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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Geraldo de Jesus Leite
Marcelo Martins da Silva
VARIAÇÃO CAMBIAL
Bertin S/A
Lins - SP
LINS - SP
2009
0
GERALDO DE JESUS LEITE
MARCELO MARTINS DA SILVA
VARIAÇÃO CAMBIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação do Prof. M. Sc. Ricardo Yoshio Horita e orientação técnica da Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva
LINS - SP
2009
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Leite, Geraldo de Jesus; Silva, Marcelo Martins da
Variação cambial / Geraldo de Jesus Leite; Marcelo Martins da Silva. – – Lins, 2009.
72p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2009
Orientadores: Ricardo Yoshio Horita; Heloisa Helena Rovery da Silva
1. Exportação. 2. Importação. 3. Resultados Financeiros. 4. Variação Cambial. I Título.
CDU 658
L552v
4
GERALDO DE JESUS LEITE
MARCELO MARTINS DA SILVA
VARIAÇÃO CAMBIAL
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em: ___/___/___
Banca Examinadora:
Prof. Orientador: Ricardo Yoshio Horita
Titulação: Mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal de
São Carlos
Assinatura: ________________________________
1º Prof(a)________________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
2º Prof(a)________________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
Assinatura: ________________________________
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Primeiramente a DEUS, pois sem Ele eu nada seria.
Aos meus pais (in memoriam), suas presenças em meu coração me
ajudaram a continuar apesar de tudo. Saudades.
A minha esposa por ter me apoiado durante estes quatro anos para
que eu pudesse estar aqui. Pela paciência, pelo carinho, pela
compreensão, mas principalmente pela verdadeira demonstração de
amor, e que em muitas noites adiando o seu descanso, aguardava o meu
retorno.
Aos meus filhos que sempre me apoiaram e incentivaram a
continuar, quando em momentos de fraqueza, mesmo em silêncio,
pensava em desistir.
É por todos vocês que abro os olhos todas as manhãs e tento ser
uma pessoa melhor, pela gratidão e principalmente pela verdadeira
demonstração de amor, perdoem-me pelos momentos de ausência, todos
vocês são especiais em minha vida.
Por fim a todas as pessoas, familiares e amigos que me ajudaram e
que estiveram comigo acompanhando meus passos.
Aos professores que pacientemente contribuíram para este
momento, enfim, agradeço a Deus por ter pessoas tão especiais fazendo
parte de minha vida e acima de tudo dedico a “Ele” essa conquista!
Geraldo
6
A Deus, que me deu forças para durante estes anos mesmo depois
de estar afastado tanto tempo de uma instituição educacional para manter
o equilíbrio, a persistência e seguir em busca deste objetivo.
A minha esposa Rosana e meu filho Vinícius, por todo apoio e
compreensão que tiveram em reconhecer meu esforço e me dar forças
para continuar, mesmo que para isto eu tenha que ter deixado de dar
tanta atenção a eles em alguns momentos, em função da necessidade de
dedicação de tempo a esta formação.
Aos meus pais Pedro e Dalva, os alicerces de minha vida sem os
quais eu nunca teria conseguido nada, a eles que me deram a base da
formação humana e de caráter, para quem eu sempre busco ser uma
pessoa melhor a cada dia e pensado nisto busquei vencer mais este
desafio.
Dedico também a minha irmã e a família dela, meu cunhado Flavio e
meus sobrinhos Fernanda e Eduardo, e a minhas tias Rosaria e Adelina,
pessoas que mesmo estando distantes fisicamente estão sempre
presentes em meus pensamentos.
Aos professores que muito colaboraram, nesta etapa de minha
vida, que contribuíram cada um ao seu modo nesta formação superior
que eu tanto busquei, que me incentivaram, e reconheceram meu esforço
em voltar a estudar e me auxiliaram a aperfeiçoar meus conhecimentos já
existentes em busca de atingir objetivos e metas nos desafios
profissionais e pessoais, demonstrando que nunca é tarde para aprender
e para ensinar. Em especial ao professor M.Sc. Irso Tófoli, que
demonstrou e demonstra uma capacidade e uma vontade muito grande de
ensinar, ao mesmo tempo em que não tem medo de aprender mesmo com
os mais jovens.
7
Ao meu parceiro Geraldo, com o qual desenvolvi, se não todos
quase todos trabalhos durante os anos deste curso, inclusive e
principalmente este trabalho de conclusão.
Aos colaboradores de minha equipe de trabalho na empresa que
conseguiram nas minhas ausências motivadas por esta formação sempre
manterem o equilíbrio da rotina de trabalho de nosso setor.
Aos meus amigos que sempre me ajudaram de uma forma ou de
outra: Sirlei, Paulo, Zenilda, Fabrício, Daiana, Djarbas, Mônica, Marcos
Teixeira, e muitos outros; com certeza esta vitória teve de alguma forma a
participação de todos.
Marcelo Martins da Silva
8
AGRADECIMENTOS Agradecemos a empresa que nos proporcionou a oportunidade de
realizar esta pesquisa, empresa na qual trabalhamos, e com a qual temos
muito respeito pela forma como seus acionistas conduzem seus
negócios, de maneira clara, extremamente competente e dentro dos
princípios éticos da sociedade. Todas as informações foram
extremamente importantes para realização deste trabalho.
Além da empresa, com certeza temos que agradecer aos
colaboradores da empresa que se prontificaram a nos atender, e a liberar
todas as informações necessárias para este trabalho, sem estas pessoas
não teríamos conseguido concluir de forma satisfatória nossa pesquisa.
Agradecimentos especiais aos professores que nos deram as
diretrizes para realização deste trabalho, sabemos que não tivemos
condições de nos dedicar o quanto era necessário, em função do
momento de transformação que estamos vivendo dentro da empresa, mas
com certeza não faltou dedicação e orientação dos mestres,
principalmente a Prof. Ms. Heloisa Helena Rovery da Silva, que nos
passou todas instruções necessárias e ao Prof. Ms. Ricardo Yoshio
Horita, nosso orientador ao qual devemos muito de nosso aprendizado
neste período não somente em sua disciplina no decorrer do curso e
nesta orientação, mas também como pessoa capaz de transmitir aquilo
que ele tem de conhecimento, com paciência e sabedoria em todos os
níveis.
Geraldo e Marcelo
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RESUMO
Variação cambial é um fator muito importante, que deve se considerado com muita atenção nas empresas que tem transações comerciais com o mercado internacional em busca de novos desafios para não perderem espaço no mercado globalizado e cada vez mais competitivo, seja ela importadora ou exportadora. Tendo em vista que no Brasil não é aceito o recebimento em moeda estrangeira para as exportações bem como pagamento em moeda nacional para as importações, portanto faz-se necessário a compra e venda de divisas no mercado cambial. Estas operações de câmbio são efetivadas em momentos distintos em relação às operações comerciais, gerando desta forma o que se chama de variação cambial. As exportações e importações trazem várias vantagens para a empresa, como conquista de novos mercados, maior qualidade dos produtos, melhor retorno financeiro, benefícios fiscais e financeiros para a produção e comercialização de seus produtos, porém a variação cambial pode impactar diretamente nos resultados financeiros de uma forma positiva ou negativa. A empresa que exporta adquire vantagens em relação aos concorrentes internos, pois diversifica mercados, aproveita melhor sua capacidade produtiva instalada, aprimora a qualidade do produto vendido, incorpora tecnologia, aumenta sua rentabilidade, reduz custos operacionais, escoa o excedente interno de produtos no mercado internacional e diversifica clientes. Não obstante, existem graves obstáculos internos que dificultam as atividades exportadoras do Brasil; entre os quais o entrave à competitividade dos preços das mercadorias e dos produtos nacionais representado pelo atual sistema tributário brasileiro, extremamente nocivo à produção nacional exportável. Entre os problemas que se vislumbram, observa-se a conformação de uma imensa diversidade de tributos, quando deveria ser utilizada no desenvolvimento das atividades de exportação dos produtos brasileiros.
Palavras-chave: Exportação. Importação. Resultados Financeiros. Variação Cambial.
10
ABSTRACT
Exchange variation is a very important factor, that owes considered if with a lot of attention in the companies that he/she has commercial transactions with the international market in search of new challenges for us not to lose space in the market globalization and more and more competitive, be her importer or exporter. Tends in view that in Brazil the greeting is not accepted in foreign coin for the exports as well as payment in national coin for the imports, therefore it is done necessary the purchase and sale of exchange value in the exchange market. These exchange operations are executed in different moments in relation to the commercial operations, generating this way that calls her exchange variation. The exports and imports bring several advantages for the company, as conquest of new markets, larger quality of the products, better financial return, fiscal and financial benefits for the production and commercialization of your products, however the exchange variation can be impact directly in the results financiers in a way positive or negative. The company that exports acquires advantages in relation to the internal competitors, because it diversifies markets, it takes advantage of your installed working power better, it perfects the quality of the sold product, it incorporates technology, it increases your profitability, it reduces operational costs, it drains the surplus intern of products in the international market and it diversifies customers. In spite of, they exist, serious internal obstacles that hinder the activities exporters of Brazil; among which we detached the fetter to the competitiveness of the prices of the goods and of the national products represented by the current Brazilian tributary system, extremely noxious to our production exportable. Among the problems that they are shimmered, we see the conformation of an immense diversity of tributes, when it should be used in the development of the activities of export of the Brazilian products.
Keywords: Export. Import. Financial Results. Exchange Variation.
11
LISTA DE ABREVIATURAS BACEN – Banco Central do Brasil
BM&F – Bolsa de Mercadorias & Futuros
CIF – Cost Insurance and Freight
COFINS – Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liquido
DI – Declaração de Importação
FINAME – Financiamento de Maquinas e Equipamentos
FMI – Fundo Monetário Internacional
IGF – Intelect Gerenciamento Financeiro
IRPJ – Imposto de Renda – Pessoa Jurídica
PIS – Programa de Integração Social
PJ – Pessoa Jurídica
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................ 14
CAPÍTULO I – GRUPO BERTIN S/A.......................................................... 17
1 HISTÓRICO DA EMPRESA......................................................... 17
1.1 Evolução do Grupo Bertin............................................................ 17
1.2 Empresas que compõem o Grupo Bertin..................................... 19
1.3 Ramos de atividades que as empresas atuam............................ 19
1.3.1 Agropecuária................................................................................ 19
1.3.2 Carnes.......................................................................................... 20
1.3.3 Biodiesel....................................................................................... 22
1.3.4 Cosméticos................................................................................... 23
1.3.5 Couros.......................................................................................... 24
1.3.6 Equipamentos de Proteção Individual.......................................... 24
1.3.7 Higienização Industrial................................................................. 25
1.3.8 Produtos Pet................................................................................. 26
1.4 Início das Operações no Mercado Internacional.......................... 26
1.4.1 Descrição dos produtos Exportados e Importados....................... 28
1.4.2 Mercados de Atuação no Exterior................................................ 28
1.5 Atividades financeiras ligadas ao Comércio Exterior................... 29
1.5.1 Rendimentos de Vendas na Exportação...................................... 29
1.5.2 Condições de pagamentos nas compras na importação............. 30
CAPÍTULO II – VARIAÇÃO CAMBIAL...................................................... 32
2 CONCEITO DE VARIAÇÃO CAMBIAL....................................... 32
2.1 Definição de moedas.................................................................... 32
2.1.1 Moedas como meio de trocas e pagamentos............................... 33
2.1.2 Moeda como medida e reserva de valor....................................... 34
2.2 Sistema monetário internacional brasileiro................................... 34
2.3 Conceito de câmbio...................................................................... 35
2.3.1 Controle cambial no Brasil............................................................ 36
2.3.2 Definições de taxas cambiais....................................................... 37
2.3.3 Prática de operações cambiais.................................................... 38
13
2.3.4 Teoria sobre a formação das taxas cambiais............................... 39
CAPÍTULO III – RELATO DA PESQUISA NA EMPRESA BERTIN S/A... 41
3 INTRODUÇÃO............................................................................. 41
3.1 Conceito de variação cambial na empresa.................................. 41
3.1.1 Tratamento da variação cambial nos processos de importação.. 43
3.1.2 Tratamento da variação cambial nos processos de exportação.. 44
3.2 Análise contábil da variação cambial........................................... 44
3.3 Influência da variação cambial nos resultados da empresa......... 45
3.4 Riscos nas operações cambiais................................................... 46
3.4.1 Mercados no exterior, riscos e vantagens ................................... 47
3.5 Parecer Final ................................................................................ 48
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................ 50
CONCLUSÃO.............................................................................................. 51
REFERÊNCIAS........................................................................................... 52
APÊNDICES................................................................................................ 54
ANEXOS...................................................................................................... 65
14
INTRODUÇÃO
A variação cambial é um ponto que deve ser considerado nas
transações com o comércio internacional, no Brasil está presente e gera, ao
exportador, dificuldades em realizar contratos para entregas futuras, diante da
constante oscilação da moeda estrangeira, que reage rápido a qualquer
mudança na economia mundial. Portanto é um fator que direciona as empresas
a atuarem, com contratos a curto prazo e com pagamento a vista por parte de
seus clientes.
Segundo Krugman; Obstfeid (2001) a partir da existência do comércio
internacional de bens e serviços criou-se a necessidade de um meio para
efetuar os pagamentos. As moedas, a partir daí, começaram a ter paridade
entre si.
Os pagamentos ou recebimentos são realizados através de operações
de contratação de câmbio, pode-se definir estas operações com conjunto de
atos objetivando a realização da troca de um mesmo valor em uma moeda por
outra. A relação entre dois valores em moedas diferentes é o que se chama
taxa de câmbio.
Após a desvalorização cambial de 01/1999, o Governo adotou o câmbio
livre ou flutuante, não há regulamentação oficial nem valor definido, portanto os
valores das moedas estrangeiras flutuam de acordo com o interesse que
despertam no mercado, mas o Banco Central intervém na compra e venda, em
busca de equilíbrio, se considerar necessário.
Nas operações de comércio exterior o que determina a variação cambial
é o fato das operações de câmbio ser efetivadas em momentos distintos da
realização das operações comerciais pertinentes, sendo assim as taxas
praticadas no momento de pagamentos ou recebimentos relativos a operações
internacionais, não são as mesmas taxas utilizadas na emissão dos
documentos fiscais e contábeis que amparam estas operações. Esta variação
pode ser positiva ou negativa, mas as empresas precisam ter uma política de
tratamento destes resultados.
Através do art. 30 da Medida Provisória n.º 1858, atual 2.158-35, a
15
União autorizou, para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ, CSLL, COFINS e PIS-PASEP, as pessoas jurídicas a optarem por computar a variação monetária, em função da taxa de câmbio, dos seus direitos e obrigações somente quando da liquidação das operações correspondentes (regime de caixa). (NEVES; VICECONTI, 2007, p. 470).
O mercado cambial é essencial no comercio exterior, tendo em vista que
não se aceita nas exportações o pagamento no Brasil com moeda estrangeira,
assim como o pagamento de importações também não pode ser realizado com
moeda nacional, isto determina a necessidade das operações de compra e
venda de divisas no mercado cambial. Todas as operações de câmbio
precisam necessariamente ser intermediadas por parte dos bancos indicados
pelas partes, as operações que não transitam pelos estabelecimentos
autorizados a operar com câmbio são consideradas ilegais. Além dos bancos
existem outros prestadores de serviços como as corretoras de câmbio, assim
como as bolsas de valores, que são instituições regulamentadas e autorizadas
a atuar no mercado de câmbio.
A oscilação do dólar afeta, todas as empresas que estão inseridas neste
contexto, seja ela importadora ou exportadora e a conseqüência geralmente é
a redução do resultado financeiro. Portanto, é extremamente importante que as
empresas analisem bem o mercado, a fim de buscar a melhor taxa em suas
operações comerciais.
O trabalho foi realizado na Bertin S/A, empresa que atua a mais de 30
anos no mercado internacional, sendo uma das maiores exportadoras de
carnes e couros do Brasil, além de trabalhar com diversos outros itens para
exportação e mercado interno, existindo inclusive, apesar do momento
econômico adverso, um planejamento de crescimento no mercado
internacional em todas as áreas que atua, buscando diversificar mercados e
desenvolver novos produtos.
Assim como em função das necessidades e oportunidades de mercado,
a empresa atua também como importadora de bens e produtos para consumo
e comercialização, a empresa tem um quadro de funcionários extremamente
competente tanto nas áreas contábeis, fiscais e de comércio exterior.
Diante do exposto, pergunta-se:
16
A variação cambial é um importante fator que pode afetar
significativamente o resultado financeiro das empresas que atuam no Comércio
Exterior?
Como hipótese da presente pesquisa foi proposto que a variação
cambial é um fator que pode afetar os resultados financeiros da empresa,
devendo haver um acompanhamento constante das tendências do mercado,
por parte dos profissionais das empresas.
O objetivo geral da presente pesquisa foi demonstrar que a variação
cambial pode influenciar nos resultados financeiros da empresa, e por objetivos
específicos conceituar como são tratadas as operações financeiras que
incidem variação cambial; verificar as práticas nas operações de comércio
exterior; analisar como a empresa administra os riscos da variação cambial nas
operações financeiras vinculadas ao comércio exterior.
Foi realizada uma pesquisa de campo nas áreas financeiras, contábil e
cambial da Empresa Bertin S/A e nas corretoras de câmbio e mesas de
operações de bancos que operam junto a empresa no mercado de câmbio, no
período de fevereiro a outubro de 2009, que demonstrou os efeitos da variação
cambial nos resultados da empresa, cujos métodos e técnicas de pesquisa
estão descritos no Capítulo III.
A presente pesquisa é composta por 3 capítulos.
O capítulo I relata o histórico da empresa até os dias atuais.
No capítulo II abordará a variação cambial; definição de moedas;
sistema monetário internacional e brasileiro e conceito de câmbio.
Finalizando o capítulo III apresentará o resultado da pesquisa realizada.
Em seguida são apresentadas a proposta de intervenção e a conclusão
da realização do trabalho.
17
CAPÍTULO I
GRUPO BERTIN S/A
1 HISTÓRICO DA EMPRESA
O Grupo Bertin S/A, com sede na cidade de Lins, no Noroeste do Estado
de São Paulo, a 440 km da capital, atua no segmento de agronegócios, criação
de animais para abate, comercialização final dos produtos no mercado nacional
e internacional. Hoje com 35.000 colaboradores direto, distribuídos nas 35
unidades produtivas em diversos Estados brasileiros, uma no Uruguai e outra
no Paraguai.
No agronegócio, o Grupo Bertin apostou no aproveitamento total de
toda cadeia produtiva bovina. Seguindo a estratégia de verticalização, o
conglomerado industrial está focado em oito divisões de negócios:
Agropecuária, Alimentos, Couros, Equipamentos de Proteção Individual e
Beleza e Produtos Pet. Em infra-estrutura, o grupo está estabelecido nas
áreas de Construção Civil, Concessões de Rodovias e Saneamento Básico. No
segmento de Energia Renovável, atua com Pequenas Centrais Hidrelétricas,
Usinas de Biodiesel e Álcool. Todos os setores do grupo compartilham uma
visão comum no que se referem a investimentos contínuos em qualidade,
tecnologia, pesquisas, capacitação das equipes de trabalho, logística, gestão e
estratégia mercadológica. Nas localidades onde o Grupo Bertin está inserido,
acrescenta-se também a responsabilidade social e ambiental. Sua missão é
agregar valor, fomentar o desenvolvimento com os diversos públicos: clientes,
fornecedores, parceiros, colaboradores e comunidade.
1.1 Evolução do Grupo Bertin
18
A família Bertin de origem italiana instalou-se na região no início do
século, em fazenda destinada ao cultivo do café. Anos mais tarde deram início
a diversificação das atividades com a criação de gado de corte. No inicio dos
anos 70, já na segunda geração da família, liderada por Henrique Bertin,
segundo filho de João Bertin, pôs em prática sua idéia de negócio e iniciou a
comercialização de peles bovinas, comprando e processando couros salgados.
Nesta época, Henrique Bertin já pensava no futuro do Grupo e em Abril de
1977 iniciou a construção da primeira planta de abate e de produção em Lins,
que impulsionaria o nome Bertin aos mais elevados patamares da economia
brasileira e anos depois no mercado internacional. Dois anos mais tarde,
Henrique Bertin, com seus irmãos Reinaldo, Natalino, João e Silmar, com
extrema dedicação, trabalho e competência, colocaram a unidade de Lins em
operação, a primeira do grande império chamado Grupo Bertin. (Anexo A)
No início a empresa abatia cerca de 20 cabeças de gado por dia com 70
empregados, e a carne era vendida na região de Lins. Em 1978 o abate já era
de 100 animais por dia e já atendia a mercados mais distantes, iniciando os
trabalhos de embalagem e congelamento dos produtos. Em 1980 com abate de
200 animais por dia inicio-se a venda para a capital com a inauguração de um
entreposto em Barueri para facilitar a distribuição do produto. Nessa época
também os irmãos já começavam a cumprir algumas normas internacionais
com vista no mercado externo. (Anexo B)
Em 1981 o destino traria aos irmãos uma infelicidade, em um trágico
acidente aéreo falece Henrique Bertin que foi o idealizador de tudo, então
quando todos achavam que a empresa não seguiria adiante, os cinco irmãos
reuniram-se e com muita seriedade resolveram levar adiante todas as idéias do
irmão e a partir daí o Grupo não mais parou de crescer, três décadas depois,
com capacidade de abater 14 mil bois por dia, desenvolveram um padrão de
excelência e qualidade em seus produtos, o que garantiu a conquista de
clientes em mais de 80 países nos cinco continentes, cada um com suas
peculiaridades e expectativas em relação à carne a ser consumida, com um
faturamento anual de R$ 7.5 bilhões é hoje a empresa mais diversificada do
setor. Responsável pelos ativos de cadeia bovina, couro, lácteos, produtos pet
e produtos de higiene e limpeza. (Anexo C)
19
1.2 Empresas que compõem o Grupo Bertin S/A
O Grupo Bertin S/A seguindo a estratégica de verticalização, na
agroindústria a empresa mantém um conglomerado industrial focado em oito
divisões estratégica de negócios, todas relacionadas a uma administração
central localizada na matriz de Lins. São elas: Agropecuária, Carnes, Biodiesel,
Cosméticos, Couros, Equipamentos de Proteção Individual, Higienização
Industrial, Produtos Pet.
Essas oito unidades estão localizadas por todo o território nacional, em
áreas estratégicas para o melhor aproveitamento da matéria-prima bem como
para o escoamento do seu produto final. (Anexo D)
1.3 Ramos de atividades que as empresas atuam
1.3.1 Agropecuária
A Bertin Agropecuária investe na criação de gado de corte e em
pesquisas para o melhoramento genético da raça nelore, sendo reconhecida
internacionalmente pelos resultados no aprimoramento da espécie. Criado a
pasto, o rebanho é rastreado, o que permite o acompanhamento da vida do
animal e garante um rígido controle sanitário. Nas fazendas, profissionais
especializados mantêm-se atentos com a vacinação, bem-estar, alimentação e
padronização dos animais, conferindo homogeneidade, segurança e qualidade.
Os trabalhos genéticos são feitos em uma das propriedades do grupo,
fazenda Floresta, onde a Comapi mantém um laboratório com equipamentos
modernos e profissionais altamente qualificados. Prova da competência dessa
unidade são as visitas constantes de pecuaristas, empresários, pesquisadores
e interessados de outros países para obtenção de informações sobre essa área
da empresa.
20
A empresa também administra 03 confinamentos de grande porte,
localizados em Guaiçara - SP, Sabino - SP e Araruana – GO, para suprir o
período critico da matéria-prima na entressafra, que vai de Junho a Outubro,
com capacidade de até 200 mil cabeças de bois por ano e com uma
capacidade de recria de até 100 mil cabeças por ano.
A Bertin Agropecuária tem a convicção de que o caminho para a
evolução da pecuária no Brasil é a sustentabilidade, obedecendo estritamente
às leis brasileiras trabalhistas, ambientais, fiscais e todas as outras referentes a
sua atividade.
1.3.2 Carnes
É a unidade do Grupo Bertin, responsável pelo maior faturamento e pelo
seu reconhecimento nacional e mundial, conta hoje com uma das maiores
estruturas de abate e desossa de gado do país, localizadas em áreas
estratégicas para melhor aproveitamento da matéria-prima nos Estados São
Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pará e Tocantins.
Atualmente 12 plantas industriais de frigorífico no Brasil, 01 no Uruguai e outra
no Paraguai, formam a Divisão Carnes do Grupo Bertin.
A unidade é uma das maiores produtoras e exportadora de carne bovina,
responsável por mais de 20% das exportações de carne in natura e por mais
de 50% das exportações de carne industrializada do país, com escritórios
comerciais no Chile,Canadá, Itália, Holanda, Egito, Rússia e Angola.
Mas quem aprecia a qualidade de seus produtos, presente nos pratos
mais seletos, não imagina o criterioso processo adotado na produção.
Tudo começa com o rigoroso controle sanitário feito pelo Serviço de
Inspeção Federal, certificado por vários órgãos internacionais e a
rastreabilidade dos animais, o que garante total confiança quanto à origem,
passa pelo investimento maciço no desenvolvimento de sistemas, processos e
equipamentos, garantindo integridade dos alimentos processados, e termina
com o absoluto respeito aos rigorosos padrões de higiene, às leis e às políticas
de saúde do Brasil e do mundo.
21
O altíssimo índice de confiabilidade da marca Bertin é o resultado de 32
anos de dedicação, sempre buscando às melhores soluções com produtos de
maior valor agregado.
A Divisão Carnes possui uma equipe de colaboradores de alta
competência, todos focados em serem os melhores do mercado e em
atenderem seus clientes sempre da melhor forma possível, garantindo, assim,
a confiança do consumidor final.
Bertin Carnes leva as mesas do mundo todo a sua maior especialidade –
a carne bovina com sua maciez diferenciada que, entre outros segredos,
combina ingredientes como tradição, credibilidade e segurança alimentar. São
mais de 300 itens entre carne in natura e industrializada, com especificação e
cortes especiais, que atendem os paladares mais exigentes. A empresa, que é
auditada pelo Ministério da Agricultura do Brasil e recebe freqüentemente
missões de diversos países, demonstra um forte compromisso com o
consumidor. Desde a escolha da matéria-prima, até a fabricação e distribuição,
tudo é controlado para que haja o máximo de integridade nos alimentos.
A carne in natura representa cerca de 80% da produção total, o restante
fica com os produtos industrializados, que ganharam importância com o
aumento no ritmo de lançamentos neste segmento.
Bertin Carnes possui o maior mix de produtos do setor, o que traz ao
departamento de marketing muito material para o seu trabalho e, ao mesmo
tempo, o grande desafio de levar ao conhecimento de seus clientes todos os
produtos oferecidos pela unidade.
A questão cultural é invocada na análise sobre a aceitação dos pratos,
como uma opção de refeição mais prática.
A unidade trabalha com produtos divididos em grupos:
a) Bertin Grill – produtos congelados e resfriados, como alcatra, contra
filé, maminha, picanha.
b) Bertin Supergelados – produtos industrializados, como hambúrgueres,
quibes e almôndegas.
c) Bertin Enlatados – linha de produtos com alto valor protéico,
comercializada no mercado externo.
d) Bertin Cozidos – carnes previamente cozidas e congeladas,
comercializada também no mercado externo.
22
e) Bertin Extrato de Carne – vendido para empresas para fabricação de
caldo de carne, para o mercado interno e externo.
f) Bertin Envoltórios – vísceras salgadas e industrializadas, vendidas
para o mercado interno e externo.
g) Bertin Miúdos – linha completa como rim, coração, traquéia –
comercializada no mercado externo.
h) Bertin Charque – carne vendida para a Região Nordeste do país.
Com todo esse mix de produtos, é fácil entender por que o Grupo Bertin
é hoje um dos maiores fornecedores de carne para o mercado interno bem
como para o mercado externo.
A marca Bertin é a mais reconhecida no mercado internacional de carne
e por isso a empresa adotou o slogan “A carne brasileira que o mundo
reconhece”.
Esse patrimônio do grupo foi alcançado, graças ao trabalho e dedicação
de todos os envolvidos e que para os acionistas, a marca Bertin não tem valor
mensurado, para eles é o presente deixado pelo irmão Henrique Bertin e que,
com espírito de empreendedorismo de todos, souberam muito bem aproveitar.
1.3.3 Biodiesel
Atentos aos inúmeros benefícios que as fontes alternativas energéticas
trazem ao panorama social, ambiental e econômico, o Grupo Bertin em 2007
acreditou no biodiesel, com utilização de matéria-prima como o sebo bovino e
oleaginosas. O biodiesel é uma estratégica da empresa dentro dos preceitos de
geração de energia limpa, na nova matriz energética do país.
A Brasbiodiesel esta capacitada para processar 125 mil toneladas de
biodiesel, hoje a maior capacidade instalada no país. Com esta produção,
pretende-se atender 12,5% da demanda do mercado nacional, com adição ao
diesel de 4%.
O empreendimento feito, não só contempla a geração de novos
empregos, conseqüentemente renda, bem como a redução de poluentes e
ganhos de crédito de carbono.
23
1.3.4 Cosméticos
Líder na produção de sebo bovino e massa, Bertin Higiene e Limpeza
fornece matéria-prima para pequenas, medias e grandes empresas, alem de
fabricar e comercializar, sob as marcas Brisa e Lavarte na linha doméstica, um
mix de produtos que inclui sabão em barra, desinfetantes, lava louça,
amaciante, limpa vidro e limpeza perfumada. Pesquisas são realizadas em
modernos laboratórios para o desenvolvimento de novas fórmulas, fragrâncias,
versões e embalagens, abrindo espaço para inovações que tragam mais
praticidade ao consumidor com maior valor agregado ao produto.
Os produtos são todos registrados no Ministério da Saúde, são produtos
desenvolvidos, testados e fabricados para atender ao rigoroso controle de
qualidade da empresa e Ministério da Saúde.
No mercado interno, o principal cliente é a Unilever, seu canal de
distribuição é o atacado na região Nordeste nos Estados de Alagoas,
Pernambuco e Sergipe. No mercado externo, o sabão em pedra é vendido para
Cuba e Continente Africano.
A massa base para sabonetes, principal matéria-prima para a produção
de sabonetes, é fornecida para vários clientes como Natura e Boticário.
A Bertin Higiene e Beleza na área de cosméticos são representadas
pelas conceituadas marcas como Francis, OX, Phytoderm, Neutorx, Karina,
Kolene, Hydratta. A divisão possui linhas inspiradas na biodiversidade brasileira
que trazem substancias ativa para o cuidado diário com o corpo e cabelos. Ao
todo são 343 itens, entre shampoo, condicionadores, cremes corporais,
protetores solares, desodorantes e sabonetes, alem da linha de perfumaria.
No mercado de sabonetes, a empresa detém 17% e é o terceiro
colocado no ranking em volume e valor.
A OX, é a marca que representa a divisão de cosméticos do Grupo, com
a filosofia de buscar o melhor que pode oferecer em substancias ativas e óleos
essenciais.
O Grupo Bertin acredita na evolução e sucesso da divisão de
cosméticos, por isso está continuamente investindo em pesquisas, contratação
24
de profissionais capacitados, buscando inovações e acompanhando as
tendências de mercado.
1.3.5 Couros
A Bertin Couros foi à primeira divisão de negócios fundada pelo grupo
em 1981, considerada uma das mais respeitadas empresas do mundo em
curtimento de couro bovino, por meio de sua marca, produz e comercializa
internacionalmente couros nos estágios wet-blue, semi-acabados e acabados,
atendendo o setor moveleiro, automobilístico, calçadista e de artefatos.
Suas nove unidades estão instaladas em áreas estratégicas do país, no
Estado do Pará, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás e São Paulo e uma na
China especializada em acabamento, para atender o mercado asiático onde
estão as grandes marcas de calçados como Nike, Adidas, Reebok, Timberland,
e outros. Com capacidade para processar 24.700 peles por dia, com
qualificação contínua das equipes de trabalho, processos industriais eficientes
e eficazes, modernas máquinas e equipamentos dotados de tecnologia de
ponta, contribuindo assim em prol do meio ambiente, bem como para que a
Bracol seja competitiva com produtos de qualidade, atendendo e adaptando às
novas exigências técnicas de seus clientes, conquistando assim novos
mercados e ocupando a posição de maior exportador do Brasil nesse
segmento com 90% de sua produção.
Considerando a qualidade como fator de sucesso, a Bracol tem como
principal objetivo à satisfação total de seus clientes, assumindo o compromisso
de melhoria continua de seus processos e produtos.
1.3.6 Equipamentos de Proteção Individual
A unidade produz calçados e luvas de segurança a partir da matéria-
prima originada do próprio Grupo, seguindo as normas técnicas nacionais e
25
internacionais, trabalham em regime de excelência e em constante atualização
de todos os setores industriais, para melhor proteção e conforto de seus
colaboradores e prestadores de serviços em suas diversas atividades.
Empresa caracterizada pela qualidade, tecnologia, inovação e a
capacidade de desenvolvimento de novos produtos. Esse diferencial resulta na
redução de custos, agilidade no processo industrial e fabricação de produtos
com qualidade.
Em 2006 com a construção em Lins de uma nova unidade fabril com 31
mil metros quadrados, a capacidade de produção foi triplicada. Hoje com sete
plantas industriais, com uma produção de 20 milhões de pares de calçados por
ano. Além de calçados confeccionados com couro gerado nas unidades do
Grupo, há também ampla linha de luvas e botas de PVC.
As marcas de calçados de segurança detêm hoje 43% do mercado além
de ser consideradas as marcas Top of Mind no setor equipamentos de
proteção individual.
Testes em laboratório dão condições de usos e desgaste e ajudam na
avaliação criteriosa dos lotes fabricados.
Atualmente essa divisão é a mais lembrada pelas empresas brasileiras e
internacionais na hora de adquirir equipamentos de segurança. A empresa
exporta hoje para países como: Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Cuba,
Nigéria e Portugal.
1.3.7 Higienização Industrial
A Unidade de Higienização Industrial é responsável pela fabricação de
mais de 70 itens para limpeza, divididos nas seguintes linhas: detergentes para
indústrias de alimentos, produtos para lavanderias, metalúrgicas, hospitais,
hotéis e estabelecimentos em geral. A matéria-prima é adquirida de
fornecedores comprometidos com a qualidade total e com a segurança de
fornecimento.
26
Todos os produtos, como detergentes, sanitizantes, desinfetantes e
bactericidas, além de linhas agrícolas e veterinárias, são certificados pelo
Ministério da Agricultura e Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.
A unidade possui completa estrutura com laboratórios e equipamentos
modernos, conta com equipe altamente qualificada e comprometida com o
desenvolvimento de novos produtos, por meio de pesquisas, o que resulta em
melhorias constantes nas formulações.
Para o grupo, a higienização é fator indispensável ao empreendimento
que visa confiança, seriedade e respeito a seus clientes.
1.3.8 Produtos Pet
Divisão do Grupo que se destaca por sua rápida expansão,
conquistando o reconhecimento nos mercados dos diversos países que
comercializam produtos no segmento.
Os produtos são produzidos a partir de seleta matéria-prima previamente
tratada e fornecida pelas empresas do Grupo.
São produtos destinados a diversão, alimentação e higiene bucal dos
animais domésticos, a partir da raspa do couro bovino e que seguem os mais
rigorosos padrões de higiene e saúde, certificado pelo Serviço de Inspeção
Federal.
Todo esse know-how e experiência conquistados no mercado
internacional, chegaram ao Brasil com a excelência que faz da Bertin uma
referencia em qualidade.
A produção é comercializada nos Estados Unidos com exclusividade
pelo parceiro norte-americano Hartz Mountain Corporation, com as marcas
Harts, Flavor Last, Dentist’s Best, Harper’s e Nelore.
A rápida expansão no segmento é o resultado dos constantes
programas de aperfeiçoamento e alto controle de qualidade.
1.4 Início das Operações no Mercado Internacional
27
O aumento da concorrência e as instabilidades do mercado levam as
empresas a pensarem no mercado de uma forma globalizada e não mais como
mercado doméstico ou externo.
Atuar em diversos mercados e ter a possibilidade de acesso a um
mercado com características distintas ao do mercado interno, aumenta a
capacidade de sobrevivência e de sucesso da empresa frente às dificuldades
presentes.
Quando a empresa decide-se ingressar no mercado externo, Kotler;
Keller (2006) indica que ela deve definir seus objetivos e suas estratégicas de
marketing, afinal é preciso avaliar critérios relevantes como atratividade de
mercado, vantagem e risco.
A forma de ingressar no mercado internacional é por meio da
exportação.
Em 1983 o Grupo Bertin S/A-Divisão Alimentos com abate de 400
animais por dia, deu inicio a atividade de exportação de carne congelada,
destinada ao sofisticado e exigente Mercado Comum Europeu.
O primeiro país estrangeiro a apreciar as carnes brasileiras do Grupo
Bertin foi Israel. Para exportar para este país, a empresa teve que se adequar
as técnicas de abate a algumas regras do judaísmo, por exemplo: no momento
do abate dos animais há sempre um rabino presente para orar; os sacerdotes
observam todo o processo e fiscalizam do inicio ao fim todo o tratamento dados
aos animais.
Sempre investimentos contínuos em alta tecnologia e qualidade de seus
produtos, preocupados com a necessidade e exigência de cada mercado,
tornou-se um dos maiores exportadores de carne bovina in natura e
industrializada do país, com o desafio constante de transmitir ao consumidor
final a qualidade dos seus alimentos.
A marca Bertin é sinônimo de excelência no mercado internacional, e
sua credibilidade perante seus parceiros e clientes é sua principal vantagem
sobre seus concorrentes.
Seus produtos são hoje distribuídos para mais de 80 países em 5
continentes.
28
1.4.1 Descrição dos produtos Exportados e Importados
Segundo Kotler; Keller (2006), o mix de produtos é chamado de
sortimento de produtos, é o conjunto de todos os produtos que a empresa
disponibiliza aos seus clientes.
Hoje Bertin S/A-Divisão Alimentos tem um portfólio de mais de 300
produtos, o que traz ao departamento de marketing muito material para seu
trabalho bem como o grande desafio de levar ao conhecimento de seus
clientes todos os produtos oferecidos.
A Divisão Alimentos trabalha com produtos divididos em 02 grupos:
a) Carne in Natura – cortes de carne sem osso do dianteiro e traseiro,
que são exportados congelados ou resfriados.
b) Carne Industrializada – carnes previamente cozidas e congeladas.
O grupo Bertin é uma empresa com perfil de exportadora, no entanto,
atua também como importadora em quase todas as divisões, podemos
destacar alguns pontos, tais como:
a) Importação de produtos químicos, utilizados como insumo de
produção na divisão couros;
b) Importação de máquinas, equipamentos e peças de reposição para
todas as divisões, tendo em vista que alguns equipamentos
fabricados no exterior são necessários para se ter uma qualidade de
produção adequada para exportação, principalmente;
c) Produtos para comercialização no Mercado Interno, aproveitando o
canal de distribuição da carne, tais como: pescados, cordeiros,
batatas, cortes de carnes especiais, entre outros itens.
d) Matérias prima diversas, para Divisões Higiene e Beleza, Lácteos,
Biodiesel, EPIs, entre outras.
1.4.2 Mercados de Atuação no Exterior
A empresa ocupa importante posição no cenário brasileiro de
exportações, graças ao seu padrão de qualidade e pleno atendimento das
29
exigências de cada mercado. A marca Bertin é sinônimo de qualidade no
mercado internacional, sua credibilidade com seus parceiros e clientes, é a
principal vantagem sobre seus concorrentes. Um grande número de pessoas,
em vários países do mundo, consome seus produtos.
Hoje os principais países importadores são: Alemanha, Angola, Canadá,
Chile, Egito, Emirados Árabe, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda,
Hong Kong, Inglaterra, Itália, Irã, Japão, Rússia.
Para que seus produtos cheguem a todos estes países, a empresa tem
um departamento de logística corporativo, responsável por todas as unidades
estratégicas de negócios, que está sempre buscando melhoria contínua e
integrado com vários outros setores, visando ser um diferencial, reduzindo
tempo de entrega e custos, mantendo o equilíbrio entre os serviços e as metas
para o bom atendimento ao cliente. Para isso, investimentos em tecnologia de
informação, produção, armazenagem de estoques e transportes, são metas
estabelecidas para serem cumpridas em relação custo e tempo, sempre com
intuito de obter a satisfação total do cliente.
1.5 Atividades financeiras ligadas ao Comercio Exterior
1.5.1 Recebimentos de Vendas na Exportação
Tanto o exportador como o importador devem evitar os riscos de
natureza comercial a que estão sujeitas as transações internacionais. Ao
remeter a mercadoria ao exterior, o exportador deve tomar precauções para
receber o pagamento. Por sua vez, o importador necessita de segurança
quanto ao devido recebimento da mercadoria, nas condições acertadas com o
exportador. Definir com clareza a forma de pagamento que deverá ser
observada em uma operação de exportação é de fundamental relevância para
ambas as partes. Assim, a escolha da modalidade de pagamento deve atender
simultaneamente aos interesses do exportador e do importador.
30
São as seguintes as formas de pagamento no comércio exterior:
pagamento antecipado, cobrança documentária e Carta de Crédito ou Crédito
Documentário.
1.5.2 Condições de pagamentos nas compras na importação
Os compromissos financeiros na importação devem ser realizados de
acordo com as negociações entre fornecedores e a empresa importadora,
normalmente esta negociação se dá já na oferta dos produtos que serão
exportados, podendo o importador aceitar ou não as condições pré-
estabelecidas na oferta inicial enviada pelo fornecedor.
Segundo Vieira (2008), para que se possa efetuar o pagamento ao
fornecedor no exterior, o importador deverá comprar a respectiva moeda
estrangeira, em banco autorizado a operar em câmbio pelo Banco Central do
Brasil.
Sendo assim, todas as operações de pagamentos ao exterior devem ser
administradas através de bancos que a empresa atue e sempre com anuência
do BACEN.
O Grupo Bertin trabalha com diversas modalidades de pagamentos na
importação, os mais comuns são os pagamentos a prazo através de cobranças
bancarias ou remessas sem saques, ou seja sem registro de cobranças em
bancos, os produtos químicos da Divisão Couros tem todos negociações a
prazo que variam entre 60 até 180 dias, dependendo do fornecedor. Este tipo
de transação esta fundamenta na confiança mutua entre as partes e
normalmente é utilizado em função do volume de importação e da freqüência
com que estas ocorrem.
No entanto, quando se trata de fornecedores novos, ou dependendo
ainda da negociação as operações podem ser realizadas a vista ou até mesmo
antecipadas, sendo assim a empresa somente poderá liberar as cargas
importadas mediante comprovação de pagamento, e vinculação do número do
contrato de câmbio na Declaração de Importação - D.I.
31
A empresa também utiliza linhas de crédito, tanto internas como
externas, para importação de equipamentos, nestas operações o pagamento
se dá ao banco interveniente na operação com juros previamente negociados,
podendo as operações ter prazo final de pagamento de até 05 anos, com
pagamentos em parcelas semestrais.
Outra modalidade, mas pouco utilizada pela empresa é a Carta de
Crédito a vista ou a prazo, neste tipo de operação o exportador tem todas as
garantias de que irá receber o valor da fatura sem nenhum problema, a Bertin
não pratica usualmente esta modalidade de pagamento na importação,
primeiro por existirem custos operacionais consideravelmente altos, além disto,
os fornecedores da empresa normalmente não exigem esta condição de
pagamento nas negociações, a não ser que seja realmente uma operação com
fornecedor novo e com pouco relacionamento entre as partes.
32
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO CAMBIAL
2 CONCEITO DE VARIAÇÃO CAMBIAL
A variação cambial acontece toda vez que a parceria existente entre
duas moedas de diferentes países apresenta alteração em relação aos seus
valores, sendo o percentual divulgado que indica a variação da taxa de câmbio
num determinado período de tempo.
De acordo com o glossário financeiro Intelect Gerenciamento Financeiro
- IGF apresenta o conceito;
Negociação de moeda estrangeira, através da compra, venda ou troca da moeda de um país pela de outro. O câmbio exprime a relação de troca entre moedas de diferentes países, transação comum nas operações de comércio exterior (exportação e importação) e de transferências de capital, por qualquer motivo, seja investimento ou gastos com turismo. As cotações relativas das moedas definidas por diversos fatores, dependendo basicamente da oferta e da procura por uma moeda. O nível de desenvolvimento econômico país contribui para a definição de sua taxa de câmbio, bem como o nível de investimentos estrangeiros que recebe, seu nível de relação comercial com os demais países, sua situação fiscal, seu nível de juros, entre outros fatores. Países mais fortes economicamente, mais sólidos, tendem a ter moedas com maior aceitação internacional. (IGF, 2009, p. 1)
2.1 Definição de moedas
Moeda é o meio através do qual são efetuadas as transações
monetárias. É todo ativo que constitua forma imediata de solver débitos, com
aceitabilidade geral e disponibilidade imediata, e que confere ao seu titular um
direito de saque sobre o produto social.
33
É importante perceber que existem diferentes definições de moeda: (i) o dinheiro que constitui as notas (geralmente em papel); (ii) a moeda (a peça metalica); (iii) a moeda bancária ou escritural, admitidas em circulação; e, (iv) a moeda no sentido mais amplo, que significa o dinheiro em circulação, a moeda nacional. Em geral, a moeda é emitida e controlada pelo governo do país, que é o único que pode fixar e controlar seu valor. O dinheiro está associado a transações de baixo valor; a moeda (no sentido aqui tratado), por sua vez, tem uma definição mais abrangente, já que engloba, mesmo no seu agregado mais líquido, não só o dinheiro, mas também o valor depositado em contas correntes. (WIKIPEDIA, 2009, p.1)
Segundo Krugman; Obstfeid (2001) é convencionado internacionalmente
que moeda, no conceito de meios de pagamento, é o papel moeda em poder
público mais o saldo dos depósitos á vista nos bancos comerciais. Esse
conceito tem se mantido ao longo do tempo, mas se for considerado um
sentido mais amplo no qual se consideram outros ativos com maior grau de
liquidez, as definições de moeda tem se alterado ao longo do tempo. Essas
alterações devem-se principalmente às diferentes políticas econômicas
adotadas por diferentes presidentes que ao longo de suas administrações,
emitem títulos a fim de financiar o endividamento interno, ou ainda bloqueiam
ativos financeiros à ordem do Banco Central.
Verifica-se que embora tenham ocorrido algumas mudanças no sentido
mais amplo o conceito de meios de pagamento permanece o mesmo, e isto é o
resultado de uma convenção internacional.
2.1.1 Moedas como meio de trocas e pagamentos
Segundo Rossetti (2003), meio de troca é a função essencial da moeda,
já exercida em caráter embrionário até mesmo pelas primitivas mercadorias-
moeda. Entre os benefícios resultantes desta função destacam-se a
especialização e a divisão social do trabalho, básicas para a aceleração do
progresso material e, em conseqüência, para a expansão do bem estar social.
Finalmente, enquanto intermediária de trocas, a moeda faculta a seu detentor a
liberdade de escolha, não só sobre o que adquirir, diante da alta diversidade
dos bens e serviços disponíveis, mas ainda sobre quando proceder à
34
transação, escolhendo o momento que melhor corresponder à otimização de
sua satisfação.
Enfim, a moeda está presente, como meio de pagamento e medida de
valor, em todos os fluxos econômicos fundamentais. E, como reserva de valor
e padrão de pagamentos diferidos, é um elemento de ligação entre os fluxos
correntes, as expectativas futuras e a liquidação de transações ao longo do
tempo.
2.1.2 Moeda como medida e reserva de valor
Segundo Rossetti (2003), a moeda é uma unidade padrão de medida de
valor. É um denominador comum de valores, uma unidade de conta. Os preços
dos bens e serviços, dados pelo padrão monetário corrente, são, nesse
sentido, expressões monetárias dos valores, a eles atribuídos. Além de
racionalizar o sistema de valoração, esta função da moeda torna possível a
contabilização das atividades econômicas, não só de cada um dos agentes,
mas do sistema como um todo, agregativamente considerado. Segundo a
clássica observação de J. M. Keynes, a moeda é a ponte entre o presente e o
futuro. A moeda é também um reservatório por excelência de poder de compra.
É o padrão de liquidez. Como tal, exerce a função de reserva de valor. Por fim,
a moeda é o elemento de ligação de todos eles com o sistema intermediação
financeira.
Para Teixeira (2002), uma vez que a moeda pode também ser utilizada
como meio de transferência de poder de compra do presente para o futuro, ela
passa a ser um ativo, ou uma reserva de valor. Assim pode-se considerar a
moeda como o mais líquido dos ativos existentes, ou seja, pode ser
transformada em bens ou vendida facilmente.
2.2 Sistema monetário internacional e brasileiro
35
Segundo Berchielli (2000), pode-se considerar a questão dos fluxos de
capitais como calcanhar-de-aquiles do capitalismo atual, no que se refere ao
sistema monetário internacional. Não há consenso sobre o tema. Uns
defendem o máximo de liberdade possível para os fluxos de capital, enquanto
outros defendem liberdade restrita com mecanismos de controle.
O problema de uma entrada maciça de recursos, quando o país não tem
controle sobre eles, pode ser uma sobrevalorização do cambio. Quando a
moeda está sobre valorizada em relação à moeda estrangeira, as exportações
se tornam mais caras e são desestimuladas, enquanto as importações se
tornam mais baratas, desequilibrando o balanço de pagamentos.
Segundo Castro (1999), o sistema monetário brasileiro passou por
diversas reformas as quais foram mudando a cara da moeda.
- 01/11/1942: O decreto lei n° 4.791 de 05/10/1942 instituiu o
“Cruzeiro” como unidade monetária brasileira em lugar do cruzeiro 1.000 réis.
- 13/12/1967: O decreto lei n° 1 de 13/11/1965, regulamentado pelo
decreto n° 60.190, instituiu o “Cruzeiro Novo”.
- 15/05/1970: A resolução n° 144 de 31/03/1970 do Conselho
Monetário Nacional restabeleceu a denominação “Cruzeiro”.
- 28/02/1986: O decreto lei n° 2.283 de 27/02/1986, posteriormente
substituído pelo decreto lei n° 2.284 de 10/03/1986, instituiu o “Cruzado” como
nova unidade monetária.
- 16/03/1990: A medida provisória n° 168 de 15/03/1990, convertida
na lei n° 8.024 de 12/04/1990, restabeleceu a denominação ”Cruzeiro” para a
moeda, correspondendo cruzeiro a um cruzado novo.
- 01/08/1993: A medida provisória n° 336 de 28/07/1993, convertida
na lei n° 8.697 de 27/08/1993, instituiu o “Cruzeiro Real”, a partir de
01/08/1993, equivalendo um cruzeiro real a um mil cruzeiros.
- 01/07/1994: A medida provisória n° 542 de 30/06/1994, instituiu o
”Real” como unidade do sistema monetário, com a equivalência de Cr$
2.750,00, igual à paridade entre URV e o cruzeiro real fixada para o dia
30/06/1994.
2.3 Conceito de câmbio
36
Para Krugman; Obstfeid (2001) operação de câmbio é o conjunto de
atos objetivando a realização da troca de um mesmo valor em uma moeda por
outra. A relação entre dois valores em moedas diferentes é determinado de
taxa de câmbio.
Segundo Ratti (2006), a palavra câmbio tem um significado amplo, na
medida em que é definido como compra e venda de moedas estrangeiras ou
de papéis que as representem, ou seja, o conceito de moeda esta agregado ao
de câmbio. No contexto brasileiro, considera-se operação de câmbio aquela
que envolve a troca de uma moeda estrangeira pelo equivalente em reais, ou a
situação inversa.
De acordo com Krugman; Obstfeid (2001) a partir da existência do
comércio internacional de bens e serviços criou-se a necessidade de um meio
para efetuar os pagamentos. As moedas, a partir daí, começaram a ter
paridade entre si. O problema reside no fato de que nem todas moedas são
conversíveis no mercado internacional, apesar de que atualmente poucos
paises tem problemas com paridade, no entanto somente as moedas dos
paises desenvolvidos, ou industrializados, são aceitas no mercado
internacional.
Desta forma segundo Krugman; Obstfeid (2001) as moedas podem ser
classificadas como:
Conversíveis: são as moedas aceitas em outros paises sem qualquer
restrição em qualquer mercado. Esta aceitabilidade pode ser explicada através
de vários fatores, entre os quais pode-se destacar a confiança depositada no
governo do pais emissor decorrente da estabilidade política, econômica e
financeira;
Não Conversíveis: são moedas que normalmente não tem aceitação no
mercado internacional de câmbio.
2.3.1 Controle cambial no Brasil
Para Castro (1999), autoridades monetárias têm o controle sobre o
regime cambial brasileiro, que tem o BACEN – Banco Central do Brasil como
37
seu fiscalizador e tomam decisões quanto a centralização das operações
cambiais e fixação de taxas cambiais, para depois serem negociadas
resultando no mercado cambial de taxas flutuantes e seqüencialmente as taxas
livres e mercado paralelo. (Anexo E).
Segundo Castro (1999), o câmbio e o comércio exterior no país tinham
os seguintes controladores:
a) Conselho Monetário Nacional
b) Banco Central do Brasil
c) Câmara de Comércio Exterior
d) Secretaria de Comércio Exterior
e) Secretaria da Receita Federal
f) Banco do Brasil S/A.
g) Ministério das Relações Exteriores
h) Secretaria de Política Econômica
i) Secretaria de Acompanhamento Econômico
j) Secretaria de Assuntos Internacionais
k) Comitê brasileiro de nomenclatura.
Atualmente o Controle Cambial das Operações de Comércio Exterior é
centralizado da no Ministério da Fazenda que determina o seguinte:
No Brasil não é permitido o livre curso da moeda estrangeira, isto é, as pessoas físicas ou jurídicas só podem comprar ou vender moedas estrangeiras nos estabelecimentos legalmente autorizados pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Toda a regulamentação do controle cambial exercido pelo Bacen se encontra no Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI,2008).
2.3.2 Definições de taxas cambiais
Na visão de Krugman; Obstfeid (2001), as taxas cambiais demonstram a
relação entre fatores e preços domésticos das mercadorias de um país para os
demais, podendo mostrar se há um favorecimento às exportações ou às
importações dependendo desta taxa cambial.
Para Krugman; Obstfeid (2001), a paridade monetária ou paridade legal
é a relação entre padrões de duas moedas, diferente da taxa de câmbio.
38
A taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de
moeda estrangeira. Em outras palavras, é o preço de uma moeda em termos
de outra. Existem tantas taxas de câmbio quanto a moedas estrangeiras. No
entanto, a taxa de câmbio aponta o preço de uma moeda internacional usada
como referência.
As variações do dólar americano continuam sendo referências com as
moedas dos demais países.
2.3.3 Prática de operações cambiais
Segundo Vieira (2008) o mercado de câmbio é um mercado dinâmico
que envolve a negociação de moedas estrangeiras, muito dependente das
políticas financeiras, fiscais, monetárias, cambiais e do comércio exterior. As
operações realizadas neste mercado englobam principalmente compra e venda
de moeda estrangeira. De acordo com a regulamentação atual toda operação
de câmbio deve ser realizada por meio de contrato de câmbio, tendo sempre
como parte interveniente uma instituição financeira autorizada pelo BACEN.
As principais operações de câmbio são:
a) Cambio a vista (Spot): são realizadas operações de compra e venda
de moeda estrangeira cuja liquidação deve ocorrer em até dois dias
úteis;
b) Cambio futuro: são efetuadas as operações de compra e venda de
moeda estrangeira, cuja contratação é realizada para liquidação em
prazo superior a três dias úteis.
Principais tipos de contrato de câmbio:
a) tipo 01 – compra: câmbio de exportação;
b) tipo 02 – venda: câmbio de importação.
Segundo Ratti (2006), Posição de Câmbio é o registro que expressa a
situação das compras e vendas de moedas efetuadas por um estabelecimento
bancário, durante um dado período. Para Lunardi (2001), posição de câmbio é
a soma algébrica de todas as operações de compra e venda realizada por uma
Instituição, independentemente do número de suas carteiras operacionais, ou,
39
em outras palavras, a situação líquida de compra e venda de moedas
estrangeiras efetuadas pelo Banco, em um dado momento. Convém logo dizer
que a Posição de Câmbio leva em conta, para a sua apuração, o saldo do
movimento anterior.
2.3.4 Teoria sobre a formação das taxas cambiais
Para Krugman; Obstfeid (2001), como qualquer mercadoria exposta à
venda, as divisas estrangeiras estão sujeitas a lei da oferta e da procura,
motivo pelo qual a taxa cambial, ou seja, o preço das divisas poderá ser
explicada mediante utilização dos mesmos artifícios geométricos normalmente
utilizados para explicar a formação de preços em geral. A oferta e a procura
permanecem estáveis, quando ocorrem normalmente as seguintes situações:
a) a oferta e a procura permanecem invariáveis;
b) a oferta e a procura aumentarem ou diminuírem em igual proporção.
A taxa cambial tende a aumentar quando:
a) a procura aumenta e a oferta permanece estável ou diminui;
b) a procura aumenta e a oferta também aumenta, porém em proporção
menor;
c) a oferta diminui e a procura permanece estável;
d) a oferta diminui e a procura também diminui, porém em proporção
menor;
O autor afirma ainda que a taxa cambial tende a diminuir quando:
a) a oferta e a procura permanecem estáveis ou diminuem;
b) a oferta aumenta e a procura também aumenta, porem em proporção
menor;
c) a procura diminui e a oferta permanece estável;
d) a procura diminui e a oferta também diminui, porém em proporção
menor.
Krugman; Obstfeid (2001), afirmam ainda, que esta oferta e procura de
divisas representa o movimento normal das transações de importação e
40
exportação, pagamento e recebimento de serviços, entrada e saída de capitais,
ou ainda, resultado de manobras especulativas.
41
CAPÍTULO III
RELATO DA PESQUISA NA EMPRESA BERTIN S/A
3 INTRODUÇÃO
O objetivo do estudo de caso foi verificar se a variação cambial afeta o
resultado financeiro da empresa exportadora.
Foi realizada pesquisa de campo no setor financeiro internacional da
Empresa Bertin S/A e sua importância no contexto estratégico.
Foram utilizados, os métodos de observação sistemática e histórico.
Na realização do método de observação sistemática, foram analisados e
observados, procedimentos aplicados pelo setor financeiro internacional.
No método histórico, foram utilizadas as informações disponíveis,
demonstrando a evolução do Grupo.
As técnicas utilizadas dos métodos foram: Roteiro de Observação
Sistemática (Apêndice A); Roteiro Histórico da Evolução das Exportações
(Apêndice B); Roteiro de Entrevista com o Responsável pelo Setor de
Cobrança Internacional (Apêndice C); Roteiro de Entrevista com o Responsável
pela Mesa de Operações e Captação de Recursos (Apêndice D); Roteiro de
Entrevista com Responsável pelas Exportações (Apêndice E).
3.1 Conceito de variação cambial na empresa
Atualmente no Brasil, a taxa de câmbio é livremente pactuada entre as
partes contratantes das operações de câmbio, entretanto, estão sujeitas às
penalidades de demais sanções previstas na legislação e regulamentações em
vigor. (Anexo F).
As elevações ou reduções dos preços das moedas estrangeiras em
42
relação á moeda nacional, sofrem influência de fatores econômicos, políticos e
sociais, tanto internos como externos.
No Grupo Bertin, a mesa de operações de câmbio, responsável pelas
operações e captações de recursos externos, está integrada com os
departamentos responsáveis pela compra de matéria prima, insumos, bens e
investimentos na importação, bem como com departamento responsável pela
compra de bovinos para o abate, devido a sua importância estratégica, visando
sempre buscar a melhor taxa de câmbio, reduzindo a variação cambial e se
beneficiando da apreciação do real frente ao dólar, aumentando sua
competitividade na formação do preço final de seus produtos,
conseqüentemente o crescimento financeiro das empresas que compõem o
grupo. No entanto, nos processos de importação, sempre haverá variação
cambial, pois as taxas utilizadas para registro das D.Is. – Declarações de
Importação sempre são diferentes das taxas utilizadas para pagamento aos
fornecedores. Sendo assim, as notas fiscais de entrada dos produtos
importados refletem as taxas utilizadas nos registros e não as taxas utilizadas
nos pagamentos, pois são fatores que ocorrem em datas e situações distintas,
esta diferença de taxa é o que chamamos de variação cambial na importação,
podendo ser positiva ou negativa.
Além disto, a mesa trabalha também com captação de recursos no
exterior para financiar as operações de comércio exterior. A empresa para
viabilizar sua produção, obtém financiamento utilizando como garantia os
produtos exportados e manter seu fluxo de caixa, faz suas captações
financeiras através de adiantamentos de recursos ao exportador seja na
modalidade de Adiantamento a Contrato de Câmbio, Adiantamento sobre
Cambiais Entregues ou Repasses do BNDES para Financiamento de Máquinas
e Equipamentos (Finame) bem como financiamento de exportação
(BNDES/Exim).
Nas exportações, os pagamentos efetivados pelos clientes, são
vinculados a contratos de câmbio realizados previamente junto aos bancos no
Brasil, sendo que nas liquidações das faturas sempre existe a variação
cambial, considerando a taxa de contratação do câmbio no que se refere a taxa
da liquidação das faturas de exportação. Esta diferença entre as taxas é que
gera o que se chama de variação cambial na exportação, podendo ser positiva
43
ou negativa. (Anexo G).
3.1.1 Tratamento da variação cambial nos processos de importação
As importações na empresa são administradas através de sistema
desenvolvido internamente para controle dos fluxos de informações,
elaboração e controle dos processos em todas as fases, desde a colocação do
pedido junto aos fornecedores internacionais, até o momento do pagamento
final da compra, que quando negociada a prazo pode ocorrer em até cinco
anos, desde que devidamente autorizada pelo BACEN.
Como conceito fiscal, é obrigatório que toda importação
necessariamente gere uma nota fiscal de entrada. Esta nota deve trazer todos
os valores passiveis de tributação nos processos de nacionalização dos
produtos importados, ou seja, o registro da D.I.
Os valores indicados em moedas estrangeiras para composição do valor
CIF – Cost Insurance and Freight, que é a base para conversão em moeda
nacional são: o valor dos produtos no local de embarque e/ou condição de
venda, o valor do frete internacional e o valor do seguro de transporte
internacional.
O Sistema Bertin, na importação chamado de IMP-1000 está preparado
para fazer todo processo de conversão com base nas informações alocadas
em cada processo. No que se refere à variação cambial, que sempre existe nos
processos de importação, alimenta-se o sistema com as taxas de registro das
D.Is. Assim como as taxas utilizadas para fechamento de câmbio, pagamento
ao fornecedor no exterior; caso o pagamento não tenha sido efetivado, o que
ocorre em importações à prazo, evidentemente a taxa de pagamento ainda não
é informada, ficando, portanto este valor em moeda estrangeira em aberto na
contabilidade, e na ocasião do pagamento, seja antecipado, a vista ou a prazo,
o valor das diferenças entre as taxas é indicado em documento interno,
proporcionando com isto condições para que o setor contábil possa fazer os
lançamento adequados destas variações cambiais podendo ser ativa ou
passiva.
44
3.1.2 Tratamento da variação cambial nos processos de exportação
Nas operações de exportação, a empresa tem usado com freqüência
financiamentos em dólar de curto e longo prazo junto às instituições financeiras
do país autorizadas pelo BACEN, lastreadas em contratos futuros de vendas
de exportações que podem ser a vista ou a prazo.
As operações de câmbio são efetuadas na taxa de dólar do dia praticada
pelo mercado, e as liquidações ficam sujeitas a variação cambial, visto que
ocorrem no futuro, quando do pagamento por parte dos importadores.
As liquidações das exportações são feitas, no momento em que o banco
financiador confirma o recebimento da moeda estrangeira em sua conta.
A empresa em obediência ao regime de competência faz o
acompanhamento individualizado de cada operação e o registro contábil da
atualização monetária mês a mês, sejam variações monetárias ativas (receitas
financeiras) ou variações monetárias passivas (despesas financeiras).
3.2 Análise contábil da variação cambial
A empresa faz a análise e tratamento da variação cambial, considerando
o fato gerador, e lançando o resultado a débito ou a crédito contra clientes ou
fornecedores internacionais.
A variação cambial pode ser gerada tanto nas operações de importação
quanto nas operações de exportação, e é lançada nos registros contábeis da
empresa como despesa financeira ou receita financeira, ou seja, quando a
variação cambial é positiva o lançamento contábil é efetivado como receita
financeira, pois a operação foi liquidada com menos recursos do que fora
lançado nos registros contábeis gerando, portanto um saldo positivo, em
contrapartida quando a variação cambial é negativa o lançamento contábil é
efetivado como despesa financeira, pois a operação foi liquidada com mais
recursos do que fora lançado nos registros contábeis gerando, portanto um
saldo negativo.
45
3.3 Influência da variação cambial nos resultados da empresa
A Bertin é uma empresa com uma participação muito grande no
mercado internacional, tanto na importação, como principalmente na
exportação, portanto extremamente sujeita as conseqüências da variação
cambial. Nos últimos anos à volatilidade excessiva das taxas de câmbio, tem
causando um impacto considerável nos resultados contábeis da empresa.
Na exportação e importação pode-se considerar que a situação instável
da economia internacional pode trazer um aumento ou redução no resultado
financeiro da empresa, ocasionando efeitos no lucro contábil.
A Bertin S.A é tributada com base no lucro real, e a apuração do PIS e
COFINS com base no regime não cumulativo.
No ano-calendário de 2008, optou-se em adicionar os valores de
Variação Cambial Ativa e Passiva da Base de Cálculo do Lucro Real, sendo
então adicionadas as Variações Cambiais Passivas (regime competência) e
Variação Cambial Ativa (regime caixa), e excluindo as Variações Cambiais
Ativas (regime competência) e Variações Cambiais Passivas (regime caixa).
Assim, para fins de IRPJ e CSLL foram tirados os efeitos do resultado
das Variações Cambiais, mas para isso, foi extremamente necessário o
controle dos títulos.
Para fins de PIS e COFINS, o tratamento é sempre o mesmo,
independentemente do regime escolhido para IRPJ e CSLL. O Decreto nº
5.442/2005 (que substituiu o Decreto nº 5.164/2004) reduz a zero às alíquotas
de PIS e COFINS para as receitas financeiras, quando a PJ é tributada pelo
lucro real.
Assim, não foi tributado PIS (1,65%) e COFINS (7,6%) nas receitas financeiras de Variação Cambial.
Observou-se que a variação cambial representa para a empresa um
fator de risco considerável, além da questão tributária mencionada acima, o
impacto no resultado é expressivo e preocupante e necessita de freqüente
acompanhamento por parte de todos profissionais envolvidos nas operações
de importação, exportação, finanças e fiscal, portanto existe a necessidade de
acompanhar a evolução do mercado de forma muito segura.
46
A empresa não pode escolher sempre trabalhar somente nos melhores
momentos da situação cambial, pois as operações são constantes e
freqüentes, por este motivo a exposição ao risco é permanente.
3.4 Riscos nas operações cambiais
A empresa está sujeita aos efeitos da variação cambial sobre seus
resultados, pois as mudanças do câmbio sempre distorcem as informações
financeiras. Para se trabalhar em comércio exterior, principalmente na
exportação que é uma das diretrizes da Bertin S/A é importante ter consciência
dos problemas decorrentes da volatilidade das moedas estrangeiras, nas
exportações da empresa. Como os recebimentos são em dólar é importante
para os resultados positivos que as taxas estejam valorizadas, ou seja que o
dólar esteja valorizado perante o real.
Mas não basta uma análise tão simplista. Com o dólar forte, a moeda
nacional entra em um cenário de desvalorização cambial, gerando assim queda
do poder aquisitivo em relação à moeda estrangeira. Nesta situação as
operações de importação ficam comprometidas; além disto, a empresa atua
fortemente no mercado interno em todas suas divisões. Sendo assim apesar de
ser importante que o dólar esteja em um patamar considerável para as
operações de exportação, a análise precisa ser feita de uma forma global
dentro da empresa, sendo que o ideal, portanto é que haja um equilíbrio
cambial, trazendo resultados positivos para a empresa nos negócios com
mercado interno e externo.
Os acontecimentos mundiais são fatores que podem determinar a
elevação ou queda das moedas estrangeiras. O exemplo disto foi o ocorrido
em 11 de setembro de 2001 com o ataque terrorista aos Estados Unidos. Nesta
ocasião o dólar teve uma queda expressiva e os negócios a nível mundial
ficaram comprometidos. Na empresa estagiada, este período foi um período
bastante critico, pois se perderam negócios e os mercados ficaram estagnados
durante algum tempo.
47
A empresa considera que a questão da variação cambial deve ser
avaliada de uma forma bastante segura e ampla, tanto na captação de
recursos, pagamentos a fornecedores internacionais e nas operações de
recebimento do exterior (exportações), sendo assim o assunto é tratado com
muito cuidado considerando a influência que a variação cambial pode
representar.
A conclusão da empresa, é que a variação cambial sobre o
desempenho, sobre o caixa e sobre os resultados na Bertin S/A seja
proporcional ao grau de exposição que a empresa apresenta, e para que esta
análise seja segura, devem ser reconhecidos quais os ativos e passivos
expostos à essa variação.
3.4.1 Mercados no exterior, riscos e vantagens
Todas as empresas que atuam no comércio exterior sejam importadoras
ou exportadoras, estão sujeitas aos riscos das operações, por outro lado
existem também vantagens consideráveis que devem ser analisadas.
A Bertin atua fortemente no mercado internacional nos dois segmentos.
Os principais riscos envolvidos são, riscos de inadimplência, riscos
econômicos, riscos políticos, riscos comerciais, riscos da flutuação da taxa de
câmbio.
Nas operações de exportação a empresa busca trabalhar com o máximo
de segurança possível. Os riscos de inadimplência são previamente avaliados
através de pesquisa de mercado e análise de crédito para conhecer a
capacidade financeira dos clientes. Com a abertura de novos mercados e
oferta de novos produtos, sempre existe este risco, pois a empresa necessita
buscar novos parceiros comerciais, inclusive em países com os quais ainda
não tem relacionamento comercial. Tudo isto seguindo a política de
desenvolvimento e expansão das exportações brasileiras.
Nas importações, a empresa busca conhecer profundamente seus
fornecedores, pois o maior risco neste caso refere-se à capacidade de
48
atendimento das compras internacionais. Podem existir problemas vinculados a
produção, ou até mesmo a impossibilidade de exportar para o Brasil, pois
existem órgãos no Brasil que controlam isto internamente. Por exemplo,
importação de carne bovina não é permitida para produtos de origem norte
americana, caso o importador não realize um trabalho de pesquisa prévia corre
o risco de embarcar os produtos no exterior e não poder liberar a carga no
Brasil. Outras questões a serem consideradas estão vinculadas a questões
financeiras. Em muitas importações exige-se o pagamento antecipado, e a
empresa fica exposta ao risco de não receber os produtos.
Como os pagamentos ou recebimentos devem ser em moeda
estrangeira, por força da legislação cambial, a empresa está sujeita também ao
risco de oscilação da taxa de câmbio.
Apesar de ser considerado que existem vários riscos nas operações com
comercio exterior, deve-se destacar que para a Bertin S/A existem muito mais
vantagens nestas operações.
Na exportação os produtos comercializados têm um melhor resultado
financeiro do que os vendidos no mercado interno, tendo em vista que em
vários países a procura é muito grande e os preços praticados são melhores. A
empresa trabalha também com grandes clientes nos cinco continentes que
fazem a distribuição dos seus produtos, sendo que o risco de inadimplência
com estes clientes se torna bastante reduzido.
Na importação a empresa busca vantagens em produtos de maior
qualidade do que existente no mercado interno, ou de produtos que não
existam no Brasil. A empresa considera também que a importação de alguns
produtos para revenda junto com o mix de produtos da Bertin S/A agregam
valor à venda de seus produtos nas operações de mercado interno.
3.5 Parecer Final
Frente ao exposto percebeu-se que a empresa está inserida de forma
muito atuante no mercado internacional, tanto na exportação quanto na
importação. E estas operações trazem resultados financeiros consideráveis
49
para a empresa. O estudo buscou abordar as variações cambiais decorrentes
destas operações, e apurou-se que estas variações podem afetar
significativamente o resultado da empresa, se não houver um controle rigoroso.
Tais controles e utilização de mecanismos apropriados podem evitar resultados
financeiros negativos ou ter seus efeitos minimizados.
A empresa estagiada possui uma política corporativa de gestão de
riscos, onde a utilização de hedge é aplicada em modelo especifico,
contemplando a análise de exposição da tesouraria, diferente da forma
tradicional do hedge que consiste em anular a ponta ativa ou passiva de uma
operação que está sujeita à variação do cambio.
50
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Com a globalização, o aumento das exportações e importações, com a
conquista de novos mercados, cada vez mais exigindo das empresas e
principalmente de seus executivos financeiros, a adoção de estratégias de
defesa é uma das prováveis soluções às empresas que operam e atuam no
comércio exterior, pois, terá que equacionar a elevação do controle do risco,
necessária à estabilização da atividade produtiva, com exposição às condições
de mercado, fundamental para manutenção da competitividade.
Através da pesquisa, foi observado que a empresa estagiada não está
utilizando operações no mercado de futuros para as operações de exportação
e importação vinculada caso a caso, portanto não se evita a variação cambial.
Sendo assim, propõe-se que, para proteger-se das oscilações das taxas de
câmbio em suas operações de exportação e importação, considerando-se a
alternativa de redução de riscos nas atividades que está inserida, seja
analisada a possibilidade de utilizar o hedge de forma tradicional, ou seja, caso
a caso nas operações que envolverem volumes financeiros elevados e prazo
consideráveis, para com isto evitar-se variações cambiais que possam trazer
resultados financeiros negativos nestas operações.
51
CONCLUSÃO
A empresa está inserida no mercado internacional como uma das
maiores exportadores de carne bovina e de todos seus derivados, bem como
na compra de insumos e equipamentos para sua cadeia produtiva.
Considerando que o mercado internacional tem suas vantagens e
desvantagens, toda a empresa tem que estar muito bem preparada para saber
o momento certo de usufruir das vantagens, não só procurando o melhor preço
com intuito de alavancar melhor retorno financeiro como também, saber
administrar os riscos que o mercado oferece e que são muitos, desde a compra
da matéria prima até a venda de seu produto final.
A variação cambial é um risco que interfere diretamente nos resultados,
uma vez que, os pagamentos e recebimentos ocorrem em moeda estrangeira e
que, tanto na venda como na compra estão sujeitos a variações ativas ou
passivas, devido à volatilidade dos preços internacionais de mercadoria e do
câmbio flutuante, que oscila de acordo com o interesse que desperta no
mercado, podendo comprometer a receita decorrente se suas transações
comerciais com o mercado externo.
A pesquisa teve o objetivo de analisar como a variação dólar e outras
moedas podem impactar diretamente no resultado contábil da empresa, e
constatou-se que o mercado financeiro tem diversos instrumentos que podem
ser utilizados como hedge (proteção). A utilização desta proteção tem o
objetivo de fixar previamente os valores das taxas das moedas, para se evitar
riscos com as oscilações do mercado internacional.
Outro ponto observado foi o tratamento contábil que a empresa utiliza
nas variações cambiais ativas ou passivas, existem possibilidades distintas
como, regime de caixa e regime de competência, e a empresa aplica o regime
que lhe parece mais conveniente de acordo com o momento e o permitido pela
legislação.
52
REFERÊNCIAS
AMARAL, A. C. O.; LIMA, E. C. Política cambial efeitos na balança comercial. São Paulo: Aduaneiras, 2001 ASSIS, M. G.; CARVALHO, D. M. S.; JOAQUIM, T. R. Mercado de câmbio brasileiro e câmbio de exportação. São Paulo: Edições Aduaneiras, 2007 BERCHIELLI, F.O. Economia Monetaria, São Paulo: Saraiva, 2000. BRANDÃO, A. Como proteger seu dinheiro, investir e dormir tranquilo durante a turbulência do mercado financeiro. Você S/A, São Paulo, 15 jan.2009. Disponível em:<http://vocesa.abril.com.br/edicoes/0124/aberto/materia/mt_350168.shtml>. Acesso em: 15 jan. 2009. CÂMARA, R. A. J.; MICHELETTI. A. P.; YAMAUCHI. H. U.; Os efeitos da variação cambial no mercado exportador de carne bovina. 2005. Monografia (Graduação em Administração) – Fundação de Ensino ”Eurípedes Soares da Rocha” Centro Universitário Eurípedes de Marília – Univem, Marília. CARNEIRO, P.M.; SILVA JUNIOR, D.M.; LELIS, E.A: Variação cambial e o uso de instrumentos derivativos. 2004. Monografia (/graduação em Administração) – Faculdades Salesianas de Lins – Curso de Ciências Contábeis – Unisalesiano, Lins. CASTRO, J. A. Exportação: Aspectos Práticos e Operacionais. São Paulo: Aduaneiras, 1999. DICIONÁRIO financeiro. Você S/A, São Paulo, 15 jan.2009. Disponível em:<http://vocesa.abril.com.br/edicoes/0124/aberto/materia/mt_350168.shtml>. Acesso em: 15 jan. 2009. GARÓFALO FILHO, E. Crises cambiais e financiamento do comércio exterior brasileiro. Revista brasileira de comércio exterior. São Paulo, p.30-42, dez. 2008. GLOSSÁRIO FINANCEIRO DO IGF - Intelect Gerenciamento Financeiro. 2009 Disponível em: http://www.igf.com.br/aprende/glossario/glo_Resp.aspx?id=490. Acesso em: 25 ago 2009. KOTLER, P. KELLER, K.L. Administração de Marketing. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KRUGMAN, P.R.; OBSTFEID, M., Economia internacional – teoria e política. São Paulo: Makron books, 2001
53
MINISTÉRIO da Fazenda. Controle Cambial das Operações de Comércio Exterior. 2009. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/aduana. Acesso em: 20/08/2009 LUNARDI, Â. L. Operações de câmbio e pagamentos internacionais. São Paulo: Aduaneiras, 2001. NAKAGAWA, F. Reservas do país atingem maior nível da história. O Estado de São Paulo, São Paulo, 18 dez 2008. Disponível em: http://www.estadao.com.br/economia/not_eco296083,0.htm. Acesso em: 15 jan. 2009. NÉVES, S; VICECONTI, P.E.V; Curso pratico de imposto de renda pessoa jurídica e tributos conexos. São Paulo: Frases, 2007 PADOVANI, R. Para onde vai a taxa de câmbio? Revista brasileira de comércio exterior. São Paulo, p.25-29, dez. 2008. RATTI, B. Comércio internacional e câmbio. São Paulo: Aduaneiras, 2006. REGULAMENTO DO MERCADO DE CÂMBIO E CAPITAIS INTERNACIONAIS mercado de câmbio. Banco Central do Brasil, Circular 3.401, de 15 ago. 2008 – Atualização RMCCI n° 24. RIBEIRO, F. J. Um ano difícil para o comércio exterior. Revista brasileira de comércio exterior. São Paulo, p.2-3, jan. 2009. ______. Fatores condicionantes do desempenho exportador das micro e pequenas empresas brasileiras. Revista brasileira de comércio exterior. São Paulo, p.20-39, jan. 2009. ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia, São Paulo: Atlas. 2003 TEIXEIRA E. Economia Monetária: A Macroeconomia No Contexto Monetário. São Paulo: Saraiva. 2002 VIEIRA, A. Teoria e Prática Cambial – Exportação e Importação. São Paulo: Aduaneiras, 2008. WIKIPÉDIA – Moeda 2009 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda. Acesso em: 25 ago 2009.
55
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO
1 INTRODUÇÃO
Serão descritos os objetivos do estudo de caso, os métodos e técnicas
utilizados no levantamento de dados, o período de coleta e o local.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
a) As informações serão coletadas através de entrevista e depoimentos
com gerentes, colaboradores e prestadores de serviços.
b) Utilizar-se-ão materiais teóricos e técnicas empregadas referente ao
mercado de câmbio e das consequentes variações cambias nos
processos das Bertin S/A.
c) Serão descritos os procedimentos e as técnicas utilizadas pela Bertin
S/A., voltados ao gerenciamento das operações de câmbio e das
variações cambiais.
1.2 DISCUSSÃO
Através da pesquisa será realizado confronto entre a prática e a teoria
utilizada pela empresa Bertin S/A.
1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou
modificações de procedimentos
56
APÊNDICE B – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
I IDENTIFICAÇÃO
Empresa:................................................................................................................
Localização:...........................................................................................................
Atividade Econômica:............................................................................................
Porte:.....................................................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Histórico da empresa
2 Importância das operações de câmbio.
3 Descrição das operações que geram variação cambial.
4 Conceito de mercado de câmbio e de variação cambial.
5 Descrição das origens dos processos de importação, exportações e
outros processos ligados ao mercado de câmbio.
57
APÊNDICE C – ROTEIRO DO HISTÓRICO DA EMPRESA
I IDENTIFICAÇÃO
Empresa:................................................................................................................
Localização:...........................................................................................................
Atividade Econômica: ...........................................................................................
Porte: ....................................................................................................................
Data de Fundação: ...............................................................................................
Proprietários: .........................................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Evolução histórica.
2 Responsabilidade social.
3 Mercado de atuação
4 Missão, visão e valores.
5 Concorrentes.
6 Expansão.
7 Principais clientes.
8 Principais fornecedores.
58
APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM GERENTE FINANCEIRO
I IDENTIFICAÇÃO
Tempo que Exerce a Função: ...............................................................................
Formação: .............................................................................................................
Experiências Profissionais: ...................................................................................
Residência/Local: ..................................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 O que você entende por Mercado de Cambio?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 A Bertin S/A. consegue administrar de forma satisfatória as variações
cambiais nas operações vinculadas ao comercio exterior?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 Na sua opinião a Bertin S/A. precisa melhorar os procedimentos ligados
a variação cambial?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
59
4 Na sua opinião quais os efeitos da variação cambial na Balança
Comercial do país?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5 A política cambial brasileira atual é favorável as importações ou
exportações?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
6 No momento econômico atual, é arriscado fazer qualquer consideração
sobre a evolução futura do câmbio?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
60
APÊNDICE E – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM GERENTE DA MESA DE OPERAÇÕES
I IDENTIFICAÇÃO
Tempo que Exerce a Função:................................................................................
Formação: .............................................................................................................
Experiências Profissionais: ...................................................................................
Residência/Local: ..................................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Qual a interferência da variação cambial nos resultados das empresas
que trabalham com importação e exportação?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 Objetivamente qual a interferência na Bertin S/A?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 O dólar atualmente está em um patamar de 2,30. Na sua opinião esta
cotação é boa ou ruim para a economia brasileira ? 3.1 Por que?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
61
4 No momento econômico atual é arriscado fazer qualquer consideração
sobre a evolução futura do câmbio?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5 A economia brasileira poderá enfrentar um cenário de menor
crescimento com a atual política cambial?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
6 Na sua opinião o Brasil é muito dependente das linhas de financiamento
concedidas pelos bancos estrangeiros? 6.1 Isto precisa mudar? 6.2 Como?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
7 Quais elementos na sua opinião determinam a realidade da variação
cambial?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
62
APÊNDICE F – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM OS COLABORADORES DAS ÁREAS FINANCEIRAS E CONTÁBEIS
I IDENTIFICAÇÃO
Tempo que Exerce a Função: ...............................................................................
Formação: .............................................................................................................
Experiências Profissionais: ...................................................................................
Residência/Local: ..................................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 O que você entende por Mercado de Cambio?
.............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 A política cambial brasileira atual é favorável as importações ou
exportações?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 Quais elementos na sua opinião determinam a realidade da variação
cambial?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
63 APÊNDICE G – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM FUNCIONÁRIOS DE
CORRETORAS E BANCOS
I IDENTIFICAÇÃO
Tempo que Exerce a Função: ...............................................................................
Sexo:...................................... Idade:...............................
Formação: .............................................................................................................
Experiências Profissionais: ...................................................................................
Residência/Local: ..................................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 O que você entende por Mercado de Cambio?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 A política cambial brasileira atual é favorável as importações ou
exportações?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 Qual a interferência da variação cambial nos resultados das empresas
que trabalham com importação e exportação?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
64
4 Quais elementos na sua opinião determinam a realidade da variação
cambial?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5 Na sua opinião o Brasil é muito dependente das linhas de financiamento
concedidas pelos bancos estrangeiros? 5.1 Isto precisa mudar? 5.2 Como?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................