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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde Curso De Medicina Veterinária TIPIFICAÇÃO, RENDIMENTO E CORTES DE CARCAÇA BOVINA CURITIBA 2007

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde

Curso De Medicina Veterinária

TIPIFICAÇÃO, RENDIMENTO E CORTES DE CARCAÇA BOVINA

CURITIBA

2007

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Brígida Torres Schainhuk

TIPIFICAÇÃO, RENDIMENTO E CORTES DE CARCAÇA BOVINA

CURITIBA

2007

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6

2 HISTÓRICO E DEFINIÇÕES ........................................................................... 7

3 TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇA BOVINA ........................................................... 10

3.1 BRASIL .......................................................................................................... 10

3.2 UNIÃO EUROPÉIA ........................................................................................ 13

4 CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA .............................................................. 16

4.1 CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS ....................................................... 16

4.1.1 Peso de carcaça ......................................................................................... 16

4.1.2 Rendimento de carcaça .............................................................................. 16

4.1.3 Rendimento de músculos e gordura ........................................................... 17

4.1.4 Área de olho de lombo ................................................................................ 18

4.1.5 Espessura de gordura subcutânea ............................................................. 19

4.1.6 Comprimento de carcaça, comprimento de perna e espessura de coxão . 19

4.2 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS .......................................................... 20

4.2.1 Conformação .............................................................................................. 20

4.2.2 Textura ........................................................................................................ 20

4.2.3 Marmoreio ................................................................................................... 21

4.2.4 Coloração ................................................................................................... 21

4.2.5 Maciez, suculência e palatabilidade ........................................................... 22

5 PADRONIZAÇÃO DOS CORTES DE CARCAÇA BOVINA ............................ 24

5.1 CORTES DE CARCAÇA BOVINA ................................................................. 26

6 NOVAS TECNOLOGIAS .................................................................................. 48

7 QUALIDADE DA CARNE ................................................................................. 49

8 CONCLUSÃO ................................................................................................... 51

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 52

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LISTA DE ABREVIATURAS

C Convexo

cm Centímetro

Co Côncavo

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento

mm Milímetro

pH Potencial de Hidrogênio Iônico

Kg Kilograma

® Registrado

Re Retilínea

Sc Sub-convexo

S.I.F. Serviço de Inspeção Federal

Sr Sub-retilínea

UE União Européia

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - ACABAMENTO DE GORDURA .................................................... 17

FIGURA 2 - CARCAÇAS HOMOGÊNEAS ........................................................ 24

FIGURA 3 - MEIA CARCAÇA ........................................................................... 27

FIGURA 4 - SUBDIVISÃO DA MEIA CARCAÇA .............................................. 27

FIGURA 5 - PALETA ......................................................................................... 28

FIGURA 6 - PÁ .................................................................................................. 28

FIGURA 7 - RAQUETE ..................................................................................... 29

FIGURA 8 - PEIXINHO ...................................................................................... 29

FIGURA 9 - CORAÇÃO DA PALETA ................................................................ 30

FIGURA 10 - MÚSCULO DO DIANTEIRO .......................................................... 30

FIGURA 11 - DIANTEIRO SEM PALETA ............................................................ 31

FIGURA 12 - PESCOÇO ..................................................................................... 32

FIGURA 13 - ACÉM ............................................................................................ 32

FIGURA 14 - COSTELA DO DIANTEIRO ........................................................... 33

FIGURA 15 - PEITO ............................................................................................ 33

FIGURA 16 - CUPIM ........................................................................................... 34

FIGURA 17 - QUARTO DIANTEIRO ................................................................... 34

FIGURA 18 - QUARTO TRASEIRO .................................................................... 35

FIGURA 19 - TRASEIRO SERROTE .................................................................. 35

FIGURA 20 - LOMBO .......................................................................................... 36

FIGURA 21 - CONTRA-FILÉ ............................................................................... 36

FIGURA 22 - FILÉ DE COSTELA ....................................................................... 37

FIGURA 23 - FILÉ DE LOMBO ........................................................................... 37

FIGURA 24 - CAPA DE FILÉ .............................................................................. 38

FIGURA 25 - FILÉ MINGNON ............................................................................. 38

FIGURA 26 - BISTECA ....................................................................................... 39

FIGURA 27 - TIBONE ......................................................................................... 39

FIGURA 28 - ALCATRA ...................................................................................... 40

FIGURA 29 - PICANHA ....................................................................................... 40

FIGURA 30 - CORAÇÃO DA ALCATRA ............................................................. 41

FIGURA 31 - COXÃO MOLE ............................................................................... 41

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FIGURA 32 - COXÃO DURO .............................................................................. 42

FIGURA 33 - LAGARTO ...................................................................................... 42

FIGURA 34 - PATINHO ....................................................................................... 43

FIGURA 35 - MAMINHA ...................................................................................... 43

FIGURA 36 - PONTA DE AGULHA ..................................................................... 44

FIGURA 37 - VAZIO ............................................................................................ 45

FIGURA 38 - COSTELA DO TRASEIRO ............................................................ 45

FIGURA 39 - BIFE DO VAZIO ............................................................................. 46

FIGURA 40 - DIAFRAGMA ................................................................................. 47

FIGURA 41 - FRALDINHA .................................................................................. 47

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1 INTRODUÇÃO

A produtividade reside, basicamente, na qualidade do rebanho. Assim,

procura-se selecionar aqueles animais com maior desempenho ponderal,

precocidade sexual e alta eficiência reprodutiva, conversão eficiente dos alimentos

em carne e de carcaça desejável. A precocidade de terminação expressa em dias

para alcançar um grau de acabamento mínimo estipulado, juntamente com as

características de desempenho, são importantes atributos econômicos a serem

melhorados. A terminação deve ser representada por novilho que apresente, ao

abate, carcaça com bom peso e dentro da especificação necessária para atender as

exigências dos segmentos comercial e industrial (BONILHA, 2003).

Existem vários fatores, tais como raça, sexo e peso do animal, capazes de

influenciar a tanto a composição química, como as características de carcaça e

rendimento de cortes cárneos dos bovinos. Inúmeras são as possibilidades de se

trabalharem essas causas de variação, de forma a produzir as melhores

combinações e, então, fazer delas o objetivo da pecuária de corte. Contudo, é

importante que a seleção para composição da carcaça esteja associada à eficiência

produtiva e reprodutiva do gado de corte, para que os custos de produção da carne

sejam minimizados. Daí, a necessidade de se definir as características desejáveis

da carcaça bovina, para cada segmento de mercado, a partir dos recursos genéticos

mais adaptados às condições tropicais brasileiras.

O sistema de classificação de carcaças e cortes bovinos oferece várias

opções aos compradores desses produtos, quanto à forma de obtenção, preparo e

embalagem de acordo com as boas práticas internacionais de comercialização,

sendo este o maior objetivo do sistema.

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2 HISTÓRICO E DEFINIÇÕES

A tipificação busca estabelecer um padrão ótimo de mercado para as

carcaças, definindo e premiando atributos de conformação, acabamento, teor de

gordura e outros. Este é um tema que vem sendo debatido há algum tempo e ainda

provoca controvérsias e nem sempre obedece aos padrões já estabelecidos (ZENI,

2001).

Segundo Felício (1999), a classificação consiste em “agrupar em classes

aquilo que tem características semelhantes ou iguais – por exemplo, as categorias

de sexo, maturidade e peso dos animais”.

A definição de tipificação continua a mesma, ou seja, hierarquização de tipos

por “qualidade”, que de tempos em tempos vai sendo modificada por força das

tendências de mercado, mas geralmente com uma larga defasagem em relação ás

transformações tecnológicas e de hábitos de consumo (FELÍCIO, 1999).

A novidade diz respeito ao entendimento do que é classificação de carcaça,

pois no final dos anos 60, os franceses apareceram com a identificação codificada,

que tinha por objetivo identificar com letras e números as carcaças segundo as

categorias de raça, sexo, maturidade, acabamento, conformação, etc. Pouco depois,

no início da década de 70, os ingleses simplificaram isto tudo, reduzindo o número

de códigos de atributos e teve início uma nova interpretação do que denominaram

carcase classification, que seria agrupar as carcaças com códigos iguais, por

exemplo: macho castrado, gordura de cobertura 2 e conformação 4, e negociar com

base nessa codificação, sem estabelecer uma ordenação de melhor para pior, como

era de praxe até então. A diferenciação de preços ficaria por conta da oferta e

procura no mercado.

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Era a mesma conclusão a que haviam chegado os ingleses. E foi deste

movimento que ganhava força na Europa, que começou a ser delineado o "Sistema

Nacional de Classificação de Carcaças". Entretanto, aqui, como na Europa, não se

resistiu á tentação de subordinar as classes a uma hierarquia, ou seja, uma

tipificação, que pretende dizer ao mercado o que é de melhor e o que é de pior

“qualidade”, geralmente sem condições de provar tecnicamente aquilo que se está

proclamando (FELÍCIO, 1999).

Mais tarde, na União Européia criou-se o sistema “EUROP”, enfatizando

como critério de qualidade a conformação. Aqui, criou-se o sistema “BRASIL”,

enfatizando a maturidade como critério de qualidade. Na Europa, o objetivo foi

diferenciar a carne do gado de corte da do gado leiteiro, este último de formas

angulosas, indesejado pelos açougueiros que tiveram grande influência na definição

de critérios por estarem mais diretamente envolvidos com os consumidores (FELÍCIO,

1999).

Conforme Pereira e Guedes (2004), o sistema brasileiro de tipificação, a partir

de 1977 foi implementado com a hierarquia de classes em tipos, com as letras da

palavra “BRASIL”. A legislação em vigor publicada no Diário Oficial da União de

10.10.1989, com os parâmetros: sexo, maturidade, conformação e acabamento.

Contudo, não há obrigatoriedade, além da implementação não atuar de forma

efetiva, devido à complexidade e difícil aplicação. Ainda, o sistema atual de

classificação foi elaborado com a finalidade de produção de animais jovens com

acabamento para abate, resultando em aumento da produtividade brasileira; não

tendo relação com qualidade ou mesmo com o segmento de comercialização. Ainda,

o sistema atual seleciona carcaças tipo B para exportação dentro da cota Hilton e

para programas de novilho precoce. Entretanto, o principal objetivo ainda é

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incentivar pecuaristas a produzir animais mais jovens (com acabamento adequado)

e não realizar uma linguagem para comercialização da carne.

Recentemente, o sistema nacional de classificação foi aprovado pela Câmara

Setorial da cadeia produtiva da carne bovina, com previsão de obrigatoriedade de

implementação no Brasil em Janeiro de 2005. No entanto, deverão ser revistas as

normas de implementação antes desse prazo, uma vez que o Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como os setores da cadeia da carne

não se encontram preparados. Criado pelo MAPA, as normas do Sistema constam

da Instrução Normativa nº9, de 3 de maio de 2004 (PEREIRA e GUEDES, 2004).

No início dos anos 90 o Brasil exportava cerca de 5 % da sua produção como

carne in natura. Hoje esse valor atinge aproximadamente 25 % da produção total de

carne exportada. Alguns frigoríficos chegam a exportar entre 60-90 % de

determinados cortes. A enorme diversificação da exportação nacional (mais de 140

países) ajuda, mas ainda assim há necessidade de melhorar e homogeneizar o

abate (FILHO, 2006).

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3 TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇA BOVINA

Para Sainz e Araújo (2001), o objetivo dos sistemas de tipificação é avaliar as

características da carcaça que estejam relacionadas direta ou indiretamente com as

características de rendimento e qualidade acima mencionadas. Por exemplo, sabe-

se que o rendimento de carne comercializável, expressado como um percentual do

peso da carcaça aumenta com a musculosidade do animal, e diminui com o

aumento na gordura da carcaça. Estas por sua vez podem ser estimadas

visualmente através da área do olho do lombo e da conformação, e pela gordura de

cobertura e interna, respectivamente. Da mesma forma, a qualidade da carne varia

com a idade e o acabamento do animal. Portanto, os sistemas de tipificação avaliam

a idade dos animais de várias maneiras, bem como algum índice de terminação.

Segundo Zeni (2001), a classificação busca apenas separar as carcaças em

determinadas classes, normalmente por origem, sexo, idade e tipo do corte via

código de barra, sem qualquer julgamento sobre quais os atributos seriam mais

importantes ou desejáveis.

Atualmente existem vários sistemas de classificação adotados com critérios

próprios de avaliação. Serão apresentados os sistemas adotados pelo Brasil e União

Européia.

3.1 BRASIL

No sistema brasileiro de tipificação de carcaças (Sainz e Araújo, 2001), a

gordura externa é o principal parâmetro para detectar o ponto de abate. Este fator,

que também é importante no sistema americano, é indispensável para conferir ao

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produto condições mínimas de manuseio e palatabilidade, sendo também

responsável pela redução da velocidade de resfriamento das carcaças.

FAO (2001), afirma que o Brasil hoje possui um potencial invejável para

produção de carne, com o maior rebanho comercial do mundo, 163,5 milhões de

bovinos, abundância de terras aptas para pastagem, e custos de produção

competitivos. Apesar disto, o desfrute é baixo, e a comercialização do produto deixa

muito a desejar.

O sistema brasileiro de tipificação é feito por avaliações subjetivas de

maturidade, conformação, acabamento, e também pelo sexo e peso da carcaça

quente. A maturidade é estimada pela avaliação da dentição, observando-se a

presença de dentes incisivos permanentes.

A conformação é avaliada subjetivamente, dividindo as carcaças em cinco

categorias: C= convexo; Sc= sub-convexo; Re= retilíneo; Sr= sub-retilíneo; Co=

côncavo. O acabamento também é avaliado de maneira subjetiva, estimando-se

visualmente a quantidade de gordura na carcaça e dando escores de 1 a 5: 1 =

ausência total de gordura; 2= 1 a 3 mm; 3= 3 a 6 mm; 4= 6 a 10 mm; 5= acima de 10

mm de gordura de cobertura. Adota-se a pesagem da carcaça quente, tanto para a

tipificação quanto para a comercialização. Existem normas de pesos mínimos para

cada sexo dentro das diferentes categorias, mas não há limite máximo para peso de

carcaça em nenhuma das categorias. Juntas, estas avaliações compõem a

tipificação usando as letras “BRASIL” como se apresenta na Tabela 1. Ao

conhecimento dos autores, a diferenciação de preços de acordo com o tipo de

carcaça está apenas começando no Brasil, mas estas empresas utilizam seus

próprios padrões de tipificação.

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TABELA 1 – SISTEMA “BRASIL” DE TIPIFICAÇÃO

Tipo Sexo1 Maturidade (incisivos

permanentes)

Acabamento2 Conformação3 Peso mínimo de carcaça (Kg)

B4 C e F M

0-4 0

2,3 e 4 2,3 e 4

C, Sc e Re C, Sc e Re

C=210 F=180 M=210

R C e F 0-6 2,3 e 4 C, Sc e Re C=220 F=180

A C e F M

0-6 0

1 e 5 1 e 5

C, Sc, Re e Sr C, Sc, Re e Sr

C=210 F=180 C=210 F=180

S C e F 0-8 1-5 C, Sc, Re e Sr

C=225 F=180

I M, C, F 0-8 1-5 Co s/ restrições L M, C, F 0-8 1-5 Co s/ restrições 1 Sexo: C=macho castrado; F=fêmea; M=macho inteiro. 2 Acabamento: 1=ausência total de gordura; 2=1 a 3mm; 3=3 a 6; 4=6 a 10mm; 5=acima de 10mm de gordura de cobertura. 3 Conformação: C, convexo; Sc, sub-convexo; Re, retilíneo; Sr, sub-retilíneo; Co, côncavo. 4 O padrão da cota HILTON é o tipo B sem M e sem acabamento 4. FONTE: Felício, 1999.

As meias-carcaças, quartos, grandes peças e cortes, são identificados com os

códigos dos parâmetros sexo, maturidade e acabamento mediante aposição de

carimbos nas peças com ossos (meias-carcaças, quartos e grandes peças) e de

etiquetas nas embalagens dos cortes desossados. Será permitida a utilização do

código ® do Sisbov para carcaças, quartos e cortes de carne de gado rastreado. As

identificações serão mantidas até o consumo industrial ou exposição do produto

para venda ao consumidor.

O classificador emitirá um laudo por lote de animais submetidos à

classificação, detalhando o resultado da avaliação da carcaça de cada animal,

conforme modelo oficial. O laudo será emitido em quatro vias de igual teor, sendo a

primeira destinada ao estabelecimento industrial, que encaminhará uma cópia ao

distribuidor e mercado varejista, a segunda ao fornecedor dos animais e a terceira

ao encarregado do S.I.F., sendo a quarta via mantida com o classificador (FELÍCIO,

2005).

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Assim, a classificação de carcaças deve atuar como instrumento para que o

Brasil torne-se mais competitivo e consolide sua posição no mercado exportador de

carne bovina. Informar ao mercado consumidor (externo e interno) as características

da carne aumenta a valorização do produto, estimula e organiza a produção, além

de ampliar as relações entre os componentes da cadeia da carne bovina (PEREIRA e

GUEDES, 2004).

3.2 UNIÃO EUROPÉIA

Atualmente o regulamento Europeu permite a tipificação de carcaças somente

por avaliações subjetivas, feitas por técnicos treinados e licenciados. Desde a

década de 90, os europeus vêm desenvolvendo trabalhos de pesquisas e investindo

seriamente no desenvolvimento de novas tecnologias para melhorar o sistema de

classificação atualmente utilizado. Em 1999 foi fundado o “Meat Automation

Concerted Action” através de uma parceria dos produtores e da iniciativa privada,

com o objetivo de coordenar pesquisas para o desenvolvimento de novas

tecnologias. Apresentaremos no capítulo de novas tecnologias alguns destes

trabalhos, que ainda não estão sendo utilizados porque a atual legislação não os

permite (SAINZ e ARAÚJO, 2001),

O sistema europeu de tipificação, o chamado “EUROP” - classification

system, é composto por avaliações de maturidade, grupo sexual, musculosidade e

acabamento de gordura. Os animais são separados em cinco grupos diferentes de

maturidade, de 1 (mais novo) a 5 (mais velho), através da avaliação da ossificação

dos ossos e cartilagens da carcaça (Tabela 2). Existem cinco grupos sexuais,

porque o desenvolvimento corporal também influencia esta classificação (Tabela 3).

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Também há cinco categorias de acabamento, os quais estão apresentados na

Tabela 4.

TABELA 2 – GRUPOS DE MATURIDADE, CONFORME A OSSIFICAÇÃO DA CARCAÇA

Maturidade Observações 1 Presença de cartilagem na parte dorsal do processo espinhoso, vasos

sanguíneos claramente reconhecíveis. 2 Início do processo de ossificação com a presença de depósitos

puntiformes, os vasos sanguíneos ainda permanece visíveis. 3 Processo de ossificação em desenvolvimento. 4 Processo de ossificação em estágio avançado. 5 Completa ossificação da cartilagem da parte dorsal do processo

espinhoso. FONTE: Sainz e Araújo (2001).

TABELA 3 – GRUPOS SEXUAIS DO SISTEMA “EUROP”

Categoria Observações JR Macho ou fêmea ainda em fase de crescimento, com carcaças pesando mais de 150kg. A Macho inteiro com desenvolvimento completo, onde já pode ser observado o começo

da ossificação dos processos espinhosos nas quatro primeiras vértebras torácicas, e já é claro o processo de ossificação entre a 5ª e a 9ª vértebra torácica.

B Macho inteiro com desenvolvimento completo – touro. C Macho castrado com desenvolvimento completo – novilho. D Fêmea parida com desenvolvimento completo – vaca. E Fêmeas com desenvolvimento completo – novilha.

FONTE: Sainz e Araújo (2001).

TABELA 4 – CATEGORIAS DE ACABAMENTO DO SISTEMA “EUROP”

Categoria Descrição Informações adicionais 1 Deficiente Nenhuma ou pouca gordura. Sem depósito de gordura dentro da

cavidade torácica. 2 Abaixo da média Gordura escassa; musculatura visível

na carcaça inteira. Os músculos intercostais estão visíveis.

3 Médio Somente os músculos da perna e da paleta são visíveis; carcaça coberta com gordura; pouca gordura interna.

Os músculos intercostais permanecem visíveis.

4 Acima da média Maior cobertura de gordura; alguns depósitos de gordura interna.

Faixa de gordura cobre a perna; os músculos intercostais podem estar cobertos por faixas de gordura.

5 Excessivo Total cobertura com gordura; grandes depósitos de gordura interna.

Perna coberta com fina camada de gordura, músculos intercostais cobertos de gordura.

FONTE: Sainz e Araújo (2001).

Finalmente, as carcaças bovinas são classificadas de acordo com a

conformação utilizando as letras da palavra “EUROP”, como apresentado na Tabela

5.

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TABELA 5 – PADRÕES DE QUALIDADE DO SISTEMA “EUROP”

Padrão Qualidade da carne Descrição E Primeira Perfil variado de convexo a muito convexo;

extraordinária musculosidade. U Alta Perfil totalmente convexo; musculosidade muito

boa. R Boa Perfil totalmente reto; boa musculosidade. O Média Perfil variando de reto a côncavo; média

musculosidade. P Baixa Perfil variando de côncavo a muito côncavo; pouca

musculosidade. FONTE: Sainz e Araújo (2001).

O Brasil conta com uma cota de 5 mil t de carne desossada, proveniente de

novilhos ou novilhas de uma idade compreendida entre 20 a 24 meses, 4 incisivos

permanentes, criados exclusivamente em pastos, de boa maturidade e que

correspondam normas especificadas pela Comunidade Européia (Norma Nº936/97).

Portanto, o produtor que deter um processo tecnológico de produção que atenda as

especificações do frigorífico para alcançar o mercado Hilton na Europa poderá

receber um adicional de preço por parte do mesmo (BARCELLOS, 2004).

A cota Hilton é constituída de cortes especiais do quarto traseiro, de novilhos

precoces, e seu preço no mercado internacional é em torno de até quatro vezes a

carne comum. Comumente, são destinados à cota Hilton os cortes de alcatra,

contra-filé e filé-mignon (rump and loin); consiste, preferencialmente de carne

resfriada (chilled) (MIRANDA, 2001).

Cota Hilton é um prêmio oferecido pela União Européia aos países que

exportam seus melhores cortes de carnes. Pelas regras em vigor, a chamada cota

Hilton permite a entrada de 58.100 toneladas de cortes bovinos nobres na UE com

uma tarifa de 20% ad valorem. O Brasil é autorizado a vender 5 mil t, os Estados

Unidos e Canadá, 11.500 toneladas, a Austrália, 7.000 t, o Uruguai, 6.300 t, a Nova

Zelândia, 300 toneladas e a Argentina, 28 mil t (POLAQUINI et al., 2006).

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4 CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA

4.1 CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS

4.1.1 Peso de carcaça

Alguns fatores estão estritamente relacionados ao peso da carcaça, e são: o

sexo, a raça ou o tipo de animal e o plano nutricional. Embora o peso da carcaça

tenha sido apresentado por muitos autores como o melhor indicativo individual da

composição da carcaça, o mesmo não deve ser contado como o único, visto que há

outros fatores envolvidos (ABBÁ, 2004).

4.1.2 Rendimento de carcaça

O maior rendimento de carcaça dos bovinos está diretamente relacionado ao

maior peso das patas, cabeça, couro e vísceras dos búfalos, que acabam

promovendo uma diminuição no rendimento de carcaça destes animais. É muito

provável que o maior rendimento de carcaça dos bovinos esteja relacionado à maior

pressão de melhoramento ocorrida nesses animais (RODRIGUES et al., 2003).

O fator de maior importância na avaliação da carcaça é o rendimento, tanto

da carcaça como dos cortes maiores com uma quantidade específica de gordura.

Para Rodrigues et al. (2003), o rendimento da carcaça depende primeiramente do

conteúdo visceral que corresponde principalmente ao aparelho digestivo e que pode

variar entre 8 a 18% do peso vivo.

Uma carcaça é composta principalmente da porção muscular, dos ossos e

da gordura, sendo a gordura o mais variável dos três componentes e também o que

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exerce maior influência no rendimento. Vários fatores estão relacionados ao

rendimento, dentre os quais os mais importantes são: o grau de acabamento

(quantidade de gordura, como mostra a Figura 1), tipo de dieta, sexo e raça (Luchiari

Filho, 2002). Entre eles, o nível energético da dieta consumida apresenta grande

importância, já que a deposição de gordura corporal promove diferenças na

quantidade e qualidade da carcaça produzida (FRANZOLIN e SILVA, 2001).

FIGURA 1 – ACABAMENTO DE GORDURA. FONTE: FAEP, 2005.

4.1.3 Rendimento de músculos e gordura

O rendimento de carne na carcaça depende do seu conteúdo de músculo

estriado, e da sua relação com a ossatura e a gordura. A proporção de músculo na

carcaça aumenta com o incremento de peso do animal durante o período antes do

acúmulo rápido de gordura, para depois diminuir na fase de terminação. Ocorre

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variação de acordo com o genótipo, o sexo, o estado hormonal (isto é, o uso de

implantes anabólicos), e a alimentação, com conseqüências para o rendimento de

carne na carcaça (SAINZ e ARAÚJO, 2001).

Dos componentes da carcaça, o músculo tem maior importância, já que este

constitui a carne magra, comestível e disponível para venda (SILVA et al., 2002).

Segundo Manella e Boin (2002), a deposição de proteína é mais eficiente em

termos de peso do tecido depositado. Isto ocorre porque para cada unidade de

proteína depositada, cerca de três unidades de água são depositadas em

associação, formando o músculo.

4.1.4 Área de olho de lombo

Para Abbá (2004), a área do olho de lombo medida na altura da 12ª costela e

é utilizada como indicador da composição da carcaça. Tem sido relacionada à

musculosidade, mas sua importância não fica limitada a isso, pois é um importante

indicador de rendimento dos cortes de alto valor comercial. Em situações onde as

carcaças são separadas em traseiro e dianteiro na altura da 12ª costela, a área do

olho do lombo pode ser facilmente obtida. Em outras situações quando as carcaças

são separadas de maneira diferente, a medida se torna mais difícil de se obter e só

se recomenda, em condições experimentais, quando dado mais precisos são

desejados.

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4.1.5 Espessura de gordura subcutânea

A espessura de gordura subcutânea também é conhecida como gordura de

cobertura, é considerada como principal indicador da composição da carcaça em

muitos sistemas de tipificação.

Quando há acabamento insuficiente, as carcaças ficam desprotegidas,

gerando problemas que depreciam a qualidade da carne, como o escurecimento,

perda de água e encurtamento das fibras, que acarreta prejuízos para a maciez da

carne. Devido a este fato, os frigoríficos adotam como padrão valores de espessura

de 3 a 6 mm (MIRANDA et al., 2001).

4.1.6 Comprimento de carcaça, comprimento de perna e espessura de coxão

Conforme Carvalho et al. (2003), o comprimento de carcaça é medido (cm)

com fita métrica metálica, desde o bordo anterior do osso púbis até o bordo cranial

da primeira costela. A espessura de coxão é medido (cm) com o auxílio de um

compasso de pontas metálicas, colocadas na face lateral e medial da porção

superior do coxão.

A perna é o componente da carcaça que apresenta maior contribuição para

seu peso por possuir maiores massas musculares e maior rendimento da parte

comestível. Portanto, maiores espessuras, comprimentos e rendimentos de tal

componente refletirão em maiores rendimentos de carcaça (SILVA SOBRINHO, 2001).

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4.2 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS

4.2.1 Conformação

A palavra conformação refere-se ao desenvolvimento da massa muscular,

ou seja, à quantidade, proporção e distribuição da carne nas diversas regiões

corporais do animal em pé e de seus cortes. Mais precisamente, a conformação

representa a relação músculo: osso. Os músculos e ossos formam uma unidade

funcional, sendo que uma maior quantidade de músculo necessita uma maior

estrutura óssea. Formas arredondadas ou cheias que se devem à gordura

subcutânea responsável pela fase de terminação das carcaças, se confundem com

o conceito de boa conformação. Inversamente, formas angulosas ou retas se

confundem com má conformação, quando de fato significam magreza ou pouco

acabamento (PINEDA, 1999).

4.2.2 Textura

Segundo Dabés (2001), vários fatores como, estado de rigor associado às

propriedades da capacidade de retenção de água, gordura intramuscular,

temperatura, teor de tecido conjuntivo e comprimento dos feixes intramusculares

contribuem para a estrutura, firmeza e textura.

A idade aumenta a característica grosseira da textura, mas nos músculos

onde as fibras são pequenas esse aumento não é tão aparente como naqueles onde

elas são grandes. Entretanto, o tamanho dos feixes de fibras não é o único fator a

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determinar a textura, a quantidade de perimísio que envolve cada feixe também é

importante (LAWRIE, 2005).

4.2.3 Marmoreio

A marmorização é constituída de pequenos veios encontrados nos músculos,

e podem ser vistos no corte a olho nu. Aumenta a suculência, maciez e sabor do

produto. A carne com pouco marmoreio pode ficar seca e com sabor menos

acentuado (CAMPOS e FONSECA, 2003).

O índice de marmorização, tem sido de grande interesse no setor da carne

bovina, como indicador da gordura intramuscular (THOMPSON et al., 2004).

A deposição de gordura intramuscular (marmorização) é diretamente

relacionada a palatabilidade e suculência da carne. Entretanto, pesquisas

comprovaram que a presença de marmorização na carne tem pequena influência na

sua maciez, variando entre dez ou menor que 15 % (KOOHMARAIE et al., 2003).

4.2.4 Coloração

Felício (1999) afirma que em condições normais de conservação, a cor é o

principal atrativo dos alimentos. A cor da carne reflete a quantidade e o estado

químico do seu principal pigmento, a mioglobina.

Em geral, admite-se que animais que recebem alimentação mais volumosa

apresentam carnes mais escuras, como conseqüência do aumento da mioglobina do

músculo, devido à alimentação rica em carotenos, ainda que em ruminantes a

natureza do alimento pouco influencie a cor da carne, devido às intensas

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transformações que os mesmos sofrem no rúmen (Silva Sobrinho, 2001). A

concentração da mioglobina no músculo varia com: espécie, idade, distribuição da

fibra (mais presente na fibra vermelha que na branca), sexo, músculo e atividade

física (DABÉS, 2001).

4.2.5 Maciez, suculência e palatabilidade

De acordo com Pedreira (2001), a maciez é diretamente influenciada pelo

colágeno. As diferenças de maciez das carnes, em relação ao colágeno, não

dependem somente da quantidade do colágeno presente, mas também de sua

qualidade: tipos de colágeno e a natureza das ligações cruzadas.

A palatabilidade diz respeito à percepção de características da carne, que

podem agradar aos sentidos da visão, olfato e paladar. Várias são as características

relacionadas com a palatabilidade da carne, dentre as mais importantes estão:

maciez, marmoreio, suculência, sabor e aroma (LUCHIARI FILHO, 2002).

Conforme Campos e Fonseca (2003), a suculência depende da quantidade de

água retida no produto acabado. Aumenta o sabor, ajuda a amaciar a carne,

tornando-a fácil de ser mastigada, e estimula a produção de saliva. A melhor

maneira de incrementar a suculência da carne é aprender o melhor método de

cozimento.

A impressão geral da maciez para o paladar inclui a textura e envolve três

aspectos, a facilidade de penetração da carne pelos dentes, a facilidade com a qual

a carne se fragmenta e, a quantidade de resíduo que permanece após a mastigação

(LAWRIE, 2005).

Para Campos e Fonseca (2003), cada espécie tem um sabor levemente

diferenciado que pode ser atribuído à gordura contida no músculo. Animais com

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diferentes dietas armazenam gordura que contém componentes diversos. A gordura

derrete durante o cozimento e dá a cada espécie seu sabor distinto.

A mudança dos métodos de cozimento pode também afetar o sabor da carne.

O cozimento em calor seco muda o sabor das porções externas da carne, enquanto

o cozimento úmido modifica mais o do tecido interno. Produtos reaquecidos têm um

sabor distinto que costumeiramente não é muito atraente. Este sabor desagradável é

causado pela mudança dos componentes da carne durante a refrigeração. Produtos

defumados e curados também tem um sabor distinto (CAMPOS e FONSECA, 2003).

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5 PADRONIZAÇÃO DOS CORTES DE CARCAÇA BOVINA

A padronização dos lotes (Figura 2) entregue ao abate é questão muito

importante. Se os animais forem homogêneos em relação ao peso e acabamento de

gordura, teremos no final da desossa um ou dois tipos de corte, ou seja, cortes

padronizados, o que facilitará o escoamento da produção e a fidelização de bons

clientes e potenciais consumidores que, no ato da compra, encontraram o corte

desejado sempre com o mesmo padrão e qualidade. Se esses animais não forem

homogêneos, resultarão quatro e até cinco tipos de corte na desossa, diminuindo a

margem de lucro dos cortes comercializados (ROCHA, 2007).

FIGURA 2 – CARCAÇAS HOMOGÊNEAS. FONTE: FAEP, 2005.

Verifica-se nos frigoríficos uma preferência no mercado atual pela carne de

novilhos Nelore pela padronização dos cortes cárneos e pela espessura mínima de

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gordura subcutânea que dificilmente se encontra nas raças taurinas continentais e

nas suas cruzas (FELÍCIO, 1999).

Em busca de uma padronização de carcaça que possa atender os diversos

mercados a indústria frigorífica definiu um padrão ideal do novilho.

As especificações básicas, quanto à matéria-prima, processamento e

embalagem são:

1. Idade ou maturidade fisiológica dos animais - os principais mercados

preferem animais com aproximadamente 30 meses ou animais que apresentem até

quatro dentes incisivos;

2. Peso de carcaça quente - o peso mínimo de carcaça quente exigido é de

240 kg; mas para obter maior aproveitamento dos cortes, tipo exportação, trabalha-

se com carcaças com peso acima de 255 kg e no máximo 330 kg. A importância do

cumprimento das especificações de peso dos cortes é importante devido ao

processo de comercialização que é feito com base nas classificações de pesos;

3. Acabamento de gordura - a exigência mínima de gordura é de 6 mm na

região do contrafilé. Mas para garantir a integridade e a qualidade da carne, a

indústria busca trabalhar carcaças com, no mínimo, 6 mm de gordura. Esse fato

ocorre devido à necessidade de proteger a carcaça contra a ação do resfriamento, o

qual poderá ocasionar carnes com “queimaduras” e problemas com a maciez da

carne, através do efeito do encurtamento das fibras pela ação do frio. Essa gordura

de acabamento não deve apresentar falha, nem mesmo apresentar cor amarela.

Esses fatos desclassificam e desvalorizam os cortes;

4. pH da carne - os valores de pH dos cortes devem ser de 5,8 - medidos

após 24 horas de resfriamento, ou mesmo durante a toalete e pré-embalagem dos

cortes;

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5. Cor da carne - a coloração da carne não deve ser escura, resultante de

efeitos do sexo do animal (macho inteiro) e estresse; essa coloração deve ser

vermelho-cereja;

6. Padrões e especificações dos cortes - as especificações devem ser

observadas de acordo com os manuais dos importadores. O não cumprimento dos

padrões e das especificações pela indústria brasileira é um dos problemas mais

reclamados pelos importadores (ROCHA, 2007).

5.1 CORTES DE CARCAÇA BOVINA

Conceitos Gerais

- Carcaça: Entende-se por carcaça o bovino abatido, sangrado, esfolado,

eviscerado, desprovido de cabeça, patas, rabada, glândula mamária (na fêmea),

verga, exceto suas raízes, e testículos (no macho). Após sua divisão em meias

carcaças retiram-se ainda os rins, gorduras perirrenal e inguinal, "ferida-de-sangria",

medula espinhal, diafragma e seus pilares.

A cabeça é separada da carcaça entre o osso occipital e a primeira vértebra

cervical (atlas). As patas dianteiras são seccionadas à altura da articulação carpo-

metacarpiana e as traseiras no tarso-metatarsiana.

- Meia carcaça (Figura 3): Resulta do corte longitudinal da carcaça, abrangendo a

sínfise ísquio-pubiana, a coluna vertebral e o esterno.

- Quarto: Resulta da subdivisão da meia-carcaça em traseiro e dianteiro, por

separação entre a quinta e a sexta costelas. A incisão deverá ser feita a igual

distância das referidas costelas, alcançando as regiões esternal (peito) e da coluna

vertebral, à altura do quinto espaço intervertebral.

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O quarto dianteiro corresponde à porção anterior (cranial) da meia-carcaça e o

quarto traseiro à posterior (caudal).

FIGURA 3 – MEIA CARCAÇA.

Subdivisão da Meia-Carcaça em Grandes Peças e Cortes

QUARTO

Resulta da subdivisão da meia-carcaça (Figura 4), após a retirada do quarto traseiro.

FIGURA 4 – SUBDIVISÃO DA MEIA CARCAÇA.

O quarto dianteiro é subdividido em grandes peças: paleta e dianteiro-sem-paleta.

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PALETA (Figura 5)

A paleta é uma grande peça obtida por seção dos músculos em torno das regiões

escapular e braquial, que as separam da grande peça dianteiro-sem-paleta.

FIGURA 5 – PALETA.

A paleta é subdividida nos cortes: pá e músculo-do-dianteiro.

PÁ (Figura 6)

É o corte constituído de massas musculares e bases ósseas correspondentes,

obtido da paleta por separação do músculo do dianteiro.

FIGURA 6 – PÁ.

A pá pode ser subdividida em outros cortes: raquete, peixinho e coração-da-paleta.

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RAQUETE (Figura 7)

É o corte constituído da massa muscular situada na porção posterior da espinha

escapular (fossa infra-espinhosa).

FIGURA 7 – RAQUETE.

Termos utilizados: ganhadora, sete, língua e segundo coió.

PEIXINHO (Figura 8)

É o corte constituído da massa muscular situada na porção anterior da espinha

escápula (fossa supra-espinhosa).

Termos utilizados: coió, lagartinho-da-pá, lombinho e tatuzinho-da-paleta.

FIGURA 8 – PEIXINHO.

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CORAÇÃO DA PALETA (Figura 9)

É o corte constituído da massa muscular separada do peixinho, da raquete e demais

músculos da pá.

FIGURA 9 – CORAÇÃO DA PALETA.

Termos utilizados: centro-da-paleta, miolo-da-paleta, pá, cruz machado, carne-de-

sete, posta-gorda e posta-de-paleta.

MÚSCULO DO DIANTEIRO (Figura 10)

É o corte constituído das massas musculares que envolvem o rádio e a ulna,

compreendidas entre o coração-da-paleta e o carpo.

FIGURA 10 – MÚSCULO DO DIANTEIRO.

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Termos utilizados: braço e mão-de-vaca.

DIANTEIRO SEM PALETA (Figura 11)

É a grande peça constituída das massas musculares e bases ósseas

correspondentes, obtida do dianteiro, após a retirada da paleta.

FIGURA 11 – DIANTEIRO SEM PALETA.

O dianteiro-sem-paleta pode ser subdividido em outros cortes: pescoço, acém,

costela-do-dianteiro, peito e cupim (raças zebuínas).

PESCOÇO (Figura 12)

É o corte constituído das massas musculares compreendidas entre o acém e a face

anterior do atlas.

ACÉM (Figura 13)

É o corte constituído das massas musculares situadas entre o pescoço e o filé-da-

costela, limitando-se, em sua porção inferior, com o corte da costela-do-dianteiro.

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FIGURA 12 – PESCOÇO.

FIGURA 13 – ACÉM.

Termos utilizados: agulha, lombo-de-agulha, alcatrinha, lombo-d'acém, tirante e

lombinho-do-acém.

COSTELA-DO-DIANTEIRO (Figura 14)

É o corte constituído das massas musculares e bases ósseas correspondentes às

cinco primeiras costelas, limitando-se em suas porções superior com o acém e

inferior com o peito. Termos utilizados: costela e assado.

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FIGURA 14 – COSTELA DO DIANTEIRO.

PEITO (Figura 15)

É o corte constituído das massas musculares que recobrem o esterno e cartilagens

costais, limitando-se, em sua porção superior, com o corte denominado costela-do-

dianteiro. Termo utilizado: granito.

FIGURA 15 – PEITO.

CUPIM (Figura 16)

É o corte constituído das massas musculares situadas dorsalmente ao acém.

Termos utilizados: giba e mamilo.

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FIGURA 16 – CUPIM.

QUARTO

Resulta da subdivisão da meia-carcaça, após a retirada do quarto dianteiro (Figura

17), sendo também conhecido como traseiro comum.

FIGURA 17 – QUARTO DIANTEIRO.

O quarto traseiro (Figura 18) é subdividido em: traseiro-serrote e ponta-de-agulha.

TRASEIRO-SERROTE (Figura 19)

É obtido do quarto traseiro após a retirada da ponta-de-agulha. O traseiro-serrote é

subdividido em grandes peças: lombo, alcatra e coxão.

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FIGURA 18 – QUARTO TRASEIRO.

FIGURA 19 – TRASEIRO SERROTE.

LOMBO (Figura 20)

É a grande peça constituída das massas musculares e bases ósseas

correspondentes, obtida do traseiro-serrote, após a retirada da alcatra e do coxão.

O lombo é subdividido nos cortes: contrafilé, capa-de-filé e filé mignon.

CONTRAFILÉ (Figura 21)

É o corte constituído das massas musculares compreendidas entre o acém e a

alcatra, após a retirada do filé-mignon e capa-de-filé. Termo utilizado: filé.

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FIGURA 20 – LOMBO.

FIGURA 21 – CONTRA-FILÉ.

O contrafilé pode ser subdividido nos cortes: filé-de-costela e filé-de-lombo.

FILÉ-DE-COSTELA (Figura 22)

É o corte constituído das massas musculares da parte anterior do contrafilé, entre o

acém e o filé-de-lombo. Termos utilizados: entrecote e charneira.

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FILÉ-DE-LOMBO (Figura 23)

É o corte constituído das massas musculares compreendidas entre o filé-de-costela

e a alcatra. Termos utilizados: lombo, filé curto e filé.

FIGURA 22 – FILÉ DE COSTELA.

FIGURA 23 – FILÉ DE LOMBO.

CAPA-DE-FILÉ (Figura 24)

É o corte constituído das massas musculares sobrepostas ao filé-de-costela.

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FILÉ-MIGNON (Figura 25)

É o corte constituído das massas musculares aderidas à face ventral das três últimas

vértebras torácicas, seis lombares, ilíaco e fêmur (terceiro trocânter). Termo

utilizado: filé.

FIGURA 24 – CAPA DE FILÉ.

FIGURA 25 – FILÉ MIGNON.

BISTECA - variante do lombo (Figura 26)

É o corte constituído de seções transversais das massas musculares e bases

ósseas correspondentes do lombo após a retirada do filé-mignon e da capa-de-filé.

Termo utilizado: chuleta.

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FIGURA 26 – BISTECA.

TIBONE - variante do lombo (Figura 27)

É o corte constituído de seções transversais das massas musculares e bases

ósseas correspondentes, compreendidas entre a primeira e a última vértebra

lombares, abrangendo o filé-de-lombo e o filé-mignon. Termo utilizado: "T. Bone".

FIGURA 27 – TIBONE.

ALCATRA (Figura 28)

É o corte constituído das massas musculares compreendidas entre o lombo e o

coxão. Termos utilizados: alcatra grossa, coice e alcatre.

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FIGURA 28 – ALCATRA.

A alcatra pode ser subdividida nos cortes

- Maminha-da-Alcatra (constituída do músculo tensor da fáscia lata);

- Picanha - formada de parte do músculo glúteo bíceps (Figura 29);

- Coração-da-Alcatra - constituído dos músculos glúteos médio, acessório e

profundo (Figura 30).

FIGURA 29 – PICANHA.

COXÃO

É a grande peça constituída das massas musculares e bases ósseas

correspondentes, obtida do traseiro-serrote, após a retirada da alcatra e lombo.

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Termos utilizados: coxão completo e toco.

FIGURA 30 – CORAÇÃO DA ALCATRA.

O coxão subdivide-se em: coxão-mole, coxão-duro, lagarto, patinho, músculo-mole e

músculo-duro.

COXÃO-MOLE (Figura 31)

É o corte constituído das massas musculares da face interna do coxão, separado do

patinho, do lagarto e do coxão-duro. Termos utilizados: chã-de-dentro, chã, coxão-

de-dentro, polpa e polpão.

FIGURA 31 – COXÃO MOLE.

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COXÃO-DURO (Figura 32)

É o corte constituído da massa muscular da face lateral do coxão, separado do

lagarto. Termos utilizados: coxão-de-fora, chandanca, posta-vermelha, perniquim,

lagarto-plano, lagarto-chato, lagarto-vermelho, chã-de-fora e lagarto-atravessado.

FIGURA 32 – COXÃO DURO.

LAGARTO (Figura 33)

É o corte constituído da massa muscular localizada entre o coxão-duro e o coxão-

mole. Termos utilizados: lagarto-redondo, lagarto-paulista, lagarto-branco, posta-

branca, paulista e tatu.

FIGURA 33 – LAGARTO.

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PATINHO (Figura 34)

É o corte constituído das massas musculares da face anterior do coxão separado do

coxão-mole, do coxão-duro e da maminha-da-alcatra (Figura 35). Termos utilizados:

bochecha, caturnil, cabeça-de-lombo e bola.

FIGURA 34 – PATINHO.

FIGURA 35 – MAMINHA.

MÚSCULO-MOLE

É o corte constituído das massas musculares separadas do coxão-duro e coxão-

mole, aderidas à face posterior do joelho (articulação fêmoro-tibial). Termos

utilizados: músculo-de-primeira e "tortuguita".

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MÚSCULO-DURO

É o corte constituído das massas musculares da perna, separadas do patinho e que

estão aderidas à tíbia e a fíbula. Termos utilizados: garrão, músculo-de-segunda,

músculo-da-perna e canela.

PONTA-DE-AGULHA (Figura 36)

É a grande peça constituída das massas musculares que recobrem as oito últimas

costelas, a última esternébra, o apêndice xifóide e a região do vazio, obtida do

traseiro-comum, na preparação do traseiro-serrote ou especial. Termos utilizados:

costela-do-traseiro, pandorga e costelão.

FIGURA 36 – PONTA DE AGULHA.

A ponta-de-agulha pode ser subdividida nos cortes: costela-do-traseiro e vazio.

COSTELA-DO-TRASEIRO

É a grande peça constituída das massas musculares que recobrem as oito últimas

costelas, a última esternebra, o apêndice xifóide e a região do vazio, obtida do

traseiro-comum, na preparação do traseiro-serrote ou especial. Termos utilizados:

costela-do-traseiro, pandorga e costelão.

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A ponta-de-agulha pode ser subdividida nos cortes

- Costela-do-traseiro e vazio (Figura 37).

FIGURA 37 – VAZIO.

COSTELA-DO-TRASEIRO (Figura 38)

É o corte constituído das massas musculares posteriores à costela-do-traseiro e

resultante da divisão da ponta-de-agulha. Termos utilizados: aba-de-filé, ponta-de-

costela.

FIGURA 38 – COSTELA DO TRASEIRO.

O vazio pode ser subdividido em: bife-do-vazio, fralda e diafragma.

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BIFE-DO-VAZIO (Figura 39)

É o corte constituído de massa muscular circunscrita, localizada no assoalho da

parte posterior da cavidade abdominal, integrante do vazio. Termo utilizado: pacu.

FIGURA 39 – BIFE DO VAZIO.

FRALDA

É o corte constituído da massa muscular obtida do vazio, localizada posteriormente

à costela-do-traseiro e na parte lateral (flanco) da cavidade abdominal.

DIAFRAGMA (Figura 40)

É o corte constituído da massa muscular obtida do músculo diafragma, excluindo os

seus pilares, que são conhecidos isoladamente como “lombinho”.

Termos utilizados: fraldinha (Figura 41) e entranha-fina.

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FIGURA 40 – DIAFRAGMA.

FIGURA 41 – FRALDINHA.

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6 NOVAS TECNOLOGIAS

Conforme Vegro (1999), o Brasil, apesar de ser o maior produtor de carne

bovina, precisa incorporar novas tecnologias para se tornar mais competitivo. O

relativo atraso pressiona essa mudança onde se destacam os métodos de manejo e

de seleção genética visando animais que alcancem padrões de qualidade similares

aos encontrados nos vizinhos meridionais.

A adoção de novas tecnologias aproxima as empresas locais dos padrões de

eficiência e higiene dos países líderes, sendo mais um reflexo da consolidação das

cadeias de fast food e da expansão das redes de hipermercados. No caso brasileiro,

a migração do rebanho bovino para o Centro-Oeste atraiu alguns frigoríficos, com

adoção de novas tecnologias e estratégias como a diferenciação de produtos e a

adequação aos clientes. Ainda assim, persiste a heterogeneidade coexistindo

plantas com padrão mundial e charqueadores rudimentares (VEGRO, 1999).

A participação ativa de representantes da pecuária de corte na difusão de

novas tecnologias que incrementem qualitativamente a criação e tornem a atividade

mais rentável é o pilar para novas conquistas no segmento. Isso só é possível com a

integração entre profissionais de setores afins - pecuaristas, pesquisadores,

profissionais de empresas de insumos. Mais ainda, somente com a união dos

produtores é possível planejar metas bem definidas quando se busca o

desenvolvimento do rebanho nacional (VIACAVA, 2004).

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7 QUALIDADE DA CARNE

A pecuária de corte vem sofrendo modificações desde o conceito de produção

até aquelas relacionadas com a caracterização do produto final, passando pelo

reconhecimento da cadeia produtiva da carne, pela busca da integração dos

diferentes segmentos que a compõem, e pela integração entre sistemas de

produção e a incorporação de tecnologias (ROCCO e FILHO, 2001).

Os programas de qualidade incentivados pelos frigoríficos valorizam a

padronização dos animais, homogeneidade do lote e castração dos mesmos para

abate. Estes frigoríficos buscam características desejáveis nos animais no que diz

respeito principalmente a peso, idade, acabamento de gordura e distância das

fazendas para o transporte, demonstrando interesse em pagar um prêmio pelos

animais classificados segundo os parâmetros estabelecidos (CALEMAN, 2005).

O interesse pela qualidade da carne consumida vem crescendo muito nos

últimos tempos. Pode-se avaliar a carne pela sua maciez, cor e composição química.

Existe uma preocupação dos consumidores por carnes com menor teor de gordura e

padrões mais homogêneos de maciez. Assim, a indústria alimentícia deve dar

ênfase às características de composição das carcaças, evitando gordura excessiva

e maciez variável nos cortes cárneos (NARDON, 1998).

Para atender aos nichos de mercado de alta qualidade e valor agregado é de

fundamental importância aplicar uma estratégia que envolve desde a escolha de

material genético, a adequação do sistema de produção e não menos importante,

ofertar às indústrias da carne uma matéria prima (bois) padronizados, principalmente

em peso, idade e grau de acabamento. Com o aumento da participação do país no

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mercado internacional e aumento da demanda interna por carne de qualidade este

quadro está se alterando (FILHO, 2006).

Os consumidores, que estão se tornando mais esclarecidos e exigentes,

buscam por produtos de maior qualidade. Adicionalmente, a preocupação com os

aspectos relacionados à saúde e bem estar das pessoas, também tem aumentado

consideravelmente. No caso específico das carnes, essa demanda acontece tanto

pelos atributos intrínsecos de qualidade como, maciez, sabor, quantidade de

gordura, como também, pelas características de ordem ou natureza voltadas para as

formas de produção, processamento, comercialização, etc (FILHO, 2006).

Conforme Filho (2006), a ausência de um sistema de classificação de

carcaças no Brasil dificulta a divulgação de produtos de qualidade diferenciada junto

aos consumidores. Da mesma forma os produtos que chegam à mesa do

consumidor, são produtos sem uma padronização quanto às características

intrínsecas e extrínsecas do mesmo, justamente pela falta de uma linguagem

comum abrangendo desde o produtor até o consumidor.

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8 CONCLUSÃO

Hoje a carne brasileira é uma das mais baratas do mundo, característica que

tem sido determinante na expansão do número de países importadores.

Para Filho (2006), o Brasil detém o segundo maior rebanho comercial do

mundo e é o maior exportador mundial. É ainda o segundo em quantidade de

equivalente carcaça produzida, perdendo somente para os Estados Unidos da

América do Norte em volume produzido.

É importante ressaltar que a qualidade final da carne resulta do que

aconteceu com o animal durante toda a cadeia produtiva. Devem-se assegurar

procedimentos adequados de transporte, armazenamento, manipulação, exposição

e preparo da carne.

Novas alternativas técnicas, éticas e viáveis economicamente, devem ser

avaliadas e testadas na bovinocultura de corte, visando aumentar a qualidade dos

cortes cárneos, o rendimentos dos sistemas de produção e agregar valor às

carcaças de bovinos.

Conforme Rocha (2007), as duas principais características de carcaça

buscadas hoje pelos frigoríficos são o peso e acabamento de carcaça, duas

características de média a alta herdabilidade, portanto quando selecionadas elas

são facilmente transmitidas as suas progênies.

O mercado consumidor vem se tornando cada vez mais exigente, os

consumidores procuram por mais segurança, qualidades como cor, maciez,

suculência e sabor na hora da compra.

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REFERÊNCIAS

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde

Curso De Medicina Veterinária Brígida Torres Schainhuk

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C.)

CURITIBA

2007

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58

Reitor Profº Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica Profª Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Sr. Afonso Celso Rangel Santos

Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Profª Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

Pró-Reitora de Promoção Humana Profª Ana Margarida de Leão Taborda

Secretário Geral Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz

Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde Profº João Henrique Faryniuk

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profª Neide Mariko Tanaka Coordenadora de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária Profª Elza Maria Galvão Ciffoni

Metodologia Científica Profº Eduardo Mendonça Scheren CAMPUS CHAMPAGNAT Rua Marcelino Champagnat, 505 – Mercês Curitiba – Paraná 80215-090 Fone: 41 3331-7700

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TERMO DE APROVAÇÃO Brígida Torres Schainhuk

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(T.C.C.)

Este Trabalho de Conclusão de Curso, o qual é composto por um Relatór io de Estágio Curr icular e uma Dissertação (Monograf ia) , fo i ju lgado e aprovado para a obtenção do t í tu lo de Médica Veter inár ia, no Curso de Medic ina Veter inár ia da Universidade Tuiut i do Paraná.

Curi t iba, 12 de junho de 2007.

Curso de Medic ina Veter inár ia Universidade Tuiut i do Paraná

Orientador: Prof . Esp. José Mauríc io França Universidade Tuiut i do Paraná

Prof. Dr. Valmir Kowalewski de Souza Universidade Tuiut i do Paraná

Prof. Dr. Luiz Augusto Mart ins Gasparetto Universidade Tuiut i do Paraná

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APRESENTAÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de

Médica Veterinária é composto de um Relatório de Estágio, no qual são descritas

as atividades realizadas durante o período de 12/02/2007 à 20/04/2007 no Frigorífico

Margen Ltda., junto ao Serviço de Inspeção Federal Nº592, localizado no município

de Paranavaí-PR, cumprindo estágio curricular e também de uma Monografia que

versa sobre o tema: “Tipificação, Rendimento e Cortes de Carcaça Bovina”.

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A meus pais, João Schainhuk e Margareth Torres Schainhuk, que sempre lutaram

muito para me proporcionar tudo na vida e que me instruíram para que eu me

tornasse uma pessoa cada vez melhor.

À minha irmã, Brigitte Della torre Schainhuk, que tenho muito orgulho e que mesmo

longe neste momento continua sendo minha melhor amiga e companheira.

À minha querida avó, Irmã Della Torre Torres, que partiu desta vida deixando muita

saudade.

E especialmente aos animais que nos ensinam todos os dias o verdadeiro valor do

amor incondicional.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente á Deus pelas bênçãos concedidas por toda esta minha

trajetória.

Ao meu pai, João Schainhuk, pela dedicação, paciência inesgotável, apoio e

principalmente, seu exemplo e companheirismo que ajudou a definir meu caráter e

prosseguir com os estudos.

Á minha mãe, Margareth Torres Schainhuk, que com seu amor e carinho

sempre me apoiou quando se fazia necessário, e cujas lembranças estarão sempre

na minha memória. Obrigada pai e mãe, eu amo muito vocês.

Ao meu melhor amigo e namorado, Egon Walter Osternack, que com muito

amor, paciência e compreensão me incentiva todos os dias, transformando minha

tristeza em felicidade.

Ao meu Orientador, José Maurício França, e professores Luiz Augusto

Martins Gasparetto e Valmir Kowalewski de Souza, que pelos seus exemplos, aulas

e conversas; deixaram-me fascinada pela área de Higiene e Inspeção, fazendo com

que meus objetivos na área da Medicina Veterinária fossem além do que pequenos

animais.

A todos os outros professores, do curso de Medicina Veterinária, que de

várias maneiras colaboraram para o meu crescimento pessoal e profissional.

Aos meus Orientadores Profissionais Médicos Veterinários, Mário Sérgio

Consalter e Vinícius Fregonesi Brinholi, pela oportunidade concedida para a

realização do estágio curricular no Frigorífico Margen de Paranavaí.

Ao agente de inspeção, Rutílio Kuliack, pela amizade, apoio e dedicação em

ajudar a alcançar meus objetivos durante todo o estágio.

À amiga e Médica Veterinária, Richely Canuto, pela dedicação, tempo e dicas

para um melhor aprimoramento deste trabalho.

Agradeço a todos os meus amigos da faculdade pelos vários momentos que

convivemos juntos, nos divertindo, rindo, chorando, estudando e realizando as mais

diversas atividades. Estes momentos sempre serão lembrados por mim com muito

orgulho e carinho.

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63

Agradeço a todos os demais profissionais, amigos e colegas que não foram

citados, mas que de alguma forma participaram deste trabalho.

O verdadeiro teste moral da humanidade, teste tão radical e tão

profundo que escapa ao nosso olhar, é provavelmente o de

suas relações com os que mais ficam a sua mercê: os animais.

Milan Kundera

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde

Curso De Medicina Veterinária

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

CURITIBA

2007

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Brígida Torres Schainhuk

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

C

Relatório de Estágio Curricular apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da Faculdade deCiências Biológicas e de Saúde da UniversidadeTuiuti do Paraná, como requisito parcial paraobtenção do título de Médica Veterinária. Professor Orientador: José Maurício França, M.V;Esp. Orientador Profissional: Mário Sérgio Consalter,M.V.

URITIBA

2007

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RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo apresentar as atividades na área do Serviço de Inspeção Federal (SIF) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O exercício da atividade de Médico Veterinário permite estudar e coligir com os casos clínicos assinalados nos exames em vida e inumeráveis quadros anatomopatológicos que a inspeção “post mortem” proporciona. O estágio supervisionado foi realizado no Frigorífico Margen Ltda., situado na cidade de Paranavaí (PR) no período de 12/02/2007 a 20/04/2007, totalizando uma carga horária de 385 horas. Foram acompanhadas diariamente as atividades desenvolvidas na área de inspeção “ante-mortem”, inspeção “post mortem”, controle de desossa, coleta e remessas de amostras para laboratório, também no Departamento de Inspeção Federal (DIF), verificação de Guia de Trânsito Animal (GTA) e estatística de patologias, com a orientação profissional dos Médicos Veterinários, Mário Sérgio Consalter e Vinicius Fregonesi Brinholi e orientação acadêmica do Professor José Maurício França da Universidade Tuiuti do Paraná.

Palavras-chave: frigorífico; bovinos; Serviço de Inspeção Federal.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 19

2 LOCAL DE ESTÁGIO .................................................................................... 21

2.1 INSTALAÇÕES ............................................................................................. 24

2.1.1 Currais ....................................................................................................... 24

2.1.2 Departamento de Necropsia ...................................................................... 29

2.1.3 Banheiro de Aspersão ............................................................................... 30

2.1.4 Rampa de Acesso à Matança .................................................................... 31

2.1.5 Seringa ....................................................................................................... 31

2.1.6 Chuveiro ..................................................................................................... 32

2.1.7 Box de Atordoamento ................................................................................ 33

2.1.8 Área de Vômito .......................................................................................... 35

2.1.9 Chuveiro Para Remoção do Vômito .......................................................... 35

2.1.10 Sala de Matança ...................................................................................... 37

3 O PRÉ ABATE NA QUALIDADE DA CARCAÇA BOVINA ........................... 39

3.1 TRANSPORTE ............................................................................................. 39

3.2 RECEPÇÃO .................................................................................................. 41

4 INSPEÇÃO “ANTE MORTEM” E MATANÇA DE EMERGÊNCIA ................. 43

4.1 INSPEÇÃO ANTE MORTEM ........................................................................ 43

4.2 MATANÇA DE EMERGÊNCIA ..................................................................... 44

5 FLUXOGRAMA OPERACIONAL .................................................................... 47

5.1 CORREDOR DE ACESSO ........................................................................... 47

5.2 SERINGA ...................................................................................................... 47

5.3 BOX DE ATORDOAMENTO ......................................................................... 48

5.4 ÁREA DE VÔMITO ....................................................................................... 49

5.5 SANGRIA ...................................................................................................... 49

5.6 SERRA DE CHIFRES ................................................................................... 50

5.7 ESFOLA ........................................................................................................ 51

5.8 OCLUSÃO DO RETO ................................................................................... 51

5.9 ARRIAMENTO DO COURO ......................................................................... 51

5.10 SERRA DE PEITO ...................................................................................... 53

5.11 AMARRAÇÃO DO ESÔFAGO ................................................................... 53

5.12 ABLAÇÃO DA CABEÇA ............................................................................. 53

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5.12 ABLAÇÃO DA CABEÇA ............................................................................. 53

5.13 EVISCERAÇÃO .......................................................................................... 55

5.14 DIVISÃO LONGITUDINAL DA CARCAÇA ................................................. 55

5.15 INSPEÇÃO SANITÁRIA ............................................................................. 56

5.16 D.I.F. ........................................................................................................... 57

5.17 TOALETE DA CARCAÇA ........................................................................... 57

5.18 LAVAGEM DAS CARCAÇAS ..................................................................... 57

5.19 CÂMARAS FRIAS ....................................................................................... 58

6 INSPEÇÃO POST MORTEM E LINHAS DE INSPEÇÃO ............................... 60

6.1 ROTINA NAS LINHAS DE INSPEÇÃO ........................................................ 63

6.2 SISTEMA NO TRABALHO DE INSPEÇÃO FINAL (D.I.F.) .......................... 80

6.2.1 Destinação dos Cortes .............................................................................. 85

6.2.2 Carimbagem das carcaças reinspecionadas pelo D.I.F. ........................... 86

7 CRITÉRIOS PARA JULGAMENTO DO DESTINO DAS CARCAÇAS .......... 88

8 SEÇÃO DE SEPARAÇÃO DE CORTES DA CARCAÇA BOVINA ................ 90

8.1 DESOSSA ..................................................................................................... 90

8.1.1 Cortes ........................................................................................................ 93

9 EMBALAGEM ................................................................................................. 95

10 ROTULAGEM ................................................................................................ 97

11 EXPEDIÇÃO .................................................................................................. 99

12 TRATAMENTO DE EFLUENTES ................................................................. 100

13 CONDENAÇÃO – ESTATÍSTICAS ............................................................... 102

14 CONCLUSÃO ................................................................................................ 123

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 124

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - PLACA DA INSPEÇÃO FEDERAL Nº592 ............................. 21

FIGURA 2 - CURRAIS DE CHEGADA E SELEÇÃO ................................. 27

FIGURA 3 - CURRAL DE OBSERVAÇÃO ................................................ 28

FIGURA 4 - CURRAIS DE MATANÇA ...................................................... 29

FIGURA 5 - CHUVEIRO............................................................................. 33

FIGURA 6 - BOX DE ATORDOAMENTO .................................................. 34

FIGURA 7 - LOCAL CORRETO DE INSENSIBILIZAÇÃO ........................ 34

FIGURA 8 - ÁREA DE VÔMITO ................................................................ 36

FIGURA 9 - RECEPÇÃO DOS ANIMAIS .................................................. 42

FIGURA 10 - CORREDOR DE ACESSO .................................................... 47

FIGURA 11 - ENTRADA DA SERINGA ....................................................... 48

FIGURA 12 - ATORDOAMENTO COM PISTOLA PNEUMÁTICA .............. 48

FIGURA 13 - ELEVAÇÃO ATÉ A ÁREA DE SANGRIA .............................. 49

FIGURA 14 - SANGRIA ............................................................................... 50

FIGURA 15 - SERRA DE CHIFRES ............................................................ 50

FIGURA 16 - REALIZAÇÃO DA ESFOLA ................................................... 51

FIGURA 17 - REALIZAÇÃO DA OCLUSÃO DO RETO .............................. 52

FIGURA 18 - ARRIAMENTO DO COURO .................................................. 52

FIGURA 19 - SERRA DE PEITO ................................................................. 53

FIGURA 20 - AMARRAÇÃO DO ESÔFAGO ............................................... 54

FIGURA 21 - LAVAGEM DA CABEÇA ........................................................ 54

FIGURA 22 - MARCAÇÃO NO CÔNDILO DO OCCIPITAL ........................ 55

FIGURA 23 - EVISCERAÇÃO DA CARCAÇA ............................................. 56

FIGURA 24 - DIVISÃO LONGITUDINAL DA CARCAÇA ............................ 56

FIGURA 25 - DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO FINAL ............................ 57

FIGURA 26 - TOALETE DA CARCAÇA ...................................................... 58

FIGURA 27 - LAVAGEM DAS CARCAÇAS ................................................ 58

FIGURA 28 - MEIAS-CARCAÇAS NA CÂMARA FRIA ............................... 59

FIGURA 29 - LINHA “A” – EXAME DAS PATAS E LÁBIOS ....................... 64

FIGURA 30 - LINHA “B” - INSPEÇÃO DA CABEÇA ................................... 66

FIGURA 31 - LINHA “B” – INSPEÇÃO DA LÍNGUA .................................... 67

FIGURA 32 - LINHA “D” – INSPEÇÃO DO TRATO GASTRINTESTINAL .. 68

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FIGURA 32 - LINHA “D” – INSPEÇÃO DO TRATO GASTRINTESTINAL .. 68

FIGURA 33 - LINHA “E” – INSPEÇÃO DO ESÔFAGO ............................... 71

FIGURA 34 - LINHA “E” – INSPEÇÃO DO FÍGADO ................................... 72

FIGURA 35 - LINHA “F” – INSPEÇÃO DOS PULMÕES ............................. 73

FIGURA 36 - LINHA “F” – INSPEÇÃO DO CORAÇÃO ............................... 74

FIGURA 37 - LINHA “G” – INSPEÇÃO DOS RINS ..................................... 75

FIGURA 38 - LINHA “H” – INSPEÇÃO DA PARTE CAUDAL E NODOS-LINFÁTICOS ......................................................

77

FIGURA 39 - LINHA “I” – INSPEÇÃO DA PARTE CRANIAL E NODOS-LINFÁTICOS ..........................................................................

78

FIGURA 40 - LINHA “J” - CARIMBAGEM DA MEIA-CARCAÇA ................. 80

FIGURA 41 - SALA DE DESOSSA .............................................................. 92

FIGURA 42 - EMBALAGEM SECUNDÁRIA ................................................ 96

FIGURA 43 - INFORMAÇÕES DO RÓTULO .............................................. 98

FIGURA 44 - LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO ANAERÓBIA .......................... 101

FIGURA 45 - LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO AERÓBIA ............................... 101

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - REPRESENTAÇÃO DA CAPACIDADE HORÁRIA DE ABATE E DIMENSÃO ............................................................

32

TABELA 2 - VALORES DA VELOCIDADE HORÁRIA DE MATANÇA E TEMPO MÍNIMO DE UM MINUTO DE BANHO.....................

36

TABELA 3 - LINHAS DE INSPEÇÃO POST MORTEM ............................. 60

TABELA 4 - SÍMBOLOS PARA ANOTAÇÃO DOS NODOS-LINFÁTICOS 63

TABELA 5 - CORTES DO TRASEIRO BOVINO ....................................... 93

TABELA 6 - CORTES DO DIANTEIRO SEM PALETA – BOVINO ............ 93

TABELA 7 - CORTES DA PALETA – BOVINO ......................................... 94

TABELA 8 - RELAÇÃO ENTRE MACHOS E FÊMEAS ABATIDOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO A ABRIL DE 2006 E PESO

TABELA 9 - RELAÇÃO ENTRE MACHOS E FÊMEAS ABATIDOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO A ABRIL DE 2007 E PESO

TABELA 10 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 .................................................................................

102

TABELA 11 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 .................................................................................

103

TABELA 12 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 .................................................................................

103

TABELA 13 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 .................................................................................

103

TABELA 14 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 .................................................................................

104

TABELA 15 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 .......................................................................................

104

TABELA 16 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 ...........................................................

104

TABELA 17 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 .......................................................................................

105

TABELA 18 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 ...........................................................

105

TABELA 19 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .......................................................................................

105

TABELA 20 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .......................................................................................

106

TABELA 21 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .......................................................................................

106

TABELA 22 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .......................................................................................

106

TABELA 23 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .......................................................................................

107

TABELA 24 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .......................................................................................

107

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72

TABELA 24 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .......................................................................................

107

TABELA 25 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .......................................................................................

107

TABELA 26 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .. 108

TABELA 27 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 .................................................................................

108

TABELA 28 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE ABRIL 2006 ... 108

TABELA 29 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 .......................................................................................

109

TABELA 30 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 .......................................................................................

109

TABELA 31 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 .......................................................................................

109

TABELA 32 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 .......................................................................................

110

TABELA 33 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 . 110

TABELA 34 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 .......................................................................................

110

TABELA 35 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 ..... 111

TABELA 36 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 .......................................................................................

111

TABELA 37 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 .................................................................................

111

TABELA 38 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 .................................................................................

112

TABELA 39 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 ................................................................................

112

TABELA 40 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 .................................................................................

112

TABELA 41 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 .................................................................................

113

TABELA 42 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 .......................................................................................

113

TABELA 43 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 ...........................................................

113

TABELA 44 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 .......................................................................................

114

TABELA 45 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 ...........................................................

114

TABELA 46 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 .......................................................................................

114

TABELA 47 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 .......................................................................................

115

TABELA 48 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 .......................................................................................

115

TABELA 49 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 .......................................................................................

115

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TABELA 50 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 .......................................................................................

116

TABELA 51 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 .......................................................................................

116

TABELA 52 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 .......................................................................................

116

TABELA 53 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007. 117

TABELA 54 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 .................................................................................

117

TABELA 55 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 .......................................................................................

117

TABELA 56 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 .......................................................................................

117

TABELA 57 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 ......................................................................................

118

TABELA 58 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 .......................................................................................

118

TABELA 59 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 .......................................................................................

118

TABELA 60 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 118

TABELA 61 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 .......................................................................................

119

TABELA 62 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 ..... 119

TABELA 63 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 .......................................................................................

119

TABELA 64 - CAUSAS DE DESTINAÇÕES DAS CARCAÇAS NOS MESES DE FEVEREIRO A ABRIL DE 2006 .........................

119

TABELA 65 - CAUSAS DE DESTINAÇÕES DAS CARCAÇAS NOS MESES DE FEVEREIRO A ABRIL DE 2007 .........................

120

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LISTA DE ABREVIATURAS

Art. Artigo

atm Atmosfera

BSE Encefalopatia Espongiforme Bovina

cm Centímetro

cmmd Capacidade Máxima de Matança Diária

DDA Departamento de Defesa Animal

DIF Departamento de Inspeção Federal

DFD Dark Firm Dry

DIPOA Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal

g Grama

GTA Guia de Trânsito Animal

h Hora

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IF Inspeção Federal

Kg Kilograma

L Litro

m Metros

MF Machos / Fêmeas

min. Minuto

m/s Metro por Segundo

NE Não Exportar

pH Potencial de Hidrogênio Iônico

PP Polipropileno

ppm Partes Por Milhão

PR Paraná

RIISPOA Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal

SDA Secretaria de Defesa Agropecuária

SIF Serviço de Inspeção Federal

SIPA Serviço de Inspeção de Produto Animal

UE União Européia

t Tonelada

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w Watts

°C Graus Celsius

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1 INTRODUÇÃO

A economia brasileira tem passado por rápidas transformações nos últimos

anos. Instituições e comportamentos típicos de um ambiente inflacionário, fechado à

concorrência internacional e marcado pela politização do sistema de preços, vêm

sendo rapidamente modificados pelas reformas em curso na economia desde o

início dos anos 90. Nesse novo contexto, ganham espaço novas concepções, ações

e atitudes, e a produtividade, custo e eficiência se impõem como regras básicas para

sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado (IPARDES, 2002).

O rebanho bovino brasileiro é um dos maiores do mundo – em torno de 198,5

milhões de cabeças, em 2006. Considerando-se uma população de cerca de 185,2

milhões de habitantes para este ano tem-se mais de um bovino por habitante, no

Brasil. As maiores regiões produtoras estão no Centro-Oeste (34,24%), seguidas

pelo Sudeste (21,11%), Sul (15,27%), Nordeste (15,24%) e Norte, com 14,15% do

rebanho nacional (CNPC, 2006),

Nos últimos anos, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carne

bovina. Vários são os fatores para o aumento das exportações, dentre eles a baixa

cotação do real, os baixos custos de produção (comparados aos do mercado

externo) e a ocorrência da BSE (mal da “vaca louca”) em outras regiões do mundo.

Por outro lado, alguns entraves também aconteceram como as barreiras levantadas

pela Rússia às exportações de carne brasileira e os recentes e freqüentes episódios

relativos à febre aftosa.

Este relatório tem como objetivo apresentar as atividades realizadas na área

do Serviço Público Federal pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, junto

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ao Serviço de Inspeção Federal de Nº592, com destaque para Tecnologia de Abate

e Inspeção Sanitária de bovinos.

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2. LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio foi realizado no Frigorífico Margen Ltda., localizado na Avenida

Lázaro Vieira, 1811 – Jardim Avaré – Paranavaí-PR, sob o Serviço de Inspeção

Federal de Nº592 (Figura 1).

FIGURA 1 – PLACA DA INSPEÇÃO FEDERAL Nº592.

Período de Estágio

O período de estágio foi de 12 de fevereiro de 2007 até 20 de abril de 2007,

totalizando um total de 385 horas. O horário era das 5 às 14h, sendo este flexível

conforme o número de bois abatido ao dia.

Durante o período no frigorífico, acompanhei alguns setores tais como,

inspeção ante-mortem, limpeza após o abate, controle de desossa realizado para a

inspeção, coleta e remessas de amostras para laboratório, D.I.F. (Departamento de

Inspeção Federal), verificação de GTA (Guia de Trânsito Animal) e estatística de

doenças.

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O frigorífico conta com um quadro de 216 funcionários na indústria, sendo 66

na matança, 68 na desossa, 20 na estocagem, 23 na graxaria, 19 no carregamento

e 20 na administração.

Em média o frigorífico abatia em torno de 90 bois/h. No período de estágio,

não estava havendo exportação devido à febre aftosa ocorrida no estado.

Classificação e Caracterização do Estabelecimento

O estabelecimento é classificado como Matadouro Frigorífico – abate, corte e

desossa, e entreposto de carnes e derivados, com habilitação à exportação para

países da União Européia, Suíça, Malta, Cingapura, Chile, África do Sul, Filipinas,

Israel, Rússia, países do Mercosul, Estados Unidos e Lista Geral.

Entende-se por lista geral, o país que aceita os padrões de inspeção sanitária

brasileira não fazendo exigências próprias. Quando o país envia uma missão

sanitária que visita os estabelecimentos, e faz exigências quanto ao processo de

abate, acondicionamento, condições de estocagem, e condições para exportação,

através de acordos sanitários específicos, o país torna-se parte de uma lista

especial; é o caso da União Européia e Estados Unidos da América.

Cerca de 60% da produção é destinada ao mercado interno e os outros 40% são

exportados.

Conforme BRASIL (1997), "matadouro-frigorífico" é o estabelecimento dotado

de instalações completas e equipamentos adequados para o abate, manipulação,

elaboração, preparo e conservação das espécies de açougue sob variadas formas,

com aproveitamento completo, racional e perfeito, de subprodutos não comestíveis;

possuirá instalações de frio industrial.

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Entende-se por "entreposto de carnes e derivados" o estabelecimento

destinado ao recebimento, guarda, conservação, acondicionamento e distribuição de

carnes frescas ou frigorificadas das diversas espécies de açougue e outros produtos

animais, dispondo ou não de dependências anexas para a industrialização (BRASIL,

1997).

No frigorífico existem as atividades de abate e desossa somente de animais

da espécie bovina. Abastece o mercado Municipal, Estadual, Interestadual e

Internacional. A sua capacidade de abate/hora/dia é de: 100 bois/hora – 600 a 700

animais/dia – 3.200 animais/semana. Atualmente a unidade de Paranavaí, conta

com 216 funcionários no total.

Descrição da Área / Instalações do Frigorífico

• Dezessete currais, sendo 1 de observação, 6 de chegada e seleção e 10 de

matança (descritos posteriormente);

• Uma sala de abate;

• Uma sala de desossa (capacidade: 1,8 t/h);

• Três poços artesianos (capacidade total de produção de água: 75 m3/h);

• Cinco caixas para reservatório de água;

• Quatro lagoas de estabilização (2 anaeróbias e 2 aeróbias);

• Sete câmaras de resfriamento para carcaças (capacidade total em

toneladas: 270 t);

• Uma câmara de resfriamento / pulmão da desossa (capacidade total em

toneladas: 18 t);

• Três túneis de congelamento (capacidade total em toneladas: 120 t);

• Uma câmara de triagem (capacidade em toneladas: 13 t);

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• Duas câmaras de estocagem (capacidade total em toneladas: 1000 t);

• Expedição de congelados;

• Almoxarifado;

• Refeitório;

• Vestiários;

• Lavanderia;

• Sede de Inspeção (I.F.);

• Escritório.

Orientadores do Campo de Estágio

• Médico Veterinário Mário Sérgio Consalter;

• Médico Veterinário Vinicius Fregonesi Brinholi.

Funcionários do Serviço de Inspeção

A equipe de Inspeção é composta por: 2 Médicos Veterinários, 2 Agentes de

Inspeção e 14 Auxiliares de Inspeção.

2.1 INSTALAÇÕES

2.1.1 Currais

Os currais devem estar localizados de maneira que os ventos predominantes

não levem em direção ao estabelecimento poeiras ou emanações; devem, ainda,

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estar afastados não menos de 80 m das dependências onde se elaboram produtos

comestíveis e isolados dos varais de charque por edificações (Art. 34-7 do RIISPOA,

1997). Classificam-se em: Currais de Chegada e Seleção; Curral de Observação e

Currais de Matança.

• Currais de Chegada e Seleção (Figura 2)

Destinam-se ao recebimento e apartação do gado para a formação dos lotes,

de conformidade com o sexo, idade e categoria. Devem apresentar os seguintes

requisitos (Art. 34-3):

a) área nunca inferior à dos currais de matança;

b) facilidades para o desembarque e o recebimento dos animais, possuindo

rampa suave (declive máximo de 25ºC), construída em concreto-armado, com

antiderrapantes;

c) iluminação adequada (5 lux p/m2);

d) pavimentação, com desaguamento apropriado, declive de 2%, no mínimo;

superfície plana (com antiderrapantes no raio das porteiras), íntegra, sem fendas,

dilacerações ou concavidades que possam provocar acidentes nos animais, ou que

dificultem a limpeza e desinfecção; construído em paralelepípedos rejuntados com

asfalto, lajotas de concreto pré-fabricadas, concreto-armado, ou outro material

impermeável de fácil higienização aprovado pelo D.I.P.O.A. (Departamento de

Inspeção de Produtos de Origem Animal); canaletas de desaguamento, situadas na

parte mais baixa do declive, evitando-se ralos centrais;

e) cercas de 2 m de altura, construídas em madeira aparelhada ou de outro

material resistente, sem cantos vivos ou proeminências (pregos, parafusos, etc.),

que possam ocasionar contusões, ou danos à pele dos animais. Ainda visando à

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prevenção de lesões traumáticas, as cercas internas, divisórias de currais, serão

duplas, isto é, os mourões receberão duas ordens de travessões, correspondentes,

respectivamente, a cada um dos currais lindeiros;

f) muretas separatórias ("cordão sanitário") elevando-se do piso, ao longo e

sob as cercas até a altura de 0,30 m, com cantos e arestas arredondados;

g) plataformas elevadas, construídas sobre as cercas, de largura mínima de

0,60 m, com corrimões de proteção de 0,80 m de altura, para facilitar o exame ante-

mortem, o trânsito de pessoal e outras operações;

h) bebedouros de nível constante, tipo cacho, construídos em alvenaria,

concreto-armado, ou outro material adequado e aprovado pelo D.I.P.O.A.,

impermeabilizados superficialmente e isentos de cantos vivos ou saliências

vulnerantes. Suas dimensões devem permitir que 20% dos animais chegados

bebam simultaneamente;

i) água - para lavagem do piso, distribuída por encanamento aéreo, com

pressão mínima de 3 atm (três atmosferas) e mangueiras de engate rápido, para seu

emprego. Com referência ao gasto médio de água, destes e dos demais currais,

inclusive corredores, deve ser previsto um suprimento de 150 L de água de beber,

por animal, por 24 horas e mais 100 L por metro quadrado, para limpeza do piso;

j) seringa e brete de contenção para exames de fêmeas (idade e grau de

gestação), inspeção de animais suspeitos e aplicação de etiquetas aos destinados à

matança de emergência. O brete deve facilitar o acesso direto ao curral de

observação;

k) lavadouro apropriado à limpeza e desinfecção de veículos destinados ao

transporte de animais (Art. 34-6), localizado o mais próximo possível ao local do

desembarque, com piso impermeável e esgoto independente dos efluentes da

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indústria com instalação de água sob pressão mínima de 3 atm. Deve possuir

dependência destinada à guarda do material empregado nessa operação (BRASIL,

1997).

FIGURA 2 – CURRAIS DE CHEGADA E SELEÇÃO.

• Curral de Observação (Figura 3)

Destina-se exclusivamente a receber, para observação e um exame mais

acurado, os animais que, na inspeção ante-mortem, forem excluídos da matança

normal por suspeita de doença. Deve atender às especificações constantes das

alíneas c, d, e, h e i do item sobre Curral de Chegada e Seleção e mais às

seguintes:

a) adjacente aos currais de chegada e seleção e destes afastado 3 m no

mínimo;

b) "cordão sanitário" com altura de 0,50 m, quando se tratar de cerca de

madeira;

c) área correspondente a mais ou menos 5% da área dos currais de matança;

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d) as duas últimas linhas superiores de tábuas, no seu contorno, pintadas de

vermelho, ou uma faixa da mesma cor, em altura equivalente, quando se tratar de

muro de alvenaria;

e) identificável por uma tabuleta com os seguintes dizeres: "CURRAL DE

OBSERVAÇÃO – Privativo da Inspeção Federal”. Deve possuir cadeado com chave

de uso exclusivo da I.F.

FIGURA 3 - CURRAL DE OBSERVAÇÃO.

• Currais de Matança (Figura 4)

Destinam-se a receber os animais aptos à matança normal. Necessitam

atender às especificações das alíneas d, e, f, g, h e i do item sobre Curral de

Chegada e Seleção e mais às seguintes:

a) área proporcional à capacidade máxima de matança diária do

estabelecimento, obtida multiplicando-se a cmmd (capacidade máxima de matança

diária) pelo coeficiente 2,50 m2. Nos futuros projetos, será exigida a localização

destes currais aos dois lados de um corredor central de no mínimo, 2 m de largura.

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Para melhor movimentação do gado, cada curral deve ter duas porteiras da mesma

largura;

b) luz artificial num mínimo de 5 lux por metro quadrado.

FIGURA 4 – CURRAIS DE MATANÇA.

2.1.2 Departamento de Necropsia

Deve localizar-se nas adjacências do Curral de Observação e tanto quanto

possível próximo à rampa de desembarque. Se houver impossibilidade nessa

localização, consultadas as conveniências o Departamento de Necropsia poderá

situar-se nas proximidades da graxaria. É constituído de: Sala de Necropsia e Forno

Crematório.

Sala de Necropsia: será construída em alvenaria, com paredes

impermeabilizadas com azulejos ou outro material aprovado pela D.I.P.O.A.; terá

janelas e portas teladas; piso impermeável e íntegro com declive para ralo central e

escoamento separado dos fluentes da indústria. Deverá dispor de instalações de

água e vapor para higienização e pia com torneira acionada a pedal, munida de

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saboneteira de sabão líquido e de desinfetante; disporá ainda de mesa metálica fixa

na parede, de armário metálico para a guarda de instrumentos de necropsia e

desinfetantes, e ainda de carrinho metálico provido de tampa articulada, que permita

perfeita vedação, para o fim especial de transportar os despojos do animal para a

graxaria, quando for o caso. Este carrinho, pintado externamente de vermelho,

conterá a inscrição: "DEPARTAMENTO DE NECROPSIA" -I.F.

Pela Sala de Necropsia acesso ao forno crematório, distando deste, no

máximo, 3 m. Na falta de vapor, usar outros processos de desinfecção que venham

a ser aprovados. Os cantos das paredes, entre si, e destas com o piso serão

arredondados; a porta de acesso será metálica, com pedilúvio desinfetante, de

passagem obrigatória, à soleira. O equipamento desta seção é de uso privativo e

intransferível.

Forno Crematório: de alvenaria (tijolos refratários) ou de outro material

apropriado; fornalha alimentada a lenha ou a óleo. O forno pode ser substituído,

conforme as circunstâncias e a juízo do D.I.P.O.A., por autoclave apropriada à

finalidade, provida de boca que permita a entrada de um bovino inteiro. O resíduo

poderá ser destinado à produção de adubo ou fertilizante (BRASIL, 1997).

2.1.3 Banheiro de Aspersão

O local do banho de aspersão disporá de um sistema tubular de chuveiros

dispostos transversal, longitudinal e lateralmente (orientando os jatos para o centro

do banheiro). A água terá uma pressão não inferior a 3 atm, de modo a garantir jatos

em forma de ducha. Recomenda-se a hipercloração dessa água a 15 p.p.m. (partes

por milhão), o aproveitamento das águas hipercloradas das 'retortas' ou o emprego

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de água com características de potabilidade. A sua largura será, no mínimo, de 3 m

(BRASIL, 1997).

2.1.4 Rampa de Acesso a Matança

Da mesma largura do banheiro de aspersão, provida de canaletas

transversal-oblíquas para evitar que a água escorrida dos animais retorne ao local

do banho, e de paredes de alvenaria de 2 m de altura, revestidas de cimento liso e

completamente fechadas. O seu aclive deve ser de 13 a 15%, no máximo. Necessita

de porteiras tipo guilhotina ou similar, a fim de separar os animais em lotes e impedir

a sua volta. O piso, construído de concreto ou de paralelepípedos rejuntados,

permite fácil limpeza e evita o escorregamento dos animais. Sua capacidade deve

ser de 10% da capacidade horária da sala de matança. As paredes, afunilando-se,

na seringa, terão uma deflexão máxima de 45ºC (BRASIL, 1997).

2.1.5 Seringa

De alvenaria, com paredes impermeabilizadas com cimento liso, sem

apresentar bordos ou extremidades salientes, porventura contundentes ou

vulnerantes, piso de concreto ou de paralelepípedos rejuntados com cimento, cuja

Tabela 1, foi calculada em função de 10% da capacidade horária de abate e da

dimensão de 1,70 m por bovino.

O comprimento da seringa vai de acordo com a capacidade de abate, sendo

dotada de chuveiros, cujos jatos são direcionados para o centro da seringa. A água

deve sair com pressão de 3 atm e 15 p.p.m de cloro. A movimentação dos animais é

feito através de choques elétricos de 110 lux.

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TABELA 1 – REPRESENTAÇÃO DA CAPACIDADE HORÁRIA DE ABATE E DIMENSÃO Capacidade horária de abate Dimensão por bovino

40 bois/hora 6,80 m 60 bois/hora 10,20 m 80 bois/hora 13,60 m 100 bois/hora 120 bois/hora

17,00 m 20,40 m

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

No caso de seringa dupla, o comprimento de cada uma, evidentemente, será

a metade dos valores da tabela acima.

A movimentação dos animais, desde o desembarque até o box de

atordoamento, será auxiliada por meio de choque elétrico, obtido com c/a de 40 a 60

lux , proibindo-se o uso de ferrões (Art. 109, parágrafo único).

2.1.6 Chuveiro

Construído de canos perfurados ou com borrifadores, em toda a extensão da

seringa. O uso de borrifadores é mais recomendável, porquanto reduz em cerca de

30% o gasto de água, em relação aos canos perfurados. Devem ser instalados,

entretanto, de modo a não formarem saliências para dentro dos planos da seringa, o

que certamente ocasionaria contusões nos bovinos e a danificação dos próprios

artefatos. A pressão mínima do chuveiro deve ser de 3 atm, com válvula de fácil

manejo. Os animais podem também receber jatos d'água de chuveiros (Figura 5),

sob pressão, em pequenos currais de espera, que antecedam a seringa. Neste caso,

a tubulação aspersora será instalada por sobre os currais (BRASIL, 1997).

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FIGURA 5 – CHUVEIRO.

2.1.7 Box de Atordoamento

Os boxes serão individuais, isto é, adequados à contenção de um só bovino

por unidade (Figura 6). E conforme a capacidade horária de matança do

estabelecimento o trabalhará com um box ou com mais de um box. Neste último

caso, porém, serão geminadas as unidades, construídas em contigüidade imediata e

em fila indiana, intercomunicando-se através de portas em guilhotina.

O atordoamento é efetuado por concussão cerebral, empregando-se a

marreta apropriada ou outro processo (Figura 7), que seja aprovado pelo Serviço,

como o uso da pistola pneumática, dito método humanitário de abate (BRASIL, 1997).

Abate humanitário pode ser definido como o conjunto de procedimentos

técnicos e científicos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na

propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico (ROÇA, 2002).

Conforme Swatland (2000) há vários critérios que definem um bom método de

abate: os animais não devem ser tratados com crueldade; os animais não podem ser

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estressados desnecessariamente; a sangria deve ser a mais rápida e completa

possível; as contusões na carcaça devem ser mínimas; o método de abate deve ser

higiênico, econômico e seguro para os operadores.

FIGURA 6 – BOX DE ATORDOAMENTO.

FIGURA 7 – LOCAL CORRETO DE INSENSIBILIZAÇÃO.

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2.1.8 Área de Vômito

Esta área terá o piso revestido, a uma altura conveniente, por grade metálica

resistente, de tubos galvanizados de 2’’ (duas polegadas) de diâmetro e 2 m de

comprimento, dividida em seções removíveis de 0,25 m de largura, para melhor

facilitar a drenagem dos resíduos e das águas para uma tubulação central de

escoamento. As paredes da área serão impermeabilizadas com cimento liso ou

outro material adequado até 2 m de altura, requerendo-se arredondamento nos

ângulos formados pelas paredes entre si e pela interseção destas com o piso (Figura

8).

A área deverá ter as seguintes dimensões: comprimento correspondente à

extensão total do box, ou dos boxes acrescida de 1,50 m, no sentido da seringa, e

de 2 m no sentido oposto; largura, 3 m.

A iluminação do recinto far-se-á à razão de 6w por metro quadrado. No local

haverá ainda um anteparo destinado à proteção dos operários (BRASIL, 1997).

Após o atordoamento, ocorre a abertura de um fundo falso no box de

atordoamento, no qual o animal desliza sobre grades de ferro tubulares evitando

uma queda brusca na área do guinchamento. Em seguida, por meio de correntes, o

animal é suspenso à trilhagem, seguindo a nória mecanizada.

2.1.9 Chuveiro Para Remoção do Vômito

Freqüentemente sujam-se os bovinos, enquanto em decúbito na Área de

“Vômito”, com a regurgitação de outros que estão sendo alçados, fica instituída a

obrigatoriedade de serem eles mais uma vez banhados. Para tanto, prevê-se a

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instalação de um sistema de chuveiro. Sua extensão obedecerá aos valores da

Tabela 2, em cuja composição levaram-se em conta dois fatores essenciais, a saber,

velocidade horária de matança e o tempo mínimo de banho.

FIGURA 8 – ÁREA DE VÔMITO.

TABELA 2 – VALORES DA VELOCIDADE HORÁRIA DE MATANÇA E TEMPO MÍNIMO DE UM MINUTO DE BANHO

Nº de bovinos Medida Tempo mínimo

Até 40 bois/hora 1,20 min

40-60 bois/hora 1,80 min

60-80 bois/hora 2,40 min

80-100 bois/hora 3,00 min

100-120 bois/hora 3,60 min

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

Com base no tempo mínimo de 60 segundos, necessário ao escorrimento da

água de lavagem, o espaço linear compreendido entre o chuveiro e a sangria será o

mesmo da tabela acima.

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2.1.10 Sala de Matança

Quer seja construída em andar térreo ou pavimento superior, a Sala de

Matança, deve ficar separada do chuveiro para remoção do "vômito" e de outras

dependências (triparia, desossa, seção de miúdos). Nos projetos novos a graxaria

ficará localizada em edifício separado daquele onde estiver a matança, por uma

distância mínima de 5 m. O pé-direito da Sala de Matança será de 7 m. A sua área

total será calculada à razão de 8 m2 por boi/hora. Assim, por exemplo, se um

estabelecimento tem velocidade de abate de 150 bois/hora, sua sala de abate

requer uma área (incluindo a área de "vômito", área de sangria e Departamento de

Inspeção Final) de 1.200 m2; para 100 bois/hora, 800 m2; para 50 bois/hora, 400 m2

(BRASIL, 1997).

Piso (Art. 33-3 e Art. 94): construído de material impermeável, resistente aos

choques, ao atrito e ataque dos ácidos, com declive de 1,5 a 3% em direção às

canaletas, para uma perfeita drenagem. O diâmetro dos condutores será

estabelecido em função da superfície da sala, considerando-se como base

aproximada de cálculo a relação de 0,15 cm para cada 50 m2; todos os coletores,

com igual diâmetro, devem ser localizados em pontos convenientes, de modo a dar

vazão, no mínimo, a 100 L/h/m2 (cem litros-hora por metro quadrado). Todos os

esgotos devem ser lançados nos condutores principais por meio de piletas ou sifões.

Toda boca de descarga para o meio exterior deve possuir grade de ferro á

prova de roedores, ou outro dispositivo de igual eficiência.

De modo algum será permitido o retorno das águas servidas. Os coletores

gerais são condutos fechados ou tubulações de diâmetro apropriado; em cada 50 m,

ou em mudança de direção, será instalada uma caixa de inspeção. Na construção

do piso podem ser usados materiais tipo 'gressit', 'korudur', cerâmica industrial,

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cimento, ladrilhos de ferro, sempre que aprovados pelo Serviço. Serão arredondados

os ângulos formados pelas paredes entre si e por estas com o piso.

As canaletas devem medir 0,25 m de largura e 0,10 cm de profundidade,

tomada esta em seus pontos mais rasos. Terão fundo côncavo, com declive de 3%

em direção dos coletores, para facilitar a higienização diária e serão cobertas com

grades ou chapas perfuradas, não se permitindo, neste particular, pranchões de

madeira. As canaletas terão suas bordas reforçadas com cantoneiras de ferro, que

também servirão de encaixe para as grades ou chapas de cobertura.

Paredes, Portas e Janelas (Art. 33, itens 4 e 15): as paredes serão

impermeabilizados com azulejos brancos ou em cores claras, "gressit"' ou similar,

até a altura de 2 m, salvo no caso de estabelecimentos exportadores, em que a

altura requerida é de 3 m.

Iluminação e Ventilação (Art. 33, itens 2 e 15): a Sala de Matança é uma

dependência que necessita iluminação e ventilação naturais (especialmente

ventilação), por janelas e aberturas sempre providas de tela à prova de insetos. A

iluminação artificial, também indispensável far-se-á por luz fria, observando-se o

mínimo de 200w por 30 m2. Nas linhas de inspeção, os focos luminosos serão

dispostos de maneira a garantir uma perfeita iluminação da área, possibilitando a

exatidão dos exames.

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3 O PRÉ ABATE NA QUALIDADE DA CARCAÇA BOVINA

3.1 TRANSPORTE

A qualidade da carne é influenciada por fatores intrínsecos e extrínsecos. Os

fatores intrínsecos são relacionados ao pH, atividade de água, potencial de óxido-

redução, composição química, fatores antimicrobianos naturais e estrutura biológica;

fatores extrínsecos incluem temperatura, umidade relativa do ambiente e

composição gasosa do ambiente. Entre os últimos, destacam-se as práticas de

manejo no local de criação, no transporte e no abatedouro. Atualmente, muita

ênfase tem sido dada para as conseqüências econômicas do manuseio e transporte

deficiente dos animais (Roça e Serrano, 1996). Há, ainda, grande interesse quanto

ao bem-estar pré-abate dos animais e com o uso de métodos humanitários de

insensibilização, antes da sangria (CROCETTA, 1996).

Para Silva et al. (1999), as alterações na carga emocional do animal, aliado

ao esforço físico realizado nas operações de embarque, transporte, desembarque e

permanência em currais, modificam o metabolismo post mortem, principalmente a

velocidade de glicólise e o nível de acidez muscular. Animais deitados aumentam a

extensão das contusões, de modo que se deve mantê-los em pé, mesmo em

viagens longas. Após o desembarque são submetidos ao jejum (iniciado no

transporte) e, via de regra, confinados com animais estranhos e muitas vezes

agressivos.

Os animais cansados originam carne com menor tempo de conservação, em

virtude do desenvolvimento incompleto da acidez muscular e conseqüente invasão

precoce da flora microbiana. Essa carne mostra-se escura e pouco brilhante, dando

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a impressão de uma sangria deficiente. A coloração indesejada é atribuída às

alterações físico-químicas do músculo e decréscimo da oxigenação da hemoglobina.

Portanto, não é recomendado abater o animal imediatamente após a sua

chegada ao frigorífico (SILVA et al., 1999).

O principal aspecto a ser considerado durante o transporte de bovinos, é o

espaço ocupado por animal, ou seja, a densidade de carga, que pode ser

classificada em alta (600 Kg/m2), média (400 Kg/m2) e baixa (200 Kg/m2).

A maior influência do transporte na qualidade da carne é a depleção do

glicogênio muscular por atividade física ou estresse físico. promovendo uma queda

anômala do pH post-mortem, originando a carne D.F.D. (dark, firm, dry).

Estas condições estressantes são causadas pelo transporte prolongado.

Transporte por tempo superior a 15 horas é inaceitável do ponto de vista de

comportamento e bem-estar animal (ROÇA, 2002).

Os animais devem ser transportados até o matadouro em caminhões

previamente limpos e desinfetados, acompanhados de Guia de Trânsito Animal

(GTA) regularmente expedida por Médicos Veterinários credenciados pelo Ministério

da Agricultura e do Abastecimento ou por Médicos Veterinários e Auxiliares Oficiais

do Escritório Veterinário ao qual o estabelecimento de criação está cadastrado. No

dia anterior ao abate o matadouro fornece ao SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL -

SIF, a papeleta de comunicação de abate do dia seguinte, onde estão configurados

os seguintes detalhes: o número do lote, número e classificação dos animais,

proprietário, propriedade, município e estado de origem e o número da GTA (BRASIL,

1998).

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3.2 RECEPÇÃO

Esta permite selecionar os animais para o abate, facilitando em alguns casos

o diagnóstico de determinadas doenças no “post mortem”, exemplo: fezes, andar

cambaleante, magro, ofegante, olhar triste.

O descanso afeta na qualidade final da carcaça, deve ser no mínimo de 6

horas. Quanto mais longa for a viagem, maior será o tempo necessário para o

descanso. Este vai influenciar no pH (afeta na conservação) e desenvolvimento do

rigor mortis (rigidez cadavérica, que afeta na maciez).

O período de descanso ou dieta hídrica no matadouro é o tempo necessário

para que os animais se recuperem totalmente das perturbações surgidas pelo

deslocamento desde o local de origem até o estabelecimento de abate (GIL e DURÃO,

1989).

De acordo com o artigo nº110 do RIISPOA - (BRASIL, 1968), os animais

devem permanecer em descanso, jejum e dieta hídrica nos currais por 24 horas,

podendo este período ser reduzido em função de menor distância percorrida; até ao

mínimo é de 6 horas.

No abate o pH é em torno de 7, o pH limite para a carne bovina, nessa faixa

começa a se elevar o que caracteriza putrefação da carne. A queda do pH está

ligada a queda do glicogênio muscular, que se transformará em ácido pirúvico e na

ausência de oxigênio se transforma em ácido lático.

A queda da temperatura, dificulta a proliferação bacteriana, diminuindo a

velocidade das reações bioquímicas relativas a autodigestão enzimática.

Um animal exausto não tem glicogênio, então não formará ácido lático tendo

então um pH relativamente alto, o que significa carne com menor possibilidade de

conservação das características físicas e organolépticas (VALSECHI, 2001).

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Na chegada destes (Figura 9), é conferida a seguinte documentação, GTA e o

certificado de sanidade dos animais contra febre aftosa.

FIGURA 9 – RECEPÇÃO DOS ANIMAIS.

Os animais descarregados são separados por lotes com a identificação do

local de origem, propriedade, número de fêmeas e machos.

Logo após o descarregamento, os caminhões são lavados e desinfetados

com soluções de água clorada e detergente, e todos recebem um certificado do

frigorífico dizendo que o caminhão foi desinfetado (BRASIL, 1952).

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100

4 INSPEÇÃO “ANTE MORTEM” E MATANÇA DE EMERGÊNCIA

4.1 INSPEÇÃO ANTE MORTEM

A ocasião mais propicia para realizar a Inspeção "ante mortem" deve ser logo à

primeira hora do período da tarde, quando o gado a ser abatido no dia seguinte já deve estar

convenientemente separado em lotes e contado, nos currais de chegada do estabelecimento.

Pode então o técnico - para seu controle no exame a realizar -- ter em mãos, fornecida pela

empresa, a papeleta com a discriminação dos lotes e respectivas quantidades ou, pelo menos,

o número global de bois e vacas a serem abatidos. A inspeção é obrigatoriamente repetida no

dia seguinte, meia hora antes do início do abate (Art. 111).

Liminarmente a Inspeção "ante mortem" é um exame tão somente visual, de caráter

geral, mas em que o técnico necessita observar, com acuidade, o comportamento dos animais,

no intuito de surpreender aqueles que, por motivos de ordem sanitária, insuficiência de idade

(fêmeas) parto recente, são separados do lote, para um exame clínico mais acurado, em curral

à parte. É indispensável que, inicialmente os animais sejam observados em repouso, pelo

Veterinário, que se terá colocado sobre as plataformas elevadas dos currais, para que daqueles

tenha uma visão ampla. Depois o gado é posto em movimento, a fim de ser mais bem

observado, verificando-se sua atitude nesta circunstância.

Ao ser realizada a Inspeção "ante mortem", têm-se em mira os seguintes objetivos:

a) exigir os certificados de sanidade do gado, inclusive os de vacinação contra a Febre

Aftosa (esta providência deve ser tomada liminarmente, antes de iniciado o exame);

b) examinar o estado sanitário do gado e auxiliar, com dados informativos, a tarefa de

Inspeção "post mortem";

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c) refugar, pelo prazo regulamentar (10 e 12 dias, respectivamente), as vacas recém-

paridas e as que tenham abortado; refugar as que apresentem gestação adiantada (último terço

do período de gestação);

d) controlar as disposições do "Plano de Abate de Gado Bovino", particularmente

quanto às restrições relativas ao abate de novilhas;

e) verificar, quando for o caso, o peso, raça e categoria dos animais, tendo em vista a

obtenção de dados, para a realização eventual de trabalhos de ordem econômica ou

zootécnica;

f) conferir o número dos animais apresentados na relação discriminada ou global de

matança para o dia seguinte, fornecido pela empresa à I.F. como determina o Art. 102;

g) certificar-se das condições higiênicas e de conservação dos currais, assim como do

provimento de água dos bebedouros, tomando-se, se necessário, as medidas indispensáveis

para a sua regularização (BRASIL, 1997).

4.2 MATANÇA DE EMERGÊNCIA

A matança de emergência é aquela à qual são submetidos os animais que chegam ao

estabelecimento em precárias condições físicas ou de saúde, impossibilitados de atingir a Sala

de Matança por seus próprios meios, como também aqueles que foram retidos no Curral de

Observação, após o exame geral.

A matança de emergência pode ser: imediata e mediata:

a) entende-se por MATANÇA DE EMERGÊNCIA IMEDIATA a destinada ao

sacrifício, a qualquer momento, dos animais incapacitados de locomoção, certificadamente

acidentados, contundidos, com ou sem fratura e que não apresentem alteração de temperatura

ou quaisquer outros sintomas, que os excluam, regulamentarmente, do abate em comum.

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b) MATANÇA DE EMERGÊNCIA MEDIATA é a que se destina ao abate dos

animais verificados doentes após o exame clínico e deve ser efetuada depois da matança

normal. No caso de revelarem hipertermia ou hipotermia, os animais serão condenados

liminarmente (Art. 124 e seu parágrafo), podendo ser abatidos no Departamento de Necropsia

ou na Sala de Matança, conforme o diagnóstico do veterinário e a seu critério. Verificado não

se tratar de doença infecto-contagiosa, poderão ser recolhidos ao Curral de Observação, para

tratamento, às expensas do proprietário (BRASIL, 1997).

Incluem-se ainda na Matança de Emergência Mediata os bovinos provenientes do

Curral de Observação e os que se fizerem acompanhar de certificado de tuberculinização ou

de soro-aglutinação brucélica positivas, expedido por veterinário oficial da Defesa Sanitária

Animal ou por profissionais credenciados por este Serviço.

O exame "post-mortem" dos animais abatidos de emergência só pode ser feito pelo

veterinário que esteja de serviço no Departamento de Inspeção Final e ele jamais prescindirá

do subsídio da termometria "intra vitam" (lesões diagnosticadas no exame ante-mortem).

Entretanto, quando da chegada eventual de animais fora dos horários ou dias normais de

matança e na ausência do veterinário, a incumbência do exame (com preenchimento da

papeleta) é transferida, por força das circunstâncias, para o auxiliar que esteja de plantão; mas,

nesse caso, o plantão deixará guardadas, na câmara-fria de seqüestro, devidamente

identificadas, carcaças e vísceras por ele examinadas, a fim de que, na primeira oportunidade,

o veterinário faça ou confirme o diagnóstico e dê às carnes a destinação conveniente

(BRASIL, 1997).

Os animais de matança de emergência que estejam incapacitados de locomover-se

serão conduzidos ao local de abate em carro apropriado.

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5 FLUXOGRAMA OPERACIONAL

5.1 CORREDOR DE ACESSO

É um corredor central, que fica entre os currais, dotado de portões para

abertura e fechamento dos lotes de animais (Figura 10). Neste corredor (rampa de

acesso), ficam os chuveiros que realizam a lavagem, dotado de chuveiros aéreos,

com água clorada (BRASIL, 1998).

FIGURA 10 – CORREDOR DE ACESSO.

5.2 SERINGA

É a continuação do corredor de acesso (Figura 11), porém afunilado, o que

permite a movimentação em “fila indiana” - um bovino atrás do outro (BRASIL, 1998).

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5.3 BOX DE ATORDOAMENTO

É metálico com fundo falso, onde o animal é atordoado individualmente

utilizando a pistola pneumática (Figura 12) (BRASIL, 1998).

FIGURA 11 – ENTRADA DA SERINGA.

FIGURA 12 – ATORDOAMENTO COM PISTOLA PNEUMÁTICA.

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5.4 ÁREA DE VÔMITO

Após o atordoamento abre-se o box e o animal cai em uma área dotada de

canos (como um estrado). O animal geralmente regurgita e elimina fezes, sendo

feita nesta área, uma lavagem do ânus. Pela pata traseira o animal é amarrado a

uma corrente e levantado por um guincho (Figura 13) até a área de sangria (BRASIL,

1998).

5.5 SANGRIA

Feita com o uso de duas facas sendo uma para incisar a pele e a outra para a

sangria propriamente dita (Figura 14). Os instrumentos de trabalho são higienizados

a cada uso (BRASIL, 1998).

FIGURA 13 – ELEVAÇÃO ATÉ A ÁREA DE SANGRIA.

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FIGURA 14 – SANGRIA.

5.6 SERRA DE CHIFRES

Através de serra elétrica (Figura 15) é realizada a retirada dos chifres e após

é a mesma, submetida à desinfecção em água quente a 85°C (BRASIL, 1998).

FIGURA 15 – SERRA DE CHIFRES.

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5.7 ESFOLA

É a retirada da pele do animal (Figura 16). Uma pata solta, para facilitar a

esfola do traseiro, posteriormente são invertidas (operação denominada de

transpasse). Esfola-se o matambre, os dianteiros e a cabeça (BRASIL, 1998).

FIGURA 16 – REALIZAÇÃO DA ESFOLA.

5.8 OCLUSÃO DO RETO

Procede-se o rodelamento da região anal com faca e após insere-se o ânus

em um saco plástico e com um barbante (Figura 17) realiza-se um amarrilho para

evitar extravasamento do conteúdo intestinal na cavidade abdominal (BRASIL, 1998).

5.9 ARRIAMENTO DO COURO

É a retirada da pele pelo rolo, onde o guincho é amarrado a uma corrente

(Figura 18), sendo atada a ponta do couro, forçando sua retirada e após o mesmo é

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conduzido através de condutores até a seção própria para a manipulação dos

couros (BRASIL, 1998).

FIGURA 17 – REALIZAÇÃO DA OCLUSÃO DO RETO.

FIGURA 18 – ARRIAMENTO DO COURO.

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5.10 SERRA DE PEITO

Utilizando-se uma serra elétrica para serragem do osso esterno, procede-se a

abertura do peito (Figura 19). Em seguida, mergulhada em água quente a 85°C para

a sua desinfecção (BRASIL, 1998).

FIGURA 19 – SERRA DE PEITO.

5.11 AMARRAÇÃO DO ESÔFAGO

Usa-se o sacarrolha de aço inoxidável, para a separação do esôfago da

traquéia (Figura 20). Em seguida, faz-se a amarração do esôfago com barbante

(BRASIL, 1998).

5.12 ABLAÇÃO DA CABEÇA

Separa-se a cabeça da carcaça desarticulando-a à nível da articulação. Atlas-

occipital. É feita a primeira pendura onde sofre lavagem - lavador de cabeças -

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(Figura 21) e a segunda pendura é feita para o exame sanitário. É feita uma primeira

marcação no côndilo do occipital (Figura 22) com lápis-tinto; uma nova marcação

com o mesmo número da cabeça na carcaça, para perfeita identificação e

correlação entre cabeça-carcaça (BRASIL, 1998).

FIGURA 20 – AMARRAÇÃO DO ESÔFAGO.

FIGURA 21 – LAVAGEM DA CABEÇA.

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5.13 EVISCERAÇÃO

É a retirada das vísceras (Figura 23). Inicialmente realiza-se a retirada das

vísceras brancas (trato-gastrintestinal, baço, pâncreas, trato genital) e depois das

vísceras vermelhas (fígado, coração e pulmões). Estas são colocadas

respectivamente, nas bandejas da mesa rolante de inspeção sanitária (BRASIL, 1998).

FIGURA 22 – MARCAÇÃO NO CÔNDILO DO OCCIPITAL.

5.14 DIVISÃO LONGITUDINAL DA CARCAÇA

É utilizada a serra elétrica de carcaça (Figura 24), em uma plataforma móvel,

para a subdivisão em duas meias-carcaças (BRASIL, 1998).

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FIGURA 23 – EVISCERAÇÃO DA CARCAÇA.

FIGURA 24 – DIVISÃO LONGITUDINAL DA CARCAÇA.

5.15 INSPEÇÃO SANITÁRIA

Realizada em área do fluxograma operacional, denominadas linhas de

inspeção (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J) que serão detalhadas na seqüência do

relatório.

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5.16 D.I.F.

Para onde são destinadas as carcaças com lesões patológicas, contundidas,

contaminadas e outras alterações para julgamento, diagnóstico e destino da carcaça

(Figura 25). Podem ser liberadas ou enviadas à câmara de seqüestro de acordo com

o julgamento do veterinário do S.I.F. (BRASIL, 1998).

FIGURA 25 – DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO FINAL.

5.17 TOALETE DA CARCAÇA

É a retirada de pequenas contusões (Figura 26), excessos de gordura,

retirada da medula, ligamentos, tendões e diafragma (BRASIL, 1998).

5.18 LAVAGEM DAS CARCAÇAS

Através de jatos de água sob alta pressão (Figura 27), jogados de cima para

baixo, para retirar pêlos, coágulos e esquírolas ósseas sobre a carne (BRASIL, 1998).

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FIGURA 26 – TOALETE DA CARCAÇA.

FIGURA 27 – LAVAGEM DAS CARCAÇAS.

5.19 CÂMARAS FRIAS

As carcaças inspecionadas, carimbadas e lavadas, são refrigeradas por 24

horas (Figura 28), onde a temperatura das meias-carcaças baixa para 0ºC (BRASIL,

1998).

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A imediata entrada das meias-carcaças nas câmaras frias, visa diminuir a

natural tendência de elevação de temperatura das meias-carcaças em face da

transformação do glicogênio em ácido lático, além de dissipar a energia potencial do

músculo atribuída à mudança do estado físico das proteínas musculares, que ocorre

no processo de rigor mortis. Para isso, recomenda-se o resfriamento imediatamente

após o abate, a temperatura do ar entre 0ºC e 4ºC, velocidade do ar de 0,3 a 1,0 m/s

e umidade relativa de 85% a 95%.

Deve existir uma distância mínima de 10 cm entre as meias carcaças ou

quartos, a fim de permitir uma satisfatória circulação de ar em seu redor e em caso

algum poderão ter contato com piso ou paredes (GIL e DURÃO, 1989).

FIGURA 28 – MEIAS-CARCAÇAS NA CÂMARA FRIA.

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6 INSPEÇÃO POST MORTEM E LINHAS DE INSPEÇÃO

A inspeção “post mortem” é efetuada rotineiramente nos animais abatidos, através do

exame macroscópico das seguintes partes e órgãos: conjunto cabeça-língua, superfícies

externa e interna da carcaça, vísceras torácicas, abdominais e pélvicas e nodos-linfáticos das

cadeias mais facilmente atingíveis nas circunstâncias que caracterizam o desenvolvimento dos

trabalhos industriais. Este exame é extensivo, nos bovinos, às superfícies interdigital e

periungueal, no caso dos estabelecimentos autorizados à exportação internacional de carne

"in-natura". Eventualmente, examina-se ainda a arcada dentária, para obtenção de dados

etários como subsídio a ocasionais estudos zoo-sanitários.

Os locais, ou pontos da Sala de Matança onde se realizam esses exames são

denominados Linhas de Inspeção, conforme Tabela 3. Estas estão assim padronizadas:

TABELA 3 – LINHAS DE INSPEÇÃO POST MORTEM

Linha A Exame das patas (nos estabelecimentos exportadores); Linha B Exame do conjunto cabeça-língua; Linha C Cronologia Dentária (facultativa); Linha D Exame do trato gastrintestinal e mais do baço, pâncreas, vesícula urinaria e

útero; Linha E Exame do Fígado; Linha F Exames dos Pulmões e Coração; Linha G Exame dos Rins; Linha H Exame da parte caudal da carcaça e nodos-linfáticos. Linha I Exame da parte cranial da carcaça e nodos-linfáticos. Linha J Carimbagem das meias-carcaças.

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

Nos estabelecimentos que desenvolvem uma velocidade de abate de 80 reses por hora,

ou menos, o número das "linhas" acima enumeradas reduz-se, da maneira seguinte: E + F e G

+ H, respectivamente, se unirão, formando duas em vez de quatro e a linha B, por outro lado,

será atendida por um só auxiliar de inspeção (em estabelecimentos de maior capacidade, o

exame do conjunto cabeça-língua ocupa, normalmente, dois auxiliares).

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As Linhas de Inspeção, notadamente no sistema de mesas fixas, têm necessidade de se

intercomunicar, para notificarem umas às outras a peça marcada em uma determinada linha, a

fim de que possa ser reunida às demais da mesma rês a serem remetidas, conjuntamente, para

julgamento definitivo, ao Departamento de inspeção Final. Essa notificação diz especialmente

respeito à peça ou ao numero da chapinha da peça marcada e à causa da marcação, elementos

estes que possibilitam, às linhas que recebem a notificação, marcar com um mesmo número a

respectiva carcaça e, conforme a causa, outras peças do mesmo animal, que deve seguir para o

D.I.F. Entre as linhas da mesa de evisceração por serem contíguas, a comunicação (oral) é

simples e fácil (BRASIL, 1997).

Os exames a cargo das linhas de inspeção são precedidos, individualmente, por uma

fase dita preparatória, que tem por finalidade:

a) apresentar à Inspeção a peça ou o conjunto de peças em condições de serem

eficientemente inspecionados, tendo em vista o ritmo e a velocidade da matança;

b) apresentar a peça à Inspeção, perfeitamente limpa, não é, como já foi realçado, para

facilitar o exame visual, como também para preservar, do ponto de vista higiênico, as porções

comestíveis.

Esta fase preparatória compete a operários da empresa, os quais não podem ou não

devem ser substituídos por outros que não tenham a necessária pratica do serviço; porquanto

executar, tarefas especializadas, de que muito dependem, a rigor, a qualidade higiênica das

peças e a comodidade e perfeição do trabalho da I.F. nas linhas referidas. Nunca é demais

lembrar que grande número de condenações de carcaças e órgãos, pela I.F., se devem às

contaminações por conteúdo gastrintestinal, como conseqüência do trabalho imperfeito de

evisceradores improvisados ou negligentes.

A excessiva velocidade de abate não somente gera, "per se", desacertos nos trabalhos

da Sala de Matança, como implicando, como implica volume exagerado de produção, reflete-

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se desfavoravelmente nas demais seções, mormente naquelas que diretamente recebem da

Sala de Matança a matéria-prima para suas operações, como é o caso das câmaras-frigoríficas,

graxaria e triparia (BRASIL, 1997).

Os exames realizados nas "Linhas de Inspeção" são da responsabilidade exclusiva da

I.F. são executados por Auxiliares de Inspeção, devidamente adestrados na rotina deste

serviço e possuindo sobre a matéria conhecimentos teóricos, elementares embora. Trabalham

sob a supervisão do Veterinário lnspetor, que é também o responsável pelo Departamento de

Inspeção Final e pelo cumprimento das medidas de ordem higiênico-sanitária constantes

destas Instruções.

Os nodos-linfáticos incisados na rotina da inspeção "post-mortem" são, para efeito de

anotação nos mapas de rejeições e de trabalhos oficiais, representados (Tabela 4) pelos

seguintes símbolos:

TABELA 4 – SÍMBOLOS PARA ANOTAÇÃO DOS NODOS-LINFÁTICOS

Apical A Atlodiano At

Costo-Cervical C Esofagiano E Hepáticas H

Ilíacos I Inguinais In Isquiático Is

Mediastinais M Mesentéricos Me Parotidiano P Poplíteos Pp Pré-crural Pc

Pré-escapulares Pe Pré-peitorais Pt

Retrofaringeanos R Retromamários Rm Subescapulares S

Sublinguais Sl Supra-esternal Se

Tráqueo-brônquicos Tb Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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6.1 ROTINA NAS LINHAS DE INSPEÇÃO

Linha A (Figura 29)

Exame das patas e lábios. Em uma mesa específica, os mocotós são lavados sob o

chuveiro; em seguida é realizado exame visual das patas, atendendo, especialmente, às

superfícies periungueais e espaços interdigitais; a carcaça correspondente aos mocotós é

marcada (no peito, lado esquerdo), caso forem constatadas, eventualmente, febre aftosa, com

a chapa de identificação tipo 3; em caso de condenação os mocotós lesados são depositados

em recipiente próprio de condenados, para sua remessa à graxaria (BRASIL, 1997).

FIGURA 29 – LINHA “A” – EXAME DAS PATAS E LÁBIOS.

Linha B

Exame da cabeça e língua. A cabeça é examinada visualmente em todas suas partes;

cavidade bucal, orifícios, inclusive os deixados pela seção da cavilha óssea (seios frontais); à

procura de cisticerco, os músculos masseteres (corte duplo) e pterigóides (corte único) são

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incisados. Os nodos-linfáticos, parotídeos, sublingual e retrofaríngeo também são incisados

procurando principalmente adenites e tuberculoses. A língua é examinada visualmente e

palpada. Caso seja necessário, serão feitos cortes (D.I.F.) à procura de cisticerco. Nesta linha

podem ocorrer, além das já citadas, lesões como adenites, abscessos, glossite, contusões,

tumores, tuberculose ganglionar (BRASIL, 1997).

Cabeça (Figura 30)

a) examinar visualmente todas as partes do órgão, cavidade bucal, orifícios, inclusive

os deixados pela seção da cavilha óssea (seios frontais);

b) incisar sagitalmente os masseteres, praticando corte duplo, a fim de devassar tanto

os masseteres externos, como os internos, dos dois lados; também serão cortados sagitalmente

os pterigóides; as incisões serão sempre extensas e profundas, de modo a oferecerem o

máximo de superfície à exploração da cisticercose;

c) incisar, no sentido longitudinal, os nodos-linfáticos parotidianos e as glândulas

parótidas, acompanhando sempre com a vista, atenciosamente, a penetração progressiva do

fio da faca na parte objeto de exame, para melhor encontrar e localizar as lesões, norma que

deve ser sistematicamente seguida no exame de qualquer peça por incisões à faca, a exemplo

principalmente do exame de cisticerco;

d) observar a cor das mucosas;

e) procurar no "foramen magnum” a presença possível de lesões medulares;

f) marcar com a chapinha vermelha tipo 2, no preciso local, a lesão que for verificada.

Separar o conjunto cabeça-língua, em que tiver sido verificada a lesão e comunicar

imediatamente ás linhas de inspeção de vísceras o número peça marcada e a natureza da lesão

verificada, para que providenciem a marcação da respectiva carcaça e dos órgãos e vísceras

que se fizerem necessários, de acordo com o caso (com as chapinhas identificadoras

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numeradas, tipo 1); todo o conjunto de peças deve ser a seguir, encaminhado ao

Departamento de Inspeção Final.

FIGURA 30 – LINHA “B” - INSPEÇÃO DA CABEÇA.

Língua (Figura 31).

a) examinar visualmente a língua, massas musculares e tecidos adjacentes;

b) fazer o exame tátil do órgão (palpação);

c) cortar longitudinalmente, em fatias (não picar), os nodos-linfáticos R, SI e, quando

presente, o At;

d) extirpar as tonsilas palatinas;

e) incisar a língua, com um corte longitudinal profundo, após cumpridas as fases

expressas nas alíneas a), b) e c), na hipótese de a carcaça respectiva apresentar-se com a

chapinha tipo 3 (febre aftosa); se livre de qualquer causa que determine o seu envio ao D.I.F.

a língua incisada será destinada à Seção de Conservas ou de Salsicharia, para industrialização;

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é óbvio que tal hipótese só pode ocorrer nos estabelecimentos exportadores, incluídos na

relação dos que fazem restrições às carnes "in natura" por causa da febre aftosa;

f) proceder como foi indicado na alínea f) do '"exame da cabeça", no caso de a língua

apresentar lesão que determine sua remessa juntamente com a cabeça, ao D.I.F.;

g) atentar o funcionário da I.F. em serviço nesta linha, para que a quantidade de

conjuntos cabeça-língua na “seção de espera", na nora ou na mesa rolante, conforme o sistema

instalado, nunca seja inferior ao número de carcaças em trânsito desde o ponto de passagem

pela mesa de inspeção de cabeças e línguas até a última linha de inspeção de vísceras (prefixo

F), ou até a linha de prefixo I, no caso de estabelecimentos exportadores. Logo, só após

ultrapassado o numero assim considerado de cabeças, na seção de espera, podem essas peças

excedentes ser gradativamente liberadas e trabalhadas.

FIGURA 31 – LINHA “B” – INSPEÇÃO DA LÍNGUA.

Linha C

Cronologia dentária. Este exame tem por objetivo determinar a idade aproximada dos

animais abatidos, pela leitura da tábua dentária, visando a levantamentos para estudos

zootécnico-econômicos ou sanitários. Nesta linha, pelo menos 60% dos bovinos abatidos

devem ter a sua idade calculada.

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a) examinar o grau de desenvolvimento dos incisivos (caducos e/ou permanentes) e,

em sua função, calcular a idade aproximada do animal, conforme tabela fornecida pela I.F.;

b) anotar a idade calculada na papeleta modelo 3, que deve estar apensa a uma

tabuleta.

Durante o estágio, não houve averiguação da cronologia dentária, pelo fato de

não estar havendo exportação.

Linha D

Exame do trato gastrintestinal, baço, pâncreas, bexiga e útero (Figura 32).

São feitos no mínimo dez cortes na cadeia mesentérica podendo o intestino estar

infestado por Oesophagostomum sp.; no baço, é feito um corte longitudinal,

encontrando principalmente congestão; no pâncreas também é feito um corte, a

procura de Eurytrema sp.; as peças são condenadas quando há contaminação

gastrintestinal, urinário e secreção uterina.

FIGURA 32 – LINHA “D” – INSPEÇÃO DO TRATO GASTRINTESTINAL.

É efetuado na "área de inspeção" da seção de vísceras abdominais da mesa fixa (tipo 1

ou 2) ou na mesa-rolante.

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a) examinar visualmente e por palpação, fazendo cortes quando necessário, o conjunto

constituído pelo esôfago, estômagos, intestinos, pâncreas, baço e bexiga;

b) cortar em fatias os nodos-linfáticos da cadeia mesentérica (no mínimo dez nodos);

c) reter, no caso de mesa fixa, na área de espera da seção de evisceração e inspeção de

vísceras abdominais, em numero suficiente, os conjuntos das peças mencionadas na letra a)

deste item, até que sejam examinados os órgãos torácicos e fígado dos animais

correspondentes, nas linhas E e F. No caso de estabelecimento exportador, a mesa móvel só

pode liberar o conjunto de peças depois de feito o último dos exames das linhas de inspeção

(carcaça: prefixo I);

d) condenar sistematicamente, assinalando-o com o respectivo carimbo

("CONDENADO"), o conjunto de peças acima especificado, quando tiver sido contaminado

por conteúdo gastrintestinal, conseqüente a perfurações ou à má oclusão das extremidades do

tubo digestivo e desviá-lo para o "chute" de condenados da mesa. No caso de mesa fixa, a

área de inspeção será ato contínuo, convenientemente higienizado com água e vapor fluentes;

no caso de mesa-rolante, a lavagem e esterilização da superfície contaminada é automática.

Condenar os intestinos intensamente parasitados por esofagóstomos. Assinalar no quadro-

marcador as peças condenadas na própria mesa; transferir as anotações, no final dos trabalhos;

e) examinar o útero, visualmente e por palpação, implicando a verificação de estado

adiantado de gestação, anomalias ou lesões de qualquer natureza em exame mais minucioso,

que deve ser feito fora da mesa, face à possibilidade de contaminação;

f) marcar com a chapinha indicadora vermelha (tipo 2), no preciso local, a peça em

que for verificada qualquer anomalia ou lesão, exceto as portadoras de esofagostomose

intensa e as contaminada por conteúdo gastrintestinal, que, como já foi dito, serão condenados

na própria mesa; marcar os intestinos com a chapa identificadora numerado (tipo 1), valendo

esta chapa também para os demais órgãos desta linha; separar as peças e notificar as outras

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linhas da mesa-de-evisceração, para efetuar-se a marcação do fígado, pulmões (e coração) e

carcaça correspondentes, com as chapinhas identificadoras, de número igual ao da que foi

aposta à peça lesada; notificar a Linha B, para a retenção do conjunto cabeça-língua

correspondente e encaminhar todas essas peças, no carrinho, ao Departamento de Inspeção

Final;

g) os conjuntos de peças examinados e que não tenham suscitado qualquer restrição

recebem, na própria mesa, as oclusões;

h) no caso de carcaças contaminadas por conteúdo gastrintestinal, somente estas serão

marcadas (no peito), com a chapinha vermelha, indicadora de lesões, para serem desviadas

para o D.I.F.

Linha E

Exame do fígado e esôfago. É realizado exame tátil e visual das faces da

peça, reparando a cor, volume e nodos-linfáticos. São feitos cortes nos ductos

blilíferos e nodos-linfáticos. Podem ser encontradas lesões como fasciolose,

hidatidose, cirrose, teleangiectasia, congestão, esteatose, abscesso entre outras. No

esôfago, é feito exame tátil, pesquisando principalmente cisticerco (Figura 33).

a) examinar visualmente as faces da peça;

b) fazer a palpação;

c) cortar transversalmente e comprimir os ductos bilíferos;

d) cortar em lâminas longitudinais (sem picar) os nodos-linfáticos da víscera;

e) examinar, visualmente e pela palpação, a vesícula biliar, incisando-a se necessário;

f) condenar totalmente o fígado ou eliminar suas porções lesadas, conforme

apresentem, respectivamente, formas difusas ou circunscritas, previstas no RIISPOA, das

afecções que não têm implicações com a carcaça e com os demais órgãos, tais como:

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teleangectasia, cirrose, congestão, hidatidose, fasciolose, esteatose e peri-hepatite. Nesses

casos, assinalar as condenações no quadro-marcador, transferindo depois, no final dos

trabalhos, tais anotações para a papeleta modelo 4. Condenar os fígados (Figura 34)

eventualmente contaminados com o conteúdo gastrintestinal;

FIGURA 33 – LINHA “E” – INSPEÇÃO DO ESÔFAGO.

FIGURA 34 – LINHA “E” – INSPEÇÃO DO FÍGADO.

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g) marcar com a chapinha-indicadora vermelha (tipo 2), no local adequado, o fígado

cuja lesão ou lesões possam ter implicações com a carcaça e os outros órgãos (tuberculose,

neoplasias, etc); identificar a peça com a chapa-identificadora numerada (tipo 1) e notificar as

demais linhas da mesa de evisceração, para proceder a separação e marcação, com chapas de

número idêntico, dos órgãos e carcaça correspondentes, para a remessa, juntamente com a

cabeça e a língua do mesmo animal, ao Departamento de Inspeção Final.

Linha F

Exame dos pulmões e coração (Figura 35).

Exame dos Pulmões:

a) examinar visualmente a superfície dos pulmões e da traquéia;

b) fazer a palpação;

c) cortar em lâminas longitudinais os nodos-linfáticos Ap, E, Tb e M;

d) incisar os pulmões a altura da base dos brônquios, a fim de permitir a exploração da

luz bronquial, que será feita visando ao estado da mucosa, bem como à presença de "vômito"

ou sangue aspirados;

e) condenar os pulmões que apresentem alterações, patológicas ou acidentais, sem

efetivas implicações com a carcaça, nem com os demais órgãos, como: bronquite, enfisemas,

adenites inespecíficas, “vômito” ou sangue aspirados;

g) computar as condenações no quadro-marcador, transferindo o resultado dessas

marcações, no final dos trabalhos, para a papeleta modelo 4;

h) quando for o caso, isto é, quando se encontrem lesões que possam ter implicações

com a carcaça e órgãos, proceder com os pulmões exatamente como foi descrito, a propósito

do fígado.

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FIGURA 35 – LINHA “F” – INSPEÇÃO DOS PULMÕES.

Exame do Coração (Figura 36).

a) examinar com um golpe de vista o coração e o pericárdio, antes mesmo da abertura

deste;

b) incisar largamente o saco pericárdio;

c) examinar visualmente a superfície do coração (epicárdio), sob água morna corrente,

a 38-40o C, com vistas especialmente à pesquisa de cisticercose;

d) fazer a palpação do órgão;

e) destacar o coração dos pulmões, secionando os grandes vasos da base;

f) incisar longitudinalmente, sob chuveiro morno, o coração esquerdo, da base ao

ápice, expondo, para exame visual e palpação, a cavidade átrio-ventricular; fazer idêntica

operação no coração direito.

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FIGURA 36 – LINHA “F” – INSPEÇÃO DO CORAÇÃO.

Marcação das lesões

a) nas afecções que normalmente não tem implicações com a carcaça (aderências,

pericardites circunscritas, contaminações), o coração é condenado na própria mesa de

inspeção e a respectiva causa computada no quadro próprio, a menos que outra causa

intercorrente, justifique o seu desvio para o D.I.F.

b) nos casos de cisticercose, a lesão é assinalada com a chapinha vermelha (indicadora

de lesões) e o coração e a carcaça correspondentes recebem as chapas identificadoras

numeradas (números idênticos), do tipo 1. A linha de inspeção de cabeças é avisada, para

juntar a cabeça correspondente, ao coração e carcaça destinados ao Departamento de Inspeção

Final.

Linha G

Exame dos rins (Figura 37). É feita pela palpação e o exame visual,

reparando na coloração, aspecto, volume e consistência. Se necessários são feitos

cortes no parênquima.

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FIGURA 37 – LINHA “G” – INSPEÇÃO DOS RINS.

Exame (com o rim obrigatoriamente preso à carcaça)

a) examinar visualmente o órgão e apalpá-lo, apreciando: coloração, aspecto, volume e

consistência;

b) cortar o parênquima, se necessário, verificando o estado das camadas cortical e

modular;

c) examinar visualmente os supra-renais;

d) condenar os rins cujas causas de condenação não determinem normalmente

apreensão da carcaça (congestão, quistos urinários, nefrite, uronefrose e isquemia) e computar

as condenações no quadro-marcador próprio, para, no fim dos trabalhos, transportar esses

dados para a papeleta modelo 5. No caso de lesões que possam ter relação patológica com a

carcaça (tuberculose, neoplasias, etc.), marcar o rim lesado, sem retirá-lo da carcaça, com a

chapinha indicadora vermelha tipo 2 e desviar as duas meias-carcaças correspondentes para o

D.I.F.

e) quando se tratar de animais abatidos para exportação, o exame do rim obedecerá ao

disposto no parágrafo único do Art. 151. Neste caso, incisar-se-á o nodo-linfático renal.

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Linha H

Exame da parte caudal da carcaça e nodos-linfáticos (Figura 38).

Exame

a) examinar de modo geral o aspecto e a coloração de peça;

b) verificar se há anormalidades nas articulações e massas musculares;

c) verificar se existe contaminação de origem gastrintestinal, contusões, hemorragias,

edemas circunscritos ou generalizados; quando as lesões encontradas ou a área porventura

contaminada forem superficiais e localizados, fazer a ablação das partes lesadas e deixar a

meia-carcaça seguir o seu trajeto normal; em caso, porém, de anormalidade mais pronunciada,

desviar a meia-carcaça para o D.I.F.;

d) examinar a cavidade pélvica, peritônio e superfícies ósseas expostas;

e) examinar, esfoliando com a faca, os nodos-linfáticos inguinal (ou retromamário),

pré-crural, ilíaco e isquiático, evitando excisá-los, ou mesmo deslocá-los, em consideração ao

interesse das futuras reinspeções;

f) quando for o caso, examinar o úbere, incisando-o profundamente, se necessário.

Examinar os testículos, quando existentes e as vergas.

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FIGURA 38 – LINHA “H” – INSPEÇÃO DA PARTE CAUDAL E NODOS-LINFÁTICOS.

Marcação das Lesões

As meias-carcaças cujas causas de apreensão determinem o seu desvio para o

Departamento de Inspeção Final, são marcadas tão somente com a chapinha vermelha tipo 2

(indicadora de lesões), no local lesado ou, convencionalmente, no peito, quando for uma

causa de ordem geral, por exemplo, a caquexia.

Linha I

Exame da parte cranial da carcaça e nodos-linfáticos (Figura 39).

Exame

a) examinar, esfoliando com a faca, os nodos-linfáticos pré-peitorais e pré-escapulares;

estes pela sua natural localização intermuscular são deslocados para o exame, através de um

corte previamente praticado na musculatura superficial da base do pescoço, pouco acima da

articulação escápulo-humeral; dito corte deve ser limitado e os nodos-linfáticos depois de

examinados devem ser repostos, sem excisões, no seu sítio original; evita-se, desta forma,

desfigurar os "dianteiros";

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FIGURA 39 – LINHA “I” – INSPEÇÃO DA PARTE CRANIAL E NODOS-LINFÁTICOS.

b) verificar o estado da pleura parietal e do diafragma;

c) pesquisa anormalidades nas articulações;

d) examinar o ligamento cervical, tendo em mira eventuais lesões secundárias de

oncocercose ou de brucelose;

e) observar as superfícies ósseas expostas (estémebras, vértebras torácicas e cervicais);

f) observar se há rigidez muscular;

g) no caso da existência de contusões, abscessos ou contaminações, fazer a ablação

das partes atingidas, se as lesões forem superficiais e circunscritas, deixando a carcaça

prosseguir em seu trajeto normal;

h) quando as lesões, por sua extensão ou gravidade, indiquem o desvio da carcaça para

o Departamento de Inspeção Final, devendo o funcionário desta Linha controlar a correção do

trabalho.

Linha J

Carimbagem das meias-carcaças (Figura 40).

a) marcar as meias-carcaças liberadas para o consumo com o carimbo elíptico modelo

1 do RIISPOA, no coxão, no lombo, na ponta-de-agulha e na paleta, usando tinta adequada,

aprovada pelo Serviço e de forma que o carimbo se mostre perfeitamente legível e sem

borrões. Se o D.I.F. estiver localizado além desta Linha, nela será proibido, terminantemente,

carimbar as meias-carcaças que passem destinadas àquele Departamento (marcadas com a

chapinha tipo 1). Neste caso, o D.I.F. também possuíra um carimbo modelo 1, para a

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carimbagem das carcaças que libere, além, obviamente, dos modelos 10, 11 e 12, reservados

para o uso sobre as carcaças destinadas, respectivamente, à Conserva, Salga e Salsicharia;

b) as carcaças que tenham sido marcadas, quando for o caso, na Linha A (exame das

patas), com a chapinha identificadora tipo 3, terão esta chapinha retirada e receberão, ao lado

de cada um dos decalques do carimbo modelo 1, o carimbo NE (NÃO EXPORTAR); estas

carcaças não podem ser encaminhadas às câmaras-frias em comum com as demais, para evitar

possível contato com as destinadas à exportação; devem ser armazenadas a parte (BRASIL,

1997).

Com o carimbo da inspeção, as carcaças são carimbadas e liberadas. Os

locais que recebem carimbo são o traseiro, ponta de agulha, contrafilé e dianteiro

(BRASIL, 1998).

FIGURA 40 – LINHA “J” - CARIMBAGEM DA MEIA-CARCAÇA.

6.2 SISTEMA NO TRABALHO DE INSPEÇÃO FINAL (D.I.F.)

A instalação do D.I.F. na Sala de Matança, é de caráter compulsório e o Veterinário

chefe da inspeção na Sala de Matança é o executor técnico e responsável pelos seus trabalhos.

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Destina-se este Departamento a recepção das carcaças, órgãos e vísceras marcados nas

diversas Linhas de Inspeção, para, tendo como ponto de partida as causas por elas assinaladas,

serem minuciosamente examinadas pelo Veterinário e receberem, depois de firmado seu

julgamento, a destinação conveniente. O exame, em síntese, consiste numa completa e atenta

revisão daqueles praticados nas Linhas de lnspeção, comportando, ainda, eventualmente,

pesquisas mais profundas, que permitam ao técnico fundamentar suas conclusões. É ainda

para o D.I.F. que são desviadas as carcaças contundidas, sempre que a extensão das lesões não

permita ou não indique a respectiva excisão nas Linhas G, H e I; tais carcaças, de acordo com

o seu estado e a juízo do Veterinário, ou serão condenadas, ou terão aproveitamento

conveniente, depois de receberem a respectiva “limpeza”.

A providência preliminar no exame da peças é a verificação da intercorrespondência

dos órgãos e da carcaça, possível e fácil graças ao sistema de marcação estabelecido com as

chapas tipo 1.

A seguinte é o conhecimento da localização e natureza da causa que motivou o envio

das peças para o D.I.F., pela verificação da chapa tipo 2 (vermelha indicadora de lesão). Já

pela posição da chapa numerada tipo 1 na carcaça (na paleta, no peito ou na parede

abdominal), pode previamente conhecer-se em que região se constatou a causa, o que facilita

a localização da chapa vermelha tipo 2 pelo Veterinário.

A esterilização das chapinhas faz-se à medida que vão sendo retirados das peças.

Sumária e especificamente, o exame das diferentes peças do animal consiste de:

Exame da Cabeça

a) verificação das superfícies musculares expostas pelos cortes praticados nos

masseteres e pterigóides e novas incisões nos mesmos, para completar a pesquisa da

cisticercose;

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b) revisão dos nodos-linfáticos parotidianos e da glândula parótida, com novas

incisões, se necessário;

c) observação das superfícies ósseas expostas;

d) verificação do aspecto das mucosas aparentes;

e) exame dos orifícios naturais e dos deixados pela secção da cavilha óssea.

Exame da Língua (de início, com a peça presa à cabeça pelo freio língua)

a) exame visual da língua e tecidos adjacentes;

b) palpação;

c) exame das glândulas salivares, incisando-as se necessário;

d) revisão do exame dos nodos-linfáticos Rf, SI e At, cortando-os se necessário;

e) exame e excisão das tonsilas palatinas;

f) cortes longitudinais na musculatura lingual, pela face ventral, para pesquisa de

cisticercos, com a cabeça já separada da cabeça e presa ao gancho da mesa;

g) corte longitudinal profundo, na face ventral, no caso de línguas destinadas à

esterilização (conservas enlatadas).

Exame dos Pulmões e Coração

a) revisão do exame de todos os nodos-linfáticos já incisados: Ap, Tb, Es e Md,

cortando-os novamente, se necessário;

b) exame da superfície dos pulmões, com especial atenção ao lobo apical;

c) palpação e cortes no parênquima pulmonar e exame dos brônquios;

d) separação do coração e dos pulmões, cortando os grandes vasos pela sua base e

colocando o coração sobre a mesa;

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e) revisão do exame interno do coração;

f) "desfolhamento" do coração, para a pesquisa de cisticercos, obedecendo a seguinte

técnica:

- fixar o coração pelo átrio direito, no gancho da placa de aço inoxidável própria para

exame de coração;

- cortar ("desfolhar") o músculo cardíaco, no sentido transversal, da superfície para a

profundidade, de maneira a reduzi-lo a uma extensa lamina fina e continua que enseje a maior

área possível de exame;

- pesquisar, na superfície exposta, a presença de cisticercos vivos ou calcificados.

Exame do fígado

a) exame das faces e bordos, apreciando-se o volume, consistência, aspecto e

coloração;

b) revisão dos nodos-linfáticos do fígado;

c) corte transversal e compressão dos dutos bilíferos;

d) palpação da víscera;

e) palpação e incisão da vesícula, se necessário;

f) os cortes profundos e extensos no órgão, se a causa de apreensão foi nele verificado.

Exame do Baço

a) exame visual externo e palpação (aspecto, volume e coloração e consistência);

b) cortes longitudinais no parênquima.

Exame dos Intestinos, Pâncreas, Bexiga e útero

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a) exame visual dos intestinos e do pâncreas. Se a peça for a sede da lesão, fazer a

verificação da extensa da mesma, praticando cortes em outros nodos-linfáticos da cadeia

mesentérica;

b) palpação dos intestinos e do pâncreas;

c) exame visual e palpação da bexiga e do útero.

Exame dos Estômagos

Os estômagos são examinados na própria mesa de inspeção de vísceras, salvo se a

alteração encontrada justificar o seu desvio para o D.I.F., juntamente com os demais órgãos e

carcaça correspondentes, para um exame mais acurado.

Exame da Carcaça

No exame de cada meia-carcaça verificar o seguinte:

a) aspecto geral e estado de nutrição;

b) coloração, com especial atenção para o panículo adiposo;

c) estado das serosas;

d) anormalidades nas articulações;

e) superfícies ósseas (estérnebras, vértebras, costelas, etc.);

f) coloração da medula espinhal, com vistas à icterícia e à melanose;

g) cortes longitudinais do diafragma e seus pilares ("lombinho"); na pesquisa de

cisticercose;

h) ainda para a pesquisa de cisticercos, abertura, com cortes longitudinais adequados,

dos músculos do pescoço e do peito, abra desdobrar-lhes a superfície explorável; no caso de

mais de um cisto vivo na carcaça, estender a pesquisa aos músculos da paleta e outros;

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i) abertura dos vasos superficiais e de fácil acesso para apreciação da cor do seu

endotélio, tendo em vista o diagnostico da icterícia;

j) coloração da cartilagem xifóide (diagnóstico da icterícia);

k) revisão de todos os nodos-linfáticos cortados na rotina das Linhas H e I, incisando

ainda, se necessário, os poplíteos, supra-esternal, pré-peitorais, costo-cervical e

subescapulacres (axilares).

Exame dos Rins

a) verificação do volume, consistência, aspecto e coloração;

b) incisão longitudinal do órgão, para observação das camadas cortical e medular e do

bacinete;

c) exame visual das cápsulas supra-renais;

d) exame dos nodos-linfáticos renais.

6.2.1 Destinação dos Cortes

Tendo formado o seu juízo, através dos exames que realizou ou a que

recorreu, o Veterinário dá às carnes inspecionadas os seguintes destinos

alternativos:

a) liberação para o consumo;

b) aproveitamento condicional (salga, tratamento pelo frio, salsicharia ou conserva);

c) rejeição parcial (afecções benignas circunscritas, lesões traumáticas, contaminação

limitada);

d) rejeição total (condenação).

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6.2.2 Carimbagem das Carcaças Reinspecionadas pelo D.I.F.

Segundo DIPOA (1981), as carcaças liberadas para o consumo, devem

receber o carimbo do S.I.F. no coxão, lombo, ponta-de-agulha e na paleta. Esta

carimbagem vale como comprovação da sanidade da carne e contém a identificação

do estabelecimento responsável. A tinta que é utilizada deve ser adequada, de

forma que o carimbo fique legível.

Carcaças não-apreendidas: São carimbadas com o carimbo modelo 1, do RIISPOA,

o qual deve existir obrigatoriamente no D.I.F., no coxão, no lombo (à altura da 1ª ou 2ª

vértebra lombar); na ponta-de-agulha e na paleta. Em hipótese alguma, carcaças não-

apreendidas podem sair deste Departamento para serem carimbadas na Linha J.

Carcaças destinadas à salga (Charque): São assinaladas, com um corte transversal,

nos músculos da face posterior do antebraço e anterior da perna e também no "filet-mignon"

(músculos psoas), sendo que neste com corte duplo em X.

São carimbadas com o carimbo retangular modelo 11, do RIISPOA, nos mesmos

locais acima especificados, relativamente ao modelo 1.

Carcaças destinadas à conserva (Esterilização): Tem cortadas suas grandes massas

musculares, com duas incisões profundas em forma de C, praticadas, respectivamente, no

coxão duro (quarto traseiro) e na região braço-paleta (quarto dianteiro); são ainda cortados o

"patinho', coxão mole, lombo e “filet-mignon”. São, ainda, carimbadas com o carimbo

retangular modelo 10, do RIISPOA.

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Carcaças destinadas à salsicharia: Repete-se o que foi dito para a conserva;

considerando, apenas, que o carimbo usado aqui será o do modelo 12 do RIISPOA e os cortes

em C serão substituídos por incisões em forma de S.

Carcaças condenadas: Desfigurar as massas musculares, cortando-as em X. Carimbar

as carcaças com o carimbo modelo S, do RIISPOA, destinando-as à graxaria (BRASIL,

1997).

Tratamento pelo frio: Na carcaça, ocorre tratamento pela ação do frio

industrial por um período mínimo de 15 dias a uma temperatura constante de -10ºC

(BRASIL, 2006).

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7 CRITÉRIOS PARA JULGAMENTO DO DESTINO DAS CARCAÇAS

• Abscesso

Quando localizado, de pequena extensão: retira-se o abscesso, sem provocar

contaminação e libera-se o órgão ou parte da carcaça.

Generalizado: condenação da carcaça para graxaria, órgão ou vísceras atingidas.

• Adenite

O destino dependerá do nodo linfático atingido. Se for localizada implica na rejeição

da região que drena a linfa para o gânglio ou gânglios atingidos.

• Adipoxantose (gordura com coloração amarelada)

A carcaça pode ser liberada para o consumo humano, pois não representa um

problema sanitário, mas apenas um problema na visualização.

• Cisticercose

Vesículas transparentes com um ponto branco em seu interior (C. vivo), ou contendo

material calcificado (C. calcificado), localiza-se principalmente nos músculos

mastigadores, coração, língua, diafragma, musculatura bovina.

- Infestação intensa: um ou mais cistos em incisões praticadas em várias partes da

musculatura;

- Destino: Condenação total (graxaria).

- Infestação discreta: No máximo de dois a três cistos em várias incisões;

- Destino: Salga (charque).

- Infestação acentuada: Não atingindo a generalização – dois a três cistos (salga);

- Destino: Conserva (enlatados) até cinco cistos.

- Carcaças com até dois cistos vivos

- Destino: Tratamento pelo frio (-10ºC por 15 dias ou -15ºC a -25ºC por 10 dias);

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- Liberar para a salsicharia ou salga por 21 dias;

- Um cisto calcificado: na carcaça, vísceras ou cabeça;

- Destino: Liberação da carcaça.

• Contaminação por fezes ou piso

Quando a contaminação for passível de remoção deve-se fazer uma toalete que

abranja uma área maior do que a atingida e destiná-la para a conserva, charque ou

salsicharia. Caso a contaminação seja total destina-se a condenação total.

• Contusão ou fratura

Geralmente as lesões ocorriam nas costelas e traseiro, normalmente causada pelo

transporte;

- Recente, de pequena extensão, não apreensão, apenas retirada das porções

afetadas;

- Profunda e extensa: retirada das porções afetadas e destino condicional (conserva

ou charque);

- Generalizada: condenação total (graxaria).

• Icterícia

Quando efetivamente diferenciada de adipoxantose: a carcaça é condenada.

• Nefrite

- Sem reflexo na carcaça: condena-se somente o órgão;

- Com reflexo na carcaça: condenação total (graxaria).

• Pleurite

- Seca: retira-se a pleura e libera-se o restante da carcaça;

- Exsudativa: retiram-se as costelas e a carcaça é encaminhada para a conserva.

• Pneumonia

Quando só o pulmão é afetado, condena-se somente o órgão. Pulmões hepatizados,

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144

com repercussão nos linfonodos e sem repercussão da carcaça: condena-se o

órgão afetado com aproveitamento condicional da carcaça para conserva;

- Processo extenso agudo, associado a outras complicações e com repercussão nos

linfonodos e no estado geral da carcaça: condenação total (graxaria).

• Tuberculose

- Tuberculose calcificada localizada: Condena-se o órgão que contém a lesão e

libera-se a carcaça e o restante dos órgãos para o consumo;

- Tuberculose caseosa localizada: Condena-se o órgão que contém a lesão e

destina-se a carcaça e demais órgãos para conserva (esterilização pelo calor);

- Tuberculose generalizada: Condenação total (graxaria).

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145

8 SEÇÃO DE SEPARAÇÃO DE CORTES DA CARCAÇA BOVINA

8.1 DESOSSA

Desossa: é a retirada dos músculos de suas respectivas bases ósseas.

Através da Portaria nº5, de 08 de novembro de 1988, da Secretaria de

Inspeção de Produto Animal (SIPA), do Ministério da Agricultura foi aprovada a

padronização dos cortes de carne bovina no Brasil. Isto contribuiu para melhorar o

direcionamento da carne beneficiada industrialmente e aperfeiçoar as condições de

comercialização do produto final.

Para ser realizada a desossa é necessário ter dependências específicas

(Figura 41) com ambiente climatizado (entre 10ºC e 12°C), boas condições de

higiene dos manipuladores, da sala de desossa e dos instrumentos de trabalho, a

carcaça deve estar na temperatura de 4ºC para ser desossada e não poderá

ultrapassar de 7ºC depois de embaladas, identificadas e transportadas - em

caminhões isotérmicos (Portaria nº304 de abril/1996 do RIISPOA).

Quanto menor a temperatura da sala de desossa, menor a temperatura dos

cortes, melhorando assim, para que os microorganismos não se multipliquem nos

cortes e no ambiente.

• Entende-se por Cortes Primários os quartos de carcaça obtidos nos

estabelecimentos de abate, resultantes da subdivisão da meia carcaça em dianteiro

e traseiro, por separação entre a quinta e a sexta costela, conforme descrito na

PADRONIZAÇÃO DE CORTES DE CARNE BOVINA, aprovada pela Portaria SIPA

nº5, de 08 de novembro de 1988;

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FIGURA 41 – SALA DE DESOSSA.

• Entende-se por Cortes Secundários do Dianteiro as subdivisões do corte

primário;

• Os cortes secundários do dianteiro correspondem às subdivisões do corte

primário em paleta e dianteiro sem paleta;

• Entende-se por Cortes Secundários do Traseiro as subdivisões do corte

primário de traseiro em traseiro serrote e ponta de agulha.

Conforme definidos na Portaria SDA Nº89, de 15/07/96, são obtidos a partir

do fracionamento dos quartos traseiro e dianteiro, constituindo os cortes

denominados de "traseiro serrote", "dianteiro sem paleta", "ponta de agulha" e

"paleta". É permitida a comercialização dos cortes secundários, dos

estabelecimentos produtores aos varejistas, desde que respeitadas as condições

previstas no Artigo 1º.

As condições mencionadas no item anterior se referem à temperatura,

identificação, embalagem e acondicionamento em caixas, não sendo permitida a

distribuição de carnes penduradas em gancheiras (BRASIL, 1996).

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8.1.1 Cortes

• Traseiro

- Traseiro Comum: com a costela aderida (a partir da 6ª vértebra torácica);

- Traseiro Serrote ou Especial (sem costela): é medida 4 dedos entre costela

e a 6ª vértebra e serrada.

É constituído pelos seguintes cortes (Tabela 5):

TABELA 5 – CORTES DO TRASEIRO BOVINO

Cortes Peso aproximado Alcatra com maminha 5 kg

Picanha 1,5 kg Coxão mole ou Posta vermelha 6 kg

Lagarto ou Posta branca 1,3 kg Coxão duro 5 kg

Patinho 5 kg Músculo 4 kg

Mignon ou Tibone 2,13 kg

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

Dianteiro

- 7 vértebras cervicais, 13 vértebras torácicas, 6 vértebras lombares e 5

vértebras sacrais.

É constituído pelos seguintes cortes, conforme mostra Tabela 6 e Tabela 7:

TABELA 6 – CORTES DO DIANTEIRO SEM PALETA - BOVINO

Cortes Peso aproximado Pescoço 5 kg

Peito ou Granito 4,4 kg Costela 6 kg

Lombo Acém 6,2 kg

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 7 – CORTES DA PALETA - BOVINO

Cortes Peso aproximado Peixinho ou Tatuzinho 900 g

Raquete 1,5 kg Sete 2 kg

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

O peso dos cortes é variável conforme, a raça do animal, se o animal é

castrado ou inteiro, tempo de jejum do animal antes do abate, tipo da dieta, do peso

de abate e/ou idade, grau de engorda, a gordura de cobertura, musculosidade que

pode ser aferida pela área de “olho de lombo”, espessura de gordura subcutânea,

pelo comprimento de carcaça entre outros.

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149

9 EMBALAGEM

O prolongamento da vida de prateleira de carnes e produtos cárneos, é feito

através de uma proteção adequada contra fatores do meio ambiente, como oxigênio,

luz, umidade e contaminação microbiológica. O outro grande benefício advindo do

uso de embalagem adequada é a ampliação do alcance de distribuição dos

produtos.

Na especificação de uma embalagem para produtos cárneos, também devem

ser consideradas as tecnologias de fabricação de materiais de embalagem, que

provoca além das exigências de qualidade os aspectos atrativos ao consumidor do

produto embalado. Deverão conter ainda, informações úteis como prazo de validade,

data de fabricação, composição química, ingredientes, e garantir boas condições de

armazenamento do produto.

Tipos de embalagem utilizada na indústria:

• Embalagem primária: Entende-se por "embalagem primária" o invólucro que

está em contato com o produto – saco de polietileno incolor atóxico, à vácuo ou

crayovac;

• Embalagem secundária: Entende-se por "embalagem secundária" o

invólucro ou recipiente utilizado para acondicionar produtos que tenham sido

embalados primariamente – caixa de papelão, (Figura 42);

• Embalagem terciária: É a embalagem destinada a conter uma ou várias

embalagens secundárias – saco de polietileno (BRASIL, 1998).

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FIGURA 42 – EMBALAGEM SECUNDÁRIA.

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151

10 ROTULAGEM

Entende-se por “rótulo” toda matéria descritiva ou gráfica que identifique o

produto e o estabelecimento produtor, impressa, litografada, pintada ou gravada a

fogo, por pressão ou decalque, aplicados sobre a embalagem plástica, o recipiente,

o vasilhame, o envoltório, o cartucho ou qualquer outro tipo de embalagem do

alimento ou sobre o que acompanha o continente.

Deverão constar no rótulo das carnes e produtos à base de carne bovina as

seguintes informações (Figura 43):

a) Nome e endereço do estabelecimento produtor;

b) Número de controle veterinário (Nº do SIF);

c) A expressão "BRAZILIAN BEEF", significando que a carne é proveniente de

animais nascidos, criados e abatidos no Brasil;

d) Tipo de produto;

e) Nome do corte;

f) Data de produção;

g) Data de validade;

g) Código de Rastreabilidade ("TRACEABILITY CODE") - Correspondente ao

Nº de controle veterinário (Nº do SIF) do estabelecimento de abate, a data do abate,

ao número do lote, ao sexo e idade do animal (BRASIL, 1998).

O Sistema de Rotulagem de Carne Bovina do Brasil é garantido pela

Secretaria de Defesa Agropecuária - SDA através dos Departamentos de Inspeção

de Produtos de Origem Animal - DIPOA e de Defesa Animal - DDA.

Ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA cabe

a responsabilidade pela aplicação do programa, através de seus SERVIÇOS DE

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152

INSPEÇÃO FEDERAL – SIF’s junto aos estabelecimentos de abate e de

transformação de carne bovina aprovados para a UE (BRASIL, 1998).

Ao Departamento de Defesa Animal - DDA cabe a responsabilidade pelo

controle da emissão das GUIAS DE TRÂNSITO ANIMAL – GTA’s, pelo controle da

importação de animais vivos (exigência da identificação e registro dos bovinos no

país de origem) e pelo controle de material de multiplicação animal (sêmen e

embriões).

A auditoria do SISTEMA DE ROTULAGEM nos matadouros será realizada

por Médicos Veterinários da EQUIPE NACIONAL DE SUPERVISÃO DE

ESTABELECIMENTOS EXPORTADORES DO DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO

DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL - DIPOA/SDA.

Os estabelecimentos exportadores de carne bovina e de produtos à base de

carne bovina para UE somente podem utilizar-se do SISTEMA DE ROTULAGEM

com autorização prévia concedida pelo DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO DE

PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL - DIPOA/SDA (BRASIL, 1998).

FIGURA 43 – INFORMAÇÕES DO RÓTULO.

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11 EXPEDIÇÃO

A expedição corresponde a etapa final para a indústria, sendo os produtos

destinados à terceiros para sua possível comercialização e/ou mesmo a aquisição

de suprimentos para a indústria.

Cabe à expedição algumas atribuições que faz-se necessário no momento do

carregamento, como:

- Verificar se os caminhões que chegam para carregar ou descarregar

possuem documentação e notas corretas (selo do ICMS, guia de trânsito do SIF,

etc.) bem como o lacre da carreta;

- Encaminhar as notas de recebimento, pedidos e devoluções aos devidos

setores para controles internos;

- Fazer a programação de carga e descarga para o turno da tarde e noite;

- Procurar despachar primeiramente os produtos com data de fabricação mais

antiga;

- Existe um controle da temperatura (esta deve ser sempre próxima a 0ºC

para poder carregar e expedir as mercadorias) dos caminhões que irão carregar de

acordo com o tipo de produto, sendo colocado para isso um termômetro onde é feita

a leitura.

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154

12 TRATAMENTO DE EFLUENTES

O tratamento primário ou físico visa eliminar partículas pequenas e

decantáveis que no tratamento biológico formam bancos de lodo, diminuindo o

tempo de vida operacional.

No tratamento secundário, o efluente livre de gorduras e partículas sólidas

grosseiras, é degradado biologicamente sob condições especiais por

microorganismos selecionados e adaptados aos gradientes de temperatura,

oxigênio, pH, luz e disponibilidade de nutrientes existentes no despejo a ser tratado.

Nos tratamentos secundários, são bastante utilizados os processos

anaeróbios (Figura 44) e processos aeróbios (Figura 45).

No Frigorífico Margen, o sistema de captação de águas servidas é composto

de ralos de drenagem localizados no piso das várias seções do estabelecimento,

estes ralos possuem ligação direta com o sistema de tubulação que se encarrega de

fazer chegar a água servida aos sistemas de tratamento.

O sistema de tratamento de efluentes do estabelecimento é composto de por

4 lagoas operando em série, o resíduo primário originado da linha verde (para

conteúdo ruminal, contando com a esterqueira) primeiramente é separado em

peneira, abastecendo em processo direto veículos de transporte, onde o

aproveitamento mais comum é a posterior transformação em adubo orgânico,

realizada já fora do estabelecimento.

Os resíduos da linha vermelha (para sangue, contando com caixa de

retenção) seguem em tubulação própria para uma separação realizada em peneira,

onde pequenos resíduos sólidos são separados do meio líquido. Estes resíduos

podem então ser depositados em taludes ou compor o tratamento anaeróbio em

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lagoa esterqueira, estes resíduos recuperados das lagoas e taludes servem então

de adubo orgânico na sua comercialização.

O sebo originado da linha vermelha sofre recuperação em tanque de

decantação sendo separado e comercializado.

FIGURA 44 – LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO ANAERÓBIA.

FIGURA 45 – LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO AERÓBIA.

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13 CONDENAÇÃO - ESTATÍSTICAS

Serão relatadas as estatísticas nos períodos de fevereiro a abril de 2006 e

2007. Em 2006 foram abatidas 26.508 cabeças e, em 2007 foram abatidas 25.011

cabeças, sob a supervisão do (S.I.F.) Serviço de Inspeção Federal Nº592, em

Paranavaí – PR.

Todos os dados relativos a achados estão relacionados nas tabelas abaixo.

TABELA 8 - RELAÇÃO ENTRE MACHOS E FÊMEAS ABATIDOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO A ABRIL DE 2006 E PESO DOS MESMOS

Fevereiro Março Abril Total Machos 6.419 7.945 6.079 20.443 Fêmeas 1.667 2.176 2.222 6.065 Total animais (MF) 8.086 10.121 8.301 26.508 Peso machos 1.779.284 2.180.964 1.694.236 5.654.484 Peso fêmeas 334.493 443.855 462.328 1.240.676 Total em peso 2.113.777 2.624.819 2.156.564 6.895.160 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 9 - RELAÇÃO ENTRE MACHOS E FÊMEAS ABATIDOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO A ABRIL DE 2007 E PESO DOS MESMOS

Fevereiro Março Abril Total Machos 7.065 7.348 6.375 20.788 Fêmeas 1.323 1.703 1.197 4.223 Total animais (MF) 8.388 9.051 7.572 25.011 Peso machos 1.911.101 2.012.528 1.804.061 5.727.690 Peso fêmeas 278.673 352.816 253.793 885.282 Total em peso 2.189.774 2.365.344 2.057854 6.612 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

FEVEREIRO - 2006

TABELA 10 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 CABEÇAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Actinomicose 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 44 0 0 Cisticercose calcificada 0 8 0 0 Tuberculose caseosa 0 4 0 0 Tuberculose calcificada 0 7 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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157

TABELA 11 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 PULMÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Aspiração ruminal 0 149 0 0 Aspiração de sangue 0 122 0 0 Bronquite 0 4 0 0 Congestão 0 139 0 0 Contaminação 0 132 0 0 Edema 0 0 0 0 Enfisema 0 259 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Pneumonia 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 6 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 12 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 PÂNCREAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Euritematose 0 0 0 0 Pancreatite 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 13 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006

LÍNGUAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 0 0 0 Cisticercose calcificada 0 0 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Glossite 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 14 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006

FÍGADOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Abscesso 0 38 0 0 Congestão 0 112 0 0 Cirrose 0 0 0 0 Esteatose 0 0 0 0 Fasciolose 0 0 0 0 Hepatite 0 0 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Peri-hepatite 0 0 0 0 Teleangiectasia 0 55 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 15 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 BAÇOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Congestão 0 236 0 0 Esplenite 0 0 0 0 Tuberculose 0 0 0 0 Contaminação 0 155 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 16 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006

CORAÇÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Cisticercose viva 0 5 1 0 Cisticercose calcificada 0 15 1 0 Endocardite 0 0 0 0 Miocardite 0 0 0 0 Pericardite 0 1 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 17 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 RINS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Cálculo 0 0 0 0 Congestão 0 178 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Infarto anêmico 0 54 0 0 Cisto urinário 0 276 0 0 Hemossiderose 0 0 0 0 Nefrite 0 16 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Uronefrose 0 10 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 18 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2006 INTESTINOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 1 0 0 Adenite 0 0 0 0 Enterite 0 0 0 0 Oesofagostomose 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

MARÇO - 2006

TABELA 19 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 CABEÇAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Actinomicose 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 27 0 0 Cisticercose calcificada 0 22 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 6 0 0 Tuberculose calcificada 0 7 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 20 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 PULMÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Aspiração ruminal 0 170 0 0 Aspiração de sangue 0 225 0 0 Bronquite 0 0 0 0 Congestão 0 228 0 0 Contaminação 0 190 0 0 Edema 0 0 0 0 Enfisema 0 327 0 0 Hidatidose 0 4 0 0 Pneumonia 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 1 0 0 Tuberculose calcificada 0 9 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 21 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 PÂNCREAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Euritematose 0 0 0 0 Pancreatite 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 22 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006

LÍNGUAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 0 0 0 Cisticercose calcificada 0 0 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Glossite 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 23 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 FÍGADOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 56 0 0 Congestão 0 201 0 0 Contaminação 0 3 0 0 Cirrose 0 1 0 0 Esteatose 0 0 0 0 Fasciolose 0 0 0 0 Hepatite 0 0 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Peri-hepatite 0 0 0 0 Teleangiectasia 0 68 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 24 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 BAÇOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Congestão 0 315 0 0 Esplenite 0 0 0 0 Tuberculose 0 0 0 0 Contaminação 0 208 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 25 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006

CORAÇÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Cisticercose viva 0 23 0 0 Cisticercose calcificada 0 33 0 0 Endocardite 0 0 0 0 Miocardite 0 0 0 0 Pericardite 0 4 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 26 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 RINS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Cálculo 0 0 0 0 Congestão 0 288 10 0 Contaminação 0 0 0 0 Infarto anêmico 0 59 0 0 Cisto urinário 0 427 10 0 Hemossiderose 0 0 0 0 Nefrite 0 20 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Uronefrose 0 6 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 27 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2006 INTESTINOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 3 0 0 Adenite 0 0 0 0 Enterite 0 0 0 0 Oesofagostomose 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 4 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

ABRIL - 2006

TABELA 28 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 CABEÇAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Actinomicose 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 74 0 0 Cisticercose calcificada 0 4 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 3 0 0 Tuberculose calcificada 0 8 0 0 Outras causas 0 0 0 0

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Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 29 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 PULMÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 1 0 0 Aspiração ruminal 0 197 0 0 Aspiração de sangue 0 135 0 0 Bronquite 0 15 0 0 Congestão 0 136 0 0 Contaminação 0 130 0 0 Edema 0 0 0 0 Enfisema 0 229 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Pneumonia 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 30 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 PÂNCREAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Euritematose 0 0 0 0 Pancreatite 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 31 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006

LÍNGUAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 0 0 0 Cisticercose calcificada 0 0 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Glossite 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 32 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006

FÍGADOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Abscesso 0 54 0 0 Congestão 0 153 0 0 Contaminação 0 4 0 0 Cirrose 0 0 0 0 Esteatose 0 0 0 0 Fasciolose 0 0 0 0 Hepatite 0 0 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Peri-hepatite 0 3 0 0 Teleangiectasia 0 96 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 33 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 BAÇOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Congestão 0 229 0 0 Esplenite 0 0 0 0 Tuberculose 0 0 0 0 Contaminação 0 143 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 34 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006

CORAÇÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Cisticercose viva 0 20 0 0 Cisticercose calcificada 0 7 0 0 Endocardite 0 0 0 0 Miocardite 0 0 0 0 Pericardite 0 7 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 35 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 RINS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Cálculo 0 0 0 0 Congestão 0 188 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Infarto anêmico 0 44 0 0 Cisto urinário 0 344 0 0 Hemossiderose 0 0 0 0 Nefrite 0 14 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Uronefrose 0 10 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 36 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2006 INTESTINOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 1 0 0 Adenite 0 0 0 0 Enterite 0 0 0 0 Oesofagostomose 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 3 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

FEVEREIRO - 2007

TABELA 37 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 CABEÇAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Actinomicose 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 16 0 0 Cisticercose calcificada 0 11 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 2 0 0

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Tuberculose calcificada 0 6 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 38 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 PULMÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 1 0 0 Aspiração ruminal 0 86 0 0 Aspiração de sangue 0 257 0 0 Bronquite 0 21 0 0 Congestão 0 294 0 0 Contaminação 0 44 0 0 Edema 0 0 0 0 Enfisema 0 71 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Pneumonia 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 1 0 0 Tuberculose calcificada 0 7 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 39 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 PÂNCREAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Euritematose 0 0 0 0 Pancreatite 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 40 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 LÍNGUAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 0 0 0 Cisticercose calcificada 0 0 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Glossite 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 41 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 FÍGADOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento

pelo frio Abscesso 0 36 0 0 Congestão 0 64 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Cirrose 0 0 0 0 Esteatose 0 0 0 0 Fasciolose 0 0 0 0 Hepatite 0 0 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Peri-hepatite 0 0 0 0 Teleangiectasia 0 30 0 0 Tuberculose caseosa 0 1 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0

Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 42 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 BAÇOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Congestão 0 488 0 0 Esplenite 0 0 0 0 Tuberculose 0 0 0 0 Contaminação 0 256 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 43 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 CORAÇÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Cisticercose viva 0 8 0 0 Cisticercose calcificada 0 20 0 0 Endocardite 0 0 0 0 Miocardite 0 0 0 0 Pericardite 0 3 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 44 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 RINS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Cálculo 0 0 0 0 Congestão 26 588 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Infarto anêmico 2 78 0 0 Cisto urinário 24 562 0 0 Hemossiderose 0 0 0 0 Nefrite 4 74 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 45 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2007 INTESTINOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 6 0 0 Adenite 0 0 0 0 Enterite 0 0 0 0 Oesofagostomose 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 1 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

MARÇO - 2007

TABELA 46 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 CABEÇAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Actinomicose 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 18 0 0 Cisticercose calcificada 0 5 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 3 0 0 Tuberculose calcificada 0 5 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 47 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 PULMÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Aspiração ruminal 0 280 0 0 Aspiração de sangue 0 289 0 0 Bronquite 0 84 0 0 Congestão 0 341 0 0 Contaminação 0 127 0 0 Edema 0 0 0 0 Enfisema 0 142 0 0 Hidatidose 0 19 0 0 Pneumonia 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 2 0 0 Tuberculose calcificada 0 6 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 48 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007

PÂNCREAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Euritematose 0 0 0 0 Pancreatite 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 49 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 LÍNGUAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 0 0 0 Cisticercose calcificada 0 0 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Glossite 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 2 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 50 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 FÍGADOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 73 0 0 Congestão 0 130 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Cirrose 0 0 0 0 Esteatose 0 0 0 0 Fasciolose 0 0 0 0 Hepatite 0 0 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Peri-hepatite 0 0 0 0 Teleangiectasia 0 67 0 0 Tuberculose caseosa 0 5 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 51 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 BAÇOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Congestão 0 523 0 0 Esplenite 0 0 0 0 Tuberculose 0 1 0 0 Contaminação 0 355 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

Tratamento pelo frio

TABELA 52 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007 CORAÇÕES Conserva Graxaria Liberação

Cisticercose viva 0 4 0 0 Cisticercose calcificada 0 39 0 0 Endocardite 0 0 0 0 Miocardite 0 0 0 0 Pericardite 0 10 0 0 Outras causas 0 2 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007. TABELA 53 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007

RINS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Cálculo 0 0 0 0 Congestão 0 598 0 0

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Contaminação 0 0 0 0 Infarto anêmico 0 58 0 0 Cisto urinário 0 544 0 0 Hemossiderose 0 0 0 0 Nefrite 0 71 0 0 Tuberculose caseosa 0 2 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Uronefrose 0 36 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007. TABELA 54 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE MARÇO DE 2007

INTESTINOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo frio

Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Enterite 0 0 0 0 Oesofagostomose 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 3 0 0 Tuberculose calcificada 0 2 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

ABRIL - 2007

Tratamento pelo frio

TABELA 55 - REJEIÇÃO DE CABEÇAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 CABEÇAS Conserva Graxaria Liberação

Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Actinomicose 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 19 0 0 Cisticercose calcificada 0 11 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 4 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 56 - REJEIÇÃO DE PULMÕES NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 PULMÕES Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Aspiração ruminal 0 203 0 0 Aspiração de sangue 0 160 0 0 Bronquite 0 32 0 0 Congestão 0 204 0 0 Contaminação 0 0 90 0 Edema 0 0 0 0 Enfisema 0 121 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Pneumonia 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0

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Tuberculose calcificada 0 2 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

Conserva

TABELA 57 - REJEIÇÃO DE PÂNCREAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 PÂNCREAS Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Euritematose 0 0 0 0 Pancreatite 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 58 - REJEIÇÃO DE LÍNGUAS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 LÍNGUAS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 0 0 0 Adenite 0 0 0 0 Cisticercose viva 0 0 0 0 Cisticercose calcificada 0 0 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Glossite 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 0 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

Liberação

TABELA 59 - REJEIÇÃO DE FÍGADOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 FÍGADOS Conserva Graxaria Tratamento pelo

frio Abscesso 0 47 0 0 Congestão 0 82 0 0 Contaminação 0 1 0 0 Cirrose 0 2 0 0 Esteatose 0 0 0 0 Fasciolose 0 0 0 0 Hepatite 0 0 0 0 Hidatidose 0 0 0 0 Peri-hepatite 0 0 0 0 Teleangiectasia 0 23 0 0 Tuberculose caseosa 0 3 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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TABELA 60 - REJEIÇÃO DE BAÇOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 BAÇOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Congestão 0 313 0 0 Esplenite 0 0 0 0 Tuberculose 0 0 0 0 Contaminação 0 202 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

Tratamento pelo frio

TABELA 61 - REJEIÇÃO DE CORAÇÕES NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 CORAÇÕES Conserva Graxaria Liberação

Cisticercose viva 0 2 0 0 Cisticercose calcificada 0 11 0 0 Endocardite 0 0 0 0 Miocardite 0 0 0 0 Pericardite 0 1 0 0 Outras causas 0 3 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 62 - REJEIÇÃO DE RINS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 RINS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Cálculo 0 0 0 0 Congestão 0 352 0 0 Contaminação 0 0 0 0 Infarto anêmico 0 46 0 0 Cisto urinário 0 354 0 0 Hemossiderose 0 0 0 0 Nefrite 0 26 0 0 Tuberculose caseosa 0 3 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Uronefrose 0 58 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

TABELA 63 - REJEIÇÃO DE INTESTINOS NO PERÍODO DE ABRIL DE 2007 INTESTINOS Conserva Graxaria Liberação Tratamento pelo

frio Abscesso 0 2 0 0 Adenite 0 0 0 0 Enterite 0 0 0 0 Oesofagostomose 0 0 0 0 Tuberculose caseosa 0 2 0 0 Tuberculose calcificada 0 0 0 0 Outras causas 0 0 0 0 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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CAUSAS DE DESTINAÇÕES DAS CARCAÇAS – 2006 E 2007

TABELA 64 – CAUSAS DE DESTINAÇÕES DAS CARCAÇAS NOS MESES DE FEVEREIRO A

ABRIL DE 2006 CARCAÇAS Fevereiro Março Abril Total

Contaminação 231 331 337 899 Tratamento pelo frio 48 49 93 190 Conserva 3 5 1 9 Graxaria: cisto vivo 0 0 1 1 Graxaria: tuberculose 0 0 3 3 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007. TABELA 65 – CAUSAS DE DESTINAÇÕES DAS CARCAÇAS NOS MESES DE FEVEREIRO A

ABRIL DE 2007 CARCAÇAS Fevereiro Março Abril Total

Contaminação 240 270 257 767 Tratamento pelo frio 24 18 22 64 Conserva 3 1 1 5 Graxaria: cisto vivo 0 0 0 0 Graxaria: tuberculose 0 1 0 1 Fonte: BRASIL, SIF Nº592, 2007.

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DISCUSSÃO

GRÁFICO 1 – CONDENAÇÕES FRIGORÍFICO MARGEN, FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL – 2007

2007

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

cabe

ça

pulm

ão

pânc

reas

língu

a

fígad

o

baço

cora

ção rim

inte

stin

o

Órgão afetado

Qua

ntid

ade

fevereiro

março

abril

GRÁFICO 2 – CONDENAÇÕES FRIGORÍFICO MARGEN, FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL – 2006

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2006

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

cabe

ça

pulm

ão

pânc

reas

língu

a

fígad

o

baço

cora

ção

rim

inte

stin

o

Órgão afetado

fevereiro

março

abril

Qua

ntid

ade

Durante o período de estágio pude acompanhar as patologias mais

freqüentes que ocorreram no frigorífico.

Na cabeça os principais casos de rejeição foram por cisticercose viva,

calcificada; tuberculose caseosa e calcificada, sendo que em 2007, o maior índice foi

no mês de abril, com 19 casos de cisticercose viva.

No pulmão os principais casos de rejeição foram por aspiração ruminal,

aspiração de sangue, congestão e enfisema, sendo que em 2007, o maior índice foi

no mês de março, com 341 casos de congestão.

No pâncreas não ocorreram casos de rejeição significativos.

Na língua o único caso de rejeição foi por tuberculose caseosa, no mês de

março, com 2 casos.

No fígado os principais casos de rejeição foram por abscesso, congestão e

teleangiectasia, o maior índice foi no mês de março, com 130 casos de congestão.

No baço os principais casos de rejeição foram por congestão e contaminação,

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sendo o maior índice foi no mês de março, com 523 casos de congestão.

No coração os principais casos de rejeição foram por cisticercose viva e

calcificada e pericardite, sendo o maior índice no mês de março, com 39 casos de

cisticercose calcificada.

Nos rins os principais casos de rejeição foram por congestão, cisto urinário,

infarto anêmico e nefrite, sendo o maior índice no mês de março, com 598 casos de

congestão.

Nos intestinos os principais casos de rejeição foram por abscesso,

tuberculose caseosa e tuberculose calcificada, sendo o maior índice no mês de

fevereiro, com 06 casos de abscesso.

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15 CONCLUSÃO

A realização do estágio curricular definiu a real importância que um Médico

Veterinário tem em um Frigorífico, executando os papéis de conscientizar, ensinar e

estimular os métodos corretos e ideais para um melhor funcionamento do mesmo,

ampliação do bem estar animal e melhorar a qualidade final da carne.

O essencial é que o abate de animais seja realizado sem sofrimentos

desnecessários e que a sangria seja eficiente. As condições humanitárias não

devem prevalecer somente no ato de abater, e sim nos momentos precedentes ao

abate. As etapas de transporte, descarga, descanso, movimentação,

insensibilização e sangria dos animais são importantes para o processo de abate,

devendo-se evitar todo o sofrimento desnecessário.

A imagem da cadeia produtiva de carnes somente pode ser melhorada

através de um controle adequado dos vários estágios da produção, especialmente

durante o abate. É importante ressaltar, ainda, que a sociedade atual requer

rentabilidade real de qualquer atividade. Isso, só será alcançado mediante o

estabelecimento de uma produção competitiva, que se traduz por produto de

qualidade, com constância de oferta a preços adequados.

A tecnologia garante carne com qualidade, através de informações

detalhadas sobre procedência, manejo nutricional, sanitário e genético da carne

bovina.

Com este trabalho, foi possível aprimorar e ampliar meus conhecimentos na

área de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, sendo alcançado assim,

o objetivo esperado.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento de Defesa e Inspeção Agropecuária. Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. São Paulo: Inspetoria do SIPAMA, 1968. 346p.

BRASIL. – Ministério da Agricultura e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Portaria Nº90, Brasília-DF, 1996, 3p.

BRASIL. – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Brasília-DF, 1997, 217p.

BRASIL. – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SISLEGIS – Sistema de Legislação Agrícola Federal. CIRCULAR Nº192/98/DCI/DIPOA, Brasília-DF, 1998.

BRASIL. – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal do Estado do Rio de Janeiro - RIISPOA. DECRETO Nº38, 757, Rio de Janeiro - RJ, 2006, 106p.

CNPC - CONSELHO NACIONAL DA PECUÁRIA DE CORTE. Balanço da Pecuária Bovídea de Corte. Site corporativo, 2006. Disponível em http://www.cnpc.org.br. Acesso em: 16 mai. 2007.

CROCETTA, I. Abate Humanitário. Revista Nacional da Carne, n.227, p.56-60, 1996.

GIL, J.I., DURÃO, J.C. Manual de inspeção sanitária de carnes. Lisboa: Fundação Caloustre Gulbenkian, 1989, 563p.

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IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Análise da Competitividade da Cadeia Agroindustrial de Carne Bovina no Estado do Paraná: sumário executivo. Curitiba (PR): IPARDES, 2002. p.82. Disponível em: http://www.ipardes.gov.br/webisis.docs/cadeia_agroindustrial_bovinos_sumario_executivo.pdf. Acesso em: 16 mai. 2007.

ROÇA, R.O. Abate Humanitário de Bovinos. In: CONFERÊNCIA VIRTUAL GLOBAL SOBRE PRODUÇÃO ORGÂNICA DE BOVINOS DE CORTE 02 de setembro à 15 de outubro de 2002, 15p. São Paulo. Disponível em: http://www.cpap.embrapa.br/agencia/congressovirtual/pdf/portugues/02pt03.pdf. Acesso em: 19 mai. 2007.

ROÇA, R.O.; SERRANO, A.M. Operações de Abate de Bovinos. Revista Nacional da Carne, v.228, p.48-50, 1996.

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