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É difícil defender
Só com palavras a vida
ainda mais quando ela é esta
que vê, severina.
João Cabral de Melo Neto
“ Permitir que o mecanismo de mercado seja o único dirigente do destino dos seres humanos e do seu ambiente natural, e até mesmo o árbitro da quantidade e do uso do poder de compra, resultaria no desmoronamento da sociedade” (...)
“Ao dispor da força de trabalho de um homem, o sistema disporia também, incidentalmente, da entidade física, psicológica e moral do ‘homem’.”
Karl Polanyi,
A Grande Transformação
“Permitir que o mecanismo de mercado seja o único dirigente do destino dos seres humanos e do seu ambiente natural, e até mesmo o árbitro da quantidade e do uso do poder de compra, resultaria no desmoronamento da sociedade” (...)
“Ao dispor da força de trabalho de um homem, o sistema disporia também, incidentalmente, da entidade física, psicológica e moral do ‘homem’.”
Karl Polanyi,
A Grande Transformação
As Evidências da Crise
• A Crise é financeira, dos bancos e dos
mercados acionários, mas foi muito além.
• O declínio das economias avançadas
acontece desde 1973. O ciclo de 2001 até
2007 foi o mais débil desde o pós-Guerra,
apesar do maior estímulo econômico
público da história dos EUA em tempos de
paz.
• Houve queda dos investimentos, incapacidade de retomar a taxa de lucros, e forte queda dos salários.
• Houve um excesso de oferta que ficou crítico com o aumento das exportações asiáticas, produzindo mais baratos os mesmos produtos dos desenvolvidos.
• Ao mesmo tempo as grandes corporações investem pesado em novas tecnologias, o que gera mais desemprego;
• Os estados centrais tb reduzem os gastos sociais
• Com o incentivo ao investimento financeiro, houve um incremento fantástico do dinheiro de papel, que fez aumentar o investimento e o consumo através das chamadas “bolhas”, que começaram a contecer em 1º lugar no setor de C&T, depois no imobiliário e de créditos. A farra dos créditos acabou por gerar a inadimplência e a quebradeira geral.
Desigualdades Econômicas
Por mais de 200 anos, as desigualdades econômicas globais aumentaram. No início da revolução industrial, as diferenças de renda per capita entre a Europa Ocidental e a periferia não ultrapassava 30 por cento (Bairoch, 1981).
Em 1820, a renda per capita dos países mais ricos era 3 vezes maior do que os mais pobres. Em 1870, foi 7 vezes; em 1913 era 11 vezes maior e em 1960, 30 vezes mais.
Em 1997, um quinto da população mundial que vive nos países mais ricos era 74 vezes mais ricos que o um quinto da população nos países mais pobres.
(PNUD, 1999: 3).
Taxa de desemprego de Longo Prazo
• Globalmente, as taxas de desemprego de longa
duração aumentaram muito mais em economias
avançadas do que em economias em
desenvolvimento.
• Na metade da economias avançadas, mais de
40 por cento dos desempregados são de longa
duração (desempregado há mais de 12 meses).
• A taxa de desemprego de longa duração
aumentou mais significativamente na
Dinamarca, Irlanda, Espanha, Reino Unido
e nos Estados Unidos desde 2007.
Figura Tendências de crescimento dos salários médios e
produtividade do trabalho nas economias desenvolvidas
(índice: 1999= 100.
O aumento da eficácia do sistema de
produção – comumente apresentada como
indicador principal do desenvolvimento –
não é condição suficiente para que sejam
mais bem satisfeitas as necessidades
elementares da população.
Tem-se mesmo observado a degradação
das condições de vida de uma massa
populacional como conseqüência da
introdução de técnicas mais sofisticadas”.
Furtado, Celso (2000),Introdução ao Desenvolvimento. Enfoque Histórico
estrutural. Rio de janeiro: Paz e Terra, p.22
“O distanciamento entre elite e povo será a característica marcante do quadro cultural que emerge nesse período.
As elites, como que hipnotizadas, voltam-se para os centros da cultura européia, de onde brotava o fluxo de bens de consumo, que o excedente de comércio exterior permitia adquirir... O povo era reduzido a uma referência negativa, símbolo do atraso, atribuindo-se significado nulo à sua criatividade artística”.
Celso Furtado (1984) Cultura e Desenvolvimento em época de crise, ‘’p.23
“O debate sobre as opções do desenvolvimentoexige hoje uma reflexão prévia sobre a cultura brasileira. A ausência desta reflexão deve-se atribuir o fato de que nos diagnósticos da situação presente e em nossos ensaios prospectivos nos contentamos com montagens conceptuais sem raízes em nossa história. Devemos, portanto, começar por indagar as relações que existem entre a cultura como sistema de valores e o processo de desenvolvimento das forças produtivas, entre a lógica dos fins, que rege a cultura, e a dos meios, razão instrumental inerente à acumulação”.
Celso Furtado (1984) Cultura e Desenvolvimento em época de crise, ‘’p.31
Restrições Brasileiras Fortes
• Questão Agrária: concentração fundiária e
agrobusiness → pobreza rural e desemprego no
campo;
• Concentração de renda;
• Reprimarização da Economia;
• Indústria com baixo investimento
• Sonegação Fiscal
• Dívida Pública 45,0% do Orçamento geral da
União em 2013 igual a R$ 2,02 trilhões
• Saúde e Educação juntos apenas 7,7%
• Déficit de 8 milhões de moradias;
• Gargalos na Infraestrutura
• Dependência Tecnológica
• Baixo nível de produção tecnológica e de
patentes;
• Baixo nível de qualificação da mão-de-obra;
• Baixo nível de escolaridade da população;
• Problemática Urbana;
• Fortes desigualdades Regionais;
• Elite Política Dissociada do Povo;
• Classe média identificada com o 1º Mundo;
• Ausência de um projeto articulado de país
• Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a participação da indústria de transformação no PIB cresceu de forma acelerada entre 1947 e 1985, saltando de 11,8% para 27,2%.
• Nos últimos 30 anos, entretanto, a indústria de transformação perdeu importância para a economia brasileira voltando quase ao patamar de 1947.
• Hoje o setor responde por apenas 13% da riqueza gerada no país.
Oportunidades
• Democracia em processo de consolidação;
• Liderança na América do Sul;
• Pacifismo nas Fronteiras;
• Miscigenação;
• Unidade Linguística;
• Crescimento com Inclusão;
• Redução da pobreza e do analfabetismo;
• Biodiversidade;
• Um banco de desenvolvimento;
• Autosuficiência em petróleo;
• Um País a construir
Orçamento da União 2014 - Unafisco
Comércio Brasil-China
Só para dar uma medida do que
representou o grande crescimento das
exportações brasileiras para a China,
estas passaram, entre 2000 e 2010, de
US$ 1,1 bilhão para US$ 30,8 bilhões. No
sentido contrário, as importações
brasileiras da China cresceram de US$
1,2 bilhão para US$ 25,6 bilhões no
mesmo período.