamentos, sendo:

• Perda por operação em vazio, e pequenas paradas;

Até 1980 a estratégia era a Máxima Eficiência dos Equipamentos, porém, a partir de 1990 o TPM muda sua

estratégia para Produção e TPM, focando o Sistema de Produção e a eliminação de dezesseis perdas

englobando oito perdas referentes aos equipamentos, cinco perdas referentes aos fatores humanos e três

perdas referentes aos recursos físicos na produção.

A partir de 2000 surge a chamada quarta geração do TPM tendo como estratégia a

Gestão e TPM, focando o Sistema Geral da Companhia e trabalhando para a eliminação de vinte perdas

referentes a processo, inventário, distribuição e compras.

1a geração 19702a geração 19803a geração 19904a geração 2000

Fonte: PALMEIRA, J. N.; TENÖRIO, F. G. Flexibilização organizacional: aplicação de um modelo de

produtividade total. Rio de Janeiro: FGV Eletronorte, 2002. 276p. ISBN 85- 225-0402-4.

Produção e TPMGestão e TPM

Page 16: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa

Sistema de ProduçãoSistema geral da Companhia

Vinte perdas (processos, inventário,distribuição e compras)

Dezesseis perdas (equipamentos, fatores humanos, e recursos na produção)

Seis principais perdas nos equipamentos Perda por Falha

Estratégia Foco

Perdas

Equipamento Máxima eficiência dos equipamentos

Figura 2 – As Quatro Gerações do TPM

O JIPM premia empresas em excelência em implantação e sustentação em TPM desde 1971, sendo a Nippon

Denso, uma empresa de autopeças Japonesa, a primeira a receber o prêmio de excelência11.

No Brasil existem várias empresas que praticam o TPM e já receberam o prêmio do JIPM, como:

• Pirelli Cabos de Cerquilho e a Pirelli Pneus de Santo André em 1996;

• Unilever de Vinhedo e Indaiatuba, Unilever Best Foods de Valinhos em 2000;

• Eletronorte do Mato Grosso do Sul em 2000.

O TPM tem como princípios básicos oito Pilares de Sustentação12, que devem ser usados a fim de se ter uma

diretriz a ser seguida na sua implantação, sendo:

• Pilar de Melhoria Focada ou Específica;

• Pilar de Manutenção Autônoma;

• Pilar de Manutenção Planejada;

• Pilar de Treinamento e Educação;

• Pilar de Gestão Antecipada;

• Pilar de Manutenção da Qualidade;

• Pilar de Segurança, Saúde e Meio Ambiente;

• Pilar de Melhoria dos Processos Administrativos.

1 NAKAJIMA, S. Introdução ao TPM. São Paulo: IMC Internacional Sistemas Educativos, 1989. 110p. 12

NAKAJIMA, S. Introdução ao TPM. São Paulo: IMC Internacional Sistemas Educativos, 1989. 42p.

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Segundo Haroldo Ribeiro13 em artigo publicado na revista Manutenção da

ABRAMAN o número de empresas que adotou o TPM desde a década de 1990 cresceu vertiginosamente; não

por uma questão de modismo, mas, por uma necessidade de se aumentar produtividade, competitividade e

conseqüentemente lucro. O que há, segundo Haroldo, é que muitas empresas se decepcionaram com esta

implantação pelo seu baixo retorno financeiro, que deveria ser de 30 para 1 em processos contínuos e de até

100 para um em processos seriados num período de três anos. Mas isto ocorre não devido à não eficácia do

programa, mas da maneira como ele é implantado, e no artigo “Sua Empresa Tem TPM ou Pensa Que Tem?”14

o autor ressalta exatamente os pontos falhos no momento da implantação do programa de TPM, sendo:

• A implantação não ocorre no sentido Top-Down, ou seja, o sentido é da alta gerência para os funcionários e

não somente da média gerência para baixo;

• Basicamente é a manutenção que carrega o TPM nas costas, ou seja, não há envolvimento do pessoal da

produção;

• Falta de entendimento do que é TPM, ou seja; não há sistemática para medir e acompanhar as perdas que

comprometem o desempenho dos equipamentos; problemas crônicos nos equipamentos não são tratados

cientificamente; a manutenção autônoma não é sistêmica ou técnica; as condições dos equipamentos não

permitem a manutenção autônoma; não há uma política de manutenção definida; os treinamentos somente

envolvem os operadores e não a manutenção; o desempenho da manutenção é medido apenas pelos custos e

não pela disponibilidade; a manutenção se limita a manter a confiabilidade e não procura aumentar esta; os

equipamentos e sobressalentes são comprados apenas pelo menor preço e não pelo Custo do Ciclo de Vida

que envolve custo de aquisição, custo de instalação, custo de testes, custo de operação, custo de manutenção,

custo (ou recuperação) com o descarte.

13 Haroldo Ribeiro é Engenheiro Mecânico com especialização, Consultor especializado no Japão, engenheiro

e Auditor da Qualidade certificado pela ASQ-EUA, possui artigos publicados no Japão e autor de vários livros

como “5S- A Base da Qualidade Total”. 14 Sua Empresa Tem TPM ou Pensa que Tem? – artigo publicado na

revista Manutenção (Abraman) edição 82 de Julho/Agosto de 2001.

Para a implantação do TPM são necessárias quatro fases divididas em doze etapas, sendo:

Fases Etapas 1- Declaração oficial da decisão da Diretoria pela implementação do TPM 2 - Educação,

treinamento e divulgação do início da implementação 3 - Estruturação das equipes de multiplicação e

implementação 4 - Estabelecimento da política básica e metas do TPM 5 - Elaboração do plano diretor para

implementaÇão do TPM

Introdução 6 - Lançamento do projeto empresarial TPM 7 - Sistematização para melhoria do rendimento

operacional 8 - Gestão antecipada 9 - Manutenção da Qualidade 10 - Melhoria dos processos administrativos 1-

Segurança, Saúde e Meio Ambiente

Consolidação12 - Aplicação total do TPM Fonte: adaptado de NAKAJIMA, 1989, p.47 e PALMEIRA, 2002, p.103

Preparação Implantação

Figura 3 – As Doze Etapas para Implantação do TPM.

Segundo Preston Ingalls15 o conceito de TPM é simples, e origina-se no fato obvio da manutenção; “As

máquinas se deterioram devido ao desgaste normal; como fricção, calor e corrosão; e são acelerados por fatos

excepcionais como pelo mau uso por parte da operação e falta de manutenção”. Para evitar ocorrências de

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manutenção bastaria a aplicação de uma manutenção preventiva, porém, não há uma regularidade desta por

problemas de ordem sistemática do ser humano e isto causa a deterioração da máquina. O maior problema

encontrado nas empresas é que existe uma pessoa exclusivamente para realizar manutenção e outra exclusiva

para operação, não havendo uma polivalência por parte destas na realização do que se chama “gerenciamento

do ciclo de vida do equipamento” que deve ser monitorado em tempo integral, e a pessoa que está o maior

tempo em contato com o equipamento é o operador deste, logo, este deve limpar, lubrificar, inspecionar e

realizar pequenos reparos (manutenção autônoma) na “SUA” máquina, ou seja, deve haver um sentido de

posse do equipamento por parte do operador. O mantenedor deve intervir em oportunidades onde realmente

seja exigida a presença de uma pessoa mais capacitada tecnicamente para realizar reparos de maior porte.

15 Preston Ingalls é presidente do Marshall Institute, um centro de treinamento em TPM fundado por George

Smith nos EUA na década de 1950.

Os termos técnicos usados nas companhias brasileiras, na sua maioria, são oriundos de outras línguas e neste

caso nem o dicionário inglês-português ajuda, pois, a palavra não tem tradução.

Afinal o que significa este termo?

A palavra Japonesa Dantotsu, que significa lutar para se tornar o melhor do melhor, talvez possa ser usada para

elucidar o significado de Benchmarking, mas isto só não basta, pois para ser o melhor é necessário saber como

está o seu concorrente em relação a você, ou vice versa, ou seja, deve se ter parâmetros para poder fazer uma

comparação entre as empresas, e para isso, a necessidade de conhecer e superar os pontos fortes dos

concorrentes.

A finalidade do Benchmarking é a introdução de melhorias na empresa de maneira rápida e eficaz através do

aprendizado com os concorrentes, tornando-se uma vantagem competitiva no momento de tomar decisões para

superar os desafios na busca pelo melhor índice de desempenho no desenvolvimento de suas atividades.

Bem, então pode se afirmar que realizar Benchmarking é comparar um índice de manutenção da empresa com

um índice de manutenção que a Abraman publica nas pesquisas realizadas por ela nas empresas Brasileiras

como, por exemplo, o índice de “custo de manutenção por faturamento”, porém para isto deve se conhecer os

próprios índices, logo a mensuração dos próprios índices é essencial para poder realizar o Benchmarking.

Para a revista PME Negócios, no artigo “Como Fazer Benchmarking” um dos benefícios está justamente no fato

de a empresa orientar-se para o exterior buscando as melhores práticas para um aumento da competitividade e

além destes, cita:

• Facilita o reconhecimento interno da própria organização;

• Promove o conhecimento do meio competitivo;

• Constitui um exemplo de motor e de mudança que reduz a resistência interna.

“Chamem-lhe sabedoria ou senso comum, mas quando você estuda organizações de excelência, você fica com

excelentes idéias para a sua própria companhia.” Gary Mise - Benchmarking Coordinator - EXXON Company,

USA

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O comprometimento da alta direção para com o Benchmarking terá que ser traduzido numa postura que envolva

aspectos como16:

• A interiorização que a concorrência está em permanente mudança;

• Boa vontade para partilhar informação com os parceiros de benchmarking;

• Espírito aberto para novas idéias, criatividade, inovação;

• Promover a institucionalização do Benchmarking.

“O Benchmarking tornou-se uma das principais ferramentas para a gestão pela qualidade total. O processo de

Benchmarking, muitas das vezes permite a tomada de consciência necessária para levar a cabo as mudanças

profundas e radicais no desempenho das organizações, que normalmente são desesperadamente

ambicionadas." A. Blanton Gogfrey - Chief Executive Officer - Juran Institute, Inc.

Para TAVARES, “Benchmarking é definido como um processo sistemático e contínuo para medir, avaliar e

comparar práticas em relação a líderes reconhecidos que determinam a melhoria de performance que pode ser

obtida em uma organização. Obviamente que essa medição, avaliação e comparação só pode ser obtida se a

organização tiver dados confiáveis e consolidados para gerar seus indicadores”.

Existem três tipos de Benchmarking, sendo; o empresarial, governamental e o setorial, o empresarial se

subdivide em:

Interno - é realizado dentro da própria empresa entre os setores desta, sendo fácil de executar, pois, todas as

informações estarão à mão, já que estas são da mesma empresa. Pode ser realizado entre empresas de

mesmo grupo e serve para identificar um modelo a ser seguido a fim de obter-se uma padronização das ações.

Competitivo - é realizado entre empresas concorrentes a fim de se obter vantagem competitiva. É difícil de

realizar, já que as informações do concorrente são difíceis

16 Fonte: AEP – Associação Empresarial de Portugal

http://w.aeportugal.pt/inicio.asp/Areas/Qualidade/Benchmarking de obter, necessitando até mesmo de empresa

especializada para isto. Visam à comparação de produtos, serviços e métodos de trabalho.

Benchmarking

é

Segundo Washington Sorio17 “É”e “Não é” Benchmarking: Um processo contínuo; Uma investigação que

fornece informações valiosas; Um processo de aprendizado com outros; Um trabalho intensivo, consumidor de

tempo, que requer disciplina; Uma ferramenta viável a qualquer organização e aplicável a qualquer processo.

Benchmarking não é

Um evento isolado; Uma investigação que fornece respostas simples e "receitas"; Cópia, imitação; Rápido e

fácil; Mais um modismo da administração.

Alan Kardec no livro Gestão Estratégica define Benchmark como sendo: “o processo de identificação,

conhecimento e adaptação de práticas e processos excelentes de organizações, de qualquer lugar do mundo,

para ajudar uma organização a melhorar sua performance”.

Page 20: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa

Segundo o mesmo autor “Benchmark” “é a medida, uma referência, um nível de performance, reconhecido

como padrão de excelência para um processo de negócio específico”, já o Benchmarking “é um processo de

análise e comparação de empresas de mesmo segmento de negócio”.

17 Artigo “O que é Benchmarking” - Washington Sorio é graduado em administração de empresas com MBA em

Gestão de Recursos Humanos.

2.8. Terceirização (Outsourcing)

Na década de 1990 quando a onda de terceirização invadiu o país, trazidos pela introdução dos conceitos da

reengenharia de Michael Hammer; considerado o guru da reengenharia e da gestão por processos; fez com que

muitas empresas simplesmente adotassem a terceirização como a melhor interpretação de reengenharia.

Hammer, um consultor da Universidade de Cambridge, quando lançou o livro

“Reengenharia: Revolucionando a Empresa” não esperava que isto fosse acontecer da forma que aconteceu,

pois, levou-se ao pé da letra e houve demissão em massa de funcionários para no seu lugar serem colocados

terceiros. Segundo Hammer, em entrevista para a revista exame, houve um tremendo engano. Adotaram o livro

como um manual para a solução dos problemas.

"A reengenharia previa a destruição de velhos hábitos e o redesenho das operações e não demissões em

massa. A mensagem era para que as companhias ficassem livres das amarras da divisão tradicional em

departamentos e organizações".

"Era preciso acordar os executivos para uma mudança radical que estava por vir. No entanto, a maioria

entendeu como que se fosse um manual para resolver todos os problemas da companhia. Hoje, a realidade é

outra, as empresas estão buscando ferramentas para aprimorar os processos que começaram com aquela

fase".18

Desde meados de 90 sabe-se que a terceirização veio para ficar, porém, de que forma ela deve permanecer?

No seu novo livro”A Agenda” Hammer afirma que “o novo desafio das empresas é eliminar suas fronteiras”. Para

isto deve se buscar parcerias, mas de forma construtiva e não mais pelos contratos homem-hora ou por um

processo puro de empreiteirização. As empresas devem manter o seu “Core Business”19, ou seja, focar nos

processos que agregam valor na cadeia produtiva, no seu produto final e deixar os especialistas cuidarem

daquilo que não é a sua especialidade.

18 Fonte: “Quem Tem Medo do Doutor Hammer”-Revista Exame de abril de 2002. 19 Core business: foco de

atuação, o negócio principal de uma empresa.

O novo modelo de trabalho para a quebra dos paradigmas é trabalhar de forma que o terceiro seja o parceiro da

empresa buscando resultados, que, para a manutenção é a disponibilidade, ou seja, o produto do trabalho da

manutenção é a disponibilidade. Mas de que forma comprometer o parceiro a aumentar a disponibilidade se isto

irá eliminar sua fonte de renda, já que se quanto maior a disponibilidade menor a demanda de serviço?

Este é o novo desafio enfrentado pelas empresas nesta década.

Comprar soluções e resultados e não problemas e insatisfação.

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Há inúmeros casos de empresas que terceirizam em forma de “pacote”, ou seja, passa para o terceiro executar

determinado serviço com administração, mão de obra e material inclusos no valor total, porém deve haver uma

fiscalização tanto da qualidade dos serviços e dos materiais empregados, para não haver uma aplicação

indevida destes e comprometer a segurança e o funcionamento das instalações.

No Brasil existem vários exemplos de compra de serviços que funcionam de maneira satisfatória por serem mais

fáceis de administrar e controlar. Um que pode ser citado é no caso de manutenção de elevadores e pontes

rolantes, onde o próprio fornecedor faz todas as inspeções e manutenções necessárias à segurança e bom

funcionamento destes a um valor global de serviços e peças cobradas quando for necessária a sua substituição,

mantendo a disponibilidade dos equipamentos.

Segundo Alan Kardec no livro Gestão Estratégica da Manutenção a situação da contratação de serviços no

Brasil se encontra aproximadamente como segue:

Contrato de serviços 30%

Contrato de mão-de-obra 65% Contrato de resultados 5%

E conforme o mesmo autor para os referenciais internacionais este quadro deveria ser invertido como segue:

Contrato de serviços 30%

Contrato de mão-de-obra 5%

Contrato de resultados 65%

Mas para que a terceirização por resultados ou performance ocorra de maneira que não se torne uma dor de

cabeça no futuro; deve-se no momento de negociação do contrato, discutir os indicadores de resultados que

serão usados para medir a performance do equipamento ou instalação evidenciando assim todos os pontos que

serão levados em conta no momento da verificação do cumprimento do contrato.

Um exemplo de “Contrato de Resultados” que vem sendo praticado, são os de gaxetas, onde o fornecedor

assume a planta para todas as necessidades de engaxetamentos dos equipamentos que fazem parte de um

contrato, especificando e substituindo todas as gaxetas necessárias para obter o mínimo de vazamento

possível, cumprindo os indicadores, como MTBF, e assumindo os custos da reposição (material e mão-de-obra)

nos engaxetamentos que obtiverem um índice abaixo do contratual.

As empresas brasileiras ainda terão que evoluir muito para chegar nos moldes internacionais, mas, os primeiros

passos estão sendo dados nesta direção.

Empresas que pretendem competir no mercado nacional e principalmente internacional devem possuir produtos

que atendam as especificações de qualidade e custos, pois há muito o mercado deixou de ser um “Mercado

Vendedor” para ser um “Mercado Comprador”, ou seja, não existem mais os monopólios, onde o que se oferecia

era vendido e a qualquer preço, pois no “Mercado Vendedor” o conceito de preço era20:

Preço = Custo + Lucro

Já no “Mercado Comprador” o conceito de preço é:

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Preço – Lucro = Custo

Hoje as empresas devem ter uma Manufatura de Classe Mundial para atender o que é mais precioso para ela

“O Cliente”, e para que isto ocorra é necessário ter uma “Produção Enxuta”, conforme os modelos Japoneses

erradicados no ocidente pela Reengenharia, culminando em demissões em massa na década de 90. Porém

para se conseguir uma Manufatura de Classe Mundial é necessário ter uma Manutenção de Classe Mundial

(WCM), pois, só assim haverá uma diminuição dos custos dos produtos; já que neste novo conceito de Preço

quanto menor o Custo maior o Lucro; através de uma maior produtividade pelo maior tempo de máquina

funcionando (disponibilidade) proporcionado pela manutenção.

Para uma empresa possuir uma manutenção considerada de Classe Mundial é necessário eliminar o que pode

ser chamado de “as características da manutenção de terceiro mundo”:

• Alta taxa de retrabalho;

• Convivência com problemas crônicos;

20 Peter Drucker, Administrando em Tempos de Grandes Mudanças, Livraria Pioneira Editora, São Paulo.

• Número elevado de serviços não previstos; • Baixa Produtividade;

• Histórico de manutenção inexistente ou não confiável;

• Falta de planejamento prévio;

• Abuso de "gambiarras";

• Horas Extras em profusão;

• Total falta de tempo para qualquer coisa.

Não importa quem está fazendo a manutenção, se um profissional de manutenção altamente treinado e

especializado, um operador da própria máquina; através dos princípios do TPM; ou um mantenedor polivalente

que não tem tanta especialização em realizar determinado trabalho, o que interessa é que a manutenção esteja

fundamentada em sólidos procedimentos para ser atingida a manutenção “Classe Mundial” e assim uma

“Manufatura de Classe Mundial”.

Para Paul Thomlingson21 no livro “Effectiveness Maintenance” os objetivos de uma boa manutenção são para

cumprir os seguintes fatores:

• Apoiar a produção mantendo os equipamentos em bom estado de forma que as metas de produção sejam

atingidas;

• Manter em bom estado as instalações dos edifícios mantendo a planta de forma apresentável;

• Conduzir projetos de melhorias em equipamentos, instalações, relocações e construções;

• Desenvolver programações para conduzir os serviços;

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• Organização para manter os equipamentos em funcionamento, enquanto conduz projetos de melhorias;

21 Paul Thomlingson – Autor do livro “Effectiveness Maintenance”.

• Executar os trabalhos usando os recursos de forma produtiva; • Executar trabalho com qualidade;

• Realizar melhoria contínua através da avaliação da execução, tomando ações corretivas e medindo o

progresso;

• Preparar-se para as futuras mudanças pela antecipação das necessidades e flexibilidade da organização;

• Além destas práticas, deve-se, conduzir atividades pró-ativas para impedir que as falhas ocorram.

Para Preston Ingalls22 “A Melhor Manutenção está fundamentada nas Melhoras Práticas de Manutenção” e

estas práticas incluem doze itens:

Liderança e estendimento da política – o papel do líder na manutenção Classe

Mundial é o de dar suporte, manter o foco e a direção, através do estabelecimento da política, da visão e missão

da manutenção, mantendo a direção e os objetivos que servirão de guia.

Estrutura Organizacional – a eficiência da organização da manutenção está sob a dependência de muitas

variáveis interdependentes como: estrutura organizacional, meta e objetivo, processo de comunicação, políticas

e procedimentos, metodologias de trabalho e sistema empregatício. A organização das funções na manutenção

possui três principais níveis, sendo: nível organizacional (relações estruturais e organizacionais), nível de

processo (atividades do trabalho) e o nível do executor do trabalho (trabalhador individual). Se a eficácia de um

nível for negativa afetará o outro, por exemplo, se a definição das atividades do trabalho for ruim, como a falta

de planejamento e programação, pode impedir atitudes e execução individuais. Um elemento é desenvolver um

processo de imaginação e comunicação da filosofia da manutenção incluindo uma missão distinta, metas,

objetivos, foco, propósito, etc. Uma estratégia freqüentemente usada é a alocação dos recursos da manutenção

próxima do local do trabalho como áreas ou seções, isto aumenta a familiaridade com os equipamentos e

operadores da área e enseja um sentimento de propriedade. Isto pode ou não incluir a

2 Preston Ingalls é presidente do Marshall Institute, um centro de treinamento em TPM fundado por George

Smith nos EUA na década de 1950.

descentralização do controle de parte o de toda a manutenção para a produção; não importando muito; o

importante é a maximização do trabalho e da produtividade.

Gestão de Materiais – o propósito desta área é de refinar os estoques da manutenção e dinamizar os processos

de aquisição, focando ter o sobressalente certo, no lugar certo e no momento certo. Isto pode envolver um

estudo no fluxo de requisição dos materiais e implantação de um processo de minimização dos desperdícios e

estoques parados. Existem várias formas de minimizar o mau uso dos materiais nas empresas, como:

Implementar uma rotatividade, controle de custos, eficientes práticas de compra, auditoria, estoque do

fornecedor, registros de saída, acessos restritos, atendimento de emergência, controle de quantidade máxima e

mínima e pontos de compra e eliminar os estoques paralelos que podem levar muito tempo para serem usados.

Sistemas Computadorizados de Gerenciamento – o sucesso da manutenção depende em grande parte da

robustez do sistema de informação. Para isto é necessário ter um programa CMMS (Computerized Maintenance

Management Systems) de boa capacidade, suporte técnico e razoavelmente fácil de usar e devem ser

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compatíveis com os padrões da empresa. Estes módulos incluem: banco de dados de equipamentos, controle

de ordens de trabalho, manutenção preventiva, controle de estoque de peças, controle de documentação,

sistema de garantia, fácil de usar, relatórios, configurações personalizadas e no sistema métrico.

Manutenção Preventiva – PM (Preventive Maintenance) é freqüentemente definida como sendo “as atividades

de serviços baseados no tempo ou em medidas usadas para estender a vida do equipamento ou identificar

problemas potenciais através de inspeção e detecção prematura”. PM pode incluir atividades executadas,

através de contratos de serviços em equipamentos selecionados, atividades estas como: atividades de limpeza,

testes, tentativas de lubrificação, inspeção e serviços programados em paradas. A mais significante atividade

que ocorre na manutenção Preventiva é a Inspeção a qual pode levar à detecção prematura e correção. A

Manutenção Preventiva é a principal componente na passagem da Reação para a Proação através da detecção

prematura e correção prematura.

Manutenção Preditiva – Uma sensata descrição de PDM (Predictive Maintenance) é: “a aplicação de tecnologias

e processos de detecção prematura para monitorar e detectar mudanças nas condições permitindo uma maior

precisão na intervenção”.

Planejamento e Programação – Planejamento é a concepção de um processo para a execução, organizando o

trabalho de manutenção. Isto envolve a preparação de planos de trabalho e outros recursos para possibilitar ao

especialista executar o trabalho rápido e com maior eficiência. Isto freqüentemente tem a ver com “O Que “e

“Como”.

Programação é a criação de um calendário definindo “Quando” o trabalho será executado. Onde Planejamento

trata de “O Que” e “Como” Programação trata de definir “Quando” e “Quem” executará o serviço. A falta de

processos organizados e procedimentos padronizados podem significar uma manutenção com restrições no

atingimento dos objetivos e necessidades da organização. A maioria dos serviços de manutenção podem ser

planejados; e, na maioria dos casos, deveria ser. Aumento da produtividade e do valor agregado do pessoal da

manutenção depende em grande parte do planejamento apropriado das atividades.

Fluxograma do Trabalho – a “ordem de manutenção” ou “ordem de trabalho” é parte integrante de uma

execução efetiva da manutenção. Isto serve para:

• Identificar o trabalho

• Programar o trabalho

• Iniciar o trabalho

• Acompanhar o trabalho

A importância deste documento seja em papel ou eletrônico está no fato de permitir um controle e

acompanhamento do trabalho. Um significativo propósito é analisar o trabalho que foi executado para identificar

custos, perdas e a tendência de problemas.

Gestão Financeira – Cabe a esta área lidar com os procedimentos de controle fiscal da organização

manutenção. Isto inclui controle de orçamentos, monitoramento de custos de contrato, de mão de obra e

controle de custos de materiais. Pode também incluir o monitoramento e afetar nas decisões no momento do

reparo optando por uma substituição do equipamento.

Envolvimento da Produção – está se tornando raro encontrar organizações que não tenham os operadores

envolvidos em atividades básicas de manutenção. O lógico é ter operadores assumindo atividades de limpeza,

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lubrificação, ajustes, inspeções e pequenos reparos. Isto talvez na forma de Manutenção produtiva total ou outro

processo para encorajar o sentimento de propriedade, envolvimento e melhorar confiabilidade nos

equipamentos.

Recursos Humanos e Treinamento – para apoiar a “nova” organização da manutenção as funções devem ser

redefinidas, objetivando melhorar a eficiência e a eficácia. A visão tradicional das profissões com funções

restritas e definidas deve ser substituídas por funções com maior flexibilidade e alto nível de habilidades.

Pessoas terão êxito se tiverem capacidade, tiverem as regras definidas de trabalho, souberem o que se espera

delas, tiverem habilidades e conhecimento, bem como, das ferramentas e recursos para executar, e receber

retorno de informação e recompensa pelo bom trabalho. Treinamento e desenvolvimento das habilidades é a

chave para tornar as pessoas capazes de encontrar as expectativas fronte às mudanças.

Melhoria Contínua – a melhoria continua é melhor explicada como sendo a luta constante na obtenção da

melhor forma para fazer as coisas. Isto cria um desconforto com o “status quo”23a ir na direção da excelência

através de mudanças pequenas e cumulativas. Isto freqüentemente envolve a comparação dos processos com

outros para buscar a melhor forma de fazer. Isto é conhecido como Benchmarking. Isto envolve a auditoria e

monitoramento dos processos para reduzir a possibilidade de falhas imperceptíveis e não cumprimento das

normas. A maior inimiga da confiabilidade é a variação. Conseguindo um consistente processo para seguir,

porém, buscando continuamente formas para aperfeiçoar o processo, é uma das formas de uma boa companhia

se tornar a melhor companhia.

23 Status Quo – a existência de uma situação para um tempo certo.

Planejamento insuficiente, recursos humanos sem treinamento, falta de clareza de metas e objetivos, registros

históricos pobres, falta de liderança, e uma mão de obra ineficaz pode resultar em um tempo maior para realizar

o trabalho, maior custo e resultar em resultados com qualidade inferior. O resultado disto será uma organização

com postura inadequada para efetivamente competir.

Sólidas práticas de manutenção sustentam um sistema de manutenção robusto engrenado na direção de

atividades pró-ativas envolvendo toda a organização. Implementar estas práticas requer paciência,

compromisso da gerência e dedicação, assim como, a disposição para fazer isto acontecer através de um bom

planejamento e ações.

48 2.10. RCM – MCC - MBC

A filosofia Reability-Centred Maintenance (RCM) tem sua origem na indústria de aviação civil norte americana

no início da década de 1960. Esta filosofia teve origem devido à constatação de que muitas das filosofias

usadas na manutenção além de muito onerosas eram também perigosas. Através da junção de vários Grupos

de Direcionamento da Manutenção (Maintenance Steering Groups - MSG), formado por representantes dos

fabricantes de aeronaves, das empresas aéreas e do governo norte-americano (FAA - Federal Aviation

Administration), foi realizado um estudo de o que estava sendo feito para manter as aeronaves no ar.

Esta primeira tentativa, de uma formulação de estratégias para a manutenção, ficou conhecida como MSG 1 e

foi promulgada pela Associação de Transporte Aéreo (ATA - Air Transport Association) em Washington, DC, em

1968. Em 1970 surgiu o MSG 2, um refinamento do MSG 1, e na metade de 1970 Stanley Nowlan e Howard

Heap, ambos da empresas United Airlines, publicaram um relatório sobre a manutenção na aviação entitulado

Reability-centred Maintenance. Em 1980 foi lançado o MSG 3 que sofreu duas revisões, sendo uma em 1988 e

outra em 1993.

No Brasil o RCM é também conhecido como MCC (Manutenção Centrada em

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Confiabilidade), ou ainda, como MBC (Manutenção Baseada em Confiabilidade), introduzido pelo setor

petroquímico entre 1985 e 1986.

Nos últimos quinze anos surgiram várias técnicas e conceitos para o gerenciamento da manutenção, e o maior

desafio para os líderes reside justamente em qual técnica adotar para a sua empresa, já que essas técnicas

envolvem custos de implantação e dependendo de como esta técnica é implantada, ou de que nível de

empenho ou envolvimento das pessoas é necessário, para que estas técnicas funcionem e realmente resultem

em maior disponibilidade e confiabilidade das instalações.

Heinz P. Block24 afirma que 60% das empresas americanas desistiram do RCM depois da sua implantação,

pois usaram o processo completo geralmente ensinado. A sugestão de Heinz seria uma implantação de um

RCM “Aerodinâmico”ou parcial, adotando este sistema em apenas 15% dos equipamentos da empresa para

somente depois expandir.

Segundo Moubray (1997), no livro RCM I, “o principal desafio dos atuais gerentes de manutenção são os

seguintes”:

• Selecionar as técnicas mais apropriadas;

• Lidar com cada tipo de processo de falha;

• Satisfazer todas as expectativas dos proprietários dos itens, dos usuários dos itens e da sociedade como um

todo;

• De forma mais econômica e duradoura

• Com cooperação e suporte ativos de todas as pessoas envolvidas.

Uma definição formal para RCM seria: ”um processo usado para determinar os requisitos de manutenção de

qualquer item físico no seu contexto operacional” (Moubray 1997).

Como manutenção, para alguns livros, significa manter os equipamentos cumprindo as funções desejadas, e

para outros, manutenção significa “fazer continuar”, então, cabe ao RCM realizar um estudo de quais são as

funções que determinado equipamento foi projetado para cumprir, para somente então saber quais medidas

tomar para que o equipamento continue a executar tais funções.

24 Heinz P. Block - M. Sc. Mechanical Engineering, New Jersey Institute of Technology. Sócio-presidente da

Process Machinery Consulting/USA, com mais de 40 anos de experiência como profissional e como consultor

internacional em Equipamentos de Processo e Engenharia de Confiabilidade em mais de 20 países. Iniciou sua

carreira profissional como Engenheiro de Equipamentos na Exxon Petroleum e depois na Exxon Chemical.