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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marisa Duarte da Silva o DESENHO COMO FORMA DE EXPRESSAO E LlNGUAGEM

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Marisa Duarte da Silva

o DESENHO COMO FORMA DE

EXPRESSAO E LlNGUAGEM

Marisa Duarte da Silva

o DESENHO COMO FORMA DE

EX PRES sAo E LlNGUAGEM

Trabalho de condusao de curso apresentado aoCurse de Pedagogia, da faculdade de Ci~nciasHumanas, Letras e Artes da Universidade Tuiutido Paran~, como requisito parcial para a oblencaodo Grau de Licenciatura em Pedagogia.

Orientadora: Professora RosHda Maria BorgesFerreira

Curitiba2005

-c;r.r Universidade Tuiuti do ParanaFACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRASEARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DEAPROVA<;:AO

NOME DO ALUNO: MARISA DUARTE DA SILVA

TfTULO: 0 desenho como forma de expressao e linguagem

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIALPARA A OBTEN<;:AODO GRAU DE UCENCIADO EM PEDAGOGlA, DO CURSO DEPEDAGOGlA, DA FACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DAUNIVERSIDADETUIUTI DO PARANA.

MEMBROSDA COMISSAO~A DORA:IJjZ 'U'.l'I/'-j

PROF(a). ROSILDA MARIk-B· R ESFERREI~ORIENTADOR(A)

MEMBRODA BANCA

PROF(a)MICHELEDE SOUZAJ~;;~.f' .MEMBRODA BANCA '"Y);cLr]fJ.,..v

DATA: 24/12/2006

MEDIA: ~_15. _

CURITIBA - PARANA200S

SUMARIO

RESUMO

1 INTRODUCAO 1

2 FUNDAMENTACAO TEORICA 3

2.1 0 DESENHO AO LONGO DA HISTORIA 3

22 0 DESENHO DAS CRIANyAS E SUAS MANIFESTAyOES 6

2.3 FASES DO DESENHO INFANTIL... . 9

2.4 AS FASES DA EVOLUyAO DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO LUQUET 10

2.5 A RELAyAO ENTRE DESENHO E ESCRITA SOB OS OLHARES DE EMiLIA

FERREIRO .. . 14

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 16

4 RESULTADOS E DISCUSSAO 18

4.1 ANALISE DOS RESULTADOS ... . 18

5 CONSIDERACOES FINAIS 23

REFERENCIAS 24

RESUMO

o presente trabalho aborda urn esludo relacionado a imporffincia do desenho nodesenvolvimento da crianc;a" focalizando 0 desenho infantil nao apenas comodesenvolvimento maturacional, mas fruto dos estimulos par ela recebido. Talpesquisa toma como ponto principal 0 desenho como uma prepara9aO para adesenvolvimento da linguagem escrita. Utiliza-se como respaldo a pesquisabibliografica e urn trabalho pratico desenvolvido com crian9as dentro da idaderelacionada no decorrer do trabalho. Tal estudo se laz importante pelo lato dodesenho ser intrinseco ao ser infantil e precisar de maior atenc;ao para os seusdetalhes nao lao aparentes, mas que determinam 0 desenvolvimento biopsiquico dacrian.ya. Tern como objetivos identificar a desenho como desencadeador doprocesso de escrita em crianQas de educaC;8o infantil; verificar a desenho nodesenvolvimento e na aprendizagem da criancya como atividade produtiva;apresentar 0 processo inicial do desenho como uma pre-escrita bern como as fasesdo desenho na educacyao infantil. Apresenta algumas produ<;Oes de criancyas comidade entre urn (urn) e cinco (cinco) anos, fazendo urna analise para obten-;a.o dosresultados. 0 problema que se investiga e, 0 desenho da criancya pode ser usadocomo auxiliador ao processo de alfabetizac;:ao? a presente estudo se faz relevantepelo fata de verificar 0 que acontece no cotidiana da crian9a frente a suanecessidade de comunicac;a.o com 0 mundo que a cerca.

Palavras-chave: desenho; linguagem; crianc;a; escrita.

1 INTRODU<;:Ao

No ambito da educa(:1\o infantil, 0 desenho e de grande imporlimcia para a

crianc;a, pais atraves dele ela in ida a seu cantato com 0 mundo grafico, com a

escrita e com alguns de seus objetos, demonstrando evolutivamente a sua

representayao da realidade. Assim a crian<;a evclui desde as rabiscos ate chegar alinguagem escrita convencional.

Partindo-se do principia que 0 desenho e alga intrinseco aD ser infantil, e se

faz presente na vida da crian(fa independentemente de ela freqllentar ou nao 0

ambiente escolar, cabe ao professor utilizar 0 desenho como uma possibilidade de

expresst:lo, fazendo-se util ao processo de desenvolvimento da crianc;a, valorizando

a linguagem grafica e dando subsidios eficazes ao processo de alfabeliza9ao que se

inieia.

Tal estudo se faz relevante no sentido de verificar 0 que acontece no

cotidiano do ser infantil diante da sua necessidade de comunicar-se com 0 mundo

que 0 cerca desde 0 seu nascimento. E preciso que 0 educador, principalmente 0

atuante na educac;ao infantil, procure estar sempre ampliando suas ideias a respeito

do desenho da crianc;a, e tambem estar pensando sobre a sua real importancia no

universo infantil, urna vez que 0 desenho e uma das primeiras formas de

comunicaC;ao da crianrya.

Em vista disso, 0 problema que se investiga e: 0 desenho da crian<;a pode

ser utilizado como auxiliador ao processo de alfabetizac;:Jo?

Esta pesquisa tern por objetivo geral identificar 0 desenho como

desencadeador do processo de escrita em crian~s de educa9aO infantil, e ainda, de

forma mais especifica, verificar a importancia do desenho no desenvolvimento e na

aprendizagem da crianya como atividade produtiva; apresentar 0 processo inicial do

desenho como uma pre-escrita bern como as fases do desenho na educayao infantil.

Utilizar-se-a como procedimento metodol6gico um levantamento bibliognifico

sobre diferentes autores que abordam 0 assunto, com 0 intuito de estabelecer urn

comparativo entre os mesmos e analisar 0 desenvolvimento do desenho infantil.

Como amostra pratica tem-se as atividades de sete crianc;as com idade

entre urn (urn) a cinco (cinco) anos.

o trabalho estrutura-se em capitulos, onde 0 capitulo 2 esta designado a

fundamentac;ao te6rica que abrangera 0 desenho ao longo da hist6ria; 0 desenho da

criam;a e suas manifestac;Oes; e ainda algumas explicac;Oes sobre as fases do

desenho infantil e suas relayOes com a escrita. 0 capitulo 3 apresenta as

procedimentos metodol6gicos utilizados para esta pesquisa; 0 capitulo 4 apresenta a

analise dos resultados obtidos e 0 capitulo 5 finaliza com algumas considerayOes

finais.

2 FUNDAMENTA<;:AO TEORICA

2.1 0 DESENHO AO LONGO DA HIST6RIA

Historicamente 0 desenho vern cumprindo as mais diversas fun90es

ideo16gicas, sociais e expressivas na sociedade, de maneira a ampliar e enriquecer

a rela9130 do homem com a sua realidade. Par meio do desenho, 0 homem S8

expressa e salisfaz a necessidade humana de interagir com 0 Qutro.

A rela<,;:ao do desenho com as transformaC;Oes socials e bastante perceptiva

ao longo da hist6ria, par issa a necessidade de partir-se de urn contexto hist6rica,

para poder acompanhar as diferenles significados do desenho em cada sociedade.

De acordo com a evolU!;ao, ha mil hares e milhares de anos que 0 hom em

busca comunicar-se, desde as tempos da pre-hist6ria. Como sua desenvoltura com

a lingua falada era baseada em pouca quantidade de sons e sem elabora~o de

palavras, ele procurava comunicar-se por meio de gestos, de expressOes corporais,

da arte e principalmente por desenhos. Assim sendo as desenhos eram tentativas

de transmitir mensa gens, pensamentos e conhecimentos. Oesenhar era comunicar-

se. "0 homem pre-hist6rico ja lia os sinais da natureza e os interpretava, assim

como, tentava reproduzir mensagens nas pedras e rochas. 1550 deu origem aos

primeiros pictogramas com inten9ao expressa de comunicar, ( ...): (COCCO e

HAILER, 1996, p.16).

As primeiras tentativas registradas de comunicaty:lo deram-se por meio de

desenhos registrados em pedras, rochas e paredes de cavernas. Esses registros

foram chamados de arte rupestre, onde sua principal caracteristica era a de

representatyao de seres e animais da natureza, tal qual podiam ser percebidos pela

4

visao do homem. Essas representayoes eram bern simplificadas, sem muitos

detalhes, porem demonstravam tal qual era grande a capacidade humana de pensar

e trocar ideias.

Para talhar a rocha ou pedra, eram usados OSSDS de animais mortos, pedras

e madeiras.

A representa9llo de desenhos de varios animais testemunhava 0 cantata de

i10mem pre-hist6rico com a natureza, ressaitando suas proezas frente a eles, e,

retratavam algumas formas usadas para obter alimentos e outras necessidades

vita is. A figura humana tambem e bastante marcada, muitas vezes sugerindo

atividades como dantya e principal mente a caeya.

Mas pouco a pouco 0 homem pre.·hist6rico fai evoluindo e procurando

desenvolver 50lu90e5 praticas para os problemas de sua vida, os desenhos, os

simbolos e as riscos, realizados nas paredes das cavern as tambem se modificaram

e evolulram.

No periodo chamado de Paleolitico, 0 ser humano da epoca continuava a

riscar as rochas, mas ja havia substituido as ossos de animais par carvao e terra

colorida esfarelada, usando-os para preencher a interior das figuras representadas,

sempre tons avermelhados. Para isso, ele utilizava..se de pinceis feitos com pele de

animais e folhas.

A habilidade de desenhar continuou a se desenvolver, as desenhos e

rabiscos passaram ser feitos com as dedos na argila umida e ja eram mais evoluidos

e elaborados, dotados de mais cores, de escala para representar grupos, bem como

artificios que davam impressao de movimento.

No periodo NeoHtico, ocorreram acontecimentos significativos para a

humanidade, como 0 dominio do fogo, da agricultura e domesticacao de animais. As

consequ~ncias destes acontecimentos foram imediatas.

Ocorre 0 abandono do desenho naturalista, e 0 homem passa a utilizar

formas mais geornetrizadas, abandona-se a reproduCao fiel de figuras e passam a

ser registrados sinais que mais sugerem do que reproduzem seres. Aos poucos,

desses desenhos surgem marcas de algo parecido com a escrita, sem no entanto

constituir urn sistema propriamente dito.

o periodo posterior fica conhecido como Idade dos Metais, havendo dominic

de tecnicas de manipulacao do bronze e do ferro e 0 surgimento das cidades.

Como os desenhos primitiv~s nao asseguravam 0 real entendimento da

mensagem que se procurava transmitir, pais podiam ser interpretados de varias

formas, houve entao urn avanc;o, que consistia na representac;ao de palavras por

meio de desenhos, numa deterrninada ordem, havendo urn significado para cada

desenho. Essa tentativa de representar 0 munda toi utilizada par diferentes pavos,

em diferentes epacas, e aas poucos, as sinais desenhados foram perdendo a

analogia com 0 objeto que representavam e evoluiram para outras form as.

Os sinais desenhados passavam a ser cada vez mais utilizados e acabam

chegando aos poucos aos principios da escrita, pondo fim a pre-hist6ria e dando

inicio a escrita que hoje temos, onde a significante nao mais se assemelha ao objeto

representado.

o desenho sempre acampanhou tada a existencia humana, demon strand a

sua forma de expressa.o e a sua necessidade de representar 0 mundo que 0 cerca.

wO homem sempre desenhou. Sempre deixou registros graficos, indices de suas

experiencias, comunicados intimos destinados a posteridade. 0 desenho (.. ·1 sempre

esteve presente desde que 0 homem inventou 0 homem." (DERDYK, 1990, p. 10).

2.2 0 DESENHO DAS CRIANC;:AS E SUAS MANIFESTAC;:OES

o desenho desenvolve-se naturalmente ao longo da vida de cada individuo,

mas e alga inerente e comum principalmente ao universo infanti\'

Em tempos atras nao havia tanto interesse pela infancia e par suas

manifesta",es, como existe hoje. S6 a partir do seculo XVII, que 0 lil6sol0 e

educador Jean Jacques Rosseau (1712 - 1778) 'passou a ver a infAncia como uma

etapa distinta e importante de nosso desenvolvimento (...1, segundo ele a crianc;a euma crianc;a, nao um adulto, tendo seus pr6prios modos de pensar e resolver

problemas" (In: MAUREN COX, 1995, p. 3-4).

Dentro desta perspectiva, 0 desenho assume urn papel importante no

desenvolvimento do ser human~.

Ao desenhar, e comum a crianc;a utilizar~se do desenho como forma de

expressao e linguagem, nao utilizando regras para isso.

A maioria das crianc;as pequenas mostra interesse e prazer em desenhar,

porem, apesar de totalmente desinibidas, elas se preocupam com que seus

desenhos possam ser identificados com as objetos reais que v~em. querendo ter a

certeza de que fica ram parecidos com 0 que almejavam realmente fazer.

Segundo estudos realizados por Ana Albano Moreira (2002), atraves do

desenho a crianc;a traduz seus pensamentos e cria novas descobertas a respeito do

mundo social e grafico que a cerca. 0 desenho e para a crianya uma possibilidade

de brincar, falar, jogar, sonhar e ainda uma maneira de deixar a sua marca, tanto

que crianyas pequenas desenham apenas pelo prazer do gesto de deixar sua mao

correr pelo papel, neste caso, seu desenho independe de representar algo, e ate

mesmo se apresentara como uma primeira forma de escrita, ja que mesmo antes de

aprender a escrever, a crian~ se serve do desenho para representar a sua fala.

Ainda por meio do desenho e possivel desenvolver habilidades como livre

expressao, atenc;a.o, concentratyao, criatividade e coordena~o motora, podendo

ainda indicar 0 nivel de desenvolvimento afetivo e cognitivo ao qual a criantya se

encontra.

o ato de desenhar esta relacionado entre 0 pensar e 0 fazer. Acompanha a

rapidez do pensamento infantil, ilustrando nao s6 0 que v~, mas tambem 0 que

imagina. "[ ...J a crian~a est;) integralmente presente em tudo a que faz,

principal mente quando existe um espaf):O emocional que permita. Existe um pensar

par t,,;s de um fazer". (DERDYK, 1990, p.ll).

Desde muito cedo a criantya recebe diversos estimulos do meio em que viv8,

sendo e/es verbais e nao verba is, estes sao interiorizados atraves de seu proprio

esquema de pensamento, resultando em influlmcias nas suas produyOes.

Ao manifestar 0 seu desejo de desenhar, a crianya reage da mesma maneira

como se estivesse brincando, sendo assim, 0 desenhar e 0 brincar formam uma

ayAo conjunta exprimindo diferentes capacidades. Desenhar e brincar estao

intimamente ligados, pois sao atividades que dao prazer e satisfayao a crianya, por

isso e/as gostam tanto de brincar como de desenhar.

o desenho pode se manifestar de diversas maneiras, basta que a crianc;a

esteja disposta a fazer suas experimenta0es. Qua/quer lugar ou objeto servem de

acesso para as suas experimentayOes, podendo utilizar-se assim de areia, terra,

varinha, parede ou 0 que estiver ao seu alcance para conseguir gravar os seus

registros.

Para Moreira,

~ desenho a maneira como a criiln~ organiza as pedras e as falhas aoredor da castelo de areia, ou como organiza as panelinhas, os pralos. ascolheres, na brincadeira de casinha. Entendo par desenho 0 trayo no papelou em qualquersuperficie, [... J. (MOREIRA,2002, p. 21).

Por configurar-se a primeira forma de representac;ao grafica usada pela

crian9a, 0 desenho deve constituir-se numa atividade essen cia I, ativa e prazerosa,

permitindo a manifestac;ao de ideias, uma vez que mais tarde 0 desenho e a

brincadeira passarao a ter ligaryaes com a escrita.

Ao desenhar a crian<;:asimplifica e elimina alguns aspectos que nao

considera importante, no entanto evidencia 0 que julga ser principal em seu

desenho, utilizando-se para isto de grande capacidade de imaginac;a.o, pais tern 0

dom de fantasiar tudo 0 que vi! e de colocar em seus desenhos seus mais profundos

sentimentos. "0 desenho e experimentayao, e viv<':ncia."(DERDYK, 1990, p. 63).

o desenllo pode ser utilizado como urn eficiente meio de comunica9ao, po is

pode expressar graficamente as ideias de cada individuo. 0 ato de desenhar esta

presente em grande parte das atividades humanas, e faz parte do universo cultural

de todos os povos, embora se manifeste de diferentes maneiras.

Tal afinna9aO e fortemente visivel se compararmos 0 homem pre-hist6rico

com a crianc;a. Assim como a homem primitiv~ se servia de desenhos para exprimir

suas ideias e pensamentos, da mesma forma quando passou a desenvolver a

linguagem oral e escrita deixou as desenhos de lado, assim tambem ocorre com a

crian.ya. Par ainda nao ter a fala desenvolvida, 0 desenho supre, de certa forma,

essa necessidade de expressar pensamentos. Para a crianya 0 desenho se coloca

como uma farma de raciocinar no papel.

WO desenho e a expressilo mais direta do sentimento humano, que emana

emo~es, sensa~Oes e ideias." (TARSO, 1995, p.55).

2.3 FASES DO DESENHO INFANTIL

o desenho infantil e objeto de estudo par parte de psic6logos, pedagog os,

artistas, educadores. Existem muitas teorias e interpreta90es a respeito da produ9ilo

grafica infantil, assim, sao varios os enfoques quando analisado, seja pelo aspecto

da natureza emocional e psiquica da crianc;a, ou seja, pela analise do seu aspecto

formal ou simb6lico.

Segundo Oerdyk (1990), existem varias classifica~es aos estagios e fases do

desenvolvimento grafico infantil, tendo em vista parametros sociais, culturais e

psicol6gicos.

o ato de desenhar na.o e destituido de significado, mas um ato inteligente de

representa9ao que pOe forma e sentimento ao pensamento e ao conteudo

dominado. 0 desenho e parte construtiva do processo de desenvolvimento da

crianc;a e nao deve ser entendido como uma atividade complementar, mas sim como

uma atividade funcional.

o desenho configura como a primeira representac;ao gnMica usada pela

crianya, nele ela projeta seu esquema corporal, deseja ver a sua pr6pria imagem

refletida no espelilo do papel. Os trac;os, os rabiscos, as garatujas estao ali, a mostra

escondendo os indices de uma realidade psiquica nao imediatamente acessivel,

exibindo uma atividade profunda do inconsciente.

10

A estrutura mental e a sensibilidade de cada crianc;a, individualmente, se

adaptam a esta ou aquela atividade, que atende sua urgemcia expressiva. Mas 0 ato

criativo estara sempre presente envolvendo urn grande potencial operacional e

imaginario do ser infantil.

Para Derdyk (1990) 0 desenho constitui na crian9a uma atividade total que

engloba 0 conjunto de suas potencialidades e necessidades. Ele ainda afirma que,

ao desenhar, a crianya expressa a maneira pela qual se sente existir,

desenvolvendo seu potencial criativo, seja qual for 0 tipo de atividade em que ela se

expresse.

Para a crian~ bern pequena, garatujar (rabiscar) e 0 etemo presente, e a

perman~ncia do instante. 0 prazer do ge5to impulsiona novos rabiscos, e ao adquirir

a capacidade de relacionar e associar, a sentimento de tempo vai se ampliando,

tornando-se multidirecional, a memoria evoca fatos vividos e a imagina~~o projeta

no futuro desejos de conquistar.

2.4 AS FASES DA EVOLU<;:Ao DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO

LUQUET

Inumeros foram os auto res que pesquisaram as etapas e caracteristicas do

desenho infantil, G. H. Luquet foi quem efetuou um estudo mais amplo.

Durante seus estudos, Luquet usa a palavra realismo para caracterizar 0

desenho infantil no seu conjunto, significando representay6es do mundo vivenciado.

o autor formula quatro fases do desenho infantil, entendendo-o rnuito rna is como

urna forma de vida atraves da qual a crianya assimila, compreende e brinca com as

fatos e coisas do mundo atraves do ato de configura-las. "[ ... ] considera-se regra

II

geral a crian9a representar tude 0 que faz parte da sua experi~ncia, tude que esta

aberlo a sua percep<;Ao." (LUQUET in AZEVEDO, 1969, p. 22).

As quatro fases do desenho infantil apresentadas par Luquet citado par

Azevedo, levarn insistentes advertencias sabre as oscilayoes que acompanham todo

o desenvolvimento gratico, fazendo que uma crian9C1,num curto periodo de tempo,

possa apresentar, possa aprender desenhos com caracterlsticas bastante

diferenciadas, ou ainda possa permanecer um born tempo sem evidenciar qualquer

progresso.

o primeiro estagio diz respeito ao Realismo Fortuito, estagio que carneya

par volta dos dais anos e poe fim ao periodo chamado rabisco. A crianc;a inicia a

produyao de figuras fechadas e passa a descobrir por aeaso uma analogia formal

entre urn objeto e seu trayado, enta~ retrospectivamente, ela da urn nome ao seu

desenho.

Em grande parte, os proprios rabiscos baseiam-se no desenvolvimento fisico

e psicologico da crianya, nao em alguma tentativa de representar;:ao, tanto que uma

mesma forma pode significar varios outros objetos ou seres. Para Luquet muitas sao

as vezes em que a crianc;:a simplesmente atribui ao seu trac;ado 0 nome de alguma

coisa que tern em mente naquele momenta. A crian<;a nao tern consciencia de que ecapaz de formar imagens, insistindo num trar;:ado de linhas que 56 demonstra os

movimentos de sua mao e a intenc;:ao de imitar as adultos. Nao ha real inten-;:ao de

produzir imagens, sao movimentos da mao registrados pelo lapis ou outro tipo

qualquer de objeto, eo "urn simples efeito de con sumo espontaneo de uma

abundancia de energia neuromuscular". (LUQUET In AZEVEDO, 1969, p. 136).

12

Luquet citado par Azevedo, considera que 0 fato de 5er capaz de produzir

linhas sabre urna superficie qualquer, provoca na crianc;a a sensac;ao de possuir um

poder criador que promove a sua auto-estima e a incita a produzir novos desenhos.

Com 0 tempo a crianya vai percebendo que seus desenhos podem parecer

alguma caisa que tenha observado em IiI/res, revistas ou ate em desenhos de Qutras

crianc;as, executando trayados que representam urn objeto determinado, melhorando

cada vez mais as diferen<;as e as semelhanc;as, passando da intenr;:ao para a

execu~o e interpretayao. A partir dai a fase inicial do desenho esm terminada.

o segundo estagio e 0 Realismo Fracassado, no qual a crian9a, tendo

descoberto a identidade fonna-objeto procura reproduzir esta fonna. Sobrevem

entao urna fase de aprendizagem pontuada de fracassos e sucessos parciais, fase

que comec;:a geralmente entre aos tres e quatro anos. Os trac;:os e as garatujas

perdem cantinuamente suas relalfOes com as mavimentos corparais e passam a ser

controladas, relaclonando-se com abjetos visuais. Em geral, a prirneiro simbol0

criado e a figura humana. Quando a crianc;:a chega aos seus seis anos ja consegue

fazer a desenha bastante organizado, ela busca novas canceltos e seus primeiros

sfmbolos representativos tambem mudam constanternente.

Com a intenc;:ao de tornar realista seus desenhos, a crianc;:a acaba

representando urn realismo falhado, pois ainda nao tern maturidade em seus

movimentos, apresenta aten9ao limitada e despropor9ao de certas partes do

desenho.

Enquanto a crianc;:a desenha, ela parece hipnotlzada e multas vezes muda a

intenlfllo de representar um desenho no meio de sua execulf80, usanda de irnagens

guardadas em sua mente que vern a lana como por um impulso. Somente mais

tarde passara a compreender as posi90es ocultas de certas partes do desenho.

13

o terceiro estagio e 0 Realismo Intelectual, ou seja, e 0 concerto que a

crianya chegou, e representa seu conhecimento ativo do objeto. A grande

descoberta, durante este nivel, e a existencia de urna ordem definida nas relaC;Oes

espaciais (objetos terrestres e objetos do ceu). Procura representar urna cena

completa com personagem, ayao e local, havendo ainda urna grande evoluC;aodo

trayado da figura humana.

Para Luquet citado por Azevedo, este e 0 principal estagio, pois nesta fase a

crianc;a desenha aquila que v! e principalmente 0 que sabe dos objetos. A crianc;a

procura incluir no desenho sempre a maior numero de elementos passive is, destaca

ate as minimos detalhes, como cabelas au pelos, isso na busca de retratar todo 0

seu conhecimento a respeito do objeto desenhado.

Os elementos de pianos diferentes sao colocados de forma que nao

esconda 0 Dutro e tambem sao muito utilizado nesta fase formas transparentes,

como por exemplo, as raizes de uma arvore que sao visiveis atraves da terra.

Pode-se dizer que a representac;ao planificada e 0 revestimento sao

caracteristicas marcantes desta fase.

A crian<;a s6 considera urn desenho parecido com 0 real, aquele que possuir

os elementos do objeto, mesmo os que nao podem ser Vist~os ~\'On~e~1bjeto e

observado. l8i. iO·'EC.\ :~)

Para Luquet, citado par Azevedo, ~,".' I"_~;;t')fi,I~~

[... ] 0 objeto exterior s6 serve de 5ugestao e, na r~ah~8de.~ 0 m6dulointerno que ~ desenhado. A prova ~ que as desenhos do natural e 05desenhos apresentam as mesmos caracteres que os desenhos de mem6ria,cuja caractcrfstica principel e serem conforme. (LUQUET In AZEVEDO,1969, p. 82).

o quarto e ultimo estagio e nomeado par Luquet como Realismo Visual,

trata-se da conquista progressiva da capacidade de representa~ao plena de fonmas

e figuras segundo a percepr;llo visual. 0 campo de visao representado passa a

14

organizar-se, no desenho em espa<;<> demarcado par uma linha de base, e mais

adiante em perspectiva apresentando profundidade de campo a partir da

diferenciagBo das dimensaes das figuras que 0 com poe.

Para Luquet, a conquista definitiva do desenho ocorre quando na etapa de

pie no desenvolvimenlo do Realismo Visual, a crian9a torna-S8 capaz de representar

a mundo de acordo com sua yontade, isto e, realisticamente, preocupando-se em

desenhar aquila que ve e n~o a que sabe.

A figura human a com sua complexidade, proponyOes e movimento e urn

excelente exemplo desta lase conquistada. Oa-se entao 0 tim do desenho inlantil, e

a preocUpa9aO passa direcionar-se mais a aproximayao do desenho do actulto.

(AZEVEDO, 1969)

2.5 A RELACAO ENTRE DESENHO E ESCRITA SOB OS OLHARES

DE EMiLIA FERREIRO

Os estudos de Emilia Ferreiro a respeito do desenho infantil e sua relac;a.o

com a linguagem escrita se encaminham ao fato de ambos se construirem

evolutivamente ao desenvolvimento global da crianc;a, desta forma a iniciac;ao a

escrita depende muito do desenvolvimento da intelig~ncia da crian<;a e dos

estimulos aos quais ela e submetida. Portanto oportunizar a crianc;a a desenvolver a

pratica do desenho e de sum a importAncia. uma vez que gradativamente ela vai

passar a diferenciar desenho de escrita de forma natural e espontanea.

Segundo Emilia Ferreiro citada por FONTANA; CRUZ 0 desenho esta

presente na vida da crianc;a sendo a sua primeira forma de escrita. Porem, conforme

15

a crianya vai se desenvolvendo e observando 0 mundo a sua volta, ela perce be que

nao e todo tra"" no papel que pode ser lido por outra pessoa e a partir deste

momento ela come~ a entender que escrever nao e 0 mesma que desenhar. "0 ato

de escrever, [...], e relacionado pela crian<;a a tarefa de anotar palavras."

(FONTANA; CRUZ, 1997, p. 176).

Quando se pede as crian<;as de idade entre mais au menes 3 anos que

escrevam alga, percebe-se que ela faz ziguezagues, bolinhas e trac;os continuos,

isso e feito devida ao fato de elas observarem as adultos escrevenda e a forma

como 0 fazem. "Observando as adultos quando escrevem, a crianc;.a percebe que a

escrita apresenta configurayOes [ ...] ela entao imita 0 formato externo da escrita do

adulto." (FONTANA; CRUZ, 1997, p. 176).

o fato de a crian<;a imitar 0 adulto faz com que surjam novas possibilidades

de pensamento, introduzindo a crianc;a incidentalmente no mundo da linguagem

escrita, isso independentemente dela freqOentar ou n~o 0 ambiente escolar.

Para Emilia Ferreiro citada por FONTANA, a escrita nao e uma tarefa facil de

ser aprendida e compreendida pela crian.ya, pOis prev~ muitos detalhes.

Para Fontana,

anuncios, r6tulos, propagandas, cartas jornais, revistas, livro'S, documentosde identiflC8~o, placas de informacAo e de indicayao estao 0 tempo lodopresentes no nosse cotidiano. As crianCCls, desde muito cedo, convivemintensamente com a linguagem escrita. (FONTANA; CRUZ, 169).

Todos estes fatores do mundo social no qual a crian.ya esta exposta a ajuda

na diferenciatyao entre desenho e linguagem escrita.

Assim sendo a crianya val de forma ativa e espontAnea elaborando

hip6teses a respeito de como se escrevem as palavras, "atraves de discrepfmcias

que a crianva percebe de suas hipoteses e a escrita convencional leva-a a

16

reelaborar hip6teses e, pouco a pouco, aprender a natureza e a J6gica desse

sistema simb6lico." (FONTANA; CRUZ, 1997, p. 188).

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Para melhor compreender 0 desenvolvimento do desenho no universo

infantil, foi de suma importancia realizar urna pesquisa bibliografica que pudesse

nortear 0 desenvolvimento deste trabalho direcionando ao caminho a ser trayado,

para iS50 estudou-se livres e textos de varios autores, dentre as quais mais se

destacam Luquet e Emilia Ferreiro, autores estes que dedicaram seus estudos a

abordagem do desenho e da linguagem escrita, dentre Qutros.

Com 0 objetivo de relacionar as teorias estudadas com a pratica

desenvolvida por crian9as em idade de educa~o infantil, toi escolhida urna

institui9ao escolar desle nlvel de ensino sendo a Pre-escola Fofolete, situada oj Rua

Frederico Maurer, nO. 2702, Bairro Boqueir~o.

Aleatoriamente foram selecionadas sete criancas de 1a 5 anos de ambos as

sexas, para a realizar;ao da atividade, isto com 0 intuito de analisar suas produ¢es

e confronta-Ias com os estudos realizados, buscando verificar como a desenho se

desenvolve no ser infantil nos diferentes niveis de desenvolvimento biopsiquico.

Durante a atividade pratica as criancas foram reportadas a urn ambiente

alheio a sua sala de aula, onde se depararam com folhas de papel, lapis e

canetinhas coloridas distribuidas pelo ambiente e foram convidadas a brincar de

desenhar.

:7

As crian9as, de imediato, se surpreenderam pelo ambiente e posteriormente

pelo fate de terem side convidadas a desenvolver uma atillidade que para elas era,

aparentemente, sem importc'lncia, 0 que demonstrou certa descartabilidade aos

desenhos realizados par elas fora das atividades de sala de aula.

A aplica<;1\o da atividade nao foi dificil de ser concretizada, talvez ate pelo

fato de naD ser uma pessoa estranha ao cotidiano das crianr;:8s per ser funcionaria

da instituiy80 no turna vespertine. As crianr;:as desenharam e brincaram

simultaneamente, e diante de toda essa pratica, trocaram muitas ideias com seus

colegas, ternando muito enriquecido a momento pratico.

A atividade pratica foi desenvolvida com sete crianc;as de urn a cinco anos,

cujas atividades encontram-se em anexo e discriminam a idade de cada produ<;~o,

sendo preservada a identidade delas por solicitayao da instituiyao.

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4 RESULTADOS E DISCUSSAO

Foi aplicada urna atividade extra-cia sse a sete crian-;as de urn a cinco anos

de urna instituic;ao de educayao infantil, na qual S8 procurou verificar 0

desenvolvimento do desenho da crian-ra rumo it escrita e rumo a urna constante

vontade de comunicar-se.

4.1 ANALISE DOS DESENHOS

Par meio da atividade proposta foi passivel observar que, a crianya numero

seis com idade de urn ano e oito meses, e a criancya numera dois com idade de dois

anos e urn meso est~o numa fase anterior ao desenho propria mente dite, estao

garatujando, rabiscando sem intent;ao de representar alga. Fazem tra905 continuos

simplesmente pelo prazer do gesto, pelo fato de ver seu registro grafico no papel.

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19

As crian9Bsnumero cinco (dois anos e sete meses) e numero sete (tres

anos e quatro meses), encontram-se na fase a qual Luquet citado per Azevedo

denomina como realismo fortuito, onde a crianc;a inicia 0 uso de formas fechadas,

procurando nomea-Ias conforme suas ideias vern a tona, sem inten~ao de faze-las

parecer com 0 que desejam.

A crian9a numero quatro com idade de quatro anos completos, supOe a

imitayao da Figura humana com cabe~a e membros inferiores, figura esta que mais

parece espinhos ao redor de urn circulo, esta representa~o e cham ada de girino, e

segundo Luquet, citado por Azevedo, este estagio e 0 realismo fracassado.

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Este estagio tambem e encontrado na crianc;a de numera um, com idade de

um ano e dez meses, que tambem pressupOe a representac;a.o da figura humana,

porem urn pouco rnais elaborada de elementos, ja aparecem inclusive as "pes",

segundo Luquet, citado par Azevedo, neste esta,gio a crianc;a pensa em repraduzir

algo, mas nao a consegue de forma clara, 0 fato de ambas as crianc;as (numero

quatro e numero urn) representarem a FIgura hurnana, e alga que Luquet considera

muito comum neste estagio.

Na produtyao grafica da crian«;a numero um pode-se perceber que a criantya

esta iniciando a proxima (ase, que seria para Luquet 0 realisrno intelectual, onde ela

desenha 0 que sabe a respeito do objeto a ser desenhada, no caso a figura humana.

E passiveJ perceber que a crian«fa sabe que tal figura tern dais membras inferiores

com suas terminac;:Oes, no casa os pes, porem ainda nao se atentau para os

membros superiores e 0 tranco.

~ ..

22

Numa Dutra fase de desenvolvimento, a crian<;anumera tres, com idade de

tres anos e dais meses ja estabeleceu uma relacao de diferenciaC;aoentre desenho

e escrita, procurando mostrar que consegue escrever alga alem de seu desenho,

mesmo que seja ao seu pr6prio modo. Segundo Emilia Ferreiro, citada por

FONTANA, ela esta iniciando suas elabofayOes de hip6teses acerca do mundo

letrado e da escrita convencional.

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5 CONSIDERAt;:OES FINAlS

Esta pesquisa buscou verificar 0 desenvolvimento do desenho em crianc;:as

de educa'rao infantil e tambem verificar que 0 desenho da crianc;a pode ser utilizado

como auxiliador ao processo de alfabetizayao de forma natural e esponu,nea.

Com 0 embasamento do referencial te6rico verificou-se que real mente a

desenho e repleto de significac;Oes dentre as quais a tentativa de comunicac;ao com

o Dutro se evidencia. Par meio da pesquisa as objehvos foram alcanyados, ja que as

atividades desenvolvidas pelas crianyas par meio do desenho, evidenciam a que as

autores citados relatam em suas pesquisas.

Portanto, e preciso tamar consciencia da importancia do desenho para a

desenvolvimento biopsiquico da crianya e utiliza-Io principalmente na Educayao

Infantil, pois por meio do desenho a crianca ja consegue distinguir inumeros pontos

de partida que 0 professor de educa<;ao infantil julga que ela nao sa be, e assim torna

o ensino da linguagem escrita um verdadeiro bombardeio de tarefas sem significado

as quais as crianc;:as nao entendem, porem inconscientemente ja sabem toda a sLia

essen cia.

A pesquisa demonstra que 0 desenho infantil, em sua forma mais ampla de

ser compreendido, nao e somente uma ayao grafica, mas sim uma construc;:ao

consciente e significativa das manifestac;:Oes das crianc;:as. Por meio dessa ac;:ao, ela

retrata a sua visao de mundo. A crianc;:a e sedenta de saber e de conhecimentos, por

isso os busca cada vez mais e utiliza 0 desenho como forma de expressao e

linguagem.

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REFERENCIAS

AZEVEVEDO, Maria Tereza. 0 desenho infantil. In: LUQUET, G.H. Porto:

Civilizal'ao, 1969.

COCCO, M.F. HAILER, M. A didatica da alfabelizB'l8o: decifrar 0 mundo. sao Paulo:

FTD,1996.

COX, Maureen. Desenho da crian'la. Sao Paulo: Martins Fontes, 1995.

DERDYK, E. Fonnas de pensar 0 desenho: desenvolvimento do grafismo infanti!.

sao Paulo: Spicione, 1990.

FONTANA, Roseli; CRUZ, Nazare. Psicologia e trabalho pedag6gico. sao Paulo:

Atual, 1997.

MOREIRA, Ana Albano. 0 espa'lo do desenho: a educal'ao do educador. 9' ed., sao

Paulo: Edil'Oes Loyola, 2002.

PILLAR, AD. Desenho e collstm'llfo de collhecimen/o na crian'lB. Porto Alegre:

Artes Medicas, 1996.

TARSO, Paulo de; SANS, Cheida. A crian'l8 e 0 artis/a. 2' ed., sao Paulo: Papirus,

1995.