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USO DE ORGANIZAÇÃO CELULAR DO TRABALHO EM CONJUNTO COM REDES SOCIAIS COLABORATIVAS PARA A DIFUSÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES Uarlem José de Faria Oliveira (IFES) [email protected] Rodrigo de Alvarenga Rosa (IFES) [email protected] Thalmo de Paiva Coelho Junior (IFES) [email protected] No cenário econômico atual, onde a capacidade de inovação e a eficácia nos processos diferenciam as empresas vencedoras das perdedoras, os meios tradicionais de organização do trabalho vêm sendo substituídos por arranjos organizacionais maiis flexíveis, capazes de melhor atender as demandas cada vez mais exigentes por rapidez e eficiência nos processos. Conjuntamente com a adoção de novas organizações de trabalho a tecnologia atual permite a criação de equipes virtuais com seus membros distribuídos em diversos locais do planeta e permite também a distribuição da informação em redes sociais colaborativas capazes de difundir o conhecimento corporativo de forma tão mais eficaz do que os modelos tradicionais de explicitação do conhecimento. Este artigo tem como objetivo demonstrar a experiência de um grande empresa multinacional na reestruturação de sua organização de equipes de um modelo departamental tradicional para um modelo baseado em células de trabalho com uso intensivo de uma rede social corporativa capaz de difundir o conhecimento entre as diversas unidades da empresa espalhadas no mundo elevando assim a transferência do conhecimento tácito para o explicito, formando uma grande base de conhecimento para a empresa estudada. Palavras-chaves: Células de trabalho; redes sociais; base de conhecimento XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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USO DE ORGANIZAÇÃO CELULAR DO

TRABALHO EM CONJUNTO COM

REDES SOCIAIS COLABORATIVAS

PARA A DIFUSÃO DO CONHECIMENTO

NAS ORGANIZAÇÕES

Uarlem José de Faria Oliveira (IFES)

[email protected]

Rodrigo de Alvarenga Rosa (IFES)

[email protected]

Thalmo de Paiva Coelho Junior (IFES)

[email protected]

No cenário econômico atual, onde a capacidade de inovação e a

eficácia nos processos diferenciam as empresas vencedoras das

perdedoras, os meios tradicionais de organização do trabalho vêm

sendo substituídos por arranjos organizacionais maiis flexíveis,

capazes de melhor atender as demandas cada vez mais exigentes por

rapidez e eficiência nos processos. Conjuntamente com a adoção de

novas organizações de trabalho a tecnologia atual permite a criação

de equipes virtuais com seus membros distribuídos em diversos locais

do planeta e permite também a distribuição da informação em redes

sociais colaborativas capazes de difundir o conhecimento corporativo

de forma tão mais eficaz do que os modelos tradicionais de

explicitação do conhecimento. Este artigo tem como objetivo

demonstrar a experiência de um grande empresa multinacional na

reestruturação de sua organização de equipes de um modelo

departamental tradicional para um modelo baseado em células de

trabalho com uso intensivo de uma rede social corporativa capaz de

difundir o conhecimento entre as diversas unidades da empresa

espalhadas no mundo elevando assim a transferência do conhecimento

tácito para o explicito, formando uma grande base de conhecimento

para a empresa estudada.

Palavras-chaves: Células de trabalho; redes sociais; base de

conhecimento

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

Um fenômeno que vem ocorrendo no meio empresarial é a mudança dos meios tradicionais de

organização do trabalho. O modelo clássico de divisão departamental, em muitos casos já não

é o mais adequado para as empresas do século XXI dado ao alto grau de competitividade do

atual ambiente de negócios, onde a globalização e a tecnologia da informação em especial o

uso da internet estão definitivamente inseridas no dia a dia das empresas conforme descrito

por Shah (2008).

Um dos grandes geradores de mudança nos processos de gerenciamento das empresas são as

fusões e aquisições. Guarita (2002) ressalta que esse processo é e será crescente e

irreversível, em especial em empresas de grande porte que são referencias em suas áreas de

atuação. Conforme Yurtoglu e Gugler (2003), esse processo não só tem o poder de promover

mudanças na gestão das empresas, mas também podem promover grandes reestruturações

adjuntas do ganho de escala, de sinergia, de mercado e redução de custos para o novo grupo

formado.

As empresas que pretendem ter sucesso no mundo moderno devem ter a gestão do

conhecimento como o seu maior valor estratégico conforme descreve Grant (1996).

Em conjunto com o processo de globalização, vem ganhando importância sem igual os

processos de gestão do conhecimento nas empresas. Crisuolo, et. al (2009) descreve que

empresas que adotam a gestão do conhecimento em seus sistemas de gestão são mais

competitivas e inovadoras do que as empresas que não adotam.

Com o intuito de melhorar a gestão do conhecimento para permitir maior competitividade

perante o mercado global, muitas empresas estão partindo para estruturas organizacionais

flexíveis, como estruturas em células de trabalho e com equipes virtuais colaborativas

conforme Leinonem, et. al. (2005).

Rank (2008) descreve que os chamados “arranjos alternativos do trabalho” vem se expandido

a partir da década de 80 e que esse movimento é irreversível.

Conjuntamente com os arranjos alternativos do trabalho vem ganhando espaço no mundo

atual a utilização de redes sociais. Autores como Chen, et. al. (2006), Leinonem, et. al.

(2003) entre outros demonstram em seus estudos a importância do trabalho em redes

colaborativas e com equipes virtuais. As redes sociais tendem a ter maior adesão dos

membros das corporações e facilitam o fluxo de conhecimento entre os membros das equipes,

conforme Arinson e Miller (2002)

Sendo assim o estudo de como empresas multinacionais vem buscando melhorar suas

estruturas de trabalho e como elas estão usando as redes sociais para melhor gerir o

conhecimento e assim se tornarem mais competitivas perante o mercado é de interesse sob

âmbito da gestão do conhecimento.

Sob essa contextualização, a utilização de redes colaborativas virtuais e reestruturação

organizacional de um gerenciamento por funções (modelo clássico) para um gerenciamento

por conhecimento, pode ser utilizado para melhor integrar as empresas e elevar suas

sinergias? A partir dessa pergunta de pesquisa, esse artigo buscou analisar o caso da

reorganização da estrutura de trabalho e implantação de uma rede social corporativa em uma

grande empresa multinacional que possui várias unidades no país e que no atual momento

vem tentando integrar seus processos de negócios no Brasil.

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Os objetivos específicos desta pesquisa foram: demonstrar alguns estudos realizados na

empresa para a implantação de células de conhecimento e rede social, avaliando como essas

mudanças estão refletindo na empresa estudada.

2. Metodologia de Pesquisa

A pesquisa se constituiu de duas partes: a primeira foi uma revisão bibliográfica sobre

estrutura organizacional, equipes virtuais e redes sociais e a segunda foi um estudo de caso

junto a empregados e gestores da empresa estudada.

Seguindos os conceitos de Yin (2001), a metodologia adotada teve um caráter descritivo afim

de demonstrar como está sendo a implantação da nova filosofia de organização do trabalho e

como está ocorrendo a implantação e uso da rede social na empresa estudada.

A pesquisa foi realizada entre Outubro de 2009 a Março de 2010.

3. Revisão Bibliográfica

3.1 Gestão do conhecimento

A gestão do conhecimento vem ganhando cada vez mais importancia nas organizações dado a

grande importancia estratégica que o capital intelectual se tornou no atual mundo globalizado.

Um grande ponto de estudo dentro da gestão do conhecimento são as formas na qual ele se

apresenta na organização. Autores como Nonaka e Takeuchi (1995), Davenport, T. H;

Prusak, L. (1998), descrevem a preocupação da transferencia do conhecimento pessoal (ou

tácito) para o conhecimento explicito, decodificado em normas e padrões dentro das

empresas.

Esses autores assim como outros, descrevem que a maior ou menor eficiencia na transferencia

do conhecimento afeta diretamente o conhecimento organizacional que pode ser definido aqui

como a base de conhecimento disponivel na empresa.

A forma na qual as empresas administram sua base de conhecimento pode ser chamado de

Gestão do Conhecimento o que possui diversas definições conforme mostrado na tabela 1.

Autor Definição

NONAKA

(1995)

“Criar consistentemente conhecimento novo, disseminá-lo através da organização, e

rapidamente incorporá-lo em novas tecnologias e produtos.”

GARVIN

(1993)

“A organização de aprendizagem sabe criar, adquirir e transferir conhecimento, a ponto

de conseguir modificar seu comportamento para

refletir novos conhecimentos e novas idéias.”

LEONARDBARTON

(1995)

“Quatro atividades primárias criam e controlam o conhecimento necessário para as

operações correntes e futuras. Três tem foco interno: solução criativa e compartilhada de

problemas, implementação e integração novas ferramentas e metodologias, e

experimentação formal e informal. A atividade final é focada externamente: puxar a

expertise de fora da empresa.”

BUKOWITZ e

WILLIAMS (2002)

“A gestão do conhecimento é o processo pelo qual a organização gera

riqueza, a partir de seu conhecimento ou capital intelectual.”

Fonte: Adaptado de NONAKA (1995:22); GARVIN (1993:51); LEONARDBARTON (1995:8) e

BUKOWITZ e WILLIAMS (2002:18)

Tabela 1 - Definições de Gestão do Conhecimento

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Muitas técnicas são encontradas na literatura para a prática da gestão do conhecimento, onde

as mais importantes para o foco deste trabalho conforme descrito por Cardoso (2004) são:

• Comunidades de Prática: Estas comunidades se assemelham aos tradicionais “grupos de

trabalho” ou “grupos de estudo”, sendo que normalmente se estabelecem de maneira

mais “voluntária” e gozam de maior liberdade operacional, apesar de haverem meios

para induzir sua formação e sistematizar o seu trabalho. De certa forma, pode-se dizer

que na prática estas comunidades têm se estabelecido há muito tempo, só que atualmente

elas dispõem de um maior aparato tecnológico e conceitual. Na maior parte das vezes, o

objetivo central destas comunidades é criar e compartilhar conhecimentos de interesse

comum, prestando-se então ao auxílio de processos gerenciais, operacionais e de

desenvolvimento de produtos, tecnológico ou científico.

• Portais de Conhecimento: Na verdade, pode-se dizer que os portais não se tratam de uma

técnica em si, mas de uma habilidade da organização de disponibilizar adequadamente os

conhecimentos tácitos e explícitos através da Internet. As bases desta “técnica” se

concentram então em adequar as interfaces de acesso às fontes de conhecimento e em

otimizar o processo de localização e transmissão dos mesmos.

Esses dois conceitos apresentados são a idéia base para a criação de modelos celulares de

organização do trabalho e da criação de redes sociais de conhecimento.

3.2. Estrutura Organizacional Departamental versus Celular

É percebido que a partir da década de 90 a estrutura organizacional das empresas vem sendo

constantemente alterada decorrente dos desafios lançados por um intenso processo de

globalização comercial. Na visão de Fonseca (1997), existem três forças que estão

impulsionando esse processo: primeiramente a rápida evolução da técnologia da informação

o que é considerada por diversos autores como Smith; Fingar (2003) e Matos e Afsarmanesh

(2007) a terceira revolução industrial; em segundo a criação de blocos economicos e em

terceiro a grande interdenpencia dos mercados em escala global.

Hoffman e Kaplinsky (1988) descrevem que para ser competitiva a empresa deve adequar sua

estrutura organizacional ao foco de atividade da empresa, ou seja, aos objetivos que ela

pretente atingir.

Praticamente todas as empresas de médio e grande portes, utilizam formas de

departamentalização para organização de sua estrutura. Vasconcelos e Hemsley (1986)

definem que a departamentalização é o agrupamento de individuos em unidades da empresa

afim de facilitar a sua administração, onde essa departamentalização pode ser funcional,

geográfica, por produtos ou serviços, por fases do processo de produção, por clientes, por

projetos, matricial, por centro de custo/lucro ou celular.

As estruturas organizacionais por produtos, por projetos, celular e matricial vem ganhando

espaço dentro das organizações dado que estas auxiliam na formação de equipes de trabalho

com maior foco nos objetivos da organização como descrito por Sohal et al. (2003).

A organização de equipes por produto agrupam as pessoas que lidam com um mesmo produto

ou serviço; a organização por projeto normalmente é temporária dentro da empresa e organiza

as pessoas que estão trabando diretamente no projeto.

A organização por célula vem ganhando destaque, principalmente com o sucesso das

chamadas empresas de internet, onde as pessoas são organizadas em times que possuem o

mesmo foco de trabalho conforme Gibson et. al (2007). A estrutura celular não segue uma

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estrutura departamentalizada convencional, onde muitas empresas tentam adaptar a estrutura

de equipes em celulas dentro da estrutura departamental tradicional, criando assim estruturas

organizacionais mistas.

Rank (2008) em seu trabalho de analise de coexistência entre estruturas organizacionais

informais e formais descreve a maior flexibilidade e foco nos objetivos fins que estruturas de

trabalho em células possuem sob sistemas de organização mais formais como a organização

departamental clássica adjunta da administração científica preconizada pelo modelo

Taylorista-Fordista, onde esses novos modelos de configuração do trabalho seguem

fortemente os conceitos preconizados pela escola sócio-técnica de administração, conforme

Gilbert (2005).

A necessidade de uma estrutura organizacional mais flexível baseada em células de projetos

também é descrita por Cardoso (2004) para elevação da sinergia entre equipes e eficiência nos

processos.

Criscoulo, et. al. (2009) descreve que a divisão do trabalho por funções de produção de

conhecimento (knowledge production function – KPF), deve ser pensada para que o

conhecimento tácito dos indivíduos se complementem afim de melhorar a execução das

atividades.

Alguns autores como Hummingbird (2001), descrevem que a complementação das

competencias entre individuos para o alcance dos objetivos é uma das formas mais eficázes de

organização de equipes.

Nonaka e Takeuchi (1995) já descrevia em seus estudos a preocupação na transferencia do

conhecimento tácito (residente nas pessoas) para o conhecimento explicito (documentado e

formalizado).

3.3. Times virtuais e redes sociais

Shan (2008) diz que as grandes corporações estão passando de seu antigo estágio de atuação

local para o estágio globalizado com atuação mundial e com uso intensivo das tecnologias de

informação hoje disponíveis, o que provoca novos desafios na administração dos recursos

humanos dessas empresas.

Em função da dificuldade que as empresas enfrentam de seus empregados para transferirem o

conhecimento tácito para o explicito; estas veem em extruturas mais flexiveis de trabalho e

com uso itensivo de redes colaborativas uma forma de que a transferencia ocorra pelo menos

de tácito para tácito (pessoa a pessoa) evitando o acumulo do conhecimento em uma só pessoa

conforme descre Barron (2003).

As equipes de trabalho em empresas de atuação global estão transpondo as barreiras

continentais, onde o conhecimento e a formação dessas equipes devem ser de tal forma que

possam atuar de forma integrada e conjunta mesmo a longas distâncias para o

desenvolvimento do trabalho conforme Kumar et. al. (2004).

É comum em corporações mundiais ter o desenvolvimento de seus produtos feito por equipes

“virtuais”, espalhadas por diversos países, assim o design e a especificação de um produto

pode ser feito nos EUA, a engenharia na Alemanha e os protótipos e testes na China, não

comprometendo em nada o resultado final e ao contrário, elevando os ganhos por meio da

troca de experiência entre as equipes locais as eventuais reduções de custo adjuntos das

ferramentas de TI e mão de obra conforme descreve Leinonen, et. al. (2005). A figura 1

exemplifica essa situação.

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O uso de redes sociais colaborativas também vem ganhando espaço nas empresas. Baseado

nas redes sociais da internet como My Space, Orkut e Facebook, as redes sociais corporativas

se prestam a unir os individuos de diversas partes da empresa em temas e objetivos em

comuns.

É fácil perceber quanto os individuos tendem a trocar suas experiencias e conhecimentos em

redes sociais de forma muito mais fácil e expontânea do que nos sistemas tradicionais de

transferencia de conhecimento como padrões formalizados, documentos e manuais; assim as

redes sociais colaborativas se tornam uma das mais poderosas ferramentas de transferencia do

conhecimento tácito para o explicito conforme descreve Martes et al. (200).

Especificamente no âmbito da teoria das organizações, a perspectiva de redes sociais emergiu

no final dos anos 1970, onde estas redes se intensificaram em meados dos anos 2000 com o

avanço da internet nas organizações. A figura 2 mostra um exemplo de página de rede social

colaborativa.

Figura 1: Exemplo de trabalho colaborativo feito por equipes virtuais em

diferentes países do mundo. Fonte: Seshasai, S; Gupta, A; Kumar, A

(2004)

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4. Estudo de caso

4.1. A empresa estudada

Foi estudada uma das unidades brasileiras de uma grande empresa multinacional com filiais

em diversos estados do Brasil.

Foi avaliado como está sendo feita a mudança na estrutura de trabalho e como está sendo

implantada a rede social nesta unidade.

4.2. Células de conhecimento e redes sociais

Na empresa estudada estão sendo implantados grupos de trabalho multi-competências que

estão sendo chamados de células de trabalho ou células de conhecimento (knowledge cell).

Estes grupos são formados por individuos com competencias diferenciadas e que em conjunto

desenvolvem suas atividades fins de forma quase que autonoma dentro dos objetivos

estabelecidos no plano estratégico da corporação.

Normalmente cada célula possui um coordenador para guiar as atividades. Como por

exemplo pode ser citado as células de atendimento a clientes, onde cada célula é responsável

por um segmento de mercado e todas as atividades referentes a este segmento são

desenvolvidas por esta célula, desde a pesquisa de novos produtos, atividades de vendas,

atendimento a reclamações, marketing, logistica e o acompanhamento da produção são de

responsabilidade da célula.

As células de trabalho espalhadas nas diversas unidades do grupo empresarial estudado

desenvolvem suas atividades dentro de um sistema de rede social colaborativa em que os

desenvolvimentos, experiencias e conhecimentos adquiridos nas inumeras atividades

alimentam a base de conhecimento da célula, ficando disponível para todos os empregados da

empresa estudada em todo o mundo.

A figura 3 e 4 mostram alguns desenhos esquemáticos das células de trabalho implantadas na

empresa e como são sua relação com a rede social.

Figura 3: esquema geral de uma célula de conhecimento de multi-

competências. Indivíduos de diferentes especialidades se agrupam e

compartilham seus conhecimentos afim de criar uma base de

conhecimento global em seu grupo de projeto da rede social corporativa.

Fonte: empresa estudada.

Especialista

Operação

(Vendas

Especialista

Metalurgia

Especialista

Assist. Tec.

Especialista

Logística

Especialista

C. Qualidade

Especialista

Financeiro

Especialista

PCP

Célula de conhecimento de múltiplas competências

Conhecimentos específicos xx1

Conhecimentos específicos xx2

Conhecimentos específicos xxn

Conhecimentos específicos xx1

Conhecimentos específicos xx2

Conhecimentos específicos xxn

Conhecimentos específicos xx1

Conhecimentos específicos xx2

Conhecimentos específicos xxn

Base de conhecimento

Rede social

Comunidade virtual

Projeto colaborativo

Especialista

Operação

(Vendas

Especialista

Metalurgia

Especialista

Assist. Tec.

Especialista

Logística

Especialista

C. Qualidade

Especialista

Financeiro

Especialista

PCP

Especialista

Operação

(Vendas(Vendas

Especialista

Metalurgia

Especialista

Metalurgia

Especialista

Assist. Tec.

Especialista

Logística

Especialista

Logística

Especialista

C. Qualidade

Especialista

C. Qualidade

Especialista

Financeiro

Especialista

Financeiro

Especialista

PCP

Célula de conhecimento de múltiplas competências

Conhecimentos específicos xx1

Conhecimentos específicos xx2

Conhecimentos específicos xxn

Conhecimentos específicos xx1

Conhecimentos específicos xx2

Conhecimentos específicos xxn

Conhecimentos específicos xx1

Conhecimentos específicos xx2

Conhecimentos específicos xxn

Base de conhecimento

Rede social

Comunidade virtual

Projeto colaborativo

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O uso de comunidades colaborativas baseadas na tecnologia de internet, ganhou força após o

desenvolvimento da web 2.0, porém já era discutido por autores como Maznevski e Chunoba

(2000) e Arison e Miller (2002), anos antes do surgimento dos principais sites de rede social

como My Space, Facebook e Orkut.

O uso dessas comunidades começou a ser implantado na empresa estudada a partir de 2007

após a fusão das empresas do grupo como uma das formas de compartilhar o conhecimento

entre as equipes e unidades do grupo estudado.

Apesar de aparentemente o conhecimento difundido na rede social estar de forma não

estruturada (espalhado aleatóriamente nas diversas comunidades criadas), a informação é

facilmente filtrada e pesquisada por meio das ferramentas de busca presentes na rede o que

torna o resgate da informação rápida e fácil.

A rede social construida pela empresa permite a livre criação de comunidades, desde que elas

estejam dentro das políticas da empresa e se enquadrem em algumas das diversas categorias e

sub-categorias pré definidas, além de permitir a comunicação instantanea entre membros do

mundo todo através de ferramentas de troca de mensagens e voz sobre IP (VOIP).

O uso da rede social está elevando de forma muito rápida a base de conhecimento da empresa

o que vem se refletindo na redução de custos de contratação de consultorias externas, uma vez

que células de conhecimento do mundo todo interagem, onde membros de uma célula

pesquisam na rede social e conversam com membros de outras células que, por exemplo, já

passaram por um problema similar, trocando experiencias na busca de soluções.

Essa nova forma de distribuir o conhecimento foi influenciada diretamente pelo sucesso das

redes sociais porem o formato celular do trabalho teve como uma de suas bases a decisão da

empresa de alterar sua estrutura de gerenciamento das empresas de um modelo

descentralizado e com as empresas do grupo ainda competindo entre si para o modelo celular

conforme a figura 5.

Figura 4: fluxo de transferência do conhecimento entre as comunidades da rede

social. A transferência do conhecimento não segue um fluxo estruturado assim

ela flui entre as células de uma mesma comunidade e entre as comunidades em

si. Fonte: empresa estudada.

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Apesar de ainda estar em implantação e passando pelos eventuais problemas que uma

mudança de filosofia organizacional provoca, a nova estrutura celular para as unidades de

negócio do grupo vem se mostrando eficientes no que diz respeito aos ganhos com sinergias

entre as empresas, redução de custos e eficiência nos processos, mesmo com a eventual perda

de velocidade no processo decisório de cada unidade.

No modelo celular as equipes trabalham de forma multi-departamental e focadas nos

processos chaves, onde as atividades são realizadas de forma coordenada e com a participação

de todo o grupo da célula.

Algumas empresas do grupo que adotaram esse modelo a mais tempo, nos casos mais

“radicais” estão eliminando toda a estrutura departamental (a medida do possível) e passando

para uma organização celular, onde cada célula faz a função de um mini departamento,

focando seus processos e atividades ao setor de mercado e clientes que são atendidos pela

equipe.

Um exemplo do ganho no fluxo de trabalho pode ser mostrado na figura 6 que mostra como

um processo de atendimento a cliente fluía na antiga divisão do trabalho departamental e

como o processo flui na visão celular.

Antigo modelo de organização do grupo (organização

descentralizada)

Mercado regional 1

Fábrica 1

Fábrica 2

Fábrica 3

Fábrica 4

Fábrica ...

Fábrica x

Mercado regional 2

Fábrica 1

Fábrica 2

Fábrica 3

Fábrica 4

Fábrica ...

Fábrica x

Mercado regional 3

Fábrica 1

Fábrica 2

Fábrica 3

Fábrica 4

Fábrica ...

Fábrica x

Equipe de Vendas Fábrica X

Equipe de atendimento a clientes

Fábrica X

Equipe de desenvolvimento de

produtos (metalurgia) Fábrica XCo

mp

etiçã

o

Competição

Com

petiç

ão

Antigo modelo de organização do grupo (organização

descentralizada)

Mercado regional 1

Fábrica 1

Fábrica 2

Fábrica 3

Fábrica 4

Fábrica ...

Fábrica x

Mercado regional 2

Fábrica 1

Fábrica 2

Fábrica 3

Fábrica 4

Fábrica ...

Fábrica x

Mercado regional 3

Fábrica 1

Fábrica 2

Fábrica 3

Fábrica 4

Fábrica ...

Fábrica x

Equipe de Vendas Fábrica X

Equipe de atendimento a clientes

Fábrica X

Equipe de desenvolvimento de

produtos (metalurgia) Fábrica XCo

mp

etiçã

o

Competição

Com

petiç

ão

Célula

Setor

MercadoCélula

Setor

Mercado

Coordenador

mundial

(Lux)

America

Norte

(EUA)

Oeste

Europa

(França)

Leste

Europa

(Polonia)

África

(África do

Sul)

America

Latina

(Brasil)

Índia e

Or. Médio

(Índia)

China

(China)

Ásia e

Oceania

(Dubai)

Coordenador

mundial

(Lux)

Coordenador

mundial

(Lux)

America

Norte

(EUA)

America

Norte

(EUA)

Oeste

Europa

(França)

Oeste

Europa

(França)

Leste

Europa

(Polonia)

Leste

Europa

(Polonia)

África

(África do

Sul)

África

(África do

Sul)

America

Latina

(Brasil)

America

Latina

(Brasil)

Índia e

Or. Médio

(Índia)

Índia e

Or. Médio

(Índia)

China

(China)

China

(China)

Ásia e

Oceania

(Dubai)

Ásia e

Oceania

(Dubai)

Novo modelo de organização do grupo (organização celular)

Equipe

Regional

Fábricas

RegionaisClientes

Regionais

Equipe

Regional

Fábricas

RegionaisClientes

Regionais

•Coordenador Mundial (Luxembourg)

- Define clientes globais

- Define estratégia de vendas

- Define desenvolvimento de produtos

- Coordena ações entre as células

regionais.

- Reporta a situação de cada setor para

a diretoria mundial.

• Vendas

• Assis. Técnica

• Metalurgia

• Logística

• Financeiro

• Etc.

Célula

Figura 5: Exemplo de organização descentralizada de organização do grupo empresarial estudado para o modelo

celular. Fonte: empresa pesquisada

Vendas Assistência

Técnica

PCP Metalurgia Logística Contr.

Qualidade

Financeiro

Inicio

Fim

Cliente entra

com

reclamação

É dado crédito

financeiro ao

cliente

Visão Departamental

Processo: Atendimento a clientes/ Atendimento a reclamações

Vendas Assistência

Técnica

PCP Metalurgia Logística Contr.

Qualidade

Financeiro

Inicio

Fim

Cliente entra

com

reclamação

É dado crédito

financeiro ao

cliente

Visão Departamental

Processo: Atendimento a clientes/ Atendimento a reclamações

Figura 6: exemplo de visão departamental do processo de atendimento a clientes/ analise de reclamações versus

uma visão celular. A estrutura organizacional celular tornar esse processo mais ágil e focado no cliente das

empresas do grupo que já a adotaram. Fonte: pesquisa realizada

Especialista

Operação

Coord.

(Vendas)

Especialista

Metalurgia

Especialista

Assist. Tec.

Especialista

Logística

Especialista

C. Qualidade

Especialista

Financeiro

Especialista

PCP

Visão Celular

Processo: Atendimento a clientes/ atendimento de

reclamações

Inic

io

Fim

Especialista

Operação

Coord.

(Vendas)

Especialista

Metalurgia

Especialista

Assist. Tec.

Especialista

Logística

Especialista

C. Qualidade

Especialista

Financeiro

Especialista

PCP

Especialista

Operação

Coord.

(Vendas)

Coord.

(Vendas)

Especialista

Metalurgia

Especialista

Metalurgia

Especialista

Assist. Tec.

Especialista

Logística

Especialista

Logística

Especialista

C. Qualidade

Especialista

C. Qualidade

Especialista

Financeiro

Especialista

Financeiro

Especialista

PCP

Visão Celular

Processo: Atendimento a clientes/ atendimento de

reclamações

Inic

io

Fim

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Caso a célula não possua os conhecimentos necessários para determinada atividade ou projeto

ela faz uso na rede social corporativa que passa a agir como um grande banco de dados de

conhecimento dentro da empresa estudada.

De acordo com a visão de gerentes de desenvolvimento de TI e RH a rede social corporativa é

a mais poderosa ferramenta de difusão do conhecimento dentro da organização pois os

colaboradores tendem a transferir seus conhecimentos de forma muito mais espontânea do

que na criação de manuais e procedimentos.

Conforme a gerencia de gestão de recursos humanos e desenvolvimento de pessoal, a

implantação do modelo celular de organização do trabalho em conjunto com o uso intensivo

da rede social da empresa ainda representa grandes desafios, em especial no que diz respeito a

ruptura com os modelos organizacionais até então praticados porém os resultados alcançados

vem mostrando grandes ganhos na sinergia entre as empresas do grupo e na rapidez como a

base de conhecimento da empresa vem aumentando.

Como base de comparação, o número de melhorias implementadas por soluções internas

encontradas pelos empregados teve uma elevação de aproximadamente 203% e a

transferência de melhores práticas entre as empresas já alcançou mais de 2350 procedimentos

técnicos compartilhados por aproximadamente 135 comunidades espalhadas em 8 países,

onde as redes sociais já foram implantadas, mostrando a eficiência que essas redes estão tendo

na difusão do conhecimento corporativo, conforme dados da gerencia de RH.

10. Conclusão

A pesquisa monstrou que a mudança na organização do trabalho de um modelo departamental

para um modelo baseado em células de trabalho apesar de dificil do ponto de vista de

implementação pode mudar por completo a realidade da empresa estudada tornando a forma

pela qual o trabalho é realizado muito mais colaborativo entre os individuos das células,

elevando a transferencia do conhecimento tácito entre os integrantes.

O modelo celular está influenciando diretamente na forma de trabalho da empresa e tornando

a transferencia de conhecimento de tácito para tácito mais rápido, direto e livre, onde a

complementação das competencias vem se tornando um ponto chave para a eficiente

execução das atividades.

Quanto ao modelo de divisisão das equipes em células de atividades, pode-se concluír que

apesar de recente, já tornou as equipes mais focadas nos clientes e nas atividades de maior

importancia para negócio principal da empresa (core business), onde redução das falhas e

maior rapidez nos processos já puderam ser observados.

O uso de redes sociais dentro da empresa está se mostrando uma poderosa ferramenta de

gestão do conhecimento com grande participação espontanea entre os individuos e equipes

virtuais espalhadas pelo mundo com elevado nível de participação e transferencia de

conhecimento.

Quanto ao uso de redes sociais, concluíse que ele vem promovendo uma grande revolução na

forma como o conhecimento é difundido na empresa estudada e vem se mostrando muito

eficiente no que diz respeito a colaboração entre as células e membros da organização

espalhados no mundo além de estar promovendo uma elevação substancial na base de

conhecimento explicito da organização de uma forma expontânea entre os colaboradores da

empresa estudada.

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A maior eficácia da nova forma organizacional e do uso da rede social, só poderão ser

definitivamente comprovados após o encerramento da implantação em todas as unidades da

empresa, o que deve ocorrer até o fim do ano de 2010, o que pode ser de interesse da

continuação dos estudos aqui levantados.

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