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a eee sobretudo D2 SáBADO, 14 DE JULHO DE 2018 ORDEM NA CASA DÚVIDAS DOMÉSTICAS GRAXA GUIA AUTOMOTIVO Papel-toalha e secador de cabelo ajudam a afastar o mofo do carro São Paulo A  combinação  de  umidade na cabine do veícu- lo com restos de pele morta,  alimentos e bactérias presen- tes nas mãos podem resultar  na formação de mofo dentro  do automóvel. As  manchas  esbranquiça- das ou esverdeadas se espa- lham rápido pelo interior do  carro. Se carpetes e bancos fi- caram encharcados por mui- to tempo, acontece também  o mau cheiro. O problema é pior no caso  de  carros  que  ficam  tranca- dos  em  garagens  fechadas,  sem que seja possível deixar  os vidros abertos. Anderson Macena, especia- lista em higienização da Top  Spa Car, diz que a limpeza do  veículo ajuda a evitar o proble- ma, mas não o elimina. Uma das soluções disponí- veis hoje para combater o mo- fo é a bio-higienização, feita  por empresas especializadas  em  estofamentos  automoti- vos ou residenciais.  O serviço inclui a aplicação  de um produto químico sobre  a forração, que facilita a reti- rada da sujeira e interrompe  a proliferação das manchas. Se um líquido for derrama- do sobre os assentos, há gran- de chance de formação de mo- fo. Quem tem crianças que be- bem água, suco ou refrigeran- te durante os deslocamentos  deve levar um papel ou pano  bastante absorvente para ten- tar reduzir a penetração do lí- quido na tapeçaria. Ao chegar em casa, o ideal  é deixar o carro aberto e usar  um secador de cabelos para  reduzir a umidade. Outra alternativa para evi- tar problemas com mofo é im- permeabilizar as forrações do  carro, serviço que custa cer- ca de R$ 250. Uma solução mais em con- ta é a aplicação de spray im- permeabilizante,  que  exige  um  pouco  de  habilidade  do  motorista. Esse tipo de pro- duto custa entre R$ 35 e R$ 50. QUEM PROCURA ACHA GUIA DE SERVIçOS Itens para desumidificar o armário Giz Umsacodetulecom trêsouquatrounidades funcionabememgavetas. Masogizsoltapóevira umapastaaoabsorver muitaumidade.Senão derreter,podeseraquecido nofornoereutilizado Bola de cedro Tambémafastaastraças. Emumagaveta,duasou trêsesferassãosuficientes. Podemsercolocadasno solereutilizadas.Um pacotecom15unidades de2cmdediâmetro custacercadeR$29,90 Pote antimofo Funciona,masacumula águanoreservatório,oque requermaisatençãopara nãoderramá-loouesquecê- lonoarmário.Opacote comquatrounidades, damarcaLimppano,sai poremmédiaR$34,90 Sachê antimofo Feitodebolinhasde argilamineral,podeser penduradocomcabideou usadoemgavetas.Quando expandeeendurece,é horadetrocá-lo.Custa emmédiaR$6,90 Cabide desumidificador Podeprotegerroupasou sercolocadoemgavetas. Temsachêscomesferas desílica,quemudamde corquandoficamúmidos. OprodutodaRelaxmedic custaemmédiaR$69,90 Agradecimentos: Multicoisas (multicoisas.com.br) e Villa Pano (villapano.com.br) Acho  que  a  maioria  dos  juí- zes brasileiros mora em con- domínios.  Digo  isso  porque  noto  importante  e  positiva  mudança nas sentenças que  versam sobre temas polêmi- cos da vida em comunidade.  As decisões estão mais mo- dernas, dinâmicas e, sobretu- do, prestigiam o bem-estar da  maioria. É a prevalência da te- se da função social da propri- edade em detrimento dos tex- tos frios e anacrônicos de al- gumas leis e convenções en- gessadas e injustas.  Os juízes, felizmente, estão  levando em conta os usos e os  costumes e reconhecendo a  soberania  das  deliberações  feitas em assembleia, que tra- duzem as vontades da maio- ria, prestigiando os morado- res que participam das reuni- ões e se interessam pela evo- lução do lugar em que vivem.  Não  se  trata  de  descumpri- mento  das  leis,  mas  sim  de  interpretar a letra fria da lei,  de forma flexível.  Ao fundamentar suas deci- sões, em vez de formalmente  fazer menção ao artigo da lei  ou da convenção que regula  determinado assunto, vejo os  juízes usarem palavras mági- cas tais como bom senso, ra- zoabilidade e praxe. E, assim,  aos poucos e com cautela, o  Judiciário consegue cumprir  seu maior papel, o de pacifi- cação social.  Os  formalistas  de  plantão  podem ficar tranquilos, por- que as decisões não se afas- tam das leis, mas apenas po- dem  lhes  dar  interpretação  mais atual e abrangente.  Dois  temas  ilustram  bem  essa evolução. Muitos condo- mínios aprovam o envidraça- mento das varandas e a colo- cação de cortinas padroniza- das. Já com a varanda envidra- çada,  alguns  moradores  op- tam por alterar a iluminação  de sua sacada e até mesmo in- tegrá-la com a sala.  Aí  começam  os  conflitos,  porque geralmente as conven- ções de condomínio proíbem  tais adaptações. Aos olhos da  letra fria da lei, pode configu- rar a famigerada alteração de  fachada  ou  de  projeto,  algo  que  depende  de  aprovação  unânime em assembleia. E es- se era o entendimento majo- ritário das decisões judiciais.  Ora,  faz  sentido  permitir  vidro e cortina na varanda e  proibir  a  instalação  de  uma  lâmpada ou a retirada de uma  porta que perdeu a função?  As recentes decisões já auto- rizam tais alterações.  Outro  caso  é  relacionado  aos  animais  de  estimação.  Muitos  regulamentos  ultra- passados e mal redigidos per- mitem apenas animais de pe- queno porte nos edifícios.  Aí surge um novo morador,  com um cão da raça golden re- trivier, que é grande, mas dó- cil. E logo ele é notificado. Faz  algum sentido? Obviamente o  tamanho do cachorro pouco  importa, mas sim a observân- cia das regras de higiene, sos- sego e segurança dos vizinhos. Torço para que as deman- das judiciais envolvendo vizi- nhos aos poucos diminuam,  mas, enquanto isso não ocor- rer, sigo aplaudindo as senten- ças modernas e sintonizadas  com a vontade da maioria. [email protected] D S T Q Q S S Marcio Rachkorsky, André Trigueiro, Américo José, Eduardo Sodré Decisões judiciais modernizam regras engessadas de condomínios - - Carolina-Muniz São Paulo Uma  manchinha  de mofo no canto da parede  pode até parecer inofensiva,  mas é uma pequena amostra  da quantidade de fungos que  estão presentes no ambiente. “A mancha é sinal de que os  micro-organismos estão ha- bitando o cômodo há muito  tempo, então não adianta só  limpar aquela sujeira”, afirma  o pneumologista José Eduar- do Cançado, professor da fa- culdade de medicina da San- ta Casa de São Paulo. É preciso cortar o mal pe- la raiz. Fungos soltam espo- ros no ar, que podem piorar  o quadro de quem já tem al- gum tipo de alergia, desenca- deá-la em quem ainda não tem  ou até causar doenças pulmo- nares mais graves, se houver  uma exposição prolongada. Em boa parte dos casos, o  que gera o mofo é a falta de  renovação do ar, segundo Fá- bio Zeppelini, professor de ar- quitetura da Faap (Fundação  Armando Álvares Penteado). E, para resolver esse proble- ma, não basta abrir a janela do  cômodo. É preciso fazer ven- tilação cruzada, com mais de  uma janela aberta, para que o  ar circule dentro da casa (nes- se frio é difícil, mas o esforço  é necessário). Banheiros  sem  janela,  em  geral, são os lugares mais crí- ticos —pior ainda se não têm  sistema de exaustão. O ideal é  deixar a porta sempre aberta. E, se já houver uma mancha  de mofo no teto, dá para lim- pá-la com água e detergente e  depois passar um pano ume- decido com uma solução de  500 ml de água e uma colher  de  água  sanitária,  recomen- da a arquiteta e organizado- ra pessoal Juliana Faria. Se mesmo assim a mancha  persistir, tinta antimofo e de- sumidificador elétrico podem  ser bons aliados. A causa do bolor também  pode estar em um vazamen- to ou uma infiltração. Nesse  caso, é recomendado chamar  um arquiteto ou engenheiro. “O grande problema da umi- dade é que ela entra por um  lugar e a mancha aparece em  outro. O mofo está em uma  parede,  e  a  água,  vazando  a  três metros dali, em um local  que você nem imagina”, afir- ma Zeppelini. Escuros e fechados, armári- os também exigem uma aten- ção especial. Em alguns casos,  é preciso combinar uma série  de estratégias de arrumação  e limpeza para evitar a proli- feração de fungos. Veja as recomendações das  organizadoras pessoais Carol  Rosa, Paula Imparato e Julia- na Faria para manter o armá- rio e as roupas longe do bolor. $ Como evitar a formação de bolor no guarda-roupa Distância Oidealéqueo armáriotenhaumfundo, quedeveficarapelo menostrêscentímetros daparede.Issoevitaque aumidadedeumpossível vazamentooudeuma impermeabilizaçãomalfeita daparedepasseparaomóvel Ventilação Éimportante deixarasportasdoarmário abertaspelomenosduas horaspordia,depreferência quandoestiverfazendoa ventilaçãodacasa.Além disso,oarprecisacircular dentrodomóvel,quenão deveestarlotadoderoupas. Orecomendadoéquea distânciaentreoscabidesseja detrêsacincocentímetros 1 Respiração Nãousesacos plásticosparaguardar roupasouedredonsdeuma estaçãoparaoutra.Emvezde protegeraspeças,omaterial atrapalhaaventilação, facilitandooaparecimento defungos.Paraconservaros tecidos,omelhoréoptarpor 2 bolsasavácuo,nasquais todooaréretiradocoma ajudadeumaspiradorde Estratégias de limpeza e arrumação para eliminar de vez o mofo de casa VOUCHAMAROSÍNDICO | Marcio Rachkorsky Advogado, é membro da Comissão de Direito Urbanístico da OAB-SP pó,oquediminuiovolume dositens.Tambémépossível usarembalagensemqueum ladoédeplásticoeooutro, deTNT(tecidonãotecido) Lavagem Seumapeçavai ficarguardadapormuito tempo,éessencialqueela sejalavada—mesmoum cachecolquefoiusadosóuma vez.Edredonsquechegam dalavanderiaparecemsecos, mas,pordentro,costumam ficarúmidospormaistempo. Porisso,sódevemser guardadostrêsouquatrodias depoisdeserementregues Sapatos Oscalçadosnunca podemsercolocadosno armáriologoapósouso. Oidealépassarumpano torcido,quaseseco,para limparasujeirae,depois, deixarosparesemumlugar arejadoatéodiaseguinte. Deumaestaçãoparaoutra, umaopçãoéguardaros sapatosemcaixasplásticas fechadascomumsachê antimofo 3 .Nafaltadesse item,aembalagemprecisa terfurosparapromover aventilaçãodaspeças Odor Cheirodeguardado ésinaldequeobolorpode estarescondidoemalgum lugardentrodoarmário. Porisso,énecessáriotirar todasasroupasparasabera origemdoodor.Olhetambém oforrodaspeças,quepode estarcomprometido.Roupas brancascommanchasde mofodevemserlavadase quaradas(ensaboadase expostasaosol).Ascoloridas podemserfervidasemuma panelacomdetergenteneutro Limpeza Paratiraruma manchademofodeum armáriodeMDF(chapa defibrademadeira),a organizadoraJulianaFaria recomendapassarumpano úmidocomumasoluçãode 500mldeáguae12gotas dedetergenteneutroe, emseguida,umpanocom vinagredeálcool 4 .No casodeumguarda-roupas demadeira,sóosegundo passodeveserfeito.As portastemdeficarabertas porumtempo,atéqueo líquidosequeporcompleto. Alimpezatambémpodeser feitadeformapreventiva 1 2 3 4 Fotos Gabriel Cabral/Folhapress Fotos Karime Xavier/Folhapress

v OU CHAMAR O SÍNdICO Marcio Rachkorsky€¦ · de 2 cm de diâmetro custa cerca de R$ 29,90 Pote antimofo Funciona, mas acumula água no reservatório, o que requer mais atenção

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Page 1: v OU CHAMAR O SÍNdICO Marcio Rachkorsky€¦ · de 2 cm de diâmetro custa cerca de R$ 29,90 Pote antimofo Funciona, mas acumula água no reservatório, o que requer mais atenção

a eee

sobretudoD2    Sábado, 14 dE Julho dE 2018

ordem na casaDÚVIDAS DOMÉSTICAS

graxaguIA AuTOMOTIVO

Papel-toalha e secador de cabelo ajudam a afastar o mofo do carro

São Paulo  A combinação de umidade na cabine do veícu-lo com restos de pele morta, alimentos e bactérias presen-tes nas mãos podem resultar na formação de mofo dentro do automóvel.

As manchas esbranquiça-das ou esverdeadas se espa-lham rápido pelo interior do carro. Se carpetes e bancos fi-caram encharcados por mui-

to tempo, acontece também o mau cheiro.

O problema é pior no caso de carros que ficam tranca-dos em garagens  fechadas, sem que seja possível deixar  os vidros abertos.

Anderson Macena, especia-lista em higienização da Top Spa Car, diz que a limpeza do veículo ajuda a evitar o proble-ma, mas não o elimina.

Uma das soluções disponí-veis hoje para combater o mo-fo é a bio-higienização, feita por empresas especializadas em estofamentos automoti-vos ou residenciais. 

O serviço inclui a aplicação de um produto químico sobre a forração, que facilita a reti-rada da sujeira e interrompe a proliferação das manchas.

Se um líquido for derrama-

do sobre os assentos, há gran-de chance de formação de mo-fo. Quem tem crianças que be-bem água, suco ou refrigeran-te durante os deslocamentos deve levar um papel ou pano bastante absorvente para ten-tar reduzir a penetração do lí-quido na tapeçaria.

Ao chegar em casa, o ideal é deixar o carro aberto e usar um secador de cabelos para 

reduzir a umidade.Outra alternativa para evi-

tar problemas com mofo é im-permeabilizar as forrações do carro, serviço que custa cer-ca de R$ 250.

Uma solução mais em con-ta é a aplicação de spray im-permeabilizante, que exige um pouco de habilidade do motorista. Esse tipo de pro-duto custa entre R$ 35 e R$ 50.

quem procura achaguIA De SerVIçOS

Itens para desumidificar o armário

�GizUm�saco�de�tule�com�três�ou�quatro�unidades�funciona�bem�em�gavetas.�Mas�o�giz�solta�pó�e�vira�uma�pasta�ao�absorver�muita�umidade.�Se�não�derreter,�pode�ser�aquecido�no�forno�e�reutilizado�

�Bola de cedroTambém�afasta�as�traças.�Em�uma�gaveta,�duas�ou�três�esferas�são�suficientes.�Podem�ser�colocadas�no�sol�e�reutilizadas.�Um�pacote�com�15�unidades�de�2�cm�de�diâmetro�custa�cerca�de�R$�29,90

�Pote antimofoFunciona,�mas�acumula�água�no�reservatório,�o�que�requer�mais�atenção�para�não�derramá-lo�ou�esquecê-lo�no�armário.�O�pacote�com�quatro�unidades,�da�marca�Limppano,�sai�por�em�média�R$�34,90

�Sachê antimofoFeito�de�bolinhas�de�argila�mineral,�pode�ser�pendurado�com�cabide�ou�usado�em�gavetas.�Quando�expande�e�endurece,�é�hora�de�trocá-lo.�Custa�em�média�R$�6,90

�Cabide desumidificadorPode�proteger�roupas�ou�ser�colocado�em�gavetas.�Tem�sachês�com�esferas�de�sílica,�que�mudam�de�cor�quando�ficam�úmidos.�O�produto�da�Relaxmedic�custa�em�média�R$�69,90

agradecimentos: Multicoisas (multicoisas.com.br) e Villa Pano (villapano.com.br)

Acho que a maioria dos juí-zes brasileiros mora em con-domínios. Digo isso porque noto  importante e positiva mudança nas sentenças que versam sobre temas polêmi-cos da vida em comunidade. 

As decisões estão mais mo-dernas, dinâmicas e, sobretu-do, prestigiam o bem-estar da maioria. É a prevalência da te-se da função social da propri-edade em detrimento dos tex-

tos frios e anacrônicos de al-gumas leis e convenções en-gessadas e injustas. 

Os juízes, felizmente, estão levando em conta os usos e os costumes e reconhecendo a soberania das deliberações feitas em assembleia, que tra-duzem as vontades da maio-ria, prestigiando os morado-res que participam das reuni-ões e se interessam pela evo-lução do lugar em que vivem. 

Não se trata de descumpri-mento das  leis, mas sim de interpretar a letra fria da lei, de forma flexível. 

Ao fundamentar suas deci-sões, em vez de formalmente fazer menção ao artigo da lei ou da convenção que regula determinado assunto, vejo os juízes usarem palavras mági-cas tais como bom senso, ra-zoabilidade e praxe. E, assim, aos poucos e com cautela, o 

Judiciário consegue cumprir seu maior papel, o de pacifi-cação social. 

Os formalistas de plantão podem ficar tranquilos, por-que as decisões não se afas-tam das leis, mas apenas po-dem lhes dar  interpretação mais atual e abrangente. 

Dois temas  ilustram bem essa evolução. Muitos condo-mínios aprovam o envidraça-mento das varandas e a colo-cação de cortinas padroniza-das. Já com a varanda envidra-çada, alguns moradores op-tam por alterar a iluminação de sua sacada e até mesmo in-tegrá-la com a sala. 

Aí começam os conflitos, 

porque geralmente as conven-ções de condomínio proíbem tais adaptações. Aos olhos da letra fria da lei, pode configu-rar a famigerada alteração de fachada ou de projeto, algo que depende de aprovação unânime em assembleia. E es-se era o entendimento majo-ritário das decisões judiciais. 

Ora,  faz sentido permitir vidro e cortina na varanda e proibir a instalação de uma lâmpada ou a retirada de uma porta que perdeu a função? As recentes decisões já auto-rizam tais alterações. 

Outro caso é relacionado aos animais de estimação. Muitos regulamentos ultra-

passados e mal redigidos per-mitem apenas animais de pe-queno porte nos edifícios. 

Aí surge um novo morador, com um cão da raça golden re-trivier, que é grande, mas dó-cil. E logo ele é notificado. Faz algum sentido? Obviamente o tamanho do cachorro pouco importa, mas sim a observân-cia das regras de higiene, sos-sego e segurança dos vizinhos.

Torço para que as deman-das judiciais envolvendo vizi-nhos aos poucos diminuam, mas, enquanto isso não ocor-rer, sigo aplaudindo as senten-ças modernas e sintonizadas com a vontade da [email protected]

D S T Q Q S S Marcio rachkorsky, André Trigueiro, Américo José, eduardo Sodré

Decisões judiciais modernizam regras engessadas de condomínios

--Carolina-Muniz

São Paulo  Uma manchinha de mofo no canto da parede pode até parecer inofensiva, mas é uma pequena amostra da quantidade de fungos que estão presentes no ambiente.

“A mancha é sinal de que os micro-organismos estão ha-bitando o cômodo há muito tempo, então não adianta só limpar aquela sujeira”, afirma o pneumologista José Eduar-do Cançado, professor da fa-culdade de medicina da San-ta Casa de São Paulo.

É preciso cortar o mal pe-la raiz. Fungos soltam espo-ros no ar, que podem piorar o quadro de quem já tem al-gum tipo de alergia, desenca-deá-la em quem ainda não tem ou até causar doenças pulmo-nares mais graves, se houver uma exposição prolongada.

Em boa parte dos casos, o que gera o mofo é a falta de renovação do ar, segundo Fá-bio Zeppelini, professor de ar-quitetura da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).

E, para resolver esse proble-ma, não basta abrir a janela do cômodo. É preciso fazer ven-tilação cruzada, com mais de uma janela aberta, para que o ar circule dentro da casa (nes-se frio é difícil, mas o esforço é necessário).

Banheiros sem janela, em geral, são os lugares mais crí-ticos —pior ainda se não têm sistema de exaustão. O ideal é deixar a porta sempre aberta.

E, se já houver uma mancha de mofo no teto, dá para lim-pá-la com água e detergente e depois passar um pano ume-decido com uma solução de 500 ml de água e uma colher de água sanitária, recomen-da a arquiteta e organizado-ra pessoal Juliana Faria.

Se mesmo assim a mancha persistir, tinta antimofo e de-sumidificador elétrico podem ser bons aliados.

A causa do bolor também pode estar em um vazamen-to ou uma infiltração. Nesse caso, é recomendado chamar um arquiteto ou engenheiro.

“O grande problema da umi-dade é que ela entra por um lugar e a mancha aparece em outro. O mofo está em uma parede, e a água, vazando a três metros dali, em um local que você nem imagina”, afir-ma Zeppelini.

Escuros e fechados, armári-os também exigem uma aten-ção especial. Em alguns casos, é preciso combinar uma série de estratégias de arrumação e limpeza para evitar a proli-feração de fungos.

Veja as recomendações das organizadoras pessoais Carol Rosa, Paula Imparato e Julia-na Faria para manter o armá-rio e as roupas longe do bolor.

$Como evitar a formação de bolor no guarda-roupa

Distância  �O�ideal�é�que�o�armário�tenha�um�fundo,�que�deve�ficar�a�pelo�menos�três�centímetros�da�parede.�Isso�evita�que�a�umidade�de�um�possível�vazamento�ou�de�uma�impermeabilização�malfeita�da�parede�passe�para�o�móvel

Ventilação  É�importante�deixar�as�portas�do�armário�abertas�pelo�menos�duas�horas�por�dia,�de�preferência�quando�estiver�fazendo�a�ventilação�da�casa.�Além�disso,�o�ar�precisa�circular�dentro�do�móvel,�que�não�deve�estar�lotado�de�roupas.�O�recomendado�é�que�a�distância�entre�os�cabides�seja�de�três�a�cinco�centímetros� 1

Respiração   Não�use�sacos�plásticos�para�guardar�roupas�ou�edredons�de�uma�estação�para�outra.�Em�vez�de�proteger�as�peças,�o�material�atrapalha�a�ventilação,�facilitando�o�aparecimento�de�fungos.�Para�conservar�os�tecidos,�o�melhor�é�optar�por�2 �bolsas�a�vácuo,�nas�quais�todo�o�ar�é�retirado�com�a�ajuda�de�um�aspirador�de�

Estratégias de limpeza e arrumação para eliminar de vez o mofo de casa

�vOU�CHAMAR�O�SÍNdICO� |���Marcio Rachkorsky

� advogado, é membro da Comissão de direito urbanístico da oab-SP

pó,�o�que�diminui�o�volume�dos�itens.�Também�é�possível�usar�embalagens�em�que�um�lado�é�de�plástico�e�o�outro,�de�TNT�(tecido�não�tecido)

Lavagem  Se�uma�peça�vai�ficar�guardada�por�muito�tempo,�é�essencial�que�ela�seja�lavada�—mesmo�um�cachecol�que�foi�usado�só�uma�vez.�Edredons�que�chegam�da�lavanderia�parecem�secos,�mas,�por�dentro,�costumam�ficar�úmidos�por�mais�tempo.�Por�isso,�só�devem�ser�guardados�três�ou�quatro�dias�depois�de�serem�entregues

Sapatos  Os�calçados�nunca�podem�ser�colocados�no�armário�logo�após�o�uso.�O�ideal�é�passar�um�pano�torcido,�quase�seco,�para�limpar�a�sujeira�e,�depois,�deixar�os�pares�em�um�lugar�arejado�até�o�dia�seguinte.�de�uma�estação�para�outra,�uma�opção�é�guardar�os�sapatos�em�caixas�plásticas�fechadas�com�um�sachê�antimofo� 3 .�Na�falta�desse�item,�a�embalagem�precisa�ter�furos�para�promover�a�ventilação�das�peças

Odor  Cheiro�de�guardado�é�sinal�de�que�o�bolor�pode�estar�escondido�em�algum�lugar�dentro�do�armário.�Por�isso,�é�necessário�tirar�todas�as�roupas�para�saber�a�origem�do�odor.�Olhe�também�o�forro�das�peças,�que�pode�estar�comprometido.�Roupas�brancas�com�manchas�de�mofo�devem�ser�lavadas�e�quaradas�(ensaboadas�e�expostas�ao�sol).�As�coloridas�podem�ser�fervidas�em�uma�panela�com�detergente�neutro

Limpeza  Para�tirar�uma�mancha�de�mofo�de�um�armário�de�MdF�(chapa�de�fibra�de�madeira),�a�organizadora�Juliana�Faria�recomenda�passar�um�pano�úmido�com�uma�solução�de�500�ml�de�água�e�12�gotas�de�detergente�neutro�e,�em�seguida,�um�pano�com�vinagre�de�álcool� 4 .�No�caso�de�um�guarda-roupas�de�madeira,�só�o�segundo�passo�deve�ser�feito.�As�portas�tem�de�ficar�abertas�por�um�tempo,�até�que�o�líquido�seque�por�completo.�A�limpeza�também�pode�ser�feita�de�forma�preventiva

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Fotos Karime Xavier/Folhapress