34
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Mecânica CARLOS HENRIQUE DA SILVA LEOMI DE SOUZA SILVA VASOS DE PRESSÃO: NORMA ASME, SEÇÃO VIII, DIVISÃO II

Vasos de Pressão

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Estudo da Divisão II da ASME

Citation preview

Page 1: Vasos de Pressão

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Centro de Tecnologia e Geociências

Departamento de Engenharia Mecânica

CARLOS HENRIQUE DA SILVA

LEOMI DE SOUZA SILVA

VASOS DE PRESSÃO: NORMA ASME, SEÇÃO VIII, DIVISÃO II

Recife2016

Page 2: Vasos de Pressão

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Centro de Tecnologia e Geociências

Departamento de Engenharia Mecânica

CARLOS HENRIQUE DA SILVA

LEOMI DE SOUZA SILVA

VASOS DE PRESSÃO: NORMA ASME, SEÇÃO VIII, DIVISÃO II

Trabalho referente à disciplina de Vasos de Pressão do curso de

Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco, orientado pelo

professor Adson Beserra da Silva.

Recife2016

Page 3: Vasos de Pressão

Sumário1 Introdução............................................................................................................................4

2 Caracterização da Norma.....................................................................................................5

2.1 Histórico.......................................................................................................................5

2.2 Divisões........................................................................................................................6

2.3 Aplicabilidade...............................................................................................................7

3 Descrição dos modelos de cálculo........................................................................................8

3.1 Junções Soldadas........................................................................................................10

3.1.1 Tabela 1. Definições de categorias de soldas......................................................11

3.1.2 Tabela 2. Definições de tipos de soldas..............................................................12

3.2 Cálculo da Espessura de Parede para Pressão Interna...............................................13

3.2.1 Costado Cilíndrico...............................................................................................14

3.2.2 Costado Cônico...................................................................................................14

3.2.3 Costado Esférico e Tampo Semiesférico.............................................................15

3.2.4 Tampo Torisférico (espessura uniforme)............................................................15

3.2.5 Tampo Torisférico (não uniforme)......................................................................19

3.2.6 Tampos Elipsoidais.............................................................................................19

3.3 Cargas Combinadas....................................................................................................20

3.3.1 Figura 5. Costados Submetidos a Carregamentos Combinados..........................21

3.4 Projeto de Costados Submetidos a Pressão Externa..................................................21

3.5 Projeto de Aberturas em Tampos e Costados............................................................22

3.6 Projeto de Tampos Planos..........................................................................................22

3.7 Outras considerações.................................................................................................22

3.8 Projeto por análise.....................................................................................................23

4 Conclusão...........................................................................................................................24

5 Referências.........................................................................................................................24

Page 4: Vasos de Pressão

1 Introdução

O código para vasos de pressão ASME VIII (Pressure Vessel Boiler Code),

define vasos de pressão como sendo todos os reservatórios, de qualquer tipo, dimensões

ou finalidade, não sujeitos a chama, que contenham qualquer fluído em pressão

manométrica igual ou superior a 1,02 kgf/cm² ou submetidos à pressão externa.

Vasos de pressão são equipamentos amplamente utilizados em indústrias de

processo, refinarias de petróleo, petroquímicas, indústrias farmacêuticas e alimentícias.

Esses equipamentos devem ser projetados de modo a evitar as principais falhas que

estão diretamente relacionadas ao conteúdo da disciplina de resistência dos materiais,

tais como:

• Deformação elástica excessiva, incluindo instabilidade elástica;

• Deformação plástica excessiva, incluindo instabilidade plástica;

• Altas tensões localizadas;

• Fluência a alta temperatura;

• Fratura frágil à baixa temperatura;

• Fadiga;

• Corrosão.

O presente trabalho irá caracterizar e descrever a norma ASME Seção VIII-

Divisão II, que se baseia em um projeto alternativo de vasos de pressão. Esta divisão

contém requisitos obrigatórios, proibições específicas e não-obrigatórias, orientação

para o projeto, materiais, fabricação, exame, inspeção, testes e certificação de vasos de

pressão e os seus dispositivos de alívio de pressão associados. Será dada ênfase na

caracterização da norma, apresentando o histórico, as divisões da seção VIII, aplicações

e cálculos de projetos de vasos de pressão relativos a essa divisão.

Page 5: Vasos de Pressão

2 Caracterização da Norma

2.1 Histórico

Com a revolução industrial nos meados do século XIX, a utilização de máquinas

a vapor aumentou e, como consequência, frequentes acidentes com caldeiras

começaram a acontecer.

Uma explosão em Londres, em 1815, deu origem a uma investigação, pelo

parlamento britânico. Chegou-se à conclusão de que o acidente aconteceu devido à má

construção, a materiais não adequados e à pressão excessiva nas caldeiras. Foi imposto

então que as caldeiras fossem construídas de ferro forjado, com tampos hemisféricos e

com duas válvulas de segurança. Essas imposições, que hoje podem parecer simplistas,

representaram, entretanto, na época um grande avanço tecnológico.

Em 1905, em Brockton, Massachusetts, ocorreu um trágico acidente em uma

fábrica de sapatos, matando 58 pessoas e deixando 117 feridos. Depois deste acidente, o

estado de Massachusetts criou a primeira legislação para projeto e construção de

caldeiras a vapor. Esta norma foi criada em 1907, conhecida como Massachusetts Rules,

e estabelecia coeficiente de segurança de 4,5 em relação ao limite de resistência do

material. Essa norma foi o começo da norma ASME.

Em 1911, criava-se uma comissão especial da ASME (American Society of

Mechanical Enginners) para elaborar uma norma cuja primeira edição apareceu em

1914, contendo apenas caldeiras estacionárias. Só em 1924 seria publicada, pela

primeira vez, a Seção VIII do Código ASME, relativa aos vasos de pressão não sujeitos

a chama.

O primeiro código americano, para vasos, foi editado pela ASME (American

Society of Mechanical Engineers) em 1925, intitulado “Rules for construction of

pressure

vessels” section VIII, 1925 Edition.

Atualmente o código ASME é dividido nas seguintes seções:

• Seção I – Código para Construção de Caldeiras;

• Seção II – Especificação de Materiais;

Page 6: Vasos de Pressão

• Seção III – Regras para construção de Componentes Nucleares;

• Seção IV – Regras para construção de Caldeiras; heating boiler (caldeira de calefação);

• Seção V – Ensaios Não-Destrutivos;

• Seção VI – Regras recomendadas para manutenção e operação de caldeiras;

• Seção VII – Regras recomendadas para manutenção e operação de caldeiras;

• Seção VIII – Regras para construção de vasos de pressão;

• Seção IX – Qualificações de Soldagem e Brasagem;

• Seção X – Código de Vasos de Pressão e Caldeiras – Fibras – Vasos de Pressão

com Reforçamentos Plásticos;

• Seção XI – Regras para Inspeção de Plantas e Componentes Nucleares;

• Seção XII – Regras para construção de Tranques Transportáveis.

2.2 Divisões

O ASME Seção VIII é dividida em três divisões:

ASME Section VIII, Division I – Rules for Construction of Pressure Vessels.

Essa norma determina regras apenas para dimensionamentos dos

componentes principais (casco, tampos, reduções, flanges, bocais e reforços),

submetidos à pressão interna ou externa.

Este código é limitado a pressões interna, máxima de 20685 kPa e mínima de

103 kPa, ou externa máxima de 103 kPa. Tem como critério de projeto a teoria

da “máxima tensão de ruptura”.

O código unicamente trata de dimensionamento para pressões nos

componentes principais, não apresentando métodos para computação e avaliação

ASME Section VIII, Division II – Rules for Construction of Pressure Vessels –

Alternative Rules.

A divisão II do código ASME, foi criada em 1969 como alternativa à

divisão I, adotando critérios e detalhes de projeto, fabricação, exames e testes

Page 7: Vasos de Pressão

mais rigorosos e tensões admissíveis superiores, além de não limitar a pressão

do projeto.

Esse código leva em consideração uma tecnologia mais avançada

adotando um novo critério de projeto. É adotada a teoria da máxima tensão de

cisalhamento, conhecida do critério de Tresca.

Essa norma admite tensões maiores do que as da divisão I, conduzindo,

assim, em menores espessuras e menor peso para o vaso. Em contrapartida, para

garantir um grau de segurança equivalente, ou mesmo maior, é feita uma série de

exigências adicionais de projeto, cálculos, materiais, fabricação e inspeção, que

resultam evidentemente em maior custo, de forma que nem sempre compensa a

economia feita em materiais e em solda.

ASME Section VIII, Division III – Rules for Construction of Pressure Vessels –

Alternative Rules for high pressure vessels.

A divisão III do código ASME surgiu recentemente com a ênfase para

equipamentos projetados para operarem com alta pressão, em geral acima de

68995 kPa. Entretanto pode ser usada para pressões inferiores e não restringem a

aplicabilidade, em função da pressão, das divisões I e II.

Apesar de ser semelhante à Divisão II nos critérios de projeto, adotando

também a teoria da máxima tensão de cisalhamento, a classificação e análise de

tensões e avaliação de fadiga é mais rigorosa do que esta divisão.

A análise de fadiga é mandatória para equipamentos projetados por essa

divisão.

2.3 Aplicabilidade

O código ASME Divisão II é obrigatório para os vasos em serviços cíclicos

(sujeito à análise de fadiga), vasos de construção especial e vasos para serviços muitos

severos.

Sempre que um vaso de pressão está sujeito a carregamentos cíclicos e

gradientes térmicos, deve ser projetado por esta divisão, pois apenas nela estão previstas

Page 8: Vasos de Pressão

metodologias de cálculos para estas exigências. Também é o caso de equipamentos com

pressão interna de projeto superior a 20685 kPa.

Segue algumas outras considerações em que a Divisão II é mais apropriada:

• Quando o diâmetro for maior que 1500mm e a pressão interna

ultrapassar 7,0MPa;

• Quando o vaso for construído de material de qualidade superior aos

aços carbono e a pressão for superior a 2,0MPa;

• Quando o vaso for do tipo multicamada;

• Quando a razão diâmetro/camada for menos que 16;

• Quando a espessura for maior que 75mm.

3 Descrição dos modelos de cálculo

No parágrafo 4.1 da Seção VIII, Divisão II da Norma ASME são

apresentados os requisitos básicos para a aplicação das regras de projeto definidas por

essa divisão. É importante salientar que, como é ressaltado na própria divisão, os casos

em que a parte 4 não contempla devem ser analisados através da parte 5 e deixa claro

que a aplicação de cargas ou condições que não foram previstas no manual do usuário

do fabricante, exime o mesmo de qualquer responsabilidade, caindo-se esta sobre o

usuário.

De acordo com essa divisão, item 4.1.3.1, a espessura do material a ser

usado deve ser tal que os procedimentos de fabricação do material, tratamentos

térmicos, por exemplo, não devem reduzir sua espessura a um valor menor que a

espessura requerida pelo projeto.

A tensão máxima admissível (maximum allowable stress) é a máxima

tensão permitida em um determinado material utilizado em um vaso construído sob a

norma. A tensão máxima admissível é função do material em questão e da temperatura

de projeto do vaso.

Para as condições de projeto, as tensões admissíveis dos materiais

permissíveis de construção estão contidas na Seção II, Parte D da Norma ASME.

Page 9: Vasos de Pressão

Segundo o item 4.1.6.1 da Seção VIII – Divisão II para qualquer combinação de carga

que induzam a tensões primárias as seguintes equações devem ser satisfeitas nas

condições de projeto:

(Eq. 1)

(Eq. 2)

Onde:

Pm=Tensão primária de membrana geral ;

Pm+Pb=Tensão primária demembrana geral mais tensão primária de flexão ;

S=Tensãoadmissível dada pelastabelas da Seção II ,Parte D .

É de grande importância destacar que a tensão admissível deve ser tomada

de acordo com a temperatura, já que a primeira sofre uma grande variação de acordo

com a segunda.

Para as condições de teste, segundo o item 4.1.6.2 dessa divisão, as

equações descritas abaixo são requeridas de acordo com o tipo de teste:

1) Teste hidrostático:

a)

(Eq. 3)

Onde:

Sy=Tensãolimite deescoamento dada de acordo com o Anexo 3. D da divisão

b)

para (Eq. 4)

Page 10: Vasos de Pressão

para (Eq.5)

2) Teste pneumático:

a)

(Eq. 6)

b)

para (Eq. 7)

para (Eq. 8)

3.1 Junções SoldadasAs juntas soldadas são abordas pela parte 4, regras para o dimensionamento,

classe e tipos de soldas. Nessa parte da Divisão são dadas definições para o tipo de

solda, sendo numeradas como 1, 2, 3, 7, 8, 9 e 10. São também colocadas as categorias

de soldas, nesse caso, o tipo de solda não é definido e sim, sua localização (ver figura

1). Essas categorias vão de A a E. Abaixo estão algumas tabelas que exemplificam as

definições de tipo e categorias de soldas dadas pelo item 4.2.7 da Divisão:

Page 11: Vasos de Pressão

Figura 1: Localizações típicas de juntas soldadas das categorias A, B, C, D e E.

Fonte: ASME 2010

3.1.1 Tabela 1. Definições de categorias de soldasCategoria

de Solda

Descrição

A Junções soldadas longitudinais dentro de cascos cilíndricos,

dentro de tampos cônicos, dentro de tampos toricônicos, dentro

de bocais, dentro de câmaras comunicantes;

Qualquer junção soldada dentro de tampos hemisféricos, dentro

de tampos côncavos, dentro de tampos torisféricos, dentro de

tampos flangeados;

Junções soldadas circunferenciais que unem tampos hemisféricos

com cascas cilíndricas, com tampos cônicos, com tampos

toricônicos, com bocais, com câmaras comunicantes.

B Junções soldadas circunferenciais dentro de cascas cilíndricas,

dentro de tampos cônicos, dentro de tampos toricônicos, dentro

de bocais, dentro de câmaras comunicantes;

Junções soldadas circunferenciais que unem cascas cilíndricas

com tampos cônicos, com tampos toricônicos;

Junções soldadas circunferenciais que unem tampos não

hemisféricos com cascas cilíndricas, com tampos cônicos, com

tampos toricônicos, com bocais, com câmaras comunicantes.

C Junções soldadas conectando flanges, conectando flanges com

Page 12: Vasos de Pressão

juntas sobrepostas (tipo Van Stone);

Junções soldadas conectando espelhos (tube sheets);

Junções soldadas conectando placas planas com cascas

cilíndricas, com tampos hemisféricos, com tampos côncavos,

com tampos torisféricos, com tampos flangeados, com tampos

cônicos, com tampos toricônicos, com bocais, com câmaras

comunicantes;

Qualquer junção soldada que une a extremidade do vaso com

uma placa plana.

D Junção soldada conectando câmaras comunicantes com cascas

cilíndricas, com tampos hemisféricos, com tampos côncavos,

com tampos torisféricos, com tampos flangeados, com tampos

cônicos, com tampos toricônicos;

Junção soldada conectando bocais com cascas cilíndricas, com

tampos hemisféricos, com tampos côncavos, com tampos

torisféricos, com tampos flangeados, com tampos cônicos, com

tampos toricônicos;

Junção soldada conectando bocais com câmaras comunicantes.

E Junção soldada unindo partes não pressurizadas e reforços.

Adaptada ASME 2010

3.1.2 Tabela 2. Definições de tipos de soldasTipo de junta

soldada

Descrição

1 Juntas de topo e juntas em ângulo onde a metade do

ângulo do vértice do cone é menor ou igual a 30º,

produzidas por dupla soldagem ou por outros meios onde

é conseguida a mesma qualidade de depósito de metal de

solda tanto para a superfície interna da solda quanto para a

externa. Soldas que usam tiras de suporte que a mantém

no lugar não são qualificadas como soldas do tipo 1.

2 Juntas de topo produzidas por soldagem de um lado com

Page 13: Vasos de Pressão

uma tira de suporte que a mantém no lugar.

3 Juntas de topo produzidas por soldagem de um lado sem

tira de suporte.

7 Juntas de canto feitas com soldas de penetração total com

ou sem cobertura de soldas de filete.

8 Juntas em ângulo feitas com soldas de penetração total

onde a metade do ângulo do vértice do cone é maior do

que 30º.

9 Juntas de canto feitas com soldas com penetração parcial

com ou sem cobertura de soldas de filete.

10 Soldas de filete.

Adaptada ASME 2010

A eficiência de junta, E, é usada no projeto de uma junção como um

multiplicador da tensão máxima admissível do material. Funciona como se fosse um

coeficiente de segurança no projeto do vaso, tendo o valor máximo igual a 1. O valor de

E, depende do material utilizado, da categoria da solda, do tipo de solda, do tipo e

extensão da inspeção realizada (END), e está de acordo com a tabela 7.2 da Norma

ASME Seção VIII Divisão II.

3.2 Cálculo da Espessura de Parede para Pressão InternaA espessura de parede requerida é calculada seguindo as regras do parágrafo

4.3 da Divisão. São definidos os cálculos de espessura para tampos e cascos cilíndricos,

cônicos, esféricos, torisféricos e elipsoidais sujeitos a pressão interna. No que se refere à

tolerância do diâmetro do costado, esta não deve ultrapassar 1 % de diferença entre o

diâmetro máximo e mínimo medido em qualquer seção do costado com relação ao

diâmetro nominal considerado, sendo aumentada para 2 % no caso dessa seção passar

através de uma abertura. Outros requerimentos de tolerância quanto ao costado e tampo

são referidos nos itens 4.3.2.2 e 4.3.2.3 dessa Divisão, respectivamente.

3.2.1 Costado CilíndricoA espessura mínima necessária para o costado cilíndrico é calculada

utilizando a seguinte equação de acordo com o item 4.3.3.1 da Divisão:

Page 14: Vasos de Pressão

(Eq. 9)

Onde:

t=espessura mínima requerida;

P=pressão internade projeto ;

D=diâmetro interno docostado ;

S= tensão admissívelavaliada na temperatura de projeto(anexo 3. A da Divisão II );

E=fator de junta desolda , eficiência do ligamento ou fator de qualidade de fundição ,

conforme o caso , paraa costura de solda aser avaliado .

3.2.2 Costado CônicoA espessura mínima necessária para o costado cônico é calculada utilizando

a seguinte equação de acordo com item 4.3.4.1 da Divisão:

(Eq.10)

Onde:

t=espessura mínima requerida;

D=diâmetro internodo costado ;

α=metade doângulo dovértice do costado;

P=pressão internade projeto ;

S= tensão admissívelavaliada na temperatura de projeto(anexo 3. A da Divisão II );

E=fator de junta desolda , eficiência doligamento ou fator de qualidade de fundição ,

conforme o caso , paraa costura de solda aser avaliado .

3.2.3 Costado Esférico e Tampo Semiesférico A espessura mínima necessária para o costado esférico e tampo

semiesférico é calculada utilizando a seguinte equação de acordo com o item 4.3.3.1 da

Divisão II:

Page 15: Vasos de Pressão

(Eq. 11)

Onde:

t=espessura mínima requerida;

P=pressão internade projeto ;

D=diâmetro interno docostado ;

S= tensão admissívelavaliada na temperatura de projeto(anexo 3. A da Divisão II );

E=fator de junta desolda , eficiência do ligamento ou fator de qualidade de fundição ,

conforme o caso , paraa costura de solda aser avaliado .

3.2.4 Tampo Torisférico (espessura uniforme)

3.2.4.1 Figura 2. Tampo torisférico com espessura uniforme

Fonte: ASME 2010

A espessura mínima necessária para o tampo torisférico com as mesmas

espessuras de coroa e de junta (ver figura 2) é calculada utilizando o seguinte

procedimento de acordo com o item 4.3.6 da Divisão II:

Passo 1: Determinar o diâmetro interno, D, assuma valores para o raio de

coroa, L, para o raio de junta, r, e para a espessura de parede, t.

Page 16: Vasos de Pressão

Passo 2: Calcular os valores de L/D, r/D e L/t e verifique se as equações

abaixo descritas são satisfeitas. Caso as equações sejam satisfeitas, passe para o passo 3,

caso contrário, o tampo deverá ser projetado seguindo as regras da Parte 5.

(Eq. 12)

(Eq. 13)

(Eq. 14)

Passo 3: Calcular as seguintes constantes geométricas:

(Eq. 15)

(Eq. 16)

para (Eq. 17)

para (Eq. 18)

Passo 4: Calcular os coeficientes C1 e C2 usando as seguintes equações:

para (Eq. 19)

para (Eq. 20)

para (Eq. 21)

Page 17: Vasos de Pressão

para (Eq. 22)

Passo 5: Calcular o valor da pressão interna esperada para produzir

deformação elástica da junta:

(Eq. 23)

Onde:

ET=Módulo deelasticidade na temperaturamáxima de projeto.

Passo 6: Calcular o valor da pressão interna que vai resultar em uma tensão

máxima na junta igual à tensão de escoamento do material.

(Eq. 24)

Se a tensão admissível na temperatura de projeto é regida por propriedades

independentes do tempo, então a constante C3 é a tensão de escoamento do material, ou

seja, Sy. Do contrário, se a constate C3 é regida por propriedades dependentes do tempo,

então esta é calculada como segue:

1) Se a tensão admissível é estabelecida baseada no critério de 90 % da

tensão de escoamento, então C3 = 1,1S;

2) Se a tensão admissível é estabelecida baseada no critério de 67 % da

tensão de escoamento, então C3 = 1,5S.

Passo 7: Calcular a pressão interna que resulta na falha por flambagem da

junta.

para (Eq.25)

Page 18: Vasos de Pressão

para (Eq.26)

Onde:

(Eq. 27)

Passo 8: Calcular a pressão admissível baseada na falha por flambagem da

junta:

(Eq. 28)

Passo 9: Calcular a pressão admissível baseada na falha por ruptura da

coroa:

(Eq. 29)

Passo 10: Calcular a pressão interna máxima admissível:

(Eq. 30)

Passo 11: Se a pressão interna máxima admissível calculada no passo 10 for

maior ou igual à pressão de projeto então o projeto está completo. Caso contrário,

assuma um valor maior para a espessura t e repita os passos 2 ao 10, esse procedimento

deve ser continuado até que a condição aceitável de projeto seja alcançada.

3.2.5 Tampo Torisférico (não uniforme) Um tampo torisférico formado a partir de vários componentes soldados

como mostrado na Figura 3 pode ter uma espessura menor na coroa do que na região da

junta. A transição da espessura deve ser localizada na superfície interna da parte mais

espessa, e deve ter uma inclinação não superior a 1: 3.

Page 19: Vasos de Pressão

3.2.5.1 Figura 3. Tampo torisférico com espessura não uniforme

Fonte: ASME 2010

A espessura mínima exigida da cúpula esférica do tampo deve ser

determinada de acordo com a Eq. 11. A espessura mínima exigida da região de junta do

tampo deve ser determinada de acordo com o procedimento exposto na seção anterior.

No caso de cargas combinadas, o tampo de satisfazer as condições descritas no item

4.3.10 da Divisão.

3.2.6 Tampos ElipsoidaisA espessura mínima necessária de um tampo elipsoidal (ver Figura 4)

sujeito a pressão interna deve ser calculada utilizando as equações da seção 4.3.6 com as

seguintes substituições para R e L.

(Eq. 31)

(Eq.32)

(Eq. 33)

Page 20: Vasos de Pressão

As regras desse parágrafo são aplicadas para tampos elipsoidais que

satisfaçam a equação abaixo, para os tampos elipsoidais que não satisfazem essa

condição, o projeto deverá seguir as regras da Parte 5.

(Eq. 34)

3.2.6.1 Figura 4. Tampo elipsoidal

Fonte: ASME 2010

3.3 Cargas CombinadasPara dimensionamento considerando cargas combinadas como mostradas na

Figura 5 o projeto deverá seguir os procedimentos do item 4.3.10 com as seguintes

condições satisfeitas, de acordo com o item 4.3.10.1 da Divisão II:

a) As regras são aplicáveis para regiões de costados distantes de no mínimo

2,5 √ Rt de qualquer descontinuidade estrutural;

b) Estas regras não levam em conta a ação das forças de cisalhamento, uma

vez que estas cargas em geral podem ser desconsideradas.

c) A razão do raio interno do costado com a espessura é maior que 3,0.

Caso essas condições não sejam satisfeitas, o projeto deverá ser feito

seguindo as regras da Parte 5.

Page 21: Vasos de Pressão

3.3.1 Figura 5. Costados Submetidos a Carregamentos Combinados

Fonte: ASME 2010

3.4 Projeto de Costados Submetidos a Pressão Externa O Parágrafo 4.4 da Divisão fornece regras para determinar a espessura

requerida de costado cilíndrico e cônico, e tampos esféricos, torisféricos e elipsoidais

sujeitos a pressões externas. Neste contexto, pressão externa é definida como a pressão

agindo sobre o lado convexo do costado.

Nesse projeto, são utilizadas regras fornecidas pelos itens 4.4.5 ao 4.4.9. É

importante ressaltar que nesses itens não são consideradas cargas combinadas

suplementares, devendo o projetista fazer uma avaliação seguindo as regras do item

4.4.12 da Divisão.

3.5 Projeto de Aberturas em Tampos e Costados As regras no Parágrafo 4.5 são aplicáveis para o projeto de bicos em

costados e tampos submetidos a pressão interna, pressão externa, forças externas e

momentos de cargas suplementares, tal como é definido no Parágrafo 4.1 da Divisão.

Configurações, incluindo dimensões e formas, e / ou condições de carga que não

satisfaçam as regras do Parágrafo 4.5 podem ser concebidas de acordo com a Parte 5.

Page 22: Vasos de Pressão

Nessa parte, são definidas regras para dimensões e formas dos bicos,

método de fixação do bocal, requerimentos de espessura mínima para o pescoço do

bocal entre outras considerações pertinentes.

3.6 Projeto de Tampos PlanosA espessura mínima de tampos planos, placas de cobertura e flanges cegos

devem ser conformes com os requisitos definidos no Parágrafo 4.6. Estas exigências

aplicam-se tanto a tampos circulares e não circulares. Alguns tipos aceitáveis de tampos

planos e coberturas são apresentados na Tabela 4.6.1 da Divisão.

3.7 Outras consideraçõesAté aqui foram colocadas as principais considerações a serem feitas no

projeto de um vaso de pressão seguindo regras pré estabelecidas pela Parte 4 da

Divisão II da Seção VIII da Norma ASME. Outras considerações devem ser feitas de

acordo com a necessidade do projetista. Abaixo estão listadas outras considerações

referenciadas da Parte 4, cabe ao projetista avaliar a necessidade ou não de usá-las.

Parágrafo 4.7: Projeto de coberturas parafusadas abauladas esfericamente;

Parágrafo 4.8: Projeto de fechos de atuação rápida;

Parágrafo 4.9: Projeto de superfícies reforçadas e apoiadas;

Parágrafo 4.10: Projeto de ligações;

Parágrafo 4.11: Projeto de revestimentos de vasos;

Parágrafo 4.12: Projeto de vasos não circulares;

Parágrafo 4.13: Projeto de camadas em vasos e tampos;

Parágrafo 4.14: Avaliação de vasos fora de tolerância;

Parágrafo 4.15: Projeto de suportes e acessórios;

Parágrafo 4.16: Projeto de juntas flangeadas;

Parágrafo 4.17: Projeto de conexões com grampos;

Parágrafo 4.18: Projeto de costados e tubos trocadores de calor;

Parágrafo 4.19: Projeto de juntas de expansão de fole;

Anexo 4.B: Guia de projeto de operação de fechos de atuação rápida;

Page 23: Vasos de Pressão

Anexo 4.C: Base para estabelecimento de cargas admissíveis para juntas de

tubo-permutador;

Anexo 4.D: Guia para acomodar carregamentos produzidos por deflagração.

3.8 Projeto por análiseOs requerimentos de projetos utilizando a metodologia de análise são

colocados na Parte 5 da Divisão II Seção VIII da Norma ASME. Nessa parte utilizados

procedimentos detalhados de projeto utilizando resultados de análises de tensões para

avaliar o colapso plástico, falhas locais, flambagem, e carregamentos cíclicos.

Os requisitos de projeto por análise são organizadas com base na proteção

contra os modos de falha. O componente deve ser avaliado para cada modo de falha

aplicável. Se são fornecidos vários procedimentos de avaliação para um modo de falha,

apenas um desses procedimentos deve ser satisfeito para qualificar o projeto de um

componente.

Os procedimentos de projeto por análise da Parte 5 só podem ser usados se

a tensão admissível do Anexo 3.A avaliada na temperatura de projeto é regida por

propriedades independentes do tempo, salvo indicação em contrário em um

procedimento de projeto específico. Se a tensão admissível do Anexo 3.A avaliada na

temperatura de projeto for governada por propriedades dependentes do tempo e os

critérios de seleção à fadiga do parágrafo 5.5.2.2 são satisfeitas, os procedimentos de

análise de tensões elásticas nos pontos 5.2.2, 5.3.2, 5.6, 5.7.1, 5.7.2 e 5.8 podem ser

usados.

4 Estudo da Seção II do Código ASMEA Seção II do Código ASME está relacionado a normas de emprego de materiais

na construção de vasos de pressão. Está seção consiste em 4 partes descritas a seguir.

Parte A – Especificações de materiais ferrosos

Fornece especificações para materiais ferrosos, que são adequados para

utilização na construção de vasos de pressão.

Page 24: Vasos de Pressão

As especificações contidas nessa parte A, especifica as propriedades mecânicas,

tratamento térmico, calor e produtos de composição química e análise, amostras de

teste, e metodologias de testes. 

Parte B - Especificações de Material não-ferrosos

  Fornece especificações para materiais não ferrosos, que são adequados para

utilização na construção de vasos de pressão.

As especificações contidas nessa parte B são semelhantes às da parte A:

especifica as propriedades mecânicas, tratamento térmico, calor e produtos de

composição química e análise, amostras de teste, e metodologias de testes.

Parte C - Especificações para vareta de soldagem, eletrodo e enchimento

Fornece propriedades mecânicas, tratamento térmico, composição química,

amostras de teste, e metodologias de teste para as varetas de solda, metais de

enchimento e eletrodos utilizados na construção de vasos de pressão.

Parte D - Propriedades (Usual / Métrico)

Fornece tabelas para a valores de tensão, tração e produzir valores de tensão,

bem como tabelas de propriedades de material como módulo de elasticidade, coeficiente

de transferência de calor entre outros.

Muitos materiais podem ser empregados na construção de vasos de pressão e de

seus componentes, desde as classes de materiais metálicos (ferrosos e não-ferrosos) a

não-metálicos (plásticos, borrachas, cerâmicas entre outros).

Porém, o material de maior uso e empregado na construção da grande maioria

dos vasos de pressão é o aço-carbono, que está dentro dos materiais metálicos. A razão

disso é que o aço-carbono, além de ser um material de boa conformabilidade, boa

soldabilidade, de fácil obtenção e encontrado sob todas formas de apresentação, é o

material de menor preço em relação à sua resistência mecânica.

Page 25: Vasos de Pressão

5 Conclusão

6 Referências

TELLES, Pedro C. Silva. Vasos de Pressão. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.