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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL VARIAÇÃO DA CARGA ORGÂNICA RELACIONADO AO VOLUME DO LIXIVIADO GERADO EM ATERRO SANITÁRIO Josué Bussmann Lajeado, novembro de 2014.

VARIAÇÃO DA CARGA ORGÂNICA RELACIONADO AO … · Figura 17 - OXITOP para determinação DBO..... 48 Figura 18 - Turbidímetro Modelo Digimed DM TU utilizado para análise

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

VARIAÇÃO DA CARGA ORGÂNICA RELACIONADO AO VOLUME

DO LIXIVIADO GERADO EM ATERRO SANITÁRIO

Josué Bussmann

Lajeado, novembro de 2014.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

VARIAÇÃO DA CARGA ORGÂNICA RELACIONADO AO VOLUME

DO LIXIVIADO GERADO EM ATERRO SANITÁRIO

Josué Bussmann

Monografia apresentada ao Centro Universitário

UNIVATES, como parte dos requisitos para

aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão

de Curso II, sendo parte da exigência para

obtenção do título de Bacharel em Engenharia

Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Odorico Konrad

Lajeado, novembro de 2014.

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Josué Bussmann

VARIAÇÃO DA CARGA ORGÂNICA RELACIONADO AO VOLUME

DO LIXIVIADO GERADO EM ATERRO SANITÁRIO

A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de

Conclusão de Curso II, na linha de formação específica em Engenharia Ambiental, do Centro

Universitário UNIVATES, como parte da exigência para a obtenção do grau de Bacharel em

Engenheiro Ambiental:

Prof. Dr. Odorico Konrad - orientador

Centro Universitário UNIVATES

Prof. Me. Gustavo Reisdorfer

Centro Universitário UNIVATES

Prof. Me. Marcelo Luis Kronbauer

Centro Universitário UNIVATES

Lajeado, novembro de 2014

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AGRADECIMENTOS

No final deste trabalho não posso deixar de expressar o meu sincero agradecimento às

pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a concretização desta avaliação.

Assim, as minhas palavras de apreço e gratidão vão para:

- O meu orientador, Professor Doutor Odorico Konrad, pela sua dedicação, motivação,

atenção, disponibilidade e cordialidade com que sempre me recebeu, pelas suas orientações

sempre contundentes, pelos seus ensinamentos e pelo seu eficaz apoio durante minha

graduação;

- A minha família pelo estímulo, apoio, ajuda e paciência.

- A todos vocês, meu muito obrigado.

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RESUMO

Em razão do custo benefício à destinação dos resíduos sólidos urbanos a aterros

sanitários é amplamente utilizada. No procedimento realizado em aterros sanitários o qual se

faz através de aterramento dos resíduos, advém à decomposição destes produtos, desta

decomposição são gerados lixiviado e biogás. O lixiviado é uma mescla química que possui

um caráter altamente poluente, sendo necessário um tratamento compatível. A formação de

lixiviado faz parte da operação dos aterros sanitários por muitos anos. Os aterros sanitários

concomitantemente as estações de tratamento de efluentes (ETE) destes aterros recebem a

influência de elementos meteorológicos, uma vez que estão submetidos ao ambiente. Devido

a estes fatos, o presente trabalho faz referência à avaliação da influência dos elementos

meteorológicos, precipitação pluviométrica e temperatura ambiente, na variação da carga

orgânica relacionado ao volume do lixiviado gerado no aterro sanitário de Lajeado/RS. O

estudo desta avaliação objetiva auxiliar o projeto e operação da ETE do aterro sanitário em

estudo. Para a concretização desta avaliação foi realizado o monitoramento da vazão de

lixiviado, a variação da carga orgânica através de análises físico químicas laboratoriais e os

elementos meteorológicos por três meses com a utilização de um medidor de vazão

automatizado, um pluviômetro, e do Centro de Informações Meteorológicas da UNIVATES.

Sendo possível observarmos que no local do estudo a precipitação pluviométrica não influi

diretamente na vazão do lixiviado devido as medidas realizadas localmente. Ainda que a

temperatura mostrou-se diretamente influente sobre a vazão do lixiviado, observou-se que não

há alterações muito consideráveis nos parâmetros dos elementos que obteve-se através das

análises físico químicas.

Palavras-chave: Aterro Sanitário, Lixiviado, Temperatura Ambiente, Precipitação

Pluviométrica.

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ABSTRACT

Because of the cost benefit to the allocation of municipal solid waste landfills is

widely used. In the procedure performed in landfills which is done by grounding the waste

comes from the decomposition of these products of this decomposition are generated leachate

and biogas. The leachate is a chemical mixture that has a highly polluting nature, a

compatible treatment is necessary. The formation of leachate is part of the operation of

landfills for many years. Landfills concomitant treatment plants effluents of these landfills

receive the influence of meteorological elements, since they are subjected to the environment.

Due to these facts, this paper refers to the evaluation of the influence of meteorological

factors, rainfall and temperature, the variation of the organic load related to the volume of

leachate generated in the Lajeado / RS. The study objective assessment of this aid the design

and operation of these ETE. For the realization of this assessment monitoring the flow of

leachate, the variation in organic loading through laboratory chemical analyzes physical and

meteorological elements for three months with the use of an automated flow meter, one rain

gauge was performed, and the Center of Meteorological Information UNIVATES. Being able

to observe that there is no significant influence of rainfall on the flow of leachate due to

measurements performed locally at the study site. While the temperature was directly

influential on the flow of the leachate, it was observed that there is very considerable changes

in the parameters of the elements that are obtained through chemical-physical analyzes.

Keywords: Sanitary Landfill, Leached, Ambient Temperature, Precipitation.

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LISTA SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

CEMPRE: Compromisso Empresarial para Reciclagem

CIH: Centro de Informações Hidrometeorológicas

DBO: Demanda Bioquímica de Oxigênio

DQO: Demanda Química de Oxigênio

ETE: Estação de Tratamento de Efluentes

FEPAM: Fundação Estadual de Proteção Ambiental

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPT: Instituto de Pesquisa Tecnológica

MS:Matéria Seca

N:Nitrogênio

P:Fósforo

pH:Potencial Hidrogeniônico

PIB: Produto Interno Bruto

PNSB:Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

RS:Rio Grande do Sul

RSU:Resíduos Sólidos Urbanos

SAUSA:Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

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SEAD:Secretaria Municipal de Administração

SEMA:Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SISNAMA:Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNVS:Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

SS:Sólidos Suspensos

ST:Sólido Total

SV:Sólido Volátil

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Responsabilidade pelo gerenciamento de resíduos ................................................. 22

Tabela 2 - Destino final dos resíduos sólidos no Brasil - 1989/2008 ...................................... 24

Tabela 3 - Parâmetros do chorume para as fases acetogênica e metanogênica ........................ 27

Tabela 4 - Dados típicos de aterros novos e antigos ................................................................ 28

Tabela 5 - Resultados monitoramento fatores meteorológicos e vazão ................................... 52

Tabela 6 - Resultados obtidos nas campanhas de análises físico químicas .............................. 59

Tabela 7 - Relação DBO/DQO ................................................................................................. 65

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Balanço hidrológico da formação do líquido lixiviado ........................................... 26

Figura 2 - Localização do município de Lajeado ..................................................................... 34

Figura 3 - Célula de disposição de RSU utilizada atualmente ................................................. 37

Figura 4 - Sistema de Tratamento de Efluentes - ETE ............................................................. 37

Figura 5 – Vista aérea do Aterro Sanitário de Lajeado RS ...................................................... 38

Figura 6 - Pluviômetro J. Prolab, .............................................................................................. 41

Figura 7 - Ponto de Medição Vazão do lixiviado no Aterro Sanitário Lajeado RS ................. 42

Figura 8 - Sensor ultrassônico UB1000-18GM75-I-V15 ......................................................... 43

Figura 9 - Local de coleta de amostras para análises ............................................................... 43

Figura 10 - Aparelho para Medição do Potencial Hidrogeniônico (pH) .................................. 44

Figura 11 - Balança de Precisão ............................................................................................... 44

Figura 12 - Estufa Micro Processada para Esterilização e Secagem ........................................ 45

Figura 13 - Dessecador para Equalização da Temperatura ...................................................... 46

Figura 14 - Forno Mufla SP Labor s ........................................................................................ 46

Figura 15 – Destilador determinaçãoNitrogênio ...................................................................... 47

Figura 16 - Banho ultratermostizado SL-152\10, Marca SOLAB............................................ 48

Figura 17 - OXITOP para determinação DBO ......................................................................... 48

Figura 18 - Turbidímetro Modelo Digimed DM TU utilizado para análise turbidez ............... 49

Figura 19 - Condutivímetro W120 – BEL utilizado para análise condutividade ..................... 50

Figura 20 - Termômetro Digital G-Tech – utilizado para verificação temperatura ................. 50

Figura 21 - Célula coberta com camada de argila .................................................................... 57

Figura 22 - Escoamento de água de precipitação pluviométrica no entorno da célula ............ 57

Figura 23 - Desvios do escoamento de água de precipitação pluviométrica ............................ 58

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Monitoramento temperatura com a vazão Agosto e Setembro .............................. 53

Gráfico 2 - Monitoramento temperatura com a vazão Outubro ............................................... 54

Gráfico 3 - Monitoramento precipitação com a vazão ............................................................. 55

Gráfico 4 - Monitoramento precipitação com a vazão ............................................................. 56

Gráfico 5 - Análises DQO com vazão ...................................................................................... 60

Gráfico 6 - Análises Carbono com vazão ................................................................................. 61

Gráfico 7 - Análises Fósforo com vazão .................................................................................. 62

Gráfico 8 - Análises Sólidos Totais com vazão ........................................................................ 63

Gráfico 9 - Análises Nitrogênio com vazão ............................................................................. 64

Gráfico 10 - Análises DBO com vazão .................................................................................... 64

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 17

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 17

2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 17

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 18

3.1 Resíduos Sólidos ........................................................................................................... 18

3.2 Classificações dos Resíduos Sólidos ............................................................................. 19

3.3 Gestão Resíduos Sólidos ............................................................................................... 22

3.4 Aterros Sanitários .......................................................................................................... 24

3.5 Decomposições dos resíduos e formação do lixiviado .................................................. 25

3.6 Influências meteorológicas na geração de lixiviados .................................................... 29

3.7 Tratamentos do lixiviado ............................................................................................... 30

3.8 Descrições do município onde se situa a área de estudo ............................................... 33

3.9 Caracterizações do clima da área de estudo .................................................................. 34

3.10 O Aterro Sanitário de Lajeado ...................................................................................... 35

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 40

4.1 Equipamentos ............................................................................................................ 40

4.1.1 Pluviômetro ............................................................................................................... 40

4.1.2 Medidor de vazão ...................................................................................................... 41

4.1.3 Local de coleta de amostra para análises ................................................................... 43

4.1.4 Determinação do PH .................................................................................................. 44

4.1.5 Determinação de Umidade ........................................................................................ 44

4.1.6 Determinação de Sólidos Totais ................................................................................ 45

4.1.7 Determinação Sólidos Voláteis ................................................................................. 46

4.1.8 Determinação Nitrogênio .......................................................................................... 47

4.1.9 Determinação Demanda Química de Oxigênio (DQO) ............................................. 47

4.1.10 Determinação de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) ................................... 48

4.1.11 Determinação de Carbono ......................................................................................... 49

4.1.12 Determinação da Turbidez......................................................................................... 49

4.1.13 Determinação da Condutividade ............................................................................... 50

4.1.14 Determinação da Temperatura de coleta ................................................................... 50

4.1.15 Periodicidade das Campanhas para coleta de Amostras e execução das Análises .... 51

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 52

5.1 Resultados obtidos através do monitoramento de fatores meteorológicos e vazão .... 52

5.1.1 Influência da temperatura sobre a geração de lixiviado ............................................. 53

5.1.2 Influência da precipitação pluviométrica sobre a geração de lixiviado...................... 54

5.1.3 Discussões a respeito da não interferência da precipitação pluviométrica sobre a

vazão do lixiviado ................................................................................................................. 56

5.2 Campanhas de Análises Físico Químicas ..................................................................... 58

5.3 Influência da vazão nas variáveis de DQO .................................................................. 59

5.4 Influência da vazão nas variáveis de Carbono............................................................. 60

5.5 Influência da vazão nas variáveis de Fósforo .............................................................. 61

5.6 Influência da vazão nas variáveis de Sólidos Totais ................................................... 62

5.7 Influência da vazão nas variáveis de Nitrogênio ......................................................... 63

5.8 Influência da vazão nas variáveis de DBO .................................................................. 64

5.8.1 Relação DBO/DQO ..................................................................................................... 64

6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 66

6.1 Sugestão para trabalhos futuros .................................................................................... 67

7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 68

8 APÊNDICES ........................................................................................................................ 75

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1 INTRODUÇÃO

A progressão tecnológica, a forte industrialização, os novos hábitos da sociedade

recente, o aumento significativo da população mundial, determinaram o crescimento

vertiginoso de resíduos das mais diversas naturezas em razão do consumo de produtos e bens.

Encontrar formas de gerenciar eficientemente os resíduos tornou-se um desafio para cidades

dos mais variados portes, tanto grandes centros como pequenas cidades (SISSINO, 2006;

BIDONE E POVINELLI, 1999).

Sendo necessária a destinação adequada dos resíduos oriundos das mais variadas

atividades, faz-se essencial um planejamento em longo prazo. Sendo o aterro sanitário uma

das formas mais utilizadas devido ao seu menor custo, em comparação a outras formas de

destinação final de resíduos. Tornando-se esta forma um grande desafio, pois demanda

grandes áreas, sendo que no Brasil estas áreas cada vez estão mais escassas em virtude do

desenvolvimento urbano (GUIMARÃES, 1999).

Considerando que além das vantagens econômicas, os resíduos destinados para aterros

sanitários reduzem os prejuízos ao meio ambiente, permitindo que se decomponham

principalmente os resíduos orgânicos, oportunizando sua estabilização e transformação em

matéria inerte (RENOU et al., 2008). Contudo, meramente destinar resíduos a aterros

sanitários não pode ser considerado como a etapa final do gerenciamento, uma vez que

posteriormente aterrados, tem início o processo de decomposição dos resíduos, sendo este um

processo dinâmico ordenado por organismos que fazem a decomposição da matéria orgânica

produzindo o biogás e o lixiviado (PALMA et. al., 2002).

Vários fatores contribuem para as características do lixiviado, seja complexa e

aparente significativa variação em sua composição, tendo esta relação direta com a formação

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dos resíduos sólidos e dos processos químicos e biológicos que acontecem no interior da

célula do aterro sanitário, sendo que a medida que a decomposição residual ocorre, a

concentração de matéria sólida reduz. Inclui-se fatores como clima, o tamanho da célula,

cobertura determinam as características do lixiviado, que se altera sazonalmente

(KETTUNEN E RINTALA, 1998).

É essencial levar em consideração que os resíduos destinados aos aterros sanitários dos

municípios, isto é, os resíduos sólidos de origem doméstica são compostos em sua maior

porcentagem de matéria orgânica. Nesta consideração, Konrad et al. (2010), assegura que

46% dos resíduos coletados regularmente no munícipio de Lajeado tem origem orgânica.

A composição dos resíduos determina a diversificação da qualidade do lixiviado do

aterro sanitário, pela idade dos resíduos, pela profundidade das células do aterro, quantidade

de oxigênio disponível e de umidade, entre outros fatores. Todos estes fatores influenciam

diretamente na sua composição e, sendo assim, os lixiviados produzidos possuem uma

composição variada e diretamente relacionada às condições do aterro em que foi produzido

(REINHART; GROSH, 1998).

Segundo Reichert, Cotrim e Rodrigheri (2002), os fatores que influenciam no volume

de lixiviado gerado são diversos, apontando-se com especial destaque o clima regional

(regime de chuvas, umidade relativa do ar, velocidade dos ventos, temperatura), no momento

do aterramento o percentual de umidade dos resíduos, a evapotranspiração, a escala de

compactação dos resíduos, a predisposição de retenção de água dos resíduos, a característica

da cobertura dos resíduos (espessura, material e periodicidade), o escoamento superficial e a

infiltração.

Fernandes (2006) faz consideração a respeito que o lixiviado de aterros sanitários tem

origem quando o líquido, oriundo da chuva e do próprio resíduo que se decompõe, percola

através da célula do aterro e se desloca em sentido do fundo e às laterais do aterro. O lixiviado

transmove uma variedade de produtos químicos para as extremidades da célula no momento

que escoa pelos resíduos. A Figura 1 na próxima página apresenta um esquema generalizado

da formação do líquido lixiviado.

De forma simplificada, pode-se afirmar que a quantidade de lixiviado a ser drenado

depende, principalmente da temperatura, e de forma mais amena da precipitação na área do

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aterro, do escoamento superficial da água de chuva em virtude da declividade e das

características da cobertura superficial do aterro. Regiões com alta pluviosidade tendem a

gerar maior volume de lixiviado. (RODRIGUES, 2004).

A composição dos resíduos determina a diversificação da qualidade do lixiviado do

aterro sanitário, pela idade dos resíduos, pela profundidade das células do aterro, quantidade

de oxigênio disponível e de umidade, entre outros fatores. Todos estes fatores influenciam

diretamente na sua composição e, sendo assim, os lixiviados produzidos possuem uma

composição variada e diretamente relacionada às condições do aterro em que foi produzido

(REINHART; GROSH, 1998).

Lema, Mendez e Blazquez (1988) observam que a idade do aterro sanitário

interfere diretamente na composição do lixiviado. Usualmente os parâmetros como Demanda

Química de Oxigênio (DQO), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), DBO/DQO, pH,

Sólidos Suspensos (SS), nitrogênio amoniacal, nitrogênio total e metais pesados, representam

as características do lixiviado de aterros sanitários (RENOU et al., 2008).

A composição química do lixiviado pode ter muita variação, em decorrência das

peculiaridades particulares de cada local de disposição. O regime de decomposição dos

resíduos sólidos em aterros intercorre em três fases: a primeira pode ser denominada de fase

aeróbica, posteriormente, acontece à fase acetogênica ou acidogênica e, por último, a fase

metanogênica (IPT, 2000).

Faz-se a necessidade de considerar as características da massa dos resíduos em

particular a cada aterro sanitário, sendo que não existe um único tipo determinado de

lixiviado, pois o lixiviado tem em sua composição diversas substâncias químicas oriundas

destas características (KOERNER e SOONG, 2000).

Neste contexto, o presente trabalho abordou as análises referentes à variação da carga

orgânica relacionado ao volume do lixiviado no Aterro Sanitário de Lajeado.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a variação da carga orgânica relacionado a vazão do lixiviado gerado no aterro

sanitário do município de Lajeado/RS, com vazão.

2.2 Objetivos Específicos

Monitorar de forma contínua a vazão do efluente bruto gerado no aterro sanitário do

município de Lajeado/RS;

Correlacionar o lixiviado monitorado com a precipitação pluviométrica do local;

Monitorar os parâmetros de DQO, DBO, Nitrogênio, Carbono, Fósforo, Sólidos

Totais, Sólidos Voláteis, Turbidez e Condutividade;

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Resíduos Sólidos

Ao estimarmos o aumento populacional no mundo acompanhado da alteração do

modelo de consumo na sociedade moderna, é pertinente presumir o aterrador aumento na

produção de resíduos. Com objetivo de obter conforto, o grande contágio de tecnologias cada

vez mais avançadas e produtos, tem uma contribuição significativa no acréscimo do consumo,

que reflete de forma direta na multiplicação da geração de resíduos. Além ao mencionado,

observa-se que a sociedade moderna estimula de forma exorbitante o consumo, fazendo do

uso de publicidade através dos meios de comunicação para isso (TRANKLER et al., 2005).

Lima (2002) pondera sobre a geração do lixo de forma consciente:

[...] a produção de lixo é um ato de plena consciência, um fenômeno

que depende exclusivamente da atividade intelectual e de interesse do ser

humano, ou seja, o lixo, enquanto resíduo da atividade humana, é

matéria antropogênica, produzida à sua semelhança, mostrando que há

uma estreita relação entre o lixo e o homem, relação esta que interfere

diretamente no meio ambiente, sendo capaz de alterar suas

características físicas, químicas e biológicas e comprometer a própria

sobrevivência do homem. Para se conhecer o real significado da

antropogenicidade dos resíduos, partimos do pensamento de Descartes, ou

de sua célebre frase: “Penso logo existo” e fazendo uma analogia à

antropogenicidade do lixo, pode-se concluir o seguinte pensamento: “Penso,

logo produzo resíduos” (LIMA, 2002).

Segundo Cherubini (2008), os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU’s), publicamente

nomeados de lixo urbano, são decorrentes da atividade comercial e doméstica das

comunidades e, apresentam enorme complexidade e diversidade. As suas características

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químicas, físicas e biológicas se diferenciam de acordo com sua fonte ou atividade geradora,

nas quais, vários fatores como tecnológicos, culturais, educacionais, geográficos, econômicos

e legais, influenciam o processo de geração tanto em composição qualitativa como em

números quantitativos (ZANTA et al., 2006).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR 10.004:2004

conceituam resíduos sólidos:

Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de

origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e

de varrição.

Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de

tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalação cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de

esgotos ou corpos de água, o exijam para isso soluções técnica e

economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (BRASIL,

2004).

3.2 Classificações dos Resíduos Sólidos

A definição de resíduo sólido urbano, segundo Lima (2004), é complexa de ser

conceituado, em virtude de sua procedência e composição estarem correlacionados a vários

fatores. Assim, “é comum conceituar como resíduo sólido urbano todo e qualquer resíduo que

proceda das atividades cotidianas do homem na sociedade”

A respeito da classificação do resíduo sólido urbano, D’Almeida e Vilhena (2000)

esclarecem que pode ter sua classificação como seco ou molhado, sendo que essa condição

decorre da classe física, conforme exposto:

1. Seco – constituído por materiais potencialmente recicláveis;

2. Molhado – constituí a cota orgânica dos resíduos, como os restos de podas, cascas

de frutas, as sobras de alimentos, entre outros.

Entre os elementos que mais exercem influência na composição do resíduo sólido

urbano são a densidade populacional poder aquisitivo e a cultura a respeito do consumo de

uma população, (D’ALMEIDA; VILHENA, 2000).

O resíduo sólido urbano é composto de vários produtos com características de

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oxidação, toxidade ou inflamabilidade, e contém metais pesados como zinco, mercúrio,

cromo, chumbo e outras substâncias que possuem potencial de contaminar o meio ambiente.

O aumento da população e o crescimento industrial são diretamente proporcionais ao resíduo

produzido pelas atividades humanas a isso está o aumento da poluição das águas, do ar, do

solo e o declínio da qualidade de vida do homem (JARDIM, 1995).

Além do aumento relevante do volume de resíduos produzidos nos últimos anos

devemos observar também que os resíduos descartados atualmente são das mais diferentes

naturezas (BIDONE e POVINELLI, 1999).

Conjuntamente, a NBR 10.004:2004 classifica os resíduos nas seguintes classes:

1. Resíduo Classe I – Perigosos: são os resíduos sólidos que apresentam, devido as

suas características intrínsecas, periculosidade ao homem ou ao meio ambiente. Possuem pelo

menos uma das propriedades a seguir: patogenicidade, toxicidade, reatividade, corrosividade

ou inflamabilidade;

2. Resíduo Classe II – Não perigosos:

a. Resíduo Classe II A – Não inertes: são os resíduos que não se enquadram como

perigosos e podem apresentar propriedades como: solubilidade em água, biodegradabilidade

ou combustibilidade;

b. Resíduo Classe II B – Inertes: quaisquer resíduos, que quando submetidos a um

contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente,

segundo a ABNT NBR 10007 e ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,

excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Santos (2002) determina a classificação dos resíduos sólidos devido sua degradação,

em quatro diferentes classes: facilmente degradáveis como sobras de alimentos e de

vegetação; moderadamente degradáveis, formados por materiais compostos por celulose

como papéis; dificilmente degradáveis, como metal, borracha, madeira, couro e tecidos; e não

degradáveis, como vidro, plástico e metal, etc.

Conforme Manual de Gerenciamento Integrado da CEMPRE, 2010 3.ed. São Paulo

outra forma de classificação do RSU é quanto a origem, ou seja, domiciliar, comercial,

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varrição e feiras livres, serviços de saúde e hospitalar, portos e aeroportos e terminais

ferroviários e rodoviários, industriais e entulhos.

- Domiciliar: originado diariamente nas residências como restos de alimentos, jornais,

revistas, garrafas, papel higiênico, fraldas descartáveis, embalagens em geral;

- Comercial: originado nos mais variados estabelecimentos comerciais e de serviços, como

bares, lojas, supermercados, restaurantes, etc. geralmente estes locais geram grande

quantidade de plásticos, papel, embalagens diversas, papel toalha e papel higiênico etc.;

- Público: originado de serviços de limpeza urbana, varrição de vias públicas, limpeza de

praias, limpeza de galerias, restos de podas de árvores, corpos de animais, limpeza de galerias,

limpezas feiras livres, embalagens, etc.;

- Serviços de Saúde e Hospitalar: resíduo séptico, com potencial patogênico, originados de

hospitais, clínicas, farmácias, clínicas veterinárias, laboratórios, postos de saúde, etc.

constituem agulhas, seringas, bandagens, gazes, algodões, etc.

- Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, contém ou

podem conter germes patogênicos, constituídos de materiais de higiene, restos de alimentos e

asseios pessoais, podendo ser veículos de doenças provenientes de outros locais;

- Industrial: originados de atividades industriais diversas. Podendo ser constituído de cinzas,

resíduos ácidos ou alcalinos, papéis, plásticos, escorias, cerâmicas, vidros, etc.

- Agrícola: resíduos sólidos de atividades agrícolas e da pecuária. Constituídos de restos de

colheita, embalagens de fertilizantes, rações, defensivos agrícolas, etc.

- Entulhos: resíduos da construção civil, compostos por restos de obras, resíduos de

demolições, constituído geralmente de material inerte, o qual pode ser reaproveitado. Pode

apresentar materiais tóxicos tais como restos de tintas e solventes.

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Tabela 1 - Responsabilidade pelo gerenciamento de resíduos

Origem do Resíduo Responsável

Domiciliar Prefeitura

Comercial Prefeitura*

Público Prefeitura

Serviços de saúde Gerador (hospitais, etc.)

Industrial Gerador (indústrias)

Portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários Gerador (portos, etc.)

Agrícola Gerador (agricultor)

Entulho Gerador

*A prefeitura é responsável por quantidades pequenas (geralmente inferiores a 50Kg) de acordo com a

legislação municipal específica. Quantidades superiores são de responsabilidade do gerador.

Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado, 3ª ed. CEMPRE.

A Lei Federal Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que constitui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, conforme discorre no Artigo 13º, também classifica os resíduos sólidos

devido a sua origem e periculosidade. Além do mais, a Política Nacional de Resíduos Sólidos,

no seu Artigo 10º, dispõe sobre a responsabilidade pela gestão dos resíduos sólidos.

3.3 Gestão Resíduos Sólidos

É importante conhecer a quantidade e a qualidade dos resíduos sólidos para a prática

de uma gestão eficaz, por isso a importância de caracterizá-los e quantificá-los. Incontáveis

elementos intercedem nas características dos resíduos gerados, dentre eles diferentes níveis de

renda, culturas, do mesmo modo o clima de uma designada região. Percebe-se também que

diferentes grupos populacionais apresentam distintas qualidades e quantidades de resíduos.

Inclusive, em países desenvolvidos o descarte de resíduos com potencialidade para a

reciclagem é crescente do que em países em evolução (BIDONE e POVINELLI, 1999).

Gera-se mais 300 g.hab/dia de resíduos de varrição, limpeza de logradouros e entulhos

no Brasil. A vista disso, a média nacional de geração de RSU é de 900g.hab/dia. No entanto,

há diversificação de acordo com a dimensão da cidade, sendo capaz de atingir até a

1300g.hab/dia em cidades como Rio de Janeiro (PEÑIDO MONTEIRO et al.,2001).

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Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB (IBGE, 2008) os

conhecidos como “lixões”, vazadouros a céu aberto, continuavam sendo o destino final dos

resíduos sólidos em 50,8% dos municípios brasileiros, notoriamente teve uma mudança

relevante nos últimos 20 anos. Em 1989, eles constituíam o destino final de resíduos sólidos

em 88,2% dos municípios. As regiões Nordeste (89,3%) e Norte (85,5%) registraram as

maiores proporções de municípios que destinavam seus resíduos aos lixões, enquanto as

regiões Sul (15,8%) e Sudeste (18,7%) evidenciavam os menores percentuais.

Concomitantemente, ocorreu uma expansão no destino dos resíduos para os aterros sanitários,

solução mais congruente, que alterou de 17,3% dos municípios, em 2000, para 27,7%, em

2008.

Ainda de acordo com Pesquisa Nacional de Saneamento Básico os 5.507 municípios

brasileiros, 73,1%, isto é 4.026 têm população menor ou igual a 20.000 habitantes. Nestes

municípios, 68,5% dos resíduos gerados são descartados em lixões e em locais alagados.

Levando em consideração a quantidade de resíduos por eles produzido, relacionado ao total

da produção brasileira, o estado é menos relevante, pois juntos coletam somente 12,8 % do

total brasileiro (20.658 t/dia). Isto é uma parcela menor do que o produzido pelas 13 maiores

cidades do país, com população acima de 1 milhão de habitantes. Só estas coletam 31,9 %

(51.635 t/dia) do total de resíduos urbanos no Brasil, e têm seus locais de disposição final em

melhor situação: apenas 1,8 % (832 t/dia) são destinados a lixões, o remanescente sendo

destinado a aterros controlados ou sanitários.

Conforme Cardoso (2005) devemos cercar de cuidados locais onde foram colocados

resíduos de forma inadequada, pois estes devem ser considerados como locais com potencial

de contaminação.

Atual Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2008), verificou que

diariamente no Brasil são coletados e/ou recebidos em locais de destinação final 259.547

toneladas de resíduos sólidos, públicos e/ou domiciliares. Abundante parcela destes resíduos

tem sido designada como destino final o solo, nas formas de aterros sanitários, aterros

controlados e lixões.

O percentual de municípios que destinavam seus resíduos a vazadouros a céu aberto

caiu de 72,3% para 50,8%, enquanto os que utilizavam aterros sanitários cresceram de 17,3%

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para 27,7%. Ao mesmo tempo, o número de programas de coleta seletiva dobrou, sobretudo,

nas regiões Sul e Sudeste, onde, respectivamente, 46% e 32,4% dos municípios informaram

ter coleta seletiva em todos os distritos.

Tabela 2 - Destino final dos resíduos sólidos, por unidades de destino dos resíduos

Brasil - 1989/2008

Ano Destino final dos resíduos sólidos, por unidades de destino dos resíduos (%)

Vazadouro a céu aberto Aterro controlado Aterro sanitário

1999 88,2 9,6 1,1

2000 72,3 22,3 17,3

2008 50,8 22,5 27,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de

Saneamento Básico 1989/2008.

3.4 Aterros Sanitários

Podem ser conceituados os aterros sanitários como uma ferramenta urbana de

infraestrutura, sendo parte de um sistema de engenharia sanitária e ambiental, destinado à

disposição final e tratamento dos resíduos sólidos. Quando empregada corretamente esta

tecnologia permite que os resíduos sejam confinados sob o solo, e que os gases e líquidos que

resultam das reações químicas onde está incluso os processos de decomposição tenham o

retorno ao meio ambiente causando o mínimo de impacto (NOGUEIRA; ROCHA, 2001).

Os aterros sanitários de acordo com a ABNT NBR 8419/1992 têm como característica

uma técnica de dispor resíduos urbanos no solo procurando minimizar os efeitos prejudiciais

ao meio ambiente, este método utiliza concepções de engenharia para confinar a massa de

resíduos no menor volume possível. Em virtude de o aterro sanitário aceitar qualquer tipo de

resíduo de origem doméstica constituindo-se o método mais empregado em todo o mundo.

O aterro sanitário é a disposição final de resíduos mais adequada, eficaz na destinação

dos resíduos sólidos oriundos das atividades humanas. Este sistema tem se mostrado eficaz no

controle dos resíduos e o monitoramento da geração dos lixiviados, possibilitando a

diminuição dos danos ambientais, possibilitando o não comprometimento da fauna e flora e,

também os recursos hídricos (TEIXEIRA, 2008).

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3.5 Decomposições dos resíduos e formação do lixiviado

Comumente, utiliza-se aos líquidos originados em locais de disposição de resíduos

sólidos, como aterros sanitários, as seguintes denominações: chorume, sumeiro, chumeiro,

lixiviado e percolado (IPT/CEMPRE, 2000). Embora estes termos sejam utilizados para

designar o líquido proveniente das células de aterramento dos resíduos sólidos urbanos,

existem diferenças nos significados de cada um deles. De acordo com vários autores, o termo

lixiviado apresenta-se como o mais adequado para se denominarem os líquidos drenados em

células de aterros sanitários, uma vez que engloba o líquido gerado a partir de fontes externas,

como água da chuva, drenagem superficial ou ainda, na decomposição dos resíduos. Desta

forma, a fim de estabelecer uma nomenclatura única, o termo lixiviado será adotado, a partir

deste item, no desenvolvimento deste estudo.

Não sendo o ponto final da problemática que contempla a disposição e o tratamento

dos resíduos sólidos sua acomodação em aterros sanitários. Posteriormente acondicionado no

interior das células dos aterros sanitários, inicia-se o processo de decomposição dos resíduos,

originando biogás e um efluente líquido denominado lixiviado que, por expor grande risco de

contaminação aos recursos hídricos e ao solo, requer tratamento compatível (PALMA et al.,

2002).

Fernandes (2006) faz consideração a respeito que o lixiviado de aterros sanitários tem

origem quando o líquido, oriundo da chuva e do próprio resíduo que se decompõe, percola

através da célula do aterro e se desloca em sentido do fundo e às laterais do aterro. O lixiviado

transmove uma variedade de produtos químicos para as extremidades da célula no momento

que escoa pelos resíduos. A Figura 1 na próxima página apresenta um esquema generalizado

da formação do líquido lixiviado.

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Figura 1 - Balanço hidrológico da formação do líquido lixiviado

Fonte: FERNANDES (2006)

Os aterros sanitários podem acumular volumes significativos de lixiviados, mesmo

sendo realizados procedimentos operacionais utilizados com objetivo de minimizar o fluxo

destes efluentes (RHEMAN, 2003).

A composição dos resíduos determina a diversificação da qualidade do lixiviado do

aterro sanitário, pela idade dos resíduos, pela profundidade das células do aterro, quantidade

de oxigênio disponível e de umidade, entre outros fatores. Todos estes fatores influenciam

diretamente na sua composição e, sendo assim, os lixiviados produzidos possuem uma

composição variada e diretamente relacionada às condições do aterro em que foi produzido

(REINHART; GROSH, 1998).

Lema, Mendez e Blazquez (1988) observam que a idade do aterro sanitário

interfere diretamente na composição do lixiviado. Usualmente os parâmetros como Demanda

Química de Oxigênio (DQO), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), DBO/DQO, pH,

Sólidos Suspensos (SS), nitrogênio amoniacal, nitrogênio total e metais pesados, representam

as características do lixiviado de aterros sanitários (RENOU et al., 2008).

A composição química do lixiviado pode ter muita variação, em decorrência das

peculiaridades particulares de cada local de disposição. O regime de decomposição dos

resíduos sólidos em aterros intercorre em três fases: a primeira pode ser denominada de fase

aeróbica, posteriormente, acontece à fase acetogênica ou acidogênica e, por último, a fase

metanogênica (IPT, 2000).

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Os líquidos perclorados de aterros sanitários podem ser classificados de acordo com

a “idade” que possuem em:

• Lixiviados Novos – elevada DQO (>10.000mgO2/L), pH ácido, relação

DBO/DQO > 0.3, alta concentração de ácidos graxos e de compostos nitrogenados;

• Lixiviados Estabilizados – menor concentração de matéria orgânica

biodegradável (DQO<4000mgO2/L) e elevada concentração de matéria orgânica refratária,

pH alcalino, relação DBO/DQO<0.1.

A tarefa de planejar e projetar uma instalação de tratamento de lixiviado de aterros

sanitários exige o conhecimento da concepção de aterros, quantidade e qualidade do lixiviado

gerado, o grau de tratamento necessário, e métodos de disposição final do efluente e de

resíduos (QASIM e CHIANG, 1994).

Durante fase ácida, a qual pode permanecer durante alguns anos, o pH é baixo sendo

encontrados na bibliografia valores que oscilam entre 4,5 - 7,5, colaborando para a ocorrência

de odores desagradáveis (IPT, 2000).

Logo na fase metanogênica, o lixiviado faz-se mais alcalino, com valores de pH

oscilando entre 7,5 e 9,0 (IPT, 2000) e as concentrações de DBO, COT, DQO tornam-se

significadamente menores (HAMADA, 1997). Por conseguinte, salienta-se a assimilação de

que a composição do lixiviado sofre variação conforme a fase de decomposição o qual está

sendo submetida a massa de resíduos.

Tabela 3 - Faixa de variação dos parâmetros do chorume para as fases acetogênica e

metanogênica de um aterro sanitário.

Parâmetro Variação

Fase Acetogênica Fase Metanogênica

PH 4,5 – 7,5 7,5 – 9,0

DBO (mg/L) 4.000 – 40.000 20 – 550

DQO (mg/L) 6.000 – 60.000 500 – 4.500

Fonte: IPT, 2000.

Segundo Castilhos Jr. (2002), através da relação DBO/DQO podemos diferenciar as

fases acetogênica e metanogênica, sendo que usa-se como valor de referência

DBO/DQO = 0,4 delimita a mudança de fase da digestão anaeróbica, quer dizer, valores

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superiores a 0,4 evidenciam a predominância da fase acetogênica, e inferiores a 0,4

confirmam a fase metanogênica.

Repetidamente na prática as fases acetogênica e metanogênica não são bem

delimitadas, uma vez que há o aterramento de resíduos novos, fato este que pode provocar o

aumento da variabilidade na idade do material disposto. Igualmente não é raro encontrar as

três fases ocorrendo de forma simultânea (IPT, 2000).

Faz-se a necessidade de considerar as características da massa dos resíduos em

particular a cada aterro sanitário, sendo que não existe um único tipo determinado de

lixiviado, pois o lixiviado tem em sua composição diversas substâncias químicas oriundas

destas características (KOERNER e SOONG, 2000).

Conforme Tchobanoglous (1993) conforme Tabela 4 observam-se dados típicos da

composição do lixiviado para aterros novos e antigos.

Tabela 4 - Dados típicos de aterros novos e antigos

Características Valores (mg/l)

Novos aterros (menos de 2 anos) Aterros antigos

(mais de 10 anos) Faixa de variação Típico

DBO 2.000 - 30.000 10.000 100 - 200

COT 1.500 - 20.000 6.000 80 - 160

DQO 3.000 - 60.000 18.000 100 - 500

Sólidos totais 200 - 2.000 500 100 - 400

Nitrogênio orgânico 10 - 800 200 80 - 120

Fósforo total 4 - 100 30 5 - 10

pH 4,5 - 7,5 6 6,6 - 7,5

Fonte: Tchobanoglous (1993)

Soares (2006) conceitua como dinâmica de aterros sanitários a agregação de processos

químicos, físicos e biológicos acontecidos na decomposição dos resíduos sólidos.

McBean et al., (1995) salienta que a dinâmica dos processos de decomposição

biológica de resíduos sólidos e sua complexidade tiveram seu reconhecimento somente na

década de 1960, neste processo de decomposição existe um domínio dos processos

biológicos.

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Souto (2009) declara que:

“A dinâmica de um aterro passa por mudanças ao longo do tempo. Desde os

primeiros estudos sobre a decomposição dos resíduos se sabe que tanto o

lixiviado quanto os gases emitidos pelo aterro variam ao longo do tempo.

Essas variações, felizmente, apresentam padrões bem definidos, que

permitiriam sua divisão em fases”.

3.6 Influências meteorológicas na geração de lixiviados

Koerner e Soong (2000) observam que a geração de lixiviados é mais propensa em

áreas geográficas com elevadas taxas de precipitação em relação a áreas áridas ou semiáridas.

Os autores atentam também que os manejos dos resíduos são significantes na originação do

lixiviado, podendo haver uma redução do lixiviado com a cobertura diária durante a operação

de preenchimento das células dos aterros.

Qasim & Chiang (1996) asseguram que a influência na geração de lixiviados é

determinada pelos fatores: escoamento superficial, precipitação anual, infiltração,

transpiração, evaporação, composição do lixo, temperatura, altura do aterro, peso específico

do lixo e umidade contida inicialmente nos resíduos.

O contato físico entre a água e os resíduos resulta em mudanças estruturais, causando

a decomposição física dos resíduos, assim como pelo arraste mecânico da água. Reações de

precipitação, dissolução, oxidação, mudanças de pH entre outras reações químicas possíveis,

alteram a massa no processo de decomposição química (MCBEAN et al., 1995).

O volume de lixiviado gerado num aterro varia sazonalmente em função das condições

climáticas regionais e da forma de drenagem local, da quantidade de precipitação

pluviométrica, da evapotranspiração, sendo influenciado pela temperatura, da permeabilidade

do material de cobertura empregado, de haver cobertura para as células, da cobertura vegetal

da área do aterro e ainda de muitos outros fatores. (MANUAL DE GERENCIAMENTO

INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, 2001).

Segundo Reichert, Cotrim e Rodrigheri (2002), os fatores que influenciam no volume

de lixiviado gerado são diversos: o percentual de umidade dos resíduos no momento do

aterramento, a evapotranspiração, a escala de compactação dos resíduos, a predisposição de

retenção de água dos resíduos, a característica da cobertura dos resíduos (espessura, material e

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periodicidade), o escoamento superficial, a infiltração e apontando-se com especial destaque o

clima regional (regime de chuvas, umidade relativa do ar, velocidade dos ventos,

temperatura).

De forma simplificada, pode-se afirmar que a quantidade de lixiviado a ser drenado

depende, principalmente, da precipitação na área do aterro, do escoamento superficial da água

de chuva em virtude da declividade e das características da cobertura superficial do aterro.

Regiões com alta pluviosidade tendem a gerar maior volume de lixiviado. (RODRIGUES,

2004).

É evidente que os parâmetros meteorológicos influenciam na vazão de lixiviados

sendo que a precipitação pluviométrica reflete a maior contribuição individual na produção de

lixiviados. A situação mais crítica verifica-se durante períodos de chuva leve perdurante um

longo período de tempo. Pequenas rajadas de chuvas intensas, no momento de uma

tempestade, ocasionam em uma ligeira saturação do material de cobertura resultando

escoamento da chuva em excesso, induzindo a uma pequena infiltração de líquidos

(CANZIANI e COSSU, 1989).

Presume-se um elemento crítico no projeto de um aterro sanitário a gestão dos

lixiviados durante a sua coleta e tratamento, tanto da perspectiva técnica quanto econômica.

Os mais importantes critérios meteorológicos que induzem a vazão do lixiviado são a

precipitação, a temperatura do ar e a umidade relativa (SHROFF e HETTIARATCHI, 1998).

3.7 Tratamentos do lixiviado

A infiltração sem controle do lixiviado no ambiente ocasiona, com frequência,

poluição dos recursos hídricos superficiais, subterrâneos e do solo, sendo muito importante

tratar o lixiviado gerado nos aterros sanitários, pois estes possuem um dos maiores potenciais

de impacto ambiental (ISLAM e SINGHAL, 2002).

A infiltração dos lixiviados no solo provocam efeitos considerados como o máximo

impacto ambiental que um aterro sanitário pode externar. Devido a esta razão, a legislação

aspira a definir métodos de evitar a contaminação por lixiviados tanto nas águas superficiais

quanto subterrâneas. Desta forma, os aterros sanitários deverão ser inseridos em locais

naturalmente ou artificialmente impermeáveis (CANZIANI; COSSU, 1989).

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Em consideração ao seu potencial poluidor e a fim de evitar maiores riscos de

contaminação do solo e das águas subterrâneas e superficiais, os lixiviados devem ser tratados

antes de serem lançados no meio ambiente. Contudo, uma vez que suas características são

muito diversas, seu tratamento representa um grande desafio na elaboração dos projetos de

aterros sanitários (FERREIRA; GIORDANO; RITTER, 2002).

Devemos levar em consideração que a massa de resíduos depositados no aterro

sanitário influi diretamente nas características do lixiviado. Também, a quantidade de água

infiltrada na célula do aterro sanitário os graus de compactação modificam de forma

qualitativa e quantitativa o lixiviado (QASIN e CHIANG, 1996). Os autores igualmente

observam que o não tratamento adequado do lixiviado que eventualmente possuem em sua

massa de resíduos aterrados substâncias perigosas podem ocasionar graves problemas

ambientais.

Para Koerner e Soong (2000) há imprescindivelmente três tipos de estratégias de

remoção do lixiviado: por demanda, recirculação do lixiviado e sem nenhum tipo de

tratamento (em aterros sanitários abandonados).

Renou et al. (2008), investigam em seu estudo, a evolução e os diferentes tipos de

tratamento utilizados para estabilizar e tratar o lixiviado.

Os autores fazem classificação referente aos tipos de tratamento:

● Tratamentos convencionais;

● Tratamento biológico;

● Tratamento físico-químico;

● Tratamento combinado com esgoto doméstico;

● Reciclagem ou recirculação;

● Transferência de lixiviado;

● Novos tratamentos:

● Nano filtração;

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● Microfiltração;

● Ultra filtração - Biorreatores com membrana de separação;

● Osmose reversa.

A escolha do tipo de tratamento para o lixiviado não deve depender somente da sua

composição, mas devem ser levados em consideração os custos de implantação e forma

operação da planta de tratamento de efluentes.

Pelo baixo custo de operação e manutenção e facilidade na operação, observa-se que o

tratamento biológico, utilizando-se lagoas de tratamento, é amplamente utilizado já que

podem suportar grandes variações na concentração do efluente e por fazerem a remoção de

forma efetiva de compostos orgânicos, nitrogênio, fósforo, sólidos suspensos e

microrganismos patogênicos (MAYNARD et. al., 1999).

As metodologias empregadas no tratamento de lixiviados podem ser biológicas e ou

físico químicas. O tratamento biológico do lixiviado propicia e objetiva transformar os

constituintes orgânicos em compostos estáveis, não putrescíveis, com remoção eficiente de

DBO, DQO e nitrogênio amoniacal do líquido tratado. Desta forma, cabe à engenharia,

fornecer condições ao meio, para que o fenômeno da biodegradação ocorra espontaneamente,

através da ação de microrganismos (bactérias, protozoários, algas e fungos). A biodegradação

nos lixiviados é um processo catabólico, realizado de forma oxidativa ou fermentativa. Para o

tratamento biológico atualmente, utilizam-se sistemas de lagoas de estabilização (anaeróbia,

facultativa e de maturação), lagoas aeróbias de mistura completa, filtro biológico aeróbio

(através de meio suporte) e reatores anaeróbios associados a membranas (FERNANDES et

al., 2006).

O tratamento dos lixiviados por processos físico químicos apresentam-se como uma

alternativa de diminuição da carga poluente destes efluentes. Assim, têm-se os processos de

coagulação, floculação decantação, flotação e oxidação química. Estas alternativas podem ser

empregadas isoladamente ou em conjunto com a finalidade de obter um efluente final dentro

dos padrões de lançamento (CASTILHOS Jr. 2006).

No Brasil, para o tratamento do lixiviado utiliza-se com mais frequência sistemas de

tratamento por lagoas de estabilização em série (anaeróbias, facultativas, aeradas)

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principalmente devido à simplicidade de operação e manutenção. Há ainda, a possibilidade de

recirculação do lixiviado para o aterro, apresentando-se como forma parcial de tratamento e

posteriormente, a aspersão do lixiviado sobre o solo como forma de disposição final. Os

lixiviados recirculados se atenuam e diluem os compostos produzidos pela atividade biológica

e por outras reações físicas e químicas que ocorrem dentro do aterro sanitário (PIÑEDA,

1998).

De maneira geral, procurando reproduzir os fenômenos observados na natureza,

utilizam-se sistemas de lagoas, não havendo necessidade de se utilizar equipamentos

mecânicos. Apresentam inúmeras vantagens sua utilização, simplicidade na operação e

manutenção, dentre as quais se destacam os baixos custos para construção (MORENO et al.,

1988; MENDONÇA, 2000), confiabilidade operacional (não sendo necessário operadores

com capacitação especial), além da redução de patógenos, alta remoção de carga orgânica. É

um método simples, natural e importante para o tratamento de efluentes, sendo utilizada em

muitos aterros sanitários no tratamento de lixiviados (HAMADA; MATSUNAGA, 2000).

Processos hidrodinâmicos e bioquímicos, nas lagoas de estabilização, são

influenciados por condições climatológicas como precipitação, evaporação, ventos, insolação

e temperatura. Apresentam-se como fatores primordiais no processo de fotossíntese a

intensidade e duração da radiação solar, tendo um considerável favorecimento em regiões de

clima tropical e subtropical, como é o caso do Brasil. Existe a necessidade de disponibilidade

de área territorial e clima favorável em virtude das lagoas serem um sistema natural.

Tornando relevantes os estudos regionais a respeito do processo com objetivo de aperfeiçoar

o processo natural (GOTARDO, 2005).

3.8 Descrições do município onde se situa a área de estudo

O município de Lajeado localiza-se na Encosta Inferior do Nordeste, região centro-

leste do Estado do Rio Grande do Sul conforme Figura 2. Fazendo parte da região geopolítica

denominada Vale do Taquari, Lajeado é considerada a principal cidade região do Vale do

Taquari que tem em sua composição 36 municípios e aproximadamente 326 mil habitantes

(IBGE, 2010). Dados da Prefeitura Municipal de Lajeado fazem a estimativa que vem do

setor industrial 42% do PIB (Produto Interno Bruto) do município, sendo este fortemente

constituído pelas indústrias do ramo alimentício.

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Figura 2 - Localização do município de Lajeado

Fonte: Prefeitura Municipal de Lajeado (2014)

A cidade localiza-se geograficamente entre as coordenadas 29° 24’ 06’’ e 29° 29’ 52’’

de latitude sul e 51° 55’ 06’’ e 52° 06’ 42’’ de longitude oeste.

Distante aproximadamente de 120 km de Porto Alegre capital do Estado, Lajeado

dispõe em sua área geográfica de 90.087 km² e população de 71.445 habitantes, destes 71.180

urbana e 265 rural (IBGE, 2010).

3.9 Caracterizações do clima da área de estudo

Köppen (1936), através de seu sistema de classificação, enquadra o Rio Grande do Sul

na zona fundamental temperada (“C”) e no tipo fundamental (“Cf”) ou temperado úmido.

Moreno (1961) faz a subdivisão do tipo “Cf” em outros dois gêneros “Cfa” e “Cfb”,

sendo que o gênero “Cfa” tem por característica chuvas durante todos os meses do ano,

expondo temperatura superior a 22°C, no mês mais quente, e superior a 3°C, no mês mais

frio. O gênero “Cfb” expõe no mês mais quente do ano temperatura inferior a 22°C e no mês

mais frio superior a 3°C, apresentando durante todos os meses do ano chuva.

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Britto et al. (2008), acreditam que o estado do Rio Grande do Sul, localizado na faixa

subtropical, expõe um clima que transita entre o temperado e tropical. O autor ainda faz

consideração que o Estado, por pertencer à porção Sul do Brasil, apresenta uma estação

térmica fria em virtude de massas de ar polar ter atuações.

Diversos sistemas de tempo, fundamentais na imposição das chuvas, acometem o Rio

Grande do Sul, uma vez que sistemas frontais circulam sobre a Região Sul do Brasil no

decorrer do ano. Existe a estimativa que 5 a 7 frentes frias, em média, circulam pela região

mensalmente, tendo efeito sobre a precipitação pluviométrica (OLIVEIRA, 1986).

Nimer (1989) conceitua o clima do estado do Rio Grande do Sul como mesotérmico,

não tendo uma exata definição de estação seca ou chuvosa. O autor salienta que a média

anual de precipitação no Estado varia entre 1200 mm na faixa litorânea a 1900 mm na faixa

norte do Estado, tendo a possibilidade de alcançar 2000 mm na borda da escarpa, em locais

como São Francisco de Paula.

Segundo Britto et al. apud NIMER, 1989 em grande parte do estado as temperaturas

médias anuais ficam abaixo de 20°C, nas maiores altitudes podendo ser inferior a 14°C. No

mês de julho as médias das temperaturas mínimas são inferiores a 10°C na maior parte do Rio

Grande do Sul, por conseguinte no verão na parte oeste e central do estado as médias das

temperaturas máximas chegam a ultrapassar os 32°C.

Diedrich, et al. (2007) constatam:

Segundo as estimativas geradas, a temperatura média anual para o Vale do

Taquari está entre 16,75°C, na porção norte, e 19,61°C, na parte centro-sul.

A média mínima da temperatura anual estimada é de 11,67°C na parte norte,

a 14,43°C na parte sul. A temperatura média máxima anual é de 21,8°C na

parte norte, a 26°C na parte sul.

3.10 O Aterro Sanitário de Lajeado

De acordo com referências da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA, 2014) o aterro

sanitário de Lajeado está distante do centro urbano do município aproximadamente 3 km.

Posteriormente uma parcela da atual área teve sua utilização em forma de lixão a céu

aberto, sendo que consiste em um aterro controlado atualmente. A Prefeitura Municipal de

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Lajeado obteve as licenças (prévia, de instalação e de operação), junto a Fundação Estadual

de Proteção Ambiental (FEPAM) a partir do ano de 1996 para o atual aterro sanitário. A

partir deste ano houve uma nova estruturação das instalações do aterro sanitário, entre elas

melhorias na estação de tratamento de efluentes, medidas previstas no projeto de

licenciamento para a recuperação da área do antigo lixão (SEMA, 2014).

O aterro sanitário recebe diariamente cerca de 52 toneladas de resíduos sólidos

domésticos. Através de levantamento dados de pesagem da administração do aterro sanitário,

no ano de 2013 destinaram-se ao aterro 1.440 toneladas mensais de resíduos (SEMA, 2014).

Conforme caracterização dos resíduos sólidos domésticos destinados ao aterro

sanitário de Lajeado, através da coleta regular, Konrad et al. (2010) observaram:

O material orgânico correspondeu ao maior percentual (46% em peso).

Após esse valor, os maiores percentuais foram das fraldas (11%), plástico

filme (9%) e papel higiênico (8%). Os demais resíduos da coleta regular

representaram materiais que se em bom estado, poderiam ser encaminhados

para a reciclagem, totalizando cerca de 20% dos resíduos da coleta, além de

trapos, madeira, isopor e rejeitos, o que representou aproximadamente 6%

dos mesmos (Konrad et. al., 2010).

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Figura 3 - Célula de disposição de RSU utilizada atualmente

Fonte: Autor

O aterro de Lajeado possui uma estação de tratamento de efluentes (ETE) através de

tratamento biológico convencional onde é realizado a tratamento do lixiviado. A ETE é

constituída por lagoa de anaeróbia, lagoa aeróbia, decantador e sistema com a utilização de

ozônio para o polimento do efluente pós-tratamento (Figura 4).

Figura 4 - Sistema de Tratamento de Efluentes - ETE

Fonte: SEMA Lajeado RS

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Através da Figura 5, observa-se por meio de vista aérea a área do aterro sanitário de

Lajeado. Imagem do mês de janeiro de 2013.

Figura 5 – Vista aérea do Aterro Sanitário de Lajeado RS

Fonte: Google Earth (2014)

Atualmente a área da célula 1 já recebeu as medidas de recuperação exigidas pelo

órgão ambiental estadual (FEPAM) e está lacrada. Existe a possibilidade de observar também

a célula do aterro em atividade e que está em fase de encerramento (célula 2) após 11 anos de

atividades, esta apresenta uma área de 150 m x 100 m (15.000 m²), sendo a área objeto de

estudo, a qual possuiu drenagem de lixiviado com vazão contínua no ponto de medição.

Salienta-se que esta célula respeita todos os critérios legais e técnicos de instalação e

operação, com o objetivo de minimizar a degradação ambiental do local. No ponto célula 3

CÉLULA 1

CÉLULA 2

CÉLULA 3

LAGOA ANAERÓBICA LAGOA AERÓBICA

PONTO MEDIÇÃO VAZÃO E COLETA

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está em fase de conclusão a impermeabilização para uma nova célula para entrar em operação,

não sendo possível sua visualização na imagem. Na imagem também se visualiza a Estação de

Tratamento de Efluentes, composta por uma lagoa de tratamento anaeróbico, uma lagoa de

tratamento aeróbia e um decantador. É possível também o ponto de medição da vazão do

lixiviado (SCHNEIDER, 2010).

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4 METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido através do levantamento de informações a respeito

do comportamento do lixiviado no aterro sanitário de Lajeado objetivando mensurar as

variações da carga orgânica, à vazão de lixiviado conforme as oscilações dos elementos

meteorológicos: precipitação pluviométrica e temperatura ambiente.

A relevância de se adquirir as informações a respeito destas oscilações é resultado da

ampla complexidade de se operar uma planta de tratamento para lixiviado quando as

alternâncias de vazão de efluente são significativas. Além de que, locais onde as alternâncias

dos elementos meteorológicos são significativas, da mesma forma denotam um desafio para o

tratamento do lixiviado.

Para a concretização deste estudo, foram utilizados os valores de medição de vazão

automatizada obtidos através de um medidor Parshall dotado de sensor ultrassônico, sendo

este um equipamento de fácil operação e que proporciona medições de forma confiável e

periódica. Para se determinar as oscilações dos elementos meteorológicos foram aplicados os

dados adquiridos desde o Centro de Informações Hidrometeorológicas (CIH) da UNIVATES,

e de um pluviômetro instalado na área do aterro sanitário para conferência de pluviometria no

local.

4.1 Equipamentos

No presente estudo se utilizou vários equipamentos para acompanhamento dos

parâmetros meteorológicos e também para realização das análises físico químicas em

laboratório.

4.1.1 Pluviômetro

O pluviômetro foi empregado para colher e medir a quantidade de chuva. Sendo que o

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equipamento determina a quantidade de chuva precipitada, este equipamento é elementar para

estudos meteorológicos e hidrológicos, uma vez que o equipamento instalado tem somente o

objetivo de conferir a pluviometria no local, relacionado com as informações do Centro de

Informações Hidrometeorológicas da UNIVATES.

Figura 6 - Pluviômetro J. Prolab, usado para medir quantidade de precipitação

pluviométrica em mm.

Fonte: Autor

4.1.2 Medidor de vazão

O medidor de vazão que foi utilizado neste trabalho é composto por um medidor Calha

Parshall de 1” dotado de um sensor ultrassônico. A Figura 7 apresenta ponto de medição da

vazão do lixiviado no aterro sanitário de Lajeado RS, onde foi instalado o medidor

ultrassônico.

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Figura 7 - Ponto de Medição Vazão do lixiviado no Aterro Sanitário Lajeado RS

Fonte: KUNZEL (2010)

O medidor Parshall foi arquitetado pelo engenheiro R. L. Parshall, sendo que este

tinha a irrigação como objetivo principal, todavia, analisadas suas vantagens o medidor faz-se

útil para diversos fins. Na atualidade tem sido muito utilizado para se medir vazão nas ETE.

O medidor Parshall compreende-se basicamente numa seção estrangulada, denominada

garganta e uma seção divergente organizadas em planta. Sua parte inferior é em nível na

seção convergente em declive na garganta e em aclive na seção divergente (AZEVEDO

NETTO et al., 1998).

Utilizou-se um sensor ultrassônico da Pepperl + Fuchs, modelo UB1000-18GM75-I-

15, que opera em uma faixa de 70-1000 mm, resolução de 0,35 mm, 1% de erro máximo de

fundo de escala e temperatura de operação entre -20 a 70°C (PEPPERL+FUCHS, 2009). O

sensor ultrassônico realizou a leitura a cada 15 minutos, apresentado o resultado em m³/h.

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Figura 8 - Sensor ultrassônico UB1000-18GM75-I-V15

Fonte: Autor (2014).

4.1.3 Local de coleta de amostra para análises

Para realização das análises em laboratório utilizou-se como local de coleta das

amostras a saída do lixiviado da célula em uso no aterro sanitário de Lajeado, sendo que este

local também é a entrada do efluente para estação de tratamento.

Figura 9 - Local de coleta de amostras para análises

Fonte: Autor, (2014).

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4.1.4 Determinação do PH

Utilizou-se um pHmetro marca DIGIMET DM-20 para determinar o pH e a temperatura

(Figura 10).

Figura 10 - Aparelho para Medição do Potencial Hidrogeniônico (pH)

Fonte: O autor (2014).

4.1.5 Determinação de Umidade

As amostras foram todas pesadas inclusive os cadinhos vazios, com a utilização de

uma balança de precisão marca SHIMADZU modelo AW 220, para determinação de umidade

e quantidade de sólidos das amostras, ilustrada na Figura 11.

Figura 11 - Balança de Precisão

Fonte: O autor (2014).

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4.1.6 Determinação de Sólidos Totais

Para a determinação dos sólidos totais foi utilizada a metodologia AOAC (Association

off Official Analythical Chemistry). As amostras foram colocadas em cadinhos de porcelana

antemão tarados e em seguida pesados com o substrato em seu interior para se obter o peso

úmido do material. Posteriormente colocou-se os cadinhos na estufa marca SP Labor modelo

SP-400, ilustrada na (Figura 12), sob uma temperatura de 105°C por 24 horas, para se

determinar a matéria seca.

Figura 12 - Estufa Micro Processada para Esterilização e Secagem

Fonte: O autor (2014).

Posteriormente, os cadinhos foram resfriados em um dessecador e pesados, obtendo-se

o valor do material seco, conforme a Figura 13.

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Figura 13 - Dessecador para Equalização da Temperatura

Fonte: O autor (2014).

4.1.7 Determinação Sólidos Voláteis

Para a determinação dos sólidos voláteis igualmente utilizou-se a metodologia AOAC.

O valor dos sólidos voláteis foi mensurado desde o material seco obtido na determinação dos

sólidos totais. Na determinação dos sólidos fixos, o material seco foi levado à mufla marca SP

Labor modelo SP-1200, ilustrada na (Figura 14) sob a temperatura de 550°C por oito horas.

Figura 14 - Forno Mufla SP Labor onde foi verificado os sólidos voláteis

Fonte: O autor (2014).

Posteriormente as amostras foram resfriadas no dessecador e pesadas, obtendo-se o

peso das cinzas.

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4.1.8 Determinação Nitrogênio

Para determinação de Nitrogênio utilizou-se a Metodologia PHA/AWWA.

Figura 15 - Destilador onde determinou-se o Nitrogênio

Fonte: O autor (2014).

4.1.9 Determinação Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Para determinação da Demanda Química de Oxigênio (DQO) foi utilizada a

metodologia PHA/AWWA, Banho Ultratermostático e Chapa Aquecedora com

Condensadores do tipo Sebelin.

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bdu)

48

Figura 16 - Banho ultratermostizado SL-152\10, Marca SOLAB

Fonte: O autor (2014).

4.1.10 Determinação de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Para obtenção de indicadores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), fez-se

utilização do equipamento manométrico, sem uso de mercúrio. Sendo utilizado o

equipamento OXITOP o qual é baseado na medição de pressão em um sistema fechado.

Figura 17 - OXITOP para determinação DBO

Fonte: O autor (2014).

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4.1.11 Determinação de Carbono

Utilizou-se para análise de Carbono aparelho específico de medição de carbono

orgânico total (COT) marca SHIMADZU disponível junto ao Núcleo de Eletroquímica e

Materiais Poliméricos (NEMP), no Centro Universitário UNIVATES;

4.1.12 Determinação da Turbidez

Para determinação da turbidez foi utilizado um Turbidímetro Modelo DM TU,

utilizado para medir a turbidez de um liquido de acordo EPA por método neofolométrico

baseado na leitura por detector a 90º. Com as seguintes características:

Lâmpada de tungstênio;

Faixa de medição: 0,1000 NTU

Precisão: +ou- 2%

Repetitividade +ou-: 1%

Luz espúria <0,02NTU.

Figura 18 - Turbidímetro Modelo Digimed DM TU utilizado para análise turbidez

Fonte: Autor (2014).

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4.1.13 Determinação da Condutividade

Para análise dos parâmetros de condutividade foi usado um Condutivímetro aparelho

de bancada w120 - BEL Engineering, utilizado para medir a condutividade, a determinação

está relacionada com a quantidade de sais dissolvido no meio liquido, permite avaliar a

presença de sólios de uma amostra.

Figura 19 - Condutivímetro W120 – BEL utilizado para análise condutividade

Fonte: Autor (2014).

4.1.14 Determinação da Temperatura de coleta

No momento da realização da coleta de amostra verificou-se a temperatura do

lixiviado no local através de termômetro digital modelo 1120-6113 GTECH.

Figura 20 - Termômetro Digital G-Tech – utilizado para verificação temperatura

Fonte: Autor (2014).

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4.1.15 Periodicidade das Campanhas para coleta de Amostras e execução das Análises

A coleta de amostras foi realizada nos meses de agosto, setembro e outubro de 2014,

sendo realizada uma coleta a cada dez dias em média, perfazendo cinco campanhas de

análises. As coletas e as análises foram realizadas pelo autor do presente estudo. A coletas

das amostras foram de acordo com as NBR 9897/1987 e NBR 9898/1987.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Integralizado o presente estudo foram encontrados os resultados descritos abaixo, os

quais servirão para discussões e como informações para contribuir em futuros trabalhos de

estudos em aterros sanitários, bem como para análises no momento de dimensionamento ou

aprimoramento de ETE do local.

5.1 Resultados obtidos através do monitoramento de fatores meteorológicos e vazão

Os dados de leitura obtidos pelo monitor de vazão, médias das temperaturas mínimas e

médias das temperaturas máximas fornecidas pelo Centro de Informações

Hidrometeorológicas da UNIVATES durante o período de levantamento de dados para

análises e discussões são apresentados na Tabela 04.

Tabela 5 - Resultados monitoramento fatores meteorológicos e vazão

Período

Médias das

temperaturas

Mínimas (°C)

Médias das

temperaturas

Máximas (°C)

Precipitação

acumulada

(mm)

Vazão acumulada

(m³)

15/08/2014 a

31/08/2014 12,20 24,40 68,00 156,00

01/09/2014 a

30/09/2014 15,20 24,20 329,30 317,00

01/10/2014 a

15/10/2014 16,64 26,70 157,10 182,40

Fonte: O autor

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5.1.1 Influência da temperatura sobre a geração de lixiviado

Uma vez que o monitoramento teve início nos períodos de menores médias de

temperaturas houve a oportunidade de se observar os parâmetros de geração de lixiviado

nestes períodos.

Verificou-se que a temperatura exerce influência importante na geração de lixiviado,

quando as temperaturas são menores a geração de lixiviado aumenta de forma considerável,

comprovando os efeitos ilustrados no balanço hídrico exemplificado por Fernandes (2006) na

Figura 1.

Esta variação ficou bem evidenciada nos gráficos 1 e 2. No gráfico 1 observamos que

no dia 28/08/2014 a temperatura era de 13,40°C e a vazão média de 0,69 m³/h , no dia

27/08/2014 a temperatura baixou para 12,70°C a vazão subiu para média de 0,90 m³/h, no dia

09/09/2014 a temperatura era de 27,39°C e a vazão média foi reduzida para 0,02 m³/h, no dia

22/09/2014 a temperatura caiu para 16,80°C e a vazão média aumentou para 0,40 m³/h

evidenciando a influência da temperatura sobre a vazão do lixiviado.

Gráfico 1 - Monitoramento temperatura com a vazão Agosto e Setembro

Fonte: O autor

No gráfico 2 podemos observar que no dia 01/10/2014 a temperatura era de 18,80°C e

a vazão média de 0,61 m³/h, no dia 05/10/2014 a temperatura subiu para 22,05°C e a vazão

13,40

12,70

11,70

23,35

27,30

21,30

16,80

18,90

21,30 20,40

19,40

19,05 0,69

0,90 0,90

0,02 0,02

0,17

0,40

0,30

0,35

0,42 0,45 0,44

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

Temperatura

Vazâo

Te

mp

era

tura

(°C

)

Vazão

(m³/h

)

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média baixou para 0,08 m³/h, no dia 06/10/2014 a temperatura voltou a baixar marcando

19,10 °C e vazão média subiu para 0,28m³/h, no dia 09/10/2014 a temperatura elevou-se para

26,80/C e a vazão média baixou para 0,05 m³/h, no dia 11/10/2014 a temperatura voltou a cair

para 16,75°C e a vazão média aumentou para 0,32 m³/h, evidenciando novamente a influência

da temperatura sobre a vazão do lixiviado.

Gráfico 2 - Monitoramento temperatura com a vazão Outubro

Fonte: O autor

Os gráficos 2 e 3 deixam bem claro uma tendência entre a temperatura e a vazão,

comprovando que nos momentos em que a temperatura reduz a vazão apresenta uma

tendência de aumento. Em análises dos resultados no monitor de vazão foi observado que em

horários com temperaturas mais baixas a vazão do lixiviado também aumenta. Visto que

existe esta correlação devemos levar em conta estas informações no momento de

dimensionarmos o escoamento do lixiviado e também a ETE do local.

5.1.2 Influência da precipitação pluviométrica sobre a geração de lixiviado

Enquanto que a temperatura exerce influência importante na geração de lixiviado,

quando foi verificada a influência da precipitação na vazão do lixiviado nota-se que não há

uma correlação importante, o que fica evidenciado no gráfico 3. No dia 28/08/2014 observa-

se uma elevação na vazão sendo que não houve precipitação neste dia nem nos dias

anteriores, no dia 10/09/2014 houve uma precipitação de 25,90 mm e a vazão ficou com a

média de 0,17 m³/h, no dia 22/09/2014 não houve precipitação, no entanto a vazão subiu para

18,80 18,15

17,95

22,05

19,10

21,85

26,80

23,70

16,75

21,30 21,20

23,75

0,61 0,56

0,60

0,08

0,28

0,19

0,05

0,18

0,32

0,08

0,15

0,09 0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

Temperatura

Vazâo

Te

mp

era

tura

(°C

)

Vazão

(m³/h

)

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0,40 m³/h. No dia 26/09/2014 houve precipitação de 27,40 mm e a vazão ficou em média de

0,35 m³/h. No dia 28/09/2014 houve uma precipitação de 12,20 mm e a vazão não demonstrou

um aumento significativo marcando uma média de 0,45 m³/h. No dia 30/09 houve uma

precipitação de 12,40 mm e a vazão manteve uma média de 0,44 m³/h, revelando mais uma

vez que não houve uma correlação significativa entre a precipitação em relação à vazão.

Gráfico 3 - Monitoramento precipitação com a vazão

Fonte: O autor

Podemos verificar no gráfico 4. No dia 01/10/2014 houve uma precipitação de 0,50

mm e a vazão foi de 0,61 m³/h, no dia 06/10/204 houve uma precipitação de 2,00 mm e a

vazão em média foi 0,11 m³/h, no dia 10/10/2014 a precipitação foi de 0,80 mm e a vazão em

média de 0,90 m³/h, no dia 13/10/2014 houve uma precipitação de 39,40 mm e vazão foi de

0,15 m³/h a vazão teve um aumento de 100% subindo para 0,30 m³/h mas mantendo-se estável

mesmo que no dia 17/10/2014 houve uma precipitação de 51,30 mm e a vazão continuou em

0,30 m³/h.

Ainda de acordo com Bastiani (2011) a precipitação pluviométrica não exerce uma

influencia significativa sobre alterações na vazão do lixiviado no aterro sanitário do município

de Lajeado RS, o qual é objeto deste estudo.

0,00 0,00

25,90

0,00 2,50

13,50

27,40

12,20

12,40 0,69

0,90 0,90

0,02 0,17

0,40

0,30 0,35 0,45 0,44

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Precipitação

Vazâo

Vazão

(m³/h

)

Pre

cip

itação (

mm

)

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Gráfico 4 - Monitoramento precipitação com a vazão

Fonte: O autor

5.1.3 Discussões a respeito da não interferência da precipitação pluviométrica sobre a

vazão do lixiviado

Durante a realização deste estudo e acompanhamento do monitoramento de vazão com

o monitor de vazão eletrônico e de forma visual através da calha Parshall verificou-se que

horas, e dias após as precipitações não há aumentos significativos na vazão de lixiviado.

Sendo que algumas hipóteses podem ser relacionadas a este evento do não aumento da vazão

do lixiviado mesmo durante ou depois de precipitações pluviométricas. Observou-se que a

célula está praticamente coberta em toda sua extensão com uma camada de argila conforme

podemos observar na figura 21. Esta camada de argila interfere diretamente na infiltração de

água da precipitação pluviométrica na célula.

0,50 2,00 0,80

3,60

0,30

39,40

1,80 0,00

11,70

51,30

0,61

0,11

0,90

0,09 0,10 0,15

0,30 0,30 0,35

0,30

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Precipitação

Vazâo

Pre

cip

itação (

mm

)

Vazão

(m³/h

)

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Figura 21 - Célula coberta com camada de argila

Fonte: O autor

Outra hipótese que devemos considerar é o escoamento e desvio das águas das

precipitações pluviométricas que existem no local, sendo que estas não infiltram na célula

onde foi realizado o estudo. Podemos observar estes detalhes nas figuras 22 e 23.

Figura 22 - Escoamento de água de precipitação pluviométrica no entorno da célula

Fonte: O autor

Escoamento

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Na figura 23 podemos observar que existem desvios para que as águas das

precipitações pluviométricas não escoem para o interior da célula.

Figura 23 - Desvios do escoamento de água de precipitação pluviométrica no entorno

da célula

Fonte: O autor

Uma vez que os resultados deste estudo nos mostram que as medidas realizadas no

local para desviar as águas da precipitação pluviométrica surtiram resultados positivos para

que não houvesse aumento na produção de lixiviado, e consequentemente na vazão destinada

a ETE, podemos considerar assim que soluções simples podem ser executadas para contribuir

no controle da infiltração da precipitação pluviométrica na célula.

5.2 Campanhas de Análises Físico Químicas

No período deste estudo foram realizadas campanhas de análises físico químicas no

laboratório de Biorreatores do curso de Engenharia Ambiental da UNIVATES, sendo que os

resultados destas análises realizadas em cinco campanhas podem ser observados na tabela 5,

estes resultados obtidos foram de relevante importância para que fossem feitas as

comparações das variações da carga orgânica em relação à vazão através dos resultados de

análises físico químicas do efluente.

Desvio de águas

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Tabela 6 - Resultados obtidos nas campanhas de análises físico químicas

Campanha 1 Campanha 2 Campanha 3 Campanha 4 Campanha 5

Data 28/08/14 10/09/14 24/09/14 07/10 14/10

Hora 13:00 13:15 13:00 13:20 13:00

Média

temperatura (°C) 11,70 21,30 19,95 21,85 21,20

Média vazão dia

(m³/h) 0,90 0,17 0,60 0,34 0,40

Turbidez (NTU) 45,40 46,50 50,40 40,70 46,90

Condutividade

(m/s) 12,97 12,92 12,88 12,66 12,81

PH 7,91 7,81 7,72 7,63 7,54

DQO (mg/L) 3.550,12 3.617,42 2.298,45 2.480,62 2.628,45

DBO (mg/L) 400 450 400 500 500

Fósforo (mg/L) 12,90 37,10 10,70 10,80 10,70

Carbono (mg/L) 1.004,00 903,30 787,50 805,10 730,00

Nitrogênio 990,08 990,88 686,92 990,75 951,12

Sólidos Totais (%) 0,88 1,25 0,78 0,65 0,63

Sólidos Voláteis

(%) 33,03 30,00 21,91 24,89 28,25

Sólidos Fixos (%) 66,97 69,99 78,09 75,11 77,82

Umidade (%) 99,12 98,75 99,22 99,35 99,37

Temperatura

efluente (°C) 24,80 27,20 26,90 27,50 27,10

Fonte: O autor

5.3 Influência da vazão nos resultados das análises físico químicas de DQO

Nos monitoramentos e análises das campanhas realizadas conforme gráfico 5 nos dias

28/08/2014 e 10/09/2014 não se observou variação significativa para a DQO, mesmo havendo

alternância na vazão, sendo que houve um aumento de 1,7 %, pois no dia 28/08/2014 a

análise de DQO apontou 3.550,12 mg/L e a média de vazão foi de 0,90 m³/L e no dia

10/09/2014 a análise de DQO apontou 3.617,42 mg/L e a vazão foi de 0,17 m³/L, sendo que a

vazão diminui em torno de 18,9%. Entretanto verificou-se que nas campanhas dos dias

24/09/2014, 07/10/2014 e 14/10/2014 os parâmetros de DQO são menores com uma vazão

média de 0,6 m³/L sendo que a análise de DQO apontou 2.298,45 mg/L, no dia 24/09/2014 a

análise de DQO apontou 2.480,62 mg/L e a média de vazão foi de 0,34/m³/L no dia

07/10/2014, havendo um aumento de percentual de 14,4% entre o dia 24/0/2014 para o dia

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07/10/2014, na ultima campanha de monitoramento e análises realizada no dia 14/10/2014,

procurou-se realizar esta em um período posteriormente às horas com precipitação

pluviométrica significativa, por conseguinte, as análises apontaram o valor de 2.628,45 mg/L

para DQO sendo a vazão de 0,40 m³/h. Verificando-se que a precipitação pluviométrica não

alterou de forma significativa os valores de vazão nem de taxas de DQO nem de vazão, mas

houve um aumento em torno de 18%. Os dados de DQO obtidos nas campanhas e no

monitoramento da vazão são apresentados no Gráfico 5.

Gráfico 5 - Análises DQO com vazão

Fonte: O autor

Segundo a Schneider (2010) não há variação significativa para DQO em relação à

vazão sendo os valores DQO muito congêneres no ano de 2010 a este estudo.

Ainda a respeito dos parâmetros de DQO, foi observado que os valores não sofrem

alterações significantes relacionados à vazão do lixiviado, situando-se estes entre 2.2298,45 e

3.617,42 mg/L, conforme fundamentação teórica do IPT (2000) isto pode se justificar pelo

fato da célula do aterro estar na fase metanogênica onde os valores situam-se entre 500 e

4.500 mg/L para a DQO.

5.4 Influência da vazão nas variáveis de Carbono

Nas análises de carbono do efluente conforme gráfico 6, observamos algumas

alterações nas taxas de carbono em relação à vazão, mas não ficou evidenciado que a vazão

influi de forma significativa nos valores uma vez que observamos que em 28/08/2014 a vazão

3.550,12

3.617,42

2.298,45

2.480,62 2.628,45

0,90

0,17

0,60

0,34

0,40

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

28.08.14 10.09.14 24.09.14 07.10.14 14.10.2014

DQO

VazãoVazão (

m³/

h)

DQ

O (

mg/ L)

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monitorada foi de 0,90 m³/h em média e a taxa de carbono de 1.004,4 mg/L, no dia

10/09/2014 a vazão monitorada foi de 0,17 m³/h em média e a taxa do carbono de 903,30

mg/L um percentual de 10% a menos, indicando que a vazão não exerce influência relevante

nas taxas de carbono, no dia 24/09/2014 houve uma vazão média de 0,60 m³/h e as análises

indicaram uma taxa de carbono de 787,50 mg/L, no dia 07/10/2014 o valor da vazão

monitorada teve um aumento para 0,34 m³/h e as análises realizadas indicaram uma taxa de

730,00 mg/L, não indicando uma alteração desproporcional, na ultima campanha de análises

realizada no dia 14/10/2014 a vazão indicou 0,40 m³/h e as análises de carbono 805,10 mg/L.

Gráfico 6 - Análises Carbono com vazão

Fonte: O autor

5.5 Influência da vazão nas variáveis de Fósforo

Através do gráfico 7 podemos observar que os índices de fósforo sofreram alguma

variação com a vazão uma vez que no dia 28/0/2014 a vazão média monitorada foi de 0,90

m³/h e as análises de fósforo foram de 12,90 mg/L e no dia 10/09/2014 a vazão média foi de

0,17 m³/h e o fósforo de 37,10 mg/L havendo uma redução de 80% na vazão e um aumento de

em torno de 188%, sendo este um evento isolado, uma vez que no dia 24/09/2014 a vazão

média foi de 0,60 m³/L e o fósforo 10,70 mg/L, no dia 07/10/2014 a vazão foi de 0,34 m³/L e

o fósforo 10,80 mg/L e no dia 14/10/2014 a vazão média foi de 0,40 m³/L e a análise de

fósforo de 10,70 mg/L na taxa de carbono do efluente, sendo que nas últimas três campanhas

de análises a taxa de fósforo se manteve quase que estável sofrendo pouca variação. Se

1.004,00

903,30

787,50 730,00

805,10

0,90

0,17

0,60

0,34

0,40

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

900,00

1000,00

1100,00

28.08.14 10.09.14 24.09.14 07.10.14 14.10.2014

Carbono

Vazão

Carb

ono (

mg

/L)

Vazão (

m³/

h)

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comparado às duas primeiras campanhas podemos alegar que a taxa de fósforo sofreu

variação conforme variações da vazão.

Gráfico 7 - Análises Fósforo com vazão

Fonte: O autor

5.6 Influência da vazão nas variáveis de Sólidos Totais

Através do gráfico 8 podemos verificar que as verificações de sólidos totais sofreram

variação com a vazão uma vez que no dia 28/08/2014 a vazão média monitorada foi de 0,90

m³/h e os sólidos totais foram de 0,8815% e no dia 10/09/2014 a vazão média foi de 0,17 m³/h

e os sólidos totais de 1,2489% tendo uma aumento de 41% enquanto a vazão reduziu 79% no

dia 24/09/2014 a vazão média foi de 0,60 m³/L e os sólidos totais de 0,7776%, no dia

07/10/2014 a vazão foi de 0,34 m³/L e os sólidos totais foram 0,6525% e no dia 14/10/2014 a

vazão média foi de 0,40 m³/L e os sólidos totais de 0,6315 % evidenciando desta forma que a

vazão causa efeitos diretos nos parâmetros de sólidos totais que constituem o lixiviado.

12,90

37,10

10,70 10,80 10,70

0,90

0,17

0,60

0,34

0,40

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

28.08.14 10.09.14 24.09.14 07.10.14 14.10.2014

Fósforo

Vazão

sfo

ro (

mg

/L)

Vazão (

m³/

h)

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Gráfico 8 - Análises Sólidos Totais com vazão

Fonte: O autor

5.7 Influência da vazão nas variáveis de Nitrogênio

O nitrogênio é componente das proteínas, desta forma nos aterros sanitários suas

concentrações em lixiviados associa-se a quantidade de matéria orgânica dos resíduos. O

nitrogênio pode ser usado como indicador de lixiviados dissolvidos em aterros sanitários

(FLECK, 2003).

Schneider (2010) faz observações a respeito da pouca variabilidade dos valores das

análises de nitrogênio em estudo da mesma área, sendo que estes se mantem em valores

elevados.

Podemos observar no gráfico 9 que o nitrogênio sofre poucas alterações relacionadas à

vazão do lixiviado, mantendo-se em valores elevados e de certa forma semelhantes mesmo

havendo alterações na vazão, sendo que podemos observar que no dia 28/08/2014 a vazão

média era de 0,90 m³/h e o nitrogênio 990,08 mg/L e no dia 10/09/2014 a vazão baixou

consideravelmente para 0,17 m3/h e o nitrogênio continuou em 990,88 mg/L, eventualmente

no dia 24/09/2014 a vazão média subiu para 0,60 m³/h e o valor do nitrogênio foi de 686,92

mg/L sendo este um fato isolado, pois no dia 07/10 e 14/10/2014 a vazão subiu

respectivamente para 0,34 m3/h e 0,70 m³/h e o nitrogênio voltou para 990,75 mg/L e 951,12

mg/L indicando não haver correlação considerável.

0,8815

1,2489

0,7776

0,6525

0,6315

0,90

0,17

0,60

0,34 0,40

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

2,2

2,4

28.08.14 10.09.14 24.09.14 07.10.14 14.10.2014

Sólidos Totais

Vazão

Sólid

os T

ota

is (

mg

/L)

Vazão (

m³/

h)

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Gráfico 9 - Análises Nitrogênio com vazão

Fonte: O autor

5.8 Influência da vazão nas variáveis de DBO

O gráfico10 faz a comparação da DBO com a vazão. Podemos observar no gráfico 10

que a DBO possui variáveis que sofrem baixas variações mesmo que a vazão se altere.

Gráfico 10 - Análises DBO com vazão

Fonte: O autor

5.8.1 Relação DBO/DQO

Conforme literatura de Jardim e Canela (2004) se fizermos a relação DBO/DQO e

obtivermos um valor maior que 0,4 para um efluente significa que o mesmo é facilmente

biodegradável. No caso DBO/DQO estiver entre 0,2 e 0,4 o processo biológico a ser

990,08

990,88

686,92

990,75 951,12

0,90

0,17

0,60

0,34

0,40

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

900,00

1000,00

1100,00

1200,00

1300,00

28.08.14 10.09.14 24.09.14 07.10.14 14.10.2014

Nitrogênio

Vazão

400

450

400

500 500

0,90

0,17

0,60

0,34 0,40

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0

100

200

300

400

500

600

700

28.08.14 10.09.14 14.09.14 07.10.14 14.10.2014

DBO

Vazão

Nitro

gênio

Vazão (

m³/

h)

Vazão (

m³/

h)

DB

O

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implantado para remoção da carga orgânica de forma eficiente deve ser adequado. Sendo o

valor encontrado inferior a 0,2 será inadequado o processo biológico convencional.

Ainda segundo Castilhos Jr. (2002), através da relação DBO:DQO podemos

diferenciar as fases acetogênica e metanogênica, sendo que usa-se como valor de referência

DBO/DQO = 0,4 delimita a mudança de fase da digestão anaeróbica, quer dizer, valores

superiores a 0,4 evidenciam a predominância da fase acetogênica, e inferiores a 0,4

confirmam a fase metanogênica que é o caso do efluente em estudo.

No caso de nosso efluente estudado encontramos valores abaixo de 0,2 para relação

DBO/DQO, como podemos observar nas relações da tabela 6.

Tabela 7 - Relação DBO/DQO

Campanha 1 Campanha 2 Campanha 3 Campanha 4 Campanha 5

Data 28/08/14 10/09/14 24/09/14 07/10 14/10

DBO (mg/L) 400 450 400 500 500

DQO (mg/L) 3.550,12 3.617,42 2.298,45 2.480,62 2.628,45

Relação DBO/DQO 0,11 0,12 0,17 0,20 0,19

Fonte: O autor

Através das análises físico químicas realizadas neste estudo podemos observar que os

resultados são próprios do local analisado, pois estudos realizados em aterros sanitários em

diferentes locais com a mesmas características do aterro sanitário de Lajeado RS, mas em

regiões diferentes, apresentam valores diferentes nas análises físico químicas. Conforme

Segato (2000) em estudo realizado no aterro sanitário da cidade de Bauru SP, as

características do lixiviado variam de acordo com o local da instalação, o manejo dos

resíduos, a idade do aterro, o período da coleta das amostras para análises.

Uma vez que cada aterro sanitário possuiu suas particularidades, no momento de

dimensionar a ETE para o local devemos levar em consideração estas informações.

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6 CONCLUSÕES

Através da verificação realizada neste trabalho foi possível estimar a influência dos

elementos meteorológicos na vazão e características do lixiviado produzido no aterro sanitário

de Lajeado/RS. Por conseguinte da verificação dos dados obtidos pelos equipamentos foi

viável determinar a influência da temperatura e precipitação pluviométrica na vazão do

lixiviado, entretanto observou-se que alguns períodos de precipitações não houve alterações

para maior na vazão do lixiviado.

Mesmo havendo alterações em alguns momentos na vazão do lixiviado podemos

observar que a variação da carga orgânica continua sempre com taxas elevadas, não havendo

maior ou menor dissolução de acordo com a precipitação pluviométrica, pois um indicador

para este fato foi às taxas de nitrogênio encontradas nas campanhas.

Contudo, observou-se que precipitação pluviométrica exerce influência sobre a vazão

de lixiviado, mas não de forma significativa neste estudo, pois a célula já se encontra coberta

em sua maior parte por camadas de argila, e existe escoamento das águas originadas da

precipitação pluviométrica. Observou-se que há influência direta da temperatura ambiente

sobre a vazão de lixiviado, sendo que à medida que a temperatura diminui há aumento claro

na vazão do lixiviado. A influência da temperatura sobre a vazão é observada praticamente

em todo o período do estudo, sendo notado nas horas de menores temperaturas, a exemplo no

amanhecer do dia quando as temperaturas são mais baixas.

Este estudo nos mostra que outros fatores como radiação solar e evapotranspiração,

além da temperatura ambiente da precipitação pluviométrica podem exercer influência sobre

os aterros sanitários ocasionando alterações na geração de lixiviado, nos fazendo levar em

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consideração a forma de manejo de resíduos, o uso de coberturas nas células, o aterramento

com argila de forma intermitente, o desvio das águas das precipitações pluviométricas.

O monitoramento da vazão com uso de equipamento automatizado mostrou-se muito

útil para acompanhamento da vazão do lixiviado, pois desta forma pode-se fazer um

monitoramento contínuo da vazão do lixiviado produzido pela célula do aterro sanitário.

As informações deste estudo são importantes para se relacionar a influência dos

fatores meteorológicos, como precipitação pluviométrica e temperatura com a vazão do

lixiviado nos aterros sanitários, podendo auxiliar no dimensionamento das estações de

tratamento de efluentes do local.

Os resultados das análises físico químicas nos demonstram que o aterro sanitário de

Lajeado RS encontra-se na fase metanogênica, o que fica comprovado na relação DBO/DQO,

esta relação também se torna importante no momento de optarmos os processos a serem

usados para a eficiência da ETE.

6.1 Sugestão para trabalhos futuros

A partir de constatações do presente trabalho, é de extrema importância a realização de

um estudo aprofundado sobre o comportamento da DQO, realizando análises diárias. Sendo

possível desta forma esclarecer como ocorre a influência da pluviometria e vazão do lixiviado

sobre a DQO.

Após observações do comportamento da vazão relacionada a temperatura, onde foi

observado correlação direta, seria importante um estudo direcionado exclusivamente a

correlação temperatura e vazão do lixiviado.

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8 APÊNDICES

Apêndice A - Tabela de monitoramento do mês de agosto de 2014

Data e horário Vazão (m³/h) Precipitação (mm)

15/08/2014 15:06 0,21 0,0

15/08/2014 19:21 0,56 0,0

15/08/2014 20:06 0,56 0,0

15/08/2014 23:36 0,69 0,0

15/08/2014 23:51 0,74 0,0

16/08/2014 00:36 0,74 0,0

16/08/2014 01:51 0,56 0,0

17/08/2014 06:21 0,32 0,3

17/08/2014 19:51 0,32 0,2

18/08/2014 06:36 0,42 0,0

18/08/2014 16:06 0,01 0,0

18/08/2014 21:36 0,59 0,0

19/08/2014 02:51 0,61 0,0

19/08/2014 12:21 0,88 0,0

19/08/2014 20:51 1,19 0,0

19/08/2014 23:21 1,14 0,0

20/08/2014 02:51 1,22 0,5

20/08/2014 11:21 0,44 0,0

20/08/2014 15:36 0,00 0,0

21/08/2014 04:21 1,09 0,0

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21/08/2014 12:06 0,86 0,0

21/08/2014 18:07 0,02 0,0

22/08/2014 04:52 1,20 0,0

22/08/2014 17:52 0,01 0,0

22/08/2014 22:22 0,92 0,0

23/08/2014 00:52 1,05 0,0

23/08/2014 11:52 0,02 0,0

24/08/2014 01:52 1,02 0,0

24/08/2014 11:07 0,14 0,0

24/08/2014 21:22 1,10 0,0

25/08/2014 04:52 0,90 1,4

25/08/2014 13:37 1,14 3,0

25/08/2014 15:37 0,98 6,0

25/08/2014 20:52 1,24 0,0

26/08/2014 01:07 1,33 0,0

26/08/2014 07:52 1,37 0,0

26/08/2014 13:07 0,39 0,0

26/08/2014 13:07 0,39 0,0

26/08/2014 18:07 0,19 0,0

27/08/2014 02:22 1,14 0,0

27/08/2014 07:07 1,37 0,0

27/08/2014 13:52 0,33 0,0

27/08/2014 22:07 1,27 0,0

28/08/2014 01:22 1,55 0,0

28/08/2014 05:37 1,45 0,0

28/08/2014 13:07 0,80 0,0

28/08/2014 20:22 1,05 0,0

29/08/2014 02:22 1,30 0,0

29/08/2014 06:52 1,33 0,0

29/08/2014 12:37 0,79 0,0

29/08/2014 17:37 0,00 0,0

29/08/2014 22:37 1,31 0,0

30/08/2014 02:37 1,34 5,0

30/08/2014 07:07 1,28 1,3

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77

30/08/2014 13:07 0,04 0,0

30/08/2014 14:37 0,15 0,0

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Apêndice B - Tabela de monitoramento do mês de setembro de 2014

Data e horário Vazão (m³/h) Precipitação (mm)

06/09/2014 03:32 0,02 46,0

06/09/2014 04:32 0,04 0,0

06/09/2014 05:32 0,04 0,0

06/09/2014 23:02 0,14 0,0

07/09/2014 08:17 0,04 0,0

08/09/2014 01:47 0,12 0,0

08/09/2014 04:47 0,05 0,0

08/09/2014 13:37 0,21 0,0

09/09/2014 08:47 0,41 0,0

09/09/2014 15:02 0,05 0,0

10/09/2014 17:34 0,73 25,90

10/09/2014 18:04 0,96 0,0

10/09/2014 20:49 1,05 0,0

11/09/2014 04:49 0,15 58,70

11/09/2014 18:49 0,89 0,0

12/09/2014 03:04 0,41 21,60

12/09/2014 12:04 0,15 0,0

12/09/2014 13:34 0,52 0,0

13/09/2014 12:34 0,82 0,0

13/09/2014 13:34 0,78 0,0

14/09/2014 13:04 0,56 4,60

14/09/2014 13:49 0,62 0,0

14/09/2014 14:34 0,13 0,0

15/09/2014 23:34 0,23 11,70

16/09/2014 00:49 0,73 0,0

16/09/2014 03:34 1,05 0,0

16/09/2014 06:19 1,15 0,0

17/09/2014 01:49 0,51 0,30

17/09/2014 05:19 1,30 0,0

17/09/2014 11:04 0,03 0,0

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79

18/09/2014 02:04 0,10 0,30

18/09/2014 04:04 0,95 0,0

19/09/2014 05:19 0,04 0,0

21/09/2014 06:17 1,15 0,0

21/09/2014 10:17 0,77 0,0

21/09/2014 11:47 0,05 0,0

21/09/2014 19:02 1,17 0,0

22/09/2014 06:17 1,30 0,0

22/09/2014 14:32 0,11 0,0

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Apêndice C - Tabela de monitoramento do mês de outubro de 2014

Data e horário Vazão (m³/h) Precipitação (mm)

01/10/2014 17:51 0,04 0,50

01/10/2014 20:36 1,02 0,0

01/10/2014 23:21 0,90 0,0

02/10/2014 05:36 1,07 0,0

02/10/2014 12:06 0,65 0,0

02/10/2014 15:06 0,00 0,0

03/10/2014 06:06 1,19 0,0

03/10/2014 10:36 0,75 0,0

03/10/2014 19:06 0,04 0,0

04/10/2014 01:06 1,12 0,0

04/10/2014 02:21 1,24 0,0

04/10/2014 14:33 0,66 0,0

05/10/2014 05:33 0,85 0,0

05/10/2014 09:18 1,00 0,0

05/10/2014 18:33 0,19 0,0

05/10/2014 20:18 0,17 0,0

06/10/2014 07:48 1,10 0,0

06/10/2014 11:03 0,05 2,0

06/10/2014 19:33 0,01 0,0

06/10/2014 22:03 0,37 0,0

07/10/2014 04:03 1,16 0,0

07/10/2014 10:03 0,96 0,0

07/10/2014 13:18 0,28 0,0

07/10/2014 20:03 0,12 0,0

08/10/2014 06:18 0,78 0,0

08/10/2014 22:03 0,26 0,0

09/10/2014 06:18 0,96 0,0

09/10/2014 12:33 0,37 0,0

09/10/2014 13:33

0,24

0,0

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81

10/10/2014 13:03 0,23 0,8

10/10/2014 21:48 0,02 0,0

10/10/2014 23:03 0,12 0,0

11/10/2014 00:33 1,09 3,0

11/10/2014 05:48 1,03 0,6

12/10/2014 22:33 0,15 0,3

13/10/2014 07:18 0,12 19,4

13/10/2014 07:33 1,14 20,0

13/10/2014 08:33 0,48 0,0

13/10/2014 09:48 0,01 0,0

14/10/2014 03:31 0,62 1,8

14/10/2014 07:16 0,18 0,0

14/10/2014 22:46 0,69 0,0

15/10/2014 03:01 0,75 0,0

15/10/2014 05:16 0,86 0,0

15/10/2014 07:31 0,01 0,0