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O GRUPO CGD, OS PECS E AS ELEIÇÕES 3 contratação MARIANA MORTÁGUA - Economista 11 entrevista 7º TORNEIO DE FUTSAL - "TÁRTAROS" CAMPEÕES PASSEIO À SERRA DE MONCHIQUE V CONCURSO DE FOTOGRAFIA STEC - OS VENCEDORES 18 horas livres vai a CGD ? para onde BOLETIM INFORMATIVO DO STEC Distribuição Gratuita MAIO 2011 27 CAIXA GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO 4 COLÓQUIO - GRUPO CGD, QUE FUTURO? 7 CONSELHO NACIONAL ELEGE CONSELHO FISCAL E CONSELHO DISCIPLINAR, E APROVA ACORDO STEC/CAIXA BI E PLANO DE ACTIVIDADES DO STEC PARA 2011 8 CAIXA INTERNACIONAL 8 ASSINADO PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO ENTRE O STEC E O COMITÉ SINDICAL DO BCI - MOÇAMBIQUE 9 GRANDE MANIFESTAÇÃO NACIONAL - 19 DE MARÇO 3 sindical 2 editorial CA TÁR

vai a CGD - STEC · 2012-12-26 · greve geral de 24 de novembro contratação sindical O STEC aderiu à Greve Geral convocada pela CGTP, apresentando o pré-aviso a todas as Empresas

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1

O GRUPO CGD, OS PECSE AS ELEIÇÕES

3 contratação

MARIANA MORTÁGUA- Economista

11 entrevista

7º TORNEIO DE FUTSAL- "TÁRTAROS" CAMPEÕES

PASSEIO À SERRA DE MONCHIQUE

V CONCURSO DE FOTOGRAFIA STEC- OS VENCEDORES

18 horas livres

abertaCAIXA

vai a CGD ?para onde

BOLETIM INFORMATIVO DO STECDistribuição Gratuita

MAIO 2011Nº27

CAIXACAIXACAIXA

GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO

4 COLÓQUIO- GRUPO CGD, QUE FUTURO?

7 CONSELHO NACIONAL ELEGE CONSELHO FISCAL E CONSELHO DISCIPLINAR, E APROVA ACORDO STEC/CAIXA BI E PLANO DE ACTIVIDADES DO STEC PARA 2011

8 CAIXA INTERNACIONAL

8 ASSINADO PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO ENTRE O STEC E O COMITÉ SINDICAL DO BCI - MOÇAMBIQUE

9 GRANDE MANIFESTAÇÃO NACIONAL - 19 DE MARÇO

3 sindical

2 editorial

GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO

ACTIVIDADES DO STEC PARA 2011

CAIXA INTERNACIONAL

MOÇAMBIQUE

- GRUPO CGD, QUE FUTURO?

- "TÁRTAROS" CAMPEÕES

PASSEIO À SERRA DE MONCHIQUE

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 20112

- Se o assunto era a segurança do dinheiro, logo o nome CGD vinha à memória!

- Se a questão era a aquisição de habitação própria, contactava-se, obviamente, a CGD!

- Se havia necessidade de concretizar um financiamento público, era a CGD que o garantia!

- Se era necessário assegurar o recato e a boa gestão das pequenas poupanças, escolhia-se a CGD!

Tudo isto acontecia, sem o recurso a quaisquer acções de marketing ou cam-panhas publicitárias!

Os tempos mudaram, as mentalidades também e as práticas, essas mudaram ainda mais!

A ganância do lucro e o aumento do ris-co, sempre, sempre mais, começou a sobrepor-se a tudo!

A concorrência passou a ser o modelo, copiaram-se os seus métodos e aban-donou-se gradualmente tudo aquilo que distinguia, com vantagem, a CGD!

A cultura da Empresa foi descaracteri-zada e a CGD passou, na prática, a ser mais um Banco!

para onde vai a CGD?

editorial

No imaginário colectivo da população portuguesa, há algumas questões que ao longo de gerações sempre foram óbvias, em termos da atitude a tomar:

Que ganhou o país com isso? As popu-lações? Os clientes? Os trabalhadores? O sistema bancário?

Nada! Rigorosamente nada!Zero absoluto!

E começou a delapidação do valioso pa-trimónio da CGD! E começou a utilização abusiva do seu capital e prestígio, para as negociatas, para os favores políticos, para tudo e mais alguma coisa!

E começaram a ser admitidos, às cata-dupas, os comissários políticos, os ami-gos, os conhecidos, os familiares, os bem nascidos e naturalmente os que ar-rastavam um apelido pomposo. Qualificações? Competência? Para quê?! Isso passaram a ser detalhes sem qual-quer importância!

E as referências de credibilidade e rigor? E os valores da confiança, da segurança, e até mesmo do sigilo, que distinguiam a CGD? Que preocupações há agora com isso? Que valor têm hoje?

Passou a prevalecer outra forma de es-tar. As pequenas poupanças, são desva-lorizadas e, na prática, atiradas à rua! Os clientes institucionais (leia-se de âmbito público) desde sempre clientes da CGD, são disputados e regateados por todos os Bancos, como num leilão, onde a CGD perde sempre!

As campanhas publicitárias e as acções de marketing, sucedem-se, apesar dos dispendiosos custos! As nomeações para novos cargos de chefia, em regra sempre acompanhadas por reduções de postos de trabalho administrativo, pas-saram a ser o «pão nosso de cada dia» na CGD, pese embora levarem a um au-mento de custos, num tempo em que a economia está em crise e os negócios escasseiam!

Como corolário desta nova e pouco edi-ficante situação, para onde a CGD tem vindo a ser atirada, os lucros de exercí-cio começaram drasticamente a diminuir, na directa proporção do descontenta-mento que os trabalhadores evidenciam, e chegou-se mesmo em 2010, ao cúmu-lo do impensável - alienar a Sede da Ins-tituição e «vendê-la» ao Fundo de Pen-sões, como um meio de fazer crescer os lucros!

É tempo de parar e arrepiar caminho! É tempo de voltar a reinventar a CGD à luz dos seus valores de sempre! É tem-po de regressar à cultura de Empresa e ao espírito de coesão social interna, que ao longo de gerações, projectou a CGD para o patamar cimeiro das Instituições Bancárias em Portugal!

É tempo de salvar a CGD!

índice CAIXA ABERTA Nº27 MAIO 2011

• GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO

• COLÓQUIO - GRUPO CGD, QUE FUTURO?

• CONSELHO NACIONAL ELEGE CONSELHO FISCAL E CONSELHO DISCIPLINAR, E APROVA ACORDO STEC/CAIXA BI E PLANO DE ACTIVIDADES DO STEC PARA 2011

• PARA ONDE VAI A CGD?

• O GRUPO CGD, OS PECS E AS ELEIÇÕES

• COMER (PÓ) E CALAR!

• 7º TORNEIO DE FUTSAL - "TÁRTAROS" CAMPEÕES

• PASSEIO À SERRA DE MONCHIQUE

• V CONCURSO DE FOTOGRAFIA STEC - OS VENCEDORES

• BREVE HISTÓRIA DO DIVÓRCIO

• MARIANA MORTÁGUA - ECONOMISTA

• FORMAÇÃO EM INGLÊS

• FORMAÇÃO EM COMUNICAÇÃO

• WORKSHOP DE FOTOGRAFIA EM LISBOA E PORTO

• CAIXA INTERNACIONAL

• ASSINADO PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO ENTRE O STEC E O COMITÉ SINDICAL DO BCI - MOÇAMBIQUE

• GRANDE MANIFESTAÇÃO NACIONAL - 19 DE MARÇO

02 EDITORIAL 16 CAIXA COM HISTÓRIA

18 HORAS LIVRES

21 PROTOCOLOS

24 INSÓLITO

03 CAIXA CONTRATAÇÃO

03 CAIXA SINDICAL09 CAIXA FORMAÇÃO

11 ENTREVISTA

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A situação contratual que se está a viver na CGD e nas restantes Empresas do Grupo, com as quais o STEC já tem acordo contratual, saiu da fase de bloqueio e indefinição, em que se encontrava desde Maio de 2010, para entrar agora numa nova fase - a que se vai iniciar com a aplicação das medidas que a «troika» impôs a Portugal e que se reflectem no grupo CGD e com a clarificação das medidas restritivas do OE de 2011, para este mesmo Grupo.

o grupo CGD, os pecs e as eleições

greve geral de24 de novembro

contrataçãocontratação

sindicalsindical

O STEC aderiu à Greve Geral convocada pela CGTP, apresentando o pré-aviso a todas as Empresas do Grupo CGD, em resposta à decisão do Governo de avançar com um conjunto de medidas restritivas no Orçamento de Estado para 2011, gravemente lesivas para os trabalhadores do Grupo CGD.

A Greve Geral de 24 de Novembro, a que os trabalhadores da CGD e de várias Empresas do Grupo aderiram, com maior incidência na CGD que praticamente esteve paralisada, fica como um marco de protesto e de descontentamento por estas medidas e pela discricionaridade e injustiça da sua aplicação.

Não há Promoções por Mérito! Quanto aos Subsídios de Férias e de Natal, são penalizados gradualmente em 5%, 10%, 15% e 20%, a partir de 1.500 €! Quanto ao cumprimento de revisões sa-lariais anuais? Um estranho e preocu-pante silêncio, para já.

O STEC apresentou recentemente a sua proposta de revisão contratual e salarial e por conseguinte esta última questão não pode continuar na indefinição por muito mais tempo.

Agora, com o conhecimento público das medidas da «troika», os trabalhadores do Grupo CGD vão ser duplamente atingi-dos, designadamente pelo enfraqueci-mento intencional e drástico que o Grupo CGD irá sofrer, determinado no imediato pela privatização de duas, das suas áre-as importantes de negócio - os seguros e a saúde.

Mas como, na sequência desta "ajuda" da «troika», vão ocorrer eleições em Por-tugal, o cenário poderá ainda tornar-se mais negro, já que há forças políticas que defendem aberta e irresponsavelmente... a futura privatização da CGD!

Com a aprovação do Orçamento de Estado de 2011, os trabalhadores das Empresas do Grupo CGD foram alguns dos poucos portugueses seleccionados e "distinguidos" para darem o seu contributo a este Orçamento, que o mesmo é dizer para, mais uma vez, ajudarem ao seu financiamento.

E neste quadro, os trabalhadores do Gru-po acabam de saber, finalmente e ao fim de 6 meses, pela Administração da CGD, via Intranet, que a decisão do governo tinha sido a aprovação do "modelo de adaptação das medidas do OE 2011, ao Grupo CGD, apresentado por esta Admi-nistração... mas de que até ao momento se continua a desconhecer o conteúdo!

Para além do facto de ter sido assumi-da a imediata regularização de algumas cláusulas contratuais, em incumprimento desde Janeiro de 2011, como é o caso das Diuturnidades, Anuidades, Prémios de Antiguidade e Promoções por tem-pos máximos, as medidas penalizadoras fixadas, reflectem uma dimensão e uma gravidade sem precedentes no Grupo CGD - Não há Participação de Lucros!

Todos os que trabalham no Grupo CGD, assistem há muito a estas ameaças e quais os seus autores e sabem, que muitos daqueles que «engrossam a voz» para atacar a CGD e o seu grupo, são em regra os primeiros a apelar à sua inter-venção sempre que um problema econó-mico ou financeiro grave se coloca.Lembram-se das aquisições aventurei-ras do BCP, em 2001? Lembram-se do défi ce público e do recurso ao Fundo de Pensões da CGD, em 2004? Lembram-se da falência do BPN, em 2008?

Quem já passou por tudo isto - e estes são apenas alguns exemplos - e resistiu e levantou a cabeça e ressurgiu sempre e mais uma vez, não pode entrar em fa-talismos e pensar que "isto é o fim da linha". Não é o "fim da linha", é apenas mais um «pedregulho» que nos atiraram para o meio do caminho... mas não é isso, nunca foi isso, que nos fez parar.

O STEC nasceu, cresceu e dinamizou-se no seio dos trabalhadores da CGD e do seu grupo, para os representar e defen-der. Já teve oportunidade de provar isso e de mostrar que esta é a sua causa!JUNTOS VAMOS CONSEGUIR!

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 20114

STEC:Qual é ou qual vai ser a contribuição dos trabalhadores

do Grupo para o Orçamento de Estado para 2011?

Os colaboradores são o principal acti-vo do Grupo, sem esquecer que somos um banco, que existem clientes e que é nessa relação entre banco e clientes que baseamos a nossa forma de estar e de nos relacionarmos. Eu não considero que a questão principal, neste momento, sejam as medidas do Orçamento Geral do Estado para 2011. A coisa mais im-portante é continuarmos a ser o principal Banco do sistema financeiro português. É continuarmos a ter as melhores condi-ções de trabalho, as melhores condições sociais, as melhores condições médicas que existem no sistema financeiro. Esta é que é a nossa principal preocupação.

Enquanto no Sector Empresarial do Es-tado os seus custos operativos (custos com pessoal e serviços de terceiros) cresceram 22,7%, na Caixa cresceram 3%, no triénio 2007-2009, pese embo-ra ter crescido mais 5% em número de balcões.

Só há um sistema social forte na Caixa, só há Serviços Sociais fortes, se a Cai-xa for forte. E a Caixa só é forte se tiver resultados. A Caixa só conseguirá ser o regulador do mercado, que tem vindo a ser, se tiver peso para fazer valer a sua posição.

O que temos vindo a afirmar junto do ac-cionista é que nós comparamo-nos bem, quer com o Sector Bancário, quer com o Sector Empresarial do Estado, e que é um erro crasso tratar de forma igual o que é diferente. E o que nós queremos é que nos permitam tratar diferente o que é diferente, tal como no negócio, nas pessoas. Assim, o que pedimos ao accionista é medidas de flexibilidade

sindical

Dr. Francisco Bandeira

Participaram como oradores o Dr. Francisco Marques Bandeira, Vice-Presidente da CGD, o Dr. José Castro Caldas, Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e o Dr. Manuel Carvalho da Silva, Secretário-Geral da CGTP e também investigador do CES.

No início do debate o presidente da Direcção do STEC, João Lopes, que foi o moderador, fez uma retrospectiva do papel da CGD no Sector Finan-ceiro, da sua imagem junto do público e da sua importância para o País e deixou algumas pistas para reflexão, referindo ser imperioso encontrar respostas para alguns desafios, nomeadamente:

- O que fazer para que o Grupo CGD retome e dinamize a sua vocação de sempre e intervenha de uma forma positiva e determinada na eco-nomia, desenvolvendo uma cultura própria, tanto interna como exter-namente, em moldes que permitam recriar uma imagem de credibilida-de e confiança junto da população e dos vários sectores da economia, em geral?

- Como estimular o nível de auto-estima dos trabalhadores e o espírito de grupo, incutindo-lhes um sentimento de orgulho pelo carácter de serviço público que a sua prestação profissional reveste?

- Como fortalecer o Grupo CGD e colocá-lo decisivamente ao serviço do País, das populações e da economia e a assumir-se, em termos de mercado, como um instrumento de intervenção moderadora e regula-dora e não como uma entidade abstracta e sem rosto, igual a tantas outras, que operam em concorrência aberta e onde, lamentavelmente, às vezes, tudo parece valer?

O STEC realizou nas suas instalações da Sede em Lisboa, no dia 2 de Dezembro, um Colóquio sob o tema: Grupo CGD, que futuro?

colóquio - grupo CGD, que futuro?

Procuramos fazer aqui uma síntese do que de mais importante se disse neste debate.

que responsabilizem a Administração da Caixa pela sua aplicabilidade e que permitam diferenciar, a nível dos custos, diferenciar ao nível do pessoal.

Relativamente ao BPN quero aqui dizer que a Caixa não tem nenhuma relação com o BPN que não seja a que é dada pelo aval do Estado que é feito ao fi-nanciamento à tesouraria do BPN e ao esforço, ao sacrifício e à redução da dedicação em exclusivo à CGD de al-guns dos seus membros do Conselho de Administração.

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STEC:Qual a sua perspectiva sobre o que estamos a viver, a saída da actual

crise, e o papel que o Grupo CGD deve assumir nesse contexto?

STEC:Qual o papel a desempenhar pelos trabalhadores, nomeadamente os

do Grupo CGD, para a saída da crise e a importância fundamental, da valorização do factor trabalho para o alcance do mesmo objectivo?

Dr. José Castro Caldas

Dr. Manuel Carvalho da Silva

Sendo eu um economista generalista, cuja única relação com a Caixa Geral de Depósitos é ter sido cliente durante toda a vida, vou falar como alguém que olha para estas coisas de fora.

Antigamente nós dizíamos que um Esta-do não pode entrar em falência por defi-nição de Estado. Mas agora aprendemos que afinal é mais fácil um Estado entrar em bancarrota do que um banco, inclusi-vamente um banco de média dimensão.

O problema é o risco sistémico. Mesmo um banco de pequena dimensão, se en-trar em falência em certas circunstâncias, pode acarretar um dominó, pelas inter-dependências que foram construídas no sistema financeiro. Agora a Banca é um negócio que não está sujeito a falência porque conseguiu externalizar esse ris-co para todos nós. As implicações dis-to: começando pela implicação radical, se os bancos têm uma natureza pública, isto é, se os riscos, em última análise, recaem sobre o conjunto da sociedade, então a actividade bancária não deveria ser uma actividade privada.

Mas também posso retirar implicações mais moderadas, que radicam nesta ideia: se o problema é o risco sistémi-co, como é que nós podemos pensar o sistema financeiro reconfigurado, em que este risco sistémico seja minora-do, como é que nós podemos pensar o sistema financeiro com a existência de bancos privados, que fazem o seu ne-gócio, mas como em todos os negócios, que podem falir, sem que isso nos leve a todos atrás disso?

Há uma tecnologia de controle dos incên-dios muito antiga que é a tecnologia dos corta fogos: para que um incêndio, que possa existir, se mantenha circunscrito num determinado espaço, constrói-se um corta fogo artificial ou natural.Uma das formas de cortar fogos no sis-tema financeiro, adoptada nos Estados Unidos depois da Grande Depressão, foi a separação estrita entre banca comer-cial e banca de investimento.

Da experiência que temos desta crise em Portugal, que em relação Banca já vai em três anos, aquilo que parece apontar é para a necessidade de recentrar a Banca no seu “core business” tradicional, que é canalizar poupanças para o investimen-to e eventualmente deixar para outras instituições que não a Banca, outros ne-gócios, outros voos mais arriscados que são feitos nos mercados financeiros.

Como é que ainda não percebemos to-dos que o sistema financeiro deve pas-sar por uma operação de “downsizing”, precisa de diminuir de dimensão em todo o mundo?! O sistema financeiro transfor-mou-se todo ele numa bolha. Uma bo-lha de uma complexidade artificialmente construída, que passou por aquela ino-vação toda dos produtos e que foi tão elogiada.

sindicalsindical

Não posso deixar de transmitir uma sau-dação muito sincera, por duas razões: primeiro, a realidade muito importante que do meu ponto de vista e do ponto de vista da CGTP constitui este Sindica-to na Caixa Geral de Depósitos e saudar todas as trabalhadoras e trabalhadores, também pela grande adesão à greve ge-ral do dia 24 de Novembro. Foi um acto de coragem, que é muito importante.

A Srª Angela Merkel disse, não há mui-to tempo, que o problema é uma guerra entre o poder financeiro e o poder políti-

co e que o financeiro está a ganhar. Está aberta a guerra. Mas como é que se vai sair daqui, se (olhamos para a Europa neste momento concreto e verificamos quem comanda) o poder político, ele pró-prio, entregou ao sector financeiro o po-der que tem, acompanhado da ausência de mecanismos de controlo. Isto é, deu o poder e passou a servidor desse poder.

Vai ter que haver alterações da situação política, ou então, a estratégia do poder financeiro, de cilindrar o poder político e controlar a situação concreta dos povos, vai provocar um desmoronar imenso das condições de vida das pessoas. O cená-rio é mesmo complexo!As saídas dos grandes buracos tiveram sempre como primeiros protagonistas

A Banca pública deverá servir objecti-vos públicos mas não significa que deva servir objectivos dos governos do mo-mento. Sendo pública, ainda deve ter uma relação com os seus clientes que se distingue da Banca comercial privada, por uma atitude prudencial mais vinca-da, isto é, não me parece boa prática da Banca pública copiar as práticas comer-ciais mais agressivas da Banca privada, deve ainda cultivar a transparência, ao contrário do que é a prática do mercado, que é a cultura da opacidade, deve ain-da, não só ter práticas de relacionamen-to entre trabalhadores e direcção mais intensas, como deve ainda abrir esse di-álogo a outros corpos da sociedade tão importantes como os trabalhadores, na prossecução desses objectivos políticos da Banca, deve, enfim, ter uma prática moderadora e reguladora como foi dito.

A questão que se me põe como dúvi-da é se, tendo uma prática moderadora e reguladora, a Banca pública pode fa-zer frente, com sucesso, à concorrência com outras instituições mais agressi-vas no mercado, ou se, pelo contrário, essa função moderadora e reguladora só pode ser bem sucedida num quadro de uma regulação dos mercados financeiros mais estreita e num quadro de uma mo-deração das práticas comerciais e negó-cios dos bancos que os abarquem a to-dos e não apenas a alguns.

continua

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 20116

sindical

Das intervenções dos oradores algumas coisas nos parecem claras:

- Os diversos oradores, de uma forma ou de outra, referiram sempre que o Grupo Caixa, nomeadamente a sua empresa líder, tem uma importância fundamental para o País como referência do Sistema Bancário Português e como instrumento de dinamização da nossa economia que tão urgente e necessária é;

- A questão da importância da valorização salarial e os perigos que advirão de políticas de redução salarial como aquelas que estão a ser seguidas;

- A questão da mobilização dos trabalhadores e a valorização do factor trabalho, questões que são fundamentais para a participação dos trabalhadores na dinamização económica que temos que encetar rapidamente no País e que implica, nomeadamente, muita abertura ao diálogo, muita participação dos trabalhadores nas decisões que vierem a ser tomadas.

- Não mais é possível, sob pena de comprometermos a própria recuperação económica, continuar a assistir a que uns mandam e outros obedecem;

- As pessoas têm que participar na reconstrução, têm que sentir que a reconstrução também é sua. Se isso não for possível, não vamos a lado nenhum.

para a construção, os trabalhadores e a mobilização dos povos e das suas orga-nizações. O grande avanço das socieda-des depois da 2ª Guerra Mundial foi de-terminado pela valorização do trabalho, com os factores de segurança e estabili-dade no emprego a serem o grande pilar para estas mudanças.

Há agora umas entidades abstractas que estão acima disto tudo, que são os mer-cados. Mas o que é que são os merca-dos? Esta é uma questão sobre a qual todos nos devemos interrogar.

Havia a promessa de regulação, e não foi só em Portugal, diziam: o Estado está a meter o dinheiro aqui, mas isto irá ser pago até ao último tostão. Bastou chegar o primeiro Orçamento de Estado e o que se assistiu foi à transferência das dívidas dos privados, porque o essencial das al-terações que ocorreram na dívida pública são o resultado disso. Não foi por pagar mais abono de família, mais prestações sociais, mais subsídio de desemprego, não foi por isso! O que aconteceu é que o dinheiro foi enviado para outro sítio e devia estar contabilizado na entidade para a qual foi enviado e não nas contas do Povo, que é o Orçamento do Estado. Mas não foi isso que se passou.

A situação da União Europeia é preocu-pante, já que se constata um certo cami-nhar para o abismo que pode ser muito complicado. Em Portugal estamos com problemas que são fruto da situação Eu-ropeia e da situação Mundial, mas que

são também de um problema estrutural. A destruição, de forma absolutamente le-viana, criminosa mesmo, de grande parte do aparelho produtivo português, propi-ciou grandes e chorudos negócios. Foi aí que começaram a nascer alguns dos actuais accionistas dos mercados e criou-se a ilusão de que isso era mo-derno e que acompanhado do consumo, levado aos limites, seria o máximo. Foi este jogo das expectativas, das falsas expectativas, que nos perdeu!

A precariedade e um conjunto de outros mecanismos estão a reduzir a retribuição do trabalho. Ceder nos salários é cami-nhar para o desastre.

A Organização Internacional do Traba-lho, já na Cimeira Intergovernamental de 2009, colocava as três causas da crise e do prolongamento da crise: o facto dos accionistas dos grandes Grupos Econó-micos e Financeiros, em nome da crise, se estarem a apropriar dos lucros e não estarem a fazer o reinvestimento neces-sário; a diminuição da retribuição do tra-balho (e colocava isto como um perigo universal); a precariedade no emprego, porque os factores de estabilidade e se-gurança no emprego foram mesmo cria-dos para segurar o emprego, esta foi a 1ª razão, a razão estruturante.

A partir de meados de 2011 as receitas da União Europeia são apenas três: re-dução de salários; desregulação ainda maior do trabalho, seja ele onde for e ataque ao estado social.

O modelo social foi composto por va-lorizações no emprego, no salário, no respeito pelo tempo (o tempo é o bem social mais precioso, depois da saúde, e quando nos infernalizam o nosso tempo, pelo tipo de organização do trabalho que nos impõem, infernalizam-nos a nossa vida toda), pelo compromisso capital--trabalho, para a construção de direi-tos sociais, mas foi também construído na base de opções macro-económicas que davam dimensão ao social. E agora quer-se que as opções macro-económi-cas, por compromissos políticos, pura e simplesmente, ignorem o social.

A CGD é a entidade de referência das poupanças dos Portugueses. E hoje é de novo vital chamar a atenção para este aspecto. A Caixa Geral de Depósitos tem aqui um papel importantíssimo, voltar às origens, claro com formas diferentes, hoje com as formas de agir no contexto em que vivemos e em que os condicio-nalismos são outros, mas a Caixa é fun-damental num processo de crescimento e de desenvolvimento económico que o país precisa.

Nós temos que nos mobilizar e exigir que na governação tem que existir ética, ri-gor, transparência, clareza, a todos os níveis. Quando falo da governação não falo só do Governo, falo de todas as ins-tituições, tanto públicas como privadas. Tem que haver valores, tem que haver ética e autoridade moral em todos os aspectos da nossa vida, porque se não, não há soluções.

A encerrar as intervenções, o Presidente do STEC referiu:

continuação

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7

Assim foram eleitos os seguintes elementos:

Conselho Disciplinar:Presidente: Ilda Nascimento Ferreira Marques, sócia nº 1761;Vice-Presidente: Fernando José Marques Maduro, sócio nº 1905;Relator: Paulo Manuel Santos Vitorino, sócio nº 643.

Como membros suplentes foram eleitos:Jorge Marques Loureiro, sócio nº 2327, eAmérico Hermínio Teixeira, sócio nº 238.

Conselho Fiscal:Presidente: Carlos Alberto Cardoso Ferreira Gapo, sócio nº 500;Vice-Presidente: José António Duarte Teles, sócio nº 180;Relator: José Luís Lança da Silva, sócio nº 1272.

Como membros suplentes foram eleitos:Carlos Santos Guerra Figueira, sócio nº 164, e Maria Isabel Marques Oliveira Fernandes, sócia nº 145.

Aos membros efectivos eleitos foi dada posse na reunião do Conselho Na-cional realizada em 3 de Dezembro de 2010.

Também nesta reunião foi discutida e votada a ratificação do Acordo de Em-presa, efectuado entre o STEC e o Caixa Banco de Investimento. A Direcção deu algumas explicações sobre o documento já previamente distribuído e do modo como decorreram as negociações, focando a importância de este ser o primeiro acordo para aquela Empresa. Não havendo qualquer questão acerca do documento, o mesmo foi ratificado por unanimidade.

Após as eleições para os Órgãos Sociais do STEC, realizaram-se nos dias 2 e 3 de Dezembro de 2010, as duas primeiras reuniões do Conselho Nacional, onde foi dada posse aos membros anteriormente eleitos na área da Sede e das Delegações de Coimbra e do Porto.

conselho nacional

sindicalsindical

Elege Conselho Fiscal e Conselho Disciplinar, e aprova Acordo STEC/Caixa BI e Plano de Actividades do STEC para 2011

O Presidente da MAG deu as boas-vindas a todos os eleitos e exortou-os a uma partici-pação activa na discussão dos assuntos do Sindicato, como porta-vozes dos problemas dos colegas nos locais de trabalho. Também o Presidente da Direcção usou da palavra para cumprimentar os empossados e desejar-lhes um bom trabalho.

Na primeira reunião foi ainda discutido e apro-vado o Regulamento Interno de funcionamen-to do Conselho Nacional e eleitos, nos termos dos estatutos, os membros do Conselho Fiscal e do Conselho Disciplinar.

Foi apresentada a sufrágio uma única lista para cada um dos órgãos. A Mesa da Assem-bleia Geral verificou a regularidade das mes-mas e procedeu-se à votação, por voto directo e secreto.

No segundo ponto foi apresentada pela Direcção a proposta de Orçamento e Plano de Actividades para 2011, já an-teriormente distribuída aos membros do C.N. A Direcção procedeu à fundamen-tação da proposta, tendo o Presidente do Conselho Fiscal justificado o respec-tivo parecer favorável, aconselhando a aprovação do Orçamento.Deu ainda entrada na Mesa uma pro-posta entregue pela Comissão de Re-formados, no sentido de ser integrado

no Plano de Actividades um novo ponto, para justificar a verba destinada a esta Comissão, no Orçamento, tendo sido a proposta aprovada por unanimidade. Foram efectuados alguns pedidos de es-clarecimento, a que a Direcção respon-deu. Foram ainda feitas sugestões no sentido de se tentar dar mais visibilidade ao Sindicato no exterior e também ideias para minimizar os custos com desloca-ções de membros do Conselho Nacional e delegados sindicais a reuniões.

O Plano de Actividades e Orçamento foi posto à votação, tendo sido aprovado por unanimidade e aclamação.

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 20118

assinado protocolo de cooperação entre o STEC e o comité sindical do BCI - Moçambique

sindical

No decorrer do encontro, os elementos do referido Comité participaram numa acção de formação Sindical realizada nas instalações do STEC e fizeram uma visita ao Edifício da João XXI em Lisboa, onde tiveram a oportunidade de reunir com o GPS, os Serviços Sociais, o Director de pessoal, Dr Henrique Melo e com o Vice-Presidente da CGD, Dr Francisco Bandeira.

No passado mês de Março, estiveram em Lisboa, a convite da Direcção do STEC, três elementos do Comité Sindical do Banco Comercial de Investimentos, SA de Moçambique.

A Delegação moçambicana, teve ainda oportunidade de actualizar informação sobre a actividade geral do STEC e de integrar equipas de trabalho no contacto com os trabalhadores.

A afinidade existente entre os membros do STEC e do Comité Sindical, quer a ní-vel profissional, quer a nível linguístico, bem como as vantagens recíprocas que poderão decorrer da cooperação entre as duas estruturas, nomeadamente no plano sindical, levaram à assinatura de um Protocolo de Cooperação.

Em Janeiro, na sequência de curso de Inglês efectuado em Portugal no departamento de formação da CGTP-IN, o STEC participou com um membro da Direcção, em Malta, num curso totalmente efectuado em inglês, ministrado pelo Instituto Sindical Europeu/ETUI, com o intuito de melhorar a sua qualidade de participação nas organizações comunitárias e internacionais (representações e desenvolvimento de projectos), e ainda contribuir para uma participação mais qualificada e mais capacitada no que respeita à utilização da língua inglesa como veículo de transmissão de informação.

Em Fevereiro o STEC esteve presente, em Nova Deli, a convite da União Internacional de Sindicatos e como observador, no 1º Congresso da TUI BIFU (Federação Mundial de Sindicatos do Sector Financeiro) onde foi analisada a situação do sector em cada país face à crise e a necessidade de uma acção sin-dical também global.

Mais recentemente, em Abril, o STEC fez-se representar num Seminário, em Berlim, sobre o tema:“Equilíbrio Trabalho/Vida: Igualdade de oportunidades para mulheres e homens no mercado do trabalho - compatibilidade entre trabalho e vida familiar”.

Esta acção insere-se em projecto financiado pela EU e foi de-senvolvido pelas organizações anfitriãs:- KRIFA (Confederação Sindical Dinamarquesa),- EZA (Centro Estudos Assuntos Trabalhadores - Alemanha) e - WOW (Organização Mundial de Trabalhadores - sede Bélgica).

caixa internacional

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Realizou-se no passado dia 19 de Março mais uma Grande Manifestação Nacional de repúdio contra as medidas governamentais, marcada pela Central Sindical CGTP-IN.

grande manifestação nacional - 19 de março

sindicalsindical

Trabalhadores de todo o país, sectores de actividade e idades, marcaram presença com palavras de ordem de protesto que ecoaram pelas ruas da capital, vincando a indignação generalizada.

Os trabalhadores, descontentes, mostraram a sua indignação em relação à situação vivida nos últimos tempos no país e saíram à rua como forma de luta organizada, com o objectivo de alcançar melhores condições de vida e de trabalho.O STEC marcou também a sua presença.

formação em inglês

formaçãoformação

A Direcção promoveu a realização de dois módulos de Formação em Inglês, nas instalações da Sede do STEC em Lisboa, estando ainda a decorrer o segundo módulo.

Esta Formação que teve início em 16 de Abril, funciona em dois horários, um horário laboral, dedicado aos sócios re-formados e familiares de sócios com disponibilidade, e um horário pós laboral elaborado a pensar nos sócios e familiares, no activo.Os módulos são ministrados pela formadora Drª Manuela Carmo Costa e contam com nove participantes em cada horário.

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 201110

Abordaram-se também aspectos essen-ciais para a realização de imagens foto-gráficas nas vertentes estética e técnica, de forma a melhorar todos os passos, desde pensar a fotografia, analisar todos os parâmetros e só depois disparar.

Na fase final, os participantes puderam pôr em prática os conhecimentos adqui-ridos, passando a utilizar o modo manu-al das máquinas e, entusiasticamente, viram os resultados dos seus trabalhos, em análise conjunta com o formador.

Devido a não haver inscrições em Coim-bra, não foi realizado o Workshop nessa cidade.

Em contrapartida, devido ao elevado número de inscritos em Lisboa realizou--se uma 2ª edição em Abril, na Sede do STEC.

formação

formação em comunicação

workshop de fotografiaem Lisboa e Porto

Destinada aos novos elementos da Direcção eleitos em Maio de 2010, esta acção de Formação foi ministrada pela Drª Anabela Dinis da CGTP e realizada no âmbito do protocolo entre o STEC e aquela Central Sindical. Esta acção contou também como participantes e a seu pedido, os membros da delegação do Comité Sindical do BCI, Banco Moçambicano do Grupo CGD que estiveram de visita a Lisboa a convite do STEC.

Os cursos, com uma duração de 22 horas e repartidos em 2 fins--de-semana, incidiram inicialmente sobre matérias teóricas, tais como a história da fotografia e alguns conceitos básicos.

Realizou-se em Janeiro, em Lisboa e em Fevereiro, no Porto, mais uma edição do Workshop de fotografia, dirigido pelo fotógrafo Victor Garcia, formador credenciado pelo IEFP, destinado a todos os sócios e familiares do STEC, interessados em melhorar os seus conhecimentos nesta área.

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E afinal o que são “OS MERCADOS” e qual o seu papel nesta crise?

MM: Eu posso dar uma resposta pou-co convencional: Krugman escrevia, num artigo em tom de provocação, que os mercados financeiros eram recém--licenciados em Economia e Gestão, que recebiam milhões até aos 27 anos para gastar em prostitutas e cocaína. Isto é a resposta não convencional do Krugman, não é minha. O que é que são os mercados financeiros.... os mercados financeiros são também agentes, nestas faixas etárias, que ganham muito dinhei-ro a especular e que se reformam aos 30 anos com muito dinheiro, sem saber com o que é que especulam, os quais as consequências das suas decisões.Mas a maior parte são instituições fi-nanceiras, muitas delas são fundos de pensões, fundos de investimento segu-radoras, bancos de investimento, etc. Por exemplo, os maiores investidores institucionais, são fundos de pensões, fundos de pensões que têm as pensões dos EUA, (não de Portugal porque o sis-tema ainda é público apesar das pres-sões para a sua privatização).

Por exemplo, o caso do Chile que tinha um sistema público e passou a privado?

MM: O Chile entretanto tornou o sis-tema público de novo, por causa destes problemas. Há aqui um aspecto interes-sante que é o da financeirização da vida, da economia e das famílias, que têm impactos a vários níveis. As empresas já não são geridas com base no longo prazo. As empresas são geridas para dar lucros de curto prazo que permitam a sua valorização na bolsa, dando mui-to dinheiro aos fundos de investimento, aos fundos de pensões, aos bancos, a quem tem acções e a quem especula nos mercados. Este processo também afecta as pessoas. Com o recuo do es-tado social, das políticas de habitação, segurança social e de educação, o que vai acontecendo é que as pessoas, sem uma segurança social pública, vão pôr o dinheiro no banco que investem em ac-tivos no mundo todo. Sem acesso a uma educação gratuita, vão ter que pedir um empréstimo para pagar a educação, o mesmo para a casa, o mesmo para

porque os bancos queriam mais lucro e pensavam: quando isto for abaixo o que eu tenho a fazer é tomar as casas das pessoas e vendê-las. Quando o mercado foi abaixo e se aperceberam que tinham que vender as casas , estas começaram a ser muitas, o preço desceu e as pes-soas tiveram noção do conjunto de acti-vos tóxicos que os bancos tinham, das trafulhices, da corrupção, etc. Uma coi-sinha que podia ter sido uma crise muito limitada nos EUA, tomou proporções de crise global.

Será esta apenas mais uma crise cíclica (entre as dezenas de crises que têm ocorrido pelo mundo) ou terá um carácter mais persistente?

MM: Esta é a mais grave desde 1929 e, tal como nessa altura, implicará cer-tamente uma reconfiguração do sistema capitalista. É cíclica no sentido em que os mercados financeiros vão abaixo e voltam acima, ganhando com a própria crise. Os mercados financeiros causa-ram a crise, causaram défices enormes quando os estados tiveram de injec-tar milhões para salvar a economia. Os mesmos mercados estão agora a usar a crise para se recapitalizarem e recupe-rarem os seus lucros

Mas, por outra perspectiva, é uma cri-se sistémica, no sentido em que as cau-sas não serão corrigidas sem mudanças estruturais na forma como a economia e o sistema financeiro estão organizados.

A crise global que vivemos tem sido objecto de inúmeras análises e comentários, mas poucas soluções… Nunca as pessoas foram tão bombardeadas com um certo dicionário de economia. Pode, em linguagem clara e sucinta, explicar-nos esta CRISE?

MM: Esta crise tem duas fases dife-rentes e é isso que é interessante. As pessoas ouvem falar de uma crise finan-ceira e, de repente, toda a gente fala de irresponsabilidade dos banqueiros, que os mercados financeiros já não funcio-nam, que a teoria neo-liberal tinha tido uma derrota histórica etc. O que é inte-ressante nesta crise é que, de um mo-mento para o outro, deixamos de ouvir falar da crise dos mercados financeiros é só ouvimos falar de crise de dívida so-berana. De repente o problema está no Estado que gasta demais, na Segurança Social que gasta demais e nos trabalha-dores que ganham demais. Como é que uma crise financeira se transforma numa crise de dívida pública? Para já, a crise financeira não é fruto de irresponsabili-dade, ela é fruto de um problema sisté-mico - é o sistema que causa as próprias crises. É a forma como os mercados fi-nanceiros têm vindo a ser liberalizados ao longo dos anos, a forma como se têm construído produtos financeiros alta-mente complexos, que nem as próprias pessoas que os criaram ou que lidam com eles percebem, só sabem que dão lucros no futuro. A forma como se têm criado offshores, espaços sem qualquer regulamentação, a forma como se tem desenvolvido uma coisa a que se cha-ma shadow banking system, um sistema bancário sombra, que não recebe de-pósitos, não concede empréstimos nor-mais, só pede emprestado nos merca-dos financeiros e empresta para novos investimentos e como não é um banco comercial não tem que ter regulação de reservas de capital,etc. Isto desenvolve um sistema financeiro altamente instá-vel, muito assente em expectativas e que não tem qualquer correspondência com a base real da economia. A crise nas-ce disto mesmo, nasce de uma coisinha pequeníssima que foi o sub prime nos EUA, que foram empréstimos hipotecá-rios a famílias que provavelmente não teriam hipótese de os pagar no futuro,

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Mariana Mortáguaeconomista

entrevistaentrevista

"As agências de rating são instituições privadas, que são pagas pelas instituições que elas próprias avaliam, completamente permeáveis a pressões externas, a pressões dos grandes clientes."

A crise global que vivemos tem sido objecto de inúmeras análises e comentários, mas poucas soluções… Nunca as pessoas foram tão bombardeadas com um certo dicionário de economia. Pode, em linguagem clara e sucinta, explicar-nos esta CRISE?

Será esta apenas mais uma crise cíclica (entre as dezenas de crises que têm ocorrido pelo mundo) ou terá um carácter mais persistente?

Por exemplo, o caso do Chile que tinha um sistema público e passou a privado?

E afinal o que são “OS MERCADOS” e qual o seu papel nesta crise?

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a saúde, o mesmo para os seguros de acidentes. A vida das pessoas está cada vez mais ligada aos mercados financei-ros, à volatilidade desses mercados e os fundos de pensões são um óptimo exemplo disso. Convém que fique claro uma coisa: é que os mercados financei-ros estão muito longe daquela que é a sua função original; a função dos merca-dos financeiros é colmatar o risco, gerir o risco do mercado e alocar a poupança ao investimento. Seria impossível fazer grandes investimentos se não houvesse muitos investidores privados que colo-cam o seu dinheiro nos mercados finan-ceiros, que depois o distribuem, portanto esta é a sua função. Nós precisamos de mercados financeiros que dirijam os fun-dos para investimento produtivo. O pro-blema é que este mercados financeiros já não cumprem essa função, pelo con-trário, estão a criar distorções na econo-mia, não servem a economia real.

Os défices são realmente sempre maus?

MM: Não. Os défices não são maus e há vários motivos pelos quais não são maus. Primeiro, porque são os únicos instrumentos que o Estado tem para contrariar ciclos económicos. O Estado tem uma função contra-cíclica - se uma economia está em recessão o Estado é o único agente que tem possibilidade de intervir, injectar dinheiro na economia, gerar investimento, gerar emprego, etc. Só o Estado pode fazer isto porque é a única instituição que se pode endivi-dar a este ponto, que pode ter défices. Estes têm uma função, são um instru-mento de política económica que serve para injectar dinamismo numa economia

entrevista

das agências de rating e dos seguros de dívida (credit default swaps - CDS). São coisas um pouco complexas. A ideia importante a reter é que, por um lado, as agências de rating não têm estado a reflectir as reais condições do país, mas sim a reflectir as expectativas sobre as reais condições do país. As agências de rating criam um agravamento das ex-pectativas negativas, que levam a um pior rating, originando, necessariamen-te, o aumento das taxas de juro. Por sua vez, o aumento das taxas de juro leva a um agravar das condições económicas e financeiras do país, criando piores ex-pectativas que conduzem a piores ratin-gs e elevam as taxas de juro. Isto é um ciclo do qual nós nunca conseguiremos sair, agravado por vários factores, como são os produtos especulativos, entre os quais os CDS (credit default swaps), que são seguros sobre a dívida. O conceito não está totalmente errado, é um segu-ro para proteger de um investimento.

O problema é que começaram a di-fundir aquilo a que se chama “naked” CDS, que é o mesmo que eu ter um seguro sobre um carro, mas não ter o carro. Os investidores compram segu-ros sobre a dívida portuguesa, mas não têm dívida portuguesa. Estão simples-mente a apostar que o país vai falir e que, portanto, vão ganhar dinheiro com isso. Quanto maior é o risco do país fa-lir, maior é o preço destes CDS. Depois, como estes instrumentos também são um medidor de risco, ou seja, quando alguém quer investir na economia por-tuguesa a primeira coisa que vai ver é o rating e a evolução dos CDS, entra-mos outra vez num ciclo especulativo. Quando o risco está a subir, comprar CDS é um bom negócio, e porque se

em recessão. O segundo ponto é uma ideia muito difundida por aí que é pen-sar o Estado como uma família - se uma família não se pode endividar por que é que o Estado pode? Chamamos a isto a “falácia da composição”: a economia está endividada, os agentes privados estão endividados, empresas, bancos, estados estão endividados, o que é que aconteceria se toda a gente começasse a poupar para pagar as suas dívidas ao mesmo tempo? Se todas as famílias pou-passem, não consumissem, se todas as empresas poupassem, não investissem e se o Estado também poupasse? A ser assim, a economia agravaria a sua situa-ção recessiva porque não havia ninguém a investir, a injectar dinheiro, a promover o consumo, a promover o emprego. Se toda a gente poupar ao mesmo tempo será um desastre, que terá como con-sequência mais endividamento e mais défice, criará um ciclo recessivo, que é um pouco aquilo que está a acontecer agora. É por isso que as medidas de austeridade não funcionam. Outra ques-tão sobre os défices, é o Pacto de Esta-bilidade e Crescimento, que impõe um limite de 3% do défice e 60% da dívi-da a todos os países da União Europeia como se todos os países fossem iguais - é impensável.

Como se relacionam os ataques especulativos ao aumento do custo da dívida? E os CDS são um “produto” financeiro ou um instrumento financeiro especulativo?

MM: Há vários instrumentos pelos quais os ataques especulativos estão re-lacionados com o aumento do custo da dívida. Apresento duas formas: o papel

Os défices são realmente sempre maus?

Como se relacionam os ataques especulativos ao aumento do custo da dívida? E os CDS são um “produto” financeiro ou um instrumento financeiro especulativo?

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síveis. Há coisas que têm de ser feitas a nível europeu e uma delas é a emissão de euro-obrigações. A UE tem de ter uma forma de financiar os seus países sem estar dependente de lógicas espe-culativas. Uma segunda coisa que tem de acontecer é um orçamento comunitá-rio reforçado, ou seja, não tem qualquer lógica termos uma união monetária, com uma moeda em comum e sem orçamen-to comum. A UE não tem mecanismos para financiar os países, sem ser através das lógicas dos mercados financeiros ou do FMI. Por exemplo: se a Califórnia está deficitária, o FMI não vai ajudar a Califórnia, porque os EUA têm mecanis-mos internos que transferem automati-camente fundos daqueles estados que têm muitas receitas para os estados que têm menos receitas e é isto que tem que acontecer na UE. Precisa de haver um mecanismo de transferências para colmatar os desequilíbrios dentro da própria UE. É preciso ter orçamentos reforçados que financiem projectos de investimento, que financiem projectos de criação de emprego. É necessário haver mais coordenação também a ní-vel da segurança social e dos salários, que não devem ser alinhados pelos va-

Até agora os vários PEC e medidas de combate à crise foram-nos apresentados como o único caminho. Que outras alternativas?

MM: É preciso que se perceba que os PEC não são um caminho. A austerida-de não conduz a lado nenhum, a não ser aumentar a crise. O que está a aconte-cer com estas medidas de austeridade é que todo o ajustamento da economia está a ser feito pelo lado dos salários, pelo lado do estado social, e mais nin-guém está a pagar por esta crise. O pa-gamento, na maior parte dos países da Europa, está a ser feito à custa do poder de compra dos trabalhadores. Não se vê uma única medida com vista ao sector financeiro, aos Bancos. O problema é quando se tira poder de compra aos tra-balhadores, há menos consumo, menos dinamismo na economia, as vendas vão necessariamente cair, as empresas vão falir, haverá menos investimento, mais desemprego – é isto a que temos estado a assistir. Portanto, este é um ciclo re-cessivo que não contribui em nada para nos ajudar a sair desta crise. Que alter-nativas é que há? Eu acho que há aqui dois níveis de alternativas que são pos-

compram mais CDS, o seu preço sobe, assim como a expectativa do risco rela-cionado com a dívida e também os juros depois exigidos pelas obrigações sobe-ranas. Como sobem os juros, aumenta o risco associado à economia, e tam-bém o preço dos CDS, e assim suces-sivamente. Deste modo, podemos dizer que neste momento os CDS estão a ser utilizados como instrumento financeiro especulativo.

Como avalia o comportamento/actuação recente do BCE e das agências de rating?

MM: Em relação às agências de ra-ting eu acho que ficou claro. Mas há mais problemas. As agências de rating são instituições privadas, que são pagas pelas instituições que elas próprias ava-liam, completamente permeáveis a pres-sões externas, a pressões dos grandes clientes.

O Banco Central Europeu é outra questão. O BCE foi criado com estatu-tos muito específicos, com o objectivo de controlar a inflação. É o único ob-jectivo do BCE, independentemente da actividade da economia, do crescimen-to do PIB, do nível de emprego, tem de controlar a inflação. E com o argumento de estabilização da moeda europeia, o BCE está proibido de emprestar dinheiro aos países membros, ou seja, comprar dívida pública directamente aos países. Está ainda impedido de emitir moeda, ou obrigações europeias, o que tem agrava-do os problemas da economia europeia.

Isto acontece, em grande medida, porque o Banco Central Europeu está demasiado dependente das economias mais fortes da União Monetária, em es-pecial da Alemanha, e gere a política monetária de acordo com os seus inte-resses, e não os interesses dos países periféricos.

Quando estalou a crise o BCE perce-beu, tarde demais, que tinha que fazer uma intervenção nos mercados finan-ceiros para colmatar a quebra de liqui-dez que se vivia no mercado secundário. Começou então a emprestar mais aos bancos privados a uma taxa reduzida, 1%. Mas ao mesmo tempo que o BCE empresta aos bancos privados, não em-presta aos Estados, nem lhes compra dívida pública. O que acontece é que os bancos privados vão-se financiar ao BCE para depois comprar dívida aos países. O problema aqui é óbvio: a taxa de empréstimo do BCE é 1% e a taxa de empréstimo aos países ronda os 9%, promovendo assim a especulação, e fa-vorecendo os lucros da banca.

Mariana MortáguaMariana Mortágua

Como avalia o comportamento/actuação recente do BCE e das agências de rating?

Até agora os vários PEC e medidas de combate à crise foram-nos apresentados como o único caminho. Que outras alternativas?

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 201114

entrevista

plano e haverá, provavelmente, campo em muitas outras áreas: reabilitação ur-bana, transportes,etc. É preciso investir nos bens transacionáveis. Por que razão é que a economia portuguesa se desen-volveu em torno de bens não transac-cionáveis e não dos transaccionáveis? Porque houve um conjunto de grandes grupos económicos que se foram desen-volvendo à custa da privatização de ser-viços públicos, monopólios naturais, em áreas sem concorrência e que garantiam grandes rendas por vários anos.

A energia, a saúde ou as telecomu-nicações são exemplos destes sectores. Este processo levou a um enviesamento da economia portuguesa em torno da produção de bens não “exportáveis”, mais lucrativos, em detrimentos dos res-tantes.

É preciso uma política que se vire para o investimento público e para a criação de emprego. Tirar poder de compra às pessoas não vai resolver o problema. As pessoas têm de perceber que o que foi feito agora foi tirar anos de ganhos so-ciais em termos de salários, em termos de direitos. Quando é que um trabalha-dor vai voltar a ganhar aquilo que ga-nhava? É um erro considerar que a com-petitividade se faz pelos baixos salários e a prova disso é que há muitos países competitivos que não têm salários bai-xos. Eu não quero competir com a Po-lónia, nem com a China, e não quero ter as condições de trabalho que eles têm. E depois, se toda a gente tivesse uma política de baixos salários quem é que importava? Exportávamos para quem? O problema é que à medida que a aus-teridade se vai generalizando na Euro-pa, e a Europa ainda é o sítio para onde nós exportamos, é o sítio para onde a Alemanha exporta, quem é que vai com-prar as nossas exportações? É um dos problemas pelos quais a competitivida-de pela baixa dos salários não tem qual-quer razão de ser.

Como jovem economista, como vê o futuro e o papel dos sindicatos neste contexto adverso?

MM: Bom, o futuro em geral, já o vi mais claro. Acho que é um momento di-fícil porque se criou uma ideia de inevita-bilidade da austeridade, que é necessá-ria porque não há outro caminho. Acho que é preciso combater essa ideia. Há outros caminhos, a crise não aconteceu porque vivemos acima das nossas pos-sibilidades, ou porque há Estado a mais, por mais que se pense às vezes isso, a crise aconteceu por haver pouco e mau Estado. Os mercados financeiros não são sítios sem lei; os offshores não são

na é um exemplo disso e a África é outro exemplo. A história tem-nos ensinado que há diferentes formas de crescimen-to e desenvolvimento para realidades diferentes e é preciso que isso seja in-teriorizado.

Depois, é urgente haver uma regu-lação do sistema financeiro, é preciso implementar uma taxa sobre as transac-ções financeiras e operações em bolsa, já Keynes defendia isso. Tem de se con-trolar a especulação e eu pessoalmente defendo que é preciso acabar com mui-tos produtos financeiros especulativos.

Em relação a políticas nacionais, não há motivo para serem os trabalhadores a pagar esta crise. Em Portugal, o tra-balho é muito mais taxado que o capital e isso não pode acontecer. Mesmo em termos de IRC, é sabido que a Banca paga taxas efectivas muito baixas. As mais valias da bolsa até há pouco tem-po não eram taxadas. Há espaço para fazer uma reforma fiscal em Portugal, que permita que este ajustamento não seja feito pelo lado dos trabalhadores. Por outro lado é preciso ter uma políti-ca industrial a sério em Portugal. Tem de haver um plano para o desenvolvimen-to do país. As energias renováveis são um bom exemplo do que poderia ser um

lores mais baixos, mas pelos mais ele-vados – o discurso da competitividade leva apenas a dumping social. Portanto, precisamos de um orçamento comuni-tário, de obrigações europeias, de um Banco Central que tenha instrumentos para ajudar os países. Um Banco Cen-tral que possa definir a sua taxa de juro, não só de acordo com a inflação mas também de acordo com a evolução da economia e sobretudo de acordo com o emprego, que possa comprar obrigações aos países, que possa emitir moeda, ter uma política monetária como tinham os bancos nacionais. Um Banco Central que não sirva os interesses da Alemanha e da França, mas que sirva os interesses de uma União Monetária, que tem vários países com condições diferentes.

Isto leva-nos a um outro ponto - o Pacto de Estabilidade. É preciso acabar com um Pacto de Estabilidade que trata todos os países como se fossem o mes-mo. Aplicar a todos os países o mesmo tipo de regras, os mesmos limites de endividamento, entre outras coisas, é um erro económico, é tratar variáveis di-ferentes como se fossem as mesmas e nós já aprendemos ao longo da história que impor os mesmos modelos a países diferentes não funciona. A América Lati-

Como jovem economista, como vê o futuro e o papel dos sindicatos neste contexto adverso?

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A renegociação da dívida irá aconte-cer. Não sou só eu que digo, vários eco-nomistas estão a defender esta ideia. Não é possível pagar juros, mesmo que a 5% quando a economia está a (de)crescer a -2%. Nestas condições a re-negociação é inevitável, mais tarde ou mais cedo. Defendo que seja mais cedo, em melhores condições, e que esteja associada a uma auditoria que nos per-mita perceber que parte da dívida nos pertence e que parte é pura especula-ção ou socialização de prejuízos. Há várias experiências positivas que vão neste sentido, como a auditoria feita no Equador, e que agora também está a ser exigida por vários grupos na Grécia (através de uma petição assinada por vários economistas internacionais).

É preciso romper com a lógica da austeridade que, sem resolver o proble-ma da dívida, agrava a situação da eco-nomia e impede o crescimento.

É hoje muito claro que a austeridade não irá resolver os problemas da nossa economia. Já vamos no quarto PEC e a situação só piorou, sobretudo a nível social, com o desemprego a subir con-tinuamente, enquanto os apoios sociais são cortados. A economia não poderá recuperar e crescer enquanto houver desemprego mais pobreza e cortes su-cessivos no poder de compra dos tra-balhadores.

Veja-se também o que aconteceu à Grécia e à Irlanda. Implementaram os mesmos planos de austeridade, aceita-ram o mesmo tipo de empréstimos do FMI e da União Europeia, e agora estão à beira de ter de reestruturar a sua dí-vida, para além da profunda recessão que enfrentam e do aumento dos níveis de desemprego.

Não podemos fechar os olhos à re-alidade. Não é possível pagar as taxas cobradas pelo empréstimo, somadas ainda às taxas especulativas que esta-mos e vamos pagar pelas emissões de dívida pública. Do ponto de vista moral e de justiça elementar também não me parece justo que sejam os trabalhado-res a pagar os juros especulativos ou a nacionalização dos prejuízos privados, como o BPN, por exemplo.

sítios onde o regulador se esqueceu de regular - as coisas acontecem porque há um contexto institucional que permi-te que elas aconteçam. Acho que vêem aí tempos difíceis, mas também espero que esses tempos sejam marcados por contestação - É preciso que as pessoas percebam que esta situação não é inevi-tável e que as coisas podem ser feitas de forma diferente. Quanto à questão dos sindicatos, acho têm um papel importan-tíssimo neste período. Os Sindicatos são uma meio privilegiado para movimen-tar e consciencializar os trabalhadores. Acho que há também uma necessidade e urgência de os sindicatos perceberem, que têm de adaptar-se aos novos pro-blemas das condições de trabalho. Estão a crescer e a criar-se novas formas de exploração do trabalho, que têm carac-terísticas diferentes e que eu acho que exigem respostas diferentes das Comis-sões de Trabalhadores e dos Sindicatos. Esta é a geração dos precários, que, na sua maioria, não se revê nos sindicatos, é inegável. O mundo do trabalho mudou em Portugal, o que não diminui em nada o papel dos sindicatos, acho que só obriga a uma reflexão e a uma evolução. Pelos vistos não estão criadas as condi-ções de revolta que acontecem noutros países, é a ideologia do medo, as pesso-as têm medo de perder o pouco que têm. Por outro lado, as pessoas saem hoje da Faculdade com a ideia que têm que ser individualistas, sacar o mais possível e o resto não interessa nada, salve-se quem puder! Esta é uma geração sem memória de conquistas...

É importante combater a ideia de que nos jovens tem menos direitos porque as gerações anteriores foram privilegiadas. É um discurso enviesado que terá como consequência um agravamento das con-dições para todos. As novas gerações devem exigir ter tantos direitos como as anteriores, e não o contrário – os direitos de uns são os direitos de outros.

Em que é que o FMI/FEEF vai alterar esta situação? É mesmo inevitável?

MM: Bom, o plano de “resgate” que nos foi apresentado (em inglês) não é muito diferente dos planos de austerida-de anteriores em termos de efeitos para a economia. É mais grave porque é mais duro e prolongado, mas, sobretudo, por-que carrega uma forte componente an-tidemocrática. É preciso ver que tanto o FMI como a Comissão Europeia não são instituições democráticas, sujeitas a sufrágio. Estão portanto muito longe das reivindicações das pessoas, e têm toda a liberdade para implementar medidas anti-sociais, imunes a protestos.

Mariana MortáguaMariana Mortágua

Em que é que o FMI/FEEF vai alterar esta situação? É mesmo inevitável?

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 201116

história

A pergunta que é feita com maior frequência sobre o divórcio, “por que é tão vulgar hoje em dia?”, é implicitamente histórica, pois qualquer resposta implica a questão “por que era tão invulgar no passado?”

breve história do divórcio

Um dos paradoxos da moderna sociedade ocidental é a simultânea popularidade do casamento e do divórcio.De facto, o divórcio tornou-se o parceiro vulgar do casamento, já que segundo as estatísticas, e, dependendo do país em vivemos, um em cada dois, três ou quatro casamentos acaba em divórcio.

Têm sido apresentadas razões muito diferentes para explicar o aumento do divórcio. De entre elas salientamos uma mudança ou declínio da “moralidade”, o decréscimo da influência da religião, os efeitos dos movimentos feministas, as mulheres casadas que trabalham fora de casa e as crescentes expec-tativas do casamento.

O mundo ocidental foi durante séculos influenciado pelo di-reito canónico e pela doutrina católica romana, que afirmava (e continua a afirmar) que a validade do matrimónio contraído não pode ser dissolvida. Mesmo depois da Reforma Protes-tante e do caso de Henrique VIII no século XVI, e apesar da progressiva rejeição da postura da igreja católica, só nos finais do século XX chegamos a um ponto em que as leis civis do divórcio, as atitudes populares e as práticas das nossas leis nada devem, praticamente, às doutrinas católicas que foram dominantes ao longo dos séculos.

Mas nem sempre foi assim: No inicio da era cristã o que pre-valecia eram as leis judaica e romana. A lei judaica dava ao marido grande autoridade para repudiar a mulher se “coabi-tar com ela e depois ela deixar de lhe agradar porque des-cobriu nela qualquer coisa de inconveniente”. Mesmo assim, havia limitações aos poderes do marido, já que ele não podia divorciar-se da mulher se maliciosa e falsamente a acusasse de algo. A lei romana permitia o pedido de divórcio mútuo ou unilateral sem restrições, porque o casamento também exigia o consentimento mútuo das partes. Só mais tarde o impera-dor Justiniano restringiu o divórcio aos casos de justa causa: um dos fundamentos aceitáveis incluíam o adultério, quer por parte do marido, quer por parte da mulher.Eram estas as leis que vigoravam, com mais ou menos dife-renças, consoante ao costumes das diversas sociedades e culturas.

Por volta do século IV, vários textos bíblicos foram interpre-tados pela maioria das autoridades eclesiásticas de maneira diferente de até então. É nesta época que se institui na doutrina católica o celibato – o estado de ser não-casado. O casa-mento, segundo esta doutrina, era oferecido àqueles que não conseguiam ser sexualmente continentes, e, consequentemen-te mais fracos, pelo que era considerado um estado inferior. Assim o divórcio poderia ser bem-vindo como uma espécie de retorno ao estado de celibato (não obstante um celibato manchado). Mas não é assim. As autoridades eclesiásticas, baseadas na passagem bíblica “o que Deus uniu, não pode o homem separá-lo”, entendem que um contrato matrimonial válido não pode ser dissolvido.Muito claramente, a posição cristã relativamente ao divórcio desviou-se, em todas as circunstâncias, dramaticamente, das doutrinas e práticas judaicas e romanas prevalecentes.

Estas novas regras, apesar de implementadas, não foram de imediato adoptadas por todos os países. As leis locais, a cul-

tura, os hábitos e costumes das populações sobreviveram du-rante muito tempo às tentativas por parte da igreja para impor as suas normas.Por exemplo a lei canónica sobre o casamento foi aceite na Islândia no século XIII, mas as tentativas para a impor a uma população, cuja lei permitia o divórcio, só datam de 1429. Ainda que a igreja tenha substituído, com sucesso, a lei indí-gena do divórcio, esta foi uma breve vitória, porque um século e meio mais tarde a Islândia, tal como a maioria dos países da Europa Central e da Europa do Norte, acolheram caloro-samente a Reforma.

No início do século XVI, a Reforma Protestante iniciada por Martin Lutero propõe uma reforma profunda na doutrina da Igreja Católica, tendo a adesão imediata de vários sacerdotes e governantes da Europa. A vitória desta nova doutrina, não traz grandes alterações à lei do casamento. Apesar de ad-mitir o divórcio (Lutero defende que o divórcio não significa que seja feito pelo homem, porque não pode acontecer sem a vontade de Deus), este só poderia ser aceite basicamente fundamentado em questões sexuais (impotência sexual, recusa da mulher em ter relações sexuais com o marido, adultério). Ao contrário da incompatibilidade sexual, a incompatibilidade emocional, de um modo geral (salvo em questões de extrema violência marital), não justificava o divórcio.Os ensinamentos de Lutero e depois de Calvino sobre o divór-cio foram as doutrinas mais importantes articuladas durante a Reforma por que se inspirou a legislação de grande parte da Europa. Em alguns territórios protestantes, contudo, refor-mistas desenvolveram doutrinas legislação próprias, a maioria das vezes mais progressista, sendo a Suécia, ainda no século XVI, o primeiro país a adoptar leis que permitiam aos homens e mulheres divorciarem-se, baseando-se no facto de terem casamentos opressivos, intoleráveis ou simplesmente desa-gradáveis.No entanto estas leis quase nunca tinham efeitos práticos, já que muitas vezes os juízes e chefes espirituais eram influen-ciados por um forte sentido de tradição e pelos princípios de indissolubilidade matrimonial, pelo que a grande maioria dos pedidos de divórcio era rejeitada. Para além disso o processo (principalmente em Inglaterra) era muito longo e caro o que levava as pessoas a desistir.

No início do século XVII, a Europa começa a colonizar a Amé-rica e são formadas várias colónias. Embora as cartas das várias colónias proibissem a promulgação de legislação que fosse contra a lei prevalecente em Inglaterra, as normas matri-moniais nas colónias divergiam substancialmente da doutrina anglicana. O casamento foi declarado um acto civil, pelo que só aos magistrados civis, e não os ministros eclesiásticos, era permitido solenizar casamentos Simultaneamente algumas colónias criaram disposições ad hoc (mais tarde leis) para o divórcio. A partir de 1629, na co-lónia de Massachusetts Bay, o divórcio, tal como o casamento,

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históriahistória

pôde ser obtido nos tribunais civis. Apesar deste avanço, os motivos que poderiam ser invocados eram ainda muito restri-tivos, não indo muito além do adultério e dos “hábitos cruéis do marido”. De seguida outras colónias adoptarem medidas mais “liberais” das cláusulas do divórcio.Depressa a Europa teve conhecimento destas novas práticas, o que fez com que muitos europeus se instalassem no Novo Mundo com o propósito de se divorciarem. Apesar do grande avanço em relação ao velho continente, as taxas de divórcios eram ainda muito baixas o que é explicável por predisposições religiosas e ideológicas gerais. Depois da independência (finais do século XVIII), assiste-se a uma súbita vaga de legislação relacionada com o divórcio em quase todos os estados (ex-colónias) e muitos deles liberaliza-ram as suas políticas de divórcio para além dos fundamentos normalmente aceites do adultério e crueldade extrema. Simultaneamente na Europa, assiste-se a uma progressiva secularização (processo pelo qual a religião deixa de ser o aspecto cultural agregador), bem como se dá início ao Ilumi-nismo e à Revolução Francesa. Todos estes factores levaram a que, um pouco por toda a Europa (principalmente Europa do Norte), as leis do casamento se alterem e o divórcio deixasse de ser regulamentado pelo direito eclesiástico e se tornasse um assunto de direito civil.Em França, nos finais do século XVIII e início do século XIX, o divórcio chega mesmo a ser retratado como trazendo três benefícios principais à sociedade: promover o crescimento po-pulacional (casais desavindos não mantêm relações sexuais e consequentemente não procriam), regenerar a moralidade e aumentar a felicidade e a harmonia dentro das famílias. Data também desta época as primeiras considerações na lei do divórcio em relação aos filhos e às obrigações sociais con-feridas pela paternidade.Curiosamente (ou não) eram as mulheres que mais utilizam as novas leis para pedirem o divórcio. A razão é simples: os ho-mens gozavam de maior mobilidade, ausentando-se por largos períodos de tempo, deixando muitas vezes as mulheres em casa a proverem a própria subsistência e a dos filhos. Ora se conseguiam manter-se sozinhas, muitas vezes durante anos, não precisavam de se subjugar ao marido.

Em muitos aspectos o divórcio foi alterado com leis cada vez mais liberalizantes desde 1800 até à eclosão da 1ª Grande Guerra, em 1914. Primeiro espalhou-se geograficamente, de tal modo que por volta de 1914 só alguns estados católicos da Europa, nomeadamente Espanha, Portugal, Itália e a Irlanda, não tinham disposições para o divórcio e assim permanece-ram até bastante tarde no século XX. Mais ainda, o divórcio

de tradição europeia espalhou-se para além da sociedade ocidental do mundo atlântico. O divórcio foi introduzido na Austrália, Índias Ocidentais e em alguns países de África. Nos finais do século XIX a configuração do divórcio tinha dimen-sões mundiais, adequadas a um período que viu um surto de imperialismo europeu.

Os cinquenta anos que antecederam a 1ª Guerra Mundial foram sem dúvida, um período transitório de grande importância na história de divórcio. Na maioria dos países, estados e colónias, o divórcio ou foi legalizado ou liberalizado, as taxas de divórcio começaram a aumentar apreciavelmente e o divórcio tornou-se uma importante questão social.Mas só a partir da 1ª Grande Guerra é que se dá um crescimen-to considerável do divórcio (um aumento da taxa de divórcio é uma característica de muitos períodos pós-guerra), já que até aqui eram principalmente as classes mais abastadas que recorriam a ele. Além das alterações às leis e políticas de divórcio, o desen-volvimento social e económico generalizado também desem-penhou um papel preponderante. É normalmente aceite que o número de divórcios tende a aumentar em épocas de prospe-ridade e, nada melhor para o explicar como verificar que as taxas de divórcio durante a grande depressão económica de 1929, baixaram consideravelmente nos Estados Unidos para, depois da crise passar, voltarem a aumentar. Depois da 2ª Guerra Mundial, volta-se a assistir a uma subida nas taxas de divórcio, mas é a partir dos anos 60 do século XX que se dá um rápido e massivo alastramento do divórcio.Face às modificações verificadas na sociedade – há uma com-pleta “revolução cultural” a nível mundial, as leis do divórcio, na maioria dos países, pela primeira vez adoptam medidas de não culpabilidade, isto é, permitem a dissolução do ca-samento em circunstâncias onde não existia qualquer culpa, responsabilidade ou ofensa precisa a ser atribuída a qualquer dos conjugues. Apesar de toda esta evolução a nível mundial, nalguns países da Europa como Espanha, Itália, Irlanda e Portugal, onde exis-tia uma forte e particular influência da Igreja Católica Romana na modelação da lei da família, o divórcio continuava a ser proibido àqueles que tinham contraído matrimónio de acordo com o rito católico romano. Só nos finais dos anos 70 (em Portugal) e princípios dos anos 80 (Espanha e Itália) é que as leis do divórcio foram comple-tamente revistas e aprovadas.A República da Irlanda a par do Vaticano, Andorra e São Mari-nho, são os únicos países da Europa onde o divórcio ainda não é permitido. Curiosamente a Irlanda (um país profundamente católico) fez um referendo em 1986 com o propósito de uma emenda à Constituição de forma a permitir que fosse decre-tada uma lei do divórcio, e o resultado foi de 66% contra e apenas 34% a favor.O aumento do divórcio em massa durante o século XX é um fenómeno generalizado, explicado pelas expectativas crescen-tes em relação ao casamento, pelas alterações económicas, sociais, legais e culturais que permitem que mais casamentos se desfaçam.No fundo um casamento não deixa de ser uma embarcação frágil, desgovernada e levada pelas crescentes marés de ex-pectativas, continuando a tripulação a discutir qual das velas deveria erguer, enquanto a embarcação dos seus sonhos é desfeita em pedaços nos penhascos de uma reviravolta da atribulada vida em comum.

FONTE: DESFAZER O NÓ - BREVE HISTÓRIA DO DIVÓRCIO, DE RODERICK PHILLIPS- EDIÇÃO ORIGINAL: CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1991- EDIÇÃO PORTUGUESA: TERRAMAR

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 201118

O 7º Torneio de Futsal do STEC decorreu no Pavilhão Municipal do Luso, na Mealhada, durante os dias 19 e 20 de Fevereiro.

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7º torneio de futsal"tártaros" campeões

Participaram as equipas:Secadegas, de Guimarães;Stecvários, de Ansião;Eros 888, de Vila Nova de Gaia;Educa-con-dores e Tártaros, de Lisboa.

No primeiro dia do Torneio, jogando todas as equipas umas com as outras, efectuaram-se 10 jogos de apuramento.

No segundo dia efectuaram-se 4 jogos para efei-to de classificação final. A grande vencedora do torneio foi a equipa dos Tártaros, que ganhou, na final, à equipa dos Se-cadegas, pelo resultado de 1 - 0.

A Classificação final por equipas ficou assim or-denada:

António Capelão Rui Sequeira

Tártaros - Lisboa

Secadegas - Guimarães

1º Tártaros - Lisboa

2º Secadegas - Guimarães

3º Educa-con-dores - Lisboa

4º Eros 888 - V.N. Gaia

5º Stecvários - Ansião

A seguir ao jogo da final as equipas juntaram-se para um almoço de convívio, que foi servido no Restaurante do Conjunto Turístico Quinta dos Três Pinheiros, na Mealhada, empreendimento onde as equipas ficaram alojadas.

O almoço que juntou cerca de 70 participantes e acompanhantes, decorreu com toda a boa dis-posição e camaradagem, sendo distribuídos pré-mios e lembranças a todos os participantes.

Guarda-redes menos batido:António Capelão - “Secadegas”

1 golo sofrido

Melhor marcador:Rui Sequeira - “Educa-con-dores”

5 golos marcados

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Partimos rumo à serra algarvia, num sábado nebuloso, para um fim-de-semana diferente. O ponto de encontro estava marcado nas Caldas de Monchique, no hotel onde ficámos instalados.A envolvência da natureza antecipava uma tranquila e relaxada estadia para recarregar baterias.

Através de estradas sinuosas dirigi-mo-nos a uma tradicional destilaria de aguardente de medronho onde assis-timos a todo o processo da “estila”. A caldeira estava acesa transformando o medronho, anteriormente fermentado nas pipas, em vapor, que ao passar pelo tubo de cobre arrefecido pela água, se transformava na preciosa aguardente que saía a um ritmo lento mas contínuo, imprescindível para garantir a qualidade da mesma. Todos tivemos oportunidade de a provar e os mais audazes aprecia-ram-na ainda quente, acabada de fazer. Algumas iguarias regionais, como o pão, a chouriça e a assadura acompanharam a nossa prova. Antes de partirmos, fo-mos ainda interpelados pelo proprietário para beber mais um cálice de aguarden-te, a “abaladiça”, fazendo jus à tradição, na abalada.

Dando continuidade ao roteiro gastro-nómico, jantámos num dos mais co-nhecidos restaurantes de Monchique, saboreando algumas iguarias, onde destacamos o arroz com castanhas, feijão e carne como tendo sido a mais apreciada.

No domingo de manhã iniciámos uma caminhada em torno das Caldas de Monchique. O ritmo da marcha foi dita-do pelos menos velozes, permitindo-nos contemplar a natureza e a beleza da pai-sagem. O guia explicou-nos as caracte-rísticas do local, que pelas suas parti-cularidades climatéricas é comparado à Serra de Sintra. A presença da água é valorizada neste local, em muitos mo-mentos da história, desde o tempo dos romanos. A formação das rochas e do solo têm uma grande influência vulcâni-ca e a vegetação, para além de diversifi-cada, é também marcada pela abundân-cia de ferro no solo.

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passeio à serra de Monchique

O nosso passeio terminou depois de um merecido almoço-convívio no centro de Monchique, preenchido com mais al-gumas especialidades típicas e regado com um bom vinho da região algarvia e mais uma melosa, a “abaladiça”!

Esperamos por todos em próxima inicia-tiva, já no mês de Maio.

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 201120

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V concurso de fotografia STEC - os vencedores

Embora com participação inferior aos concursos anteriores, realizou-se mais um concurso de fotografia do STEC.

O Júri, constituído pelos fotógrafos Vítor Garcia, Luís Garção e Arnaldo Carvalho avaliou os traba-lhos e decidiu da atribuição dos prémios.

Apresentamos aqui apenas as fotografias premia-das em cada categoria:

Sendo certo que nem todos podem ganhar, agrade-cemos a participação nesta iniciativa e esperamos poder contar com todos em próximos concursos.

Sem TítuloAna Luz Mendes Lopes

"Guardião da Noite"Ana Isabel de Almeida B. S. Biléu

"4 Horas da Tarde"Paulo Jorge Raposo Cavaco

COR

COR

COR

PRETO E BRANCO

PRETO E BRANCO

PRETO E BRANCO

1º PRÉMIO

2º PRÉMIO

3º PRÉMIO

1º PRÉMIO

2º PRÉMIO

3º PRÉMIO

"Tempos Passados"Ana Isabel de Almeida B. S. Biléu

"Solitário"Tiago João Ferreira Santos

"Metro"Inês João do Nascimento A. L. Delgado

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protocolosprotocolos

Apresentamos os novos protocolos estabelecidos entre o STEC e outras entidades. Para qualquer esclarecimento

complementar é favor contactar a Sede, em Lisboa, ou as Delegações de Coimbra e Porto.

SMP - Serviço Médico Permanente, S.A.Rua Manuel Ferreira de Andrade, 10-D 1500-417 LISBOA Tel. 210 056 700 Fax. 210 056 790E-mail. [email protected]

Protocolo com benefícios e preços especiais para sócios do STEC e familiares: - De 2ª feira a domingo 2h a 24h - preço mensal com urgência do-miciliária médica 24 horas; - Apoio na higiene pessoal, na mobilidade, acompanhamento nas deslocações ao exterior, apoio na alimentação, supervisão da me-dicação, apoio nas tarefas domésticas - desconto 10% no preço mensal; - Cartão Platinum (apoio domiciliário médico, apoio domiciliário de enfermagem, transporte em ambulância, acesso à rede dentária e médico especialista, exames complementares, seguro de aciden-tes e seguro de saúde) - preço anual com desconto 20%; - Cartão Classic (apoio médico domiciliário 7 dias x 24 h, acesso à rede de prestadores, transportes em ambulância) - preço anual-40,00€ com taxa moderadora de 10,00€, por consulta.

CLÍNICA PROJECTO SAÚDEAv Ceuta, Ed D. Manuel I, Bloco B, Loja E8125-116 QUARTEIRA Tel. 289 057 919 Tm. 969 719 090Fax. 289 057 919 E-mail. [email protected]

Mediante a apresentação do cartão de sócio é concedido um des-conto de 10% nos seguintes serviços: - Consultas de Pediatria, Nutrição e Psicologia; - Apoio domiciliário (Fisioterapia, Terapia da Fala, Enfermagem ou Psicologia); - Massagens; - Aulas de preparação para o nascimento, pós-parto, linguagem do bebé e massagem do bebé; - Pilates e Yoga; - Fisioterapia (incluindo a reeducação postural global e a interven-ção na incontinência urinária de stress) - Enfermagem; - Terapia da Fala e Terapia Ocupacional; - Consultas de Acupunctura Tradicional Chinesa e Acupunctura estética.

Constituem excepções as Análises Clínicas e a consulta de Fisia-tria, assim como outros serviços que possam ser acrescentados à tabela de preços (que não estejam contemplados de momento).

ESCOLA FUTEBOL ARTUR TAIRAUrb. Parque São Domingos - Largo das Safiras, 57 R/C Frt. 2785-812 SÃO DOMINGOS DE RANA E-mail. [email protected]

Descontos para filhos de sócios: - 1 filho inscrito - mensalidade com o valor de 31,50€ (10% des-conto); - 2 fi lhos inscritos - mensalidade com o valor de 51,00€ (15%desconto); - na inscrição de 2 filhos, o valor da inscrição do 2º filho é gratuita.

COLÉGIO DO VALEAvenida Vale Bem, 24Marisol 2820-391 CHARNECA DA CAPARICA Tel. 212 979 650 Fax. 212 979 659E-mail. [email protected] www.colegiodovale.pt

Protocolo com 10% de desconto no valor mensal do serviço "Fre-quência" para filhos de sócios, não acumulável com outros des-contos, a novos alunos que venham a inscrever-se no Colégio do Vale ao abrigo do presente protocolo.

COLÉGIO CONTEMPORÂNEORua Manuel José Martins Gonçalves, 270Póvoa do Varzim 4495-271 AMORIMTm. 910 608 667 / 927 469 024E-mail. [email protected]

Mediante a apresentação do cartão de sócio serão aplicados os seguintes descontos: - 20% no valor da inscrição; - 30% no valor da mensalidade.

NAVILEME - Consultadoria Náutica, LdaRua Sr. da Boa Morte, 23 R/C - Largo Ouro 4150-685 PORTO

Desconto de 15% no custo de curso/exame; cursos exclusivos para associados, acompanhantes e familiares; formação dias úteis/fins de semana.

CENTRO CLÍNICO SÃO CRISTOVÃOAvenida Movimento das Forças Armadas, 7 R/C Dto. 2700-595 AMADORA Tel. 214 944 231 / 214 925 682 Tm. 915 307 915E-mail. [email protected]

Para sócios e familiares directos que comprovem a sua situação mediante a apresentação do cartão de sócio e documento de identificação: Desconto de 20% sobre os preços em vigor em todos os serviços/cuidados de saúde das seguintes especialidades: - Medicina Dentária; - Clínica Geral;- Urologia; - Dermatologia;- Psicologia; - Psiquiatria;- Terapia da Fala; - Medicina Tradicional Chinesa; - Nutricionismo. Desconto de 10% nas seguintes especialidades: - Ortodontia; - Cirurgia Maxilo-facial; - Implantes e Próteses.

Nota: Os descontos não são acumuláveis com quaisquer outro decorrente de outro protocolo, sistema ou subsistema de saúde, seguros e campanhas publicitárias.

ensino privado

desporto e saúde

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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 201122

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QUINTA SÃO SIMÃO - Turismo RuralTabuaças, 365 4850-431 VIEIRA DO MINHO Tel. / Fax. 253 648 270 Tm. 934 090 077 E-mail. [email protected] www.quintasaosimao.com

Desconto de 15% durante todo o ano sobre os preços de balcão para sócios e familiares.

Ô HOTELS & RESORTSHotel Golf Mar e Hotel das Termas no Vimeiro Hotel Astória e Hotel Fonte Santa Termas de Monfortinho www.ohotelsandresorts.com/pt

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ATLÂNTIDA MAR HOTEL Boavista, 9 9760-557 PRAIA DA VITÓRIA Açores - Portugal Tel. / Fax. 295 543 263E-mail. [email protected] www.atlantidamarhotel.com

Desconto de 15% sobre a tarifa normal de alojamento que se encontra no site do Hotel, para sócios do STEC que comprovem a sua situação de sócio através do cartão ou declaração. Este desconto não é acumulável com outras promoções ou progra-mas em vigor.

PALMATOURS Av. Fontes Pereira Melo, 35 - 11º C 1050-118 LISBOA Tel. 214 391 901Fax. 214 391 421 E-mail. [email protected]

Descontos especiais para sócios: - Compra de viagens do catálogo da Palmatours efectuadas di-rectamente ao balcão:

- Pagamento em numerário: 6% desconto;- Pagamento com cartão de crédito: 4% desconto.

- Compra de viagens do catálogo de outros operadores:- 6% desconto.

- Bilhetes de aviação - caso a caso

Para o acima referido, exceptuam-se as viagens programadas para grupos e as promoções, as quais já são orçamentadas com as reduções possíveis.

SATSANGA SPA - Vila GaléE-mail. [email protected]

Benefícios e preços especiais para sócios do STEC, não exten-síveis a familiares e amigos: - Desconto de 20% sobre os preços de tabela na aquisição de massagens/tratamentos; - Utilização livre dos serviços do SPA (piscina, jacuzzi, sau-na, banho turco e ginásio de segunda a sexta feira das 09h às 21h) pelo custo anual de 420,00€ ou pelo pagamento mensal de 35,00€ com contrato de um ano; - Utilização livre dos serviços do SPA (piscina, jacuzzi, sauna, banho turco e ginásio de segunda a sexta feira das 09h às 21h) com duas aulas de grupo semanais pelo pagamento mensal de 40,00€ com contrato de um ano; - 20% de desconto na compra do pack de 30 dias no valor de 150,00€ com a validade de 4 meses.

PLAZA CLINICRua Silva Carvalho, 321, Piso 2, Loja N Amoreiras Plaza 1250- 252 LISBOA Tel. 213 807 000Tm. 931 197 071 / 968 766 327E-mail. [email protected]

Descontos e benefícios para sócios e familiares: - Desconto especial de 30% de "Boas Vindas" numa Massagem de Relaxamento ou numa Limpeza de pele, por sócio do STEC, por um período de 3 meses, que terá início a 1 de Fevereiro (não acumuláveis com outras promoções, vales os descontos); - Desconto de 15% sobre os tratamentos no documento em Anexo - não aplicáveis aos serviços abrangidos durante o pe-ríodo de boas vindas (não acumuláveis com outras promoções, vales ou descontos);

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Desconto para sócios de 2,00€ no preço dos bilhetes dos es-pectáculos do Teatro e dos espectáculos por eles acolhidos.

cultura e lazer

agências de viagens

hotéis

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Sede STEC - LISBOA Largo Machado de Assis, Lote-A, 1700-116 LISBOAtel 21 845 4970/1 - móv 93 859 0888, 91 849 6124fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128 - fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554 - fax 23 982 6802

www.stec.pt e-mail: [email protected]

Consulte outros protocolos e iniciativas

no Livro Horas Livres e Protocolos STEC

protocolosprotocolos

OSIRISRua Gomes Freire, 191 A 1150-178 LISBOA Tel. 213 139 500Fax. 213 139 501 E-mail. [email protected]

Descontos e condições especiais para sócios do STEC e seus familiares:

- Desconto de 5% em todas as reservas hoteleiras em Portugal ou no estrangeiro. - Descontos nos pacotes turísticos:

- 8% - em programas exclusivos da Osiris; - 7% - em programas dos operadores turísticos em charter; - 6% - na restante programação dos operadores turísticos.

- Tratamento de todas as reservas e emissão de documentos de transporte das passagens de caminhos de ferro; - Tratamento da reserva e emissão dos respectivos documen-tos de transporte nas passagens aéreas, sem qualquer taxa de serviço; - Obtenção de vistos consulares sem qualquer taxa de serviço; - Facilidades de pagamento, sempre que solicitado e dependen-do da viagem; - A Osiris assegurará a entrega das documentações na área da grande Lisboa sem qualquer custo adicional.

As reservas dos serviços poderão ser efectuadas em qualquer dos escritórios na Sede, Rua Gomes Freire ou nas filiais em Lis-boa (Rua Cidade Bolama) e Carnaxide, contra a apresentação de documento comprovativo da situação de sócio.

D-VIAGEMwww.dviagem.com

A D-Viagem - Agência de Viagens concede aos sócios do STEC, funcionários, colaboradores e seus acompanhantes os seguin-tes descontos:

Até 7% - Em reservas de pacotes organizados pela D-Viagens nos operadores do Grupo ORIZONIA (Iberojet, Solplan, Viva-tours, Ibercuba, Solplan Costas) ou outros por ela recomenda-dos, desde que tais pacotes se encontrem publicados ou publi-citados pela D-Viagem em folheto e realizadas com um mínimo do 60 dias de antecedência.

Até 5% - Em pacotes de viagens em promoção, habitualmente designados por ofertas.

Observações: - Os descontos apresentados são válidos nas Lojas da Rede de Viagem; - É necessário apresentar documento comprovativo no acto da reserva; - Os descontos não são aplicáveis nas taxas, suplementos, se-guros, impostos e em bilhetes aéreos, comboio ou barco adqui-ridos isoladamente; - Os descontos não são acumuláveis com outras campanhas ou descontos; - Pagamento com cartão de crédito usufrui no máximo de um desconto de 5% nas reservas antecipadas e 3% nas Ofertas.

PRINKwww.prink.pt

Desconto de 3% em produtos da marca Prink em toda a rede de lojas Prink mediante a apresentação do cartão de sócio ou decla-ração emitida pelo STEC que comprove a situação de sócio.

Para usufruir do referido desconto deverão cumulativamente fazer adesão ao cartão Prinkard.

DEPILCONCEPTAv. Bernardo Santareno, 29, Loja Direita 2005-177 SANTARÉM (Zona do Hospital) Tel. 243 302 548 Tm. 968 454 996E-mail. [email protected]

A DepilConcept Santarém compromete-se a conceder aos asso-ciados do STEC e seus familiares os seguintes benefícios:

- 30% de desconto na aquisição de Pack a partir de 10 zonas; - Oferta de uma sessão de Depilação Permanente ao Buço ou Axilas; - Oferta de uma sessão de Fotorejuvenescimento ao Rosto; - 10% de desconto somente na Depilação a Cera.

SERVILUSARua Entreposto Industrial, 8 - 2º EsqAlfragide 2610-135 AMADORA Tel. 800 204 222 (número nacional grátis 24 horas)www.servilusa.pt

A Servilusa praticará descontos para funerais aos associados do STEC, seus cônjuges, ascendentes e descendentes directos de 1º grau numa percentagem de 45% dobre Organização Técnica e Serviço de Agência da tabela em vigor; 10% sobre os Artigos Re-ligiosos, Serviço de Florista, Manutenção e Limpeza de Jazigos e Sepulturas, Exumações.

diversos / outros

Page 24: vai a CGD - STEC · 2012-12-26 · greve geral de 24 de novembro contratação sindical O STEC aderiu à Greve Geral convocada pela CGTP, apresentando o pré-aviso a todas as Empresas

STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 201124

insólito

Por outro lado, quem tem a ousadia de se queixar do barulho, do pó, dos ras-gões nos casacos, da falta de higiene e segurança, nem que seja só em jeito de desabafo, é mal visto e até ameaçado, por certas hierarquias, às vezes só pelo simples facto de falar do assunto com os seus representantes sindicais. Que acontecerá se, como é de lei, algum tra-balhador, legitimamente, se queixar às autoridades de saúde? Nada de bom, seguramente!

Este clima de medo, de arrogância gratui-ta, do “come e cala; quem não está bem muda-se; quem manda pode; você não é pago p’ra pensar”, promovido a “cartilha”, como forma privilegiada de gerir pesso-as, é, para além de uma primária falta de

É insólito, ou talvez não, como, com tan-tos anos de experiência nesta matéria, se continuam a cometer os mesmos erros e a insistir na mesma solução, quando o ra-zoável seria fazer o contrário. E dizemos talvez não, porque quem tem o poder de decidir, sempre tem optado por fazer con-viver, à força, contra tudo e contra todos, martelos, cimento, pó, tábuas e pregos, barulho e confusão, com pessoas que li-dam com dinheiro, papéis, computadores e especialmente clientes, num ambiente que se supõe dever ser de silêncio, digni-dade, higiene e salubridade.

Será por simples teimosia, falsos critérios de poupança, ou então simples afirmação pessoal de quem anda sempre à procura de, a todo o custo, “mostrar serviço”?

[email protected]

Sede STEC - LISBOA Largo Machado de Assis, Lote-A, 1700-116 LISBOAtel 21 845 4970/1 - móv 93 859 0888, 91 849 6124 fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554fax 23 982 6802

insólito comer (pó) e calar!

Obras nas agências da CGD é quase sempre sinónimo de confusão e enorme falta de respeito por quem lá trabalha e também por quem tem que lá ir.

qualidades humanas e profissionais para dirigir o que quer que seja, um retrocesso civilizacional e a negação total de quem, pomposamente, designa os outros por colaboradores…É como quem diz: colaborem… mas não digam nada, basta obedecer e agradecer reverentemente! Felizmente que há excepções, mas es-sas deveriam ser a regra, numa empresa com o nome da CGD.

Simplesmente insólito!... não é?

Boletim Informativo Caixa Aberta Nº 27 , Maio de 2011 - Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 6500 ExemplaresDirecção e Redacção: Departamento de Comunicação do STEC - Concepção Gráfica: Hardfolio - Impressão: Ligrate - Atelier Gráfico, Lda.