XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba

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UTILIZAÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NO M APEAMENTO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO NOVO HORIZONTE, AL EGRE, ES Jéferson Luiz Ferrari 1, Franciane L. R. O. Louzada 2, Gláucia Maria Ferrari¹ Alexandre

Rosa dos Santos 2

1IFES - Campus de Alegre - ES/Departamento de Desenvolvimento Educacional, Rive - distrito de Alegre,

ES, jeferson.ferrari@ifes.edu.br, glferrari@ifes.edu.br 2UFES/Departamento Engenharia Florestal, Avenida Carlos Lindemberg, s/n, Centro, Jerônimo

Monteiro,ES, francianelouzada@yahoo.com.br; mundogeomatica@yahoo.com.br

Resumo - O presente trabalho foi realizado na bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, região pertencente ao município de Alegre - ES, e compreendida entre as coordenadas geográficas 41o32’ e 41o38’ de longitude Oeste e 20o43’ e 20o51’ de latitude Sul. Objetivou-se produzir documentos cartográficos, através de Sistema de Informação Geográfica, voltados a subsidiar as ações das autoridades ambientais e da comunidade local responsáveis pela proteção das áreas de preservação permanente da área-base deste estudo. De acordo com os resultados, pode-se concluir que a bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte apresenta 3,36 km2 de APPs totais (26,77 % da área total da bacia). A APPs das nascentes (buffer de 50 m), de declividade (acima de 45 graus), topo de morro (terço superior de morros) e cursos d`água (buffer de 30 m) representaram, respectivamente, 0,34 km2 (2,71 %), 0,34 km2 (2,71%), 0,41 km2 (3,26 %) e 2,27 km2 (18,09%) da área total da bacia hidrográfica. Palavras-chave: áreas de preservação permanente, APP, legislação ambiental, geoprocessamento, SIG. Área do Conhecimento: Ciências Agrárias. Introdução

As Áreas de Preservação Permanente (APPs) foram criadas pelo Código Florestal Brasileiro (Lei n. 4771/65, alterada pela Lei n. 7803), em que os direitos de propriedade são exercidos, porém com limitações, pois são responsáveis pela manutenção, preservação e conservação dos ecossistemas nelas existentes (MAGALHÃES & FERREIRA, 2000).

De acordo com os itens dos art. 2º e 3º da Resolução n. 303 do Código Florestal Brasileiro (BRASIL, 2002), as categorias de APP estão estabelecidas em razão do relevo, geralmente ao longo de cursos d’água, ao redor de nascentes, nas encostas com declividade superior a 45 graus e como terço superior dos morros.

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, torna-se imprescindível a representação e caracterização das APP em mapas, já que auxilia no planejamento territorial, na fiscalização e ações de campo, sejam elas de âmbito local, regional ou nacional (HOTT et al., 2005).

No presente trabalho é delimitado as áreas de preservação permanente da bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, ES., procurando produzir documentos cartográficos, através de Sistema de Informação Geográfica, voltados a subsidiar as ações das autoridades ambientais e da comunidade local responsáveis pela sua proteção. Metodologia

A área-base deste estudo abrange a bacia

hidrográfica do córrego Novo Horizonte, região com área total de 12,55 km2, pertencente ao município de Alegre - ES, e compreendida entre as coordenadas geográficas 41o32’ e 41o38’ de longitude Oeste e 20o43’ e 20o51’ de latitude Sul. (Figura 1).

Figura 1 - Localização da bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, ES.

Os dados de referência utilizados para análises foram extraídos das cartas topográficas da região no formato digital disponibilizadas pelo IBGE, que incluíram as curvas de nível de 20m em 20m e limites da bacia. Os processamentos e as análises

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foram geradas no aplicativo computacional ArcGis 9.2.

Os procedimentos utilizados visando alcançar os objetivos propostos são descritos a seguir: - geração da base de dados primários, no

formato digital; - interpolação dos valores altimétricos para

geração de uma superfície (grade) contínua e hidrologicamente correta com valores de altitude para cada um de seus pontos (MDE);

- eliminação das distorções do MDE geradas por erros na interpolação;

- elaboração do mapas das APPs de: a) nascentes (buffer de 50 m); b) declividades (> 45 graus); c) topo de morros (terço superior); d) cursos d`água (buffer de 30 m).

Resultados

A APPs totais da área de estudos são mostradas na Figura 6 e Tabela 1.

Os mapas das APPs das nascentes (buffer de 50 m), de declividade (acima de 45 graus), topo de morro (terço superior de morros) e cursos d`água (buffer de 30 m) são mostrados, respectivamente, nas Figuras 2, 3, 4 e 5.

Figura 2. APPs de nascentes da bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, ES.

Figura 3. APPs de declividades da bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, ES.

Figura 4. APPs de topo de morro da bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, ES.

Figura 5. APPs de cursos d`água da bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, ES Discussão

As APPs das nascentes, discretizadas com buffer de 50 m (Figura 2), corresponde a 0,34 km2 (2,71%) da área total da bacia hidrográfica do ribeirão Jerusalém. Após trabalho de confirmação em campo, observou-se que muitas nascentes da área de estudo encontram-se mal preservadas

Pelo fato do relevo da bacia hidrográfica do córego Novo Horizonte ser caracterizado acidentado e como fortemente ondulado (20 a 45 %), as APPs de declividade (> 45 graus) representam 0,34 km2 (2,71%) da área total da bacia (Figura 3); e as APPs de topo de morro apresentam 0,41 km2 (3,26%) da área total (Figura 4).

Foi observado também, após levantamento em campo, a não implementação das APPs de cursos d'água (buffer de 30 m) sendo que estas representam 2,27 km2 (18,09%) da área total da bacia (Figura 5).

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Figura 6. APPs totais da bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, ES.

A Figura 6 e Tabela 1 ilustram a distribuição espacial de todas as APPs da região estudada, considerando as quatro categorias mencionadas.

Devido a importância ambiental da área estudo, fica evidente que devem ser aplicadas medidas visando aumentar o controle ambiental desta bacia hidrográfica. Tabela 1. Quantificação das áreas de preservação

permanente (APPs) da bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte, ES.

APPs Caracterização Área (km²)

% Relativa ao total

Nascentes Buffer de 50 m 0,34 2,71 Declividades > 45 graus 0,34 2,71 Topo de morro Terço superior 0.41 3,26 Cursos d’água Buffer de 30 m 2,27 18,09

Total 3,36 26,77 Conclusão

De acordo com os resultados, pode-se concluir que a bacia hidrográfica do córrego Novo Horizonte apresenta:

− 0,34 km2 (2,71%) de APPs das nascentes

(buffer de 50 m); − 0,34 km2 (2,71%) de APPs de declividades (>

45 graus); − 0,41 km2 (3,26 %) de APPs de topo de morros

(terço superior de morros); − 2,27 km2 (18,09%) de APPs de cursos d’água

(buffer de 30 m); − 3,36 km² (26,77%) da área total da região de

estudo.

E que o SIG mostrou-se eficiente ferramenta para a delimitação das APP’s, quando comparado aos processos analógicos e trabalhos de campo, embora não dispense por total a prática deste último.

Referências - BRASIL . Lei federal no 6.938, de 31 de agosto

de 1981 (política nacional do meio ambiente). - BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n. º

303, de 20 de mar de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de áreas de Preservação Permanente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/conama/>. Acesso em: 25 ago. 2006.

- HOTT, M. C.; Guimarães, M.; Miranda, E. E.

de. Um Método para a Determinação Automática de Áreas de Preservação Permanente em Topos de Morros para o Estado de São Paulo. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 12., 2005, Goiânia. Anais... São José dos Campos: Inpe, 2005. P. 3061-3068.

- MAGALHÃES, C. de S.; Ferreira, R. M. A.

Áreas de preservação permanente em uma microbacia. Informe Agropecuário , Belo Horizonte, v. 21, n. 207, p. 33-39, 2000.