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VANGUARDAS ARTÍSTICAS VANGUARDAS ARTÍSTICAS
EUROPÉIASEUROPÉIAS
- “ISMOS” -- “ISMOS” -
Vanguardas: em termos artísticos, designa aqueles que
prevêem e anunciam o futuro, os novos tempos.
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
O grito (1893), de Edvard
Munch; óleo sobre
cartão.
A boba (1917), tela de
Anita Malfatti em que
sobressaem os
elementos dramático,
emocional e, enquanto
temática, marginal.
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
Maternidade, Almada-
Negreiros. A tendência
expressionista calcada no
exagero atinge em cheio
os modernistas
portugueses.
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
Crianças abandonadas,
Lasar Segall. O aspecto
quase caricatural da
realidade é o que a
pintura expressionista
traduz.
Expressionismo na literatura:
• Linguagem fragmentada, elíptica, constituída por frases nominais (basicamente aglomeração de substantivos e adjetivos), às vezes até sem sujeito;
• Despreocupação com a organização do texto em estrofes, com o emprego de rimas ou de musicalidade;
• Combate à fome, a inércia e aos valores do mundo burguês.
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
FuturismoFuturismo
Parada amorosa, 1917.
Nesta tela, o cubista
Picabia faz nítida
homenagem à máquina,
realçando a tendência
futurista de “valorizar os
mecanismos que movem
o mundo”, em suas
próprias palavras.
FuturismoFuturismo
Automóvel
correndo,
de Giacomo
Bahia.
FuturismoFuturismoFuturismo na literatura:• A destruição da sintaxe e a disposição das “palavras em liberdade”;• O emprego de verbos no infinitivo, com vistas à substantivação da
linguagem;• A abolição dos adjetivos e dos advérbios;• O emprego do substantivo duplo (burguês-burguês, burguês-níquel,
mulher-golfo) em lugar do substantivo acompanhado de adjetivo;• A abolição da pontuação, que seria substituída por sinais da
matemática (+) , (-) , (=) , (<) , (>) e pelos sinais musicais;• A destruição do eu , isto é, toda a psicologia;• Onomatopéias e imagens que incorporam o som das engrenagens
da máquina;• Percepção por analogia.
Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim(...)
(Álvaro de Campos – heterônimo de Fernando Pessoa)
FuturismoFuturismo
CubismoCubismo
Les Demoiselles
d’Avignon (1907), de
Pablo Picasso.
CubismoCubismo
Carnaval em Madureira,
Tarsila do Amaral. De
Albert Gleizes, Tarsila
recebeu a chave do
Cubismo, que cultivou
com amor e sob uma
ótica construtivista.
CubismoCubismo
Mulher com flor (1932), de
Pablo Picasso, que assim se
manifestou em certa ocasião:
“Toda a gente quer
compreender a arte. Por que
não tentam compreender as
canções de um pássaro? [...]
Pessoas que querem explicar
telas normalmente ladram para
a árvore errada”.
Cubismo na literatura:
• Humor;
• Antiintelectualismo;
• Valorização dos cinco sentidos;
• Superposição de planos – frases breves e rápidas – cinematográficas;
• Ilogismo – mais analógico que lógico.
CubismoCubismo
CubismoCubismo
Era um homem bem vestido
Foi beber no botequim
Bebeu muito, bebeu tanto
Que
Poeminha cinético
saiude
láa
ss
im.
(Millôr Fernandes)
O Capoeira
- Qué apanhá sordado?- O quê?- Qué apanha? Pernas e cabeças na calçada
(Oswald de Andrade)
CubismoCubismo
DadaísmoDadaísmo
Colagem-espelho,
obra de
Kurt Schwitters,
de 1920.
DadaísmoDadaísmo
Marcel Duchamp
Dadaísmo na Literatura:
• Agressividade, improvisação, desordem;
• Rejeição a qualquer tipo de racionalização e
equilíbrio;
• Livre associação de palavras – o acaso substitui a
inspiração, a brincadeira substitui a seriedade;
• Invenção de palavras com base na exploração da
sonoridade.
DadaísmoDadaísmo
DadaísmoDadaísmoReceita para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.Pegue a tesoura.Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.Recorte o artigo.Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.Agite suavemente.Tire em seguida cada pedaço um após o outro.Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.O poema se parecerá com você.E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
(Tristan Tzara)
DadaísmoDadaísmo A Batalha
Berr... bum, bumbum, bum...
Ssi... bum, papapa bum, bumm
Zazzau... Dum, bum, bumbumbum
Prä, prä, prä... râ, äh-äh, aa...
Haho! ...
(Ludwig Kassak)
SurrealismoSurrealismoNeste Rosto de Mae West
podendo ser utilizado como
apartamento surrealista,
Salvador Dalí apropria-se da
técnica de colagem dos
dadaístas, apresentando
objetos deslocados de suas
funções: os cabelos de atriz
transformados em continas; os
olhos, em quadros; o nariz, em
aparador; os lábios, em
poltrona.
SurrealismoSurrealismo
Sonho provocado pelo
vôo de uma abelha em
torno de uma romã, um
segundo antes do
despertar, data de 1944.
Salvador Dalí.
SurrealismoSurrealismo
A persistência da memória, de Salvador Dalí.
Surrealismo na literatura:
•Imagens oníricas - extraídas do sonho, do imaginário;
•Metáforas surreais – realidade e sonho se conjugam;
SurrealismoSurrealismo
SurrealismoSurrealismo Estudo nº 6
Tua cabeça é uma dália gigante que se desfolha nos meus braços.
Nas tuas unhas se escondem algas vermelhas,
E da árvore de tuas pestanas
Nascem luzes atraídas pelas abelhas.
(...)
(Murilo Mendes)
SurrealismoSurrealismo Poema da amiga
“Gosto de estar a teu lado,Sem brilho.Tua presença é uma carne de peixe,De resistência mansa e um brancoEscoando azuis profundos.
Eu tenho liberdade em ti.Anoiteço feito um bairro,Sem brilho algum.
Estamos no interior duma asa Que fechou.” (Mário de Andrade)
ModernismoModernismo
SEMANA DE ARTE MODERNASEMANA DE ARTE MODERNA
• Aconteceu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, ano do Centenário da Independência e da Criação do Partido Comunista Brasileiro
• Marco cultural de um novo movimento literário: o Modernismo
• Ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo
• A semana de 22 causou um choque no público, pois os poemas eram sem rimas, as músicas ruídos, estrondos.
• Durante essa Semana ocorreram os “festivais.
• Aconteceu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, ano do Centenário da Independência e da Criação do Partido Comunista Brasileiro
• Marco cultural de um novo movimento literário: o Modernismo
• Ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo
• A semana de 22 causou um choque no público, pois os poemas eram sem rimas, as músicas ruídos, estrondos.
• Durante essa Semana ocorreram os “festivais.
Eventos que influenciaram a Semana de 22
Eventos que influenciaram a Semana de 22• Oswald de Andrade retorna da Europa, impregnado do
Futurismo de Marinetti, e afirmando que “estamos atrasados cinqüenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno Parnasianismo”.
• Primeira exposição de pintura de Anita Malfati, que retorna da Europa trazendo influências pós-impressionistas.
• Organização da revista Orpheu, com manifestos e poemas do Modernismo português, por Luís de Montalvor e Ronald de Carvalho.
• Banquete no palácio do Trianon, em homenagem ao lançamento de As Máscaras, de Menotti del Picchia. Oswald de Andrade faz um discurso, afirmando a chegada da revolução modernista no Brasil.
• Oswald de Andrade retorna da Europa, impregnado do Futurismo de Marinetti, e afirmando que “estamos atrasados cinqüenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno Parnasianismo”.
• Primeira exposição de pintura de Anita Malfati, que retorna da Europa trazendo influências pós-impressionistas.
• Organização da revista Orpheu, com manifestos e poemas do Modernismo português, por Luís de Montalvor e Ronald de Carvalho.
• Banquete no palácio do Trianon, em homenagem ao lançamento de As Máscaras, de Menotti del Picchia. Oswald de Andrade faz um discurso, afirmando a chegada da revolução modernista no Brasil.
O dia 13 de fevereiroO dia 13 de fevereiro• A semana foi aberta por Graça Aranha com a
sua conferencia “A emoção estética na arte moderna”, que começa assim:“Para muitos de vós a curiosa e sugestiva exposição que gloriosamente inauguramos hoje é uma aglomeração de ‘horrores’. Aquele Gênio suplicado, aquele homem amarelo, aquele carnaval alucinante, aquela paisagem invertida se não são jogos de fantasia de artistas zombeteiros, são seguramente desvairadas interpretações da natureza e da vida. Não está terminado o vosso espanto. Outros ‘horrores’ vos esperam. Daqui a pouco, juntando-se a esta coleção de disparates, uma poesia liberta, uma música extravagante, mas transcendente, virão revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado. Para estes retardatários a arte ainda é o Belo.”
• Na mesma noite, além da conferência “A pintura e a escultura no Brasil”, apresentada por Ronald de Carvalho, foi declamado o poema-sátira Os sapos.
• A semana foi aberta por Graça Aranha com a sua conferencia “A emoção estética na arte moderna”, que começa assim:“Para muitos de vós a curiosa e sugestiva exposição que gloriosamente inauguramos hoje é uma aglomeração de ‘horrores’. Aquele Gênio suplicado, aquele homem amarelo, aquele carnaval alucinante, aquela paisagem invertida se não são jogos de fantasia de artistas zombeteiros, são seguramente desvairadas interpretações da natureza e da vida. Não está terminado o vosso espanto. Outros ‘horrores’ vos esperam. Daqui a pouco, juntando-se a esta coleção de disparates, uma poesia liberta, uma música extravagante, mas transcendente, virão revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado. Para estes retardatários a arte ainda é o Belo.”
• Na mesma noite, além da conferência “A pintura e a escultura no Brasil”, apresentada por Ronald de Carvalho, foi declamado o poema-sátira Os sapos.
O dia 15 de fevereiroO dia 15 de fevereiro
• O dia 15, apesar das vaias, é considerado o auge da Semana, quando Menotti del Picchia discorreu sobre a arte moderna, propondo mudanças e, sobretudo, o abandono de motivos europeus, incentivando o nacionalismo e a exploração de nosso folclore:
“(...) Nada de postiço, meloso, artificial, arrevezado, precioso: queremos escrever com sangue – que é humanidade; com eletricidade – que é movimento, expressão dinâmica do século; violência – que é energia bandeirante.
Assim nascerá uma arte genuinamente brasileira, filha do céu e da terra, do Homem e do mistério. (...)”
• O dia 15, apesar das vaias, é considerado o auge da Semana, quando Menotti del Picchia discorreu sobre a arte moderna, propondo mudanças e, sobretudo, o abandono de motivos europeus, incentivando o nacionalismo e a exploração de nosso folclore:
“(...) Nada de postiço, meloso, artificial, arrevezado, precioso: queremos escrever com sangue – que é humanidade; com eletricidade – que é movimento, expressão dinâmica do século; violência – que é energia bandeirante.
Assim nascerá uma arte genuinamente brasileira, filha do céu e da terra, do Homem e do mistério. (...)”
O dia 17 de fevereiroO dia 17 de fevereiro
• A ultima noite foi dedicada à música, apresentando Villa lobos e Guiomar Novaes.
• Além das conferências e apresentações, havia no saguão do teatro exposições de obras dos artistas plásticos do momento.
• A despeito de muitas críticas e divisão de opiniões, iniciava-se, desse modo, o Modernismo no Brasil.
• A ultima noite foi dedicada à música, apresentando Villa lobos e Guiomar Novaes.
• Além das conferências e apresentações, havia no saguão do teatro exposições de obras dos artistas plásticos do momento.
• A despeito de muitas críticas e divisão de opiniões, iniciava-se, desse modo, o Modernismo no Brasil.
PARTICIPANTESPARTICIPANTES
• Música: Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novaes e Ernâni Braga
• Literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado, Sérgio Milliet, Afonso Schimidt, Graça Aranha
• Pintura: Anita Malfati, Di Cavalcanti
• Escultura: Victor Brecheret
• Arquitetura: Antonio Moya
• Música: Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novaes e Ernâni Braga
• Literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado, Sérgio Milliet, Afonso Schimidt, Graça Aranha
• Pintura: Anita Malfati, Di Cavalcanti
• Escultura: Victor Brecheret
• Arquitetura: Antonio Moya
Alguns dos organizadores e participantes da Semana de Arte Moderna
Alguns dos organizadores e participantes da Semana de Arte Moderna
Cartaz de Di CavalcantiCartaz de Di Cavalcanti
Di Cavalcanti
Moças
Di Cavalcanti
Moças
PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA
PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA
• Inicia-se em 1922, com a Semana de Arte Moderna, e se prolonga até 1930
• Rompimento com todas as estruturas do passado: Parnasianismo, Simbolismo e Arte acadêmica
• A geração de 22 caracteriza-se como guerreira e combativa em conseqüência da necessidade de definições. Daí um caráter anárquico e um forte sentido destruidor, definido por Mário de Andrade:
"(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e idéias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. (...)
• Linguagem também rompe com o tradicional: a métrica, a rima, a linearidade do discurso não são mais usados
• Inicia-se em 1922, com a Semana de Arte Moderna, e se prolonga até 1930
• Rompimento com todas as estruturas do passado: Parnasianismo, Simbolismo e Arte acadêmica
• A geração de 22 caracteriza-se como guerreira e combativa em conseqüência da necessidade de definições. Daí um caráter anárquico e um forte sentido destruidor, definido por Mário de Andrade:
"(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e idéias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. (...)
• Linguagem também rompe com o tradicional: a métrica, a rima, a linearidade do discurso não são mais usados
Ao mesmo tempo que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo gerado neste período se manifesta em múltiplos aspectos: uma volta às origens, a procura de uma "língua brasileira" (a língua falada pelo povo nas ruas), as paródias - numa tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras - e a valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
Esse nacionalismo, ora é crítico, ora é ufanista: crítico: denuncia a realidade, identificado politicamente com as esquerdas ufanista: utópico e exagerado, identificado com as correntes de extrema direita
Período rico em manifestos e revistas de curta duração: Vertentes críticas: Manifesto da Poesia Pau-Brasil e Manifesto
Antropófago, comandado por Oswald de Andrade Vertentes ufanistas: Manifesto Verde-amarelismo ou Grupo da
Anta, comandado por Plínio Salgado
Manifesto da Poesia Pau-BrasilEscrito por Oswald de AndradeInicialmente publicado no jornal Correio da Manhã – 1924No ano seguinte, inaugurou o livro de poesia Pau-Brasil – uma forma reduzia e alterada do manifesto – ilustrada por Tarsila do AmaralPropõe uma literatura vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil
Vendedor de frutas, de Tarsila do Amaral. Tela da fase Pau-Brasil da pintora, que alia a construção cubista à fauna, à vegetação e às cores tropicais
Trechos:
“A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.”
“(...) Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano. (...)”
Verde-Amarelismo
Surge em 1926, como uma resposta ao nacionalismo do Pau-BrasilCrítica ao "nacionalismo afrancesado" de Oswald de Andrade e apresentava como proposta um nacionalismo primitivista, ufanista e identificado com o fascismo Parte-se para a idolatria do tupi e elege-se a anta como símbolo nacionalOswald de Andrade contra-ataca com o artigo “Antologia”, fazendo uma série de brincadeiras, utilizando palavras iniciadas ou terminadas com antaUm ano depois, Oswald escreve o Manifesto Antropófago, ainda como resposta aos seguidores da Escola da Anta
Revista de Antropofagia
Abaporu, de Tarsila do Amaral. Obra que inspirou o movimento antropofágico e cujo título significa, em tupi, aquele que come
Duas fases: Iniciada com o polêmico Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade. A revista foi exemplo prático da mistura ideológica em que o movimento modernista se transformou: artigos de Oswald, Mário de Andrade, Drummond; e textos de Plínio Salgado e poesias de Guilherme de Almeida, típicos representantes da Escola da AntaA segunda fase apresenta-se mais definida ideologicamente – houve uma ruptura entre Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Afinal, vivia-se uma época de definições.
Trecho: "Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos oscoletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupy or not tupy, that is the question.
SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA
SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA
• Iniciada em 1930, com a publicação de Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade, e encerada em 1945
• As conquistas de 22 - o verso livre, a liberdade temática; a prosa, o coloquial e o irônico no contexto poético e o antiacademicismo - caracterizam também as obras dos poetas de 30, como Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes
• Período extremamente rico tanto na produção poética quanto na prosa
• Iniciada em 1930, com a publicação de Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade, e encerada em 1945
• As conquistas de 22 - o verso livre, a liberdade temática; a prosa, o coloquial e o irônico no contexto poético e o antiacademicismo - caracterizam também as obras dos poetas de 30, como Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes
• Período extremamente rico tanto na produção poética quanto na prosa
Poesia Representa um amadurecimento e um aprofundamento das conquistas da geração de 1922 É possível perceber a influência de Mário e Oswald de Andrade sobre os jovens – os que iniciaram sua produção poética após a realização da Semana. Carlos Drummond de Andrade dedicou seu livro de estréia, Alguma poesia (1930), a Mário de Andrade Os novos poetas seguindo o verso livre e a poesia sintética. Por exemplo, o poema "Cota zero", de Drummond:
"Stop. A vida parouou foi o automóvel?”
O artista passa a se questionar como indivíduo e como artista em sua "tentativa de explorar e de interpretar o estar no mundo”
Revalorizam e conciliam elementos da tradição com os novos tempos. Os gêneros literários (lírico, épico, dramático), as formas poéticas fixas – como o soneto – e também os estilos tradicionais voltam a aparecer:
Neo-Simbolismo de Cecília Meireles e Neo-Romantismo de Vinicius de Moraes
ProsaRegistrou a estréia de alguns dos nomes mais significativos do romance brasileiroAutores como Graciliano Ramos e Jorge Amado, produzem um literatura de caráter mais construtivo, mais madura em sua prosa inovadoraRomance caracterizado pela denúncia social, relações eu/mundo atingindo um grau mais elevado O regionalismo ganha extrema importância, levando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e social:
"A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste que me deu uma alma agreste“
Paulo Honório, personagem-narrador do romance São Bernardo de Graciliano Ramos.
Neo-Realismo , dando uma nova dimensão ao estilo realista e ao romance regionalista brasileiro. Essa tendência alcançou maior repercussão e importância na época, pois denunciou alguns problemas sociais como a seca, a miséria, a fome e o coronelismo
TERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTATERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTA• Iniciada em 1945 e se prolonga até 1960
• O período de 1960 até os dias de hoje é considerado Tendências Contemporâneas
• Retrocesso em relação às conquistas de 22: propõe uma volta ao passado, revalorizando a rima, a métrica, o vocabulário erudito
• Geração de 45: Passadista, acadêmica. Por outro lado, introduziu uma nova cultura internacional nas letras brasileiras. Autores como Fernando Pessoa e Frederico Garcia Lorca influenciaram-na significativamente
• Iniciada em 1945 e se prolonga até 1960
• O período de 1960 até os dias de hoje é considerado Tendências Contemporâneas
• Retrocesso em relação às conquistas de 22: propõe uma volta ao passado, revalorizando a rima, a métrica, o vocabulário erudito
• Geração de 45: Passadista, acadêmica. Por outro lado, introduziu uma nova cultura internacional nas letras brasileiras. Autores como Fernando Pessoa e Frederico Garcia Lorca influenciaram-na significativamente
Em contraposição as produções literárias passadista, três grandes escritores se sobressaem:
Prosa: Guimarães Rosa e Clarice Lispector Poesia: João Cabral de Melo Neto
Tais escritores têm em comum o senso do compromisso entre a arte e a realidade, o comprometimento do escritor e de sua obra na vida social. Assim retomam:
nacionalismo da geração de 22 o universalismo da geração de 30
VANGUARDAS ARTÍSTICAS VANGUARDAS ARTÍSTICAS
EUROPÉIASEUROPÉIAS
- “ISMOS” -- “ISMOS” -
Vanguardas: em termos artísticos, designa aqueles que
prevêem e anunciam o futuro, os novos tempos.
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
O grito (1893), de Edvard
Munch; óleo sobre
cartão.
A boba (1917), tela de
Anita Malfatti em que
sobressaem os
elementos dramático,
emocional e, enquanto
temática, marginal.
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
Maternidade, Almada-
Negreiros. A tendência
expressionista calcada no
exagero atinge em cheio
os modernistas
portugueses.
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
Crianças abandonadas,
Lasar Segall. O aspecto
quase caricatural da
realidade é o que a
pintura expressionista
traduz.
Expressionismo na literatura:
• Linguagem fragmentada, elíptica, constituída por frases nominais (basicamente aglomeração de substantivos e adjetivos), às vezes até sem sujeito;
• Despreocupação com a organização do texto em estrofes, com o emprego de rimas ou de musicalidade;
• Combate à fome, a inércia e aos valores do mundo burguês.
Expressionismo na literatura:
• Linguagem fragmentada, elíptica, constituída por frases nominais (basicamente aglomeração de substantivos e adjetivos), às vezes até sem sujeito;
• Despreocupação com a organização do texto em estrofes, com o emprego de rimas ou de musicalidade;
• Combate à fome, a inércia e aos valores do mundo burguês.
ExpressionismoExpressionismoExpressionismoExpressionismo
FuturismoFuturismo
Parada amorosa, 1917.
Nesta tela, o cubista
Picabia faz nítida
homenagem à máquina,
realçando a tendência
futurista de “valorizar os
mecanismos que movem
o mundo”, em suas
próprias palavras.
FuturismoFuturismo
Automóvel
correndo,
de Giacomo
Bahia.
FuturismoFuturismoFuturismo na literatura:• A destruição da sintaxe e a disposição das “palavras em liberdade”;• O emprego de verbos no infinitivo, com vistas à substantivação da
linguagem;• A abolição dos adjetivos e dos advérbios;• O emprego do substantivo duplo (burguês-burguês, burguês-níquel,
mulher-golfo) em lugar do substantivo acompanhado de adjetivo;• A abolição da pontuação, que seria substituída por sinais da
matemática (+) , (-) , (=) , (<) , (>) e pelos sinais musicais;• A destruição do eu , isto é, toda a psicologia;• Onomatopéias e imagens que incorporam o som das engrenagens da
máquina;• Percepção por analogia.
Futurismo na literatura:• A destruição da sintaxe e a disposição das “palavras em liberdade”;• O emprego de verbos no infinitivo, com vistas à substantivação da
linguagem;• A abolição dos adjetivos e dos advérbios;• O emprego do substantivo duplo (burguês-burguês, burguês-níquel,
mulher-golfo) em lugar do substantivo acompanhado de adjetivo;• A abolição da pontuação, que seria substituída por sinais da
matemática (+) , (-) , (=) , (<) , (>) e pelos sinais musicais;• A destruição do eu , isto é, toda a psicologia;• Onomatopéias e imagens que incorporam o som das engrenagens da
máquina;• Percepção por analogia.
Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim(...)
(Álvaro de Campos – heterônimo de Fernando Pessoa)
Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim(...)
(Álvaro de Campos – heterônimo de Fernando Pessoa)
FuturismoFuturismo
CubismoCubismo
Les Demoiselles
d’Avignon (1907), de
Pablo Picasso.
CubismoCubismo
Carnaval em Madureira,
Tarsila do Amaral. De
Albert Gleizes, Tarsila
recebeu a chave do
Cubismo, que cultivou
com amor e sob uma
ótica construtivista.
CubismoCubismo
Mulher com flor (1932), de
Pablo Picasso, que assim se
manifestou em certa ocasião:
“Toda a gente quer
compreender a arte. Por que
não tentam compreender as
canções de um pássaro? [...]
Pessoas que querem explicar
telas normalmente ladram para
a árvore errada”.
Cubismo na literatura:
• Humor;
• Antiintelectualismo;
• Valorização dos cinco sentidos;
• Superposição de planos – frases breves e rápidas – cinematográficas;
• Ilogismo – mais analógico que lógico.
Cubismo na literatura:
• Humor;
• Antiintelectualismo;
• Valorização dos cinco sentidos;
• Superposição de planos – frases breves e rápidas – cinematográficas;
• Ilogismo – mais analógico que lógico.
CubismoCubismo
CubismoCubismo
Era um homem bem vestido
Foi beber no botequim
Bebeu muito, bebeu tanto
Que
Poeminha cinético
saiude
láa
ss
im.
(Millôr Fernandes)
O Capoeira
- Qué apanhá sordado?- O quê?- Qué apanha? Pernas e cabeças na calçada
(Oswald de Andrade)
CubismoCubismo
DadaísmoDadaísmo
Colagem-espelho,
obra de
Kurt Schwitters,
de 1920.
DadaísmoDadaísmo
Marcel Duchamp
Dadaísmo na Literatura:
• Agressividade, improvisação, desordem;
• Rejeição a qualquer tipo de racionalização e
equilíbrio;
• Livre associação de palavras – o acaso substitui a
inspiração, a brincadeira substitui a seriedade;
• Invenção de palavras com base na exploração da
sonoridade.
Dadaísmo na Literatura:
• Agressividade, improvisação, desordem;
• Rejeição a qualquer tipo de racionalização e
equilíbrio;
• Livre associação de palavras – o acaso substitui a
inspiração, a brincadeira substitui a seriedade;
• Invenção de palavras com base na exploração da
sonoridade.
DadaísmoDadaísmo
DadaísmoDadaísmoReceita para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.Pegue a tesoura.Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.Recorte o artigo.Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.Agite suavemente.Tire em seguida cada pedaço um após o outro.Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.O poema se parecerá com você.E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
(Tristan Tzara)
DadaísmoDadaísmo A Batalha
Berr... bum, bumbum, bum...
Ssi... bum, papapa bum, bumm
Zazzau... Dum, bum, bumbumbum
Prä, prä, prä... râ, äh-äh, aa...
Haho! ...
(Ludwig Kassak)
SurrealismoSurrealismoNeste Rosto de Mae West
podendo ser utilizado como
apartamento surrealista,
Salvador Dalí apropria-se da
técnica de colagem dos
dadaístas, apresentando
objetos deslocados de suas
funções: os cabelos de atriz
transformados em continas; os
olhos, em quadros; o nariz, em
aparador; os lábios, em
poltrona.
SurrealismoSurrealismo
Sonho provocado pelo
vôo de uma abelha em
torno de uma romã, um
segundo antes do
despertar, data de 1944.
Salvador Dalí.
SurrealismoSurrealismo
A persistência da memória, de Salvador Dalí.
Surrealismo na literatura:
•Imagens oníricas - extraídas do sonho, do imaginário;
•Metáforas surreais – realidade e sonho se conjugam;
SurrealismoSurrealismo
SurrealismoSurrealismo Estudo nº 6
Tua cabeça é uma dália gigante que se desfolha nos meus braços.
Nas tuas unhas se escondem algas vermelhas,
E da árvore de tuas pestanas
Nascem luzes atraídas pelas abelhas.
(...)
(Murilo Mendes)
SurrealismoSurrealismo Poema da amiga
“Gosto de estar a teu lado,Sem brilho.Tua presença é uma carne de peixe,De resistência mansa e um brancoEscoando azuis profundos.
Eu tenho liberdade em ti.Anoiteço feito um bairro,Sem brilho algum.
Estamos no interior duma asa Que fechou.” (Mário de Andrade)