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EXEMPLAR DO ASSINANTE Tempo Hoje LITORAL CARIRI SERTÃO MARÉS COMERCIAL | JP: 2106 1862 CG: 2102 4554 CLASSIFICADOS | JP: 2106 1818 CG: 2102 4556 ASSINATURAS | JP: 2106 1881 CG: Tel (83) 2102-4580 [email protected] Serviços R$ 2,50 DOMINGO PARAÍBA, 18, MARÇO, 2012 jornaldaparaiba.com.br ANO 40 • Nº 11.735 Leia e decida a Máx. 32º Máx. 35º Máx. 36º Mín. 24º Mín. 21º Mín. 22º ALTA: 01h47 - 2.0m ALTA: 13h58 - 2.2m BAIXA: 07h45 - 0.6m BAIXA: 20h13 - 0.5m Urânio pode 'expulsar' famílias de Espinharas Minério tem radioatividade e pesquisa investiga relação com doenças na cidade, inclusive o câncer. População vive apreensiva Págs 10 e 11 F╀┯┼┱┷╁┱┽ F╀┯┼と┯ NO SERTÃO. Heleno Celestino conhece bem a história do urânio na região. Estrangeiros já estiveram no seu sítio RENÚNCIAS E CRÍTICAS NO CAMINHO DO SACERDÓCIO Página 16 Vocação religiosa exige perseverança, desape- go ao materialismo e capacitação, mas continua despertando o interesse de homens e mulheres Eliane Farias contou com a ajuda de uma ONG para estudar. Agora, é a primeira da família a ingressar em um curso superior Página 15 INCENTIVOS QUE EDUCAM R┷╈┳┻┰┳╀┵ F┳┺┷┾┳ COLUNAS Página 3 Rubens Nóbrega Vão dar muito ponto ao senhor se não deixar passar em branco o centenário do 'Eu' Página 5 Cláudio Humberto Turma de Sarney não vê utilidade no discurso juvenil do novo líder Página 14 Inscrições para o 24º 'Forró Fest' começam amanhã MÚSICA NORDESTINA 'Muambeiros de luxo' da Paraíba estão na mira da Receita Federal SOB ENCOMENDA Fiscais do órgão apreenderam em um ano mais de R$ 540 mil em objetos comprados no exterior e que entraram no Estado ilegalmen- te. Empresários consideram concorrência desleal Economia 1 e 2 Estudo realizado pela Universidade Federal de Campina Grande mostra que angico, oiticica e pereiro, plan- tas típicas da Caatinga paraiba- na, podem combater o inseto que costuma atacar princi- palmente o feijão. Descoberta substitui veneno Cidades 4 Inseticida natural ajuda a combater praga do gorgulho FEIJÃO CARIOQUINHA L┳┽┼┯╀┲┽ S┷┺╄┯ Tendência constante na moda, o jeans está sempre se renovando com texturas, lavagens e mode- lagens diferenciadas Página 21 L┳┽┼┯╀┲┽ S┷┺╄┯ DOMINGO O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O P P PA P PA PA PA A PA PA A PA PA PA PA PA PA PA A A A PA PA P PA PA PA PA PA PA A A A A PA P P P PA PA A A A PA A P P P PA PA A A PA A P P P PA PA PA PA PA P P P PA A P P PA A P P P PA A A P PA P PA A A P PA PA A A PA PA A P P P P PA A A A P P PA A A A P P PA A A A PA PA A PA PA PA PA A PA PA A PA PA P PA PA PA A A PA PA PA A PA PA A A PA PA P PA A PA A A A PA P PA A A PA A PARA RA RA R RA RA R RA RA RA RA RA A A RA RA RA RA RA RA RA RA R RA RA RA RA R RA A R R R RA RA A RA A RA R RA RA A R R R RA RA RA RA R R RA RA R R RA A RA RA R RA RA R R RA R R R RA A RA RA RA RA R RA A RA A RA RA A A A A A RA R R R R RA R R R RA R RAÍ ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB Í ÍB ÍB ÍB ÍB ÍB B ÍB ÍB ÍB B ÍB ÍB ÍB ÍB B B ÍB ÍB ÍB B ÍB B ÍB B B ÍB B B B ÍB B Í Í B ÍB Í ÍB B ÍB B B B B B B B B B B ÍB ÍB ÍB B ÍB B B ÍBA A, A, A A, A, A, A, A A, A A A A A A A A A, A A, A A A, A A, A A, A, A A A, A, A A, A A, A, A, A, A, A, A A A A A, A A, A A A, A A A, A, A, A A A A A 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 18 8 8 8 8, 8, 8 8, 8, 8, , , , , , 8 8 8 8 8, 8 8, 8 8 8 8 8, 8 8 8 8 8, 8 8 8, 8 8 8 8, , 8 8 8 8 8 8 8, 8, 8 8, 8 8 8, 8, 8 8, 8 8, 8 8 8 8, 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8, , , 8, 8, , 8, , M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M MA A A A A AR A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A ÇO, 2012 L┼┯╀┲S┷┺╄

Urânio pode 'expulsar' famílias de Espinharas · que neste ano da graça de 2012 transcorre o centená-rio do ‘Eu’, de Augusto dos Anjos, mas não se tem notí-cia até aqui,

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Tempo Hoje LITORAL CARIRI SERTÃO MARÉS

COMERCIAL | JP: 2106 1862 CG: 2102 4554 CLASSIFICADOS | JP: 2106 1818 CG: 2102 4556 ASSINATURAS | JP: 2106 1881 CG: Tel (83) 2102-4580 [email protected]ços

R$ 2,50

DOMINGO PARAÍBA, 18, MARÇO, 2012 jornaldaparaiba.com.br ANO 40 • Nº 11.735 Leia e decidaa

Máx. 32º Máx. 35º Máx. 36º

Mín. 24º Mín. 21º Mín. 22º ALTA:01h47 - 2.0m

ALTA:13h58 - 2.2m

BAIXA:07h45 - 0.6m

BAIXA:20h13 - 0.5m

Urânio pode 'expulsar' famílias de EspinharasMinério tem radioatividade e pesquisa investiga relação com doenças na cidade, inclusive o câncer. População vive apreensiva Págs 10 e 11

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NO SERTÃO. Heleno Celestino conhece bem a história do urânio na região. Estrangeiros já estiveram no seu sítio

RENÚNCIAS E CRÍTICAS NO CAMINHO DO SACERDÓCIO

Página 16

Vocação religiosa exige perseverança, desape-go ao materialismo e capacitação, mas continua despertando o interesse de homens e mulheres

Eliane Farias contou com a ajuda de uma ONG para estudar. Agora, é a primeira da família a ingressar em um curso superior Página 15

INCENTIVOS QUE EDUCAM

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COLUNAS

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Rubens NóbregaVão dar muito ponto ao senhor se não deixar passar em branco o centenário do 'Eu'

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Cláudio HumbertoTurma de Sarney não vê utilidade no discurso juvenil do novo líder

Página 14

Inscrições para o 24º 'Forró Fest' começam amanhã

MÚSICA NORDESTINA

'Muambeiros de luxo' da Paraíba estão na mira da Receita Federal

SOB ENCOMENDA

Fiscais do órgão apreenderam em um ano mais de R$ 540 mil em objetos comprados no exterior e que entraram no Estado ilegalmen-te. Empresários consideram concorrência desleal Economia 1 e 2

Estudo realizado pela

Universidade Federal de

Campina Grande mostra que

angico, oiticica e pereiro, plan-

tas típicas da Caatinga paraiba-

na, podem combater o inseto

que costuma atacar princi-

palmente o feijão. Descoberta

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Inseticida natural ajuda a combater praga do gorgulho

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Tendência constante na moda, o jeans está sempre se renovando com texturas, lavagens e mode-lagens diferenciadas Página 21

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2 Publicidade DOMINGO 18, MARÇO, 2012

199733

3PolíticaDOMINGO 18, MARÇO, 2012

Linha direta com a coluna: [email protected]

RubensNóbrega

Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, Doutor Ricardo Vieira Coutinho.

Rubens José Barbosa da Nóbrega, brasileiro da Paraí-ba, bem casado, pai de três lindos fi lhos e avô de um neto mais lindo ainda, embora desqualifi cado e indexado pela ordem vigente, mesmo assim vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência expor e ao fi nal – ou pelo meio – requerer o que segue.

Senhor Governador, deve ser do seu conhecimento que neste ano da graça de 2012 transcorre o centená-rio do ‘Eu’, de Augusto dos Anjos, mas não se tem notí-cia até aqui, no Estado em que nasceu o poeta maior, de alguma programação comemorativa à altura do mais im-portante livro de poesia escrito em língua portuguesa no Século XX.

Perdoe-me se pare-ço exagerado, Excelen-tíssimo, mas na última sexta-feira fui tomado pelo entusiasmo e si-multânea preocupação daquele que deve ser o maior fã e um dos mais profundos conhecedo-res da obra de Augus-

to dos Anjos. Refi ro-me ao jornalista Gonzaga Rodrigues.Proseando sobre o assunto com o nosso amado e ve-

nerado Neguin, pude perceber a sua angústia em não vis-lumbrar, por enquanto, uma Paraíba mobilizada e motiva-da para manifestar solene ou popularmente, por ocasião de fato tão relevante, reconhecimento tão necessário quanto oportuno àquele a quem merecidamente um dia elegeu o Paraibano do Século.

Pois bem, Governador, presidente da Academia Parai-bana de Letras, o nosso aclamado e idolatrado cronista vem fazendo o que pode pelo evento e o homenageado. Como exemplo, cito o esforço de Gonzaga em reorganizar o Memorial Augusto dos Anjos na sede da APL, com em-penho e devoção de beato montando seu relicário.

Se é muito para uma Academia imortal pela própria natureza, porque não tem onde cair morta, literalmente, é muito pouco diante da dimensão do ‘Eu’ e do seu augus-to autor, principalmente quando se trata de marcar mais uma chance – e que chance! – de reverenciarmos aquele que é, sem dúvida, a maior expressão literária da Paraíba.

Nessa linha de entendimento e argumento, não vejo como não recorrer ao poder público para suplicar iniciati-va e patrocínio de um roteiro comemorativo que se outra serventia não tiver servirá pelo menos para mostrar que a Paraíba, por determinação do seu líder mais poderoso, sabe ser a mãe gentil que valoriza de fato e de direito a obra mais lida e melhor referenciada de todas as produzi-das pelos fi lhos deste solo.

Além do quê, Excelso Comandante, vão dar muito pon-to ao senhor se o senhor tomar esse pião na unha e não deixar passar em branco o centenário do ‘Eu’. Para tanto, permita-me sugerir que o senhor crie e encarregue co-missão especial de organizar, promover e realizar aque-le que pode ser o maior acontecimento cultural do ano e, seguramente, do seu governo.

Imagino que uma comissão assim deveria reunir diri-gentes dos mais representativos órgãos estaduais ligados à cultura e às artes, dispostos a trabalhar em parceria e de forma paritária com seus congêneres de entidades igual-mente importantes como a própria APL, universidades e organizações não estatais vinculados à área.

Imagino ainda que um grupo com esse perfi l e mis-são venha a ser formado por representantes da Secretaria Estadual de Cultura, Fundação Espaço Cultural, Fundação Casa de José Américo, Universidade Estadual da Paraíba, Universidades Federais da Paraíba e de Campina Grande e as nossas Academias de Letras e de Poesia.

Imagino, além disso, que a comissão do Centenário possa incluir entre irrecusáveis conferências, palestras, debates e exposições sobre Augusto e sua obra, quem sabe a publicação de uma nova fortuna crítica do ‘Eu’ e concursos literários em escolas de primeiro, segundo e terceiro graus.

Se não for pedir demais, Senhor Governador, que o se-nhor aproveite e ordene ao prefeito da Capital um trato, se não no Parque todo, pelo menos naquele canteiro em que plantaram a herma de Augusto na Lagoa. Lembrando que não basta apenas recuperar. Tem que cercar e pro-teger o local e seu tesouro permanentemente, contra os vândalos ignaros ou indiferentes mais sabidos.

Vamos lá, Excelência, convoque Gonzaga para discutir a proposta. Chame o secretário Chico César e tente con-vencê-lo a aderir ao projeto. Não podemos prescindir do auxílio luxuoso de auxiliar tão categorizado quanto ele, que além de tudo é também uma enormidade como po-eta e criador.

Esqueça por um segundo as minhas insolências e mal-criações e pense no tento que o senhor marcará junto aos culturais mais genuínos da Pequenina. Volte a ser pelo menos por um dia o velho Ricardo de guerra, que não per-dia lançamento de livro, vernissage, recital, peça ou en-terro de imortal.

Não faça nem desfaça por mim, Governador. Faça por Augusto dos Anjos, por Gonzaga Rodrigues e outros estu-diosos que adoram o ‘Eu’ tanto quanto ele. Refi ro-me a in-telectuais do naipe e valor de uma Ângela Bezerra de Cas-tro, de um Hildeberto Barbosa ou de um Ronaldo Cunha Lima, o mais festejado popularizador da obra merecedo-ra de todas as homenagens nos cem anos de sua primei-ra edição.

Certo de sua atenção, confi ante na sua sensibilidade e esperançoso na sua compreensão de que o homem pode ser maior do que as suas circunstâncias, peço e espero deferimento.

Em João Pessoa, Paraíba, 17 de março de 2012.(Assina o requerente ou, se preferir, suplicante)

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Vão dar muito ponto ao senhor se o senhor tomar esse pião na unha e não deixar passar em branco o centenário do ‘Eu’

Josusmar Barbosa

As alianças celebradas nas últimas eleições estadual e na-cional não vão se reproduzir integralmente no pleito muni-cipal deste ano, na Paraíba. Em 2010, a coligação liderada pelo governador Ricardo Coutinho era formada por PSB, PSDB, PTC, PPS, PDT, PSB, PV, PRP, DEM e PTN. Por sua vez, a aliança encabeçada por José Maranhão era composta pelo PMDB, PT, PTB, PT do B, PMN, PHS, PR, PSL , PSC, PRB, PP e

PC do B. Um exemplo da rup-tura da coalizão é o município de Boqueirão, no Cariri parai-bano, onde três pré-candidatos a prefeito já colocaram o bloco na rua com palanques ecléti-cos, a exemplo do que ocorrerá em dezenas de cidades parai-banas.

Na “Cidade das Águas”, o presidente da Câmara, José Renato (PTB), foi lançado ao Executivo pelo grupo do su-plente de senador Carlos Dun-ga (PTB), pai do atual prefeito, Carlos José, do mesmo parti-do. O vice será Paulo da Mata (PT), tendo ainda na coligação o PSB. Dunga espera contar no palanque com o governador Ricardo Coutinho (PSB) e os senadores Vital Filho (PMDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB), os quais receberam seu apoio nas eleições de 2010. “Não vou convidar ninguém para o nos-so palanque, mas quem não for é porque não quer mais voto em Boqueirão”, salienta Dunga.

Ele acrescenta que a políti-ca muda quando se trata das eleições municipais. “Cada li-derança vai cuidar do seu mu-nicípio e conta com o apoio dos amigos, independente de de cor partidária”, esclarece o petebista.

OPOSIÇÃOPor sua vez, o ex-deputado

e ex-prefeito João Fernandes (PSDB), também na disputa, quer Cássio e o senador Cícero

Lucena (PSDB) e o presidente do DEM, Efraim Morais, em seu palanque. “Minha aliança verdadeira é com o povo de Boqueirão”, adianta Fernan-des, que foi aliado de Dunga por dez anos. O terceiro pre-feitável é o vereador João Pau-lo II (PSD), lançado pelo vice-governador Rômulo Gouveia, presidente estadual da legen-da. João Paulo também espera o apoio do PMDB local.

Aliança estadual não sereproduz em municípiosColigações para Governo e Senado, em 2010, se pulverizam nas eleições deste ano

BOQUEIRÃO. Fernandes e Carlos Dunga por causa de eleição municipal

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Aliados no último pleito,

partidos estarão em palanques diferentes nas

eleições de 2012

Em Patos, no Sertão, o PT lançou a candidatura de Le-nildo Morais, atual superin-tendente do Incra no Estado, e rompeu politicamente com o PMDB, do prefeito Nabor Wanderley. O petista passou a adotar o discurso crítico em relação à gestão peemedebista ao candidato da oposição, Di-naldo Filho (DEM).

Segundo Lenildo, nem a situação, nem a oposição de Patos apresenta um projeto de administração novo. “Essas

forças representam o passado, o atrasado, não têm algo novo para Patos”, cutuca o petista.

Por sua vez, o PMDB, que lançou a deputada Francisca Mota para concorrer à prefei-tura, mantém a aliança com o PC do B e mais oito partidos. No outro palanque, Dinaldo Filho espera contar no seu pa-lanque com o PSB, presidido por Bonifácio Rocha.

DIVISÃOO PSDB está dividido em

Patos. O presidente do par-

tido é o vereador Almir Mi-neral, atual líder da bancada do prefeito Nabor Wanderley (PMDB), na Câmara Munici-pal. Ele inclusive defende que os tucanos indiquem o vice da pré-candidata peemedebista, a deputada Francisca Mota, lançada na última sexta-feira. Almir é aliado do presidente estadual do PSDB, Cícero Lu-cena.

Já o deputado Antonio Mi-neral (PSDB), tio do vereador Almir, anunciou o apoio a Di-

naldo Filho, herdeiro político do ex-prefeito Dinaldo Wan-derley (PSDB).

No município de Várzea, o atual prefeito José Ivaldo (DEM) vai disputar a reelei-ção, com apoio do presidente estadual da legenda, ex-sena-dor Efraim Morais. Na sua co-ligação, devem estar também PSDB, PMDB e até o PT.

No outro palanque, estará Waldemar Marinho (PSB) em coligação com o PSD e PPS, entre outras legendas.

No Sertão, disputa entre aliados

Em João Pessoa, o quadro sucessório mostra a pluralida-de de pré-candidatos a prefei-to, inclusive da mesma aliança de 2010. Da base do governa-dor Ricardo Coutinho (PSB), se apresentam pelo menos qua-tro postulantes.

O secretário de Comuni-cação, jornalista Nonato Ban-deira (PPS), já conseguiu atrair para seu palanque o PTB, PSL, PTC, PRB e PT do B, entre ou-tras legendas.

Por sua vez, Estelizabel Be-zerra, além do PSB, conta com o apoio do PV, PC do B e par-te do PT. O PTN, por meio de sua direção municipal, chegou a anunciar uma aliança com a socialista, mas o deputado Toi-nho do Sopão assumiu o co-mando da legenda e se lançou candidato. O quarto postulante

da base governista é o vereador Geraldo Amorim (PDT).

COM CÁSSIOA oposição ao Governo do

Estado também já colocou o bloco com seus pré-candida-tos. O senador Cícero Lucena (PSDB) conta com o apoio do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) para tentar voltar à Prefeitura de João Pessoa. O próprio Cássio tem dito que as eleições municipais não podem contaminar a aliança estadual, o que será difícil.

O ex-governador José Ma-ranhão (PMDB) ganhou a disputa interna do deputado Manoel Júnior (PMDB) e con-

solidou sua postulação, en-quanto o PSC tenta empinar a pré-candidatura do médico Ítalo Kumamoto (PSC). Já o PT está dividido entre o apoio

a Estelizabel Bezerra, capita-neado pelo deputado federal Luiz Couto ou o lançamento da candidatura própria do de-putado Luciano Cartaxo.

Em JP, governo e oposição divididos

O historiador e jornalista Josué Silvestre atribui a não “verticalização” das alianças estadual e nacional nas elei-ções municipais a dois prin-cipais fatores: os interesses locais e a falta de ideologia dos partidos. Ele cita um caso ocorrido na década de 1980.

Segundo Silvestre, esta-vam reunidos Ronaldo Cunha Lima, Humberto Lucena e An-

tonio Mariz. Ronaldo sugeriu uma série de composições nos municípios com adversários e sugeriu a Mariz uma aproxi-mação com o grupo Gadelha. “Mariz disse que Ronaldo po-deria fazer alianças em outras cidades, mas em Sousa ele não se unia aos Gadelha. O inte-resse municipal está acima do estadual. Depois, Mariz e Ga-delha se aproximaram casual-

mente, mas seus seguidores estão distantes”, frisou Josué.

Por outro lado, ele afirma que não há firmeza ideológi-ca nos partidos e o quadro se constitui uma geleia geral, devido ao grande número de siglas. “O próprio PT perdeu a sua identidade e se alia a parti-dos políticos antes duramente criticados pelos petistas”, con-clui Josué Silvestre.

Historiador aponta interesses locais e a falta de ideologia

Além da proliferação de

postulantes à Prefeitura de

João Pessoa por vários partidos,

petistas "apoiam" dois candidatos

Na Rainha da Borborema, partidos aliados no Estado e nacionalmente armaram palanques diferentes. O PMDB, do prefeito Veneziano Vital do Rego, lançou a secretária de Saúde, Tatiana Medeiros. Ainda da base governista local se apresentam como pré-candidatos Guilherme Almeida (PSC) e Alexandre Almeida (PT).

O vereador Fernando Carvalho deixou o PMDB, rompeu com Veneziano e será candidato a prefeito pelo PT do B. Ou-tros postulantes à PMCG são Daniella Ribeiro (PP), Arthur Bolinha (PTB), David Lobão (PSOL) e Romero Rodrigues (PSDB), que tem o apoio de Cássio.

Campina

4 Política DOMINGO 18, MARÇO, 2012

195035

Thais Cirino

A campanha eleitoral para o pleito de 2012 ainda não começou oficialmente, mas a disputa voto a voto vem sen-do articulada nos bastidores da política em João Pessoa. De um lado os pré-candidatos à Câmara e à prefeitura muni-cipal, do outro, as lideranças comunitárias dos mais de 63 bairros da capital articulam as estratégias que podem de-finir quais os nomes que irão representar a cidade pelos próximos quatro anos. Cada liderança é um cabo eleitoral em potencial.

Os encontros são extrao-ficiais, normalmente articu-lados pelas assessorias dos pré-candidatos, mas visam aproximar as lideranças e, por consequência, as entidades que elas representam, dos no-mes cotados para disputar as vagas de vereador e de chefe do Executivo pessoense. No foco da ação, associações de bairro, centros comunitários, conselhos, representações

religiosas e demais entidades que podem exercer alguma influência na localidade onde estão instaladas ou mesmo em determinados grupos.

Em bairros como Man-gabeira, por exemplo, essa aproximação é vital para a so-brevivência de candidaturas, principalmente ao Legislativo, onde um voto pode significar a derrota ou a vitória nas ur-nas. No local, vivem cerca de 76 mil pessoas (mais de 10% da população da cidade), segundo dados do último Censo do Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulga-do em 2011. O índice é usado como justificativa para a quan-tidade de entidades represen-tativas encontradas na região, mais de trinta, conforme cál-culos das próprias lideranças.

“Sempre fiz parte da asso-ciação, por gostar do trabalho comunitário”, declara o inte-grante da Associação de Mo-radores do Prosind, Wallace Albuquerque. Ele revela que vem sendo assediado por vá-rios políticos, mas ainda não teria definido um apoio para as eleições deste ano. “Recebi muitos convites para aderir a candidatos, mas ainda não defini porque quero que o po-lítico trabalhe comigo e com a coletividade. Ele vai ter que assumir um compromisso por quatro anos e não de quatro em quatro anos”, garante.

Wallace prefere não citar os nomes, mas conta que a maioria dos políticos que ele

teria ajudado a eleger nos úl-timos 25 anos (quando iniciou a participação na associação) teria ignorado as necessidades da comunidade logo após as-sumir o cargo. “Sou procura-do de vereador a governador, mas a maioria dos políticos que ajudei a eleger me virou as costas depois de eleita”, la-menta.

Essa também é a queixa da psicopedagoga Abimada-de Vieira, presidente do Con-selho de Segurança da Região de Mangabeira. “Moro em Mangabeira há quase 30 anos,

sendo vinte deles na luta jun-to com a comunidade. No começo, nós sofremos muito por não saber fazer a diferen-ça entre os políticos interes-sados em ajudar e os oportu-nistas. O político vinha com o sorriso, o tapinha nas costas, e a gente sofria depois”, ava-lia. Após várias decepções, Abimadade diz que hoje está mais madura na liderança co-munitária e aprendeu a votar. “Os mais sérios têm propostas para contribuir com o bairro, enquanto outros prometem ajudas financeiras”.

Cabos eleitorais em altaPeríodo pré-eleitoral esquenta 'mercado' das lideranças comunitárias para as eleições de outubro

Associações, conselhos e centros

comunitários na mira dos pré-

candidatos

DA CAPITAL. Mangabeira concentra o maior número de lideranças

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De acordo com as lideran-ças, o oportunismo de alguns candidatos seria absurdo ao ponto de tentar se apropriar de realizações conseguidas pelas associações. “Isso é muito comum. Certa vez pedi

a troca de 100% da iluminação pública de um trecho de Man-gabeira e depois que consegui apareceu um cidadão candi-dato a vereador querendo di-zer que tinha sido conquista dele”, reclama Wallace Albu-querque. Atualmente, a luta é por melhorias no trânsito e combate à violência no bair-ro, o que, segundo Abimadade Vieira, vem sendo conquista-do a partir da aproximação com os governos. “Tenho uma linha direta com autoridades e é esse tipo de relação que esta-mos procurando atualmente. Isso facilita o contato e a co-municação sobre as deman-das do bairro”, justifica.

Mas para o professor e cientista político Ítalo Fit-tipaldi, essa aproximação pode ser o indício da linha tênue que separaria as li-deranças comunitárias dos governantes. “As lideranças comunitárias sabem do po-der que podem exercer sobre a comunidade que represen-tam, e algumas já nasceram com esse propósito”, avalia. “Boa parte desses líderes é atrelada aos políticos. Na ver-dade, eles têm ligações com pessoas que representam a base desses candidatos, por isso não possuem a isenção que pregam muitas vezes”, dispara.

Fittipaldi acredita que essas lideranças são impor-tantes na captação de votos para os candidatos, mas que ainda assim elas não garan-tem o voto ao político, pois não representariam a totali-dade. “Dizer que elas não têm peso seria uma inverdade, caso contrário já teriam sido extintas. Mas não dá pra dizer que eles são donos dos votos da comunidade que repre-sentam”, avalia o especialista. Apesar da justificativa, não é essa a avaliação feita pelos no-mes e partidos que pleiteiam cargos eletivos no Estado.

Lideranças sem isenção

Continua na Página 5

Linha direta com a coluna: [email protected] - Twitter.com/arimateasouza

Aparte

ArimatéaSouza

Os ex-prefeitáveis do PMDB/CG estão engajados na campanha?...

Em recente sessão, o Tribunal de Contas do Estado aprovou a realização de uma inspeção especial na Uni-versidade Estadual da Paraíba, para averiguar a evolução dos gastos da instituição com prestadores de serviços.

Os números preliminares coletados por técnicos do TCE – e que reforçam a necessidade da inspeção – im-pressionam.

Em 2009, os gastos com os prestadores totalizaram R$ 1 milhão 923 mil. Em 2010, as despesas com os PS chegaram a R$ 1 milhão 618 mil. Em 2011, as despe-sas com prestadores de serviços pularam para R$ 5 mi-lhões e 468 reais.

EXPLOSÃO DOS GASTOS

RumoOs fi liados do PT vão às

urnas neste domingo, em João Pessoa, para indicar que tipo de participação al-mejam para o processo elei-toral em curso: continuidade da aliança com o PSB – leia--se Ricardo Coutinho – ou lançamento de candidatura própria, apesar das tímidas intenções de voto até aqui destinadas à legenda nas pesquisas já divulgadas.

Em jogoA bem da verdade, a de-

cisão de fundo é saber com quem vão fi car a ́ marca´ PT e o seu precioso tempo no horário gratuito no rádio e TV na campanha.

É desaconselhável es-perar que emane do resul-tado desse encontro muni-cipal um misto de unidade e de submissão à tese ven-cedora.

Na contramãoAo contrário da grande

maioria dos estados brasi-leiros, o PT na Paraíba nun-ca conseguiu desfrutar do crescimento exponencial registrado nacionalmente desde que o ex-presidente Lula chegou ao governo – e lá se vão nove anos.

RetratoPor aqui, impera a auto-

fagia em seus quadros, um desempenho eleitoral repe-tidamente pífi o e uma vo-cação quase nata para ser coadjuvante na política pa-raibana.

SínteseO PT/PB não vale o ba-

rulho que faz motivado por suas disputas internas.

A sensação que fi ca é a de que ele precisa ser ´re-fundado´.

Destino certoRicardo Coutinho disse

com todas as letras, nesta sexta-feira, durante entre-vista: quem propaga que o Estado está investindo ape-nas R$ 10 milhões em Cam-pina “é um mentiroso”.

Troca de comandoRilmar Fernandes dei-

xou a presidência do PR em Campina.

O ´dono da bola´ ago-ra é o superintenden-te da Agricultura na Paraí-ba, Bruno Roberto, fi lho do

deputado Wellington Ro-berto, presidente do PR/PB, e o nome que foi oferecido para ser vice na chapa en-cabeçada por Tatiana Me-deiros.

Da boca de...“... Os deputados gover-

nistas estavam com água na boca para votar contra a medida provisória que cria-va a Secretaria da Fazen-da...” (deputado Luciano Cartaxo, do PT).

Na tela da GloboA ministra Eleonora Me-

nicucci, de Políticas para as Mulheres, participou dias atrás do telejornal ‘Bom Dia Paraíba’, nas TVs Cabo Bran-co e Paraíba.

Confi ra um trecho da conversa dela com o colu-nista.

Jogo...Colunista – Ministra, a

senhora sempre foi uma mulher de ideias fortes, convicções fi rmes, de van-guarda, por assim dizer. Como tem sido se adequar ao fi gurino e às conveniên-cias governamentais?

... RápidoEleonora – “Tem sido

tranquilo. Sou isso que você descreveu, mas também sou uma mulher muito sen-sível e disposta para o diá-logo. Uma mulher da nego-ciação, sou mineira. Quando se aceita ir para o governo, você tem que se adequar às exigências da governabi-lidade. O governo da presi-dente Dilma é de coalizão, que aceita todas as diferen-ças, todas as posições. Nós vamos nos afi nando cada vez mais. Não tem confl ito nisso, nem contradição”.

PercalçoO ministro das Cidades,

Aguinaldo Ribeiro (PP), ain-da não conseguiu empla-car o seu chefe de gabinete, cargo normalmente ocupa-do por uma pessoa próxima.

Da boca de...“... A autonomia (admi-

nistrativa e fi nanceira) não signifi ca que a UEPB está acima do bem e do mal, ou livre para fazer o que bem entender...” (professor Gil-bergues Santos, cientista político e professor da ins-tituição).

Só elogiosO prefeito Veneziano aprofunda, a cada dia, a sua con-

vicção de que o PMDB fez uma acertada escolha ao defi nir o nome da secretária de Saúde da PMCG, Tatiana Medei-ros, como candidata a prefeita.

“Tatiana é motivo de orgulho para qualquer partido”, sublinhou o ´V`, que em seguida justifi cou essa opinião: “Ela transmite segurança, tem fi rmeza. Ela não é água com açúcar. Ela tem propósitos e projetos. Esse é o retrato de Tatiana. Não tenho dúvidas da viabilidade vitoriosa de sua candidatura”.

FERMENTO NA FOLHA

5PolíticaDOMINGO 18, MARÇO, 2012

199585

Thais Cirino

Para Ronaldo Barbosa, presidente municipal do PSB, o contato com a comunida-de é importante, pois ajuda na elaboração de propostas e até no esclarecimento para o eleitor sobre a viabilidade de suas demandas. O partido lançou como pré-candidata a ex-secretária do Planejamen-

to do município, Estelizabel Bezerra, que vem recebendo apoio de vários segmentos de movimentos sociais. Contu-do, o presidente da legenda socialista em João Pessoa, sa-lienta a preocupação da sigla em relação ao período vedado. “Sempre oriento os candidatos que respeitem a legislação elei-toral, que proíbe várias ações de campanha antes do prazo”.

Essa também é uma das preocupações do pré-candi-dato pelo PT, Luciano Carta-xo. O deputado estadual não dispensa o contato com a população, mas declarou que está focado na estruturação interna do próprio partido e ainda não vem realizando o corpo a corpo com grupos fe-chados. “Nossa meta é unificar o PT em torno da nossa candi-

datura. Depois disso, e dentro do período determinado, é que vamos iniciar as conversas”. Recentemente, o secretário de Estado da Comunicação, o jornalista Nonato Bandeira, também recebeu o incentivo de lideranças comunitárias. Em todos os casos, as mani-festações de apoio são decla-radas espontaneamente e sem motivações eleitoreiras.

Presidente orienta os pré-candidatos em JPRonaldo Barbosa (PSB) defende contato com a população, respeitando a legislação eleitoral

Linha direta com a coluna: [email protected]

Com Teresa Barros e Ana Paula Leitão

T╄╁┵╁ ╅┷┿ ┶┷┿╁╄┳: CPI ╀╁ S┷╀┳┶╁ ┳┹╁╄┳ な ╈┻く╈┷┾

Eles não confi rmam explicitamente a articulação, mas, em conversas reservadas, senadores aliados desprestigia-dos pela presidenta Dilma sinalizam a colegas de oposição que agora seria viável a aprovação de CPI para investigar, por exemplo, o escândalo de corrupção na Casa da Moeda, que pode atingir em cheio o ministro Guido Mantega (Fazen-da). Impedir essa CPI é “questão de honra” para o Planalto.

Mamão do açúcarAlém dos votos de oposição, uma proposta de CPI con-

taria com o apoio do PR e senadores “independentes” e até “leais” do PMDB.

ExaltaçãoQuem primeiro mencionou a ameaça de CPI foi o sena-

dor Magno Malta (PR-ES), um dos mais exaltados, mas a tur-ma de Sarney descartou.

Clima mais pesadoA atitude do novo líder do governo Eduardo Braga

(PMDB-AM), só piora o clima, ameaçando o PR e chamando aliados de “chantagistas”.

A turma de Sarney não vê utilidade no discurso juve-nil do novo líder do governo contra insatisfeitos: “Jucá jamais faria isso”, diz um senador.

CONTRAPONTO

PODER SEM PUDOR D┙┦┥├┗┑〈╊┟

NÃO É A MAMÃECarlos Lacerda fazia mais um discurso devastador, na

Câmara dos Deputados, contra o “mar de lama” do governo Getúlio Vargas. A deputada Ivete Vargas, sobrinha do presi-dente, pedia – em vão – um aparte. Cansada da insistência e muito irritada, Ivete perdeu a paciência:

- F.D.P! – gritou ao microfone, com todas as letras.Com sua estonteante rapidez de raciocínio, Lacerda res-

pondeu na bucha:- Vossa Excelência é muito nova para ser minha mãe!

FIFA QUER FATURAR MAIS DEUS$ 3 BILHÕES NA COPA

A meta da Fifa é faturar US$ 3 bilhões com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, por isso questões como meia--entrada e venda de bebidas alcoólicas são tão sensíveis para a entidade. Uma cervejaria é uma das principais pa-trocinadoras do evento. Joseph Blatter só desistiu do veto à meia-entrada depois de fazer contas e concluir que a perda de receita será de US$ 100 milhões, valor conside-rado suportável pela entidade.

Agora, estamos liberados para negociar”Antonio Carlos Rodrigues (PR), negociando com adversários do PT em São Paulo

Agora, gentilezasJoseph Blatter agora está

mais gentil: há 5 meses, ele pediu audiência a Dilma e fez a indelicadeza de mandar Jé-rome Valcke em seu lugar.

Contra-ataqueJérome Valcke irritou

Dilma, em outubro, com uma malcriação típica: “Foi o Brasil quem pediu para fa-zer a Copa. A Fifa tinha ou-tras opções”.

Líder dele mesmoO novo líder na Câmara,

Arlindo Chinalgia (PT-SP), foi desautorizado pelo Planal-to após se posicionar contra a venda de bebidas na Copa.

Ilustre passageiroA guerra pelo ministé-

rio dos Transportes aguça o apetite da ala do PT cele-brizada pelos rolos de cam-panha envolvendo empre-sas de ônibus: o cargos de ministro é tido como fonte inesgotável de caixa 2.

Glug, glubPivô das trapalhadas com

a base do governo, Ideli Sal-vatti (Relações Institucionais) foi aconselhada a submergir por uns tempos. De preferên-cia num spa: como disse Sar-ney, está “bem gordinha”.

Pampas no poderPara o deputado federal

Marcus Pestana, que preside o PSDB em Minas, com tan-tos ministros gaúchos, o go-verno Dilma já pode ser de-nominado de “República dos Pampas”.

Nem aíPresidente do PMDB-BA,

Lúcio Vieira Lima garante que “está pouco se lixando” para a pressão da cúpula para apoiar o DEM nas elei-ções em Salvador, em tro-ca de aliança em São Paulo: “Eles que se resolvam”.

Gula petistaLíder do PCdoB, a deputa-

da Luciana Santos (PE) conta-biliza nove candidatos comu-nistas a prefeituras de capitais. Isso se o partido resistir à fome do PT: “A pressão é muito forte para abrirmos mão”.

6 Opinião DOMINGO 18, MARÇO, 2012

O Exame Nacional de Desempenho dos Estu-dantes, aquele que universitários dos quatro re-cantos do País enfrentam na fase de conclusão dos seus cursos, passa a ter clientela mais vasta. O Enade é extensivo, a partir de agora, aos alunos do penúltimo semestre de graduação.

A nova prática, ao que se noticia, começa a ser adotada, este ano, para aqueles em busca dos canudos de Administração, Ciências Contábeis e Econômicas, Comunicação Social, Design, Direito, Psicologia, Relações Internacionais, Turismo e Se-cretariado Executivo.

Também passa a enfrentar assim os testes de avaliação do ensino e aprendizado em universi-dades de todo o País a moçada hoje em busca dos diplomas de Tecnólogo em Gestão Comercial, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Logística, Marketing e Processos Gerenciais.

Escaparão desses testes os alunos cuja colação de grau ocorra até o final de agosto e, ainda, os que estiverem regularmente matriculados para ativi-dades curriculares fora do Brasil na data progra-mada para a realização do Exame.

Sabe-se que o Enade, pensado para avaliar o rendimento de universitários em fase de graduação,

teve sua primeira aplicação em 2004, ou seja, há oito anos. Desde então, tem periodicidade máxima trienal para cada área de conhecimento a ele sub-metida e tornou-se obrigatório para a emissão dos históricos escolares. Também se sabe que a maior abrangência, a partir deste ano, decorreu de de-núncias de que uma universidade de São Paulo escondia os alunos de baixo desempenho, posto que os de boas notas lhe serviriam de propaganda.

Não se pode deixar de reconhecer os méritos de um Ministério da Educação preocupado, go-verno após governo, com a boa qualidade do en-sino acadêmico. Mas é preciso acentuar que isso, por si só, não basta para o aprimoramento profis-sional daqueles que se lançam ao mercado de tra-balho num País cada vez mais carente, sobretudo, de ciência e tecnologia.

O buraco é mais embaixo. Tem a profundidade do mau ensino das primeiras letras. Este tem sido o alicerce precário para a construção da universi-dade brasileira, notadamente, a pública. A recupe-ração desta última não ocorrerá sem que as atuais escolas de primeiro e segundo graus recuperem o bom prestígio dos velhos ginásios e grupos esco-lares. Pensemos nisso.

É mais embaixoEDITORIAL

Lila

Livros para deficientesNuma iniciativa pioneira, aqui em Santa

Catarina, uma editora de Blumenau publicou uma antologia com contos de autores da terra, com uma característica singular e muito impor-tante ao mesmo tempo: o livro está em braile. É um livro para deficientes visuais, coisa que poucas de nossas bibliotecas têm para oferecer a um público tão carente de opções de leitura.

Lembrei disso, porque acabo de ver uma notícia na televisão que me dá conta de que a Fundação Dorina Nowil para Cegos, com sede sem São Paulo, distribuirá, gratuitamente, até o fim deste mês de março, trinta e cinco mil li-vros em braile para bibliotecas públicas e asso-ciações de assistência a deficientes visuais. São dez títulos diferentes, mas não trazem apenas os textos impressos em braile, eles têm um di-ferencial bastante atrativo: eles trazem ilustra-ções que podem ser “vistas” pelos leitores cegos, pois vêm com descrição também em braile.

Não é interessante? As crianças vão ler o livro e poderão “ver” as ilustrações. É um avanço, para nós, brasileiros, pois até aqui, apenas nove por cento das nossas bibliotecas tinham, em seu acervo, livros para cegos. As bibliotecas pú-blicas e de associações receberão, cada uma, sete livros dos dez publicados, o que já é uma grande coisa, pois todas deverão ter esses livros e as crianças e deficientes visuais de qualquer

ponto do país poderão ler as obras.A Fundação Dorina Nowil tem a maior grá-

fica para deficientes visuais da América e, se-gundo a matéria que foi ao ar, os livros serão distribuídos de graça. Iniciativa que merece todo o nosso respeito e consideração, o nosso aplauso, pois mostra que é possível fazer al-guma coisa pela educação no Brasil, tão rele-gada ao esquecimento, à falência, mesmo, nos últimos tempos. É possível fazer alguma coisa para oferecer cultura ao deficiente visual. Isso é inclusão social.

Fui saber mais sobre o trabalho fantástico da Fundação, fui procurar saber como alguém pode fazer um trabalho tão importante e ofe-recê-lo graciosamente ao consumidor final, e olhem o que descobri: “Organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico, ao longo de 66 anos a Fundação Dorina Nowill para Cegos produziu mais de seis mil títulos e dois milhões de volumes impressos em braille. A instituição produziu ainda mais de 1.600 obras em áudio e cerca de outros 900 títulos digitais acessíveis. Além disto, mais de 17.000 pessoas foram atendidas nos serviços de clínica de visão subnormal, reabilitação e educação es-pecial.” Vida longa para a Fundação. E um bom futuro com leitura para os deficientes visuais de todo o Brasil.

LuizCarlosAmorim

O inferno do plágioAcusado de ter cortado e colado centenas

de trechos de dezenas de autores para compor seu romance policial de estréia, “Assassin of Se-crets” (sob o pseudônimo de Q. R. Markham), Quentin Rowan está sendo o plagiador mais em evidência na imprensa mundial. O plágio é uma coisa engraçada. De um modo geral é considerado (pelo menos nos ambientes que eu frequento) um crime vergonhoso, comparável moralmente à delação. E no entanto a maioria das pessoas já plagiou ou já foi plagiada em alguma medida, mesmo nas atividades mais discretas e nos contextos mais obscuros.

Rowan fez uma colcha-de-retalhos com parágrafos alheios, na ingênua esperança de que ninguém achasse familiar alguma dessas frases e fosse checar no livro original. (O que aconteceu, claro.) Faltou-lhe senso prático; fez o que fez numa espécie de delírio manso. Faltou-lhe inclusive um pouco de sofisticação intelectual, porque eu no lugar dele diria que estava fazendo “metaficção”, “mash-up narra-tivo”, “colagem pós-moderna”, qualquer coisa que me possibilitasse pelo menos bloquear a acusação de plágio e manter o livro nos bal-cões das lojas. Não seria o primeiro.

Jonathan Lethem, que publicou um artigo sobre plágio consistindo quase inteiramente de frases alheias (com créditos revelados no final), disse sobre Rowan: “Parece que ele fez algo muito mais trabalhoso do que simplesmente

sentar e escrever um livro. Compor um texto a partir de outros não é um passatempo de preguiçoso. Falo como quem já fez isto: é uma imensa quantidade de trabalho”. Um dos au-tores copiados por Rowan, Charles McCarry, escreveu ao seu agente literário: “Hi, Jack. Pobre sujeito: tanto cortar-e-colar, e nenhum prazer de verdade. (...) Pode declarar também: Ele não me causou nenhum mal, e não tenho ressen-timento contra ele”.

Pressionado pela obrigação de ser “genio-zinho”, Rowan, ao invés de escrever um livro, preferiu o caminho mais tortuoso, mais can-sativo, menos lógico, e mais arriscado. Ele diz: “Quando eu era garoto, tinha a sensação de uma expectativa a meu respeito. Era uma dessas coisas estranhas – eu pensava que meus pais ficariam decepcionados se eu me tornasse, por exemplo, um mero cirurgião ou um mero advo-gado”. A obrigação do sucesso intelectual pesa tanto quanto (ou mais do que) a obrigação do sucesso financeiro.

Rowan é símbolo e sintoma de uma época de bolhas financeiras, quebra do sistema de crédito bancário, etc., uma época em que o mundo ocidental falsificou um cheque e co-meçou a gastar por conta, alucinadamente, porque sabia que a inexistência de fundos não tardaria a ser descoberta. No futuro será reconhecido como o autor emblemático do começo do século 21.

[email protected]

BraulioTavares

Sobrecarga em GuarabiraO Ministério Público da Paraíba (MPPB)

inspecionou esta semana a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) localizado em Guarabira (município do Agreste, a 98 qui-lômetros de João Pessoa) e constatou so-brecarga no atendimento. Dos 200 atendi-mentos diários realizados na unidade de saúde, 50% são pediátricos.

Site da OABO presidente da Ordem dos Advogados

do Brasil na Paraíba (OAB-PB), Odon Bezerra, lança nesta segunda-feira (19) o novo site da instituição. O lançamento acontece a partir das 8h durante um café da manhã no Audi-tório da OAB, em João Pessoa.

AnticorrupçãoA próxima sede da Conferência Inter-

nacional Anticorrupção (IACC) será Brasília, entre os dias 7 e 10 de novembro deste ano. Esse foi o comunicado oficial que Huguette Labelle, presidente do Conselho de Admi-nistração da Transparência Internacional, fez a Dilma Rousseff (PT).

Doação de vacinasO Ministério da Saúde doou, para o Haiti, 4.349.000 de doses de vacinas BCG (tubercu-

lose), Pólio (poliomielite), DPT (difteria, tétano, coqueluche) e DT (difteria e tétano). O Brasil chefia a missão da ONU no Haiti.

Linha direta com a coluna: [email protected]

Jorge Rezende com redaçãoEmFoco

CARTEIRAS DE ESTUDANTE GRATUITASO presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba promulgou na última sexta-feira (16) a Lei

9.671, do deputado Caio Roberto (PR), que dispõe sobre a produção e gratuidade para a obtenção da carteira de estudante aos estudantes da rede pública de ensino do Estado da Paraíba. A partir da publicação no Diário Oficial, a nova lei entrou em vigor. A partir de agora, a Secretaria da Educação do Estado fica responsável pela confecção, validação e distribuição a todos os estudantes do ensino público do Estado da Paraíba (ensino fundamental, médio e UEPB), garantindo os direitos de meia-en-trada em passagens, shows, teatros, cinemas e atividades esportivas e culturais. “Considero uma con-quista para os estudantes a aprovação dessa lei que garante, de certa forma também, uma economia para as famílias que têm seus filhos matriculados na rede pública do Estado, pois, de forma gratuita, eles têm seu direito garantido com a aquisição da carteira de estudante”, comemorou o deputado.

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) enalteceu no Senado o aniversário da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que está comemorando 46 anos de sua criação. A UEPB surgiu como Universidade Regional do Nordeste, em 1966, por meio de uma lei municipal.

ANIVERSÁRIO DA UEPBK┺┳┷┲┳ T┳┷╆┳┷╀┯

Autonomia da UEPBSerá realizada na Câmara Municipal de Campina Grande, na próxima quinta-feira (22),

sessão especial em conjunto com a Assembleia Legislativa da Paraíba, com o objetivo de discutir a autonomia da UEPB.

Da boca de ...

“Me deu uma

coisa estranha,

é intriga da

oposição ou eu

estou velha?

Dilma Rousseff - Presidenta da República (Durante visita às obras da ferrovia Norte-Sul em Goiás)

“Eu quero alertar

o Brasil que

nós voltamos

a investir em

ferrovias, que essa

ferrovia é crucial

para esse país

crescer, que ela

beneficia estados

importantes"

Juliana Paes - Atriz (Ao comentar as críticas de que ela estaria velha para o papel de Gabriela)

TV GLOBO‾R┳┼┯╂┽ R┽┱┶┯ M┷╀┯┼┲┯

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Linha direta com a coluna: [email protected]

Internet“Não concordo com a decisão

da Justiça em restringir o uso do twitter por parte dos pré-candi-datos. Sabemos que é fácil criar uma conta em nome de outra pessoa e a própria Justiça não terá como controlar o uso da internet”.

Água“A água é indispensável para

a sobrevivência humana e é la-mentável que muitos paraibanos ainda não tenham o acesso à água potável de maneira adequada. Quem costuma andar pelas co-munidades rurais pode perceber que inúmeras famílias ainda re-tiram água de barreiros e açudes e consomem a água sem nenhum tratamento”.

Jacinta Linhares | João Pessoa

Anderson Magalhães | Patos

7OpiniãoDOMINGO 18, MARÇO, 2012

[email protected]

JaldesMeneses* Professor Associado do Departamento de História (UFPB)

Desenvolvimento da ParaíbaEstou iniciando uma contribuição cidadã neste JORNAL

DA PARAÍBA. Quinzenalmente, e sempre aos domingos, estarei publicando um artigo sobre a realidade econômica, social e po-lítica contemporânea. Os temas abordados envolverão o nosso Estado, o Nordeste e o Brasil, nas suas complexas inter-relações com a globalização econômico-financeira e a sociedade do co-nhecimento. Mas a minha prioridade é a busca de caminhos para o desenvolvimento estadual socioeconômico sustentável.

A minha preocupação com o subdesenvolvimento parai-bano vem de longa data. O meu interesse tornou-se crescente, nas duas últimas décadas, na medida em que essa situação de atraso foi se agravando. A economia da Paraíba passa por um severo processo de involução relativa, entre os estados nordes-tinos. Qualquer um dos principais indicadores de condições de vida da sua população está entre os quatro piores do País.

É alentador saber que a Paraíba é economicamente viável. O seu atual estágio de atraso socioeconômico é intolerável. Até porque já foi relativamente bem mais próspera. Por isso, pre-tendo contribuir no sentido da conscientização e mobilização da sociedade, com vistas a uma competente solução. É preciso reagir contra a desconfortável situação do nosso Estado, que passou a ser um dos mais pobres de Federação.

Temos que discutir seriamente as possibilidades de desen-volvimento da Paraíba. Devemos começar com uma bem fun-damentada análise das possibilidades econômicas concretas do Estado, no contexto regional e nacional. Ênfase especial deve

ser dada aos recursos naturais, capital econômico básico, re-cursos humanos, educação, ciência e tecnologia. A partir daí serão investigadas as perspectivas reais da economia estadual.

O Brasil desfruta de condições bastante favoráveis ao seu desenvolvimento. No atual processo de reestruturação de uma nova hegemonia política e econômica mundial, o nosso país deve ocupar, em poucos anos, uma posição de destaque. Em 2003, a economia brasileira era a décima maior do mundo, atualmente é a sexta e, muito provavelmente, será a quarta, até o ano de 2020.

Como integrar a Paraíba, a esse Brasil em processo de ex-pansão, reestruturação, modernização e amplo desenvolvi-mento das forças produtivas sociais? É evidente que isso não acontecerá espontaneamente. A economia paraibana é muita pequena e débil. Tende, portanto, a continuar sendo o elo fraco do capitalismo brasileiro, se não houver um esforço concentrado, com base num plano de aceleração do seu desenvolvimento. O Governo Federal tem que ter aí um papel da maior relevância.

Meus compromissos acadêmicos, científicos, sociais e po-líticos são essencialmente com o desenvolvimento da Paraíba. Isto obriga-me a ser um crítico rigoroso da mediocridade e da retórica vazia e enganosa dos que promovem o atraso socioe-conômico estadual e dele se nutrem politicamente. Fico feliz e agradecido com o convite deste Jornal, ao proporcionar um espaço de ampla visibilidade, em favor da luta pela causa maior dos paraibanos, que é a da negação do subdesenvolvimento.

[email protected]

RômuloPolari* Reitor da UFPB

Paternidade irresponsávelNão tem sido rara a cobertura da mídia a fatos que, repe-

tidos com uma frequência assustadora, contradizem o mito do amor materno, expondo mães que abandonam ou até matam seus filhos indefesos. Recém-nascidos ou bebês são encontrados em situações que desafiam qualquer imaginação do real: em bueiros de esgoto, em depósitos de lixo, jogados em terrenos baldios, em risco de afogamento, amarrados em sacos plásticos e até soterrados sob pedras. Em situações tão insólitas que, quando alguns sobrevivem, parece um milagre.

Mães criminosas, sempre execradas no enfoque superla-tivo dos meios de comunicação, repercutindo no severo julga-mento social. Nem mesmo o estado puerperal é considerado pela condenação coletiva. E parece mesmo impossível qual-quer justificativa que possa minimizar a barbaridade da mãe que tem como vítima o próprio filho.

Mas é igualmente inaceitável que, em tais circunstâncias, fique sempre uma lacuna sem qualquer referência, cale-se uma indagação essencial que jamais é feita. E o pai dessa criança?

Tudo é conduzido, como se a mãe e o filho fossem os únicos personagens da tragédia. Em cada caso, a ideologia machista se exerce pelo silêncio cúmplice que não registra a participação decisiva do homem e o exclui de sua maior responsabilidade.

Até quando irá prevalecer a lógica perversa que transfere

para o ser feminino todo o ônus da gravidez indesejada? Em consequência, deixando o pai reduzido ao comportamento ir-racional, completamente desfigurado de sua condição humana.

A verdade é que, quando o crime consumado pela mãe ganha visibilidade, todos parecem esquecer que o desprezo e o abandono do pai irresponsável resultaram, inegavelmente, numa gestação vivida em amargura e no nascimento levado ao desespero. Dessa forma, contribuíram para o crime.

Embora a lei e os costumes não considerem assim, o pai é coautor na violência crescente que se abate sobre as crianças em nosso estranho tempo de desvario e de insensibilidade.

A consciência moral não pode concluir de outra forma, sa-bendo que o direito nem sempre é a expressão do justo.

A covarde omissão dos pais também se reflete nos filhos que sobrevivem jogados pelas ruas para um destino de cruci-ficação. E até mesmo nas estatísticas que indicam a capaci-dade da mulher, como chefe de família, ao assumir, nos dias atuais, quase metade dos lares brasileiros. O outro lado desta realidade é, sem dúvida, a deserção do homem diante da ta-refa que também lhe cabe.

E ainda existem os que chegam ao extremo de matar a mulher grávida, na mais brutal atitude para se livrar do filho.

Urge uma mudança de consciência e de atitude.

ÂngelaBezerra* Escritora e Crítica literária

Tempo, senhor da razãoVivo brigando com o tempo. Acho que deveria fazer as pazes

com ele... Talvez assim ele não me exigisse tanto com suas co-branças que muitas vezes rompem com o que eu gostaria de continuar fazendo dizendo-me que acabou o meu momento ou deixasse de ditar o que eu devo fazer por ter chegado a hora de realizar isso ou aquilo.

Preciso ajustar esse relógio em mim que quer ditar tudo: hora de acordar, de dormir, de trabalhar, de falar, de silenciar, de chorar e até de amar!!!!Enfim seu controle sobre mim pa-rece ser tão absoluto que vivo em função dele. Quem ele pensa que é? Será que ele é incapaz de olhar e ser sensível aos meus desejos? Até quando ele será indiferente a minha saudade dizendo-me que não tenho mais tempo?

Ah, como eu gostaria que as pessoas não me chegassem e partissem porque estão vinculadas a limitação do efêmero e eu não precisasse do consolo da poesia para me lembrar que com o coração posso fazer presente aqueles que o tempo im-piedosamente os levou!

Eu preciso de ajustes! Esse relógio que pulsa em meu peito, marcando em compasso minha história precisa de uma ca-dência diferente onde o seu ritmo leve em conta meu querer e deixe de fazer de mim um ator que tem cronometrado sua

fala e sua aparição e monitorado, sabe-se lá por quem, a viver a dar satisfação às conveniências e oportunidades que também se sujeitam ao tempo.

Se não me é possível viver no controle ou ao menos nem tanto submisso ao tempo, que o relojoeiro me ensine a viver diferente e aprender com Ele mesmo a entender que o metrô-nomo da vida obedece a sincronia e harmonia entre meu tempo e o dos outros. Talvez assim eu não me apressasse tanto em querer fazer de meus filhos adultos cobrando-lhes responsa-bilidades que suas idades não permitem ou talvez não tivesse chegado atrasado para brincar de “guerra de travesseiros” com eles, quando esse tempo já havia passado. Quer saber? Eu pre-ciso deixar de olhar para mim e ver que o tempo é fruto da construção do encontro de meu tempo com o tempo daqueles que estão em meu caminho e se meu relógio precisa de ajustes é bastante que eu pergunte aos outros, como aos meus filhos: que horas são? Assim não mais chegarei atrasado e nem adian-tado na hora de brincar de viver.

No dia em que for capaz de entender que tempo significa “encontro” e como tal tem a minha verdade e a do outro, en-tenderei que “ o tempo não é o senhor da razão”, mas que o Senhor, por ser amor, é a razão de meu tempo!

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FabianoMoura* Juiz, Diácono e Psicólogo

1922 e o bloco histórico

Comemoramos em fevereiro os 90 anos da Semana de Arte Moderna (São Paulo) e vamos comemorar no dia 25 de março também os 90 anos de fundação do Partido Comunista (Niterói), dois acontecimentos capitais para entender o Brasil no século XX. Poucos sabem quando estão fazendo o alcance histórico de suas atitudes, mas compunha o discurso tanto dos jovens artistas burgueses de São Paulo – Mário e Oswald de Andrade –, como dos intelectuais trabalhadores reunidos em Niterói – Astrogildo Pereira e Cristiano Cordeiro –, que alguma nova estava acontecendo.

Naqueles acontecimentos, sem dúvida, estavam sendo plantadas as sementes do Brasil moderno. São acontecimentos aparentemente sem relação direta. Con-tudo, logo os processos, à maneira de uma combustão química, entrariam em con-fluência e resultariam no movimento de 1930 (mais uma data), liderado por um senhor de meia idade gaucho, Getúlio Vargas.

Consegui reunir em poucas linhas o fio principal da história do Brasil contem-porâneo. Sei que omiti muita coisa, mas disse o mais importante: 1922 foi o ensaio geral e 1930 o primeiro ato. Ao longo dos anos, formei uma interpretação sistemá-tica de nossa história com base nestas duas datas – 1930 e 1985. Estas duas datas formam aquilo que o filósofo italiano Antonio Gramsci chamava de “bloco histó-rico”, ou seja, uma temporalidade única.

A crise da ditadura e a ascensão da nova república em 1985 significaram bem mais que o fim do regime autoritário. Foi-se junto também o Estado desenvolvimentista e o projeto de modernidade brasileira (de direita e de esquerda). Recordo tudo isso ao finalizar a leitura do livro de Marcos Augusto Gonçalves, “1922 – a semana que não terminou”. O livro é bom, o título literário, mas equivocado: 1922 e 1930 morreram para sempre. Como diz Drum-mond, é um retrato na parede. Mas como dói.

Nas artes, as vanguardas artísticas se esgo-taram esteticamente. Na política, Afonso Arinos saudou o PCB como a existência de um partido com programa. Quimeras do tempo que não mais existem no Brasil. Viva Michel Teló.

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DuciranFarena* Procurador da República

O chute no traseiro é nosso

As emoções se agitam no dramalhão "A Copa da Corrupção", à medida que nos aproximamos do eletrizante desfecho final.

Desta vez, dois personagens encenam um pas de deux, uma dança que se assemelha a um tango, em que um dos parceiros parece que vai derrubar o outro ao solo, mas - olé - tudo não passou de um movimento perfeitamente sincronizado.

Será que alguém acreditou mesmo na "indignação" do ministro com as declarações do Secretário Geral da Fifa, de que o Brasil merece um "chute no traseiro" para acelerar o ritmo das obras? Vai mesmo a nação brasileira, ofendida no mais profundo de seu brio, obrigar a Fifa a mudar seu interlocutor? Será que a Fifa está mesmo preocupada com atrasos? Uma tapioca quentinha para quem acertar a resposta. Aliás, uma boa tapioca, recheada com caviar e acompanhada de Don Perignon, pode bem ser a especialidade gastronômica do jantar que comemorará os lucros fabulosos, após o fim do torneio.

Não há atrito nenhum entre o governo brasileiro e a Fifa Porque haveria? está tudo correndo conforme o cronograma esperado. O governo dá uma de macho, disfarçando assim a vergonhosa realidade da submissão aos interesses escusos da CIA, digo, da Fifa, no momento em que está em votação a permissão para álcool nos estádios. A Fifa, que já entrou nesse negócio liberada de tudo quanto possa acontecer de errado (o contri-buinte brasileiro é quem vai pagar), ainda posa de moralista.

Ambos sabem que quanto mais atraso, melhor. O atraso é a mãe das emergências, e as emergências são as mães da corrupção. Segundo o infame Manual da Corrupção: "ao aproximar-se o evento, a entidade criticará o andamento das obras e a organização do torneio, ameaçando inclusive tirá-lo do país. Estes ataques e ameaças destinar-se--ão a apressar os contratos e reduzir as chances de controles antes do início das com-petições". "O momento preferencial para estes ataques será quando de votações polê-micas onde haja interesse de desviar a atenção do público".

A cartilha foi aplicada na África do Sul. E o resultado foi um aumento de receita de 50% em relação à copa anterior, conforme divulgado pela própria Fifa.

Enfim, neste "Brazilian Idol" não há qualquer chance de um dos parceiros cair, e perder o troféu - a dupla já é campeã por antecipação. O único traseiro em risco – e não só de pontapé - é do contribuinte.

E bem que merecemos, pelo menos o pon-tapé. Não por causa de qualquer atraso, mas por elegermos governantes irresponsáveis, a ponto de trazerem para nosso território este bando de aves de rapina, como se a corrupção aqui já não fosse suficiente.

E, quando encerrado o jogo derradeiro, os ga-nhadores estiverem contabilizando os lucros as-tronômicos, e a população, entorpecida e alcoo-lizada, estiver comemorando (ou lamentando) a taça virtual pelo terceiro ou quarto lugar, só nos restará cantar: "O pé na bunda é nosso, com a Fifa, não há quem possa".

CAMPINA GRAN DE: Rua Major Juvino do Ó, 81 - Centro - CEP 58400-268 • PABX: (83) 2102-4554/2102-4558 • FAX RE DA ÇÃO: (83) 2102-4557 • FAX CO MER CIAL: (83) 2102-4560 JOÃO PES SOA: Rua Monsenhor Walfredo Leal, 258 - Tambiá - CEP 58020-540 • TEL.: (83) 2106-1800 • FAX RE DA ÇÃO: (83) 3241-2469 • FAX CO MER CIAL: (83) 3241-2563

DI RE TOR SU PE RIN TEN DEN TERicardo de Oliveira Carlos

EDITORA-EXECUTIVAAngélica Lúcio

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FUN DA DO EM 5 DE SE TEM BRO DE 1971

VENDA AVUL SA Os exem pla res do JORNAL DA PARAÍBA de venda avul sa não são comer cia-li za dos dire ta men te ao públi co. Nesse caso, a venda é feita por ban cas de ter cei ros devi da men te auto ri za das pelas pre fei tu ras, agen tes autô no mos e repre sen tan tes comer ciais cre-denciados (pes soas jurí di cas), que adqui rem o jor nal para reven da ao públi co. As assi na tu ras com entre ga domi ci liar são ven di das por repre sen tan tes autô no mos, empre sas pres ta do ras de ser vi ço e fun cio ná rios da Editora JORNAL DA PARAÍBA.

CLASSIFICADOSJP: Tel 2106-1818 • Fax 3241-2469clas [email protected]

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SE CRE TÁ RIA DE RE DA ÇÃOElizângela Monteiro (JP) - [email protected] Ribeiro (CG) - [email protected] DE REPORTAGEM Bartolomeu Honorato - [email protected]

EDITORIASPOLÍTICA: JORGE REZENDE - [email protected] MUNDO/ÚLTIMAS - SILVANA TORQUATO - [email protected]: ANDRÉA ALVES - [email protected]Ê/CONCURSOS: ELIANE CRISTINA - [email protected]: JEAN GREGÓRIO - [email protected]: EXPEDITO MADRUGA - [email protected] & ARTE: ANDRÉ CANANÉA - [email protected]

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CG: (83) 2102-4554 JP: (83) 2106-1800

FILIADO À

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Consegui reunir em poucas linhas o fio

principal da história do Brasil

contemporâneo

O governo dá uma de macho,

disfarçando assim a

vergonhosa realidade

DOMINGO 16, OUTUBRO, 2011 | 9 EDITORA: SILVANA TORQUATO FERNANDES

GeralEDITORA: SILVANA TORQUATO FERNANDES8 | DOMINGO 18, MARÇO, 2012

Muambeiros de luxo crescem no mercado

Economia 1 e 2

198562

Mesmo com o texto do novo Código Florestal em tramitação no Congresso Na-cional e sob a ameaça de ter a votação adiada para depois da Rio+20 - a Conferência das Na-ções Unidas sobre Desenvolvi-mento Sustentável -, em junho, o presidente da Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, acre-dita que, ainda que o Legisla-tivo chegue a um consenso, o texto terá que ser revisto em cinco anos. Informações são da Agência Brasil.

Para Arraes, o novo código representa um avanço sobre o tema e precisa ser apro-vado, mas está prejudicado por questões políticas e ide-ológicas. Esses componentes, segundo ele, podem expor a necessidade de ajustes.

A Embrapa foi uma das instituições que subsidiaram o debate no Legislativo, apresen-

tando resultados de estudos técnicos e científicos e, segun-do Arraes, também sobre pon-tos que exigem “bom-senso”.

“Há um item, por exemplo, que diz que o produtor pode tirar 20 metros cúbicos [de madeira] por hectare por ano para seu consumo. Se é 20, 5 ou 10 [metros cúbicos], isso é uma decisão política e prática. Você acha que alguém vai controlar o produtor que tira a madeira para cozinhar para os filhos dele? Ele vai ter que pedir au-torização para o Ibama [Ins-tituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Renováveis]? Cria-se uma lei e como vai ser aplicada? Em um país desse tamanho, com essa diversidade?”, indagou o presi-dente da Embrapa.

Além das regras que podem ficar comprometidas pela in-capacidade de fiscalização de todo o território nacional,

Arraes também alerta sobre as diversas realidades produ-tivas que existem no país. Na sua opinião, é difícil construir uma legislação nacional para uma questão que guarda tan-tas especificidades.

Em algumas regiões do Rio Grande do Sul, que vêm so-frendo constantemente com a estiagem, por exemplo, os produtores retêm a água dos rios próximos como uma me-dida preventiva e de resguardo da produção e renda. “Ele não pode reter água porque tira aquele resquício de mata nas margens, mesmo que diga que vai fazer uma represa e plan-tar muito mais em volta. Como você põe isso em legislação na-cional? Outra questão, no Sul do país, é a conveniência de plantar maçãs naquela incli-nação. Você vai a Portugal e é tudo assim há mil anos”, disse.

A diversidade de biomas

também foi apontada por Pedro Arraes como uma difi-culdade no cálculo exato e na-cional do que seria o estoque de florestas suficiente para

garantir uma agricultura sus-tentável. Segundo ele, o georre-ferenciamento por satélite que está sendo elaborado pela em-presa, mapeando a produção

e os tipos de solo do território nacional, deve oferecer um ce-nário mais preciso para balizar políticas públicas de incentivo por parte do governo.

DIFICULDADE. Diversidade de biomas expõe o desafio para o cálculo sobre o estoque de florestas no país

Código Florestal sem consensoPresidente da Embrapa, Pedro Arraes, acredita que em cinco anos o texto terá que ser revisto em função de questões políticas

A Corregedoria do Minis-tério Público Federal (MPF) começa, amanhã, correição ordinária nas unidades do Ministério Público Federal na Paraíba, que estão localiza-das em João Pessoa, Campina Grande e Sousa. Os trabalhos seguem até sexta-feira.

O objetivo da correição é verificar a regularidade do ser-viço, eficiência e pontualidade dos membros do Ministério Público Federal (procuradores da República) no exercício de suas funções, o cumprimento das obrigações legais (artigo 236 da Lei Complementar 75/93), bem como levantar as dificuldades e necessidades da unidade, com finalidade de apresentar sugestões a serem encaminhadas aos Órgãos Su-periores do MPF.

A comissão que fará cor-reição na Paraíba, designada pela Portaria nº 9, de 17 de fevereiro de 2012, é composta pelo subprocurador-geral da República Edilson Alves de França, procurador regional da República Fábio George Cruz da Nóbrega e procurador regional da República Uairan-dyr Tenório de Oliveira.

O atendimento ao público na Paraíba será feito nas três unidades do MPF no estado, da seguinte forma: Unidade em João Pessoa, amanhã, das 15h às 17h; em Campina Grande, na terça-feira, das 13h30 às 14h30 e em Sousa, na quarta-feira, das 10h às 11h.

Qualquer cidadão poderá fazer reclamações e formular críticas e sugestões quanto à atuação dos procuradores da República e aos serviços pres-tados pelas três unidades do MPF na Paraíba.

Unidades do

MPF passam

por correição

NA PARAÍBA

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9PublicidadeDOMINGO 18, MARÇO, 2012

Homenagem dos amigos da Portelinha...199745

10 Geral DOMINGO 18, MARÇO, 2012

AMEAÇADA. Esmeralda de Souza teme problemas de saúde por causa da exposição aos efeitos do urânio

Angélica Nunes

Famílias inteiras sendo re-tiradas às pressas para regiões onde a radioatividade não as alcance, deixando para trás o lugar em que fixaram raízes, es-

treitaram laços sociais e cons-truíram o patrimônio de toda uma vida. O cenário, que mais parece o de um Armagedom, pode, em alguns anos, se tornar realidade para os moradores do município de São José de Espi-nharas, no Sertão da Paraíba.

A cidade, de pouco mais de 4.760 habitantes, localizada a no-roeste da Paraíba, fazendo divisa com o estado do Rio Grande do Norte, é uma das poucas no país a contar com uma importante jazida de urânio.

Caso fosse necessário ex-plorar o minério, seria preciso remover toda a população do município, devido aos altos ín-dices de radioatividade durante a extração do minério, extrema-

mente prejudicial à saúde. Apesar de descartada a ex-

ploração imediata do urânio de São José de Espinharas, a pre-ocupação dos cientistas com a exposição dos moradores do município ao alto teor do miné-rio encontrado em diversos pon-tos da cidade existe. Um estudo está sendo realizado há cerca de um ano pelo Departamento de Energia Nuclear (DEN) da Uni-versidade Federal de Pernambu-co (UFPE) para avaliar a relação entre os casos de câncer na po-pulação e a presença de urânio.

Isso porque se especula que o contato prolongado com a radioatividade propagada por esse minério poderia ocasionar um envenenamento de baixa in-

tensidade (inalação, ou absorção pela pele), produzindo também efeitos colaterais, tais como: náusea, dor de cabeça, vômito, diarreia e queimaduras.

Segundo o engenheiro nucle-ar José Araújo, do DEN, responsá-vel pela pesquisa, o efeito direto do urânio no organismo é cumu-lativo (o que significa que o mine-ral, por não ser reconhecido pelo ser vivo, não é eliminado, sendo

paulatinamente depositado, so-bretudo nos ossos), e a radiação assim exposta pode ocasionar o desenvolvimento de câncer.

A equipe de pesquisadores do DEN está fazendo visitas periódicas na cidade para co-lher amostras da fauna e da flora local e de além de ‘teste-munhos’, que são amostras de urânio retiradas do interior das pedras, através de tubos de me-

tal altamente resistentes.“Queremos fazer um cruza-

mento com os dados obtidos em pesquisas anteriores para le-vantar as causas do elevado nú-mero de pessoas em São José de Espinharas com câncer de pele, problemas respiratórios e uma série de outros problemas que acreditamos ter relação com a presença de urânio e outros mi-nerais”, comentou José Araújo.

Urânio ameaça cidade da PBSão José de Espinharas está localizada sobre uma importante jazida do mineral, que é radioativo e pode provocar câncer

Estudo do Departamento de

Energia Nuclear da UFPE verifica

contaminação dos moradores

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Em maio, os pesquisado-res do DEN retornarão a São José de Espinharas para mais uma rodada de pesquisas na região. O chefe do estudo, José Araújo, frisou que “nos-sa maior preocupação no momento é conseguir provas suficientes que correlacionem o uso do leite, da água e de ou-tros recursos naturais com o alto índice de câncer”.

O pesquisador acrescentou que “pretendemos recolher amostras de dentes e prontuá-

rios médicos, bem como fazer exames de sangue para apro-fundar a pesquisa”.

Além das análises, também serão colocados aparelhos de medição da radioatividade nos pontos considerados mais crí-ticos, já mapeados nas visitas passadas. “Não queremos alar-mar as pessoas. Nosso trabalho é exatamente para constatar se há o problema e só poste-riormente procurar os órgãos responsáveis para tomar as providências”, disse.

Segundo o aposentado João Trindade de Souza, 67 anos, esposo de Esmeralda, os pesquisadores disseram que o piso concretado reduz o conta-to com o gás propagado pelas pedras de urânio. “Não tenho medo dos efeitos. Vivemos a vida toda aqui e até hoje não tive câncer. Não é porque estou sabendo que faz mal que vai me acontecer”, afirma.

RISCO. Cientistas vão retornar à região para fazer novas análises sobre risco de contaminação

Novas medições da radioatividade serão feitasF╀┯┼┱┷╁┱┽ F╀┯┼と┯

Continua na Página 11

Na última visita feita à região de São José de Espi-nharas, os pesquisadores da UFPE levaram equipamentos para aferir a densidade do gás radônio, que é nocivo à saúde dos seres vivos, em especial dos humanos.

“Em algumas residências constatamos um teor superior a 1.500 partes por milhão, bem superior ao encontrado de for-ma geral na região, de 1.200, que já é bastante alto. Esses moradores estão sofrendo

muito risco”, disse José Araújo.Uma das famílias que teve

a casa condenada pela equipe que visitou a cidade foi a dona de casa Esmeralda de Souza, 59 anos. “Os pesquisadores vieram com um equipamen-to e disseram que da minha cozinha até o quintal havia alto risco de contaminação e que deveríamos evitar o local, especialmente à noite, que é quando ele se propaga”, co-mentou.

O problema, explica ela, é

que a família tinha acabado de construir dois quartos no quintal da casa quando veio a notícia.

“Vivo insistindo, mas meu marido insiste em continuar dormindo no quarto, mes-mo correndo perigo de ter um câncer ou ter problemas mentais. Os cientistas conta-ram do perigo que estamos correndo, até recomendaram que a gente deixasse a casa, mas ele não dá ouvidos”, ex-plicou.

Moradores estão em perigo

11GeralDOMINGO 18, MARÇO, 2012

199765

A equipe de que fala He-leno Celestino é da Empresa Nuclear Brasileira (Nuclan--Nuclebrás), empresa criada através do convênio Brasil--Alemanha, na década de 1970, com o objetivo de pros-pectar e cubar jazidas de urâ-nio em diversas localidades do Brasil.

A Nuclan-Nuclebrás rea-lizou pesquisas sobre a exis-tência de urânio no interior da Paraíba, no período de 1977 a 1982. Na equipe mul-tinacional estavam geólogos da Austrália, Índia, Alemanha e Brasil.

Mesmo sem saber qual era a finalidade da extração, Heleno Celestino acumulou durante os últimos 40 anos aproximadamente 13 tonela-das de pedras de urânio bru-tas em um galpão. O material há alguns anos foi recolhido pelo governo como medida de segurança.

“As pessoas estavam fican-do preocupadas com o galpão no centro da cidade cheio de pedras radioativas. Um pesso-al do Ceará veio e levou tudo.

Foram 17 caminhões carrega-dos de pedras. Agora guardo só algumas de lembranças”, comenta o agricultor.

PREOCUPAÇÃOO atual pároco da Igreja

Católica de São João de Espi-nharas, Erivaldo Alves, disse que a apreensão dos morado-res do município é constante com a possibilidade de ter que deixar a região.

“Há quatro anos, quando cheguei aqui, já se dizia que caso começassem a explorar as jazidas de São José de Espi-nharas, toda a cidade deveria ser transferida para outro lo-cal. Até hoje vai e vem gente, pesquisam, coletam as infor-mações, vão embora e nunca nos mostram nada”, disse Eri-valdo Alves.

Pesquisadores estrangeiros visitaram a região nos anos 70

Segundo levantamento feito pela Empresas Nuclea-res Brasileiras (Nuclan-Nu-clebrás), na década de 1970, a jazida de óxido de urânio em São José de Espinharas teria 12 toneladas de reserva, man-tendo a particularidade de conter um teor de 1.200 par-tes por milhão, considerado alto pelos pesquisadores que fizeram o estudo.

Na época, geólogos da ex-tinta Companhia de Desen-volvimento de Recursos Mi-

nerais, órgão do Governo do Estado, afirmaram que a jazi-da de São José do Espinharas seria estrategicamente viável de ser explorada.

A reserva era superior às descobertas em outros mu-nicípios paraibanos em que foram constatadas as presen-ças de urânio no solo, como na região de Pocinhos, no Compartimento da Borbore-ma, Cajá-Caldas Brandão, no Agreste e a Barra de Santa Rosa, no Curimataú.

Exploração da área é viável

Angélica Nunes

Enquanto as reservas natu-rais nos polos já explorados de urânio bruto continuarem forne-cendo matéria-prima suficiente para manutenção do programa do governo federal de energia nuclear, nas Usinas de Angra, para o engenheiro nuclear José Araújo, do Departamento de Energia Nuclear (DEN), da Uni-

versidade Federal de Pernambu-co (UFPE), as chances de explo-ração das jazidas em São José de Espinharas são remotas.

 “Por enquanto acho difícil que precise explorar urânio na Paraíba. Mas, se isso acontecer, deverá provocar uma revolu-ção, já que grandes pontos de incidência do minério estão em áreas residenciais e em prédios públicos, como praças,

igreja, cemitério. Todos teriam que sair, pois a radioatividade provocada durante a extração é extremamente prejudicial à saúde”, comenta o cientista.

Por suas reservas, compete apenas com as jazidas de Poços de Caldas (MG) e Lagoa Real (BA) que fornecem o urânio ne-cessário ao funcionamento das usinas nucleares Angra 1 e An-gra 2, no Rio de Janeiro, e com a

de Itatiaia (CE), considerada, atualmente, a maior do Brasil.

PESQUISAS ANTIGASQuem conhece de perto a

história das pedras de urânio nas terras de São José de Espinharas é o agricultor aposentado Hele-no Celestino, 82 anos. Ele conta que um grupo de estrangeiros esteve na cidade por volta de

1975 recolhendo pedras na re-gião do Espinharas. “O grupo de estrangeiros, que era um india-no, um alemão e um japonês, entrou no meu sítio vasculhan-do as pedras. Eu não entendia nada do que eles diziam”, conta.

Logo o agricultor ganhou a confiança do grupo e, por intermédio de um motorista,

que falava português, passou a colaborar com a exploração. “Eles foram embora e meses depois retornaram pedindo que eu arrumasse outras pes-soas para ajudar no trabalho. Em pouco tempo tinha umas 70 pessoas trabalhando e ‘cor-reu’ um bom dinheiro para a gente”, afirma.

Extração do minério é remotaExploração das reservas de urânio no município exigiria a retirada da população local, devido à radiação ser prejudicial à saúde

ESTUDOS. Agricultor aposentado Heleno Selestino lembra da presença de cientistas estrangeiros

Equipe multinacional

de cientistas fez estudos na

região entre 1977 a 1982

Saiba mais

Minério radioativo, o urânio é utilizado, hoje, na indústria bélica, para a fabricação de bombas atômicas e de espoletas da bomba de hidrogênio. Alguns países já utilizam o urânio para a produção de energia elétrica.

As primeiras bombas atômicas com urânio enriquecido foram lançadas contra as cidades de Hiro-shima e Nagasáki, no Japão, em 1945, e provocaram a primeira verdadeira hecatombe do planeta.

Densidade de energia em número:1 kg de carvão = 3 Kwh de eletricidade1 kg de urânio natural = 50.000 Kwh de eletricidade

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MEDO. Padre Erivaldo Alves diz que apreensão dos moradores é constante

12 Geral DOMINGO 18, MARÇO, 2012

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Da Agência Brasil

Empresas norte-america-nas poderão ser fornecedoras de componentes do programa Satélite Geoestacionário Bra-sileiro (SGB) – a ser produzido totalmente no país, para obser-vação militar e comunicação. A informação é do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp. Segundo ele, a coordenação ge-ral do programa será da Agên-cia Espacial Brasileira (AEB).

O SGB está sendo desenvol-vido pela Empresa Brasileira de

Aeronáutica (Embraer), que é privada, com a estatal Telebras. “Estamos começando, agora, a cooperação, que se destina a atender à banda larga. É um projeto puramente industrial, pelo qual já foi constituída uma empresa da Telebras e Embra-er”, disse Raupp.

De acordo com o ministro, o programa do SGB envolve compras estrangeiras e a coor-denação brasileira da produção do satélite. “Duas coisas carac-terizam esse projeto: as com-pras internacionais, que serão bastante grandes e existem

empresas norte-americanas que poderão participar dessa escolha, e será a empresa inte-gradora, a principal”, disse.

Ele também destacou a importância da transferência de tecnologia que ocorrerá por meio do programa. “[O segun-do aspecto, que é paralelo] é um programa de [transferên-cia de] tecnologia que coorde-na esse processo e que está sob o âmbito da Agência Espacial Brasileira. É algo em que, cer-tamente, haverá cooperação. Certamente, será em nível em-presarial e de indústrias”.

DESASTRES NATURAISAlém de componentes para

o SGB, o Brasil tem interesse no intercâmbio de informações com os americanos para a pre-venção de desastres naturais.

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e De-senvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, disse que a “experiência americana é muito importan-te” na prevenção de desastres. Segundo ele, já há uma série de ações entre os EUA e o Brasil nessa área, que incluem pro-gramas referentes ao sistema de alerta de desastres naturais.

Um novo satélite brasileiroEquipamento, que terá uso de observação militar e comunicação, será produzido totalmente no país, com participação dos EUA

PROJETO. Raupp destacou importância da transferência de tecnologia

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13PublicidadeDOMINGO 18, MARÇO, 2012

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14 Geral DOMINGO 18, MARÇO, 2012

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Falta pouco para os músi-cos paraibanos se inscreverem no maior festival da música nordestina. A partir desta se-gunda-feira, compositores de toda a região poderão entrar na disputa do Forró Fest 2012 e buscar uma chance de ter seu talento reconhecido entre os fãs da música popular.

A 24ª edição do festival, que presta uma homenagem aos 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, inscreve os interessados até o dia 11 de abril. Para participar, basta imprimir a ficha de inscrição

encontrada no site do even-to (www.forrofestparaiba.com.br) e entregá-la na sede da TV Cabo Branco, em João Pessoa; na TV Paraíba, em Campina Grande ou em Pa-tos; na Secretaria de Cultura de Guarabira; na Secretaria de Turismo de Sousa; ou no Memorial Jackson do Pandei-ro, em Alagoa Grande.

Além da ficha, o candidato deve entregar a letra da música registrada em cartório e digi-tada em cinco folhas de papel ofício, acompanhada de um CD ou DVD contendo a linha

melódica. Também devem ser apresentados um comprovan-te de residência, CPF e RG. No caso de composição em par-ceria, a inscrição só é efetuada com a presença de todos os parceiros ou mediante procu-ração registrada em cartório.

Em cada uma das qua-tro eliminatórias que serão realizadas em maio - Conde (5/5), Guarabira (12/5), Ala-goa Grande (19/5) e Sousa (26/5) -, uma comissão julga-dora escolherá três obras que concorrerão na grande final, totalizando 12 canções.

Forró Fest inscreve nesta 2ªFestival de música regional, que chega a sua 24ª edição com homenagens a Luiz Gonzaga, aceita inscrições até o dia 11 de abril

REGIONAL. Júnior Vieira, melhor intérprete no Forró Fest 2011: vitrine para talentos da música nordestina

A final do Forró Fest 2012 está marcada para o dia 2 de junho, em Campina Grande, ocasião em que serão conhe-cidos os três vencedores da edição deste ano.

Os prêmios serão: uma Honda XRE 300 para o 1º colo-cado, uma Honda CB 300 para o 2º e uma Honda Bros 150 ESD para o 3º lugar, além de R$ 3 mil para o melhor intérprete.

Paralelamente à competi-ção, o público que for ao For-ró Fest também desfrutará do som de atrações especiais.

“Tivemos o cuidado de antecipar a contratação de nomes da música regional de grande apelo popular, como Dorgival Dantas, Forró da Xêta, Banda Encantu's e mui-

to mais. Temos certeza de que será uma festa bem anima-da”, comentou o gerente de Marketing da Rede Paraíba, Láuriston Pinheiro.

A grande novidade desta edição é a inclusão da cidade de Alagoa Grande no calendá-rio do festival.

A terra de Jackson do Pandeiro já está se preparan-do para receber o Forró Fest pela primeira vez na história do evento.

O prefeito do município, João Bosco, previu que a re-alização do Forró Fest trará bons resultados para o local e observou que o festival já faz parte do calendário cultural da Paraíba.

“O Forró Fest será um vetor

de desenvolvimento para Ala-goa Grande, dando, inclusive, maior visibilidade para os ar-tistas locais”, declarou.

Promovido pela Rede Para-íba de Comunicação, o Forró Fest teve sua primeira edição no ano de 1988. Desde então, o festival premia, anualmente, intérpretes e compositores da música nordestina, com o ob-jetivo de valorizar a cultura po-pular e dar espaço aos grandes talentos da região.

Todos os anos, o Forró Fest também concede o Troféu Asa Branca a músicos de grande relevância e representativida-de para a cultura nordestina. Segundo a organização, o ho-menageado desta edição será divulgado em maio.

Final marcada para 2 de junho

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Valéria Sinésio

O ingresso no curso supe-rior ainda é um sonho distante para muitos brasileiros. Apesar das dificuldades, conseguir uma vaga na universidade pú-blica ou em uma faculdade pri-vada tem se tornado mais fácil para os que pertencem a uma classe social menos favorecida e que vieram de escola públi-ca. Além da determinação dos candidatos, os incentivos ao financiamento e o sistema de cotas dão um 'empurrãozinho' para o ensino superior.

O vice-reitor do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), Paulo Padilha, con-

corda que o acesso à faculda-de está bem mais fácil. “Não tenho dúvidas quanto a isso. Mesmo quando o aluno não tem condições de pagar a mensalidade pode se candi-datar ao programa de bolsas ou então financiar o curso”, explicou. Padilha faz a afirma-ção amparado pela realidade do Unipê, que concede 3,2 mil bolsas de estudo por semestre.

A faculdade também ofe-rece o programa de incentivo estudantil, destinado aos alu-nos que se destacam em pro-jetos de monitoria, pesquisa e extensão. “São descontos con-cedidos com base no mérito acadêmico, não importando a condição financeira do alu-no”, declarou. “Felizmente, são muitas formas de entrar no ensino superior sem, necessa-riamente, ter que arcar com o valor inteiro da mensalidade. Temos muitos exemplos aqui no Unipê”, frisou.

Há dois anos, Ana Lívia Vasconcelos decidiu que era hora de realizar seu grande so-nho: cursar Direito. Depois de tentativas frustradas de entrar na Universidade Federal da Pa-

raíba (UFPB), Ana decidiu que faria de tudo para alcançar seu objetivo, inclusive pagar uma faculdade privada. “Fiz uma pesquisa e me assustei com os valores da mensalidade. Era algo totalmente fora da minha realidade”, comentou. Mas não desistiu.

Com muito esforço, Ana en-trou na faculdade e pagou duas parcelas, mas logo sentiu o peso da mensalidade no bolso. “A ajuda do meu pai não foi su-ficiente”, disse. Assim, recorreu ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Governo Federal que financia a graduação dos estudantes ma-

triculados em instituições de ensino superior não gratuitas. O aluno paga ao governo em parcelas suaves, depois que ter-mina o curso. O financiamento chega a até 100%.

Dentre os incentivos mais cobiçados está o Programa Universidade para Todos (Prouni), do Governo Federal. A seleção é feita a partir da nota obtida no Exame Nacio-nal do Ensino Médio (Enem). Com o Prouni, o estudante pode ganhar bolsas de estudo parcial ou integral. Entre as exigências para a concessão das bolsas está o limite de ren-da de até três salários mínimos.

DETERMINAÇÃO. Júlio complementou os estudos com cursinho da UFPB

SERVIÇO SOCIAL. Mesmo trabalhando, Elaine conseguiu chegar à UFPB

Incentivos estimulam

entrada na faculdadeProgramas e sistema de cotas dão 'empurrãozinho' a quem quer fazer curso superior

Pelo Fies, aluno paga ao governo

em parcelas suaves

depois que termina o curso

Para quem estudou em escola pública, entrar na fa-culdade tem um sentido a mais. Muitas vezes, só a de-terminação não é suficiente para vencer a concorrência, composta por candidatos que estudaram em escolas privadas, cursinhos e aulas de reforço. Com o intuito de diminuir essa desigualdade, há dois anos a UFPB criou o sistema de cotas para egres-sos de escola pública.

O professor João Lins, pre-sidente da Comissão Perma-nente do Vestibular (Coperve), disse que desde que a reserva de vagas foi implantada, as chances dos candidatos que cursaram o ensino médio em escola pública, aumen-taram. “Primeiro concorrem em igualdade com os demais candidatos. Caso não con-sigam obter nota suficiente para passar, a disputa fica pe-las cotas”, afirmou.

O estudante Júlio Dias sabe bem o que é driblar as deficiências de estudar em escola pública. Com 19 anos, ele cursa atualmente o 3º pe-ríodo do curso de Letras na UFPB e se diz realizado. “O curso superior é um sonho de todo jovem. Hoje tenho me-lhores perspectivas de vida por conta do curso, sei que a graduação só não basta, por isso quero fazer mestrado e doutorado”, comentou.

A trajetória de Júlio é uma exceção: muito jovem, recém--saído do ensino médio em escola pública e sem nunca ter feito vestibular. Para com-plementar o estudo na sala de aula, conseguiu vaga no cur-sinho preparatório da UFPB, o que foi de grande valia para seu desempenho na prova.

UFPB conta com sistema de cotas A dificuldade de ingressar

em um curso superior tam-bém faz parte da história da estudante de Serviço Social Elaine Farias, 30 anos. Ela foi a primeira da família a entrar na faculdade, mas nada foi fá-cil. Logo que terminou o En-sino Médio prestou vestibular para Jornalismo e Serviço So-cial, mas não foi aprovada por um erro no preenchimento do gabarito. Isso a desestimulou a tentar novamente no ano seguinte.

Além disso, precisou tra-balhar para ajudar a família. “Essa foi minha prioridade por três anos. Para falar a verdade, durante esse tempo, minha fa-mília dependia exclusivamen-te de mim”, revelou.

Indignada com a pobreza e violência que vivenciava ao seu redor, sabia que não pode-ria desistir jamais. “Com a aju-da de educadores de uma ONG que atuava no meu bairro, fui descobrindo que a educação era o caminho para alcançar meus objetivos”, frisou.

Elaine só conseguiu estu-dar para o PSS quando o pai voltou a trabalhar. “Mesmo assim, não pude deixar de trabalhar, afinal, tinha de pa-gar o cursinho. Estava condi-cionada ao emprego para es-tudar”, revelou. “O cansaço, muitas vezes, me fez assistir aulas com os olhos fechados, mas os ouvidos bem atentos”, destacou a universitária que pretende trabalhar na área de políticas públicas. A aprova-ção veio em 2008.

Dentre as dificuldades encontradas, Elaine destaca o ensino deficitário na esco-la pública. “As matérias de Português, Física, Química, Matemática e Biologia eram muito defasadas, tendo como consequência um grande nú-mero de alunos despreparados

no ensino médio”, opinou. Para Elaine, esse problema

refletia diretamente no de-sempenho na prova do PSS. Por fim, ela avalia que chegar à universidade foi a supera-ção dos próprios limites, “Isso

é apenas mais um passo na minha vida, e não um fim de linha”, declara. “Tenho muitos amigos que me disseram que eu servi de inspiração para eles. Meu caso foi uma exce-ção”, completa.

Estudante teve apoio de ONGR┷╈┳┻┰┳╀┵ F┳┺┷┾┳

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Valéria Sinésio

Para uns, a vocação sacer-dotal vem junto com o nasci-mento; para outros, surge no decorrer da vida. O desper-tar da vocação em homens e mulheres acontece de forma peculiar e exige renúncias e desapego a coisas materiais, o que nem sempre é fácil. Antes de decidir seguir o caminho re-ligioso, os jovens passam por momentos de reflexão e nem sempre escapam das críticas e das tentações. Ao final, o que prevalece para eles é a vontade de servir a Deus e ao próximo.

Para Augusto Manoel de Lira, 30 anos, a vontade de ser padre surgiu durante o sacra-mento da Crisma, quando ele tinha apenas 15 anos. “Minha

experiência com Jesus come-çou ainda adolescente e se evidenciou com a Crisma, foi quando decidi que queria ser padre para evangelizar meus irmãos”, revelou Augusto, du-rante entrevista no seminário de João Pessoa.

Sem conseguir esconder o entusiasmo de ser ordenado padre no próximo ano (entrou no seminário aos 23), Augusto diz que, se tivesse de voltar ao tempo, faria tudo exatamente igual. Ele contou que viver em um seminário não é nada fácil. Assim como os outros jovens da sua idade, Augusto pode jo-gar bola, ler, acessar internet, mas sente falta de ter uma ati-vidade profissional definida.

O seminarista começou a trabalhar cedo para ajudar a família. Terminou o ensino médio, mas não cursou uma faculdade. “Temos nossas ati-vidades pastorais, mas não ter uma vida profissional é bem difícil, acho que é o mais com-plicado aqui”, frisou. Apesar do desabafo, Augusto disse que nada ofusca a vontade de servir a Deus e ao próximo.

Aos 14 anos, Vamberg da Silva Soares, hoje com 23, também se sentiu tocado a ser sacerdote. “A vivência com a própria comunidade me fez despertar o desejo de ser pa-

dre, mas o ponto alto veio du-rante um retiro de Carnaval. “No ano de 2005, iniciei o pro-cesso para ver se além da mi-nha vontade, esse era também o desejo de Deus”, comentou.

Já Erionaldo Jerônimo Duarte, 24 anos, começou a descobrir a vocação de forma gradativa, pelos sinais que ini-ciaram ainda na adolescência. “Toda escolha implica em re-núncias", disse.

Vocação religiosa para a vidaPara seguir o caminho do sacerdócio, jovens têm que fazer renúncias, praticar o desapego ao materialismo e se capacitar

O padre Alberto Cruz, um dos formadores do seminário de João Pessoa, vê com alegria a chegada dos jovens. “Quan-do um rapaz decide ser padre, tem de primeiro refletir para ter a certeza de que realmen-te é isso que quer para sua vida”, afirmou. “Quando eles chegam no seminário, temos conversas sinceras, e alguns preferem voltar após chega-rem ao discernimento de que não era esse o caminho”, disse o padre, lembrando que já ce-lebrou casamento de amigos que desistiram do seminário.

De acordo com o padre, muitos jovens que hoje se pre-param para se tornar padres tiveram de enfrentar críticas por parte de amigos e familia-res. “Eu não tive esse proble-ma, mas nem toda história é igual”, frisou. Ele destacou que, “é preciso sentir os sinais”. Se-gundo Alberto Cruz, “não é porque uma pessoa recebe apoio de todos que está no

caminho certo, ou vice-versa”. Dentre as dificuldades da

caminhada de quem escolhe ser padre está a distância da família e a mudança de rotina. “Muitas pessoas pen-sam que o padre vive em um mundo fechado. Nós temos uma vida social, saímos para almoçar com os amigos, ouvi-mos músicas. Há limites que não podem ser ultrapassados, claro, mas temos vida social, sim”, declarou.

Conservar a imagem de sacerdote requer vigilância a todo o tempo. “A partir do mo-mento que você se torna uma pessoa pública, sobretudo um religioso, você tem uma ima-gem que as pessoas observam”, comentou. O padre explicou ainda que há uma diferença entre ser padre no interior e nas cidades maiores”, decla-rou. “Na capital, por exemplo, é comum a realização de festas nas paróquias, e a presença do padre é bem aceita, mas se a

festa acontece no interior, as pessoas não veem com bons olhos”, comentou.

Ao falar sobre celibato, o padre vai direto ao ponto. “Celibato e vocação são coi-sas diferentes. Somos pessoas normais, não é porque somos padres que seremos castrados. A escolha tem de ser livre. A partir do momento que o se-minarista percebe que não conseguirá manter o celibato, tem que tomar outro rumo”, afirmou. “O celibato é uma op-ção de vida”, acrescentou.

O padre também falou so-bre temas polêmicos da Igreja Católica, como condenação do aborto e camisinha. “Não é que a igreja seja contra essas coisas, a Igreja é a favor da vida, acima de qualquer hipótese”, frisou. “Se eu dou uma camisinha ao adolescente, ele entende que pode fazer sexo livremente. Prezamos pela dignidade hu-mana”, declarou o sacerdote, ordenado padre em 2006.

Trajetória marcada por críticas, preconceitos e perseverança

O despertar da vocação na igreja Evangélica acontece se-melhante ao modo do catolicis-mo. Os jovens são encaminha-dos pelo pastor para um centro de estudo. Em João Pessoa, um desses locais é o Instituto Betel Brasileiro, que recebe centenas de jovens, todos os anos, de vá-rias denominações religiosas evangélicas. Depois de forma-dos, os pastores atuam em vá-rias partes do mundo.

A professora Fátima Mon-

teiro dá aulas no Betel e conta que o objetivo do Instituto é formar obreiros para servir na Igreja Evangélica. “Recebemos alunos vindos da África, Ale-manha, Peru e vários outros lugares do mundo. Aqui não fazemos distinção de ninguém, nosso intuito é formar pessoas para levar a palavra de Deus à sociedade”, afirmou.

Para entrar no Instituto, é preciso ter 18 anos e ensino médio concluído e passar por

uma prova de seleção e uma avaliação diagnóstica, que testa o nível de conhecimento bíbli-co. O passo seguinte é escolher qual curso fazer: preparação ministerial (um ano); básico em teologia (dois anos); teologia ministerial (três anos); teolo-gia com concentração em mis-siologia (4 anos). Atualmente, o Betel tem 230 alunos, sendo homens a maioria. Os cursos têm mensalidades que variam de R$ 190 a R$ 300.

Igreja evangélica possui quatro tipos de curso de formação

Formado em farmácia, Eduardo Magrin, 24 anos, re-nunciou ao sonho de montar um laboratório no interior de São Paulo para se dedicar à vida religiosa. “A compreen-são vem antes da minha esco-lha, hoje percebo claramente tudo o que já vivi”, relatou Eduardo, durante entrevista no Instituto Betel Brasileiro. Foi durante um conflito exis-tencial que Magrin leu o livro de Eclesiastes e a partir de então, passou a ver a vida de uma forma diferente.

Há dois anos saiu de Pal-mas e veio estudar em João Pessoa. “Aqui eu posso me dedicar integralmente aos estudos, vivendo no interna-to. Para mim esse modelo é mais interessante”, destacou, contando que "quando perce-bi que tinha vocação, quis me capacitar, pois tinha convic-ção sobre qual caminho se-guir”. Ele revelou que esse não era o sonho de seu pai: "por ele eu montaria um laboratório e

ficaria rico, mas o chamado de Deus é mais forte que qualquer outro desejo. É algo subjetivo, mas suficiente para continuar nesse caminho”. Magrin ainda revelou que pretende conciliar a atividade de pastor com casa-mento e filhos.

Para Marlúcia de Carvalho, com 63 anos, o despertar da vo-cação surgiu há dez anos. “Par-ticipando de estudos bíblicos,

acabei me interessando pela palavra de Deus”, afirmou. A partir desse dia, sua crença na reencarnação deixou de existir. Desde então Marlúcia passou a integrar a Igreja Evangélica Transcultural. “Depois que vim para o internato conheci o verdadeiro Deus. É uma busca incessante pelo conhecimento, que nenhuma dificuldade é ca-paz de anular”, finaliza.

Dedicação aos estudos no regime de internato é integral

DEDICAÇÃO. Para o padre Alberto Cruz, que forma seminaristas, o jovem tem que refletir para saber se tem certeza que quer o caminho religioso

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"A vivência com a própria

comunidade me fez despertar

o desejo de ser padre", conta

Vamberg da Silva, de 23 anos

“Nosso comportamento deve partir dos valores que nos foram transmitidos pela Igreja Católica. O celibato é um dom que deve ser vivido integralmente. Faz parte da opção vocacional”. (Augusto Manoel de Lira)

“Não podemos ver o celibato como obrigatoriedade, como é passado. O celibato deve ser doação. Faz parte da escolha que fizemos na vida. Enxergo o celibato como um dom de Deus”. (Erionaldo Jerônimo Duarte)

“Muitas pessoas costumam pensar que ser padre é uma forma de castração, da não liberdade, mas na verdade ser padre é uma doação total. Encontramos o prazer não no sexo, mas em momentos de oração, esporte, lazer, etc”. (Vamberg da Silva Soares)

A polêmica do celibato

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Michelle Scarione

A partir do mês de abril a aplicação de medidas socioe-ducativas de prestação de ser-viços à comunidade e liberdade assistida para adolescentes que praticaram delitos, será de res-ponsabilidade dos municípios, já os estados serão responsá-veis por aplicar as medidas socioeducativas em regime fechado ou de semi-liberdade, conforme a Lei nº 12.59, pu-blicada em 18 de janeiro. A municipalização dos serviços tem por objetivo garantir a

ressocialização dos adolescen-tes, com acesso à qualificação profissional e educacional.

De acordo com o promotor da Infância e da Juventude, Ma-noel Cacimiro, a lei deixa claro quais as obrigações da União, Estado e Município na recupe-ração de menores infratores. Ele explicou que no ano de 2010 a Prefeitura de João Pes-soa começou a se preocupar com a situação e desde o ano passado assumiu o dever de ge-rir os programas de liberdade assistida e prestação de servi-ços à comunidade. Ainda con-

forme o promotor, a Secretaria de Desenvolvimento Social é a responsável pelos programas de ressocialização dos jovens.

“Em João Pessoa nós cria-mos uma comissão para aná-lise da lei, onde discutimos juntos, município e Ministério Público, qualquer adaptação que seja necessária na Lei para que ela seja aplicada o mais breve possível,” disse Manoel.

Conforme a Lei, os Planos de Atendimento Socioeduca-tivo deverão, obrigatoriamen-te, prever ações articuladas nas áreas de educação, saúde,

assistência social, cultura, capacitação para o trabalho e esporte, para os adolescentes atendidos.

Para garantir a oferta de programa de atendimen-to socioeducativo de meio aberto, os Municípios podem instituir os consórcios que dispõem sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providên-cias, ou qualquer outro ins-trumento jurídico adequado, como forma de compartilhar responsabilidades.

“A medida socioeducativa

em liberdade assistida tem o objetivo de instruir e preparar o adolescente para a vida. O município deverá designar um orientador para promover a in-clusão social deste adolescente que vai orientá-lo e também sua família sobre a importância da ressocialização”, explicou o promotor Manoel Cacimiro.

Ao ser autuado por um de-lito e apresentando ao juiz, é feito um Plano Individual de Atendimento, onde são anali-sados os antecedentes crimi-nais, estrutura familiar, nível de escolaridade e dependên-

cia química. “Com base nes-tes dados nós podemos saber qual medida socioeducativa melhor se encaixa para cada adolescente. Os que não fo-ram alfabetizados são matri-culados em escolas e os que são dependentes químicos passam por um processo de recuperação. Se todos esses direitos forem garantidos, nós teremos com certeza um índice de ressocialização sen-sacional,” completou o pro-motor.

Ressocialização por municípioNova legislação, em vigor a partir de abril, prevê que municípios sejam responsáveis por recuperar adolescentes infratores

Continua na Página 18

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Crimes graves

As medidas socioeducativas aplicadas aos adolescentes que cometeram atos infracionais referentes a latrocínio, homicídio, sequestro, tortura, entre outros crimes considerados graves, continuam sendo cumpridas em regime fechado no Centro Educacional do Adolescente (Cea) e Centro Educacional do Jovem (Cej).

Michelle Scarione

A presidente da Fundação de Desenvolvimento da Crian-ça e do Adolescente (Fundac), Cassandra Figueiredo, disse que os municípios ainda es-tão passando por uma fase de adaptação, obtendo mais informações sobre a lei. Este ano ela já esteve em Brasília recebendo instruções sobre a legislação e explicou que a União repassa instruções para o Estado, que, por sua vez, re-

passa aos municípios.“A mudança é bem melhor

porque o alcance é mais am-plo e a ressocialização pode ser maior já que o adolescente vai cumprir a medida socioe-ducativa na própria comuni-dade onde reside. No meio aberto, as medidas protetivas cabem ao município e em meio fechado continua sendo uma obrigação do Estado. O importante é que o trabalho vai ser mais articulado,” disse Cassandra Figueiredo.

Poderes públicos ainda vão se adequarInformações e diretrizes de atuação com nova lei serão repassadas aos municípios pela União e Estados

MANUTENÇÃO. Mesmo com nova lei, adolescentes que cometeram atos infracionais graves irão continuar em abrigos como o CEJ e o Lar do Garoto

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Nos Programas de Meio AbertoCompete à direção do programa de prestação de serviços à comunidade ou de liberdade assistida:- Selecionar e credenciar orientadores, designan-do-os, caso a caso, para acompanhar e avaliar o cumprimento da medida;- Receber o adolescente e seus pais ou responsá-veis e orientá-los sobre a finalidade da medida e a organização e funcionamento do programa;- Encaminhar o adolescente para o orientador cre-denciado;- Supervisionar o desenvolvimento da medida: avaliar, com o orientador, a evolução do cumpri-mento da medida e, se necessário, propor à auto-ridade judiciária sua substituição, suspensão ou extinção.

Competência dos Municípios:Formular, instituir, coordenar e manter o Sistema Mu-nicipal de Atendimento Socioeducativo; Elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socio-educativo;Criar e manter programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas em meio aberto;Editar normas complementares para a organização e funcionamento dos programas do seu Sistema de Atendimento Socioeducativo;Cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações.

Responsa

bilidades

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Jeans não sai de moda e é peça versátil

Estilo 1

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Katiana Ramos

Pelo menos 4,5 milhões de brasileiros sofrem de zumbido e uma das causas desse sin-toma, que provoca uma per-da degenerativa da audição, está relacionada à exposição a volumes intensos de som e também ao uso dos fones de ouvido. Os dados são da As-sociação Brasileira de Otor-rinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABROL-CCF) e demonstram que cerca de 30 a 35% das perdas de audição são ocasionadas por esses hábitos nada saudáveis.

Embora o uso dos fones te-nha se popularizado há muito tempo independente da faixa etária, a situação é mais co-mum entre os jovens, que usam e abusam dos aparelhos de mp3 e dos celulares para ouvir músicas, em ‘alto e bom som’. Muitos nem imaginam, mas os pequenos objetos, aparen-temente inofensivos, podem emitir uma intensidade sonora de 100 até 110 decibéis, quando o limite máximo permitido por lei são 85.

Os problemas na audição associados aos fones de ouvido estão diretamente ligados à fre-quência e intensidade com que se usa o objeto. O otorrinolarin-gologista Marcus Sodré explica que a audição é prejudicada quando o ouvido fica exposto por muito tempo a volumes de som exagerados. “Isso cau-sa um prejuízo para o ouvido, tanto na qualidade auditiva, quanto na quantidade que a pessoa pode escutar”, alerta. Os sintomas mais comuns que podem estar associados ao uso desordenado do objeto são o

zumbido, ‘apito’, chiado, mau entendimento das palavras.

Para os médicos, o perigo dos fones está principalmen-te naqueles que são introduzi-dos no ouvido externo, como os de celular. Os objetos desse tipo lançam o som diretamen-te nas estruturas do ouvido in-terno sem nenhuma proteção e a situação piora quando o uso destes aparelhos se dá por horas a fio. Para piorar as coi-sas, a sensação de fadiga audi-tiva quando se usa o aparelho continuadamente por longo tempo faz com que a pessoa acabe por ir aumentando o volume para compensar esta sensação”, explica.

O estudante de comuni-cação André Luiz Maia, de 21 anos, usa os fones de ouvido desde os 13 anos, seja no celu-lar ou no aparelho de mp3. Em meio aos ruídos do trânsito e do ambiente urbano, André garante que mantém o hábi-to somente no percurso para as atividades, mas já sente os efeitos negativos que podem ser consequência do uso do

objeto. “Às vezes, quando es-tou no trânsito, coloco o som no volume máximo. Notei que estou ouvindo um pouco menos, principalmente com o ouvido direito”, revela.

Os médicos dizem ainda que, além de contribuir para a perda da audição, outro proble-

ma é a interferência nos senti-dos da atenção do paciente. Nos EUA uma pesquisa demonstrou que os acidentes graves com pe-destres, que andam com fones

de ouvido, triplicou nos últimos seis anos. Ou seja, um dos nos-sos principais sentidos de alerta acaba ficando ‘inebriado’. (Espe-

cial para o Jornal da Paraíba)

Fone de ouvido podegerar perda de audição Efeitos do uso exagerado dos aparelhos são muitos, desde zumbido até a surdez

PROBLEMA. Modelos introduzidos no ouvido são os que mais prejudicam

Na opinião dos especia-listas, dependo da frequência com que se usa os fones, e quanto mais cedo for a pro-cura por orientação médica, mais chances a pessoa tem de reverter o quadro e minimizar ou até mesmo evitar a surdez.

Segundo os médicos, os problemas causados na au-dição pela exposição do som são ‘cumulativos’. Quando o paciente cessa o hábito pre-judicial, não há como ‘recu-perar’ a qualidade da audição perdida, ou seja, o problema não regride e a audição fica estacionada.

A sujeira acumulada nos fones de ouvido pela falta da higienização podem propor-cionar o surgimento de fungos e bactérias. Nessa situação, quando inseridos no canal

auditivo, os fones podem in-troduzir esses microorganis-mos no ouvido e provocar in-fecções, causadas por fungos e infecção da pele do canal audi-tivo, a chamada Otite Externa.

Problemas são 'cumulativos'

Usar fones sem prejudicar a audição.Os problemas causados na audição relacionados ao uso dos fones de ouvido só surgem quando há exagero no hábito. Dessa forma, é possível usar os fones sem que agrida a audição, até porque o objeto também serve como instrumento de trabalho para muitos profissionais. Confira as dicas:O volume deve ser deixado em, no máximo, 50% da capacidade do apa-relho;Os fones de ouvido do tipo concha agridem menos a audição;Use os fones alternadamente, ou seja, descanse um ouvido a cada 20 minutos;Evite o uso dos fones por muitas horas durante o dia, ainda que inter-cale os intervalos.

Fones de ouvido

podem emitir

uma intensidade

sonora de 100

até 110 decibéis.

O normal é 85

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Nathielle Ferreira

Foi no posto de saúde perto de casa que a agente adminis-trativa Wanessa Ferreira soube que sua filha, de apenas 5 anos, estava com catapora. Com fe-bre e dor de cabeça, a menina também sofria com pequenas manchas vermelhas pelo cor-po, que não paravam de coçar. Apesar de preocupada, a mãe sabia que a doença só apa-rece uma vez na vida e que a garota, após ser curada, nun-ca mais sofreria daquele jeito novamente. No entanto, o que a moça desconhecia é que o vírus incubado no corpo pode dar origem a uma doença de consequências ainda maiores: a herpes-zoster.

Conhecida popularmente como “Cobrão” ou “Cobreiro”, a herpes-zoster é uma doença que causa sintomas muitos parecidos com os da catapora. Os pacientes sentem dor de ca-beça, febre e enfraquecimento pelo corpo. Surgem também as temidas manchas vermelhas na pele, mas elas são ainda piores. Elas se espalham pelo corpo, através de bolhas de água, que coçam, incomodam e doem. O tratamento é longo e exige o uso de analgésicos, de-vido à intensidade da dor.

“Os pacientes não podem

sequer tocar na pele, porque a dor é enorme. O tratamen-to envolve até a realização de cirurgia”, detalhou. As dores afetam até os nervos. “A dor chega a ser insuportável”, conta a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Der-matologia, Francisca Estrela Dantas Maroja.

Por ser causada pela va-riante do mesmo vírus, só é acometido pela herpes-zoster o paciente que já teve a cata-pora. Francisca Estrela expli-ca que isso acontece porque o vírus ficou incubado no or-ganismo. Geralmente, o mi-croorganismo se esconde nos gânglios do sistema nervoso, principalmente perto da ca-beça e medula espinhal.

O próprio sistema imunoló-gico se encarrega de manter o vírus sob controle, mas quando ocorrem fatores externos que derrubam as defesas naturais do organismo, a doença vem à tona. As principais vítimas da herpes-zoster são idosos, por-tadores de câncer e de HIV.

A médica explica que a herpes-zoster surge a partir do reativamento do vírus da catapora e pode acometer até pacientes imunizados. “As herpes-zoster aparecem quando as pessoas ficam mais vulneráveis ao vírus. Em al-

guns casos, as pessoas desen-volvem herpes após terem contato com pacientes que estão com catapora”, detalha.

As manchas levam em mé-dia quatro dias para se instalar em volta dos nervos. Na maioria dos casos, as áreas mais atingi-das são o tórax, mas as feridas podem surgir no pescoço, rosto

e até nos olhos. Enquanto as bolhas da catapora se espa-lham por todas as partes do corpo, a herpes-zoster age de forma diferente e atinge apenas a pele próxima ao ramo nervo-so acometido pelo vírus. Ela se concentra em apenas um lado do corpo, dando origem a uma espécie de “ziguezague”.

CONTROLE. Estrela Maroja diz que é preciso controlar a imunidade

Catapora abre portas para a herpes-zosterCausada pela variante do mesmo vírus, só é acometido pela herpes quem já teve catapora

A partir de 1981, o proble-ma passou a ser reconhecido também como uma infecção frequente em pacientes soro-positivos. Segundo o Minis-

tério da Saúde, a doença é 15 vezes mais comum em porta-dores do HIV do que no resto da população. Em 30% dos ca-sos, o zoster aparece 12 anos após a infecção pelo HIV. Por isso, o Ministério da Saúde re-comenda que pacientes com herpes-zoster também sejam submetidos aos exames para detectar a presença do HIV.

Em João Pessoa, os testes podem ser feitos na Central de Testagem e Aconselha-mento de Aids e outras Doen-ças Sexualmente Transmis-síveis (DSTs) da Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo a diretora de Atenção à Saúde da Secreta-ria de Saúde de João Pessoa, Tâmara Guedes, a população ainda pode realizar o diagnós-tico e o tratamento da herpes--zoster nas 185 equipes das Unidades de Saúde da Família, instaladas na cidade.

Soropositivos estão suscetíveis à doença

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João Modesto Filho

Saúde

A relação entre estresse e trabalho cerebral tem sido objeto de estudos há várias décadas, mas os resultados apresentados nem sempre representam pensamentos consensuais. Por exemplo, neurocientistas americanos da Universidade de Buボ alo tinham observado previamen-te que o estresse agudo ajuda a melhorar a memória, no entanto,estudos recentes desse mesmo grupo descobri-ram que o estresse crônico tem um efeito contrario, ou seja, afeta a memória. Por outro lado, foi demonstrado que o estresse crônico tem um efeito mais potente no cérebro durante a adolescência do que na idade adulta, daí os jo-vens terem um efeito negativo mais intenso.

Observaram que a perda de receptores de uma subs-tancia chamada glutamato se relaciona causalmente com

os efeitos negativos do estresse crônico. Esse sistema do glutamato exerce um papel impor-tante na doença mental e, por conseguinte, é fundamental para tratar melhor certos transtor-nos como depressão, an-siedade e esquizofrenia.

A parte do cérebro conhecida como córtex pré-frontal, que controla a memória, a tomada de decisões e a atenção, não amadurece totalmente até os 25 anos de idade e sofre mu-danças intensas durante a adolescência.

O estudo demonstrou que o bloqueio das enzimas que ativam a perda de expressão do receptor do glutamato é capaz de prevenir a deterioração cognitiva induzida pela exposição ao estresse repetido. Muitos medicamentos antipsicóticos existentes no mercado afetam de alguma maneira o sistema do glutamato. Conclui-se, à partir do exposto, que poderemos chegar a uma forma de evitar os efeitos prejudiciais do estresse crônico evitando assim a deterioração da memória.

ESTRESSE CRÔNICO NA ADOLESCÊNCIA AFETA MEMÓRIA

Muitos medicamentos antipsicóticos existentes no mercado afetam o sistema do glutamato

As mortes de pessoas acima de 65 anos de idade repre-sentam mais de um terço de todas as mortes nos países em desenvolvimento. Existe uma tendência observada já há alguns anos de que as doenças crônicas estão substituindo rapidamente as doenças transmissíveis como a principal causa de mortalidade e incapacidade nesses países. Como o acidente vascular cerebral é a causa principal de morte em idosos e a educação é um forte fator de proteção, a prevenção pode ser possível.

AVC É A PRINCIPAL CAUSA DE MORTE ACIMA DE 65 ANOS (1)

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AVC É A PRINCIPAL CAUSA DE MORTE ACIMA DE 65 ANOS (2)

Em 2005 as mortes de pessoas acima de 65 anos repre-sentaram 61% de todas as mortes em países em desenvol-vimento e 33% em países de baixo nível sócio-econômico, isso em comparação com 84% dos países ricos. Essa é a conclusão de um estudo que envolveu 12.373 pessoas aci-ma de 65 anos entre 2003 e 2005 em centros urbanos de países em desenvolvimento.

AVC É A PRINCIPAL CAUSA DE MORTE ACIMA DE 65 ANOS (3)

As doenças crônicas, sobretudo os acidentes vasculares cerebrais, as doenças cardíacas e a diabetes foram as prin-cipais causas de morte. A maioria das mortes ocorreu na própria residência. Os autores observaram que a educação, mais do que a situação laboral ou a riqueza, teve um forte efeito na redução do risco de mortalidade na idade adulta. É evidente que o controle da hipertensão arterial, do dia-betes, evitar a obesidade e praticar exercícios físicos são fundamentais para aprevenção do AVC.

INSUFICIÊNCIA DE ÔMEGA 3 É PREJUDICIAL

Uma dieta carente de ácidos graxos Omega3, aci-do docosahexaenoico (DHA) e ácido eicosapentaenoico (EPA), os quais se encontram comumente no pescado, pode fazer com que o cérebro envelheça mais rápido e ocorra perda da capacidade de memória e habilidades de pensamento. Pessoas com níveis baixos de DHA têm me-nos volume cerebral quando comparadas a pessoas com níveis normais desse nutriente. Do mesmo modo, baixos níveis de todos os tipos de ácidos graxos Omega 3 obtêm qualifi cações menores nas provas de memória visual e função executiva, tais como a resolução de problemas e pensamentos abstratos.

Saiba mais

O contaminado não deve manter contato com crianças e adultos que ainda não tiveram catapora, pois o risco de contaminação aumenta.

Os pacientes com mais de 50 anos e debilitados por algum motivo não devem se automedicarem mesmo se reconhecidos os sintomas da herpes-zoster.

A doença é altamente contagiosa e transmissível através dos contatos com a pele e secreções da pessoa doente. Para agravar ainda mais a situação, a vacina ainda não é oferecida pela rede pública de saúde. A imunização só está disponível em clínicas particulares e custa R$ 130. Para ficar protegido, o paciente precisa tomar duas doses, o que gera uma despesa de R$ 260.

O Ministério da Saúde recomenda cuidados para evitar a proliferação dos casos, já que a doença é transmitida principalmente em ambientes fechados.

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Estudo desenvolve inseticida natural

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Rafaela Porto

Indispensável coringa do vestuário para todos os gêne-ros, o jeans foi criado em 1853 e faz a cabeça de todas as tri-bos. Mas será que você sabe quais modelos se encaixam em seu estilo? Ou que peças seriam mais interessantes para acompanhá-lo? O JORNAL DA PARAÍBA entrou nesta discus-são e convidou especialistas no assunto para comprovar que o tecido é o mais democrático de todos os tempos.

Em diversos tipos de lava-gens, modelos e texturas, ele cai bem em todos os estilos. Do quase branco ao super escuro, do corte reto ao skinny, para o homem e para a mulher, o jeans é o tecido que mais se adapta à temperatura ambiente.

De acordo com a consulto-ra de moda Agda Aquino, o seu estilo fará toda a diferença na busca do jeans perfeito. Para a especialista, “no homem, um jeans bem cortado e de cor escura, acompanha bem num

traje esporte fino e usado com blazer e sapatênis nas horas de lazer. O que vale ainda, nas ber-mudas para os rapazes e ves-tidos ou shorts para as moças. Tem opção pra todo mundo, das baixinhas às mais altas, das cheinhas às magrinhas. É só saber escolher o modelo certo”, orientou Agda, pesqui-sadora e especialista em moda.

Com relação às cores, cada vez mais a cartela de opções do jeans se diversifica. Do clássi-co indigo, elas caminham pelo preto, passando pelos desbota-dos e pelo claríssimo, chegando ao praticamente branco. Sendo o mais clássico o escuro, tam-bém chamado de denin, que nunca sai de moda. “O denin é a cor ideal para aquela peça preferida, que demora anos no guarda-roupa”, disse Agda que acredita que vale a pena in-vestir em peças clássicas e em opções de camisas, macacões e blazers mais formais. (Especial

para o JP)

Democrático, o jeans está sempre na modaCom diversas lavagens, modelos e texturas, o tecido é dica para acertar na produção

Quanto às lavagens diversas, os desbotamentos inten-cionais ficaram muito tempo em alta e ainda são preferidos de alguns, mas a novidade mesmo é o jeans totalmente cla-ro, bem branquinho. Por ser neutro, possibilita várias outras combinações. Segundo Agda Aquino, para ficar com um look contemporâneo você pode apostar no branco total ou total white, investido em camisas e calçados brancos, e se quiser animar a produção, aposte nas cores: laranja, azul, roxo, amarelo, funciona tanto com collor blocking, os blocos de cores intensas ou com estampas diversas.

Totalmente claro

CORINGA. Com uma cartela variada, o jeans apresenta cores diversas

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PARA OS HOMENS. Bermudas e uma peça bem cortada, de cor escura, sempre cai bem

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MODELOS DE JEANS

Cargo é aquele modelo com bolsos laterais, lapelas e bastante volume. É indicado para magrinhas e com pouco bumbum.

Oversized são aqueles jeans com o cavalo baixo e pernas largas. Muito confortáveis e amplos, eles são ideais para disfarçar culotes e gordurinhas localizadas, porém não muito grandes, pois podem deixar com aparêcia mais gorda.

Gang é o de cintura muito baixa com elastano, que evidencia todas as curvas. Indicado para quem está com o corpinho em forma (o preferido da mulher brasileira).

Tight Fit ou Slim Fit é o justo dos quadris até os tornozelos. Ele é ideal para magras e altas e uma opção perigosa para mulheres com quadris largos. Uma dica para as mais cheinhas é usar com blusas longas.

Capri é aquele em que a barra termina no ossinho do tornozelo. Diferente do anterior, ele é mais confortável porque não gruda no corpo, mas também deve ser evitado pelas mulheres com quadris mais largos. As baixinhas também devem tomar cuidado.

Skinny é aquele modelo super justo, mas que pode ser uma cilada para algumas mulheres. Por ser uma peça muito justa agrega volume às coxas e quadris, um probleminha para a maior parte das brasileiras.

Boot-Cut ou Boca-de-sino é um modelo que funciona bem para quase todos os tipos de corpo. Além de alongar a silhueta, esse jeans deixa as pernas proporcionais por se ajustar dos quadris até os joelhos, e, a partir dele, se alongar até a barra.

Rafaela Porto

O jeans deixou de ser sím-bolo de rebeldia e entrou de vez para o look de pessoas de todas as idades e também as-sumiu espaço no mercado de trabalho. A calça jeans acom-panha homens e mulheres ao trabalho no mundo inteiro em diferentes funções. Mas para tirar o melhor proveito da peça em looks mais profis-sionais e menos desleixados vale a pena ficar de olho em algumas dicas. Deixe as cal-ças mais desgastadas e velhas para o fim de semana e even-tos informais.

O tamanho da peça e o ajuste dela ao corpo também são muito importantes. Nada de peças muito coladas e de cinturas muito baixas, a exce-ção vai para as leggings quan-do usadas com blusa compri-da ou mini-vestidos. As calças com o jeans em tons mais es-curos parecem sempre mais arrumadas do que as clarinhas e desbotadas. Prefira também as modelagens retas ou mais folgadas como a pantalona. Cada vez mais outras peças em jeans também aparecem, como blazers, casacos, cami-sas, bolsas, sapatos e afins. Elas podem entrar no look do trabalho, mas tudo combinado com a função que você exerce no seu ambiente de trabalho, para não ficar destoantes de-mais. (Especial para o JP)

CALÇAS. Retas ou folgadas, as modelagens de jeans existentes se adequam a todos os biotipos e ambientes

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Pensando neste nincho de mercado, empresas que têm como produto principal o je-ans, investem em novas ins-pirações. A exemplo da marca Damyller, que embarcou os profissionais para o Peru para inspirar a coleção de Outono/Inverno 2012.

Em clima de expedição cul-tural, a empresa que está há 33 anos no mercado, apostou na cultura peruana através da ten-dência dos ponchos desestru-turados, das estampas étinicas e da pele fake. Segundo o gestor das lojas na Paraíba, Irio Am-boni Neto, as peças ganharam cores fortes e detalhes pró-prios da mulher tipicamente peruana. “A nossa proposta foi misturar toda influência étnica às nossas peças, peles fakes e tons terrosos, tudo exposto de

forma simples e rudimentar desvendando as belezas e par-ticularidades nas formas, cores e texturas do povo peruano”, explicou Irio.

Além disso, a marca apos-tou ainda, nas tendências “old denim”, aquela do jeans mais surradinho e o “old leather” do jeans com aparência de couro.

Ainda de acordo com o Amboni, para os modelos das peças para a próxima estação, a marca acredita que, os bla-zers e coletes vão continuar. Já a estrutura skinny continua e o short boyfriend ganha status de imortal nesta estação. Con-tudo, a presença mais forte continua sendo a camisa jeans.

Coleção inspirada no Peru

Jeans vai ao trabalhoPara os ambientes profissionais a dica é optar por peças com tons mais escuros

O jeans pode estar em qualquer lugar e, no quesito aces-sórios, qualquer peça confere um ar de jovialidade e pode fa-zer a diferença na montagem do look. São calçados, bolsas, cintos, chapéus e uma imensidão de outras possibilidades que agradam a todos os perfis.

Para os homens, o jeans está nos bonés e nos cintos. Para as mulheres o leque de possibilidades aumenta, se lem-brarmos dos acessórios como pulseiras e colares, bolsas, chapéus e dos calçados com a composição de anabelas, com salto de corda por exemplo. Tudo isso além da mais forte tendência, que são os cases para tablet.

Acessórios

Linha direta com a coluna: [email protected]

ExageradaEliz Monteiro

‘Monte’ sua joiaMais uma lojinha de joias, bijus e acessórios chega ao

mundo virtual com peças lindas e, o mais legal, personaliza-das. Além do conforto das compras online, a Singolo (www.singolo.com.br) tem um diferencial bem atraente: a sessão ‘Monte sua Jóia’, onde o cliente pode montar a sua própria peça pela internet! A marca ainda tem produtos exclusivos como sândalo (madeira aromática oriunda do sudeste asiá-tico), madeira de rosas (madeira extraída do caule da rosa), peças folheadas a ouro, joias em ouro 18k e prata.

Ainda sobre a Páscoa...Quem deseja usar a criatividade para presentear os me-

ninos nesta Páscoa, a dica é a underwear masculina aromati-zada da Upman. Nas versões Chocolate e Brigadeiro, os mo-delos possuem micropartículas de aroma que são liberadas pelo atrito com a pele. Melhor que cacau!

Não adianta discutir, e, se não concorda, as pesquisas comprovam, no mundo do make a Avon é e sempre será a marca mais lembrada, pelo menos no Brasil. Quem aí já não ouviu: “Minha avó já usava Avon quando eu nasci” ou “Mi-nha mãe sempre comprou maquiagens da Avon, aprendeu com a mãe dela”.

Na semana passada, a Avon saiu na frente mais uma vez entre as marcas campeãs do top of mind ao lado da Adidas, Nike, DeMillus, Lojas Marisa e Levi’s em pesquisa promovi-da pelo Instituto QualiBest sobre o mercado de moda com usuários da internet de todo o país.

O estudo, que foi realizado em janeiro deste ano, segun-do a diretora-executiva do instituto Daniela Daud Malouf, aponta as marcas mais lembradas em seis segmentos dis-tintos: Maquiagem, Artigos Esportivos, Moda Íntima, Moda Feminina e Jeans. “Nossos dados apoiam a tomada de de-cisões no setor da moda, especialmente por orientar o de-senvolvimento de ações sob o ponto de vista do próprio consumidor”, explica.

Na pesquisa do Instituto, foram ouvidas as opiniões de 2.163 consumidores cadastrados no Painel QualiBest, incluindo homens e mulheres das cinco regiões do Brasil, com idade de 18 anos ou mais, das classes A, B e C.

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Floratta de new look Quem disse que presente de páscoa é apenas ovo de

chocolate estava enganado. O Boticário, pensando em for-mas divertidas de animar a data, lança 2 opções de estojos da Coleção Fun Surpresas: o Supresas Delícia de Frutas e o Sabonetes Delícia de Frutas.

“Para comemorar de forma especial, criamos estojos divertidos e alegres”, explica a gerente de marca de O Bo-ticário, Patricia Checco. As embalagens são lindas de viver, com elementos gráfi cos que recriam ovos de chocolate e, ao mesmo tempo, formam pétalas de rosas. Agora muita atenção gente, a edição é limitada. Então corre!

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Six One SevenA Six One Seven, gri-

fe feminina das estilistas Camila Takenaka e Jessi-ca Yung, apresenta sua Coleção Inverno 2012 recheada de peças char-mosas.

Tudo, claro, dentro das principais tendên-cias da moda para a es-tação, como estampas animal print, peças em plush e brilhos. A cartela de cores traz vermelho--morango, verde-espina-fre, areia, oボ -white, azul--carbono, azul-marinho, cinza, chumbo, marrom, laranja e black&white.