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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO ZOOTECNIA Variabilidade genética do desenvolvimento ponderal em bovinos da raça Nelore no Mato Grosso Willi Franz Nehls Sinop, Mato Grosso Julho de 2013

Variabilidade genética do desenvolvimento ponderal em ... · As estimativas de variância genética aditiva direta e de ambiente ... Os pesos corporais após aleitamento refletem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO ZOOTECNIA

Variabilidade genética do desenvolvimento ponderal em bovinos

da raça Nelore no Mato Grosso

Willi Franz Nehls

Sinop, Mato Grosso

Julho de 2013

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WILLI FRANZ NEHLS

Variabilidade genética do desenvolvimento ponderal em bovinos

da raça Nelore no Mato Grosso

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em

Zootecnia da UFMT, Campus Universitário de Sinop, como

parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em

Zootecnia.

Área de concentração: Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Vieira de Araújo

Sinop, Mato Grosso

Julho de 2013

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores – ANCP.

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RESUMO

NEHLS, Willi Franz, Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de Mato

Grosso, Campus Universitário de Sinop, julho de 2013, 53 f. Variabilidade genética do

desenvolvimento ponderal em bovinos da raça Nelore no Mato Grosso. Orientador: Prof. Dr.

Cláudio Vieira de Araújo. Coorientadores: Prof. Dr. André Soares de Oliveira e Prof. Dr.

Eduardo Henrique Bevitori Kling de Moraes.

Foram utilizados 138.976 registros de informações de pesos corporais variando de 60

a 610 dias de idade, provenientes de 27.327 animais da raça Nelore, oriundos de rebanhos

do estado do Mato Grosso, com o objetivo de descrever a variabilidade genética e estimar

parâmetros genéticos para o peso vivo em diferentes idades, por meio do modelo de

regressão aleatória. O modelo utilizado incluiu efeitos fixos de grupo de contemporâneos e

idade da vaca ao parto como covariável, além de efeitos aleatórios genético aditivo direto,

genético materno, ambiente permanente de animal, ambiente permanente materno e efeito

de ambiente temporário disposto em duas classes. Foi utilizado finção polinomial de

Legendre de quarta ordem para todos os efeitos aleatórios, bem como para a curva fixa do

modelo. As estimativas de variância genética aditiva direta e de ambiente permanente de

animal aumentaram com a idade dos animais. As variâncias genética materna e de ambiente

permanente materno exibiram comportamento semelhante, com maiores valores na fase de

aleitamento. As estimativas de herdabilidade variou de 0,25 a 0,43, com maiores estimativas

em idades mais avançadas na trajetória de crescimento dos animais. Os valores de

herdabilidade sugerem presença de variabilidade genética suficiente para obtenção de ganho

genético expressivo por meio do efeito da seleção, já a partir da desmama aos 210 dias de

idade, visto que as estimativas praticamente se mantiveram constantes até aos 550 dias de

idade (peso ao sobreano). O mesmo comportamento foi observado para a repetibilidade de

animal. A repetibilidade materna e herdabilidade materna apresentou maiores estimativas no

início da trajetória. Os resultados encontrados para a correlação genética aditiva direta

exibiram baixas correlações entre pesos nas idades iniciais e finais, porém, com os pesos

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altamente correlacionados entre idades mais próximas. As correlações genéticas estimadas

entre os pesos da desmama com os pesos até 610 dias de idade foram altas e positivas e

indicam que a maior parte dos genes responsáveis por maiores pesos nesse período são os

mesmos.

Palavras-chave: Correlação genética, gado de corte, herdabilidade, pesos, polinômios ortogonais de

Legendre.

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ABSTRACT

NEHLS, Willi Franz, Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Federal University of Mato Grosso,

Campus of Sinop, Julho de 2013, 46 f. Genetic variability weight growth for Nelore cattle in

Mato Grosso state. Adviser: Prof. Dr. Cláudio Vieira de Araújo. Co-adivisers: Prof. Cláudio Vieira

de Araújo e Prof. Dr. Eduardo Henrique Bevitori Kling de Moraes.

There used 138,976 records of body weights ranging from 60 to 610 days of age, from 27,327

Nellore cattle from Mato Grosso state in order to describe the genetic variability and to estimate

genetic parameters for body weight of the animals using a random regression model. The model

included the fixed effects of contemporary group and age of calving of dam as covariate and

random additive direct genetic effects, maternal genetic, animal permanent environmental, maternal

permanent environment and temporary environment effect with two classes. It was used Legendre

polynomial function of the fourth order for all random effects and fixed curve of the model.

Estimates of additive genetic and direct permanent environmental animal increased with age of the

animals. Variances maternal genetic and permanent environmental maternal exhibited similar

behavior, with higher values in pre-weaning. Heritability estimates varied from 0.25 for 0.43, with

higher estimates in more advanced ages in the growth trajectory. Same behavior was observed for

repeatability of animal. The heritability values suggest the presence of sufficient genetic variability

to obtain significant gain genetic by effect of selection. The repeatability of maternal and maternal

heritability showed estimates greater to the beginning of the trajectory. The results for the direct

additive genetic correlations showing low correlations between weights at early ages with weights

at higher ages, however, highly correlated with the weights at ages closer. The estimated genetic

correlations between weights at weaning and at 610 days of age were high and positive and indicate

that most of the genes responsible for high weights in this period are the same.

Keywords: Genetic correlation, beef cattle, heritability, weights, orthogonal polynomials of

Legendre.

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SUMÁRIO

ITENS Página

1. INTRODUÇÃO 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3

3. MATERIAL E MÉTODOS 10

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 18

4.1 Influência do número reduzido de observações nos

4.2 Extremos da trajetória sobre a estimação de

componentes de variância..........

18

4.3 Escolha da estrutura da função de covariância do

modelo de regressão aleatória.......

21

4.4 Detecção e correção para heterogeneidade de

variância residual

28

Estimativas de parâmetros genéticos 33

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 39

6. CONCLUSÕES 41

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42

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1. INTRODUÇÃO

A expansão da raça Nelore, no Mato Grosso, tem se destacado em número de animais e

cativado cada vez mais pecuaristas. Em 2012, foram realizados 86 eventos que movimentaram R$

42 milhões (Fonte: Agrodebate). Neste ano, o abate de bovinos somou 530 mil animais em abril e

foi o segundo maior em um mês na história do Estado. Ao atingirem esse número, os abates dos

quatro primeiros meses superaram em 12,3% os de janeiro a abril do ano passado (Fonte: Blog do

Nelore). Neste contexto, é necessário salientar a importância do melhoramento genético como uma

das ferramentas para o aprimoramento desta raça, por meio de seleção.

O ponto chave do processo seletivo de animais baseia-se no tipo de animal adequado para as

condições ambientais em que o mesmo será criado, estabelecendo-se, dessa forma, os critérios de

seleção. Com base em critérios seletivos correlacionados com a maior eficiência, ao assegurar-se

que os indivíduos geneticamente superiores irão contribuir com um maior número de prole para a

geração seguinte, garantir-se a maior produção média dos animais, com alto retorno econômico sem

grandes gastos.

Todos os programas de seleção genética para a raça Nelore utilizam peso às idades

padronizadas, como forma de avaliar o crescimento ponderal dos candidatos à seleção. Os bovinos

apresentam dois períodos distintos no desenvolvimento ponderal: período de aleitamento e pós-

desmame. No período de aleitamento o ganho de peso é muito influenciado por fatores ambientais,

proporcionado pela matriz (efeito materno). Nesta fase o desenvolvimento ponderal do bezerro é

uma medida a eficiência da mãe em criar sua prole, portanto são medidas utilizadas para a seleção

de fêmeas.

Os pesos corporais após aleitamento refletem o ganho potencial devido à ação dos genes do

próprio animal, com pouca influência da ação da matriz, pois os mesmos pesos são livres da

influência da habilidade materna da mãe. Animais com maiores pesos nestas idades são também

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animais que atingem maiores pesos ao abate, pois os mesmos apresentam correlações genéticas

altas e positivas com o peso adulto do animal.

O crescimento animal, normalmente é entendido como aumento de massa corporal (aumento

de peso, altura, comprimento) através da produção de novas células - hiperplasia -, que ocorre

durante a fase embrionária, e aumento no tamanho das células – hipertrofia - após o nascimento, em

mamíferos. A curva de crescimento animal, em teoria, pode ser entendida como uma curva

sigmoide, caracterizada por uma fase pré-puberdade, de aceleração, e outra fase de desaceleração

pós-puberdade O crescimento ponderal, por sua vez, é uma característica muito utilizada na

bovinocultura de corte, onde se analisa o ganho de peso em diferentes fases da vida do animal. As

medidas utilizadas são peso ao nascer, a desmama (120 e 210 dias), 365, 450 e 550 dias de idade.

O comportamento ponderal dos animais é de grande interesse no melhoramento genético e

pode ser expresso e registrado continuamente ao longo da vida do animal (KIRKPATRICK &

HECKMAN, 1989), podendo ser classificado como uma característica continua longitudinal ou de

dimensão infinita. Para variáveis que apresentam variação contínua no tempo ou no espaço, tem-se,

recentemente, observado crescente interesse no uso de modelos de regressão aleatória (MRA) para

análise de dados, como o peso corporal em gado de corte, cuja mudança é gradual e contínua ao

longo do tempo (ALBUQUERQUE & MEYER 2001; MEYER, 1998, 1999, 2002; NOBRE, 2003).

Objetivou-se identificar quais os graus de polinômios de Legendre a serem utilizados nas

funções de covariâncias para descrição das variâncias dos efeitos aleatórios pertencentes ao MRA

para descrever a variação da trajetória de crescimento dos animais da raça Nelore, bem como

utilizá-lo na estimação de parâmetros genéticos para o peso vivo dos animais em diferentes idades

ao longo da trajetória de crescimento dos animais. Avaliar e corrigir a presença de heterogeneidade

de variâncias residuais ao longo da trajetória de crescimento dos mesmos.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Os MRAs têm sido propostos como alternativa na avaliação genética de dados longitudinais,

como no caso de pesos corporais em diferentes idades, pois suas funções de covariância resultantes

são os mais apropriados para a análise destes (Meyer, 1998).

Entre as vantagens da metodologia de MRA, reside o fato de que os parâmetros de uma

característica quantitativa são descritos como uma função sob uma escala contínua, ocasionando

mudança no panorama descontínuo das estimativas de variâncias e covariâncias (Kirkpatrick et al.,

1990). Entretanto, a aplicação de MRAs requer número considerável de parâmetros para descrever

as funções de covariâncias associadas, principalmente de funções de covariâncias relacionadas ao

crescimento de gado de corte em idades precoces, o qual está sujeito aos efeitos genéticos e de

ambiente permanente materno, entre outros (Meyer, 2002).

Outra vantagem do uso de modelos de regressão aleatória na descrição do crescimento

ponderal de bovinos consiste em considerar a presença de heterogeneidade da variância residual,

ajustando diferentes estimativas em diferentes períodos ao longo da trajetória de crescimento dos

animais, permitindo maiores estimativas de parâmetros genéticos e acurácia nas predições de

valores genéticos, bem como a possibilidade de se obter parâmetros genéticos e valores genéticos

para qualquer idade do animal ao longo da curva de crescimento.

A aplicação de MRA para características de crescimento em bovinos permite estimar e

predizer parâmetros e valores genéticos para qualquer idade desejada, mesmo para idades em que o

animal não tenha sido mensurado. Com a utilização desses modelos, não há necessidade de se criar

classes de idades ou de utilizar fatores de ajuste para idade, uma vez que esta está incluída na matriz

de delineamento. Além disto, esses modelos permitem a utilização eficiente de toda a informação

disponível de cada animal, já que todas as medidas do animal e de seus parentes são utilizadas para

a avaliação genética, com potencial aumento da acurácia das estimativas.

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A utilização de MRAs permite considerar mudanças na média e variâncias da característica

ao longo do tempo, assim como estimar a covariância entre qualquer par de pontos na trajetória por

meio das denominadas funções de covariância. Segundo Kirkpatrick et al. (1990), as funções de

covariância são funções contínuas que permitem estimar as variâncias e covariâncias de uma

característica medida em diferentes pontos de uma trajetória. Os MRAs podem ser considerados um

caso especial das funções de covariância ou modelos de dimensão infinita.

Kirkpatrick e Heckman (1989) definiram como caracteres de dimensão infinita, ou seja,

caracteres oriundos de dados longitudinais, aqueles nos quais o fenótipo de um indivíduo é descrito

por uma função, em vez de um número finito de mensurações. Como exemplo de caracteres de

dimensão infinita, os autores relataram a trajetória de crescimento de um indivíduo, a qual pode ser

considerada como uma função que relaciona a idade com algumas mensurações do tamanho

corporal. Assim o peso corporal do indivíduo para cada diferente idade pode ser considerado uma

característica diferente, havendo, portanto, um número infinito de idades.

Em uma abordagem dimensional infinita, a estrutura de covariância pode ser modelada

como uma função de covariância entre as épocas ti e tj, por exemplo, que representam pontos ao

longo de uma trajetória definida. A função de covariância permite analisar uma mudança gradual de

covariância no tempo, além de predizer variâncias e covariâncias para todos os pontos ao longo de

uma trajetória, ainda que não se tenha ou se tenham poucas observações feitas para esses pontos,

porém utilizando a informação de todas as outras medidas.

No melhoramento genético animal, o interesse em características que mudam com o tempo é em

especial atenção nos parâmetros genéticos, os quais podem fornecer a informação de como se pode

trabalhar geneticamente tais alterações. Kirkpatrick e Heckman (1989) apresentaram três vantagens

dos modelos de função de covariância sobre os modelos de características múltiplas em dados

longitudinais:

1) pode-se utilizar modelagem com acurácia da estrutura de covariância dos tratamentos

descritos;

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2) os modelos são capazes de predizer estruturas de covariância em qualquer ponto ao longo de

uma escala contínua (tempo), permitindo que as covariâncias entre idades que não tenham sido

mensuradas sejam facilmente obtidas por interpolação, e

3) podem permitir analisar padrões de covariância que são associados com mudanças

particulares da característica ao longo da trajetória, por meio de um conjunto de autovalores e

autofunções.

Kirkpatrick et al. (1990) desenvolveram dois métodos de estimação de funções de

covariância aditiva. O primeiro método, denominado de método de ajuste completo, procura ajustar

o grau do polinômio ortogonal usando k funções polinomiais igual ao número de idades mensuradas

(k=t). No segundo método, denominado de método de ajuste reduzido, o grau do polinômio é

menor do que o número de idades mensuradas (k < t). Em ambos os casos inicia-se com a obtenção

de uma matriz de (co)variância genética aditiva, referente à mensurações de n idades ( nx nG ).

Os autores justificaram a escolha de uma família de métodos que envolvem ajustes de

funções ortogonais para os dados, pelo fato de que funções ortogonais são freqüentemente utilizadas

em análises dos padrões de variância genética em trajetórias de crescimento. Sendo assim, um par

de funções i e j são ditas normais e ortogonais sobre um intervalo [u,v] se:

i ju

v

iu

v

x x dx x dx( ) ( ) ( ) 0 12 e

Tanto no método de ajuste reduzido como no método de ajuste completo é utilizado o

polinômio de Legendre. Estes polinômios são definidos no intervalo de -1 a 1. A função de

covariância genética aditiva entre as mensurações às idades a1 e a2, é linearmente representada pela

expressão:

1

0

1

0

21

*

2

*

1 )()(][),(k

i

k

j

jiij aaKaaf

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em que K é substituída por seu estimador K , que é uma matriz de coeficientes associada à

função de covariância. Seus elementos são constantes e dependem da função de covariância e da

família de polinômios ortogonais , que está sendo utilizada, ai* é a idade mensurada e deve ser

padronizada, por meio da expressão:

)( .min

.min.max

* aaaa

uvua ii

em que amax. e amin. são as maiores e menores idades mensuradas, respectivamente.

No método de ajuste completo, a função de covariância pode ser escrita em notação

matricial por:

KG

em que G é a matriz de covariâncias genéticas de ordem t (t valores genéticos) por t (idades

mensuradas), é uma matriz de polinômios ortogonais t x k (k é o grau do polinômio). A matriz

pode também ser escrita como M, sendo M uma matriz t x k com suas colunas

correspondentes às idades padronizadas e é uma matriz de ordem k, referente aos coeficientes dos

polinômios ortogonais. A equação anterior pode ser reescrita na forma:

)'(GK 11

A matriz de coeficientes da função de covariância (C) pode ser então obtida por meio

da seguinte expressão:

C K

Um método para estimar a função de covariância por meio do método de máxima

verossimilhança restrita foi proposto por Meyer e Hill (1997). A maior vantagem deste método está

no fato de que a matriz estimada de coeficientes K é positiva definida, o que não é o caso quando se

usa o método de quadrados mínimos generalizados de Kirkpatrick et al. (1990).

A seguir é feita uma abordagem sobre o método de Meyer e Hill (1997). Seja

eZuXby a denotação do modelo linear multivariado geral de análise, com y, b, u e e os

vetores de observações, efeitos fixos, efeitos aleatórios e erros residuais, respectivamente, e X e Z

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as matrizes de incidência pertencentes a b e u. Para este modelo, u inclui o vetor de efeitos

genéticos aditivos do indivíduo (a), e pode conter efeitos aleatórios adicionais, como por exemplo,

efeitos de ambiente permanente. Além disso, seja V(u)=G, V(e)=R e Cov(u,e)=0. tal que

V(y)=V=ZGZ'+R. Assuma uma distribuição normal multivariada, ou seja, y~N(Xb, V). Sejam t

diferentes idades mensuradas por indivíduo, com registros únicos por idade. Para simplificação,

considere um modelo básico com efeitos genéticos aditivos os únicos efeitos aleatórios ajustados,

isto é, u=a, e assuma que todos os indivíduos tenham registros para todas as idades. Então u é um

vetor de efeitos genéticos aditivos com var(u) = G, com G=AG0, A é a matriz de numeradores de

coeficientes de parentesco entre os indivíduos e G0 é a matriz de ordem t com variâncias e

covariâncias genéticas entre as t características. Se não há valores perdidos, as matrizes de

incidências são iguais para todas as características. Ainda tem-se que, var(e) = R = IR0. A

verossimilhança restrita é:

lnL = -1/2 [ const + N ln|R0| + Na ln|G0| + t ln |A| + ln |C| + y'Py]

em que Na é o número de indivíduos na análise, C é uma matriz de coeficientes para as

equações de modelo misto e y'Py são as somas de quadrado residuais. MEYER e HILL (1997)

sugeriram que para a estimação de uma função de covariância, o logaritmo da função de

verossimilhança restrita poderia ser reescrito como:

lnL = -1/2 [ const + N ln|Ke| + Na ln|Ka| + (N+Na) ln| | + t ln |A| + ln |C| + y'Py]

em que aK e eK são funções de covariância para G0 e R0, respectivamente. Para o

cálculo de y'Py e ln|C|, MEYER e HILL (1997) utilizaram as equações de modelos mistos para um

modelo de características múltiplas. Uma alteração no logaritmo da função foi sugerida pelos

autores, e é dada por:

Pyy|C|ln|A|lnt||ln)N(|K|lnN|IK|lnNconst[2/1lnL aas

2

ee

A vantagem deste procedimento sobre o modelo de características múltiplas, com t

características, é que a dimensão do espaço paramétrico é reduzida, e há somente k(k+1)/2

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parâmetros para serem estimados, ao invés de t(t+1)/2. Sendo assim, este procedimento exige

menor esforço computacional, dado que o número de parâmetros a serem estimados diminui.

A utilização de MRAs para modelar dados longitudinais foi inicialmente proposta por

Henderson Junior (1982). Nos MRAs, considera-se que num experimento existe um coeficiente de

regressão pertencente a cada indivíduo, e, se em um modelo, os indivíduos são considerados como

fatores aleatórios, o coeficiente de regressão associado a um dado indivíduo deve também ser

tratado aleatoriamente, ou seja, dado que os diferentes indivíduos numa população são efeitos

aleatórios, então os coeficientes de regressão pertencentes a eles também o são.

Em MRAs no contexto de modelos mistos, cada indivíduo apresentará uma curva própria

que permite predizer valores genéticos associados a qualquer idade dentro do intervalo estudado.

Isto permite predizer valores genéticos de indivíduos avaliados em diferentes idades e ainda com

diferentes números de idades mensuradas, e a projeção desses valores genéticos para uma idade

padrão, objetivando ser uma importante ferramenta para efeito de ordenamento e seleção dos

indivíduos.

A utilização dos MRAs, em relação aos modelos de características múltiplas tradicionais e

as funções matemáticas, apresentam uma série de vantagens, tais como: não exigem número

mínimo de medidas por indivíduo; consideram o parentesco existente entre os indivíduos, ao

contrário das funções que descrevem a curva de crescimento; não necessitam de empregar ajustes

(arbitrários) em medidas consideradas como padrão (MEYER e HILL, 1997); permitem a utilização

de dados de indivíduos com apenas uma observação; permitem a estimação de componentes de

(co)variância entre as produções ao longo da trajetória, incluindo períodos em que estes não foram

mensurados; as análises abrangem todo o intervalo contínuo em que as medidas foram tomadas,

permitindo predizer o valor genético dos indivíduos em qualquer ponto do intervalo em que foram

feitas as mensurações fenotípicas e permite estimação de um menor número de parâmetros,

principalmente, quando se objetiva obter parâmetros genéticos entre várias características,

analisadas simultaneamente (VEERKAMP e GODDARD, 1998). VAN der WERF et al. (1997)

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relataram que, de modo geral, os MRAs são mais flexíveis e precisos do que os modelos de

características múltiplas, no entanto, a escolha da utilização destes, depende de condições

específicas para sua aplicação, como por exemplo, o uso da função adequada para descrever o

comportamento da trajetória dos indivíduos.

Os polinômios ortogonais têm sido utilizados em MRAs para estimar funções de covariância

em estudos de crescimento de bovinos de corte (SAKAGUTI, 2000; ALBUQUERQUE e MEYER,

2001; MEYER, 2001; CYRILLO, 2003; MEYER, 2003; NOBRE et al., 2003; ARANGO et al.,

2004; TORAL, 2004; MEYER, 2005a). Segundo Kirkpatrick et al. (1994), a utilização de

polinômios ortogonais é justificada por serem normalizados e mais adequados para o ajuste de

funções contínuas tornando mais eficiente o processo de convergência.

No melhoramento genético animal, MRAs vêm sendo empregados, na estimação de

parâmetros genéticos de diversas características em gado de corte, na descrição de curvas de

crescimento (VARONA et al., 1997), estimar parâmetros genéticos para peso de animais em fase de

crescimento (AZIZ et al., 2005; MEYER, 2001, 2002 e 2005), peso da vaca adulta (MEYER, 1999

e 2003); ARANGO et al., 2004; NEPHAWE, 2004; BOLIGON, 2008) e em características

reprodutivas (MERCADANTE, 2001; NISHIDA et al., 2006).

Avaliando dados de peso de animais da raça Nelore de 90 a 450 dias de idade das regiões

Sudeste (SE) e Centro-Oeste (CO) do Brasil, Valente et al. (2008) encontraram estimativas de

herdabilidade maiores para peso aos 90 dias de idade, entre 0,30 e 0,33. Em seguida, houve queda

até se estabilizarem, após os 250 dias de idade, próximos a 0,12 e 0,16, para as diferentes regiões.

Estimativas de herdabilidade de 0,28 ao nascimento, 0,21 aos 240 dias e 0,24 aos 550

dias de idade foram observadas por Dias et al. (2006), em animais da raça Tabapuã, utilizando

MRA considerando o efeito genético aditivo direto ajustado por um polinômio cúbico, o efeito

genético materno ajustado por um polinômio quadrático, o efeito de ambiente permanente de animal

ajustado por polinômio de quarto grau e o efeito de ambiente permanente materno ajustado por

polinômio linear.

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Também utilizando MRAs para crescimento ponderal na raça Nelore, Cyrillo (2003)

observou menor valor de herdabilidade no início da trajetória de crescimento com valor igual a 0,09

para o peso ao nascimento. Encontrou também, diminuição nas estimativas de herdabilidade direta

dos 35 dias (0,44) aos 210 dias de idade (0,22), voltando a aumentar até 378 dias de idade (0,40).

Tendo em vista que a heterogeneidade da variância residual pode resultar em classificação

menos precisa dos animais, prejudicando a escolha de futuros reprodutores e, conseqüentemente, o

progresso genético e a rentabilidade dos rebanhos em questão, a avaliação genética dos animais

deve ser obtida por metodologias que considerem tal heterogeneidade, como os MRAs, para se

obter maior precisão e confiabilidade das estimativas, bem como a possibilidade de se obter

parâmetros genéticos para qualquer idade do animal ao longo da curva de crescimento.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados 138.976 registros de informações de pesos corporais variando de 60 a 610

dias de idade, provenientes de 27.327 animais da raça Nelore, proles de 467 reprodutores

acasalados com 16.937 matrizes, oriundas de 14 rebanhos do estado de Mato Grosso, participantes

do Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore – Nelore Brasil da Associação Nacional de

Criadores e Pesquisadores.

Os meses de nascimento foram agrupados em duas estações: estação da seca que corresponde

aos meses de menor incidência de chuvas, ou seja, de abril a setembro, e estação das águas: meses

de maior incidência de chuvas (de outubro a março). Foram gerados 551 níveis grupos de

contemporâneos contemplando efeitos fixos de rebanho, ano e estação de nascimento dos animais e

sexo do animal (74.976 registros de machos e 64.000 registros de fêmeas).

Foram impostas restrições de número mínimo de 20 proles por reprodutor e número mínimo

de 15 animais por grupo de contemporâneo.

O número de observações para os níveis de efeitos de ano e época de pesagem e também de

rebanho, são exibidas nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.

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21

Tabela 1 - Distribuição do número de observações em cada nível do efeito de ano e época de

pesagens( Época 1: seca e época 2: águas)

Época

Ano 1 2 Total

1994 146 136 282

1995 347 353 700

1996 323 401 724

1997 1065 845 1910

1998 1805 1.730 3535

1999 1867 1.362 3229

2000 872 684 1556

2001 762 2.129 2891

2002 1012 2.403 3415

2003 2572 2.294 4866

2004 2623 4.072 6695

2005 4595 4.492 9087

2006 6523 7.750 14273

2007 7587 8.286 15873

2008 8329 9.080 17409

2009 8871 8.830 17701

2010 7690 8.311 16001

2011 7659 7.098 14757

2012 1406 2.666 4072

Total 66054 72922 138976

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Tabela 2 – Frequências acumuladas (fa) e percentual (fp) do número de observações em cada nível

do efeito de rebanho.

Rebanho fa fp(%)

1 17255 12,42

2 39375 28,33

3 2868 2,06

4 5550 3,99

5 910 0,65

6 20392 14,67

7 4144 2,98

8 19259 13,86

9 1126 0,81

10 17903 12,88

11 3422 2,46

12 1017 0,73

13 457 0,33

14 5298 3,81

A idade da vaca ao parto (em média de 87,54±36,01 meses, variando de 23 a 195 meses) foi

utilizada como covariável, ajustando-se os efeitos linear e quadrático.

O MRA utilizado para obtenção das soluções fixas e aleatórias, adotou a função polinomial de

Legendre com diferentes graus e é representado como: pWWZZXby 2121, em

que y é o vetor de observações referentes ao peso vivo do animal em diferentes idades; b é o vetor

de efeitos fixos, incluindo o efeito de grupo de contemporâneos e os efeitos linear e quadrático da

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idade da vaca ao parto, como covariável; é o vetor aleatório dos coeficientes de regressão

genéticos aditivos diretos; é o vetor aleatório dos coeficientes de regressão genéticos maternos;

é o vetor aleatório dos coeficientes de regressão de ambiente permanente de animal; p é o vetor

aleatório dos coeficientes de regressão de ambiente permanente materno; X, Z1, Z2, W1, W2 são

matrizes de incidência correspondentes à b, , e p, respectivamente. As pressuposições

associadas ao modelo foram definidas como:

R

IK

IK

AK

AK

VVN

p

a

NmQ

NaC

M

A

0000

0000

0000

0000

0000

);,0(~

Em que KA, KM, KC, KQ são matrizes dos coeficientes das funções de covariância para os

efeitos genético aditivo direto, genético materno, de ambiente permanente de animal e de ambiente

permanente materno, respectivamente; A é a matriz de parentesco entre indivíduos; I é uma matriz

identidade; Na e Nm são os números de animais com registros de peso vivo e número de mães,

respectivamente; R é a matriz diagonal contendo as variâncias residuais.

O grau do polinômio de Legendre utilizado nas funções de covariâncias para descrição da

curva média fixa, bem como na descrição dos efeitos aleatórios do modelo, variou de três a seis

(funções quadráticas ao quinto grau).

Classes de variância residuais foram compostas variando de uma (resíduo homogêneo) a seis

(variâncias residuais heterogêneas) dispostas como: de 60 a 120; 121 a 250; 251 a 350; 351 a 450;

451 a 550 e 551 a 610 dias de idade.

A comparação entre os modelos, com diferentes graus de polinômios e diferentes classes

residuais, foi realizada por meio dos critérios de informação de Akaike (AIC) e Bayesiano de

Schwarz (BIC), que permitem a comparação de modelos não-alinhados e penalizam modelos mais

parametrizados, sendo o BIC o mais rigoroso, ou seja, o critério que favorece modelos mais

parcimoniosos (Wolfinger, 1993). Os critérios de informação são definidos como AIC = -2Log(L) +

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2p e BIC=2Log(L) + pLog(N-r), em que: p = número de parâmetros do modelo; N = total de

observações; e r = posto da matriz X (matriz de incidência para os efeitos fixos). Valores menores

de AIC e BIC indicam melhor ajuste do modelo.

As funções de covariâncias foram estimadas utilizando-se MRAs pelo método de máxima

verossimilhança restrita, utilizando-se o programa estatístico WOMBAT (MEYER, 2006).

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25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Influência do número reduzido de observações nos extremos da trajetória sobre a

estimação de componentes de variância

Conforme relatado por Meyer (2003a), os resultados da análise por regressão aleatória

seriam tão bons quanto os dados que a geraram. Meyer (1999, 2001); Albuquerque e Meyer (2001),

comentaram que o uso de polinômios de alto grau conduz a problemas de inconsistência nas

variâncias e covariâncias em idades extremas, em razão da maior ênfase que os polinômios colocam

nas observações localizadas nos extremos da curva.

Observou-se nesse estudo que as quantidades de informações provenientes de idades entre 1

a 60 dias, bem como acima de 610 dias eram menos frequentes (Figura 1 a e b), ocasionando

superestimação das estimativas de herdabilidade (valores próximos a 0,80) nos extremos da

trajetória de crescimento dos animais (Figura 2).

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26

a

b

Figura 1 – Distribuição dos registros de pesos corporais, em kg ( na ordenada) de 1 a 784 dias de

idade (a) e de 60 a 610 dias de idade (b) (na abcissa).

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A

B

C

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D

Figura 2 – Estimativas de herdabilidade (a), proporção do efeito de permanente de animal (b) e

permanente da mãe (c) em relação à variância total e herdabilidade materna (d) para os modelos

sem (mod1) e com restrição (mod2) na idade do animal.

Para a proporção do efeito permanente de animal em relação à variação total (pa2) observou-

se comportamento semelhante da variação nas duas situações (mod1 – sem restrição na idade do

animal e mod2 – com restrição na idade do animal entre 60 e 610 dias). Por outro lado, para as

proporções do efeito de ambiente materno em relação à variância total (pm2), bem como para

herdabilidade materna (h2m), verificam-se maiores estimativas no início da trajetória para a situação

cuja idade foi restringida entre 60 a 610 dias (mod2).

Santoro et al.(2005) comentaram sobre a influência do tamanho da amostra sobre as

estimativas de herdabilidade, como causa do relativo interesse reprodutivo que seriam mantidos

nos rebanhos até os 720 dias de idade ou mais, possuindo todas as nove pesagens, caso contrário,

seriam comercializados. Além disso, estes animais também seriam melhor manejados que os demais

animais do rebanho, ocasionando maior variabilidade dos pesos corporais no final da trajetória de

crescimento.

Em consequência desse comportamento, as idades com menor quantidade de informação

foram desconsideradas, resultando em registros ponderais de animais variando de 60 a 610 dias de

idade.

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4.2 Escolha da estrutura da função de covariância do modelo de regressão aleatória

O peso corporal médio dos animais, bem como os desvios-padrão para cada idade, pode ser

verificado na Figura 3. A média do peso dos animais foi de 230±76,62 kg, variando de 47 a 538 kg,

com idade média de 330,54±154,50 dias.

Figura 3 – Distribuição do peso médio e desvio-padrão para idade dos animais.

Os critérios AIC e BIC podem ser empregados para comparar modelos com os mesmos

efeitos fixos, mas diferentes estruturas de variância, sendo considerado melhor o modelo com o

menor valor. Para o caso do BIC, o critério penaliza mais os modelos com grande número de

parâmetros quando comparado ao AIC, de modo que os dois critérios podem não concordar

(Wolfinger, 1993).

Os valores para o logaritmo da função de verossimilhança, Critério de informação de Akaike

(AIC) e Bayesiano de Schwarz (BIC), para os modelos com diferentes graus de polinômios para

ajuste das funções de covariâncias envolvidas na descrição dos efeitos aleatórios genéticos aditivos

diretos, ambiente permanente de animal, ambiente permanente materno e genético aditivo materno,

podem ser vistos na Tabela 3.

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Conforme os critérios de informação de Akaike e Bayesiano de Schwarz o modelo mais

adequado para descrever as variâncias dos efeitos aleatórios genético aditivo direto, ambiente

permanente do animal e materno, além do efeito genético materno foi o que empregou função de

covariância com polinômios de quarta ordem (ordem cinco) para descrição da variabilidade de

todos os efeitos ( modelo 5555), sendo o modelo 5554 o que produziu resultados mais próximos

para ambos os critérios. Santoro et al. (2005), com registros de pesos do nascimento até 720 dias de

idade em animais da raça Nelore, observaram, também, como mais satisfatório o uso de funções

polinomiais de quarta ordem, enquanto Albuquerque e Meyer (2001); Nobre et al.(2003) e Dias et

al.(1998), encontraram como mais satisfatórios polinômios cúbicos para modelar a trajetória de

crescimento de animais zebuínos. Souza Júnior et al.(2010) elegeram o MRA com funções de

covariância que utilizaram polinômios de diferentes graus (de 3 a 6) para modelar a variância dos

diferentes efeitos aleatórios.

Tabela 3- Ordem do polinômio para os efeitos genéticos aditivo direto (ka), ambiente permanente

de animal (kpa), ambiente permanente materno (kpm) e genético materno (km), logaritmo da

função de verossimilhança (log L); metade dos valores dos critérios de informação de Akaike (-1/2

AIC) e Bayesiano de Schwarz (-1/2 BIC).

Modelo Ka Kpa Kpm Km log L -1/2 AIC -1/2 BIC

3333 3 3 3 3 -487457,19 -487482,19 -487605,16

4444 4 4 4 4 -466184,15 -466225,15 -466426,83

5444 5 4 4 4 -478823,63 -478869,63 -479095,90

4544 4 5 4 4 -481534,31 -481580,31 -481806,58

4454 4 4 5 4 -481715,03 -481761,03 -481987,30

4445 4 4 4 5 -466119,40 -466165,40 -466391,67

5555 5 5 5 5 -463255,28 -463316,28 -463616,34

4555 4 5 5 5 -465645,04 -465701,04 -465976,51

5455 5 4 5 5 -463917,63 -463973,63 -464249,10

5545 5 5 4 5 -478783,09 -478839,09 -479114,56

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5554 5 5 5 4 -463350,13 -463406,13 -463681,60

6666 6 6 6 6 -478321,01 -478215,01 -478598,61

5666 5 6 6 6 -478126,01 -478205,01 -478593,61

6566 6 5 6 6 -478053,64 -478132,64 -478521,24

6656 6 6 5 6 -477867,24 -477946,24 -478334,84

6665 6 6 6 5 -477949,41 -478028,41 -478417,02

Relatos de Meyer (2003) indicaram que o uso de polinômios de alto grau poderia ocasionar

dificuldades de convergência e estimativas irreais de variância para altas idades. A mesma autora

sugeriu que uma regressão quadrática para todos os efeitos aleatórios seria uma escolha

conservadora e sensível. Comportamento não verificado por Santoro et al. (2005) e também nesse

estudo, visto que pelos critérios AIC e BIC esse foi o modelo que proporcionou o pior ajuste.

Meyer (1999, 2001) Albuquerque e Meyer (2001) e Arango et al. (2004) apontaram

dificuldades na aplicação de polinômios ortogonais em dados de crescimento de bovinos, a exemplo

de que não modelam adequadamente o padrão cíclico dos dados (típico em características de

crescimento submetidas a efeitos estacionais do clima) e ainda, a falta de comportamento

assintótico, já que, em geral, o crescimento animal atinge um “plateau” à maturidade. Além disso,

os autores sugerem que o uso de polinômios de alto grau, principalmente para modelar os efeitos de

ambiente permanente do animal, além de conduzir ao aumento do número de parâmetros a serem

estimados e consequente aumento nas exigências da capacidade computacional, geram erros das

estimativas.

Diante do exposto, fica claro que não há uma única recomendação sobre o grau do

polinômio necessário a ser utilizado no MRA, haja visto que a quantidade de informação por data

de pesagens pode influenciar na necessidade da quantidade de graus do polinômio.

Os valores das estimativas de herdabilidade, proporções da variância do efeito permanente

de animal e permanente da mãe em relação à variância total, pa2 e pm2, respectivamente, bem como

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estimativas de herdabilidade materna, obtidas por meio de modelos com funções de covariâncias

adotando polinômios de Legendre com 3, 4, 5 e 6 graus são exibidos na Figura 4. Maiores

estimativas de herdabilidade no início e no final da trajetória de crescimento dos animais foram

geradas pelos modelos com polinômio de grau 6 e de grau 5, respectivamente.

A

B

C

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D

Figura 4 – Estimativas de herdabilidade (a), proporções da variância do efeito permanente de

animal (b) e permanente da mãe (c) em relação à variância total, estimativas de herdabilidade

materna (d), obtidas por meio de modelos com funções de covariâncias adotando polinômios de

Legendre com 3 (m3333), 4 (m4444), 5 (m5555) e 6 (m6666) graus.

Para o efeito de ambiente permanente de animal, modelos com diferentes graus de

polinômios descreveram ajustes similares. Todavia, para o efeito ambiente materno, as funções de

covariância com maiores graus de polinômio ajustaram maiores estimativas no inicio da trajetória,

enquanto que para a herdabilidade materna polinômios de grau 5 forneceram maiores estimativas no

inicio da trajetória. Os polinômios de ordem 4 e 6, descreveram a herdabilidade materna de forma

muito similar.

O comportamento das funções de maiores graus de polinômios na descrição dos efeitos

aleatórios do modelo, conduzindo a maiores estimativas no início da trajetória, é explicado pelo

comportamento do próprio polinômio, conforme Figura 5 descrita em Jackson (1999), em que

maior ênfase é atribuída aos polinômios e colocam nas observações localizadas nos extremos da

curva.

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Figura 5 – Comportamento dos polinômios de Legendre com diferentes graus de ajuste

(Adaptado de Jackson (1999)).

Considerando as idades padrão a desmama (120 e 210 dias), ano (365 dias) e

sobreano (450 e 550 dias) as estimativas de parâmetros genéticos e ambientais produzidas pelos

modelos com funções de covariância empregando diferentes ordens de polinômios são próximas,

conforme pode ser observado na Tabela 4.

Tabela 4 - Estimativas de herdabilidade, proporções da variância do efeito permanente de

animal e permanente da mãe em relação à variância total, pa2 e pm2, respectivamente, estimativas

de herdabilidade materna, obtidas por meio de modelos com funções de covariâncias adotando

polinômios de Legendre com 3 (m3333), 4 (m4444), 5 (m5555) e 6 (m6666) graus, considerando o

resíduo homogêneo, para o peso corporal em algumas idades ao longo da trajetória de crescimento.

Herdabilidade

pa2

Idade m6666 m5555 m44444 m3333

m6666 m5555 m44444 m3333

60 0,369 0,209 0,267 0,261

0,163 0,063 0,032 0,017

120 0,253 0,277 0,252 0,257

0,213 0,196 0,172 0,114

210 0,332 0,326 0,318 0,311

0,323 0,299 0,274 0,244

365 0,334 0,344 0,322 0,352

0,464 0,44 0,435 0,386

450 0,352 0,353 0,328 0,347

0,522 0,51 0,509 0,462

550 0,352 0,346 0,343 0,333

0,563 0,561 0,549 0,547

610 0,365 0,423 0,39 0,327

0,547 0,5 0,526 0,588

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pm2

herdabilidade materna

Idade m6666 m5555 m44444 m3333

m6666 m5555 m44444 m3333

60 0,127 0,169 0,078 0,062

0,004 0,088 0,003 0,023

120 0,119 0,105 0,096 0,083

0,019 0,024 0,021 0,026

210 0,106 0,107 0,101 0,08

0,041 0,043 0,042 0,029

365 0,045 0,047 0,053 0,05

0,042 0,040 0,032 0,026

450 0,024 0,023 0,027 0,031

0,019 0,021 0,021 0,02

550 0,019 0,017 0,02 0,012

0,009 0,013 0,011 0,011

610 0,017 0,016 0,023 0,005

0,031 0,019 0,008 0,007

4.3 Detecção e correção para heterogeneidade de variância residual

Os primeiros estudos com MRAs (Jamrozik e Schaeffer (1997), Jamrozik et al. (1997)),

desconsideravam estrutura heterogênea de variâncias para os resíduos, o que, aliado a problemas de

modelagem do efeito de ambiente permanente, proporcionou superestimações das variâncias

genéticas aditivas, conduzindo a altos valores para as estimativas de herdabilidade para as

produções de leite no dia do controle.

Analisando novamente os dados com o MRA, adotando funções de covariância que

empregaram polinômios de Legendre de ordem cinco, porém, ajustando diferentes classes de

variância residual dispostas em seis situações, descritas como: 1) variância residual homogênea ao

longo de toda a trajetória; 2) disposta em duas classes: de 60 a 250 e de 251 a 610; 3) em três

classes: de 61 a 120; 121 a 250 e de 251 a 610; 4) quatro classes: de 61 a 120; 121 a 250, de 251 a

350 e de 351 a 610; 5) cinco classes: de 61 a 120; 121 a 250, de 251 a 350; de 351 a 450 e de 451 a

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610; 6) seis classes: de 61 a 120; 121 a 250, de 251 a 350; de 351 a 450; de 451 a 550 e de 551 a

610.

De acordo os critérios de informação de Akaike e Bayesiano de Schwarz o modelo contendo

duas classes de variância residual foi o mais adequado, ou seja, descriminando do período de

aleitamento e pós aleitamento (Tabela 5).

Tabela 5 - Logaritmo da função de verossimilhança (log L); metade dos valores dos critérios

de informação de Akaike (-1/2 AIC) e Bayesiano de Schwarz (-1/2 BIC), para modelos com

diferentes classes de variância residual, variando de homogêneo (e1) até seis classes (e6).

Modelos log L 1/2 AIC -1/2 BIC

e1 -463255,28 -463316,28 -463616,34

e2 -461381,47 -461443,47 -461748,45

e3 -461973,59 -462036,59 -462346,49

e4 -462195,40 -462259,40 -462574,22

e5 -462787,06 -462852,06 -463171,80

e6 -477443,78 -477509,78 -477834,44

Com base nos resultados, verificou-se a necessidade de considerar as variâncias

heterogêneas. Huisman et al. (2002) discutira que ao assumir homogeneidade de variância significa

que o ambiente temporário afeta igualmente todas as idades, o que nem sempre ocorre. Além disso,

grande parte da variação residual pode contaminar a variância de ambiente permanente de animal.

A literatura apresenta vários trabalhos que indicam que considerar estruturas heterogêneas

de variância residual é mais adequado para ajustar pesos de bovinos ao longo do crescimento

(Meyer (1999), Albuquerque e Meyer (2001), Nobre et al. (2003), Sakaguti et al. (2003), Cyrillo

(2003), Dias et al. (1998) e Souza Junior et al. (2010)). Por outro lado, Santoro et al. (2005)

verificaram melhor ajuste do MRA considerando o resíduo homogêneo na descrição da variação do

desenvolvimento ponderal em animais Nelore criados em Pernambuco.

Segundo Dias et al. (1998), as estimativas de parâmetros genéticos podem ser influenciadas

pelo modelo de regressão adotado. A partição dos efeitos aleatórios separando os efeitos genéticos e

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37

de ambiente em direto e materno é essencial para modelar as mudanças que ocorrem de maneira

adequada. A modelagem do resíduo e a ordem do ajuste dos polinômios podem interferir na

estimação dos componentes de variância.

Toral et al. (2009) discutiram que a alteração das variâncias residuais é resultante de o

menor número e a maior dificuldade de obter as medidas em animais mais velhos. Além disso,

alguns animais podem receber tratamentos diferenciados ao longo da vida sem que esses

tratamentos sejam corretamente considerados.

As estimativas de herdabilidade, proporção da variância de efeito de ambiente permanente

de animal em relação à variância total (pa2), proporção da variância de efeito de ambiente

permanente materno em relação à variância total (pm2) e estimativas de herdabilidade materna

(h2m) para os modelos com diferentes classes de variância residual são exibidas na Figura 6.

As estimativas de herdabilidade, no início da trajetória, foram subestimadas pelo modelo

que considerou homogeneidade de variância residual e superestimadas pelo modelo com seis

classes de variâncias residuais. Os demais modelos apresentaram comportamentos similares e após

120 dias, todos os modelos apresentaram estimativas semelhantes ao longo da trajetória.

Na Figura 7, verifica-se que após 250 dias de idade, a disposição da variância residual em

diferentes números de classes produzem resultados semelhantes.

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38

a

b

c

d

Figura 6 - Estimativas de herdabilidade (a), proporção da variância de efeito de ambiente

permanente de animal em relação à variância total (b), proporção da variância de efeito de ambiente

permanente materno em relação à variância total (c) e estimativas de herdabilidade materna (d) para

os modelos com diferentes classes de variância residual.

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39

Para o parâmetro pa2, ao considerar os resíduos homogêneos, houve subestimação até aos

250 dias, com estimativas semelhantes nas idades posteriores. A proporção da variância de efeito de

ambiente permanente materno em relação à variância total apresentou estimativas diferentes do

inicio da trajetória até 120 dias de idade, com o modelo homogêneo produzindo estimativas

próximas dos modelos com cinco classes de variância residual. Os modelos com duas e seis classes

mostraram comportamentos similares.

As estimativas de herdabilidade materna foram maiores no início da trajetória para o modelo

com quatro classes de variância residual e menores estimativas para os modelos com duas e seis

classes.

Figura 7 - Estimativas de variância residual para os modelos considerando homogeneidade

de variância (e1) até seis classes (e6).

4.4 Estimativas de parâmetros genéticos

Estimativas dos componentes de variância para o efeito genético aditivo, ambiente

permanente de animal e de vaca e genético materno para o modelo K5E2, podem ser observadas na

Figura 8. As estimativas de variância genética aditiva direta aumentaram com a idade, passando de

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80 kg2 (aos 60 dias) para1261 kg2 (aos 610 dias de idade). De modo semelhante, aumentos nas

estimativas de variância genética aditiva direta durante o crescimento dos animais foram relatadas

por Albuquerque & Meyer (2001), Nobre et al. (2003) e Dias et al. (2006) e Souza Junior et al.

(2010).

Para o efeito de ambiente permanente de animal, observou-se aumento nas estimativas de

acordo com a idade e esse aumento, acompanhando o comportamento da variância genética aditiva,

porem a partir dos 100 dias de idade e passou a ser mais acentuado a partir dos 330 dias de idade.

As variâncias genética materna e de ambiente permanente materno exibiram comportamento

semelhante, sendo que o efeito permanente materno apresentou maiores estimativas. As estimativas

de variância genética materna apresentou maiores valores próximo aos 200 dias de idade, com

tendência de queda nas idades avançadas, voltando a aumentar no final do período estudado.

Resultados semelhantes foram descritos por Albuquerque e Meyer (2001), Nobre et al. (2003) e

Dias et al. (2006).

Figura 8 - Estimativas dos componentes de variância para o efeito genético aditivo, ambiente

permanente de animal e de vaca e genético materno para o modelo com cinco graus de

polinômio e duas classes de variância residuais (K5E2).

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41

As estimativas de herdabilidade direta e materna, proporções de ambiente permanente de

animal e materno em relação à variação total são exibidas na Figura 9. As estimativas de

herdabilidade direta obtidas apresentaram tendência de queda de 60 (0,39) até aos 90 dias (0,25) e,

posteriormente, aumento nas estimativas, atingindo o valor máximo aos 610 dias de idade (0,43).

Comportamento semelhante foi verificado por Meyer (2001) e Souza Junior et al. (2010).

Na Tabela 6 é exibida a estimativa de herdabilidade para algumas idades dentro do intervalo

da trajetória estudada e na Tabela 7 verifica-se que o valor médio das estimativas de herdabilidade

em toda a trajetória de crescimento dos animais foi igual a 0,33, variando de 0,25 a 0,43.

Estimativas de herdabilidade com tendência de redução entre o nascimento e a desmama e

posterior aumento até o sobreano (Meyer, 2001; Albuquerque e Meyer, 2001; Nobre et al., 2003 e

Dias et al., 2006). Santoro et al. (2005) verificaram estimativas de herdabilidade de baixa a média

até aproximadamente 60 dias, sendo alta para as demais idades, ficando entre 0,50 e 0,60.

O parâmetro pa2 apresentou menor estimativa no inicio da trajetória, igualando aos valores

das estimativas de herdabilidade (0,24) por volta do centésimo dia de idade, por volta dos 280 dias

de idade as estimativas de pa2 foram maiores que as herdabilidade estimadas, sendo que aos 579

atingiu o valor máximo de 0,52. A média de pa2 foi igual a 0,39, variando de 0,06 a 0,52.

As estimativas de pm2 foram iguais a 0,12 no inicio da trajetória, atingindo máximo valor de

0,15 aos 90 dias de idade aproximadamente, declinando, suavemente até o final da trajetória (0,03),

em média esse parâmetro apresentou o valor de 0,08 em toda a trajetória.

A herdabilidade materna apresentou baixas estimativas ao longo da trajetória, com maiores

valores (0,05) ocorrendo aproximadamente, no intervalo de 180 a 220 dias de idade. A estimativa

média da herdabilidade materna em toda trajetória foi igual a 0,02. Assim, embora de baixa

magnitude, a tentativa de maior sucesso de resposta a seleção para habilidade materna pode ser

esperada com a seleção realizada com base em pesos obtidos próximo à desmama. Resultados

semelhantes foram relatados por Albuquerque e Meyer (2001), Dias et al. (2006) e Souza Junior at

al.(2010).

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Figura 9 - Estimativas de herdabilidade direta e materna, proporções de ambiente

permanente de animal e materno em relação a variação total.

Tabela 6 - Estimativa de herdabilidade para o peso corporal em algumas idades dentro do

intervalo da trajetória estudada.

Idade h2 pa2 pm2 h2m

60 0,394 0,065 0,125 0,032

90 0,256 0,206 0,155 0,006

120 0,272 0,291 0,146 0,028

150 0,295 0,322 0,139 0,045

180 0,312 0,335 0,135 0,052

210 0,33 0,343 0,13 0,051

250 0,354 0,358 0,118 0,044

280 0,324 0,333 0,095 0,032

310 0,332 0,359 0,085 0,026

365 0,336 0,413 0,067 0,016

400 0,341 0,443 0,056 0,011

450 0,356 0,473 0,044 0,006

500 0,361 0,498 0,038 0,004

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550 0,351 0,525 0,038 0,004

600 0,403 0,493 0,037 0,005

610 0,434 0,469 0,036 0,005

Tabela 7 – Valor médio, mínimo e máximo dos parâmetros genéticos e ambientais para o

desenvolvimento ponderal dos animais

Parâmetro Média mínimo máximo

h2 0,3330 0,255 0,434

Pa2 0,3904 0,065 0,528

Pm2 0,0852 0,036 0,155

h2m 0,0210 0,004 0,052

Os resultados encontrados para a correlação genética aditiva direta foram compatíveis com

os obtidos por Santoro at al. (2005) e Meyer (1998), apresentando baixas correlações entre pesos

nas idades iniciais e pesos nas idades finais (Figura 10), porém, com os pesos altamente

correlacionados nas idades mais próximas.

As correlações genéticas estimadas entre os pesos da desmama aos 610 dias de idade foram

altas e positivas e indicam que a maior parte dos genes responsáveis por maiores pesos nesse

período são os mesmos. Santos et al. (2005) e Boligon et al. (2008). Resultados que são reforçados

pela observação dos autovalores da matriz núcleo da função de covariância do efeito genético

aditivo, que indicou maior peso para o primeiro autovalores (84,44%) indicando que a seleção feita

para aumento de peso em qualquer das idades é o mesmo que elevar o peso em todas as demais

idades. De forma semelhante ao observado por Meyer (2003) e Santoro et al. (2005).

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Figura 10 – Correlações genéticas para o peso corporal em diferentes idades ao longo da

trajetória de crescimento.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em MRAs a baixa quantidade de informação de registros de pesos corporais no início e final

da trajetória de crescimento dos animais provoca superestimação dos componentes de variância,

principalmente para modelos com funções de polinômios com alto grau.

O MRA mais adequado para descrever as variâncias dos efeitos aleatórios genético aditivo

direto, ambiente permanente do animal e materno, além do efeito genético materno do peso corporal

de animais da raça Nelore no estado do Mato Grosso foi o que empregou função de covariância

com polinômios de quarta ordem para descrição da variabilidade de todos os efeitos.

Para melhor descrição da variância residual, o modelo contendo duas classes de variância

residual foi o mais adequado, ou seja, descriminando o período de aleitamento e pós aleitamento.

As estimativas de herdabilidade direta obtidas apresentaram tendência de queda de 60 (0,39)

até aos 90 dias (0,25) e posterior aumento nas estimativas, atingindo o valor máximo aos 610 dias

de idade (0,43). Os valores de herdabilidade sugerem presença de variabilidade genética suficiente

para a obtenção de genético expressivo por meio do efeito da seleção já a partir da desmama aos

210 dias de idade, visto que as estimativas praticamente se mantiveram constantes até os 550 dias

de idade (sobreano). Assim, se a seleção individual for realizada considerando pesos após a

desmama, uma vez que neste período será possível melhor identificação dos animais geneticamente

superiores. Deve-se considerar uma ressalva nessa afirmativa, visto que Boligon et al. (2008)

ressaltaram que, quanto mais tardia a seleção para pesos, maior a chance de aumento do peso adulto

das matrizes, uma vez que a correlação entre pesos a partir do sobreano com o peso adulto é alta e

que aumento no peso adulto de matrizes nem sempre é desejável.

A herdabilidade materna apresentou baixas estimativas ao longo da trajetória, com maiores

valores (0,05) ocorrendo no intervalo de 180 a 220 dias de idade.

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É importante ressaltar que a seleção para habilidade materna resulta em matrizes com maior

potencial genético para produção de leite, principal componente do efeito materno e essa

característica é antagônica ao desenvolvimento ponderal.

As correlações genéticas estimadas entre os pesos em idades mais distantes foram menores,

porém da desmama aos 610 dias de idade, foram altas e positivas e indicam que a maior parte dos

genes responsáveis por maiores pesos nesse período são os mesmos. Resultados que são reforçados

pela observação dos autovalores da matriz núcleo da função de covariância do efeito genético

aditivo, que indicou maior peso para o primeiro autovalores (84,44%) indicando que a seleção feita

para aumento de peso em qualquer das idades é o mesmo que elevar o peso em todas as demais

idades.

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6. CONCLUSÕES

Existe variabilidade genética expressiva no rebanho mato-grossense para promoção de

ganho genético por meio de seleção.

Modelos de regressão aleatória com função de covariância utilizando polinômios de

Legendre de quarta ordem são suficientes para descrição da variabilidade dos efeitos aleatórios;

Pesos vivos em idades mais distantes são menos menos correlacionados geneticamente,

quando comparados entre idades mais próximas.

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48

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