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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
USO DO MÉTODO BOX-BEHNKEN PARA
DIMINUIÇÃO DE INCERTEZA DE MEDIÇÃO DA
TÉCNICA DE INSPEÇÃO POR PIG MFL
HEIDER AQUINO COSTA JÚNIOR
NATAL – RN, 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
USO DO MÉTODO BOX-BEHNKEN PARA
DIMINUIÇÃO DE INCERTEZA DE MEDIÇÃO DA
TÉCNICA DE INSPEÇÃO POR PIG MFL
HEIDER AQUINO COSTA JÚNIOR
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica (PPGEM) da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
parte dos requisitos para a obtenção do
título de MESTRE EM ENGENHARIA
MECÂNICA, orientado pelo Prof. Dr.
José Josemar de Oliveira Júnior.
NATAL – RN
2021
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Costa Junior, Heider Aquino.
Uso do Método Box-Behnken para diminuição de incerteza de
medição da técnica de inspeção por PIG MFL / Heider Aquino Costa Junior. - 2021.
64f.: il.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica, Natal, 2021.
Orientador: Dr. José Josemar de Oliveira Júnior. Coorientador: Dr. Joelton Fonseca Barbosa.
1. PIG MFL - Dissertação. 2. Box-Behnken - Dissertação. 3.
Ultrassom - Dissertação. 4. ZTA - Dissertação. 5. Incerteza de
medição - Dissertação. I. Oliveira Júnior, José Josemar de. II.
Barbosa, Joelton Fonseca. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU 621
Elaborado por RAIMUNDO MUNIZ DE OLIVEIRA - CRB-15/429
USO DO MÉTODO BOX-BEHNKEN PARA DIMINUIÇÃO DE
INCERTEZA DE MEDIÇÃO DA TÉCNICA DE INSPEÇÃO POR
PIG MFL
HEIDER AQUINO COSTA JÚNIOR
Dissertação aprovada pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica (PPGEM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Banca Examinadora da Dissertação
Prof. Dr. José Josemar de Oliveira Júnior ___________________________ Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Orientador
Prof. Dr. Joelton Fonseca Barbosa ___________________________
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Coorientador
Prof. Dr. Raimundo Carlos Silvério Freire Junior ___________________________ Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Avaliador Interno
Prof. Dr. Hermes Carvalho ___________________________ Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Avaliador Externo
NATAL, 26 de fevereiro de 2021.
Dedicatória
Dedico este trabalho aos colegas de profissão que trabalham na integridade
de dutos. Que este trabalho possa ajudar a todos aqueles em que esta pesquisa seja
útil.
Agradecimentos
Agradeço à Deus por ter me dado força para superar as dificuldades nestes
anos como discente, pela minha vida e de todos os meus familiares por termos
sobrevivido a este conturbado ano onde milhares de pessoas perderam suas vidas
devido ao novo, e até então implacável, vírus.
Este trabalho não poderia ser concluído sem a ajuda de diversas pessoas as
quais presto minha homenagem: a minha esposa Joseane, que esteve sempre ao
meu lado, me ajudando no que fosse preciso; aos meus pais, Heider e Rosângela, por
sempre me proporcionar a melhor educação possível, pelo incentivo e amor
incondicional; aos Profs. Joelton Fonseca e José Josemar, pela orientação e apoio na
elaboração deste trabalho e ao meu amigo de trabalho Marcos Aurélio que partilhou
todo seu conhecimento na área de inspeções em dutos.
É difícil agradecer a todas as pessoas que de algum modo fizeram ou fazem
parte da minha vida, por isso agradeço a todos de coração.
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém
ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.”
(Arthur Schopenhauer)
JÚNIOR, H. A. C. Uso do Método Box-Behnken para diminuição de incerteza
de medição da técnica de inspeção por PIG MFL. 2021. 64 p. Dissertação de
Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2021.
Resumo
A inspeção por PIG MGL (Pipeline Inspection Gauge Magnetic Flux Leakage) é
uma das técnicas mais empregadas na inspeção de dutos para detecção de
defeitos de perdas de espessura internas e externas, ocasionadas pelo fenômeno
da corrosão. Embora a técnica seja bastante difundida na indústria, ela traz consigo
uma alta incerteza de medição, fazendo com que alguns defeitos sejam
superdimensionados ou subdimensionados. Este trabalho analisa alguns
parâmetros intrínsecos à técnica MFL, tais como: velocidade de deslocamento do
PIG, nível de magnetização e amplitude de onda do sinal MFL, através do método
estatístico Box-Behnken para expor os fatores que mais influenciam na incerteza
de medição da ferramenta MFL. O estudo foi realizado in loco com 17 amostras,
utilizando a técnica de inspeção de varredura por ultrassom para avaliar a real
condição das perdas de metal. Observou-se que o parâmetro com maior influência
na incerteza de medição é a amplitude de onda, entretanto a combinação dos três
parâmetros mencionados anteriormente, fornece uma melhor resposta na
determinação da incerteza de medição. Um fator significativo é que amplitude de
onda expressa diferentes geometrias para perdas de espessuras localizadas no
corpo do tubo, se comparadas com perdas localizadas na ZTA (Zona
Termicamente Afetada). Isso pode ser explicado pela modificação da estrutura
cristalina do material na ZTA. Desse modo, as rotinas de monitoramento e
inspeções de manutenção em dutos, baseadas na combinação dos três
parâmetros de medição, serão capazes de prevenir a propagação do dano e
melhorar a confiabilidade de toda a rede de dutos e tubulações.
Palavras-chave: PIG MFL, Box-Behnken, ultrassom, ZTA, incerteza de medição.
JÚNIOR, H. A. C. Use of the Box-Behnken Method to decrease measurement
uncertainty in the PIG MFL inspection technique. 2021. 64 p. Master’s
Dissertation in Mechanical Engineering - Federal University of Rio Grande do Norte,
Natal-RN, 2021.
Abstract
PIG MGL (Pipeline Inspection Gauge Magnetic Flux Leakage) disclosure is one of
the most used techniques in the disclosure of pipelines to detect internal and
external losses, caused by the corrosion phenomenon. Although the technique is
widespread in the industry, it brings with it a high definition uncertainty, causing
some defects to be over-dimensioned or under-dimensioned. This work analyzes
some parameters intrinsic to the MFL technique, such as: PIG movement speed,
magnetization level and wave amplitude of the MFL signal, using the Box-Behnken
statistical method to expose the factors that most influence the MFL tool agreement
uncertainty. The study was carried out in loco with 17, using an ultrasound
conduction technique to assess a real condition of metal losses. It was observed
that the parameter with the greatest influence on the measurement uncertainty is a
wave amplitude, however, a combination of the three previous elements, special a
better response in determining the definition uncertainty. A significant factor is that
the wave amplitude expresses different geometries for losses of processing
thicknesses in the tube body, if compared with losses in the TAZ (Thermally
Affected Zone). This can be explained due to the modification of the crystalline
structure of the material in the TAZ. In this way, pipeline monitoring and
maintenance inspection routines, based on the combination of the three agreement
parameters, will be able to prevent damage from spreading and improve the
reliability of the entire pipeline and pipe network.
Keywords: PIG MFL, Box-Behnken, ultrasound, TZA, measurement uncertainty.
Publicações
Esta seção contém artigos publicados pelo autor em revistas e conferências
científicas:
- Conferências Científicas.
1. H.A. Costa Júnior et al. Use of the box-behnken method to decrease
measurement uncertainty in the PIG MFL inspection technique. In: First
International Congress on Structural Integrity and Maintenance, 2021, Belo
Horizonte, Brazil.
Lista de Ilustrações
Figura 1 – Tipos de PIG’s utilizados na limpeza de dutos. .......................................... 6
Figura 2 – Placa calibradora antes da passagem de PIG. .......................................... 7
Figura 3 – Placa calibradora após a passagem de PIG. ............................................. 7
Figura 4 – PIG MFL. .................................................................................................... 8
Figura 5 – Corrosão externa...................................................................................... 10
Figura 6 – Corrosão interna em tubo, concentrada na posição 6h. ........................... 11
Figura 7 – O princípio do teste de corrente de Foucault: Mudança nos padrões de fluxo
dos campos magnéticos que indicam perda de metal. .............................................. 12
Figura 8 – O princípio MFL: A perda de metal causa a fuga do campo magnético para
fora da superfície interior e exterior da tubulação. .................................................... 13
Figura 9 – O princípio de ecos de ultrassom: Determinam a espessura de parede de
tubo através de perdas internas e externas. ............................................................. 15
Figura 10 – Propagação da onda longitudinal. .......................................................... 16
Figura 11 – Propagação da onda transversal............................................................ 16
Figura 12 – Um projeto Box-Behnken para três fatores. ........................................... 18
Figura 13 – Fluxograma das fases do estudo. .......................................................... 20
Figura 14 – Gráfico de velocidade x distância. .......................................................... 24
Figura 15 – Gráfico de nível de magnetização x distância. ....................................... 25
Figura 16 – Localização e escavação de vala. .......................................................... 27
Figura 17 – Remoção do revestimento externo para localização de defeito. ............ 28
Figura 18 – Equipamento ultrassônico fixo à parede externa do duto ....................... 29
Figura 19 – Amplitude MFL - Defeito 1. ..................................................................... 33
Figura 20 – Amplitude MFL - Defeito 6. ..................................................................... 34
Figura 21 – Sinais A-Scan – Defeito 1. ..................................................................... 35
Figura 22 – Comparação do modelo previsto versus o resultado atual. .................... 37
Figura 23 – Gráfico de superfície 3D (Valor de ponto médio da amplitude de onda).39
Figura 24 – Gráfico de superfície 3D (Valor máximo da amplitude de onda). ........... 40
Figura 25 – Gráfico de Cubo Resposta. .................................................................... 41
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Dados e fatores. ...................................................................................... 22
Tabela 2 – Dados geométricos do duto para conversão de valores. ......................... 26
Tabela 3 – Conversão de unidades de tempo para milímetros. ................................ 26
Tabela 4 – Média e desvio padrão dos parâmetros de análise. ................................ 31
Tabela 5 – Valores máximos, médios e mínimos dos parâmetros de análise. .......... 31
Tabela 6 – Parâmetros para o projeto Box-Behnken. ............................................... 32
Tabela 7 – Dados ultrassônicos e MFL. .................................................................... 35
Tabela 8 – Análise de Variância. ............................................................................... 36
Tabela 9 – Resumo das perdas de metal e das incertezas de medição ................... 43
Lista de abreviaturas e siglas
PIG Pipeline Inspection Gauge
MFL Magnetic Flux Leakage
GEO Geométrica
USA Ultrassom automatizado
Lista de símbolos
𝑉: velocidade do som (m/s)
𝑓: frequência (ciclo/s = Hz = 1/s)
𝛾: comprimento de onda (m)
𝑉𝐿: Velocidade da onda longitudinal (m/s)
𝑉𝑇: Velocidade da onda transversal (m/s)
𝐸: Módulo de elasticidade (kg/ms²)
𝜇 : Coeficiente de Poisson
𝐺: Módulo de rigidez (kg/ms²)
𝜌: Massa específica (kg/m³)
𝑘: Número de fatores ou variáveis independentes
𝐶0: Números de pontos centrais
𝑁: Número de amostras
𝑃𝑖𝑠: Valor real
𝑃𝑖0: Valor experimental
�̅�: Média
𝑆: Desvio padrão
𝑥𝑖: Valores individuais
𝑁𝑣: Número total de valores
𝑛: Quantidade de dados
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 3
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 4
2.1 DUTOS ............................................................................................................... 4
2.2 UTILIZAÇÃO DO PIG ......................................................................................... 5
2.3 MECANISMOS DE FALHAS .............................................................................. 9
2.4 CORROSÃO EXTERNA ................................................................................... 10
2.5 CORROSÃO INTERNA .................................................................................... 11
2.6 TESTE DE CORRENTE DE FOUCAULT ......................................................... 11
2.7 TESTE DE VAZAMENTO DE FLUXO MAGNÉTICO ....................................... 13
2.8 ENSAIO POR ULTRASSOM ............................................................................ 14
2.9 PLANEJAMENTO BOX-BEHNKEN .................................................................. 17
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 20
3.1 COLETA DE PARÂMETROS DOS DEFEITOS PARA ANÁLISE ..................... 21
3.2 PROCEDIMENTO DE COLETA DOS PARÂMETROS DOS DEFEITOS PARA
ANÁLISE ................................................................................................................. 26
3.2.1 Inspeção por ultrassom......................................................................... 28
3.3 ANÁLISE DO VALOR QUADRÁTICO MÉDIO ................................................. 29
3.4 ANÁLISE BOX-BEHNKEN ............................................................................... 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 33
4.1 FIGURAS DAS AMPLITUDES DE ONDAS MAGNÉTICAS DO PIG MFL ........ 33
4.2 FIGURAS DOS SINAIS A-SCAN DAS INSPEÇÕES POR ULTRASSOM ........ 34
4.3 SOFTWARE EXPERT 11 ................................................................................. 36
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48
ANEXO A .................................................................................................................. 53
ANEXO B .................................................................................................................. 56
1
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da história da cadeia produtiva de petróleo, gás natural e outros
derivados, necessitava-se de algum equipamento que fizesse a interligação entre as
instalações de produção marítimas ou terrestres com as refinarias. Para solucionar
este problema, que geralmente envolvia vários quilômetros de extensão, foi
desenvolvido o sistema de malha de dutos, que é simplesmente a união de vários
tubos soldados, rosqueados, flangeados etc. Os dutos sanaram o problema de
escoamento do fluido de trabalho, e até hoje, não existe uma maneira tão eficiente
para transportar o petróleo bruto para as refinarias. (HEO et al., 2020)
O material mais empregado na fabricação de tubos é o aço carbono,
principalmente em escoamentos de petróleo e seus derivados, porém a corrosão é o
mecanismo mais prejudicial deste tipo de material, uma vez que, quando não existe o
controle adequado da evolução do processo corrosivo, pode ocorrer grandes
vazamentos ou acidentes de proporções incomensuráveis. (MARTINEZ et al., 2019)
Com o passar dos anos, se fez necessário inspecionar e monitorar os dutos,
pois sabe-se da existência de mecanismos de corrosão que estão ocorrendo em seu
interior. Estes mecanismos fazem com que ocorra a perda de espessura de parede
do tubo que pode resultar em furo com consequente vazamento, perdas de produção,
poluição ambiental e perdas econômicas no geral. Para que isto não aconteça, é
imprescindível realizar inspeções periódicas para que se tenha uma boa avaliação da
integridade do duto. Na inspeção, é fundamental que um equipamento se desloque
por toda a sua extensão e meça as perdas de metal existentes na linha. De posse
destas informações, é possível obter um retrato das condições de integridade do duto.
(EGE e CORAMIK, 2018)
Existem diversas técnicas de ensaios não destrutivos (NDE) para inspeção de
dutos, dentre elas: varredura por ultrassom, corrente de Foucault, vazamento de fluxo
magnético, ruído magnético de Barkhausen, tomografia magnética, entre outras.
Todavia a técnica mais difundida para este tipo de inspeção é a de vazamento de fluxo
magnético e a ferramenta utilizada é a Pipeline Inspection Gauge Magnetic Flux
Leakage (PIG MFL). Esta técnica registra defeitos através de sensores magnéticos
que detectam a fuga do campo magnético produzida por ímãs ou bobinas que
2
magnetizam a espessura de parede, conforme perturbação das linhas magnéticas
geradas. (KIM e PARK, 2017)
Um fator importante para elucidação, é que o PIG MFL tem altas incertezas
de medição, estas são apresentadas na Ficha de Dados da Ferramenta, fornecida
pela empresa. Dessa forma, as dimensões reportadas pelo PIG MFL podem ser mais
conservadoras ou mais críticas, dependendo do uso da incerteza de medição para
mais ou para menos.
As altas incertezas associadas ao PIG se dão devido ao dimensionamento
das anomalias serem realizadas de maneira indireta. Existem diversos modelos
preconizados teoricamente, os quais relacionam o comportamento das linhas do
campo magnético com as dimensões de profundidade, comprimento e largura de uma
perda de espessura confeccionada previamente, em seguida realizam-se medidas
empíricas armazenando os sinais em bancos de dados para confrontação dos
resultados. (PHAM et al., 2018)
De maneira antagônica, a técnica de inspeção por ultrassom realiza medições
diretas, por essa razão, as medições realizadas por esta técnica, retratam fielmente a
situação real das perdas de metal identificadas em um duto, porém ela pode ter
problemas na distinção entre laminações, localizadas internamente à espessura de
parede, em comparação com defeitos externos. Sintetizando, cada técnica tem
vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas previamente antes da inspeção.
(POPLE, 2003)
No entanto, a inspeção por PIG ultrassônico requer duas condições que estão
diretamente associadas à realização da inspeção. A primeira delas, é um nível
aceitável de limpeza interna do duto. O segundo requisito, é a necessidade de um
meio líquido de acoplamento entre o transdutor, que emite ecos ultrassônicos, e a
parede interna do duto. A velocidade de propagação das ondas ultrassônicas é
caracterizada de acordo com o fluido acoplante. (PIAO et al., 2019)
Em consequência das circunstâncias necessárias para a inspeção por PIG
ultrassônico, o duto deve ter sua produção interrompida até a finalização da inspeção,
dado que, na grande maioria dos fluidos transportados, não há uma garantia de
padronização da velocidade de propagação da onda ultrassônica devido a sua
heterogeneidade.
3
Geralmente, a técnica ultrassônica é utilizada nas correlações de defeitos
pontuais registrados pelo PIG MFL, ou para dutos com pouca vida remanescente
devido ao processo corrosivo generalizado.
Sabe-se que existe um problema crônico em dutos submarinos na realização
de correlações de defeitos pontuais em trechos submersos. Isso se dá, devido à
grande dificuldade de localização do defeito e aos elevados gastos com embarcações,
profissionais qualificados e materiais especiais para o procedimento, e dependendo
da quantidade de defeitos, os custos podem chegar à 10 vezes mais, se comparados
com uma inspeção por PIG MFL.
Haja vista que, a integridade dos dutos é de fundamental importância para
que se tenha um processo seguro e que a sua monitoração tenha uma periodicidade
equivalente às respostas obtidas, através das técnicas de inspeções utilizadas, é de
suma importância entender estatisticamente os parâmetros que mais influenciam a
incerteza de medição da técnica MFL.
Para isso, o uso de uma Metodologia de Superfície de Resposta é essencial
para o estudo.
1.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a influência dos parâmetros de velocidade, amplitude de onda do
sinal MFL e nível de magnetização da ferramenta, e estudar quais são os parâmetros
que mais influenciam o erro entre as técnicas MFL e ultrassônica.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos deste trabalho são:
Identificar a influência das características dos defeitos e classificá-los em
ordem de prioridade;
Verificar e identificar quais parâmetros influenciam mais na incerteza de
medição da técnica MFL;
Otimizar o dimensionamento da profundidade das perdas de espessura;
Identificar possíveis melhorias para o estudo.
4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo tem como objetivo conceber e abordar todos os conceitos
relevantes ao estudo em pauta. Dentre eles, tem-se o processo operacional de
transporte de fluido em um duto, os mecanismos de perda de metal, os equipamentos
utilizados na inspeção interna de dutos (PIG – Pipeline Inspection Gauge), o princípio
de funcionamento das técnicas de inspeção MFL e ultrassônica, além de apresentar
a metodologia de superfície de resposta Box-Behnken.
2.1 DUTOS
O duto é definido como uma estrutura composta por vários tubos conectados,
o qual tem como principal função o escoamento de fluidos, entre unidades produtivas
ou de refino que estejam localizadas em locais diferentes. (REGULAMENTO
TÉCNICO ANP Nº2, 2011)
Nos dutos existem dois tipos de escoamentos, estes são classificados como:
condutos fechados ou condutos abertos. A principal diferença entre os escoamentos
é que nos condutos fechados toda a superfície da seção transversal é tomada pelo
fluido, e o fluido escoado é exclusivamente empurrado por diferença de pressão. Já
nos condutos abertos, existem superfícies da seção transversal que estão livres da
ação do fluido e o escoamento se dá através da gravidade. (ÇENGEL; CIMBALA,
2015)
O exemplo que será tratado nesta dissertação, fará referência ao conceito de
condutos fechados, dado que, o fluido ocupa toda a seção transversal do duto, o qual
é uma característica intrínseca das malhas de produção petrolíferas.
O material mais empregado na fabricação de tubos e consequentemente dos
dutos, é o aço carbono. Hoje em dia, os aços continuam a ser os materiais mais
utilizados na produção de tubos em todo o mundo, devido às suas propriedades
mecânicas. (TELLES, 2012)
É relevante salientar que as indústrias de processos estão gradativamente
utilizando metais com melhores propriedades mecânicas, por esse motivo, adquire-se
espessuras de parede cada vez menos espessas, em consequência ficam mais leves,
5
possuem maior resistência às pressões internas e externas, além de uma maior
simplicidade na fabricação e montagem. (PEREIRA et al., 2012)
As tubulações têm grande importância no processo produtivo das indústrias,
visto que, a extração e o fornecimento do fluido produzido são de total incumbência
da malha de dutos, que está distribuída entre os reservatórios, poços de produção,
plataformas, navios-plataforma e assim por diante. Geralmente as redes de produção
cruzam áreas populacionais, urbanas, agrícolas, de proteção ambiental e pequenas
comunidades. Isso faz com que estes locais estejam sujeitos a vazamentos e
derramamentos de produtos químicos, logo, é imprescindível determinar medidas
preventivas para o gerenciamento de fragilidades nas áreas de produção. (CANTÚ et
al., 2011)
Os dutos podem ser classificados como pigáveis e não-pigáveis. O termo
pigável caracteriza se um PIG de limpeza ou um PIG instrumentado pode ser lançado
no duto com o propósito de limpar ou inspecionar, respectivamente, sem
impedimentos. Normalmente o duto precisa atender no mínimo três requisitos: a
presença de lançador e recebedor de PIG com dimensões adequadas, atendimento
às normas internacionais de projeto de tubulação e os parâmetros operacionais
adequados, como: vazão, pressão e tipo do fluido. (BELLER; STEINVOORTE;
VAGES, 2015)
As palavras “pipe” ou “tube” são utilizadas em países de língua estrangeira,
mas não há uma diferenciação bem definida entre estes termos. Via de regra, “tube”
é utilizado para tubos de trocadores de calor, serpentinas, fornos e caldeiras. Já “pipe”
é quando a função primordial do tubo é escoar um fluido de um local para outro.
(TELLES, 2012)
2.2 UTILIZAÇÃO DO PIG
O PIG é uma ferramenta utilizada em oleodutos ou gasodutos de qualquer
diâmetro, as suas principais finalidades são: efetuar a limpeza interna, para impedir a
formação de depósitos, conferir geometria interna, externa e avaliar a espessura de
parede dos dutos. A composição substancial de um PIG é um esqueleto de aço dotado
de elementos de vedação, geralmente fabricados em material polimérico. Com relação
à movimentação do PIG no duto, o próprio fluido de trabalho é responsável por
6
conduzi-lo por toda a extensão do duto, através da pressão diferencial de operação.
(ZHANG et al., 2017)
Segue abaixo na Figura 1 os principais PIG’s utilizados na limpeza de dutos.
Figura 1 – Tipos de PIG’s utilizados na limpeza de dutos.
Fonte: Adaptação do catálogo da empresa: China Petroleum Pipeline Inspection
Technologies (2007, p. 28).
Os PIG’s de espuma, copo, escova, disco e magnético, são destinados para a
limpeza dos dutos, retirando qualquer tipo de sujeira como parafina, incrustações ou
qualquer outro tipo de sedimentos.
Os PIG’s de disco e copo, além da função de limpeza, servem para averiguar
se um duto pode ou não ser submetido a um PIG instrumentado. Para isso, é instalada
uma placa calibradora que tem a função de revelar restrições internas que
impossibilitem a passagem de PIG instrumentado. Verificar as Figuras 2 e 3 que
mostram uma placa antes e após passagem de PIG de disco.
7
Figura 2 – Placa calibradora antes da passagem de PIG.
Fonte: Próprio autor.
Figura 3 – Placa calibradora após a passagem de PIG.
Fonte: Próprio autor.
Quando os PIG’s têm o propósito de coletar as informações pertinentes à
situação de integridade do duto, estes são chamados de PIG’s de inspeção,
projetados para inspecionar conforme tecnologia empregada. As técnicas mais
utilizadas neste tipo de inspeção são: MFL, corrente de Foucault, ruído magnético de
Barkhausen, GEO (Geométrica) e USA (Ultrassom). (EGE; CORAMIK, 2018)
8
Figura 4 – PIG MFL.
Fonte: Adaptação de figura, Walker (2010, p. 32)
É possível identificar na parte central do PIG MFL, ilustrado na Figura 4, a
localização dos sensores que registram a fuga das linhas que compõem o campo
magnético, isto ocorre, pela identificação de descontinuidades na parede do tubo, que
pode ser, dentre outras coisas, uma perda de metal. Na parte interna do PIG
encontram-se as baterias e toda a eletrônica embarcada. Os magnetos, localizados
ao lado dos sensores, são responsáveis pela saturação magnética da parede do duto,
como também pela geração do fluxo do campo magnético. Os copos em azul são
responsáveis pela vedação entre o equipamento e a parede do duto, visto que, o
próprio fluido de trabalho é o responsável pela locomoção do PIG MGL dentro do duto.
Por fim, existem os hodômetros, os quais estão instalados na parte final da ferramenta,
estes servem para registrar o seu deslocamento. (WALKER, 2010)
Para garantir a integridade dos oleodutos e gasodutos é de primordial
importância a inspeção por PIG, uma vez que, toda a extensão será compreendida na
inspeção e haverá um retrato geral da sua situação. Por outro lado, a realização de
inspeções pontuais em um determinado defeito, torna a operação muito onerosa,
especialmente em dutos extensos, além de se ter somente uma amostra da situação
daquele trecho específico, deixando-se de tomar ações no restante da linha, por
desconhecimento e falta de dados.
9
Apesar de existirem várias técnicas de inspeção por PIG, a mais difundida é
a por PIG MFL.
Nas ferramentas modernas, a aquisição de dados ocorre a cada 2 ou 3 mm
de deslocamento da ferramenta, sendo que, a cada passo são coletados dados em
diversos pontos da circunferência do tubo. As ferramentas de inspeção do tipo PIG
utilizadas regularmente são os PIG’s geométricos e de detecção de corrosão. Os
PIG’s geométricos se destinam a indicar características como amassamentos,
reduções de diâmetros, curvas e outras anomalias geométricas presentes na parede
dos dutos e os PIG’s de detecção de corrosão se destinam a indicar e medir perdas
volumétricas de material na parede dos dutos. Os PIG’s de detecção de corrosão mais
utilizados na inspeção de dutos são: os PIG’s de ultrassom e os PIG’s MFL. Os PIG’s
de ultrassom têm um princípio físico mais robusto, porém possuem algumas restrições
operacionais, por exemplo, não podem operar com gás ou líquidos de propriedades
desconhecidas ou não homogêneas. Por causa disso, a grande maioria das inspeções
com PIG utiliza a técnica MFL. (PROTRAN PT - 111.01.10608, 2016)
2.3 MECANISMOS DE FALHAS
Sabe-se que existem diversos tipos de mecanismos que podem ocasionar a
falha ou colapso do duto, como: corrosão, erosão, fadiga, abrasão e atrito de materiais
sólidos com a parede interna do duto, contudo, o mecanismo que predomina nas
linhas que escoam petróleo bruto, água e outros fluidos não especificados, é a
corrosão eletroquímica.
A corrosão é um fenômeno que ocorre com todos os materiais, sejam eles quais forem. A madeira em decomposição apresenta um fenômeno de degradação biológica que pode ser chamado de corrosão. O açúcar sofre corrosão ao ser colocado na água. Os seres vivos, incluindo o homem, estão constantemente sofrendo o lento e gradual processo corrosivo do tempo liderado pelos agentes oxidantes do corpo, os chamados radicais livres (JAMBO, 2008, p.3).
O processo de corrosão eletroquímica se dá entre as regiões anódica e
catódica, sendo que na região anódica ocorre a oxidação do material exposto a uma
solução aquosa. Em contrapartida, na região catódica ocorrem as reações de
redução. (PELLICCIONE et al., 2012)
10
2.4 CORROSÃO EXTERNA
O mecanismo de corrosão externa ocorre na parte superficial do duto fazendo
com que a deterioração se dê através de uma reação eletroquímica com o solo ou o
meio corrosivo, no qual o equipamento está exposto, este processo ocorre
espontaneamente, podendo causar vários acidentes graves na unidade operacional.
(VITALLER; ANGST; ELSENER, 2020)
Em alguns dutos a proteção externa é desempenhada por revestimento e/ou
por proteção catódica. Na proteção catódica há uma corrente impressa, encarregada
de manter o potencial elétrico do duto em níveis aceitáveis de conformidade, este
sistema é composto por retificadores e ânodos; o principal propósito é manter o
material com o potencial negativo em relação ao meio corrosivo. (CARO; LÓPEZ;
BARAJAS, 2016)
Nos casos dos dutos que não possuem nenhum tipo de proteção externa, a
exposição ao ar úmido, a atmosfera salina, ao solo úmido e a água são os principais
agentes do aumento desenfreado da corrosão externa. Na Figura 5 é possível
identificar um processo corrosivo.
Figura 5 – Corrosão externa.
Fonte: Walker (2010, p. 8)
11
2.5 CORROSÃO INTERNA
A corrosão interna é muito perigosa para dutos que transportam fluidos
contendo água, dado que, o processo corrosivo mais comum neste tipo de ambiente
é a corrosão generalizada. À vista disso, toda a extensão do duto que transporta o
fluido de trabalho será afetada em quase toda sua totalidade, condenando a
integridade do duto, dependendo do estágio de perda de metal registrado.
A corrosão interna, geralmente, é causada pela natureza intrinsecamente corrosiva do meio transportado ou seu teor de água, por exemplo, devido à condensação ou separação de água misturada no meio. Os efeitos podem ser acelerados em áreas de alta temperatura. (WALKER, 2010, p. 8).
Na Figura 6 é possível notar a concentração de corrosão na posição 6h, na
qual se localiza a geratriz inferior de um tubo. O tipo de corrosão é generalizada e
severa.
Figura 6 – Corrosão interna em tubo, concentrada na posição 6h.
Fonte: Walker (2010, p. 10)
2.6 TESTE DE CORRENTE DE FOUCAULT
Para entender como funciona a técnica de inspeção MFL, é necessário
conhecer o teste de corrente de Foucault, o qual é a base do fenômeno da fuga de
campo magnético que ocorre na inspeção por PIG MFL.
12
A principal finalidade do teste é identificar imperfeições em um determinado
material condutor utilizado no ensaio. De uma forma sucinta, o método é caracterizado
pela indução de uma corrente em uma superfície, através de uma bobina que está
próxima ao material ao qual vai ser realizado o ensaio, esta conduz uma corrente
alternada, consequentemente, a corrente alternada cria um campo magnético, e neste
momento a corrente de Foucault é gerada. Existe uma outra bobina que é responsável
por acompanhar algumas alterações nos parâmetros elétricos e magnéticos da
corrente de Foucault e também da corrente gerada pela bobina principal. O fenômeno
pode ser melhor compreendido visualizando a Figura 7. (KIM; LEE, 2012)
Figura 7 – O princípio do teste de corrente de Foucault: Mudança nos padrões de fluxo dos
campos magnéticos que indicam perda de metal.
Fonte: Adaptação de figura, Walker (2010, p. 25)
A geometria do defeito e as tensões mecânicas são capazes de modificar a
estrutura microscópica do material, por consequência, os parâmetros de
permeabilidade magnética e da condutividade elétrica são alterados, modificando o
comportamento da corrente de Foucault. (CACCIOLA et al., 2007)
O teste de corrente de Foucault pode ser usado para inspecionar formas fisicamente complexas e para detectar pequenas fissuras na superfície ou perto da peça de teste. As superfícies inspecionadas precisam apenas de
13
uma pequena preparação e não precisam estar perfeitamente limpas. A técnica também é utilizada para medir a condutividade elétrica e a espessura
dos revestimentos (WALKER, 2010, p. 25 e 26).
2.7 TESTE DE VAZAMENTO DE FLUXO MAGNÉTICO
O uso do teste de vazamento de fluxo magnético é o método mais utilizado
nos dias de hoje nas inspeções por PIG. Este método tem bastante eficácia na
detecção de indicações de perda de metal por corrosão, posto que, qualquer alteração
na espessura de parede afeta diretamente a perturbação das linhas de campo
magnético geradas pelos imãs que compõem o PIG. No momento em que ocorre a
fuga de campo magnético, isto indica a presença de anomalias, associadas a perdas
de metal interna ou externa. É possível visualizar este fenômeno na Figura 8.
(CARVALHO et al., 2006)
Figura 8 – O princípio MFL: A perda de metal causa a fuga do campo magnético para fora
da superfície interior e exterior da tubulação.
Fonte: Adaptação de figura, Walker (2010, p. 26)
Existem vários sensores Hall que detectam as fugas do campo magnético,
proveniente de imperfeições próximas do sensor. Estes ficam localizados entre os dois
polos de um íman. Os sensores MFL instalados no equipamento tem que varrer toda
a circunferência do duto inspecionado, independente do seu diâmetro nominal. Para
melhorar a acuracidade da ferramenta, o campo magnético aplicado no tubo deve
14
saturar completamente a espessura de parede, até que as linhas do campo magnético
fiquem bastante próximas umas das outras, logo, para proporcionar uma alta
permeabilidade magnética é necessário que os imãs sejam especiais. (KIM; PARK,
2017)
Ao realizar uma inspeção por PIG MFL (Pipeline Inspection Gauge Magnetic
Flux Leakage) a força magnética gerada pelos imãs está alinhada, através de uma
reta, entre os sensores hall e a espessura de parede, entretanto, quando se têm
trechos curvos, a força magnética terá direções anguladas, ocasionando um aumento
significativo da força magnética, isto pode provocar o aprisionamento da ferramenta
no duto. (KIM; YOO; PARK, 2018)
É relevante destacar que a medição realizada pela técnica MFL é indireta.
Isso quer dizer que não existe um ou mais parâmetros quantitativos que determinem
qual é a profundidade, comprimento e largura de uma anomalia registrada pela
técnica.
A medição indireta é uma correlação de ensaios realizados em laboratório
entre anomalias criadas artificialmente com as anomalias registradas na inspeção em
si (defeito real).
No ensaio realizado em laboratório, um tipo de defeito é caracterizado
conforme seu volume, ou seja, sua profundidade, comprimento e largura;
posteriormente obtém-se alguns parâmetros, como o comportamento da onda
magnética, nível de magnetização empregado, dentre outros. Em seguida estas
informações combinadas constituem uma “assinatura” de cada defeito, que são
lançadas em um banco de dados para comparação posterior com as informações
registradas em uma inspeção real.
2.8 ENSAIO POR ULTRASSOM
O ensaio por ultrassom é um método não destrutivo, no qual um feixe sônico de alta frequência é introduzido no material a ser inspecionado com o objetivo de detectar descontinuidades internas e superficiais. O som que percorre o material é refletido pelas interfaces e é detectado e analisado para determinar a presença e localização de descontinuidades. (SANTIN, 2003, p. 5).
Na técnica de ensaio por ultrassom, um transdutor emite uma onda
ultrassônica, esta percorre um líquido chamado de meio de acoplamento ou
acoplante. Em seguida, percorre a espessura do material e por fim são refletidas e
15
registradas pelo receptor. (Figura 9). A distância calculada, está inteiramente ligada
ao tempo que as ondas ultrassônicas levam para ir até o limite da superfície externa
do material e voltarem para o receptor. (GUDRA et al., 2017)
Figura 9 – O princípio de ecos de ultrassom: Determinam a espessura de parede de tubo
através de perdas internas e externas.
Fonte: Adaptação de figura, Walker (2010, p. 28).
No ensaio por ultrassom a medição é direta e não existe nenhum tipo de
incerteza de medição da ferramenta, uma vez que, a dinâmica de propagação de
ondas ultrassônicas é bem descrita por equações diferenciais conhecidas, isto faz
com que o tempo de propagação de uma onda em um meio homogêneo seja bem
especificada. A velocidade de propagação das ondas depende somente das
propriedades do meio, já as propriedades das ondas não interferem em nada na sua
velocidade. (LALOS et al., 2016)
Os conceitos para determinação dos parâmetros das ondas são perfeitamente
aplicáveis às ondas ultrassônicas, desse modo, tem-se a Equação 1.
𝑉 = 𝑓 𝑥 𝛾 (1)
𝑉: velocidade do som (m/s)
𝑓: frequência (ciclo/s = Hz = 1/s)
𝛾: comprimento de onda (m)
16
O comportamento das ondas ultrassônicas é idêntico às ondas sonoras, por
se tratarem, ambas, de ondas mecânicas.
Os principais tipos de ondas empregadas na inspeção de materiais metálicos
são as ondas longitudinais e transversais. As ondas longitudinais são chamadas de
ondas de compressão, visto que, elas se movimentam em locais alternados de
compressão e rarefação. Nestes locais as partículas transmitem a vibração sempre
obedecendo o sentido de propagação da onda (Figura 10). Por outro lado, nas ondas
transversais, as partículas se movem perpendicularmente no sentido de propagação
da onda. Elas são conhecidas como ondas de corte (Figura 11). (SANTIN, 2003)
Figura 10 – Propagação da onda longitudinal.
Fonte: Santin (2003, p. 12).
Figura 11 – Propagação da onda transversal.
Fonte: Santin (2003, p. 13).
Para cada tipo de matéria ou do tipo de onda, o som tem uma velocidade
constante. Os termos utilizados para determinar a velocidade do som, são: a massa
17
específica, o módulo de elasticidade, o coeficiente de Poisson e o módulo de rigidez
do material, conforme apresentado nas Equações 2 e 3.
Ondas longitudinais
𝑉𝐿 = √𝐸(1 − 𝜇)
𝜌(1 + 𝜇)(1 − 2𝜇) (2)
Ondas transversais
𝑉𝑇 = √𝐺
𝜌 (3)
𝑉𝐿: Velocidade da onda longitudinal (m/s)
𝑉𝑇: Velocidade da onda transversal (m/s)
𝐸: Módulo de elasticidade (kg/ms²)
𝜇 : Coeficiente de Poisson
𝐺: Módulo de rigidez (kg/ms²)
𝜌: Massa específica (kg/m³)
Um dos modelos gráficos mais empregados para visualização dos resultados
de uma inspeção utilizando a técnica por ultrassom, é a representação gráfica C Scan,
que nada mais é que o mapeamento das espessuras em uma escala pré-determinada
de cores. As cores mais escuras indicam que a espessura é maior. Em contrapartida,
nas cores mais claras indicam uma espessura baixa (SANTIN, 2003).
2.9 PLANEJAMENTO BOX-BEHNKEN
Um dos modelos de superfície de reposta mais utilizados no mundo é o
Planejamento Box-Behnken, devido a sua ampla empregabilidade em processos
experimentais que desejam um aprimoramento em seus resultados. Muitas das vezes
obtêm-se respostas acima das expectativas, em virtude da combinação de parâmetros
analisados nos dados de entrada. (KAISER, 2013)
18
Esta metodologia pode ser uma interessante ferramenta para identificar os
parâmetros que podem diminuir os erros provenientes de vários fatores que afetam o
resultado final na análise de um experimento.
Uma das Metodologias de Superfície de Resposta mais tradicionais para métodos de projeto experimentais é o Projeto Box-Behnken. Como um dos RSM clássicos métodos de projeto experimental, o projeto Box-Behnken (BBD) é com base em desenhos fatoriais parciais de três níveis e seus pontos experimentais estão localizados em uma hipersfera equidistante do ponto central. (LI; FANG; YOU, 2013)
Basicamente o planejamento Box-Behnken é um projeto rotativo, onde é
necessário que todas as variáveis independentes envolvidas na análise tenham três
níveis para cada fator e estes valores devem ser ordenados de forma igual, em
comparação com o ponto médio. Este planejamento apresenta uma particularidade,
as combinações resultantes da abordagem de análise localizam-se no centro do cubo
e no centro das arestas do ponto central, conforme Figura 12. (NIST/SEMATECH,
2020)
Figura 12 – Um projeto Box-Behnken para três fatores.
Fonte: Nist/Sematech (2020, p. 1366).
A geometria deste modelo sugere uma esfera dentro de um cubo, de modo
que a superfície da esfera se projete na interseção com as superfícies do cubo,
ocasionando o tangenciamento da esfera com cada ponto médio do cubo.
(NIST/SEMATECH, 2020, p. 1366)
As principais características deste modelo de superfície é requerer o número
total de experimentos e a quantidade de pontos centrais. É importante elucidar que
19
cada variável tem 3 fatores, que são: mínimo, médio e máximo, estes obedecem a um
desvio padrão preestabelecido.
Um ponto significativo para destacar a superioridade do planejamento Box-
Behnken com outros métodos, é realizando um confronto direto entre métodos. Um
outro modelo de superfície de resposta bastante utilizado em pesquisas, é o método
fatorial. Comparando os dois modelos tem-se que o planejamento Box-Behnken
necessita de um número bem menor de experimentos, tornando-o bem mais
econômico, além de trazer bem menos resíduo na análise experimental. (BEZERRA
et al, 2008)
A equação que define o número de experimentos necessários para
desenvolver uma resposta satisfatória em um modelo Box-Behnken foi desenvolvida
pelos pesquisadores Aslan & Cebeci (2007) (Equação 4).
𝑁 = 2𝑘 (𝑘 − 1) + 𝐶0 (4)
𝑘: Número de fatores ou variáveis independentes
𝐶0: Números de pontos centrais
20
3 METODOLOGIA
Este capítulo tem como objetivo apresentar as fases de realização deste
estudo, retratando os aparelhos e métodos empregados em todas as etapas do
processo. As principais fases da pesquisa foram divididas em três. A primeira foi
identificar e coletar os parâmetros de detecção e dimensionamentos dos defeitos mais
críticos de uma inspeção por PIG MFL, realizada em um duto de 26 polegadas de
diâmetro nominal, com três espessuras de paredes diferentes: 8,74; 11,13 e 12,23
mm, e analisar as incertezas de medição associadas a elas. A segunda fase, e mais
complexa, consistiu em planejar a localização dos defeitos pré-determinados na
inspeção por PIG MFL e definir a programação das inspeções por ultrassom
automatizado, verificando de fato qual a profundidade de perda de metal real da
espessura de parede do duto. Por fim, de posse de todos os dados necessários para
investigar quais os fatores têm mais influência no dimensionamento das anomalias,
fez-se o estudo estatístico utilizando o planejamento Box-Behnken.
Figura 13 – Fluxograma das fases do estudo.
21
3.1 COLETA DE PARÂMETROS DOS DEFEITOS PARA ANÁLISE
A quantidade de defeitos foi pré-determinada de acordo com a Equação 4 e o
resultado obtido foi de 17 amostras, visto que, a quantidade de pontos centrais foram
cinco e o número de fatores independentes foram 3. Com isso, foram selecionados os
defeitos mais críticos, além de selecionar trechos retos, onde existisse a possibilidade
da realização de inspeção por ultrassom automatizado, dado que, o instrumento
utilizado para inspeção necessita de um espaço mínimo de 500 mm. Dessa forma,
não deve existir nenhum tipo de conexão ou instrumento próximo ao defeito a ser
inspecionado.
A especificação do material do duto é um aço API 5LX65. Este aço contém
boas propriedades de resistência mecânica, entretanto, não tem nenhum tipo de
proteção contra o processo corrosivo.
A coleta dos dados foi dividida em duas seções. A primeira foram os dados
referentes à sua localização hodométrica e a espessura de parede. A segunda seção
foram os dados pertencentes aos parâmetros que afetam diretamente a profundidade
das anomalias (Tabela 1)
.
22
Tabela 1 – Dados e fatores.
Fonte: Próprio autor.
LEGENDA:
CORPO: Defeitos localizados no corpo do tubo.
ZTA: Defeitos localizados na zona termicamente afetada.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Hodômetro (m): 43510,788 42156,024 34044,508 44414,473 53620,258 51352,041 29016,463 28791,669 47819,827 48620,767 48865,846 28552,411 52491,733 53286,685 52316,942 53121,791 34044,508
Espessura (mm): 8,74 8,74 11,13 8,74 8,74 8,74 12,23 11,13 8,74 8,74 8,74 11,13 8,74 8,74 8,74 11,13 11,13
Localização (corpo / ZTA): ZTA ZTA CORPO ZTA ZTA CORPO ZTA ZTA ZTA ZTA ZTA CORPO CORPO CORPO CORPO CORPO CORPO
Velocidade média (m/s) 1,30 1,30 1,05 1,25 1,30 1,35 1,00 1,05 1,35 1,40 1,30 1,05 1,45 1,40 1,25 1,45 1,05
Nível de magnetização (KA/m): 21,9 21,8 17,8 21,8 22,2 21,9 17,0 18,4 21,8 21,5 22,0 19,1 21,8 22,1 21,8 18,3 17,8
Amplitude de onda (mm): 35,48 30,02 13,44 30,02 30,02 21,83 29,35 37,62 21,83 21,83 40,93 18,81 16,37 13,64 13,64 10,75 13,44
Profundidade MFL (%): 59 51 57 60 57 51 46 48 48 49 47 40 42 45 42 47 57
Número de amostras
Dad
os
de
loca
liza
ção
Fato
res
par
a
resp
ost
a
23
Todos os dados contidos na Tabela 1 foram retirados do software ROSOFT
7.0, que é o programa fornecido pela empresa que realiza a inspeção por PIG MFL.
Para cada defeito selecionado, foram geradas janelas de análise contendo gráficos e
sinais com os parâmetros de velocidade média, nível de magnetização e amplitude de
onda magnética, no momento da fuga do campo magnético.
As especificações, as incertezas de medição, a comprovação da qualidade da
corrida, as tabelas contendo o quantitativo de cada tipo de defeito e o resumo de
registros realizado pela ferramenta MFL, foram retirados do Relatório final: Serviço de
inspeção ROCORR MFL-A, Oleoduto de 26’’ ET-A / GMR.
Os gráficos de velocidade e de nível de magnetização podem ser visualizados
conforme as Figuras 14 e 15. Para alcançar uma melhor precisão das medidas em
cada hodômetro, foi necessário a ampliação das imagens para obtenção de uma
reposta mais apurada para cada anomalia.
24
Figura 14 – Gráfico de velocidade x distância.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
25
Figura 15 – Gráfico de nível de magnetização x distância.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
26
Em contrapartida, as medidas de amplitude de onda magnética dos defeitos
foram bem mais exigidas na etapa de análise, em razão da localização do defeito estar
disposta no perímetro do tubo e as amplitudes de ondas variarem em unidade horária,
logo, foi imprescindível a conversão das unidades para milímetros.
Para conversão dos valores de tempo para milímetros foram utilizados alguns
dados geométricos do duto, além de determinar quais unidades de tempo seriam
convertidas para milímetros, os valores escolhidos foram: hora, minuto e segundo
(Tabela 2 e 3).
Tabela 2 – Dados geométricos do duto para conversão de valores.
Fonte: Próprio autor.
Tabela 3 – Conversão de unidades de tempo para milímetros.
Fonte: Próprio autor.
3.2 PROCEDIMENTO DE COLETA DOS PARÂMETROS DOS DEFEITOS PARA
ANÁLISE
De posse de todos os parâmetros essenciais para obtenção dos valores de
perda de espessura, o próximo passo foi a localização dos defeitos. Uma vez que a
corrida realizada por PIG MFL tinha um módulo inercial, facilitou o processo de
localização, posto que o módulo inercial é responsável por registrar as coordenadas
geográficas de todos os pontos notáveis, soldas e defeitos apontados pelo PIG MFL.
Existem três procedimentos padrões para preparação do local a ser
inspecionado por ultrassom. O primeiro procedimento é a localização do ponto; o
segundo é a escavação por retroescavadeira, este procedimento é bem delicado, pois
os dentes da máquina podem danificar o duto; o último procedimento consiste na
remoção do revestimento externo do duto, o qual tem a função de proteger
Raio (mm) 330,20
Perímetro Externo (mm) 2074,71
Perímetro Interno (mm) 1934,84
Espessura (mm) 11,13
Dados geométricos
161,24 mm 1 hora
2,69 mm 1 minuto
0,04 mm 1 segundo
Parâmetros de "h" para "mm"
27
externamente o duto, logo após sua remoção é fundamental a confirmação de algum
ponto de referência, ou até mesmo a checagem do tamanho dos tubos.
Para confirmação da localização do defeito é necessário a confrontação dos
dados de referência e das coordenadas geográficas.
É possível identificar todos os procedimentos descritos acima nas Figuras 16
e 17.
Figura 16 – Localização e escavação de vala.
Fonte: Próprio autor.
28
Figura 17 – Remoção do revestimento externo para localização de defeito.
Fonte: Próprio autor.
Todos estes procedimentos foram executados para todos os defeitos sem
exceção.
3.2.1 Inspeção por ultrassom
Na inspeção por ultrassom automatizado foi utilizado uma máquina incumbida
de realizar varreduras em todo o perímetro do duto, o fluido acoplante utilizado foi a
água.
O equipamento realiza uma varredura de 500 mm longitudinalmente ao duto.
A sua fixação é feita através de imãs que se aderem à parede externa do duto. Na
Figura 18 é possível ver a instalação do equipamento em um tubo ilustrativo.
29
Figura 18 – Equipamento ultrassônico fixo à parede externa do duto
Fonte: Próprio autor.
Para cada sinal medido na inspeção por ultrassom é gerado um gráfico que
reproduz a amplitude da onda x tempo, este gráfico é chamado de A-Scan. Com este
gráfico é possível determinar o dimensionamento dos defeitos ou irregularidades
correlacionando a altura da onda registrada com uma onda refletora de dimensões
conhecidas. Os sinais do gráfico A-Scan podem ser representados por rádio
frequência ou por modo de vídeo. (SANTIN, 2003).
Todas as profundidades medidas pelas técnicas de ultrassom automatizado e
PIG MFL (Pipeline Inspection Gauge Magnetic Flux Leakage) estão contidas na
Tabela 7 (p. 35), no item Resultados e Discussões, além da diferença entre elas em
módulo, a qual é a resposta de referência para o estudo, dado que, possuindo a
medida real de profundidade, poderá ser analisado os parâmetros que mais
influenciam a diferença entre as técnicas.
3.3 ANÁLISE DO VALOR QUADRÁTICO MÉDIO
De acordo com Hallak e Filho (2011, p. 596), “o Valor Quadrático Médio é
comumente usada para expressar a acurácia dos resultados numéricos, com a
30
vantagem de que este apresenta valores do erro nas mesmas dimensões da variável
analisada”.
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑄𝑢𝑎𝑑𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 = [1
𝑁∑(𝑃𝑖𝑠 − 𝑃𝑖0)2
𝑁
𝑖=1
]
12
(5)
𝑁: Número de amostras;
𝑃𝑖𝑠: Valor real;
𝑃𝑖0: Valor experimental.
3.4 ANÁLISE BOX-BEHNKEN
Como relatado na Tabela 1 (p. 22), nos fatores para resposta, os parâmetros
de análise selecionados foram, a velocidade média do PIG MFL no momento em que
ele passa no defeito; o nível de magnetização pontual para cada defeito, que é a
saturação das linhas magnéticas empregadas em um determinado local; e a amplitude
de onda magnética, que retrata a perturbação do campo magnético quando encontra
alguma descontinuidade na espessura de parede do duto.
No método Box-Behnken sabe-se da necessidade de três níveis para cada
parâmetro escolhido na análise (NIST/SEMATECH, 2020). Estes três níveis são: a
média e os valores máximos e mínimos.
Para este estudo houve uma grande dificuldade na determinação de quais
valores devem ser associados aos valores máximos ou mínimos para cada parâmetro.
Visto que, o princípio científico da técnica MFL traz consigo muitas incertezas.
Para realizar uma análise apropriada para o experimento, foi calculado a
média e o desvio padrão para cada amostra. Com isso, para determinar o valor
máximo foi calculado a média e posteriormente somado ao desvio padrão. Por outro
lado, para o valor mínimo foi calculado a média e este valor foi subtraído do desvio
padrão. Para os cinco pontos médios foram considerados os valores que mais se
aproximaram da média, concomitantemente (Equações 6 e 7).
�̅� = ∑ 𝑥𝑖
𝑁𝑣 (6)
31
𝑆 = √∑(𝑥𝑖 − �̅�)
𝑛 − 1 (7)
�̅�: Média
𝑆: Desvio padrão;
𝑥𝑖: Valores individuais;
𝑁𝑣: Número total de valores;
𝑛: Quantidade de dados.
Utilizando os valores fornecidos na Tabela 1 (p. 22), em fatores para resposta,
foram calculados os valores das médias e dos desvios padrões para cada parâmetro.
Assim, os valores de máximo, médio e mínimo foram adquiridos para implementação
no estudo do planejamento Box-Behnken. Segue as Tabelas 4 e 5 com os resultados.
Tabela 4 – Média e desvio padrão dos parâmetros de análise.
Fonte: Próprio autor.
Tabela 5 – Valores máximos, médios e mínimos dos parâmetros de análise.
Fonte: Próprio autor.
Para uma melhor distinção entre os valores máximo, mínimo e médio, foi
necessário calcular o erro de cada valor de uma amostra com os seus respectivos
valores de média e desvio padrão. Dessa forma, os erros que mais se aproximaram
do número 0 foi definido como a média. Em contrapartida, os valores numéricos mais
elevados foram atribuídos como máximo e consequentemente os valores numéricos
mais baixos foram considerados como mínimo.
Normalmente em um modelo de projeto Box-Behnken, os valores dos
parâmetros utilizados para definição dos pontos médios são iguais ou muito próximos
Média Desvio padrão
Média velocidade (m/s) 1,253 0,154
Nível de magnetização (KA/m) 20,529 1,922
Amplitude de onda (mm) 23,472 9,517
Máximo Média Mínimo
1 0 -1
1,407 1,253 1,099
22,451 20,529 18,608
32,988 23,472 13,955
32
do ponto médio definido na análise, que neste caso são: 1,253; 20,529 e 23,472 para
velocidade, nível de magnetização e amplitude de onda, respectivamente.
Entretanto, como citado anteriormente, existe uma incerteza de medição
muito alta contida na ferramenta MFL, fazendo com que o processo de seleção dos
05 pontos médios coincidentes ou próximos dos valores das médias, ficassem
bastantes alterados do padrão. É relevante elucidar que os três parâmetros devem se
aproximar das médias simultaneamente e em proporção, caso contrário, este defeito
não servirá como ponto médio.
Dessa forma, os 05 pontos médios selecionados para o estudo destoam um
pouco do que seria necessário para se ter um grau de certeza próximo do ideal.
Realizando os procedimentos descritos acima, obteve-se a Tabela 6, onde
foram alcançados todos os valores necessários para o estudo estatístico.
Tabela 6 – Parâmetros para o projeto Box-Behnken.
Fonte: Próprio autor.
Na análise Box-Behnken foi utilizado o software Design Expert 11, conforme
os dados contidos na Tabela 6 para obtenção dos resultados do estudo.
AMOSTRAS
1 1,30 Máximo 21,90 Médio 35,48 Máximo
2 1,30 Médio 21,80 Médio 30,02 Médio
3 1,05 Médio 17,80 Mínimo 13,44 Mínimo
4 1,25 Médio 21,80 Médio 30,02 Médio
5 1,30 Máximo 22,20 Máximo 30,02 Médio
6 1,35 Médio 21,90 Médio 21,83 Médio
7 1,00 Mínimo 17,00 Médio 29,35 Máximo
8 1,05 Médio 18,40 Mínimo 37,62 Máximo
9 1,35 Médio 21,80 Médio 21,83 Médio
10 1,40 Médio 21,50 Médio 21,83 Médio
11 1,30 Médio 22,00 Máximo 40,93 Máximo
12 1,05 Mínimo 19,10 Mínimo 18,81 Médio
13 1,45 Máximo 21,80 Médio 16,37 Mínimo
14 1,40 Mínimo 22,10 Máximo 13,64 Médio
15 1,25 Médio 21,80 Máximo 13,64 Mínimo
16 1,45 Máximo 18,30 Mínimo 10,75 Médio
17 1,05 Mínimo 17,80 Médio 13,44 Mínimo
Média velocidade
(m/s)
Nível de magnetização
(KA/m):
Amplitude de onda
(mm):
33
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo será apresentado os gráficos das amplitudes de ondas do PIG
MFL, os sinais A-Scan das inspeções por ultrassom automatizado dos 17 defeitos,
tabela contendo a diferença entre as técnicas e os resultados do Planejamento Box-
Behnken, assim também como os gráficos pertinentes para o melhor entendimento da
análise.
4.1 FIGURAS DAS AMPLITUDES DE ONDAS MAGNÉTICAS DO PIG MFL
As amplitudes de ondas magnéticas medidas para cada defeito podem ser
visualizadas nas figuras contidas em Anexo A (p. 53 - 56). Para melhor compreensão
da leitura dos defeitos foram selecionadas duas figuras (Figura 19 e 20).
Figura 19 – Amplitude MFL - Defeito 1.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
34
Figura 20 – Amplitude MFL - Defeito 6.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
4.2 FIGURAS DOS SINAIS A-SCAN DAS INSPEÇÕES POR ULTRASSOM
A Figura 21 contém o gráfico da inspeção realizada no Defeito 1, indicando os
ecos ultrassônicos, e consequentemente, informando a espessura remanescente
registrada e a perda de metal real naquele ponto. Estas medições serão a base para
analisar as incertezas de medição dos registros feitos pelo PIG MFL. Foram realizadas
inspeções em todos os 17 defeitos e os gráficos referentes às inspeções de todos os
defeitos encontram-se em Anexo B (p. 56 - 64).
Conforme podemos observar no gráfico de inspeção ultrassônica na Figura
21, a primeira e maior onda representa o percurso de emissão e retorno do eco
ultrassônico no fluido acoplante. Já na segunda onda, a emissão e o retorno referem-
se à espessura de parede do duto.
35
Figura 21 – Sinais A-Scan – Defeito 1.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Segue Tabela 7, contendo todas as profundidades medidas pelas técnicas de
ultrassom automatizado e PIG MFL (Pipeline Inspection Gauge Magnetic Flux
Leakage), assim também como a diferença entre as técnicas.
Tabela 7 – Dados ultrassônicos e MFL.
Fonte: Próprio autor.
Profundidade MFL (%) Profundidade USA (%) Diferença (USA - MFL) Data de inspeção USA
59 68,91 9,91 27/07/2015
51 55,49 4,49 29/07/2015
57 41,97 15,03 16/01/2015
60 67,51 7,51 29/07/2015
57 75,27 18,27 12/05/2015
51 65,38 14,38 20/01/2015
46 47,75 1,75 23/05/2016
48 46,28 1,72 05/05/2016
48 61,70 13,70 22/04/2016
49 47,16 1,84 28/04/2016
47 53,26 6,26 29/04/2016
40 36,17 3,83 26/05/2016
42 53,89 11,89 23/05/2016
45 58,70 13,70 16/06/2016
42 55,95 13,95 20/05/2016
47 36,23 10,77 09/05/2016
57 41,97 15,03 16/01/2015
36
De posse da diferença de profundidade entre as técnicas, foi possível calcular
o Valor Quadrático Médio, de acordo com a Equação 5 (p. 30), do item 3.3. O valor
obtido foi de 10,976.
4.3 SOFTWARE EXPERT 11
Através do software Expert 11, foi possível realizar o planejamento Box-
Behnken para o estudo da influência dos parâmetros de entrada para otimização da
incerteza de medição da ferramenta MFL.
Para determinação dos valores mais significativos, foram selecionados os
valores de soma dos quadrados maiores ou iguais a 10, pois eles contemplam 83%
do valor total de todos os parâmetros estudados pelo modelo Box-Behnken.
Desconsiderando-se o erro puro e levando em conta os valores com as somas
dos quadrados acima de 10, o primeiro termo mais significativo é a amplitude de onda
(C), seguido pela interação da amplitude com a velocidade (AC), a interação do
quadrado da velocidade com o nível de magnetização (A²C) e por último o quadrado
da velocidade (A²).
Segue abaixo Tabela 8 contendo todos os dados estratificados dos
parâmetros do estudo.
Tabela 8 – Análise de Variância.
Fonte: Software Expert 11.
37
Analisando a soma dos quadrados, é possível identificar que o erro puro, na
penúltima linha da Tabela 8 é o mais significativo com 122,96.
O valor de R² (Coeficiente de Determinação) foi de 0,7412. Este valor é
aceitável devido ao grande nível de complexidade dos valores obtidos para cada
anomalia analisada, conforme explicado na metodologia no item 3.3 ANÁLISE BOX
BEHNKEN.
Seguindo o argumento exposto no item 3.3, o qual foi imprescindível para
determinação dos cinco pontos médios da análise, o gráfico (Previsão x Real) exibe
os cinco pontos médios localizados fora da linha de tendência, isto foi um fator
primordial para não se ter atingindo um valor mínimo de 0,95 de R², que é o valor ideal
para uma análise estatística (Figura 22).
Em contrapartida, todos os outros valores determinados foram bastantes
consistentes na linha de tendência, isto fez com que o método utilizado para obtenção
deste resultado fosse considerado válido.
Figura 22 – Comparação do modelo previsto versus o resultado atual.
Fonte: Software Expert 11.
Antes de iniciar este estudo e entendendo como funciona o princípio de
funcionamento da ferramenta MFL, tinha-se uma intuição de quais parâmetros
38
poderiam ser mais significativos para análise. Um destes parâmetros é a amplitude de
onda magnética, pois as empresas especialistas em inspeção realizam uma medida
indireta utilizando a forma e o comportamento destas ondas com defeitos
geometricamente conhecidos e, posteriormente, armazenam estas informações em
um banco de dados para correlação de sinais.
Por outro lado, a velocidade também tem um papel essencial para o registro
e a qualidade das ondas magnéticas registradas, dado que, quanto maior ou menor a
velocidade no momento do registro das ondas magnéticas, pode-se mascarar, perder
ou até mesmo obter-se dados imprecisos sobre os defeitos.
Analogamente à velocidade, o nível de magnetização tem muita importância
na qualidade das ondas magnéticas, visto que, dependendo do nível de saturação
magnética, as ondas terão comportamentos distintos no momento em que ocorre a
fuga do campo.
Dessa forma, foi possível identificar que o parâmetro da amplitude de onda
isolado é o mais significativo, contudo, os demais parâmetros em consonância com
outros parâmetros têm boas influências no resultado final, conforme demonstrado na
Tabela 8.
Nos gráficos de superfície de resposta é possível representar muito bem os
dados obtidos na análise. No primeiro gráfico de saída do software Expert 11, os
parâmetros de nível de magnetização e de velocidade estão dispostos nos eixos das
abcissas e das ordenadas, respectivamente. No eixo perpendicular ao plano das
abcissas e ordenadas, está situado o parâmetro de resposta (erro). O parâmetro que
mais influencia no resultado final (amplitude de onda), está posto de forma modificável
(Figura 23). Nesta figura, o valor modificável utilizado para a superfície 3D foi o valor
da média.
39
Figura 23 – Gráfico de superfície 3D (Valor de ponto médio da amplitude de onda).
Fonte: Software Expert 11.
Utilizando o valor máximo da amplitude de onda, fica evidente que a forma da
superfície 3D decresce com relação ao eixo de resposta, isso faz com que o erro
diminua em quase toda a sua superfície, o qual é o propósito principal deste estudo.
O menor erro apontado pelo gráfico, está assinalado, onde se tem o menor nível de
magnetização e a menor velocidade, originando o valor de aproximadamente -4,62 de
erro. (Figura 24)
40
Figura 24 – Gráfico de superfície 3D (Valor máximo da amplitude de onda).
Fonte: Software Expert 11.
O valor negativo registrado é uma resposta bastante satisfatória, pois sabe-
se que a incerteza da ferramenta MFL pode ser de até 20%, conforme Relatório final:
Serviço de inspeção ROCORR MFL-A, (2014), para mais ou para menos. Logo, o
valor negativo indica que a anomalia tem menos perda de metal do que o reportado,
cerca de 5% a menos do valor registrado.
Analisando melhor a Figura 24, é notável que em quase todos os locais da
superfície o erro é menor que 10%. A única região em que se tem um aclive na
superfície é quando o nível de magnetização e a velocidade é máximo,
consequentemente a união destes parâmetros máximos são prejudiciais para diminuir
o erro de profundidade das anomalias. Lembrando que a amplitude de onda está
fixada como máxima.
Na Figura 23 o comportamento se dá de maneira semelhante à Figura 24, só
que de forma mais suave, com quase toda sua superfície abaixo dos 15% de erro.
Somente em um pequeno aclive, os valores se aproximam dos 20% de erro.
Para uma melhor representação de vários conjuntos de valores dos
parâmetros analisados neste estudo, o gráfico de Cubo Resposta é o mais adequado
para uma melhor visualização integral do projeto (Figura 25).
41
Figura 25 – Gráfico de Cubo Resposta.
Fonte: Software Expert 11.
Para se ter um maior número de possibilidades entre os parâmetros, todos os
pontos máximos, mínimos e pontos médios estão descritos, conforme pode-se
visualizar na Figura 25. Para o estudo em questão, os melhores resultados são os
menores erros. Com isso, para verificar onde se tem o melhor aproveitamento deste
projeto foi escolhido os dois melhores resultados da análise.
O primeiro, é quando se tem o nível de magnetização máxima, velocidade
média e amplitude de onda mínima, o qual obteve-se um erro de 1,75%.
No segundo caso, quando se tem o nível de magnetização mínima, velocidade
mínima e amplitude de onda máxima, obteve-se um erro de -4,78%.
Um resultado que corrobora bastante com o estudo, é que 5 de um total de
21 combinações possíveis, tiveram valores acima de 15% de erro, todo o restante,
cerca de 76% dos valores são menores que 15% de erro.
De todos os defeitos utilizados neste experimento, três deles, tiveram
resultados bastante eficientes, se comparados com à incerteza de medição da
ferramenta MFL.
Os três defeitos são os de número 7, 8 e 12, contidas na Tabela 1 (p. 22). A
profundidade e sua localização no tubo foram registradas pela ferramenta MFL, e
foram respectivamente: 46% (ZTA), 48% (ZTA) e 40% (CORPO).
42
De acordo com a especificação da ferramenta, a incerteza de medição para
estes tipos de anomalias são de ±15% para as anomalias 7 e 8 e de ±10% para a
anomalia 12.
Conforme os resultados apresentados pelo Cubo Resposta do projeto Box-
Behnken, o erro para as anomalias 7 e 8 foi de aproximadamente -4,8%, este erro
está localizado na face posterior do vértice inferior esquerdo do Cubo. Os parâmetros
de entrada do erro possuem velocidade mínima, nível de magnetização mínima e
amplitude de onda máxima.
Utilizando a incerteza de medição do PIG MFL as anomalias 7 e 8 poderiam
ter 61% e 63%, nessa ordem. Em contrapartida, utilizando o erro do projeto Box-
Behnken tem-se 41,2% e 43,2%, respectivamente.
A anomalia 12 segue o mesmo raciocínio das anomalias 7 e 8, a única
diferença é com relação à amplitude de onda que foi média, logo, esta localiza-se no
centro de uma aresta, na face inferior da lateral esquerda. Para este local o erro foi de
aproximadamente +3,83%.
Assim sendo, utilizando as incertezas de medição do PIG MFL e o erro do
projeto Box-Behnken, tem-se 50% e 43,83%, de modo respectivo.
Vale ressaltar que segundo a norma N-2098 da Petrobras (2014), indicações
maiores ou iguais a 50% de perda de espessura, recomenda-se que estas indicações
sejam avaliadas com correção de campo. A incerteza da ferramenta já está somada
ao valor registrado pelo PIG MFL, pois a análise deve ser a mais conservadora
possível.
Analisando o que foi exposto, quando se utiliza as incertezas de medição
propostas pelo PIG MFL as três anomalias necessitariam de uma nova investigação
utilizando uma técnica com menor incerteza para analisar o processo corrosivo e para
determinação da necessidade de reparo.
Por outro lado, quando se utiliza os dados do estudo apresentado pelo projeto
Box-Behnken, estas anomalias nem seriam reinspecionadas, conforme a norma N-
2098 (2014), ocasionando uma grande economia no processo e maior certeza do
dimensionamento da profundidade da anomalia, em razão de cada tipo de anomalia
ter sua própria “identidade” à medida que os parâmetros de entrada mudam.
É importante salientar que os três defeitos selecionados estão contidos no
grupo amostral das 17 anomalias do estudo, entretanto, estes resultados podem ser
43
utilizados para todas as indicações da população deste duto, que é de 751.242, de
acordo com o relatório da empresa que realizou a inspeção.
Por fim, para se ter um bom resumo dentre todas as 17 anomalias
selecionadas para o estudo, foi construída uma tabela mostrando todas as medidas
de profundidade, incerteza e comparações entre as técnicas. É possível notar, que
nas duas últimas colunas, os valores em azul estão mais próximos do valor real
inspecionado pelo ultrassom automatizado.
Utilizando a união entre a ferramenta MFL e o estudo Box-Behnken obtiveram-
se 11 valores mais próximos do real. Em contrapartida, na união entre a ferramenta
MFL e a sua própria incerteza foram adquiridos 6 valores mais próximos do real.
Além da superioridade quantitativa do estudo Box-Behnken, cinco anomalias
(1, 5, 11, 13 e 14) das 17 tiveram exatamente o mesmo valor registrado pela inspeção
por ultrassom, consequentemente, não houve nenhum erro associado entre as
técnicas.
Segue Tabela 9, contendo os resultados mencionados acima.
Tabela 9 – Resumo das perdas de metal e das incertezas de medição
Fonte: Próprio autor
NºProfundidade
MFL (%)Incerteza MFL (%)
Profundidade
MFL + Incereza
MFL (%)
Incerteza Box-
Behnken (%)
Profundidade
MFL + Incereza
Box-Behnken (%)
Profundidade
USA (%)
Diferença
(USA) e (MFL +
Incereza MFL)
Diferença
(USA) e (MFL +
Incereza Box-
Behnken)
1 59 15 74 9,91 68,91 68,91 -5,09 0,00
2 51 15 66 8,38 59,38 55,49 -10,51 -3,89
3 57 10 67 15,03 72,03 41,97 -25,03 -30,06
4 60 15 75 8,38 68,38 67,51 -7,49 -0,87
5 57 15 72 18,27 75,27 75,27 3,27 0,00
6 51 10 61 8,38 59,38 65,38 4,38 6,00
7 46 15 61 -4,78 41,22 47,75 -13,25 6,53
8 48 15 63 11,89 59,89 46,28 -16,72 -13,61
9 48 15 63 8,38 56,38 61,70 -1,30 5,32
10 49 15 64 8,38 57,38 47,16 -16,84 -10,22
11 47 15 62 6,26 53,26 53,26 -8,74 0,00
12 40 10 50 3,83 43,83 36,17 -13,83 -7,66
13 42 10 52 11,89 53,89 53,89 1,89 0,00
14 45 10 55 13,7 58,7 58,70 3,70 0,00
15 42 10 52 1,75 43,75 55,95 3,95 12,20
16 47 10 57 10,77 57,77 36,23 -20,77 -21,54
17 57 10 67 15,03 72,03 41,97 -25,03 -30,06
44
5 CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos durante o estudo deste trabalho é possível
identificar que a amplitude de onda MFL tem uma grande influência na medição da
profundidade das anomalias. Isso já era esperado, uma vez que, as empresas
pigadoras utilizam um imenso banco de dados contendo várias características do
comportamento das linhas de campo MFL e realizam uma comparação entre elas para
o dimensionamento das anomalias registradas.
Em contrapartida, a velocidade da ferramenta e o nível de magnetização
tiveram uma menor influência no resultado final, contudo, quando são analisadas em
conjunto, ou somadas com a amplitude da onda MFL, tem-se um grau de significância
bastante interessante para o estudo. Além de terem influência direta no erro da
ferramenta, estes parâmetros estão intrinsicamente ligados à qualidade dos sinais
obtidos, o qual podem interferir diretamente na resposta.
Com relação à velocidade, quanto maior for, mais difícil fica o registro das
ondas MFL, devido à sensibilidade dos sensores no registro das ondas em um período
muito curto. O inverso também pode acontecer, quando se tem uma velocidade muito
baixa, os sinais podem ser superdimensionados, mascarando o que realmente existe
no local inspecionado.
Quanto ao nível de magnetização, este está diretamente associado ao nível
de saturação magnética para a espessura de parede dos tubos, logo, um nível de
magnetização muito alto ou muito baixo, traz consigo um maior ou menor número de
linhas de campo magnético, nesta ordem. Este fenômeno pode ser idealizado por um
retângulo com linhas no sentido de maior comprimento do retângulo. Quanto maior o
nível de saturação magnética, mais linhas de campo ter-se-á no retângulo, isto faz
com que no momento da detecção de uma anomalia a onda fique mais achatada,
devido à grande quantidade de linhas sobrepostas uma à outra. Para um nível de
magnetização baixo, tem-se o inverso, as ondas terão aclives e declives bem mais
acentuados, em razão do baixo número de linhas MFL.
O principal objetivo do estudo era identificar os parâmetros que mais
influenciam a incerteza de medição do PIG MFL (Pipeline Inspection Gauge Magnetic
Flux Leakage), e consequentemente localizar os valores que podem diminui-la. Para
isso, foi necessário utilizar a técnica de ultrassom, que é uma medida direta de um
45
defeito, para verificar qual era o real erro do PIG MFL de acordo com os parâmetros
predeterminados.
O alvo foi alcançado para a grande maioria das anomalias. Segundo o gráfico
de cubo resposta na Figura 25, somente 5 combinações de um total de 21 tiveram
erro acima de 15% de perda de metal. Lembrando que o intuito principal deste trabalho
não era conseguir diminuir a incerteza de medição da ferramenta para todos os
defeitos, visto que, para alguns pontos a tecnologia tem bons patamares de
incertezas, se tudo ocorrer como especificado pela empresa, contudo, na engenharia
há uma mistura de teoria com empirismo, e alguns defeitos tem comportamentos
completamente distintos uns dos outros.
Este trabalho terá grande valia, se aplicado nas anomalias mais críticas
detectadas em uma inspeção por PIG MFL. Isso trará uma melhor perspectiva para
as tomadas de decisões gerenciais, como também na avaliação de vida remanescente
dos dutos, uma vez que, o dimensionamento das profundidades dos defeitos será
mais confiável, pois estará fundamentado na expertise criada com esta análise
estatística.
O trabalho teve como principal alicerce a estatística, no qual se trabalha com
níveis de certeza, e nem sempre com a exatidão dos valores. Neste estudo obteve-se
um R² = 0,7412, que é cerca de 74% de certeza, de acordo com os dados utilizados
na análise.
Para um estudo com um bom grau de certeza, dever-se-ia alcançar algo em
torno de 90% em diante. Entretanto, os níveis de incerteza da ferramenta MFL, por si
só, já são muito altos, além da sua complexidade em dimensionar o defeito, o qual é
puramente por confrontação direta de defeitos existentes com a perturbação das
ondas magnéticas registradas pelo PIG MFL.
Por essa razão, o R² de 0,7412 obtido terá uma grande relevância à indústria,
em consequência de um melhor entendimento dos parâmetros inerentes ao processo
de detecção. Podendo até haver uma melhora das condições operacionais antes do
lançamento da ferramenta de inspeção, com o intuito de atingir os melhores valores
de velocidade da ferramenta e bons níveis de magnetização para a espessura de
parede.
No final do estudo foi identificado algumas melhorias que poderiam ser
implementadas para se ter um maior grau de certeza no resultado Box-Behnken. A
principal delas seria a escolha de anomalias localizadas somente no corpo do tubo ou
46
na zona termicamente afetada, em razão das linhas de campo nas Figuras de 16 a 32
possuírem um comportamento bem distinto, com relação à perturbação do campo
magnético.
Sabe-se que na zona termicamente afetada, ou na solda em si, existe uma
mudança na estrutura cristalina do material e também na sua espessura,
consequentemente as linhas de campo magnético da solda se associam às ondas das
anomalias.
Sendo assim, quando se tem profundidades aproximadas entre anomalias
localizadas no corpo do tubo e na ZTA, as amplitudes de ondas serão bem distintas,
trazendo consigo discrepâncias na análise.
Outra melhoria, seria elevar o número de amostras e concomitantemente
estabelecer um intervalo de perda de metal para defeitos considerados mais críticos,
uma vez que, estes defeitos são os que mais impactam nas tomadas de decisões,
reparos e análises de vida remanescente nos dutos.
A última melhoria seria utilizar um duto que tenha somente uma espessura de
parede, ou selecionar pontos localizados em espessuras uniformes. Isso ajudaria na
homogeneidade dos níveis de magnetização, pois sabe-se que quanto maior for a
espessura de parede, maior será o nível de magnetização.
Em síntese, é necessário elucidar que este estudo pode ser utilizado para os
defeitos registrados nesta inspeção. Salvo em alguns casos, nos quais os parâmetros
de projeto e operacionais se aproximem bastante dos utilizados neste trabalho.
Os parâmetros de projeto são: diâmetro do duto, espessura de parede e tipo
de material. Já os parâmetros operacionais são: velocidade média do PIG MFL,
observar a uniformidade da velocidade do PIG; nível de magnetização e as faixas de
perda de espessura que serão utilizadas no trabalho.
Caso se tenha algum tipo de característica de projeto ou de operação
diferentes das mencionadas acima, pode-se realizar um novo estudo normalmente,
selecionando um número de defeitos mínimos e fazendo uma correlação com uma
técnica de inspeção que realiza uma medida direta.
Um dos efeitos positivos deste estudo foi a possibilidade de especificar os
parâmetros de velocidade da ferramenta e nível de magnetização antes da realização
da corrida por PIG MFL.
47
Isso irá ocasionar uma menor incerteza de medição da ferramenta de PIG,
consequentemente a análise Box-Behnken terá respostas mais condizentes com a
geometria real dos defeitos.
Para esta corrida em particular a velocidade e o nível de magnetização ideais
são 1,099 m/s e 22,451 kA/m, respectivamente. Lembrando que o nível de
magnetização depende da espessura de parede do tubo.
48
REFERÊNCIAS
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53
ANEXO A
Amplitude MFL – Defeito 1.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 3.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 2.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 4.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
54
Amplitude MFL – Defeito 5.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 7.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 9.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 6.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 8.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 10.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
55
Amplitude MFL – Defeito 11.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 13.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 15.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 12.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 14.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
Amplitude MFL – Defeito 16.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0
56
Amplitude MFL – Defeito 17.
Fonte: Software – ROSOFT 7.0.
ANEXO B
Sinais A-Scan – Defeito 1.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
57
Sinais A-Scan – Defeito 2.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Sinais A-Scan – Defeito 3.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
58
Sinais A-Scan – Defeito 4.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Sinais A-Scan – Defeito 5.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
59
Sinais A-Scan – Defeito 6.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Sinais A-Scan – Defeito 7.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
60
Sinais A-Scan – Defeito 8.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Sinais A-Scan – Defeito 9.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
61
Sinais A-Scan – Defeito 10.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Sinais A-Scan – Defeito 11.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
62
Sinais A-Scan – Defeito 12.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Sinais A-Scan – Defeito 13.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
63
Sinais A-Scan – Defeito 14.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Sinais A-Scan – Defeito 15.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
64
Sinais A-Scan – Defeito 16.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.
Sinais A-Scan – Defeito 17.
Fonte: Software – RMS RAPOTION SCANNER 2.14.