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“USO DO LABORATÓRIO NA AVALIAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA
UTILIZANDO COMO TEMA OS CONCEITOS DE ÁCIDOS, BASES E pH”
Maristela Mazzia1
Prof. Dr. João Carlos Alves2
Resumo
A avaliação deve se fazer presente, no processo educativo, tanto como meio
diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento da prática
pedagógica. O professor sempre apresenta a preocupação de como avaliar o seu
aluno após determinado conteúdo ministrado em sala de aula. Na busca desse
objetivo, apresenta-se uma proposta de como o laboratório pode auxiliar o trabalho
de ensino-aprendizagem, complementando a parte teórica. A experimentação na
disciplina de Química constitui um instrumento de avaliação importante na
contextualização dos conceitos químicos. As atividades práticas realizadas no
laboratório abordaram os conceitos sobre ácidos e bases e, a determinação do pH
de diversas substâncias presentes em nosso cotidiano, utilizado indicadores ácido-
base e o peagâmetro. Os resultados obtidos em sala de aula e no laboratório
permitiram aos alunos um aprendizado significativo em função de que as aulas
práticas trouxeram o conhecimento complementar aos das aulas teóricas sobre os
conceitos de ácidos, bases e pH. Assim, o aluno passou a entender toda a eficiência
do processo de pH, onde os resultados obtidos a partir dos experimentos confirmam
que atividades experimentais ajudam significativamente na aprendizagem dos
alunos.
Palavras-chave: avaliação; ácido, base; determinação de pH; ensino de química.
1 Professora de Química do Colégio Estadual Castro Alves – Corn.Procópio – Pr.– Núcleo de Cornélio Procópio.
2 Professor Doutor da Universidade Estadual De Londrina – UEL – Londrina – Pr.
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1 INTRODUÇÃO
A Química estuda os processos químicos que acontecem na natureza e tem
contribuído para a produção do conhecimento através da quantidade de
informações, sejam elas naturais ou causadas pelo homem, permitindo uma
aprendizagem inovadora e definitiva pelos alunos. Este ensino deve, antes de tudo,
apresentar-se como um espaço de interação entre teoria-prática-teoria em que o
professor, utilize a experimentação como forma de avaliação, para que os conceitos
químicos tornam-se mais significativo. Para Bernadelli (2004), a reconstrução dos
conhecimentos químicos de forma que faça o aluno refazer a leitura do mundo,
passa pela vivência do aluno e os fatos do seu dia a dia.
O principal critério de avaliação no ensino da Química é a formação de
conceitos científicos. Para isso, o professor deve utilizar vários instrumentos de
avaliação, como por exemplo, o laboratório, onde a experimentação se constitui em
um recurso pedagógico importante na construção dos conceitos químico.
Para Bernadelli (2004), é importante que o professor crie condições
agradáveis para o ensino e aprendizagem, aproveitando o que o aluno traz de
vivência o que ele observa no seu cotidiano, para reconstruir conhecimentos e
adquirir novos, podendo assim, refazer a leitura do seu mundo.
Na disciplina de Química se faz necessário que o professor trabalhe em todos
os aspectos que envolvam as práticas laboratoriais, onde as atividades realizadas
em laboratório devem estar presentes o raciocínio e o questionamento, aliadas ao
conhecimento de outras áreas do ensino que também se desenvolvam.
A Química tem forte presença no suprimento de demanda de novos produtos, que é cada vez maior nas áreas surgidas nos últimos anos: biotecnologia, química fina, pesquisas direcionadas para oferta de alimentos e medicamentos, entre outras. Essas questões podem e devem ser abordadas nas aulas de Química por meio de uma estratégia metodológica que propicie a discussão de aspectos sócio-científicos, ou seja, de questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relativas à ciência e à tecnologia (SANTOS, 2004).
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O processo da aquisição do conhecimento deve ocorrer a partir das
transformações adquiridas, uma vez que o ensino de Química deve ser construído
por todos que dela participam. Deste modo, o professor deve fazer um
replanejamento diário de suas atividades desenvolvidas em sala de aula para que
possam completa-las em laboratório, através de experimentos que venham a ter
uma aprendizagem significativa e que estes experimentos tenham como base, o
roteiro de aula prática, que venha a ter uma efetiva aprendizagem dos conteúdos por
parte de quem participa das aulas teóricas e as complemente com as aulas práticas.
... o educador faz “depósitos” de conteúdos que devem ser arquivados pelos educandos. Desta maneira a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante. O educador será tanto melhor educador quanto mais conseguir “depositar” nos educandos. (Freire, 1983:66).
Ao longo das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional -
PDE, muitos estudos foram desenvolvidos sobre o tema “pH - potencial
hidrogeniônico ou potencial hidrogênio iônico”, que é um índice utilizado para indicar
a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer das mais diversas
substâncias que encontramos em nosso cotidiano. Os trabalhos no laboratório
apresentam como finalidade, trazer uma nova contribuição para os professores de
Química da Rede Estadual, trazendo novas possibilidades de utilizar esta
metodologia desenvolvida em laboratório.
Muitos professores acreditam que o ensino experimental exige um laboratório montado com materiais e equipamentos sofisticados, situando isto como a mais importante restrição para o desenvolvimento de atividades experimentais. Acredito que seja possível realizar experimentos na sala de aula, ou mesmo fora dela, utilizando materiais de baixo custo, e que isto possa até contribuir para o desenvolvimento da criatividade dos alunos. Ao afirmar isto, não quero dizer que dispenso a importância de um laboratório bem equipado na condução de um bom ensino, mas acredito que seja preciso superar a ideia de que a falta de um laboratório equipado justifique um ensino fundamentado apenas no livro texto (ROSITO, 2003, p. 206).
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Nos dias atuais, é importante que o Professor pratique no dia a dia de sua
jornada pedagógica a experimentação no ensino de Química, que deve procurar a
cada momento, inserir atividades experimentais que venham a promover o
conhecimento, onde o aluno adquira a compreensão dos conceitos químicos, que
seja realizada através de uma metodologia que privilegie o aluno de forma integral.
A experimentação é indispensável para que o processo ensino-aprendizagem
ocorra de modo que os conteúdos de química sejam assimilados com eficiência.
As atividades experimentais, utilizando ou não o ambiente de laboratório escolar convencional, podem ser o ponto de partida para a apreensão de conceitos e sua relação com as ideias a serem discutidas em aula. Os estudantes, assim, estabelecem relações entre a teoria e a prática e, ao mesmo tempo, expressam ao professor suas dúvidas. Diretrizes Curriculares de Química – Pag. 67.
O Ensino de Química quando praticado dentro de um laboratório escolar
apresenta-se como um desafio para muitos professores.
Ainda que a palavra laboratório3 tenha como elemento de composição o
prefixo labor – realizar à custa de esforço ou trabalho, trabalhar com cuidado –, a atividade laboratorial implica não somente fazer com as mãos, sentir e manipular, mas também, está relacionada à análise criteriosa e à articulação entre prática e teoria. Diretrizes Curriculares de Química – Pag. 67.
Em busca dessa aprendizagem de qualidade, muitos professores que utilizam
esta metodologia, fazem repetitivos esforços na tentativa de buscar novas formas de
proporcionar uma melhoria do ensino de química.
Devemos dizer que a relação entre a teoria e a prática realizada no
laboratório é um conjunto de ações que trazem entre si, uma estreita ligação de
aprendizagem, pois exige dos alunos a relação entre os dois saberes, confrontado
com inúmeras necessidades que se exigem no ato de aprender o significado da
3 Laboratório: palavra adaptada do francês laboratoire, que designa lugar onde são feitas experiências. É
também derivada do latim científico laboratorium e significa local de trabalho.
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determinação do pH.
O projeto tem como principal objetivo desenvolver atividades práticas que
privilegiem a reflexão por parte de alunos sobre a utilização dos experimentos que
possibilitem o aprendizado de maneira mais agradável.
A realização deste artigo finaliza a etapa dos trabalhos do PDE - Programa de
Desenvolvimento Educacional realizados pela professora PDE onde os resultados
da implementação aplicadas de forma prática no laboratório de química da escola
em conjunto com os alunos se complementam.
2 DESENVOLVIMENTO
A metodologia utilizada foi aplicada para alunos do Colégio Estadual “Castro
Alves”, EFMP da cidade de Cornélio Procópio, Estado do Paraná. O Colégio
apresenta porte médio, funcionando com turmas nos períodos matutino, vespertino e
noturno. Apresenta uma infraestrutura com biblioteca, sala de informática, laboratório
para as disciplinas de biologia, física, química e ciências.
Figura 01. Imagem do laboratório de Química do Colégio Estadual Castro Alves
Foto: Professora Maristela Mazzia – Arquivo pessoal.
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Figura 02: Imagem dos materiais do laboratório de Química do Colégio Estadual Castro Alves Foto: Professora Maristela Mazzia – Arquivo pessoal.
As turmas selecionadas para o Projeto de Intervenção Pedagógica foram as
do período Matutino, pois apresentam disponibilidade de tempo para frequentarem
as aulas de laboratório nos dois períodos, matutino e vespertino.
Inicialmente a proposta de ensino foi pautada na resolução de atividades
práticas, que vieram a estimular a formulação de argumentos por parte dos alunos
na resolução das pesquisas, tendo como referenciais, os modelos teóricos
apresentados. Quando usamos o laboratório, podemos utilizar como material de
apoio, textos, relatórios laboratoriais, experimentos investigativos e tarefas
extraclasses. Possibilitando aos alunos conhecer a importância das substâncias
chamadas de ácidos e bases e, determinação do pH durante a construção dos
conhecimentos químicos através dos experimentos, consolidando um aprendizado
iniciado em sala de aula.
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Figura 03: Imagem dos materiais do laboratório de Química do Colégio Estadual Castro Alves Foto: Professora Maristela Mazzia – Arquivo pessoal.
Figura 04: Imagem da extração do indicador natural ácido-base repolho roxo. Foto: Professora Maristela Mazzia – Arquivo pessoal.
Dessa forma, o professor inicia a valorização dos conhecimentos teóricos
trazidos pelos alunos, principalmente das atividades teóricas da sala de aula para
que passem a estabelecer as relações entre os mais diversos conceitos da química
relacionados ao pH - potencial hidrogeniônico das substâncias, como podemos
observar na figura 05.
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Figura 05: Valores relacionados ao pH das diversas substâncias encontradas no cotidiano. Professora Maristela Mazzia – Arquivo pessoal
O aluno no decorrer do trabalho no laboratório tem possibilidades de adquirir
uma melhor aprendizagem, dos conceitos científicos adquiridos.
O professor deve entender que existe a necessidade de sensibilizar todos os
alunos que o uso do laboratório de química é o ambiente mais próximo do ambiente
de trabalho e da sala de aula e que este ambiente necessita de subsídios teóricos e
práticos que passam a influenciar de maneira positiva todo o processo de construção
do conhecimento. As atividades que envolvam a determinação do pH, devem ser
pautadas na compreensão e apropriação do conhecimento químico prévio por parte
dos alunos, adquiridos através das aulas teóricas. Os conteúdos que envolvem os
conceitos práticos de determinação do pH devem ser planejados e dirigidos para que
ocorra uma aprendizagem dos conceitos essenciais de química.
O professor deve conscientizar seus alunos sobre da importância de usar o
laboratório em atividades planejadas e bem elaboradas, que tenham como ponto de
partida, questão que envolva o cotidiano do aluno para direcionar de maneira efetiva,
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uma aprendizagem que permita ao aluno um enriquecimento do saber obtido nas
aulas teóricas.
Portanto, muitas substâncias que apresentam pH diferenciado só podem ser
determinados por uma análise utilizando os indicadores ácido-base e equipamentos
portáteis, como o peagâmetro visto na figura 07, que nos permite determinar o valor
do pH das mais diversas substâncias presentes em nosso cotidiano com rapidez e
praticidade.
INDICADORES - EXEMPLOS
Indicador Cor na solução
Meio ácido Meio neutro Meio básico
Solução de Fenolftaleína
incolor incolor lilás
Solução de Azul de bromotimol
amarelo verde azul
Papel Tornassol vermelho azul azul
Solução de Alaranjado de metila
vermelho amarelo amarelo
Indicador universal de vermelho a alaranjado amarelo esverdeado de azul a verde
Figura 06: Cor das soluções relacionados as variações do pH nas diversas substâncias encontradas no cotidiano dos seres vivos. Professora Maristela Mazzia.
Figura 07: Imagem do peagâmetro utilizado o cálculo dos valores do pH das diversas substâncias encontradas no cotidiano dos seres vivos. Foto: Professora Maristela Mazzia.- Arquivo pessoal.
O laboratório deve apresentar-se como um espaço de interação entre teoria-
prática-teoria onde o professor utilize diversas substâncias para experimentos,
favorecendo a construção dos conhecimentos de forma que os alunos possam
relaciona-los com fatos do seu dia a dia.
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No laboratório, foi trabalhado com os alunos a aquisição do conhecimento
sobre a funções química, ou seja, aqueles conjuntos de substâncias que apresentam
uma série de propriedades químicas semelhantes.
As palavras: “ácido”; “base”, “sais” e “’óxidos” fazem parte de nossos estudos
e são utilizadas em nosso cotidiano, indicando as características de substâncias,
soluções e produtos, como:
- uma fruta é mais ou menos ácida do que outra;
- que determinado detergente de cozinha é neutro;
- que uma banana verde é adstringente ou que amarra a boca.
Os alunos passaram a utilizar cotidianamente os termos ácido e básico
quando na identificação de uma determinada solução, que pode ser considerada
ácida ou básica de acordo com as interações que elas realizam com outros tipos de
soluções.
A importância do conhecimento assimilado nas aulas laboratoriais por parte
dos alunos e o uso constante do laboratório ajudaram muito na formação de
conceitos químicos sobre o tema abordado.
Os trabalhos realizados sobre os ácidos de maneira geral ajudaram a dar os
conhecimentos necessários para que todos pudessem identificar os mais diversos
tipos de frutas cítricas, como a laranja, o limão e as demais frutas que possuem o
ácido cítrico e que são classificadas por todos como azeda; nos diversos produtos
de limpeza, comumente chamados de detergentes por todos; nas soluções de
baterias dos carros, onde o ácido sulfúrico esta presente no armazenamento da
carga elétrica e no estômago dos seres vivos, onde ácido clorídrico e o ácido nítrico
fazem parte do suco gástrico.
Os alunos passaram a entender que o termo ácido deriva do latim acidu e
significa azedo, além disso, os ácidos estão presentes nos mais diversos tipos de
processos industriais e nos laboratórios, podem ser encontrados na forma de
reagentes.
Os ácidos são bastante utilizados na indústria, onde apresentam um papel
fundamental nos processos de manufatura. Os alunos assimilaram que os ácidos
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apresentam pH menor que 7, que reagem com certos metais produzindo hidrogênio;
reagem com carbonatos e bicarbonatos produzindo dióxido de carbono; tornam
vermelho o papel tornassol azul e a fenolftaleína de vermelha para incolor; quando
são colocados em contato direto com o mármore ou carbonatos, passam a
produzem uma efervescência (liberação de gás carbônico) e reagem com as bases,
sendo por elas neutralizados, formando sais e água.
Os ácidos podem ser classificados em dois grupos, tomando como critério a
presença ou não do oxigênio em suas moléculas:
- Hidrácidos: são ácidos que não contém na sua composição o elemento oxigênio e
são exemplos: ácido iodídrico (HI); ácido sulfídrico (H2S) e no ácido clorídrico (HCl).
- Oxoácidos: são ácidos que contem o elemento oxigênio na sua molécula e são
exemplos: ácido carbônico (H2CO3); ácido sulfuroso (H2SO3); ácido sulfúrico
(H2SO4); ácido nitroso (HNO2); ácido nítrico (HNO3) e ácido fosfórico (H3PO4).
Os alunos identificaram que muitas substâncias apresentavam
comportamento diferente dos ácidos e que estes foram classificados como se as
Bases. Estas bases foram chamadas de álcalis e que foi partir do século XVI que
passaram a ser denominadas de “bases”.
As bases apresentam um sabor adstringente, produzem uma constrição na
boca, ou seja, elas "prendem" a língua de modo semelhante ao caju e algumas
frutas verdes. As bases são altamente corrosivas. As bases não devem ser jamais
experimentadas, como os detergentes, pois existe um grande risco de comprometer
a saúde de quem o experimenta; as bases são boas condutoras de eletricidade. As
bases em solução podem alterar a cor dos indicadores; as bases apresentam o seu
pH maior que 7; elas reagem com os ácidos, sendo por eles neutralizadas e acabam
por formar sais e água. As bases podem tornar a pele escorregadia.
Exemplos de substâncias básicas que são encontrados em nossas
residências, como as pastas dentifrícias, antiácidos para neutralizar a acidez
estomacal e os sabões, detergentes e outros produtos de limpeza.
Na agricultura, o calcário é utilizado para corrigir a acidez do solo agrícola. Na
indústria muitas bases têm papel fundamental, como a soda cáustica (hidróxido de
sódio comercial), a potassa (hidróxido de potássio comercial) e a amônia (em
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solução aquosa). Merecendo destaque, graças à sua importância industrial, o
hidróxido de sódio que é amplamente empregado em especial na produção de
papel, sabões, têxtil e petroquímica. Algumas bases são materiais altamente
corrosivos.
A aula prática no laboratório desenvolvida utilizou como indicador o extrato de
repolho roxo que é um indicador natural muito utilizado nos dias atuais pelo seu
baixo custo e facilidade de se obter.
Os alunos entenderam que os indicadores utilizados nas aulas de Química
são substâncias orgânicas, que possuem moléculas grandes que se alteram em
função da acidez do meio. Ao terem suas estruturas moleculares alteradas, as
substâncias passam a apresentar cores diferentes.
Nas escolas, é comum o uso de indicadores universais, que são inseridos nas
soluções analisadas pelos alunos para a determinação do valor da acidez ou da
basicidades e, comparadas com uma escala previamente estabelecida.
Figura 08: Imagem dos valores de ácido e bases que são encontrados na natureza. Fonte http://www.johnkyrk.com/pH.pt.swf - acesso em 13-06-2011.
Como a escala do pH indica, os valores podem variar entre 0 e 14, conforme
indicada a Figura 08, quanto menor o índice do pH de uma substância, mais ácida
esta substância será, sendo que este valor foi estabelecido a uma temperatura em
torno de 25 ºC.
O pH de uma determinada substância pode variar de acordo com sua
composição, como: concentração de sais, óxidos, ácidos e bases.
A determinação do pH é de extrema importância para o controle da acidez em
muitas substâncias que convivemos e a variação destes valores podem causar
muitos malefícios para todos, inclusive chegando a morte.
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A elaboração das atividades foi feita através de uma série de exercícios
desenvolvidos em forma de aulas teóricas com o objetivo de englobar todos os
conceitos químicos a serem utilizados, de forma clara e objetiva.
As aulas práticas devem ser elaboradas a partir de conceitos que levem a
efetiva observação e participação dos alunos, onde compreensão das
transformações químicas instiguem os alunos e ao mesmo tempo, permitam que a
sua capacidade de julgar as informações obtidas nos processos químicos venham a
formar a construção do conhecimento dos alunos, através dos resultados obtidos
nos experimentos.
Nos trabalhos desenvolvidos em sala de aula dos conteúdos envolvendo
ácido-base, foi explicado para os alunos que as soluções apresentam certas
concentrações e que para determinar as concentrações destas substâncias,
podemos utilizar aparelhos que determinam a acidez e a basicidade das soluções.
Ao realizar a aula prática de determinação do pH de substâncias diversas
disponíveis em nosso cotidiano, recomendou aos alunos que estes experimentos
devem ser realizados com a máxima atenção, observando-se as normas de
cuidados exigidos dentro do laboratório e que estes experimentos sejam realizados
sem pressa e com muita calma.
As aulas práticas que foram realizadas no laboratório do Colégio Estadual
“Castro Alves” para os alunos do Ensino Médio do período Matutino, envolvendo
todos os alunos que frequentam regularmente a Segunda Série A com 24 alunos.
Durante a implementação, foram realizadas as aulas práticas no laboratório
com todos os alunos, onde os conceitos de ácidos, bases e pH foram necessários
para que todos os alunos entendessem os resultados obtidos no uso dos indicadores
ácido-base e do peagâmetro.
Neste momento da implementação, foi realizada concomitantemente a troca
de experiências com outros professores da Rede Estadual através do ambiente
virtual, “plataforma E-escola”, com o nome de Grupo de Trabalho em Rede (GTR)
em conjunto com os Professores de Química do Estado do Paraná que tiveram a
oportunidade de realizar inúmeras trocas de experiências que envolveram diversos
temas sobre o pH.
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A troca de experiência ocorreu através de Fóruns pela plataforma E-escola
que se apresentou de uma forma muito enriquecedora, onde as informações sobre o
tema levou a reflexão da importância de levar para todos os alunos e professores a
importância do uso do laboratório sobre a determinação do pH através de práticas
laboratoriais diferenciadas e de situações que trazem a avaliação de uma maneira
inovadora, aliando a teoria a prática em local comum.
DESENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS EM SALA DE AULA
A utilização dos conteúdos que envolvem a aprendizagem em sala de aula
deve ser compatível com a realidade escolar, onde a professora PDE precisa
considerar todas as situações, desde as mais simples até as mais complexas, pois
aulas teóricas exige que ocorra o envolvimento do material com os alunos.
A professora PDE priorizou nas aulas teóricas uma analise qualitativa em
algumas propostas de atividades apresentadas em roteiros típicos de atividades de
química através de questões que exigem do aluno o raciocínio, oportunizando aos
alunos a compreensão dos conceitos abordados nas aulas teóricas em sala de aula
através de uma serie de situações de cunho investigativo que requerem dos alunos
um pensamento autônomo a partir de situações desafiadoras.
Estas situações consistem em situações que os alunos devem descrever
detalhadamente os procedimentos executado durantes a aprendizagem dos
conceitos teóricos, que serão solicitados no momento de realizar os experimentos.
Neste tipo de atividade não foram solicitados aos alunos quaisquer observações dos
tipos experimentais, pois as mesmas devem fazer parte dos resultados e discussão
a serem utilizados nas atividades práticas desenvolvidas no laboratório.
No desenvolvimento da atividade de avaliação (parte conceitual) os alunos
descreveram os principais resultados obtidos em aula, através de questões objetiva
e de raciocínio lógica, acompanhados de uma análise crítica por parte dos alunos,
com base nos conceitos químicos envolvidos.
Foi exigido dos alunos uma clareza de entendimento em todas atividades que
exigiram cálculos, cujo resultados obtidos foram apresentados na forma de notas
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que vão de 0,0 a 1,5 como forma de comunicar aos alunos o rendimento obtido no
momento da avaliação.
RESULTADOS OBTIDOS DURANTES AS AULAS TEÓRICAS
Podemos observar no anexo 1, o modelo de Avaliação desenvolvido pela
professora PDE para observação a aprendizagem dos alunos em função dos
conteúdos explicitados através da lousa em sala de aula sobre os temas: ácidos,
bases, as suas teorias e noções gerais sobre os reagentes de baixo custo e do
peagâmetro ara os alunos que frequentam normalmente a Segunda Série do Ensino
Matutino, turma A. Os resultados obtidos com as aulas de avaliação dos conteúdos
teóricos
Figura 09: Gráfico dos rendimentos dos alunos em função da Avaliação aplicada em sala de aula sobre as atividades envolvendo ácidos e bases – Fonte: Maristela Mazzia.
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DESENVOLVIMENTO DAS AULAS PRÁTICA EM LABORATÓRIO
As atividades práticas em laboratório tem a intenção de motivar os alunos, de
forma lúdica, a refletir sobre a importância dos experimentos no desenvolvimento da
aprendizagem, favorecendo um conhecimento cientifico duradouro e permanente
através do uso de material diferenciado, como os reagentes de baixo custo e do uso
do peagâmetro, onde os alunos trabalham com uma variedade muito grande de
substâncias encontradas no dia a dia do aluno.
Os alunos devem demonstrar após as explicações da professora PDE, os
seguintes pré-requisitos para que o trabalho em um laboratório de Química seja no
mínimo satisfatório:
- Possuir domínio das técnicas básicas de utilização do laboratório escolar,
bem como saber os corretos procedimentos de primeiros socorros em casos de
acidentes em laboratórios de Química.
- Saber trabalhar em equipe, compreendendo quais são as diversas etapas a
serem realizadas durante uma pesquisa que envolvam ácidos e bases.
- Ter o interesse na investigação dos resultados obtidos durante a realização
da pesquisa cientifica e ter consciência de buscar respostas para questões
individuais e coletivas do grupo quando relacionadas à Química.
- Compreender os conceitos, leis e princípios da Química, acompanhando
todos os passos na compreensão do que acontece durante o experimento.
- Saber identificar as informações obtidas durante o experimento para que
venham possibilitar a contínua atualização dos conhecimentos na aprendizagem
técnica e científica.
- Saber interpretar e utilizar as diversas informações presentes nos materiais
técnicos utilizados durante o experimento.
- Demonstrar bom relacionamento com a equipe e com a professora PDE,
comunicando-se corretamente sobre os resultados obtidos durante a pesquisa,
demonstrando que a aprendizagem esta fortalecendo o seu conhecimento.
Para realizar as aulas práticas em laboratório, a professora PDE utilizou as
práticas, conforme os anexos 02, 03 e 04 para desenvolver as aulas teóricas com os
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alunos no laboratório da escola envolvendo o extrato de repolho roxo e do
peagâmetro para o desenvolvimento dos experimentos.
Após a explicação do professor a respeito de como devem ser realizados os
experimentos em laboratório, foram realizadas todas as práticas possíveis dentro do
conteúdo ácidos e bases.
Na sequência após a conclusão dos experimentos, foram realizadas
novamente uma avaliação envolvendo os resultados obtidos em função dos
experimentos realizados em cima do tema ácidos e bases.
Figura 10 – Rendimentos dos alunos em função da Avaliação aplicada nas aulas laboratoriais através de experimentos práticos envolvendo ácidos e bases – Fonte: Maristela Mazzia.
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Os resultados obtidos com as aulas práticas dentro do laboratório de Química
trouxeram para os alunos uma aprendizagem que veio a reforçar as aulas teóricas
dentro da sala de aula, onde a avaliação feita após as práticas experimentais sobre
os ácidos, bases e pH apresentaram uma média geral de 75% do valor de 1,5, ou
seja, maior que a média 0,9 obtida na aula teórica.
Com isso, podemos observar que as aulas teóricas bem trabalhadas no
laboratório e com aulas de teóricas bem ministradas e dosadas, são capazes de
fazer com que os alunos possam assimilar conteúdos com maior eficiência,
desenvolvendo o seu potencial, através do reforço oferecido pelas aulas
laboratoriais.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Após analisar as avaliações desenvolvidas na sala de aula e nas aulas
laboratoriais sobre os conteúdos de ácidos e bases envolvendo indicadores de baixo
custo e do peagâmetro, a professora PDE Maristela Mazzia observou que:
- Muitas dos Colégios Estaduais Públicos não possuem laboratório para
atividades práticas de Química, que não possuem o mínimo de material especifico
para o desenvolvimento de práticas experimentais e que ainda é possível que o
professor de Química pode realizar muitos experimentos em espaço alternativos
como por exemplo a cozinha do Colégio, o pátio do Colégio e ainda a própria sala de
aula, desde que sejam observados os mínimos procedimentos de segurança para o
professor e para os seus alunos.
- Da realização das atividades teóricas sobre os ácidos e bases envolvendo
como base a teoria de Arrenhius para explicar os conceitos utilizados nas aulas
atividades dentro do laboratório. Através destas teorias, o aluno melhora a condição
de sua aprendizagem sobre os conteúdos específicos.
- Quando da realização das atividades práticas realizadas no laboratório do
Colégio através de experimentos, as discussões sobre os resultados obtidos
comprovaram para o professor que as aulas de laboratório ajudam na aprendizagem
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dos alunos, fato comprovados pelas avaliações realizadas após estas aulas,
permitindo aos alunos um conhecimento de alto nível e permanente, observando-se
que houve uma aprendizagem bastante significativa.
3 CONCLUSÃO
Os resultados obtidos nas ações descritas no trabalho desenvolvido em sala
de aula e no laboratório, com base no Projeto de Intervenção Pedagógica permitiu
retomar aos conceitos de aprendizagem no laboratório do Colégio, onde foi
evidenciado uma análise de todo referencial teórico ministrado anteriormente,
embasando todos os conhecimento necessários para o desenvolvimento dos
experimentos,
Os alunos passaram a adquirir um saber contextualizado a partir do fator
aprendizagem prática, o qual foi consistente durante a realização dos experimentos
que vieram a constituir um saber profissional.
A ideia de relacionar todas as atividades de laboratório com a prática teórica
de sala de aula trouxe uma grande superação do déficit de conteúdos, onde o
ensino fundado apenas em conceitos teóricos provoca uma grande falta de interesse
por partes dos alunos na aprendizagem de química.
O trabalho prático através de experimentos realizados no laboratório com
métodos simples e apoiada pela Professora asseguram o pleno cumprimento dos
objetivos propostos no plano de trabalho docente e que forma todos lançados,
assim, possibilitou o aumento das bases do conhecimento aos alunos, o que
permitiu a construção do conhecimento através de instrumento que veio a estimular
o uso de atividades experimentais.
Portanto, todos os resultados obtidos a partir dos experimentos confirmam
que atividades experimentais ajudam significativamente na aprendizagem dos
alunos.
As dificuldades encontradas pelos alunos em aulas teóricas na compreensão
dos conteúdos essenciais de química desaparecem e são superadas de maneira
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eficiente quando são utilizados materiais e equipamentos e que a resistência a
aprendizagem desaparecem, demonstrando que aprendizagem dos alunos se torna
mais fácil, produzindo um conhecimento solido e duradouro.
De maneira geral, entende-se que todos os conteúdos que os alunos tiveram
dificuldades de aprendizagem e que envolvem conceitos sobre ácidos e bases como
vemos no gráfico abaixo, comprovam que o professor que utiliza os recursos
disponíveis no laboratório da escola tem em seus alunos uma grande melhoria na
aprendizagem. Mas é importante destacar que os alunos devem fazer a sua parte,
demonstrando ter consciência da importância das atividades experimentais no
ensino de Química e que esta forma de ensino vem propiciar novas e interessantes
condições para que o aluno tenha novas formas de aprendizagem e que esta venha
a facilitar a sua compreensão, unindo a teoria com a prática e assim, consolidando a
sua aprendizagem.
A professora PDE demonstrou de forma expressiva para os alunos que
participaram das atividades laboratoriais a importância destas atividades no ensino
de Química, apresentando os resultados obtidos e que sem os laboratórios, as aulas
práticas, aliadas a falta de equipamentos e materiais que são necessários para o
desenvolvimento de experimentos fazem com que os alunos tenham um rendimento
inferior ao desejado por eles mesmos e pela professora PDE.
Quando os alunos participam de atividades experimentais, apresentam um
despertar bastante significativo, onde o interesse pelo conhecimento sobre pH das
substâncias que nos cercam e que estão presentes, acabam por provocar uma
corrida pela investigação de novos conhecimentos, motivando a todos pela
aprendizagem de conteúdos de Química.
A realização deste tipo de trabalho vem a contribuir e muito na ampliação e na
compreensão de muitos conteúdos que fazem parte da Química orgânica, como
especial atenção ao potencial hidrogeniônico das substâncias, possibilitando uma
reflexão pelos alunos sobre as grandes possibilidades de ocorrer um enriquecimento
das práticas pedagógicas que envolvem as aulas laboratoriais de química, onde a
professora PDE foi a grande agente de transformação, desencadeando todo o
processo de aprendizagem que levaram os alunos a ter um conhecimento duradouro
e permanente.
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Portanto, o uso do laboratório de Química tem como principal objetivo,
orientar todos os alunos para que ocorra uma aprendizagem de alto nível e com o
auxilio da Professora PDE, o aluno permanece comprometido com o seu objeto de
estudo, que é aquisição de conhecimento através de experimentos laboratoriais.
Este artigo propõe uma nova forma de avaliação no ensino de química, que
seja realizada através de experimentos que despertem o interesse do aluno,
tornando a busca do conhecimento mais prazeroso.
Portanto, os resultados do estudo nos permitem abrir novas possibilidades na
construção de uma aprendizagem significativa por parte dos alunos através de
atividades experimentais que vieram a consolidar os temas desenvolvidos em
laboratório, em consonância com os conteúdos teóricos de sala de aula na disciplina
de Química.
4 REFERÊNCIAS
BERNARDELLI, M.S. Encantar para ensinar – um procedimento alternativo para o ensino de Química. In: Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias Corporais. 1.,4.,9., Foz do Iguaçu. Anais... Centro Reichiano, 2004. CD-ROM.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de l996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.12a edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química: professor/pesquisador. 2.ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2003.
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PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação- SEED- Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Química. Curitiba, 2009.
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PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação – Livro Didático Público de Química/ vários autores. - Curitiba, 2006. – p. 248.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Ensino. Departamento de Ensino de Segundo grau. Reestruturação do ensino de 2º grau – química. Curitiba: SEED/DESG, 1993.
ROSITO, B. A. O ensino de ciências e a experimentação. In Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
SANTOS, W. L. P. MÓL, G.S.; Química e sociedade: cálculos, soluções e estética. São Paulo: Nova Geração, 2004.
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ANEXOS
Anexo 01: Avaliação dos conteúdos aplicados em sala de aula sobre as atividades os ácidos e bases.
Fonte: Professora Maristela Mazzia – Arquivo pessoal
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Anexo 02: Aula prática através de experimento envolvendo a utilização de indicadores de baixo
aplicada em laboratório. Atividades envolvendo ácidos e bases – Fonte: Maristela Mazzia.
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Anexo 03 – Aula prática através de experimento envolvendo a utilização do peagâmetro aplicada em laboratório. Atividades envolvendo ácidos e bases – Fonte: Maristela Mazzia.