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Viagens na Viagens na minha terra – minha terra – Almeida Almeida Garret Garret Professora Luciana Uhren Professora Luciana Uhren

Viagens Na Minha Terra

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Page 1: Viagens Na Minha Terra

Viagens na Viagens na minha terra – minha terra –

Almeida Almeida GarretGarret

Professora Luciana UhrenProfessora Luciana Uhren

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Almeida Garret (1799, Porto – 1854, Lisboa) Inicia sua vida literária como

representante do neoclassicismo, mas aderiu ao romantismo;

É largamente conhecido por sua poesia e peças teatrais;

Militante da Revolução Liberal, foi exilado várias vezes na França e na Inglaterra, o que possibilitou seu contato com a tradição literárias desses países;

Dedicou-se à vida pública e à renovação das artes portuguesas como o teatro;

Sua vida amorosa foi bastante tumultuada marcada por casamento precoce, divórcio e diversas paixões.

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Contexto histórico: Revolução Francesa, 1789 –

liberalismo econômico e social; Com a expansão de Napoleão

Bonaparte, D. João VI abandona Portugal e parte para o Brasil em 1808;

Coma saída do imperador, a Inglaterra passa a exercer influência em Portugal e o inglês Bereford é nomeado pelo imperador como regente de Portugal;

Em 1820, Bereford dirige-se ao Brasil para pedir plenos poderes ao Imperador. Na sua ausência, a associação secreta Sinédrio aumentou seu já grande número de membros;

O Sinédrio formou um governo provisório que exigiu o imediato retorno de D. João VI e realizou uma eleição de deputados que reformou a constituição do país.

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Enredo I: A Viagem

Viagem de Lisboa a Santarém – representa mais do que a descrição física de um local, mas está associada ao conhecimento de um país que caminha em direção ao progresso político e social;

Descreve a situação dos monumentos, do povo e da maneira de pensar do português;

A viagem é o que dá suporte para as reflexões do autor.

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Enredo II: A menina dos rouxinóis

Personagens:

• Joaninha (dos olhos verdes) e Carlos (primos criados juntos no Vale de Santarém);

• D. Francisca (avó velha e cega);• Frei Dinis (amargo e rígido –

tornou-se franciscano para “expiar” seus pecados e erros – no fim descobre-se que trata-se do pai de Carlos);

• Georgina (noiva inglesa de Carlos).

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Análise da narrativa da menina dos Rouxinóis:

Pela simbologia Frei Dinis representa o que ainda restava de negativo do Portugal velho, absolutista; Carlos representa o espírito renovador e liberal. No entanto, o fracasso de Carlos é em grande parte o fracasso do país que acabava de sair da guerra civil entre conservadores e liberais e que dava os primeiros passos duma vivência social e política em moldes modernos.

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Características gerais:

Obra inaugural da prosa moderna; Inclassificável (segundo o próprio autor), pois mistura diversos

gêneros:A) Livro de viagens – narrado em 1ª pessoa por Garret mesmo, conta a viagem que fez de Lisboa até Santarém em 1843. essa narrativa garante a unidade dos 49 capítulos da obra;B) Jornalismo – críticas e denúncias aos novos barões do poder, ao descaso como os monumentos históricos portugueses e às questões que envolviam o homem do campo;C) Diário íntimo – confissões do autor sobre seus conflitos morais e sentimentais;D) Novela sentimental – a história de Joaninha, “A menina dos rouxinóis”, ouvida de um companheiro de viagem;E) Digressões – políticas, filosóficas, estéticas, literárias ao sabor da livre associação na memória de ideias, marcadas por uma linguagem coloquial, direta e palpitante.

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Inovações na prosa: Busca de novas formas de expressão capazes de

traduzir a complexidade da vida moderna e suas contradições;

Liberdade em relação à escrita clássica – folclore, linguagem falada, oratória parlamentar, jornalismo e sintaxe inglesa;

Elaboração estilística que leva em conta o ritmo da fala; Assimila estilo digressivo de autores ingleses e

franceses – metalinguagem: comentários sobre a própria obra, a linguagem e expectativas em relação à reação do leitor;

Crítica aos excessos do classicismo e do romantismo, à imitação servil dos modelos estrangeiros;

Hino de amor à Portugal X críticas ao regime político.

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Questões de Vestibular:

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Fuvest – 2013:1) Em Viagens na minha terra, assim como em:

a) Memórias de um sargento de milícias, embora se situem ambas as obras no Romantismo, criticam-se os exageros de idealização e de expressão que ocorrem nessa escola literária.

b) A cidade e as serras, a preferência pelo mundo rural português tem como contraponto a ojeriza às cidades estrangeiras – Paris, em particular.

c) Vidas secas, os discursos dos intelectuais são vistos como “a prosa vil da nação”, ao passo que a sabedoria popular “procede da síntese transcendente, superior e inspirada pelas grandes e eternas verdades”.

d) Memórias póstumas de Brás Cubas, a prática da divagação e da digressão exerce sobre todos os valores uma ação dissolvente, que culmina, em ambos os casos, em puro niilismo.

e) O cortiço, manifestam-se, respectivamente, tanto o antibrasileirismo do escritor português quanto o antilusitanismo do seu par brasileiro, assim como o absolutismo do primeiro e o liberalismo do segundo.

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FUVEST – 2013:2) Os momentos históricos em que se desenvolvem os enredos de Viagens na minha terra, Memórias de um sargento de milícias e Memórias póstumas de Brás Cubas (quanto a este último, em particular no que se refere à primeira juventude do narrador) são, todos, determinados de modo decisivo por um antecedente histórico comum – menos ou mais imediato, conforme o caso. Trata-se da:

a) invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas.b) turbulência social causada pelas revoltas regenciais.c) volta de D. Pedro I a Portugal.d) proclamação da independência do Brasil.e) antecipação da maioridade de D. Pedro II.

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Faap – 2010:3) “Viagens na Minha Terra" de Garrett constitui obra-prima da Literatura Portuguesa. Sob o mesmo estilo de época, no Brasil, existiu a Escola correspondente. Reconheça o texto: a) Muitos anos mais tarde, Ana Terra costumava sentar-se na frente de sua casa para pensar no passado. E o seu pensamento como que ouvia o vento de outros tempos e sentia o tempo passar, escutava vozes, via caras e lembrava-se de coisas...; b) Obedecendo, Maria ergueu-se; e pela mão de Milkau foi seguindo pela casa meio escura. No corredor, a claridade da noite, que entrava pela porta da rua, aberta como de costume, deixava ver o corpo de um soldado negro dormindo numa postura brutal, como uma figura tosca e arcaica; c) A Moreninha se mostrava, na verdade, encantadora no mole descuido de seu dormir: à mercê dum doce resfolegar, os desejos se agitavam entre seus seios; seu pezinho bem à mostra, suas tranças dobradas no colo, seus lábios entreabertos...; d) A Bruxa conseguira afinal realizar o seu sonho de louca: o cortiço ia arder; não haveria meio de reprimir aquele cruento devorar de labaredas; e) Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma.

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FUVEST – 2012:

Para mais realçar a beleza do quadro, vê-se por entre um claro das árvores a janela meia aberta de uma habitação antiga mas não delapidada (…) Interessou-me aquela janela.Quem terá o bom gosto e a fortuna de morar ali?

Parei e pus-me a namorar a janela. Encantava-me, tinha-me ali como num feitiço. Pareceu-me entrever uma cortina branca… e um vulto por detrás… Imaginação decerto! Se o vulto fosse feminino!… era completo o romance.

Como há-de ser belo ver pôr o Sol daquela janela!…E ouvir cantar os rouxinóis!…E ver raiar uma alvorada de Maio!…

Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra (Capitulo X).4) Com dados extraídos do texto, explique o papel da natureza na estética romântica.

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Respostas:

1) A 2) A 3) C 4) A beleza e estética românticas são baseadas na

expressão dos sentimentos e emoções do sujeito. Nesse contexto, a natureza é um modo de representação do estado de espírito do sujeito. “Como há de ser belo ver o pôr-do-sol daquela janela” exemplifica o tom alegre da passagem em que Garrett descreve a casa da menina dos rouxinóis.