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FACULDADES MILTON CAMPOS – PROCESSO SELETIVO 2012/2º FACULDADES MILTON CAMPOS – PROCESSO SELETIVO 2012/2º DIREITO PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA Instrução: Leia, com atenção, o texto a seguir, pois as questões de 1 a 14 referem-se a ele. Eu me sinto um dinossauro. Surpreso, mas fascinado com este mundo em turbilhão. Vou fazer 60 anos em dezembro. Quase tudo que me cerca era inimaginável quando eu era criança. O mundo foi reinventado diante de mim, estes anos todos. Na minha infância, em Marília, no interior de São Paulo, não havia televisão. Telefone só para a elite. Era preciso se inscrever e aguardar cinco, seis anos para a instalação de uma linha. Ou comprá-la a peso de ouro, de alguém que a transferisse, manobra impensável para minha família de orçamento limitadíssimo. Hoje o mundo é dos celulares. Recentemente, meu aparelho caiu no chão e quebrou. Entrei em surto até conseguir outro, novinho, em que coloquei o mesmo chip. Aposto que já tem psicólogo tratando crise de abstinência de celular. A primeira televisão de minha família, quando me mudei para São Paulo, aos 15 anos, era em preto e branco. O tempo voou. E com ele as invenções se insinuaram na minha vida: TV colorida, CD, videocassete, DVD e Blu-ray. Quando dou palestras em escolas, tento explicar como era a vida sem e-mail e videogame. Crianças e adolescentes me encaram desconfiados. Devem achar que sou maluco. Estão certos que não havia civilização antes do Google e da Apple. Já pensei em criar um conto de fadas para explicar. Algo assim: – Há muitos e muitos anos, em um tempo em que não existiam e- mail, Twitter ou Facebook, vivia uma linda princesa... Decidi ser escritor aos 12 anos, quando descobri os livros de Monteiro Lobato, emprestados por uma vizinha. Sonhava com uma máquina de escrever. Ainda lembro da tarde, aos 13 anos, em que meu pai subiu as escadas de nosso sobradinho e anunciou o presente: uma Olivetti portátil, comprada à prestação. Papai era ferroviário, e a máquina pesou nas contas. Mas eu queria ser escritor, o que fazer? Em seguida me inscreveu num curso de datilografia, em que aprendi a batucar o teclado com todos os dedos. (Os cursos de datilografia também sumiram, junto com as máquinas de escrever, é claro.) Agradeço papai para sempre. Hoje sou autor da Rede Globo. Escrevo os capítulos das novelas com muita velocidade. Sorte minha ser datilógrafo formado. Comprei meu primeiro computador pessoal com pouco mais de 30 anos. O protecionismo nacional na área de informática era absurdo. O tal computador parecia movido a lenha. Mas adorei. Principalmente porque acabou a guerra com os vizinhos do prédio que não suportavam o plec, plec, plec da máquina, pois sempre escrevi de madrugada. Na ocasião, eu trabalhava como editor em uma grande revista. Um colega torceu o nariz. Achava o computador algo muito esquisito. Mostrei a enorme redação repleta de máquinas de escrever. Banquei o futurólogo: – Um dia todas serão trocadas por computadores. – Duvido! Não demorou cinco anos. Assisti à informatização do jornalismo. Foi cruel, como em outras áreas. Muitos ganharam estágios para absorver a nova tecnologia. Outros não. E acabaram expelidos do mercado de trabalho. Cheguei a ajudar um ex-diretor de arte a arrumar vaga de zelador de prédio. Há uma necessidade constante de me manter atualizado. Sempre existe um novo programa, aparelho, invenção à espera. Sou autor de livros, novelas de televisão, peças de teatro, crônicas e inumeráveis artigos. Ganhei prêmios. Mas acabo derrotado por qualquer garoto de 8 anos, capaz de, diante de um modelo novo de celular, desvendar no ato programas que incineram meus neurônios. Cursei alguns anos de faculdade de história, na Universidade de São Paulo. Tento me distanciar e entender o que se passa. Creio que, daqui a 100, 200 anos, um historiador vai olhar para a minha, a sua vida e teorizar que vivemos no bojo de uma mudança de Era. Tão profunda quanto a da Antiga para a Média e desta para a Moderna e a Contemporânea. Qual será o fato que determinou a passagem? A invenção do iPad? Steve Jobs terá a mesma importância de Colombo? Seremos, eu e você, objetos de estudo. Até neurológico. – Como os cérebros se adaptaram a tantas mudanças?

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FACULDADES MILTON CAMPOS – PROCESSO SELETIVO 2012/2º FACULDADES MILTON CAMPOS – PROCESSO SELETIVO 2012/2º

DIREITO PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA E

LITERATURA BRASILEIRA Instrução: Leia, com atenção, o texto a seguir, pois as questões de 1 a 14 referem-se a ele. Eu me sinto um dinossauro. Surpreso, mas fascinado com este mundo em turbilhão. Vou fazer 60 anos em dezembro. Quase tudo que me cerca era inimaginável quando eu era criança. O mundo foi reinventado diante de mim, estes anos todos. Na minha infância, em Marília, no interior de São Paulo, não havia televisão. Telefone só para a elite. Era preciso se inscrever e aguardar cinco, seis anos para a instalação de uma linha. Ou comprá-la a peso de ouro, de alguém que a transferisse, manobra impensável para minha família de orçamento limitadíssimo. Hoje o mundo é dos celulares. Recentemente, meu aparelho caiu no chão e quebrou. Entrei em surto até conseguir outro, novinho, em que coloquei o mesmo chip. Aposto que já tem psicólogo tratando crise de abstinência de celular. A primeira televisão de minha família, quando me mudei para São Paulo, aos 15 anos, era em preto e branco. O tempo voou. E com ele as invenções se insinuaram na minha vida: TV colorida, CD, videocassete, DVD e Blu-ray. Quando dou palestras em escolas, tento explicar como era a vida sem e-mail e videogame. Crianças e adolescentes me encaram desconfiados. Devem achar que sou maluco. Estão certos que não havia civilização antes do Google e da Apple. Já pensei em criar um conto de fadas para explicar. Algo assim:

– Há muitos e muitos anos, em um tempo em que não existiam e-mail, Twitter ou Facebook, vivia uma linda princesa...

Decidi ser escritor aos 12 anos, quando descobri os livros de Monteiro Lobato, emprestados por uma vizinha. Sonhava com uma máquina de escrever. Ainda lembro da tarde, aos 13 anos, em que meu pai subiu as escadas de nosso sobradinho e anunciou o presente: uma Olivetti portátil, comprada à prestação. Papai era ferroviário, e a máquina pesou nas contas. Mas eu queria ser escritor, o que fazer? Em seguida me inscreveu num curso de datilografia, em que aprendi a batucar o teclado com todos os dedos. (Os cursos de datilografia também sumiram, junto com as máquinas de escrever, é claro.)

Agradeço papai para sempre. Hoje sou autor da Rede Globo. Escrevo os capítulos das novelas com muita velocidade. Sorte minha ser datilógrafo formado.

Comprei meu primeiro computador pessoal com pouco mais de 30 anos. O protecionismo nacional na área de informática era absurdo. O tal computador parecia movido a lenha. Mas adorei. Principalmente porque acabou a guerra com os vizinhos do prédio que não suportavam o plec, plec, plec da máquina, pois sempre escrevi de madrugada. Na ocasião, eu trabalhava como editor em uma grande revista. Um colega torceu o nariz. Achava o computador algo muito esquisito. Mostrei a enorme redação repleta de máquinas de escrever. Banquei o futurólogo:

– Um dia todas serão trocadas por computadores.

– Duvido!

Não demorou cinco anos. Assisti à informatização do jornalismo. Foi cruel, como em outras áreas. Muitos ganharam estágios para absorver a nova tecnologia. Outros não. E acabaram expelidos do mercado de trabalho. Cheguei a ajudar um ex-diretor de arte a arrumar vaga de zelador de prédio. Há uma necessidade constante de me manter atualizado. Sempre existe um novo programa, aparelho, invenção à espera. Sou autor de livros, novelas de televisão, peças de teatro, crônicas e inumeráveis artigos. Ganhei prêmios. Mas acabo derrotado por qualquer garoto de 8 anos, capaz de, diante de um modelo novo de celular, desvendar no ato programas que incineram meus neurônios.

Cursei alguns anos de faculdade de história, na Universidade de São Paulo. Tento me distanciar e entender o que se passa. Creio que, daqui a 100, 200 anos, um historiador vai olhar para a minha, a sua vida e teorizar que vivemos no bojo de uma mudança de Era. Tão profunda quanto a da Antiga para a Média e desta para a Moderna e a Contemporânea. Qual será o fato que determinou a passagem? A invenção do iPad? Steve Jobs terá a mesma importância de Colombo? Seremos, eu e você, objetos de estudo. Até neurológico.

– Como os cérebros se adaptaram a tantas mudanças?

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As invenções são o aspecto mais visível de roupas, restaurantes, livros, viagens, teorias, jeitos de ser e de amar. Vou escrever sobre a realidade em contínuo movimento. Sobre nossa época, desafiadora e fascinante. E contar como meus miolos fervem ao descobrir que alguma coisa inexistente até ontem se tornou absolutamente essencial, e já não posso viver sem ela. Nos anos 1960, os hippies anunciavam o advento da Era de Aquário. Pois é. Seja qual for o nome, a Nova Era já chegou.

(Walcir Carrasco – http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2011/09 - acessado em fevereiro de 2012)

1) FMC – 2012/2°

Assinale a opção que apresenta o título mais adequado para o texto.

a) Um olhar sobre o passado.

b) Uma Era de estagnação.

c) Futuro incerto.

d) O mundo em transformação.

2) FMC – 2012/2°

Tendo em vista as ideias expostas no texto, é CORRETO afirmar:

a) Os jovens da Nova Era mostram-se alienados em virtude do uso excessivo das novas tecnologias.

b) A Era de Aquário, que teve início nos anos 1960, caracteriza-se exclusivamente por transformações nos processos de trabalho, em decorrência da informatização.

c) As mudanças havidas no mundo, nas últimas décadas, comparam-se, em profundidade, a outras já ocorridas anteriormente.

d) Os profissionais desatualizados apenas conseguiram manter-se em suas respectivas áreas, à custa de indicações.

3) FMC – 2012/2° Com base na leitura do texto, só se pode afirmar que o autor se sente

a) desapontado.

b) arcaico.

c) enfarado.

d) improdutivo.

4) FMC – 2012/2°

Sobre as inovações tecnológicas que o cercam, o autor apresenta a) uma atitude de objeção.

b) um olhar de fascínio.

c) uma postura de desconfiança.

d) um posicionamento inconformado.

5) FMC – 2012/2° Em todas as passagens, podem ser evidenciadas críticas realizadas pelo autor com humor e/ou ironia, EXCETO em: a) “O protecionismo nacional na área de informática era absurdo.”

b) “Aposto que já tem psicólogo tratando crise de abstinência de celular.”

c) “Devem achar que sou maluco. Estão certos que não havia civilização antes do Google e da Apple.”

d) “E contar como meus miolos fervem ao descobrir que alguma coisa inexistente até ontem se tornou absolutamente essencial, e já não posso viver sem ela.”

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6) FMC – 2012/2°

Leia o trecho.

“Quase tudo que me cerca era inimaginável quando eu era criança.”

Todas as alternativas vão ao encontro da ideia exposta no trecho acima, EXCETO:

a) “Quando dou palestras em escolas, tento explicar como era a vida sem e-mail e videogame”.

b) “E com ele as invenções se insinuaram na minha vida: TV colorida, CD, videocassete, DVD e Blu-ray.”

c) “Qual será o fato que determinou a passagem? A invenção do iPad?”

d) “Decidi ser escritor aos 12 anos, quando descobri os livros de Monteiro Lobato, emprestados por uma vizinha.”

7) FMC – 2012/2°

Leia o trecho.

“Mas acabo derrotado por qualquer garoto de 8 anos, capaz de, diante de um modelo novo de celular, desvendar no ato programas que incineram meus neurônios.”

A expressão “incineram meus neurônios” indica que o autor

a) faz um grande esforço intelectual para lidar com as inovações tecnológicas.

b) tem sua capacidade cognitiva ampliada com o uso dos aparelhos modernos.

c) se supõe definitivamente incapaz de utilizar os recursos tecnológicos atuais, em razão de sua complexidade.

d) sofre de degeneração neuronal devido à incompatibilidade entre sua idade avançada e a tecnologia.

8) FMC – 2012/2°

As citações abaixo apresentam um efeito de sentido figurado, EXCETO:

a) “Um colega torceu o nariz. Achava o computador algo muito

esquisito.”

b) “Ou comprá-la a peso de ouro, de alguém que a transferisse, manobra impensável para minha família de orçamento limitadíssimo.”

c) “Escrevo os capítulos das novelas com muita velocidade.”

d) “Papai era ferroviário, e a máquina pesou nas contas.”

9) FMC – 2012/2° Leia o trecho. “Principalmente porque acabou a guerra com os vizinhos do prédio que não suportavam o plec, plec, plec da máquina, pois sempre escrevi de madrugada.” Observa-se, na passagem acima, o uso das seguintes figuras de linguagem: a) Metáfora e prosopopeia.

b) Hipérbole e onomatopeia.

c) Hipérbole e metonímia.

d) Metonímia e sinestesia.

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10) FMC – 2012/2°

A relação estabelecida entre as ideias, nas citações abaixo, foi identificada CORRETAMENTE em: a) “Surpreso, mas fascinado com este mundo em turbilhão.”

(concessão)

b) “Era preciso se inscrever e aguardar cinco, seis anos...” (consequência)

c) “Foi cruel, como em outras áreas.” (comparação)

d) “Já pensei em criar um conto de fadas para explicar.” (conformidade)

11) FMC – 2012/2° Observe o fragmento. “Assisti à informatização do jornalismo.” A regência do verbo destacado contraria os padrões cultos da linguagem escrita em: a) Eu o convidei para assistir a peça comigo.

b) Cabe aos pais assistir os filhos.

c) Assiste-se hoje a uma revolução tecnológica.

d) Assistimos ao jogo da final ontem.

12) FMC – 2012/2° Leia, com atenção, os fragmentos abaixo. I- “Aposto que já tem psicólogo tratando crise de

abstinência de celular.”

II- “Ainda lembro da tarde, aos 13 anos, em que meu pai subiu as escadas de nosso sobradinho e anunciou o presente: uma Olivetti portátil, comprada à prestação.”

III- “A primeira televisão de minha família, quando me mudei para São Paulo, aos 15 anos, era em preto e branco.”

O autor infringe os padrões da língua culta escrita apenas em a) III.

b) I.

c) I e II.

d) II e III.

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13) FMC – 2012/2° Observe o trecho. “...em um tempo em que não existiam e-mail, Twitter ou Facebook, vivia uma linda princesa...” Analise as opções a seguir, em que ele foi reescrito, atentando para o uso dos verbos haver e existir, segundo os padrões da norma culta escrita. I- em um tempo em que não haviam e-mail, Twitter ou

Facebook, vivia uma linda princesa... II- em um tempo em que não existia e-mail, Twitter ou Facebook,

vivia uma linda princesa... III- em um tempo em que não havia e-mail, Twitter ou Facebook,

vivia uma linda princesa... A frase foi reescrita INCORRETAMENTE em a) I, II e III.

b) I e II apenas.

c) I apenas.

d) II e III apenas.

14) FMC – 2012/2°

Observe, com atenção, a charge a seguir.

(Fonte: http://fredcartunista.blogspot.com.br/2012/02/charge-

informatizacao-das-escolas-i_05.html - acessado em abril de 2012) Só NÃO se pode afirmar sobre a imagem reproduzida acima: a) Confirma as idéias apresentadas por Walcir Carrasco em seu

texto.

b) Retrata a realidade vivida nas salas de aula das escolas da rede pública no Brasil.

c) Demonstra a dificuldade de adaptação dos indivíduos frente às novas tecnologias de informação.

d) Apresenta uma noção equivocada sobre o processo de informatização no País.

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Instrução: As questões de 15 a 20 têm por base a leitura das obras literárias indicadas para este concurso: Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Infância, de Graciliano Ramos. 15) FMC – 2012/2º “As análises intertextuais procuram deslindar os fios que unem um texto a textos alheios, por vezes remotos no espaço e no tempo.”

(LINS, O. Lima Barreto e o espaço romanesco. S.P.: Ática, 1976. p. 95)

Assinale a passagem de Dom Casmurro que melhor corresponda a esse comentário crítico.

a) Quis saber se eu não esquecera os projetos eclesiásticos de minha mãe, e dizendo-lhe eu que não, inquiriu-me sobre o gosto que eu tinha à vida de padre.

b) Cogitei muito no modo de resgatar a dívida espiritual. Não achava outra espécie em que, mediante a intenção, tudo se cumprisse, fechando a escrituração da minha consciência moral sem deficit.

c) Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres.

d) Quando, mais tarde, vim a saber que a lança de Aquiles também curou uma ferida que fez, tive tais ou veleidades de escrever uma dissertação a este propósito.

16) FMC – 2012/2º

A casa em que mora o narrador de Dom Casmurro possui uma significação simbólica, corroborada por uma expressão metafórica, presente em:

a) O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência.

b) Eis aqui como, após tantas canseiras, tocávamos o porto a que nos devíamos ter abrigado logo.

c) Não me olhou de rosto, mas a furto e a medo, ou, se preferes a fraseologia do agregado, oblíqua e dissimulada.

d) Os castelos e os parques saíam maiores da boca dele, os lagos tinham mais água e a “abóbada celeste” contava alguns milhares mais de estrelas centelhantes.

17) FMC – 2012/2º

A convicção de que Bentinho fora enganado pela mulher, Capitu, é sugerida no seguinte trecho:

a) Falava baixinho; pegou-me na mão, e pôs o dedo na boca. Uma preta, que veio de dentro acender o lampião do corredor, vendo-nos naquela atitude, quase às escuras, riu de simpatia e murmurou em tom que ouvíssemos alguma coisa que não entendi bem nem mal.

b) Agora é que o lance é o mesmo; mas se conto aqui, tais quais, os dois lances de há quarenta anos, é para mostrar que Capitu não se dominava só em presença da mãe; o pai não lhe meteu mais medo.

c) Aquela ameaça de um primeiro filho, o primeiro filho de Capitu, o casamento dela com outro, portanto, a separação absoluta, a perda, a aniquilação, tudo isso produzia um tal efeito, que não achei palavra nem gesto; fiquei estúpido.

d) Palavra que, quando cheguei à porta, vi o sol claro, tudo gente e carros, as cabeças descobertas, tive um daqueles meus impulsos que nunca chegavam à execução: foi atirar à rua caixão, defunto e tudo.

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18) FMC – 2012/2º Dom Casmurro e Infância apresentam aspectos em comum, indicados CORRETAMENTE em:

a) Aplicação de características zoomórficas:

Efetivamente, era um gato e um rato, lance banal, sem interesse nem graça. A única circunstância particular era estar o rato vivo, esperneando, e o meu pequeno enlevado. (Dom Casmurro)

Seu Chico Brabo era solteiro, de meia-idade, grosso, baixo, na cara balofa e amarelenta uma barba ruiva, olhos miúdos e de porco. (Infância)

b) Expediente intertextual na caracterização dos tipos:

Ainda há pouco, falando de seus olhos de ressaca, cheguei a escrever Tétis. (Dom Casmurro)

Padre Pimentel era uma santa criatura e insinuou-me alguns conhecimentos, os primeiros que aceitei com prazer. (Infância)

c) Procedimento metalinguístico no resgate do passado:

Desse modo, viverei o que vivi, e assentarei a mão para alguma obra de maior tomo. (Dom Casmurro)

Vacilo um minuto, buscando cá por dentro a forma exata da composição. (Infância)

d) Recorrência da linguagem irônica na relação entre os

protagonistas: – Pois, sim, Capitu, você ouvirá a minha missa nova, mas com uma condição. (...) – Vossa Reverendíssima pode falar. (Dom Casmurro)

– Passarinho, queres tu brincar comigo? (...) E o animalejo, atarefado na construção de um ninho, exprimia-se de maneira ainda mais confusa. (Infância)

19) FMC – 2012/2º Leia a seguinte passagem de Infância.

Ofereceram a meu pai o emprego de juiz substituto e ele o aceitou sem nenhum escrúpulo. Nada percebia de lei, possuía conhecimentos gerais muito precários. Mas estava aparentado com senhores de engenho, votava na chapa do governo, merecia a confiança do chefe político – e achou-se capaz de julgar.

Naquele tempo, e depois, os cargos se davam a sequazes dóceis, perfeitamente cegos. Isto convinha à justiça. Necessário absolver amigos, condenar inimigos, sem o que a máquina eleitoral emperraria.

(RAMOS, G. Infância. R.J.: Record, 1982. p.227)

Com base no trecho, verifica-se que o narrador desse livro memorialístico a) compreende a Justiça em sua ética de neutralidade.

b) aborda criticamente o espaço social em que viveu.

c) defende os interesses familiares acima de tudo.

d) exalta os valores da sociedade patriarcal.

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20) FMC – 2012/2º Leia o seguinte trecho de Infância.

Sozinho, vi-o de novo cruel e forte, soprando, espumando. E ali permaneci, miúdo, insignificante, tão insignificante e miúdo como as aranhas que trabalhavam na telha negra.

Foi esse o primeiro contacto que tive com a justiça.

(RAMOS, G. Infância. R.J.: Record, 1982. p.35) A passagem é o desfecho do capítulo “Um cinturão”, em que o narrador evoca uma injusta surra que levara de seu pai. Identifique, em outro excerto desse capítulo, uma reflexão que expressa a síntese moral do episódio. a) Onde estava o cinturão? A pergunta repisada ficou-me na

lembrança: parece que foi pregada a martelo.

b) Débil e ignorante, incapaz de conversa ou defesa, fui encolher-me num canto, para lá dos caixões verdes.

c) O homem não me perguntava se eu tinha guardado a miserável correia: ordenava que a entregasse imediatamente.

d) Situações deste gênero constituíram as maiores torturas da minha infância, e as consequências delas me acompanharam.

PROVA DE ESTUDOS SOCIAIS

21) FMC – 2012/2º Leia o texto. “A implantação da lavoura canavieira no Brasil, nos primórdios do século XVI, inscreveu-se na dinâmica geral dos descobrimentos, da ocupação e da exploração das terras americanas: o desenvolvimento mercantil europeu, iniciado no século XI.”

(FERLINI, Vera L. Amaral. A civilização do açúcar. São Paulo: Brasiliense,

1992.)

Acerca da atividade descrita acima e de seus desdobramentos no período citado, pode-se afirmar: a) Todas as demais atividades econômicas desenvolvidas na

colônia seguiram a mesma estrutura econômica implantada nas áreas da cana-de-açúcar.

b) A utilização de cativos negros africanos favoreceu os altíssimos lucros alcançados pelos colonos exploradores da cana-de-açúcar.

c) O exclusivo metropolitano imposto pela metrópole portuguesa sobre a produção açucareira garantiu o desenvolvimento do setor burguês manufatureiro luso.

d) A lógica mercantilista do controle da produção colonial voltada para o mercado europeu se estabeleceu na produção açucareira em larga escala, com o objetivo da exportação.

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22) FMC – 2012/2º

Considerando-se o território dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, o chamado Sunbelt (cinturão do sol) é a área mais próspera da economia americana. Abrangendo os estados da Flórida, Texas, Novo México, Luisiana, Arizona e Califórnia, destaca-se pelo dinamismo de sua economia. Sobre essa região e suas características pode-se afirmar, EXCETO: a) Sua agricultura destaca-se pelo intenso uso de sementes

geneticamente modificadas (o que aumenta a produção) aliado ao emprego de milhares de agricultores inseridos nos processos produtivos e de pesquisa agrícola avançada.

b) Recebeu grande parte das indústrias que se concentravam no

nordeste do país (Manufacturing belt), pois proporciona menores custos de produção e mão de obra mais barata.

c) Nessa região, na Califórnia, encontra-se o Vale do Silício, onde

se localizam centenas de empresas típicas da Terceira Revolução Industrial, como as ligadas ao setor da informática.

d) Encontra-se no Sunbelt um moderno setor agropecuário

(Luisiana, Texas e Arizona), um setor petroquímico (Texas) e um aeroespacial (Flórida), que estão inseridos na moderna dinâmica do sistema capitalista norte-americano.

23) FMC – 2012/2º Relacione as duas colunas abaixo, em que se encontram citadas as porções da América colonial e as formas de trabalho nela predominantes:

1- América espanhola ( ) livre 2- América portuguesa ( ) compulsória africana 3- Treze Colônias (Norte) ( ) compulsória indígena

Indique, entre as opções abaixo, a correspondência CORRETA:

a) (2) (1) (3)

b) (3) (2) (1)

c) (1) (3) (2)

d) (3) (1) (2)

24) FMC – 2012/2º

Em relação à Itália, é CORRETO afirmar:

a) A planície do rio Pó apresenta grande concentração industrial, baseada na abundância de matéria-prima, sistemas agrários modernos, topografia acidentada e um grande investimento realizado pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que ali possui várias propriedades produtivas.

b) No sul, existe uma concentração de indústrias decorrente do renascimento comercial e urbano, a qual facilitou a convergência de capitais para essa região e o aumento da população urbana.

c) O país concretizou sua unificação em 1922, ao término de uma violenta guerra civil entre grupos fascistas e monarquistas, que consagrou Benito Mussolini como “duce” (líder) de uma ditadura centralista durante 23 anos.

d) No norte, localizam-se os mais importantes polos urbano-industriais, como Milão, Turim e Gênova, que se destacam pela produção diversificada, em setores como o siderúrgico, o químico, o petroquímico e o automobilístico.

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25) FMC – 2012/2º Observe a afirmação abaixo, proferida por Simón Bolívar quando da vitória sobre as forças metropolitanas.

“Moral e luzes são nossas primeiras necessidades.”

Considerando-se a afirmação acima e o contexto das guerras de independência da América espanhola, pode-se afirmar: a) As questões relativas ao panorama econômico da América livre

não estavam entre as preocupações de Simón Bolívar.

b) A preocupação dos líderes criollos, nas guerras de independência, era manter o conjunto de valores culturais introduzidos pela Espanha, especialmente a moral cristã.

c) O ideário que conduziu os projetos de emancipação dos seguidores de Bolívar é o mesmo em que se calcaram as revoluções burguesas na Europa.

d) A convocação do Congresso do Panamá seguiu a diretriz liberal econômica traduzida na frase de Bolívar.

26) FMC – 2012/2º

Leia o texto.

“As características geográficas da Europa Ocidental favoreceram políticas de integração, em função de aspectos como proximidade, relevo com poucos obstáculos naturais, rios navegáveis e litoral, em geral, favorável à navegação marítima. Em 1950, o ministro do exterior da República Federal Alemã, Robert Schuman, apresentou um plano de integração das siderurgias francesa e alemã. O plano Schuman previa a instituição de uma autoridade comum, supranacional, com poderes para coordenar o reerguimento da produção de carvão e aço nos dois países (França e Itália). Outros países poderiam aderir à iniciativa. O Tratado da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) foi assinado em 1951.”

(Adaptado de MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo. São Paulo: Atual, 2004.)

O Tratado CECA iniciou um conjunto de iniciativas de integração dos europeus que poderia ser considerado como raiz da própria União europeia. Assinale a característica fundamental nesse processo de integração entre estados soberanos:

a) Território comercial flexível. b) Autonomia relativizada. c) Espaço vital de negociação. d) Soberania partilhada.

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27) FMC – 2012/2º

Analise atentamente a charge abaixo reproduzida.

(Fonte: NOVAES, Carlos Eduardo & LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo: Ática, 2003. p. 131.)

O contexto histórico criticado pelos chargistas é a) a transmigração da família real portuguesa e das cortes para o

Brasil e a abertura dos portos, em 1808.

b) a assinatura do Tratado de Methuen, que favoreceu os interesses ingleses na venda de seus tecidos para o mercado brasileiro.

c) a compensação dada por D. João VI aos ingleses em resposta ao apoio dado às tropas lusas que resistiram à invasão francesa.

d) o desconforto gerado aos colonos brasileiros pelos Tratados de 1810, que inibiram suas iniciativas industriais.

28) FMC – 2012/2º

Sobre os conflitos na Ásia é CORRETO afirmar:

a) Há cinco décadas, a China enfrenta protestos que fazem parte

da luta pela independência do Tibete. Essa região tem forte importância geoestratégica e uma marcante influência de monges budistas. Sua importância se dá principalmente no campo político-religioso, por ser um dos últimos redutos budistas existentes no mundo, fato que desagrada o governo de Pequim, pois este considera a China uma nação laica.

b) O Afeganistão foi alvo da invasão da ex-URSS no período da

Guerra Fria, na década de 1970. Nessa ocasião, formou uma milícia denominada Talibã, cujo líder era Osama Bin Laden. A aproximação do Talibã e dos EUA se deu como uma efetiva ação para derrotar o socialismo soviético. Após vitória sobre a ex-URSS, discordando das diretrizes norte-americanas na condução do governo afegão, Bin Laden foi expulso do país, tornando-se grande opositor dos EUA posteriormente.

c) A Caxemira é uma província que, embora pertença à Índia,

apresenta maioria de população muçulmana, o que levou, desde 1947 (época da independência do subcontinente indiano), a conflitos e guerras, especialmente entre Índia e Paquistão, que tem defendido o separatismo da província.

d) A Coreia do Norte e a Coreia do Sul foram delimitadas após a

Segunda Guerra Mundial, quando soviéticos e americanos dividiram a península da Coreia no paralelo 38º N. Durante a Guerra Fria, a reunificação ficou inviável, surgindo, em 1948, as duas Coreias. Durante 54 anos, as duas Coreias se mantiveram em estado de guerra. No entanto, desde 2002, devido à Copa Mundial de Futebol, as tensões permanecem restritas a tiroteios na fronteira entre os dois países.

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29) FMC – 2012/2º Leia o texto. “As diferentes formas de imperialismo e de colonização se sobrepõem e se interpenetram. O mesmo ocorre com os chamados fenômenos de descolonização e de independência dos povos que se libertaram. Em sua maioria, eles se emanciparam entre 1945 e 1965.”

(FERRO, Marc. História das Colonizações: das conquistas às independências - séculos XIII a XX. São Paulo: Companhia das Letras,

1996. p.38.)

As formas de emancipação no período citado se “sobrepõem e se interpenetram”, pois a) os movimentos de libertação apresentavam projetos comuns na

luta pela criação de nações livres e socialistas.

b) são resultado do enfraquecimento de metrópoles tradicionais durante a Segunda Guerra e usam do discurso libertário desenvolvido no período.

c) a mensagem de resistência transmitida pela vitória dos Aliados durante a Segunda Guerra incentivou o surgimento de todos os movimentos de libertação.

d) a população mundial assistiu, em todos os processos de independência, à influência da disputa da nascente Guerra Fria em apoio aos movimentos formados.

30) FMC – 2012/2º

A globalização pode ser descrita como um conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que vem acontecendo nas últimas décadas. Assinale a opção que NÃO apresenta características da globalização:

a) A técnica, a ciência e a pesquisa aplicada tornaram-se grandes

forças produtivas do mundo globalizado, capazes de produzir objetos técnicos de vida útil reduzida. Patrocinadas pela iniciativa pública e privada, elas envolvem o planeta e criam condições para a produção de bens e a disseminação da sociedade de consumo.

b) O avanço tecnológico das últimas décadas vem dando origem a

setores muito sofisticados do ponto de vista técnico, tais como a microeletrônica, a biotecnologia, a robótica, etc.

c) O projeto de globalização é marcado por ações políticas entre

nações para implantação de sistemas técnicos e condições territoriais que possibilitaram circulação de mercadorias, bens e serviços com maior fluidez e sem grandes obstáculos.

d) Na globalização, o Estado-Nação passou a ter um papel

fundamental, na medida em que aumentou sua força como poder regulador da vida econômica e social dos países. Sua ação se dá prioritariamente nas chamadas agências reguladoras de produção e consumo.

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31) FMC – 2012/2º Leia o texto. “Os costumes americanos, as práticas americanas, a música americana e a cultura popular americana são imitados nos recantos mais longínquos do planeta. Já em 1925, milhões de pessoas na Europa conheciam nomes e rostos de astros de cinema americano, ao passo que não sabiam o nome de seu próprio primeiro-ministro.”

(LUKACS, John. O fim do século 20 e o fim da Era Moderna. São Paulo: Best-Seller, 1993.)

A partir da análise do texto acima, pode-se concluir: a) A influência da cultura americana atingiu a Europa em momento

anterior à Segunda Guerra, antes mesmo da criação da Otan e dos mais variados tipos de tratados e acordos com os EUA.

b) O impacto da cultura de massas, impulsionada pelo cinema criado nos EUA, permitiu a penetração de hábitos americanos entre os europeus.

c) A generalização de projetos culturais nacionalistas entre os países europeus, no período entre guerras, não impediu a entrada de elementos da cultura popular americana na Europa.

d) A forte aliança estabelecida entre EUA e Inglaterra, ao longo da Segunda Guerra, foi o caminho encontrado para a invasão dos costumes americanos sobre sua antiga metrópole.

32) FMC – 2012/2º

Leia o texto. “Líder hegemônico da ordem mundial no século XX, os EUA, desde 1945, tornaram-se o principal pilar do sistema financeiro e bancário mundial, e, desde 1971, com o fim do padrão dólar-ouro, instituído no Acordo de Bretton Woods (1944), ficou aberto o caminho para uma crescente circulação de dólares americanos no mundo. A emergência de novos polos de produção industrial no mundo e a perda de competitividade da produção americana implicaram um crescimento da dívida pública e privada norte-americana. O motor principal da crise sistêmica atual que afeta o conjunto do planeta encontra-se nos EUA.”

(Adaptado de GEAB - Global Europe Antecipation Bulletin, A crise actual explicada em mil palavras, nº. 17. Disponível em www.resistir.info/crise/geab_15set07.html.

Acesso em 27/02/2012.)

Sabendo que a economia norte-americana está em recessão nos últimos anos, aponte o principal fator desencadeante da atual crise, que se aprofundou em 2008:

a) Os avanços tecnológicos nos setores de transporte e

comunicação.

b) A terceirização da mão de obra.

c) O aumento do fluxo imigratório.

d) A inadimplência do setor imobiliário.

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33) FMC – 2012/2º Leia atentamente o discurso de Joaquim Nabuco no contexto dos debates sobre a abolição da escravatura no Brasil. "O abolicionismo é um protesto contra esta triste perspectiva, contra o expediente de entregar à morte a solução de um problema que não é só de justiça e consciência moral, mas também de previdência política. Além disso, o nosso sistema está por demais estragado para poder sofrer impunemente a ação prolongada da escravidão."

(Joaquim Nabuco, em seu livro O abolicionismo.)

Ao considerar o abolicionismo como um ato de “previdência política”, Joaquim Nabuco fazia um alerta a) aos movimentos abolicionistas que se aglutinavam nas cidades

e poderiam vir a perder o controle sobre a violenta revolta que se alastrava pelo campo.

b) aos setores da aristocracia que dominavam o País e poderiam

vir a sofrer severas perdas com uma possível revolta geral dos cativos, como ocorreu no Haiti.

c) às lideranças do “Oeste Paulista” que organizavam o Partido

Republicano se baseando na rápida abolição como meio de se aliarem às massas.

d) aos representantes das potências estrangeiras que, em solo

brasileiro, incentivavam a libertação dos cativos, ao mesmo tempo em que se contrapunham às elites políticas escravistas.

34) FMC – 2012/2º

A posição que a África ocupa em relação a outros continentes é mais claramente evidenciada pelo predomínio dos seguintes aspectos:

a) Atraso tecnológico e marginalização econômica. b) Perfil agromineroexportador e governos ditatoriais. c) Baixa expectativa de vida e fome relacionada a catástrofes

naturais. d) Atividades econômicas pouco diversificadas e falência das

estruturas de poder político como um todo.

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35) FMC – 2012/2º A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi aprovada, no dia 26 de agosto de 1789, pela Assembleia Constituinte, no contexto inicial da Revolução Francesa. Seus princípios iluministas tinham como base a liberdade e a igualdade perante a lei, a defesa inalienável à propriedade privada e o direito de resistência à opressão. Passados mais de 200 anos da sua elaboração, vários de seus artigos ainda são desrespeitados em quase todos os países que receberam sua influência. Leia o artigo XII: “A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita uma força pública; essa força é então instituída para vantagem de todos e não pela utilidade particular aos quais é confiada”. Pode-se identificar a violação do artigo acima a) na existência de várias instituições de força pública que se

sobrepõem e disputam poder.

b) na corrupção que atinge parte das forças militares em vários países do mundo.

c) nos constantes abusos de autoridade praticados por forças policiais contra manifestações populares.

d) na concentração da autoridade policial nas mãos de chefes do Poder Executivo que não se capacitam para o controle.

36) FMC – 2012/2º

“A época atual é caracterizada pela soma avassaladora de informações, em volume muito superior à capacidade de armazenamento do cérebro humano. Em nenhuma época da história da humanidade, tantos dados estiveram à disposiçăo. Mas, paradoxalmente, lembra Eco, talvez nunca tenhamos sido tão mal informados. Ou ainda: tão malformados. Temos grande quantidade de informação, mas pouca qualidade para processá-la [...]. Há a solidão do internauta, que o isola da comunidade cultural dos homens, e a quantidade quase ilimitada de informação. Mas, além disso, aumentam as possibilidades de as pessoas se perderem nessa selva ao saltar de um site para outro em busca de alguma informação específica”.

(Adaptado de SENE, Eustáquio de. Geografia para o ensino médio: geografia geral e do Brasil. Săo Paulo: Scipione, 2007.)

Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a afirmativa CORRETA:

a) Os avanços tecnológicos na área da informática nunca foram tão rápidos, constituindo um fenômeno cada vez mais abrangente na sociedade e cultura mundial. Atualmente até a população dos países muito pobres periféricos tem acesso completo à internet.

b) A internet vem promovendo o espírito de solidariedade e integração entre os povos e indivíduos. O ódio e o terror na rede estão cada vez mais diminuindo à medida que as pessoas tomam conhecimento das diferenças étnicas e passam a respeitá-las.

c) O internauta, em geral, vive em um mundo físico isolado, solitário em seu quarto, apesar de membros da família com quem mantém convívio diário, como pai, mãe e irmãos, compartilharem e discutirem resultados de pesquisas divulgadas na rede.

d) A internet é uma poderosa ferramenta para auxiliar a humanidade no processo de comunicação. Ela gerou para o pensamento um novo espaço, que existe do ponto de vista virtual, mas não fisicamente.

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37) FMC – 2012/2º A disputa entre Argentina e Inglaterra pelo controle das ilhas Malvinas (ou Falklands) volta ao noticiário após 30 anos do conflito armado do qual os britânicos foram vencedores, mas o contexto no qual se deu o enfrentamento (ditadura argentina) difere profundamente do momento atual. Embora a reivindicação argentina ainda tenha um perfil nacionalista, hoje ela apresenta o seguinte elemento diferenciador: a) O crescimento da ocupação da Antártica tornou atraente,

também aos argentinos, a ocupação de regiões estratégicas nas proximidades do estreito de Magalhães.

b) O populismo de Christina Kischner necessita de um elemento de agregação nacional que permita a imposição de medidas econômicas austeras sobre a sociedade.

c) O desenvolvimento das nações sul-americanas na última década favoreceu a emergência, na Argentina, de movimentos sociais marcados pelo discurso anti-imperialista.

d) Os argentinos trilham um caminho de reconstrução econômica em um ambiente democrático, exigindo não apenas a soberania sobre as ilhas, mas a potencialidade econômica ali presente.

38) FMC – 2012/2º

Leia o texto. “O Brasil experimentou, na segunda metade do século 20, uma das mais rápidas transições urbanas da história mundial. Ela transformou rapidamente um país rural e agrícola em um país urbano e metropolitano, no qual grande parte da população passou a morar em cidades grandes. Hoje, quase dois quintos da população total residem em uma cidade de pelo menos um milhão de habitantes.”

(Adaptado de MARTINE, George; MCGRANAHAN, Gordon. “A transição urbana brasileira: trajetória, dificuldades e lições aprendidas”, in Rosana Baeninger (org.),

População e cidades: subsídios para o planejamento e para as políticas sociais. Campinas: Nepo / Brasília: UNFPA, 2010. p. 11.)

Considerando o trecho acima e seus conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA:

a) Com a inauguração de Brasília, em 1961, o Distrito Federal

passou a abrigar um dos melhores indicadores socioeconômicos do País, principalmente devido ao setor industrial, o que fez da região central o principal polo de atração populacional do Brasil.

b) A partir de 1930, com o governo de Getúlio Vargas, a ocupação das fronteiras agrícolas na Amazônia e no meio-norte (Maranhão e Piauí) foi o maior fator gerador de deslocamentos de população no Brasil.

c) O fenômeno urbano brasileiro é historicamente ligado ao processo de industrialização, e, como país subdesenvolvido, o Brasil enfrentou uma urbanização acelerada e desorganizada que tendeu à macrocefalia (concentração em grandes cidades).

d) A despeito de seus excelentes indicadores bem como de seu elevado grau de industrialização, a região Sudeste possui uma distribuição populacional urbana concentrada em cidades de diferentes tamanhos, em especial nas cidades médias.

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39) FMC – 2012/2º Observe a charge abaixo.

(Ed Carlos - disponível em www.humor político.com.br - acessado em 23/03/2012.) A imagem reproduzida acima denuncia a) o advento de novas políticas de controle sobre a ação do

Congresso, as quais permitem à sociedade exercer sua opinião sobre a atuação de senadores e deputados federais.

b) as relações obscuras que se instauraram entre o Congresso e o governo federal, a partir do estabelecimento da hegemonia petista nos ministérios.

c) o avanço das bancadas de oposição no controle de cargos de importância no Congresso Nacional, o que vem fragilizando os projetos federais.

d) a crise entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo na qual determinadas bancadas de apoio ao governo exigem cargos para manter sua posição de adesão.

40) FMC – 2012/2º

Durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma das conquistas mais relevantes de sua administração foi o pagamento da dívida externa ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que, devido a sua política econômica recessiva imposta aos países devedores, configurou-se um entrave ao desenvolvimento socioeconômico, pois, para essa organização internacional, a prioridade era garantir o pagamento da dívida externa.

A partir das informações acima, assinale a alternativa CORRETA: a) O FMI não sugere restrições ao crédito aos consumidores

através de elevação das taxas de juros. Afirma que esse fato pode adiar compras, evitando a busca por produtos e, assim, prejudicando toda a economia planetária, que necessita da dinâmica consumista.

b) O FMI atua mundialmente propalando ações econômicas ortodoxas de um receituário recessivo, principalmente quando aplicado a países pobres ou em desenvolvimento, pois estes acabam sendo prejudicados internamente para atender demandas externas de remuneração de grandes investidores.

c) Uma estratégia de combate à inflação imposta pelo FMI é o aumento nos juros pagos em investimentos como a poupança e a diminuição da taxa de juros cobrados pelos bancos para que não se incentive o consumo excessivo e consequentemente a inflação.

d) O FMI tem como objetivo básico zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional, através da promoção da cooperação e da consulta de assuntos monetários e sociais entre os seus 187 países membros. Como meta deve evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países-membros possam prejudicar as políticas sociais, o que geraria mais miséria e sofrimento.

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PROVA DE LÍNGUA INGLESA

Guideline: Read the text below, then check the right alternative, in accordance with every question. People often complain that our generation is politically apathetic. Just 25 years ago, it was common for students to join in strikes and antiwar protests, but nowadays, the stereotype goes, young people are more likely to be found watching MTV or shopping at the mall. I certainly was no different. Appallingly ignorant of current events, I never read a paper or watched the news, but I knew all about the personal lives of popular TV and movie stars. Then something happened to change my outlook forever. In my social studies class, we had an assignment to interview an older person about the changes he or she had witnessed in his or her lifetime. I decided to interview my neighbor, Mrs. Fletcher. Since she had never spoken to me much before, I figured she would have little to say and I could complete the assignment quickly. To my surprise, Mrs. Fletcher started telling me about a world I had never known: life in our town before the civil rights movement. I was astonished to learn that in the 1950s, African Americans went to separate schools, rode at the backs of buses, and were prevented from living in white neighborhoods. As Mrs. Fletcher talked about how she and other African Americans helped break the color barrier by insisting on being served at white-only lunch counters, I became filled with shame at my own ignorance. How could I have been so unaware? From that moment on, politics and history became my passions. I began to talk to my parents, my teachers, and other adults about their memories of earlier times. I started reading the newspaper, especially the editorial page, trying to learn about the burning issues of our own time. I even volunteered to stuff envelopes for a local candidate who I thought might make our own community a better place.

In school we had been taught that there was no society freer than the United States, but that was only part of the story. By reading about the political struggles of minorities, women, blue-collar workers and others, I learned that freedom is not something you are given. It is something you have to fight for. And once you win it, you have to make sure no one tries to take it away again. That is why I will never forget the day I interviewed Mrs. Fletcher. It is the day I became politically aware.

(from Skills Building Workbook – KAPLAN International)

41) FMC – 2012/2º A good title for the reading above is a) Afro-Americans deserve a better life.

b) Never ridicule a neighbor.

c) A day I will never forget.

d) The importance of current events. 42) FMC – 2012/2º It’s implied in the text that today’s pupils

a) are linked to all kinds of current events.

b) often join in antiwar protests or strikes.

c) enjoy knowing a lot about media personalities.

d) have kept appallingly ignorant of any subject.

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43) FMC – 2012/2º Social studies classes can lead students to become more a) able to succeed in any sort of contest.

b) pathetic.

c) alienated from reality.

d) politically aware.

44) FMC – 2012/2º All of the following may be stated about Mrs. Fletcher, EXCEPT that she a) doesn’t quit hope easily.

b) comes from a white American family.

c) has struggled for her rights as a human being.

d) was interested in switching the law for better. 45) FMC – 2012/2º The writer could see that Mrs. Fletcher was a(n) ______________ person.

a) out of date

b) surprising

c) apathetic

d) amazed

46) FMC – 2012/2º Before having to do his/her school assignment, both the author and Mrs. Fletcher a) had scarcely chatted to each other.

b) were next-door neighbors.

c) had barely been in touch.

d) had undergone the same life experiences.

47) FMC – 2012/2º As Mrs. Fletcher carried on talking about African American’s demands for their rights, the writer got a) appalled to protect the majorities.

b) a social activist.

c) uninterested in his/her teachers’ talks.

d) more socially committed.

48) FMC – 2012/2º Check the CORRECT alternative. a) Freedom isn’t something to be given.

b) Widely speaking, no other organized society is freer than the United States.

c) Nobody can even win freedom.

d) It’s imperative that everyone be allowed to take our freedom away.

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49) FMC – 2012/2º The day he/she interviewed Mrs. Fletcher wasn’t

a) memorable.

b) irrelevant.

c) unforgettable.

d) meaningful. 50) FMC – 2012/2º What question CAN’T be answered in the reading above?

a) Prior to the interview, had he/she just spoken to Mrs. Fletcher?

b) From that time on, what did history and politics come to mean to him/her?

c) How interested was he/she in doing a good school assignment?

d) Did Mrs. Fletcher have plenty of relatives outside the United States?

PROVA DE LÍNGUA ESPANHOLA

Instrucciones: Lea atentamente los textos siguientes y después conteste a las preguntas. Texto I La corrida de toros o toreo es un espectáculo que consiste en lidiar varios toros bravos, a pie o a caballo, en un recinto cerrado para tal fin, la plaza de toros. En la lidia participan varias personas, entre ellas los toreros, que siguen un estricto protocolo tradicional, reglamento de espectáculos taurino, regido por la intención estética; sólo puede participar como matador el torero que ha tomado la alternativa. Es el espectáculo de masas más antiguo de España y uno de los más antiguos del mundo. Como espectáculo moderno realizado a pie, fija sus normas y adopta su orden actual a finales del siglo XVIII en España, donde la corrida finaliza con la muerte del toro. Las corridas de toros son consideradas una de las expresiones de la cultura hispánica. Se practican también en Portugal (donde, a excepción de algunos municipios, no se le da muerte al toro en la plaza desde 1836, durante el reinado de María II), en el sur de Francia y en diversos países de Hispanoamérica como México, Colombia, Perú, Venezuela, Costa Rica, Panamá, Ecuador y Bolivia. Las corridas pueden clasificarse, según la edad y el trapío del toro que se lidia, en becerradas, novilladas y corridas de toros propiamente dichas, y pueden desarrollarse a pie o a caballo. Si se ejecutan las suertes a caballo, el festejo recibe el nombre de corrida de rejones o rejoneo. Cuando se combinan ambas disciplinas en un mismo festejo, se denominan corridas mixtas.

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41) FMC – 2012/2º Según el texto, la corrida de toros es un espectáculo que puede ser ejecutado

a) a pie o caballo.

b) solamente a caballo.

c) a pie y caballo.

d) solamente a pie. 42) FMC – 2012/2º La plaza de toros es un lugar

a) ubicado.

b) soleado.

c) aireado.

d) limitado. 43) FMC – 2012/2º Según el texto, el matador es aquél

a) elegido por la platea.

b) seleccionado por el juez.

c) dicho por la lidia.

d) listo para hacerlo.

44) FMC – 2012/2º La palabra trapío significa

a) lidea del torero.

b) braveza del toro.

c) capa del torero.

d) cuernos del toro.

45) FMC – 2012/2º Según el texto se denominan corridas mixtas a las corridas

a) de los festejos.

b) de becerradas y novilladas.

c) de los rejones.

d) a pie o a caballo.

Texto II Comida chatarra, un problema que sigue atacando a las escuelas de EE.UU. Pese a los esfuerzos del gobierno estadounidense, se siguen vendiendo alimentos cargados de grasa y colesterol Chicago (AP). La comida chatarra sigue abundando en las escuelas primarias de Estados Unidos a pesar de los amplios esfuerzos para frenar la obesidad infantil, de acuerdo con un nuevo estudio. Entre 2006 y 2010, prácticamente la mitad de las escuelas públicas y privadas encuestadas vendieron bocadillos salados o dulces en máquinas expendedoras o en otros lugares, con un cambio menor durante esos cuatro años, revela el estudio.

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El hallazgo fue sorprendente si se tienen en cuenta las fuertes campañas locales a favor de mejorar la dieta de los niños, dijo la investigadora Lindsey Turner, psicóloga de salud de la Universidad de Illinois en Chicago y principal autora del estudio. El análisis se enfocó en bocadillos no vendidos en las horas de comida, los cuales hasta hace poco no estaban sujetos a los estándares de nutrición del gobierno. Es más probable que las escuelas vendan papas fritas, galletas o alimentos similares en el sur de Estados Unidos, donde están las tasas más altas de obesidad. Este tipo de alimentos industrializados fueron más escasos en el oeste del país. RESULTADOS PREOCUPANTES Los resultados son preocupantes, dijo Turner, porque muestran que muchas escuelas no han hecho caso a los mensajes de los defensores de la salud, como el Instituto de Medicina, que en un reporte de 2007 exhortó a limitar la disponibilidad de esos alimentos en las escuelas fuera de las horas de comida y agregó que estos alimentos no debían ser azucarados, salados ni grasosos. De acuerdo con el nuevo estudio, muchas escuelas también ofrecieron alimentos más sanos fuera de las horas de comida que incluyeron fruta y vegetales, pero venderlos junto con la comida chatarra podría hacer que los niños omitan las opciones saludables, además de que envía mensajes “mixtos sobre una nutrición sana”, opinó el doctor Thomas Robinson, pediatra de la Universidad de Stanford e investigador sobre prevención de la obesidad. Datos recientes indican que casi 20% de los niños en las escuelas primarias de Estados Unidos son obesos.

(ElComercio.pe / Gastronomía)

46) FMC – 2012/2º Del texto se deduce que las comidas chatarras son a) los alimentos que tienen gorduras.

b) los alimentos mixtos e industrializados.

c) los alimentos llenos de grasas.

d) todos los alimentos basuras. 47) FMC – 2012/2º Según el texto, este estudio se llevó a cabo por a) Thomás Robinsón.

b) Las Escuelas Primarias.

c) Lindsey Turner.

d) El Gobierno Estadounidense. 48) FMC – 2012/2º Se puede decir que una comida grasosa es rica en a) caloría.

b) sales.

c) sazón.

d) gordura.

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49) FMC – 2012/2º ¿Según el texto, qué significa mensajes “mixtos sobre una nutrición sana”? a) comidas grasosas y azúcar.

b) comida chatarra y sana.

c) comidas y frutas.

d) comida chatarra e industrializada. 50) FMC – 2012/2º Según el texto, el análisis de este estudio se enfoca en los a) panecillos.

b) dulces.

c) postres.

d) bocadillos.

REDAÇÃO Analise a charge e o texto a seguir.

“A revolução informática é um fato indiscutível. Como indiscutível é também a série de enormes vantagens e benefícios que tem trazido para o quotidiano do homem: nos lares, nos escritórios, nas escolas, nas repartições públicas... Tudo ficou bem mais fácil.

Mas, por outro lado, é indiscutível também que a nova tecnologia está afetando toda uma geração - a geração virtual - criando novos hábitos, novas tendências, novas formas de relacionamentos.”

O homem virtual. Rafael Ruiz Gonzáles – Mestre em Direito

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FACULDADES MILTON CAMPOS – PROCESSO SELETIVO 2012/2º FACULDADES MILTON CAMPOS – PROCESSO SELETIVO 2012/2º

Motivado pela charge e pelo texto acima e tendo em vista a realidade neles retratada, redija um texto em que você se posicione sobre a entrada das novas tecnologias no cotidiano das pessoas, considerando seus benefícios e distorções. Na elaboração de seu texto, apresente argumentos consistentes e bem fundamentados, capazes de dar sustentação ao seu ponto de vista. Observações:

• Produza um texto de, no mínimo, 15 linhas. • Dê um título a ele. • Faça a redação a tinta.

RASCUNHO

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ADMINISTRAÇÃO PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA E

LITERATURA BRASILEIRA Instrução: Leia, com atenção, o texto a seguir, pois as questões de 1 a 14 referem-se a ele. Eu me sinto um dinossauro. Surpreso, mas fascinado com este mundo em turbilhão. Vou fazer 60 anos em dezembro. Quase tudo que me cerca era inimaginável quando eu era criança. O mundo foi reinventado diante de mim, estes anos todos. Na minha infância, em Marília, no interior de São Paulo, não havia televisão. Telefone só para a elite. Era preciso se inscrever e aguardar cinco, seis anos para a instalação de uma linha. Ou comprá-la a peso de ouro, de alguém que a transferisse, manobra impensável para minha família de orçamento limitadíssimo. Hoje o mundo é dos celulares. Recentemente, meu aparelho caiu no chão e quebrou. Entrei em surto até conseguir outro, novinho, em que coloquei o mesmo chip. Aposto que já tem psicólogo tratando crise de abstinência de celular. A primeira televisão de minha família, quando me mudei para São Paulo, aos 15 anos, era em preto e branco. O tempo voou. E com ele as invenções se insinuaram na minha vida: TV colorida, CD, videocassete, DVD e Blu-ray. Quando dou palestras em escolas, tento explicar como era a vida sem e-mail e videogame. Crianças e adolescentes me encaram desconfiados. Devem achar que sou maluco. Estão certos que não havia civilização antes do Google e da Apple. Já pensei em criar um conto de fadas para explicar. Algo assim:

– Há muitos e muitos anos, em um tempo em que não existiam e-mail, Twitter ou Facebook, vivia uma linda princesa...

Decidi ser escritor aos 12 anos, quando descobri os livros de Monteiro Lobato, emprestados por uma vizinha. Sonhava com uma máquina de escrever. Ainda lembro da tarde, aos 13 anos, em que meu pai subiu as escadas de nosso sobradinho e anunciou o presente: uma Olivetti portátil, comprada à prestação. Papai era ferroviário, e a máquina pesou nas contas. Mas eu queria ser escritor, o que fazer? Em seguida me inscreveu num curso de datilografia, em que aprendi a batucar o teclado com todos os dedos. (Os cursos de datilografia também sumiram, junto com as máquinas de escrever, é claro.)

Agradeço papai para sempre. Hoje sou autor da Rede Globo. Escrevo os capítulos das novelas com muita velocidade. Sorte minha ser datilógrafo formado.

Comprei meu primeiro computador pessoal com pouco mais de 30 anos. O protecionismo nacional na área de informática era absurdo. O tal computador parecia movido a lenha. Mas adorei. Principalmente porque acabou a guerra com os vizinhos do prédio que não suportavam o plec, plec, plec da máquina, pois sempre escrevi de madrugada. Na ocasião, eu trabalhava como editor em uma grande revista. Um colega torceu o nariz. Achava o computador algo muito esquisito. Mostrei a enorme redação repleta de máquinas de escrever. Banquei o futurólogo:

– Um dia todas serão trocadas por computadores.

– Duvido!

Não demorou cinco anos. Assisti à informatização do jornalismo. Foi cruel, como em outras áreas. Muitos ganharam estágios para absorver a nova tecnologia. Outros não. E acabaram expelidos do mercado de trabalho. Cheguei a ajudar um ex-diretor de arte a arrumar vaga de zelador de prédio. Há uma necessidade constante de me manter atualizado. Sempre existe um novo programa, aparelho, invenção à espera. Sou autor de livros, novelas de televisão, peças de teatro, crônicas e inumeráveis artigos. Ganhei prêmios. Mas acabo derrotado por qualquer garoto de 8 anos, capaz de, diante de um modelo novo de celular, desvendar no ato programas que incineram meus neurônios.

Cursei alguns anos de faculdade de história, na Universidade de São Paulo. Tento me distanciar e entender o que se passa. Creio que, daqui a 100, 200 anos, um historiador vai olhar para a minha, a sua vida e teorizar que vivemos no bojo de uma mudança de Era. Tão profunda quanto a da Antiga para a Média e desta para a Moderna e a Contemporânea. Qual será o fato que determinou a passagem? A invenção do iPad? Steve Jobs terá a mesma importância de Colombo? Seremos, eu e você, objetos de estudo. Até neurológico.

– Como os cérebros se adaptaram a tantas mudanças?

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As invenções são o aspecto mais visível de roupas, restaurantes, livros, viagens, teorias, jeitos de ser e de amar. Vou escrever sobre a realidade em contínuo movimento. Sobre nossa época, desafiadora e fascinante. E contar como meus miolos fervem ao descobrir que alguma coisa inexistente até ontem se tornou absolutamente essencial, e já não posso viver sem ela. Nos anos 1960, os hippies anunciavam o advento da Era de Aquário. Pois é. Seja qual for o nome, a Nova Era já chegou.

(Walcir Carrasco – http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2011/09 - acessado em fevereiro de 2012)

1) FMC – 2012/2°

Assinale a opção que apresenta o título mais adequado para o texto.

e) Um olhar sobre o passado.

f) Uma Era de estagnação.

g) Futuro incerto.

h) O mundo em transformação.

2) FMC – 2012/2°

Tendo em vista as ideias expostas no texto, é CORRETO afirmar:

e) Os jovens da Nova Era mostram-se alienados em virtude do uso excessivo das novas tecnologias.

f) A Era de Aquário, que teve início nos anos 1960, caracteriza-se exclusivamente por transformações nos processos de trabalho, em decorrência da informatização.

g) As mudanças havidas no mundo, nas últimas décadas, comparam-se, em profundidade, a outras já ocorridas anteriormente.

h) Os profissionais desatualizados apenas conseguiram manter-se em suas respectivas áreas, à custa de indicações.

3) FMC – 2012/2° Com base na leitura do texto, só se pode afirmar que o autor se sente

e) desapontado.

f) arcaico.

g) enfarado.

h) improdutivo.

4) FMC – 2012/2°

Sobre as inovações tecnológicas que o cercam, o autor apresenta a) uma atitude de objeção.

b) um olhar de fascínio.

c) uma postura de desconfiança.

d) um posicionamento inconformado.

5) FMC – 2012/2° Em todas as passagens, podem ser evidenciadas críticas realizadas pelo autor com humor e/ou ironia, EXCETO em: e) “O protecionismo nacional na área de informática era absurdo.”

f) “Aposto que já tem psicólogo tratando crise de abstinência de celular.”

g) “Devem achar que sou maluco. Estão certos que não havia civilização antes do Google e da Apple.”

h) “E contar como meus miolos fervem ao descobrir que alguma coisa inexistente até ontem se tornou absolutamente essencial, e já não posso viver sem ela.”

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6) FMC – 2012/2°

Leia o trecho.

“Quase tudo que me cerca era inimaginável quando eu era criança.”

Todas as alternativas vão ao encontro da ideia exposta no trecho acima, EXCETO:

e) “Quando dou palestras em escolas, tento explicar como era a vida sem e-mail e videogame”.

f) “E com ele as invenções se insinuaram na minha vida: TV colorida, CD, videocassete, DVD e Blu-ray.”

g) “Qual será o fato que determinou a passagem? A invenção do iPad?”

h) “Decidi ser escritor aos 12 anos, quando descobri os livros de Monteiro Lobato, emprestados por uma vizinha.”

7) FMC – 2012/2°

Leia o trecho.

“Mas acabo derrotado por qualquer garoto de 8 anos, capaz de, diante de um modelo novo de celular, desvendar no ato programas que incineram meus neurônios.”

A expressão “incineram meus neurônios” indica que o autor

e) faz um grande esforço intelectual para lidar com as inovações tecnológicas.

f) tem sua capacidade cognitiva ampliada com o uso dos aparelhos modernos.

g) se supõe definitivamente incapaz de utilizar os recursos tecnológicos atuais, em razão de sua complexidade.

h) sofre de degeneração neuronal devido à incompatibilidade entre sua idade avançada e a tecnologia.

8) FMC – 2012/2°

As citações abaixo apresentam um efeito de sentido figurado, EXCETO:

a) “Um colega torceu o nariz. Achava o computador algo

muito esquisito.”

b) “Ou comprá-la a peso de ouro, de alguém que a transferisse, manobra impensável para minha família de orçamento limitadíssimo.”

c) “Escrevo os capítulos das novelas com muita velocidade.”

d) “Papai era ferroviário, e a máquina pesou nas contas.”

9) FMC – 2012/2° Leia o trecho. “Principalmente porque acabou a guerra com os vizinhos do prédio que não suportavam o plec, plec, plec da máquina, pois sempre escrevi de madrugada.” Observa-se, na passagem acima, o uso das seguintes figuras de linguagem: e) Metáfora e prosopopeia.

f) Hipérbole e onomatopeia.

g) Hipérbole e metonímia.

h) Metonímia e sinestesia.

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10) FMC – 2012/2°

A relação estabelecida entre as ideias, nas citações abaixo, foi identificada CORRETAMENTE em: e) “Surpreso, mas fascinado com este mundo em turbilhão.”

(concessão)

f) “Era preciso se inscrever e aguardar cinco, seis anos...” (consequência)

g) “Foi cruel, como em outras áreas.” (comparação)

h) “Já pensei em criar um conto de fadas para explicar.” (conformidade)

11) FMC – 2012/2° Observe o fragmento. “Assisti à informatização do jornalismo.” A regência do verbo destacado contraria os padrões cultos da linguagem escrita em: e) Eu o convidei para assistir a peça comigo.

f) Cabe aos pais assistir os filhos.

g) Assiste-se hoje a uma revolução tecnológica.

h) Assistimos ao jogo da final ontem.

12) FMC – 2012/2° Leia, com atenção, os fragmentos abaixo. IV- “Aposto que já tem psicólogo tratando crise de

abstinência de celular.”

V- “Ainda lembro da tarde, aos 13 anos, em que meu pai subiu as escadas de nosso sobradinho e anunciou o presente: uma Olivetti portátil, comprada à prestação.”

VI- “A primeira televisão de minha família, quando me mudei para São Paulo, aos 15 anos, era em preto e branco.”

O autor infringe os padrões da língua culta escrita apenas em e) III.

f) I.

g) I e II.

h) II e III.

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13) FMC – 2012/2° Observe o trecho. “...em um tempo em que não existiam e-mail, Twitter ou Facebook, vivia uma linda princesa...” Analise as opções a seguir, em que ele foi reescrito, atentando para o uso dos verbos haver e existir, segundo os padrões da norma culta escrita. IV- em um tempo em que não haviam e-mail, Twitter ou

Facebook, vivia uma linda princesa... V- em um tempo em que não existia e-mail, Twitter ou Facebook,

vivia uma linda princesa... VI- em um tempo em que não havia e-mail, Twitter ou Facebook,

vivia uma linda princesa... A frase foi reescrita INCORRETAMENTE em e) I, II e III.

f) I e II apenas.

g) I apenas.

h) II e III apenas.

14) FMC – 2012/2°

Observe, com atenção, a charge a seguir.

(Fonte: http://fredcartunista.blogspot.com.br/2012/02/charge-

informatizacao-das-escolas-i_05.html - acessado em abril de 2012) Só NÃO se pode afirmar sobre a imagem reproduzida acima: e) Confirma as idéias apresentadas por Walcir Carrasco em seu

texto.

f) Retrata a realidade vivida nas salas de aula das escolas da rede pública no Brasil.

g) Demonstra a dificuldade de adaptação dos indivíduos frente às novas tecnologias de informação.

h) Apresenta uma noção equivocada sobre o processo de informatização no País.

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Instrução: As questões de 15 a 20 têm por base a leitura das obras literárias indicadas para este concurso: Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Infância, de Graciliano Ramos. 15) FMC – 2012/2º “As análises intertextuais procuram deslindar os fios que unem um texto a textos alheios, por vezes remotos no espaço e no tempo.”

(LINS, O. Lima Barreto e o espaço romanesco. S.P.: Ática, 1976. p. 95)

Assinale a passagem de Dom Casmurro que melhor corresponda a esse comentário crítico.

a) Quis saber se eu não esquecera os projetos eclesiásticos de minha mãe, e dizendo-lhe eu que não, inquiriu-me sobre o gosto que eu tinha à vida de padre.

b) Cogitei muito no modo de resgatar a dívida espiritual. Não achava outra espécie em que, mediante a intenção, tudo se cumprisse, fechando a escrituração da minha consciência moral sem deficit.

c) Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres.

d) Quando, mais tarde, vim a saber que a lança de Aquiles também curou uma ferida que fez, tive tais ou veleidades de escrever uma dissertação a este propósito.

16) FMC – 2012/2º

A casa em que mora o narrador de Dom Casmurro possui uma significação simbólica, corroborada por uma expressão metafórica, presente em:

e) O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência.

f) Eis aqui como, após tantas canseiras, tocávamos o porto a que nos devíamos ter abrigado logo.

g) Não me olhou de rosto, mas a furto e a medo, ou, se preferes a fraseologia do agregado, oblíqua e dissimulada.

h) Os castelos e os parques saíam maiores da boca dele, os lagos tinham mais água e a “abóbada celeste” contava alguns milhares mais de estrelas centelhantes.

17) FMC – 2012/2º

A convicção de que Bentinho fora enganado pela mulher, Capitu, é sugerida no seguinte trecho:

a) Falava baixinho; pegou-me na mão, e pôs o dedo na boca. Uma preta, que veio de dentro acender o lampião do corredor, vendo-nos naquela atitude, quase às escuras, riu de simpatia e murmurou em tom que ouvíssemos alguma coisa que não entendi bem nem mal.

b) Agora é que o lance é o mesmo; mas se conto aqui, tais quais, os dois lances de há quarenta anos, é para mostrar que Capitu não se dominava só em presença da mãe; o pai não lhe meteu mais medo.

c) Aquela ameaça de um primeiro filho, o primeiro filho de Capitu, o casamento dela com outro, portanto, a separação absoluta, a perda, a aniquilação, tudo isso produzia um tal efeito, que não achei palavra nem gesto; fiquei estúpido.

d) Palavra que, quando cheguei à porta, vi o sol claro, tudo gente e carros, as cabeças descobertas, tive um daqueles

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meus impulsos que nunca chegavam à execução: foi atirar à rua caixão, defunto e tudo.

18) FMC – 2012/2º Dom Casmurro e Infância apresentam aspectos em comum, indicados CORRETAMENTE em:

e) Aplicação de características zoomórficas:

Efetivamente, era um gato e um rato, lance banal, sem interesse nem graça. A única circunstância particular era estar o rato vivo, esperneando, e o meu pequeno enlevado. (Dom Casmurro)

Seu Chico Brabo era solteiro, de meia-idade, grosso, baixo, na cara balofa e amarelenta uma barba ruiva, olhos miúdos e de porco. (Infância)

f) Expediente intertextual na caracterização dos tipos:

Ainda há pouco, falando de seus olhos de ressaca, cheguei a escrever Tétis. (Dom Casmurro)

Padre Pimentel era uma santa criatura e insinuou-me alguns conhecimentos, os primeiros que aceitei com prazer. (Infância)

g) Procedimento metalinguístico no resgate do passado:

Desse modo, viverei o que vivi, e assentarei a mão para alguma obra de maior tomo. (Dom Casmurro)

Vacilo um minuto, buscando cá por dentro a forma exata da composição. (Infância)

h) Recorrência da linguagem irônica na relação entre os

protagonistas: – Pois, sim, Capitu, você ouvirá a minha missa nova, mas com uma condição. (...) – Vossa Reverendíssima pode falar. (Dom Casmurro)

– Passarinho, queres tu brincar comigo? (...) E o animalejo, atarefado na construção de um ninho, exprimia-se de maneira ainda mais confusa. (Infância)

19) FMC – 2012/2º Leia a seguinte passagem de Infância.

Ofereceram a meu pai o emprego de juiz substituto e ele o aceitou sem nenhum escrúpulo. Nada percebia de lei, possuía conhecimentos gerais muito precários. Mas estava aparentado com senhores de engenho, votava na chapa do governo, merecia a confiança do chefe político – e achou-se capaz de julgar.

Naquele tempo, e depois, os cargos se davam a sequazes dóceis, perfeitamente cegos. Isto convinha à justiça. Necessário absolver amigos, condenar inimigos, sem o que a máquina eleitoral emperraria.

(RAMOS, G. Infância. R.J.: Record, 1982. p.227)

Com base no trecho, verifica-se que o narrador desse livro memorialístico a) compreende a Justiça em sua ética de neutralidade.

b) aborda criticamente o espaço social em que viveu.

c) defende os interesses familiares acima de tudo.

d) exalta os valores da sociedade patriarcal.

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20) FMC – 2012/2º Leia o seguinte trecho de Infância.

Sozinho, vi-o de novo cruel e forte, soprando, espumando. E ali permaneci, miúdo, insignificante, tão insignificante e miúdo como as aranhas que trabalhavam na telha negra.

Foi esse o primeiro contacto que tive com a justiça.

(RAMOS, G. Infância. R.J.: Record, 1982. p.35) A passagem é o desfecho do capítulo “Um cinturão”, em que o narrador evoca uma injusta surra que levara de seu pai. Identifique, em outro excerto desse capítulo, uma reflexão que expressa a síntese moral do episódio. e) Onde estava o cinturão? A pergunta repisada ficou-me na

lembrança: parece que foi pregada a martelo.

f) Débil e ignorante, incapaz de conversa ou defesa, fui encolher-me num canto, para lá dos caixões verdes.

g) O homem não me perguntava se eu tinha guardado a miserável correia: ordenava que a entregasse imediatamente.

h) Situações deste gênero constituíram as maiores torturas da minha infância, e as consequências delas me acompanharam.

REDAÇÃO

Analise a charge e o texto a seguir.

“A revolução informática é um fato indiscutível. Como indiscutível é também a série de enormes vantagens e benefícios que tem trazido para o quotidiano do homem: nos lares, nos escritórios, nas escolas, nas repartições públicas... Tudo ficou bem mais fácil.

Mas, por outro lado, é indiscutível também que a nova tecnologia está afetando toda uma geração - a geração virtual - criando novos hábitos, novas tendências, novas formas de relacionamentos.”

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O homem virtual. Rafael Ruiz Gonzáles – Mestre em Direito

Motivado pela charge e pelo texto acima e tendo em vista a realidade neles retratada, redija um texto em que você se posicione sobre a entrada das novas tecnologias no cotidiano das pessoas, considerando seus benefícios e distorções. Na elaboração de seu texto, apresente argumentos consistentes e bem fundamentados, capazes de dar sustentação ao seu ponto de vista. Observações:

• Produza um texto de, no mínimo, 15 linhas. • Dê um título a ele. • Faça a redação a tinta.

RASCUNHO

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