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FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA ELAINE CRISTINA SALZEDAS MUNIZ USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS USUÁRIOS DE PLANO DE SAÚDE SUPLEMENTAR MARÍLIA 2015

USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS USUÁRIOS DE PLANO DE … ECS. U… · faculdade de medicina de marÍlia elaine cristina salzedas muniz uso de medicamentos por idosos usuÁrios de

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FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA

ELAINE CRISTINA SALZEDAS MUNIZ

USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS USUÁRIOS DE

PLANO DE SAÚDE SUPLEMENTAR

MARÍLIA

2015

Page 2: USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS USUÁRIOS DE PLANO DE … ECS. U… · faculdade de medicina de marÍlia elaine cristina salzedas muniz uso de medicamentos por idosos usuÁrios de

Elaine Cristina Salzedas Muniz

Uso de medicamentos por idosos usuários de plano de saúde suplementar

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Acadêmico em “Saúde e Envelhecimento”, da Faculdade de Medicina de Marília, para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Saúde e Envelhecimento.

Orientadora: Profa. Dra. Maria José Sanches Marin. Co-orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Lazarini.

Marília

2015

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Autorizo a reprodução parcial ou total deste trabalho, para fins de estudo e pesquisa,

desde que citada a fonte.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina de Marília

Muniz, Elaine Cristina Salzedas. Uso de medicamentos por idosos usuários de plano de saúde suplementar / Elaine Cristina Salzedas Muniz. - - Marília, 2015. 69 f. Orientadora: Profa. Dra. Maria José Sanches Marin. Coorientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Lazarini. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Saúde e Envelhecimento) - Faculdade de Medicina de Marília.

1. Saúde suplementar. 2. Idoso. 3. Uso de medicamentos. 4. Polimedicação.

M966u

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Elaine Cristina Salzedas Muniz

Uso de medicamentos por idosos usuários de plano de saúde suplementar

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Acadêmico em “Saúde e Envelhecimento”, da Faculdade de Medicina de Marília, para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Saúde e Envelhecimento.

Comissão Examinadora:

____________________________

Profa. Dra. Maria José Sanches Marin

Faculdade de Medicina de Marília

____________________________

Prof.. Dr. Agnaldo Bruno Chies

Faculdade de Medicina de Marília

____________________________

Prof. Dr. Carlos Eduardo Bueno

Universidade de Marília

Data da aprovação:________________

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Dedico este trabalho aos meus pais

que nunca mediram esforços para me

dar essa maior herança: a

oportunidade de estudar.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter-me dado saúde e forças para

persistir nessa caminhada.

A minha família, minhas irmãs, sobrinhos, tias, tios por acreditarem em mim e

compreenderem as minhas ausências.

Ao meu companheiro Ricardo que foi fundamental nos momentos em que

fraquejei. Incentivou-me e com muito amor me apoiou durante toda essa trajetória.

A minha orientadora Profa. Dra. Maria José Sanches Marin pela sabedoria,

paciência e inteligência em me conduzir nesse período de crescimento pessoal e

profissional.

Ao meu co-orientador Prof. Dr. Carlos Alberto Lazarini pela generosidade e

grande contribuição na realização desse trabalho.

Aos membros das bancas de qualificação e defesa, muito obrigada por terem

aceitado o convite e contribuírem para o desenvolvimento desse trabalho.

A todos os docentes do Programa de Mestrado Acadêmico da Faculdade de

Medicina de Marília com minha admiração.

A todos os funcionários da Secretaria da Pós Graduação pela paciência

nesse período.

Aos meus colegas de turma por esse período de convivência que foi muito

importante para mim.

À equipe da biblioteca da Faculdade de Medicina de Marília pela orientação e

auxílio com tanta paciência e competência.

À Unimed Marília por viabilizar o acesso aos idosos entrevistados nesse

trabalho.

A todos os idosos que aceitaram contribuir com esse estudo.

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“Humilde é aquela pessoa que sabe que não sabe

tudo. Que sabe que outra pessoa sabe o que ela

não sabe. Que ela e outra pessoa saberão muitas

coisas juntas, que ela e a outra pessoa nunca

saberão tudo o que pode ser sabido”.

(Mário Sérgio Cortela)

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RESUMO

Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, descritivo transversal, com

abordagem quantitativa que objetivou analisar o perfil sociodemográfico e

farmacoterápico dos idosos usuários de plano de saúde suplementar residentes no

município de Marília – SP. Foram entrevistados 239 idosos utilizando questionário

padronizado e estruturado, após o sorteio aleatório na listagem fornecida pelo plano

de saúde suplementar do local do estudo. Para análise dos dados foi utilizado o

software SPSS versão 17, em que foram obtidas as frequências absolutas e

relativas e comparadas às variáveis selecionadas no estudo para verificação da

existência de associação, utilizando-se o teste do Qui-Quadrado ou Teste Exato de

Fischer. Foram consideradas associações positivas as relações entre variáveis em

que p menor igual a 0,05. As mulheres, a faixa etária de 70-79 anos, com média de

idade de 73 anos, a raça branca, o estado civil casado, a religião católica, a classe

econômica B, o fato de morar com familiares e possuir a escolaridade do nível

superior completo representam a maioria da amostra estudada. A prevalência do

uso de medicamentos foi de 97,1%, representados pelos medicamentos que atuam

no sistema cardiovascular, seguidos pelos do sistema digestivo e metabolismo e os

do sistema nervoso. A prática da polifarmácia ocorreu em 62,8%. A automedicação

é praticada por 53,9% dos idosos entrevistados, sendo que houve associação

positiva com o sexo masculino e morar sozinho. Os analgésicos e vitaminas são os

mais utilizados nessa prática. A média adesão à terapêutica medicamentosa estava

presente em 51% dos idosos e o uso inapropriado de medicamentos, em 9,8%.

Sendo assim, faz-se necessário refletir sobre as práticas de saúde exercidas por

essa população, com vistas a estabelecer estratégias que possam contribuir para se

alcançarem melhores condições de vida e de saúde.

Palavras-chave: Saúde suplementar. Idoso. Uso de medicamentos. Polimedicação.

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ABSTRACT

This is an epidemiological, observational, cross-sectional study with a quantitative

approach that aimed at analyzing the socio-demographic and pharmacotherapy

profile of elderly users from supplemental health insurance plan who live in the city of

Marilia - SP. It was interviewed 239 elderly by standardized and structured

questionnaire after the random drawing in the list provided by the supplemental

healthcare insurance plan of the study site. For data analysis, the SPSS software

version 17 was used, which the absolute and relative frequencies were obtained and

compared to the variables selected in the study to verify the existence of association,

using the chi-square or Fisher's exact test. Positive associations to the relationship

among variables in which p-value is equal to or smaller than 0.05 were considered.

Women who were aged from 70 to 79 years old with a 73-year-old average age,

being Caucasian, married, Catholic, middle class, living with family and having higher

education degree represent most of the sample. The prevalence of drug use was

97.1%, consisting of drugs that act on the cardiovascular system, followed by the

metabolism and digestive system and the nervous system. The practice of

polypharmacy occurred in 62.8%. Self-medication was practiced by 53.9% of the

elderly respondents, being positively associated to the male and those living alone,

painkillers and vitamins are the most used in this practice. The mild adherence to

drug therapy occurred in 51% of the elderly and the inappropriate use of medicines

by 9.8%. Therefore, it is necessary to reflect on the health practices done by this

population, in order to establish strategies to help achieve better living conditions and

health.

Keywords: Supplemental health. Aged. Drug utilization. Polypharmacy.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição das características demográficas dos idosos usuários de

plano de saúde suplementar. Marília, São Paulo, 2015.......................23

Tabela 2 – Distribuição das características sociais dos idosos usuários de plano de

saúde suplementar. Marília, São Paulo, 2015. ....................................24

Tabela 3 – Dados relacionados à utilização do plano de saúde suplementar e do

SUS, de acordo com o sexo. Marília, São Paulo, 2015. ......................26

Tabela 4 – Problemas de saúde referidos pelos idosos entrevistados. Marília, São

Paulo, 2015. .........................................................................................27

Tabela 5 – Percepção sobre a própria saúde dos idosos entrevistados, de acordo

com o sexo. Marília, São Paulo, 2015. ................................................28

Tabela 6 – Uso de medicamentos nos últimos quinze dias da data da entrevista e

forma de obtenção pelos idosos entrevistado. Marília, São Paulo,

2015.. ...................................................................................................29

Tabela 7 – Classes de medicamentos utilizados pelos idosos entrevistados segundo

a Anatomical Therapeutic Chemical (ATC), 2013. Marília, São Paulo,

2015. ....................................................................................................30

Tabela 8 – Distribuição dos idosos usuários de plano de saúde suplementar, de

acordo com a prática da automedicação e dados demográficos. Marília,

São Paulo, 2015. ..................................................................................32

Tabela 9 - Distribuição dos idosos usuários de plano de saúde suplementar, de

acordo com a prática da automedicação e dados sociais. Marília, São

Paulo, 2015. ...........................................................................................34

Tabela 10 – Distribuição dos medicamentos utilizados na prática da automedicação

pelos idosos entrevistados. Marília, São Paulo, 2015. ....................35

Tabela 11 – Comportamento de adesão à utilização de medicamentos. Marília, São

Paulo, 2015. ........................................................................................36

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Tabela 12 – Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos e que devem

ser evitados para usos, independente da patologia segundo os Critérios

de Beers, 2012. Marília, São Paulo, 2015. ........................................37

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa

ABIFARMA Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas

AINES Anti-inflamatório Não Esteroide

ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATC Anatomical Therapeutical Chemical Classification System

CONSU Conselho de Saúde Suplementar

DEF Dicionário de Especialidades Farmacêuticas

EUM Estudo de Utilização de Medicamentos

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MPI Medicamento Potencialmente Inapropriado

OMS Organização Mundial da Saúde

PNAD Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios

PNS Pesquisa Nacional de Saúde

SPSS Statistical Package for the Social Science (software aplicativo

para análise estatística)

SUS Sistema Único de Saude

TMG Teste de Morisky-Green

UNIMED Cooperativa de Usuários Médicos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 13

2 OBJETIVOS................................................................................................. 18

2.1 Objetivo geral............................................................................................ 18

2.2 Objetivos específicos.............................................................................. 18

3 MÉTODO..................................................................................................... 19

3.1 Tipo de estudo......................................................................................... 19

3.2 Local do estudo.......................................................................................... 19

3.3 População e amostra................................................................................ 19

3.4 Procedimentos para coleta de dados..................................................... 19

3.5 Instrumento de coleta de dados............................................................. 20

3.6 Análise dos dados................................................................................... 21

3.7 Aspectos éticos....................................................................................... 22

4 RESULTADOS.......................................................................................... 23

4.1 Dados demográficos.................................................................................. 23

4.2 Dados socioeconômicos........................................................................... 24

4.3 Dados relacionados à utilização do plano de saúde suplementar e

do sistema único de saúde (SUS)..........................................................

25

4.4 Dados de morbidade e percepção da

saúde.........................................................................................................

27

4.5 Uso de medicamentos.............................................................................. 28

4.6 Automedicação........................................................................................... 31

4.7 Dados de adesão...................................................................................... 35

4.8 Dados relacionados ao uso inapropriado de medicamentos................ 36

5 DISCUSSÃO............................................................................................... 38

5.1 Dados demográficos................................................................................. 38

5.2 Dados socioeconômicos.......................................................................... 39

5.3 Dados relacionados à utilização do plano de saúde suplementar e

do sistema único de saúde (SUS)............................................................

40

5.4 Dados de morbidade e percepção da

saúde..........................................................................................................

41

5.5 Uso de medicamentos............................................................................... 42

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5.6 Automedicação........................................................................................ 44

5.7 Dados de adesão...................................................................................... 47

5.8 Dados relacionados ao uso inapropriado de medicamentos............... 48

6 CONCLUSÕES.......................................................................................... 50

REFERÊNCIAS............................................................................................ 52

APÊNDICE A – Instrumento para coleta de dados................................. 60

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.............. 63

ANEXO A – Declaração de Instituição Co-participante.......................... 64

ANEXO B – Critérios de Beers 2012 – Medicamentos potencialmente

inapropriados para idosos e que devem ser evitados para uso,

independente da patologia......................................................................

65

ANEXO C – Parecer Consubstanciado do CEP...................................... 67

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1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é condição mundialmente reconhecida, já que

essa população vem atingindo patamares elevados. No Brasil, a Política Nacional do

Idoso1 considera idosas as pessoas com sessenta anos ou mais de idade. De

acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

observa-se um aumento continuado da população com idade igual ou superior a 65

anos na totalidade dos Estados. Esse número correspondia a 5,61% no ano 2000;

em 2015, alcança 7,9%2 e estima-se que, em 2020, o Brasil terá uma população

idosa com cerca de 32 milhões de pessoas, ocupando o sexto colocado do mundo

em número de pessoas idosas.3

O Estado de São Paulo possui aproximadamente 44 milhões de pessoas, das

quais cerca de 3,4 milhões são idosos.2 Em Marília, município do estado de São

Paulo com 224.637 habitantes e cenário do presente estudo, a população de idosos

é de 34.491 pessoas, representando 15,3% do total da população,4 proporção acima

do valor nacional.

O perfil epidemiológico da população idosa caracteriza-se, pela grande

proporção de doenças crônico-degenerativas. Cerca de 80% dos idosos podem

padecer de uma ou mais enfermidades crônicas não transmissíveis e 36% podem

padecer de três delas.5 Essas doenças são responsáveis pelo aumento da demanda

por serviços de saúde, com maior número de consultas ambulatoriais e maior

frequência de internações hospitalares.6 Em razão disso, os idosos constituem um

grupo etário bastante medicalizado e exposto à polifarmácia.

As pessoas idosas também são as mais expostas às consequências do uso

inapropriado de fármacos, por apresentarem características fisiológicas que alteram

a farmacodinâmica e a farmacocinética, contribuindo para sua toxicidade. Em

relação à farmacocinética, há alterações relativas à absorção, distribuição,

metabolismo e eliminação do fármaco. Na absorção há o aumento do tempo de

esvaziamento gástrico. Na distribuição, o problema se relaciona à redução da massa

corporal magra, diminuição da água corporal total, aumento de gordura e diminuição

de proteínas plasmáticas, sendo que essas alterações podem modificar a dose de

ataque apropriada de um fármaco. No metabolismo do fármaco no idoso, algumas

alterações podem ser provocadas pela redução do fluxo sanguíneo hepático ou pela

capacidade do fígado de recuperar-se de alguma lesão. O declínio da capacidade

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funcional renal relacionado com a idade é muito importante, uma vez que esse órgão

é o principal responsável pela depuração dos fármacos no organismo. O resultado

prático dessa alteração consiste em prolongamento da meia vida de muitas drogas e

na possibilidade de acúmulo, em níveis tóxicos, o que torna necessária a adequação

da dosagem.7

Quando se estuda o uso de medicamentos em idosos, devem-se considerar

os aspectos farmacológicos a que estão submetidos, o cumprimento do regime

terapêutico e a adesão do paciente. A farmacoepidemiologia - ciência que estuda o

efeito do uso dos medicamentos na população – deve ser analisada sob três

aspectos: a Farmacovigilância, que providência a informação sobre os efeitos não

esperados e adversos dos medicamentos; a Farmacoeconomia, avalia o impacto

econômico e os benefícios à saúde promovidos pelos fármacos e os Estudos de

Utilização de Medicamentos (EUM), que utilizam metodologias próprias para

conhecer como os profissionais e a sociedade em geral fazem uso dos

medicamentos.8

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que os estudos de

farmacoepidemiologia são prioridade na pesquisa na área da saúde, principalmente

nos países emergentes onde eles ainda são escassos.8 De acordo com OMS, o uso

ideal de medicamentos pela população ocorre quando os pacientes recebem

medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às

suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e

para a sociedade.9

Nos últimos anos, estudos realizados em diferentes regiões do país revelam

as características do uso de medicamentos entre os idosos. Estes estudos mostram

prevalências do uso de medicamentos em idosos em Santa Rosa (RS) de 82%;10 em

Campinas, interior de São Paulo de 80,4%;11 em Londrina (PR), em uma instituição

de longa permanência, e ainda, de 97%,12 em Carlos Barbosa, no sul do país, o uso

contínuo de medicamentos foi referido por 72,3% dos idosos.13

O número médio de medicamentos utilizados por idosos, no município de

Santa Rosa foi de 2,79;10 em um estudo no munícipio de Goiânia, as mulheres

usavam mais medicamentos que os homens (3,94 e 3,06, respectivamente).14

Estudo de coorte realizado em uma população de mais idosos em Bambuí nos anos

de 1997 e 2008, constatou uma redução do número de medicamentos consumidos

de 4,6 para 3,4 – respectivamente.15 Em Campinas (SP), cidade do interior do

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15

estado de São Paulo 11 e em La Plata (Argentina),16 os idosos utilizam em média 3,1

medicamentos. Já em Carlos Barbosa, sul do Brasil a média foi de 2,1

medicamentos utilizados diariamente.13

A polifarmácia, compreendida como o uso de cinco ou mais fármacos em

associação17 é prática comum na população de idosos, pois o padrão do cuidado à

saúde tem preconizado essencialmente o uso de medicamentos, muitas vezes em

detrimento de outras medidas que também poderiam contribuir para a melhoria das

condições de saúde.

Esses estudos mostram a frequência com que ela ocorre na população de

idosos em diferentes regiões do país. A prática da polifarmácia em Goiânia foi de

26,4%;14 em uma cidade do sul de Santa Catarina, a presença da polifarmácia é

constatada em 28,8% dos entrevistados.18 Em um estudo de coorte realizado na

população de idosos de Bambuí (1997 e 2008) a prevalência da polifarmácia foi de

46,6% e 29,1%, respectivamente.15 Em Quixadá, Ceará, a prevalência da

polifarmácia é de 70,6%.19 Em La Plata, Argentina essa prevalência foi de 24,1%.16

Em Carlos Barbosa, sul do Brasil, a polifarmácia foi verificada em 13,9% da amostra.

13

Embora os estudos supracitados tenham sido realizados em diferentes

cenários e com distintas metodologias, é certo que todos eles reforçam que os

idosos utilizam grande quantidade de medicamentos, sendo também elevado o

número de idosos que fazem uso de polifarmácia.

Os erros mais comuns de uso de medicamentos em idosos são relativos a:

medicamento impróprio, dose errada, frequência inadequada, período insuficiente ou

demasiado de consumo, além de combinação inadequada com outros fármacos,

provocando interação indesejada.20

Frente à alta prevalência do uso de medicamentos por idosos, amplia-se a

preocupação com os efeitos prejudiciais e sua adequação. Dois estudos

investigaram aspectos relacionados à qualidade da farmacoterapia. No Rio de

Janeiro, que verificou-se que 17% dos medicamentos utilizados eram inadequados

para uso por idosos21 e, em Fortaleza, quase 20% dos idosos usavam pelo menos

um medicamento considerado inadequado para a faixa etária.22 O uso inapropriado

de medicamentos na população de Diamantina (MG), segundo os critérios de Beers-

Fick , esteve presente em 44,73% das prescrições para idosos.23 Em um estudo

realizado no Reino Unido, foi encontrada mais da metade dos pacientes com a

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16

última medicação prescrita como inapropriada e, de todas as medicações prescritas,

13% foram identificadas como inapropriadas.24

O uso de medicamentos pelos idosos torna-se ainda mais complicado

quando se trata da automedicação. Esta prática, comum desde os primórdios das

civilizações, é caracterizada por uma conduta em que o indivíduo, sem avaliação

médica, encarrega-se da escolha do medicamento a ser utilizado e da forma como

administrá-lo, em busca da cura da doença ou alívio de sintomas.25

No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias

Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas à

automedicação.26

Os fatores que levam a esta prática se distinguem entre as

classes sociais. Aquelas com baixo poder aquisitivo estão expostas a essa prática

por enfrentarem dificuldades no acesso aos serviços de saúde, a falta de

informações sobre o assunto e a não obrigatoriedade da apresentação da receita

médica no ato da compra.7 Assim sendo, a decisão do usuário na escolha do

medicamento pode se basear em prescrições anteriores em até 40% e, em 51% em

sugestões de pessoas leigas.27 Nas classes sociais mais favorecidas

economicamente e com facilidade de acesso aos serviços médicos, a

automedicação normalmente se deve à busca de solução imediata para o problema,

sem que haja interrupção das atividades cotidianas, bem como por influência

cultural. 9,28

Os prejuízos mais frequentes, decorrentes da automedicação, incluem

gastos desnecessários, atraso no diagnóstico e na terapêutica adequada, reações

adversas ou alérgicas e intoxicação.29 Os efeitos adversos podem se confundir com

os sintomas da doença que motivaram o seu uso, dificultando o diagnóstico da

provável doença que acomete o indivíduo, com a possibilidade do surgimento de

problemas mais graves, internação hospitalar e até a morte.20

Sendo os planos de saúde suplementar de acesso, principalmente, à

população com maior escolaridade e melhor renda,30 espera-se que essa população

seja mais esclarecida quanto aos riscos e menos adepta a essa prática. No entanto,

Duarte et al 2012,6 relatam que não há diferença significante na proporção de

automedicação entre usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e de Plano de

Saúde Suplementar, ainda que poucos estudos avaliem a questão nessa parcela da

população.

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17

Outro aspecto a ser considerado são os problemas decorrentes da não

adesão ao tratamento medicamentoso, os quais aumentaram nas últimas décadas e

muito têm preocupado os profissionais de saúde. Os estudos que abordam essa

problemática, particularmente nos idosos, indicam vários fatores relacionados à não

adesão ao tratamento. Dentre eles, merecem destaque: consumo elevado e uso

prolongado, efeitos colaterais, desaparecimento dos sintomas, desconhecimento

sobre os medicamentos, alto custo das medicações, falta de motivação,

analfabetismo e distúrbios de memória.31

Diante disso, tem-se considerado o conhecimento do perfil sociodemográfico

e da utilização de medicamentos pela população idosa fundamental para o

delineamento de estratégias de prescrição racional de fármacos para esse segmento

etário.22

No entanto, tem se observado que são poucos os estudos que tratam da

população de idosos que se utilizam de plano de saúde suplementar, os quais,

embora com maior poder aquisitivo, podem apresentar problemas complexos que

demandam ações específicas. Aproximadamente 80% dos idosos com planos de

saúde são usuários de medicamentos de uso contínuo.32

Silva et al 2012,33 em um inquérito postal realizado com idosos de Belo

Horizonte observaram que a afiliação a algum plano de saúde se associou de

maneira significativa à utilização de medicamentos e acredita-se que isso pode

ocorrer devido à facilidade de acesso ao atendimento médico, resultando em maior

número de prescrições.

Frente ao exposto, compreende-se que o uso de medicamentos entre idosos

que contam com plano de saúde suplementar pode apresentar especificidades que

necessitam de maior elucidação. No presente estudo, tem-se como questionamento

conhecer o perfil de uso de medicamentos entre esses idosos. Considera-se que

ampliar o conhecimento sobre o tema reveste-se de relevância científica e social,

uma vez que os dados poderão contribuir com a tomada de decisão pelos

profissionais e, consequentemente, com a racionalização do uso de medicamentos,

a melhoria das condições de vida desses idosos.

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18

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar o perfil sociodemográfico e farmacoterápico dos idosos usuários de

plano de saúde suplementar residentes no município de Marília-SP.

2.2 Objetivos específicos

a) Identificar o perfil sociodemográfico e os problemas de saúde referidos por

esses idosos;

b) Avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso desses idosos;

c) Identificar as classes de medicamentos mais utilizadas por eles;

d) Verificar quais as formas de acesso ao uso de medicamentos referidas pelos

idosos;

e) Caracterizar o uso inapropriado de medicamentos por esses idosos;

f) Analisar a prática da automedicação utilizada por esses idosos.

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19

3 MÉTODO

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, descritivo, transversal,

com abordagem quantitativa, quanto ao perfil de uso de medicamentos por idosos

residentes no município de Marília e que utilizam plano de saúde suplementar.

3.2 Local do estudo

O estudo foi realizado na cidade de Marília que se situa na região Centro-

Oeste Paulista, com base populacional de 224.637 habitantes, sendo o município

referência estadual em saúde para outros 62 municípios. Apresenta um índice de

envelhecimento populacional de 86,5 % e a população com 60 anos ou mais gira em

torno de 15,3%.4 Os usuários de plano de saúde somam 50.578, o que corresponde

a 22,5% da população total, sendo que, desses, 16,75% tem idade superior a 58

anos, segundo dados fornecidos pela operadora do plano de saúde.

3.3- População e amostra

A população do estudo incluiu pessoas com 60 anos ou mais, independente

do sexo, que não estavam hospitalizadas nem asiladas, usuários de um plano de

saúde suplementar de maior abrangência no município de Marília – SP.

O tamanho de amostra foi calculado no programa DIMAM 1.0 –

Dimensionamento Amostral, utilizando-se os seguintes parâmetros estatísticos:

população idosa usuária do plano de saúde de 8.474 pessoas, prevalência de uso

de medicamentos de 80%,32 margem de erro de cinco e nível de confiança de 95%,

resultando em 239 indivíduos.

3.4-Procedimentos para coleta de dados

A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas no próprio domicílio,

utilizando questionário padronizado e estruturado (APÊNDICE A), aplicado pelo

pesquisador, no período de maio/2014 a janeiro/2015. Foi disponibilizada pela

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20

operadora do plano de saúde uma lista contendo 676 idosos, com nome, endereço e

telefone após a assinatura da Declaração de Instituição Co-participante (ANEXO A).

Para a obtenção dos 239 idosos que compuseram a amostra, foram necessárias 427

visitas domiciliares: 01 indivíduo havia falecido, 25 não foram encontrados na

residência após três visitas, 69 não aceitaram participar da pesquisa, havia 20 com

endereços inexistentes, 20 não moravam no endereço fornecido e 03 estavam

viajando.

As informações foram obtidas diretamente dos idosos capazes de se

comunicar ou com o cuidador/familiar responsável pela sua medicação, nos casos

em que o idoso apresentasse alguma dificuldade para o fornecimento dos dados de

forma coerente.

Para proceder à identificação dos medicamentos utilizados, foi solicitado pelo

entrevistador que o idoso/cuidador trouxesse ao seu alcance o receituário médico

e/ou todas as medicações que estavam sendo utilizadas no período dos últimos

quinze dias da data da entrevista.

3.5- Instrumento de coleta de dados

O questionário constou de cinco partes, conforme descritas a seguir:

1- Dados demográficos – sexo, raça, estado civil, idade em anos e religião.

2- Dados sociais – ocupação, gastos com medicação, tempo de uso do

plano de saúde, quem paga o plano de saúde, utilização do SUS,

número de pessoas que moram na casa e classe econômica de acordo

com o Critério de Classificação Econômica Brasil. O Critério de

Classificação Econômica Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de

Empresas de Pesquisa (ABEP) tem a função de estimar o poder de

compra das pessoas e famílias urbanas, sem classificá-las nas “classes

sociais”.34

3- Dados de morbidade, prática de atividade física e percepção da saúde.

Foram coletados os problemas de saúde referidos nos últimos seis

meses e a percepção sobre a própria saúde.

4- Dados de uso dos serviços de saúde e farmacoterápicos – número de

consultas, internação no último mês, medicamentos utilizados, prescritos

ou não e forma de obtenção.

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21

5- Adesão ao uso de medicamentos por meio da utilização da versão em

português do Teste de Morisky-Greem (TMG) que consta de quatro

perguntas que objetivam avaliar o comportamento de baixa adesão. São

elas: 1- Você, alguma vez, esquece-se de tomar os seus

medicamentos? 2- Você, às vezes, é descuidado com o uso de seus

medicamentos? 3- Quando você se sente bem, alguma vez, deixa de

tomar o seu medicamento? 4- Quando você se sente mal com o

medicamento, alguma vez, deixa de tomá-lo?

De acordo com o protocolo do TMG, o paciente é classificado da seguinte

forma: alta adesão, quando a resposta a todas as perguntas são negativas; média

adesão, quando uma ou duas respostas às perguntas são afirmativas e baixa

adesão, quando três ou quatro respostas são afirmativas. A avaliação de baixa

adesão pode discriminar se o comportamento foi intencional (questões 1 e 2

afirmativas – deixar de tomar a medicação por se sentir bem ou por se sentir mal) ou

não intencional (questões 3 e 4 afirmativas – esquecimento e descuido quanto ao

horário da medicação)35. Foi utilizada a classificação “não se aplica”, quando a

entrevista não foi respondida pelo próprio idoso, quando a medicação era assistida

por algum familiar ou cuidador e quando o idoso não fazia uso de nenhum

medicamento, situações essas que inviabilizam as repostas às questões do teste.

3.6 Análise dos dados

Os dados foram transcritos em planilha do Excel e, posteriormente,

transportado para o software SPSS, versão 17. Foram obtidas as frequências

absolutas e relativas e após, comparadas às variáveis selecionadas no estudo para

verificação da existência de associação, utilizando-se o Teste do Qui-Quadrado ou

Teste Exato de Fischer. Foram consideradas associações positivas as relações

entre variáveis em que p é menor igual a 0,05.

Para avaliação do uso inapropriado dos medicamentos foram utilizados os

Critérios de Beers, atualizados em 2012. Incluindo uma lista de 53 medicamentos ou

classes, subdivididos entre aqueles que não devem ser usados por idosos, os que

devem ser evitados quando da existência de determinada doença, que pode ser

exacerbada, e as que medicamentos que devem ser usados com cautela (ANEXO

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22

B).36,37 Vale salientar que dessa lista temos 42 medicamentos comercializados no

Brasil. No entanto, no presente estudo optou-se por analisar apenas os

medicamentos que não devem ser usados por idosos.

Os medicamentos foram classificados de acordo com a Anatomical

Therapeutic Chemical Code 2013 (ATC),38 recomendados pela Organização Mundial

de Saúde para estudos de utilização de medicamentos. Nessa classificação, os

fármacos são divididos de acordo com o grupo anatômico ou sistema em que atuam,

a classe e o princípio ativo. Para identificar as substâncias a partir dos nomes

comerciais foi utilizado o Dicionário de Especialidades Farmacêuticas 2012.39

3.7 Aspectos éticos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

envolvendo Seres Humanos da Faculdade de Medicina de Marília, conforme

recomendações da Resolução 466 de 12/12/2012 do Conselho Nacional de Saúde,

parecer 607.824 de 31/03/2014 (ANEXO C) e autorização da Cooperativa dos

Usuários Médicos de Marília - UNIMED. Os participantes foram informados pelo

entrevistador sobre a natureza do estudo, seus objetivos, métodos e benefícios

previstos, potenciais riscos e possíveis incômodos pelo entrevistador e assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B) em que o participante

manifestou a participação voluntária na pesquisa.

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23

4 RESULTADOS

4.1 Dados demográficos

Conforme se observa na Tabela 1, dos 239 entrevistados, as mulheres

representam 79% (n=189). O grupo etário prevalente está entre 70-79 anos com

38,1% (n=91), sendo que a faixa etária de 60-79 anos perfaz um total de 75,8%

(n=181). A média de idade para ambos os sexos foi de 73 anos. No que concerne à

etnia, há a predominância da raça branca em 80,7% (n=193). Mais da metade dos

entrevistados são casados 52,7% (n=126) e, referindo-se às mulheres, há uma

grande proporção de viúvas 37,7% (n=90). A religião predominante é a católica,

74,5% (n=178).

Tabela 1 – Distribuição das características demográficas dos idosos usuários de

plano de saúde suplementar. Marília, São Paulo, 2015.

Características demográficas

Total

n %

Sexo Masculino 50 21 Feminino 189 79 Total 239 100 Idade (anos) 60 – 69 90 37,7 70 – 79 91 38,1 80 – 89 52 21,7 90 ou mais 6 2,5 Total 239 100 Raça Branco 193 80,7 Preto/Pardo 18 7,5 Amarelo 28 11,8 Total 239 100 Estado civil Solteiro 20 8,4 Casado 126 52,7 Viúvo 91 38,1 Desquitado 1 0,4 Amasiado 1 0,4 Total 239 100 Religião Católica 178 74,5 Evangélica 20 8,4 Espírita 20 8,4 Budista/Outras 21 8,7 Total 239 100

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4.2 Dados socioeconômicos

No que se refere à ocupação, a maioria é aposentada, 81,2% (n=194). Os

gastos com medicação ficam entre R$100,00 e R$ 200,00, 25,6% (n=61), a classe

econômica mais prevalente é a B, em 51,1% (n=122). A maioria dos entrevistados

mora com familiares, 75,6% (n=179) e, entre eles, 27,2% (n=65) possuem o superior

completo, conforme Tabela 2.

Tabela 2 - Distribuição das características sociais dos idosos usuários de plano de

saúde suplementar. Marília, São Paulo, 2015.

Características sociais Total

n %

Ocupação Aposentado 194 81,2 Dona de casa 23 9,6 Outros 22 1,2 Total 239 10 Gastos com medicação Até 100,00 65 27,1 De 101,00 a 300,00 96 40,1 De 301,00 a 500,00 41 17,2 Mais de 500,00 13 5,5 Nada 17 7,1 Não sabe 7 3 Total 239 100 Com quem mora Sozinho 58 23,6 Amigos 2 0,8 Familiares 179 75,6 Total 239 100 Classificação Econômica Classe A 15 6,2 Classe B 122 51,1 Classe C 90 37,6 Classe D 10 4,3 Não respondeu 2 0,8 Total 239 100 Escolaridade Analfabeto/ Fundamental incompleto

59 24,7

Fundamental completo/Médio incompleto

54 22,6

Médio completo/Superior incompleto

60 25,1

Superior completo 65 27,2 Não informou 1 0,4 Total 239 100

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4.3 Dados relacionados à utilização do Plano de Saúde Suplementar e do

Sistema Único de Saúde (SUS)

A Tabela 3 mostra que a maioria dos entrevistados, 94,1% (n=225) possui o

plano de saúde suplementar há mais de cinco anos, sendo que, em 61,5% (n=147),

é o próprio entrevistado que paga por ele. Entre os entrevistados, 77,3% utilizam o

SUS (n= 185), principalmente para vacinação, 60,1% (n= 163).

A média do número de consultas médicas no último ano foi de 04

consultas/ano para o sexo masculino e 05 consultas/ano para o sexo feminino. O

número de internações, no último mês, para os entrevistados foi de 10 (4,2%), sendo

que a maioria delas ocorreu com o sexo feminino.

Quando se refere a quem paga o plano de saúde, os cálculos estatísticos

mostram associação positiva (p=0,04) na relação de filhos que paga o mesmo e ser

do sexo feminino.

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Tabela 3 – Dados relacionados à utilização do plano de saúde suplementar e do

SUS, de acordo com o sexo. Marília, São Paulo, 2015.

Parâmetros Masculino Feminino Total P

n % n % n % Tempo de Plano de Saúde Suplementar De 1 a 5 anos 1 0,5 13 5,4 14 5,9 0,31 Mais de 5 anos 49 20,5 176 73,6 225 94,1 Total 50 21 189 79 239 100 Quem paga o Plano de Saúde Suplementar Filhos 3 1,2 34 14,2 37 15,4 0,04* Cônjuge 6 2,6 35 14,7 41 17,3 0,30 Empresa 3 1,2 5 2,2 8 3,4 0,37 Próprio entrevistado

36 15,2 111 46,3 147 61,5 0,10

Filhos + Entrevistado

0 0 2 0,8 2 0,8 1,0

Outros 2 0,8 2 0,8 4 1,6 0,19 Total 50 21 189 79 239 100 Utiliza o SUS Sim 40 16,7 145 60,6 185 77,3 0,71 Não 10 4,3 44 18,4 54 22,7 Total 50 21 189 79 239 100 Motivo que usa o SUS Consulta 6 2,2 29 10,8 35 13 0,66 Internação 0 0 1 0,4 1 0,4 1,0 Vacinação 33 12,2 130 47,9 163 60,1 0,73 Medicamentos 10 3,7 27 9,9 37 13,6 0,38 Outros 9 3,3 26 9,6 35 12,9 0,50 Total 58 21,4 213 78,6 271 100 Internações no último mês Sim 2 0,8 8 3,4 10 4,2 1,0 Não 48 20,2 181 75,6 229 95,6 Total 50 21 189 79 239 100

*Teste Exato de Fischer

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27

4.4 Dados de morbidade e percepção da saúde

Os problemas de saúde referidos pelos idosos totalizaram 955, sendo que a

hipertensão arterial foi a mais prevalente em 17,5% (n=167) dos entrevistados,

seguida pelo reumatismo ou artrose 8,6% (n=82), dislipedemias 8,4% (n=80) e

diabetes 7,6% (n=73). Em média, foi referida a presença de quatro doenças por

idoso.

Tabela 4 – Problemas de saúde referidos pelos idosos entrevistados. Marília, São

Paulo, 2015.

Problemas de saúde referidos n %

Pressão alta 167 17,5 Reumatismo ou artrose 82 8,6 Dislipidemia 80 8,4 Diabetes 73 7,6 Sono agitado ou conturbado 66 7,0 Infarto, angina 59 6,2 Hipotireoidismo 50 5,2 Bronquite, gripe, pneumonia 34 3,5 Varizes 26 2,7 Osteoporose 25 2,6 Déficit visual 19 2,0 Labirintite 18 1,9 Coceira, ferida na pele 17 1,8 Depressão 16 1,7 Infecção urinária 14 1,5 Problemas nos rins 9 1,0 Câncer 9 1,0 Diverticulite 7 0,7 Ácido úrico 7 0,7 Osteopenia 6 0,6 Síndrome do pânico 6 0,6 Queda 6 0,6 Hiperplasia benigna de próstata 6 0,6 Outras 153 16 Total 955 100

A Tabela 5 traz os dados sobre a percepção de saúde dos idosos

entrevistados, sendo que 59% (n=141) consideram sua saúde como boa. Não

havendo nenhuma associação positiva com o sexo.

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Tabela 5 – Percepção sobre a própria saúde dos idosos entrevistados de acordo

com o sexo. Marília, São Paulo, 2015.

Percepção saúde Masculino Feminino Total p*

n % n % n %

Péssima 0 0 2 0,8 02 0,8 1,0 Ruim 0 0 4 1,6 04 1,6 0,58 Regular 13 5,5 42 17,5 55 23 0,57 Boa 30 12,6 111 46,4 141 59 1,0 Ótima 07 2,9 29 12,2 36 15,1 1,0 Não respondeu 0 0 1 0,5 01 0,5 1,0 Total 50 21 189 79 239 100 *Teste Exato de Fischer

4.5 Uso de medicamentos

Na tabela 6, encontra-se que 97,1% (n=232) consumiram algum tipo de

medicamentos nos últimos quinze dias que antecederam a data da entrevista, sendo

que 62,8% (n=150) consomem cinco ou mais medicamentos. A média do número de

medicamentos utilizados por idoso é de 5,8, sendo que os homens consomem em

média 05 medicamentos e as mulheres 06. O número máximo de medicamentos

consumidos por idosos foi de 15. Quanto ao modo de acesso aos medicamentos,

48,3% (n=115) os adquirem na farmácia, sendo que 36,5 % (n=87) adquirem osparte

de seus medicamentos na farmácia e parte nas unidades de saúde.

Ao se associar a prática da polifarmácia (tabela 7) com a percepção da

própria saúde (tabela 6), observa-se associação positiva (p=0,04) entre aqueles que

têm a percepção ótima da saúde e não praticam a polifarmácia.

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Tabela 6 – Uso de medicamentos nos últimos quinze dias da data da entrevista e

formas de obtenção pelos idosos entrevistados. Marília, São Paulo, 2015.

Uso de medicamentos nos últimos 15 dias da data da entrevista

Total

n %

Sim 232 97,1 Não 7 2,9 Total 239 100 Número de medicamentos 0 7 2,9 1 a 4 82 34,3 5 ou mais 150 62,8 Total 239 100 Acesso para obtenção dos medicamentos

Unidade de saúde 15 6,3 Farmácia 115 48,3 Terceiros 0 0 Unidade de saúde + farmácia 87 36,5 Farmácia + Terceiros 11 4,5 Unidade de saúde + Farmácia + Terceiros

2 0,8

Nenhum 9 3,6 Total 239 100

A tabela 7 mostra que os medicamentos consumidos totalizaram 1358, sendo

que as drogas do sistema cardiovascular aparecem com mais frequência, 30,2%

(n=410). Nesse grupo, os mais utilizados são os anti-hipertensivos 8,10% (n=110).

Em seguida, destaca-se o grupo das drogas do sistema digestivo e metabolismo

22,60% (n=307), sendo as vitaminas 8,9% (n=121) e os do sistema nervoso 18,19%

(n=247), sendo os analgésicos os mais utilizados nesse grupo 5,54% (n=75).

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30

Tabela 7 – Classe de medicamentos utilizados pelos idosos entrevistados, segundo

a Anatomical Therapeutical Chemical Classification System (ATC), 2013. Marília,

São Paulo, 2015. (continua)

Classificação Anatômica/Grupo farmacológico n %

Aparelho cardiovascular 410 30,20

Anti-hipertensivo 110 8,10

Hipolipemiantes 90 6,63

Antiarrítmicos 74 5,45

Betabloqueadores 58 4,28

Diuréticos 48 3,54

Vasodilatadores 28 2,06

Outros 02 0,14

Aparelho digestório e metabolismo 307 22,60

Vitaminas 121 8,90

Hipoglicemiantes orais 95 7,00

Medicamentos relacionados à acidez 43 3,16

Antieméticos e antinauseantes 16 1,18

Outros 32 2,36

Sistema nervoso 247 18,19

Analgésicos 75 5,54

Antidepressivos 56 4,13

Antiepiléticos 35 2,58

Ansiolíticos 32 2,35

Vasodilatadores 24 1,76

Outros 25 1,81

Sistema musculoesquelético 130 9,58

Drogas para o tratamento de doenças ósseas 45 3,30

Relaxantes musculares 42 3,11

Anti-inflamatórios e antirreumáticos 34 2,50

Outros 09 0,67

Sangue e órgãos hematopoiéticos 71 5,23

Medicamentos antitrombóticos 64 4,72

Outros 07 0,51

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Tabela 7 – Classe de medicamentos utilizados pelos idosos entrevistados, segundo

a Anatomical Therapeutical Chemical Classification System (ATC), 2013. Marília,

São Paulo, 2015. (conclusão)

Classificação Anatômica/Grupo farmacológico n %

Preparações hormonais sistêmicas 56 4,13

Preparações da tireoide 54 3,99

Corticosteroides 02 0,14

Fitoterápicos 42 3,10

Aparelho Respiratório 36 2,65

Broncodilatadores 23 1,72

Antitussígenos 07 0,51

Outros 06 0,42

Órgãos sensoriais 20 1,48

Oftalmológicos (lubrificantes e hipotensores ocular) 20 1,48

Aparelho genito-urinário e hormônios sexuais 16 1,16

Medicamentos usados na hipertrofia benigna da próstata (inibidor da 5 alfa redutase)

07

0,51

Estrogênios 06 0,44

Outros 03 0,21

Antimicrobianos 14 1,03

Antibacterianos 13 0,96

Outros 01 0,07

Dermatológicos 05 0,35

Preparações de corticosteroides 02 0,14

Outros 03 0,21

Outros 04 0,28

Total 1358 100

4.6 Automedicação

Dos 239 idosos entrevistados, 232 haviam feito uso de algum tipo de

medicamento nos quinze dias que antecederam a entrevista. Desses, 53,9% (n=125)

realizaram automedicação. Quanto ao sexo, houve predomínio de mulheres, 78,9%

(n=183). No entanto, houve associação positiva (p=0,016) para os homens que

praticam a automedicação.

A faixa etária prevalente foi a de 70-79 anos, 38,8% (n=90), sendo que a

associação positiva para os que praticam a automedicação ocorreu nas faixas

etárias de 60-69 anos (p=0,046) e 80-89 anos (p=0,04).

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32

O estado civil predominante foi o casado, 53,4% (n=124). A raça branca

aparece em 80,6% (n=187) e a religião católica em 74,1% (n=172). Para esses

dados não houve associação positiva para a prática da automedicação (Tabela 8).

Tabela 8- Distribuição dos idosos usuários de plano de saúde suplementar, de

acordo com a prática de automedicação e dados demográgificos. Marília, São Paulo,

2015.

Dados demográficos

Com Automedicação

Sem Automedicação

Total P

Sexo Masculino Feminino Total

n 34 91

125

% 14,6 39,3 53,9

n 15 92

107

% 6,5

39,6 46,1

n 49 183 232

% 21,1 78,9 100

0,016*

Idade (anos) 60 – 69 70 – 79 80 – 89 90 ou + Total

n 38 48 34 5

125

% 16,4 20,7 14,6 2,2

53,9

n 47 42 17 1

107

% 20,2 18,1 7,4 0,4

46,1

n 85 90 51 6

232

% 36,6 38,8 22,0 2,6 100

0,046**

0,99 0,040* 0,22

Estado Civil Solteiro Casado Viuvo Desquitado Total

n 12 68 45 0

125

% 5,2

29,3 19,4

0 53,9

n 7

56 43 1

107

% 3

24,1 18,6 0,4

46,1

n 19 124 88 1

232

% 8,2

53,4 38,0 0,4 100

0,47 0,33 0,27 0,46

Raça Branco Preto Amarelo Pardo Total

n 100

3 17 5

125

% 43,1 1,2 7,4 2,2

53,9

n 87 2

11 7

107

% 37,5 1,0 4,6 3

46,1

n 187 5

28 12 232

% 80,6 2,2

12,0 5,2 100

0,86 1,00 0,54 0,55

Religião Católico Evangélico Espírita Outra Total

n 96 12 9 8

125

% 41,4 5,2 3,8 3,5

53,9

n 76 8

10 13

107

% 32,7 3,4 4,4 5,6

46,1

n 172 20 19 21 232

% 74,1 8,6 8,2 9,1 100

0,39 0,64 0,63 0,82

*Teste Exato de Fischer

**Teste do Qui-quadrado

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33

Quanto aos dados sociais dos idosos entrevistados, destaca-se, na tabela

10, que os idosos que moram sozinhos apresentam associação positiva para a

prática da automedicação (p=0,027). Nos demais aspectos analisados (atividade

profissional, com quem mora, classe social, tempo de plano de saúde, utilização do

SUS e o responsável pelo pagamento do plano de saúde), não houve associações

positivas. Salienta-se, no entanto, que a maioria dos idosos conta com plano de

saúde há mais de cinco anos, 94,8% (n=220). Quem paga o plano de saúde é o

próprio idoso, 62,1% (n=144) e, além de utilizar o plano de saúde, também procura

por serviços públicos para atendimento das necessidades de saúde. Grande parte

dos idosos vive com familares e é aposentada.

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34

Tabela 9 - Distribuição dos idosos usuários de plano de saúde suplementar de

acordo com a prática de automedicação e dados sociais. Marília, São Paulo, 2015.

Dados sociais Com Automedicação

Sem Automedicação

Total P

Ocupação Aposentado Desempregado Dona de casa Outro Total

n 104 1

10 10 125

% 44,6 0,5 4,4 4,4

53,9

n 85 0

13 9

107

% 36,6

0 5,6 3,9

46,1

n 189 1

23 19 232

% 81,2 0,5 10 8,3 100

0,53 1,00 0,26 1,00

Com quem mora Sozinho Amigos Familiares Total

n 22 2

101 125

% 9,5 1,0

43,4 53,9

n 33 0

74 107

% 14,0 0,0

32,1 46,1

n 55 2

175 232

% 23,5 1,0

75,5 100

0,02* 0,50 0,05*

Classe Social Classe A Classe B Classe C Classe D Não respondeu Total

n 9

65 44 5 2

125

% 3,8

28,0 18,9 2,2 1,0

53,9

n 6

52 45 4 0

107

% 2,6

22,4 19,4 1,7 0,0

46,1

n 15 117 89 9 2

232

% 6,4

50,4 38,3 3,8 1,0 100

0,79 0,70 0,35 1,0

0,50

Tempo de plano de saúde suplemetar De 1 a 5 anos Mais de 5 anos Total

n 8

117 125

% 3,5

50,4 53,9

n 4

103 107

% 1,7

44,4 46,1

n

12 220 232

% 5,2

94,8 100

0,39

Quem paga o plano de saúde suplementar Filhos Cônjuge Empresa Próprio idoso Outros Total

n

19 18 6

77 5

125

% 8,2 7,7 2,6

33,2 2,2

53,9

n

17 20 2

67 1

107

% 7,3 8,6 1,0

28,8 0,4

46,1

n

36 38 8

144 6

232

%

15,5 16,3 3,6

62,0 2,6 100

1,00 0,48 0,29 0,98 1,13 0,50

Usa o SUS Sim Não Total

92 33 125

39,6 14,3 53,9

87 20 107

37,5 8,6

46,1

179 53 232

77,1 22,9 100

0,21

*Teste do Qui-quadrado

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35

A automedicação utilizada pelos idosos refere-se principalmente aos

analgésicos, sendo a dipirona sódica, sozinha ou em associação, o componente

mais utilizado por eles – 40,6% (n=54), seguida do paracetamol 10,5% (n=14); dos

fitoterárpicos em 9% (n=12), vitaminas em 6,8% (n=9) e o nimesulida utilizado por

oito idosos, conforme tabela 10.

Tabela 10 - Distribuição dos medicamentos utilizados na prática da automedicação

pelos idosos entrevistados. Marília, São Paulo, 2015.

Medicamento n %

Citrato de orfenadrina / Dipirona sódica / Cafeína anidra.

26 19,5

Dipirona 21 15,8 Paracetamol 14 10,5 Nimesulida 08 6,0 Dipirona sódica+maleato de dimetindeno+rutosideo+cloridrato de fenilefrina+acido ascórbico

07 5,3

Fitoterápicos 12 9,0 Omeprazol 06 4,5 Vitaminas 09 6,8 Diclofenaco sódico 06 4,5 Cafeina+casisoprodol+diclofenaco sódico+paracetamol

03 2,3

Outros 21 15,8 Total 133 100

4.7 Dados de adesão

Dos idosos entrevistados, 51% (n=122) apresentam média adesão e, entre

aqueles que tiveram comportamento de baixa adesão, 47,4% (n=9) foi intencional,

não intencional e ambos em 15,8% (n=3).

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36

Tabela 11 – Comportamento de adesão à utilização de medicamentos. Marília, São

Paulo, 2015.

Parâmetros Total

n % Grau de adesão

Alta 69 28,9 Média 122 51 Baixa 19 8 Não se aplica 29 12,1 Total 239 100 Comportamento de baixa adesão

Intencional 9 47,4

Não intencional 7 36,8 Ambos 3 15,8 Total 19 100

4.8 Dados relacionados ao uso inapropriado de medicamentos

Dos 1358 medicamentos utilizados pelos idosos, apenas 9,8% (n=132) são

considerados como potencialmente inapropriados segundo Critérios de Berrs-Fick

2012 sendo os mais utilizados os relaxantes músculo-esqueléticos, 32,5% (n=43) e

os benzodiazepnicos, 13% (n=17) (tabela 13).

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37

Tabela 12 – Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos e que devem

ser evitados para uso, independente da patologia segundo os Critérios de Beers,

2012. Marília, São Paulo, 2015.

Grupo/medicamentos n %

Dor Relaxantes músculo-esqueléticos Anti-inflamatórios não esteróides

54 43 11

41 32,5 8,5

Sistema Nervoso Central Benzodiazepínicos Amitriptilina Risperidona Fenobarbital Olanzapina Hipinóticos não benzodiazepínico

33 17 8 3 3 1 1

25 13 6

2,3 2,3 0,7 0,7

Cardiovascular Propafenona Amiodarona Nifedipina Metildopa

22 10 9 2 1

16,7 7,7 6,9 1,4 0,7

Endócrinos Insulina Estrogênio Sulfoniluréias de longa duração

16 9 5 2

12,2 6,9 3,9 1,4

Antimicrobiano Nitrofurantoína

3 3

2,3 2,3

Antitrombóticos Ticlopidina

2 2

1,4 1,4

Anti-histamínicos Hidroxizine

1 1

0,7 0,7

Gastrointestinal Metoclopramida

1 1

0,7 0,7

Total 132 100

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38

5 DISCUSSÃO

5.1 Dados demográficos

Os dados demográficos dos entrevistados mostram que a maioria é mulher, o

que corrobora com os achados de outros estudos 6,10,13-15,18,19,33,40-43 e com dados do

IBGE, que apontam para a feminilização da velhice44,45 e que o envelhecimento é

também uma questão de gênero, uma vez que as mulheres se expõem menos ao

risco de adoecimento e morte.14 Mesmo assim, no presente estudo, a prevalência de

mulheres (79%) foi maior do que a encontrada nos estudos em geral que descrevem

essa proporção em torno de 55%. Quando se trata de idosos que utilizam plano de

saúde, foi encontrado que para cada 100 homens com 60 anos ou mais, existem

143 mulheres.32 Além disso, neste estudo observou-se que para essa clientela, as

mulheres se encontravam mais disponíveis para realização da entrevista, portanto

colaboraram mais do que os homens.

Os homens procuram menos os serviços de saúde porque o cuidar tem sido

considerado uma tarefa feminina e por dificuldade de acesso aos serviços (horário

de funcionamento, tempo de espera), além de eles expressarem e perceberem a

saúde de forma diferenciada40. Embora o estudo citado não tenha sido realizado com

usuários de plano de saúde, pode-se entender que o descuido do homem em

relação à sua saúde é uma questão cultural e desvalorizada até mesmo pelas

políticas públicas que só recentemente lançaram a Política de Atenção à Saúde do

Homem.46

No que se refere à faixa etária, a mais prevalente foi a de 70-79 anos (38,1%).

Esse perfil mais envelhecido também foi observado entre idosos beneficiários de

plano de saúde quando comparado àqueles sem plano de saúde.32

A raça branca, a religião católica e o estado civil de casado como

predominantes vão ao encontro dos dados do Censo Demográfico 201044. No

entanto chama a atenção a porcentagem de mulheres viúvas, o que pode ser

explicado de duas maneiras: o homem, a partir dos 60 anos, tende a procurar mais o

recasamento, inclusive com mulheres mais jovens.45 Também há sobremortalidade

masculina entre os idosos, havendo mais mulheres em idade avançada do que

homens, tornando menor a possibilidade de casamentos para elas.47

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39

5.2 Dados socioeconômicos

A maioria dos idosos encontra-se aposentada, dado esse que vai ao encontro

dos indicadores sociais da população brasileira,45 em que 81,2 % da população

idosa são aposentados e/ou pensionistas. Na região sudeste, essa porcentagem é

de 76,3%.

A classe econômica predominante foi a classe B, com a renda familiar entre

dois e três salários mínimos. O Critério de Classificação Econômica Brasil34 tem a

função de estimar o poder de compra das pessoas e famílias urbanas, abandonando

a pretensão de classificar a população em termos de “classes sociais”. Mesmo

assim, tem-se a indicação de que os idosos estudados contam com recursos que

lhes permitem a aquisição de bens de consumo e uma vida com mais conforto,

quando se compara isso com os idosos em geral, uma vez que a maioria vive com

salário mínimo e, muitas vezes, são os responsáveis pelo sustento da família.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),32 quando

a renda domiciliar per capita é inferior a ¼ do salário mínimo, o acesso ao plano de

saúde é bastante diminuto, tanto na população total como na de idosos. Já na última

faixa de renda (mais de cinco salários mínimos), quatro, em cinco indivíduos, têm

plano de saúde. Sem dúvidas, os maiores níveis de renda permitem aquisição de

melhores serviços de acompanhamento, equipamentos de apoio e inserção social

mais ativa.45

Os gastos com medicamentos por mês, da maioria dos entrevistados, estão

entre R$101,00 e R$300,00. Estudo realizado no Rio de Janeiro7 mostrou

associação entre possuir plano de saúde e ter maior gasto com medicamentos. O

gasto médio com medicamentos chega a comprometer aproximadamente um quarto

da renda mensal média de mais da metade da população idosa brasileira.41

A maioria dos idosos entrevistados morava com familiares, porém, muitos

deles viviam sozinhos, sendo este considerado um motivo de preocupação, pois há

indícios de que esses idosos são mais propensos aos problemas negativos

relacionados ao uso de medicamentos.6

Na população de idosos com 60 anos ou mais, segundo Pesquisa Nacional

de Amostras de Domicílios 200945 (PNAD) cerca da metade tem menos de quatro

anos de estudo. Diferenças expressivas foram observadas entre os idosos com

acesso ao plano de saúde, uma vez que 18% deles possuem ensino superior e 19%,

Page 42: USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS USUÁRIOS DE PLANO DE … ECS. U… · faculdade de medicina de marÍlia elaine cristina salzedas muniz uso de medicamentos por idosos usuÁrios de

40

o ensino médio,32 dados que se aproximam dos resultados do presente estudo.

Mesmo assim, quase um quarto deles é analfabeto ou possuem apenas o

fundamental incompleto. Há que ser considerado o fato de que essas idosas

nasceram e cresceram num período em que a dificuldade de acesso à educação era

muito grande, principalmente para as mulheres, pois a prioridade era para os

homens.48

5.3 Dados relacionados à utilização do plano de saúde suplementar e do SUS

Quando se trata da contratação do plano de saúde, a maioria o fez há mais

de 05 anos e é o próprio idoso quem paga por ele. No entanto, as mulheres são

mais ajudadas pelos filhos para esse pagamento, quando comparadas com os

homens. Dados da ANS32 também mostram que a maioria dos idosos paga

diretamente o seu plano de saúde. Além disso, em relação a quem paga o plano de

saúde, as diferenças estão correlacionadas com a fase da vida e sua participação no

mercado de trabalho.

A Lei 9656/1998 e a Resolução número seis de quatro de novembro de 1998,

do Conselho de Saúde Suplementar (Consu)49 proíbem aumentos dos valores das

mensalidades a pessoas com mais de sessenta anos que tenham permanecido por

mais de dez anos no plano. Em 2003, com o Estatuto do Idoso,1 é vedada a variação

de preços dos planos de saúde para todos os maiores de sessenta anos.

Mesmo sendo beneficiária de um plano de saúde, a maioria utiliza o SUS,

principalmente para a vacinação, uma vez que o plano de saúde não proporciona

acesso às vacinas.

A média de quatro consultas no último ano para os homens e cinco para as

mulheres, confirma o fato de as mulheres estarem mais preocupadas e procurarem

mais os serviços de saúde, como já justificamos anteriormente.

Em um estudo no município de Sorocaba (SP),6 a média de consultas para os

usuários do SUS foi de duas consultas/mês; no estudo de coorte, no município de

Bambuí (MG),15 tanto para o ano de 1997, como 2008, o número foi de quatro

consultas/ano; no estudo realizado no nordeste do Brasil,22 as chances de uso de

medicamentos cresceram com o número de visitas aos serviços de saúde; no estudo

de Belo Horizonte,33 40% dos idosos informaram ter realizado seis ou mais consultas

médicas no último ano.

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41

Quando se trata do número de consultas, a Portaria 1101/GM, de

12/06/2012,50 estima, como parâmetro de cobertura, três consultas

médicas/pessoa/ano. A média de consultas médicas por beneficiário no setor

suplementar, informada pelas operadoras no Sistema de Informações de Produto

(SIP), tem se mantido em torno de cinco consultas médicas/beneficiário/ano51.

Quando se refere às internações no último mês anterior à realização da

entrevista, houve uma frequência de ocorrência bastante baixa. Vemos que os

motivos principais (diarreia, desidratação, queda, dengue, diverticulite) tratam de

condições agudas. Isso mostra que, apesar de essa população estar exposta a um

maior número de doenças crônicas, elas estão devidamente controladas, já que, no

período estudado, não houve agudização delas, o que reforça um controle adequado

no domicílio.

5.4 Dados de morbidade e percepção da saúde

O envelhecimento e a presença de doenças crônicas estão intimamente

ligados. Neste estudo, a média de problemas de saúde referidos por idoso foi quatro.

Quando se trata da morbidade de beneficiários da Saúde Suplementar, os

dados são escassos e pulverizados em publicações científicas, dificultando a

caracterização do perfil de adoecimento.53 Em um estudo de revisão integrativa da

literatura,54

os resultados mostram que não há um perfil sistematizado de morbidade

para essa população, uma vez que cada estudo identificou causas distintas. Na

Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013 as doenças crônicas prevalentes entre os

idosos foram: hipertensão, doença na coluna ou nas costas, dislipidemia, depressão

e diabetes,30,42,55 dado semelhante ao encontrado no presente estudo, com exceção

da depressão, que aparece em 14º lugar. A presença de doenças crônico-

degenerativas também aparece nos estudos em que a população estudada é

usuária do SUS.6,41,49,56 Em um estudo realizado em Belo Horizonte (MG),53

concluiu-se que o perfil de morbimortalidade dos beneficiários do plano de saúde é

semelhante ao observado em usuários do SUS.

Essa carga de doenças poderia ser menor se houvesse uma preocupação

maior com programas de saúde preventivos, diagnóstico precoce e melhor

adequação da terapêutica, bem como mudança de comportamento e melhoria da

qualidade de vida.

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42

Mais da metade dos idosos que conseguiram avaliar seu estado de saúde

considera-o como bom ou ótimo. No levantamento da PNAD 2008, mostra-se que

mais da metade dos idosos com plano de saúde considera seu estado de saúde

muito bom ou bom.5

Na presente investigação, assim como no estudo de Goiânia (GO),14 a prática

da automedicação foi menos frequente em indivíduos com percepção de saúde

ótima; no estudo de Santa Catarina,18 a percepção regular de saúde não teve

relação significativa com a quantidade de medicamentos utilizados; no estudo do

Ceará,19 a prática da polifarmácia teve associação positiva com a autoavaliação de

saúde muito insatisfeita e insatisfeita e a autopercepção da sua qualidade de vida

entre regular e ruim. No inquérito postal realizado na cidade de Belo Horizonte (MG),

33 a pior percepção do estado de saúde esteve associada de forma positiva e

estatisticamente significante, com o uso de medicamentos.

A autopercepção da saúde é um indicador da qualidade de vida, é de fácil

captação em inquéritos de saúde e um importante preditor de morbidade.32

5.5 Uso de medicamentos

A prevalência do uso de medicamentos na população estudada é de 97,1%, a

qual supera as encontradas nos estudos de Santa Rosa (RS),10 Campinas (SP),11

Carlos Barbosa (RS),13

Marília (SP)42

e em um inquérito postal realizado nos

municípios de Belo Horizonte e Rio de Janeiro33. Essa prevalência também supera

os dados da ANS32 em que há referência de que 80 % dos idosos com planos de

saúde são usuários de medicamentos de uso contínuo. Prevalência semelhante à

encontrada neste estudo é observada em um estudo de Londrina (PR)12 com idosos

em instituição de longa permanência.

No estudo de Silva et al,33 a filiação a um plano de saúde associou-se de

maneira significativa à utilização de medicamentos, o que ocorre pela maior

facilidade de acesso a médicos de diferentes especialidades, resultando em maior

número de prescrições.

As classes terapêuticas mais utilizadas pela população em estudo foram os

anti-hipertensivos, seguidos pelas vitaminas e analgésicos. O uso frequente de

drogas que atuam no sistema cardiovascular nessa faixa etária também foi

encontrado em outros estudos.10,13-15,33,41,42,56,57 Os medicamentos para o sistema

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43

cardiovascular são os mais prescritos, pois as doenças cardiovasculares lideram as

causas de morbimortalidade em indivíduos acima de 65 anos.10

O uso expressivo de vitaminas com prescrição médica foi frequente nessa

população, ocorrência pouco observada em outros estudos, visto que o

risco/benefício do uso de vitaminas e suplementos minerais ainda não é bem

estabelecido, correndo-se o risco de usar esses produtos em quantidades superiores

às necessidades fisiológicas.33 Os analgésicos também aparecem com frequência

em outros estudos, 7,10,14,19 tanto como medicamento prescrito, como na prática da

automedicação.

É esperado, na presença de múltiplas doenças, que os idosos necessitem de

múltiplos medicamentos, o que contribui para o aumento da expectativa de vida,

embora só deva ser comemorada se realmente for acompanhada por melhora na

qualidade de vida. No entanto, esse uso também tem causado prejuízos à saúde,

principalmente quando utilizado de forma inapropriada ou em detrimento de ações

não medicamentosas.

A prática da polifarmácia, definida como o uso de cinco ou mais

medicamentos,17 ocorreu em 62,8% dos idosos participantes do estudo. Estudos

nacionais mostram uma variação que vai de 20 a 70,6%.14,15,18,19,42,43,54 Essa

variação ampla pode acontecer devido às diferenças metodológicas (populações

estudadas, período recordatório) e até mesmo do conceito de polifarmácia.57

A população de idosos está submetida à fragmentação do cuidado, visto que

eles procuram diferentes especialidades para resolução de seus problemas de

saúde. Destaca-se que o uso de seis ou mais medicamentos pode elevar o risco de

interações medicamentosas graves em até 100%.56

A polifarmácia é um problema crescente e de grande impacto para a

terapêutica dos idosos. É de responsabilidade de toda a equipe multiprofissional a

melhoria dessa prática. Minimizar o uso de medicamentos inapropriados, utilizar

medicamentos e doses adequadas, não tratar os efeitos colaterais com outras

drogas sem antes investigar a correlação com a própria droga, diminuir a carga de

comprimidos diários e individualizar a terapêutica são medidas que podem otimizar

as medicações utilizadas por pacientes idosos e melhorar a aderência ao tratamento

medicamentoso.58

Page 46: USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS USUÁRIOS DE PLANO DE … ECS. U… · faculdade de medicina de marÍlia elaine cristina salzedas muniz uso de medicamentos por idosos usuÁrios de

44

5.6 Automedicação

A automedicação entre os idosos que utilizam o plano de saúde ainda é uma

condição bastante frequente, visto que 53,9% dos entrevistados realizam tal prática,

ela é vista com preocupação, considerando-se que os idosos utilizam grande

quantidade de medicamentos e apresentam alterações fisiológicas que predispõem

aos efeitos adversos. Além disso, trata-se de uma população que conta com o plano

de saúde, para os quais se entende que haveria facilidade de acesso à prescrição

por profissionais habilitados, o que os livraria dos riscos de tal prática.

Muitos fatores podem estar relacionados à automedicação. Entre eles, os

hábitos culturais de armazenar medicamentos no domicílio, predispondo a riscos de

uso indevido, utilização de medicamentos vencidos ou sem valor terapêutico pela

armazenagem incorreta.59 Há também constatação de que em países com sistema

de saúde pouco estruturado, a compra de medicamentos diretamente na farmácia

passa a ser uma opção.60

Na cidade de Kermanshah-Irã, a prevalência de automedicação entre os

idosos foi de 83% e os motivos que levaram a isso foram a satisfação com os

resultados obtidos, já ter consumido o medicamento anteriormente, dificuldade de

conseguir uma consulta médica, experiência prévia com a doença e o fato de

considerar que a doença não é séria.61

Em um setor de emergência de um hospital escola da França, foi constatado

que 63,7% dos pacientes tinham feito uso de automedicação nas duas últimas

semanas que antecederam o inquérito e, desses, 1,7% apresentaram efeitos

adversos relacionados a eles. Para os autores, trata-se de um problema frequente e

que não pode ser negligenciado pelo sistema de saúde62. Na cidade de Juiz de Fora

(MG), em estudo com 299 idosos, 63,8% referiram a prática de automedicação.57

No Brasil, iniciativas vêm sendo tomadas com a finalidade de evitar que isso

ocorra. Como exemplo, tem-se a ampliação do acesso aos serviços de saúde que

ocorreu nas últimas décadas e aumento de oferta de medicamentos gratuitos

enquanto garantia constitucional, com a necessidade de apresentação da receita

médica. Um importante avanço também é representado pela lei 6492/06 que proíbe

a venda de antibióticos sem receita médica, bem como pelas orientações do

Ministério da Saúde para o uso racional de medicamentos.63

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45

Mesmo assim, há a constatação de que as pessoas menos favorecidas

quanto à renda e à escolaridade e que utilizam o SUS são mais vulneráveis ao uso

de automedicação quando comparadas com aquelas que contam com plano de

saúde.6

A automedicação é uma forma de autocuidado à saúde, no entanto, tal prática

significa um problema de saúde pública e pode ser mais grave na pessoa idosa

devido a seus variados pontos negativos, como efeitos adversos, reações alérgicas,

intoxicações, interações medicamentosas e também por poder retardar o diagnóstico

de alguma patologia. Sendo assim, fazem-se necessários conhecimentos e

habilidades específicas sobre farmacologia, interação e reações medicamentosas,

visando evitar problemas.64

No presente estudo, embora a maioria dos idosos seja pertencente às classes

sociais A e B, não houve associações positivas entre as diferentes classes

econômicas. É preciso considerar que o fato de o idoso ser conveniado a um plano

de saúde, de qualquer forma, indica uma diferenciação em relação à grande parte

da população idosa brasileira, que vive com um salário mínimo, além de muitas

vezes ser responsável pelo domicílio.

Outro aspecto relevante é o fato de os homens fazerem uso desse recurso

com maior frequência, o que também foi revelado em outro estudo que constatou,

ainda, que eles gastam mais com a aquisição de medicamentos quando

comparados com as mulheres.10

É certo que os homens são menos propensos a

procurar os serviços e a cuidar da saúde. Sendo assim, é possível que procurem

alivio para os problemas por meio da automedicação.

Morar sozinho foi outro aspecto que se associou ao uso da automedicação

entre os idosos estudados. Esse fato é importante visto que aproximadamente uma,

em cada sete pessoas idosas, vive só, mesmo que essa proporção seja menor nos

países em desenvolvimento e entre idosos com menor renda. Outro indicativo de

que os idosos que vivem sós são menos propensos a cuidarem adequadamente da

saúde é o fato de que eles apresentam níveis pressóricos mais elevados

comparativamente com os demais idosos, o que reforça que tais idosos necessitam

de cuidados mais atentos dos profissionais da saúde.65

A grande preocupação com a automedicação, especialmente entre os idosos,

deve-se à possibilidade de interação medicamentosa. Mesmo assim, estudo

australiano considera que, frente ao crescente aumento dos custos da assistência à

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saúde, a automedicação tem sido importante opção no gerenciamento de condições

comuns. Os autores citam estudo realizado em cinquenta países em que 95% dos

participantes responderam que estavam dispostos a tal prática no caso de doenças

comuns e de menor gravidade.66

No entanto, os autores reforçam que o sucesso dessa prática depende de ser

empreendida de forma responsável e que não existe um consenso global para que

esse consumo seja realizado de forma segura. Para isso, seria necessário levar em

consideração as características da droga e como ela é utilizada.66

Os medicamentos sem prescrição mais utilizados pelos idosos

entrevistados foram os analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINES), os

fitoterápicos e vitaminas. Essa parcela da população, por apresentar alterações

fisiológicas e doença frequentes do sistema musculoesquelético, destacando-se

entre elas, artrites, artroses e osteoporoses, sentem a presença de dor que se

caracteriza pela cronicidade, alta intensidade e limitação da autonomia67. Desta

forma, eles lançam mão tanto dos analgésicos como dos AINES.

Os analgésicos simples, como dipirona e paracetamol, os mais utilizados

pelos participantes do presente estudo, também foram os medicamentos mais

utilizados por idosos de uma cidade do interior do estado Paraná, sendo que a

maioria por prescrição médica.67 Na cidade de Campinas, do interior do Estado de

São Paulo, a dipirona foi o medicamento mais utilizado como automedicação entre

idosos e, os autores destacam ser esta a classe farmacológica mais utilizada no

mundo todo.11

A dipirona, embora largamente utilizada, é proibida em alguns países, devido

às reações adversas que pode provocar, entre elas, a agranulocitose e anemia

aplásica. Além disso, ela interage com medicamentos frequentemente utilizados

pelos idosos, como a furosemida, a hidroclorotiazida, o propranolol, o carvedilol,

diminuindo o efeito diurético e anti-hipertensivo; com a losartana, pode levar à

hipotensão e ao aumento dos riscos de problemas renais, e com a varfarina,

aumenta o risco de sangramento.68

No Brasil, em 2001, a Associação Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

considerou que há uma relação favorável em relação ao custo/benefício desse

fármaco, porém, em análise da qualidade de amostras disponibilizadas em

farmácias, muitas foram reprovadas em importantes critérios, sendo este outro

aspecto a ser considerado para sua utilização, sendo como automedicação ou não.69

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O paracetamol, ao interagir com a fenitoína e fenobarbital, pode ter seu efeito

terapêutico reduzido e aumento da hepatotoxidade; com a varfarina aumenta o efeito

anticoagulante; além de reduzir os efeitos terapêuticos piperacilina, amicacina e

gentamicina.

O uso de AINES, entre eles, o nimesulida e diclofenaco, como automedicação

pelos idosos do estudo representa uma condição a ser considerada, pois eles

podem causar importantes efeitos adversos. Em análise das potenciais interações

medicamentosas em prescrição de pacientes hipertensos, foi constatado que os

AINES foram associados a praticamente todos os medicamentos utilizados no

controle da pressão arterial, sendo que a ação de inibir a síntese renal de

prostaglandinas e de reter fluídos orgânicos e sódio, atribuída a eles, antagonizam

os efeitos dos fármacos anti-hipertensivos.70

Os fitoterápicos representaram 9% da automedicação utilizada pelos idosos

que contam com plano de saúde suplementar. Embora o uso desses medicamentos

venha sendo incentivado pelas políticas públicas, a sua forma de utilização, toxidade

e eficácia ainda é pouco conhecida e os profissionais da saúde pouco preparados

para lidar com eles. Esses medicamentos são considerados como uma alternativa

aos medicamentos sintéticos, além de apresentarem um custo menos elevado.70

Os suplementos vitamínicos também são utilizados como automedicação

pelos idosos estudados entrevistados. Essa prática também foi observada em

estudo realizado com idosos australianos, para eles, esse uso é realizado para

suplementação e a melhoria da saúde geral.71

5.7 Dados de adesão

A OMS aceita como definição de adesão quando o comportamento de uma

pessoa – em relação a tomar medicação, seguir uma dieta, e/ou mudar estilo de vida

– corresponde às recomendações de um profissional de saúde.72 Sendo assim,

adesão não está relacionada apenas ao ato de tomar medicamentos, vai mais além:

significa como o paciente “administra” seu tratamento, ou seja, como se comporta

em relação a ele.35

De forma operacional, o conceito de adesão é compreendido como a

utilização de medicamentos prescritos em, pelo menos, 80% do seu total,

observando horários, doses e tempo de tratamento.72

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Não há consenso sobre qual seria o melhor método para avaliar adesão. O

Teste de Morisky-Greem (TMG) é um dos mais estudados e utilizados em pesquisas

para avaliação do comportamento de baixa adesão,35 mesmo tendo como limite o

fato de avaliar somente a adesão à terapêutica medicamentosa.

A adesão ao tratamento é um fenômeno multidimensional e determinado por

fatores sociais, culturais, econômicos e comportamentais, comportamentos esses

não só do paciente, mas também dos profissionais de saúde. A ocorrência

simultânea de múltiplas patologias associadas ao envelhecimento tem grande

repercussão sobre a adesão ao tratamento além do comprometimento cognitivo,

acesso aos medicamentos e número de medicamentos utilizados.73

Estima se que

40-75% dos idosos com regimes terapêuticos rotineiros não o cumprem

adequadamente.74 No presente estudo, 51% dos idosos apresentaram

comportamento de média adesão. Entre aqueles que apresentaram baixa adesão, o

comportamento intencional (47,4%) foi predominante.

5.8 Dados relacionados ao uso inapropriado de medicamentos

Tendo em vista que os idosos apresentam múltiplas doenças, o que leva à

polifarmácia, além de alterações na composição corporal e nas funções renal e

hepática provocadas pelo processo de envelhecimento, tem-se uma tríade que vai

desencadear frequentemente efeitos colaterais e interações medicamentosas, com

graves consequências para essa faixa etária.75

Parcela significativa desses eventos pode ser prevenida, evitando-se a

prescrição de Medicamentos Potencialmente Inapropriados (MPI) para idosos, como

os que são listados na versão de Beers 2012. De acordo com esse critério, neste

estudo foi encontrado que 9,8% (n=132) medicamentos utilizados pelos idosos foram

considerados inapropriados, uma prevalência inferior a que foi encontrada no estudo

de Florianópolis (SC),76 que mostrou 22,4% MPI; no estudo de Araraquara (SP)77

7,5% MPI; em um estudo inglês,24 com idosos portadores de doença pulmonar

crônica, a prevalência de MPI foi de 13%; em um estudo em São Paulo (SP)78, com

pacientes internados, a prevalência de MPI foi de 35,47%; em um estudo em

Diamantina (MG), 23 os MPI estavam presentes em 44,73% das prescrições dos

idosos; no município de São Paulo a prevalência foi de 28% de MPI79 e, ainda, em

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um estudo realizado com idosos de um plano de saúde no município de São Paulo,75

a prevalência dos MPI foi de 33,4%.

Essas variações nos valores de prevalência podem ser dadas pelos distintos

delineamentos dos estudos, com amostras de diferentes tamanhos e contextos, bem

como o perfil clínico e demográfico dos idosos e a assistência farmacêutica em cada

localidade.79

Apesar das limitações no uso das Listas de Medicamentos Potencialmente

Inapropriados para idosos, tendo em vista a heterogeneidade da população e a

necessidade de considerar o julgamento clínico na tomada de decisões em relação à

farmacoterapia, a aplicação de critérios facilita a prática clínica, auxilia as equipes

multidisciplinares de saúde, melhorando a qualidade do cuidado.79

Dentre os MPI deste estudo, os mais frequentes foram os relaxantes

musculoesqueléticos (carisoprodol, ciclobenzaprima e orfenadrina). Esses

medicamentos são pouco tolerados pelos idosos, pois causam efeitos

anticolinérgicos (boca seca, sudorese, taquicardia, dilatação pupilar), sedação e

fraqueza. Essas drogas são comercializadas no Brasil em associação com dipirona,

diclofenaco, paracetamol e cafeína sem necessidade de prescrição, possibilitando o

uso como automedicação,79,80 o que ficou claramente evidenciado. Quanto aos

benzodiazepínicos salienta-se que são frequentes as reações adversas como

sedação ou estimulação, sonolência prolongada, risco para queda, diminuição dos

reflexos, alterações comportamentais semelhantes à demência e confusão mental.80

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6 CONCLUSÕES

A amostra deste estudo caracterizou-se por idosos na faixa etária 70-79 anos,

com a média de idade de 73 anos, sexo feminino (79%), raça branca (80,7%),

casados (52,7%), religião católica ( 74,5%), aposentados (81,2%), classe econômica

B ( 51,1%), gastos com medicamentos de R$101,00 a 200,00 (25,6%), mora com

familiares (75,6%), com superior completo ( 27,2%).

Os principais problemas de saúde referidos pelos idosos foram hipertensão

arterial sistêmica (17,5%), reumatismos/artrose (8,6%), dislipedemia (8,4%),

diabetes (7,6%), sendo que a média de problemas referidos foi de quatro por idoso.

Quanto ao comportamento com relação à adesão à terapêutica

medicamentosa, observa-se que 51% têm média adesão e quando se refere ao

comportamento de baixa adesão, 47,4% é intencional.

Com relação ao perfil farmacoepidemiológico dos idosos entrevistados, foi

possível constatar um intervalo de 01 a 15 medicamentos utilizados por paciente,

incluindo os prescritos e os da automedicação. A polifarmácia esteve presente em

62,8% dos idosos, sendo a média de 5,8 medicamentos/paciente. De acordo com a

Anatomical Therapeutical Chemical Classification System (ATC), a maior prevalência

foi de medicamentos que atuam no sistema cardiovascular (30,2%), seguidos pelos

do sistema digestivo e metabolismo (22,6%) e os do sistema nervoso (18,19%).

Considerando o acesso aos medicamentos, concluiu-se que 48,3% dos

idosos adquirem seus medicamentos em farmácias comerciais, a média do número

de consultas é de 04 consultas/ano para os homens e 05 consultas/ano para as

mulheres.

Os medicamentos potencialmente inapropriados aparecem em 9,8% dos

utilizados pelos idosos, sendo os mais frequentes os relaxantes

musculoesqueléticos (carisoprodol, ciclobenzaprima e orfenadrina), seguidos pelos

benzodiazepínicos.

A prática da automedicação (53,9%) teve associação positiva com o fato de

ser do sexo masculino e morar sozinho. Os medicamentos mais utilizados foram os

analgésicos simples, como a dipirona e o paracetamol, seguidos pelos anti-

inflamatórios não esteroides, fitoterápicos e vitaminas.

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O tratamento farmacológico é fortemente utilizado na busca de qualidade de

vida e manutenção da capacidade funcional dos idosos a mudança de paradigma na

busca de saúde por meio de alternativas que envolvem mudanças no estilo de vida

tem representado um grande desafio para a saúde suplementar. Transcender esse

modelo de saúde requer que os profissionais envolvidos no processo de saúde do

idoso repensem o modelo de tratamento, contribuindo de forma efetiva para a

melhoria da vida desses idosos.

Sendo assim, faz-se necessário refletir sobre as práticas de saúde exercidas

por essa população, com vistas a estabelecer estratégias que possam contribuir

para se alcançarem melhores condições de vida e saúde.

Investir para evitar que as pessoas adoeçam é o grande desafio. Não é difícil

compreender isso, o difícil é mudar a cultura.

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APÊNDICE A

Instrumento para coleta de dados

1- Número: 2- Dados demográficos:

Sexo: (1) masculino (2)feminino Etnia: (1) branca (2) preta (3) amarela (4) parda Estado civil: (1) solteiro (2) casado (3) viúvo (4) desquitado (5) separado (6) amasiado (7)não respondeu Idade:______ ( em anos completos) Religião: (1) católica (2) evangélica (3) espírita (4) budista (5) outra 3- Dados sociais

Ocupação Não trabalha: (1) aposentado pensionista (2) desempregado

(3) dona de casa (4) outro. Trabalha : (1) autônomo (2) funcionário público (3) militar (4) profissional liberal (5) proprietário de comércio (6) proprietário de serviços (7) trabalhador do comércio (8) trabalhador da indústria (9) trabalhador de serviços

Quanto reais gasta com medicamentos por mês? (1) Menos de R$50,00 (2) R$51,00 a R$100,00 (3) R$ 101,00 a

R$200,00 (4) R$ 201,00 a R$ 300,00 (5) R$ 301,00 a R$400,00 (6) R$ 401,00 a 500,00 (7) mais de R$ 500,00

Há quanto tempo tem plano de saúde? ( 1 ) menos de 1 ano ( 2 ) 1-5 anos ( 3 ) mais de cinco anos. Quem paga o plano de saúde?

(1) filhos (2) cônjuge (3) empresa (4) próprio entrevistado (5) outros Você utiliza o SUS? ( 1 ) sim ( 2 ) não Se sim, para quê? ( 1 ) consultas ( 2 ) internação ( 3 ) vacinação ( 4 ) aquisição de medicamentos ( 5 ) outros Moradia: (1) sozinho ( 2) amigos ( 3) familiares (4) companheiro/a

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CLASSE SOCIAL (CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL).

Grau de instrução (do responsável pelo domicilio)

Analfabeto/fundamental 1 incompleto( ) – 0 ponto -

Fundamental 1 completo/Fundamental 2 incompleto ( ) - 1 ponto -

Fundamental 2 completo/Médio incompleto ( ) – 2 pontos -

Médio completo/ Superior incompleto – 4 pontos

Superior completo ( ) – 8 pontos -

Utensílios domésticos (quantidade)

0 1 2 3 4

TV em cores 0 1 2 3 4

Rádio 0 1 2 3 4

Automóvel 0 4 7 9 9

Empregada doméstica 0 3 4 4 4

Banheiro 0 4 5 6 7

Máquina de lavar roupas 0 2 2 2 2

Vídeo cassete/DVD 0 2 2 2 2

Geladeira 0 4 4 4 4

Freezer (Independente ou parte da duplex)

0 2 2 2 2

( 1 ) Classe A: 35 a 46 pontos / ( 2 ) Classe B: 23 a 34 pontos / ( 3 ) Classe C: 14 a 22 pontos / ( 4 ) Classe D: 08 a 13 pontos / ( 5 ) Classe D: 0 a 07 pontos.

4- Dados de morbidade, prática de atividade física, percepção da saúde Nos últimos seis meses, tem ou teve, alguns dos problemas listados abaixo: (1) reumatismo ou artrose; (2) bronquite/ gripe forte/ pneumonia (3) pressão alta (4)problemas no coração (angina/infarto) (5) diabetes (6) varizes (7) problema de pele (coceira, ferida). (8) gastrite (9) infecção urinária (10) problemas nos rins (11) osteoporose (12) câncer (13) sono agitado ou conturbado (14) outros Realiza prática de atividade física ( ) sim ( ) não Frequência:____________________________ Como considera sua saúde: ( 1 ) péssima ( 2 ) ruim ( 3 ) regular ( 4 ) boa ( 5 ) ótima

5- Dados de uso dos serviços de saúde e farmacoterápicos Número de consultas médicas realizadas no último ano:_____________ Houve alguma internação no último mês? ( 1 ) sim ( 2) não Se sim, qual o motivo da internação?____________________________________.

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Usou medicamentos nos últimos 15 dias: ( 1 ) sim ( 2 ) não Quantos tipos: ( 1 ) 1-2 ( 2 ) 3-4 ( 3 )5 ou + Onde obtêm seus medicamentos: ( 1 ) Unidade de saúde ( 2 ) Farmácia ( 3 ) com terceiros Medicamentos que faz uso atualmente:

Medicamento Indicação (1) Prescrição médica (2) Automedicação

Dose Via N. vezes por dia

6- Dados sobre adesão:

Teste de Morisky Você, alguma vez, esquece de tomar os seus medicamentos? ( 1 ) Sim ( 0 )Não Você, às vezes, é descuidado com o uso de seus medicamentos? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não Quando você se sente bem, alguma vez, deixa de tomar o seu medicamento? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não Quando você se sente mal com o medicamento, alguma vez, deixa de tomá-lo ( 1 ) Sim ( 0 ) Não

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APÊNDICE B

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título da pesquisa – “Utilização de medicamentos por idosos usuários de plano de saúde” Objetivo da pesquisa - Identificar o perfil sociodemográfico e farmacoterápico da utilização de medicamentos em idosos usuários de plano de saúde residentes no município de Marília.

Será aplicado um questionário com questões diretas e estruturadas com a finalidade de trabalharmos dentro de uma ética estabelecida para pesquisa, o (a) entrevistado (a) tomará ciência dos princípios que regerão sua participação:

Eu,______________________________RG._______________Telefone_________, concordo em participar deste projeto científico e estou instruído (a) dos seguintes princípios:

Autonomia – minha participação é voluntária, sem coerção pessoal ou institucional. Estou ciente de que sou livre para recusar a dar respostas a determinadas questões, retirar meu consentimento e terminar minha participação a qualquer tempo, bem como solicitar esclarecimento sobre qualquer questão e que todas deverão ser respondidas pelo responsável.

Beneficência – estou ciente de que poderá não haver benefícios diretos ou imediatos para mim enquanto entrevistado, além de eventuais ganhos altruísticos e emocionais de poder responder as questões sobre o assunto em pauta.

Não maleficência – estará garantida a não invasão de minha privacidade. Além do pesquisador principal, o material coletado poderá ser de conhecimento de colaboradores técnicos e pesquisadores participantes, que terão acesso ao conteúdo para análise dos resultados, mas meu nome será omitido e estas pessoas estarão submetidas ao sigilo profissional. Os resultados estarão disponíveis para todos, quando estiver concluído o estudo, inclusive para apresentação em encontros científicos e publicação em revistas especializadas.

Finalmente, estou ciente de que serei respeitado (a) quanto a não ter tocado aspectos de foro íntimo.

______________________________________________

Assinatura do idoso ou cuidador/responsável _____________________ ___________________ _______________ Prof. Dr. Carlos Alberto Lazarini

Profa. Dra. Maria José Sanches Marin

Elaine Cristina S. Muniz

RG 14.604-064-8 RG 12.744.4828 RG. 17.923.280-0

CPF 078.885.828-93 CPF 058394330803 CPF 120.549.968-74 email:[email protected] email:[email protected].

br email:[email protected]

CRF - 12582 COREN-SP 52.832

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ANEXO A

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ANEXO B

Critérios de Beers 2012 - Medicamentos potencialmente inapropriados para

idosos e que devem ser evitados para uso, independente da patologia

Categoria terapêutica ou Droga Anticolinérgicos (excluindo os antidepressivos tricíclicos) Anti-histamínicos de primeira geração (como agente simples ou combinado com outros produtos) Bronfeniramina Carboxinoxamina Clemastina Ciproheptadina Dexbronfeniramina Dexcarboxinoxamina Difenidramina (oral) Doxilamina Hidroxizine Prometazina Triprolidina

Agentes antiparkisoniano Benzitropina (oral) Trihexifenidil Antiespasmódicos Alcaloides beladona Clidinium-clordiazepoxide Diciclomina Hioscinamina Propantelina Escopolamina Anti-trombóticos Dipiridamol, oral, ação curta* (não se aplica a combinação de liberação prolongada com aspirina) Ticlopidina*

Anti-microbiano Nitrofurantoina Cardiovascular Bloqueador alfa: doxazosin, prazosin, terazosin Antagonista alfa, central: clonidina, guanabenz*, guanfacina*, metildopa*, reserpina (>0,1mg/d) Drogas antiarrítimicas (classe Ia,Ic,III): amiodarona, dofetilide, dronedarona, flecainide, ibutilide, procainamida, propafenona, quinidina, sotalol Disopiramida* Dronedarona Digoxina ( >0,125 mg/d) Nifedipina, liberação imediata* Espironolactona ( >25 mg/d)

Sistema nervoso central Antidepressivo tricíclico terciário, sozinho ou em combinação : amitriptilina,

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clordiazepoxide-amitripitilina, clomipramina, doxepin (>6 mg/d), imipramina, perfenazina-amitripitilina, trimipramina Antipsicóticos, primeira(convencional) e segunda (atípica) geração - primeira geração: clorpromazina, flufenazina, haloperidol, loxapina, molindona, perfenazina, pimozida, promazine, tioridazina, tiotixene, trifluoperazina, triflupromazina - segunda geração: aripripazole, asenapina, clozapina, loperidona, lurasidona, olanzapina, paliperidona, quetiapina, risperidona, ziprasidona Tioridazina Mesoridazina Barbitúricos: amobarbital*, butabarbital*, butalbital, mefobarbital*, fenobarbital, secobarbital* Benzodiazepínicos: - ação curta e intermediária: alprazolan, estazolan, lorazepan, oxazepan, temazepan, triazolan - ação longa: clorazepate, clordiazepoxidae, clordiazepoxide-amitripitilina,clinidium-clordiazepoxide, clonazepan, diazepan, flurazepan, Quazepan Hidrato de cloral* Meprobamate Hipnóticos não benzodiazepínicos: eszopiclona, zolpiden, zaleplon Mesilatos de ergot Isoxsuprina

Endócrinos Androgênios: metiltestosterona, testosterona Estrogênio com ou sem progesterona Hormônio de crescimento Insulina Megestrol Sulfoniluréias, longa duração: clorpropamida, gliberida Gastrointestinal Metoclopramida Óleo mineral Trimetobenzamida Dor Meperidina Não ciclooxigenase seletiva anti-inflamatório não esteroides: aspirina >325 mg/d, diclofenaco, diflunisal, etodolac, fenoprofeno, ibuprofeno, ketoprofeno, meclofenamate, ácido mefenamic, meloxican, nabunetona, naproxan, oxaprosin, piroxicam, sulindac, tolmetin Indometacina Ketorolac, incluindo parenteral Pentazocina Relaxantes músculo esquelético: carisoprodol, clorzoxazona, ciclobenzaprina, metaxolona, metocarbamol, orfenadrina.

*drogas de uso infrequente

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ANEXO C – Parecer consubstanciado do CEP

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