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1 1 Versão Oficial Cauby Peixoto Cauby Peixoto Cauby Peixoto Cauby Peixoto EF84 E S T Ú D I O F - programa número 84 Á U D I O T E X T O Música-tema entra e fica em BG; Locutor - A Rádio Nacional apresenta ESTUDIO F, Momentos Musicais da Funarte Apresentação de Paulo César Soares Paulo César : - Alô, amigos! No programa de hoje, uma das grandes personalidades da música popular brasileira, não só apenas por ter uma voz espetacular, mas também por ser um espetáculo de artista com um modo de ser extravagante que foi de encontro a todo e qualquer padrão rígido de comportamento. Irreverente e merecidamente reverenciado, ele é um mestre, ou melhor, um professor. Entra “Bastidores”, fica brevemente e cai em BG. Paulo César: - Para aplaudir de pé nem precisa chegar ao fim. O Estúdio F-Série Intérpretes orgulhosamente apresenta o astro Cauby Peixoto! Sobe som e rola inteira

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Versão Oficial

Cauby PeixotoCauby PeixotoCauby PeixotoCauby Peixoto EF84 E S T Ú D I O F - programa número 84 Á U D I O T E X T O Música-tema entra e fica em BG; Locutor - A Rádio Nacional apresenta ESTUDIO F, Momentos Musicais da Funarte Apresentação de Paulo César Soares Paulo César : - Alô, amigos! No programa de hoje,

uma das grandes personalidades da música popular brasileira, não só apenas por ter uma voz espetacular, mas também por ser um espetáculo de artista com um modo de ser extravagante que foi de encontro a todo e qualquer padrão rígido de comportamento. Irreverente e merecidamente reverenciado, ele é um mestre, ou melhor, um professor.

Entra “Bastidores”, fica brevemente e cai em BG.

Paulo César: - Para aplaudir de pé nem precisa chegar ao fim. O Estúdio F-Série Intérpretes orgulhosamente apresenta o astro Cauby Peixoto!

Sobe som e rola inteira

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Paulo César: - Cauby Peixoto nasceu em Niterói no dia 10 de

fevereiro de um ano não revelado da década de 30. Sua mãe, Alice, tocava cavaquinho e, seu pai, Elizário, além de funcionário público, dava aulas de violão e tocava piano em sessões de cinema. A herança musical do artista não pára por aí. Cauby é primo do cantor Cyro Monteiro e sobrinho de Nonô – renomado pianista que ficou conhecido como o Chopin do Samba. Com esse DNA, Mister Peixoto não teve escapatória. Apesar de ter trabalhado no comércio, ainda jovem, em 1949, ele começou a participar de programas de calouros. Dois anos depois, gravou seu primeiro disco. Nessa época, já em São Paulo, atuando como crooner de boate, seu talento chamou a atenção do empresário maranhense Edson Collaço Veras que passou a cuidar de sua carreira. Di Veras levou Cauby para a gravadora Columbia e aconteceu então o seu primeiro grande sucesso: o fox Blue Gardênia, uma versão da música cantada por Nat King Cole.

Entra “Blue Gardênia” e rola inteira.

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Paulo César: - Como empresário de Cauby, Di Veras adotou uma estratégia de marketing arrojada para os padrões da época. Além de promover uma completa transformação no visual, no repertório e na atitude cênica do cantor, colocou o artista para se apresentar na sofisticada boate Casablanca na Urca. Também fez com que Cauby passasse a freqüentar as rádios Nacional e Mayrink Veiga, a fim de que se enturmasse com os demais cantores da época. Deu certo. Em dezembro de 1954, a revista Mundo Ilustrado apontou o novo astro como o cantor mais discutido do ano. Além disso, já fazendo parte do cast da Nacional, ele chegou uma vez a receber mais cartas do que Emilinha Borba, grande estrela da época. Tanto ti- ti- ti fez com que o empresário Di Veras tomasse uma decisão ainda mais surpreendente: anunciou uma curta temporada de seu pupilo em Hollywood. Na América, Cauby conheceu ícones do meio artístico mundial, entre eles o maestro Paul Wetson que fez quatro arranjos para o primeiro LP de dez polegadas do brasileiro. Uma dessas canções era “A Pérola e o Rubi”, versão de Haroldo Barbosa para a composição “The Ruby and The Pearl, de Jay Livingston e Ray Evans.

Entra “A Pérola e o Rubi” e rola inteira.

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Paulo César: - Em 1956, Cauby lançou um 78 rotações com uma música que, gradativamente, tornou-se o maior sucesso daquele ano. Esse samba-canção, de Dunga e Jair Amorim, conta a história de uma moça ambiciosa que tentou largar a vida no morro e foi para a cidade. (dramatiza) Seus planos não deram certo e, ela, envergonhada, desapareceu. Mas seu nome todos lembram muito bem...

Entra “Conceição” e rola inteira.

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Paulo César: - Até hoje, “Conceição” é o carro-chefe do repertório de Cauby e ai dele se passar pelo palco sem cantar a música. O público chia mesmo. Depois de lançada em 78 rotações, “Conceição” foi incluída no LP “Você, a Música e Cauby”. Esse foi o último disco do cantor na gravadora Columbia. O álbum reúne grandes canções como “Siga”, de Hélio Guimarães e Fernando Lobo, e “Molambo”, de Jayme Florence e Augusto Mesquita. No entanto, quando esse trabalho foi lançado, o cantor já havia mudado para a RCA Victor, pois seu empresário achava que os discos de Cauby não estavam sendo suficientemente valorizados na Columbia. O primeiro LP do artista que a Victor colocou no mercado chama-se “Ouvindo Cauby”. O repertório retrô traz oito faixas da chamada Era de Ouro da MPB, entre elas a marcha-rancho “As Pastorinhas”, de Noel Rosa e João de Barro.

Entra “As Pastorinhas” e rola inteira. Paulo César: - No próximo bloco, Cauby volta ao Brasil, vira

dono de boate e vence o Festival de San Remo. Locutor: - Estamos apresentando Estúdio F, Momentos Musicais da Funarte. I N T E R V A L O • Insert Chamada Funarte

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Bloco 2Bloco 2Bloco 2Bloco 2 Locutor: - Continuamos com Estúdio F Entra “Conceição”, cai em BG e permanece brevemente durante a fala de Paulo César. Paulo César: - Enquanto Conceição ia subindo nas paradas de

sucesso, Cauby voltou aos Estados Unidos pela quarta vez. Na ocasião, lançou um disco para uma subsidiária da RCA Victor com o nome de Roy Coby. A mudança de nome aconteceu porque os americanos não conseguiam dizer Peixoto e diziam Cóbi em vez de Cauby. Nessas idas a América, o cantor chegou a ser tema de reportagens da “Time” e também da “Life”, sendo considerado pela imprensa local como o Elvis brasileiro. Mas, em 15 de dezembro de 1959, ele pegou o avião de volta e se fixou definitivamente no Brasil.

Entra “Samba do Avião” e rola inteira. Paulo César: - Na América, Cauby realizou gravações

interessantes, nas quais teve a oportunidade de mostrar sua desenvoltura cantando em inglês. Aliás, sua versatilidade com idiomas é uma de suas marcas registradas. Tal característica pode ser comprovada, por exemplo, no álbum “Quando os Peixotos Se Encontram”, de 1957. Nesse disco, acompanhado por seus irmãos Moacyr, Araken e Andyara, Cauby canta a música italiana “Anima e Cuore”, a francesa “Si tu partais” e brilha na versão jazzística de “A Foggy Day”, de Ira e George Gershwin.

Entra “A Foggy Day” e rola inteira.

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Paulo César: - Depois de ficar fora do país tanto tempo, Cauby precisava de um novo sucesso na praça. Mas o novo hit não aconteceu imediatamente. Seu primeiro LP nesta volta ao Brasil, intitulado “O Sucesso na Voz de Cauby Peixoto”, flertava com a Bossa-Nova e mantinha o ecletismo do artista, mas o estouro mesmo só aconteceu graças a uma faixa presente num 78 rotações lançado em setembro de 1960. Trata-se do bolero “Ninguém é de Ninguém” que, depois, foi incluído no LP “Perdão Para Dois”. Na biografia “Bastidores: Cauby Peixoto – 50 Anos da Voz e do Mito”, o autor Rodrigo Faour conta que essa música do compositor Humberto Silva ia ser gravada pelo cantor mineiro Renato Guimarães. O empresário de Cauby ficou sabendo da história e tratou de correr atrás do autor. Resultado: o disco de Cauby saiu na frente do de Renato e “Ninguém é Ninguém” passou a ser o último sucesso da fase áurea de Cauby.

Entra “Ninguém é de Ninguém” e rola inteira.

Paulo César: - Durante muito tempo, um característica de cauby foi sua mania de chamar os outros de professor. Segundo o artista, ele herdou essa mania de seu empresário DiVeras que, quando não sabia o nome de alguém, ia logo chamando de professor. Isso virou um prato cheio para os humoristas que adoram imitar Cauby. Já os cantores mais novos passaram a chamá-lo assim em sinal de respeito. Ouvindo as interpretações de Cauby como, por exemplo, a que ele fez na música “Duas Contas”, de Garoto, dá pra entender a razão de tamanha reverência.

Entra “Duas Contas” e rola inteira.

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Paulo César: - Em 1964, Cauby e seus irmãos Moacyr, Araken e

Andyara assumiram o comando da boate Drink, lendária casa noturna que, sob a gestão do pianista e compositor Djalma Ferreira, marcou época na noite carioca na virada dos anos 50 para os 60. Os Peixoto ficaram envolvidos com esse projeto até 1968 e, durante quatro anos, a Drink foi palco de grandes shows, entre eles um de Cauby com a cantora Leny Eversong. Esse show transformou-se no LP “Um Drink com Cauby e Leny”. Um ano depois do fechamento da boate, em 1969, o cantor lançou o disco “O Explosivo Cauby”, cujo destaque foi o rock-balada “Zíngara”, que lhe valeu o primeiro lugar no Festival de San Remo.

Entra “Zíngara” e rola inteira.

Paulo César: - No próximo bloco, Cauby ganha novo impulso na carreira, grava com grandes artistas e rebece muitos prêmios.

Locutor: - Estamos apresentando Estúdio F, Momentos Musicais da Funarte. I N T E R V A L O • Insert Chamada Funarte

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Bloco Bloco Bloco Bloco 3333 Locutor: - Continuamos com Estúdio F Entra “Começaria Tudo Outra Vez”, cai em BG e permanece brevemente durante a fala de Paulo César. Paulo César: - Na década de 70, o sucesso de Cauby ficou restrito

ao circuito de boates até que, em 1979, ele participou do Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga. No ano seguinte, sua carreira foi revitalizada com a gravação de "Bastidores", de Chico Buarque e "Loucura", de Joanna e Sarah Benchimol, ambas faixas do LP "Cauby! Cauby!", em comemoração aos seus 25 anos de carreira. A música título desse disco foi composta especialmente para ele por Caetano Veloso. Na década seguinte, em 1993, o cantor e a amiga Ângela Maria foram os grandes homenageados na festa de entrega do Prêmio Sharp, para os melhores da MPB. Aliás, com a cantora, Cauby gravou dois discos com sucessos como “Matriz ou Filial” de Lúcio Cardim, “Começaria Tudo Outra Vez”, de Gonzaguinha e “Recuerdos de Ipacaraí", de Ortiz e Mirkin.

Entra “Recuerdos de Ipacaraí” e rola inteira.

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Paulo César: - Em 2000, às vésperas de completar 50 anos de

carreira, Cauby lançou o CD "Meu coração é um pandeiro", pela Som Livre. Pela primeira vez em sua vida gravava um álbum apenas de sambas. Três anos depois, ele fez uma nova estréia: Aos 73 anos, apresentou-se no Canecão, local onde nunca havia cantado. Na ocasião, lançou o CD "Cauby Peixoto graças a Deus", com direção e produção de João de Aquino. No ano seguinte, foi indicado para o Prêmio Tim em cinco categorias. Em 2006, foi homenageado com o espetáculo "Cauby", uma superprodução com dez atores, cinco músicos, cenários de Daniela Thomas e 120 figurinos. No musical, escrito e dirigido pelo dramaturgo Flávio Marinho, o cantor foi interpretado pelo ator Diogo Vilela. Ainda nesse ano, o artista lançou o CD "Cauby canta Baden" no qual interpretou onze composições de Baden Powell, entre elas, "Apelo", "Lapinha", "Samba em prelúdio", "Samba triste", "Violão vadio", "Canção do amor um só", "Mistério" e “Pra que chorar”.

Entra “Pra Que Chorar” e rola inteira.

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Paulo César: - O CD "Cauby canta Baden" valeu ao performer o prêmio de melhor cantor na categoria MPB do prêmio Tim em 2007. Nessa mesma edição do prêmio, ele venceu na categoria Melhor cantor de "canção popular" pelo CD "Eternamente Cauby Peixoto - 55 anos de carreira". Ainda em 2007, por esse mesmo CD, venceu o Grammy Latino na categoria "Melhor Álbum de Música Romântica". Foi mais uma coroação na carreira de um artista com mais de 500 músicas no currículo e fãs ardorosos do naipe de Tom Jobim, Jorge Benjor, Roberto e Erasmo Carlos, Chico Buarque, Eduardo Dusek, João Roberto Kelly. Fãs esses que compuseram especialmente para ele ou em homenagem a ele como fez Caetano Veloso. Na letra de sua canção “Cauby!Cauby!, o baiano diz: “Hoje eu deitado na selva do nosso lugar/Copacabana lá fora a rugir/ Oh! Meu amor proibido/ Eu te vejo chegar/ Música doída/ Carícia no ouvido/ Cauby! Cauby!

Entra “Theme From New York! New York! E Conceição e rola inteira.

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Entra música-tema do Estúdio F e fica em BG;

Paulo César: - O programa de hoje foi roteirizado pelo jornalista Cláudio Felicio. O Estúdio F é apresentado toda semana pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro e nas Rádios Nacional de Brasília e da Amazônia, emissoras EBC - Empresa Brasil de Comunicações. Os programas da série também são uma das atrações do Canal Funarte. Acessem a nossa rádio virtual. O endereço é www.funarte.gov.br/canalfunarte. Cultura ao alcance de um clique! Você também pode ouvir o programa pelo site da Radiobras: www.radiobras.gov.br. Quem quiser pode escrever para nós, o endereço é: Praça Mauá número 7 - 21 andar, Rio de janeiro - CEP/ 20081-240

Se quiser mandar um e-mail, anota aí: [email protected] Paulo César: - Valeu Pessoal! Até a próxima!!! ENCERRAMENTO / FICHA TÉCNICA

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