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1 NOVOS CURSOS PROCESSO SELETIVO NOVOS CURSOS - 2006/1 27/janeiro/2006 PROVA 1 LINGUAGENS E CÓDIGOS, CIÊNCIAS SOCIAIS LÍNGUA ESTRANGEIRA, CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA PROVA 2 REDAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA Coluna de itens VERDADEIROS Para marcar no Cartão, utilize caneta esferográfica azul. Em nenhuma hipótese será distribuída duplicata do Car- tão-Resposta, que é numerado e assinalado mecanica- mente, antes do início das provas. Não serão consideradas as respostas que não forem transportadas para o Cartão-Resposta. Serão devolvidos para o fiscal o Cartão-Resposta, o Caderno de Provas e a Folha de Redação. As respostas deverão ser transportadas para o Cartão- Resposta, sem rasuras, assinalando-se da seguinte for- ma. VERDADEIROS (V) (1ª coluna). FALSOS (F) (2ª coluna), INSTRUÇÕES Aguarde a ordem para a abertura da prova. Não se comunique, em hipótese alguma, com outros candidatos. Não é permitida a consulta aos apontamen- tos, livros ou dicionários. Solicite a presença do fiscal, apenas no caso de extrema necessidade. A prova 1 é objetiva, contém 150 itens, devendo o candi- dato assinalar Verdadeiro(V) ou Falso (F). A prova 2 - Redação em Língua Portuguesa - será discursiva, na modalidade dissertação, manuscrita, com letra legível, sendo obrigatória a utilização de caneta esferográfica de tinta azul. Confira, no Cartão-Resposta, o número de sua Inscri- ção, seu nome e apenas assine no retângulo adequado (não faça outras anotações ou marcas). Coluna de itens FALSOS Assinatura (não assinar fora do retângulo) Nome V V V V V V F F F F F F 28 27 26 25 30 V V V V V V F F F F F F 43 42 41 40 44 45 V V V V V V F F F F F F 58 57 56 55 56 60 73 72 71 70 74 75 F 88 87 86 85 89 90 103 102 101 100 104 105 116 115 119 120 133 132 131 130 134 135 148 147 146 145 149 150 V F 22 V F 37 V F 52 67 82 97 112 127 142 V V V V V V F F F F F F 19 18 17 16 20 21 V V V V V V F F F F F F 34 33 32 31 35 36 V V V V V V F F F F F F 49 48 47 46 50 51 64 63 62 61 65 66 79 78 77 76 80 81 94 93 92 91 95 96 108 108 107 106 110 111 124 123 122 121 125 126 139 138 137 136 140 141 LINGUAGEM, CÓDIGOS E CIÊNCIAS SOCIAIS (1 a 67) CÓDIGO INSCRIÇÃO 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 INSTRUÇÕESDEPREENCHIMENTO - Confira seu número de inscrição. - Preencha as bolas com caneta esferográfica azul. - Não dobre, não suje e não rasure esta folha, ela é a sua prova. - Assine a folha no local indicado. Marque assim: Não marque assim: V F 24 V F 39 V F 54 69 84 99 114 129 144 V F 23 V F 38 V F 53 68 83 98 113 128 143 13 12 11 10 14 15 7 4 3 2 1 5 6 9 8 29 V V V V V V F F F F F F V F V V V V V V F F F F F F V F V F V V V V V V F F F F F F V F V V V V V V F F F F F F V F V F V V V V V V F F F F F F V F V V V V V V F F F F F F V F V F V V V V V V F F F F F F V F V V V V V V F F F F F F V F V F V V V V V F F F F F F V F V V V V V V F F F F F F V F V F V V V V V V F F F F F F V F V V V V V V F F F F F F V F V F V V V V V V F F F F F F V F V V V V V V F F F F F F V F V F 118 CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA (84 a 150) 117 LÍNGUA ESTRAN- GEIRA (68 a 83) 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 7 7 6 6 8 8 9 9 7 7 6 6 8 8 9 9 7 7 6 6 8 8 9 9 Para uso exclusivo do Fiscal de sala CANDIDATO AUSENTE O candidato não poderá levar o Caderno de Provas ATENÇÃO

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1 NOVOS CURSOS

PROCESSO SELETIVO NOVOS CURSOS - 2006/127/janeiro/2006

PROVA 1LINGUAGENS E CÓDIGOS, CIÊNCIAS SOCIAIS

LÍNGUA ESTRANGEIRA, CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA

PROVA 2REDAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

Coluna de itensVERDADEIROS

• Para marcar no Cartão, utilize caneta esferográfica azul.• Em nenhuma hipótese será distribuída duplicata do Car-

tão-Resposta, que é numerado e assinalado mecanica-mente, antes do início das provas.

• Não serão consideradas as respostas que não foremtransportadas para o Cartão-Resposta.

• Serão devolvidos para o fiscal o Cartão-Resposta, oCaderno de Provas e a Folha de Redação.

• As respostas deverão ser transportadas para o Cartão-Resposta, sem rasuras, assinalando-se da seguinte for-ma.VERDADEIROS (V) (1ª coluna).FALSOS (F) (2ª coluna),

INSTRUÇÕES

• Aguarde a ordem para a abertura da prova.• Não se comunique, em hipótese alguma, com outros

candidatos. Não é permitida a consulta aos apontamen-tos, livros ou dicionários. Solicite a presença do fiscal,apenas no caso de extrema necessidade.

• A prova 1 é objetiva, contém 150 itens, devendo o candi-dato assinalar Verdadeiro(V) ou Falso (F). A prova 2 -Redação em Língua Portuguesa - será discursiva, namodalidade dissertação, manuscrita, com letra legível,sendo obrigatória a utilização de caneta esferográficade tinta azul.

• Confira, no Cartão-Resposta, o número de sua Inscri-ção, seu nome e apenas assine no retângulo adequado(não faça outras anotações ou marcas).

Coluna de itensFALSOS

Assinatura (não assinar fora do retângulo)

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LINGUAGEM, CÓDIGOS E CIÊNCIAS SOCIAIS (1 a 67)

CÓDIGOINSCRIÇÃO

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INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO

- Confira seu número de inscrição.- Preencha as bolas com caneta esferográfica azul.- Não dobre, não suje e não rasure esta folha,

ela é a sua prova.- Assine a folha no local indicado.

Marque assim:

Não marque assim:

V F 24 V F 39 V F 54 69 84 99 114 129 144

V F 23 V F 38 V F 53 68 83 98 113 128 143

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CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA (84 a 150)

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LÍNGUA ESTRAN-GEIRA (68 a 83)

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Para uso exclusivodo Fiscal de sala

CANDIDATO AUSENTE

O candidato não poderá levar o Caderno de ProvasATENÇÃO

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2 VESTIBULAR 2006/1

LINGUAGEM, CÓDIGOSE CIÊNCIAS SOCIAIS

Tendo em vista a característica desta prova, a integraçãodas áreas de conhecimento, você poderá encontrar itensde diferentes disciplinas, explorando um eixo temáticoou uma referência inicial.

TEXTO 1

CAPÍTULO 35 (fragmento)

Entrei nesse ano com o pé esquerdo. Vários fre-gueses que sempre tinham procedido bem quebraram derepente. Houve fugas, suicídios, o Diário Oficial seemprenhou com falências e concordatas. Tive de aceitarliquidações péssimas

O resultado foi desaparecerem a avicultura, ahorticultura e a pomicultura. As laranjas apodreciam nospés. Deixá-las. Antes isso que fazer colheita, escolha,embalagem, expedição, para dá-las de graça.

Uma infelicidade só. As fábricas de tecidos queadiantavam dinheiro para a compra de algodão, abando-naram de chofre esse bom costume e até deram paracomprar fiado. Vendi uma safra no fuso, e enganaram-me na classificação.

Era necessário adquirir novas máquinas para o des-caroçador e para a serraria, mas na hora dos cálculos vique ia gastar uma fortuna: o dólar estava pelas nuvens.

— Vamos deixar de novidade. Sacrificar–me e nofim entregar a mercadoria de mão beijada a esses velha-cos!

Ainda por cima os bancos me fecharam as portas.Não sei porque, mas fecharam. E olhem que nunca atra-sei pagamentos. Enfim uma penca de caiporismos. Che-guei a dizer inconveniências a um gerente:

— Pois se os senhores não querem transigir, aca-bem com isso. Ou os papéis valem ou não valem. Sevalem, é passar o arame. Pílulas! Eu encomendei revolu-ção?

Em seis meses havia tamanha quebradeira que tor-rei nos cobres o automóvel para não me protestarem umaletra vagabunda de seis contos.

— Maré vazante. Agora ganham os preguiçosos.Quem devia estar vivo era o velho Mendonça, que dei-xava a propriedade coberta de capoeira e o engenho defogo morto. Trabalhar para formiga! É cruzar os braços.

E cruzei os braços.RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro:Record, 1992. p. 178-9

Os itens de 1 a 20 referem-se ao fragmento da obraSão Bernardo, de Graciliano Ramos. Julgue-os, paraassinalá-los corretamente.01 ( ) A obra São Bernardo apresenta uma visão dos

grandes proprietários de terra, no Nordeste, naprimeira metade do século XX. Nesse trecho énarrada a decadência econômica de PauloHonório, protagonista e narrador da obra. Tal fatoocorre após a morte de Madalena que, tendo sidoconsiderada como mais uma das posses do mari-do, não suporta a brutalidade e os maus-tratosdeste e suicida-se.

02 ( ) Por esse trecho, em que Paulo Honório narra asua decadência, percebe-se, no nível da lingua-gem, que a capacidade de expressão da persona-gem é superficial, simples, seca, bastante apoia-da nos clichês. Paradoxalmente, Graciliano criauma personagem complexa, embora com aparên-cia de rasa e objetiva. É dessa forma que o donoda fazenda São Bernardo empreende a meta deresgatar a sua vida escrevendo um livro para con-tar a sua história.

03 ( ) Graciliano, pertencente à geração de 30 do Mo-dernismo brasileiro, foi um dos principais repre-sentantes do ciclo do regionalismo nordestino. Talciclo iniciou-se com o romance A bagaceira, deJosé Américo de Almeida. A terra, a sociedade,a organização social, a linguagem, os costumestípicos estão presentes nas obras dos romancis-tas dessa fase. Além de São Bernardo, Vidassecas é outra obra de Graciliano bastante repre-sentativa de tal geração.

04 ( ) Além do caráter regional, a obra São Bernardo émarcada pelo interesse por problemas existenci-ais, pela análise psicológica das personagens, pelaexploração da paródia e do humor, neste caso, re-sultante da influência da geração anterior, especi-almente representada por Oswald de Andrade. Háainda o entrelaçamento de uma literatura compro-metida com a denúncia de injustiças, crueldades,desequilíbrios da sociedade no plano coletivo e aanálise do homem no plano individual.

05 ( ) Estudando este trecho de São Bernardo, perce-be-se a impotência do homem, os seus limites,nas suas relações socioeconômicas. Tem-se a de-limitação do cenário em que o homem se movecircunscrito, não a partir de suas relações com arede ecológica, menos ainda em sua relação decompromisso solidário, fraterno com a criaturahumana. As regras do mercado e do sistemamonetário, a sensação de impotência a que se vêsubmetido face ao seu insucesso e ao fracassode tantos reduzem-no, rebaixam-no.

06 ( ) Em, “As laranjas apodreciam nos pés. Deixá-las. Antes isso que fazer colheita, escolha, em-balagem, expedição para dá-las de graça.”,na seleção de palavras, nas regras combinatóriasutilizadas para a estruturação sintática das ora-

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3 NOVOS CURSOS

ções do trecho, o pronome las, enclítico, é com-plemento verbal e, ao mesmo tempo, refere-seao sujeito da primeira oração; o pronome demons-trativo isso faz remissão intradircursiva aludindo-se ao ato de abandonar as laranjas apodrecendo.

07 ( ) Na passagem, “Era necessário adquirir novasmáquinas para o descaroçador e para a ser-raria, mas na hora dos cálculos vi que ia gas-tar uma fortuna: o dólar estava pelas nuvens”,constata-se a elipse do verbo adquirir e de seucomplemento novas máquinas na terceira ora-ção; a expressão ia gastar uma fortuna funcio-na como complemento do verbo ver; uma fortu-na funciona como complemento de ia gastar.

08 ( ) Em, “vi que ia gastar uma fortuna: o dólar esta-va pelas nuvens”, a oração destacada foiintroduzida por dois pontos que podem ser substitu-ídos pelo relator pois, mantendo a mesma relaçãode sentido, isto é, ambos os recursos denotam fun-ção explicativa e realizam economia lingüística.

09 ( ) O narrador é um homem que vive no campo esua variedade lingüística revela a sua identidadeantropo-cultural. Em seu vocabulário, aparecemtermos como: “pé esquerdo”, “procedido bem”,“emprenhou”. E quando afirma: “Vendi uma sa-fra no fuso” dá-nos a entender que ele plantava,colhia e fiava o algodâo e o vendia.

10 ( ) A quebra da Bolsa de Valores de Nova York,em 1929, provocada por uma crise de superpro-dução, não atingiu só os Estados Unidos, mas todoo mundo, com exceção da URSS que estava emuma fase de industrialização, graças aos “PlanosQuinqüenais”. As cotações das ações caíramrapidamente nos E.U.A. e corretores,especuladores, homens de negócios suicidaram-se. Com o objetivo de resgatar o crescimentoeconômico interrompido pelo “crash”, o presidenteRoosevelt implantou um programa de ação deno-minado “New Deal”.

11 ( ) A crise econômica de 1929 atingiu a cafeiculturabrasileira. As plantações haviam se estendidomuito no estado de São Paulo. Muitos produtoreshaviam feito empréstimos para plantar café naexpectativa de lucros certos, garantidos pelo Es-tado. Com a crise, os preços internacionais doproduto caíram e os cafeicultores endividados so-licitaram ao governo federal a concessão de no-vos financiamentos e de uma moratória de seusdébitos. A proposta foi recusada pelo presidente,provocando um grande descontentamento.

12 ( ) No Brasil, como resultado da crise, houve tam-bém uma ruptura política na substituição do pre-sidente Washington Luís. Minas Gerais, Rio Gran-de do Sul e Paraíba formaram a Aliança Liberale foi deflagrado o movimento de 1930 que depôso presidente. O gaúcho Vargas assumiu o gover-no federal. Em Goiás, foi designado PedroLudovico como interventor.

13 ( ) Em nosso País, as facilidades de importação de-correntes da crise de 1929 e a inexistência deuma indústria de base e de capacidade ociosa dasindústrias, principalmente no setor têxtil, dificul-taram o processo de substituição de importaçãode produtos manufaturados pela produção inter-na. Esta foi acelerada com a renovação do equi-pamento industrial brasileiro e o início da Segun-da Guerra Mundial.

14 ( ) O texto em estudo faz referência a bancos. Oprimeiro banco brasileiro, o Banco do Brasil, foifundado, em Salvador, por D. João VI, quando acorte portuguesa lá se instalou fugindo das guer-ras napoleônicas. Ao regressar a Portugal, apóso movimento independencista do Brasil, deixouele nos cofres deste banco um lastro em ouropara financiar as guerras de independência.

15 ( ) O imaginário sempre povoou a mentalidade dospovos europeus. Eram bruxas, demônios, mons-tros marinhos... Ao virem para o Brasil, no sécu-lo XVI, os portugueses trouxeram a lenda docaipora, palavra que deu origem a caiporismo ,citado no texto. Caipora era um ente da mitologiaportuguesa que socorria os navegadores perdi-dos nos mares e oceanos.

16 ( ) O texto faz referência à venda de um automó-vel. A instalação da indústria automobilística noBrasil é associada ao governo JK. Do ponto devista empresarial, tal medida foi um êxito, po-rém ela criou uma “civilização do automóvel”,em detrimento da ampliação de meios de trans-porte coletivos. Ocorreram com ela também oquase abandono das ferrovias e a necessidadede ampliação das rodovias e do uso dos deriva-dos do petróleo.

17 ( ) Hoje, a dívida constitui um problema que aco-mete vários países do mundo, dentre eles o Bra-sil, detentor da maior dívida externa do TerceiroMundo e uma das maiores do Globo. Ela foiavolumada por volta de 1956, quando, objetivandoimplantar diversas indústrias, em especial a au-tomobilística, foram concedidos enormes incen-tivos à entrada de capitais estrangeiros. Alémdisso, a construção de Brasília, dentre outros em-preendimentos ambiciosos, necessitou de em-préstimos externos, principalmente dos norte-americanos.

18 ( ) O algodão produzido no Brasil destina-se à ex-portação e às indústrias têxtil e de alimentos (pro-dução de óleo comestível). Pela sua importânciaindustrial, tem a maior parte da comercializaçãocontrolada por grandes empresas do ramo têxtilou de alimentos enlatados (Sanbra, Anderson-Clayton, Hering) ou por intermediários, que re-vendem o produto para a indústria. Os maioresprodutores são Paraná, São Paulo, Goiás, MatoGrosso do Sul, Ceará e Minas Gerais.

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4 VESTIBULAR 2006/1

19 ( ) A Revolução Verde surgiu na década de 70 vi-sando a aumentar a produtividade agrícola e, porconsequência, minimizar as crises na agricultura.Ela pode ser caracterizada pelo uso de sementeshíbridas, de fertilizantes e agrotóxicos. A despei-to do impacto ambiental que causou e causa, pro-moveu o aumento significativo de produtos agrí-colas, que associado aos programas da ONU re-duziu drasticamente a falta de alimentos nos paí-ses subdesenvolvidos.

20 ( ) No Brasil, a existência da dívida externa pesasobre toda a economia e é um dos grandes entra-ves ao desenvolvimento do país como um todo.Nos anos 1980 e 1990, o Brasil passou por enor-mes sacrifícios para pagar parcelas dessa dívida:despendeu cerca de 200 bilhões de dólares parapagar os juros e as parcelas que venceram, mas,em vez de ser diminuída ou liquidada, a dívidacresceu ainda mais, pois os juros são elevados euma parte dos pagamentos foi feita à custa denovos empréstimos.

TEXTO 2

SÉTIMO QUADRO

COROJunto à estátua, sob um jato de luz.

À sombra desta estátuaUma cidade cresceu,Cresceu, cresceu, cresceu,À sombra dela cresceu.Barriga também cresceu.

Surgem Major, Prefeito e Vigário com enormes barrigas.Cantam e dançam.

MAJORTenho a consciência tranqüila,Tudo o que dizem é intriga;Quem é que após os cinqüentaE que regime não siga,Pode evitar de criarU”a respeitável barriga?

PREFEITOSe alguma coisa comemos- viver não há que consigaSe, qualquer coisa ingerir –Verdade é bom que se diga:Nem um tostão desse povoEntrou em nossa barriga.

VIGÁRIONão há quem a Deus sirvaE que a Satanás persigaQue trace um caminho reto

E sem desviar-se o siga,Se Deus lhe enche a almaE o Cão lhe enche a barriga.

Surge Antonieta, também com enorme barriga.

ANTONIETADesgraça pior é a minhaEm toda essa cantiga;Não vou lanças na cegonhaA culpa desta barriga;Pra não implicar o Major,Melhor dizer que é lombriga.

COROÀ sombra desta estátuaUma cidade cresceu,Cresceu, cresceu, cresceu,De muita gente cresceu.E agora, que fazer?Que a estátua virou,virou, virou, virou,de novo gente virou...

A estátua se anima: é o próprio Cabo Jorge. Todos fo-gem, gritando apavorados.

TODOSNossa cidade morreu!

CABO JORGEAntes ela do que eu!

GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1999. p. 111-113.

Os itens de 21 a 36 têm como referência o contextoabordado no sétimo quadro, fragmento da peça O berçodo herói, de Dias Gomes. Julgue-os para assinalá-los demodo correto.21 ( ) A estátua a que se refere o coro no primeiro blo-

co de fala é a estátua do Cabo Jorge, um heróicriado por força da conveniência e para atenderaos interesses políticos, econômicos, culturais eespirituais da população da cidadezinha de CaboJorge, no estado da Bahia. Como uma peça quese passa no Nordeste, O berço do herói apre-senta-se, no todo, com forte influência da litera-tura de cordel, como se percebe nos versosmetrificados e rimados da fala de cada persona-gem.

22 ( ) A peça teatral O berço do herói, de Dias Go-mes, é composta pelo prólogo, em que é apresen-tada a situação dramática em questão; por doisatos e, dentro desses atos, treze quadros. Nessesétimo quadro, são apresentadas situações queenvolvem as principais personagens da peça, quaissejam: o major, o prefeito, o vigário, a viúva

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5 NOVOS CURSOS

Antonieta, o Cabo Jorge e a voz do coro, querepresenta uma voz correspondente à de umnarrador.

23 ( ) Na peça de Dias Gomes, as várias personagensque não têm nome são, ao contrário do que seespera, individualizadas em seus aspectos huma-nos, psicológicos e morais. Somente com o de-senvolvimento da trama é possível conhecer-lhesas múltiplas facetas. Contraditoriamente, a únicapersonagem que representa um tipo social é aque tem nome: Cabo Jorge. A alusão à barriga,em cada uma dessas personagens, no sétimo qua-dro, tem o propósito de mostrar, caricaturalmente,a deformação de caráter que lhes é peculiar.

24 ( ) Na composição do Sétimo Quadro da peça emestudo, o autor empregou o irônico como recursoestético e, em nível de linguagem, utilizou figurasde estilo para instaurar a sugestão e a surpresa.A ironia, a reduplicação e a gradação formam otripé do processo de significação. Desde o cantodo coro introdutório, este recurso é instituído me-diante relação entre três imagens: a estátua, acidade, a barriga.

25 ( ) Na primeira cena deste quadro de Dias Gomes,há uma relação alegórica entre a estátua e a ci-dade, quando se institui a idéia de que a cidadecresceu à sombra da estátua, por duas razões fun-damentais, dentre outras: uma cidade não crescesob uma estátua, uma vez que uma estátua é par-te de uma cidade; a estátua a que se refere não épropriamente uma estátua, pois é revelada, ao fi-nal do quadro, como Cabo Jorge em carne, ossoe movimento.

26 ( ) Tomando como referência as formas verbais cres-ceu e virou, presentes no último coro, observa-se que o verbo crescer compõe os predicadosverbais das orações, revelando os atos. Já o ver-bo virou estrutura o predicado nominal em quegente exprime a circunstância do sujeito repre-sentado pelo substantivo estátua. Esse mecanis-mo gramatical tem sentido simbólico e possibili-tou, com efeito irônico-lúdico, a representação deum recorte da vida do cotidiano brasileiro.

27 ( ) A antítese, o paradoxo ou oxímoro, são figurasde estilo que se confundem. A antítese é umafigura de pensamento resultante da oposiçãoestabelecida entre duas idéias, visando ao con-traste, enquanto o paradoxo ou oxímoro consisteem relacionar palavras antônimas em busca daconciliação de conceitos contraditórios. Assim,em, se Deus lhe enche a alma / e o Cão lheenche a barriga, tem-se um paradoxo, uma vezque os opostos - Deus e Cão - fundem-se emuma única idéia, a barriga.

28 ( ) Numa abordagem semântica, o verbo implicar,utilizado no penúltimo verso do texto em estudoque representa a fala de Antonieta, confirma acompreensão de que o sentido das palavras re-

sulta das relações mantidas por elas com outraspalavras. Por isso, o verbo implicar é usado como sentido de comprometer, em vez de acarretarproblemas. Conseqüentemente, quanto à suapredicação, no texto, funciona como transitivoindireto.

29 ( ) O texto faz referência a uma cidade fictícia. Podeser aproveitado como ponto de partida para ana-lisar o surgimento de núcleos urbanos no BrasilColonial, conforme as atividades econômicas re-gionais. Na área açucareira, as vilas e povoadoseram pontos de contatos entre a administraçãoportuguesa e o poder local dos latifundiários. Nointerior da colônia, onde a ocupação se deu, emgrande parte, em função da pecuária, os povoa-dos surgiram nos caminhos do gado e dostropeiros. Nas regiões de mineração, os arraiaisse formaram no fundo dos vales, perto dos rios edas jazidas minerais.

30 ( ) Ao usar a expressão “nem um tostão desse povoentrou em nossa barriga”, o prefeito quis defen-der a sua honestidade como administrador. Aoestudarmos História, apreendemos que acorrupção, a improbidade e o descompromissoadministrativos são males crônicos das socieda-des modernas e contemporâneas, inexistindo nassociedades antigas e medievais, que atribuíampenas graves como mutilações e morte aos mausadministradores.

31 ( ) O texto também menciona Deus e Satanás. Deussempre teve um papel importante nas sociedadeshumanas, no decorrer dos tempos históricos.Durante a Idade Média, a Igreja Cristã exerceua hegemonia ideológica e cultural da época, ca-racterizada pelo Teocentrismo. Com oRenascimento Cultural, o Humanismo passou avalorizar a vida terrena e o “humano” ocupou olugar cultural dominado pelo divino e extraterreno.

32 ( ) O capitalismo pode não ter inventado a cidade,mas indiscutivelmente inventou a cidade grande.Criou, particularmente, a metrópole e a megalópole.Esses dois fenômenos urbanos são típicos da fasemais avançada do desenvolvimento capitalista, ouseja, da etapa financeira e monopolista, alcançadano final do século XIX. O capitalismo tem umatendência intrínseca, manifestada historicamente,de concentração, seja no plano econômico, seja noplano geográfico: as metrópoles, no século XIX eas megalópoles, mais tarde no século XX.

33 ( ) O processo de urbanização não é tão recente.Entretanto, a partir de 1950 presenciamos umaaceleração neste processo, de tal modo que noano 2000 cerca de metade da população mundialvivia nas cidades. Esse crescimento intensivo dascidades, no Brasil, tem sido acompanhado poruma maciça urbanização da pobreza e diminui-ção da qualidade de vida da população, gerada

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pelo desemprego, falta de saneamento básico, deescolas, de segurança, de assistência médica,dentre outros.

34 ( ) A fome é um dos fortes indicativos de indigênciasocial e surge sob duas formas: aguda e crônica.A fome aguda é medida pelo baixo consumo decalorias e leva à morte por inanição. A fome crô-nica ou subnutrição está muito mais disseminadapelo mundo e é menos evidente (há pessoas obe-sas e subnutridas) e definida por critérios qualita-tivos, decorrendo de uma alimentação deficienteem proteínas, sais minerais, vitaminas ecarboidratos. Ao longo da vida, trás conseqüên-cias graves aos indivíduos que vão desde a baixaresistência imunológica à limitação da capacida-de intelectual.

35 ( ) Alguns países subdesenvolvidos são governadospor ditaduras ou regimes democráticos poucoconsolidados, sob comando de elites em geral in-diferentes ao bem-estar social do restante da po-pulação. Dessa forma, o Estado deixa de realizarmuitas de suas atribuições básicas para satisfa-zer ao interesses da classe social ou do grupoétnico que detém o poder. Essa apropriação doEstado por um setor da sociedade é mais comumnos países economicamente mais atrasados.

36 ( ) No que se refere à nutrição da população brasi-leira, pesquisas recentes do IBGE mostram quea média de consumo de alimentos no Brasil estádentro do mínimo considerado recomendável pelaFAO e OMS, pois a média nacional está cercade 3% acima do padrão. As desigualdades soci-ais no Brasil, entretanto, estão entre as maioresdo mundo, o que indica que a minoria rica conso-me muito, a maioria da população, em especial ascamadas de baixa renda, tem necessariamenteum nível de consumo alimentar bem abaixo des-se mínimo.

TEXTO 3

A máquina extraviada

Estamos tão habituados com a presença da máqui-na ali no largo, que se um dia ela desabasse, ou se alguémde outra cidade viesse buscá-la, provando com documen-tos que tinha direito, eu nem sei o que aconteceria, nemquero pensar. Ela é o nosso orgulho, e não pense queexagero. Ainda não sabemos para que ela serve, masisso já não tem maior importância. Fique sabendo quetemos recebido delegações de outras cidades, do estadoe de fora, que vêm aqui para ver se conseguem comprá-la. Chegam como quem não quer nada, visitam o prefeito,elogiam a cidade, rodeiam, negaceiam, abrem o jogo: porquanto cederíamos a máquina. Felizmente o prefeito é deconfiança e é esperto, não cai na conversa macia.

Em todas as datas cívicas a máquina é agora umaparte importante das festividades. Você se lembra que

antigamente os feriados eram comemorados no coretoou no campo de futebol, mas hoje tudo se passa ao pé damáquina. Em tempo de eleição todos os candidatos que-rem fazer seus comícios à sombra dela, e como isso nãoé possível, alguém tem de sobrar, nem todos se confor-mam e sempre surgem conflitos. Felizmente a máquinaainda não foi danificada nesses esparramos, e espero quenão seja.

A única pessoa que ainda não rendeu homenagem àmáquina é o vigário, mas você sabe como ele é ranzinza,e hoje mais ainda, com a idade. Em todo caso, ainda nãotentou nada contra ela, e ai dele. Enquanto ficar nas cen-suras veladas, vamos tolerando; é um direito que ele tem.Sei que ele andou falando em castigo, mas ninguém seimpressionou.

VEIGA, J. J. Melhores contos. Seleção de JoséAderaldo Castello. São Paulo: Global, 2000.

Considerando os aspectos temático, estrutural econtextual a que se refere o fragmento anterior, julgue ositens de 37 a 50 para assinalá-los de modo correto.37 ( ) Na narrativa curta “A máquina extraviada”, de

José J. Veiga, a temática do insólito traduz umaconstatação de violação das normas, uma sub-versão do real, uma poética de incerteza. Tal po-ética encena uma luta quase perdida pelos sereshumanos contra as manifestações negativas e,conseqüentemente, retrata personagens angustia-das quanto às suas índoles e quanto aos seus es-tados de inanição frente aos acontecimentos es-tranhos.

38 ( ) O discurso de José J. Veiga, no conto “A máqui-na extraviada”, tematiza uma interdição e insisteem trabalhar o binômio opressão versus liberda-de e se transforma numa busca recorrente datemática da expiação, do silêncio e da possessão.As personagens aceitam passivamente as inter-dições. O escritor recorre a objetos insólitos,inexplicáveis e estranhos para viabilizar o seu pro-jeto de construção e de desconstrução crítica darealidade brasileira.

39 ( ) “A máquina extraviada” é um texto que se insereem todas as características do conto tradicional.Apresenta número reduzido de personagens: a açãoestá centrada em apenas um núcleo narrativo; háum narrador que conta a história em 3ª pessoa. Otempo e o espaço também são bem delimitados ebem definidos. Toda a coletânea que compõe Osmelhores contos de José J. Veiga mantém essascaracterísticas, o que permite atribuir ao autor otítulo de um autêntico contista contemporâneo.

40 ( ) A literatura brasileira, em sua fase romântica deconstrução literária, vê-se representada, também,pela obra do escritor goiano, José J. Veiga. O si-lêncio das personagens, dentre outras conotações,revela o processo de construção da história e abusca consciente de subjetividade. No conto “A

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7 NOVOS CURSOS

máquina extraviada”, a personagem românticaencontra-se impossibilitada de expressar sua iden-tidade uma vez que está impedida também dereconhecer a sua própria existência.

41 ( ) Dias Gomes, Graciliano Ramos e José J. Veigasão escritores que representam, literariamente,faces do Brasil. O interior da Bahia e sua reali-dade política; a realidade do sertão de Alagoas,uma cidade qualquer do interior, com persona-gens que revelam a repressão e a passividade doser humano adquiridas pela ausência de uma lin-guagem capaz de transformar o meio em que vi-vem.

42 ( ) Pelo texto 2, de Dias Gomes, vê-se que o Estadoe a Igreja, representados pelo prefeito e pelo vi-gário, são abordados de modo irônico e cômico,num papel que os contrapõe aos interesses dopovo da cidade. No trecho de José J. Veiga, tem-se também a presença da Igreja e do Estado, re-presentados pelo prefeito e pelo vigário, mas evi-denciando percepções distintas nas sua interaçãocom o povo da cidade. No caso do texto 2, umadas motivações centra-se no culto da estátua. Notexto 3, o objeto de contemplação é a máquina.Dessa ótica, a estátua e a máquina são objetosque simbolizam esvaziamento de sentido em fa-vor do culto da aparência, nas suas relações coma cidade e com a população.

43 ( ) A figura do prefeito é retratada sob dois ângulosaparentemente inconciliáveis: credibilidade e es-perteza. O resultado desses dois traços de suapersonalidade, além de delinearem o perfil dopolítico no exercício de suas funções públicas,denotam o reduzido nível de exigência do eleitorquanto ao papel do gestor dos interesses e dasnecessidades da população. Lendo o texto sobeste ângulo, depreende-se que o eleitor, o políticoe o vigário são alvo de crítica pelo narrador, pro-porcionando a interpretação: o político é esperto;o eleitor é desprovido de senso crítico e o vigárioexerce o seu poder mediante promessas de cas-tigo.

44 ( ) “Estamos habituados com a presença da má-quina ali no largo” a expressão em negrito éintrodutória. Sobre ela repousa a seqüência narra-tiva recortada para este estudo. Nela, o verbo es-tar vem flexionado no plural da primeira pessoa,do presente do indicativo. Sintaticamente, tem porsujeito o pronome pessoal que lhe é corresponden-te – nós. Este recurso discursivo serve para esta-belecer aproximação entre o narrador e o leitor.

45 ( ) Na expressão: “Chegam como quem não quernada, visitam o prefeito, elogiam a cidade,rodeiam, negaceiam, abrem o jogo”, além daoração principal, há cinco orações coordenadasassindéticas com as quais se institui a gradaçãode sentido para demonstrar que o prefeito éincorruptível. De outra parte, servem para expres-

sar a sagacidade das delegações seduzidas pelamáquina. Dispostos em seqüência, os verbos des-tas orações – visitam, elogiam, rodeiam, nega-ceiam, abrem – nas relações que mantêm, naexpressão destacada, exercem a função de ver-bos transitivos diretos.

46 ( ) Lendo o 1º parágrafo do fragmento de Veiga, cha-ma-nos a atenção a força argumentativa dos enun-ciados que apontam a contradição: ignorância daserventia da máquina e a seu poder de conver-gência popular. O autor alcançou seu objetivo uti-lizando-se de uma progressão discursiva em quese insere; o uso de operadores argumentativostais como: tão, que, nem, felizmente; o trabalhomorfossintático dos verbos em seus modos(indicativo, subjuntivo e imperativo). Assim, ofe-receu ao leitor um texto coeso, coerente e signifi-cativo.

47 ( ) O texto faz referência a uma máquina. Procu-rando resgatar historicamente a importância da“máquina”, remete-nos à Revolução Industrial.A industrialização do século XVIII iniciou-se coma mecanização do setor têxtil, com amplos mer-cados nas colônias da América, África e Ásia.As invenções da máquina de fiar, do tear hidráu-lico e do tear mecânico aumentaram a capacida-de produtiva.

48 ( ) A mecanização industrial trouxe significativastransformações para quase todos os setores davida humana. No aspecto socioeconômico, hou-ve a separação entre o capital e o trabalho, elimi-nando-se a organização corporativa da produção,utilizada pelos artesãos. O trabalhador perdeu aposse das ferramentas e máquinas, passando aviver da sua força de trabalho.

49 ( ) Pela inexperiência do trabalhador, a industriali-zação aumentou a necessidade de mão-de-obra.Ao contrário do que ocorria com a produçãoartesanal da Idade Média, que englobava todosos membros do grupo familiar, nas indústrias evi-tava-se o trabalho feminino e infantil. Com isto,atividades femininas como tarefas domésticas,aleitamento e educação das crianças foram pre-servadas.

50 ( ) A indústria é uma atividade imprescindível paraa sociedade moderna. O mundo passou por vári-os estágios de transformação de matérias primasaté chegar ao patamar de modernização que setem hoje em vários locais. Estes estágios podemser divididos em : artesanato (estágio mais primi-tivo, realizado em equipe e sem uso de ferramen-tas); manufatura (estágio intermediário, com usoda máquina, mas ainda sem a divisão de traba-lho); indústria moderna (estágio predominante emnossos dias, que surgiu no século XX, caracteri-zado por uma grande divisão de trabalho, uso demáquinas e tecnologias informatizadas, movidaspor energia elétrica e calor).

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TEXTO 4

Novas lideranças, novas identidades:o século 21 começou no século 20

Olhando em retrospectiva, devemos constatar que oano de 1968 foi o primeiro sinal de grave descontenta-mento com o modelo de capitalismo industrial no final deseu ciclo e o marco histórico que anunciou ao mundo ofinal precoce do século 20 e a chegada antecipada doséculo 21. Se o século 20 foi curto com afirma EricHobsbawm, porque começou mais tarde com o fim daPrimeira Guerra Mundial, foi mais curto ainda porque ter-minou muito cedo com a eclosão do protesto estudantilem cadeia, iniciando em Paris, em maio de 1968, passan-do por Berkleley, Berlim e Rio de Janeiro.

Aquele primeiro surto de globalização dos movimen-tos sociais apontava para mudanças radicais que iriam seestender a vastos domínios, influenciando não apenas aeconomia e a sociedade como também o próprio modelode civilização, com seus usos e costumes. Em todas asfrentes o inimigo era o mesmo: a falsa idéia de uma evo-lução sem limites e a ingênua crença na continuidade doprogresso. Para onde vamos? Esta era a questão centralque inquietava os corações e as mentes, especialmente adaqueles que, mal alcançando a idade adulta, não encon-travam respostas satisfatórias para o que viam ou ouvi-am.

À juventude cabia romper barreiras e promover osvalores alternativos de uma nova utopia, menos baseadana luta de classes entre o capital e o trabalho e mais orien-tada para a busca de equilíbrio entre a Natureza e a Cultu-ra, entre a dimensão material e a dimensão espiritual, entrehomens e mulheres, raças e etnias. A busca da harmoniainterior, da espiritualidade e da meditação passou a con-viver, em diferentes comunidades, com a descoberta docorpo e de suas necessidades naturais como um valorcentral da existência.

CAMARGO, Aspásia. Novas lideranças, novas iden-tidades: o século 21 começou no século 20. In: TRI-GUEIRO, André (coord). Meio ambiente no século21.Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

Os itens de 51 a 67 têm como referência a temáticadesenvolvida no fragmento do texto de Aspásia Camargo.Analise-os e os assinale corretamente.51 ( ) Na construção discursiva do terceiro parágrafo

do texto de Aspásia Camargo, nota-se que o pro-cesso argumentativo centra-se na tentativa dedelimitar o papel da juventude. A técnicaargumentativa adotada pela autora, para restrin-gir a significação dada à expressão nova utopia,fundamenta-se na relação entre capital e traba-lho que se opõe à Natureza e Cultura, à dimen-são material e dimensão espiritual, a homense mulheres, e à raça e etnias, tendo como re-curso coesivo as expressões: menos baseada emais orientada.

52 ( ) Em “A busca da harmonia interior, daespiritualidade e da meditação...”, do mes-mo fragmento do texto de Aspásia Camargo,pode-se observar que a relação sintáticaestabelecida entre os constituintes oracionaisprivilegia substantivos que solicitam complemen-tos nominais em vez empregar verbos transiti-vos e seus complementos. Neste sentido, pre-domina, na expressão destacada, o uso do nomee da forma nominal do verbo sobre o uso da for-ma verbal que exprime ação, procedimento pormeio do qual se nota reforçada a idéia de que aharmonia é conquistada por meio de outro mo-delo de relações interpessoais, centradas no cor-po e na existência.

53 ( ) O primeiro e o segundo parágrafos do texto 4foram interligados pela expressão “aquele pri-meiro surto de globalização”, referindo-se aoprotesto estudantil iniciado em Paris, no ano de1968. Em primeira instância, a mesma expressãoreporta-se também “à falsa idéia de uma evo-lução sem limites e à ingênua crença na conti-nuidade do progresso”.

54 ( ) A primeira frase do texto IV pode ser reduzidasem prejudicar a realização do sentido do perío-do: “Olhando em retrospectiva, devemos cons-tatar que o ano de 1968 foi o primeiro sinalde grave descontentamento com o modelo decapitalismo industrial no final de seu ciclo e omarco histórico que anunciou ao mundo o fi-nal precoce do século 20 e a chega antecipadado século 21. Sintaticamente, este é um períodoque pode ser considerado longo, segundo as exi-gências das regras de comunicação moderna.Para aproximá-lo de tais regras, pode-se supri-mir a expressão: “Olhando em retrospectiva,devemos constatar que”.

55 ( ) O texto menciona a Primeira Guerra Mundial queo historiador Hobsbawn colocou como marco parao início do século XX, por ele denominado “AEra dos Extremos”. O conflito foi consideradosem precedentes históricos, pois envolveu todasas grandes potências do mundo. Os tanques deguerra, os encouraçados, os submarinos, a avia-ção, dentre outras inovações tecnológicas, de-monstraram que o mundo possuía uma capacida-de bélica inimaginável.

56 ( ) O ano de 1968 foi marcado não só por movi-mentos estudantis como também por grevesoperárias em vários lugares do mundo. No Bra-sil, foi decretado o AI-5 que inaugurou uma novafase, menos repressora, do regime militar. Se-tores radicais de oposição à ditadura refluíramde suas posições, em favor de acordos políti-cos com o governo Costa e Silva. Em Goiânia,distante dos centros culturais e econômicos doPaís, inexistiram manifestações estudantis deexpressão.

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57 ( ) “Paz e Amor” pregavam as comunidades hippies.Anteriormente a elas, o líder hindu Gandhi, admi-rado por gerações de jovens de todo o mundo,deixara um legado de paz e conciliação. Comoprecursor da independência da Índia, promoveucampanhas de desobediência civil e resistênciapacífica contra a Inglaterra. Comandou o boicoteaos manufaturados ingleses, defendendo o uso dostecidos rústicos de algodão produzidos manual-mente na Índia e o boicote ao sal, vendido pelosingleses sob regime de monopólio.

58 ( ) No Brasil, caracterizado desde o período colonialpelo pluripartidarismo, a militância ecológica criouo PV (Partido Verde), nascido juntamente com oPT. Em meio à crise política que o País viveu em2005, surgiu nova legenda partidária, o PSOL, queabsorveu o PV e tem como objetivo maior apararas arestas em favor do Governo Federal.

59 ( ) No mundo atual, pela primeira vez na história, ahumanidade coloca em risco sua própria sobrevi-vência, como resultado dos profundosdesequilíbrios provocados pela sua contínua in-terferência na natureza. Diante deste quadro edo intenso trabalho efetivado pela mídia interna-cional, a população mundial tomou consciênciade que o homem é parte integrante do meio emque vive e que ele também é componente da frá-gil cadeia que sustenta a vida no planeta e não osenhor absoluto da natureza. Embora não lhe sejamais submisso, continua precisando dela para asua sobrevivência e para a sobrevivência de mi-lhares de espécies dos diversos ecossistemas.Esta consciência ambiental fez com que se ado-tasse a prática de se colocar sempre em segundoplano os interesses econômicos nas negociaçõesinternacionais.

60 ( ) Para se entender a problemática ambiental te-mos a necessidade de rediscutir o modelo de de-senvolvimento, o padrão de consumo, a desigualdistribuição de riquezas e o padrão tecnológicoexistente no mundo atual. Para isso é fundamen-tal compreender o sistema produtivo e os proces-sos de produção que causam tantos desequilíbriosna natureza. No pós-guerra, principalmente apartir da Conferência da ONU sobre o meio am-biente, realizada em Estocolmo (1972), o mundotomou consciência dos limites impostos pela na-tureza.

61 ( ) No Brasil, o movimento ecológico nasceu nofinal dos anos 60, em um contexto histórico mar-cado pela ditadura militar, entrelaçado com ou-tros movimentos sociais de grande importânciacomo o movimento das mulheres, dos negros,dos homossexuais. Neste período, o Brasil al-cançaria o maior desenvolvimento industrial dahistória, submetido ao regime autoritário e desen-volvimentista do governo Médici, sob a égide

do capital internacional. Entretanto, este mode-lo de desenvolvimento era forjado pelas elitesdominantes sem o menor respeito aos trabalha-dores e ao meio ambiente.

62 ( ) De acordo com os estudiosos, o termo “raça”seria totalmente inadequado à espécie humana.Desse modo, o termo “etnia” foi criado para de-finir o sentimento de identificação de um grupo,podendo envolver pessoas com diferentes coresde pele, tipos de cabelo e estrutura física entreoutras. No Brasil, temos como exemplo os ne-gros ou afro-brasileiros, os diversos grupos indí-genas, os descendentes de italianos, portuguesese outros. A despeito da presença da discrimina-ção contra diferentes grupos, há movimentos quelutam para que se esclareça a diferença entreraça e etnia e reivindicam a busca da alteridade.

63 ( ) Existe, normalmente, um certo equilíbrio de pro-porções entre o sexo masculino e o sexo femini-no no mundo. Entretanto, em alguns países, o nú-mero de homens supera significativamente o nú-mero de mulheres como, por exemplo, na Nigériae na Etiópia. Isto ocorre basicamente por doismotivos: muitos bebês do sexo feminino são sa-crificados ao nascerem, por serem consideradosum peso a mais para o orçamento doméstico; inú-meras mulheres morrem, por causa de doençassexualmente transmissíveis como a AIDS.

64 ( ) O incremento das técnicas, associado ao modode produção capitalista, propiciou o aumento fre-nético de produtos a serem oferecidos aos cida-dãos do mundo. A sociedade do culto “ter” opõe-seà do “ser” de tal modo que se vive em uma soci-edade global que almeja o consumo, o acúmulode bens e serviços. Os países desenvolvidos sãoos que mais se embrenham neste modelo de so-ciedade. Nos países subdesenvolvidos9 a eco-nomia informal surgiu na década de 70, como al-ternativa de emprego e consumo para a populaçãomenos favorecida economicamente, proporcionan-do-lhe o poder de compra e a satisfação pessoal.

65 ( ) No romance Mongólia, Bernardo Carvalho fazamplas digressões sobre a entrada do capitalis-mo na região da Mongólia. Dessa forma, o autor,em uma abordagem literária cuja fronteira entrea ficção e a realidade é quase imperceptível, apre-senta também o seu “grave descontentamentocom o modelo de capitalismo industrial”. Anteci-pa, assim, com sua obra, vários fatores de ordempolítica, econômica, social e cultural que marcameste início de século XXI.

66 ( ) A obra Caderno de Edmar Guimarães apresen-ta características próprias de uma metalinguagemdo fazer literário. Como num caderno, a vida pre-cisa ser passada a limpo, observando-se atenta-mente os rascunhos para que estes sejam osmesmos textos a vigorarem no jogo existencial.Isto faz com que a obra do poeta esteja enganjada

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nos movimento que provocaram mudanças radi-cais na sociedade do século XX e, de forma es-pecífica, nos movimentos da juventude, baseadosna promoção de valores alternativos e útopicos,conforme sugere o texto de Aspásia Camargo.

67 ( ) O movimento simbolista, no qual se insere a poe-sia de Alphonsus de Guimaraens, adotou princí-pios semelhantes ao do movimento realista-natu-ralista, muito embora tenha se impulsionado naliteratura brasileira por uma reação à idéia de queo indivíduo e toda a realidade humana encontraexplicações e soluções com o uso exclusivo doconhecimento científico. Pode-se afirmar que ospoetas simbolistas fizeram uma poesia em quese expressa o descontentamento com o capitalis-mo industrial e com a falsa idéia de uma “evolu-ção sem limites” .

LÍNGUA ESTRANGEIRA

ATENÇÃOO candidato que, na ficha de inscrição,

optou pela língua espanhola deve passarpara o item 68, página12.

INGLÊS

TEXTO 5São Bernardo

Graciliano RamosPaulo Honório is a tough man who does everything toearn more money and to be more powerful. But, when heknows Madalena, a game of interests begins. His world,dominated by the use of force and represented by SãoBernardo, his farm, is questioned by Madalena’s world,built on a base of love and charity. This fight leads to anastonishing and perfect end, in which Paulo Honório rea-lizes that he is a “pig” which can’t be able to forgive andto change his way of life.

http://www.villagevoice.com

Após a leitura do texto acima sobre a obra deGraciliano Ramos, São Bernardo, marque os itens de 68ao 72, indicando (V) para os itens verdadeiros e (F) paraos itens falsos.

68 ( ) No trecho acima, são citados três personagensque compõem a obra de Graciliano Ramos, SãoBernardo;

69 ( ) Paulo Honório é um homem explorado, que tra-balha duro para ganhar dinheiro e pagar os devi-dos impostos;

70 ( ) quando conhece Madalena, Paulo Honório tor-na-se dominado pela figura da mulher e de seufilho Bernardo;

71 ( ) a obra relata a luta de Paulo Honório e de suaesposa para fazer com que Bernardo seja reco-nhecido como um Santo, por suas obras de amore de caridade;

72 ( ) o final é surpreendente e perfeito: Paulo Honórioreconhece que é um ¨porco¨ incapaz de perdoare de mudar seu modo de vida.

Os itens 73 e 74 referem-se ao texto 6 de Dias Go-mes. Leia-o e observe a temática desenvolvida pelo au-tor. Depois, verifique se há correspondência entre estatemática e a mensagem veiculada na charge correspon-dente ao item. Marque V ou F.

TEXTO 6

Não é botão que se abra em flor,Que desabroche em vida e perfume,Não é botão que adormece a camisolaDa noiva desejadaE desabotoe em prazer e amorAo doce apelo da fecundidade;É o contato fatal entre dois pólos,Fim de todos os fins.

Botão que esperaO dedo assassino,Exterminador, que o virá premire o fará pariro feto atômico.

GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1999. p. 18.

Charge 1

www.miltpriggee.com

73 ( ) Title: Technology Vs Humanity, Artist : MiltPriggee, Attribution: Milt Priggee.

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11 NOVOS CURSOS

74 ( ) Title: Computers: Business, TODAYS CARTOONby Randy Glasbergen.

Os itens 75 e 76 referem-se ao texto 7 de DiasGomes. Leia-o e observe a temática desenvolvida peloautor. Depois, verifique se há correspondência entre estatemática e a mensagem veiculada na charge correspon-dente ao item. Marque V ou F.TEXTO 7“... Cabo Jorge pertence a esta nossa geração que, muitoantes de chegar à idade da razão, recebeu a notícia, ja-mais dada a outros antes de nós: o homem adquiriu opoder de destruir a humanidade. Num mundo assim, quepoderá desaparecer de um momento para outro, ao sim-ples premir de um botão, certos conceitos de heroísmo,de dignidade, lhe parecem absurdos, ridículos”.

GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1999. pp. 58 e 59.

http://www.glasbergen.com/

76 ( ) Vince O’Farrell, Wallongong, Australia, TheIllawarra Mercury, The Melbourne Express.

http://cagle.msnbc.com/politicalcartoons/PCcartoons/PCbest3

TEXTO 8Junto à estátua, sob um jato de luz.

À sombra desta estátuaUma cidade cresceu,Cresceu, cresceu,À sombra dela cresceu.Barriga também cresceude muita gente cresceu.

Surgem Major, Prefeito e Vigário com enormesbarrigas. Cantam e dançam.

GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1999. p. 111.

Charge 5

78 ( ) Title: CIA secret prisons around the World, Artist:Stephane Peray, Attribution: Stephane Peray,Thailand

http://www.politicalcartoons.com/

Charge 3

http://www.cagle.com/politicalcartoons/PCcartoons/PCbest3.asp

75 ( ) Steve Sack, Minnesota, The Minneapolis Star-Tribune.

Charge 4

77 ( ) Title: Tax Cuts for the Wealthy, Artist: MonteWolverton Attribution , Monte Wolverton, CagleCartoons

http://www.politicalcartoons.com

Charge 6

Os itens 77 e 78 referem-se ao texto 8 de Dias Go-mes. Leia-o e observe a temática desenvolvida pelo au-tor. Depois, verifique se há correspondência entre estatemática e a mensagem veiculada na charge correspon-dente ao item. Marque V ou F.

Charge 2

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12 VESTIBULAR 2006/1

Os itens de 79 a 83 referem-se a diferentesmanchetes retiradas de Brazzil Senior Citizens (http://www.brazzil.com) sobre aspectos sócio-políticos eculturais no Brasil. Marque com V as informações sobrequestões de analfabetismo, de violência, de imigraçãoe, com F as que não tratarem destes problemas.79 ( ) The Old Boys (and Girls) from Brazil - The

proportion of Brazil’s elderly is increasing morerapidly than that of children. In 1980 there were16 elderly for every 100 children. In 2000, therewere 30 elderly for every 100 children. TheCatholic Church in Brazil is focusing its attentionon them, this year.

80 ( ) Inspired by similar lists of movies and books inthe United States, Rio’s weekly magazine Man-chete asked a group of eight experts from Rioand São Paulo to present their 50 favorite roman-ces produced this century by Brazilian writers.Grande Sertão: Veredas by João Guimarães Rosacame in first with 315 points out of a possible400, just slightly ahead of Mário de Andrade’sMacunaíma. with 300.

81 ( ) Itamaraty’s (Foreign Ministry) first census onBrazilians overseas is out with the revelation: 1.5million Brazilians have left their country for thefirst and third world. From those, the majority(610,130) went to the US. Almost one third ofthose who chose the United States went to NewYork (230,000). As large as it is, the exodusphenomenon represents less than 1% of Brazil’s160 million souls.

82 ( ) Amnesty International in its latest report on Brazilshows that high levels of crime continues to driveunderfunded, poorly trained and often corruptpolice forces to the further use of repressivemethods. Thousands of people were killed inconfrontations with the police, often in situationsdescribed by the authorities as “resistancefollowed by death.

83 ( ) The price of books and lack of libraries can beconsidered some of the reasons for Brazil’s lowreading index and illiteracy. According to a CBLstudy, Portrait of Reading in Brazil, 61% of Brazil’sliterate adult population has very little or no contactwith books. Among the 17 million people whodon’t like to read books, 11.5 million have 8 yearsof schooling or less.

ESPANHOL

TEXTO 5Mestre Graciliano

Ramos fue tan marginal en su puesto de empleado públicode una región perdida del Brasil como el Nordeste mismoes marginal al Brasil moderno. Su experiencia comoPrefecto de Palmeira dos Indios en Alagoas (donde eradueño de una tienda llamada Sincera) sólo duró un par deaños, pero los relatorios oficiales que escribió en eseperíodo llamaron la atención del Brasil entero por laeconomía y precisión de su lenguaje. Graciliano Ramosfue Director de la Imprenta Oficial, en Maceió, la capitaldel Estado (1930-1931) y, más adelante, Director deInstrucción Pública por un lapso de tres años (1933-1936).Un introvertido, tímido hasta el extremo del silencio totalo a la emisión, epigramática, de frases que no solicitan eldiálogo, Ramos manifestó su reticencia hasta por la demoraen publicar su primera novela. Iniciada en 1925, Ramostenía ya cuarenta y un años cuando Caetés apareció en1933. Al año siguiente saldría su segunda novela, SãoBernardo, que él llegaría a considerar como menos malaque la anterior.

Graciliano Ramos y el regionalismo nordestino.En Revista de la UNAM, v. 39, nueva época, nº 30,

octubre 1983, p. 34-41 (adaptado)

As seguintes informações são conclusões a que sepode chegar baseando-se no trecho anterior sobreGraciliano Ramos.68 ( ) Graciliano Ramos era marginalizado pela

sociedade por causa do seu emprego comofuncionário público em uma região perdida nonordeste do Brasil.

69 ( ) Ele foi prefeito de Palmeira dos Índios, uma cidadelocalizada no interior do Estado de Alagoas, e, aomesmo tempo, tinha uma tenda para reuniões, ondese conversava con sinceridade sobre economia eprecisão.

70 ( ) Quando ele era Diretor de Instrução Pública,cometeu um lapso que lhe trouxe conseqüênciaspor três anos, de 1933 a 1936.

71 ( ) Ele era um homem tímido e de poucas palavras,tanto nos seus relatórios oficiais como alcalde,como na oralidade do seu dia-a-dia e até napublicação dos seus romances.

72 ( ) O seu renomado romance São Bernardo, tãoelogiado pela crítica nacional e mundial, foipublicado em 1934 y considerado pelo autorapenas como “menos ruim” que o anterior, Caetés,lançado um ano antes.

Page 13: Vestibular

13 NOVOS CURSOS

TEXTO 6

Não é botão que se abra em flor,Que desabroche em vida e perfume,Não é botão que adormece a camisolaDa noiva desejadaE desabotoe em prazer e amorAo doce apelo da fecundidade;É o contato fatal entre dois pólos,Fim de todos os fins.

Botão que esperaO dedo assassino,Exterminador, que o virá premire o fará parir o feto atômico.

GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1999. p. 18.

Os itens de 73 a 77 referem-se ao texto 6 de DiasGomes. Leia-o e observe a temática desenvolvida peloautor. Depois, verifique se há correspondência entre estatemática e a mensagem veiculada no hipertexto (charge,gráfico, fotografia) que compõe o item. Marque V ou F.

74( ) Charge 2

75 ( ) Charge 3

76 ( ) Gráfico 1

77 ( ) Foto 1

[Botón]

EFECTOS GLOBALESDE UNA GUERRA NUCLEAR

... vemos uma flor de botón azul,campanulácea ... 95.10 Kb

73 ( ) Charge 1

Fonte: www.losGraficos.com

Fonte: www.usuarios.lycos.es

Fonte: redescolar.ilce.edu.mx/

Fonte: www.arrakis.es/~lallave/nuclear/global.htm

Fonte: www.coloredhome.com/paisajes_pirineo/turieto/turieto.htm

Page 14: Vestibular

14 VESTIBULAR 2006/1

LARGADA

5m

100m32m 32m

A

B

TEXTO IAtividade física é qualidade de vida

Exercitar-se com disciplina é a chave para garantir asaúde e o bem-estar

Nunca se falou tanto em qualidade de vida e saúdecomo nos últimos tempos. O que antes era apenas motivode preocupação ou modismo, hoje tornou-se necessida-de. Para nós, educadores, é nítido o aumento desta cons-ciência. Já não era sem tempo. Pois o homem atualmenteé submetido a uma quantidade avassaladora de pressões eresponsabilidades. Isso é apenas uma das conseqüênciasdesse tempo de novas tecnologias e economia globalizada.A evolução permitiu o desenvolvimento, gerando no nos-so cotidiano mais conforto e comodidade. A tecnologiafacilita o dia-a-dia, mas também nos prende a afazeresque roubam o nosso tempo, diminuindo ou eliminando olazer e a atividade física. Esta ausência de atividade físi-ca trouxe aumento do estresse e do sedentarismo, princi-pais inimigos da vida saudável. Diante desse quadro crô-nico moderno, só nos resta trazer o homem de volta à suaorigem, resgatando o movimento. Todas as descobertasda ciência e da fisiologia humana nos últimos anos levamaquilo que eu já dizia na década de 60: “A máquina huma-na é a única que se aprimora com o uso e se atrofia como desuso”.

COBRA, Nuno. IstoÉGente, 17/03/03 [adaptado]

O exercício físico é um dos principais mecanismospara melhorar a nossa saúde e qualidade de vida.84 ( ) Considerando-se os efeitos benéficos do exercí-

cio físico regular e controlado, em nível cardio-vascular ocorre a melhora da eficiência do mús-culo cardíaco, acarretando maior eficiência docoração como bomba propulsora de sangue.

A corrida moderada é uma excelente prática de exer-cício útil ao combate contra o sedentarismo. A figura abaixorepresenta uma pista para a prática de corrida formada porsemicircunferências e segmentos de reta conforme o es-quema:

Suponhamos que duas pessoas estejam correndona pista. A pessoa A utiliza a linha externa, enquanto apessoa B utiliza a linha interna (considere π = 3,14).Assinale corretamente os itens a seguir.

TEXTO 7

COROJunto à estátua, sob um jato de luz.

À sombra desta estátuaUma cidade cresceu,Cresceu, cresceu,À sombra dela cresceu.Barriga também cresceude muita gente cresceu.

Surgem Major, Prefeito e Vigário comenormes barrigas.Cantam e dançam.

GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1999. p. 111.

As seis frases, a seguir apresentadas, foramextraídas de jornais e revistas hispânicos. Marque V paraaquelas frases nos itens que tratam do mesmo temadesenvolvido por Dias Gomes no texto 7 e F para os quenão tenham relação com o tema em referência.78 ( ) No permitiré injusticias ni juego sucio, pero si se

pilla a alguien practicando la corrupción sin queyo reciba una comisión lo pondremos contra lapared... ¡Y daremos la orden de disparar! Fonte:www.enplenitud.com

79 ( ) El recaudo de impuestos este año llegó a un récordhistórico de 43,3 billones de pesosEso, sumado a la revaluación, las privatizacionesy los altos precios del petróleo llevarán a que eldescuadre fiscal este año ronde el 1 % del PIB.Fonte: El Tiempo 22/12/2005

80 ( ) La corrupción socava la calidad de vida de laspersonas en todo el mundo, no solo en los paísespobres. Fonte: El Tiempo 26/12/2005

81 ( )Estadísticas demuestran una asombrosa alza enel índice de problemas cardiacos, diabetes yobesidad entre la población del Sur de Texas.Fonte: El Nuevo Heraldo 11/4/2005

82 ( ) ... la corrupción socava la legitimidad de lasinstituciones públicas, atenta contra la sociedad,el orden moral y la justicia, así como contra eldesarrollo integral de los pueblos ... Fonte:www.oas.org/dil/esp/Oficina_de_derecho_interamericano_programas 1º/1/2006.

83 ( ) ¡¡¡cómo se atreven a querer bajarnos el suelditoque apenas alcanza para vacacionar 4 veces alaño, comprarnos no más de 4 o 5 movilidades, omantener una casita con piscina en los barriosmás caritos de La Paz o Sta. Cruz (...) no semetan con los sueldos, empiezan por ahí ydespués querrán cortarnos nuestros negocitos,que seran sucios, pero se sabe que chancholimpio nunca engorda.Fonte: http/bolivia.indymedia.org

CIÊNCIAS DA NATUREZAE MATEMÁTICA

Page 15: Vestibular

15 NOVOS CURSOS

89 ( ) Ao final da corrida de São Silvestre, dois atletasA e B estão a 900 m da linha de chegada dispu-tando o primeiro lugar. Sabendo que suas veloci-dades são regidas, respectivamente, pelas funçõesvA = 3 + 0,015t e vB = 3,5 + 0,01t (t em s, v em m / s),podemos afirmar que o atleta B é o vencedor dacorrida.

90 ( ) Após realizar uma série rigorosa de exercíciosaeróbicos, o corpo de um atleta recebe umaquantidade de calor Q que provoca um aumento de1,5 oC de sua temperatura corporal. Se a mesmaquantidade de calor Q for aplicada a um líquido,com a mesma massa do atleta, e sofrer umavariação de temperatura de 1oC, então podemosafirmar que o calor específico desse líquido é de 3/2do calor específico do corpo do atleta.

85 ( ) A pessoa B deve dar mais de 7 voltas para poderpercorrer a mesma distância percorrida em 6voltas pela pessoa A.

86 ( ) O comprimento da pista interna corresponde aaproximadamente 92,7 % do comprimento da pistaexterna.

87 ( ) Para revestir a pista com um certo material, gasta-se aproximadamente R$ 4.166,60, sendo que ocusto de cada m2 desse material é de R$ 0,50.

88 ( ) Nas células, o aumento do metabolismo durante oexercício físico é seguido de uma atividademitocondrial menos pronunciada e de uma exi-gência menor dos processos de transporte ativospela membrana, como é o caso da bomba de sódioe potássio.

91 ( ) Em um atleta, o mecanismo de fornecimentoenergético é determinado primariamente peloaumento da síntese protéica e quebra das proteí-nas armazenadas. Neste processo, estão envol-vidas as funções do ergastoplasma e do comple-xo de Golgi.

92 ( ) Durante a atividade física, a transpiração ocorrecomo fator regulador do aumento da temperatu-ra corpórea. Com a vasodilatação, há uma maiorsaída de líquidos do leito vascular e estes, atravésdos poros da pele, são lançados à superfíciecorpórea atenuando a hipertermia provocada peloaumento do metabolismo celular.

93 ( ) Num grupo de 99 esportistas, 40 praticam vôlei,20 praticam vôlei e futebol, 22 praticam futebol etênis, 18 praticam vôlei e tênis e 11 praticam astrês modalidades. Se o número de pessoas quepraticam futebol é igual ao número de pessoasque praticam tênis, então 36 pessoas praticamtênis e não praticam vôlei.

94 ( ) Se uma pessoa do grupo citado acima é escolhidaao acaso, a probabilidade de que ela pratique so-mente futebol é de aproximadamente 0,545.

95 ( ) Uma academia oferece aos seus usuários ginásti-ca localizada, musculação e 4 opções de esportes:natação, basquete, futsal e vôlei. As possibilida-des para que uma pessoa pratique uma atividadedo primeiro grupo e duas do segundo são 8.

A respiração é um ciclo completo e cíclico quecomeça pela inalação e acaba pela exalação, e isso leva

aproximadamente 5s. A função ��

���

��

5

ðt2sen

2

1)(tf , onde

t está em segundos, é frequentemente utilizada para re-presentar a taxa de fluxo de ar (l/s) dentro dos pulmões.Após o processo de inalação, os pulmões estão totalmen-te cheios. Supondo-se que no instante t = 0 começa oprocesso de respiração, assinale os itens 96, 97 e 98.96 ( ) Para t = 2,5 s o volume de ar dentro dos pulmões

é máximo.97 ( ) Quando t = 1,125 minutos inicia-se uma nova eta-

pa de inalação.98 ( ) A taxa de fluxo de ar é máxima para valores de

t = (1,25 + 2kπ) s onde k∈Ν.

Page 16: Vestibular

16 VESTIBULAR 2006/1

Durante o metabolismo, visando a produção de ATP,as células transformam a glicose em piruvato que,posteriormente, é transformado em CO2 e H2O durante arespiração. Em situações de intensa atividade muscular,o suprimento de O2 no músculo não consegue atender àdemanda. Assim, o músculo utiliza o glicogênio para gerarATP por fermentação, formando lactato como produtofinal, conforme a reação a seguir:

C

C

CH3

O

O O

piruvato

-

C

C

CH3

OH

O O

lactato

-

H+ NADH + H+

+ NAD+

A lasanha, descrita anteriormente, quando mal acon-dicionada, pode estragar e servir de meio de cultura paramicroorganismos tais como bactérias e fungos.

102 ( ) Suponha que o número de bactérias de uma co-lônia, presente em uma lasanha em decomposi-ção, aumente de acordo com a função:

15310)( �� ttN , onde t é o tempo em minutos.Pode-se dizer que, após 2 minutos, o número debactérias triplicou em relação ao primeiro minuto.

103 ( ) Em um laboratório de microbiologia para a culturadestas bactérias, prepara-se uma solução de ágara 8% num frasco Erlenmeyer, constituído de umtronco de cone reto e de um cilindro circular reto,conforme a figura:

Considerando que a solução de ágar preenche todo otronco do cone e desprezando as espessuras do vidro, se294π ml foram utilizados para a cultura, então no frascoresta menos do 50 % do volume inicial da solução.

104 ( ) Uma das facilidades da vida moderna no preparode refeições rápidas é o forno de microondas.Considere que um forno de microondas sejacapaz de fornecer uma potência de 12000 cal/min para a água componente dos alimentos.Então, um copo com 200 g de água, colocadoneste forno de microondas, depois de 10 s terá asua temperatura aumentada de 10 oC. Considerecágua = 1 cal / g . ºC.

Com base nestas informações assinale corretamenteos itens 99 e 100.99 ( ) Trata-se de uma reação de oxidação e redução

onde o grupo cetona do piruvato foi oxidado aálcool, enquanto a molécula de NADH sofreuredução.

100 ( ) Piruvato e lactato são bases conjugadas dos ácidospirúvico e láctico, respectivamente.

Julgue os itens seguintes.101 ( ) “A evolução permitiu o desenvolvimento, gerando

no nosso cotidiano mais conforto e comodidades.A tecnologia facilita o dia-a-dia ......”. Nessecontexto, basta observar a variedade de produtossemi-prontos nas prateleiras dos supermercados.Por exemplo, uma lasanha “Chester” traz, no seurótulo, a seguinte informação por 100g do produto:cálcio = 66 mg; ferro = 1mg; sódio = 515 mg, entreoutros componentes. Assim, o consumo de umaporção de 162,5 g desta lasanha levará à ingestãode 2,68.10-3 mol de Ca e 3,64x10-2 mol de sódio.

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17 NOVOS CURSOS

TEXTO 2A transferência de nutrientes

Durante uma queimada, nem todos os nutrientes vãoobrigatoriamente para a superfície do solo sob a formade cinzas. Grande parte deles é perdida para a atmosferacomo fumaça. Cerca de 95% do N presente na fitomassacombustível volatilizam-se, retornando à atmosfera comogás. A metade dos outros nutrientes, como fósforo, po-tássio, cálcio, magnésio e enxofre entra em suspensão noar sob a forma de micropartículas de cinza, constituindo aparte visível da fumaça. Assim, a grande perda de nutrien-tes provocada pelo fogo reside nesta forma de transfe-rência para a atmosfera e não na lixiviação dentro dosolo, como se imaginava. A névoa seca que escurece oscéus do Brasil Central, na época das queimadas (junho,agosto), é uma demonstração visível dessa enorme perdade nutrientes. Numa estimativa grosseira, poderíamos di-zer que o Parque Nacional das Emas, com seus 131.832 hade Cerrado, queimados integralmente no ano de 1994,perdeu para a atmosfera algo em torno de 3.000 T denitrogênio, 220 T de fósforo, 1.000 T de potássio, 1.800 Tde cálcio, 400 T de magnésio, 450 T de enxofre, totalizandocerca de 6.800 T de nutrientes minerais sob forma ele-mentar.

Felizmente, estes nutrientes em suspensão na atmos-fera acabam por retornar ao solo, seja por gravidade, sejapor arraste pelas gotas da chuva. Um balanço feito emcerrados de Pirassununga, entre o que saía e o queretornava anualmente, permitiu-nos avaliar que, se asqueimadas fossem feitas em intervalos de 3 anos, o “pool”de nutrientes no ecossistema local praticamente não so-freria prejuízos.

105 ( ) Uma pessoa que ingere 10 mg, 18 mg e 20 mgde vitaminas A, B e C, respectivamente, teráconsumido 3, 2 e 1 gramas dos alimentos I , II eIII respectivamente.

106 ( ) Se o alimento I custa R$ 0,40 por grama e osoutros dois custam, cada um, R$ 0,20 por grama,então, é possível atender a necessidade diária devitaminas de uma família de 4 pessoas gastando-se apenas R$ 4,00.

107 ( ) Se uma pessoa consumir 1800 mg do alimentoIII, então poderá atender as suas necessidadesde vitaminas consumindo-se 400 mg do alimentoI e 2600 mg do alimento II.

A tabela abaixo relaciona a quantidade de vitaminasA, B e C presentes em cada grama de três tipos dealimentos I, II e III, bem como a quantidade mínimanecessária na refeição diária de uma pessoa.

Vitamina(mg)

ABC

AlimentoI134

AlimentoII235

AlimentoIII330

Quantidademínima

119

20

AlimentoII235

112 ( ) A medida do segmento CD é 10 km.

113 ( ) Sabendo-se que3

350120AP

�� km, então

ângulo θ é de 6

rad.

Al3+(aq) + 7H2O(l) [Al (H2O)6]3+(aq) + H2O(l)

[Al (H2O)5OH]2+(aq) + H3O+(aq)

De acordo com essas informações, assinale os itens108 a 111.108 ( ) Verificando a equação, podemos afirmar que o

Al3+ é um dos responsáveis pela acidez dos so-los do Cerrado.

109 ( ) O íon Al3+ nessa reação é considerado umabase de Lewis.

110 ( ) A constante de equilíbrio para a reação pode serescrita como:

Os solos do Cerrado são passíveis de desequilíbrioquanto ao teor de alumínio. Este último está sujeito àseguinte reação na solução do solo:

[Al(H2O)5OH]2+ . [H3O+]

Ke = [Al3+]

Supondo-se que uma região do cerrado atingida poruma queimada tenha o formato da figura abaixo e áreatotal de 1 318,32 km2,

ondeA1 + A2 = 1 018,32 Km2

AB = 40 km BC = CD BE = 50 km

111 ( ) O pH dos solos do Cerrado pode ser corrigidopela adição de carbonato de cálcio. Sabendo-se

que o íon -23CO pode reagir com os íons H3O

+

para formar o íon -3HCO , de onde se pode con-

cluir que esta neutralização causará um aumen-to na concentração de íons Al3+.

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18 VESTIBULAR 2006/1

115 ( ) O enxofre liberado nas queimadas pode reagircom o oxigênio do ar formando dióxido de enxofre,que, em contato com mais oxigênio, transforma-se em trióxido de enxofre. O trióxido de enxofre,em contato com vapor de água, transforma-se emácido sulfúrico.S(s) + O2(g) SO2(g)SO2(g) + ½ O2(g) SO3(g)SO3(g) + H2O (l) H2SO4(aq)

Considerando que em 1994 foram liberadaspara a atmosfera 450 T de enxofre, a quantidadede SO3 que potencialmente gerou chuva ácida foide 1125 T.

116 ( ) Além das queimadas, outro grande poluenteambiental é o monóxido de carbono liberado pelosmotores dos automóveis. A molécula destecomposto é linear, apolar e possui 10 elétrons devalência.

117 ( ) Sobre as cianofíceas, seu conteúdo nuclear en-contra-se difuso no citoplasma devido a ausên-cia de membrana nuclear e os pigmentos nãoestão contidos nos plastos.

118 ( ) Os estômatos e as lenticelas são estruturas vege-tais especializadas em realizar trocas gasosas como meio externo enquanto que o esclerênquima sãoestruturas responsáveis pela sustentação.

119 ( ) Os acúleos são estruturas da raiz que atuam comoabsorventes de água.

TEXTO 3Elementos essenciais

Dos 112 elementos conhecidos, mais ou menos 20são essenciais e podem ser, de modo geral, divididos emduas categorias: elementos que existem em quantidadesnormais e aqueles que só aparecem em pequeníssimasquantidades (denominados elementos traço). Os elemen-tos que existem em quantidades normais incluem elementosrepresentativos (C, H, N, O, P e S), que são usados prin-cipalmente na construção de proteínas e outros compo-nentes orgânicos celulares. Incluem-se também íons mi-

nerais como Na+, K+, Mg2+, Ca2+, Cl- e -24HPO , que ser-

vem como eletrólitos.Quatro elementos (O, C, H e N) correspondem à

maioria da massa do corpo humano. Aproximadamente99% da estrutura do corpo são constituídos por elemen-tos com número atômico até o 21. O 1% restante doselementos essenciais vem principalmente da primeira sé-rie de transição. Na realidade, a sua importância não podeser bem definida em relação à sua abundância no corpohumano, sendo que o ferro, o zinco e o cobre estão entreos elementos mais importantes.

O corpo humano contém cerca de 75mg de cobre,dos quais cerca de um terço é encontrado nos músculos eo restante em outros tecidos. Ele se envolve em muitasfunções biológicas e a sua deficiência aparece de inúme-ras formas: anemia, degeneração do sistema nervoso,deficiência imunológica e defeitos na cor e estrutura doscabelos.

Muitos desses elementos podem ser obtidos de ali-mentos consumidos no cotidiano (Tabela A).

Fonte

Levedo de cervejaOvosCastanha-do-paráGalinhaOstraCastanha-do-paráQueijo suíçoLeite integralBrócolisManteigaVinagre de cidra

mg/100g

17,32,34,22,6

13,72,3

925118103

0,150,09

Elementos

Ferro

Zinco

Cobre

Cálcio

Selênio

Tabela A: Fontes de alguns elementos essenciais

KOTZ J. C.; TREICHEL Júnior, P. Química e reações químicas.Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 1.

120 ( ) Tanto as briófitas quanto as pteridófitas possibi-litaram grande expansão vegetal ao ambiente ter-restre devido a presença de vasos condutores.

Considerando que o ponto A da figura anteriorcoincida com a origem de um sistema de eixos decoordenadas cartesianas, tendo o eixo x sobre AC e eixoy orientado de baixo para cima, marque o seguinte item:

114 ( ) Podemos afirmar que a equação da reta paralela

a CE e que passa pelo ponto B é 5x + y = 40.

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19 NOVOS CURSOS

121 ( ) Observando-se a carga nuclear efetiva doselementos essenciais em suas formas iônicas Na+,Mg2+ e Cl -, constata-se que a espécie queapresenta maior raio iônico é o íon cloreto.

122 ( ) Para manter a taxa de 75mg de Cu no corpo deuma pessoa adulta, recomenda-se a ingestão de 2,3mg de Cu/dia, em média. Sabendo-se que o cobreé absorvido no teor de 50% do total ingerido,verifica-se que o consumo de 12 unidades decastanha-do-pará (Tabela A), com peso médio de11g cada, como única fonte deste mineral, conduziráa uma deficiência de 40% de cobre ao dia.

123 ( ) Substâncias como CO2, H2O, PCl3 e NH3 sãoformadas por elementos representativos eapresentam em comum o tipo de ligação químicaentre os átomos. A polaridade da molécula, porsua vez, depende da eletronegatividade dos átomosque formam a ligação e da geometria molecular.No conjunto de substâncias citadas, tem-sesomente moléculas polares, pois todas as ligaçõesentre os átomos são polares, apresentando vetor

resultante diferente de zero ( 0ìR ).

124 ( ) O fosfato de cálcio Ca3(PO

4)

2 é encontrado nos

ossos dos animais. Neste composto, o átomo de Ppossui número de oxidação 3+.

TEXTO 4As moléculas de hemoglobina são formadas por

uma porção protéica (globina) e uma não protéica (heme).O grupo heme é constituído por anéis heterociclícoscomplexados com Fe2+, onde podem se ligar moléculaspequenas como O2, CO2 e CO. A molécula dahemoglobina humana normal (HbA) difere de outrashemoglobinas, denominadas anômalas, como ahemoglobina S (HbS), característica da anemia falciforme.A HbS é menos solúvel do que a HbA, formandoprecipitados no interior das hemácias, o que provoca umasérie de alterações no organismo do indivíduo. A diferençaentre as duas hemoglobinas é a substituição de um resíduode ácido glutâmico por um de valina.

Considerando-se os aspectos genéticos ebioquímicos da hemoglobina, pode-se afirmar que125 ( ) as fórmulas estruturais do ácido glutâmico e da

valina, com as cadeias laterais em destaque,permitem concluir que a cadeia lateral do ácidoglutâmico, devido ao grupo carboxílico, tem carganegativa no pH próximo a 7,0 encontrado nointerior das hemácias, enquanto a cadeia lateralda valina é hidrofóbica.

H – N – C – C – OH

– H – H – O

– – –

CHCH3

–CH3

valina

H – N – C – C – OH

H – H – O –

– – –

CH2–

CH2

CO = – OH

ácido glutâmico

128 ( ) Fazer caminhadas, corridas, ciclismo, ou nataçãoao ar livre nos expõe aos raios solares. O Sol éuma importante fonte de radiações ultravioleta, àsquais somos expostos diariamente. Para conse-guir retirar fotoelétrons de uma placa metálica,cuja função trabalho é de 6,6.10-19 J, seriam ne-cessárias radiações ultravioletas solares com com-primentos de onda superiores a 3,5 . 10-7 m.Considere c = 3 . 108 m / s e h = 6,6 . 10-34 J.s.

126 ( ) A cadeia lateral do ácido glutâmico podeestabelecer interações íon-dipolo, enquanto acadeia lateral da valina estabelece somenteligações de van der Waals.

127 ( ) A figura a seguir apresenta o resultado da análi-se por eletroforese das hemoglobinas de três ir-mãos, onde o indivíduo I apresenta-se comoheterozigoto (AS) e os demais homozigotos (AAe SS, respectivamente). Na determinação do ris-co de recorrência, os pais procuram serviço deaconselhamento genético. Podemos considerarque certamente os pais são heterozigotos (AS) ea probabilidade do próximo filho não apresentarnenhum traço de anemia falciforme é menor doque 28%.

I II III

βS

βA

129 ( ) A incidência de radiação ultravioleta sobre a peledetermina, como adaptação fisiológica, o aumentoda síntese de melanina pelos melanócitos e pode,em certas condições, ocasionar o desenvolvimen-to de lesões caracterizando assim uma adapta-ção do tipo patológica.

130 ( ) As características quantitativas são as que exi-bem variações contínuas (às vezes descontínuas)e são parcialmente de origem não genética; ouseja, são grandemente afetadas pelo ambiente.Diversos níveis de degeneração do sistema ner-voso, deficiência imunológica e defeitos na cor ena estrutura dos cabelos são exemplos da parti-cipação do ambiente e da predisposição genéticados indivíduos. A pigmentação da pele humana écaso típico de herança quantitativa. Considere queindivíduos brancos possuem genótipo “aabb”,indivíduos negros “AABB” e indivíduos mulatos(claros, médios e escuros) as outras combina-ções genotípicas. A probabilidade de um casalmulato claro de ter filhos mulatos é maior do que90%, visto que não podem ter filhos negros.

Page 20: Vestibular

20 VESTIBULAR 2006/1

HO

Previtamina D3

Vitamina D

(Colecalciferol)3

Luzultravioleta

7-Desidrocolesterol

HO

HO

2

131 ( ) A vitamina D é derivada do colesterol e éprecursora de um hormônio relacionado com ometabolismo do cálcio e do fósforo. Énormalmente sintetizada na pele em umaseqüência de reações que se inicia com umafotólise, promovida pela radiação ultravioleta,conforme mostrado a seguir. Verifica-se que afotólise promove a abertura do anel aromáticodo 7-desidrocolesterol e a transformação emprevitamina D3 é completada com uma metilaçãoem posição para e o aumento do número decarbonos sp2 de 4 para 6.

132 ( ) A formação da vitamina D3 a partir daPrevitamina D3, conforme apresentado naproposição anterior, envolve uma reação deisomerização, visto que não há alteração dafórmula molecular.

133 ( ) A estrutura VI participa da digestão mecânicados alimentos e produz uma substância de natu-reza mucosa responsável pela acidificação do pHdo bolo alimentar, transformando-o em quimo.

134 ( ) As estruturas II e V apresentam atividadesendócrinas e exócrinas, sendo que II atua ematividades do processo digestório, enquanto queV, apenas de processos da coagulação sangüínea.

135 ( ) Ondas eletromagnéticas são ondas transversaisque não necessitam de um meio material parapropagarem-se. Elas se propagam no vácuo comvelocidade c = 3 . 108 m / s. Alguns exemplos deondas eletromagnéticas são listados a seguir eestão ordenados da esquerda para a direita nosentido crescente de comprimentos de onda e porconseguinte de energia:

Raios gama – Raios X – Radiaçãoultravioleta – Radiação visível

136 ( ) Um atleta exercita-se puxando verticalmente, com

uma força F� , uma corda que passa por uma

polia interligada a um bloco de massa M = 100kg, que está sobre um plano inclinado, fazendoum ângulo de 30o com a horizontal, conformefigura mostrada abaixo. Considere a polia e acorda como ideais e a aceleração da gravidadecomo g = 10 m/s2. (cos30o = 0,866 e sen30o =0,5). Assim, desprezando-se o atrito entre o blocoe o plano inclinado, podemos afirmar que o blocosubirá a rampa com velocidade uniforme se oatleta puxar a corda com uma força verticalconstante de módulo F = 400 N .

O esquema a seguir representa estruturas impor-tantes da digestão humana:

30O

M

F�

Page 21: Vestibular

21 NOVOS CURSOS

137 ( ) Ao andar ou correr uma pessoa empurra o solo,com os pés, para trás. Assim, pela terceira lei deNewton, pode-se afirmar que o solo reage eempurra a pessoa, para frente, com uma forçade mesma intensidade. Também podemos dizerque se a superfície não tiver atrito, a pessoa nãoconseguirá caminhar.

138 ( ) Para uma pessoa totalmente imersa em umapiscina durante um mergulho, o empuxo sobreela é igual ao peso do líquido deslocado que possuivolume igual ao volume do corpo da pessoa. Casoa pessoa esteja nadando na superfície da água ovolume do líquido deslocado será menor e,portanto, o empuxo também será menor do quedurante o mergulho.

L

m

Conta-se que Galileu Galilei descobriu a lei que regeo comportamento dos pêndulos observando o movimentooscilatório de um candelabro quando assistia à uma missa.Diz-se que ele mediu o período das oscilações do pênduloatravés das batidas cadenciadas de seu coração.Considere um pêndulo simples composto de uma massam e um fio ideal de comprimento L, preso a um suporte elivre para oscilar no plano da página, como mostra a figura.

139 ( ) Para um pêndulo simples, o período (T) é dado

por g

LT 2� , onde L é o comprimento do fio

e g é a aceleração da gravidade. Se ocomprimento do fio for quadruplicado, pode-se afirmar que o período será duplicado.

PPFF

140 ( ) Como indica a figura, uma pessoa está exercitandolevantamento de pesos. A figura mostra doissistemas com roldanas e fios ideais (com massasdesprezíveis e sem atrito), suportando cada umdeles um corpo com peso P. Supondo-se que ossistemas estão em equilíbrio, podemos afirmarque cada braço da pessoa está aplicando umaforça F igual ao peso P.

141 ( ) De acordo com os quadrinhos abaixo, podemosconcluir que fazem referência à metamorfose,processo que caracteriza o desenvolvimento dealguns insetos. Em relação ao processo de meta-morfose das borboletas, são classificadas emholometábolos e o processo se desenvolve naseqüência:

Ovo → Larva → Pupa → Imago.

142 ( ) Uma forma de gerar energia elétrica e de seexercitar ao mesmo tempo é, por exemplo, ligaros eixos das roldanas de uma bicicletaergométrica ao eixo de um dínamo, de modo que,o trabalho mecânico realizado pelo atleta sejaconvertido em energia elétrica. O princípio básicode funcionamento deste aparelho consiste emgirar uma bobina, constituída de N espiras de umfio condutor, em numa região no interior dodínamo, onde existe um campo magnético.Assim, a força eletromotriz gerada está de acordocom a lei de indução de Faraday.

Page 22: Vestibular

22 VESTIBULAR 2006/1

147 ( ) A força magnética que age sobre uma cargaq = 0,5 C tem módulo de 6 N. Ela atua comouma força centrípeta, fazendo com que a cargadescreva uma trajetória circular.

148 ( ) A trajetória de uma carga, na região onde existeo campo magnético, será no sentido horário ouanti-horário dependendo de o sinal da carga ser,respectivamente, positivo ou negativo.

149 ( ) A espécie Pipile jacutinga (jacutinga) constadentre as aves brasileiras ameaçadas de extinção.Apresenta-se como arborícola, com face plumadanegra, tipicamente encontrada na região sudes-te. Com a redução da mata atlântica e devido àcaça predatória do homem, restam poucas popu-lações naturais no estado de São Paulo. A espé-cie Pipile cajubi (cajubi) ocorre em matas defloresta amazônica, na região centro-norte dopaís, e não se encontra ameaçada de extinção.Difere de P. jacutinga, pois apresenta face bran-ca e nua, dentre outros caracteres. Em cativeiro,P. jacutinga e P. cajubi hibridam facilmente,produzindo híbridos férteis e resistentes. Um gru-po de ambientalistas propôs a seguinte estratégiapara preservação da espécie P. jacutinga: pro-duzir híbridos em cativeiro e soltá-los no que ain-da resta de mata atlântica. Como os híbridos sãoresistentes e apresentam ótima capacidadereprodutiva, poderiam cruzar com os remanes-centes de P. jacutinga, promovendo a recupe-ração das populações e assegurando a preserva-ção da espécie. Essa estratégia para preservar aespécie P. jacutinga na mata atlântica é inade-quada, pois com a hibridação poderá haverdescaracterização da espécie P. jacutinga, comconseqüências à sua adaptação ao ambiente demata atlântica. Meios diferentes podem selecio-nar indivíduos diferentes e não necessariamenteaqueles das espécies que queremos manter.

Um atleta em uma prova de salto a distância querultrapassar a marca de 8,5 m e estabelecer um novorecorde. Para simplificar a análise do problema, considereo atleta como uma partícula de massa M, arremessadada origem do sistema de referência com uma velocidade,de módulo vo fazendo um ângulo de 25o com a horizontal.

Considere g = 10 m/s2, sen25o = 0,42 e cos25o = 0,91.143 ( ) A velocidade inicial que o atleta deverá ter no

momento do salto, para atingir a marca de 8,5 m,deverá ser inferior a 10 m/s.

144 ( ) Considerando vo = 10 m/s, a altura máximaatingida pelo atleta será de 88,2 cm e o tempototal do salto será de 2 s.

145 ( ) Uma onda, em uma corda esticada, propaga-secom velocidade (v), freqüência (f) e compri-mento de onda ( � ). Sabe-se que a freqüência

e o período (T) estão relacionados por fT

1� e

v = λ . f. Alterando o período da onda para 2

Te

mantendo a velocidade constante, podemos afir-mar que a nova onda terá um comprimento deonda igual a 2 λ.

146 ( ) A máquina humana é extraordinária e, de todosos nossos sentidos, a visão é o mais desenvolvido.Quando uma pessoa tem problemas de visão elespodem ser corrigidos, na maioria dos casos, pelouso de lentes corretoras. Assim, em pessoasmíopes, a imagem se forma na frente da retina.Para que se tenha a imagem formada sobre aretina, elas devem usar óculos com lentesdivergentes.

m, q

B

x

y

v

Uma partícula de massa m e carga elétrica q élançada com velocidade horizontal de módulo constante v= 3 m/s, numa região onde existe um campo magnéticouniforme. O valor do campo magnético que, como mostraa figura, está entrando na página é B = 2 T. (Despreze osefeitos gravitacionais). Com base nesta informaçãoassinale os dois itens a seguir.

150 ( ) Numa cadeia alimentar constituída por produto-res, herbívoros e predadores, a diminuição da po-pulação de herbívoros terá como conseqüência ocrescimento dos produtores e a diminuição dospredadores.

Page 23: Vestibular

23 NOVOS CURSOS

3 Li 7 11 Na

23 19 K 39 37 Rb

85,5

55 Cs

133

87 Fr (223

)

4 Be 9 12 Mg

24 20 Ca

40 38 Sr

87,6

56 Ba

137

88 Ra

226

21 Sc 45 39 Y 89 *57

-71

*89

-103

22 Ti 48 40 Zr 91 72 Hf

178,

5

104

Rf

(261

)

23 V 51 41 Nb 93 73 Ta 181

105

Db

(262

)

24 Cr

52 42 Mo

96 74 W 184

106

Sg (263

)

25 Mn

55 43 Tc 99 75 Re

186

107

Bh

(264

)

26 Fe 56 44 Ru

102

76 Os

190

108

Hs

(265

)

27 Co 59 45 Rh

103

77 Ir 192

109

Mt

(268

)

28 Ni

58,7

46 Pd 106,

4

78 Pt 195

29 Cu

63,5

47 Ag 108

79 Au 197

30 Zn 65 48 Cd

112

80 Hg

200,

6

31 Ga

70 49 In 115

81 Tl 204

32 Ge

72,5

50 Sn 117

82 Pb 207

33 As 75 51 Sb 122

83 Bi

209

34 Se

79 52 Te 127,

6

84 Po (210

)

35 Br

80 53 I 127

85 As (210

)

36 Kr

84 54 Xe

131,

3

86 Rn

(222

)

18 Ar 4010 Ne

202 He 4

17 Cl

35,59 F 19

16 S 328 O 16

15 P 317 N 14

14 Si 286 C 12

13 Al 275 B 11

57 La 139

58 Ce

140

59 Pr

141

60 Nd

144

61 Pm (147

)

62 Sm 150

63 Eu 152

64 Gd

157

65 Tb 159

66 Gd

162,

5

67 Ho

165

68 Er

167

69 Tm 169

70 Yb 173

89 Ac (227

)

90 Th 232

91 Pa 231

92 U 238

93 Np

237

94 Pu (244

)

95 Am (243

)

96 Cm (247

)

97 Bk

(251

)

98 Cf

(251

)

99 Es (254

)

100

Fm (257

)

101

Md

(258

)

102

No

(255

)

71 Lu 175

103

Lr (256

)

CLA

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12

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110

Ds

(271

)

111

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(272

)

112

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(285

)

114

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(289

)

116

Uuh

(292

)

1 H 1N

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Sím

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Mas

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tôm

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Page 24: Vestibular

24 VESTIBULAR 2006/1

REDAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

ORIENTAÇÃO GERALHá, a seguir, três propostas de dissertação. Você deverá escolher uma delas e desenvolver o seu texto, em

prosa, observando atentamente as orientações que acompanham cada proposta. Observe que todas as propostaspressupõem uma tomada de posição diante de um tema polêmico. Você deverá considerar a leitura dos fragmentos dacoletânea, bem como o seu conhecimento de mundo e os fatos da atualidade.

ALTERNATIVA AProposta: Existente há bastante tempo no Direito Penal brasileiro, a delação premiada nunca foi tão discutida quantoagora. A imprensa tem noticiado vários casos, muitos deles nos casos de corrupção, em Brasília, de acusados quepodem ter a redução ou até mesmo extinção da pena por cooperarem com a justiça delatando parceiros no crime. Aaplicação da delação premiada tem sido intensamente discutida na comunidade jurídica e na sociedade, de formageral, porque envolve uma série de problemas éticos, incluindo o fato de o Estado utilizar um criminoso nas investiga-ções e, muitas vezes, incorrer numa série de denúncias falsas, como, em alguma medida, tem acontecido nas investi-gações políticas. Mas há quem a considere um instrumento jurídico importante, pois funciona como uma poderosaarma contra o crime organizado.

Há a seguir uma coletânea com várias opiniões sobre o assunto. Reflita, posicione-se e desenvolva um textodissertativo sobre o seguinte tema:

Delação premiada: um mal necessário?

COLETÂNEA

TEXTO 1O ponto de partida da delação premiada provoca a mais vívida repulsa moral. Com efeito, a História abomi-

na traidores. O nome de Joaquim Silvério dos Reis, por exemplo, o homem que entregou o Tiradentes à CoroaPortuguesa, é até hoje sinônimo de perfídia. (...) Desconfio de que a nossa intolerância para com a idéia de traição,que chega a ser visceral, se funda na necessidade que nós, humanos, gregários, temos de confiar, se não em todas aspessoas, pelo menos naquelas que consideramos próximas. Se elas não se mostram dignas de crédito, é a própriapossibilidade de convivência que fica sob suspeição. Conspirar contra um amigo é o equivalente microcósmico deromper os liames que tornam possível a vida em sociedade. (...) Num plano menos instintivo, porém, é forçosoreconhecer que as comunidades se sofisticaram bastante ao longo dos últimos 30 ou 40 séculos. Regras que visam aapartar pessoas que se mostram não-confiáveis para a convivência permanecem válidas, mas existem também outrosfatores a considerar. Um deles, também fundamental para manter coesos grupos humanos complexos, é o de queviolações ao Direito precisam produzir conseqüências para o infrator. A não-aplicação desse princípio [o da delaçãopremiada] é a impunidade, cuja perpetuação se converte num poderoso incentivo a toda espécie de desmando e crime,nódoas que também contribuem para esgarçar o tecido social.

Hélio Schwartsman, editorialista da Folha de São Paulo. www1.folha.uol.com.br. 22/09/2005.

TEXTO 2O instituto pode até funcionar em alguns países, mas, na tropicalização, a delação premiada pode ser um

grande perigo. As provas disso já começaram a aparecer. O advogado Rogério Buratti foi o primeiro a sair atirandopara todos os lados para tentar aliviar sua culpa. De imediato, um integrante do Ministério Público de São Paulo, quena teoria deveria preservar não só Buratti como todos os que haviam sido citados por ele, saiu por aí dando declara-ções e entrevistas. A cultura do jeitinho brasileiro não combina com a frieza que a delação premiada exige.

Tadeu Garcia, sociólogo, doutor em Ética pela USP. Assessoria de imprensa do MMPE. Acesso em 27/12/05.

TEXTO 3Há [sobre a delação premiada] uma série de discussões do ponto de vista ético. No campo prático, no

entanto, há um sucesso que precisa ser levado em consideração. Mas no Brasil, temos que levar em conta a questãocultural, na qual a figura do delator representa o que há de mais execrável.

José Paulo Cavalcanti, jurista pernambucano. Assessoria de imprensa do MMPE. Acesso em 27/12/05

Page 25: Vestibular

25 NOVOS CURSOS

TEXTO 4A prática da delação premiada é um grande avanço na legislação brasileira. É óbvio que estamos falando de

crimes onde, apesar de todos os esforços das autoridades policiais e do Ministério Público, não foram suficientes parasolucionar a questão. Nesses casos, a delação premiada é muito útil e pode representar a diferença entre acabar coma ação de chefes do crime organizado ou continuar prendendo apenas seus subalternos, que são trocados facilmentepor outros.

Desembargador Francisco Queiroz, presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª região. Assessoria de imprensa doMMPE Acesso em 27/12/05

TEXTO 5Existe uma tendência de acreditar na pessoa coagida que fala. E aquilo pode ser tudo uma encenação. Ela

pode contribuir para esconder os verdadeiros culpados.Apesar da existência do benefício, muitos acusados preferem se manter calados. Eles temem que, dentro da

penitenciária, sejam castigados pela traição por outros membros do grupo também presos. É bem verdade que a lei dizque ele deve cumprir num setor separado do presídio, mas sabe como é presídio… Qualquer dia, os caras se encon-tram.

Maurício Zanoide, presidente do IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). Agência Estado, revista AOL,20/12/2006.

ALTERNATIVA BProposta: A mudança de um ano para outro é momento de retrospectiva, de rever o passado em seus acertos e errose é também tempo de prospectiva – olhar o futuro que se anuncia em um novo ano, uma nova oportunidade. É assimque 2006 se apresenta para os brasileiros - uma incógnita que traz consigo o medo e a esperança. Segundo o escritorargentino Borges, citado pela revista ISTOÉ (28/12/2005, p.27), “o presente do futuro é aquilo imaginado por nossaesperança ou por nosso medo”.

A partir de suas informações acerca dos acontecimentos que se destacaram no ano de 2005 e das informa-ções contidas na coletânea, redija um texto dissertativo em que discuta o seguinte tema:

Quais as perspectivas para o Brasil em 2006 em seus aspectos econômicos, políticos e sociais?

COLETÂNEA

TEXTO 1UM BRASIL POR FAZER

2005, ao se encerrar, presta-se a uma conclusão e a uma pauta. Encadeadas. Houvesse dúvidas, cairiam: oBrasil é país imaturo, marcado por uma espécie de inviabilidade, até hoje orgânica, com a democracia. Com acontemporaneidade. Com o próprio progresso, embora inscrito na bandeira.

Tal a conclusão, ao considerar a elite predadora e o povo resignado. E o abismo que separa a minoria feroz,incompetente, pretensiosa, e a maioria, larguíssima, submissa e atônita. Cordial, já houve quem dissesse.

Não é por acaso que o Brasil é vice-campeão mundial em má distribuição de renda, bate recordes nosnúmeros da criminalidade, exibe índices de escolaridade ínfimos e mantém em vida doenças endêmicas erradicadasno resto do planeta.

Não é por acaso que os poderes da República portam-se freqüentemente como debochados em bares doarrabalde, que o ódio de classe ainda viceja com extrema virulência, que a mídia é o sabujo dos senhores, e que, maisdo que nunca, vale a regra vetusta: aos amigos tudo, aos inimigos a lei.

É preciso remontar, na história mais ou menos recente, aos tempos do golpe de 1964, e do posterior golpedentro do golpe, para localizar um ano tão simbólico da prepotência e da arrogância dos donos do poder, a da imatu-ridade do País, como 2005.

Quanto à pauta de 2006, faísca na sombra. Temos, todos nós, brasileiros sempre esperançosos, um Brasilpor fazer. É tarefa imensa como o tamanho da Terra e do tempo perdido, mas seria bom se os primeiros passosfossem dados logo mais.

CARTA, Mino. Um Brasil por fazer. Carta Capital. Ano XII, nº. 374, 28 dez. 2005, p.13.

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26 VESTIBULAR 2006/1

ALTERNATIVA CProposta: Num passado remoto, o som de batidas regulares que vinham do fundo do peito causava assombro nohomem. O corpo era algo estranho e desconhecido. Hoje, ele já não é um grande mistério. Sabe-se que o que bate nopeito é o coração. Mas o corpo ainda apresenta muitas contradições, principalmente num mundo em que a máquinaameaça substituí-lo. Ele é acusado, explorado, xingado, espezinhado, amado, adorado, louvado. É a representaçãomaterial do homem em toda a sua complexidade. É também o grande veículo de denúncia do que a linguagem tentatapear ou mascarar.

Pensando nisso e na coletânea que segue, desenvolva um texto dissertativo com base no seguinte tema:

O corpo e suas contradições na vida contemporânea

COLETÂNEA ATEXTO 1

A igreja diz: O corpo éuma culpa.A ciência diz: O corpo éuma máquinaA publicidade diz: O corpo éum negócio.O corpo diz: Eu souuma festa.

GALEANO, Eduardo. “Janela sobre o corpo” in: As palavras andantes.

TEXTO 2Os movimentos expressivos do corpo identificam a necessidade natural que o ser humano tem de expor

seus sentimentos e pensamentos de forma sistematizada ou não, evidenciando o espírito artístico ou simplesmentecomo forma de lazer. Podemos expressar sentimentos sem pronunciar uma palavra, mas através apenas de simplesmovimentos de expressão corporal. Na dança, na ginástica, nas lutas marciais, enfim, de diversas maneiras, usamoso nosso corpo para manifestar, expandir nossas emoções.

www.edukbr.com.br Acesso em 08/10/2005.

TEXTO 3Posso fazer tudo com minha linguagem, mas não com o meu corpo. O que escondo pela linguagem, meu corpo o diz.(...) Meu corpo é uma criança cabeçuda, minha linguagem é um adulto muito civilizado.

BARTHES, Roland. Fragmentos de um discurso amoroso. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994.

TEXTO 2

Jornal da Manhã (PR).

Page 27: Vestibular

27 NOVOS CURSOS

TEXTO 4 (...)Quero romper com meu corpo,quero enfrentá-lo, acusá-lo,por abolir minha essência,mas ele sequer me escutae vai pelo rumo oposto. (...)

ANDRADE, Carlos Drummond de. As contradições do corpo. In: Corpo. Rio de Janeiro: Record,1994.

TEXTO 5

Carta Capital. Ano XII, nº. 374, 28 dez. 2005, p.66.

EspelhamentoBoa estratégia para quem nãotem o que dizer é adotar apostura do líder a quem você sesubordina, diz Allan Pease. Odeputado ACM Neto, escravo desua diminuta aparência,às vezesdeixa a gente sem saber se é ooriginal ou se não passa dasombra daquele outro lá.

O corpo não mente

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28 VESTIBULAR 2006/1

RASCUNHO - REDAÇÃO