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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN: 978-85-68242-94-0 1223 EIXO TEMÁTICO: ( ) Acessibilidade e Mobilidade Urbana ( ) Bacias Hidrográficas, Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos ( ) Biodiversidade e Unidades de Conservação ( ) Campo, Agronegócio e as Práticas Sustentáveis ( ) Cidade, Arquitetura e Sustentabilidade ( ) Educação Ambiental ( ) Gestão dos Resíduos Sólidos ( ) Gestão e Preservação do Patrimônio Arquitetônico, Cultural e Paisagístico ( ) Novas Tecnologias Sustentáveis ( ) Planejamento da Paisagem (X) Saúde, Saneamento e Ambiente Uso de Bioindicador na Análise da Qualidade do Ar: Uma Comparação para a Praça Napoleão Moreira da Silva em Maringá (PR) entre os Anos de 2006 e 2018 Use Of Bioindicator In Air Quality Analysis: A Comparison For The Napoleão Moreira Da Silva Square In Maringá (PR) Between The Years Of 2006 And 2018 Uso De Bioindicador En El Análisis De La Calidad Del Aire: Una Comparación Para La Plaza Napoleão Moreira Da Silva En Maringá (PR) Entre Los Años De 2006 Y 2018 Fernanda Martins Viotto Geógrafa – Universidade Estadual de Maringá [email protected] Lucas César Frediani Sant’ Ana Professor Doutor do Departamento de Geografia da UEM. [email protected]

Uso de Bioindicador na Análise da Qualidade do Ar: Uma

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Page 1: Uso de Bioindicador na Análise da Qualidade do Ar: Uma

Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo

ISBN: 978-85-68242-94-0

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EIXO TEMÁTICO: ( ) Acessibilidade e Mobilidade Urbana ( ) Bacias Hidrográficas, Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos ( ) Biodiversidade e Unidades de Conservação ( ) Campo, Agronegócio e as Práticas Sustentáveis ( ) Cidade, Arquitetura e Sustentabilidade ( ) Educação Ambiental ( ) Gestão dos Resíduos Sólidos ( ) Gestão e Preservação do Patrimônio Arquitetônico, Cultural e Paisagístico ( ) Novas Tecnologias Sustentáveis ( ) Planejamento da Paisagem (X) Saúde, Saneamento e Ambiente

Uso de Bioindicador na Análise da Qualidade do Ar: Uma Comparação para a Praça Napoleão Moreira da Silva em Maringá (PR) entre os Anos

de 2006 e 2018

Use Of Bioindicator In Air Quality Analysis: A Comparison For The Napoleão Moreira Da Silva Square In Maringá (PR) Between The Years Of 2006 And 2018

Uso De Bioindicador En El Análisis De La Calidad Del Aire: Una Comparación Para La Plaza

Napoleão Moreira Da Silva En Maringá (PR) Entre Los Años De 2006 Y 2018

Fernanda Martins Viotto Geógrafa – Universidade Estadual de Maringá

[email protected]

Lucas César Frediani Sant’ Ana

Professor Doutor do Departamento de Geografia da UEM. [email protected]

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RESUMO As áreas verdes são fatores primordiais quando o assunto é qualidade de vida e do ar, além da qualidade estética que traz ao município, oferece melhor qualidade a saúde física e mental da população, com isso utilizar bioindicadores netas áreas como fonte de instrumento para qualidade do ar é de devida importância. O presente trabalho apresenta uma análise da Praça Napoleão Moreira da Silva (Maringá – PR), especificamente dos líquens presentes nos troncos das árvores, como bioindicador de qualidade do ar, fazendo uma comparação dos anos de 2006 e 2018. Se utilizou a metodologia de Helmut Troppmair em que a partir da quantificação dos líquens, é possível inferir a qualidade do ar naquela localidade. Os dados obtidos foram estudados tanto na forma de setores, um representando cada rua quanto na praça em geral. Assim foi possível observar que a poluição apresentou diferenças de setores com maior presença de líquens no ano de 2006, porém na média geral os dados em relação a classificação proposta por Troppmair se mantiveram iguais. PALAVRAS-CHAVE: Qualidade do ar. Líquens. Áreas verdes urbanas.

ABSTRACT

Green areas are paramount factors when it comes to quality of life and air, in addition to the aesthetic quality it brings

to the municipality, it offers a better quality of physical and mental health of the population, thus using net

bioindicators areas as source of instrument for quality of the air is of due importance. The present work presents an

analysis of Napoleão Moreira da Silva Square (Maringá - PR), specifically of the lichens present in the trunks of the

trees, as a bioindicator of air quality, comparing the years of 2006 and 2018. If the methodology of Helmut Troppmair

in which from the quantification of lichens, it is possible to infer the quality of the air in that locality. The data obtained

were studied both in the form of sectors, one representing each street as in the square in general. Thus, it was possible

to observe that the pollution presented differences of sectors with greater presence of lichens in the year of 2006,

but in the general average the data in relation to the classification proposed by Troppmair remained the same.

KEYWORDS: Air quality. Lichem. Urban green areas.

RESUMEN

Las áreas verdes son factores primordiales cuando el asunto es calidad de vida y del aire, además de la calidad estética

que trae al municipio, ofrece mejor calidad a la salud física y mental de la población, con eso utilizar bioindicadores

áreas como fuente de instrumento para calidad del producto el aire es de importancia. El presente trabajo presenta

un análisis de la Plaza Napoleón Moreira da Silva (Maringá - PR), específicamente de los líquenes presentes en los

troncos de los árboles, como bioindicador de calidad del aire, haciendo una comparación de los años 2006 y 2018. Se

utilizó la metodología de Helmut Troppmair en que a partir de la cuantificación de los líquenes, es posible inferir la

calidad del aire en aquella localidad. Los datos obtenidos fueron estudiados tanto en forma de sectores, uno

representando cada calle como en la plaza en general. Así fue posible observar que la contaminación presentó

diferencias de sectores con mayor presencia de líquenes en el año 2006, pero en la media general los datos en relación

a la clasificación propuesta por Troppmair se mantuvieron iguales.

PALABRAS CLAVE: Calidad del aire. Líquenes. Áreas verdes urbanas.

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1 Introdução

Atualmente as doenças respiratórias estão sido agravadas pela qualidade do ar não estar

favorável, de acordo com uma reportagem de Ferraz (2014), “em 16 anos, poluição do ar matará

256 mil pessoas no Estado de São Paulo”. Uma forma de se perceber e analisar essa qualidade

do ar é na utilização de bioindicadores como os liquens.

De forma geral monitorar a qualidade do ar nas cidades é de suma importância devido ao

aumento da população urbana, serviços, veículos, que consequentemente aumentam a

quantidade de gases e partículas tóxicas na atmosfera, fazendo com que o ar apresente sua

qualidade comprometida.

O objetivo deste trabalho é a realização de um estudo comparativo comparação da qualidade

do ar da Praça Napoleão Moreira da Silva do ano de 2006 com o artigo de Sant’Ana et al “Analise

da cobertura de líquens na Praça Napoleão Moreira da Silva. Maringá- PR” e no presente ano de

2018, buscando saber se a qualidade do ar decaiu aos longos dos anos, em decorrer de aumento

da poluição, da frota de veículos e de gases emitidos em geral.

Para o desenvolvimento do presente trabalho foram utilizadas pesquisas bibliográficas e de

campo, onde a bibliográfica buscou conceituar o que são e definir a importância das áreas verdes

para urbanização e para a população que a consome. As pesquisas de campo se deram pela

aplicação da metodologia desenvolvida por Helmut Troppmair (1988) que tem como seu

objetivo medir maior ou menor concentração de poluentes, sua variação espacial e temporal e

explicar as causas ou fontes responsáveis com o uso de bioindicadores

Este trabalho está estruturado desta forma: Na primeira parte, são apresentados os conceitos e

definições em seguida as delimitações da cidade e da área de estudo, trazendo a história e os

usos da Praça ao longo do tempo, logo após se traz com maior descrição a metodologia aplicada

e como foi utilizada e por fim os resultados obtidos através dos campos feitos e comparados

com os do ano de 2006.

A importância que as áreas verdes possuem na área urbana e o conhecimento sobre estas

tornam-se relevantes instrumentos de sua gestão, no caso da área de estudo, é de intenso fluxo

de pessoas daí a importância de se estudar a qualidade do ar nesta praça da área urbana de

Maringá

Com relação a importância dessas áreas à sociedade, De Angelis e Loboda (2005, p.131) definem

[...]que a qualidade da vida urbana está diretamente atrelada a vários fatores

que estão reunidos na infraestrutura, no desenvolvimento econômico-social

e aqueles ligados a questão ambiental. No caso do ambiente, as áreas verdes

publicas constituem-se elementos imprescindíveis para o bem estar da

população, pois influencia diretamente a saúde física e mental da população.

Por fim, comparar a qualidade do ar nos anos de 2006 e 2018 para esta localidade possibilita a

instrumentalização do planejamento ambiental voltado a qualidade de vida das pessoas que

consomem este espaço.

De Mattos (2015) diz que com o desenvolvimento dos municípios, fica evidente que se torna

cada vez mais imprescindível o monitoramento da poluição atmosférica, levando em

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consideração estudos e pesquisas que podem contribuir com medidas mitigadoras da poluição

ambiental, e visando uma melhor qualidade de vida da população.

Filho et al 2006, p. 65 diz que

A bioindicação produz um retrato instantâneo de uma determinada situação

ambiental, enquanto que a biomonitoração permite a avaliação de variações

ou tendências na situação ambiental a partir de vários estudos de

bioindicação desenvolvidos no espaço e/ou no tempo. A diferença entre

bioindicação e biomonitoração é, assim, análoga a existente entre uma

fotografia e um filme. [...] O levantamento de liquens realizado sobre mesmas

arvores em qualquer intervalo de tempo, permite estimar a progressão ou

regressão da poluição de certas zonas, acompanhando a evolução da poluição

dentro do espaço do tempo.

A praça estudada possuía o nome de Bosque de Essências. Logo após, pelo primeiro plano

urbanístico, passou a ser a 2º rodoviária funcionando até o final de 1950, quando esta foi

transferida para a Praça Raposo Tavares. Em 1957 pela Lei 32/1957 foi nomeada Praça Napoleão

Moreira da Silva e em 1959 por conta de conflitos entre o Prefeito Américo Dias Ferraz e o

diretor gerente da CMNP, houve o corte de todas as árvores. Com isso a Companhia de

Melhoramento do Norte do Paraná convidou o arquiteto José Augusto Belluci para projetar uma

nova praça, porém apenas no 15º aniversário da cidade é que foi inaugurada com o novo

projeto, quando a CMNP doou a mesma para a Prefeitura. As últimas mudanças foram no ano

de 2014, e a conhecida casa do Papai Noel existindo no local até o ano de 2016.

Por estar situada junta a zona central da cidade de Maringá, tendo grande fluxo de pessoas e

automóveis, passa a sofrer grande influência da urbanização. Atualmente a praça tem grande

uso pela população da terceira idade onde utilizam os bancos com mesas ali existentes para

jogos, tem também alguns comércios como sorveteria, ponto de estacionamento rotativo e de

taxi e banca de jornais e revista, tendo presente um parquinho para crianças e uma academia

para terceira idade.

Parte-se da hipótese que que a qualidade do ar em 2018 esteja inferior a análise do ano de 2006

dado a instalação de outras estruturas nesta área, o aumento da população da cidade e a

realização de eventos deste espaço bem como o aumento da frota de veículos no município.

2 Referencial teórico Segundo Park (1973 apud De Angelis e Loboda, 2005) a cidade não pode ser vista meramente

como um mecanismo físico, e uma construção artificial. Essa é envolvida nos processos vitais

das pessoas que a compõe. É um produto da natureza e particularmente da natureza humana.

No início o verde urbano tinha apenas o interesse de agradar visualmente, passando ao longo

do tempo a ganhar espaço nas zonas urbanas chegando a atualidade onde são essenciais para

qualquer planejamento urbano, refletindo sempre os costumes da sociedade, se tornando ainda

mais importante devido a sua degradação e mal uso.

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Santos (1997 apud De Angelis e Loboda, 2005, p. 130), diz que “o meio ambiente urbano é cada

vez mais um meio artificial, fabricado com restos da natureza primitiva crescentemente

encoberta pelas obras dos homens”.

Para Guzzo (1999 apud De Angelis e Loboda, 2005, p. 133-134), as áreas verdes são três

vantagens principais:

ecológica, estética e social. As contribuições ecológicas ocorrem na medida em que os elementos naturais que compõem esses espaços minimizam tais impactos decorrentes da industrialização. A função estética está pautada, principalmente, no papel de integração entre os espaços construídos e os destinados a circulação. A social está diretamente relacionada a oferta de espaços para o lazer da população.

As áreas verdes para Nucci (2008 apud Londe e Mendes, 2014, p. 265)

são fundamentais na malha urbana, atuando como um indicador de

qualidade de vida, por estarem intimamente ligadas ao lazer e recreação da

população, e por se constituírem em locais de convívio social e de

manifestação da vida comunitária.

Ainda em relação as áreas verdes Londe e Mendes, 2014 trazem que o seu planejamento deve

ser analisado no Plano Diretor, de acordo com os critérios de desenvolvimento e expansão

urbana.

[...]e na qualidade de vida urbana, as áreas verdes além de atribuir melhorias

ao meio ambiente e ao equilíbrio ambiental; contribuem para o

desenvolvimento social e traz benefícios ao bem-estar, a saúde física e

psíquica da população, ao proporcionarem condições de aproximação do

homem com o meio natural, e disporem de condições estruturais que

favoreça a pratica de atividades de recreação e de lazer. (p. 269)

Almeida et al, 2012 diz que a poluição atmosférica no ambiente urbano-industrial é um

problema existente nos últimos séculos, sendo associado, principalmente à queima de

combustíveis fosseis. (...) Entre as milhões de mortes anuais que ocorrem em todo mundo, 800

mil tem como causa em males respiratórios e cardiovasculares originados da poluição

ambiental.

Em relação a qualidade do ar De Mattos (2015) aborda como resultado da interação de um

conjunto de fatores, entre os quais estão presentes: a concentração das emissões, a topografia

e as condições meteorológicas do local, que poderão se favoráveis ou não à dispersão dos

poluentes.

Em entrevista ao Jornal O Estadão Ferraz (2014) diz que

De acordo com projeção inédita do Instituto Saúde e Sustentabilidade,

realizada por pesquisadores da USP. A estimativa prevê que ao menos 25%

das mortes, ou 59 mil, ocorram na capital paulista. Os resultados indicam que,

no atual cenário, a poluição pode matar até seis vezes mais do que a aids ou

três vezes mais do que acidentes de trânsito e câncer de mama. A população

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de risco, ou seja, as pessoas que já sofrem com doenças circulatórias,

respiratórias e do coração, serão as mais afetadas, assim como crianças com

menos de 5 anos que têm infecção nas vias aéreas ou pneumonia.

Segundo Troppmair (1989), o acelerado processo de urbanização urbana e a expansão das

atividades antrópicas contribuem de forma acentuada para a poluição do ar. Esta se caracteriza

pela presença de matérias ou energias que podem prejudicar o uso proveniente estabelecido

para este recurso natural. Estes poluentes são classificados segundo seu estado: sólidos, líquidos

e gasosos. Como o estudo foca na poluição do ar da Praça Napoleão Moreira da Silva o estado

do poluente foi o gasoso.

Troppmair (1989) diz que existem seres vivos, vegetais e animais, que são sensíveis a poluição,

devido isso são utilizados como bioindicadores, onde o seu desenvolvimento, regressão ou

mesmo desaparecimento, sendo importantes para a análise do grau de poluição do ar. As

espécies mais utilizáveis como indicadores são líquens, salsa, manga, soja e outros, sendo os

líquens os mais utilizados.

Honda e Vilegas 1998 dizem que

liquens são organismos simbióticos compostos por um fungo micobionte com

uma ou mais algas fotobionte. [...] Nos liquens, as algas constituem, com raras

exceções, uma parte muito pequena do talo variando entre 5-10% da massa

ou volume e são completamente envolvidas pelos tecidos do fungo nos talos.

Portanto, toda a organização do talo liquênico se deve ao fungo. As algas

podem, ou não, estar restritas a uma camada especial do talo e

responsabilizam-se totalmente pela fotossíntese. [...] A presença de liquens

nos mais variados habitats e micro-habitats depende da disponibilidade de

fatores físicos e climáticos que proporcionem as condições necessárias para

seu desenvolvimento. Dessa forma, cada região pode apresentar uma

comunidade liquênica com componentes específicos próprios em resposta às

condições ambientais. (p. 110)

Filho et al 2006, traz que os liquens em sua formação, apresentam vários tipos de talo, onde

cada um tem um “habito” diferente na casca da árvore. Os quatro principais são: Crustáceo,

sendo os mais resistentes a poluição, Fruticoso, os mais sensíveis, chegando a desaparecer onde

a poluição é elevada, Filamentoso e Dimórfico. No caso dos Crustáceos existem sub tipos, sendo

os: endofloidal, endolítico, leproso, continuo, rimoso, areolado, placodióide, esquamuloso,

folioso ou foliáceo.

Ainda Filho et al, 2006,

uma alternativa econômica e eficiente para avaliar a qualidade do ar é por

meio de vegetais, pois estes apresentam respostas especificas aos poluentes,

podendo ser utilizados como bioindicadores de poluição. Dentre as formas

vegetais mais utilizadas para tal finalidade destacam-se os liquens, os musgos

e, em menor escala, alguns vasculares. (p. 83)

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Puckett, 1988 e Nimis 1990 (apud Filho et al, 2006 p.103) argumentam que os liquens

apresentam características que favorecem ser usados como monitores ambientais pois:

Não possuem camadas protetoras, comuns nas folhas das plantas fanerogâmicas, como

camadas cerosas e cutículas;

A tomada de nutrientes não é normalmente realizada a partir do substrato, que é apenas

utilizada para fixação;

Tem atividade fotossintética e apresenta crescimento ao longo de todo o ano;

A morfologia não varia consideravelmente ao longo do ano;

Pilegaard (1977, apud Filho et al 2006 p. 106) ainda diz que por não dependerem de um sistema

de fixação para absorver os nutrientes, tendo também uma cutícula reduzida, ou ausente,

acabam incorporando com mais facilidade os altos níveis de poluentes.

3 Caracterização da área de estudo

O município de Maringá situa-se na região Norte Central do Paraná, a 23º25’ de latitude Sul, é

demarcado pela linha imaginária do Trópico de Capricórnio e está a 51º57’ de longitude Oeste

(Figura 1), com altitude variando de 470 a 600 metros e a cerca de 428 km de distância da capital

Curitiba. A área total é de 487,052 km², já a população estimada em 2016 foi de 403.063

habitantes (IBGE, 2016).

Segundo Sant’Ana et al, o clima do município é Subtropical úmido, inserido no domínio da

Floresta Estacional Semidecidual Submontana. O município possui uma superfície de 47.306 ha,

em uma região divisora de águas entre os rios Ivaí e Pirapó, ambos tributários da margem

esquerda do rio Paraná.

Figura 1. Mapa de localização da cidade de Maringá

Fonte: Autoral

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A área da praça estudada se localiza na área central da cidade, tendo uma grande circulação de

automóveis e pessoas. Sua criação foi dada pela lei n° 32/57 de 4 de maio de 1957, mudando ao

longo do tempo suas funções, sendo muitas destas, prejudiciais a preservação de sua flora. Para

levantamento das informações histórica da praça se utilizou o site “Maringá Histórica”.

Inicialmente a praça era chamada de Bosque das Essências e também Parque dos Eucaliptos e

recebendo este nome devido uma plantação de formato estilizado de diversas árvores nativas

como perobas, cedros, palmitos, marfins, alecrins, canjaranas, entre outras.

Sendo de domínio da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná desde a elevação da cidade

a Município. Em 1947, com o novo plano urbanístico feito para a cidade, foi iniciada a obra da

segunda Rodoviária de Maringá. Alguns antigos moradores relataram, recentemente, que

durante um curto período as duas estruturas rodoviárias funcionaram simultaneamente, uma

no "Maringá Velho" e outra no "Maringá Novo".

A segunda Praça Rodoviária funcionou até o final de 1950 (Figura 2) quando o prefeito Américo

Dias Ferraz iniciou a obra de que tornou provisória em frente à Praça Raposo Tavares e

demolindo a área de embarque e desembarque da Praça da Rodoviária.

Figura 2. Segunda Praça Rodoviária

Fonte: Maringá Histórica

No dia 04 de Maio de 1957, a antiga Praça da Rodoviária foi nomeada Praça Napoleão Moreira

da Silva pela Lei 32/1957, sendo nome tendo o objetivo de homenagear um dos primeiros

vereadores e presidentes da Câmara de Maringá que havia falecido em um desastre aéreo no

mesmo ano.

A terceira fonte luminosa chegou a ter suas obras iniciadas na Praça Napoleão Moreira da Silva,

mas, dada a crise que se instalou no final da administração de Américo Dias Ferraz, não houve

conclusão.

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Entre os anos de 1958 e 1959 o diretor gerente da Companhia Melhoramentos do Norte do

Paraná (CMNP), Hermann Moraes Barros, redigiu inúmeros artigos em que criticava algumas

posturas administrativas do então prefeito Américo Dias Ferraz, o então prefeito, durante a

madrugada de 27 de outubro de 1959, ordenou que funcionários públicos derrubassem aquele

espaço que preservava perobas, palmitos, marfins, alecrins, canjaranas, entre outros (Figura 3).

Quando o dia amanheceu, toda a população foi pega de surpresa.

Figura 3. Praça após derrubada

Fonte: Maringá Histórica

Após a briga política da derrubada das árvores nativas, a Companhia Melhoramentos Norte do

Paraná convidou o arquiteto José Augusto Bellucci para projetar uma nova praça no local e

também presenteou o município com a urbanização da praça, assim como efetuou a doação do

espaço para a Prefeitura. Que projetou a praça com formas geométricas abstratas e toda a

vegetação e paisagismo executado foi fornecido pelo Horto Florestal, também sendo de

propriedade da Companhia de Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP).

No ano do 15º aniversário de Maringá (10 de Maio de 1962) a Praça Napoleão Moreira da Silva

foi inaugura com o projeto de reurbanização com as obras de parceria da Prefeitura Municipal

e da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, onde foi doada pela mesma para a Prefeitura.

Atualmente a Praça Napoleão Moreira da Silva possui a maior parte das características do

projeto original de Belluci, com algumas reformas realizadas a partir do final do ano de 2014. A

última mudança cultural na praça foi no ano de 2017 onde a conhecida casa do Papai Noel foi

transferida da Praça para ao a Praça Deputado Renato Celidônio, sem muitas explicações o

porquê da mudança.

Segundo Bovo, 2009 a praça Napoleão Moreira da silva se localiza entre as Avenida Brasil e

Avenida Duque de Caxias e as Rua Santos Dumont e Basílio Saltchuk (Figura 5), nas coordenadas

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geográficas 23º 25’17” de latitude sul e5 51º 56’26” de longitude oeste, a uma altitude 539

metros.

Figura 4. Área de Estudo

Fonte: Autoral

Neste estudo se utilizou o trabalho de Sant’Ana, et al de 2006 para uma comparação da

qualidade do ar da praça Napoleão Moreira da Silva, tendo foco na utilização de liquens como

bioindicadores do ar.

4 Metodologia

No presente estudo se utilizou a metodologia de Troppmair, fazendo algumas apenas

adequações em relação a coleta e análise dos dados. Onde o mesmo coloca como objetivo,

medir a maior ou menor concentração de poluentes, sua variação espacial e temporal e explicar

as causas ou fontes responsáveis.

A medição de liquens diante do tronco de arvores é feito pelo lado em que os ventos são

predominantes, devido trazerem a umidade necessária para o desenvolvimento dos líquens,

numa altura de um a dois metros, estende-se uma rede quadriculada, com aproximadamente

cinco por cinco centímetros, contando quantos quadrados tem a presença de liquens: Por

exemplo: 27 quadrados ou 27%.

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Deve ser aplicado o índice de correção, devido ao líquen ser difícil se fixar no tronco de algumas

espécies de árvores, a porcentagem deve ser corrigida. Após a medição de líquen nos troncos

das arvores, se aplica a correção:

%y = %𝑥 ∗ 100

𝑖

Onde,

%y = grau de cobertura corrigido conforme a rugosidade da casca;

%x = grau de cobertura lida no tronco

i = índice de correção da espécie em estudo.

Após o resultado da correção, o mesmo é enquadrado nas seguintes classes:

Classe V: grau de cobertura = 51 a 100%, zona normal, sem poluição.

Classe IV: grau de cobertura = 26 a 50%, zona contestada externa, poluição fraca.

Classe III: grau de cobertura = 13 a 25%, zona contestada da intermediaria, poluição média.

Classe II: grau de cobertura = 6 a 12%, zona contestada interna, poluição alta.

Classe I: grau de cobertura = 0 a 5%, deserto de líquens, poluição muito forte.

Para o estudo, se utilizou os seguintes materiais: papel vegetal 10x25cm , onde se desenhou dez

quadrados, cada um com 10x10 cm para quantificar a quantidade de liquens das árvores, além

de se obter o CAP (circunferência à altura do peito) de cada árvore com auxílio de uma trena.

De acordo com Sant’Ana et al no ano de 2006 o primeiro campo foi realizado no mês de agosto,

onde a temperatura média foi de 20.8ºC e a precipitação total de 27.6 mm³. Já no segundo

campo no mês de janeiro a ECPM registrou a temperatura média de 25.3ºC, tendo sua

precipitação total de 271.5 mm³.

No primeiro campo do ano de 2018 feito no período da tarde do dia 04 julho, a temperatura

média de acordo com o site do Agritempo foi 21,68 °C e a precipitação total foi 5,73mm. Já no

segundo feito no período da manhã do dia 18 de agosto, a temperatura média registrada foi de

19°C com precipitação de 409,03mm.

A espécie em estudo foi a Sibipiruna (“Caesalpinia peltophoroides”), onde seu grau de correção

segundo Troppmair é de 110.

Após coleta dos dados, foi corrigido usando a formula de correção, tanto para os dados do

campo de 2006 onde os dados foram apenas a presentados e não corrigidos (ANEXO 1, 2, 3 e 4).

Tendo assim os dados corrigidos dos campos em seu devido ano (APÊNDICE A, B, C e D). Na

sequência se fez uma média de todas as árvores para os dois anos em comparação.

5. Resultados e Discussão

Com as médias analisadas e corrigidas como já foi descrito, foi organizado um gráfico para

melhor analise e espacialização dos mesmos, primeiramente os dados foram organizados para

cada setor (Gráfico 1 e Figura 6) de acordo com os campos e os anos analisados.

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Gráfico 1. Média de líquens por setores

Fonte: Autoral

0

10

20

30

40

2006 1º Campo 2006 2º Campo 2018 1º Campo 2018 2º Campo

A B C D

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Figura 6. Mapa com os respectivos setores

Fonte: Autoral

Começando com o setor A, que se enquadra a esquina da Basílio com a Santos Dumont, nos dois

campos de 2018 podemos ver que é segundo setor com a presença de liquens, tendo no

primeiro campo a média de 10,22% e no segundo campo a média foi de 8,52% de presença de

liquens, segundo as categorias de Troppmair as duas coletas se enquadram na classe II, zona

contestada interna, poluição alta.

Ao compararmos o mesmo setor no ano de 2006, no primeiro campo aparece como terceiro

com presença de liquens, apresentando 30,55% já no segundo campo a sua porcentagem

aumenta para 37,87%, os dois estando na classe IV de Troppmair, zona contestada externa,

poluição fraca.

Neste setor podemos analisar uma queda brusca de valores, caindo duas classes de análise,

mostrando assim, que a poluição da Praça Napoleão Moreira da Silva para esta rua, teve uma

diminuição da qualidade do ar visivelmente. Destaca-se ainda que algumas arvores sofrem de

danos gravíssimos, como perfuração de pregos (Figura 7) e perca de sua primeira casca.

Figura 7. Arvore com presença de pregos e lesões na casca.

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Fonte: Autoral Já em relação ao setor B, que é na rua Santos Dumont com a Duque de Caxias nos campos de

2006 foi o setor que apresentou maior concentração de liquens, o primeiro marcou 30,55% e o

segundo campo 37,87% os dois campos se adequando na classe IV zona contestada externa,

poluição fraca. No do ano de 2018, o primeiro e segundo campo apresentaram a mesma

presença de liquens 7,07% de acordo com a classes se enquadra na II zona contestada interna,

poluição alta.

Analisando os dois anos vemos que a presença chegou cair praticamente 30% da presença dos

liquens, consequentemente a qualidade do ar diminuiu no ano de 2018, em relação a

classificação de Troppmair assim como o setor A caiu duas classes do primeiro para o segundo

ano de análise.

O setor C que corresponde a esquina da Duque de Caxias com a Av. Brasil, nos campos de 2006

ficaram em terceiro com porcentagem, o primeiro apresentou 15,75% de liquens, estando na

classe III zona contestada da intermediaria, poluição média, o segundo teve 6,96% de liquens

presentes, se enquadrando na classe II segundo o Troppmair. No ano de 2018, este setor se

apresenta com maior índice de porcentagem de liquens, o primeiro campo apresentando

13,93% se enquadrando na classe III zona contestada da intermediaria, poluição média, já no

segundo se teve 9,69% estando na classe II.

Neste setor a variação das porcentagens dos liquens foi o que apresentou menor diferença do

primeiro ano de analise para o segundo, tendo o campo de agosto de 2018 uma porcentagem

maior do que o de janeiro de 2006. Em relação as classes foi o único que manteve as mesmas

para os dois anos de estudo, alguns danos podem ser analisados como tubulações entre as raízes

das arvores, além de ser utilizada como apoio. Neste setor é interessante ressaltar que logo no

começo da coleta no ano de 2018 havia um buraco vazio onde foi uma arvore retira em relação

ao primeiro levantado em 2006.

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Ultimo setor a ser analisado é o D, que se enquadra a esquina da Av. Brasil com a rua Basílio

Saltchuk, apresentou o pior índice de liquens em todos os campos realizados, no de 2006 o

primeiro campo obteve 2,27%, e o segundo campo teve 1,70% os dois resultados estando na

classe I do Troppmair. No ano de 2018 o campo de julho apresentou 2,59% e o sendo tendo

presença nula de liquens, estando também na classe I.

O setor D sendo comparado aos dois anos de analise teve índices muito baixo, mas o único dado

do ano de 2018 foi maior do que o observado em 2006. Porém como teve em um dos campos

não se observou a presença de liquens a sua qualidade continua sendo menor pois os campos

de 2006 apresentaram mesmo que pouca.

Após cada setor foi feito uma espacialização total para cada campo realizado com os respectivos

anos (Gráfico 2).

Gráfico 2. Analise da média geral da Praça Napoleão Moreira da Silva

Fonte: Autoral

No primeiro campo do ano de 2006 a média no total de arvores a Praça Napoleão foi de 15,36%,

já o segundo campo apresentou 16,69% os dois índices estão classificados na zona contestada

interna, poluição alta (classe II). O primeiro campo do ano de 2018 a porcentagem de liquens foi

de 9,67%, o segundo teve o índice de 7,35% estando também na classe II de Troppmair.

Com base nesses dados se analisarmos pelas classes apenas do Troppmair não houve aumento

nem diminuição da qualidade do ar em, pois os dois anos se enquadram na mesma classe (zona

contestada interna, poluição alta – II). Porém conforme as médias obtidas só no primeiro campo

tivemos uma redução de 8,01% de liquens e no segundo foi 7,02%, considerando que esses

valores são médias a qualidade do ar diminui sim em escalas grandes.

Um fator importantíssimo para essa qualidade do ar diminuir é a frota de veículos (Gráfico 3),

onde em 2006 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 155.924,

para o último ano datado que foi 2016 já havia aumentado para 316.493, sendo mais que o

dobro do primeiro ano.

0

5

10

15

20

2006 2018

1º Campo 2º Campo

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Gráfico 3. Frota de veículos para os anos de 2006 e 2016

Fonte: autoral

Pela posição da praça no sítio urbano (zona central) é de se esperar que seja sintomático a queda

na qualidade do ar nesta, em decorrência do aumento em mais de 100% da frota de veículos

entre os anos de 2006 e 2016. Tal resultado poderá ser aprofundado em outros estudos que

tratem da saúde dos munícipes que frequentam esta praça com maior frequência como

comerciantes ambulantes e idosos que utilizam este espaço público como área de lazer.

6 Considerações Finais

As áreas verdes para as cidades são de devida importância tanto para a cidade quanto para a

população que a consome, devendo ser analisada de forma separada, constituindo não só a

beleza estética do município como para a qualidade do ar existente, alguns fatores auxiliam para

que o ar diminuía a sua qualidade entre eles o aumento da população. Segundo IBGE o sendo

demográfico do ano de 2010, a população do município de Maringá foi de 357.077 pessoas já a

estimativa para o ano de 2018 foi 417.010 pessoas. Os liquens são utilizados como

bioindicadores e biomonitor por poder monitorar ou analisar a qualidade do ar por ser sensíveis

a níveis de poluição.

De acordo com os resultados obtidos e apresentados em relação a Praça Napoleão Moreira da

Silva, em sua média por setores levantados, o que apresenta melhor índice no primeiro campo

do ano de 2006 foi o setor B, que segundo Troppmair é uma área com poluição fraca. No

segundo campo do ano o mesmo setor continuou sendo o que tem maior presente de líquens

se enquadrando também em uma poluição fraca. Com relação ao setor com menor

aparecimento dos líquens está o setor D, para os dois campos, estando como uma área que

apresenta poluição muito forte.

No ano de 2018 o setor que se obteve maior presença de líquens no primeiro campo foi o setor

C, com a poluição média, no segundo campo este setor também apresentou a presença de

50.000

150.000

250.000

350.000

2006 2016

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líquens maior em relação aos outros, porém estando como poluição alta. Paralelamente o setor

D teve o pior índice obtido estando nos dois campos como poluição muito forte, no segundo a

presença destes vegetais foi nula.

Com relação aos setores, não foram compatíveis as que apresentam maiores presença de

líquens, pois no primeiro ano de analise foi o setor B, sendo que no segundo ano é o setor C,

podemos relacionar isso com alguns danos já citados que estas áreas estão sofrendo, como por

exemplo a instalação de pontos de taxi, permitindo que muitos carros fiquem parados por

tempos longos a espera de clientes, podendo ser um agravante para a poluição.

Já na análise geral da média dos setores em conjuntos vemos que no ano de 2006 de um campo

para o outro se teve uma diferença de 1,33% de líquens estando os dois campos na classe de

poluição alta, já no ano de 2018 entre os campos tivemos uma diferença de 2,32% do

bioindicador, porém está também classificado como poluição alta.

No entanto se levarmos apenas a classificação do Troppmair em consideração não haveria

mudança na poluição do ar na Praça Napoleão Moreira da Silva, porém os dados de diferença

de um ano para o outro é clara a diminuição na qualidade do ar. Como visto na hipótese do

trabalho a qualidade da Praça está inferior a do ano de 2006, um dos motivos sendo aumento

da frota, e o aumento da população, fazendo com que mais pessoas ocupem os lugares, e

consequentemente utilizando e emitindo mais partículas toxicas no ar.

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