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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JESSICA ALVES DE SOUZA MEDIAÇÃO COMO FORMA ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS CURITIBA 2016

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JESSICA ALVES DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/02/MEDIACAO-COMO-FORMA-ALTERNATIVA... · orientador, professor Felipe Alcure. Por ter se mostrado

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

JESSICA ALVES DE SOUZA

MEDIAÇÃO COMO FORMA ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO DE

CONFLITOS

CURITIBA

2016

JESSICA ALVES DE SOUZA

MEDIAÇÃO COMO FORMA ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO DE

CONFLITOS

Monografia apresentada ao Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial à obtenção do titulo de Bacharel em Direito.

Orientador: Prof. Felipe Alcure.

CURITIBA

2016

TERMO DE APROVAÇÃO

Jessica Alves de Souza

MEDIAÇÃO COMO FORMA ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Bacharel em Direito no Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, _____ de ________________________ de 2010.

Curso de Direito

Universidade Tuiuti do Paraná

___________________________________________

Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite

Coordenador do Núcleo de Monografias

Orientador:

_______________________________________ Prof. Felipe Alcure

Universidade Tuiuti do Paraná – Departamento de Ciências Jurídicas

Banca Examinadora:

_______________________________________ Professor

Universidade Tuiuti do Paraná – Departamento de Ciências Jurídicas

_______________________________________ Professor

Universidade Tuiuti do Paraná – Departamento de Ciências Jurídicas

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela força е coragem durante toda esta longa

caminhada.

A minha mãe Arlete, pois o sеυ cuidado е dedicação fоі que deram, еm alguns

momentos, а esperança pаrа seguir.Ao meu padrasto Cleidivan, que durante esses

anos provou que com a sua presença eu não estou sozinha nessa caminhada. A

minha irmã Hellen que é a grande razão da minha vida.

Аоs meus amigos, que estiveram presentes durantes esse 5 anos.

A todos os professores do Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da

Universidade Tuiuti do Paraná, que com seus conhecimentos colaboraram

consideravelmente no meu conhecimento profissional, em especial ao meu

orientador, professor Felipe Alcure. Por ter se mostrado um profissional dedicado,

atencioso e competente. Isto me deu tranquilidade e segurança para desenvolver e

concluir este trabalho, tornando possível a efetiva conclusão deste trabalho e a

realização de um grande sonho.

DEDICATÓRIA

Com uma imensa gratidão, dedico este trabalho a

todos os que sempre me ampararam, em especial a

minha mãe Arlete Claudia Alves Santos, ao meu

padrasto Cleidivan Sousa Santos a minha irmã

Hellen Victória Alves Santos e ao meu pai Alcides

José de Souza que mesmo não estando mas entre

nós me deu a maior inspiração para a conclusão

desse trabalho.

RESUMO

O presente trabalho vem para mostra como hoje no judiciário brasileiro existem

facilitadores de acesso à Justiça, e mostraremos como de uma forma mais eficaz e

célere conseguimos alcançar os objetivos das partes sem enfrentar o poder

judiciário.

A escolha desse tema foi para mostrar os benefícios da Mediação e como ela é

vista perante o poder judiciário e a população. Nessa pesquisa abordaremos os

princípios que envolvem a Mediação, as escolas que é levada como influencia, as

principais características desse meio alternativo de solução de conflitos. Trataremos

também da lei 13.140/2015, e quais as vantagens e desvantagens da Mediação.

Palavras-chave:

Mediação- Conflitos. Meios alternativos. Mediador.

ABSTRACT

This work is to show how today in the Brazilian judiciary are facilitating access

to justice, and show how a more effective and expeditious way we can achieve the

objectives of the parties without facing the judiciary.

The choice of this theme was to show the benefits of mediation and how it is

seen before the judiciary and the public. In this research we will discuss the principles

involving mediation, schools that is taken as influence, the main characteristics of this

alternative means of conflict resolution. We will address also the Law 13,140 / 2015

and what the advantages and disadvantages of mediation.

Key words: Mediação- Conflict. Alternative means. Mediator

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

2 MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS ............................... 9

2.1 CONFLITOS E MEIOS DE SOLUÇÃO ....................................................................................... 10

2.1.1 Autotutela ....................................................................................... Erro! Indicador não definido.

2.1.2 Autocomposição ............................................................................. Erro! Indicador não definido.

2.1.3 Heterocomposição ......................................................................... Erro! Indicador não definido.

3 MEDIAÇÃO NO BRASIL ......................................... Erro! Indicador não definido.

3.1 MEDIAÇÃO ............................................................ Erro! Indicador não definido.5

3.2 ESCOLAS DA MEDIAÇÃO ..................................................................................................... 16

3.2.1 Mediação Facilitada ou Assistida ................................................. Erro! Indicador não definido.6

3.2.2 Mediação Transformativa ............................................................. Erro! Indicador não definido.7

3.2.3 Mediação Circular Narrativa ......................................................... Erro! Indicador não definido.7

3.3 PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO ................................ Erro! Indicador não definido.8

3.4 CARACTERISTICAS DA MEDIAÇÃO ..................... Erro! Indicador não definido.

4 PODER JUDICIÁRIO ....................................................................................... 23

4.1 PROCEDIMENTO ............................................................................................. 24

4.2 MEDIADOR....................................................................................................... 25

4.2.1 O Mediador no NOVO CPC x LEI 13.140/2015 .......................................................................... 27

4.3 SOLUÇÃO DA LIDE ......................................................................................... 28

4.3.1. Lei n.° 13.140/2015 .................................................................................................................. 28

5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MEDIAÇÃO ....................................... 30

5.1 VANTAGENS ............................................................................................................................ 30

5.2 DESVANTAGENS .................................................................................................................... 32

6 CONCLUSÃO ................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ................................................................ Erro! Indicador não definido.

8

1 INTRODUÇÃO

Nesse trabalho abordaremos o tema da mediação, tratando especificamente de

como essa forma de solução de conflitos é utilizada no poder judiciário. A mediação

vem sendo um meio de solução de conflitos muito eficaz em algumas áreas do

direito, o questionamento dessa pesquisa é “O porque não sugerir para as partes, a

medição como uma forma de resolução de seus conflitos antes mesmo de dar início

a mais um processo? Talvez se a metade desses processos que estão em

tramitação tivessem passado pela mediação, já poderiam estar conclusos sem

enfrentar a delonga do poder judiciário.

A Mediação é um método utilizado para facilitar a população para a resolução

de um conflito, que será auxiliado por um Mediador neutro que ajudará as partes a

chegar a melhor forma a resolução do conflito.

Notamos claramente nessa pesquisa, que muitas vezes as partes chegam ao

judiciário com o lado emocional abalado, a mediação acaba com o inesperado final

do processo e concede às partes o tempo necessário para alcançar a solução de

seus problemas cuja resolução, às vezes, está além da capacidade de decisão do

Juiz. O mediador vem preparado, utilizando de técnicas especificas para cada

conflito ajudando encontrar soluções alternativas para a chegar a um acordo.

A mediação é um meio alternativo de solução de conflitos, através de diálogo

entre as partes envolvidas com o auxílio de terceiro que seria o mediador, buscando

soluções para a resolução dos problemas. Essa uma forma célere e amigável, com o

objetivo não somente de encerrar o litígio, mas de identificar as razões que

motivaram o problema, fazendo com que as partes permaneçam numa relação na

qual não se tratem como adversários.

A pesquisa será realizada com o auxílio de documentos como (leis, sentenças,

acórdãos, pareceres, portarias) e também através de livros, artigos e outros meios

de informação como (revistas, boletins, jornais), outras pesquisas podem ser

encontradas em bibliotecas, sites da internet.

9

2 MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Hoje os meios alternativos de solução de conflitos são facilitadores e

representam um novo enfoque de acesso à Justiça.

No Brasil esses métodos alternativos vêm conquistando o seu espaço, em

razão da crise do judiciário de modo que, surgem os conciliadores, mediadores,

juízes leigos (juizado especial) e árbitros.

A solução de conflitos já passou por diversas modificações desde a

organização da sociedade em seus primórdios, tais como a autocomposição e

heterocomposição. No atual estágio da Sociedade aumentam as possibilidades de

solução negociação entre as partes, a chamada justiça restaurativa.

Trata-se, portanto, de assunto atual de grande relevância, haja vista que a

mediação se mostra como meio seguro e célebre de resolução de conflitos.

Muitos desses métodos alternativos eram considerados extraprocessuais, e

foram inseridos no texto legal, de forma a serem utilizados no processo judicial,

como, é o caso, por exemplo, da conciliação, arbitragem da medição.

Os meios alternativos mais utilizados na justiça brasileira são a conciliação,

arbitragem e a mediação que está direcionado ao foco dessa pesquisa.

Hoje temos um sistema no nosso poder judiciário um tanto quanto desgastado,

podemos analisar essa situação através da qualidade de atendimento e da

quantidade de processos em andamento, além da quantidade temos o outro lado,

que é o custo desses processos e que são problemas que não são simples de

resolver, com isso precisamos buscar meios alternativos.

Uma coisa que observamos é que poucas pessoas têm conhecimento dessas

medidas alternativas isso faz com que congestione o poder judiciário.

Tento uma noção básica e entendendo a importância dessas medidas no poder

judiciário podemos ir adiante nessa pesquisa.

Segundo Carlos Alberto Salles (GABBAY, 2010), a assimilação pelo sistema

jurídico brasileiro de mecanismo alternativo de solução de conflitos leva a uma nova

consideração do próprio conceito de jurisdição, que recai sobre sua função de

10

pacificação social e atividade caracterizada enquanto método de solucionar

disputas. O conceito de jurisdição passa a ter que contemplar mecanismo

alternativos de solução de conflitos, dando novo sentido à garantia constitucional da

inafastabilidade da jurisdição.

2.1 CONFLITOS E MEIOS DE SOLUÇÃO

A sociedade em que vivemos é constituída por pessoas completamente

diferente uma das outras, há diversos tipos de sociedade, cada qual com suas

características, dependendo, principalmente, dos aspectos culturais de cada uma

por esse motivo muitas vezes acontecem os conflitos.

Via de regra o senso comum, de forma equivocada indica o conflito como

sendo algo desagradável, um mal que deve ser evitado, o conflito não deve ser

considerado sempre como um algo negativo.

Para podermos visualizar de uma forma mais clara o autor Morton Deustch diz

em sua obra que nem todos os conflitos devem ser encarados como algo apenas

negativo. “O conflito é frequentemente parte do processo de testar e de avaliar

alguém e, enquanto tal, pode ser altamente agradável, na medida em que se

experimenta o prazer do uso completo e pleno da sua capacidade. De mais a mais,

o conflito demarca grupos e, dessa forma, ajuda a estabelecer uma identidade

coletiva e individual”. Morton Deutsch (2004. p.34)

Se as partes utilizam meios formais e mais interativos que um tribunal, sempre

existe a possibilidade de se chegar um ponto comum e satisfatório para ambas,

permanecendo o tribunal como segundo recurso e não o primeiro e, muitas vezes,

único.

Vasconcellos (2014. p.25), de forma simples diz que os conflitos “decorrem da

convivência social do homem com suas contradições”. No seu entendimento, os

conflitos podem ser acoplados em quatro espécies, a saber: conflitos de valores,

relacionados às diferenças morais, ideológicas e religiosas; conflitos de informação,

decorrente da incompletude da informação ou de sua distorção, nesse caso há

ruídos na comunicação entre as partes; conflitos estruturais, isto é, diferenças nas

circunstâncias sociais, políticas e econômicas dos envolvidos; e por fim e não menos

11

importantes, os conflitos de interesse, consistentes na reivindicação de bens e

direitos convergentes.

2.1.1 Autotutela

Antigamente a autotutela é utilizada como meio de solução de conflitos porem

de uma forma precária, pois muitas vezes não era de uma forma justa que eram

solucionados os problemas, na maioria das vezes a parte mais “poderosa” saia

beneficiada.

A autotutela é considerada como uma forma de resolução de conflitos em que

uma das partes estabelecem a solução para a outra parte. E tem duas

características muito importante, que são: Ausência de juiz distinto das partes e

imposição da decisão por uma das partes à outra.

Para o jurista Fredie Didier “A autotutela é uma solução egoísta e parcial do

litígio. O juiz da causa é uma das partes. ”

2.1.2 Autocomposição

A autocomposição é uma forma de solução de conflitos onde as partes

negociam e entram em um acordo, somente é alcançada quando uma das partes

envolvidas deixa de lado o interesse próprio em favor do interesse alheio.

São duas formas de autocomposição, a transação que ocorre quando houver

um consentimento de ambas as partes que cada uma cede um pouco e a submissão

que é quando uma parte abre mão da coisa em benefício de outrem.

2.1.3 Heterocomposição

A heterocomposição é caracterizada por duas ideias: a presença de um

terceiro; e que este tenha poder de decisão sobre as partes. Esta é a forma mais

conhecida e utilizada atualmente na solução de conflitos, sobretudo por meio da

jurisdição, na qual o Estado-juiz dá solução impositiva aos casos concretos. Outro

12

método heterocompositivo, alternativo à jurisdição, é a Arbitragem, que será tratada

especificamente neste artigo.

3 MEDIAÇÃO NO BRASIL

A primeira vez que foi mencionado a mediação no Brasil foi na área trabalhista

onde procuravam formas de resolver a quantidade de conflitos entre os

trabalhadores e patrões com isso foi prevista a participação de mediadores no

ministério do trabalho no DECRETO Nº 1.572, DE 28 DE JULHO DE 1995, nos

conflitos de negociação coletiva.

DECRETA:

Art. 1º A mediação na negociação coletiva de natureza trabalhista será exercida de acordo com o disposto neste Decreto.

Art. 2º Frustada a negociação direta, na respectiva data-base anual, as partes poderão escolher, de comum acordo, mediador para composição do conflito.

§ 1º Caso não ocorra a escolha na forma do caput deste artigo, as partes poderão solicitar, ao Ministério do Trabalho, a designação de mediador.

§ 2º A parte que se considerar sem as condições adequadas para, em situação de equilíbrio, participar de negociação direta, poderá, desde logo, solicitar ao Ministério do Trabalho a designação de mediador.

§ 3º A designação de que tratam os parágrafos anteriores poderá recair em:

a) mediador previamente cadastrado nos termos do art. 4º desde que as partes concordem quanto ao pagamento dos honorários por ele proposto por ocasião da indicação; ou

b) servidor do quadro do Ministério do Trabalho, sem ônus para as partes.

Art. 3º Nos casos previstos nos §§ 1º e 2º do artigo anterior, a designação do mediador competirá:

I - ao Delegado Regional do Trabalho, quando se tratar de negociação de âmbito local ou regional; ou

II - ao Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, na hipótese de negociação de âmbito nacional.

Art. 4º O Ministério do Trabalho manterá cadastro de profissionais para o exercício da função de mediador para subsidiar a escolha pelas partes.

13

§ 1º A inscrição no cadastro far-se-á, mediante requerimento do interessado, perante a Delegacia Regional do Trabalho, desde que o requerente demonstre:

a) comprovada experiência na composição dos conflitos de natureza trabalhista;

b) conhecimentos técnicos relativos às questões de natureza trabalhista.

§ 2º Preenchidos os requisitos referidos no parágrafo anterior, caberá ao Delegado Regional do Trabalho expedir o competente ato declaratório, que será publicado no Diário Oficial da União.

§ 3º O credenciamento terá validade pelo prazo de três anos contados da data de sua publicação, facultado ao Delegado Regional do Trabalho o respectivo cancelamento, mediante despacho fundamentado.< p> § 4º É vedado o credenciamento de servidores públicos ativos.

Art. 5º O mediador designado terá o prazo máximo de trinta dias para a conclusão do processo de negociação, salvo acordo expresso com as partes interessadas.

Parágrafo único. Tendo em vista circunstâncias de ordem pública, o Delegado Regional do Trabalho poderá solicitar redução no prazo de negociação.

Art. 6º Não alcançado o entendimento entre as partes, na negociação direta ou por intermédio de mediador, lavrar-se-á, de imediato, ata contendo:

I - as causas motivadoras do conflito;

II - as reivindicações de natureza econômica.

Art. 7º O Ministro de Estado do Trabalho expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto neste Decreto.

Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 28 de julho de 1995; 174º da Independência e 107º da República

Após essa situação a mediação passou a ser utilizada de uma forma não

regular pela legislação em outras áreas do direito como conflitos familiares, em

escolas e outras áreas que poderiam ser resolvidas antes mesmo de virar demandas

judiciais.

Silva (2004, p.23) em um de seus trechos diz :

“Muito embora não havendo uma legislação que venha regular a aplicação

do procedimento de mediação familiar, nada impede a sua aplicação, vez

14

que possibilita uma maior celeridade e eficácia nas questões judiciais, que

consolidarão os resultados obtidos através da homologação de acordos

alcançados pelos interessados, através da intervenção do mediador”

Como mencionado a medição não tinha porque ser banalizada uma vez que

estava sendo uma forma de resolução de conflitos. Segundo Silva a medição passou

a ser utilizada como pratica no Brasil em 1996 com a ajuda da Lei de Arbitragem nº

9.307/96 e assim passou a ser incluída nos regulamentos.

As formas de resolução de conflitos têm uma grande variação de cultura para

cultura, algumas estabelecem a conciliação o diálogo. A mediação e grande a

maioria passam a responsabilidade ao Estado para as decisões dos conflitos.

De acordo com Cachapuz:

“A prática da mediação como forma de resolução de conflitos é utilizada

desde a antiguidade, e sua existência remonta aos idos de 3000 A.C”.

Segundo o autor existem relatos sobre o seu emprego na Grécia, no Egito,

Kheta, Assíria e Babilônia, nos casos entre as Cidades - Estados.”

Nas últimas três décadas, conforme menciona Rodrigues Junior (2003,

p.298), a mediação passou a ser sistematicamente estudada nos Estados Unidos.

Nos mesmos moldes, a mediação chegou ao Canadá e, em função de um grupo de

pesquisadores franceses, ingressou finalmente no território europeu. A partir do

século XX passou a ser amplamente utilizada em vários países, como França,

Inglaterra, Irlanda, Japão, Noruega, Espanha, Bélgica, Alemanha, dentre outros.

Hoje no nosso âmbito jurídico conseguimos notar que há um interesse muito

grade dos nossos legisladores em utilizar os meios alternativos para a resolução de

conflitos, pois assim é uma maneira de “desafogar” e agilizar o judiciário.

Em 26 de julho de 2015 entrou em vigor a Lei Brasileira de Medição (Lei

13.140), e vem para trazer importantes questões em relação a pratica da mediação.

Hoje percebemos que os legisladores estão procurando maneiras para facilitar o

15

acesso à justiça pois houve a criação das leis da Arbitragem (Lei 9.307/96) e dos

Juizados Especiais (Lei 9.099/95) que vem como facilitadores do acesso à justiça.

3.1 MEDIAÇÃO

A medição é um meio alternativo não hierarquizado de solução de conflito, em

que duas ou mais pessoas a com participação de um terceiro que nessa situação

seria o mediador e tem por objetivo solucionar pacificamente as divergências entre

as pessoas envolvidas.

Para Serrano (1996a; 1996b) a mediação é:

“..considera que a mediação poderá ser dividida em tipologias, tendo em

conta o papel do mediador, forma de relação entre as partes e o contexto

social de onde surge o conflito. Assim, no papel do mediador, encontramos

a mediação activa (na qual o mediador intervém activamente, emitindo

sugestões e desenvolvendo um plano de acção táctico e estratégico) e a

mediação passiva (onde o mediador limita os seus esforços, fazendo com

que as partes continuem a negociar;. importa mais a sua presença do que a

sua acção). Pruitt (1981) refere que, dentro da mediação activa, podemos

encontrar a mediação de processo, na qual o mediador pretende

basicamente desenvolver nas partes condições de negociação e

habilidades que facilitem o desenvolvimento da mesma, e a mediação de

conteúdo, na qual o interesse primordial recai sobre os pontos ou problemas

a tratar. “

Na mediação, há em mente que as pessoas em conflitos a partir dessa

concepção geral, ao serem recepcionadas, estarão em estado de desequilíbrio, e

assim o mediador tem como desafio a busca da técnica específica que ajude os

interessados a perceber e reagir ao conflito de uma maneira eficaz.

A mediação representa um método adequado de tratar as situações e consiste

em cada processo e dessa forma deve ser desenvolvido um planejamento com

técnica e visão interdisciplinar.

16

3.2 ESCOLAS DA MEDIÇÃO

Não podemos dizer que há uma definição única de medição, pois fazendo uma

pesquisa percebemos que isso não acontece pois há uma diversidade de

pensamentos e ideologia, com um caráter descritivo e prescritivo de como deve ser

realizada a medição.

Percebemos que são utilizados três tipos de Escolas de Mediação, fazendo

uma mistura de diversas ferramentas da mediação de acordo com a exigência do

caso concreto. Não podemos falar de uma combinação pois são objetivos diferentes.

Cabe as partes decidirem o modelo, a seguir o mediador vem para qualificar a

escolha e deixar conscientes sobre os objetivos e premissas de cada modelo, e

assim as partes devem estar de acordo com a forma que será aplicada a mediação.

Falando um pouco mais das escolas da mediação, notamos a presença de três

escoladas, sendo elas: Negociação assistida baseada em princípios (problem-

soving), Mediação transformativa, Mediação circular narrativa.

3.2.1 Mediação Facilitada ou Assistida

Segundo a autora Daniela Gabbay:

A mediação é uma negociação facilitada ou assistida, sendo útil analisa-la

sob dois tipos de abordagens: a adversária e a de solução de conflitos. A

abordagem adversarial considera que a negociação é focalizada em

recursos limitados – como o dinheiro- e que as partes decidirão se o dividem

e como o fazem.

Nessa escola tem como método uma negociação baseada no mérito e tem

como objetivo separar as pessoas do problema, focar nos interesses em jogo não na

posição das partes, inventar opção de ganho mútuo e por ultimo insistir em critérios

objetivos.

Para a autora Gabbay:

17

A principal crítica que surge em relação a esta classificação de Riskin, e ao

modelo de mediação/negociação de Harvard, é referente à sua orientação

acordista – pois a mediação é direcionada a por fim ao conflito através do

acordo. Para os críticos que compõem as demais Escolas, a mediação

deveria ser centrada no conflito e não no acordo.

3.2.2 Mediação Transformativa

Essa escola traz o método onde visa que o conflito não deve ser visto como

um problema, mas sim com o uma oportunidade para beneficiar ambas as partes,

tanto no sentindo do autoconhecimento, como no de reconhecimento da importância

do outro.

A Mediação transformativa, privilegia a melhora da relação entre as pessoas

envolvidas nos conflitos, sendo o acordo entre elas, uma das possibilidades.

Para a autora Gabbay:

“A mediação transformativa ajuda as partes a decidirem por elas mesmas, e

a terem suas próprias vozes, com base da delegação do poder de si e no

reconhecimento do outro, ainda que precisem aprender a viver com o

conflito e não com a sua solução. O acordo não é a único bom resultado

possível.”

3.2.3 Mediação Circular Narrativa.

Quando falamos de medição circular narrativa não podemos deixar de citar o

nome de Sara Cobb, pois é uma modelo que tem como base a comunicação. O

Modelo Circular-Narrativo procura unir os dois modelos anteriores, frisando no

conflito e no acordo.

As partes chegam na mediação com a intenção de ter os seus problemas

solucionados, sempre para cada pessoa envolvida no processo tem como

18

fundamento que a sua versão da história é a correta esse modelo de medição traz

três fazes sendo elas : engajamento das partes, de desconstrução e de construção

Este modelo trabalha para alcançar o desenvolvimento potencial de mudança nas

pessoas ao descobrir suas próprias habilidades, suas responsabilidades e o

reconhecimento do outro como parte do conflito. Tem o objetivo de modificar a

relação entre as partes, não importando se cheguem ou não a um acordo. Não está

centrado na chamada resolução do conflito, mas sim na transformação relacional.

Fazendo uma breve analise das escolas da mediação percebemos que cada

uma delas tem a sua particularidade. Dessa forma o mediador conseguirá alcançar

os objetivos da parte na mediação, de uma forma que todos saem satisfeitos.

3.3 PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO

Hoje conforme o artº 1 da Lei Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015, a

medição tem como base oito princípios. Sendo eles um ponto de partida que

devemos termo como base durante todo o percurso da mediação diante disso todo o

ordenamento jurídico deve estar de acordo com os princípios, pois só eles permitem

que o próprio ordenamento se sustente. Vamos falar um pouco de cada princípio da

Mediação.

I- Princípio da Imparcialidade do Mediador;

Para o Dr. Vitor Carvalho Lopes:

Em breves palavras, entende-se que o princípio da imparcialidade vem a

designar a proibição de qualquer conduta por parte do mediador que importe em

qualquer favorecimento de tratamento a uma das partes. Veja-se, portanto, que a

imparcialidade quer se referir à atitude do mediador em relação às partes e não ao

conteúdo em si do tema afeto à mediação, questão essa que se abordará adiante

quando se tratar da neutralidade do mediador.

19

II- Mais Isonomia entre as partes

O mediador deve buscar um tratamento isonômico entre as partes, ou seja, dar

a eles na medida de sua desigualdade um tratamento desigual, tratar os desiguais

de modo desigual na medida exata da desigualdade); a isonomia é a consequência,

é o resultado de um tratamento desigual entre desiguais; o tratamento desigual deve

ser na medida exata da desigualdade; isso acontece para que seja possível

estabelecer um equilíbrio. O princípio da igualdade garante o tratamento igualitário

de acordo com a lei para os cidadãos.

III- Oralidade.

A mediação possui um procedimento informal, simples, no qual é valorizada a

oralidade, ou seja, a grande maioria das intervenções é feita através do diálogo.

IV- Informalidade.

O princípio da informalidade na mediação vem para defender que não existe

uma regra própria no processo, cabe as partes decidirem qual caminho percorrer e

os atos praticados devem ser claros e simples.

V- Autonomia da vontade das partes.

A mediação tem como base esse princípio, pois os mediadores devem sempre

respeitas a vontade das partes durante o procedimento.

Os mediadores devem respeitar esse princípio durante todo o tempo, porém,

os mediadores podem tomar decisões sobre o procedimento da mediação em si, isto

é, sobre as fases, sobre se os atendimentos devem ser feitos individualmente ou

coletivamente, sobre o nível de expressão emocional que permitirão, sobre o modo

de conduzir o diálogo.

VI- Confidencialidade

20

Confidencialidade é essencial para a garantia de que as sessões de

mediação. Isso porque, garantindo que as informações utilizadas nessas sessões

não possam ser utilizadas no referido processo judicial e em outros, isso permite que

as partes se sintam mais à vontade para estabelecer um diálogo aberto.

VIII - boa-fé.

“Quando a ação é imbuída da consciência de que a conduta é correta e proba,

fala-se em boa-fé objetiva; quando o agente tem noção de que está agindo de forma

improba, acarretando prejuízo à situação de outra parte na relação jurídica, fala-se

em má-fé objetiva(...) como na aquisição de coisa sujeita à penhora não registrada

em cartório; quem age em situação de boa-fé subjetiva, geralmente é terceiro na

relação jurídica. Quando o sujeito conhece a invalidade ou ineficácia, e mesmo

assim opta pela prática do ato, está em situação de má-fé subjetiva.” (Assis Neto em

sua obra " Manual de Direito Civil" 2014, p. 853)

3.4 CARACTERÍSTICA DA MEDIAÇÃO

A mediação é um instrumento célere. Dependendo da complexidade da causa

e das pessoas envolvidas pode demandar de 02 a 10 meses. Diante disto, pode

estar presente antes, durante ou após a decisão judicial, já que os meios alternativos

de resolução de controvérsias (conciliação, mediação e arbitragem) surgem para

desafogar a tarefa judicial naquilo em que dela se pode abrir mão, respeitados os

direitos já conquistados mediante decisões judicialmente irrecorríveis (trânsito em

julgado). (FIUZA, 1995).

Para o Professor WALDO WANDERLEY, a mediação se encaixa nos seguintes

termos:

“A mediação tem como principal característica propiciar oportunidades para a

tomada de decisões pelas partes em conflito, utilizando técnicas que auxiliam a

comunicação no tratamento das diferenças de forma construtiva e interativa.

21

O mediador (ou mediadores, se mais de um), quando atua utilizando as

técnicas da mediação transformativa, tem a função de aproximar as partes para

que elas negociem diretamente a solução desejada de sua divergência.

A mediação constitui um recurso eficaz na solução de conflitos originados de

situações que envolvam diversos tipos de interesses. É processo confidencial e

voluntário, em que a responsabilidade pela construção das decisões cabe às

partes envolvidas. Diferente da arbitragem e da jurisdição, em que a decisão

caberá sempre a um terceiro.

Sua aplicabilidade abrange todo e qualquer contexto de convivência capaz de

produzir conflitos, sendo utilizada, inclusive, como técnica em impasses

políticos e étnicos, nacionais ou internacionais, em questões trabalhistas e

comerciais, locais ou dos mercados comuns, em empresas, conflitos familiares

e educacionais, meio ambiente e relações internacionais.

Entre os principais benefícios desse recurso, destacam-se a rapidez e

efetividade de seus resultados, a redução do desgaste emocional e do custo

financeiro, a garantia de privacidade e de sigilo, a facilitação da comunicação e

promoção de ambientes cooperativos, a transformação das relações e a

melhoria dos relacionamentos”.

(Wanderley, Waldo. Mediação. Brasília: MSD, 2004. 108p. – p.19)

De acordo com Haynes e Marodin (1996) a mediação passa por 9 estágios,

sendo eles: Identificando o problema, escolhendo o método, selecionando o

mediador, dos fatos, definindo o problema, desenvolvendo opções, redefinindo

posições, barganhando, redigindo o acordo.

Identificando o problema- Primeiramente deve ser reconhecido pelas partes

que existe um conflito que há vontade de ambas as partes solucionar.

Escolhendo o método- Como já foi falado anteriormente, existem alguns

métodos de mediação, que as partes devem decidir para qual recorrer e qual é o

método mais adequado para a solução do conflito.

22

Selecionando o mediador – O mediador pode ser designado pelo tribunal ou

escolhido pelas partes.

Dos fatos – o mediador colhe das partes todas as informações do conflito

dessa forma o mediador passa a atuar com o objetivo de atender os interesses em

questão.

Definindo o problema – a partir da informação compartilhada, o mediador

ajuda as partes a definirem o problema, de forma mútua, não beneficiando uma

pessoa em desvantagem da outra. Para isso, o mediador encoraja a troca de

informações, ajuda as partes a examinar seus interesses e necessidades, auxilia a

negociação e a troca de proposta

Desenvolvendo opções – após definido mutuamente o problema, o

mediador auxilia as partes a realizar opções para resolvê-lo. As opções individuais

devem ser descartadas, favorecendo-se as opções mútuas, que podem ser criadas

através da técnica de “brainstorming” (tempestade de idéias). Se o processo de

gerar idéias não resultar em uma variedade de opções, o mediador pode auxiliar as

partes, sugerindo opções provenientes de casos similares.

Redefinindo posições – o mediado ignora as posições iniciais cristalizadas,

auxiliando as pessoas a identificarem seus reais interesses que embasarão as

negociações.

Barganhando – nessa fase há uma negociação sobre as escolha de

soluções para que o acordo seja aceitável por todos os envolvidos.

Redigindo o acordo – o mediador redige um termo de entendimento, com

linguagem clara e compreensível, no qual detalha o acordo realizado (incluindo os

dados passados, a definição do problema, as opções escolhidas e a razão para a

escolha, o objetivo do acordo), distribuindo uma cópia para cada participante.

(http://www.mediarconflitos.com/2006/09/fases-da-mediao.html

23

4 O PODER JUDICIARIO

A mediação não tem como função desafogar o Judiciário, mas poderá, sim,

colaborar com isso, mesmo não sendo esta sua ideia central. A solução alternativa

de conflitos é inevitável para que o sistema judiciário deixe de estar sobrecarregado

e possa aplicar os escassos recursos disponíveis naquelas demandas que

realmente exigirem sua atuação

O que se tem por objetivo que as próprias partes do processo possam ter

autonomia crítica e que de uma forma mais rápida possam solucionar os conflitos

que interferem as suas vidas e que não fique sempre dependente do Poder

Judiciário e estejam submissas às decisões do Estado.

Atualmente acesso à justiça, significa muito mais do que acesso aos Tribunais.

O simples fato de ter um pedido e direcioná-lo ao Poder Judiciário não caracteriza o

acesso efetivo à justiça, isto se dá quando, ao entrar com uma ação na justiça em

busca de uma decisão baseada no direito, o cidadão consegue obter a prestação da

melhor maneira possível, com qualidade, sendo respeitado o devido processo legal.

Bezerra (2001, p.194), tece comentário que aqui cabe ser retratado:

“O Poder Judiciário tem sido sobrecarregado de toda a

responsabilidade pela falta de acesso à justiça. Muitos dos que tratam

o acesso à justiça numa visão reducionista do acesso ao processo,

não agem assim por equívoco. Não se concebe equívoco tão primário

aos pensadores de tão demonstrados saberes jurídicos. Na verdade,

consciente ou inconscientemente (o que é pior), fazem coro e quorum

a uma ideologia mascarada de inocência, que dirige para a

responsabilização do Judiciário, pelas mazelas dos jurisdicionados. “

Um das barreias que hoje temos no nosso poder judiciário além da falta de

qualidade nos serviços é o degastaste que terão ao longo do tempo, pois sabemos

24

que hoje nenhuma ação judicial é a curto prazo, isso faz com que muitas vezes as

pessoas recorram a outros meios.

A mediação como forma alternativa do Poder Judiciário contribui a sociedade a

saber a que medida recorrer diante um conflito fazendo como que percebam a

importância e praticidade de poder tomar as decisões de uma melhor forma possível.

4.1 PROCEDIMENTO

O procedimento na medição consiste nas etapas que o mediador segue com o

intuito de alcançar as finalidades do conflito.

Início da mediação- Essa é primeira etapa da mediação, o mediador explica de

uma forma breve para as partes do que constitui a mediação e quais as suas fases,

expondo tudo de uma forma objetiva e com serenidade.

Reunião de informação- As partes deverão fazer a exposição dos fatos, a qual o

mediador terá que formular perguntas que lhe auxiliarão a entender os aspectos do

conflito que estiverem obscuros.

Identificação de interesses- Nesse período da mediação o mediador fará um

resumo do conflito de forma positiva e neutra e a partir dessa fase o mediador

utilizara da técnica especifica e faz diversas perguntas afim de uma explicação do

conflito.

Resolução de questão- O mediador observando que foi alcançada de forma

adequada a compreensão do conflito ele irá conduzir as partes para que analisem

possíveis soluções.

A comissão de Medição e arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil da

Seção de Minas Gerais traz um artigo sobre os procedimentos da mediação que

serão citados a seguir:

25

- Pré-mediação: fase preparatória, na qual o mediador (ou outra pessoa capacitada

para tanto) explica o procedimento, seus objetivos, limites e regras, escuta as partes

com o intuito de analisar sua adequação ao caso e é firmado o contrato de

mediação, estabelecendo-se as condições.

- Abertura: o mediador prepara um ambiente favorável à comunicação produtiva e à

instauração de uma relação de confiança, se apresenta e apresenta as partes caso

não se conheçam, esclarece dúvidas e legitima sua função como condutor do

procedimento.

- Investigação do conflito: o mediador procura mapear a situação e a relação entre

as pessoas. Aprofunda a análise do caso a partir de informações referentes aos

mediandos e ao conflito (queixas manifestadas ou não, interesses, duração,

expectativas, viabilidade de solução, etc.) e define o problema principal e os

secundários.

- Agenda: o mediador organiza a agenda conforme as prioridades em termos de

importância e urgência. Regula o tempo de cada sessão e a quantidade de

encontros necessários. É especialmente importante quando o conflito envolve mais

de um problema.

- Restabelecimento da comunicação: o mediador procura restabelecer comunicação

produtiva entre os mediandos, com o fim de tornar o diálogo possível e de construir

uma relação pautada na colaboração.

- Levantamento de alternativas: o mediador orienta o diálogo sobre as possibilidades

de solução, a partir da conotação positiva, da compreensão das narrativas e do

reenquadramento da situação.

- Registro das soluções alcançadas- Se satisfatória as partes serão conduzidas para

o acordo escrito se as partes assim quiserem. Em caso contrário será feita uma

inspeção das questões que serão discutidos posteriormente.

4.2 MEDIADOR

O mediador sem sombra de dúvidas tem uma participação mais que essencial

26

na mediação, pois é ele quem conduz a mediação para a solução dos conflitos que

deve ser de uma forma totalmente imparcial deve procurar formas compatíveis e

satisfatória para a solução dos conflitos.

De acordo com o art. 9º da LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015 da

Mediação pode ser mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a

confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de

integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele

inscrever-se.

Apenas poderá atuar como mediador judicial aquele que se adequar no art.11

da Lei da Mediação.

“Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz,

graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de

instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha

obtido capacitação em escola ou instituição de formação de

mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e

Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais,

observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho

Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.”

O mediador não impõe uma decisão, caso o conflito não seja solucionado

segundo a vontade das partes, estas ainda podem utilizar outros mecanismos

extrajudiciais e judiciais.

No artigo (MOORE, 1998, p.28) foi mencionado sobre o mediador :

“ Um mediador é uma terceira parte, uma pessoa indiretamente

envolvida na disputa. É um fator crítico no manejo e na resolução de

conflitos, pois consiste na participação de uma pessoa externa, portadora

de novas perspectivas com relação às questões que dividem as partes e

processos mais eficientes para construir relacionamentos que conduzam à

solução dos problemas.”

27

As partes têm a ciência, que o mediador é uma pessoa com preparo, para

conduzir a sessão da mediação sem interferir da decisão tomada por elas e durante

o e após deverá manter o sigilo e descrição.

Para Christopher Moore (1998, p. 31), o mediador assume vários papeis

durante a mediação: o facilitador da comunicação, o legitimador, o facilitador do

processo, o treinador, ampliador de recursos, o explorador do problema, o agente de

realidade e o bode expiatório.

Por fim, o mediador é um facilitador que mostra condições para a resolução do

conflito quando não é possível às partes fazer de uma forma voluntária. O mediador

vai procurar todas as informações possíveis referente ao conflito e notando que não

será realizado um acordo entre as elas poderá o mesmo expor sugestões e ideias,

utilizando das técnicas especifica para a determinada situação. O mediador não atua

como advogado, ou seja, ele sempre será um terceiro imparcial.

4.2.1 O mediador no Novo CPC x Lei 13.140/2015

As partes poderão escolher o mediador no caso de mediação judicial?

“Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o

mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.

§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar

cadastrado no tribunal. ” ( NOVO CPC)

Percebe-se que o CPC 2015 permite que as partes escolham livremente o

mediador judicial, dispensando até mesmo que ele esteja previamente cadastrado

no Tribunal.

“Art. 25. Na mediação judicial, os mediadores não estarão sujeitos à prévia

aceitação das partes, observado o disposto no art. 5º desta Lei.” (LEI

13.140/2015).

28

A Lei da Mediação, ao contrário, na redação do seu art. 25, impõe o mediador

judicial às partes, sendo este designado pelo Tribunal mediante distribuição.

A doutrina deverá, portanto, resolver esse impasse. Particularmente, apesar de

a regra do CPC 2015 ser melhor e mais consentânea com os princípios da

mediação, tecnicamente, deve prevalecer a Lei n.° 13.140/2015 considerando que

se trata de lei específica em detrimento ao CPC (que é norma geral), além do fato de

que o art. 25 da Lei n.° 13.140/2015 derrogou o § 1º do art. 168 do CPC 2015 ainda

durante a vacatio legis. Sobre este ponto, vale ressaltar que é perfeitamente

possível que uma lei revogue outra que nem entrou em vigor, ou seja, que ainda

está em vacatio legis.

4.3 SOLUÇÃO DA LIDE

O Estado hoje vem com posição de estabelecer normas e condutas, diante

disso cabe ao Estado a composição da Lide. Pois a sociedade precisa de uma de

uma organização das normas jurídicas e isso ocorre para o benefício e interesse da

população. O Estado substitui o titular do interesse para imparcialmente buscar a

pacificação da lide. Ele substitui o titular do interesse para imparcialmente buscar a

pacificação da lide.

No nosso País o que mais é questionado é a demora do Judiciário em

conceder a prestação jurisdicional, quando for tornar- se oficialmente pública uma lei

contendo que antes de passar para a apreciação do judiciário uma determinada lide

devem as partes procurar um mediador.

4.3.1 Lei n.° 13.140/2015

A Lei n.º 13.140 de 2015 desfruta sobre a mediação entre particulares (por via

judicial ou extrajudicial) como meio de solução de controvérsias e sobre a

autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. A proposta,

elaborada com a participação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem como

uma das principais finalidades resolver conflitos de forma simplificada e rápida para

29

ambas as partes e, com isso, reduzir a entrada de novos processos no Poder

Judiciário.

A Lei n.° 13.140/2015 forneceu um conceito para mediação:

Art. 1º (...) Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica

exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito

pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções

consensuais para a controvérsia.

A mediação pode-se dizer que é uma técnica de resolução de conflitos

intermediada por um terceiro que tem o propósito solucionar de uma forma pacifica

os desentendimentos ocasionados pelas partes.

Roberto Portugal Bacellar, no mesmo sentido, define mediação como:

“[...] técnica “lato senso” que se destina a aproximar pessoas interessadas

na resolução de um conflito e induzi-las a encontrar, por meio de uma

conversa, soluções criativas, com ganhos mútuos e que preservem o

relacionamento entre elas.” (BACELLAR, 2003, p. 174)

Trata-se de uma técnica que tem por objetivo aproximar as partes

interessadas, através da ajuda do mediador para que consigam de uma forma

eficiente e satisfatória colocar um fim no conflito com o menor desgaste possível

Na mediação, há de se ter em mente que as pessoas em conflito a partir dessa

concepção geral (como raiava e irritação), estarão em estado de desequilíbrio, e o

desafio do mediador será o de buscar, por meio de técnicas específica, uma

mudança, comportamental que ajude os interessados a perceber e a reagir ao

conflito de uma maneira eficaz. (BACELLAR,2003).

Com a mediação as partes participam de um processo conjunto de tomada de

decisão e tomam elas próprias a decisão

A mediação se encaixam em um processo chamado med.-arb, que ocorre

mediante um acordo prévio das partes. A parte neutra nesse caso o mediador,

30

conduz a uma mediação para resolver toda disputa ou parte dela, com isso o

mediador arbitra as questões não resolvidas. (COLLEY,)

Para dar início a mediação existem duas maneiras principais: as partes se

propõe a disputa a uma organização pública ou privada especializadas na resolução

de conflitos, ou a uma parte neutra privada, ou, de forma alternativa, uma ordem ou

decisão judicial num programa de mediação determinado por tribunal ordenando que

o assunto seja resolvido por mediação. É um processo com duração variável

dependendo do tipo e persistência dos conflitos.

5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MEDIAÇÃO

5.1 VANTAGENS

Para a pesquisadora Elziane Nascimento a mediação

“II. 1– AS VANTAGENS DA MEDIAÇÃO NO MUNDO GLOBALIZADO

consistem em:

Rapidez: visa a maior celeridade na resolução da controvérsia, levando em

consideração que o prazo estipulado, já no processo judicial em regra não

possui a mesma rapidez, tampouco a fixação de prazo para a prolação da

decisão;

Sigilo: em regra, o processo judicial e os julgamentos são públicos conforme

art. 93, IX, da CF e o art. 155, do CPC, seu conteúdo fica circunscrito às

partes e aos árbitros, que estão obrigados ao sigilo profissional,

assegurando as partes que as provas, a controvérsia, seu valor e decisão

através de sentença arbitral não sejam divulgados, resguardando a imagem

das partes;

Decisões técnicas: a vantagem da especialização do árbitro, que pode ser

técnico na matéria da controvérsia, não tem necessidade de ser advogado

ou bacharel em Direito;

Eqüidade: diferentemente do magistrado que não pode utilizá-la, ou, quando

o Poder Judiciário a utiliza é com substancial limitação em face da lei, o que

não ocorre com o árbitro, que poderá decidir com base no direito positivado

31

pátrio ou estrangeiro ou na eqüidade e nos usos e costumes e também, se

for o caso, nas práticas internacionais de comércio;

Possibilidade de soluções amigáveis: as partes na maioria das vezes,

buscam a solução do conflito de forma amigável, buscando preservar a

relação entre os envolvidos durante e após o procedimento arbitral;

Ausência de recursos: a ausência de recursos contra a sentença arbitral

também contribui para a agilidade do procedimento, cabendo no prazo de

cinco dias, embargos de declaração (art.30, II). Enquanto uma sentença

judicial pode gerar vários recursos em diversas instâncias, a decisão arbitral

é definitiva e só pode ser questionada em casos limitados;

Informalidade: não exige toda formalidade, exigida no poder judiciário;

Custos menores:em certas situações as partes gastam muito menos, do quê

nas causas judiciais, nas quais tem diversos recursos e despesas;

Normas aplicáveis: O art. 2º da Lei de Arbitragem fixa como principal norma

a liberdade na escolha das regras que irão incidir na solução do debate,

desde que não violem os bons costumes, o devido processo legal, o

contraditório e ampla defesa, e a ordem pública;

Flexibilidade: as partes têm flexibilidade para definir as regras do

procedimento, que vão desde a escolha do árbitro até as leis que serão

aplicadas;

Linguagem simples: ao contrário do uso excessivo de expressões técnicas

e/ou latinas que ainda permeia o Judiciário, a arbitragem se caracteriza pela

informalidade, fazendo com que haja maior compreensão da parte acerca

do que foi decidido;

Autonomia das partes: é a possibilidade de selecionar pessoa com

conhecimento técnico no assunto discutido: como exemplo, uma discussão

sobre índices de reajuste contratual que pode ser decidida por um

economista ou um contador, ampliando assim, as possibilidades de se

preservar a relação entre os envolvidos durante e após o procedimento

arbitral.”

A Mediação é uma das práticas mais atuais de solução de conflitos na

sociedade, porém não muito conhecido, mas é um movimento legal que pode ser

utilizada nas formas extrajudiciais.

Podemos dizer que a mediação é uma forma simplificada que permite que as

partes consigam entender um pouco mais o lado do outro, sem a necessidade de

conhecimentos técnicos.

32

5.2 DESVANTAGENS

A mediação, apresenta algumas desvantagens que podem ocorrer, alguma

delas são os pequenos números de câmaras de mediação, só encontramos essas

nos grandes centros econômicos e capitais, A falta de divulgação é uma grande

desvantagem apresentada, pois não há informação sobre o procedimento, custos,

acesso, confidencialidade e eficiência da mediação.

Enfim, como na maioria das vezes tudo tem os seus prós e contras. A medição

por si só contém muito mais vantagens do que desvantagens. É um procedimento

novo que traz melhorias e rapidez para o processo brasileiro, vem conquistando o

seu espaço, pois vem desafogando o Judiciário e vem como mecanismos

complementar para a maior agilidade do poder Judiciário.

33

6 CONCLUSÃO

Notamos que ao passar dos anos os meios alternativos de solução de

conflitos, vem ganhando um grande espaço no judiciário brasileiro. A mediação vem,

como um procedimento judicial para auxiliar as partes para a solução de seus

conflitos e tem como objetivo ajuda-los a identificar o problema, utilizando das

técnicas apontas nessa pesquisa.

A mediação consiste num procedimento de resolução extrajudicial de litígios,

seria como um meio de resolução de conflitos, alternativo aos tradicionais

(nomeadamente os judiciais), na medida em que nela as partes têm controle sobre o

processo, sobre o seu andamento e sobre o seu resultado.

O que se valoriza na mediação é a autonomia, a vontade, os pontos positivos

de cada um dos envolvidos para, ao final, compreender o verdadeiro conflito. É, em

outras palavras, a reconstrução do conflito, pelos próprios envolvidos, com a

intervenção imparcial de um terceiro alheio.

A Lei da Mediação criada em 26 de julho de 2015, mostra a importância desse

procedimento no poder judiciário, é uma forma de estar desafogando o judiciário e

trazendo soluções mais rápidas para a população. A lentidão parece ser o pior

problema do Judiciário. A demora na solução dos processos tem sua raiz em vários

problemas. A mediação se propõe a reconstruir o conflito, para posterior

transformação e remoção, de forma a garantir a paz social.

A mediação trata-se de uma técnica que tem por objetivo aproximar as partes

interessadas, através da ajuda do mediador, que é um terceiro neutro que auxilia as

partes encontrar a melhor solução para aquela demanda.

É uma alternativa porque chega mais perto de pessoal. A mediação também é

alternativa porque está mais próxima dos cidadãos e responde ao anseio de uma

“justiça mais justa”.

Durante essa pesquisa, consegui notar a importância desse procedimento na

nossa sociedade, percebemos que muitas pessoas hoje estão “decepcionadas” com

o judiciário brasileiro, dessa forma notamos que está sendo utilizadas estratégias e

34

outros meios para tirar essa má impressão que a população tem nos dias de hoje.

Na minha opinião a mediação deveria ser mais divulgada, pois assim muitas

pessoas sairiam mais satisfeitas com o resultado, pois como já foi falado outras

vezes nesse trabalho a mediação passa a ser uma coisa mais intima onde as partes

chegam a uma solução, é claro que nem sempre as duas partes sairão

completamente realizadas, mas a partir da mediação consegue entender o conflito.

Por se tratar de uma forma privativa e consensual de resolução de conflitos e por ser

um processo totalmente conduzido ao acordo, a Mediação traz vantagens às partes

que se utilizam desse processo.

35

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Edição: - 2002.

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