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11/05/22 Marcus Vinicius Reis 1 USO DA FORÇA POLICIAL

Uso Da Forca

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Uso Da Forca

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  • *Marcus Vinicius Reis*

    USO DA FORA POLICIAL

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  • A Funo da Polciarev. industrialmodernidaderev. francesaSec. XVIII Sec. XIXSec. XXNovo Estado, direitos de igualdadeConflitos Estado/empresa vs. Trabalhador surgem direitos sociaisNovos direitos, consolidao dos direitos fundamentaisUSO DA FORA POLICIALGarantia da ordem Garantia de direitos

    A partir da Revoluo Francesa e da Independncia dos Estados Unidos da Amrica, o desenvolvimento histrico dos direitos humanos passa por sua primeira fase, que da positivao. Com a materializao de certos direitos naturais, inerentes ao ser humano, em textos legais situados no pice do ordenamento jurdico dos Estados citados, outras naes passam a trazer esses direitos (E AGORA SO DIREITOS FUNDAMENTAIS[1], POIS FORAM POSITIVADOS NESSES ORDENAMENTOS JURDICOS) em suas constituies, como Cdiz (1812), Blgica (1831), Espanha (1837), Alemanha (1919) etc.LER TEXTOS DO LIVRO DERECHOS HUMANOS COM POSITIVAO EM CDIZ, BLGICA, ESPANHA ETC.A segunda fase histrica por que passam os direitos humanos a da generalizao, no incio do sculo XIX. Os direitos humanos so inerentes pessoa, independentemente de sua posio social, raa, credo, origem etc. A positivao dos direitos veio a beneficiar uma classe especfica, a burguesia, garantindo a esta a possibilidade de ascenso social pela no interferncia do Estado em seus assuntos (primeira gerao de direitos humanos direitos negativos). Entretanto, massas de trabalhadores e pessoas sem recursos ficaram excludas, pressionando a burguesia para a ampliao desses direitos, proporcionando a igualdade entre todos por intermdio dos direitos de segunda gerao (visam igualdade e liberdade, e so os direitos econmicos, sociais e culturais).

    Ressalto a importncia dos direitos de segunda gerao, que so os direitos econmicos, sociais e culturais. So direitos mal vistos pela globalizao (e seu brao poltico-econmico, que o neoliberalismo), pois deturpam o mercado, afetando a livre concorrncia entre pessoas. O liberalismo mantm posio de defesa da chamada igualdade desde um ponto de partida, ou seja, todos so iguais e ao final os melhores se sobressaem. No Estado social, promotor de direitos de segunda gerao, o que se busca a igualdade desde um ponto de chegada, isto , com o Estado no papel de equilibrar a competio com polticas de discriminao inversa e outras para que todos tenham as mesmas oportunidades.

    Concomitantemente ao processo de generalizao, surge o fenmeno da internacionalizao dos direitos humanos. Esses direitos saem da agenda domstica e passam a dominar a agenda internacional. Ocorre a partir do sculo XIX, com o estabelecimento dos primeiros tratados de direitos humanos (especialmente tratados para a abolio da escravatura), impondo limites soberania dos Estados no trato com seres humanos[2]. A internacionalizao conseqncia da generalizao, e apresenta a vocao universal desses direitos.

    Por fim, a quarta e atual fase histrica do desenvolvimento dos direitos humanos a especificao. Surge a partir da Segunda Guerra Mundial, no sculo XX, e o primeiro passo na determinao seletiva de alguns direitos. Nessa fase, objetivam-se grupos especficos de pessoas, como deficientes fsicos, mulheres, imigrantes, refugiados, crianas, idosos etc[3].

    Portanto, o trato com esses direitos recente, com no mais de quatrocentos anos. Na histria da humanidade esse lapso temporal insignificativo, e demonstra a novidade do assunto. O mais interessante, que essas fases coincidem com a histria das sociedades ocidentais, de origem europia, sem qualquer meno s experincias asiticas, africanas, indgenas, indianas etc. Isso nos introduze segunda afirmao sobre os direitos humanos, de que so uma formulao da cultura ocidental, eurocntrica.

    [1] Direitos fundamentais so pretenses morais que se positivam em determinado ordenamento jurdico estatal (definio de Gregrio Peces-Barba, reitor da Universidade Carlos III de Madri e professor do doutorado e do mestrado em direitos fundamentais do Instituto Bartolom de las Casas dessa universidade).

    [2] a superao do Tratado de Paz de Westflia de 1648.

    [3] So as aes de descriminao positiva, que se dividem em:- discriminao igualitria positiva visa a um indivduo, sem prejudicar outros, como a concesso de benefcios da seguridade social por velhice;- ao positiva (ao afirmativa) visa a um coletivo e se subdividem em:o ao positiva moderada visa a um grupo sem prejudicar os demais, como a disponibilidade de elevadores nas estaes de metro para pessoas com deficincia fsica;o discriminao inversa beneficia um grupo, mas prejudica outros, como o caso das quotas.

  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIAL

    Funo tradicional das foras pblicas:Garantir a ordem pblicaGarantir a paz social

    Funo moderna das foras pblicasGarantir os direitos e liberdades constitucionais

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALABORDAGEM TRADICIONALPARA GARANTIR A ORDEM PBLICA AS FORAS POLICIAIS UTILIZAM TODOS OS MEIOS AO SEU ALCANCE COM O INTUITO DE CUMPRIR SUA MISSO PROTEGER O ESTADO

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALABORDAGEM MODERNAPARA GARANTIR OS DIREITOS E GARANTIAS DAS PESSOAS AS FORAS PBLICAS UTILIZAM TODOS OS MEIOS AO SEU ALCANCE PROTEGER A PESSOA

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIAL

    Antes

    Hoje

    Marcus Vinicius Reis*

  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIAL

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIAL

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  • *Marcus Vinicius Reis*

    USO DA FORA POLICIAL

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIAL

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALSegundo as Naes Unidas (Police Trainers Guide, 2002), o uso da fora deve ser pautado pelos seguintes princpios:ProporcionalidadeLegalidadePrestao de contas (accountability)necessidade

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALSegundo a Conveno de Haia, de 1907, a utilizao de armas deve respeitar dois princpios:Sofrimento desnecessrioEfeitos indiscriminados causa danos colaterais, fere civis

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALRegras do Manual das Naes Unidas (Police Trainers Guide, 2002) para o uso da fora:Uso primeiro de meios no violentosUsar a fora somente quando estritamente necessriaUso da fora deve ser proporcionalSe houver possibilidade de recuar no uso da fora, recueMinimizar danos e feridosUtilizar todos os meios disponveis para o uso da fora

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALRegras do Manual das Naes Unidas (Police Trainers Guide, 2002) para o uso de armas de fogo circunstncias permitidas:Somente usar em circunstncias extremasUsar somente em legtima defesa prpria e de terceirosUso permitido tambm para prevenir crime que envolva grave risco vidaUso permitido tambm para prender ou prevenir o escape de algum que oferea resistncia em parar sua ao perigosaEm todos os casos, se h a possibilidade de se usar meio menos letal, use

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALRegras do Manual das Naes Unidas (Police Trainers Guide, 2002) para o uso de armas de fogo procedimentos:O policial deve se identificar como policialO policial deve dar uma ordem claraO oficial deve dar um tempo adequado para a ordem ser obedecida

    Mas...Isso tudo no ser requerido se o atraso no cumprimento da ordem resultar em ferimentos ou morte do policial ou de outrosIsso tambm no ser requerido quando as circunstncias mostrarem que tal procedimento ser inapropriado

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALRegras do Manual das Naes Unidas (Police Trainers Guide, 2002) para o uso de armas de fogo procedimentos:O policial deve se identificar como policialO policial deve dar uma ordem claraO oficial deve dar um tempo adequado para a ordem ser obedecida

    Mas...Isso tudo no ser requerido se o atraso no cumprimento da ordem resultar em ferimentos ou morte do policial ou de outrosIsso tambm no ser requerido quando as circunstncias mostrarem que tal procedimento ser inapropriado

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALRegras do Manual das Naes Unidas (Police Trainers Guide, 2002) para o uso de armas de fogo aps o uso da arma de fogo:Prestar assistncia mdica a todos os feridosNotificar amigos e parentes dos afetadosPermitir que a investigao sobre o fato aconteaDar todas as informaes necessrias investigao

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALO que se pode concluir dessa nova exigncia no emprego da fora pela polcia?AVISOMORTE

    VOZ SINALIZADORESTASER MUNIO NO LETALGS TECNOLOGIAUSO PROGRESSIVO DA FORA

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALModelo de Ross Wolf, 2006, sobre progresso no uso da fora

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALMatriz para o uso da fora Polcia de Orlando, Florida (EUA)

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALO Congresso Nacional

    servidoresvisitantesONGsassociaesautoridadesempresriosestrangeirosPartidosGrupos sociaissindicatosminorias

    MDIAMinistrio Pblico

    SOCIEDADE

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALO Congresso NacionalservidoresvisitantesONGsassociaesautoridadesempresriosestrangeirosPartidosGrupos sociaissindicatosminorias

    A POLCIA LEGISLATIVA NO CONGRESSO NO TEM NENHUMA OPO, DEVE PAUTAR-SE PELA ESTRITA LEGALIDADE, MODERNIDADE, EFICINCIA E COMPLETO RESPEITO AOS DIREITOS E LIBERDADES DAS PESSOAS.

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALO PODER LEGISLATIVOservidoresvisitantesONGsassociaesautoridadesempresriosestrangeirosPartidosGrupos sociaissindicatosminorias

    AS POLCIAS LEGISLATIVAS SE SITUAM NO PODER QUE REPRESENTA A SOCIEDADE, DEVENDO SER O PARADIGMA, MODELO DE MODERNIDADE, EFICINCIA E RESPEITO AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS MEMBROS DESSA SOCIEDADE SOMOS A VITRINE, E A FISCALIZAO SER DURA CONOSCO

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALSENADO FEDERALservidoresvisitantesONGsassociaesautoridadesempresriosestrangeirosPartidosGrupos sociaissindicatosminorias

    Atribuio da Polcia do Senado Federal:Policiamento da Casa Proteo das autoridadesInvestigao e inqurito policial

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALSENADO FEDERALservidoresvisitantesONGsassociaesautoridadesempresriosestrangeirosPartidosGrupos sociaissindicatosminorias

    O uso da fora poder ser empreendido no exerccio dessas trs atribuies como:Controle de distrbio civil, de massasPriso de criminososMedidas cautelares priso, busca e apreenso, condues coercitivas etc.

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALservidoresvisitantesONGsassociaesautoridadesempresriosestrangeirosPartidosGrupos sociaissindicatosminorias

    O uso da fora no Senado ser progressivo e no limite da estrita necessidade, devendo a Polcia do Senado pautar-se pelos seguintes aspectos:Estrita legalidadeTreinamento pereneAquisio de equipamentos modernos Utilizao de meios no letais. Letais disposio, mas em ltimo casoRealizao perene de anlise de risco e planejamento de crisesPrestao de contas de suas aes Mesa, ao MP e ao Poder Judicirio

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALservidoresvisitantesONGsassociaesautoridadesempresriosestrangeirosPartidosGrupos sociaissindicatosminorias

    Armamento disposio da Polcia do Senado:Armamento letal dotao de pistolas, metralhadoras e fuzisArmamento menos-letal pistolas taser, munio de borracha, bombas de luz, granada de gs lacrimognio, bombas de luz e som, bastes retrteisEquipamento de proteo para enfrentamento de distrbio civil escudos, mscaras, capacete, roupa ttica, coletes protetores etc.

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIAL

    Armamento menos-letal:

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  • *Marcus Vinicius Reis*USO DA FORA POLICIALservidoresvisitantesONGsassociaesautoridadesempresriosestrangeirosPartidosGrupos sociaissindicatosminorias

    A experincia no Senado Federal:Menos de 10% das aes requerem o uso de fora nas intervenes da Polcia Legislativa no SenadoO uso da voz de comando eficaz na maioria dos casosA utilizao da arma menos-letal taser tem solucionado todos os casos de pessoas com distrbios mentais ou que agem de forma violenta sob efeito de lcool ou drogasO posicionamento de agentes com trajes de controle de distrbios civis e escudos tem um grande efeito dissuasivo no controle de aglomeraes de pessoasNo replicar agresses verbais reduz potencial de violncia Evitar que os agentes abordantes permaneam na Delegacia

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    A partir da Revoluo Francesa e da Independncia dos Estados Unidos da Amrica, o desenvolvimento histrico dos direitos humanos passa por sua primeira fase, que da positivao. Com a materializao de certos direitos naturais, inerentes ao ser humano, em textos legais situados no pice do ordenamento jurdico dos Estados citados, outras naes passam a trazer esses direitos (E AGORA SO DIREITOS FUNDAMENTAIS[1], POIS FORAM POSITIVADOS NESSES ORDENAMENTOS JURDICOS) em suas constituies, como Cdiz (1812), Blgica (1831), Espanha (1837), Alemanha (1919) etc.LER TEXTOS DO LIVRO DERECHOS HUMANOS COM POSITIVAO EM CDIZ, BLGICA, ESPANHA ETC.A segunda fase histrica por que passam os direitos humanos a da generalizao, no incio do sculo XIX. Os direitos humanos so inerentes pessoa, independentemente de sua posio social, raa, credo, origem etc. A positivao dos direitos veio a beneficiar uma classe especfica, a burguesia, garantindo a esta a possibilidade de ascenso social pela no interferncia do Estado em seus assuntos (primeira gerao de direitos humanos direitos negativos). Entretanto, massas de trabalhadores e pessoas sem recursos ficaram excludas, pressionando a burguesia para a ampliao desses direitos, proporcionando a igualdade entre todos por intermdio dos direitos de segunda gerao (visam igualdade e liberdade, e so os direitos econmicos, sociais e culturais).

    Ressalto a importncia dos direitos de segunda gerao, que so os direitos econmicos, sociais e culturais. So direitos mal vistos pela globalizao (e seu brao poltico-econmico, que o neoliberalismo), pois deturpam o mercado, afetando a livre concorrncia entre pessoas. O liberalismo mantm posio de defesa da chamada igualdade desde um ponto de partida, ou seja, todos so iguais e ao final os melhores se sobressaem. No Estado social, promotor de direitos de segunda gerao, o que se busca a igualdade desde um ponto de chegada, isto , com o Estado no papel de equilibrar a competio com polticas de discriminao inversa e outras para que todos tenham as mesmas oportunidades.

    Concomitantemente ao processo de generalizao, surge o fenmeno da internacionalizao dos direitos humanos. Esses direitos saem da agenda domstica e passam a dominar a agenda internacional. Ocorre a partir do sculo XIX, com o estabelecimento dos primeiros tratados de direitos humanos (especialmente tratados para a abolio da escravatura), impondo limites soberania dos Estados no trato com seres humanos[2]. A internacionalizao conseqncia da generalizao, e apresenta a vocao universal desses direitos.

    Por fim, a quarta e atual fase histrica do desenvolvimento dos direitos humanos a especificao. Surge a partir da Segunda Guerra Mundial, no sculo XX, e o primeiro passo na determinao seletiva de alguns direitos. Nessa fase, objetivam-se grupos especficos de pessoas, como deficientes fsicos, mulheres, imigrantes, refugiados, crianas, idosos etc[3].

    Portanto, o trato com esses direitos recente, com no mais de quatrocentos anos. Na histria da humanidade esse lapso temporal insignificativo, e demonstra a novidade do assunto. O mais interessante, que essas fases coincidem com a histria das sociedades ocidentais, de origem europia, sem qualquer meno s experincias asiticas, africanas, indgenas, indianas etc. Isso nos introduze segunda afirmao sobre os direitos humanos, de que so uma formulao da cultura ocidental, eurocntrica.

    [1] Direitos fundamentais so pretenses morais que se positivam em determinado ordenamento jurdico estatal (definio de Gregrio Peces-Barba, reitor da Universidade Carlos III de Madri e professor do doutorado e do mestrado em direitos fundamentais do Instituto Bartolom de las Casas dessa universidade).

    [2] a superao do Tratado de Paz de Westflia de 1648.

    [3] So as aes de descriminao positiva, que se dividem em:- discriminao igualitria positiva visa a um indivduo, sem prejudicar outros, como a concesso de benefcios da seguridade social por velhice;- ao positiva (ao afirmativa) visa a um coletivo e se subdividem em:o ao positiva moderada visa a um grupo sem prejudicar os demais, como a disponibilidade de elevadores nas estaes de metro para pessoas com deficincia fsica;o discriminao inversa beneficia um grupo, mas prejudica outros, como o caso das quotas.*

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