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Utilizando o MOISE+ na modelagem de um Sistema Multiagente da pec ¸a Auto da Compadecida Tatiane Dobrzanski 1 , Gleifer Vaz Alves 1 , Ant ˆ onio Carlos da Rocha Costa 2 1 Departamento Acadˆ emico de Inform´ atica – Universidade Tecnol´ ogica Federal do Paran´ a (UTFPR) – Cˆ ampus Ponta Grossa – Av. Monteiro Lobato, s/n – km 4 84.016-210 – Ponta Grossa – PR – Brasil 2 Programa de P ´ os-Graduac ¸˜ ao em Computac ¸˜ ao – Centro de Ciˆ encias Computacionais Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Av It´ alia, Km 8 – Campus Carreiros – 96.201-900 – Rio Grande – RS – Brazil [email protected], [email protected], [email protected] Abstract. Multiagent systems (MAS) can employ interactive storytelling (IS) te- chniques, where different plots can be embedded in the system. Defining the social organization of a multiagent system is a key point in agent modeling. This work presents the organizational modeling of a MAS by means of MOISE+ model. The MOISE+ clearly defines three stages in agents organization: struc- tural, functional and normative. In order to apply MOISE+ model we have chosen a (theater) play (“Auto da Compadecida”, written by Ariano Suassuna), since one can clearly identify and modeling elements, such as, agents (charac- ters), roles, links, missions, goals, social organization, as well as, the own plot of the play with IS techniques. Resumo. Sistemas multiagentes (SMA) podem empregar t´ ecnicas de interactive storytelling (IS), possibilitando a criac ¸˜ ao de diferentes alternativas e enredos no desenvolvimento do sistema. A modelagem da organizac ¸˜ ao social ´ e um ponto crucial no desenvolvimento desses sistemas. Este trabalho apresenta a mode- lagem organizacional de um SMA por meio do modelo MOISE+. Este modelo define a estrutura, o funcionamento e as normas da organizac ¸˜ ao de agentes. Para sua aplicac ¸˜ ao foi escolhida uma pec ¸a de teatro (“Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna), que se caracterizou como um exemplo adequado para modelar agentes (personagens), pap´ eis, ligac ¸˜ oes, miss˜ oes, metas, organizac ¸˜ ao social al´ em do pr ´ oprio enredo da pec ¸a com t´ ecnicas de IS. 1. Introduc ¸˜ ao Sistemas orientados a agentes oferecem uma ´ area promissora para o desenvolvimento de aplicac ¸˜ oes cuja interac ¸˜ ao e adaptabilidade a alterac ¸˜ oes no ambiente sejam essenciais [Wooldridge 2009]. Uma das caracter´ ısticas fundamentais destes sistemas ´ e a capacidade de ac ¸˜ ao aut ˆ onoma flex´ ıvel de um agente em um ambiente. Os agentes possuem a habilidade de se organizar, formar uma sociedade e di- vidir pap´ eis e tarefas a fim de alcanc ¸ar um objetivo comum. Para isso, eles rela- cionam aspectos sociais plaus´ ıveis ao comportamento humano, como a cooperac ¸˜ ao,

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Utilizando o MOISE+ na modelagem de um SistemaMultiagente da peca Auto da Compadecida

Tatiane Dobrzanski1, Gleifer Vaz Alves1, Antonio Carlos da Rocha Costa2

1Departamento Academico de Informatica – Universidade Tecnologica Federal doParana (UTFPR) – Campus Ponta Grossa – Av. Monteiro Lobato, s/n – km 4

84.016-210 – Ponta Grossa – PR – Brasil

2Programa de Pos-Graduacao em Computacao – Centro de Ciencias ComputacionaisUniversidade Federal do Rio Grande (FURG)

Av Italia, Km 8 – Campus Carreiros – 96.201-900 – Rio Grande – RS – Brazil

[email protected], [email protected], [email protected]

Abstract. Multiagent systems (MAS) can employ interactive storytelling (IS) te-chniques, where different plots can be embedded in the system. Defining thesocial organization of a multiagent system is a key point in agent modeling.This work presents the organizational modeling of a MAS by means of MOISE+model. The MOISE+ clearly defines three stages in agents organization: struc-tural, functional and normative. In order to apply MOISE+ model we havechosen a (theater) play (“Auto da Compadecida”, written by Ariano Suassuna),since one can clearly identify and modeling elements, such as, agents (charac-ters), roles, links, missions, goals, social organization, as well as, the own plotof the play with IS techniques.

Resumo. Sistemas multiagentes (SMA) podem empregar tecnicas de interactivestorytelling (IS), possibilitando a criacao de diferentes alternativas e enredos nodesenvolvimento do sistema. A modelagem da organizacao social e um pontocrucial no desenvolvimento desses sistemas. Este trabalho apresenta a mode-lagem organizacional de um SMA por meio do modelo MOISE+. Este modelodefine a estrutura, o funcionamento e as normas da organizacao de agentes.Para sua aplicacao foi escolhida uma peca de teatro (“Auto da Compadecida”,de Ariano Suassuna), que se caracterizou como um exemplo adequado paramodelar agentes (personagens), papeis, ligacoes, missoes, metas, organizacaosocial alem do proprio enredo da peca com tecnicas de IS.

1. Introducao

Sistemas orientados a agentes oferecem uma area promissora para o desenvolvimentode aplicacoes cuja interacao e adaptabilidade a alteracoes no ambiente sejam essenciais[Wooldridge 2009]. Uma das caracterısticas fundamentais destes sistemas e a capacidadede acao autonoma flexıvel de um agente em um ambiente.

Os agentes possuem a habilidade de se organizar, formar uma sociedade e di-vidir papeis e tarefas a fim de alcancar um objetivo comum. Para isso, eles rela-cionam aspectos sociais plausıveis ao comportamento humano, como a cooperacao,

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coordenacao e negociacao [de Miranda Barbosa 2011, Wooldridge 2009]. Sistemas mul-tiagentes (SMA) sao formados por um numero de agentes em ambiente distribuıdo quelevam em consideracao essas caracterısticas dos agentes [Wooldridge 2009].

Tendo as atribuicoes de um SMA, a sua modelagem e essencial. Assim como exis-tem tecnicas da engenharia de software aplicadas ao desenvolvimento de sistemas compu-tacionais, metodologias e ferramentas de abstracoes surgiram para sistemas orientados aagentes. Isso possibilitou a criacao de uma area exclusiva, a engenharia de software orien-tada a agentes (do ingles, AOSE - Agent Oriented Software Engineering) [Jennings 2000].Desde entao, metodologias de desenvolvimento e modelos de organizacao de agen-tes tem sido propostas. Dentre as metodologias existentes para agentes e possıvel ci-tar a GAIA [Zambonelli et al. 2003], Prometheus [Padgham and Winikoff 2004], Tro-pos [Giordini et al. 2003] e Agent UML [Wooldridge et al. 2000].

A organizacao de um SMA deve ser considerada como um aspecto central nes-tes sistemas. Ela especifica o conjunto de papeis que os agentes podem adotar, o con-junto de relacionamentos entre papeis, as normas, tarefas e compromissos dos agentesno sistema [de Miranda Barbosa 2011]. Com o estabelecimento de uma organizacaosocial e possıvel restringir o comportamento dos agentes, fazendo com que traba-lhem em conjunto, cooperando, coordenando e negociando atividades para alcancaruma finalidade. Como modelos de organizacao social de agentes pode-se citar oAGR [Ferber et al. 2004], OperA [Dignum 2004], PopOrg [Demazeau and Costa 1996],MOISE [Hannoun et al. 2000] e MOISE+ [Hubner 2003].

O MOISE+ estabelece a estrutura (papeis e grupos), o funcionamento (esquemassociais e missoes) e as normas (obrigacoes e permissoes) da organizacao social de agentes[Hubner 2003]. Estes itens compoem a especificacao organizacional, que e instanciadapelos agentes alocados no SMA, costituindo, deste modo, a entidade organizacional.

Este modelo possui uma ferramenta de AOSE, a plataforma Moise1, que possibilitasimular a entidade organizacional, fazendo parte de um framework para SMA chamado Ja-CaMo [JaCaMo 2012]. O JaCaMo faz a integracao do modelo de organizacao MOISE+com a linguagem de programacao para agentes, denominada Jason, atraves do compar-tilhamento distribuıdo de artefatos Cartago [JaCaMo 2012]. Dessa forma, tem-se umaferramenta integrada para o desenvolvimento de agentes inteligentes.

Um SMA pode ser utilizado para modelar cenarios, componentes, personagens eate mesmo enredos de jogos eletronicos [Claudio Jose Biazus 2009, Cavazza et al. 2010,Machado et al. 2004]. Uma area para aplicacao de SMA e interactive storytelling (ou emuma traducao livre: historia interativa), cujo principal foco e a aplicacao em jogos. Jogosonde o usuario participa, incorporando um personagem virtual que interage e interfereno enredo. Uma aplicacao de SMA em tecnicas de interactive storytelling (IS) e apre-sentada em Alves [Alves et al. 2012] e possibilita a construcao de um jogo com enredodinamico. De acordo com [Cavazza et al. 2010], um sistema baseado em IS possui perso-nagens virtuais autonomos, os quais criam o enredo do jogo a partir de suas interacoes emtempo real. Um sistema baseado em IS e formado por dois componentes [Vuono 2008]:(i) gerenciador de enredo, que controla a coerencia da historia, e (ii) agentes credıveis (do

1Neste artigo, o termo Moise refere-se a plataforma para simulacao de entidades organizacionais, sendoque o termo MOISE+ indica o modelo de organizacao de agentes apresentado por [Hubner 2003].

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ingles, believable agents), para caracterizacao dos personagens do jogo.

O objetivo principal deste trabalho e definir a modelagem organizacional de umSMA por meio do MOISE+ aplicando tecnicas de interactive storytelling. O SMA es-colhido foi extraıdo da peca teatral “Auto da Compadecida”[Suassuna 2005], visto quenesta peca consegue-se identificar os agentes (personagens), papeis, ligacoes sociais, bemcomo o enredo da historia.

O restante do artigo esta dividido da seguinte maneira: a Secao 2 apresenta aorganizacao de agentes conforme o MOISE+, com a definicao da estrutura, do funciona-mento e das normas. A Secao 3 apresenta a modelagem organizacional da peca “Autoda Compadecida”, a Secao 4.1 expoe uma proposta de entidade organizacional que segueo enredo original da peca, enquanto que a Secao 4.2 indica uma entidade organizacionalcom enredo modificado. Por fim, a Secao 5 apresenta a conclusao e trabalho futuro.

2. MOISE+

O modelo MOISE+ proposto por [Hubner 2003] e centrado na organizacao de agentes e,com isso, duas ideias principais sao definidas: a (i) especificacao organizacional (EO) e a(ii) entidade organizacional (EnO) (Figura 1 extraıda de [Hubner 2003]).

Figura 1. Modelo MOISE+

A especificacao organizacional determina a estrutura, o funcionamento e as nor-mas que regem a organizacao de agentes. A sua instanciacao pelos agentes alocados nosistema estabelece a entidade organizacional.

Neste sentido, a especificacao organizacional e formada pelo conjunto deespecificacoes estruturais (EE), funcionais (EF) e deonticas (ED - tambem denominadanormativa). A EE e composta pelos papeis e grupos, a EF pelos esquemas sociais emissoes, e a ED pelas obrigacoes e permissoes dos agentes. Abaixo, sao apresentadosos elementos que costituem cada especificacao, bem como a entidade organizacional. Osconceitos apresentados nessa Secao sao inteiramente baseados em [Hubner 2003].

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2.1. Especificacao Estrutural

A especificacao estrutural (EE) tem por objetivo determinar os papeis, as interacoes entrepapeis e os grupos cujos agentes assumirao na organizacao.

O papel e o elo de ligacao entre o agente e a organizacao, correspondendo a funcaoque o agente adota na organizacao.

Os papeis podem apresentar heranca, simplificando o processo de especificacaode papeis. Deste modo, a relacao ρ @ ρ′ indica que o super-papel ρ e uma generalizacaodo sub-papel ρ′ e o sub-papel ρ′ e uma especializacao do super-papel ρ. Um tipo especial,o papel abstrato, possui justamente o objetivo de simplificar a especificacao de papeis,sendo que nao pode ser assumido por nenhum agente. Ademais, pode existir um super-papel comum a todos os outros, o papel social (ρsoc).

Ao assumir um papel, um agente pode interagir com outros atraves de umaligacao, denotada por link(ρs, ρd, t), que e constituıda por um papel de origem (ρs), umde destino (ρd) e um tipo de ligacao (t).

Existem tres tipos de ligacoes: (i) de conhecimento (acq); (ii) de comunicacao(com) e de (iii) autoridade (aut). A ligacao de conhecimento indica que o agente queassume o papel de origem tem permissao para conhecer e influenciar nas acoes do agentecom o papel de destino. A ligacao de comunicacao permite a comunicacao entre agentese a de autoridade determina que o papel de destino e subordinado ao de origem. Todaligacao de autoridade implica a existencia de uma de comunicacao, que, por sua vez,implica em uma de conhecimento.

Um papel ainda pode ser compatıvel com outro. De acordo com a relacao ρ1 on ρ2,define-se que o agente com o papel ρ1 pode assumir o papel ρ2.

Apesar dos agentes adotarem um papel, eles somente o assumirao dentro de umgrupo. Um grupo e composto de agentes com objetivos em comum. Uma especificacaode grupo (gt = (R, SG,Lintra, Linter, Cintra, Cinter, np, ng)) estabelece os papeis quepodem ser assumidos no grupo (R), os sub-grupos (SG) pertencentes ao grupo, asligacoes internas e externas ao grupo (Lintra, Linter), as compatibilidades internas e ex-ternas (Cintra, Cinter) e a cardinalidade de papeis, com os respectivos valores maximo emınimo, alem da cardinalidade dos sub-grupos definidos na especificacao de grupo.

2.2. Especificacao Funcional

A realizacao de atividades em uma sociedade pode se tornar mais eficiente caso existamprocedimentos, planos para sua execucao. Os esquemas sociais formam uma arvore dedecomposicao de metas que sao estruturadas por meio de planos. Um plano indica aforma de satisfazer uma meta. Uma meta representa um estado do mundo desejado noSMA.

Um esquema social definido por sch = (G,P,M,mo, nm), e composto por umconjunto de metas (G), de planos (P ), de missoes (M ), pela funcao que determina oconjunto de metas de cada missao (mo) e pelo numero maximo e mınimo de agentes quepodem se comprometer com cada missao (nm).

Um plano pode ser construıdo a partir de um dos tres tipos de operadores: desequencia, escolha e paralelismo. O operador de sequencia indica que as sub-metas do

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plano devem ser executadas sequencialmente. Deste modo, para que a meta g0 do planog0 = g1, g2 seja satisfeita, e necessario inicialmente que a sub-meta g1 seja satisfeita eposteriormente a g2. O operador de escolha indica que uma, e somente uma das sub-metas do plano deve ser cumprida (e.g., g0 = g1 | g2). Por fim, o operador de paralelismodenota que as sub-metas do plano podem ser satisfeitas paralelamente (e.g., g0 = g1 ‖ g2).

Alem dos esquemas sociais, a especificacao funcional (EF) tambem e compostapelas missoes. Uma missao representa um conjunto de metas atribuıdas a um agenteatraves de um de seus papeis.

2.3. Especificacao Deontica

O objetivo da especificacao deontica (ED) e indicar os papeis que podem ou devem secomprometer com as missoes. Deste modo, um papel pode ser obrigado a executar umamissao ou apenas ter permissao para executa-la.

Uma permissao, per = (ρ,m, tc), estabelece que um agente com um papel ρ podese comprometer com uma missao m. Restricoes temporais (tc) estabelecem um conjuntode tempo em que a permissao e valida. Logo, uma obrigacao, obl = (ρ,m, tc), determinaque um agente com um papel ρ e obrigado a executar uma missao m em um determinadoperıodo de tempo tc.

2.4. Entidade Organizacional

A especificacao organizacional deve ser instanciada por um conjunto de agentes, a qualbuscam atingir a finalidade do SMA. A entidade organizacional (EnO) e a estrutura orga-nizacional mais o conjunto de agentes nela alocados. Por meio da EnO, um agente podeadotar um papel, fazer parte de um grupo e assumir missoes em esquemas sociais.

A organizacao de agentes de um SMA baseada no modelo MOISE+ e dinamica(assumindo que os agentes podem se comportar de diferentes maneiras), podendo ser si-mulada atraves da ferramenta Moise. Para isso, e necessario descrever a especificacaoorganizacional em um arquivo XML. Deste modo, o XML sera interpretado pela fer-ramenta e a partir desta leitura, sera possıvel a criacao de agentes, assim, simulando ainteracao destes na organizacao.

3. Modelagem organizacional

A peca teatral “Auto da Compadecida” foi escrita por Ariano Suassuna em 1955[Suassuna 2005]. Baseada nos romances e historias populares do sertao nordestino bra-sileiro, ela relata a historia de dois amigos que juntos aprontam confusoes que envolvemdesde um padeiro e sua esposa, a Igreja, cangaceiros ate Jesus Cristo e Nossa Senhora.

Esta Secao apresenta a modelagem organizacional de um SMA baseado nesta peca.Atraves do livro de [Suassuna 2005], foram definidos papeis, grupos, missoes, esquemassociais e normas que compoem uma organizacao de agentes (Figura 2, a especificacaoestrutural da peca tambem pode ser encontrada em [Dobrzanski et al. 2013]). Alemdisso, foi elaborado uma proposta de entidade organizacional, cujo contexto segue oenredo original da peca de [Suassuna 2005]. A especificacao organizacional da mode-lagem foi descrita em um arquivo XML e esta disponıvel em: http://tinyurl.com/XML-AutoDaCompadecida.

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3.1. Papeis e Grupos

Analisando as funcoes que os personagens exercem na peca, foram definidos os seguintespapeis: Auxiliar de padeiro (ρauxiliar), Picaresco (ρpicaresco), Padeiro (ρpadeiro), Esposa(ρesposa), Jesus (ρjesus), Compadecida (ρcompadecida), Bispo (ρbispo), Frade (ρfrade), Padre(ρpadre), Sacristao (ρsacristao), Cangaceiro (ρcangaceiro), Cabra (ρcabra) Demonio (ρdemonio)e Diabo (ρdiabo).

Dentre estes papeis, destacam-se o de Auxiliar, Picaresco, Cangaceiro e Cabra.

Na peca, os personagens Chico e Joao Grilo trabalham na padaria auxiliando opadeiro, deste modo, representam o papel de auxiliar (ρauxiliar). Alem disso, como osdois aprontam trapacas e confusoes para sobreviver a fome e a pobreza, eles representamtıpicos herois picarescos da literatura nordestina [Pinheiro 2002], comportando o papelde picaresco (ρpicaresco). Portanto, pode-se assumir que o papel de auxiliar e compatıvelcom o de picaresco (ρauxiliar on ρpicaresco) e vice-versa (ρpicaresco on ρauxiliar).

O personagem Severino e um cangaceiro, assim como seu comparsa, o Cabra.No entanto, Severino tem autoridade sobre o Cabra, por isso os dois nao podem as-sumir o mesmo papel (de cangaceiro). Para identificar essa ligacao de autoridade,foram atribuıdos os papeis de cangaceiro e cabra aos personagens (ρcangaceiro, ρcabra),sendo que o papel de cabra e compatıvel com o de cangaceiro (ρcabra on ρcangaceiro).Observando a interacao dos personagens verifica-se a relacao de heranca. Um bispo

Figura 2. Especificacao estrutural da peca Auto da Compadecida

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possui todos os atributos de um padre, sendo portanto, uma especializacao do papel depadre (ρpadre @ ρbispo). Alem disso, todos os papeis sao especializacoes de um papelabstrato social (ρsoc) e pertencem a um, dos cinco grupos: (i) Padaria (gtpadaria); (ii)Igreja (gtigreja); (iii) Cangaceiros (gtcangaco); (iv) Tribunal (gttribunal) e (v) Picarescos(gtpicaresco). O conjunto de especificacoes destes grupos (gtautodacompadecida) e o conjuntode papeis (Rautodacompadecida) constituem a especificacao estrutural (ssautodacompadecida) doSMA, conforme apresentado abaixo:

ssautodacompadecida = 〈{gtautodacompadecida}, Rautodacompadecida,@〉A Figura 2 apresenta um diagrama da especificacao estrutural da peca “Auto da

Compadecida”. Por meio dela, e possıvel identificar o conjunto completo de papeis, gru-pos, compatibilidades internas e externas, alem das ligacoes internas.

3.2. Missoes e Esquemas SociaisTres esquemas sociais foram definidos na organizacao: (i) Esperteza; (ii) Invasao doCangaco e (iii) Decisao. O primeiro indica uma esperteza que os picarescos geram paraafrontar o padre, o padeiro e a esposa. Neste sentido, os picarescos fazem um pedido debencao para o cachorro da esposa do padeiro ao padre e posteriormente o seu enterro.Ainda, criam um testamento para o cachorro e vendem um gato que supostamente des-come dinheiro. O segundo esquema representa a invasao e o assalto do cangaceiro e docabra na cidade. Eles roubam o dinheiro das vıtimas que encontram na Igreja e depoisas matam. Entao, ocorre uma disputa entre o grupo dos picarescos e dos cangaceiros. Oultimo esquema expoe o julgamento e a decisao (condenacao ou salvacao) dos mortos.A seguir, os esquemas sociais de Esperteza e Invasao do Cangaco sao apresentados. Oesquema social Decisao encontra-se em [Dobrzanski 2013].

3.3. Esquema social EspertezaO esquema social schesperteza (Figura 3) tem como meta raız Esperteza. Para satis-faze-la e necessario cumprir uma sequencia de sub-metas. A primeira a ser satisfeitae PedirBencao. Essa meta representa o pedido de bencao para o cachorro da es-posa do padeiro. O pedido e feito pelos picarescos, pela esposa e pelo padeiro. Asegunda meta a ser cumprida e EnterrarCachorro. O cachorro morre e entao, duassequencias surgem para convencer o padre a conceder o enterro do cachorro (planoEnterrarCachorro = PedirEnterro, ConvencerPadre). Primeiramente, ocorre umpedido de enterro (meta PedirEnterro) pela esposa, pelo padeiro e pelos picarescos.Entao, o sacristao convence o padre a deixa-lo executar o enterro, atraves da criacaode um testamento para o cachorro por um picaresco (meta CriarTestamento do planoConvencerPadre = CriarTestamento).

Satisfeita a meta EnterrarCachorro, e necessario realizar o recebimento dodinheiro do testamento. A meta ReceberTestamento encontra-se como meta raiz doplano ReceberTestamento = EnterrarCachorro, IncluirBispo, PagarTestamento.Isso deixa claro que para satisfaze-la e necessario incluir o bispo no testamento(IncluirBispo) e pagar o testamento (PagarTestamento). O pagamento e feito pelaesposa do padeiro e a inclusao do bispo por um picaresco.

Apos o pagamento do testamento, os picarescos criam um gato que descomedinheiro e posteriormente o vendem a esposa (conforme o plano GanharDinheiro =GatoDescomeDinheiro, V enderGato).

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Figura 3. Esquema social Esperteza

Apos o cumprimento de todas as metas o esquema Esperteza pode ser finalizado.

3.4. Esquema social Invasao do CangacoO esquema social schinvasaocangaco (Figura 4) possui como meta raiz InvasaoCangaco.Neste esquema, inicialmente os cangaceiros assaltam a padaria e logo apos a Igreja(conforme o plano InvasaoCangaco = AssaltarPadaria, AssaltarIgreja). Aoassaltar a Igreja, o cangaceiros roubam o dinheiro das vıtimas e matam-as (planoAssaltarIgreja = RoubarV itimas,MatarV itimas).

Figura 4. Esquema social Invasao do Cangaco

Antes de matar as vıtimas, os cangaceiros optam por matar todas as vıtimasencontradas na Igreja (meta MatarTodasV itimas), ou liberar o frade e matar o res-tante (LiberarFrade) (conforme o plano MatarV itimas = MatarTodasV itimas |LiberarFrade).

Caso seja optado porMatarTodasV itimas, os cangaceiros executam em sequen-cia as mortes: (i) Bispo; (ii) Padre e Sacristao (paralelamente); (iii) Frade; (iv) Padeiro eEsposa (paralelamente). Caso seja satisfeita a meta LiberarFrade, a mesma sequenciade mortes do plano MatarTodasV itimas sera executada, exceto a morte do frade.

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Essa segunda alternativa (MatarTodasV itimas) foi incluıda neste esquema paraevidenciar a possibilidade da historia seguir um fluxo diferente, e consequentemente outraaplicacao de interactive storytelling.

Apos a morte das vitimas, ocorre um confronto entre cangaceiros e picarescos.Dessa maneira, os cangaceiros matam os picarescos ou entao, caem em um golpe armadopelos picarescos (plano DesafiarCangaco = MatarOsPicarescos | AplicarGolpe).Isso possibilita outra alternativa para o enredo da historia.

O golpe aos cangaceiros ocorre da seguinte maneira: (i) os picarescos os enganamcom uma gaita que ressucita gente; (ii) o cabra atira no cangaceiro; (iii) um picarescoesfaqueia o cabra; (iv) os picarescos roubam o dinheiro do padre, do sacristao, do bispo edo cangaceiro; (v) um picaresco morre.

A partir do cumprimento das metas acima, o esquema schinvasaocangaco pode serconcluıdo.

3.5. Relacao deontica

Dados os esquemas sociais e suas descricoes, pode-se estabelecer a relacao deontica. Aseguir, e apresentada parte da relacao deontica da modelagem (apenas do esquema socialde Esperteza). A relacao deontica completa encontra-se em [Dobrzanski 2013].

dsautocompadecida = 〈{ per(ρesposa, schesperteza.m3, Any),

per(ρpadeiro, schesperteza.m3, Any), per(ρpicaresco, schesperteza.m3, Any),

per(ρsacriatao, schesperteza.m5, Any), per(ρpadre, schesperteza.m5, Any),

per(ρbispo, schesperteza.m5, Any) },{ obl(ρpicaresco, schesperteza.m1, Any), obl(ρesposa, schesperteza.m1, Any),

obl(ρpadeiro, schesperteza.m1, Any), obl(ρpicaresco, schesperteza.m2, Any),

obl(ρsacristao, schesperteza.m3, Any), obl(ρesposa, schesperteza.m4, Any),

obl(ρpicaresco, schesperteza.m6, Any), obl(ρpicaresco, schesperteza.m7, Any) }〉

4. Propostas de Entidades OrganizacionaisNesta Secao apresentam-se duas proprostas de entidades organizacionais. A primeira(Subsecao 4.1) destaca uma entidade organizacional baseada no enredo original da pecade Suassuna, ao passo que a segunda (Subsecao 4.2) ilustra uma entidade organizacionalonde o enredo segue um fluxo diferente (levemente) do original.

Atraves dessas entidades tem-se uma proposta de aplicacoes de tecnicas de in-teractive storytelling. Assim, antes de propriamente apresentar tais resultados, faz-senecessario descrever as seguintes definicoes inspiradas na tentativa de agregar tecnicas deinteractive storytelling a um SMA.

Definicao 4.1 (Agente Gerenciador) Em um SMA, um agente gerenciador e responsavelpor identificar e controlar diferentes enredos de historias.

Definicao 4.2 (Enredos em Entidades Organizacionais) Considerando uma modela-gem organizacional no MOISE+, tem-se que em um dado esquema social, e possıvel que

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existam diferentes planos de escolha. Para cada plano de escolha existem exatamenteduas alternativas (duas ramificacoes no enredo)2. A partir dessas duas ramificacoes,e possıvel que dois novos planos de escolha aparecam, ocasionando quatro novasramificacoes, assim terıamos quatro novos planos de escolha, e assim oito novasramificacoes, e assim por diante. Para cada ramificacao e possıvel que exista umainstancia diferente de uma EnO, onde por sua vez cada EnO evidencia um enredo di-ferente para uma dada historia.

4.1. Proposta de Entidade Organizacional com enredo originalEssa proposta de entidade organizacional destaca como ocorre o enredo da peca “Autoda Compadecida” de [Suassuna 2005] considerando o estabelecimento da especificacaoorganizacional.

No primeiro esquema social (schesperteza) todas as metas sao satisfeitas conformeos agentes atribuıdos a elas (ver Subsecao 3.5).

No esquema social schinvasaocangaco, os cangaceiros (agentes Severino e Cabra)invadem a cidade, assaltam a padaria e a Igreja. Ao assaltar a Igreja, eles roubam odinheiro das vıtimas, liberam o frade e matam o restante das vitimas ordenadamente(a meta MatarTodasV itimas do plano MatarV itimas = MatarTodasV itimas |LiberarFrade e satisfeita).

Apos os cangaceiros matarem as vıtimas, Joao Grilo e Chico (que possuemo papel de picaresco) aplicam um golpe nos cangaceiros, atraves de uma gaita quesupostamente ressucita uma pessoa (satisfazendo a meta GolpeNoCancaco do planoDisputaCangacoP icaresco = MatarOsPicarescos | GolpeNoCangaco. Note queessa meta sendo satisfeita representa uma das ramificacoes possıveis no plano de escolha,a qual evidencia uma EnO, conforme visto na Definicao 4.2).

4.2. Proposta de Entidade Organizacional com enredo modificadoEssa proposta de entidade organizacional apresenta modificacoes no enredo original dapeca “Auto da Compadecida”. Diferindo do enredo original no seguinte aspecto:

Na executacao do social schinvasaocangaco, a meta MatarTodasV itimas e satis-feita ao inves da meta LiberarFrade. Essa alteracao faz com que o Frade seja morto,assim como o Bispo, o Padre, o Sacristao, a Esposa e o Padeiro.

Alem disso, no plano DesafiarCangaco = MatarOsPicarescos |AplicarGolpe a meta escolhida para ser executada e a MatarOsPicarescos (identifi-cando uma ramificacao do plano de escolha de uma EnO, de acordo com a Definicao 4.2).Com isso, os dois Picarescos da historia, Joao Grilo e Chico morrem. O Cangaceiro e oCabra sobrevivem.

5. ConclusaoEste trabalho apresenta a modelagem de um sistema multiagente baseado na peca “Autoda Compadecida” atraves do modelo de organizacao de agentes MOISE+.

Por meio deste modelo foi possıvel definir a estrutura, o funcionamento e as nor-mas que regem o comportamento dos agentes, atraves da definicao de papeis, dos grupos,

2O limite de duas alternativas para cada plano de escolha e imposto pelo modelo MOISE+.

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esquemas, missoes, planos, metas, e obrigacoes. Deste modo, foi possıvel analisar comoos agentes se organizam para atingir a finalidade do sistema. A definicao da organizacaosocial do SMA foi facilitada com a utilizacao de uma ferramenta da AOSE, a plataformaMoise.

A peca “Auto da Compadecida” adaptou-se ao contexto de modelagem de agen-tes, visto que cada personagem da peca adotou um ou mais papeis, participou de grupose assumiu missoes nos esquemas sociais. Ela possibilitou uma dinamica na estruturaorganizacional e consequentemente na entidade organizacional.

A definicao de permissoes, cardinalidades, papeis, planos e a distribuicao demissoes dos esquemas sociais para os agentes, foram fundamentais para a criacao dadinamica da entidade organizacional.

Com essas caracterısticas flexıveis no SMA, foi possıvel os agentes assumiremdiferentes papeis, adotarem diferentes metas, executando-as de maneiras diferentes. Issopode ser demonstrado na proposta de entidade organizacional apresentada na Secao 4.2,a qual teve seu enredo modificado.

Por fim, e possıvel enumerar alguns trabalhos futuros: (i) Extensoes dos esquemassociais de forma que suportem maiores variacoes de enredo; (ii) incorportar definicoesde IS no proprio MOISE+, para representar claramente o gerenciamento de enredos emuma historia; (iii) definir a representacao das variacoes nas historias atraves de grafos ouautomatos finitos; (iv) Implementacao dos agentes atraves da linguagem Jason; (v) Usodo framework JaCaMo.

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