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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Marcelo Nunes Monteiro
VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA ASSOCIACAo
DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA
Curitiba
2007
Marcelo Nunes Monteiro
VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA ASSOCIAc,;Ao
DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA
Curitiba2007
Marcelo Nunes Monteiro
VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA ASSOCIA<;Ao
DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA
Trabalho de Conclus~o de Curso apresentado aoCurso de Educa9ao Fisica da Faculdade deCi~ncias Biol6gicas e da Saude da UniversidadeTuiuti do Parana, como requisito parcial para aobten9~o do grau de Licenciado.Sob orienta9ao da professora Mestre MarciaRegina Walter.
Curitiba2007
TERMO DE APROVAf;AO
Marcelo Nunes Monteiro
VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA
ASSOCIACAO DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA
Este trabalho de conclusao de curso foi julgado e aprovado para a obtenc;ao
do grau de licenciado em Educac;ao Fisica no curso de Educac;ao Fisica da
Universidade Tuiuti do Parana.
Curitiba, 21 de Novembro de 2007.
Educac;ao FisicaUniversidade Tuiuti do Parana
Orientadora Prof'. Ms Marcia Regina Walter
Prof'. Ms Jocian Machado Bueno
Prof' Esp Marcos Matta
AGRADECIMENTOS
A toda minha familia, em especial aos meus pais, pela minha vida, dedica<;ao,
e incentivo nos meus estudos.
A minha noiva Carolina Petruy, por estar ao meu lado durante esta jornada e
por me apoiar nas horas em que mais precisei.
A minha orientadora Prof'. Marcia Regina Walter por sua dedica<;ao durante
esse periodo de convivEmcia.
Aos alunos e ao Prof. Darlan Fran<;a Jr. da Associa<;ao dos Deficientes
Fisicos do Parana, que sem eles nao seria possivel a realiza<;ao desse trabalho.
Enfim, a todos que contribuiram direta ou indiretamente para a realiza<;ao
desse trabalho.
Obrigada.
"Deficiente" e aquele que nao consegue modificar sua vida, aceitando as imposi<;:oesde outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciE'mcia de que e donodo seu destino.
"Louco" e quem nao procura ser feliz com 0 que possui.
"Cego" e aquele que nao ve seu pr6ximo marrer de frio, de fome, de miseria. E s6tem olhos para seus miseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" e aquele que nao tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou 0 apelode um irmao. Po is esta sempre apressado para 0 trabalho e quer garantir seustostoes no fim do meso
"Mudo" e aquele que nao consegue falar 0 que sente e se esconde par tras damascara da hipocrisia.
"Paralitico" e quem nao consegue andar na dire<;:ao daqueles que precisam de suaajuda.
"Diabetico" e quem nao consegue ser doce.
"Anao" e quem nao sabe deixar 0 amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiencias e ser miseravel, po is "Miseraveis" sao todosque nao conseguem falar com Deus.
Mario Quintana
RESUMO
Esta pesquisa com caracteristicas experimental teve como foco principal
verificar 0 efeito de fatores que influenciam positivamente e negativamente no
rendimento dos atletas em competi<;:oes que os mesmos participaram e virao a
participar. A amostra foi composta por 07 alunos cadeirantes do sexo masculino, nos
quais foi aplicada uma avalia<;:ao (que mediam 0 grau de influencia nas situa<;:oes
que eles enfrentaram durante uma competiyao) 0 teste de estresse psiquico foi
aplicado nos atletas depois de uma competiyao no periodo de dois dias ap6s. Com
os resultados obtidos, constatou-se que dos sete atletas avaliados, tres tiveram
melhoras significativas em alguns quesitos em rela<;:aoao grupo, no desempenho
quantitativo, e quatro nao tiveram uma resposta positiva ao questionario. E na
compara<;:ao dos atletas no geral, verificou-se um melhor desempenho nos atletas
que tem mais vivencia no esporte do que os que tem pouca vivencia.
Palavras-Chave: Deficiente Fisico; Esporte adaptado
SUMARIO
1 INTRODUC;Ao ... 082 FUNDAMENTAC;Ao TEORICA............ 11
2.1 ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA PRATICA DE ATIVIDADE11
ESPORTIVA. ..
2.2 0 BOCCIA. . 242.3 AS PESSOAS COM DEFICIENCIA FlslCA QUE PRATICAM BOCCIA.... 27
3 PROCEDIMENTO METODOLOGICO . ................ 29
4 RESULTADOS E DISCUssAo.................................................................... 30
5 CONSIDERAC;OES FINAIS.............................................. 34
REFERENCIAS . 36ANEXOS............................................................................................................ 38
8
1 INTRODUC;;.li.O
1.1 JUSTIFICATIVA
Estimativas da Organizay<3o Mundial de Saude (OMS) indicam que 10 a 15% da
populay<3o, sao pessoas portadoras de algum tipo de deficie!ncia nos paises em
desenvolvimento. Destes, 20% seriam portadores de deficiemcia fisica.
A deficiemcia fisica e definida como uma desvantagem, resultante de um
comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede 0 desempenho
motor de determinada pessoa.
Segundo Duarte e Werner (1995, p. 28), a deficiencia fisica e entendida como
uma alterayao no corpo que provoca dificuldades na movimentayao das pessoas e
as impedem de participarem da vida de forma independente.
As deficiencias fisicas se classificam em: ortopedicas (como sendo aquela
que envolve problemas dos musculos, ossos e/ou articulay6es) e neurol6gica
(aquela que envolve as deteriorizay6es ou les6es do sistema nervoso central).
Os disturbios motores pod em apresentar-se de duas formas: congenitas ou
adquiridos. A deficiemcia e congenita quando a crianya nasce portadora dessa
deficiencia e adquirida quando a pessoa, por algum motivo, sofre uma les<3o
(acidente), tornando-se portadora de uma deficiencia.
o inicio dos esportes para os deficientes se deu a 56 anos, na epoca da II
grande guerra mundial. Um medico Ingles teve esta ideia para aumentar a
integrayao dos deficientes a sociedade e proporcionar mais um tipo de atividade,
onde as pessoas trabalhariam com a mente e 0 corpo, resultando numa melhor
reabilitayao fisica e mental. Daquela epoca em diante, foram criadas ou adaptadas
varias modalidades esportivas, para diferentes tipos de deficiencias e, diversas
competiy6es, gerando atletas amadores e profissionais.
9
Mesmo com todos esses acontecimentos, a pessoa com deficiEmcia fisica
muitas vezes restringe suas experiencias, porque 0 mundo Ihe e repleto de barreiras
e limitayoes. Sendo assim, a reabilitayao buscou na atividade fisica, novos caminhos
para inciuir essas pessoas a sociedade, evidenciando suas capacidades residuais,
atraves do esporte. E a partir dessas evidencias, comeyamos a conhecer melhor
essas pessoas e seus potenciais, e percebemos 0 quanto e importante as pesquisas
voltadas para a mesma. Com isso, este trabalho vem analisar 0 efeito de um
programa de arremesso e lanyamento, sobre 0 portador de deficiEmcia fisica nos
parametros quantitativos.
1.2 PROBLEMA
Quais os fatores influenciam os atletas antes, durante e depois de uma
competiyao?
1.2.1 OBJETIVO
Reconhecer quais fatores influenciam positivamente e negativamente 0 rendimento
dos atletas de boccia da Associayao dos Deficientes Fisicos do Parana.
1.2.2 OBJETIVO ESPECiFICO
Trayar 0 perfil do atleta de boccia;
Aplicar as avaliayoes;
Comparar 0 desempenho entre os atletas ap6s a aplicayao do teste;
Comparar 0 desempenho entre os atletas que tem maior tempo de
vivencia, e os que tem menor tempo de vivencia no esporte;
11
2 FUNDAMENT Ar:;A.O TEO RICA
2.1 ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA PRATICA DE ATIVIDADE ESPORTIVA
2.1.1 Aspectos fisiol6gicos
A inatividade fisica pode aumentar 0 risco de mortalidade e morbidade,
mesmo em individuos aptos, ela pode levar a desmineralizayao 6ssea, a atrofia dos
musculos esqueleticos e cardiacos, a diminuiyao da massa corporal magra, a
reduyao do conteudo de agua corporal e do volume sanguineo e ao aumento da
gordura corporal (FIGONI apud FRONTERA, 2001, p.246). Segundo Shepard apud
Sherrill (1993, p.335), um condicionamento fisico nao adequado aumenta 0
disp€mdio de energia acima do nivel normal e induz a fadiga que reduz a eficiencia
do movimento. Muitas pessoas com deficiencia que nao praticam atividade fisica
desenvolvem problemas e condiyoes secundarias tais como a dor cronica, a
espasticidade problematica, a depressao, a obesidade (SHERRILL, 1993), infecyoes
do trato urinario e ulceras de decubito; por dependerem muitas vezes
exclusivamente dos membros superiores para realizar as atividades diarias (uso de
cadeira de rodas, muletas, transferencias, entre outros) tornam os ombros, cotovelos
e os punhos susceptiveis a uma lesao por uso excessiv~, inflamayao tendinosa,
degenerayao articular e dor. A espasticidade grave pode causar contraturas
articulares e perda da amplitude dos movimentos, a paralisia da musculatura
abdominal (expirat6ria) afeta 0 reflexo da tosse e faz aumentar a susceptibilidade
destas pessoas a infecyoes respirat6rias, algumas pessoas que conseguem ter uma
vida bastante prolongada, nao muito raramente sao vitimadas por doenyas
cardiacas e acidentes vasculares cerebrais, doenyas estas que estao atreladas a
inatividade fisica, bem como a hiperlipidemia, resistencia insulinica e hipertensao.
12
A participa<;ao regular em um programa de exercicio estruturado pode reduzir
o risco de doen<;a cardiovascular e melhorar a autonomia para desenvolver
atividades fisicas diiuias (LACOURSE et alii, apud FRONTERA et alii, 2001), alem
de ressaltar ganhos de agilidade no manejo da cadeira de rodas, de equilibrio
dinamico ou estatico, de for<;a muscular, de coordena<;ao motora, resistencia fisica,
uma melhor adapta<;ao fisica global, entre outros (ROSADAS 1989; SOUZA, 1994),
ja se comprovou atraves de estudos que cadeirantes que praticam atividades
esportivas tem menores ocorrencias de infec<;oes nos rins e outras complica<;oes
medicas (AXELSON, 1996), a pratica de exercicio pode ainda favorecer a transi<;ao
entre a deficiencia e a aptidao, proporcionar melhores condi<;oes organofuncionais,
predispor a pessoa para niveis de rendimento mais elevados (GORGAnl et alii,
2005). Segundo Frontera et alii (2001) 0 esporte pode resultar em alguns beneficios
a nivel musculo esqueletico como 0 aumento ou ate cessa<;ao da perda de
densidade 6ssea e 0 aumento da for<;a e da resistencia, sob 0 prisma da condi<;ao
cardiovascular 0 autor afirma que pode haver uma diminui<;ao do volume cist6lito e
da resistencia periferica total, redu<;ao da freqOencia cardiaca submaxima e de
repouso, redu<;ao da pressao arterial durante 0 exercicio, aumento da capacidade de
exercicio, aumento da HDL e diminui<;ao do LDL, diminui<;ao do risco de doen<;a
cardiovascular e a pratica de atividade fisica pode atuar ainda em fatores neurais
ajudando na diminui<;ao da espasticidade, acelera<;ao da regenera<;ao dos nervos
perifericos, assim como modifica<;oes hormonais aumentando a sensibilidade a
insulina, alem de ajudar em caracteristicas gerias como acelera<;ao do processo de
cicatriza<;ao, perda de peso e aumento da independencia.
o condicionamento fisico contribui para lidar melhor com as barreiras
arquitet6nicas impostas pela sociedade, pois muitas vezes para transitar em
13
diferentes lugares necessita-se uma condic;;ao fisica muitas vezes maior do que a
requerida pelas pessoas sem nenhum tipo de deficiencia fisica (MILLER et alii, apud
SHERRILL, 1993), a depressao cr6nica e outros problemas relacionados com a
saude mental pod em ser minimizados atraves da pratica regular de atividades
fisicas.
2.1.2 Aspectos psicolagicos
Alguns pacientes acometidos por lesoes medulares, amputac;;oes, e outros
tipos de deficiencia, experenciam uma reac;;ao depressiva decorrente das perdas de
algumas de suas func;;oes e muitas vezes de sua independencia (MELLO, 1996),
podemos dizer que esse periodo de depressao e ansiedade, e um periodo
adaptativo que corresponde aos aspectos conformacionais dessa nova condic;;ao
(ASSUMPC;::AO, 2006). A pratica regular de atividades esportivas e apontada como
um dos meios encontrados para minimizar essas reac;;oes e colaborar no processo
de reabilitac;;ao, pois, e tambem atraves dessas praticas que se pode alcanc;;ar uma
melhoria em fatores relacionados a reintegrac;;ao social e auto-estima (MELLO, 1996;
ASSUMPc;::AO, 2006), bem como uma melhoria na percepc;;ao espac;;o temporal; a
interac;;ao com grupos socia is com interesses e problemas semelhantes, alem de
permitir a reversao das tendencias ao acio, a apatia e ao isolamento social, podendo
ainda facilitar 0 reingresso da pessoa na sua vida familiar, social, educacional,
profissional e no lazer ativo, a atividade fisica pode tambem influir positivamente no
comportamento do individuo capacitando-o para a realizac;;ao de trabalhos em grupo,
reforc;;ando a sua conduta responsavel e participativa, sua capacidade de iniciativa
evitando assim condutas de dependencia (SOUZA, 1994; GORGATTI et alii, 2005).
De acordo com Axelson (1996) a pratica de atividade fisica regular acarreta em
l~~UEfUIlj...•--:\\."\>-;"
~\~\.~;;-t'•..'#" ,••...,')
14
beneficios fisicos, intelectuais, emocionais e espirituais, sendo os beneficios
emocionais e espirituais da atividade fisica apontados como uma maior confianya e
uma auto-estima mais positiva.
Eo muito comum que se faya uma associayao entre a deficiencia (de origem
congenita ou adquirida) e a depressao, porem estudos recentes comprovam que a
depressao pode ser menos comum do que se havia pens ado, um estudo que
mensurou 0 grau de depressao em adultos paraplegicos desportistas e sedentarios
concluiu que hi! uma diminuiyao dos niveis de ansiedade trayo e no estado de
depressao em adultos paraplegicos que praticam atividade fisica (MELLO, 1996) e
que pessoas que possuem algum tipo de deficiencia fisica que praticam atividade
fisica regular apresentam um nivel de bem-estar bem maior do que 0 constatado em
pessoas nao-ativas, colaborando com processo de reabilitayao (CANADA FITNESS
SURVEY apud SHERRILL, 1993), porem, a relayao entre as variaveis psicologicas
como a depressao e a reabilita<;:ao podem ser bem mais complexas do que se
imagina, pois, a depressao e 0 nivel de comprometimento podem atuar
independentemente e/ou interagir afetando os niveis de atividade, de forma que 0
nivel de atividade possa estar sendo limitado e afetado pelo nivel de
comprometimento da situayao ou estas atividades serem limitadas somente par
variaveis psicologicas como os niveis de depressao (MELLO, 1996), contudo e
importante buscar caminhos, alem da reabilitayao fisica que facilitem e fortaleyam a
personalidade das pessoas com deficiencia; a personalidade e essencialmente
concebida como uma totalidade dinamica, cujas particularidades cognitivas (relativas
as opera<;:oes do conhecimento: percep<;:ao, inteligencia, memoria), afetivas
(relativas a vida emocional, aos sentimentos e ao nivel vivido propriamente dito),
conativas (relativas aos fen6menos da vontade ou esforyos voluntarios) e fisicas
15
(relativa ao proprio corpo e seu substrato biologico) estao em interdependencia,
portanto a uniao entre a pratica esportiva e 0 processo de inclusao social que vise 0
fortalecimento da personalidade dos individuos, e um indicio de que sociedade esta
tentando superar as barreiras invisiveis que ela. mesma colocou ao longo da historia
(ASSUMP<;:AO, 2006).
Assim como nao ha opera<;oes intelectuais sem a implica<;ao de sentimentos
de exito ou fracasso, prazer ou aborrecimento, tambem nao existem esfor<;os fisicos
sem interven<;ao das discrimina<;oes perceptivas e de fatores motivacionais ou de
sentimentos (THILL, 1989 apud ASSUMP<;:AO, 2006), por isso e necessario um
ambiente social que possibilite acessibilidade as mais variadas experiencias socia is
que um individuo tem 0 direito de usufruir.
2.1.3 Aspectos socia is
E evidente afirmar que a constitui<;ao do carater e da personalidade de um
individuo se da de acordo com as rela<;oes que 0 mesmo estabelece com 0 meio no
qual esta inserido, sendo assim, essas rela<;oes podem influir positivamente ou
negativamente no desempenho de suas habilidades, pois, existe uma rela<;ao direta
entre a funcionalidade de um individuo dentro de seu ambiente com a capacidade
das outras pessoas em aceita-Io e tambem de sua tolerancia para aceitar a si
proprio (ASSUMP<;:AO, 2006).
A pratica da atividade esportiva e capaz de colaborar no processo de
integra<;ao e de inclusao social, bem como no processo de reabilita<;ao fisica, social
e psicologica dos sujeitos envolvidos nessas atividades (GORGATTI et alii, 2005;
ASSUMP<;:AO, 2006), ao tolirmos as pessoas com deficiencia da vivencia de
16
experiemcias em sociedade, podemos causar 'les6es psicol6gicas' e sociais bastante
dificeis de serem revertidas.
A medida que se colocam barreiras sociais, como: 0 preconceito, a exclusao,
a falta de acessibilidade, falta de informayao, entre outros, esta se anulando e
menosprezando as capacidades das pessoas com deficiencia, quando sabemos que
"nao ha limites para a capacidade de um individuo que seja adequadamente
treinado" (ADAMNS et alii, 1985), contudo 0 que nos conforta, e 0 fato de 0 esporte
adaptado vem ganhando cada vez mais um respaldo maior frente a sociedade e
frente aos pr6prios participantes (ASSUMPC;;Ao, 2006).
Analisando a deficiencia sob um olhar fisiol6gico, podemos afirmar que a
deficiencia fisica e toda e qualquer alterayao no corpo de um individuo que
prejudique a sua locomoyao (COSTA, 2001, p.53), ao adotarmos essa definiyao,
recaimos em um grande problema ao se tentarmos definir e conceituar a deficiencia
e tambem de tentar encaixar em um padrao pre-estabelecido todas as pessoas com
deficiencia, mas, se analisarmos a questao sob uma perspectiva social pod emos
afirmar que a deficiencia nada mais e do que 0 resultado da relayao estabelecida
entre as pessoas e a sociedade e mais, quanto mais incapaz for 0 arranjo social
para lidar a diversidade, mais cruel e severa sera a experiencia da deficiencia
(DINIZ, 2004).
As pessoas com deficiencia em geral sofrem com um problema que nao e
exclusivo da nossa realidade brasileira, mas esta presente em grande parte da
sociedade hodierna, esse problema comum a todas as sociedades e 0 preconceito,
que segundo Amaral (1994) nada mais e do que uma atitude favoravel ou
desfavoravel anterior a qualquer conhecimento.
17
o preconceito pode se manifestar de diferentes formas, desde atitudes
repulsivas ate em atitudes comiserativas, tratando as pessoas com deficiencia como
se fossem coitadinhos pensando que a vida deles se tornou um grande sofrimento
por conta dos problemas dos quais foram acometidos, ou entao como super-herois,
imbativeis frente as sua nova condi<;ao, todos nos temos capacidades e potenciais
que podem ser desenvolvidos, ser super ou subestimado nos coloca em sufocante e
constante pressao (CERTEZA, 2003).
Surge aqui uma questao bastante recorrente: 0 que faz com que durante
tantos seculos ainda se perpetue esse fen6meno que caracterizamos como
preconceito? A reposta para esta questao e muito simples, e ja foi citada neste texto,
a materia prima que da subsidios a perpetua<;ao do preconceito e 0
desconhecimento, e ele que incita as leituras estereotipadas e corroboram com um
conjunto de a<;6es de segrega<;ao, nos conduzindo inevitavelmente a um processo
de apartheid contemporaneo (AMARAL, 1994).
Ao se levantar a questao referente ao preconceito torna-se inevitavel
colocarmos aqui considera<;6es sobre aquelas que antagonisam as atitudes
preconceituosas: As atitudes integrativas, especialmente quando se aborda 0 tema
deficiencia ou pessoas com deficiencia, raramente se escapa de discuss6es como
essa, mas afinal, em que a<;6es estao fundamentadas as a<;6es que chamamos de
integrativas, 0 que fundamenta essas a<;6es? Segundo Amaral (1994, p.35) "integrar
em meu entender significa acima de tudo 0 oferecimento de oportunidades iguais,
malgrado as diferen<;as", dito isto parece que 0 assunto se da por encerrado, mas se
aprofundarmos a nossa analise surge aqui uma outra questao de igual importancia:
Oportunidade de que? Esta questao tambem e respondida por Amaral (1994, p.35)
quando a autora faz a seguinte afirma<;ao: "basicamente de ter acesso a". A
18
magnitude desta afirmayao esta no fato de que ela nao restringe as possibilidades
ou delimita as areas especificas em que se deve promover a integrayao, ela nao
estabelece relayoes entre quais grupos deve ser instituida a integrayao, essa
afirmayao por si so e capaz de abordar todos os aspectos que precisam ser
ajustados e modificados a fim de se promover um fenomeno integrativo comum a
todas as areas e relayoes imaginaveis, sem que para isso tenhamos que passar por
um doloroso processo de normalizayao das pessoas com deficiencia, esta afinal e a
grande missao do processo de integrayao.
Dentro destas perspectivas podemos ainda buscar subterfugios para
entendermos como ou 0 que leva a manifestayao de atitudes de segregayao,
entende que a segregayao se apoia no tripe: preconceito, esteriotipo e estigma
(AMARAL, 1994) e que ha entre eles uma dinamica que se exprime da seguinte
forma:
Um preconceito gera um esteriotipo, que cristaliza 0 preconceito, quefortalece 0 esteriotipo, que atualiza 0 preconceito ... circulo vicioso levandoao infinito. Paralelamente 0 estigma (marca, sinal) colabora com essaperpetua9ao (AMARAL, 1994, pAD).
Uns dos grandes objetivos daqueles que se dedicam ao estudo destes
fenomenos e das relayoes que podem ser estabelecidas entre individuos deficientes
e nao deficientes, bem como possiveis soluyoes para a erradicayao de atitudes que
separem as pessoas do grande grupo de pessoas nao-deficientes e 0 de destituir a
ideia de que a normalizayao seja 0 caminho ideal para integramos plenamente
esses individuos a sociedade, como preconizado por Amaral (1994, p. 41) temos
que lutar para "ter 0 direito de ser diferente e nem por isso estar a margem", e ter 0
direito a um grande numero de experiencias dentro do universe ao qual se pertence,
a diversidade e inata (CERTEZA, 2003) e nao deveriam causar tanta estranheza
assim a sociedade. Amaral (1994) preconiza que existem algumas posturas
19
adotadas pela sociedade frente a questoes como a deficiemcia, e quais as relayoes
estabelecidas entre a sociedade e as pessoas com deficiemcia, em seu estudo ela
denominou essas posturas de "A politica do avis-struthio" e 0 "Leito de Procusto". Ao
descrever a "A politica do avis-struthio" a autora inicia com uma analise da etiologia
da palavra avis-struthio, que nada mais e do que 0 nome cientifico dado a avestruz,
ela escolheu especificamente a avestruz para nomear a sua tese por conta dos
habitos desta ave, quando se sente ameayado, ou ate mesmo quando quer se
esconder, a avestruz enterra a cabeya na areia, essa postura se manifesta na
sociedade da seguinte maneira: "eu nao vejo, logo isso nao me atinge", essa e a
ideia contida nesta politica e que acompanhou durante seculos a questao da
deficiencia, e nao e s6 essa a ligayao desde animal especificamente com questao da
deficiencia, a avestruz e uma ave de pernas atrofiadas e tem apenas dois dedos, ou
seja, ela e um deficiente, ha algo de diferente entre ela e as outras aves, alem do
mais e uma ave onivora que come tudo 0 que ve pela frente sem nenhuma
distinyao, imediatamente pode-se associar essa imagem a de uma pessoa com
deficiencia 'engolindo' todas as normatizayoes impostas pela sociedade sem
nenhuma distinyao, exatamente como faz a avestruz. 0 "Leito de Procusto" baseia-
se na hist6ria de um homem rico que gostava muito de hospedar as pessoas em sua
casa e era conhecido por sua eximia cordialidade. Ao receber os convidados em sua
casa 0 anfitriao preparava-Ihes em farto banquete, com muita musica e diversao, ao
final do banquete 0 convidado era apresentado a um suntuoso leito no qual deveria
caber perfeitamente, mesmo que para isso fosse necessario fazer 'pequenos
ajustes' como esticar ou ate mesmo mutilar 0 convidado, a morte era quase certa,
apenas alguns poucos convidados conseguiam sair vivos da tal expediyao a casa de
Procusto. Sem duvida essa est6ria nos remete a pensar nao somente nas condiyoes
20
as quais as pessoas com deficiEmcia estao expostas, mas sim na maneira como toda
a sociedade tem lidado com a questao da ditadura da beleza, sendo esta uma
imposigao que se tornou cotidiana, hoje vale tudo pra se encaixar perfeitamente nos
pad roes esteticos impostos pela poderosa minoria, ou lendo-se de outra forma vale
tudo para adequar-se ao 'Leito de Procusto' quanto menos deficiente 0 individuo
parecer melhor, ou seja, as suas diferengas devem ser neutralizadas, bem como a
sua aparencia, desempenho entre outros, tudo isso deve estar 0 mais proximo
possivel daquilo que consideramos ser normal, entretanto deve-se:
Ter coragem de olhar para frente, para a diferenc;:a, a deficiencia; apossibilidade de· conviver com a dessemelhanc;:a; a nao cobranc;:a deadequac;:ao a moldes pre-estabelecidos, seja de normalizac;:ao, heroicidadeou vitimizac;:ao; a existencia da alternativa do deficiente ser uma pessoacomum, malgrado a especificidade das limitac;:oes impostas peladeficiEmcia; 0 resgate da potencia, sem que seja super ou infraequacionada, como na onipotencia ou impotencia; 0 oferecimento deoportunidades (e de sua fruic;:ao) de ter aparencia, aprendizagem edesempenho compativeis com as possibilidades reais; 0 favorecimento deacesso a multiplas experiencias (AMARAL, 1994, p.44).
Dentro do ambiente social no qual todos nos estamos indistintamente
inseridos existem fenomenos culturais que influem diretamente no nosso modo de
vida e que muitas vezes e capaz se refletir em nossas posigoes e posturas sociais
como e 0 caso da midia, por exemplo. Eo bastante importante fazermos um adendo a
midia devido a sua grande importancia em registrar e transmitir os conhecimentos
registrados pela humanidade. A midia em geral dedica pouco ou nenhum espago
para tratar de temas relacionados a deficiencia, e quando 0 fazem muitas vezes
reforgam a visao estigmatizada e preconceituosa relacionada a essa questao
utilizando-se de expressoes como "deficientes mentais sao um exemplo e vida";
"mesmo sem uma perna ele trabalha", "e capaz de ultrapassar limites mesmo sendo
cego", essas expressoes proporcionam um distanciamento da condigao humana,
21
devemos estar dispostos a assumir a nossa diversidade e humanidade, e nao a
construirmos esteri6tipos ou refon;:armos tabus ja ultrapassados (CERTEZA, 2003).
Nao raramente nos deparamos com exposic;oes que enfocam incansavelmente a
questao da cura como se essa fosse a unica alternativa para que 0 individuo seja
plenamente feliz, ou seja, somente depois de passar pelo processo de normalizac;ao
e que 0 individuo sera pleno. Essa realidade esta lentamente se rnodificando, hoje
percebemos um esforc;o maior das redes de televisao em trazer a tona questoes
polemicas como a deficiencia, 0 homossexualisrno, entre outros, esta e uma pratica
bastante importante para aproximar as pessoas de uma maneira geral a realidade
das pessoas com deficiencia, bem como elucidar as duvidas e curiosidades
daqueles que nao convivem com pessoas com deficiencia, isso e um fator bastante
positiv~, po is assim e possivel amenizar 0 desconforto daqueles que ficam sendo
observados como anorrnais, hoje nao temos mais que conviver com propagandas
que mostram imagens de pessoas com expressoes de desalento ern cima de urna
cadeira de rodas que tentarn sensibilizar os expectadores a fazerern doac;oes, ou ate
mesmo alertando para evitar acidentes, hoje esses temas sao abordados de outra
forma, afinal ser acornetido por um acidente ou uma doenc;a e como conseqOencia
ficar deficiente nao e 0 fim do mundo (MERKX, 2000). Ao estabelecer uma
comparac;ao entre dois filmes infantis constatamos a evoluc;ao destes conceitos
desde a decada de 80 ate hoje, 0 filme 'Dumbo' ilustra a est6ria de urn elefante que
era muito querido e amado por todos, ate que certo dia, quando ele espirrou as suas
orelhas que eram enormes se despregaram de suas costas e ficararn a rnostra, 0
nome corn que fora batizado era Jumbo, e depois deste epis6dio as pessoas
passaram a rir dele e 0 apelidaram de Dumbo em alusao a palavra dumb, s6 entao
quando Dumbo faz uma apresentac;ao no circo em que morava em que ele voa
22
sobre 0 picadeiro e que as pessoas passam a admin~-Io, a imagem dele foi
associada a de uma heroi que capaz de transpor as barreiras, assim 0 filme tem um
desfecho feliz, um filme de animayao 'Procurando Nemo' de 2003 mostra a estoria
de um peixinho que e super-protegido pelo pai, e que para provar que era capaz de
fazer 0 que seu pai disse que ele nao conseguiria acaba sendo capturado par um
pescador que 0 leva para morar dentro de um aquario com outros peixes vindo de
diferentes lugares. Nemo tem uma nadadeira maior do que a outra e em sua saga
para tentar fugir do aqua rio para encontrar 0 seu pai ele descobre as suas
potencialidades apesar da sua dificuldade. Ele e ajudado entre outros peixes por um
peixe chamado Gil que tambem tem uma de suas nadadeiras defeituosa e que 0
ajuda a compreender que ele e muito mais capaz do que imagina, a principal
diferenya entre estes dois filmes que abordam 0 mesmo tema e que no filme
'Procurando Nemo' a deficiemcia e apresentada, mas ela nao e 0 foco principal do
filme e tao pouco 0 fato do peixinho nemo ter reencontrado 0 seu pai se da apos a
descoberta para a cura do seu problema, 0 filme exalta as possibilidades e
potencialidades que podem ser desenvolvidas por uma pessoa que apresenta
diferenya em relayao as outras, e ele nao precisou como 0 Dumbo, realizar qualquer
ate heroico para que pudesse afinal encontrar um final feliz (MERKX, 2000). A
importancia no fato de abordar um tema como este esta justamente em correlacionar
a abordagem que a midia da a esportistas que possuem alguma deficil§ncia, de uma
maneira geral atletas ja possuem por si so uma aurea sobrenatural sobre si, seres
capazes de realizar 0 impossivel, quando possuem alguma deficiemcia parecem ser
ainda mais endeusados, na maioria das vezes estao associados a imagem de
pessoas que superaram todas as barreiras para alcanyarem os seus objetivos, essa
e uma questao bastante importante, mas nao precisa do sensacionalismo da midia
23
para que sejam valorizados pelos seus feitos, como dito anteriormente as pessoas
com deficiencia estao plenamente aptas para que dentro de suas limita<;:6es realizem
qualquer tipo de atividade a que se dispuserem dentro de suas necessidades e
limitay6es, cabe aqui um comentario bastante pertinente, e importante ter em mente
que as Iimitay6es nao existem apenas para as pessoas com deficiencia, mas sim
para todas as pessoas sem exce<;:ao. A importancia da pratica de esportes dentro de
uma perspectiva social e que ela permite uma maior facilita<;:ao no processo de
integra<;:ao dos individuos, e capaz educar 0 individuo para a vida em sociedade e
para 0 tempo livre, proporciona vivencia de sucesso, elevar a tolerancia a frustra<;:ao,
viabilizar a libera<;:ao ou canaliza<;:ao de tens6es e da agressividade, tornar os
individuos mais independentes (SOUZA, 1994; GORGATTI et alii, 2005), nesse
sentido pode-se afirmar que a pratica de uma atividade esportiva pode ser
decorrente de uma maior flexibilidade quanta ao processo de reintegra<;:ao social
minimizando os problemas decorrentes do isolamento social enfrentado por esta
parcela da popula<;:ao (MELLO, 1996).
2.20 BOCCIA
o bocha foi implantado oficialmente no Brasil em 1996 em uma clinica
comandada por especialistas argentinos na cidade de Curitiba. Em pouco tempo, 0
bocha conquistou 0 seu espa<;:o e iniciou a sua caminhada internacional, colocando
o Brasil entre os melhores paises do mundo no desenvolvimento da modalidade.
A etica e espirito do jogo sao similares ao do tenis. A participayao do publico
e bem vinda e encorajada, entretanto espectadores, incluindo chefes de equipe e
competidores fora de jogo, devem permanecer em silencio para nao atrapalhar 0
arremesso do jogador em a<;:aoe tambem nao influenciar 0 jogo do atleta.
24
o objetivo do jogo e colocar 0 maximo de bolas perto da bola branca, 0
mesmo do bocha convencional, a diferenya e encontrada na superficie e area da
quadra, no tamanho, peso e material da bola utilizada, e no tempo para cada parcial.
Neste jogo homens e mulheres competem nas mesmas categorias e
encontramos 4 divisoes para competiyao que serao tratadas no decorrer do trabalho.
Apresentamos a seguir um resumo das regras oficiais de bocha paraolimpica,
maiores informayoes podem ser conseguidas acessando os endereyos eletronicos
que constam nas referencias bibliograficas no final desta apostila.
Na camara de concentrayao que e 0 local onde os competidores ficam antes
de entrar em quadra, 0 arbitro da partida junto dos jogadores ou capitaes dos lad os
determinam qual equipe comeyara jogando atraves do lanyamento da moeda (cara
ou coroa). Estabelecido quem iniciara a jogada os times dirigem-se aos respectivos
locais. A equipe que inicia 0 jogo fica de posse das bolas de cor vermelha e ocupa 0
box de inicio dependendo da divisao que esta sendo competida. No caso de
competiyoes individuais 0 box ocupado pel a equipe vermelha e 0 terceiro da direita
para a esquerda no caso de competiyao em dupla a equipe vermelha ocupa os
boxes 2 e 4 e em equipe os boxes 1,3 e 5, enquanto que a equipe azul fica com 0
box 4 no individual, 3 e 5 na dupla e 2, 4 e 6 na equipe.
o tempo para cada parcial deve ser de 5 min para individual BC1, BC2 e BC4;
6 min para individual BC3, dupla de BC4 e equipe e 8 min para dupla de BC3.
o numero de parciais e de 4 para jogos individuais e duplas e de 6 para
equipe.
No jogo em equipe e em duplas e permitido a presenya do tecnico do time no
final da quadra de boccia e um pedido de tempo durante a partida para cada time de
3 min, em que os jogadores podem sair da area de lanyamento.
25
A seguir as seguintes atitudes correspondem a uma infra<;:ao:
Tocar a linha de lan<;:amento sem a permissao do arbitro, arremessar a bola
sem a permissao do arbitro, incomodar 0 adversario, calheiro comunicar-se com 0
paratleta, calheiro olhar para 0 campo de jogo, iniciar um arremesso sem a
autoriza<;:ao da sua ordem de jogada, 0 jog ador movimentar sua cadeira de rodas na
ordem do adversario, ou 0 calheiro movimentar a cadeira de rod as sem 0 pedido do
paratieta, no momento do arremesso 0 paratleta nao estiver com pelo menDs uma
nadega em contato com a cadeira de rodas. Todas estas situa<;:oes ocasionam uma
penalidade e duas bolas sao cedidas ao oponente nestes casos.
As faltas cometidas em ambos os lados se anulam. Para 0 novo arremesso
das bolas de penaliza<;:ao serao utilizadas bolas do recipiente onde ficam as bolas
que foram consideradas fora pelo arbitro, isto e, aquelas que tocaram em qualquer
momento as linhas limitrofes da quadra, caso nao haja bolas do oponente neste
recipiente as mais distantes da bola branca serao escolhidas para 0 arremesso. A
pontua<;:ao deve ser anotada pelo arbitro e a parcial termina quando todas as bolas
de penaliza<;:ao forem arremessadas e se houver mudan<;:a na pontua<;:ao esta deve
ser anotada pelo arbitro no marcador como sendo 0 final da parcial.
o Tie-Breake sera concedido sempre que houver um empate entre os lad os.
A bola branca sera posta em cima do X no meio da quadra e a partida inicia-se com
um novo sorteio de cara e coroa para escolher quem inicia 0 tie-brake.
o paratleta pode pedir a qualquer momento a verifica<;:ao das posi<;:oes das
bolas pedindo permissao ao arbitro para entrar na quadra, medir a distancia entre
bolas ou contar a quantidade de pontes naquele momento antes de arremessar a
bola.
26
Quando 0 iubitro acidentalmente move as bolas do jogo, ou ele recome9a a
parcial ou coloca-as na mesma posi9ao anterior. Nesta ultima situa9ao 0 arbitro deve
consultar 0 juiz de linha para averiguar a decisao, entretanto a decisao final sempre
sera do arbitro.
Caso duas bolas sejam lan9adas do mesmo lade am bas sao consideradas
lan9adas e nao se aplica penalidade. Se devido a um erro de arbitragem 0 lade
oposto lan9ar a bola e esta nao modificar 0 jogo, esta bola e devolvida para 0
jogador, caso ela mova as bolas de jogo 0 oponente escolhera entre restabelecer 0
jogo anterior ou iniciar uma nova parcial.
Em competi90es de duplas e equipe e permitido um e duas substitui90es
respectivamente, sendo que elas devem ocorrer no intervalo entre parciais e devem
ser informadas ao arbitro. 0 jog ador substituido nao pod era retornar ao jogo durante
a partida.
Cada bola tem valor de 1 ponto sendo pontuadas as bolas mais pr6xirnas da
bola branca de um mesmo lade ate que a bola do oponente pontue.
Em duplas e em equipe e necessaria a presen9a de urn capitao de equipe
que tera as seguintes fun90es:
Indicar qual jog ador arremessara a bola, entre as parciais 0 capitao podera dar
instru90es aos seus jogadores, podera solicitar 0 tempo.
Todos os jogadores podem pedir para que 0 jogador oponente se desloque
para tras no momenta de seu lan9amento
A calha, dispositiv~ auxiliar nas quais os atletas da classe bc3 utilizam para
arremessar as bolas na quadra deve, no momenta do lan9amento nao ultrapassar a
linha de arremesso, nao podem possuir dispositivos de frenagem ou acelera9ao e
nem de orienta9ao, a cada lan9amento de bola 0 calheiro, pessoa que manipula a
27
calha, deve movimentar a mesma no plano horizontal a fim de que a direyao
aplicada pelo at leta na jogada anterior tenha sido mudada. 0 jog ador pod era utilizar
um outro dispositiv~ que 0 auxilie a segurar a bola medindo nao mais que 50 cm de
comprimento, ao jogador tambem e permitido utilizar outros tipos de calhas para
lanyar as bolas durante a partida.
As cadeiras de rod as devem possuir uma altura maxima de 66 cm, incluindo 0
acento e almofada e deve ser a cadeira de rodas usual do paratleta.
2.3 AS PESSOAS COM DEFICIENCIA FislCA QUE PRATICAM BOCCIA
Ha 4 classificayoes para a competiyao de boccia paraolimpica: BC1, BC2,
BC3, BC4 e ha sete divisoes de competiyao: individual por classe, dupla de BC3 e
BC4 e equipe de BC1 e BC2.
Paratletas da classe BC1
Sao aqueles que apresentam disfunyao motora em todo 0 corpo, nao sao
capazes de impulsionar a cadeira de rod as manualmente, tem dificuldades em
alterar a posiyao sentada, usam 0 tronco em movimentos de cabeya e brayos, tem
dificuldades em agarrar e soltar e nao apresentam funyao das pernas.
Paratletas da classe BC2
Tambem apresentam disfunyao motora em todo 0 corpo, contudo de forma
mais branda. Possuem controle de tronco mais associam movimentos de brayo,
possuem dificuldades em realizar movimentos isolados e regulares de tronco, sao
capazes de abrir dedos e polegar, mas nao rapidamente, sao capazes de
impulsionar a cadeira de rodas com as maos ou pes e possivelmente sao capazes
de permanecer em pe, mas com auxilio.
• Paratletas da classe BC3
28
Nesta classe encontramos jogadores com paralisia cerebral ou algum quadro
motor severo que impossibilite 0 jogador de competir em outras classes. Esta e a
classe mais comprometida a nivel motor. 0 paratleta tem forya insuficiente ou sem
coordenayao para agarrar e soltar a bola de bocha, e ou movimentos que 0
impeyam de lanyar a bola alem da linha V.
Paratletas da classe BC4
Jogadores com outras disfunyoes locomotoras nos 4 membros de origem nao
cerebral ou cerebral degenerativa. Possuem faixa ativa de movimentos pobre, pouca
forya e falta de coordenayao combinado com pobre controle dinamico de tronco,
usam os brayos para 0 retorno a posiyao sentado, tem suficiente destreza em
manipular a bola de bocci a e lanya-Ia alem da linha V, contudo um pobre controle de
agarrar e soltar a bola sao evidenciados, 0 jogador pode utilizar do pendulo do brayo
para arremessar a bola, sao capazes de movimentar a cadeira de rodas, mas
movimentos rapidos nao sao observados. Nesta classe encontramos paratletas com
distrofia muscular, ataxia de Friedrich, esclerose multipla, lesao medular de C5 para
cima, espinha bifida combinado com envolvimento da extremidade superior, ou
outras condiyoes que apresentem os detalhes acima.
29
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
3.1 TIPO DE PESQUISA
A pesquisa utilizada e descritiva segundo Thomaz e Nelson, no qual foi
utilizado um questionario fechado contendo 37 perguntas, nas quais poderia ser
atribuidos valores de +3 a -3. A essencia de um estudo com esse delineamento
fundamenta-se na observayao feita antes (x,) e depois (X2) do campeonato (a,).
3.2 DESCRIC;AO DO UNIVERSO
A populayao desse trabalho foram os 9 deficientes fisicos, praticantes da
modalidade de boccia da Associac;f:io dos Deficientes Fisicos do Parana (ADFP)
situada a Rua XV de Novembro, 2765 - Bairro Alto da XV - Curitiba - Parana.
A amostra desse trabalho foi composta de 9 pessoas, sendo 8 do sexo
masculino, 1 do sexo feminino (sendo que dois atletas nao responderam 0
questionario), com idades entre 23 e 41 anos, praticantes de boccia. Na avaliayao
todos responderam ao questionario tres dias ap6s a participayao no campeonato.
3.3 MATERIAL E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS
o instrumento utilizado nesse estudo foi um questionario (Anexo 1). Os dados
do questionario sao: 0 nome do atieta, a data de avaliayao, local e horario e as
quest6es especificas sobre 0 tema.
o questionario foi respondido por 7 atletas do sexo masculino, sendo que 1
atleta masculino nao respondeu, assim como a atleta do sexo feminino.
30
4 RESULTADO E DISCUssAo
Os resultados obtidos nessa pesquisa seguem em forma de graficos sendo os
mesmos discutidos em funl(ao dos objetivos propostos.
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32
Podemos observar no gratico acima que a media entre os atletas esteve
satisfat6ria, pois ouve uma mescla de atletas para esta competic;;ao, sendo que os
atletas com mais vivencia no esporte tiveram um bom desempenho, sabendo como
lidar com as adversidades que encontraram durante 0 campeonato. Dois dos atletas
nao responderam 0 questionario por se acharem muito estressados antes e depois
da competic;;ao, e sendo a primeira vez que pos mesmos participavam de algo com
tamanha importancia, po is este campeonato era classificat6rio para 0 Campeonato
Mundial de Boccia. Devemos lembrar que alguns dos atletas acima ja tiveram
experiencias internacionais, 0 que ajudou para seu controle emocional antes,
durante e depois do campeonato.
Entre os atletas como maior tempo de vivencia no esporte, tivemos uma
melhora nas fazes que antecedem 0 campeonato, como maus rendimentos no
treino, dormir mal na noite anterior a competic;;ao, condicionamento fisico
inadequado, entre outros, mas mesmo assim a melhora foi significante com os
atletas estando mais assiduos aos treinamentos ap6s a competic;;ao e estando
atenciosos para a pr6xima vez.
Tendo em vista as perguntas respondidas, pudemos verificar que a maioria dos
atletas tem dificuldades nos quesitos que dizem respeito aos meios de transporte e
locomoc;;ao para os treinos e locais de competic;;ao, sendo que na maioria das vezes
os locais nao sao apropriados e nem oferecem estruturas para os atletas poderem
se locomover pelas instalac;;6es sozinhos. Tambem ha 0 problema da falta de apoio
familiar, a falta de patrocinio, a falta de assistencia medica e fisioterapica, 0 que
prejudica e muito 0 rendimento dos atletas. Tambem temos as quest6es dos maus
resultados em competi9Cies anteriores, muitos atletas trazem apos 0 jogo que nao se
saiu bem a ligac;;ao com a competic;;ao passada, falando da falta do profissional de
33
psicologia para poder ajuda-Ios a superar os problemas, alguns desses tambem
relataram a pressao da torcida adversaria, 0 que muitas vezes prejudica seu
rendimento durante 0 jogo.
Sendo assim, podemos definir que os niveis que foram atingidos pel os atletas
que responderam os questionarios podem ser melhorados, nao dependendo dos
atletas que nos seus desempenhos individuais, obtiveram resultados negativos
devido as Iimitac;:6es no decorrer do programa.
Evidencia-se assim, que muitas vezes os resultados nao dependem do
programa, mas sim da participac;:ao assidua dos atletas.
34
5 CONSIDERAC;OES FINAlS
Para a Organizayao Mundial de Saude a deficiE!ncia e a experiencia da
exclusao sofrida por aqueles que apresentam capacidades desvantajosas para uma
determinada sociedade, ou seja, um surdo, filhos de pais surdos, frequentador de
uma escola voltada para pessoas com deficiencia auditiva, nao se considera uma
pessoa deficiente (OINIZ, 2004), e desta forma que constitui um ambiente ideal,
organizado de uma maneira tal onde ninguem e apontado ou discriminado por conta
de suas diversidades. Na apurayao dos relatos apresentados pelos praticantes de
atividade fisica que participaram deste estudo as maiores dificuldades apontadas
sao: a falta de apoio financeiro e acessibilidade dificultada pois de segundo R. 22
anos "hoje a minha maior dificuldade esta realmente em me locomover", muitos
necessitam de transporte publico que ora nao sao equipados com adaptayoes para
cadeiras de rodas ou rampas, ora os pontos de parada dos 6nibus nao possuem
calyadas rebaixadas e pisos uniforme 0 que dificulta a locomoyao para as pessoas
com cadeiras de rodas, muletas, bengal as, entre outros. No entanto, mesmo
enfrentando algumas dificuldades todos confirmam 0 que e preconizado pela
literatura relatando uma sensayao de bem-estar, melhoria na qualidade de vida, no
estado emocional e na relayao estabelecida com a sociedade ap6s iniciarem a
pratica de atividades esportivas, sendo esta premissa confirm ada por R. 40 anos
"minha vida melhorou muito depois que comecei a praticar esportes, foi uma
recomendayao medica porque tinha problemas de hipertensao, mas que acabou me
ajudando a melhorar outros aspectos da minha vida".
Muito ainda se pode fazer pelo esporte adaptado e por seus praticantes, e
nao se trata de atitudes assistencialistas ou impregnadas de piedade, trata-se de
respeito, simplesmente porque ter acesso as oportunidades de lazer e trabalho e um
35
direito de todos garantido pela constitui9ao, por isso a necessidade de maiores
investimentos para desporto adaptado em Curitiba para amplia9ao dos espa90s para
a pratica de atividades esportivas, para que mais pessoas possam aderir a atividade
e para que haja um maior numero de profissionais de Educa9ao Fisica envolvidos
com 0 esporte adaptado colaborando no processo de treinamento dos atletas.
o programa apresentou resultados baixos (aquem do esperado), com necessidade
de controle de mais variaveis, como as que foram identificadas no decorrer do
trabalho - se90es de fisioterapia, tempo, local de treinamento, numeros de atletas
reduzidos, estado emocional e fisico dos atletas, etc.
Uma observa9ao realizada durante 0 trabalho, embora nao fosse 0 objetivo
desse estudo, foi a carencia de auto-confian9a nos atletas, os mesmos
apresentavam baixo nivel de motiva9ao, acrescentando problemas relacionados a
imagem corporal. Porem com treinamento, foi possivel reverter essa situa9ao.
o que sugere que os estudos em rela9ao ao treino desportivo de atletas com
deficiencias fisicas, nao se Iimitem as questoes de desempenho quantitativo, mas
avaliem tambem aspectos relacionados ao seu estado psiquico e emocional.
36
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ANEXO ITeste de Estresse Psiquico
Nome: _-,- ----,:-:---:- -:::-- _Modalidade: Idade: Data: _
Para cada sitllayao abaixo qlle pode exercer lima inflllencia sobre sell desempenho voce in\atribuir lllll valor seguindo a escala a seguir:+3: illflllellcilllllllito positivil+2: illflllellcill positivil+1: illflllellcill POIICOpositiva
-1: illflllellcill POIICOlIegativa-2: illflllellcia Ilegiltivil-3: illflllellcia IIIl1ito Ileglltiv([
0: lIell/lllllla illflllellcia
N° Situa~iics: Valo.·1 Erros no inicio da partida2 Erros no fim da competiyao3 Oemora para iniciar a competi.;ao4 Oormir mal na noite anterior II competiyao5 Ser 0 favorito6 o adversario e 0 favorito7 Pressiio de outros para vencer8 Cobranya de si mesmo para vencer9 Maus resultados em competiyoes anteriores10 Condicionamento fisico inadequado11 Preparayao tecnica inadequada12 Falta de preparayao psicol6gica13 Con flitos com 0 treinador14 Conflitos com companheiros15 Conflitos com familiares16 Bom rendimento inesperado do ad versa rio17 Maus rendimentos nos treinos18 Criticas do treinador na competiyao19 Criticas dos companheiros na competiyuo20 Ter perdido para 0 mesmo adversario21 Comportamento da torcida contra22 Nervosismo excessivo23 Sentir dor durante os treinos24 Sentir dor antes ou durante a competiyao25 Alimentayao inadequada26 Condiyoes inadequadas de treino27 Aparelhos ortopedicos inadequados28 Materiais e equipamentos esportivos inadequados29 Falta de reconhecimento do desempenho esportivo30 Falta de apoio familiar31 Falta de patrocinio32 Falta de assistencia fisioten\pica e medica33 Falta de assistencia psicol6gica34 Problemas de transporte para os treinamentos35 Problemas de acessibilidadeJJara os treinamentos36 Problemas de transp011epara as competiyoes37 Problemas de alojamento