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Elisabeth Adriana Dudziak 2009 Mediação – Módulo II

Mediacao 2009 Elisabeth Adriana Dudziak FAINC

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Material utilizado na disciplina mediação da informação da FAINC 2009.

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Elisabeth Adriana Dudziak 2009

Mediação – Módulo II

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Tempos de mudança

• Todos os dias, nós modificamos nossa forma de perceber e compreender o mundo.

• Muitas vezes, o processo de mudança é inconsciente.

• Entretanto, aumentar a consciência sobre como evoluímos deve ser um exercício diário, um fator que pode agregar valor ao nosso trabalho e à vida de cada um.

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A identidade do bibliotecário

• O dinamismo experimentado nos dias atuais por todos os profissionais, conduz à reflexão sobre nosso próprio papel na sociedade.

• Historicamente, o profissional da informação assumiu a função de organizador e localizador de informações e recursos, muitas vezes sem levar em conta o contexto que o cercava.

• Hoje, sua identidade profissional é moldada de forma diferente.

• Existem novos desafios a serem enfrentados.

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Novos espaços

• Vários pesquisadores da área da ciência da informação e biblioteconomia têm se dedicado ao estudo de um novo perfil do profissional da informação

• Como produto e produtor de uma realidade social e informacional distinta e muito mais complexa, como este perfil deve ser desenhado?

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Competências básicas do Bibliotecário

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Serviço de Referência

• Tradicionalmente, o profissional da informação tem desempenhado suas atividades como mediador da informação quando atua no Serviço de Referência.

• No Serviço de Referência, ocorrem as atividades de educação de usuários da informação, educação de usuários da biblioteca, orientação bibliográfica e treinamentos em geral.

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Serviço de Referência

Atendimento

Orientação informacional /situacional

Orientação no uso da biblioteca

Orientação bibliográfica

Visitas orientadas Treinamentos

Palestras

Educação de usuários

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Mediação Informacional

• Ocorre na interface entre bibliotecário e usuário / aprendiz.

• Depende da situação e do modelo mental de trabalho do bibliotecário.

• Diversos estudiosos procuraram examinar a situação de interface entre bibliotecário e usuário / aprendiz.

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Modelos de Mediação e o papel do Bibliotecário

• Modelo de Taylor

• Modelo de Dervin

• Modelo de Kuhlthau

• Modelo de Vygotsky

• Modelo de Feuerstein

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Robert S. Taylor

Em 1974, Taylor escreveu: “nós nas profissões da informação estamos no meio de uma mudança para um ambiente informacional radicalmente diferente.”

Historiador, bibliotecário, nasceu em 1918, em Nova York.

Seu artigo mais famoso “Question-Negotiation and Information Seeking in Libraries” de 1968, é um dos trabalhos mais citados na área da ciência da informação.

1- Modelo de Taylor

1- Modelo de Taylor

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Modelo de TaylorTaylor (1968) identificou quatro (4) estágios de necessidades de

informação:Q1 - Necessidade Visceral - Aquela ainda não expressa, mas que pode ser manifestada

por uma vaga insatisfação;Q2 - Necessidade consciente – Aquela indefinida pelo usuário, que pode ( ou não), ser

expressa de uma forma ambígua;Q3 - Necessidade Formal – Aquela que usuário pode descrevê-la, em termos

concretos, por isso ele procura o sistema de informação para identificarem quais recursos, se em livro, em periódicos, em teses etc, pode encontrar ainformação desejada;

Q4 - Necessidade Comprometida - Neste nível, o usuário já começou a sua busca e

então procura o sistema de informação/ bibliotecário, dando início, por meio de uma entrevista de referência, a uma negociação da questão (suanecessidade de informação).

1- Modelo de Taylor

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Taylor e os “5 filtros”

a) A área ou assunto de interesse do usuário;

b) a motivação do usuário (a razão da busca);

c) as características pessoais do usuário (background);

d) a relação da expressão de busca do usuário com a organização bibliográfica;

e) a resposta antecipada (quando o usuário determina a quantidade de itens que deseja recuperar).

1- Modelo de Taylor

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Mudanças

• Até então os teóricos consideravam que a informação era algo padronizável, externo ao indivíduo

• O foco estava nos sistemas de informação

• Mas a percepção das necessidades dos usuários de informação estava mudando...

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2- Modelo de Brenda Dervin

Professora de comunicação, nasceu em 1938 em Massachusetts, E.U.A .

Desenvolveu a teoria do

“sense making”

2- Modelo de Dervin

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O Modelo de Brenda Dervin

Necessidade Gap Informação

Perguntas abertas:

Que tipo de informação você está procurando?

Como você vai usar essa informação?

Perguntas fechadas:

Você pode me dar uma citação?

Tem um exemplo do que procura?

2- Modelo de Dervin

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O Modelo de Dervina) “A informação é algo subjetivo, resultado da atividade humana;

b) a atividade de busca e uso da informação é uma atividade construtiva, de busca de sentido;

c) a realidade não é completa nem constante, ao contrário, ela é permeada por descontinuidade e lacuna;

d) a realidade é construída pelo indivíduo a partir das suas observações do mundo;

e) o foco é a análise qualitativa” (FERREIRA, 1995). 2- Modelo de Dervin

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CAROL COLLIER KUHLTHAU

Professor II

Coordinator, School Library Media Specialization

Department of Library and Information Science

Rutgers, The State University of New Jersey

3 - Modelo de Kuhlthau

3- Modelo de Kuhthau

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Modelo de Kuhlthau

• Três domínios:– Cognitivo (estruturas mentais)– Afetivo (estruturas emocionais)– Físico (orientação para a ação)

Modelo construtivista que considera a informação como elemento chave do processo de aprendizado e transformação dos indivíduos que pode ser facilitado por um mediador.

3- Modelo de Kuhlthau

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Modelo de Kuhlthau processo de busca e uso da informação

   1. Início das tarefas ( Onde o estudante recebe a tarefa a ser feita, avalia as variáveis de tempo, extensão da tarefa, predominando então sentimentos de incerteza, apreensão e dúvida)

2. seleção de um tópico (O estudante busca identificar uma área geral de investigação, predominando sentimentos de ansiedade e otimismo)

3. exploração para atingir um foco. ( Quando o estudante busca coletar informações que o ajudem a focalizar sua pesquisa. É a fase mais difícil, onde predominam a confusão e a incerteza, a partir do que é encontrado, o que precisa ser encontrado e a informação que já se tinha. São enfatizados os processos de reflexão e aprendizado)

3- Modelo de Kuhlthau

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Modelo de Kuhlthau

•  

• 4.  formulação do foco. ( O estudante começa a se situar, realmente iniciando o processo de cognição. O sentimento de autoconfiança aumenta e a incerteza diminui, o pensamento fica mais claro )

•  

• 5.  coleta de informações ( Quando o estudante coleta informações que realmente vão dar suporte ao trabalho que pretende redigir. Neste ponto tornam-se importantes a eficiência, a eficácia, a pertinência, a interpretação )

•  

• 6. conclusão do processo de busca e processo de redação. ( a tarefa é completada pela redação e/ou apresentação de um seminário )

3- Modelo de Kuhlthau

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Modelo de Kuhlthau

• Diferentes zonas de intervenção:– Z1 – início da tarefa – análise auto-conduzida

– Z2 – seleção de um tópico – seleção de fontes certas

– Z3 – exploração para atingir o foco – seleção de fontes relevantes

– Z4 – formulação do foco – seqüência de fontes

– Z5 – coleta de informações – diálogo, formulação, aprendizado, explicação, construção, aplicação

– Z6 – apresentação – foco no produto-final.

– Z2 – Z5 – desde a seleção de um tópico – até a coleta de informações

• Entrevista com o bibliotecário

– Estabelecer o real problema

– Checar tempo disponível, material, nível da tarefa

– Qual é o foco: ter um produto ou experimentar o processo?

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Modelo de Kuhlthau – níveis de Mediação

Nível Descrição

1. Bibliotecário organizador

Não há intervenção. Busca ‘self-service’ em um acervo organizado.

2. Bibliotecário localizador

Serviço de referência básico, questões informativas, sim/não.

3. Bibliotecário Identificador

Serviço de referência que ajuda a determinar assunto, entrevista simples

4. Bibliotecário tutor

Intervenção padrão – foco nos procedimentos recomendados

5. Bibliotecário conselheiro

Intervenção pessoal e holística – diálogo, estratégias, buscas conjuntas

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Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896,  viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos.                           Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.

4 - Modelo de Vygotsky

4- Modelo de Vygotsky

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• Abordagem construtivista do aprendizado• O ser humano é um ser social.• Aprende por interações utilizando a linguagem e seus

modelos mentais – Abordagem sócio-interacionista.• O desenvolvimento das pessoas se dá por organização

do pensamento, pela construção de estruturas mentais e reconhecimento de signos associados.

• A relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas, fundamentalmente, mediada por instrumentos e signos.

O Pensamento de Vygotsky

4- Modelo de Vygotsky

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Modelo de Vygotsky

• Mediação: enquanto sujeito do conhecimento, o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe.

• Vygotsky portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos.

• O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.

4- Modelo de Vygotsky

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Modelo de Vygotsky

• A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento.Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.

• A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial) nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados.

4- Modelo de Vygotsky

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Reuven Feuerstein é, hoje, um destacado psicólogo da Educação. Nasceu na Romênia. Iniciou sua carreira na educação dando aulas a crianças cujos pais haviam sido exilados. Estudou Psicologia na Romênia e Jerusalém. Exerceu a profissão de professor de crianças que vinham dos campos de concentração do holocausto judeu. Terminou seus estudos em Genebra, sob a direção de Jung e de Jean Piaget.

5 - Modelo de Reuven Feuerstein

5- Modelo de Feuerstein

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Modelo de Feuerstein

• Experiência de Aprendizagem Mediada– Desencadear no aprendiz a percepção sobre si e sobre

o mediador, desenvolvendo uma situação conjunta vivida e construindo significados para ambos.

– Objetivo- tornar o aprendiz um sujeito emancipado, autônomo.

– Mudança intencional visando o desenvolvimento das pessoas envolvidas.

– Orientação para a ação transformadora conjunta.

5- Modelo de Feuerstein

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Modelo de Feuerstein

• Intencionalidade• Reciprocidade• Transcendência• Significado

• Foco na experiência humana de troca, percepção, comunicação (verbal e não-verbal), acolhimento visando incutir confiança no aprendiz por meio de ações e palavras positivas (ação positiva).

5- Modelo de Feuerstein

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Modelo de Feuerstein

• O mediador tem como meta desencadear o desenvolvimento do sentimento de competência do aprendiz. Não através de elogios, mas fundamentalmente pela ação mediada que busca adaptar o desafio às necessidades e possibilidades do aprendiz. 

• Dois focos simultâneos na Mediação : prática re-educativa (ação orientada para o aprendizado que gera mudanças) e diagnóstico (análise de causas ou fatores subjacentes ao comportamento do aprendiz e que levam a determinadas atitudes percebidas pelo mediador)

5- Modelo de Feuerstein

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Modelo de Feurstein

• Leva em conta a Complexidade das interações humanas e do aprendizado.

• diferentes disciplinas, como a antropologia, a psicanálise, a psicologia cognitiva, a lingüística, a psicolingüística, entre outras.

5- Modelo de Feuerstein

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Subjetividade

- amor

- resistência

- raiva

- desilusão

- entusiasmo

Objetividade

- razão

- raciocínio

- objetivos

- metas

- procedimentos

Equilíbrio

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Confronto entre diferentes abordagens

1 - Taylor4Qs – Estágios de necessidades5 Filtros de intervenção

2 - DervinLacunas de informaçãoSense making approach

3 - Kuhlthau3 domínios – cognitivo, afetivo e físicoISP – Information Search ProcessZonas de IntervençãoNíveis de Mediação

4 - VygotskyZDP – Zona de DesenvolvimentoProximal (Real x Potencial)

Intersubjetividade

5 - FeuersteinEAM – Experiência da Aprendizagem MediadaPEI - Programa de Enriquecimento Instrumental

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• Trabalhando em níveis distintos, podemos dizer que o bibliotecário pode atuar como:

– Intermediário da informação– Mediador da informação– Mediador de aprendizado

Diferentes perfis de atuação

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1 - Bibliotecário como intermediário • Escopo de atuação:

– Faz a conexão entre a informação e o usuário.

» Está capacitado a realizar todos os procedimentos intelectivos e técnicos necessários à seleção, aquisição, organização, disponibilização e recuperação de informações requeridas pelos usuários. Também é denominado information broker.

» Atua na operacionalização das atividades.

» Pode ainda estar por trás do do design dos sistemas de informação, pensando na interface homem-computador.

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2 - Bibliotecário como mediador informacional

• Como mediador informacional, o bibliotecário auxilia, intervém, colabora e participa dos processos de busca da informação juntamente com os usuários.

• Instrui, direciona e treina os usuários para o melhor uso dos recursos, fontes e ferramentas de busca e uso da informação

• Educa no uso da biblioteca, auxilia na elaboração de estratégias de busca, compreende o usuário e presta serviços focados em suas necessidades.

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3 - Bibliotecário como mediador pedagógico

• Como mediador pedagógico, o bibliotecário intervém no processo de aprendizado dos aprendizes, considerando as diferentes personalidades, necessidades do momento, situações particulares.

• Seu foco de atenção está direcionado à educação e ao aprendizado efetivo.

• Deve conhecer não apenas sua especialidade, como também estar aberto a cooperar com professores, educadores e administradores, promovendo situações positivas de aprendizado.