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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6 GRUPO II – CLASSE IV – Plenário TC 002.817/2008-6 Natureza: Tomada de Contas Especial. Entidade: Conselho Regional de Enfermagem em Sergipe – Coren/SE. Responsáveis: Hortência Maria Santana Linhares (CPF 217.091.305-04); Zilda Maria da Silva (CPF 400.440.505-00); Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF 361.629.225-53); Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF 425.172.145-49); Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF 169.862.025- 04); Bárbara Bezerra Tavares (CPF 267.241.625- 72); Silvana Menezes dos Santos (CPF 588.268.075- 15); Carlos Eduardo Santana (CPF 653.743.475-00); Ângela Maria Menezes de Souza (CPF 919.116.215- 72); Maria dos Santos (CPF 381.499.155-91); Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF 556.904.915-00); Elizano Santos de Assis (CPF 149.438.675-53); Mondrian Editora e Comunicação Ltda. (CNPJ 01.715.405/0001-79); Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ 04.125.089/0001-73); e Gomes e Júlio Advogados Associados (CNPJ 07.036.091/0001-64). Advogados constituídos nos autos: Antônio Correia Matos (OAB/SE 1.955); Claudinei dos Santos Pereira (OAB/SE 4.372); Leão Magno Brasil Junior (OAB/SE 2.825); Emanuel Messias Barboza Moura Júnior (OAB/SE 2.851); Fábio Rosa Rodrigues (OAB/SE 3.510); Emanuel Messias Oliveira Cacho (OAB/SE 207-B); Vânia Maria Barros Andrade (OAB/SE 4.776); e Kleber Renisson Nascimento dos Santos (OAB/SE 2.473). SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVERSÃO A PARTIR DE PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO. CITAÇÕES E AUDIÊNCIAS. INDÍCIOS DE PAGAMENTOS POR SERVIÇOS NÃO EXECUTADOS, DE SUPERFATURAMENTO E DE DESVIO DE RECURSOS NA AQUISIÇÃO DE BENS. IRREGULARIDADES NA CONCESSÃO DE PASSAGENS AÉREAS, DIÁRIAS E AUXÍLIOS-TRANSPORTE. REALIZAÇÃO DE DESPESAS ANTIECONÔMICAS E SEM AMPARO LEGAL. IRREGULARIDADES EM PROCESSOS LICITATÓRIOS. 1

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6

GRUPO II – CLASSE IV – PlenárioTC 002.817/2008-6Natureza: Tomada de Contas Especial.Entidade: Conselho Regional de Enfermagem em Sergipe – Coren/SE.Responsáveis: Hortência Maria Santana Linhares (CPF 217.091.305-04); Zilda Maria da Silva (CPF 400.440.505-00); Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF 361.629.225-53); Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF 425.172.145-49); Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF 169.862.025-04); Bárbara Bezerra Tavares (CPF 267.241.625-72); Silvana Menezes dos Santos (CPF 588.268.075-15); Carlos Eduardo Santana (CPF 653.743.475-00); Ângela Maria Menezes de Souza (CPF 919.116.215-72); Maria dos Santos (CPF 381.499.155-91); Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF 556.904.915-00); Elizano Santos de Assis (CPF 149.438.675-53); Mondrian Editora e Comunicação Ltda. (CNPJ 01.715.405/0001-79); Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ 04.125.089/0001-73); e Gomes e Júlio Advogados Associados (CNPJ 07.036.091/0001-64).Advogados constituídos nos autos: Antônio Correia Matos (OAB/SE 1.955); Claudinei dos Santos Pereira (OAB/SE 4.372); Leão Magno Brasil Junior (OAB/SE 2.825); Emanuel Messias Barboza Moura Júnior (OAB/SE 2.851); Fábio Rosa Rodrigues (OAB/SE 3.510); Emanuel Messias Oliveira Cacho (OAB/SE 207-B); Vânia Maria Barros Andrade (OAB/SE 4.776); e Kleber Renisson Nascimento dos Santos (OAB/SE 2.473).

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVERSÃO A PARTIR DE PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO. CITAÇÕES E AUDIÊNCIAS. INDÍCIOS DE PAGAMENTOS POR SERVIÇOS NÃO EXECUTADOS, DE SUPERFATURAMENTO E DE DESVIO DE RECURSOS NA AQUISIÇÃO DE BENS. IRREGULARIDADES NA CONCESSÃO DE PASSAGENS AÉREAS, DIÁRIAS E AUXÍLIOS-TRANSPORTE. REALIZAÇÃO DE DESPESAS ANTIECONÔMICAS E SEM AMPARO LEGAL. IRREGULARIDADES EM PROCESSOS LICITATÓRIOS. PREVISÃO DE VANTAGEM CONTRATUAL NÃO PREVISTA NO ATO CONVOCATÓRIO. IRREGULARIDADES NA CONTRATAÇÃO DA COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. NÃO REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOAL. DESIGNAÇÃO INDEVIDA DE RECINTOS COM NOMES DE PESSOAS VIVAS. REVELIA DE ALGUNS RESPONSÁVEIS. ALEGAÇÕES DE DEFESA E RAZÕES DE JUSTIFICATIVAS INSUFICIENTES PARA AFASTAR AS IRREGULARIDADES APURADAS. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTA. INABILITAÇÃO DE ALGUNS RESPONSÁVEIS PARA O EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO OU FUNÇÃO DE CONFIANÇA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL.1. Não subsistem, nos dias atuais, quaisquer dúvidas acerca da natureza autárquica dos conselhos de fiscalização das profissões regulamentadas e da sua sujeição à jurisdição desta Corte de Contas, bem como, ainda, da necessidade de submissão aos princípios constitucionais e do seu dever

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de observância do devido processo licitatório e de realização de concursos públicos.2. Considera-se irregular a contratação de pessoal realizada sem prévio concurso público, por conselho de fiscalização profissional, a partir de 18/5/2001, data da publicação, no Diário da Justiça, da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos do Mandado de Segurança nº 21.797-9.

RELATÓRIO

Tratam os autos da tomada de contas especial convertida por meio do Acórdão 1.968/2007-Plenário (Relação nº 241/2007 do Gabinete do Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa), a partir de representação autuada, sob o TC 004.666/2007-0, baseada em documentos encaminhados a este Tribunal pelo juiz federal da 3ª Vara da Seção Judiciária do Estado de Sergipe, Exmo. Sr. Edmilson da Silva Pimenta, com vistas a apurar indícios de irregularidades praticados no Conselho Regional de Enfermagem daquele Estado – Coren/SE.2. Por intermédio da referida deliberação, este Tribunal decidiu sobrestar os autos até a apreciação da Representação Penal nº 2006.85.00.003038-2 e, além de determinar a referida conversão, determinou também a realização das citações e audiências propostas pela Secex/SE, conforme fls. 59/95, verbis:

“6.5.1. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e da empresa Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ: 04.125.089/0001-73) para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento da importância de R$ 26.000,00 aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 30/06/2004, ou apresentem suas alegações de defesa em decorrência dos seguintes indícios de irregularidades verificados no Contrato firmado com a empresa Monte& Reinol em 03/05/2004 com o objetivo de ‘prestar seus serviços na implantação e regularização do serviço de Dívida Ativa e aplicação do CADIN, bem como assistência jurídica nas ações decorrentes desta última durante 12 (doze meses), a partir da assinatura deste.’ (...):

a) não foi cumprida a exigência legal, consubstanciada no inciso III do parágrafo único do art. 26 da Lei nº 8.666/93, de que nas contratações por inexigibilidade seja justificado o preço;

b) o contrato não estipula como se daria o serviço contratado, não há indicação do número de advogados, do local de prestação dos serviços, nem da carga horária a ser prestada. A ausência de tais informações afronta o §1º do art. 54 da Lei nº 8.666/93, que estabelece que os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução. Além disso, não havia, junto à documentação anexada aos comprovantes de pagamento, qualquer evidência sobre a efetividade dos serviços contratados, tais como relatórios de freqüência, prestação de contas de atividades ou relação de processos em que a empresa teria atuado;

c) embora a vigência do contrato tenha sido de 12 meses, o pagamento total foi efetuado à empresa em menos de dois meses da assinatura do termo de contrato, violando o art. 63, § 2º, III, da Lei 4.320/64;

6.5.2. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE; Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49); Tesoureira do Coren/SE; e Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ: 04.125.089/0001-73), empresa contratada; para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias discriminadas na tabela abaixo aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir

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das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em decorrência de ter-se verificado superfaturamento no contrato firmado com a empresa Monte & Reinol Advogados Associados em 07/08/2006, ante as irregularidades descritas abaixo (...):

(vide tabelas no documento original)a) contrato não estipulava como se daria o serviço, sendo definido apenas, conforme

alínea ‘a’ do item 1.2 da Cláusula Primeira, que a empresa contratada deveria desempenhar todas as atividades de consultoria, assessoria e assistência jurídica na sede do Coren/SE, em horário a ser definido. A alínea ‘b’ do mesmo item deixava certa apenas a presença de um advogado no horário supostamente estabelecido. Não havia, entre os documentos analisados, qualquer documento ou informação que definisse qual seria a carga horária prestada, nem quais seriam os advogados atuantes. A ausência de tais informações afronta o §1º do art. 54 da Lei nº 8.666/93, que estabelece que os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução;

b) na documentação apresentada não há justificativas para o preço contratado, ou planilhas que expressem os custos unitários, em afronta aos arts. 26, inc. III, parágrafo único, e 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/93; e

c) no período em que vigeu o presente contrato, a consulta processual no sítio da Justiça Federal de Sergipe na internet informa que apenas os advogados Márcia Cristina F. dos Santos e Alexandre de Araújo Azevedo atuaram em processos de execução em nome do Conselho Regional de Sergipe, demonstrando que havia apenas um advogado atuando em nome da empresa contratada, já que o Sr. Alexandre de Araújo Azevedo possuía contrato individual de prestação de serviços junto ao Coren/SE;

6.5.3. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias de R$ 784,04 e de R$ 1.971,40 aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 17/08/2006 e 03/08/2006, respectivamente, ou apresentem suas alegações de defesa em razão da aquisição indevida de passagens aéreas para que o Sr. Alexandre Reinol da Silva se deslocasse do Rio de Janeiro até a cidade de Aracaju e desta retornasse para o Rio de Janeiro e do pagamento irregular de diárias e auxílio transporte. A viagem não tem previsão contratual, pois o beneficiário deslocou-se da cidade do Rio de Janeiro/RJ um dia antes de sua empresa ter firmado contrato com o Coren/SE. Assim, restou verificado, ainda, que o Coren/SE arcou com as despesas indenizatórias para que o Sr. Alexandre pudesse se deslocar do seu Estado para vir à cidade de Aracaju/SE para assinar o referido contrato. Embora as diárias tenham sido pagas em data anterior à viagem, consta do Recibo emitido pelo Coren/SE, o atesto de que a viagem já havia sido realizada (...);

6.5.4. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento da importância de R$ 684,54 (seiscentos e oitenta e quatro reais e cinqüenta centavos) aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 03/11/2006, ou apresentem suas alegações de defesa em razão da aquisição irregular de passagens aéreas para que o Sr. Alexandre Reinol da Silva se deslocasse do Rio de Janeiro para Aracaju e desta retornasse para o Rio de Janeiro entre os dias 06 e 11/11/2006. O contrato firmado com a empresa Monte & Reinol admite que o custeio das passagens aéreas seria pago pela contratante desde que no interesse do serviço. Ocorre que a aliena ‘a’ do item 1.2 da Cláusula Primeira do contrato prevê que a empresa contratada ‘desempenhará todas as atividades de consultoria, assessoria e assistência jurídica na sede do COREN/SE’. A alínea ‘b’ do mesmo item prevê que ‘deverá haver nas dependências do COREN/SE 01 (UM) advogado, com registro na OAB ,

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para efetuar a prestação dos serviços do contratados em horário a ser definido’. Já a Cláusula Quarta do contrato admite que ‘sempre que, a serviço ou a critério do CONTRATANTE, necessitar deslocar-se no território nacional, o CONTRATADO fará jus às passagens aéreas indispensáveis’. De acordo com estes dispositivos, tem-se que os serviços devem ser prestados na sede do Coren/SE, onde deverá haver um advogado, e que, sempre que a necessidade de serviço exigir, este profissional poderá se deslocar para outra unidade do território nacional por conta do contratante. O pagamento de passagens para que o sócio da empresa Monte & Reinol se desloque do Rio de Janeiro para Aracaju não tem previsão contratual, além de não haver qualquer documento que justifique a necessidade desta viagem (...);

6.5.5 com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento da importância de R$ 1.886,80 (mil oitocentos e oitenta e seis reais e oitenta centavos), aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 05/10/2006, ou apresentem suas alegações de defesa em razão do pagamento irregular de diárias e auxílios transportes ao Sr. Alexandre Reinol da Silva referentes à viagem a cidade de Aracaju/SE para prestar atividades de assessoria jurídica no período de 02 a 05/10/2006. O pagamento é irregular e não encontra previsão contratual. É inadmissível que o Sr. Alexandre seja beneficiado com diárias para se deslocar à cidade de Aracaju/SE, local onde deve ser executado os serviços contratados. Além do mais, como não houve pagamentos de passagens aéreas para o beneficiário neste período, o fato adquire o aspecto de fraude em sua concessão (...);

6.5.6. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE; Mirian Christina dos Santos Carvalho(CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE; e Gomes e Júlio Advogados Associados (CNPJ: 07.036.091/0001-64), empresa contratada; para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias discriminadas na tabela abaixo, juntamente com os débitos que vierem a ser apurados durante a execução do contrato até a data de expedição do ofício de citação, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em decorrência de ter-se verificado superfaturamento no contrato firmado com a empresa Gomes e Júlio Advogados Associados em 10/02/2007, ante as irregularidades descritas abaixo (...):

(vide tabelas no documento original)a) o contrato não estipula como se daria o serviço, sendo definido apenas, conforme

alínea ‘a’ do item 1.2 da Cláusula Primeira, que a empresa contratada deveria desempenhar todas as atividades de consultoria, assessoria e assistência jurídica na sede do Coren/SE, em horário a ser definido. A alínea ‘b’ deixa certa apenas a presença de um advogado no horário supostamente estabelecido. Não havia, entre os documentos analisados, qualquer documento ou informação que definisse qual foi a carga horária prestada. A ausência de tais informações afronta o §1º do art. 54 da Lei nº 8.666/93, que estabelece que os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução

b) na documentação apresentada não há justificativa para o preço contratado, em afronta ao inc. III do parágrafo único do art. 26 da Lei nº 8.666/93, ou planilhas que expressem os custos unitários, em afronta ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/93;

c) em consulta processual no sítio da Justiça Federal de Sergipe na internet, verifica-se que não constam processos de execução fiscal instaurados pelo Coren/SE em 2007, o que indica a possível ausência de advogados atuando em nome da Autarquia neste período;

6.5.7. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53),

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Presidente do Coren/SE; Mirian Christina dos Santos Carvalho(CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE, e Mondrian Editora e Comunicação Ltda. (CNPJ: 01.715.405/0001-79), empresa contratada, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento da importância de R$ 110.000,00 aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 04/01/2006, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das seguintes irregularidades (...):

a) ausência de documentos que caracterizem o objeto a ser adquirido, em dissonância com o art. 14 da Lei nº 8.666/93;

b) ausência de processo de dispensa de licitação com os elementos constantes do parágrafo único do art. 26 da Lei de Licitações, ou seja a justificativa para a aquisição, a justificativa do preço e a publicação da dispensa de licitação na imprensa oficial;

c) não há documentos que comprovem a liquidação desta despesa, em ofensa aos art. 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, pios não há comprovação de que os livros foram entregues e recebidos pelo Coren/SE;

d) a nota fiscal nº 1647, de 02/01/2006, informa que os livros, supostamente adquiridos, seriam destinados ao ‘VIII Congresso Brasileiro de Enfermagem’. Ocorre que, segundo consta do sítio do ‘VIII CBCENF’ na internet, o evento foi realizado entre os dias 24 e 28/10/2005;

6.5.8. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas nas despesas realizadas com festividades, lanches e refeições (...):

(vide tabelas no documento original)a) a realização de despesas com festividades, eventos comemorativos, presentes, lanches

e refeições para servidores, conselheiros e convidados, além de outros congêneres, carece de previsão legal e é incompatível com as finalidades institucionais do Coren/SE. Tais despesas afrontam jurisprudência pacífica desta Corte de Contas, bem como os princípios da moralidade e da eficiência administrativa, previstos no caput do art. 37 da Constituição Federal (Acórdãos 808/2001-2ªC, 1900/2003-1ºC, 2381/2004-2ª, 1555/2004-P, 1386/2005-P e Acórdão 998/2006-2ª C);

b) não obstante os membros do Coren/SE terem recebido diárias sob a forma indevida de ‘ajuda de custo’ para custear a estada dos participantes durante o 6º Congresso Brasileiro de Encontro dos Conselhos Regionais de Enfermagem – 6º CBCENF, a Administração da entidade arcou com todos os gastos com alimentação realizada durante a viagem e por ocasião da permanência dos mesmos na cidade onde foi realizado o encontro, a exemplo de despesas com restaurantes (itens 43, 44, 46, 47 e 52 da tabela), aquisição de castanhas (itens 50 e 51 da tabela) e de chocolate (item 20 da tabela);

c) favorecimento ao Restaurante e Casa de Forró Cariri Ltda., cujo sócio responsável é o Sr. José Hamilton de Santana, irmão da Sra. Hortência Maria Santana Linhares. Ao longo do período analisado, foram verificados diversos gastos com alimentos e festividades no citado Restaurante;

d) concessão indevida de suprimento de fundos para cobrir despesas com refeições, o que é não é permitido, haja vista que ao empregado que se afasta da sede a serviço cabe a concessão de diárias, conforme prevêem a Decisões Cofen nº 216/99 e Coren/SE nº 03/2005;

6.5.9 com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF: 169.862.025-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na

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tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas nas despesas realizadas com festividades, lanches e refeições (...):

(vide tabelas no documento original)a) a realização de despesas com festividades, eventos comemorativos, presentes, lanches

e refeições para servidores, conselheiros e convidados, além de outros congêneres, carece de previsão legal e é incompatível com as finalidades institucionais do Coren/SE. Tais despesas afrontam jurisprudência pacífica desta Corte de Contas, bem como os princípios da moralidade e da eficiência administrativa, previstos no caput do art. 37 da Constituição Federal (Acórdãos 808/2001-2ªC, 1900/2003-1ºC, 2381/2004-2ª, 1555/2004-P, 1386/2005-P e Acórdão 998/2006-2ª C);

b) favorecimento ao Restaurante e Casa de Forró Cariri Ltda., cujo sócio responsável é o Sr. José Hamilton de Santana, irmão da Sra. Hortência Maria Santana Linhares, ex-Presidente do Coren/SE;

6.5.10. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas nas despesas realizadas com festividades, lanches e refeições (...):

(vide tabelas no documento original)a) a realização de despesas com festividades, eventos comemorativos, presentes, lanches

e refeições para servidores, conselheiros e convidados, além de outros congêneres, carece de previsão legal e é incompatível com as finalidades institucionais do Coren/SE. Tais despesas afrontam jurisprudência pacífica desta Corte de Contas, bem como os princípios da moralidade e da eficiência administrativa, previstos no caput do art. 37 da Constituição Federal (Acórdãos 808/2001-2ªC, 1900/2003-1ºC, 2381/2004-2ª, 1555/2004-P, 1386/2005-P e Acórdão 998/2006-2ª C); e

b) favorecimento ao Restaurante e Casa de Forró Cariri Ltda., cujo sócio responsável é o Sr. José Hamilton de Santana, irmão da Sra. Hortência Maria Santana Linhares;

6.5.11. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas na aquisição de passagens aéreas, nas concessões de diárias e indenizações (...):

(vide tabelas no documento original)a) aquisição de passagens aéreas e pagamentos de diárias sem qualquer processo de

formalização que contenha a solicitação da viagem devidamente motivada, a autorização, o pagamento, o comprovante do deslocamento, a exemplo da anexação do canhoto do cartão de embarque para a localidade supostamente de destino, ou relatório de atividades da viagem que teria sido realizada. Não havia na documentação analisada nem mesmo comprovação da realização do evento ou exposição de motivo para a participação de algum membro da entidade (Capítulo III do Título VII da Lei nº 4.320/64);

b) as compras de passagens aéreas atreladas a pacotes de viagem foram realizadas sem que fosse seguido nenhum trâmite próprio da Administração (itens ns.º 1, 20 e 22 da tabela). Nestes casos há o pagamento relativo à compra do pacote de viagem, mas não há o correspondente

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pagamento de diárias para a realização dessas viagens. Não há emissão de bilhetes ou comprovantes de ticket ou de qualquer outro comprovante da compra, isso aliado à falta de qualquer nota fiscal ou recibo;

c) pagamento de diárias a outras pessoas diferentes daquelas que supostamente fariam a viagem (itens ns.º 24, 25, 26 e 27 da tabela). Os cheques foram sacados por um empregado da Autarquia, sendo que posteriormente teriam sido repassados aos reais beneficiários. Este procedimento se constitui em indícios da ocorrência de pagamentos de diárias fictícias;

d) indícios de fraude na concessão de diárias. Os pagamentos relacionados aos itens ns.º 25 e 27 da tabela, no valor de R$ 6.616,20 e R$ 3.528,78, pagos à Sra. Hortência Maria Santana Linhares, referem-se a viagens realizadas à cidade de São Paulo, nos períodos de 01 a 15 de dezembro de 2004 e de 22 a 29 de janeiro de 2005, respectivamente, em virtude de ‘representação científica do 8º Congresso Brasileiro de Conselhos de Enfermagem’. Ocorre que o mencionado Congresso foi realizado no período de 24 a 28 de outubro de 2005, na cidade de Maceió/AL, conforme informação contida no sítio do Congresso na internet;

6.5.12. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF: 169.862.025-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas na aquisição de passagens aéreas, nas concessões de diárias e indenizações (...):

(vide tabelas no documento original)a) aquisição de passagens aéreas e pagamentos de diárias sem qualquer processo de

formalização que contenha a solicitação da viagem devidamente motivada, a autorização, o pagamento, o comprovante do deslocamento, a exemplo da anexação do canhoto do cartão de embarque para a localidade supostamente de destino, ou relatório de atividades da viagem que teria sido realizada. Não havia na documentação analisada nem mesmo comprovação da realização do evento ou exposição de motivo para a participação de algum membro da entidade (Capítulo III do Título VII da Lei nº 4.320/64);

b) as compras de passagens aéreas atreladas a pacotes de viagem foram realizadas sem que fosse seguido nenhum trâmite próprio da despesa. Nestes casos há o pagamento para a compra do pacote de viagem, mas não há o correspondente pagamento de diárias para a realização dessas viagens. Não há emissão de bilhetes ou comprovantes de ticket ou de qualquer outro comprovante da compra, isso aliado à falta de qualquer nota fiscal ou recibo;

6.5.13. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), ex-Presidente do Coren/SE, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145.49), ex Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades discriminadas em seguida (...):

(vide tabelas no documento original)a) aquisição de passagens aéreas e pagamentos de diárias sem qualquer processo de

formalização que contenha a solicitação da viagem devidamente motivada, a autorização, o pagamento, o comprovante do deslocamento, a exemplo da anexação do canhoto do cartão de embarque para a localidade supostamente de destino, ou relatório de atividades da viagem que teria sido realizada. Não havia na documentação analisada nem mesmo comprovação da realização do evento ou exposição de motivo para a participação de algum membro da entidade (Capítulo III do

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Título VII da Lei nº 4.320/64);b) as compras de passagens aéreas atreladas a pacotes de viagem foram realizadas sem

que fosse seguido nenhum trâmite próprio da Administração. Nestes casos há o pagamento para a compra do pacote de viagem, mas não há o correspondente pagamento de diárias para a realização dessas viagens. Não há emissão de bilhetes ou comprovantes de ticket ou de qualquer outro comprovante da compra, isso aliado à falta de qualquer nota fiscal ou recibo;

6.5.14. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas nas despesas realizadas por conta do 6º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem – 6º CBCENF, realizado na cidade de Florianópolis/SC, entre os dias 08 e 12 de setembro de 2003 (...):

(vide tabelas no documento original)a) ausência de comprovação ou relatório de atividades relacionado à realização do

evento, que pudesse descrever a finalidade a que o mesmo foi proposto, quais foram os participantes e quaisquer outras informações acerca do mesmo;

b) o 6º CBCENF foi realizado em um estado diferente da sede do Coren/SE e não teve a sua organização patrocinada por ele ;

c) as aquisições não se encontrarem devidamente caracterizadas, como determina o art. 14 da Lei nº 8.666/93, carecem de previsão legal, e são incompatíveis com a natureza e a finalidade precípua do Conselho Regional de Enfermagem, constituindo-se em prática de atos de gestão ilegítimos e antieconômicos;

d) aquisição indevida de souvenirs e lembranças da cidade onde foi realizado o evento, a exemplo de itens comprados com a seguinte discriminação: ‘cestas’, ‘esteiras’, ‘cabaças’, ‘toalhas’, ‘peneira e chapéus’, ‘ralo e colher’ e ‘palha de coqueiro’ (itens 09, 10, 11, 13, 14, 15 e 26 da tabela). Há documentos que discriminam ainda despesas com locação de muletas, aquisição de material de pesca e ferragens, pagamento de corridas de táxi e compra de CD’s de forró, salientando-se, que a maioria dessas compras inexistem emissões de notas ou cupons fiscais que comprovem realmente se as mesmas ali mencionadas ocorreram de fato;

e) pagamentos no valor total de R$ 4.960,00, em nome de Pimentinha e Banda de Forró Cariri (itens ns.º 21, 22 e 31 da tabela), ligada ao Restaurante e Casa de Forró Cariri Ltda., de propriedade do Sr. José Hamilton de Santana, irmão da Sra Hortência Maria Santana Linhares. Destaca-se, ainda, pagamento no valor de R$ 1.560,00 (um mil quinhentos e sessenta reais) ao Sr. José Hamilton de Santana pela suposta aquisição de 140 chapéus (item nº 24 da tabela);

f) aquisição de CD’s de Pimentinha e Banda de Forró Cariri, no valor de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais), em 16/09/2003 (item nº 31 da tabela). Ocorre que o 6º-CBCENF ocorreu entre os dias 08 e 12 de setembro. Já o pagamento efetuado a esta banda, referente ao show que seria realizado no evento, ocorreu em 02/09/2003 (item 22 da tabela);

g) aquisição de brindes e outros dispêndios congêneres de natureza pessoal, que supostamente seriam distribuídos, como: 800 camisas, 1.000 faixas de cabelo, 500 sacolas, 500 estojos, junto às empresas Raffa’s Indústria Ltda. e RL Comércio de Brindes Ltda, no valor de total de R$ 10.450,00 (dez mil, quatrocentos e cinqüenta reais) (itens ns.º 3, 4 e 5 da tabela), em afronta à jurisprudência desta Corte de Contas e ao art. 22 do Decreto nº 99.188/90, com redação dada pelo Decreto nº 99.214/90;

6.5.15. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-

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Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas nas aquisições de materiais de construção, que denotam indícios de desvios dos recursos supostamente empregados (...):

(vide tabelas no documento original)a) as compras relativas ao exercícios 2003 e 2005 não foram precedidas do devido

processo licitatório, em afronta ao art. 2º da Lei nº 8.666/93, assim como não houve a formalização dos processos de dispensa relativos às compras dos insumos efetuadas durante o exercício 2004;

b) não houve a elaboração de projetos de arquitetura, de engenharia, projeto básico, projeto executivo ou planilhas orçamentárias, que pudessem estabelecer os critérios utilizados para avaliar a quantidade de insumos a serem adquiridos, em confronto com o art. 7º, §2º, da Lei nº 8.666/93;

c) não houve a instauração de procedimento administrativo compreendido pelos atos de empenho, liquidação e pagamento (Capítulo III do Título VII da Lei nº 4.320/64);

d) não há qualquer documento de controle específico como ‘ordem de serviço’ ou ‘solicitação de serviço’, destinado a execução de serviços relacionados a obras ou reformas;

e) não foi constatada a contratação simultânea de mão-de-obra de engenharia para execução dos serviços decorrentes da aquisição dos insumos. A única verificação de que houve um pagamento relacionado à prestação de serviços de pedreiro se deu de forma irregular, pois existe uma divergência entre os valores que supostamente foram pagos ao executor dos serviços, Sr. Jorge Santana da Silva. É que no cheque nº 853075 consta o valor de R$ 3.890,28, já a nota fiscal avulsa de prestação de serviços nº 0128756, a que ele se refere, possui valor de R$ 5.000,00;

6.5.16. com base no art. 12, I e II, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 202, I e II, do Regimento Interno, a citação solidária de Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, promovam o recolhimento das importâncias identificadas na tabela abaixo, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, ou apresentem suas alegações de defesa em razão das irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas em despesas diversas efetuadas sem que houvesse fundamentação legal e/ou que tivessem relação com a finalidade da entidade (...):

(vide tabelas no documento original)a) execução de despesas imotivadas, sem qualquer fundamentação legal, sem realização

de pesquisa de preços, sem licitação (art. 2º da Lei nº 8.666/93), sem empenho (art. 60 da Lei nº 4.320/64), sem indicação dos recursos que fariam o custeio da mesma (art. 14 da Lei nº 8.666/93), direcionadas, sem comprovação de que as mesmas de fato se realizaram (art. 63 da Lei nº 4.320/64), sem pesquisa ao cadastro das empresas fornecedoras, algumas sem notas ou cupons fiscais;

b) aquisição de 250 exemplares do livro de título ‘O Homem de um século’ (item 8 da tabela), de autoria do esposo da então Presidente do Coren/SE, Sr. Gilberto Linhares Teixeira, Presidente à época do Conselho Federal de Enfermagem. A compra dos referidos livros se deu de forma nebulosa, pois não há nos registros do Coren/SE nenhuma justificativa que pudesse embasar a compra e distribuição de 250 livros. Não existe nenhum documento comprobatório de que esses livros foram confeccionados e entregues na sede do Coren/SE e nem qual a finalidade desta aquisição, em confronto com o arts. 2º e 14 da Lei de Licitações e art. 63 da Lei nº 4.320/64;

c) realização de despesas relativas a brindes em que há a suposta participação do Coren/SE, como chaveiros, em que foram despendidos R$ 5.250,00 (item 14 da tabela); e 1.500 camisas (item 13 da tabela). Inexiste nos documentos da entidade qualquer comprovante do

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recebimento dos aludidos brindes, bem como a ausência de evento a que supostamente tenha sido destinado;

d) realização de despesa no valor de R$ 4.800,00 (item 12 da tabela) com a confecção de 3.000 sacolas, para ‘uso no 7º Congresso Brasileiro de Conselhos de Enfermagem’, realizado na cidade de Fortaleza/CE. Com relação a esse congresso, não consta da documentação analisada relatório de atividade, folder acerca da divulgação do evento, ou qualquer outra comprovação de que houve a participação de algum membro do Coren/SE, como forma de justificar a confecção de sacolas, em um evento realizado em um estado diferente da sede da entidade e que não tem a sua organização patrocinada por ela;

e) pagamentos realizados para a Empresa Graficard, em nome de Virgínia Mary Mecenas Cardoso, em 30/04/2004, onde pode se perceber na notas fiscal nº 0263 a existência de produtos discriminados que não fazem parte das finalidades para as quais a entidade foi instituída. Percebe-se a compra de livros de literatura de cordel, ‘fichas de inscrição’, ‘fichas de avaliação de cursos’, ‘crachás’ e outros itens pitorescos (item 14 da tabela). Além disso, as quantidades supostamente adquiridas desses itens não guardam correlação entre si. Por exemplo, supostamente compram-se 2.000 livros de literatura de cordel para distribuir em um encontro dos profissionais de enfermagem, o 5º ENCRESE, mas inexplicavelmente, confeccionam-se 1.200 ‘fichas de inscrição’, 1.400 certificados e 1.000 fichas de avaliação. Além do mais, não existiu um estudo, por mais simples que fosse, que embasasse a confecção dessas quantidades de materiais para a suposta realização desses cursos ou encontros;

f) pagamento de despesa referente a serviços de montagem e instalação de móveis de escritório pelo valor de R$ 3.507,00 (três mil quinhentos e sete reais), conforme descrição na nota fiscal de nº 2453 (item 07 da tabela), valor que corresponde a quase 50% do valor pago pela aquisição dos móveis a que esta montagem se refere. Tal situação é incompatível com os procedimentos utilizados nas situações vivenciadas em qualquer âmbito, seja no público ou privado, pois quando existe esse tipo de encomenda a montagem dos móveis comprados está inserido nos valores pagos pelos mesmos. Ademais, de acordo com informação obtida junto à Secretaria da Fazenda do Estado de Sergipe, a empresa em que houve a suposta aquisição dos referidos móveis encontrava-se em situação inapta desde 26/08/2003 perante o fisco;

g) execução de despesa, no valor de R$ 3.500,00, para a contratação do grupo musical Trio Cariri (item 17 da tabela), em 05 apresentações em shows na cidade de Fortaleza/CE, por conta do 7º Congresso Brasileiro de Conselhos de Enfermagem. O Coren/SE e o empresário da referida banda musical, Sr. Everaldo Alves, não menciona quem arcariam com os custos dos deslocamentos e da estada dos membros componentes da banda musical à cidade onde o show seria realizado. Além do mais, não justifica a contratação de uma banda musical paga pelo Coren/SE para um evento organizado em localidade diferente da sede da Autarquia e que não foi organizado pela mesma;

h) em 19/02/2004, foram repassados a Sra. Hortência Maria Santana Linhares R$ 890,10, face a um ressarcimento de despesa junto à Loja Tok e Stok (item nº 19 da tabela), na cidade do Rio de Janeiro, conforme notas fiscais ns.º 145056 e 018971. Situação similar ocorreu com despesas no valor de R$ 10.846,50, ressarcidos à Sra. Hortência Maria Santana Linhares (item 30 da tabela), por meio do cheque nº 852876, em razão de supostas compras realizadas na cidade de São Paulo. As despesas foram realizadas de forma totalmente ilegal, ao livre arbítrio da ordenadora de despesas, sem licitação, sem empenho, e sem liquidação;

i) execução de despesas com festas, contratações de bandas e artistas (itens 01, 02, 03, 04 e 05 da tabela) sem que ficasse evidenciado a motivação dos gastos e a efetiva realização do evento.

6.5.17. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das irregularidades verificadas nos seguintes procedimentos:

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a) na contratação direta da empresa Monte & Reinol Advogados Associados em 03/05/2004 (...):

i. os serviços contratados não possuem caráter ‘inédito ou incomum’, não podem ser classificados como de ‘natureza singular’, tampouco exigem profissionais com ‘notória especialização’, contrariando o art. 25, inc. II, da Lei nº 8.666/93. Os serviços de advocacia só podem ser contratados sem licitação se o forem com profissionais de notória especialização e se tratar de serviço de natureza singular, entendimento já firmado pelo Tribunal (Decisão 906/97 - TCU – Plenário). A exceção só deve ocorrer em ocasiões e condições excepcionalíssimas, quando o serviço a ser contratado detenha inequívocas características de inédito e incomum, jamais rotineiro e duradouro (Decisão 314/94 - 1ª Câmara);

ii. o Parecer Asjur nº 04/2004, que teria fundamentado a contratação, foi elaborado na mesma data da contratação, o que indica que o mesmo não passou de um ato meramente formal;

b) no processo Carta-Convite nº 01/2004, instaurado com o objetivo de contratar escritório de advocacia (...):

i. realização do procedimento sem o devido projeto básico, em afronta ao inc. I, §2º, do art. 7º da Lei nº 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. apesar da Carta-Convite mencionar que a minuta do contrato se encontra em anexo, este documento não fez parte do ato convocatório, em confronto com o art. 40, inc. III do §2º da Lei nº 8.666/93;

iii. não consta do processo que deu origem a contratação qualquer parecer jurídico, em dissonância com parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações;

iv. apesar de não se encontrar estipulado no ato convocatório previsão de acréscimos incidentes sobre a produção, o contrato firmado com a empresa Santana, Araújo & Costa Soluções - Jurídicas Aplicadas prevê, em seu item 6.2, que pela participação em cada execução fiscal, tanto administrativa quanto judicial, a contratada faria jus ao pagamento do equivalente a 20% da verba efetivamente auferida pelo contratante aos cofres da entidade. Consta também do item 6.3 do contrato firmado com a empresa que, nos meses de junho e dezembro, o Coren pagaria à contratada uma remuneração adicional de 50% do valor contratado. O art. 92 da Lei nº 8.666/93 considera crime admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados sem autorização em lei ou no ato convocatório da licitação;

c) no processo Carta-Convite nº 03/2003, instaurado com o objetivo de contratar empresa específica visando Segurança Patrimonial (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, § 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. apesar de firmado contrato com a empresa Franca Serviços de Vigilância e Segurança Patrimonial Ltda., a minuta deste documento não fez parte da Carta-Convite, em afronta art. 40, inc. III do §2º da Lei nº 8.666/93. O art. 62 da Lei nº 8.666/93 prevê que é facultativo o instrumento de contrato quando a contratação resultar da realização da licitação na modalidade convite, no entanto, tendo sido firmado o contrato sua minuta deve, necessariamente, constar do edital de licitação, pois, em nome do princípio da isonomia, devem ser facultados aos licitantes todas as disposições que expressem as obrigações que irão prevalecer durante a execução dos serviços;

iii. não consta do processo que deu origem a contratação o parecer jurídico, em dissonância com parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações;

iv. o processo não foi adjudicado, nem homologado, em discordância com o artigo 43, inc. VI, da Lei de Licitações;

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d) no processo Carta-Convite nº 02/2003, instaurado com o objetivo de contratar serviços de fiscalização na área de enfermagem (...):

i. terceirização da atividade-fim do Coren/SE, em dissonância com o art. 1º do Decreto nº 2271/97 que permite a terceirização apenas das atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares. Admitir a terceirização das atividades fins do Conselho equivale a admitir a negação da sua própria razão de ser;

ii. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, § 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

iii. foi convidada a participar do certame apenas a COOPENF, em afronta ao art. 22, § 3º da Lei nº 8.666/93, impossibilitando que houvesse qualquer disputa. O suposto processo não chegou sequer a ser homologado ou adjudicado, em dissonância com o art. 43, inc. VI, da Lei nº 8.666/93. A realização do processo, portanto, se constituiu em uma simulação. Frisa-se que mesmo que a entidade tivesse convidado outras empresas, tendo surgido ao certame apenas uma, o Convite deveria ter sido repetido (art. 22, § 7º, da Lei nº 8.666/1993);

iv. o contrato celebrado com a Cooperativa somente foi assinado em 05/04/2004, um ano após o julgamento da licitação;

v. de acordo com o item 1.1 da Cláusula Primeira do Contrato, os serviços seriam executados por dois profissionais, um enfermeiro e um técnico de enfermagem. Analisando-se, contudo, os ‘controles de procedimentos e/ou atendimentos de enfermagem’ que acompanham os documentos relativos aos pagamentos, verifica-se que executou os serviços apenas o enfermeiro, uma vez que não há registros do exercício de atividades pelo técnico em enfermagem;

vi. a participação da COOPENF no certame contraria os princípios da moralidade e da impessoalidade previstos no art. 37 da CF e no inciso III e § 3º do art. 9º da Lei nº 8.666, de 1993, pois o Presidente da Cooperativa, o Sr. Elizano Santos de Assis, ocupava o cargo de Conselheiro-Secretário do Coren/SE;

e) no processo Carta-Convite nº 02/2004, instaurado para contratar serviços de transporte por táxi (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressassem a composição de todos os seus custos unitários, em afronta ao art. 7º, inc. II do § 2º da Lei nº 8.666/93. Além disso, a Carta-Convite nº 02/2004 não considerou, no julgamento, a cotação de preço para viagens ao interior do Estado, podendo, portanto, ter classificado uma proposta menos vantajosa para o Coren/SE;

iii. o processo não foi adjudicado, nem homologado, em discordância com o artigo 43, inc. VI, da Lei de Licitações;

iv. ausência de controle por parte da Administração do Coren/SE, pois as corridas de táxi são registradas somente em recibos que, em muitas das situações analisadas, não são especificados os trechos supostamente percorridos, não há indicação da origem e nem do destino final da corrida, não há indicação do usuário do Coren/SE a utilizar o serviço e muito menos qual a necessidade de realização da viagem;

v. as viagens realizadas para o interior do Estado contrariam o princípio da economicidade, vez que, frente à necessidade da viagem, sairia muito mais econômico se deslocar por meio de transporte intermunicipal de passageiros;

f) utilização dos serviços dos Correios em afronta ao princípio da economicidade, vez que não foi firmado contrato de prestação de serviços junto àquela empresa, bem como pelo direcionamento das despesas à Agência Franqueada Mar Azul, embora haja uma agência dos

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Correios nas proximidades da sede do Coren/SE, em discordância com o princípio da impessoalidade (...);

g) o procedimento de seleção adotado pelo Coren/SE não pode ser compreendido como processo seletivo público, pois não contemplou os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da finalidade, da isonomia, da igualdade e da publicidade, previstos no caput do art. 37 da CF, frente às seguintes irregularidades (...):

i. não foi conferida ampla publicidade aos atos praticados no decorrer do processo seletivo, especialmente no que concerne aos resultados do processo. O próprio Edital de convocação somente fora publicado no Diário Oficial do Estado de Sergipe e não no Diário Oficial da União;

ii. não foram fixados critérios objetivos para avaliação e seleção;iii. não foram especificados o conteúdo programático, as datas, a forma de realização da

prova de conhecimentos, os critérios de correção e pontuação das avaliações;iv. não foi facultada aos candidatos a possibilidade de eventual interposição de recursos

contra os atos da Comissão;v. foram incluídas fases subjetivas no processo, como análise curricular. No caso dos

advogados também houve a inclusão de ‘análise da pretensão salarial’;vi. utilização indevida de processo seletivo para selecionar prestadores de serviço, em

desconformidade com o art. 2º da Lei nº 8.666/93. Os empregados Grigore Avram Valeriu, Paulo Roberto de Almeida Menezes, Alexandre de Araújo Azevedo, Rosalvo dos Santos e Cristina Maria Falcão Teti, apesar de supostamente selecionados por meio de processo seletivo, não firmaram contratos de trabalho junto ao Coren/SE, mas sim contratos de prestação de serviço por tempo determinado;

h) designação dos recintos do Plenário e do Auditório da sede do Coren/SE com nomes de pessoas vivas. O Plenário recebe o nome de ‘Enf. Gilberto Linhares Teixeira’ e o Auditório o nome ‘Enf. Hortência Maria Santana’. O uso de nomes de pessoas vivas em prédios públicos é ato irregular, porque atentatório à Administração Pública, constituindo-se em propaganda pessoal ostensiva e permanente, e contraria o princípio da impessoalidade, e ao disposto no §1º do art. 37 da CF e na Lei nº 6.454/77 (...);

6.5.18. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 217.091.305-04), Presidente do Coren/SE, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das irregularidades verificados nos seguintes procedimentos:

a) na contratação direta da empresa Monte & Reinol Advogados Associados em 07/08/2006 (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. a dispensa de licitação, fundamentada no art. 24, inc. IV, da Lei nº 8.666/93, foi imprópria e configurou em um mecanismo de burla ao princípio da licitação, pois não restou devidamente caracterizada a emergência alegada, em afronta ao art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal;

iii. a contratação durou de 07/08/2006 até 06/02/2007, ou seja, o prazo máximo permitido pela Lei, sem que o Coren/SE tivesse adotado qualquer providência para realizar o certame licitatório;

iv. a empresa Monte & Reinol Advogados Associados foi denunciada pelo Ministério Público Federal face a prática de atos ilícitos, entre ele fraudes em licitações, junto ao Cofen, sendo, no mínimo, temerária a escolha desta empresa para prestar serviços de assessoria jurídica para o Coren/SE;

b) na contratação direta da empresa Gomes e Júlio Advogados Associados em 10/02/2007

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(...):i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao

art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. a dispensa de licitação, fundamentada no art. 24, inc. IV, da Lei nº 8.666/93, foi imprópria e configurou em um mecanismo de burla ao princípio da licitação, pois não restou devidamente caracterizada a emergência alegada, em afronta ao art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal

iii. a dispensa de licitação sucedeu outra contratação emergencial, cujo objeto foi o mesmo, não obstante a entidade não demonstrou, em nenhum momento, adotar providências para realizar o certame licitatório exigido pela Lei;

c) no processo Carta-Convite nº 04/2006, instaurado para contratar serviços de transporte por táxi (...) :

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários, em afronta ao art. 7º, inc. II do § 2º da Lei nº 8.666/93;

iii. ausência de controle por parte da Administração do Coren/SE, pois as corridas de táxi são registradas somente em recibos que, em muitas das situações analisadas, não são especificados os trechos supostamente percorridos, não há indicação da origem e nem do destino final da corrida, não há indicação do usuário do Coren/SE a utilizar o serviço e muito menos qual a necessidade de realização da viagem;

iv. as viagens realizadas para o interior do Estado contrariam o princípio da economicidade, vez que, frente à necessidade da viagem, sairia muito mais econômico se deslocar por meio de transporte intermunicipal de passageiros;

d) utilização dos serviços dos Correios em afronta ao princípio da economicidade, vez que não foi firmado contrato de prestação de serviços junto àquela empresa, bem como pelo direcionamento das despesas à Agência Franqueada Mar Azul, embora haja uma agência dos Correios nas proximidades da sede do Coren/SE, em discordância com o princípio da impessoalidade (...);

e) omissão em providenciar as alterações dos nomes dados ao Plenário e o Auditório da sede do Coren/SE, nominados, respectivamente, de ‘Enf. Gilberto Linhares Teixeira’ e ‘Enf. Hortência Maria Santana’. O uso de nomes de pessoas vivas em prédios públicos é ato irregular, porque atentatório à Administração Pública, constituindo-se em propaganda ostensiva e permanente, mormente em razão dos homenageados encontrarem-se envolvidos na prática de atos irregulares cometidos contra o Conselho Federal de Enfermagem, o que contraria os princípios da impessoalidade e da moralidade, e o disposto no § 1º do art. 37 da CF e na Lei nº 6.454/77 (...).

6.5.19. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF: 217.091.305-04), então Presidente da Comissão de Seleção instaurada por meio da Portaria Coren/SE nº 2/2003 e Presidente do Coren/SE no período de 28/1/2005 a 31/10/2005, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das irregularidades verificadas nos seguintes procedimentos (...):

a) o processo de seleção adotado pelo Coren/SE não pode ser compreendido como processo seletivo público, pois não contempla os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da finalidade, da isonomia, da igualdade e da publicidade, previstos no caput do art. 37 da CF, frente às seguintes irregularidades:

i. não foi conferida ampla publicidade aos atos praticados no decorrer do processo

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seletivo, especialmente no que concerne aos resultados do processo. O próprio Edital de convocação somente fora publicado no Diário Oficial do Estado de Sergipe e não no Diário Oficial da União;

ii. não foram fixados critérios objetivos para avaliação e seleção;iii. não foram especificados o conteúdo programático, as datas, a forma de realização da

prova de conhecimentos, os critérios de correção e pontuação das avaliações;iv. não foi facultada aos candidatos a possibilidade de eventual interposição de recursos

contra os atos da Comissão;v. foram incluídas fases subjetivas no processo, como análise curricular. No caso dos

advogados também houve a inclusão de ‘análise da pretensão salarial’;b) ausência de controle por parte da Administração do Coren/SE na execução do contrato

firmado com a empresa Radio Táxi Sergipe Ltda (Carta-Convite nº 02/2004), pois as corridas de táxi são registradas somente em recibos que, em muitas das situações analisadas, não são especificados os trechos supostamente percorridos, não há indicação da origem e nem do destino final da corrida, não há indicação do usuário do Coren/SE a utilizar o serviço e muito menos qual a necessidade de realização da viagem. Além disso, as viagens realizadas para o interior do Estado contrariam o princípio da economicidade, vez que, frente à necessidade da viagem, sairia muito mais econômico se deslocar por meio de transporte intermunicipal de passageiros (...);

c) utilização dos serviços dos Correios em afronta ao princípio da economicidade, vez que não foi firmado contrato de prestação de serviços junto àquela empresa, bem como pelo direcionamento das despesas à Agência Franqueada Mar Azul, embora haja uma agência dos Correios nas proximidades da sede do Coren/SE, em discordância com o princípio da impessoalidade (...);

6.5.20. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Bárbara Bezerra Tavares (CPF: 267.241.625-72), então Presidente da Comissão Permanente de Licitação do Coren/SE, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das irregularidades verificadas nos seguintes procedimentos:

a) no processo Carta-Convite nº 01/2004, instaurado com o objetivo de contratar escritório de advocacia (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao inc. I, §2º, do art. 7º da Lei nº 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. apesar da Carta-Convite mencionar que a minuta do contrato se encontra em anexo, este documento não fez parte do ato convocatório, em confronto com o art. 40, inc. III do §2º da Lei nº 8.666/93;

iii. não consta do processo que deu origem a contratação qualquer parecer jurídico, em dissonância com parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações;

iv. apesar de não constar do ato convocatório a previsão de acréscimos incidentes sobre a produção, o contrato firmado com a empresa Santana, Araújo & Costa Soluções - Jurídicas Aplicadas prevê, em seu item 6.2, que pela participação em cada execução fiscal, tanto administrativa quanto judicial, a contratada faria jus ao pagamento do equivalente a 20% da verba efetivamente auferida pelo contratante aos cofres da entidade. Consta também do item 6.3 do contrato firmado com a empresa que, nos meses de junho e dezembro, o Coren pagaria à contratada uma remuneração adicional de 50% do valor contratado. O art. 92 da Lei nº 8.666/93 considera crime admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados sem autorização em lei ou no ato convocatório da licitação;

b) no processo Carta-Convite nº 03/2003, instaurado com o objetivo de contratar empresa específica visando Segurança Patrimonial (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto

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da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. apesar de firmado contrato com a empresa Franca Serviços de Vigilância e Segurança Patrimonial Ltda., a minuta deste documento não fez parte da Carta-Convite, em afronta art. 40, inc. III do §2º da Lei nº 8.666/93. O art. 62 da Lei nº 8.666/93 prevê que é facultativo o instrumento de contrato quando a contratação resultar da realização da licitação na modalidade convite, no entanto, firmado o contrato sua minuta deve, necessariamente, constar do edital de licitação, pois, em nome do princípio da isonomia, devem ser facultados aos licitantes todas as disposições que expressem as obrigações que irão prevalecer durante a execução dos serviços;

iii. não consta do processo que deu origem a contratação o parecer jurídico, em dissonância com parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações;

c) no processo Carta-Convite nº 02/2003, instaurado com o objetivo de contratar serviços na área de enfermagem (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. foi convidada a participar do certame apenas a COOPENF, em afronta ao art. 22, § 3º da Lei nº 8.666/93, impossibilitando que houvesse qualquer disputa. O suposto processo não chegou sequer a ser homologado ou adjudicado, em dissonância com o art. 43, inc. VI, da Lei nº 8.666/93. A realização do processo, portanto, se constituiu em uma simulação. Frisa-se que mesmo que a entidade tivesse convidado outras empresas, tendo surgido ao certame apenas uma, o Convite deveria ter sido repetido (art. 22, § 7º, da Lei nº 8.666/1993);

iii. a participação da COOPENF no certame contraria os princípios da moralidade e da impessoalidade previstos no art. 37 da CF e no inciso III e § 3º do art. 9º da Lei nº 8.666, de 1993, pois o Presidente da Cooperativa, o Sr. Elizano Santos de Assis, ocupava o cargo de Conselheiro-Secretário do Coren/SE;

d) no processo Carta-Convite nº 02/2004, instaurado para contratar serviços de transporte por táxi (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressassem a composição de todos os seus custos unitários, em afronta ao art. 7º, inc. II do § 2º da Lei nº 8.666/93. Além disso, a Carta-Convite nº 02/2004 não considerou, no julgamento, a cotação de preço para viagens ao interior do Estado, podendo, portanto, ter classificado uma proposta menos vantajosa para o Coren/SE;

6.5.21. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Silvana Menezes dos Santos (CPF: 588.268.075-15), então membro da Comissão Permanente de Licitação do Coren/SE, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das seguintes irregularidades

a) no processo Carta-Convite nº 03/2003, instaurado com o objetivo de contratar empresa específica visando Segurança Patrimonial (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. apesar de firmado contrato com a empresa Franca Serviços de Vigilância e Segurança Patrimonial Ltda., a minuta deste documento não fez parte da Carta-Convite, em afronta art. 40, inc. III do §2º da Lei nº 8.666/93. O art. 62 da Lei nº 8.666/93 prevê que é facultativo o instrumento de

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contrato quando a contratação resultar da realização da licitação na modalidade convite, no entanto, firmado o contrato sua minuta deve, necessariamente, constar do edital de licitação, pois, em nome do princípio da isonomia, devem ser facultados aos licitantes todas as disposições que expressem as obrigações que irão prevalecer durante a execução dos serviços;

iii. não consta do processo que deu origem a contratação o parecer jurídico, em dissonância com parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações;

b) no processo Carta-Convite nº 02/2003, instaurado com o objetivo de contratar serviços na área de enfermagem (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. foi convidada a participar do certame apenas a COOPENF, em afronta ao art. 22, § 3º da Lei nº 8.666/93, impossibilitando que houvesse qualquer disputa. O suposto processo não chegou sequer a ser homologado ou adjudicado, em dissonância com o art. 43, inc. VI, da Lei nº 8.666/93. A realização do processo, portanto, se constituiu em uma simulação. Frisa-se que mesmo que a entidade tivesse convidado outras empresas, tendo surgido ao certame apenas uma, o Convite deveria ter sido repetido (art. 22, § 7º, da Lei nº 8.666/1993);

iii. . a participação da COOPENF no certame contraria os princípios da moralidade e da impessoalidade previstos no art. 37 da CF e no inciso III e § 3º do art. 9º da Lei nº 8.666, de 1993, pois o Presidente da Cooperativa, o Sr. Elizano Santos de Assis, ocupava o cargo de Conselheiro-Secretário do Coren/SE;

6.5.22. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Carlos Eduardo Santana (CPF: 653.743.475-00), então membro da Comissão Permanente de Licitação do Coren/SE, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das irregularidades verificadas nos seguintes procedimentos:

a) no processo Carta-Convite nº 01/2004, instaurado com o objetivo de contratar escritório de advocacia (...):

i. realização do procedimento sem o devido projeto básico em afronta ao inc. I, §2º, do art. 7º da Lei nº 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. apesar da Carta-Convite mencionar que a minuta do contrato se encontra em anexo, este documento não fez parte do ato convocatório, em confronto com o art. 40, inc. III do §2º da Lei nº 8.666/93;

iii. não consta do processo, que deu origem a contratação, qualquer parecer jurídico, em dissonância com parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações;

iv. apesar de não se encontrar estipulado no ato convocatório previsão de acréscimos incidentes sobre a produção, o contrato firmado com a empresa Santana, Araújo & Costa Soluções - Jurídicas Aplicadas prevê, em seu item 6.2, que pela participação em cada execução fiscal, tanto administrativa quanto judicial, a contratada faria jus ao pagamento do equivalente a 20% da verba efetivamente auferida pelo contratante aos cofres da entidade. Consta também do item 6.3 do contrato firmado com a empresa que, nos meses de junho e dezembro, o Coren pagaria à contratada uma remuneração adicional de 50% do valor contratado. O art. 92 da Lei nº 8.666/93 considera crime admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados sem autorização em lei ou no ato convocatório da licitação;

b) no processo Carta-Convite nº 03/2003, instaurado com o objetivo de contratar empresa específica visando Segurança Patrimonial (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6

art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. apesar de firmado contrato com a empresa Franca Serviços de Vigilância e Segurança Patrimonial Ltda., a minuta deste documento não fez parte da Carta-Convite, em afronta art. 40, inc. III do §2º da Lei nº 8.666/93. O art. 62 da Lei nº 8.666/93 prevê que é facultativo o instrumento de contrato quando a contratação resultar da realização da licitação na modalidade convite, no entanto, firmado o contrato sua minuta deve, necessariamente, constar do edital de licitação, pois, em nome do princípio da isonomia, devem ser facultados aos licitantes todas as disposições que expressem as obrigações que irão prevalecer durante a execução dos serviços;

iii. não consta do processo que deu origem a contratação o parecer jurídico, em dissonância com parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações;

c) no processo Carta-Convite nº 02/2003, instaurado com o objetivo de contratar serviços na área de enfermagem (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. foi convidada a participar do certame apenas a COOPENF, em afronta ao art. 22, § 3º da Lei nº 8.666/93, impossibilitando que houvesse qualquer disputa. O suposto processo não chegou sequer a ser homologado ou adjudicado, em dissonância com o art. 43, inc. VI, da Lei nº 8.666/93. A realização do processo, portanto, se constituiu em uma simulação. Frisa-se que mesmo que a entidade tivesse convidado outras empresas, tendo surgido ao certame apenas uma, o Convite deveria ter sido repetido (art. 22, § 7º, da Lei nº 8.666/1993);

iii. . a participação da COOPENF no certame contraria os princípios da moralidade e da impessoalidade previstos no art. 37 da CF e no inciso III e § 3º do art. 9º da Lei nº 8.666, de 1993, pois o Presidente da Cooperativa, o Sr. Elizano Santos de Assis, ocupava o cargo de Conselheiro-Secretário do Coren/SE;

d) no processo Carta-Convite nº 02/2004, instaurado para contratar serviços de transporte por táxi (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressassem a composição de todos os seus custos unitários, em afronta ao art. 7º, inc. II do § 2º da Lei nº 8.666/93. Além disso, a Carta-Convite nº 02/2004 não considerou, no julgamento, a cotação de preço para viagens ao interior do Estado, podendo, portanto, ter classificado uma proposta menos vantajosa para o Coren/SE;;

6.5.23. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Ângela Maria Menezes de Souza (CPF: 919.116.215-72), então membro da CPL em 2004 e Presidente da CPL em 2006, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das irregularidades verificadas nos seguintes procedimentos:

a) no processo Carta-Convite nº 01/2004, instaurado com o objetivo de contratar escritório de advocacia (...):

i. realização do procedimento sem o devido projeto básico em afronta ao inc. I, §2º, do art. 7º da Lei nº 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. apesar da Carta-Convite mencionar que a minuta do contrato se encontra em anexo, este documento não fez parte do ato convocatório, em confronto com o art. 40, inc. III do §2º da Lei

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6

nº 8.666/93;iii. não consta do processo, que deu origem a contratação, qualquer parecer jurídico, em

dissonância com parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações;iv. apesar de não se encontrar estipulado no ato convocatório previsão de acréscimos

incidentes sobre a produção, o contrato firmado com a empresa Santana, Araújo & Costa Soluções - Jurídicas Aplicadas prevê, em seu item 6.2, que pela participação em cada execução fiscal, tanto administrativa quanto judicial, a contratada faria jus ao pagamento do equivalente a 20% da verba efetivamente auferida pelo contratante aos cofres da entidade. Consta também do item 6.3 do contrato firmado com a empresa que, nos meses de junho e dezembro, o Coren pagaria à contratada uma remuneração adicional de 50% do valor contratado. O art. 92 da Lei nº 8.666/93 considera crime admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados sem autorização em lei ou no ato convocatório da licitação;

b) no processo Carta-Convite nº 02/2004, instaurado para contratar serviços de transporte por táxi (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressassem a composição de todos os seus custos unitários, em afronta ao art. 7º, inc. II do § 2º da Lei nº 8.666/93. Além disso, a Carta-Convite nº 02/2004 não considerou, no julgamento, a cotação de preço para viagens ao interior do Estado, podendo, portanto, ter classificado uma proposta menos vantajosa para o Coren/SE;

c) no processo Carta-Convite nº 04/2006, instaurado para contratar serviços de transporte por táxi (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

6.5.24. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Maria dos Santos (CPF: 381.499.155/91), então membro da Comissão Permanente de Licitação do Coren/SE, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das irregularidades verificadas nos seguintes procedimentos:

d) no processo Carta-Convite nº 04/2006 instaurado para contratar serviços de transporte por táxi (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

6.5.25. com fulcro no art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, a audiência de Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF: 556.904.915-00), então membro da Comissão Permanente de Licitação do Coren/SE, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das irregularidades verificadas nos seguintes procedimentos:

a) no processo Carta-Convite nº 04/2006 instaurado para contratar serviços de transporte por táxi (...):

i. não foi elaborado o devido projeto básico anteriormente à contratação, em afronta ao

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art. 7º, §§ 2º, inciso I e II, da Lei 8.666/93. A ausência deste documento impede que os serviços, objeto da licitação, sejam caracterizados e sejam definidos os custos, os métodos e os prazos de execução (inc. IX do art. 6º da Lei de Licitações);

ii. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

6.5.26. audiência do Sr. Elizano Santos Assis, presidente do Coren/SE no período de 31/10/1999 a 30/10/2002, secretário do Coren no exercício de 2003 e presidente do COOPENF desde 1º/12/1998, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, razões de justificativa acerca das seguintes irregularidades verificadas nos seguintes procedimentos:

a) contratação sem licitação da cooperativa COOPENF, no ato representada por sua vice-presidente, Marta Rodrigues do Rego, em 4/5/2001, entidade essa igualmente presidida pelo Sr. Elizano Santos de Assis, fato que violou os princípios da moralidade e da impessoalidade e da licitação, previstos no art. 37 da CF, e nos arts. 2º e 9º, inciso III e §3º, da Lei nº 8.666/93;

b) participação no direcionamento da Carta-convite nº 2/2003 para a contratação da COOPENF, atuando simultaneamente na função de Secretário do Coren/SE (contratante) e na de presidente da COOPENF (contratada e única convidada para a licitação), fato que viola os princípios da moralidade, da impessoalidade e da licitação, previstos no art. 37 da CF, e nos arts. 2° e 9°, inciso III e §3°, da Lei nº 8.666, de 1993;

6.6. dar ciência a Antônio José Machado Oliveira (CPF: 001.753.865-36), Guilherme Diangellis Gomes (CPF: 020.318.055-09), Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF: 556.904.915-00), Maria Angélica Nunes Bezerra (CPF: 336.895.395-87) e Rosalvo dos Santos (CPF: 016.158.235-49), a respeito das seguintes irregularidades que afrontam os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da finalidade, da isonomia, da igualdade e da publicidade, previstos no caput do art. 37 da CF, verificadas no Processo Seletivo realizado de acordo com a Portaria Coren/SE nº 02/2003, para, se desejarem, manifestarem-se, no prazo de 15 (quinze) dias, em vista da possibilidade da decretação da nulidade do procedimento, uma vez que, neste caso, os contratos de trabalho a ele referentes deverão ser anulados (...):

i. não foi conferida ampla publicidade aos atos praticados no decorrer do processo seletivo, especialmente no que concerne aos resultados do processo. O próprio Edital de convocação somente fora publicado no Diário Oficial do Estado de Sergipe e não no Diário Oficial da União;

ii. não foram fixados critérios objetivos para avaliação e seleção;iii. não foram especificados o conteúdo programático, as datas, a forma de realização da

prova de conhecimentos, os critérios de correção e pontuação das avaliações;iv. não foi facultada aos candidatos a possibilidade de eventual interposição de recursos

contra os atos da Comissão;v. foram incluídas fases subjetivas no processo, como análise curricular. No caso dos

advogados também houve a inclusão de ‘análise da pretensão salarial’; (...).”

3. O Acórdão 456/2008-Plenário levantou o sobrestamento do TC 004.666/2007-0 e, ainda, determinou o seu apensamento a esta tomada de contas especial, dentre outras providências.4. A Secex/SE efetuou as comunicações processuais ordenadas nos autos conforme consta das fls. 100/540, todavia as Sras. Silvana Menezes dos Santos, Bárbara Bezerra Tavares, Maria dos Santos, Marli Francisca dos Santos Palmeira, Mirian Christina dos Santos Carvalho e Ângela Maria Menezes de Souza, assim como o Sr. Carlos Eduardo Santana, a sociedade Monte & Reinol Advogados Associados e a firma Mondrian Editora e Comunicação Ltda. permaneceram silentes. 5. O exame das alegações de defesa e razões de justificativa aduzidas pelos responsáveis foi promovido pelo auditor da Secex/SE Welledyson Anaximandro Webster, na instrução de fls. 541/617, que reproduzo parcialmente a seguir, com ajustes de forma, verbis:

“2. Arrazoados de defesa apresentados pelos Srs. Guilherme Diangelis Gomes, Rosalvo dos Santos, Maria Angélica Nunes Bezerra e Kátia Vieira Gomes Ferreira, em relação à possibilidade

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de anulação do processo seletivo realizado pelo Coren/SE:Em relação aos Ofícios Secex/SE-TCU nºs 308/310 e 405/2008, de 27/5/2008 (fls. 160/165

e 317), que tratam das comunicações para a Sras. Kátia Vieira Gomes Ferreira e Maria Angélica Nunes Bezerra, bem como para os Srs. Guilherme Diangelis Gomes e Rosalvo dos Santos, acerca de uma eventual declaração de nulidade no processo seletivo (concurso público) realizado em consonância com a Portaria Coren/SE nº 2/2003, tendo em vista a constatação de várias irregularidades ocorridas naquele certame, os notificados, por meio dos documentos colacionados aos autos, respectivamente, fls. 31/48 do anexo 2, nas fls. 474/485 e 495/500, assim dispuseram, respectivamente:

‘O Sr. Rosalvo dos Santos, por meio de procurador devidamente constituído, mencionou que o edital do Coren/SE, publicado no Diário Oficial do Estado, obedeceu ao determinado na Resolução Cofen/SE, de 22/01/2003, mormente no artigo 4º, mencionando que o processo seletivo público far-se-á de forma simplificada, mediante avaliação de prova de conhecimento específico e análise curricular e que em virtude da liminar concedida em sede da Adin 1717-6/DF, estipulava que os conselhos de fiscalização profissionais seriam regidos pela legislação trabalhista. Destarte, haveria permissivo para a contratação nos moldes em que a mesma ocorreu.

Quanto à ressalva relativa ao contrato de prestação de serviços por prazo determinado, entendeu que o Coren/SE deveria providenciar a regularização da anotação do registro na CTPS do Sr. Rosalvo dos Santos, inclusive das parcelas a que teria direito e, caso seja declarada a nulidade contratual, que também considere o entendimento jurisprudencial corrente para os casos em que a declaração de nulidade do vínculo empregatício não surta os efeitos para os salários já percebidos.

Em relação aos arrazoados patrocinados pelo Sr. Guilherme Diangelis, Sra. Kátia Vieira Gomes Ferreira e Sra. Maria Angélica Nunes Bezerra, cabe mencionar que apresentaram justificativas parecidas, sendo então pertinente agrupá-las. Os defendentes afirmaram que em janeiro do ano de 2003 foi tornado público, através do Diário Oficial do Estado de Sergipe, um extrato do edital do processo seletivo abrindo vagas para a contratação de empregados públicos para o Conselho Regional de Enfermagem, este contendo as seguintes vagas: 02 vagas de advogados, 03 vagas de auxiliar operacional, 01 vaga de enfermeiro para assessoria técnica, 01 vaga de motorista.

Que tomou conhecimento da referida publicação, não somente pela publicação no Diário Oficial do Estado de Sergipe, mas também por meio de ampla divulgação de outros meios de comunicação, a exemplo do site do Coren/SE e no sítio eletrônico do COFEN, à época. Assim, destacam os notificados que o descrito quanto à ausência de ampla divulgação do certame não se coaduna com a verdade dos fatos, sendo oferecido a quem quisesse participar a oportunidade.

Com relação aos demais itens (fixação de critérios objetivos, não especificação do conteúdo programático, critérios de correção e pontuação, etc),mencionaram não se seguiu dessa maneira, pois apesar de não se poder negar em um primeiro momento que o extrato do edital foi apenas publicado no Diário Oficial do Estado (meus grifos), os critérios de seleção foram especificados no sítio do Coren/SE por meio de publicações próprias, pelo menos em relação às datas das provas de conhecimento específico e o programa. Menciona que não pode afirmar que tais informativos eram completos ou que estavam concordes com a Constituição Federal, porque eram extremamente simplórios, apesar de serem seguidos os parâmetros do COFEN.

Registram, ainda, que o processo seletivo se deu também com uma entrevista, a despeito das provas escritas e orais, não existindo nenhum dos aprovados no certame relação de vínculo de parentesco nem de amizade com a Sra. Hortência Maria Linhares e o Sr. Gilberto Linhares, estando os méritos da aprovação na competência dos participantes. Ademais, entendem os notificados que os candidatos não têm nenhuma responsabilidade, direta ou indireta, quanto às formalidades daquele certame, tendo sido aprovados os melhores candidatos. Tanto assim, que os aprovados nas primeiras classificações não se encontram hoje mais no cargo, tendo o notificado e mais algumas pessoas compondo o quadro de reserva, não se podendo falar em descumprimento dos princípios constitucionais mencionados na notificação. Assim, os notificados pedem que o TCU se digne em acolher os seus arrazoados de defesa.’

2.1. ANÁLISE:Uma vez que a situação que gerou a oitiva dos defendentes acima mencionados é a mesma

e que se refere a uma eventual declaração de nulidade do processo seletivo dos servidores identificados, efetuaremos uma única análise acerca da seleção realizada pelo Coren/SE, a despeito

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da existência de particularidades ressaltadas nos pontos de defesa do Sr. Rosalvo Santos, mas que também podem alcançar os demais manifestantes.

Em relação ao alegado pelo Procurador do Sr. Rosalvo dos Santos, entendemos que se alguma dúvida existia acerca da legislação aplicável ao pessoal dos conselhos, essa questão foi devidamente esclarecida com a edição da Medida Provisória nº 1.549, em 6/11/1997, convertida na Lei nº 9.649, de 27/5/1998, que, após o julgamento da ADIN nº 1.717, em 7/11/2002, teve o seu art. 58 considerado inconstitucional, mantendo-se apenas o § 3º, que estabelece o regime da CLT para os empregos dos conselhos. Sendo assim, não há que se falar em aplicação da Resolução do Sistema Cofen/Coren para observância de processo seletivo, uma vez que, na época da realização do certame, em 2003, já havia entendimento acerca da exigência de concurso público para contratação dos empregados dos conselhos de fiscalização, este seguindo os princípios basilares da CF, além do que há de se mencionar que essa questão encontra-se pacificada no âmbito desta Corte de Contas, tendo o Tribunal, mediante a Decisão 830/96 - Plenário, firmado o seu entendimento:

‘Aos Conselhos de Fiscalização do Exercício Profissional aplica-se o disposto nos incisos II e XVII do art. 37 da Constituição Federal, estando os mesmos obrigados à realização de concurso público para preenchimento de seus cargos/empregos, ficando conseqüentemente vedados a ascensão funcional e o acúmulo de cargos’.

E, nesse sentido, existem diversas deliberações proferidas por este Tribunal, onde há determinações de regularização de situações de contratação de pessoal sem a observância da realização de concurso público. Contudo, a obrigatoriedade de realização de concurso público somente se tornou efetiva a partir de 6/6/1990, data da publicação no Diário Oficial da União da decisão proferida pelo Plenário na Sessão de 16/5/1990, por ocasião da apreciação do TC 006.658/1989-0 (Ata 21, Anexo II), ocasião em que foi analisada a questão por esta Corte de Contas. Há que se esclarecer que, por algum tempo, apesar de reconhecer a sujeição das contratações efetivadas pelos conselhos de fiscalização aos ditames do art. 37, inciso II, da Constituição Federal, o Tribunal apenas determinava àqueles entes a observância de concurso público para contratação de pessoal, sem que se tornassem nulas as admissões efetivadas em descumprimento a essa regra.

Entendia o Tribunal que, estando sub judice no Supremo Tribunal Federal questões relativas à legislação aplicável ao pessoal dos conselhos (cf. MS nº 21.797-9), ‘não haveria justiça em negar a boa-fé, tanto dos dirigentes da Entidade quanto das pessoas que efetivamente foram contratadas, em relação à aplicabilidade, ou não, do concurso público’, privilegiando, assim, o princípio da segurança jurídica (cf. Voto do Ministro Benjamin Zymler proferido no TC 700.105/1996-4). Esse entendimento encontra-se firmado em diversas deliberações, tais como Acórdão 50/2001 - Primeira Câmara; Decisão 31/2001 - Plenário; Acórdão 179/2000 - Plenário; Decisão 133/2000 - Plenário; Acórdão 213/99 - Plenário; Decisão 123/99 - Segunda Câmara; Decisão 69/99 - Plenário; Acórdão 212/98 - Segunda Câmara; Acórdão 209/98 - Segunda Câmara.

No entanto, a opinião é de que ‘a admissão não é para o ingresso nos quadros do funcionalismo público, mas sim uma relação trabalhista normal ex-labore e não sob a égide da Lei nº 8.112, de 1990’, consoante expresso no Voto do Exmo. Sr. Ministro Lincoln Magalhães da Rocha, proferido no TC 725.038/1997-7. Ademais, esta Corte de Contas entende que os conselhos podem realizar processo seletivo - ‘não com o rigor exigido para os órgãos da Administração Pública Federal -, mas como forma de resguardar os princípios balisadores da administração pública definidos no mesmo artigo a Constituição: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.’ (cf. Voto do Exmo. Sr. Ministro Iram Saraiva proferido no TC 021.750/1994-7).

No que concerne ao pedido formulado na questão referente a não devolução dos vencimentos percebidos pelo notificado, entendo que já é pacífica, consoante a Súmula nº 106, de que não é necessário efetuar-se a devolução dos valores percebidos pelos trabalhadores, até porque o trabalhos foram executados. Destarte, consoante os elementos trazidos pelo Sr. Rosalvo Santos, à exceção somente do pedido que se refere aos salários percebidos, entende-se que não encontram guarida, consoante a farta jurisprudência do Tribunal.

Com relação aos elementos de defesa trazidos pelos demais manifestantes acima 22

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identificados, pode-se perceber que os confirmam, de fato, que a seleção pretendida pelo Coren/SE não se revestiu das formalidades legais exigidas constitucionalmente, em clara afronta aos princípios da legalidade e publicidade ali assentes. A não publicação dos termos editalícios do processo de seleção no Diário Oficial da União, corroborada pelo notificado no item 9 da presente instrução, revela bem o não cumprimento legal por parte do Coren/SE dos requisitos básicos para a realização de um concurso público.

Ademais, calha mencionar as demais irregularidades encontradas pela equipe de inspeção, por ocasião da realização do procedimento fiscalizatório:

- não foi conferida ampla publicidade aos atos praticados no decorrer do processo seletivo, especialmente no que concerne aos resultados do processo. O próprio Edital de convocação somente fora publicado no Diário Oficial do Estado de Sergipe;

- não foram fixados critérios objetivos para avaliação e seleção;- não foram especificados o conteúdo programático, as datas, a forma de realização da

prova de conhecimentos, os critérios de correção e pontuação das avaliações;- não foi facultada aos candidatos a possibilidade de eventual interposição de recursos

contra os atos da Comissão;- foram incluídas fases subjetivas no processo, como análise curricular. No caso dos

advogados também houve a inclusão de ‘análise da pretensão salarial’.Ora, a fixação de critérios subjetivos na seleção de um concurso público é por demais

fator preocupante, tendo em vista a possibilidade da ocorrência de vícios insanáveis por ocasião da escolha. A fixação de um critério dito ‘análise de pretensão salarial’ em concurso público que deve seguir os princípios constitucionais é no mínimo desarrazoado, quiçá estapafúrdio. Ademais, é fato inolvidável, repita-se, a ausência de chamamento de eventuais interessados nos cargos disponibilizados pelo Coren/SE nos meios próprios previstos na lei, a exemplo da falta de publicação do edital no DOU. A alegação dos notificados de que as informações do certame foram amplamente divulgadas, pois havia inserção dos termos editalícios no endereço eletrônico da autarquia em âmbito regional e nacional (Coren/SE e Cofen), à luz das normas legalmente constituídas, não se prestam para justificar a ausência de publicação no DOU, dentre outras irregularidades constatadas.

Ora, é pouco factível que alguém que pretenda concorrer a um cargo público em qualquer esfera da Administração Pública, perlustre os sítios eletrônicos de todos os órgãos e entidades da administração, pois quem assim almeja concorrer em um processo seletivo público o faz em buscas de endereços eletrônicos apropriados e em jornais específicos, onde os certames têm ampla divulgação. Como conferir a lisura de um certame público se não se dá a devida publicidade legal? Como crer que um certame elaborado tal qual o realizado pelo Coren/SE não tenha sido viciado, ainda mais considerando irregularidades das mais variadas ocorridas na gestão da entidade?

De qualquer sorte, conquanto as asserções propaladas anteriormente tenham o condão de não considerar legal a situação encontrada na seleção patrocinada pelo Coren/SE, o fato é que se deve ter a acurácia necessária para o julgamento de uma eventual anulação daquele certame, tendo em vista o resguardo dos direitos individuais daqueles que realmente possam ter se submetido à seleção promovida pela entidade, ainda que em desacordo com as normas legalmente fixadas.

3. Razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Elizano Santos de Assis:Em relação ao Ofício-Secex/SE-TCU nº 411/2008 (fls. 319/320), de 27/5/2008, para a

apresentação de razões de justificativa do Sr. Elizano Santos de Assis, acerca de irregularidades na contratação da COOPENF sem licitação, bem como sua participação no direcionamento da Carta-Convite nº 2/2003, o responsável, por meio dos documentos colacionados aos autos, nas fls. 517/521 ou fls. 1/5 do anexo 3, assim dispôs:

‘Inicialmente alegou que apesar de o COOPENF ter como presidente a sua pessoa (Elizano Santos), o ato concretizador da contratação a que se refere o relatório de inspeção, foi firmado pela vice-presidente, Sra. Marta Rodrigues do Rego, este feito diretamente com a Sra. Hortência Maria Santana Linhares. Sendo assim, dúvidas não sobram quanto ao fato de que terceiras pessoas não envolvidas, direta ou indiretamente, não devem ser submetidas a investigações de qualquer ordem, isso porque as penalidades a

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quem de direito não passam das pessoas que tenham praticado o ato. Assim, entende que não pode ser responsabilizado por nenhum ato praticado, isso somente pelo

fato de ser presidente do COOPENF à época das ocorrências narradas, não devendo se afigurar no pólo passivo dessa tomada de contas. Todavia, apesar do exposto, mencionou que o COPENF disponibilizou os profissionais desejados pelo COREN/SE para os serviços que necessitava. Mencionou a existência de instrumento legal para a contratação em caso de urgência, quando a situação assim exige, o que configurou patente na ocasião, razão por que houve a contratação emergencial.

Quanto ao eventual direcionamento, objeto do item 2 do ofício de audiência, aludiu que no processo Coren/SE nº 02/2003 a participação do mesmo ocorreu em dois momentos: quando da designação da participação na comissão de licitação e na assinatura do contrato, quando não mais atuava como secretário do Coren/SE. Assim, entende o defendente que não constam nos autos nenhuma prova de que tenha interferido no suposto direcionamento do certame, sendo a COOPENF a única inscrita no Coren/SE, naquela ocasião. E ainda é bom lembrar que na época em que integrava a Administração do Coren/SE, o mesmo se desemcompatibilizou da função de presidente da cooperativa, tendo assumido em seu lugar a Sra. Marta Rodrigues Rego, de modo que, em 05 de abril de 2004, assinou o contrato de prestação de serviços profissionais de enfermeiro fiscal com o tomador do serviço em questão, isso em virtude de não mais integrar aquela administração.

Ademais, mencionou o Sr. Elizano que a responsabilidade por uma eventual irregularidade na contratação da cooperativa deve ser atribuída à Sra. Hortência Maria Santana Linhares, a verdadeira condutora do certame, sendo também tal contratação respaldada, segundo ele, pareceres jurídicos favoráveis à contratação em questão.’

3.1. ANÁLISE:As justificativas apresentadas pelo notificado levam em conta a ausência de

responsabilidade pelos fatos irregulares ocorridos na contratação da COOPENF, sem que houvesse licitação, e também, por ocasião do Convite nº 2/2003. Com relação ao mencionado pelo Sr. Elizano quanto ao fato de não ter responsabilidade na assinatura da contratação direta da entidade pelo Coren/SE, não assiste razão ao notificado as considerações, vez que era o presidente da COOPENF à época da assinatura, sendo responsável pela gestão da entidade, a despeito do fato de não ter assinado o contrato com o Coren/SE.

Ora, está mais do que evidente o relacionamento estreito entre as duas entidades, mormente pelo fato de o Sr. Elizano Santos já ter presidido o Coren/SE, tendo inclusive composto a chapa única que concorreu às eleições ao Coren/SE em 2005, segundo apurado pela equipe de inspeção, giza:

‘Nota-se, ademais, que o Presidente da Cooperativa dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Sergipe – COOPENF é o Sr. Elizano Santos de Assis, ex-Presidente do Coren/SE (fls. 177). Segundo consta do Sistema CNPJ, também fazia parte da Diretoria da COOPENF a atual Presidente do Coren/SE, a Sra. Marli Francisca dos Santos Palmeira. Registra-se, por oportuno, que, tanto o Sr. Elizano, quanto a Sra. Marli, eram membros da chapa única que concorreu às eleições do Coren/SE em Junho 2005, juntamente com Hortência Maria Linhares e Louise Maria Holtz Santos de Oliveira, também responsáveis por irregularidades indicadas neste Relatório’ (fls. 155).

Ora, seria ingenuidade supor que o Sr. Elizano Santos, como presidente da COOPENF, não teria ingerência nenhuma na entidade que preside(iu), ainda mais já tendo um relacionamento estreito com os membros da autarquia. Ademais, o contrato em questão se relacionou à execução de serviços que competiam a própria autarquia, não sendo lídimo a terceirização dos mesmos junto à cooperativa, uma vez que o trabalho a ser efetuado pela COOPENF estava estreitamente ligado à atividade-fim do Coren/SE, qual seja, a fiscalização do exercício legal da profissão de enfermeiro e afins, consoante previsão constitucional e legal.

Não se pode olvidar também o fato de que realmente houve direcionamento do convite em questão, uma vez constatada uma relação próxima entre as partes contratantes, ferindo os princípios da moralidade, publicidade e impessoalidade. A realização do processo licitatório, como bem descrito no relatório de inspeção, se constituiu em uma mera formalidade, pois há indícios indicando que a licitação foi simulada, sem a intenção de promover qualquer disputa. É importante frisar que mesmo que a entidade tivesse convidado outras empresas, tendo surgido ao certame apenas uma, o Convite

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deveria ter sido repetido (art. 22, § 7º, da Lei nº 8.666/1993). Assim, entende-se que as razões de justificativa do Sr. Elizano Santos não merecem prosperar, devendo-se propor a sua rejeição.

4. Razões de justificativa apresentadas pela Sra. Kátia Vieira Gomes Ferreira, em relação às irregularidades concernentes ao Convite nº 04/2006:

Em relação ao Ofício-Secex/SE-TCU nº 320/08 (fls. 192/193), de 26/05/2008, a defendente acima identificada apresentou os elementos de fls. 486/488, que entendeu suficiente para justificar as ocorrências relacionadas à ausência de projeto básico e de orçamento estimado em planilhas que expressassem a composição do seu custo unitário no certame para contratação dos serviços de táxi no Coren/SE.

‘Esclareceu que o edital para a contratação dos serviços de táxi foi devidamente publicado, tendo algumas empresas sido convidadas, sendo que no mês de setembro foi frustrada a sessão da comissão de licitação, tendo em vista a não apresentação de nenhuma proposta. Em segunda convocação, após republicação, foram abertas as propostas de empresas, logrando-se vencedora a Copa Táxi, que apresentou propostas com descontos de 8% para ciclo urbano e 18% para ciclos que saíssem de Aracaju, tendo servido de parâmetro na fixação de preços a tabela de preços do Sindicato dos Táxis de Sergipe.

Dessa forma, sustentou que não há como sustentar ausência de documentos necessários na licitação, inclusive tendo a consultora jurídica da entidade tendo dado seu parecer favorável quanto a sua regularidade. Assim, mencionou que os preços foram embasados na tabela de preços elaborada pelo SINTAX, bem como as orientações da consultoria jurídica da entidade, consoante seu parecer.’

4.1. ANÁLISE:Entendo que as razões de justificativa não têm o condão de elidir as irregularidades

apresentadas no certame deflagrado pelo Coren/SE, mormente nas questões relacionadas à legalidade, conforme preconizado no §2º do art. 7º da Lei nº 8.666/93, os serviços somente poderão ser licitadas quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório. Ademais, o processo licitatório não foi adjudicado, nem homologado, que são, respectivamente, o ato pelo qual a Administração atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação ao vencedor do certame e, o ato pelo qual é ratificado todo o procedimento licitatório e conferido aos atos licitatórios aprovação para que produzam os efeitos jurídicos necessários. Do ponto de vista legal, a referida contratação foi nula de pleno direito.

De qualquer sorte, nada obstante o entendimento supra e a proposta no sentido do não acatamento das justificativas apresentadas pela Sra. Kátia Vieira Gomes Ferreira, entendo que não deva ser aplicada sanção de multa à defendente em questão, tendo em vista a percepção de que a mesma não contribuiu de forma dolosa, nem agiu de má-fé para o resultado produzido.

5. Razões de justificativa e Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Louise Maria Holtz Santos de Oliveira:

Em relação aos Ofícios Secex/SE-TCU nº 313/08 (fls. 172/174) e nº 364/08 (fls. 311/315), respectivamente, audiência e citação, a defendente acima identificada apresentou elementos de defesa nas fls. 522/525 ou fls. 44/214 do anexo 3. Cabe ressaltar que a responsável apresentou o documento em peça única, não especificando os fatos relativos à audiência e à citação.

‘Inicialmente foi mencionada a completa ausência de irregularidade cometida pela responsabilizada, bem como a inexistência de qualquer ofensa aos princípios do Direito Administrativo, sobretudo os elencados no art. 37 da CF. Informou que presidiu a comissão de processo seletivo, no período de 28/01/05 a 31/10/05, sendo a integridade e probidade o norte que guiou a defendente. Ressalta que na seleção por ela presidida respeitou os seguintes requisitos: ampla publicidade dos atos, fixação de critérios objetivos para avaliação e seleção, especificações referentes ao certame, tal qual a data de realização, divulgação do conteúdo programático, dentre outros.

Quanto à suposta ausência de controle por parte da administração do Coren/SE em contrato firmado com a Empresa Rádio Táxi Sergipe Ltda., pode-se afirmar que havia controle na execução do contrato em questão, consoante provam os documentos de defesa acostado aos autos, não podendo a Sra. Louise Holtz ser responsabilizada por eventual desvio (se é que existiu).

No que se refere à suposta utilização dos serviços de correio, vislumbrou que não houve qualquer anormalidade nos procedimentos utilizados pelo Coren/SE, posto que tudo se fazia necessário era

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providenciado de acordo com os ditames legais. Já em relação à realização de despesas com festividades, lanches e refeições, passagens aéreas, concessões de diárias e indenizações, não há o que se discutir, pois se tratam de despesas que realmente ocorreram, sendo as mesmas pautadas na legislação vigente, conforme documentos anexos.’

5.1. ANÁLISE:Quanto à justificativa acerca das irregularidades na condução do processo seletivo,

entende-se refutá-las, já que a responsabilizada apenas se limitou a afirmar que as sobreditas (irregularidades) não existiram. Ora, o fato em questão foi exaustivamente tratado no subitem 2.1 da presente instrução, inclusive quanto à ausência de publicação dos termos editalícios no Diário Oficial da União, tendo havido apenas a publicação no Diário Oficial do Estado de Sergipe, comprometendo assim os aspectos relativos à publicidade, moralidade, impessoalidade e legalidade, vez que foram descumpridos os aspectos relacionados à previsão constitucional, consoante art. 37 da Magna Carta. Assim quanto ao ponto em questão, entendo que não cabe acolhimento das referidas justificativas.

No que tange à ausência de controle na execução do contrato com a empresa de rádio táxi, entende-se que também não merecem prosperar as justificativas, pois as mesmas mais uma vez limitaram-se a afirmar que havia controle na execução dos serviços, sem no entanto oferecer elementos que comprovassem as afirmações em sentido contrário ao que foi constatado pela Equipe de Inspeção do TCU. Quanto aos documentos trazidos aos autos pela defendente, calha mencionar que são cópias repetitivas dos documentos colacionados aos autos da Representação pela própria equipe de inspeção para corroborar as irregularidades cometidas pela gestora da entidade, à época, não sendo elementos noviços que venham afrontar as alegações produzidas e comprovadas nos autos do TC 004.666/2007-0. Ademais, pertine mencionar que a entidade também incorria em atos antieconômicos, quando das muitas das realizações de viagens de táxi, pois foram constatados valores de mais de R$ 6.000,00 (seis mil reais) por mês nessa rubrica, representando esses valores até mais de 10% das despesas da entidade em um único mês, segundo menção efetuada no relatório de inspeção, gastos em viagens, isso considerando valores da época, consoante excertos do relatório de inspeção abaixo transcrito, ‘verbis’:

‘Em certos casos, por economia processual, em razão da dispensa por valor, as contratações relativas a obras e serviços desobrigam o agente público da elaboração do projeto básico, o que não poderia ocorrer ‘in casu’, pois como se verá, a despesa com a prestação do referido serviço atinge cifras bastante razoáveis se considerarmos o orçamento da entidade, podendo tais despesas chegar a 10% do valor das despesas mensais do Coren/SE, a exemplo do valor de R$ 6.089,33, despendidos no mês de fevereiro de 2005 (fls. 1246/1255, vol. 6 do anexo 2) para o pagamento da referida rubrica. Como se pode ver nas faturas das corridas realizadas nesse mês, constam viagens para o interior do Estado que montam quantias elevadas, a exemplo de R$ 432,00, por duas vezes, outras de R$ 320,00, R$ 365,60, R$ 305,00, R$ 260,80, R$ 272,00, R$ 250,40, R$ 200,00, R$ 212,00, R$ 192, R$ 168,00 e R$ 155,00. Veja que nestas situações não há indicação sequer do empregado do Coren/SE que supostamente teria realizado a viagem.’

E ainda lembremos que não havia nenhum mecanismo de controle de quem fazia as viagens, quais seriam os destinos dessas viagens, a finalidade da realização e a duração das mesmas. A alegação pura e simples de que ‘havia controle dos gastos efetuados nas viagens’ não tem o condão de elidir as irregularidades apontadas pela Equipe de Inspeção, vez que desprovida de conteúdo probatório que possa corroborar as afirmações. Assim, consoante os fartos elementos apresentados no relatório de inspeção, bem como a ausência de demonstração de atos regulares na condução das despesas com táxi, por parte da defendente, tem-se por propor a rejeição das justificativas apresentadas.

Nas manifestações acerca das irregularidades nas despesas efetuadas com o correio, a Sra. Louise apenas as justificou como ‘despesas normais’. Ora, é perceptível que o excessivo dinheiro gasto nas despesas não era assim tão ‘normal’, a começar pela localização da agência franqueada ‘Mar Azul’, em um bairro distante de onde fica a sede do Coren/SE, quando a poucos metros da entidade existe(ia) uma agência dos correios, consoante se verá adiante. Demais disso, cabe mencionar também que a gestora do Coren/SE incorria, novamente, em atos antieconômicos, pois

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poderia firmar um contrato com os correios e baratear o custo dos serviços, como em toda e qualquer entidade ou órgão do serviço público.

A título ilustrativo, e a fim de que não caia no esquecimento as situações estapafúrdias relatadas no relatório de inspeção, cabe trazer trecho do documento produzido pela equipe de inspeção no TC 004.666/2007-0:

‘Durante a realização da Inspeção a equipe de fiscalização se deparou com um grande volume de recursos mensais despendidos junto a uma agência franqueada da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, comprovados por meio de ‘Recibos de Vendas de Produtos’. Os documentos não possuíam autenticação mecânica que pudesse corroborar a autenticidade dos referidos documentos (fls. 1363/1412, vols. 6 e 7 do anexo 2). Todos os documentos foram emitidos Agência Franqueada dos Correios Mar Azul, localizada no Bairro Atalaia, distante da sede do Coren/SE, localizado na Avenida Hermes Fontes nº 931, no Bairro Grageru.

É fato que na mesma avenida onde fica a sede do Coren/SE existe uma agência dos Correios, localizada a apenas alguns metros da Autarquia, Agência Correios Franqueada Hermes Fontes, no nº 443 que, inclusive, já foi utilizada pela entidade para o uso dos serviços de postagem. Interessante notar que quando se utilizam os serviços dos Correios na agência da Avenida Hermes Fontes há emissão autenticada de comprovante (fls. 1413, vol. 7 do anexo 2).

Verifica-se ainda que, em algumas situações, a emissão dos cheques ocorreu antes da emissão dos recibos de venda dos produtos (fls. 1369/1370, 1375/1376, 1377/1382, 1385/1399, vol. 6 do anexo 2). Outro fato que também impinge suspeitas acerca dos pagamentos aqui tratados pode ser visto nas despesas relativas ao mês de agosto de 2004, onde aparece na contabilidade do Coren/SE gastos de R$ 3.893,66 (três mil, oitocentos e noventa e três reais e sessenta e seis centavos) com pagamento desses serviços (fls. 1379/1380, vol. 6 do anexo 2). Entretanto, no mesmo mês, o Coren/SE realizou despesas de R$ 149,27 (cento e quarenta e nove reais e vinte e sete centavos) na Agência Central dos Correios, localizada no Centro de Aracaju, onde se pode ver a emissão do documento ‘comprovante do cliente’, com autenticação mecânica, e que comprova efetivamente a realização do serviço por parte dos Correios (fls. 1414, vol. 7 do anexo 7).’

Os valores relativos às despesas com serviços nos correios, apesar de devidamente quantificados, só não entraram na composição dos débitos para efeito de citação e, eventualmente, posterior devolução, pois não houve como se comprovar os desvios dos mesmos, já que em muitos casos não havia autenticação dos documentos que serviam de suporte na quantificação da defesa. Nada obstante, os atos praticados com burla das normas foram comprovados e têm o efeito de produzir uma pretensa sanção àqueles que deram causa. Dessarte, diante do exposto, a exemplo das irregularidades de gastos não comprovados e prática de atos antieconômicos, bem como da ausência de novos elementos por parte da defesa, e que pudessem justificar as despesas executadas nos serviços dos correios, mais uma vez cabe refutar as justificativas apresentadas pela Sra. Maria Louise Holtz.

Quanto às alegações de defesa relativas aos gastos efetuados em festividades, restaurantes, lanches e compras de passagens aéreas, a defendente apenas se limitou a esclarecer que ‘não há o que discutir, visto que se trata (sic) de despesas que realmente ocorreram’. Ora, de fato as despesas foram executadas, pois a equipe de fiscalização do TCU já havia realmente demonstrado as mesmas. O que foi questionado foram as irregularidades nas referidas ocorrências, o mérito da questão em si, que mais uma vez não atacado pela defesa da Sra. Louise Maria Holtz.

Calha à fiveleta ressaltar que este Tribunal tem deliberado exaustivamente para que órgãos e entidades da Administração Pública, Direta e Indireta, especialmente conselhos fiscalizadores de profissões, abstenham-se de realizar despesas com festividades, eventos comemorativos, lanches e refeições para servidores, conselheiros, convidados, presentes, brindes e outros congêneres incompatíveis com as finalidades institucionais da entidade (Acórdãos 808/2001-1ªC, 1900/2003-1ºC, 2381/2004-2ª, 1555/2004-P, 1386/2005-P e Acórdão 998/2006-2ª C). Demais disso, também se deve mencionar que muitas das despesas em restaurantes, algumas delas de até mais de R$ 6.000,00, isso em valores de mais de 5 anos passados, foram realizadas nos restaurantes de propriedade da família de alguns dos responsáveis arrolados no processo, indo de encontro aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, todos fartamente já abordados. Os julgados mencionados no item precedente trazem a remansosa jurisprudência desta Corte em assuntos dessa

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natureza, sendo pertinente que o Tribunal determine a devolução dos referidos valores por parte daquelas pessoas que lesaram a instituição em práticas de atividades que afrontam a boa e regular gestão de recursos públicos postos à disposição dos mesmos.

Quanto à realização das despesas para o pagamento de compras de passagens aéreas, mais uma vez a responsável não apresentou documentos que comprovassem a regular realização das viagens. Ora, é fato de que constam nos autos do processo de Representação (TC 004.666/2007-0) vários canhotos de compras de passagens aéreas para vários lugares, sem que isso seja prova de que tais viagens eram executadas no interesse da autarquia, pois não constam documentos acerca necessidade das mesmas, a exemplo de relatórios de viagens, relatório de atividades por ocasião dessas viagens ou qualquer outro documento que realmente comprove a pertinência das mesmas. É posta sob suspeição algumas dessas viagens, já que muitas podem ter sido realizadas em interesses pessoais, sem nenhum vínculo com a autarquia.

O momento para a comprovação de que as despesas foram efetivadas em prol da instituição era exatamente este, mas a responsabilizada mais uma vez não o fez. Cabe olvidar que quem gerencia dinheiro e bens públicos tem a obrigatoriedade de bem demonstrar onde foram realizados esses gastos. Ademais, ressalte-se que a Sra. Louise também foi alvo de denúncia do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, pois também esteve envolvida nas irregularidades apuradas pela Polícia Federal na dita Operação Predador, fartamente abordado no Relatório de Inspeção. De acordo com o MPF/RJ (fls. 193/197 do TC 004.666/2007-0), a responsável ocupou por muitos anos posições de destaque no Coren/SE e no Cofen, onde exerceu a função chave de 1º tesoureira, sendo responsável pela assinatura dos cheques emitidos pelo Cofen juntamente com o Presidente Gilberto Linhares, durante o período de 2000 até 2003. Assim, uma vez não provada a regularidade dos mesmos, cabe refutar as razões de justificativa e alegações de defesa por parte da Sra. Maria Louise Holtz.

6. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Zilda Maria da Silva:Em relação ao Ofício Secex/SE-TCU nº 359/2008 (fls. 254/267), ofício de citação

acompanhado dos respectivos demonstrativos de débitos (fls. 268/309), a defendente acima identificada apresentou elementos de defesa nas fls. 526/531, bem como colacionou aos autos do processo os documentos que entendeu serem pertinentes e suficientes para comprovarem suas alegações, tendo sido formado o anexo 4 (fls. 01/560).

‘Inicialmente a defendente considerou necessário retratar alguns fatos sobre sua passagem no Coren/SE, principalmente no período compreendido na Administração da Sra. Hortência Maria Santana Linhares, bem como do período que a sucedeu. Mencionou ter sido convidada para integrar a chapa que concorria ao Coren/SE, sendo um desejo seu representar a classe profissional que integra. Assim, integrando a chapa vencedora, esta encabeçada pela Sra. Hortência Linhares, esposa do Sr. Gilberto Santana Linhares. Segundo a responsabilizada, era uma grande felicidade integrar a chapa que continha em sua composição a esposa do Presidente do Conselho Federal de Enfermagem.

A despeito da satisfação, informou que jamais pudesse imaginar os fatos negativos aduzidos acerca da pessoa da presidente, e que com base na confiança, tornou-se a tesoureira da instituição e passou a assinar os talonários de cheques da instituição, que ficavam sob os cuidados e guarda da irmã da Sra. Hortência Linhares, no caso a Sra. Denise Santana. Revelou ainda que assinou todos os cheques, mas que as compras da autarquia ficavam sob os auspícios da Sra. Denise Santana, bem como do preenchimento do cheque e pagamento das despesas.

Então, baseada na confiança e crédito irrestrito era que os talonários de cheques foram assinados e as despesas efetuadas, mencionando que acabou por cometer um grave erro, mas que é inocente de tudo que aconteceu. Afirmou, também, que via o casal Linhares como heróis e que os mesmos, ainda que fora da entidade, exerciam um poder dentro do sistema que conduzia a Administração. Em Sergipe, a Sra. Hortência Linhares, até pouco tempo, decidia como se presidenta fosse, devendo a culpa atribuída a sua pessoa ser transferida para a irmã da Sra. Hortência Linhares, no caso, a Sra. Denise Santana, já que esta era quem de fato realizava as compras e que em muitos documentos poderão ser encontrados escritos de próprio punho da mesma.

Mencionou também que quem realizava e acompanhava diretamente todas as despesas e

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pagamentos feitos pelo Coren/SE, e tudo mais por ordem da Sra. Hortência Santana Linhares, sendo a obrigação da responsabilizada apenas a assinatura do talonário de cheques, que após era imediatamente levada pela Sra. Denise Santana. Assim sendo, posso afirmar que não existiu nenhum favorecimento aos restaurantes ou mesmo a concessão de suprimento de fundos e pagamento de diárias. Apesar do exposto, mencionou que as contas estão dentro da normalidade, vez que aprovadas pela comissão de contas, conforme documentos em anexo.

Quanto às despesas tidas como irregulares dos itens 3, 4, 5, 6 e 7 do Ofício Secex/SE 359, reiterou a regularidade das mesmas e requereu a juntada de toda a documentação obtida perante o Coren/SE. Mencionou que as imposições e penalidades devem ser cobradas de quem praticou os atos irregulares e não a sua pessoa. Afirmou que, se por um lado o Tribunal de Contas da União apontou-se de fatos com aparência de irregulares, por outro apresenta a responsabilizada prova documental de que tais atos foram adotados sob o manto da mais lídima legalidade.’

6.1. ANÁLISE:Nas alegações de defesa acima apresentadas, vimos que a defendente mencionou não ser

responsável pelos atos de pagamento de despesas praticados com os cheques que levam sua assinatura, pois apesar de ser a tesoureira, na época do pagamento dessas despesas a ela atribuídas, apenas assinou os mesmos, não tendo efetuado as compras. Ora, creio que as alegações apresentadas pela responsável não merecem prosperar, senão vejamos: considerando verdadeiros os fatos transcritos nos arrazoados de defesa da Sra. Zilda Maria da Silva, ainda assim as afirmações careceriam de elementos probantes que pudessem dar azo a tais declarações, ainda que teria sido muita ingenuidade da parte da ex-tesoureira do Coren/SE assinar cheques em branco para pessoas que administravam uma entidade comprassem o que bem entendessem, sem o crivo de quem era responsável de direito por esses pagamentos.

Não só seria ingenuidade, mas também seria um ato de total irresponsabilidade administrativa, sendo que o resultado dessa falta de cuidado com o dinheiro alheio adveio agora com a citação da então responsabilizada, esta para que pudesse justificar esses gastos desmedidos praticados pela gestão da Sra. Hortência Maria Santana Linhares. Sendo verdadeiros ou não os fatos narrados, nada mais justo que a ex-tesoureira responda por eles, já que não foi coagida ou obrigada a fazê-los, sendo então tais atos passíveis de punição. A despeito do pedido para que o nome da responsabilizada fosse retirado dos autos, tal ato só se justificaria com aquelas excludentes da ilicitude, a exemplo da coação ou grave ameaça, segundo lição do saudoso Administrativista Hely Lopes, giza:

'No caso do Administrador público, esse dever ainda mais se alteia, porque a gestão se refere aos bens e interesses da coletividade, e assume o caráter de um munus publico, isto é, de um encargo para com a comunidade. Daí o dever indeclinável de todo administrador público - agente político ou simples funcionário - prestar contas de sua gestão administrativa, e nesse sentido é a orientação de nossos Tribunais.' (`in' 'Direito Administrativo Brasileiro', Ed. RT, 14a. edição, São Paulo, 1989, pág. 88).

Geralmente, aceita-se o caso fortuito, força maior, fato do príncipe, fato da administração e interferências administrativas, como excludentes da ilicitude, vez que deve-se responder por culpa `lato sensu' o administrador.

'A regra é universal: quem gere dinheiro público ou administra bens e interesses da comunidade deve contas ao órgão competente para a fiscalização.' (idem, ibidem) A omissão (no dever) de prestar contas, sem nenhuma manifestação do responsável, apesar de citado validamente, leva o Órgão de Controle, até por cumprimento de dever, não silenciar, por incorrer em participação omissiva de natureza mais grave que a omissão do Administrador, porque quanto maior a autoridade - no caso a fiscalizatória - maior a responsabilidade pública a que se submete.

Toda sanção tem, além do caráter corretivo propriamente dito, o caráter preventivo genérico e específico, ao lado de outros, como o educativo e o retributivo. Não sancionar o omisso ou remisso pode ser deixar que se alastre o mal da impunidade, já tanto vultoso no Brasil, levando a cada vez mais à ineficiência, ineficácia e não econômico, com incalculáveis prejuízos sociais, principalmente quando se tratam de obras que tendem a satisfazer necessidades públicas’.’

Em complemento às explanações alvitradas nos itens precedentes, calha mencionar também que os debuxos da defesa da responsabilizada são meio contraditórios, vez que em um

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primeiro momento há a menção de que todos os atos irregulares e ilegais seriam de responsabilidade da Sra. Hortência Maria Linhares e seus respectivos familiares, e no final das alegações, há afirmação que os atos foram adotados sob o manto da mais lídima legalidade. Obviamente existem contradições nas afirmações patrocinadas pela requerente.

Quanto à essência das despesas efetuadas, a defendente não fez menção a nenhuma delas em particular. Para não deixar cair no esquecimento, cabe aludir à quantidade desmensurada de gastos realizados em restaurantes, mormente os de propriedade dos responsáveis envolvidos. A título ilustrativo, chama atenção o volume de despesas realizadas no Restaurante e Casa de Forró Cariri Ltda., cujo sócio responsável é o Sr. José Hamilton de Santana, irmão da Sra. Hortência Maria Santana Linhares (fls. 178/179), ex-Presidente do Coren/SE. Ao longo do período analisado, foram gastos, unicamente no citado restaurante, com alimentos e festividades a quantia de R$ 32.785,43 (trinta e dois mil, setecentos e oitenta e cinco reais e quarenta e três centavos).

Deve-se mencionar que a responsabilidade da Sra. Maria Zilda é solidária com a então presidente do Coren/SE, consoante as normas legais vigentes, que estipula que a solidariedade resulta da lei ou da vontade das partes, segundo o Código Civil Brasileiro. Acerca da documentação apresentada pela requerente, cabe mencionar que os mesmos são cópias dos documentos trazidos pela equipe de inspeção e que depõem contra os responsabilizados. Assim, há que se considerar que as alegações de defesa apresentadas não merecem prosperar, considerando os fatos contidos no Relatório de Inspeção, bem como os parcos elementos de defesa apresentados.

As alegações de defesa produzida pela Sra. Zilda Maria da Silva não têm o condão de justificar os atos administrativos da mesma como tesoureira do Coren/SE, mas corroboram os fatos mencionados no relatório de inspeção e que se referem à administração da entidade por parte da família da Sra. Hortência Santana Linhares, ainda que não estivessem à frente da mesma. Após a operação da Polícia Federal que desbaratou a quadrilha que saqueava os cofres do Conselho Federal de Enfermagem e de alguns conselhos regionais que faziam parte do esquema, a exemplo do Coren/SE, segundo informações colhidas na imprensa e no relatório produzido pelo Ministério Público Federal a que a equipe de inspeção teve acesso, a então conselheira Hortência Maria Santana Linhares foi afastada da presidência, mas mesmo assim deixou pessoas de sua confiança na condução da gestão da entidade.

7. Das Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares (considerações preliminares e contratação de serviços de advocacia por inexigibilidade de licitação, Item 1, alínea ‘a’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fl. 106):

Em relação ao Ofício Secex/SE-TCU nº 302/2008 (fls. 106/119), ofício de citação acompanhado dos respectivos demonstrativos de débitos (fls. 120/159) e Ofício Secex/SE-TCU nº 333/2008 (fls. 194/200), a defendente acima identificada, por meio de procurador legalmente constituído, apresentou elementos de defesa para citação e audiência, respectivamente, bem como colacionou aos autos do processo os documentos que entendeu serem pertinentes e suficientes para comprovarem suas alegações, tendo sido formado o anexo 5 (fls. 01/105).

‘Inicialmente o procurador da defendendo fez considerações acerca da natureza jurídica dos conselhos profissionais, tendo colacionado aos autos alguns excertos jurisprudenciais do Tribunal de Contas da União, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, onde na visão do causídico, os conselhos regionais não estariam obrigados a prestar contas ao TCU, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil (fls. 06/11 do anexo 5). Nas considerações emanadas nas fls. 12 e 13 do anexo 5, arguiu uma pretensa ilegalidade do TCU, quando da realização da inspeção no Coren/SE, afirmando que todos os atos praticados pelo tribunal estariam eivados de vícios e seriam nulos de pleno direito.

Acerca da contratação do escritório Monte e Reinol Advogados Ltda., mencionou o dispositivo do art. 25 da Lei 8.666/93 para efetivar a mesma, ressaltando que até o ano de 2003, os conselhos regionais de enfermagem não haviam implantado o CADIN (Cadastro de créditos não quitados do setor público federal), servindo-se da dívida ativa da União para efetuar as cobranças. Assim, no ano de 2003, todos os presidentes dos conselhos regionais foram convocados à sede do COFEN para reunião, onde se tomou ciência da determinação egressa do TCU sobre a matéria do CADIN. Assim, o COFEN teria normatizado a matéria, demonstrando o quão valioso era a inscrição no CADIN para efeito de cobrança dos inadimplentes.

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Outro ponto importante na contratação do escritório de advocacia era a experiência, de 16 anos, profissional do principal membro do escritório, pois atuava no COREN/RJ, desde 1988, tendo prestado serviços a outros conselhos regionais de enfermagem, inclusive no próprio COFEN. Alegou que com 15 dias dos trabalhos do escritório contratado foi possível a arrecadação suficiente para pagá-lo.

Acerca do item ‘a’ do item 1 do Ofício da fl. 106, e que se refere ao não cumprimento da exigência legal do inciso III do parágrafo único do art. 26 da Lei 8.666/93, ressaltou a natureza singular do serviço advocatício, que envolve situações ímpares entre si, não se configurando em uma determinada circunstância em virtude da presença de requisitos de diferentes natureza, sendo impossível sumariar todas as características aptas para configurar a natureza singular. Para ilustrar o entendimento, o causídico colacionou jurisprudência do STF (RE nº 466.705, 1ª T, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 28/04/05) e TCU (Acórdão 213/1999 – Pl., rel. Min. Benjamin Zymler), ambas ressaltando a inaplicabilidade da licitação na contratação de serviços singulares, isso quando comprovada a notória especialização e a singularidade do objeto.

A contratação direta, sem licitação, com fundamento na inexigibilidade, baseia-se na inviabilidade de competição, entendendo-se como tal a impossibilidade de comparação entre diversos possíveis executantes do serviço pretendido. Quando diversos profissionais puderem realizar o mesmo e idêntico serviço, ainda que de natureza técnica especializada, deve ser promovida uma disputa entre eles. Entretanto, quando diversos profissionais puderem realizar um serviço técnico profissional especializado, mas o produto do trabalho de cada um for diferente do trabalho do outro, por força das características pessoais do autor, aí então haverá impossibilidade de competição, dada a singularidade do serviço.

Concluiu que o conselho visando reduzir os custos financeiros, utilizou a modalidade de licitação Carta Convite, por ser menos complexa e mais econômica. Assim, quanto à ausência da prévia estimativa do custo da contratação estabelecido no art. 40, § 2o, II da Lei 8.666/93, informamos que o objetivo de tal exigência foi cumprido visto que a contratação foi de acordo com os preços estabelecidos no mercado à época. Do exposto, constata-se que não houve nenhuma irregularidade na contratação dos serviços de advocacia, visto que os preceitos legais foram cumpridos e que o objeto contratado foi plenamente executado conforme relatórios acostados na Prestação de Contas encaminhadas ao COFEN.

As decisões ressaltam, em diferentes circunstâncias, a inexistência do dever de licitar, quando presentes os requisitos da notória especialização do advogado, da confiança entre administração e advogado e da relevância do trabalho contratado. Também aparece a preocupação em se verificar a presença de honorários com valores razoáveis e da existência de serviço efetivamente executado em proveito da administração pública. (grifos nosso). Em face do exposto, fica evidente que os serviços executados pela empresa contratada obedeceu os preceitos legais esculpidos nos citados acima e mais que restou comprovada a sua experiência profissional em diversos trabalhos realizados em outros conselhos estaduais, conforme documentação acostada nos autos da proposta de contrato, arquivado naquele conselho.

Outro ponto a considerar é que o valor contratado à época era compatível com os praticados pelos demais CORENS Estaduais que aderiram a proposta do Conselho Federal de recuperação financeira, dentre os quais destacamos: COREN-AL, COREN-SC, COREN-DF, COREN-GO e COREN-PB. Ademais, conforme consta de cláusula contratual o contratado obriga-se ainda a acompanhar todos os processos até o trânsito em julgado sem, portanto, qualquer encargo para o contratante. Assim sendo, não concordamos com as irregularidades verificadas pela Equipe de Inspeção pelas razões acima expostas e mais por entender que no momento era oportuno dentre outras medidas a adoção desta, uma vez que é tida como principal para a recuperação financeira da Receita do Conselho.

Mencionou, mais uma vez, que sendo o referido serviço advocatício incubido de resgatar as prestações atrasadas e respectiva inclusão no CADIN, procedendo-se ‘a posteriori’ com os atos jurídicos na Justiça Federal, restando explícito que a entidade não dispunha de especialista na área de Direito Público. Quanto à questão do valor, mencionou que não trata de valor excessivo, visto que a questão foi enquadrada no inciso III do art. 26 de Lei 8.666/93 e não classificada no art. 48, estando o valor adequado ao princípio da razoabilidade e condições econômicas do Coren/SE.’

7.1. ANÁLISE DAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS DA DEFESA:Considerando que os arrazoados de defesa apresentados pelo procurador da

responsabilizada são assaz extensivos, entende-se pertinente, para fins didáticos, efetuar as análises acerca de cada ponto defendido nas alegações de defesa e/ou razões de justificativa. Acerca das alegações iniciais do causídico, estas referentes à possibilidade de atuação do TCU nos conselhos profissionais, cabe refutá-las de imediato, tendo em vista o amplo posicionamento desta Corte de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6

Contas quanto à natureza autárquica dos entes de fiscalização profissional e de sua submissão aos princípios gerais da Administração Pública, expressos no art. 37 da Constituição Federal e que se encontrava assentado em diversos julgados que o tinham por objeto da ação, como nas seguintes deliberações, dentre outras: Acórdão 50/2001 - Primeira Câmara - TCU; Decisão n. 31/2001 - Plenário - TCU; Acórdão 179/2000 - Plenário - TCU; Decisão n. 133/2000 - Plenário - TCU; Acórdão 213/99 - Plenário - TCU; Decisão n. 123/99 - Segunda Câmara - TCU; Decisão n. 69/99 - Plenário - TCU; Acórdão 212/98 - Segunda Câmara - TCU; Acórdão 209/98 - Segunda Câmara - TCU; Decisão n. 364/98 - Plenário - TCU; Acórdão 181/98 - Plenário - TCU; Acórdão 424/98 - Segunda Câmara - TCU; Acórdão 364/98 - Plenário - TCU; Decisão n. 119/98 - Segunda Câmara - TCU; Acórdão 329/98 - Segunda Câmara - TCU; Acórdão 390/98 – Segunda Câmara - TCU; Acórdão 151/98 - Segunda Câmara - TCU; Acórdão 209/98 - Segunda Câmara - TCU.

7.1.2. ANÁLISE:Em relação ao questionamento acerca da possibilidade da contratação da Monte e Reinol

Advogados Associados, item 1 do Ofício Secex/SE-TCU nº 302/2008 (fl. 106 dos autos), o procurador usou como baldrame do seu entendimento para justificar uma pretensa regularidade na contratação firmada, a menção do Acórdão 213/1999 – Plenário/TCU, que, em tese, corroboraria as alegações de defesa então patrocinadas. Ocorre que o aludido acórdão se relacionou ao julgamento dos autos do TC 001.552/1999-6, este egresso de denúncia formulada contra atos de gestão irregulares no Conselho Regional de Farmácia/SC. Interessante o causídico mencionar o julgado, tendo em vista o processo acima tratar de algumas ilegalidades praticadas no CRF/SC (entidade autárquica), a exemplo da contratação de escritório de advocacia em contrariedade legal e pagamento de viagens e diárias abusivas a conselheiros, sem que houvesse necessidade das mesmas.

Nas alegações de defesa ali assentes, os responsabilizados pela contratação questionada trouxeram arrazoados de defesa bastante assemelhados àqueles colacionadas pelo então procurador da Sra. Hortência Maria Santana Linhares, especialmente na parte negritada, ‘verbis’:

‘Como já colocado, os profissionais que compõem a sociedade Prazeres & Prazeres Advogados Associados S/C possuem, há um longo tempo, experiência na área da legislação farmacêutica que os qualifica a prestar os serviços ao CRF/SC, tendo o Dr. Murilo Prazeres atuação exclusiva nesta área do direito por aproximadamente 14(quatorze) anos e o Dr. Roney Prazeres, por cerca de 06(seis) anos. A comprovar tal afirmação encaminhamos, anexa, relação de processos já arquivado e em tramitação junto às diversas varas da Justiça Federal, incluindo Execuções Fiscais e Mandados de Segurança, tendo estas ações todo o seu fundamento na Legislação Farmacêutica. Quanto à movimentação de processos junto à Justiça Estadual a mesma pode ser acompanhada através da Internet, na página do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (meus grifos).’

Conforme se observa, as alegações de defesa direcionam na tendência de considerar razoáveis e legais a contratação albergada na tese de que uma vasta experiência profissional justificaria a contratação direta e sem observância dos pressupostos estabelecidos na Lei 8.666/93, tal qual o caso em análise. De imediato cabe refutar a alegação da suposta experiência profissional, tendo em vista que o escritório foi contratado, segundo excertos da defesa e consoante narrado no relatório de inspeção, para efetuar a cobrança dos valores de anuidades atrasadas dos profissionais registrados no Coren/SE. Ora, não vimos complexidade alguma na realização de serviços de cobrança, vez que todo e qualquer escritório profissional de advocacia tem (ou deveria ter) a capacidade de executar a cobrança das dívidas mencionadas, tratando-se, portanto, de serviço comum.

Os serviços contratados não possuem caráter ‘inédito ou incomum’, não podem ser classificados como de ‘natureza singular’, tampouco exigem profissionais com ‘notória especialização’. Ademais, a inexigibilidade do certame licitatório para a hipótese aventada requer que esteja comprovada não só a notória especialização do profissional ou da empresa contratada, mas também que o serviço seja de natureza singular, o que diz respeito à sua complexidade. Nessa seara, situam-se casos incomuns, matérias intrincadas, que um profissional, ainda que especializado, encontraria significativas dificuldades para enfrentá-las satisfatoriamente.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6

No que se refere à suposta jurisprudência do TCU em questão afeta ao tema ‘in comento’, conforme mencionado na fl. 18 do anexo 5 dos presentes autos (pág. 18 das alegações de defesa), o causídico colacionou ‘ipsis litteris’ excerto da análise efetuada pelo então Analista da Secex/SC, instrutor daquele feito, tendo adequado o texto ao seu talante, à sorrelfa e à socapa, e da maneira que melhor conviesse, depois atribuindo como jurisprudência do TCU acerca da matéria e, supostamente, com entendimento favorável às suas ilações, obviamente, quando na verdade a análise em questão destacou a irregularidade na contratação do escritório de advocacia, naquele caso.

Corroborando as asserções retro propaladas, giza colacionar abaixo, respectivamente, os trechos da análise efetuada pelo Analista instrutor da Secex/SC e, logo após, excerto propugnado pelo advogado da Sra. Hortência Santana Linhares:

‘Análise da Secex/SC: A questão da contratação de serviços advocatícios por inexigibilidade de licitação é tema pacífico nesta Corte de Contas, cujo entendimento é a necessidade de processo licitatório para a contratação de serviços dessa natureza, exceto quando ficar comprovada a notória especialização e a singularidade do objeto. Ocorre que o termo notória especialização é comumente mal interpretado por alguns administradores públicos, confundindo seu significado da Lei de Licitações com seu significado popular. Vejamos os termos da Lei nº 8.666/93 ao definir Notória Especialização:

Art.25 (...)§ 1º - Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de

sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato; (...)’.

Advogado da Sra. Hortência Linhares e a Suposta Jurisprudência do TCU acerca da matéria:

‘A questão da contratação de serviços advocaticios por inexigibilidade de licitação é tema pacífico nesta Corte de Contas, cujo entendimento é a necessidade de processo licitatório para a contratação de serviços dessa natureza, exceto quando ficar comprovada a notória especialização e a singularidade do obieto. Ocorre que o termo notória especialização é comumente mal interpretado por alguns administradores públicos, confundindo seu significado da Lei de Licitações com seu significado popular. Vejamos os termos da Lei n°. 8.666/93 ao definir Notória Especialização (art.25, § 1o). Como vemos não se trata apenas de o profissional gozar de renomado conceito profissional, e sim, de seu trabalho ser essencial e o mais adequado à administração pública. Entendemos que serviços gerais de advocacia podem ser desenvolvidos por inúmeros profissionais da área jurídica’, (grifos nossos, Acórdão n°. 213/1999, Plenário, rei. Min. Benjamin Zymler)’.

Vê-se acima que o causídico da Sra. Hortência Linhares adaptou a análise efetuada pela Secex/SC e atribui-lha como se fosse jurisprudência do TCU. Ademais, conforme se observa nos excertos abaixo do Voto do Ministro-Relator dos autos do TC 001.552/1999-6, o entendimento do Ex.mo Ministro Benjamim Zymler foi no sentido de acolher a análise da Unidade Técnica e refutar as alegações de defesa apresentadas, senão vejamos:

‘8. Diferente foi a solução alvitrada em relação às demais irregularidades apontadas na inicial. Contratou o Conselho sob comento escritório de advocacia, sem prévio procedimento licitatório, sob argumento de que se tratava de caso de contratação direta, com base no art. 25, § 1º, da Lei nº  8.666/93, que determina ser inexigível a licitação para contratação de profissionais de notória especialização. Decorre, do próprio conceito legal, que é considerado de notória especialização o profissional ou empresa que tenha seu trabalho reconhecidamente como de alto nível e seja essencial e o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

9. Dispõe o art. 13, inciso V, da mencionada Lei que deve ser considerado como serviço técnico profissional especializado o patrocínio ou defesa judicial de causas ou procedimento administrativo. Dessa forma, a leitura conjugada dos dispositivos supra deve levar ao entendimento de que somente será inexigível a licitação para contratação de serviços advocatícios específicos, que requerem conhecimentos especializados acerca de determinada causa. Deve ser demonstrado, no caso concreto, que os trabalhos não podem ser realizados, a contento, por qualquer escritório de advocacia, mas precisam ser necessariamente deste ou daquele profissional, por ter reconhecido saber sobre a matéria.

10. Neste sentido, ademais, é a lição do eminente administrativista Celso Antônio Bandeira de Mello, in verbis:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6

‘Se o serviço pretendido for banal, corriqueiro, singelo e, por isso, irrelevante que seja prestado por 'A' ou 'B', não haveria razão alguma para postergar-se o instituto da licitação. Pois é claro que a singularidade só terá ressonância para o tema na medida em que seja necessária, isto é, em que por força dela caiba esperar melhor satisfação do interesse administrativo a ser provido.

Veja-se: o patrocínio de uma causa em juízo está arrolado entre os serviços técnico-especializados previstos no art. 13. Entretanto, para mover simples executivos fiscais a Administração não terá necessidade alguma de contratar – e diretamente – um profissional de notória especialização. Seria um absurdo se o fizesse.’ (in Curso de Direito Administrativo. 11ª ed., Malheiros, São Paulo, 1999, p. 391).

11. Esta, inclusive, vem sendo a orientação jurisprudencial deste Tribunal, conforme Decisão nº 444/96, Decisão nº 624/96, Acórdão nº 92/95, Acórdão nº 196/97, todos do Plenário.

12. No caso concreto, como bem destacado pela Unidade Técnica, não há nada no contrato de prestação de serviços advocatícios que indique extraordinária complexidade ou especificidade das causas judiciais a justificar a contratação do referido escritório. Tampouco, há indicação de que mencionado escritório seja especialista na área objeto do contrato. De acordo com a relação das causas defendidas pelos causídicos (fls. 62/72 do Vol. II), a maioria dos feitos patrocinados pelo escritório contratado são de Execução Fiscal que, é de se convir, não demanda conhecimentos específicos. Ao contrário, são causas comuns que qualquer escritório mediano poderia patrocinar em juízo.

13. (...).14. (...).15. Caracterizada a prática de ato de gestão com grave infração a norma legal de natureza

financeira (Lei nº 8.666/93). Resta indagar a respeito da existência de culpa na atuação dos responsáveis. O fato acima exposto, concernente à demissão dos advogados e posterior contratação da firma de sua propriedade, denota culpabilidade na conduta dos agentes. Ademais, à época da assinatura do ajuste (9.6.98), era mansa e pacífica a jurisprudência deste Tribunal no sentido de exigir a prévia licitação para contratação de advogados ou escritórios de advocacia.

16. Dessa forma, entendo que deve ser aplicada a multa prevista no art. 58, II, da Lei nº  8.443/92 aos membros da Comissão de Compras e Licitação do CRF/SC, que decidiram pela contratação direta do escritório Prazeres & Prazeres Advogados Associados, bem como ao Presidente da Entidade, que assinou o ajuste, no valor individual de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).’

Destarte, consoante acima alardeado, o procurador da Sra. Hortência Maria Santana Linhares, de forma dolosa, quis conduzir o Tribunal à incidência de erro ao imputar fatos inverídicos na prolação de julgado acerca de matéria congênere, inclusive relacionado à contratação de escritório de advocacia para a realização execuções fiscais, tal qual o ocorrido no Coren/SE. O artigo 6º do Código de Ética da OAB estipula:

‘Art. 6º. É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo falseando deliberadamente a verdade ou estribando-se na má-fé.’

Com as vênias de estilo, a conduta do procurador da responsável enquadra-se na situação acima descrita, sendo passível de verificação por quem de direito. Destarte, considerando a pretensa falta de ética no exercício da profissão, caso a Unidade Técnica entenda conveniente, que formule encaminhamento à instância competente, no caso, exclusivamente, ao Conselho Seccional da Ordem, no sentido de apurar a conduta do advogado da Sra. Hortência Maria Santana Linhares, tendo em vista a possibilidade de condenação do advogado da parte por eventuais atos de má-fé e em desacordo com a ética profissional, conforme previsão do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (Lei nº 8.906/94).

Assim, ante as asserções alvitradas nos itens supra, bem como a farta Jurisprudência do TCU no sentido de proibir as contratações diretas de serviços advocatícios sem que estejam presentes os pressupostos legais, em julgados dessa natureza, entende-se propor a rejeição das alegações de defesa. Demais das análises acima epigrafadas, é preciso ressaltar que o sócio majoritário da empresa contratada – Júlio César do Monte – foi denunciado pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, face às irregularidades praticadas junto ao Cofen. De acordo com a denúncia anexa em mídia aos autos, a empresa Monte & Reinol foi contratada pelo Cofen mediante a realização de um Convite em que ficou constatada a existência de conluio entre os supostos licitantes. Os principais trechos da denúncia referentes à Monte & Reinol encontram-se transcritos a seguir (fls. 163a/165):

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‘JÚLIO CÉSAR DO MONTE, consciente e voluntariamente, na qualidade de advogado do COFEN, recebeu pelo menos 12 (doze) pagamentos fraudulentos, no valor de R$ 6.500,00 cada, nos autos do procedimento administrativo de licitação (PAD) nº 006/2001.

O objeto do procedimento de licitação em tela era a contratação de serviços advocatícios para a Autarquia Federal, tendo o certame se realizado na modalidade carta-convite.

Ocorre que a própria licitação foi uma farsa destinada apenas a legitimar a escolha fraudulenta do escritório MONTE & REINOL ADVOGADOS ASSOCIADOS, representado pelo ora denunciado JÚLIO CÉSAR DO MONTE.

(...)O advogado JÚLIO CÉSAR DO MONTE recebeu, ciente dos vícios existentes no procedimento de

licitação, recursos desviados da Autarquia, causando-lhe um prejuízo na ordem de pelo menos R$ 78.000,00, pois o contrato teve duração de doze meses com termo de início em março de 2001.’

7.2. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares (Item 1, alínea ‘b’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fl. 106):

Em relação ao item ‘b’ do Ofício Secex/TCU/SE nº 302/2008, e que trata do fato de que ‘o contrato não estipula como se daria o serviço contratado, não há indicação do número de advogados, do local de prestação dos serviços, nem da carga horária a ser prestada’, o procurador da Sra. Hortência Santana Linhares mencionou que o contrato em questão possui todas as exigências legais, vez que apresenta, de forma clara, o objeto do contrato, a forma de contratação, as garantias e responsabilidades, os tributos e o foro, além de parecer jurídicos e nota fiscal.

7.2.1. ANÁLISE:Mais uma vez não merecem prosperar as alegações apresentadas pelo causídico, vez que

não demonstraram de forma cabal os fatos relatados no relatório de inspeção e nem mesmo vieram acompanhados de elementos probantes que refutassem os fatos narrados pela diligente equipe de inspeção do TCU. O contrato não estipulou como se daria o serviço contratado, pois não há indicação do número de advogados, o local de prestação dos serviços, nem da carga horária a ser prestada. A ausência de tais informações afronta o §1º do art. 54 da Lei nº 8.666/93, que estabelece que os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução. Além disso, não há, junto à documentação anexada aos comprovantes de pagamento, qualquer evidência sobre a efetividade dos serviços contratados, tais como relatórios de freqüência, prestação de contas de atividades ou relação de processos em que a empresa teria atuado. Também não foram encontrados os nomes dos supostos advogados que atuaram junto ao Coren/SE.

Conforme já ressaltado no relatório de inspeção, durante o período de vigência da contratação em análise, a entidade já dispunha de outro advogado contratado, consoante tabela abaixo. Ademais, outro indício que aponta para a não execução dos serviços é que a referida empresa possuía, à época, sede na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, a exemplo da prova colacionada na fl. 08, vol. principal do anexo 2 dos autos do TC 004.666/2007-0. Dessarte, entende-se propor rejeição às alegações de defesa quanto ao ponto em questão.

PRESTADOR DO SERVIÇO INÍCIO DO CONTRATO TÉRMINO DO CONTRATOMarília de Oliveira Ismerim 01/06/2000 10/02/2003Grigore Avram Valeriu 11/02/2003 22/03/2004Paulo Roberto de Almeida Menezes 11/02/2003 13/10/2004Alexandre de Araújo Azevedo 01/11/2003 08/08/2005Monte & Reinol Advogados Associados 03/05/2004 09/11/2005Santana Araújo & Costa – Soluções Jurídicas Aplicadas

05/04/2004 09/11/2005

Monte & Reinol Advogados Associados 07/08/2006 06/02/2007Gomes e Júlio Advogados Associados 10/02/2007 ...

7.3. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares (Item

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1, alínea ‘c’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fl. 106):Em relação ao item ‘c’ do aludido ofício desta Unidade Técnica, o causídico assim se

manifestou: Permissa venia, além da nota de empenho, inc. II, do art. 64 da Lei n°. 4320/64, a liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base ainda o contrato e a prestação efetiva do serviço. O contrato está presente nos autos de fls. 08 a 12, e o serviço prestado foi realizado de acordo com as centenas de ações protocolizadas na Seção Judiciária da Justiça Federal no Estado de Sergipe, além de toda documentação constante na sede do COREN/SE, cujas xerografias foram INJUSTIFICADAMENTE indeferidas conforme documento em anexo.

Tal fato alegado não condiz com o contrato e seu objeto. Na cláusula que dispõe sobre o objeto do contrato (1.1 e 1.2) assim está expresso:

‘O CONTRATADO obriga-se pelo presente contrato a prestar seus serviços na implantação e regularização do serviço de Dívida Ativa e aplicação do CADIN, bem como assistência jurídica nas ações decorrentes desta última durante 12 (doze) meses, a partir da assinatura deste:

O CONTRATADO atuará nos processos objeto da contratação, até o trânsito em julgado dos mesmos’.

O item 2.4, do referido contrato diz ainda que havendo necessidade de deslocamento, as despesas decorrentes do mesmo, como passagens aéreas, refeição e hospedagem, correrão por conta do CONTRATADO. Como pode se inferir, pois foi esse o objeto do contrato, o CONTRATADO recebeu seus honorários advocatícios de uma única vez, conforme permissivo contido na cláusula 2.2 do instrumento contratual, cerca de 30 (trinta) dias depois da assinatura, quando findou a implantação dos referidos serviços. O treinamento de nossos conselheiros e funcionários demorou cerca de duas semanas, e incluiu também o assessor jurídico do Conselho Regional. Diante da experiência do escritório com os outros estados, os 12 (doze) meses contidos na cláusula 1.1, foi por questão de segurança, uma vez que profissionais insatisfeitos com a inscrição de seus nomes no CADIN, iriam discutir solução junto ao poder judiciário, visto que a devida inscrição trazia um reflexo imediatista, impedindo o inadimplente de obter cheques, contratar empréstimos etc.

Dessa maneira, o compromisso era tão somente do escritório patrocinar, sem qualquer ônus extra, causas judiciais, contra o COREN-SE, impetradas ao longo dos próximos 12 (doze) meses, com todas as despesas por conta do CONTRATADO, causas estas exclusivas quanto ao CADIN. Finalizando, eminente Ministro Relator, o Escritório contratado com reconhecida competência na matéria, visto que também ministrou curso na sede do COFEN sobre o tema, realiza treinamentos similares em outros Estados e, que em decorrência de tal serviço, a inadimplência, em menos de 12 (doze) meses, reduziu para patamar de 25 % (vinte e cinco por cento), contra mais de 50% (cinquenta por cento) registrado no passado. Quanto às ações judiciais, que aconteceram no prazo estipulado, vale ressaltar que foram todos combatidos pelo escritório, sendo que foi logrado êxito jurídico em todos os casos. Ao final, requereu ao Ministro-Relator do feito que considerasse lícito a contratação efetuada e a legalidade dos atos praticados.

7.3.1. ANÁLISE:Acerca das alegações açambarcadas pelo defendente, cabe mais vez uma refutá-las, senão

vejamos: O subitem 3.1 do termo do contrato estipulou que o seu prazo de vigência seria de 12 meses (fls. 10 do TC 004.666/2007-0), enquanto o item 2.1 estabeleceu que os honorários do contratado, correspondentes a R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais), seriam pagos de uma única vez, mediante a apresentação da competente fatura (fl. 09, vol. principal do anexo 2 do TC 004.666/2007-0), sendo que a referida empresa emitiu a nota fiscal nº 047 (fls. 15, vol. principal do anexo 2 do TC 004.666/2007-0), cuja data da emissão é desconhecida, já que o campo específico no documento não foi preenchido, incidindo dúvidas, inclusive, acerca da autenticidade do documento em questão. Apesar do prazo de vigência do contrato ser de 12 meses, em 01/07/2004, menos de dois meses depois de firmado o contrato, ressalte-se, o Coren/SE efetuou o pagamento total dos valores pactuados à Monte & Reinol (fls. 16, vol. principal do anexo 2 do TC 004.666/2007-0).

Pode-se observar que o causídico mencionou o item 2.2 do instrumento contratual, sendo que este seria o permissivo do contrato para que o escritório Monte Reinol recebesse os valores em

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uma única parcela, de forma adiantada, sem a prestação dos serviços. Ora, ainda que os termos contratuais previssem a inclusão desta cláusula ‘aberratios legis’, é sabido que o ‘pacta sun servanda’ encontra óbices legais para que o contrato produzisse efeitos jurídicos necessários, consoante o procurador da responsabilizada quis deixar transparecer. Os contratos existem para serem cumpridos, sendo este brocardo tradução livre do latim pacta sunt servanda, muito mais que um dito jurídico, porém o mesmo encerra um princípio de Direito, no ramo das Obrigações Contratuais, segundo uníssona doutrina reinante em nosso ordenamento jurídico, senão vejamos:

Diz Orlando Gomes a respeito da força obrigatória do contrato que, ‘celebrado que seja, com observância de todos os pressupostos e requisitos necessários à sua validade, deve ser executado pelas partes como se suas cláusulas fossem preceitos legais imperativos’ (grifo meu).

Segundo Maria Helena Diniz, tal princípio se justifica porque ‘o contrato, uma vez concluído livremente, incorpora-se ao ordenamento jurídico, constituindo um a verdadeira norma de direito’.

Para a mestra gaúcha Cláudia Lima Marques, a vontade das partes é o fundamento absoluta da força obrigatória. De acordo com a jurista, ‘uma vez manifestada esta vontade, as partes ficariam ligadas por um vínculo, donde nasceriam obrigações e direitos para cada um dos participantes, força obrigatória esta, reconhecida pelo direito e tutelada judicialmente.’

Consoante esta teoria, as cláusulas contratuais devem ser cumpridas como regras incondicionais, sujeitando as partes do mesmo modo que as normas legais.

‘A obrigatoriedade, todavia, não é absoluta. Há que se respeitar a lei e, sobretudo, outros princípios com os quais o da força obrigatória coexiste, como o da Boa-fé, o da Legalidade, o da Igualdade, entre tantos outros; afinal, os princípios gerais do Direito integram um sistema harmônico (grifo meu).

Assim, pode-se dizer que pacta sunt servanda é o princípio segundo o qual o contrato obriga as partes nos limites da lei’. (texto de Nelson Zunino Neto, extraído do Jus Navigandi, com adaptações).

Desse modo, vimos que as alegações de defesa se basearam no exacerbamento legal, portanto ‘contralegem’, tendo em vista ferir o art. 63, §2º, inciso III, da Lei 4.320/64. Ademais, é inolvidável o fato de que as alegações patrocinadas pela requerente não vieram acompanhadas, mais uma vez, diga-se, de elementos probantes que nos fizesse dessumir contrariamente à existência de vícios insanáveis no contrato em tela.

7.4. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares (despesas com festividades e gastos realizados no 6º CBCENF, Item 2, alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘d’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fls. 107/112):

Acerca do questionamento para as despesas realizadas com festividades, lanches e refeições, dos gastos indevidos na realização do 6º Congresso Brasileiro de Encontro dos Conselhos Regionais, na concessão indevida do suprimento de fundos e favorecimento à restaurante pertencente ao irmão da responsabilizada, o causídico assim se pronunciou: que o evento (congresso) não tem qualquer vínculo com a autarquia.

‘O evento é realizado anualmente, sendo hoje, considerado o maior evento científico na área da saúde do país, especialmente, quando atingiu a marca, em sua 7a edição, de 9.402 (nove mil quatrocentos e dois) congressistas, na cidade de Fortaleza, Ceará. Acreditamos que por desconhecimento da própria filosofia do evento, que é sim patrocinado pelos Conselhos de Enfermagem do país, capitaneados pelo COFEN, não tenha havido esclarecimentos aos nobres auditores sobre como se processa o referido Congresso. Antes de mais nada, requeiro ao nobre Ministro Relator, Marco Bemquerer Costa, que sejam requeridos ao COFEN, os PADs referentes aos 6o e 7° CBCENFs, os quais são mencionados no elaborado parecer, que, por sua vez, gerou a presente defesa. Em tais PADs poderão ser comprovados as determinações recebidas do COFEN para todos os 26 Estados e o Distrito Federal, quanto ao seguinte tópico:

1) Que além da parte científico-cultural, elaborada pela comissão científica, deveriam os CORENs, nos STANDS, que sempre recebemos gratuitamente o espaço físico escolhido do setor de exposições, fazer demonstração de nossas atividades quanto entidade;

2) Que associada a esta etapa, deveríamos fazer a divulgação do que cada Estado tem de melhor, quanto a sua cultura, beleza, arte etc;

3) Que a entrada das delegações de todos os Estados brasileiros, que aconteceria na Solenidade

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de Abertura, quando teríamos a Presidenta do Conselho Internacional de Enfermagem - CIE, Dra Chistina Hangek, do Reino Unido, deveria ter os componentes dos Estados e, o mais importante, dando entrada, portando sua bandeira e vestidos à caráter, ou seja, caracterizados com vestimentas típicas de seus respectivos Estados;

4) Que os STANDS mais bem caracterizado, bem como a delegação que melhor representasse a cultura típica de seu Estado, ganharia em prémio, sendo a escolha feita pelos 7000 (sete mil) Congressistas presentes, que depositaram seus votos no CYBERCENF, eletronicamente.

Afirmou que os gastos se deram em razão da divulgação da cultura de Sergipe, que não foram distribuídos brindes e souvenirs aleatoriamente, e que peças como peneiras e cabaças, foram compradas com a finalidade de ornamentar o stand do Coren/SE. Também foi divulgado o tradicional forró, tendo a banda tocada diariamente, bem como efetuadas distribuição de castanhas, cocadas, mariolas. Em decorrência, o Coren/SE foi agraciado com o troféu de melhor e mais bem caracterizado stand do CBCENF, estando em local de destaque na sala da presidência do Coren/SE.

Além dessas justificativas, os dignos auditores mencionaram ainda que, de forma errónea, foi pago AJUDA DE CUSTO, no lugar de diárias, no entanto devemos justificar que o COREN financiou o pacote da viagem, incluindo refeições e hospedagem, no caso do CBCENF, para 17 (dezessete) representantes do conselho regional. Em razão disso não foi (sic) executada as diárias. Vigorava no COREN-SE, à época, Decisão do COREN-SE nº 05/2003, fls. 1934/1937, do anexo II, volume 9, que ‘dispõe sobre a concessão de diárias, auxílio-transporte e auxílio representação’. Por este normativo legal, regularmente publicado na Imprensa Oficial, conforme esculpidos nos artigos 2°, § 3o, e artigo 3o, o valor da diária completa, para uma viagem ao Estado de Santa Catarina seria um pouco mais de R$ 400,00 (quatrocentos reais) por pessoa, com acréscimo de 35% (trinta e cinco por cento) previsto para deslocamento fora das fronteiras do Estado.

Foram 11 (onze) dias de afastamento, visto que todo o grupo viajou de ônibus, da região nordeste até o sul do país. Se o Conselho pagasse o valor das diárias, a cada um dos representantes, num total de 17, teríamos o seguinte valor:

± 11 X R$ 400,00 = R$ 4.400,00 (quatro mil e quatrocentos) por pessoa.•4 R$ 4.400,00 X 17 (pessoas) = R$ 74.800,00 (setenta e quatro mil e oitocentos).E tal detalhe, que os dignos auditores não observaram que só de diárias seriam despendidos mais

de R$ 74.800,00 (setenta e quatro mil e oitocentos reais), visto que as 17 pessoas eram representantes oficiais do COREN-SE. Por isso, pelo alto custo, o COREN adotou uma deliberação em plenária: O COREN-SE arcaria com os custos de refeições, em local previamente escolhido, pagaria o hotel e concederia a cada uma do grupo uma pequena ‘ajuda de custo’, no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais), que serviria para deslocamentos e despesas em geral.

Uma simples comparação, entre o que foi gasto com a hospedagem e refeições, pode-se concluir que resultou menos do que a metade a qual o Conselho teria a obrigação de pagar aos representantes oficiais. Justamente, ao contrário do afirmado, o COREN/SE agiu para permitir que todos comparecessem ao evento a um custo baixo. Todos os representantes hospedaram-se num mesmo hotel e faziam as refeições no mesmo espaço físico. Alguns restaurantes, frequentados durante a viagem , tiveram dificuldades na emissão das notas fiscais, emitindo então recibos.Dentre os próprios documentos colecionados ao r.Relatório podemos observar no anexo II, vol 03, fls 687, uma determinação, onde se lê:

‘Determino ao setor contábil, que seja descontado das diárias que forem pagas aos conselheiros, que participarão do evento RJ, o valor correspondente as diárias do hotel Le Canton. Serviço contratado á Sylditour, por força da concorrência pública realizada pelo COFEN, nesta área para todo o Sistema COFEN/CORENs’.

Mencionou ainda que sempre foi hábito da defendente, nas compras e serviços, descrever manualmente no verso da nota fiscal o porquê das despesas. Requereu que fosse avaliada a possibilidade de nova visita ao conselho, para que fossem observadas frente e verso das notas fiscais e afirmou que o posicionamento da atual gestão acarreta grande dano na elaboração da defesa. E quanto ao pagamento de representação, ressaltou não haver pagamento, pois todos compareciam à sede do Coren/SE em seus próprios veículos, sem nada receber em troca.

7.4.1. ANÁLISE:Nas alegações de defesa, o procurador da responsabilizada mencionou que vários itens

comprados se relacionaram à ornamentação do stand do Coren/SE no CBCENF, a exemplo de peneiras, cabaças e esteiras, mas não esclareceu o porquê da inclusão de itens que certamente não faziam parte da ornamentação do stand, tal qual o aluguel de muletas, aquisição de material de pesca

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e ferragens, pagamento de corridas de táxi e compra de CD’s de forró (fls. 774/784, vol. 3 do anexo 2 do TC 004.666/2007-0), salientando-se, ainda, que a maioria dessas despesas estão sem notas ou cupons fiscais que comprovem realmente se as mesmas ali mencionadas ocorreram de fato. Estes últimos não compõem adorno típico do estado de Sergipe, como alardeado na defesa, mas nem por isso o defendente apresentou alegações de defesa para a compra desse tipo de material.

Acerca da contratação de banda de forró, mencionou que o objetivo era a divulgação da cultura local, mas não explicou o porquê da ligação da mesma com o restaurante de propriedade do irmão da Sra. Hortência Linhares (Pimentinha e Banda de Forró Cariri). Na realidade, é factível crer que a tal banda de forró nem mesmo tenha tocado no evento, já que não foram encontrados documentos que comprovassem o deslocamento da mesma, a exemplo de pagamento de passagens aéreas ou pagamento de passagens para qualquer outro meio de transporte. Não é razoável acreditar que uma banda de forró tenha saído de Aracaju/SE para ir ao sul do país tocar no evento em questão. Outro fato que nos leva a acreditar que a banda de forró não se apresentou no evento, conforme apregoado pela defesa, é a aquisição dos CD’s de Pimentinha e Banda de Forró Cariri, no valor de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais), esta aquisição em 16/09/2003 (consoante item nº 31 da tabela nº 12, fl. 40 dos autos), uma vez que o evento mencionado ocorreu entre os dias 08 e 12 de setembro de 2003, enquanto o pagamento efetuado a esta banda, referente ao show que seria realizado no evento, ocorreu em 02/09/2003 (item 22 da tabela nº 12, fl. 40 dos autos).

Entende-se que as alegações produzidas não merecem prosperar, vez que os gastos despendidos pela administração do Coren/SE não encontram razoabilidade e não se relacionam a um ente da Administração Pública, senão vejamos: Como justificar a confecção de 800 camisas, 1.000 faixas de cabelo, 500 sacolas e 500 estojos foram adquiridos junto às empresas Raffa’s Indústria Ltda. e RL Comércio de Brindes Ltda. Só com a confecção desses brindes foram gastos R$ 10.450,00 (dez mil, quatrocentos e cinqüenta reais) (itens ns.º 3, 4 e 5 da fl. 40 dos autos). Pertine mencionar que os Decretos nºs 99.188 e 99.214/90 contêm expressa vedação à realização de despesas para atendimento de gastos com brindes, cartões, convites e outros dispêndios congêneres de natureza pessoal. Ademais, como justificar a confecção de 800 camisas e 1.000 faixas de cabelos em um evento realizado em um estado diferente da sede da entidade e que não tem a sua organização patrocinada por ela? Para quem foram distribuídos esses brindes, se é que realmente foram confeccionados de fato?

Vale lembrar também que no evento do 6º CBCENF na cidade de Florianópolis, conquanto se tenha efetuado vultosas despesas, sequer foi elaborado relatório de atividades relacionado à realização do evento que pudesse descrever a finalidade a que o mesmo foi proposto, quais foram os participantes e quaisquer outras informações acerca do mesmo. Gastos desmedidos, sem qualquer justificativa plausível que pudesse corroborá-los, foram o que mais se viu por ocasião desse evento, que nem mesmo foi patrocinado pelo Coren/SE. Na realidade, o que se pode perceber com relação aos gastos realizados na viagem à cidade de Florianópolis é o total descontrole na utilização dos recursos e, portanto, não cabe acatar as alegações de defesa apresentadas.

7.5. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares sobre o suposto favorecimento ao Restaurante Cariri, Item 2, alínea ‘c’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fls. 107):

‘O causídico mencionou que o Restaurante Cariri possui um salão com mais de 150m2 e que este comporta confortavelmente 80 pessoas, enquanto o auditório do Coren/SE comporta apenas 25 pessoas, sendo bastante comum a locação desses espaços em hotéis. Informou que o volume financeiro despendido com tais locações muitas vezes ultrapassava o limite previsto para dispensa de licitação e que a Casa de Forró Cariri atendia bem as demandas da entidade, sendo a maioria dos valores pagos associados à locação do espaço físico e apoio logístico do evento.

Outra nota fiscal que merece destaque, também do Restaurante Cariri e que também justificará outras, os quais ocorreram em datas análogas, nos anos seguintes, é a NF nº 05533, de 14/05/2004, mencionada em vosso expediente nº 302/2008, fl. 05, item 80. Porém, para melhor compreensão da mesma, permitimo-nos reproduzir 2 (dois) DECRETOS PRESIDENCIAIS:

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‘Decreto nº 2.956 de 10 de agosto de 1938.Institui o ‘Dia do Enfermeiro O Presidente da República Decreta:Art. único - Fica instituído o ‘Dia do Enfermeiro’, que será celebrado a 12 de maio, devendo nesta

data serem prestadas homenagens especiais à memória de Ana Neri, em todos os hospitais e escolas de Enfermagem do Pais.

Rio de Janeiro, em 10 de agosto de 1938. 117° da Independência e 50° da República.Getúlio Vargas Gustavo Capanema’‘Decreto nº 48.202/60 de 12 de maio de 1960.Institui a ‘Semana da EnfermagemO Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, item I, da

Constituição decreta: Art. 1° - Fica instituída a Semana da Enfermagem, a ser celebrada anualmente, de 12 a 20 de maio, datas nas quais ocorreram, respectivamente, em 1820 e 1880, o nascimento de Florence Nightingale e o falecimento de Ana Neri.

Art. 2o - No transcurso da Semana deverá ser dada ampla divulgação às atividades da Enfermagem e posta em relevo a necessidade de congraçamento da classe e suas diferentes categorias profissionais, bem como estudados os problemas de cuja solução possa resultar melhor prestação de serviço ao público.

Art. 3° - Durante a Semana, deverão ser prestadas homenagens a memória de Ana Neri e a outros vultos consagrados da enfermagem.

Brasília, em 12 de maio de 1960, 139° da Independência e 72° da República.Juscelino Kubitschek Clóvis Salgado

Em maio de 2004, quando foi coincidido as solenidades da semana da Enfermagem, com 02 (dois) eventos oficiais: ‘O Encontro Nacional da sistema COFEN/CORENs e o 5o Encontro do Conselho Regional de Enfermagem do COREN-SE/ ENCRESE. O 5o ENCRESE e o evento do COFEN, combinados, trouxe a Aracaju, os Presidentes e outros Conselheiros dos 26 estados e o Distrito Federal, além de todos os Conselheiros do COFEN. A abertura foi realizada com uma apresentação do cantor Cauby Peixoto, que brindou-nos com o Hino Nacional Brasileiro. Eram centenas de profissionais presentes. Por isso, a solenidade de homenagens e agradecimentos, quando foram entregues placas e medalhas de mérito e que ocorreu no Restaurante e Casa de Forró Cariri. Dentre os presentes, encontravam-se vários parlamentares federais.

Na aludida NF de R$ 5.817,92 (cinco mil oitocentos e dezessete reais e noventa e dois centavos), na cópia do cheque, temos descrito:

‘Jantar para conselheiros regionais e federais, além dos conferencistas, palestrantes, grupos técnicos e convidados especiais, presentes em Aracaju para o 5o ENCRESE e o Encontro Nacional do sistema COFEN/CORENs’.

Ora, limo. Sr. Secretário Substituto e insigne Ministro Relator, atividades como essa, em datas especiais são fatos corriqueiros não só do nosso sistema Autárquico, mas também em outras instituições com atividades similares. O objetivo do sistema COREN/COFEN, em tais ocasiões, era reunir lideranças e pessoas, que de alguma forma tenham patrocinado causas em prol da Enfermagem. Os fatos descritos pelos eméritos auditores estão dissociados de nossas explicações, perdendo, assim, a compreensão lógica dos acontecimentos. Tudo se enquadra dentro de um contexto, de um encadeamento lógico de atitudes e realizações.

Vale a pena destacar acontecimento ocorrido em 2002, quando todos os conselheiros da área de saúde, reuniam-se para uma ferrenho combate ao Projeto de Lei do Senado nº 025/2002, que dispunha sobre o ato médico. Ocorre que, o malsinado PLS 025/2002, subordina hierarquicamente todas as ações na saúde, sejam elas primárias, secundárias ou terciárias, ao crivo do médico, retirando assim as autonomias dos demais profissionais. Essa situação ensejou a NF citadas nos itens 2, 3 e 4, fls. 2 de Vosso Expediente 302/2008, onde mesmo delas pode-se ler claramente, as fl. 450, do anexo II, vol. 02:

‘Pagamento de lanche para evento, ocorrido na sede, com membros do grupo de estudo sobre código de ética dos profissionais de enfermagem’.

Permitamo-nos lembrar que: EM TODAS AS NOSSAS REUNIÕES, JAMAIS PAGAMOS QUALQUER AUXILIO-REPRESENTAÇÃO.

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Só como exemplo, para o caso específico do grupo de estudo acima há Portaria o instituindo, que era composta de 06 (seis) profissionais, além dos convidados que trazíamos a cada reunião. A decisão COREN-SE 05/2003, em seu artigo 4o, institui o auxílio representação, que equivale a 10% do valor da diária, no caso, R$ 151,02 (cento e cinquenta e um reais e dois centavos) para cada duas horas de representação. Como tais reuniões ocorriam no período da tarde todo, indo até o crepúsculo muitas das vezes, cada membro de tal grupo, assim, permanecia no mínimo 4 (quatro) horas na sede. Portanto, cada um dos 06 profissionais teria direito de perceber R$ 30,00 (trinta reais), no mínimo. Tal valor, multiplicado por 6 (seis) pessoas, daria R$ 180,00 (cento e oitenta reais), isto sem contar os professores, especialistas etc.

Justamente visando o fator econômico e o princípio da economicidade para o órgão, optou-se em pagar um lanche de RS 37,80 (trinta e sete reais e oitenta centavos), verbi gratia, o caso citado no item 7. Realçamos que todas as colaborações do COREN-SE, quanto à reformulação do Código de ética, estão nos PADs-COFEN nº 119/92 e 063/2002, visto que através deles vige, hoje, a resolução COFENn0 311/2007. Como se vê, nobre Ministro Relator, as referidas Notas Fiscais, colhidas ao longo de 06 (seis) anos de Inspeçao, se repetem sempre nos mesmos motivos fáticos: não pagamento de qualquer tipo de ajuda aqueles que conosco colaboravam, retribuindo aos mesmos com um lanche/refeição, por ser medida mais econômica.’

7.5.1. ANÁLISE:Inicialmente o procurador da responsabilizada alegou o diminuto tamanho do auditório

do Coren/SE para abrigar um número excessivo de pessoas nas reuniões realizadas na entidade, sendo escolhido o Restaurante Cariri para esses encontros, uma vez que o salão climatizado daquele estabelecimento comportaria oitenta pessoas, de forma confortável. Ora, são desarrazoadas as alegações de defesa produzidas, vez que não atacaram o fato de o estabelecimento em questão ser de propriedade do irmão da Sra. Hortência Linhares, em afronta direta aos princípios da moralidade e impessoalidade, insculpidos na Magna Carta. A alegação de que esses encontros eram realizados em hotéis, e que por serem bastante dispendiosos teriam sido transferidos para o Restaurante Cariri, não merecem prosperar, vez que carentes de elementos probatórios.

A equipe de inspeção, da qual fiz parte, não encontrou nos documentos da entidade nenhuma prova de que algum encontro teria sido realizado anteriormente em outro local que não o restaurante de propriedade do irmão da Sra. Hortência Maria Santana Linhares. Ademais, existem notas fiscais de despesas efetuadas também no Restaurante Família Santana, também pertencente à família da responsável, e onde não há salões para reuniões, tais quais as mencionados pelo procurador da defendendo, não se justificando essas supostas reuniões.

Também cabe lembrar que há robusta jurisprudência do TCU no sentido de proibir o pagamento de gastos com festividades, comemorações, lanches e assemelhados de entidades da Administração Pública, Direta e Indireta, especialmente Conselhos Fiscalizadores de Profissões, sendo tais despesas incompatíveis com as finalidades institucionais da entidade (Acórdãos 808/2001-1ªC, 1900/2003-1ºC, 2381/2004-2ª, 1555/2004-P, 1386/2005-P e Acórdão 998/2006-2ª C). A existência de um dia próprio para comemoração dos profissionais de enfermagem, consoante alegado acima, não é razão para que o administrador público cometa ilegalidades e usurpe da dignidade da função pública por ele exercida ao seu talante, em contrariedade com as normas vigentes no país.

A alegação de que nesses supostos eventos realizados havia pessoas de importância considerável, tal qual a presença de ‘vários parlamentares federais’, não encontra azo na legislação e doutrina pátria vigente. Ora, parlamentares federais já recebem verbas indenizatórias e um subsídio que lhes permitem pagar suas despesas como qualquer outra pessoa presente em um restaurante. Com as vênias de estilo, se houve a presença de parlamentares federais nesses eventos, apesar de não terem sido mencionados quais teriam sido esses políticos, razão maior não existiria para que a Administração de entidade realizasse um evento seguindo as normas e leis vigentes no país.

Ademais, não se pode olvidar que ao longo do período analisado, que foram gastos unicamente no citado restaurante, com alimentos e festividades, a vultosa quantia de R$ 32.785,43 (trinta e dois mil, setecentos e oitenta e cinco reais e quarenta e três centavos), isso em valores de mais de 5 anos passados. Cita-se como exemplo o item 12 da tabela 6 (fls.  216 do TC 004.666/2007-3), referente ao pagamento no valor de R$ 6.450,00 (seis mil e quatrocentos e cinqüenta), realizado em 18/06/2003, no Restaurante Cariri. Em 31/07/2003, o Coren/SE efetuou nova despesa no citado

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restaurante, no valor de R$ 6.020,00 (seis mil e vinte reais) (item 14 da tabela 6, fl. 29 dos autos). As justificativas para estas despesas, constantes das cópias dos cheques, referem-se à realização de eventos oficiais, almoços e jantares no estabelecimento.

Cabe lembrar que os conselhos profissionais são mantidos com as contribuições dos profissionais registrados, e que estas são parafiscais a cargo dos Conselhos, são recursos públicos e por conseguinte, os bens dessas instituições adquiridos com tais recursos também o são. Desta feita, administração e utilização desses bens estão sujeitas aos princípios gerais da Administração Pública, independentemente de serem procedentes ou não as alegações do recorrente de que não integra a dita Administração, como nas alegações preliminares (fls. 05/11 do anexo 5). Ora, não é justo que os profissionais da categoria, que muitas vezes se sacrificam para manter as contribuições em dia, haja vista a mantença legal do regular exercício da profissão por meio dessas taxas, ter o seu sacrificado dinheiro utilizado de forma indevida em reuniões e jantares caríssimos pagos à custa delas. Mais uma vez cabe refutar as alegações de defesa apresentadas, porquanto desprovidas de baldrame legal.

7.6. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares (Aquisição de passagens aéreas e concessões de diárias e indenizações, Item 3, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fls. 112/113):

‘Quanto à questão compra de ‘Pacotes de Viagens’, já foi explicado acima como era procedido, pagando a diferença da diária a que o conselheiro/representante faria jus, concedendo-lhe tal diferença na forma de AJUDA DE CUSTO. Isso ocorria, pois quando havia um evento oficial, especialmente os coordenados pelo COFEN, a empresa organizava um pacote, que geralmente ficava mais em conta, pois incluía passagens, translado e hospedagem. Se pagássemos o mesmo para os conselheiros, debitávamos tais valores, das diárias a que teriam direito. Comumente, os eventos do COFEN ocorriam em hotéis que, geralmente, os apartamentos estavam reservados antecipadamente para a empresa de turismo parceira do evento.

Vale ressaltar também que o COFEN informou ao COREN/SE que a empresa Sylditour Viagens e Turismos LTDA havia vencido uma concorrência nº 01/2002 para prestação de seus serviços a todo o Sistema COFEN/CORENs. Portanto, quem não tinha empresa contratada, poderia, caso optasse utilizar os serviços da referida empresa, vide NF constante às fl. 681, do anexo II, vol. 3, onde consta a aludida concorrência.

Outro ponto importante e que deve ser demonstrado, relaciona-se a auditoria efetivada anualmente pelo COFEN, conforme dispõe o art. 8o, IX, da Lei 5.905/73, acima reproduzido. Por conta desse fato, além da visita rotineira dos servidores do COFEN, mensalmente encaminhava-se ao COFEN a prestação de contas do mês anterior, a qual permanece naquele órgão durante todo o exercício fiscal, sendo devolvida em meados do ano subsequente. Prática realizada em todos os CORENs do Brasil.

Era hábito, e deve estar acontecendo (sic) ainda, as prestações de contas retornarem ao COREN com falta de alguns documentos, fato que se deve ao grande número de documentos enviados ao COFEN meses antes. Como exemplo, encontramos no anexo II, volume 03, fl. 686, a observação:

‘[...] a prestação de contas foi devolvida pelo COFEN sem a NF e a duplicata referente ao pagamento de RS 1.115,00 à empresa Sylditour Viagens e Turismos LTDA [...]’.

Em tais ocasiões, tais documentos não eram achados e, quase sempre, era emitido uma 2a via. Explicação de ponto que poderá elucidar aos zelosos auditores é o fato comum dos CORENs formalizar intercâmbio entre si ou com outras instituições. Dessa forma, na viagem realizada ao COREN-RS, em agosto de 2004, onde a representante do COREN/SE atuou como palestrantes, o COREN-SE arcou com as diárias e o COREN-RS com a passagem. No caso em análise, por exemplo, constante, nas fls. 723, anexo II, vol. 3, a passagem aérea foi emitida pelo COREN-RS. Do mesmo modo, o presidente do COREN-AC, que por ser especialista em Terapias Alternativas, foi convidada a ministrar cursos em nossa cidade.

Outro ponto que chamamos a atenção, refere-se à conclusão dos eminentes auditores no subitem ‘d’ , fls. 07, de Vosso Of. 302/2008, pelo indício de fraude, na concessão de diárias por 2 (dois) pagamentos efetivados no início de dezembro de 2004 e fim de janeiro de 2005, em virtude de representação científica do 8 o

CBCENF. Mais à frente afirmam: ‘Ocorre que o mencionado congresso foi realizado no período de 24 a 28 /10/2005, em Maceió/AL [...]’. Em razão de tal comentário faremos o seguinte esclarecimento: Primeiramente, é importante afirmar que a defendente foi criadora do evento quando era Presidente do COFEN, em 1998. Por conta disso, quando a cidade de Maceió foi escolhida para sediar o CBCENF, Hortência Linhares foi convidada para a plenária do COFEN sobre o evento, visto que não havia nos quadros dos conselheiros federais, à época, representantes de Alagoas e Pernambuco, estados que sediariam o evento e vizinhos.

Diante de tal situação, foi requisitado ajuda da Conselheira devido à proximidade com a cidade 42

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Aracaju. Em razão desse, fato foram publicadas duas portarias do COFEN sobre o evento: designando a Conselheira Hortência Linhares para compor a Comissão Científica do 8o CBCENF, juntamente com 03 profissionais professoras e doutoras, todas militantes na cidade de São Paulo. Foi ainda indicada para presidir tal Comissão, a Dra1. Carmem de Almeida Silva - Conselheira Federal, além de outra portaria, designando-a para coordenar a Comissão Executiva do 8o CBCENF.

É sabido por todos que a parte científica de um evento, que iria receber 6.000 congressistas é um dos primeiros pontos a serem atacados. Assim, foi na qualidade de Coordenadora da Comissão Executiva e membro da Comissão Científica, que a Conselheira compareceu a São Paulo em tais ocasiões. Em ambas as reuniões, havia a presença de várias pessoas, dentre elas, vários conselheiros federais, dentre os quais a Dra. Carmem de Almeida. O deslocamento para São Paulo deve-se ao fato da reunião da Coordenação Executiva ser realizada nesta cidade, por ser próximo ao RJ, local onde se encontra a sede do COFEN, para onde os conselheiros federais podiam locomover-se sem grandes ônus, ficando assim cientes de tudo que se deliberava, tanto na execução do evento, quanto ao seu conteúdo programático. Dessa forma, ganhava-se tempo e economia, pois tudo que era deliberado já constaria rapidamente nas atas do COFEN para aprovação em plenário.

Todo o acima asseverado, pode ser confirmado nos autos do PAD-COFEN, sobre o 8o CBCENF, requerendo-o ao COFEN, ou mesmo, caso necessite, convidando-se como testemunhas as Dr a. Carmem de Almeida da Silva - conselheira federal, e a Dra. Rita de Cássia Chamma, presidente da Comissão Científica, que se reunia na sede do COREN-SP, na organização do 8o CBCENF.O item 4, fl. 8, Of. 302/2008, entendemos como respondidos nos quesitos anteriores.’

7.6.1. ANÁLISE:Mais uma vez as alegações de defesa não merecem prosperar, uma vez que a defesa

produzida não menciona a razão da ausência de formalização de viagens que contivesse a solicitação das mesmas devidamente fundamentadas ou, ainda, a prova da ocorrência da realização do evento, não menciona as razões para ausência de rito administrativo justificando as mesmas, o porquê de pagamentos de diárias a pessoas diferentes daquelas indicadas e que supostamente fariam a viagem, os procedimentos de saques dos cheques no pagamento das diárias por empregado da autarquia, quando a emissão das diárias deveria ser feita diretamente ao beneficiário em questão, além das demais questões suscitadas no ofício de citação. Impende ressaltar que as alegações de defesa se resumiram basicamente à alínea ‘d’ do item 3 do ofício de citação em análise.

Calha mencionar que, durante a realização da fiscalização no Coren/SE, a equipe identificou diversos pagamentos de diárias sem que houvesse comprovação da realização da viagem, a exemplo da anexação do canhoto do cartão de embarque para a localidade supostamente de destino ou relatório de atividade da viagem que teria sido realizada. Em muitos casos não existe nem mesmo comprovação da realização do evento ou exposição de motivo para a participação de algum membro da entidade, conforme relatado no relatório de inspeção. Sequer existe a anexação de folder acerca da realização dos muitos eventos supostamente ocorridos em algumas localidades. Demais disso tudo, também não constam exposições dos motivos acerca da realização dos mesmos, a importância da participação da entidade no evento, as pessoas que supostamente participaram dos eventos, e outras justificativas que comprovassem a necessidade ou até a ocorrência dos eventos.

Outro fato que nos permite concluir que algumas dessas viagens foram efetuadas ao arrepio das normas legais e regulamentares para entidades autárquicas é a total falta de transparência nas aquisições dos bilhetes de passagens aéreas, onde não havia regular processo licitatório para compra desses bilhetes, uma vez que os mesmos eram feitos em agência de viagens particulares e, portanto, deveria ser precedida de regular processo licitatório. A despeito de todas as alegações produzidas nos item 13 supra, o defendente não logrou êxito ao não se manifestar nas razões por que não há em nenhum procedimento administrativo de realização das viagens das razões fáticas da suas realizações, nem dos benefícios advindos das mesmas.

Não devemos olvidar é o fato de que o sócio da Agência de Viagem Sildytour Turismo, onde grande parte dos pacotes de viagens e/ou bilhetes aéreos foram comprados, foi apontado pelo MPF/RJ como co-partícipe nas irregularidades cometidas no âmbito do Cofen e Coren’s, segundo consta da denúncia oferecida pelo órgão, cujos trechos essenciais encontram-se transcritos a seguir

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(fls. 157/158 do TC 004.666/2007-0): ‘Em suma, MARIA LÚCIA MARTINS TAVARES narrou irregularidades diversas na compra de

passagens aéreas da empresa SYLDITOUR VIAGENS E TURISMO LTDA, conforme pode ser comprovado pela sentença da ação popular movida por ela contra os gestores do COFEN e contra os representantes da empresa SYLDITOUR.

(...)No quesito nº 4 do laudo pericial nº 2.213/2004, os peritos criminais constataram que não havia

identificação na nota de débito sobre a data da viagem, quem autorizou a emissão do bilhete e em alguns casos o trecho voado.

Também foi constatado no quesito nº 5 que não havia nos documentos quaisquer comprovantes ou relatórios indicando o motivo ou o resultado da viagem, não sendo possível vincular os objetos da viagem aos interesses da autarquia.

Nesse mesmo quesito os peritos afirmaram que a ausência do comprovante de embarque impede a comprovação da efetiva realização da viagem.

Em qualquer empresa privada ou mesmo no setor público, quando é realizada uma viagem o mínimo que se exige é um relatório comprovando o motivo da viagem, bem como a devolução do bilhete utilizado para comprovar que a viagem ocorreu de fato, sendo que de acordo com a constatação do laudo pericial nada disso era feito pelo COFEN.’

Acima, pode-se perceber que os questionamentos trazidos na representação egressa do Ministério Público Federal, e que contou com a participação da Polícia Federal na dita Operação Predador, são os mesmos trazidos pela equipe de inspeção, quais sejam: ausência de relatórios de viagens indicando motivo ou resultado da viagem, ausência de comprovação de embarque e devolução de bilhetes. Ora, quando tratamos do uso de recursos públicos, quem deve comprovar o seu bom uso são aqueles que o gerem, não o contrário. Seria muito fácil cometer diversas irregularidades e ilícitos com dinheiro alheio, não se anexar as provas do mau uso dos mesmos, até porque as provas deporiam contra quem realizou os atos ilegais, e num momento posterior, caso fosse questionado o uso indevido, alegar qualquer fato sem que se produzam as provas para corroborar os mesmos. Aqui, o ônus da prova se inverte, cabendo aos responsáveis a comprovação daquilo que alegam. Dessarte, mais uma vez cabe refutar as alegações de defesa apresentadas pela Sra. Maria Santana Linhares por meio do seu procurador.

7.7. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares (Despesas realizadas por conta do 6º CBCENF, Item 4, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’, ‘e’, ‘f’ e ‘g’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fls. 113/115):

Em relação às irregularidades ocorridas por conta da realização do 6º Congresso Brasileiro de Conselhos de Enfermagem, à fl. 55 do anexo 5, o procurador da responsável informou que considerava o item as alíneas correspondentes como respondidas anteriormente, razão pela qual a análise pertinente se encontra nos tópicos anteriores.

7.7.1. ANÁLISE:Já analisados nos itens anteriores, consoante menção acima. 7.8. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares

(Despesas realizadas nas aquisições de materiais de construção, Item 5, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’ e ‘e’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fls. 115/116):

‘A Autarquia agia com dificuldades financeiras e, em momento algum, quando havia necessidade de uma obra de pequena monta, qual seja: mudança de piso, colocação de box, mudança de uma janela ou porta, caibros ou ripas, para troca de telhas etc. jamais pensou contratar um Engenheiro ou fazer Projeto de Engenharia para isso. Um exemplo ilustrativo é em relação ao telhado, pois foi detectada uma infestação por cupim após forte chuva em Aracaju, surgindo a necessidade de trocá-lo. O limite para obras de engenharia ou reforma era de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), por isso foi contratado um profissional e como geralmente os serviços eram inferiores a tal valor, simplesmente foi aproveitado um desses feriados prolongados e promoveu-se a mudança da parte mais necessitada do telhado da instituição, nos fins de semana subsequentes, gradualmente, o restante do serviço foi sendo efetuado, evitando, dessa forma, a interrupção das atividades do COREN/SE.

No ano de 2003, especialmente no inverno, em meados do ano, ocorreram fortes chuvas, sendo que 44

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numa delas o telhado rompeu-se e inundou toda a instituição, estragando e danificando os pisos, alguns móveis, pinturas etc.Toda a reforma em 2003, ocorreu justamente nos meses de junho e julho, quando houve este alagamento em nossa sede. Sem qualquer ato de ilegalidade, foi providenciado o conserto do que foi danificado. Em momento algum, houve a mais remota tentativa de fracionamento de licitação ou algo similar com tais consertos. Como se pode observar que foram compras de produtos distintos, em estabelecimentos especializados na área de cada um.

O mestre de obras contratado, Sr. Jorge Santana da Silva, o qual realizava os trabalhos de reforma do prédio, dirigia-se às lojas que vendiam os materiais, sempre acompanhado de um funcionário, apresentava 03 (três) propostas e era autorizada a compra para a execução do serviço.Vale ressaltar que a estrutura principal do COREN/SE nunca foi derrubada para as reformas, simplesmente detectava-se um problema, um profissional era convocado e o serviço era realizado, com o material de construção comprado pelo COREN/SE nas condições acima elencadas.

Ressalta-se também que o 2o (segundo) imóvel do COREN foi comprado em 2003, ano em que foi iniciado lentamente reformas e compra de móveis para o local. Vale enfatizar que tudo o que foi realizado de reforma no novo prédio foram pequenos ajustes de adequação para a finalidade do prédio, como trocar janela, trocar piso em 2 ou 3 cómodos, trocar o portão da entrada. Obviamente, sendo um imóvel novo, foram adquiridos alguns utensílios, como bens móveis para o imóvel, para o novo prédio foi transferido o setor de CADIN e FISCALIZAÇÃO, ficando todas as demais atividades no imóvel que já existia.

Apesar de não constar no relatório, existem os pagamentos que acabamos de demonstrar em dezembro de 2003. Era hábito, como ocorre até os dias de hoje, no fim do ano ser concedido férias coletivas, aproveitando o período para uma pintura, mudança ou manutenção na parte hidráulica etc. Por isso tudo, surgem os serviços no início do ano de 2005 (itens 29 a 36), Of. 302/2008. Com certeza, procedendo de forma distinta, os custos seriam bem maiores. Assim, os simples reparos, que eram feitos de forma lenta e gradual, à medida que as condições financeiras permitissem e o serviço não sofresse solução de continuidade.

Da mesma forma, requeremos com a devida vénia, que se observem as compras de materiais diferentes, nas casas com melhor reputação da cidade, portanto, diversificadas, de acordo com a quantidade e o tipo de material que era necessário. A auditoria cobre um lapso de tempo de 03 (três) anos, havendo neste interregno de tempo, a aquisição e arrumação de um outro imóvel, de idêntica metragem do primeiro, portanto, não foi causado algum dano ou prejuízo ao erário. Requeremos que se observe a quantidade de estabelecimentos em que foram realizadas as compras, os valores adquiridos em cada um, e o tipo de material adquirido, que era totalmente distinto

Logo se verifica que o objetivo era a arrumação da sede, mas com necessidades distintas. O próprio valor total apontado pelos zelosos auditores, R$ 40.773,96, ao longo de 03 (três) anos, com aquisição neste período de um novo imóvel, nos parece hoje, diante do patrimônio atual, não vultoso. Por fim, quanto à divergência do valor da NF, a menor, entregue pelo mestre de obras Jorge Santana da Silva, que foi quem sempre prestou tais serviços de reparos à sede, explica-se o recebimento a menor pelo mesmo, pois conforme orientação do contador, devia-se descontar os encargos sociais na fonte, o que foi feito, tendo-o levado a receber R$ 3.890,28, concernente a uma NF que apresentara de R$ 5.000,00.’

7.8.1. ANÁLISE:Mais uma vez cabe refutar as alegações de defesa patrocinadas pelo defendente, uma vez

que as mesmas vêm desacompanhadas de elementos probatórios, sendo alicerçadas somente em arrazoados produzidos com base em fatos que supostamente ocorreram. Por isso que, em se tratando de ente da Administração Pública, submetido, portanto, ao regime de Direito Público, procedimentos similares aos adotados por particulares não podem ser direta e integralmente aplicados. Afinal, diferentemente das relações entre particulares, onde prevalece a autonomia da vontade, a Administração Pública é regida por princípios básicos estabelecidos pela Constituição Federal, em virtude dos quais deve haver uma completa supremacia do interesse público sobre o particular, além de esse interesse público ser indisponível pela Administração.

Esse regime de Direito Público encontra-se estabelecido no art. 37 da Constituição Federal, verbis: ‘A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência .’ Sendo assim, enquanto aos particulares é dado fazer tudo que a lei não proíba, a Administração, em obediência ao princípio da legalidade, só pode fazer aquilo que a lei autoriza. Portanto, sem lei autorizadora, não existe a possibilidade de a

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Administração Pública receber em quitação de seus créditos coisa diversa de dinheiro. Além disso, em consonância com o princípio da igualdade, a lei deve estabelecer tratamento isonômico de modo a alcançar todas as pessoas que se encontrem em situação semelhante, oferecendo, assim, oportunidades iguais a todos os interessados.

Consoante os arrazoados de defesa apresentados, percebe-se que a entidade era administrada como se fosse uma extensão da casa dos seus gestores, que podiam dispor dos recursos da forma que bem entendessem, não obedecendo a procedimentos legais e regulamentares na realização de despesas de toda e qualquer natureza. Também não foram observadas as prescrições estabelecidas pelo Capítulo III do Título VII da Lei nº 4.320/64, que estabelece que a despesa pública deve-se realizar mediante o procedimento administrativo compreendido pelos atos de empenho, liquidação e pagamento, nada obstante em alguns casos seja permitido fazer, isso quando envolver valores de pequena monta, não sendo a ‘vexata quaestio’. A não observância das exigências legais para os dispêndios é uma irregularidade grave e ocorreu constantemente, conforme fartamente narrado.

Ademais disso, não há nenhum documento que permita a caracterização de que a sede do Coren/SE tenha sido submetida a alguma obra de construção ou reforma para a qual foram destinadas todas as aquisições. É claro que isto não significa que obras de fato não tenham sido executadas na sede da Autarquia, contudo a ausência de documentos e dos procedimentos legais para aquisição leva à conclusão pela ocorrência de fraudes e desvio de recursos. Assim, não há projetos de arquitetura, de engenharia, projeto básico, projeto executivo ou planilhas orçamentárias que pudessem estabelecer os critérios utilizados para avaliar a quantidade de insumos ou volume de serviços. Não há, igualmente, qualquer documento de controle específico como ‘ordem de serviço’ ou ‘solicitação de serviço’, destinado a execução de serviços relacionados a obras ou reformas.

Obviamente não se estar a exigir que todo e qualquer serviço seja precedido de um projeto básico ou de uma licitação, mas claro está que a administração de qualquer entidade pública deve se cercar de procedimentos que demonstrem de fato a necessidade da realização do serviço e o seguimento de trâmites burocráticos exigidos, sob pena de se considerarem os atos eivados de vícios insanáveis, tal qual ocorreu na sede do Coren/SE. Ainda mais em se considerando todos os fatos que envolviam as pessoas envolvidas na gestão do Coren/SE. Assim, entende-se que cabe propor rejeição das alegações de defesa produzidas.

7.9. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares (Despesas efetuadas sem fundamentação legal ou em finalidade diversa, Item 6, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’, ‘e’, ‘f’, ‘g’, ‘h’ e ‘i’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fls. 116/118):

‘Para confirmar todos os atos que aqui exporemos requeremos a esta egrégia Corte de Contas que requeira diligência ao COFEN do PAD sobre a ‘Coleção Anjos de Branco’. No início da nova gestão, o COFEN tabulou um acordo com a Academia Brasileira de Letras - ABL, sob coordenação do académico António Olinto, objetivando enaltecer a profissão da Enfermagem. Por tal convénio, a ABL, na pessoa do Prof. António Olinto, convidaria nomes de importância literária da própria ABL ou outros escritores para escrever romances/contos, no qual o personagem principal seria um profissional de Enfermagem. Em contrapartida, os Conselhos divulgariam tais livros, adquirindo-os, em pequenos lotes, repassando-os às bibliotecas, entidades, autoridades etc. E desse modo foi realizado, sendo lançados grandes romances e histórias.

Lendo os artigos em jornais de todo o país, que eram escritos pelo então presidente do COFEN, o Prof. António Olinto, optou-se então em compilá-los num livro, que originou ‘o Homem de um Século’. A apresentação do mesmo foi de Arnaldo Niskier, com escrito da capa de António Olinto e o Prefácio foi do Académico, considerado o advogado do século, Evandro Lins e Silva. Afim de que sua Exa. Ministro Relator, Dr. Marcos Bemquerer Costa, possa aquilatar a importância do livro para a nossa profissão e para a Instituição, permitimo-nos, data vénia, reproduzir parte do prefácio do Dr. Evandro Lins e Silva:

‘Um livro de leitura agradável, escrito em estilo terso e puro. Vai, de certo, ensejar polêmica, e o autor já deu mostras de que é mestre nesse terreno. Quem quiser contestá-lo terá pela frente um debate exímio, que maneja o vernáculo com esmero e segurança.’

Os livros da Coleção Anjos de Branco vieram para enaltecer a profissão e a Autarquia, pois em todos os volumes constavam a logomarca do Órgão. Há projetos para muito deles, em minisséries e/ou filmes, a

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exemplo do livro ‘Ana Néri, a brasileira que venceu a guerra’, de autoria de um dos maiores escritores investigativos da atualidade, JOSÉ LOUZEIRO. A Rede Globo de Televisão transformou o mesmo numa minissérie, sob o título ‘Ana Néri’, que alavancou sobremaneira, o nome da profissão. Essa é a Coleção Anjos de Branco, da qual o livro ‘O Homem de um Século’ faz parte. Em razão dos fatos elencados, os Conselhos de Enfermagem de todo o país, não só o COREN-SE, tem adquirido tais livros e feito os mesmos chegarem ao público, que de alguma forma possam contribuir com o engrandecimento da profissão.’

7.9.1. ANÁLISE:Mais uma vez cabe refutar as alegações de defesa apresentadas em razão de ausência de

previsão legal e, ainda, também por estarem desacompanhadas de elementos probantes. Cabe lembrar que, em 04/01/2006, o Coren/SE efetuou a compra de 1.250 conjuntos de livros da coleção ‘Anjos de Branco’, ao custo unitário de R$ 180,00 (cento e oitenta reais), junto à empresa Mondrian Editora e Comunicação Ltda. e que sobre o valor total da compra de R$ 225.000,00 (duzentos e vinte e cinco mil reais), incorreu um suposto desconto de R$ 115.000,00 (cento e quinze mil reais), no que resultou no pagamento à editora de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais) (fls. 163/173, vol. principal do anexo 2 do TC 004.666/2007-0). Naquela ocasião, segundo o Parecer Jurídico nº 01/2006 (fls. 166/169, vol. principal do anexo 2 do TC 004.666/2007-0), a aquisição referiu-se ao projeto literário ‘Anjos de Branco’, que o Conselho Federal de Enfermagem idealizou e patrocinou. Uma vez que a referida editora detém os direitos exclusivos para editar e comercializar o romance, a compra foi efetuada com base no art. 25, inc. I, da Lei nº 8.666/93, ou seja, por inexigibilidade de licitação.

As irregularidades identificadas nesta contratação foram a ausência de justificativa que embasasse a contratação, uma vez que dispõe o art. 26 da Lei nº 8.666/93 :

‘Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e nos incisos III a XXIV do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o, deverão ser comunicados dentro de três dias a autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos atos.’

Dessa forma, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25 devem ser necessariamente justificadas, ou seja, caberia ao Conselho, ao solicitar a aquisição dos livros, comprovar que sua utilização é necessária e indispensável. Com base nos documentos analisados, não é possível saber nem mesmo do que são compostos os supostos ‘kits’ de livros. Consta do citado parecer jurídico que o ‘livro a ser editado e comercializado agora é um romance abordando temas e histórias ligada à enfermagem intitulado ‘MEU AMIGO AZUL’ e que o ‘romance em apreço é uma verdadeira obra de ficção científica’. Supõe-se, portanto, de acordo com este documento, que o ‘kit’ é composto por apenas um livro. Observa-se também que não houve nem mesmo instauração de procedimento administrativo visando à contratação, e cabe mencionar que estas omissões constam do Parecer nº 01/2006, que fundamentou a contratação. Segundo o Sr. Alexandre de Araújo Azevedo, autor do referido parecer que referendou a contratação, ‘a contratação direta prescinde do procedimento licitatório, mas não de procedimento administrativo, e que para ser efetivada, deveria ser primeiramente localizada a justificativa encaminhada pela diretoria’.

A entidade, entretanto não providenciou a instauração do procedimento administrativo ou a justificativa para sua aquisição. Veja que o citado Parecer foi elaborado em 04/01/2006, ou seja, no mesmo dia em que foi realizado o pagamento à Editora Mondrian e um dia depois de ter sido assinada a respectiva ordem de pagamento, restando, portanto caracterizado que o mesmo foi ‘encomendado’, pois a Administração já havia decidido e iniciado os procedimentos relativos à suposta aquisição sem a licitação. O citado artigo da Lei nº 8.666/93 impõe também a publicação de qualquer situação de inexigibilidade prevista no seu art. 25. Não foram localizadas quaisquer comprovações de publicação na imprensa oficial. Há inclusive indícios que indicam que o pagamento não passou de um meio de desviar os recursos empregados, pois a nota fiscal apresentada pela Editora Mondrian tem data de 02/01/2006, ou seja, foi emitida antes do parecer jurídico que supostamente daria cobertura à aquisição.

Ademais, não há documentos que comprovem a liquidação desta despesa, em ofensa aos art. 62 e 63 da Lei nº 4.320/64. Assim, não há comprovação de que os livros foram recebidos e que a

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empresa teria o direito de recebimento do respectivo crédito. As metas, etapas e fases das despesas não podem ser relegadas a atos meramente formais, pois se tratam de instrumentos de planejamento e de controle que, ausentes, comprometem, em muito, a regularidades das despesas.

Acerca de ser o livro uma ‘leitura agradável e ter se tornado uma minissérie da Rede Globo de televisão’, tais fatos, ainda que verdadeiros, não têm o condão de retirar a ilicitude da contratação efetuada, levando-se em consideração o grande número de irregularidades narradas no relatório de inspeção e acima reproduzidas, a exemplo da burla das Leis 8.666/93 e Lei 4.320/64. Outra alegação a ser desconsiderada é a de que o livro em questão serviu para o engrandecimento da profissão de enfermeiros, vez que apenas a simples afirmação não produz provas acerca do exposto. O que, em tese, engrandeceria a profissão, teria sido o fato de os gestores do Coren pautar suas administrações dentro do cumprimento das leis e normas vigentes no país, e não desviando recursos obtidos mediante o pagamento das anuidades dos profissionais da enfermagem, consoante mencionado ao longo do relatório de inspeção, e nos documentos produzidos pelo Ministério Público Federal. Portanto, percebe-se que as razões apresentadas para a elaboração da publicação divergem e muito das alegações de defesa apresentadas, que, portanto, não merecem prosperar.

7.10. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares (Despesas efetuadas sem fundamentação legal ou em finalidade diversa, Item 6, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’, ‘e’, ‘f’, ‘g’, ‘h’ e ‘i’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fls. 116/118 – Continuação):

‘Vale tão somente lembrar, que foi na edição do 7° CBCENF que o evento se consagrou como o ‘maior evento da área de saúde no Brasil’, ao contar com 9.402 congressistas, cidade de Fortaleza/CE. É de salientar que a delegação de Sergipe, dentre outros que foram de avião, foi composta de 03 (três) ônibus. No item ‘e’, os nobres auditores questionam as compras efetivadas para o 5o ENCRESE (Encontro do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe). Os próprios auditores poderão, possivelmente, observar o título do livro de cordel: ‘ENFERMAGEM, UMA HISTÓRIA DE VIDA.’ O que pode ter de mais típico e característico para o nordestino, do que a literatura de cordel? Lembramos, o que já foi dito anteriormente, que em conjunto com o 5o ENCRESE , realizou-se o Seminário Nacional do COFEN, com a presença de várias autoridades do país, além da presença das delegações de todos os Estados. Tudo isso em comemoração a Semana Brasileira da Enfermagem.

O livro ‘Enfermagem, uma História de Vida’ relata justamente a história da nossa profissão de Florence Nightingale, até os tempos atuais. Fala, com ênfase da Enfermagem Sergipana, dando exemplo da Dra. Waleska Paixão. Portanto, patrocinar um livro com tais características, contando de uma forma que tem tudo a ver com o nordeste e com a Enfermagem, guarda sim, afinidade com as atividades. Especialmente, se avaliarmos o que diz a Lei 5.905/73 que criou o Sistema COFEN/CORENs, em seu artigo 15, VIII:

Compete aos Conselhos Regionais:‘- Zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçam.’Com certeza, há nos arquivos do regional exemplar deste livro, por sinal inédito, caso se queira

confirmar o aqui descrito. O mesmo foi difundido junto às escolas, no ENCRESE e a todos que estavam presentes naqueles 02 (dois) eventos. Lógico que comprar crachás, fichas de inscrição, fichas de avaliação, certificados etc, como descrito na Nota Fiscal nº 0263, anexo II, vol. 5, fl. 1068, são compatíveis para com um evento no qual o COREN-SE era organizador: o 5o ENCRESE, o qual obteve número superior a 1000 inscritos. Além disso, a solenidade de Abertura, como na maioria dos eventos nacionais, com a participação do cantor Cauby Peixoto, interpretando as músicas do seu repertório e o Hino Nacional.

Tal qual outros eventos anuais de Conselhos que reúnam grande número de associados. Este ano foi contratado IVETE SANGALO. Qual o crime ? havendo crime ou improbidade o próprio TCU deveria interceder em tal contratação. Quanto à situação da empresa, que um gestor compre produtos numa empresa que está funcionando normalmente, sendo celebrado compra e venda de certo serviço e que a contratante cheque se aquela Nota Fiscal tem, ou não, validade. Presume-se que uma empresa que esteja em pleno funcionamento seja também cumpridora de suas obrigações fiscais, visto que se assim não o fizesse as autoridades responsáveis não permitiriam suas atividades.

Vale ressaltar, conforme volume principal, fl. 58, que no Ofício SEFAZ/SE/GERAF nº 030/2007, de 10/07/2007, quando se refere à empresa FUTURA MÓVEIS, assim se posiciona quanto à NOTA FISCAL nº 114:

‘A referida nota fiscal foi devidamente autorizada conforme AIDF nº 8422/1999, de 02/12/1999.’

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Outra pergunta que gostaríamos de fazer, é: como pode haver ilação de que a montagem dos imóveis da Requinte Representações Ind. LTDA, fl. 1047, Anexo II, vol. 5, referem-se aos móveis vendidos pela Futura Imóveis, fl 1039, Anexo II, vol. 5?A Nota Fiscal da Requinte diz que se refere a ‘Montagem, instalação, atendimento e regulagens de móveis para escritório das marcas Fortline e Joluma’ Observando-se a Nota Fiscal da Futura Imóveis, em momento algum do referido documento vem mencionando que os móveis que a mesma vendeu eram das marcas Fortline e Joluma. São decorridos 5 anos do fato. Não posso lembrar com exatidão dos mesmos, porém sei que na ocasião foram comprados vários mobiliários, por conta da enchente que houve no Regional.

Sobre este fato, acreditamos que já tenhamos esclarecido, no capítulo onde abordamos tal temática. Vale tão somente explicitar fato que os nobres auditores suscitam, qual seja: quem arcou com os custos dos deslocamentos e hospedagem dos componentes, no 7o CBCENF. O 7o CBCENF aconteceu em Fortaleza-CE, com a presença de 9.402 congressistas. A banda Cariri viajou numa Kombi e foram hospedados juntamente com os estudantes, em alojamento próprio, que o COFEN concedia aos mesmos, sempre de forma gratuita, na COELCE, que é vinculada a empresa de energia Elétrica.

Acerca do ressarcimento feito à Ex-gestora, por compras efetuadas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Na cidade do Rio de Janeiro, conforme NF eletrônica 145056, foram adquiridos na loja TOK & STOK, no dia 05/02/2004, pequenos produtos para o dia-a-dia do COREN. Como se depreende da nota, inserta no Anexo II, fl. 1096, Vol. 5, tratam-se de materiais de uso em escritório, tais como: bloco de anotações, cestinhas de lixo, potes, porta-lápis e outros produtos do tipo. No caso dessa Notas Fiscais, todas possuem o ATESTO da entrega ao COREN-SE e tais peças ainda estão em uso na sede, especialmente na cozinha e nos escritórios diversos, atualmente, na Autarquia.

Quanto às compras terem sido feitas em SP, vale ressaltar dois pontos:1. O reembolso aconteceu em 06/01/2005, portanto quase um ano depois do fato no RJ.2. O valor de R$ 10.846,50, como reembolso, foi objeto de compras em 03 (três) lojas diferentes,

sendo este o somatório.A viagem acontecida no fim do ano de 2004, à cidade de São Paulo, na qualidade de

Coordenadora Executiva do CBCENF, conforme já explicado em capítulo anterior, igualmente, a tantas outras, após o dia de trabalho, e às vezes era realizado compras (sic) para peças de uso cotidiano da Instituição. As Notas Fiscais citadas encontram-se às fls. 1118/1121, e como se pode ver das mesmas, produtos de uso na Autarquia, tais como: garrafa térmica, ventilador de teto, que na época foi colocado na garagem, escorredor, corda para varal, faca para pão, protetor para cabo de vassoura, vaso para flores, tapetes, lixeiras. Como nos demais casos, consta nas notas, o recibo do ATESTO DE ENTREGA, e de absoluta certeza, que tais materiais, pelo menos parte dos mesmos, ainda estão em uso na sede. Como já dito, duas motivações justificavam tais compras: a diferença na qualidade dos produtos, a carência dos mesmos em nossa cidade, mas especialmente, comparando-se a qualidade dos preços, já que os preços que em nossa cidade seriam mais custosos, seguramente.’

7.10.1. ANÁLISE:Acerca das alegações de que os gastos realizados com a publicação ‘Enfermagem, uma

história de vida’ se relacionarem a atividades precípuas, imprescindíveis, da entidade que tem como norte a fiscalização do exercício regulamentar da profissão, entendo que mais uma vez não merecem prosperar, senão vejamos: O causídico não apresentou elementos documentais, estatísticos ou outro meio comprobatório de qualquer natureza que pudesse corroborar a afirmação de que publicações dessa envergadura contribuíssem com o engrandecimento da profissão de enfermeiro e/ou auxiliares de enfermagem no Estado de Sergipe.

Como se pode observar, os argumentos apresentados são meras convicções pessoais daqueles que burlavam a lei na condução dos irregulares atos de gestão da entidade, mas que são desprovidos de conteúdo probatório. Ora, vimos que a administração do Coren/SE não cumpria nem sua função de fiscalizar o regular exercício da profissão, pois terceirizou a atividade, esta quando da contratação da COOPENF, cabendo somente ao Coren/SE a tarefa de gerir os recursos repassados por meio das contribuições daqueles que exerciam a profissão. Nem os ‘zelosos auditores do TCU’ e nem ninguém consegue perceber qual a relação entre uma eventual publicação de um livro de cordel e o engrandecimento da profissão, como o eminente causídico tenta nos fazer crer.

Outra alegação descabida é a afirmação de que a suposta presença de mais de 9.000

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participantes no evento do 6º CBCENF, realizado em Fortaleza, seria razão para gastos desmedidos e estapafúrdios. A título de exemplificação, foram confeccionadas 800 camisas, 1.000 faixas de cabelo, 500 sacolas e 500 estojos foram adquiridos junto às empresas Raffa’s Indústria Ltda. e RL Comércio de Brindes Ltda., isso sob a esparrela de que tais brindes seriam distribuídos aos eventuais participantes.

Sob a ótica legal, questão nunca abordada nos arrazoados de defesa produzidos pelo procurador da Sra. Hortência Maria Linhares, os Decretos ns.º 99.188 e 99.214/90 contêm expressa vedação à realização de despesas para atendimento de gastos com brindes, cartões, convites e outros dispêndios congêneres de natureza pessoal. Ademais, como justificar a confecção de 800 camisas e 1.000 faixas de cabelos em um evento realizado em um estado diferente da sede da entidade e que não tem a sua organização patrocinada por ela? Para quem foram distribuídos esses brindes, se é que realmente foram confeccionados de fato? Mais uma vez cabe efetuar proposta pela rejeição das alegações de defesa.

Acerca dos produtos adquiridos em outros estados, a exemplo da compra realizada na Tok Stock, o defendente alegou que as mesmas se deram em razão de os referidos produtos serem de melhor qualidade que os existentes aqui em Aracaju. Assim, traz-se à cola, inicialmente, um breve conceito de ato administrativo, como sendo o ato jurídico decorrente do exercício da função administrativa, sob um regime de direito público ou, como prefere Marçal Justen Filho (JUSTEN FILHO, Marçal, 2005, p.185), ‘é uma manifestação de vontade funcional apta a gerar efeitos jurídicos, produzida no exercício de função administrativa’. Ultrapassada a noção preliminar de ato administrativo, pertinente mencionar que ele possui inúmeras classificações, que muitas vezes diferem de acordo com o posicionamento dos doutrinadores. Uma das classificações é quanto à liberdade da Administração na prática do ato (ou seja, quanto à margem de escolha do administrador); segundo a qual os atos administrativos podem ser discricionários ou vinculados.

Assim sendo, ato discricionário é aquele que a Administração pratica com certa margem de liberdade de decisão, visto que o legislador, não podendo prever de antemão qual o melhor caminho a ser tomado, confere ao administrador a possibilidade de escolha, dentro da lei. É pertinente salientar, no entanto, que não se confunde margem de escolha com liberdade absoluta, pois o ato discricionário deve sempre respeitar os limites legais e, segundo aduz Odete Medauar (MEDAUAR, Odete, 2003, São Paulo, Ed. Atlas, p. 162) ‘o próprio conteúdo tem de ser consentido pelas normas do ordenamento; a autoridade deve ter competência para editar; o fim deve ser o interesse público’.

De acordo com Celso Antonio Bandeira de Mello (MELLO, Celso Antonio Bandeira de, 2003, Rio de Janeiro, Ed. Forense, p. 366-367) ‘é a exposição dos motivos, a fundamentação na qual são enunciados (a) a regra de direito habilitante, (b) os fatos em que o agente se estribou para decidir e, muitas vezes, obrigatoriamente, (c) a enunciação da relação de pertinência lógica entre os fatos ocorridos e o ato praticado’. Nos documentos coligidos pela equipe de inspeção e apostos como provas nos autos do TC 004.666/2007-0, a mesma demonstrou cabalmente que nas compras efetuadas pela Sra. Hortência Linhares não havia nenhuma motivação para os atos praticados pela gestora, inclusive nas compras efetuadas em outros estados, quando na cidade de Aracaju há diversas lojas que vendem o mesmo produto. Os argumentos apresentados carecem de conteúdo probatório para produzirem os efeitos de prova. Ademais, não há provas de que os produtos adquiridos eram de fato para a entidade, vez que os mesmos não eram cadastrados e etiquetados.

O fato de que havia ‘atesto de entrega nas notas fiscais’ não retira a ilicitude dos atos praticados, vez que não foram suscitadas, pela equipe de inspeção, dúvidas de que os produtos foram de fato adquiridos. Na realidade, questionou-se a razão para aquisição de itens de utensílios tão comuns, a exemplo de faca para cortar pão, garrafa térmica, cestas de lixo, porta-lápis, em lojas localizadas em outros estados, muitas vezes a preços bem mais altos do que os praticados em lojas aqui de Aracaju. Ademais, verifica-se ilegalidade no procedimento adotado pela responsável, e que consistia em comprar os produtos com seu dinheiro e posteriormente ser ressarcido daqueles gastos

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efetuados. Ora, a afirmação de que ‘os recursos empregados na aquisição de produtos em São Paulo

foram ressarcidos quase um ano após terem sido comprados’ tem o efeito de depor contra a defendente mais do que propriamente ter o condão de ser um arrazoado de defesa. Seria muita ingenuidade acreditarmos que alguém tire recursos próprios, estes em quantia que superaram os R$ 10.000,00, isso em valores de mais de 4 anos, para comprar produtos para equipar uma entidade pública e ficar quase um ano, segundo afirmado pelo próprio causídico, sem ser ressarcido das quantias despendidas. Ainda mais nos valores apresentados (R$ 10.846,50), isso em valores de mais de 4 anos passados, que certamente gerariam uma desvalorização do capital empregado. Destarte, cabe refutar tais alegações.

Com relação às alegações de que não há menção alguma na nota fiscal, assentada na fls. 1047, anexo II do volume 5 dos autos do TC 004.666/2007-0, de que a mesma se referiu à ‘montagem dos móveis adquiridos das marcas Fortline e Joluma e que não faz parte das lembranças de responsável’, cabe mais uma vez refutá-las. Cabe mencionar que a referida nota fiscal justificou o pagamento de R$ 3.500,00 para montagens de móveis adquiridos. Naquela ocasião, a equipe de inspeção considerou impugnável a despesa em razão de não ser razoável a compra de móveis e o posterior pagamento para sua montagem, senão vejamos nos excertos do relatório de inspeção acerca do tema:

‘Ressalte-se, ainda, para a despesa referente à prestação de ‘serviços de montagem e instalação de móveis de escritório, atendimento e regulagens (sic) em móveis para escritório das marcas Fortline e Toluma’ no valor de R$ 3.507,00 (três mil quinhentos e sete reais), conforme descrição na nota fiscal de fls. 1047, vol. 5 do anexo 2 (item 07 da tabela à fl. 77 dos autos). Os referidos móveis (item 06) teriam sido supostamente adquiridos pelo valor de R$ 7.800,00 (sete mil e oitocentos reais), conforme nota fiscal às fls. 1039, vol. 5 do anexo 2, e a Autarquia teria pago a quantia de R$ 3.507,00 a outra empresa para a sua montagem. Tal situação é incompatível com os procedimentos utilizados nas situações vivenciadas em qualquer âmbito, seja no público ou privado, pois quando existe esse tipo de encomenda a montagem dos móveis comprados está inserida nos valores pagos pelos mesmos. Ademais, o valor pago na suposta montagem representa quase 50% do valor dos móveis.’

Também pertine mencionar que, quando questionada acerca da localização dos móveis comprados e que deram ensejo à emissão da mencionada nota fiscal, a secretária da presidência do Coren/SE, Denise Maria de Santana, irmã da Sra. Hortência Maria Santana Linhares, não soube precisar onde os mesmos estavam localizados, não tendo como a Equipe de Inspeção confrontar os móveis da possível compra com os mostrados pela funcionária do Coren/SE. Ora, mais uma vez a responsável não conseguiu demonstrar a pertinência da realização das despesas, tendo apenas o procurador da mesma se limitado a requerer que, ‘caso seja possível, a diligência de ouvir-se o responsável técnico da empresa Futura Móveis para que o mesmo explique se os móveis que o mesmo vendeu são da mesma marca daqueles que vendeu ao Coren e, em caso positivo, questionar o porquê de uma outra empresa fazer a montagem.’

Ora, o requerimento é totalmente descabido, pois quem tem que provar a legitimidade dos gastos efetuados é a gestora dos recursos, não o TCU. Aliás, seguindo o corolário constitucional do contraditório e da ampla defesa, esta seria a oportunidade da ex-gestora provar que efetuou a despesa de forma legítima. Se o causídico ainda não sabe, o ônus de provar a correta aplicação dos recursos públicos são daqueles que o gerenciam, administram e/ou guardam, e não o contrário. Se quem efetuou tais gastos afirma singelamente ‘que não se lembra’, não seria o montador dos móveis que teria a obrigação de ter tais lembranças. Assim, mais uma vez cabe refutar as alegações de defesa apresentadas.

Quanto à alegação de que a banda de forró contratada teria se deslocado à cidade de Fortaleza em uma Kombi e que os músicos da banda ficaram hospedados junto com estudantes, em alojamentos próprios, também entendemos por refutá-la, uma vez que não foram trazidos elementos comprobatórios de que tal fato realmente ocorreu. Seria muito fácil arrumar argumentos para todos os atos praticados e posteriormente não comprová-los. Assim, diante das alegações acima pontuadas,

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cabe efetuar proposta pela rejeição das mesmas, segundo análises efetuadas.7.11. Alegações de defesa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares

(Despesas efetuadas sem fundamentação legal ou em finalidade diversa –contratação de bandas e artistas, Item 6, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’, ‘e’, ‘f’, ‘g’, ‘h’ e ‘i’ do Ofício Secex/SE nº 302/2008, fls. 116/118 – Continuação):

‘Preliminarmente, requeremos atenção à data em que ocorreram tais pagamentos: 14/05/2003. Já foi explicado sobre o significado da Semana da Enfermagem, em capítulo anterior. Aliás, a NF inserta na fl. 1015, do Anexo II, vol. 5, assim diz: ‘Locação do Espaço EMES para realização de um evento em comemoração à Semana da Enfermagem.’ Na cláusula segunda do contrato, com o espaço EMES. Assim se lê, à fl. 1018, anexo II, vol. 5.

‘Realização do Evento: Show Beneficente com os artistas Amorosa, Joseane, e Trio Cariri, vedado ao locatário a alteração desta finalidade.’

No caso, a forrozeira Joseane, por ser enfermeira, nada cobrou pela apresentação. Portanto, mais uma vez não há entendimento sobre o significado da Semana Brasileira de Enfermagem. Como já dito, ela é comemorada em todo país, em todas as Instituições de saúde, Ministério da Saúde, Entidades de Enfermagem etc, assim como as prefeituras municipais comemoram as suas respectivas emancipações e outros tantos órgãos comemoram suas datas importantes. Naquele mesmo ano, foi organizado o ‘FORRÓ DA ENFERMAGEM’, que arrecadou dos profissionais que compareceram ao evento, mais de uma tonelada de alimentos distribuídos perante instituições filantrópicas do Estado. Tudo isso foi deixado devidamente documentado na sede, até mesmo, porque foi tudo filmado e o DVD está na sede, pois lá foi deixado Na cláusula 12a, do contrato, fl.1020, anexo II, vol. 5, ainda encontramos os seguintes dizeres:

‘NÃO HAVERÁ VENDA DE INGRESSOS. A ENTRADA SERÁ 1 (UM) KILO DE ALIMENTO.’E, para concluir, o causídico afirmou que não houve locupletamento por parte da responsável,

bem como solicitou a suspensão da presente tomada de contas especial, em virtude de ter sido instaurada paralelamente uma outra Tomada de Contas Especial no COFEN e esta ainda não estar encerrada e afirmou que as provas colacionadas aos autos não são suficientes por não terem sido observados os versos das notas fiscais, as quais possuem explicações elucidativas sobre as despesas.

Efetuou solicitação de diligências para o presente caso, isto é, que sejam retiradas cópias de todas as notas fiscais auditadas pelo TCU, principalmente, o verso de tais NF. Requeremos ainda vistas dos PADs, os quais se encontram na sede do COFEN e são de grande importância para elucidação dos fatos e das alegações de defesa. Importante ainda ressaltar dos argumentos expostos, o reconhecimento da boa-fé de Hortência Maria de Santana Linhares em toda a sua gestão, demonstrando de forma transparente os seus atos, sempre respaldados pelos demais membros daquele Conselho, principalmente, no cumprimento das decisões atribuídas ao Conselho, através de atos próprios ou daqueles emanados do Conselho Federal. Requeremos também que seja concedido renovação do prazo, visto que encontra-se pendente TOMADA DE CONTAS ESPECIAL determinada pelo COFEN (bis in idem???). Por fim, ‘concessa vénia’, entendemos que os argumentos apresentados são suficientes para elidir as eventuais falhas e/ou irregularidades apontadas, donde se requer que se julgue procedente a defesa apresentada.’

7.11.1. ANÁLISE:As alegações acerca de que os shows da banda Trio Cariri, das cantoras Joseane e

Amorosa foram gratuitos não tem razão de ser, porquanto não foram questionadas na citação, uma vez que supostamente não foram pagos os valores para contratação das mesmas, tanto que não fazem parte das tabelas do Ofício Secex/SE-TCU302/2008 (fls. 106/119). Na realidade, os itens 01, 02, 03, 04 e 05 fazem referência aos valores pagos ao ‘Elenco Produções Artísticas, Quanta Música Produções Artísticas, Stúdio de Gravação e Sonorização Ltda, e Frame Vídeo Produções Ltda.’, e que obviamente constam dos valores que foram pagos. Assim, não foram questionados e nem quantificados os shows não cobrados, logo a alegação é descabida. Por outro lado, quanto aos demais itens questionados, o procurador não apresentou alegações de defesa e, portanto, não merecem ser acatados.

Acerca das diligências solicitadas pelo causídico, já foi mencionado que não cabe ao TCU produzir as provas que o defendente quer, pois tais provas devem ser buscadas pela defesa. Ao TCU coube efetuar a inspeção e realizar diligências para fins de corroboração dos documentos coligidos na instrução processual, procedimento este conhecido como CIRCULARIZAÇÃO. Se alguém colocou

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obstáculos para que a defesa produzisse seus arrazoados, cabe ao responsável buscar as esferas judiciais competentes para fazer valer ou demonstrar os fatos alegados pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares.

No que concerne à solicitação de ‘suspensão’ do presente processo em virtude de ter sido instaurada tomada de contas especial no COFEN, entendemos desprovida de conteúdo legal e desarrazoada, uma vez que se tratam de processos distintos, nada obstante envolverem situações fáticas parecidas. O processo aqui tratado está totalmente desvinculado daquele mencionado, vez que o presente é oriundo de uma representação egressa do Ministério Público Federal, que foi convertida em TCE, conforme elementos apurados no procedimento de fiscalização dito Inspeção. Sobre reconhecimento da boa-fé da responsabilizada, também entendemos que não encontramos elementos para considerar procedente tal pedido, tendo em vista o grande número de atos irregulares e até criminosos das partes envolvidas, estes, segundo a origem processual no relatório elaborado pelo Ministério Público Federal, e que corre em segredo de justiça.

8. Das razões de justificativa apresentadas pela Sra. Hortência Maria de Santana Linhares (Carta-Convite 01/2004 Item 1, alíneas ‘a’ e ‘b’ do Ofício Secex/SE-TCU nº 333/2008, fl. 194 dos autos):

Em relação ao Ofício Secex/SE-TCU nº 333/2008 (fls. 194/200), a defesa apresentou os elementos de fls. 90/105 do anexo 5. Acerca do item 1 do ofício de audiência (alíneas ‘a’ e ‘b’), estas referentes à contratação da empresa Monte Reinol e Advogados Associados, sobre a ausência do caráter ‘inédito ou incomum’, bem como do Parecer Asjur 04/2004, as justificativas apresentadas estão assentes nas fls. 91/94 do anexo 5. Cabe lembrar que o assunto em questão foi tratado nos itens precedentes da presente instrução, por isso não transcrevermos integralmente as considerações emanadas pela defesa.

‘Em suma, o defendente justificou a contratação em virtude do caráter inédito e singular do objeto da licitação e a notória especialização. Que o referido serviço obedeceu aos preceitos legais e que a contratação do aludido escritório de advocacia deveu-se em função da cobrança de anuidades atrasadas. Mencionou também que em questões dessa natureza, a notória especialização do advogado, bem como a relevância do trabalho contratado, levam à inexistência do dever de licitar.’

8.1. ANÁLISE:Acerca do tema, a jurisprudência deste Tribunal é no sentido de que: ‘Os serviços de

advocacia só podem ser contratados sem licitação se o forem com profissionais de notória especialização e se tratar de serviço de natureza singular. Entendimento já firmado pelo Tribunal.’ (Decisão 906/97 - TCU – Plenário). A exceção só deve ocorrer em ‘ocasiões e condições excepcionalíssimas, quando o serviço a ser contratado detenha inequívocas características de inédito e incomum, jamais rotineiro e duradouro’ (Decisão 314/94 - 1ª Câmara).

De acordo com o documento citado, o responsável pela Monte & Reinol teria prestado serviços ao Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro, ao Cofen e ao Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do Rio de Janeiro. Um histórico profissional que não demonstra qualquer tipo de especialidade. Uma porque os conselhos fiscalizadores de profissões não executam atividades jurídicas especializadas, e segundo porque o fato de a empresa ter prestado serviços advocatícios a alguns conselhos, em sua maioria conselhos de enfermagem, não os torna especialistas na área.

Os serviços contratados não possuem caráter ‘inédito ou incomum’, não podem ser classificados como de ‘natureza singular’, tampouco exigem profissionais com ‘notória especialização’. Ademais, a inexigibilidade do certame licitatório para a hipótese aventada requer que esteja comprovada não só a notória especialização do profissional ou da empresa contratada, mas também que o serviço seja de natureza singular, o que diz respeito à sua complexidade. Nessa seara, situam-se casos incomuns, matérias intrincadas, que um profissional, ainda que especializado, encontraria significativas dificuldades para enfrentá-las satisfatoriamente. As atribuições da contratada não envolvem elevada complexidade, ao contrário disso: Cabia à contratada, basicamente, efetuar a cobrança da dívida ativa, resultante dos débitos das anuidades não pagas pelos profissionais inscritos no Conselho e emitir pareceres, tão somente atividades rotineiras na prática jurídica. Assim,

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entende-se por propor o não acatamento das razões de justificativas. 8.2. Razões de Justificativa apresentadas pela Sra. Hortência Maria Santana Linhares

(esclarecimentos sobre a carta convite 01/2004, Item 2, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do Ofício Secex/SE-TCU nº 333/2008, fls. 194/195 dos autos):

Esclareceu o causídico sobre a Carta-Convite nº 1/2004, mencionou que quanto à irregularidade apontada pela Equipe de Inspeção de que este Conselho descumpriu o art. 7°, § 2°, inciso I, da Lei 8.666/93, em relação a não elaboração de projeto básico anteriormente à contratação do escritório de advocacia, não concordamos com tal constatação pelos motivos que passamos a expor:

‘I) Analisando a Lei 8.666/93 observa-se que a exata definição do objeto a ser contratado tem como finalidade a competitividade e a transparência, princípios consagrados na Administração Publica.

II) Definir o objeto significa indicar suas características básicas e gerais, detalhando o fim almejado.

III) Observa-se que o art. 6o, inciso IX, define projeto básico como ‘o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução (...)’, incorporando em seus incisos elementos de forma explicitada, especificando o objeto pretendido.

IV) Dentre tais elementos, tem-se a necessidade de desenvolver a solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; identificar ‘os tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra’, de ter-se ‘informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra’ etc.

V) A lei entende como projeto executivo: ‘... conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes à Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT', relacionando-se, como se pode ver, a obra (art. 6o, X).

Fazendo uma interpretação sistemática dos artigos acima transcritos, tem-se a conclusão de que essas exigências não se adequam a qualquer tipo de serviço, tendo como finalidade regular apenas as obras e serviços de engenharia. Interpretação contraria levará o aplicador a distorcer a inteligência da norma, visualizando irregularidades inexistentes como o presente caso. Da mesma forma se deve interpretar o art. 7°, § 2o, incisos I a IV, onde se renova a orientação alusiva ao projeto básico e se acrescenta exigências relacionadas a orçamento detalhado em planilhas, previsão de recursos orçamentários e produto contemplado nas metas do plano plurianual.

Salientamos novamente, que da analise dessas normas não há como afirmar que o destinatário de tais normas seja qualquer serviço, mas sim de forma induvidosa e indiscutível que se destina apenas a obras e serviços de engenharia. Tal interpretação não quer dizer que não se exige do administrador um planejamento, uma especificidade do que se pretende contratar, comprar, requisitos indispensáveis a toda e qualquer licitação.’

8.2.1. ANÁLISE:Conforme preconizado no §2º do art. 7º da Lei nº 8.666/93, as obras e serviços somente

poderão ser licitadas quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório e, ainda, quando existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários. O que se observou na documentação fornecida à equipe de inspeção é que, apesar da quantia despendida com a contratação do serviço de advocacia pela entidade, não existiu a fixação de um parâmetro que pudesse dar embasamento aos preços dos serviços estipulados no convite.

O projeto básico, além de ser peça imprescindível para execução de obra ou prestação de serviço, é o documento que propicia à Administração conhecimento pleno do objeto que se quer licitar, de forma detalhada, clara e precisa, devendo permitir ao licitante as informações necessárias à boa elaboração de sua proposta, mediante regras estabelecidas pela Administração, a que estará sujeito. Pela leitura pura e simples da legislação, poder-se-ia deduzir de forma errônea que a exigência do projeto básico refere-se apenas à contratação de obras e serviços de engenharia, mas

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este não tem sido o entendimento dos tribunais, porquanto a lei inclui qualquer tipo de serviço a ser prestado, sem distinção.

Em certos casos, por economia processual, em razão da dispensa por valor, as contratações relativas a obras e serviços desobrigam o agente público da elaboração do projeto básico, o que não desobrigaria da ocorrência ‘in casu’, pois como vimos, as contratações mencionadas apresentam muitas irregularidades de ordem legal. O TCU vem deliberando de forma exaustiva, a obrigatoriedade dessa importante peça, a exemplo dos Acórdãos 771/2005 – 2ª Câmara, Acórdão 717/2005 – Plenário, Acórdão 628/2005 – 2ª Câmara, Acórdão 554/2005 – Plenário, Acórdão 599/2005 – Plenário. Assim, a alegação de que ‘a interpretação sistemática leva a concluir que essas exigências têm a finalidade apenas de regular obras e serviços de engenharia’ não merece ser acolhida, razão pela qual propomos o não acatamento.

8.3. Das razões de justificativa apresentadas pela Sra. Hortência Maria de Santana Linhares (Cartas-Convites nºs 02/2003, 03/2003, 02/2004 Itens 3, 4 e 5 com as respectivas alíneas do Ofício Secex/SE-TCU nº 333/2008, fls. 195/197 dos autos):

‘Quanto ao item 3, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, esta referente à contratação da empresa de segurança patrimonial, o causídico mencionou que a análise já está contida nas mesmas justificativas referentes à Carta-Convite 01/2004 e, portanto, já analisada. Quanto à alínea ‘d’ do item 3 do ofício de audiência, este concernente à homologação do certame, mencionou que a mesma (homologação) foi suprimida pela aprovação dos membros do conselho, conforme registro em ata arquivada na entidade, sendo uma mera falha formal.

Quanto ao item 4 do ofício, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’,’e’ e ‘f’, o procurador da responsável mencionou que a decisão adotada à época veio suprir em caráter excepcional uma situação emergencial de falta de pessoal. Ressaltou que o Coren/SE, mesmo contratando o COOPENF, realizou uma coleta de preços no mercado local objetivando compor o procedimento de licitação. Mencionou que a contratação acabou por gerar uma economia nos cofres da entidade, tendo em vista os menores preços da proposta. De igual modo, considerando que os itens 2 (Carta- Convite 01/2004) e 3 (Carta-Convite 03/2003) deixou de justificar, uma vez que já o fez em itens anteriores. Inferiu que não houve má-fé e nem dolo, tendo em vista a situação de emergência.

Quanto à Carta-Convite 02/2004, item 5 do ofício, esta instaurada para contratar serviços de táxi, mencionou que já estão justificados as alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’, pois se tratam das mesmas ocorrências. No ‘d’, mencionou que nem sempre era possível obter os registros das corridas, pois o conselho não dispunha de pessoal para fazer tal controle, mas que havia comandas para exercer um controle. Ressaltou que os serviços de táxi eram feitos exclusivamente dentro de Aracaju, pois quando em viagens fora do município era autorizada a utilização de ônibus.’

8.3.1. ANÁLISE:Em relação à falta de justificativas para os itens já que já tiveram sua análise efetuada,

inclusive tendo sido mencionado pelo procurador da responsável como já argumentado, descabe efetuar análise, visto serem meramente repetitivas, a exemplo dos comentários acerca da Carta-Convite 01/2004, conforme já destacado acima e os itens em comum à contratação de segurança patrimonial (Carta-Convite03/2003). Quanto à ausência de justificativa para os demais itens, inclusive a alínea ‘d’ do item 2, esta referente à conduta prevista no artigo 92 da Lei 8.666/93, tipificada criminalmente, não merece acolhimento, obviamente. Tal ato mencionou que apesar de não se encontrar estipulado no ato convocatório previsão de acréscimos incidentes sobre a produção, o contrato firmado com a empresa Santana, Araújo & Costa Soluções - Jurídicas Aplicadas prevê, em seu item 6.2, que pela participação em cada execução fiscal, tanto administrativa quanto judicial, a contratada faria jus ao pagamento do equivalente a 20% (vinte por cento) da verba efetivamente auferida pelo contratante aos cofres da entidade. Consta também do item 6.3 do contrato firmado com a empresa que, nos meses de junho e dezembro, o Coren pagaria à contratada uma remuneração adicional de 50% do valor contratado (fls. 43, vol. principal do anexo 2 do TC 004.666/2007-0).

Quanto às justificativas acerca da ausência de homologação de certames licitatórios serem meras falhas formais, entendemos por não acatar as justificativas por serem tais irregularidades burlas de ordem legal, não uma simples ausência formal, senão vejamos: O texto da lei prevê que cabe à autoridade competente pela homologação verificar a legalidade dos atos

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praticados na licitação e a conveniência da contratação do objeto licitado para a administração. Ora, sem o cumprimento de tais etapas, obviamente que não há o cumprimento dos requisitos legais, sendo os mesmos eivados de vícios insanáveis, e que acabam por gerar nulidade dos procedimentos praticados.

Ademais, segundo a Súmula 473 do STF, a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Mas no caso em questão, diante de tantas irregularidades praticadas na gestão do Coren/SE, é público e notório que tais procedimentos legais não são ‘meras falhas formais’. Assim, entende-se não acatar as justificativas.

Quanto às justificativas referentes à contratação do COOPENF, entende-se que as mesmas não merecem prosperar. Inicialmente porque o defendente não justificou os pontos suscitados, dentre eles a terceirização das atividades-fins do Coren/SE, quando da contratação de uma cooperativa de enfermagem para fazer os serviços a cargo do Coren/SE, em contrariedade ao Decreto 2.271/97, tendo apenas alegado a questão de falta de pessoal. Ora, tal justificativa deveria ao menos ter sido acompanhada de elementos que confirmassem essa suposta falta de pessoal. Admitir a terceirização das atividades fins do Conselho equivale a admitir a negação da sua própria razão de ser. Na verdade, todos os atos praticados pela cooperativa, no que se refere à fiscalização da profissão são ilegítimos, pois exercidos por agente totalmente incompetente para tanto.

O Decreto nº 2.271, de 1997, normativa a terceirização no âmbito do serviço público federal, reconhecendo-a apenas para as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares, como se vê:

‘Art. 1º. No âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área de competência legal do órgão ou entidade.

§ 1º. As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e instalações serão, de preferência, objeto de execução indireta.

§ 2º. Não poderão ser objeto de execução indireta as atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.’

Segundo informações constantes do Relatório de Inspeção, observou-se que o objeto dos respectivos contratos se tratava, na verdade, não numa prestação de um ‘serviço’ por uma empresa especializada, como seria lícito; ao contrário, o que ocorreu foi simplesmente a intermediação de mão-de-obra, onde, aliás, não existe no ordenamento jurídico brasileiro qualquer autorização para que as cooperativas exerçam a atividade empresarial de fornecimento de mão-de-obra. Quanto à afirmação de que tal atitude trouxe economia aos cofres da entidade, reputamos como absurdas as mesmas, vez que as mesmas são dissociadas de qualquer fundamento lógico-jurídico e contábil. Como que a contratação representou uma economia se a mesma apresentou um desvio de conduta legal por parte do Coren/SE, uma vez que a mesma terceirizou serviços que estava obrigada a fazer?

Na questão concernente à contratação dos serviços de táxi houve a justificativa de que os mesmos estavam adstritos à localidade de Aracaju e, quando em viagens para outro município, os deslocamentos eram feito por meio de ônibus. Ora, as afirmações não condizem com os fatos apurados na inspeção realizada na sede do Coren/SE, pois a Equipe de Inspeção suscitou exatamente a antieconomicidade dos atos da administração do Coren/SE, tendo em vista deslocamentos efetuados por meio de táxi a outros municípios. Destarte, giza colacionar trecho do relatório com tais dizeres:

‘Em certos casos, por economia processual, em razão da dispensa por valor, as contratações relativas a obras e serviços desobrigam o agente público da elaboração do projeto básico, o que não poderia ocorrer ‘in casu’, pois como se verá, a despesa com a prestação do referido serviço atinge cifras bastante razoáveis se considerarmos o orçamento da entidade, podendo tais despesas chegar a 10% do valor das despesas mensais do Coren/SE, a exemplo do valor de R$ 6.089,33, despendidos no mês de fevereiro de 2005 (fls. 1246/1255, vol. 6 do anexo 2) para o pagamento da referida rubrica. Como se pode ver nas faturas das

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corridas realizadas nesse mês, constam viagens para o interior do Estado que montam quantias elevadas, a exemplo de R$ 432,00, por duas vezes, outras de R$ 320,00, R$ 365,60, R$ 305,00, R$ 260,80, R$ 272,00, R$ 250,40, R$ 200,00, R$ 212,00, R$ 192, R$ 168,00 e R$ 155,00. Veja que nestas situações não há indicação sequer do empregado do Coren/SE que supostamente teria realizado a viagem. Estes fatos revelam, no mínimo, a prática de ato antieconômico que importa em prejuízo aos cofres da Autarquia, vez que sairia muito mais econômico se deslocar por meio de transporte intermunicipal de passageiros. Os valores chegam a quantias mais elevadas que o custo de passagens aéreas.’

Assim, consoante os fatos narrados acima, bem como da farta documentação colacionada aos autos do TC 004.666/2007-0, entende-se que as justificativas não merecem acolhimento.

8.4. Das razões de justificativa apresentadas pela Sra. Hortência Maria de Santana Linhares (Contratação dos serviços de correio, Item 6 do Ofício Secex/SE-TCU nº 333/2008, fl. 197 dos autos):

‘No que se refere à utilização de serviços de correio, item 6 do ofício de audiência, mencionou não havia diferença de preços entre uma agência franqueada e a agência central e que na agência Mar Azul ficava próxima da residência do servidor, que saía alguns minutos antes para postar as correspondências.’

8.4.1. ANÁLISE:Acerca das justificativas apresentadas para as despesas efetuadas com os correios,

mencionou que ‘o servidor realiza as postagens na agência localizada perto de sua residência’. Mais uma vez as justificativas não são passíveis de acolhimento, senão vejamos: primeiramente porque não trazem o nome do suposto servidor e muito menos o endereço de onde se localiza a residência deste servidor. Por outro lado, calha mencionar que a Equipe de Inspeção apurou que a poucos metros da sede do Coren/SE se encontra uma agência dos correios, esta localizada no número 443 da mesma avenida em que está a sede da autarquia, esta no número 943. Há de convir que seria razoável executar os serviços na proximidade da sede da entidade e não o contrário.

Ademais, cabe efetuar menção às demais considerações trazidas à baila pela Equipe de Inspeção, a exemplo dos trechos abaixo do relatório aludido, ‘verbis’:

‘Verifica-se ainda que, em algumas situações, a emissão dos cheques ocorreu antes da emissão dos recibos de venda dos produtos (fls. 1369/1370, 1375/1376, 1377/1382, 1385/1399, vol. 6 do anexo 2). Outro fato que também impinge suspeitas acerca dos pagamentos aqui tratados pode ser visto nas despesas relativas ao mês de agosto de 2004, onde aparece na contabilidade do Coren/SE gastos de R$ 3.893,66 (três mil, oitocentos e noventa e três reais e sessenta e seis centavos) com pagamento desses serviços (fls. 1379/1380, vol. 6 do anexo 2). Entretanto, no mesmo mês, o Coren/SE realizou despesas de R$ 149,27 (cento e quarenta e nove reais e vinte e sete centavos) na Agência Central dos Correios, localizada no Centro de Aracaju, onde se pode ver a emissão do documento ‘comprovante do cliente’, com autenticação mecânica, e que comprova efetivamente a realização do serviço por parte dos Correios (fls. 1414, vol. 7 do anexo 7).

Por que o Coren/SE efetua todas as suas despesas apenas na Agência franqueada Mar Azul? Por que, em muitas das situações verificadas, a emissão dos cheques ocorria antes da emissão dos recibos? Por que os serviços realizados nesta agência não ensejam a emissão desses ‘comprovantes do cliente’ ou qualquer documento devidamente autenticado que pudesse(m) de fato corroborar a realização desses serviços? Por que o Coren/SE não assinou um contrato com os Correios e minimizou os elevados gastos com o pagamento destes serviços?’

Dessarte, diante dos fartos elementos trazidos aos autos, bem como da ausência de justificativas plausíveis e, ainda, da falta de comprovação dos elementos alegados, cabe efetuar proposta no sentido de não acatar as referidas justificativas.

8.5. Das razões de justificativa apresentadas pela Sra. Hortência Maria de Santana Linhares (Procedimentos de seleção adotados pelo Coren/SE, Item 7, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’, ‘e’ e ‘f’ do Ofício Secex/SE-TCU nº 333/2008, fl. 197 dos autos):

‘Quanto ao item 7, alíneas ‘a’ a ‘ ‘f’, mencionou que o Coren/SE é subordinado ao COFEN. Tendo obrigações de cumprir fielmente suas determinações, inclusive com punição para eventuais descumprimentos, segundo consta o art. 11 da Resolução COFEN 242/2000. Assim, tais etapas de seleção se deram por determinação de um ato do COFEN. Apesar disso, o Coren também designou, por meio da Portaria Coren/SE 02/2003, grupo para selecionar os candidatos. Assim, o Coren/SE cumpriu determinação imposta pelo órgão central.’

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8.5.1. ANÁLISE:Sobre as irregularidades praticadas quando da seleção de candidatos, a defesa mencionou

que a responsável estava a seguir as diretrizes do Coren/SE, também descabe acolhimento de tais arrazoados. Ora, a Magna Carta menciona os princípios insculpidos em seu art. 37 para serem seguidos, dentre eles o da moralidade, legalidade, impessoalidade, publicidade, isonomia, todos de observância obrigatória pela Administração Pública, inclusive a indireta, da qual a entidade Coren/SE faz parte. Desse modo, não pode alegar que descumpriu normas legais e constitucionais para seguir, supostamente, ditames infralegais oriundos de uma entidade que também é obrigada a seguir tais normativos.

Além disso, seguindo outro corolário constitucional, o do inciso artigo XLV do artigo 5°, nenhuma pena passará da pessoa do condenado, ou seja, põe a salvo, toda e qualquer pessoa sem vínculo com o fato, do dever de cumprir qualquer espécie de pena. Assim a responsabilidade pelo cometimento da irregularidade deve estar adstrita a quem de fato cometeu o ilícito, não podendo atribuir a outrem a responsabilidade por atos próprios. Mais uma vez não acatamos a justificativa.

8.6. Das razões de justificativa apresentadas pela Sra. Hortência Maria de Santana Linhares (Designação dos recintos do Plenário e auditório da Sede do Coren/SE com nomes de pessoas vivas, Item 8 do Ofício Secex/SE-TCU nº 333/2008, fl. 197 dos autos):

‘No que se refere ao item 8 do ofício, mencionou que a defendente à época não tinha nenhum vínculo com o Coren/SE, sendo que tal deliberação ocorreu em reunião plenária e, portanto, a demandada não pode ser responsabilizada por tal ato.’

8.6.1. ANÁLISE: Quanto à afirmação de que a Sra. Hortência Maria Santana Linhares não tinha nenhum

vínculo com o Coren/SE quando da deliberação plenária que nomeou o nome da mesma no auditório e do nome do esposo plenário da autarquia, cabe mais uma vez rejeitar tal justificativa, pois foi apurado pela Equipe de Inspeção que a referida irregularidade partiu da administração da responsabilizada, tanto é que foram ouvidas em audiência não somente a Sra. Hortência Linhares, que promoveu o referido ato, bem como a Sra. Marli Francisca dos Santos Palmeira, que compactuou com tal ilegalidade.

Sabe-se que o uso de nomes de pessoas vivas em prédios públicos é ato irregular, porque atentatório à Administração Pública, constituindo-se em propaganda pessoal ostensiva e permanente. A Lei nº 6.454/77 dispõe que é proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da Administração Indireta, incluindo as autarquias.

A jurisprudência deste Tribunal é pacífica no sentido de condenar situações como esta (Acórdão 578/2001 - Primeira Câmara e Acórdão 1011/2004 - Plenário). Vale notar ainda que a repulsa a tal comportamento é tão intensa que mereceu especial menção na Constituição da República, estando consignado no § 1º do art. 37, in verbis:

‘§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’

Ademais, pertine mencionar que agrava a situação o fato de ambos os ‘homenageados’ estarem envolvidos em irregularidades praticadas contra a própria instituição, sendo que o Sr. Gilberto Linhares, como já comentado, foi condenado pela Justiça por, entre outros, crime de peculato contra o Conselho Federal de Enfermagem, inclusive cumprindo uma pena que ultrapassa os 19 anos de prisão em regime fechado. Assim, ante as justificativas apresentadas, cabe por efetuar proposição no sentido de rejeitar as referidas razões de justificativas da responsável, consoante o princípio da moralidade administrativa estabelece que a atuação da Administração ou do administrado que com ela se relaciona não deve estar somente em conformidade com a lei, mas também de acordo com a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, bem como com a ideia comum de honestidade.

9. Das alegações de defesa apresentadas pelo Escritório L. Gomes Advogados Associados:

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Em relação ao Ofício de citação Secex/SE-TCU nº 358/08 (fls. 249/253), a empresa acima identificada apresentou elementos de defesa nas fls. 01/30 do anexo 2

Mencionou que o ‘pacto firmado entre o escritório ora peticionário e o Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe tinha por objeto a prestação de serviços de consultoria e assessoria jurídica para representar a Autarquia não só nos processos em que ela figurasse como interessadas na condição de autora, ré, assistente ou oponente, tendo transcrito o conteúdo do objeto do contrato (fls. 02/04 do anexo 2).’

Ressaltou que ‘as atividades prestadas pelo referido escritório não se limitavam a simples propositura de execuções fiscais, mas sim era complexa e extensa, abrangendo o assessoramento jurídico de todos os setores do COREN/SE, desde as dúvidas existentes no setor de Cadastro e Registro de profissionais quanto à interpretação das normas exaradas pelo COFEN, até o assessoramento do Plenário da Autarquia, no que dizia respeito às orientações em forma de Pareceres Técnicos quanto à legalidade de suas Decisões.

Ademais, entendemos que não possam ser esquecidas as atividades de cobrança através de acordos extrajudiciais firmados entre os profissionais e o COREN/SE realizados no âmbito da assessoria jurídica, bem como a elaboração dos diversos pareceres escritos exarados visando e subsidiar dúvidas do Plenário, da Presidência, da Assessoria Técnica e em especial do Setor de Fiscalização, o qual remetia ao setor Jurídico todos os seus autos de fiscalização para a verificação e analise das condutas apuradas em consonância com o disposto com a Lei n. 7498/86 e demais Resoluções exaradas pelo COFEN. Só este serviço gerava uma média mensal de mais de dez Pareceres Jurídicos.

Quanto ao atendimento prestado aos profissionais, temos a esclarecer que em média, a assessoria jurídica do COREN/SE atendia a dezenas dos profissionais mensalmente na sede da Autarquia, os quais, via de regras visavam sempre a redução dos valores dos débitos referentes às anuidades, ou até a sua isenção e pagamento. Alem disto, eram varias os e-mails formulando consultas sobre dúvidas quanto ao exercício profissional e outros temas ligados à enfermagem.

Por tal razão, em que pese o mencionado contrato não trazer de forma expressa a carga horária de execução dos serviços de assessoria jurídica, podemos afirmar que o período estabelecido pela Presidência da Autarquia foi por todo o seu horário de funcionamento, bem como durante às reuniões Plenárias, que via de regras adentravam o período da noite, não sendo raras as ocasiões em que tais períodos ultrapassavas as 21:00 horas.

Neste sentido, discordamos totalmente do entendimento desta SECEX quando sustenta não haver clareza quanto às atividades desenvolvidas pelo escritório contratado, pela simples análise do contrato impugnado. Ressalte V.Exa., que os funcionários do TCU estiveram durante longo período na sede do COREN/SE e se quisessem poderiam até terem se instalado na sua Assessoria Jurídica para verificar com clareza as atividades que lá eram desempenhadas. Para maiores esclarecimentos, temos o zelo de citar que tais atividades são atos privativos do exercício profissional da advocacia, tal qual preleciona o artigo Io da Lei 8.906/94, popularmente conhecida como Estatuto do Advogado.

Outro ponto que discordamos da SECEX é o que diz respeito a sua suspeita de ausência de advogados atuando em prol do COREN/SE, diante a simples constatação da não propositura de ações de execução fiscais no ano de 2007. Tal raciocínio, com o devido respeito que temos pela SECEX, é completamente equivocado por vários fundamentos. O primeiro fundamento que ora mencionados são as diversas atividades listadas acima desempenhadas pela assessoria jurídica que comprovam que suas funções não se limitavam a proposituras de ações judiciais.

Em segundo lugar, chamamos a atenção desta SECEX para que verifique que, mesmo no que se refere à atuação em juízo de uma assessoria jurídica, suas atividades não podem ser consideradas apenas como meras proposituras de ações. Há durante toda tramitação do processo a exigência de um advogado que deverá ser subscritor de peças processuais desde petições que se dignam a prestam informações até recursos e realizações de audiências.

Dizemos isto porque ao que nos parece, esta SECEX simplesmente desconsiderou todos os demais atos processuais tomados por esta assessoria jurídica na defesa dos interesses do COREN/SE em juízos, em especial quanto as diversas impugnações às exceções do pré-executividades e aos embargos à execução movidos pelos profissionais executados, recursos de apelação, agravos, contestações e demais peças judicial comuns no dia-a-dia forense.

Com relação aos recursos de Agravos e Apelações esta SECEX deverá registrar os diversos despachos e apresentação de memórias que este escritório efetuou junto ao TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA QUINTA REGIÃO, na Cidade de Recife-PE, em defesa dos processos de interesse do COREN/SE, obtendo provimento em vários, sem qualquer custo para a autarquia, utilizando-se de sua própria estrutura naquele

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local. Em média, a movimentação de processos que tramitavam na assessoria jurídica do COREN/SE semanalmente ultrapassava cinquenta unidades, de feitos oriundos da Seção judiciária de Sergipe, em especial da Quarta Vara Federal Cível, bem como das demais do interior do Interior do Estado.

Para melhor esclarecimento desta SECEX, faça nova consulta processual e verifique quais processos em nome do COREN/SE tiveram andamento processual no período ora impugnado. Também quanto ao ponto acima mencionado, é bom ressaltar a assessoria jurídica do COREN/SE mantinha em dia todo a sua execução fiscal, de forma que não existiam perdas ao erário da Autarquia com fundamento na prescrição do crédito tributário. No entanto, isto não significa dizer que em todos os meses eram distribuídos processos de execução fiscais. Esclarecemos: por uma questão de economia, é praxe de qualquer assessoria jurídica se ter um mínimo de valor apurado para se realizar a propositura de qualquer execução fiscal. A propositura deste tipo de ação em valores ínfimos, além de ser antieconômico, assoberba de serviço o setor com vários processos de reduzido valor económico e dá azo a defesa do executado justamente por este fundamento, como poder ser verificado nas diversas jurisprudência referentes a matéria.

No caso de Sergipe, tal situação se agrava, vez que possui poucos postos descentralizados de sua Seção Judiciária, o que obriga a propositura das demandas nas Comarcas do interior do Estado, onde as custas processuais são muito mais elevadas do que na Justiça Federal, além dos custos de deslocamento. Por fim afirmamos que sempre foi costume desta assessoria jurídica interpor ação de execução fiscais nos finais de cada ano, de forma a se tentar fazer a cobrança amigável do débito junto ao profissional no seu decorrer. A execução fiscal sempre deve ser o ultimo meio da cobrança do débito, pois é mais oneroso, constrangedor para o profissional e em alguns casos completamente inócuo ao fim para o que se presta devido a hipossuficiência do executado.

Por tais fundamentos, discordamos do entendimento da SECEX do que o COREN/SE esteve desassistido de assessoria jurídica no período de fevereiro a abril de 2007. Basta-nos consultar a tabela anexada contendo um relato dos processos que tiveram manifestações. Com o devido respeito, entendemos que o pensamento desta SECEX quanto às atividades prestadas na Assessoria jurídica do COREN/SE foi relativamente simplista, o que gera uma injustiça no seu julgamento.

É importante citarmos que no desenvolver das atividades, o escritório atuou na defesa dos processos que tramitam na Justiça Federal de Sergipe em mais de 2.000 (dois mil) processos. Num segundo ponto, cumpre-nos assegurar que a colocação de que o escritório está sendo penalizado por, nos meses de fevereiro, março e abril de 2007, não ter ingressado com ação de execução fiscal é excessiva, e como principal justificativa para a devolução dos valores recebidos torna-se um enriquecimento sem causa ao órgão. Por partes esclareceremos: Durante o período acima citado houve tramitação em cerca de 300 (trezentos) processos .

É importante salientarmos que nossa consulta se deu apenas nos processos distribuídos de 2004 até 2007, mas tal tarefa servirá para aguçar a curiosidade do I. Secretário que desprezou a existência de outros tantos processo para dedicar sua pesquisa apenas ao número de ações distribuídas no período de fevereiro a abril de 2007, para exarar entendimento de que por não terem sido distribuídas iniciais não haveria razão de um escritório de advocacia receber seus honorários pelas demais tarefas desempenhadas. Ou seja, em outras palavras, um médico só poderá receber o valor de sua consulta se o mesmo diagnosticar uma doença e tratá-la. O contador somente receberá seus honorários se fizer lançamentos em livros contábeis, se não houvê-los o serviço de consultoria é de graça.

Nestes processos, todas as movimentações foram acompanhadas pelo escritório, além de manter um advogado executando suas atividades profissionais. As tarefas foram distribuídas dentro do quadro de advogados do escritório e todas realizadas tempestivamente. Novamente ainda atentamos para todo acompanhamento processual que se desenvolveu no Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Desta forma, como acima transcrito os atos praticados nestes processos são privativos de advogados o que gerou o desempenho de atividade intelectual e que foi remunerada. Devolver esta quantia sob o argumento de que não houve distribuição de petições iniciais desvaloriza o serviço do advogado.

Quanto ao enriquecimento sem causa, o COREN/SE desfrutou da mão-de-obra especializada e agora, com a consagração da decisão de devolução vai ter ganho patrimonial às custas do trabalho alheio, ou seja, ganhou três vezes: alguém trabalhou, vai receber o que pagou de volta e receberá o valor corrigido. Não se pode assumir como verdade universal o fato de que o escritório não prestou serviços, e mais exigir a devolução dos valores sob o argumento de que foram excessivos e não realizados nos meses de fevereiro, março e abril de 2007, contrasta ao que a própria Constituição Federal coíbe que é o enriquecimento desmotivado do Estado.

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Em caso assemelhado, onde o contrato era verbal, o I. Relator Desembargador Douglas Evangelista nos autos da APELAÇÃO CÍVEL Nº 2.200/05 que tramitou na 2a VARA CÍVEL E FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE MACAPÁ, cujas as partes litigantes foram COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO AMAPÁ e JOSÉ CARLOS DOS SANTOS NAHUM entendeu que a contraprestação é devida, ainda que se veja qualquer irregularidade no contrato:

‘Analisando a documentação que instrui a exordial, principalmente o instrumento de contrato acostado às fls. 11/14, penso não haver qualquer dúvida sobre o fato de que o primeiro apelado locou seu veiculo para a primeira apelante. Entretanto, em razão do procedimento incorreto tomado no contrato in casu, considerando-se os princípios norteadores da administração, para efeito de direitos, o fato existente deve ser reconhecido, tâo-somente, como um mero contrato verbal. Com isso, em se reconhecendo a situação existente, a contra-prestacão deve ocorrer. Mesmo porque, é por demais cediço que a irregularidade da contratação não desobriga a Administração Pública do dever de pagar verbas decorrentes da efetiva prestação do serviço, sob pena de se estar prestigiando o enriquecimento sem causa. Contudo, observa-se nos autos que o veiculo objeto do contrato ficou sendo utilizado até a data do rompimento do contrato, qual seja, 25 de fevereiro de 2005 e que, até esta data, lhe foi pago o aluguel, conforme comprovam notas fiscais de serviços avulsos emitidos pela primeira apelante. Repito, em sendo apenas um contrato verbal, ou seja contrato realidade, e o estabelecido entre as partes sendo efetivamente cumprido, não se pode cogitar benefícios outros, eis que o pacto firmado entre os mesmos não tem como gerar qualquer direito, tendo em vista, a forma irregular como ocorreu.’

É fato que não houve no presente procedimento o levantamento das provas documentais que foram os relatórios exigidos pelo COREN/SE para efetivar o pagamento das parcelas do contrato, além de não ter sido verificado o quantitativo de pareceres formulados (hoje retirados do site do COREN/SE), faltaram verificar evidências e ouvir testemunhas para chegar ao livre convencimento de que o ora peticionário não executou suas tarefas enquanto contratado para prestação de serviços jurídicos. As provas que ora seguem anexas comprovam o contrário, que as tarefas jurídicas foram realizadas. E mais, o próprio CORENSE exigia para o pagamento da contraprestação a exibição de relatórios de atividades desempenhadas. Hoje, com a intervenção, não se tem acesso aos documentos entregues, mais é fato que eles existem e certamente devem estar no COREN/SE. No entanto, dos fatos acima articulados, boa parte deles pedem se comprovado através de pesquisa junto a própria Justiça Federal e ao TRF5.

Vê-se que equivocada é a decisão do E. Tribunal de Contas da União, pois ainda que não haja o contrato detalhes sobre as atividades desenvolvidas, não é plausível a exigência de devolução dos valores - até por que, como acima dito, o serviço foi prestado.

DA INEXISTÊNCIA DE SUPERFATURAMENTOConsiderando o argumento de que não houve uma planilha que justificasse o valor pactuado pelo

escritório para suas atividades, demonstramos que foi tomada por orientação o que preleciona o CONSELHO SECIONAL DO ESTADO DE SERGIPE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, no uso de suas atribuições estatutárias, e com base na deliberação proferida em sessão do dia 20 de dezembro de 1994:, na aprovação das Normas Gerais para Contratação de Honorários de Advogado e a respectiva Tabela de Honorários Básicos, em vigor desde 28 de dezembro de 1994, exarada pelo Presidente OAB/SE - Dr. EDSON ULISSES DE MELO.

Importantíssimo salientar o caráter solidário desta tabela de honorários que estipula como o valor mínimo a ser cobrado para que não haja concorrência desleal. Pois bem, para calcular o valor a partir do que determina a Ordem dos Advogados do Brasil, tomemos o quantitativo de ações que tramitavam - 2.000 (dois mil) processos, onde o valor médio das execuções fiscais era de R$ 1.000,00 (um mil reais). O valor a ser recebido pela autarquia era de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), calculados os honorários de 20% ficariam em R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). Ao considerar que a média estimada de duração de uma execução fiscal de quatro anos, o valor pelo período de atuação de 180 (cento e oitenta) dias teria o valor proporcional de R$ 8.333,33 (oito mil, trezentos e trinta e três reais e trinta e três centavos).

Além disto, com a segunda parte do contrato - Plantão na sede do COREN/SE em carga horárias superior a 4 horas para atender ao público em geral ficaria pela tabela da OAB assim calculados: 20 salários mínimos por 5.000 jurisdicionados. Acima disto: mais 1 salário mínimo por cada 1.000 ou fração. Levando em conta que o COREN/SE tinha, à época, mais de 10.000 (dez mil) inscritos que tinham assessoria jurídica franqueada pela Autarquia o valor estimado para este serviço é de R$ 8.360,00 (oito mil, trezentos e sessenta reais). Deste valor ainda apura-se o equivalente a 12,45% (doze ponto quarenta e cinco por cento) de tributação federal e municipal, além da cobrança de CPMF, não podemos nominar de superfaturamento o fato de zelar por mais de 2.000 processos e estar disponível por 8 (oito) horas diárias para atendimento.

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A tabela da Ordem dos Advogados do Brasil fixa como valor para honorários na emissão de pareceres o valor de três salários mínimos por peça produzida. Além disto, não podemos deixar de considerar as consultas feitas na sede da Autarquia por todos os setores. Considerando o quantitativo de pareceres elaborados mensalmente, além das consultas verbais feitas principalmente dos Setores de Fiscalização e de Cadastro não pode ser tachado de superfaturado o contrato, pois a Autarquia exigia muitos pareceres e muitas consultas.

Para corroborar nossa tese defensiva citamos os ensinamentos do Prof. Chaim Perelman, que em sua obra Ética e Direito assim assevera:

Obtém-se a fórmula de justiça concreta ‘a cada qual segundo suas obras’ ao considerar que fazem parte da mesma categoria essencial, aqueles cuja produção ou cujos conhecimentos têm igual valor aos olhos do juiz. Se, colocando-se em certo ponto de vista, certas obras ou certos conhecimentos ! <;c considerados equivalentes, cumpre tratar da mesma forma os autores dessas obras ou aqueles cujos conhecimentos são examinados.

Ademais, na época em que o contrato ora impugnado fora firmado a administração do COREN/SE nos apresentou uma série de outros contratos e extratos de publicação no intuito de se criar uma base para a fixação dos valores a serem pactuados. Naquela oportunidade verificamos que os valores cobrados para serviços idênticos em Órgãos Públicos da mesma categoria variavam entre R$ 15.000,00 (quinze mil reais) à R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais). Desta forma, após muita insistência da Presidência do COREN/SE aceitamos em executar os serviços apenas pelo valor do R$ 12.000,00 (doze mil reais).

Apenas para se ter uma ideais, na época nos foi entregue um contrato firmado entre o Conselho Federal de Enfermagem e um escritório de advocacia no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), cuja cópia guardamos e ora anexamos. Ressalta que tal valor é bem maior do que fora cobrado ao COREN/SE e não acarretava ao contratado metade das obrigações assumidas por este Escritório, em especial pelo fato do Conselho Federal de Enfermagem não possuir atendimento ao Público, demandar em processos de Execução Fiscal e não possuir processos em comarcas do interior dos Estados.

Neste sentido discordamos da alegação de superfaturamento do valor cobrado. Ao contrário, o mesmo encontra-se bem abaixo da média cobrada por outros entes do Sistema COFEN/COREN's. Excelência, podemos verificar por tudo que aqui foi disposto, que exigir a devolução das quantias pagas pelo COREN/SE nos meses de fevereiro, março e abril de 2007 ao escritório ora peticionário não traduz no ideal de Justiça nem deve ser entendido como o fim pretendido por este Órgão de Controle Externo.

Não é função precípua do Colendo Tribunal de Contas da União chancelar o enriquecimento sem causa do Estado, mas sim zelar pelo patrimônio do COREN/SE, que não foi violado como pretendeu-se sustentar. Durante o período de prestação de serviços pelo escritório ora peticionário todos os atos inerentes a advocacia em exercício privativo foram idealizados, como elaboração de peças judiciais, confecção de pareceres, atendimento ao público no horário de funcionamento da autarquia-que é de 8:00 às 17:00, além do atendimento a Diretoria.

DA DESPROPORCIONALIDADE DO VALOR A SER DEVOLVIDONossa prelação é precedida de questionamentos que vulneram a tese da Secretaria sobre os

valores a serem devolvidos. É justo atribuir a devolução de valores a quem obrou em 287 processos, elaborou em média 10 pareceres jurídicos, executou em média de 40 consultas verbais mensalmente, além e fazer atendimento a mais de 100 (cem) profissionais por mês. E a jinalidade precípua do Tribunal de Contas da União mensurar que tais atividades privativas da profissão do advogado sejam gratuitas.

É correto afirmar que o advogado só mereça receber seus honorários advocatícios, sob a forma do contrato pactuado, se o mesmo distribuir petições iniciais. São com estes questionamentos que nos insurgimos em face da decisão prolatada pelo I. Secretário de Contas, pois segundo este ato a administração pública deverá auferir enriquecimento sem causa recebendo serviços gratuitamente e ainda mais recebendo os valores pagos corrigidos monetariamente. É plausível o valor cobrado por ter sido executado o serviço a contento, pois a própria autarquia somente efetuava o pagamento das parcelas mensais após atestar a execução do serviço.

Se formos comparar todos os serviços executados ao valor pago pelo Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe o valor é justo, pois além de tudo o próprio órgão deixou de arcar com encargos tributários, trabalhistas e previdenciários. Ademais os valores pagos seguiram uma proporcionalidade pelos valores pagos pelos demais Conselhos Regionais e pelo Conselho Federal de Enfermagem, o que não merece receber a chancela de contrato superfaturado. Além disto, o parâmetro de preços foi a tabela da OAB Sergipe e os contrato pactuado pelo Conselho Federal de Enfermagem alguns meses antes. Logo, é insipiente a tese de que o escritório deva devolver a importância fixada por serviços prestados e que foram medidos a partir de da

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tabela da OAB e os valores estimados a partir de outros contratos análogos.’9.1. ANÁLISE:No item ‘a’ do ofício de citação foram suscitadas dúvidas acerca de como se daria o

serviço prestado pela empresa em questão, tendo em vista apenas uma designação genérica no bojo do contrato, a exemplo de ‘desempenhar todas as atividades de consultoria, assessoria e assistência jurídica’. Como se vê nas alegações de defesa acima apresentadas, realmente não havia a fixação e definição clara de como o serviço prestado e, quiçá, se de fato era prestado. A defendente alegou que não raras vezes os serviços ultrapassariam as 21:00 horas. As alegações apresentadas não têm o condão de refutar os fatos apresentados pela Equipe de Inspeção do TCU, porque desprovidas de elementos que comprovem a veracidade dos arrazoados de defesa apresentados. Ora, a alegação pura e simples de que os serviços eram prestados, por si só, não comprovam as alegações de defesa. Pode-se comentar que os serviços eram prestados até o horário que se queira, seja até as 21:00 horas ou até a meia-noite, este último como exemplo, o que em ambos os casos é pouco factível, até por se tratar de uma autarquia.

Outra alegação que não merece prosperar é a de que ‘os funcionários do TCU poderiam até terem (sic) se instalado na Assessoria do Coren/SE para verificar com clareza as atividades que eram lá desempenhadas’. A defendente em questão poderia ter se dado ao menos o trabalho de ter lido o relatório de inspeção da Equipe do TCU, a fim de que pudesse apresentar uma alegação de defesa mais consistente, onde ocorreu que durante a execução dos aludidos trabalhos de inspeção, a equipe de fiscalização do Tribunal questionou aos empregados do Coren/SE quais eram os advogados que atuavam em nome da empresa LGomes Advogados Associados, tendo sido prestada a informação de que atuava na sede do Coren/SE tão-somente uma profissional, a Sra. Márcia Cristina Francisca dos Santos, por sinal a mesma advogada que atuava no Coren/SE em nome da empresa Monte & Reinol.

Conforme informou o próprio Coren/SE, por meio do documento de fls. 101/102 dos autos do TC 004.666/2007-0, durante os trabalhos de inspeção, a entidade foi auxiliada pelo advogado Alexandre Reinol da Silva, sócio da empresa Monte & Reinol, apesar de não haver nenhum contrato com esta empresa em vigência naquele momento. Segundo a presidente do Coren/SE, à época, ‘as sócias da empresa Gomes e Júlio Advogados Associados não puderam comparecer em razão de audiências em outros estados e de ‘complicações na gravidez’ de uma delas. Naquela ocasião, inclusive, foi aventada a provável tese de que não havia advogados atuando no Coren/SE em nome da empresa Gomes e Júlio Advogados Associados.

Segundo apregoado pela defesa, consoante acima transcrito, rezava o contrato em questão que no horário estabelecido deveria haver nas dependências do Coren/SE um profissional advogado, com inscrição na OAB (item 1.2 - Da Descrição dos Serviços), além do que a alínea ‘e’ da cláusula primeira do contrato (Do objeto) mencionava que cabia ao contratado manter uma linha direta 24 horas à disposição do Coren/SE. Ora, a Equipe de Inspeção do TCU passou exatas três semanas na sede do Coren/SE na execução dos trabalhos, sendo que em nenhum dia dos mesmos (trabalhos), nada obstante os insistentes pedidos dos auditores do Tribunal, foi apresentado qualquer preposto da referida empresa contratada para prestar eventuais esclarecimentos. Nem mesmo a presença da equipe de fiscalização do Tribunal e as constantes solicitações por ela efetuadas foram suficientes para fazer com que a gestão do Coren/SE fosse intimidada a ponto de que algum advogado do escritório se dispusesse, ainda que ‘ad hoc’, a esclarecer eventuais dúvidas e/ou questões pretensamente solicitadas.

Assim como nos contratos anteriores, este também não define a carga horária a ser prestada. O contrato tem os mesmos moldes daquele firmado junto à empresa anteriormente contratada. As alíneas ‘a’ e ‘b’ do item 1.2 da Cláusula Primeira do contrato estabelecem que a empresa deveria desempenhar todas as atividades de consultoria, assessoria e assistência jurídica na sede do Coren/SE, em horário a ser definido, e que neste horário deveria haver nas dependências da entidade pelo menos um advogado (fls. 112, vol. principal do anexo 2). Como já ressaltado, a

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ausência de informações claras e precisas afronta o §1º do art. 54 da Lei nº 8.666/93 . De acordo com a relação encaminhada pelo Coren/SE, no entanto, constam os nomes dos

quatro profissionais do escritório contratado, a seguir nominados: Luciane Mara Correa Gomes, Thays Pereira Júlio de Souza, Márcia Cristina Francisca dos Santos e Carolina Ferrari Rezende Santa Rosa, que supostamente prestam serviços à entidade, em nome da empresa Gomes & Júlio (fls. 85 do TC 004.666/2007-0). Lembrando novamente, que durante a execução dos trabalhos de inspeção, a Equipe de Inspeção teve o cuidado de questionar aos empregados do Coren/SE quais eram os advogados que atuavam em nome da empresa, tendo os auditores do Tribunal recebido a informação de que atuava na sede do Coren/SE tão-somente uma profissional, a Sra. Márcia Cristina Francisca dos Santos, por sinal a mesma advogada que prestava serviço no Coren/SE em nome da empresa Monte & Reinol. Segundo a presidente do Coren/SE, as sócias da empresa Gomes e Júlio Advogados Associados não puderam comparecer ‘em razão de audiências em outros estados e de complicações na gravidez’ de uma delas, como acima relatado. Ora, este fato somente reforça a tese de que não há advogados atuando no Coren/SE em nome da empresa Gomes e Júlio Advogados Associados.

Ao contrário, pois como já narrado, por algumas vezes quem se apresentou para tirar dúvidas da equipe do TCU foi o Advogado Alexandre Reinol, esse de um escritório que não mais mantinha vínculos contratuais com o Coren/SE. Então, como pode a defendente questionar que os ‘funcionários do TCU não se instalaram na Assessoria Jurídica do Coren/SE’??? Estes fatos demonstram que existiu uma relação entre as empresas contratadas e é provável, consoante levantado no relatório de inspeção, que com o intento de fugir à restrição imposta pelo inc. IV do art. 24 da Lei de Licitações, no sentido de proibir a prorrogação dos contratos emergenciais, o Coren/SE direcionou a contratação para outra empresa de seu interesse.

Outra alegação que não merece prosperar é menção à ‘lista das diversas atividades desempenhadas pela assessoria jurídica que comprovariam que as funções do escritório não se limitavam a propositura de ações fiscais’. O fato de o contrato estipular que a contratada deveria desempenhar uma exaustiva lista de tarefas não quer dizer que o mesmo executou as atividades, afinal o papel no qual foi escrito o contrato está ali para suportar toda e qualquer palavra que se queira lá colocar, não sendo necessário crer que realmente as atividades foram de fato desempenhadas. Até porque não foram colacionados aos autos elementos que comprovassem os trabalhos ali exercidos. A defesa se limitou a trazer números de processos (fls. 25/27 do anexo 2) que supostamente foram trabalhados pela empresa contratada, sem ao menos comprovar que realmente o foram. Nem a simples presença de um advogado na sede da contratante era cumprida, consoante estipulação contratual, que dirá a elaboração de tarefas propriamente ditas.

Outra alegação que não merece prosperar é a de que a Secex/SE estaria instando a contratada a efetuar a devolução dos recursos pagos à custa dos serviços prestados, gerando, eventualmente, um pretenso enriquecimento sem causa da entidade autárquica. Na verdade a citação suscita a devolução parcial dos valores pagos, sendo esses valores resultantes da diferença da quantia paga e da quantia que deveria ter sido paga, uma vez que os valores extrapolaram o serviço que o Coren/SE comumente pagava para execução de serviços assemelhados. E bem que se poderia pleitear a devolução dos valores integralmente pagos, vez que não foram encontrados elementos que comprovassem as atividades realizadas pela contratada.

Outra alegação que não merece prosperar se relaciona à transcrição da apelação Cível nº 2.200/05, que tramitou na Vara Cível da Comarca de Macapá (fls. 10/11 do anexo 2). Ora, segundo dizeres da responsável de que tratam de situações assemelhadas, e por isso o TCU deveria seguir tal linha de raciocínio, não entendemos dessa forma, senão vejamos: Em primeiro lugar, a situação fática não se coaduna com o caso aqui em tela, pois ali se trata de um contrato verbal com a Administração, este referente à locação de um veículo que ficou à disposição da contratante, segundo assente no excerto transcrito, o que não se configurou aqui ‘in casu’, pois além de serem situações diferentes, aqui questionou-se o superfaturamento dos serviços supostamente prestados. Ou seja, a Equipe de

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Inspeção não questionou a realização dos serviços e pleiteou a devolução integral dos valores referentes aos mesmos, repita-se, ainda que haja fartos indícios de que os serviços não foram prestados, consoante já narrado, mas sim a devolução dos valores cobrados excessivamente, uma vez que não foram justificados os preços da contratação, conforme reza mandamento legal. Ademais, o trecho negritado na fl. 11 do anexo 2 pode não condizer com o termo estabelecido pelo Magistrado responsável pela prolação da sentença, porque poderá haver outras considerações que conduziram o julgamento em sentido contrário, esse de acordo com o livre convencimento do juiz encarregado do feito.

Às fls. 12/14 do anexo 2, consta parecer da lavra do Ministro do STF, Eros Grau, acerca da negativa de devolução de valores indevidamente pagos a professores da Unicamp, ainda que tivessem sido observadas irregularidades nas contratações dos mesmos. Mais uma vez cabe refutar as alegações lastreadas em suposto entendimento ali colacionado, pois se tratam de situações distintas e em nada relacionadas ao caso concreto aqui analisado. Ademais, em questões que envolvem recebimento de remunerações amparadas em situações não albergadas pela lei, o próprio TCU decidiu várias vezes consoante a Súmula 106, em que mantém as quantias recebidas, dispensando-se a devolução das mesmas, ainda que indevidamente, mas percebidas de boa-fé, a exemplo do Acórdão 04/1994 – Plenário, Acórdão 06/2007 – 1ª Câmara, Acórdão 16/2003 – 2ª Câmara, Acórdão 23/2005 – 2ª Câmara, dentre centenas de outros julgados. Assim, não é pertinente a analogia mencionada e muito menos a tese do enriquecimento sem causa da Pública Administração.

No que concerne ao item ‘b’ do ofício de citação, este relacionado à ausência de justificativa para o preço contratado, mencionou que a contratação se lastreou em tabela de honorários da OAB. Ora, a defendente estipulou como base, inclusive tendo negritado (fls. 16 do anexo 2), a parte que menciona que de 2.001 a 5.000 empregados da empresa daria ensejo a uma cobrança de vinte salários mínimos, bem como à alegação de que o escritório seria responsável por administrar cerca de 2.000 processos de execuções fiscais. Mais uma vez cabe refutar tais alegações, primeiramente por não ter anexado aos autos provas do alegado de que essas pretensas 2.000 execuções fiscais se relacionarem a empregados do Coren/SE, como quis dar entender a responsável.

Ora, nas fls. 25 e 26 do anexo 2, são trazidos os números dos processos que supostamente foram movimentados por parte do escritório, sendo que nos mesmos constam apenas 287 processos, portanto bem aquém das 2.000 execuções, segundo alardeado pela defesa. Demais das considerações, ainda que fosse válido considerar essa cobrança de vinte vezes o salário mínimo com base nos supostos 5.000 empregados, teríamos que considerar o salário mínimo vigente à época da assinatura do contrato, e que importava em R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais), onde multiplicando-se por vinte (20 X 380,00 = 7.600,00), encontraríamos a quantia de R$ 7.600,00 (sete mil e seiscentos reais), bem aquém do valor contratual questionado. No que concerne à alegação de que estavam oito horas por dia à disposição do Coren/SE, também cabe não acatar, pois já foi narrado que por três semanas os auditores do TCU ficaram na sede do Coren/SE sem que estivessem advogados da firma contratada.

Acerca do trecho de julgado do STJ (fl. 19 do anexo 2) considerando que a Administração deve indenizar a empresa contratada pela execução de etapas das obras ajustadas até a data de declaração da nulidade, mais uma vez tem-se que mencionar que as situações são distintas e em nada se relacionam. Também perfilhamos pelo entendimento daquele tribunal superior de que as parcelas executadas devem ser pagas, até porque a Lei 8.666/93 também assim determina. O que se questionou foi a ausência de embasamento legal e da exposição justificada dos motivos para a fixação dos preços cobrados. E não se pode olvidar do fato que o escritório em questão também foi contratado sem regular processo licitatório, consoante o contrato que a entidade mantinha anteriormente com a Monte Reinol Associados, já fartamente comentado algures.

Outra alegação absurda patrocinada pela defendente foi a de que ‘os valores cobrados para serviços idênticos em órgãos públicos da mesma categoria variavam entre R$15.000,00 e 45.000,00 e que somente depois de muita insistência é que aceitaram executar os serviços por R$ 12.000,00’. Pelo que se vê, as contratações se basearam semelhantes às da iniciativa privada, em que

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e ajustam os valores ao talante das partes e não ao determinado pela lei. Esse tipo de alegação assume matizes mais relacionados a atos condenatórios que propriamente à defesa, de tão absurdas que são. Demais disso, mais uma vez a defesa não trouxe à lume nenhum documento que pudesse referendar a afirmação de que contratou e cobrou valores bem maiores do que aqueles cobrados do Coren/SE, cabendo mais uma vez refutar tais alegações.

E, finalmente, no que concerne à alegação de que seria injusto ‘atribuir devolução de valores a quem obrou em 287 processos, elaborou em média 10 pareceres jurídicos e executou em média dez consultas verbais’, mais uma vez cabe refutar a mesma. Ora, é inolvidável o fato do quão contraditórias são as alegações, uma vez que no começo dos elementos de defesa apresentados a defendente fez menção ao fato de que os honorários teriam sido cobrados pelo quantitativo de 2.000 execuções fiscais e/ou mais de 4.000 empregados, onde percebe-se que nem mesmo a mesma (defesa) sabe quais foram os critérios e parâmetros utilizados para fixação dos preços dos seus serviços. Ademais de todas as considerações empreendidas ao longo da presente instrução, repita-se o fato de que quem respondeu pela assessoria jurídica do Coren/SE, quando da realização da Inspeção, foi o Advogado Alexandre Reinol da Silva, sócio-proprietário do Escritório Monte e Reinol Advogados, e que não mais mantinha, pelo menos contratualmente, nenhum vínculo com o Coren/SE. Destarte, cabe refutar as alegações de defesa.

10. Conclusão:Consoante as análises empreendidas ao longo da presente instrução, verificamos que as

alegações de defesa e razões de justificativas apresentados não tiveram o condão de justificar e/ou esclarecer as questões suscitadas nos ofícios de citação e audiência, sobretudo as questões envolvendo gastos irregulares e desvio de recursos. As constatações efetuadas, quando da realização da Inspeção, são robustas e estão devidamente fundamentadas, não existindo nenhum ponto de alegação de defesa que pudesse ser acatado, a exemplo da ausência de elementos que comprovassem as afirmações trazidas aos autos.

Com relação às justificativas apresentadas pela Sra. Kátia Vieira Gomes Ferreira, estas relacionadas às irregularidades quanto à contratação de serviços de táxi (Convite nº 4/2006), conquanto não tenhamos acatado as justificativas da responsabilizada, entendemos que os dois pontos questionados nos atos irregulares atribuídos à responsável em questão, por si só, não têm o condão de gerar cominação de multa à mesma. Quanto aos demais responsáveis participantes de comissão permanente de licitação, e que foram somente ouvidos em audiência, por atos ou ausência deles, em situações similares às da Sra. Kátia Vieira Gomes, sendo eles: Carlos Eduardo Santana, Maria dos Santos, Silvana Menezes dos Santos, Bárbara Bezerra Tavares e Ângela Maria Menezes de Souza, entendo que tais irregularidades também não têm o condão de tornar irregulares as contas desses funcionários do Coren/SE, senão vejamos.

Com as vênias de estilo, entendo que muitos dos atos atribuídos como sendo de responsabilidade dos membros da CPL não o são, a exemplo da elaboração das planilhas de custo para fixação do preço de um serviço a ser prestado, sendo que este ponto consta de todos os questionamentos nas oitivas (razões de justificativa) daqueles que fizeram parte das referidas comissões. Nos termos do art. 6º, inciso XVI, da Lei nº 8.666, de 1993, compete à comissão de licitação receber, examinar, julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes, não constando do mandamento legal a elaboração da aludida premissa. Muito mais responsabilidade do que quem não elaborou uma planilha de composição de custo para um convite que envolvia a contratação de serviços de táxi, por exemplo, deveria ter o procurador jurídico que convalidou a legalidade, por meio de parecer, do certame licitatório. Mas nem por isso algum procurador jurídico do Coren/SE teve sua oitiva requerida. Dessarte, nada obstante não ter acatado as justificativas apresentadas por algum(ns) responsáveis, entendo pertinente formular proposta no sentido de considerar regulares com ressalvas as contas daqueles membros da CPL, inclusive dos que se mantiveram silentes, e que tiveram suas oitivas requeridas somente em função dos atos relacionados à questão aqui tratada, esta não envolvendo irregularidades nos gastos ou desvios

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de recursos (negritei). No que concerne às manifestações dos interessados na eventual declaração de nulidade do

certame promovido pelo Coren/SE, este sem que tivessem sido observados os pressupostos constitucionais para sua realização, a exemplo da inobservância de corolários estabelecidos na lei e na Constituição Federal, dentre eles os princípios da publicidade, impessoalidade e moralidade, entende-se que não existem elementos que comprovem a incidência de participação, nas irregularidades descritas, dos servidores contratados por meio de processo seletivo. Entende o Analista instrutor que seria desarrazoado formular proposta no sentido de anular o certame público, ainda que o mesmo tenha sido eivado de vícios, estes de origem administrativa, em que não restou evidenciada a participação das pessoas aprovadas na seleção em que ocorreram as ditas irregularidades, além da não caracterização dos aprovados a pessoas ligadas aos familiares dos principais envolvidos nas irregularidades administrativas. Data máxima vênia, é possível dessumir que o ônus de uma eventual anulação do certame seria por demais gravosa aos notificados, já que os elementos presentes nos autos não nos permite inferir neste norte, ao contrário das demais questões suscitadas na presente instrução, maiormente aquelas de cunho administrativo, consoante as robustas provas materiais das mais variadas irregularidades cometidas no âmbito do Coren/SE.

Ainda em relação ao processo seletivo, apesar de devidamente notificado, não se manifestou na questão da possibilidade de anulação do certame realizado pelo Coren/SE, o Sr. Antônio José Machado Oliveira (Ofício Secex/SE/TC nº 311/2008, fl. 106), sem contudo ser considerado revel nem muito menos gerar consequência de natureza punitiva ao requerido em tela, tendo em vista não se tratar de questão relacionada à irregularidade praticada, sendo apenas a notificação decorrente da afirmação do princípio da segurança jurídica e ao direito do contraditório e da ampla defesa, ambos insculpidos no nosso ordenamento jurídico-constitucional.

No que tange aos responsáveis que não se manifestaram nas audiências e alegações de defesa requeridas e que podem ser considerados revéis, consoante art. 12, §3º da lei 8.443/92, já que não as apresentaram, sendo eles os seguintes responsáveis: Monte e Reinol Advogados Associados, Marli Francisca dos Santos Palmeira, Bárbara Bezerra Tavares, Silvana Menezes dos Santos, Carlos Eduardo Santana, Ângela Maria Menezes de Souza, Maria dos Santos, Mirian Christina dos Santos Carvalho e Mondrian Editora e Comunicação Ltda. Em relação aos responsáveis que tiveram suas alegações de defesa analisadas, estas em virtude da comprovação de desvio de recursos públicos, gestão fraudulenta e outras irregularidades administrativas, entende-se formular proposta no sentido propor pela irregularidade das contas e da pena cominatória de multa, tendo como baldrame esta os comandos do art. 57 ou 58 da Lei 8.443/92, dependendo do caso.

Quanto às empresas Mondrian Editora e Comunicação Ltda., Monte e Reinol Advogados Associados e LGomes Advogados Associados, dadas as circunstâncias que motivaram suas oitivas nos autos, inclusive indícios de conluio com o Coren/SE, entendo que cabe formular proposta no sentido de julgamento pela irregularidade de suas contas, bem como a aplicação da multa.

Em relação aos atos praticados pelo Sr. Emanuel Messias Oliveira Cacho (OAB/SE nº 207-B), Procurador da Sra. Hortência Maria Santana Linhares, estes relacionados à pretensa má-fé no exercício da profissão, entendo que, caso o Tribunal entenda pertinente, formule encaminhamento do caso à Seccional da Ordem do Estado de Sergipe, tendo em vista os atos que ensejaram conduta relacionada à falta de ética e/ou má-fé no exercício profissional.”

6. E a proposta de encaminhamento formulada pelo auditor da Secex/SE, que transcrevo a seguir, encontra-se consubstanciada às 599/617, verbis:

“a) considerar revéis, nos termos do artigo 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 1992, os seguintes responsáveis: Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53); Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49); Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ: 04.125.089/0001-73); Mondrian Editora e Comunicação Ltda. (CNPJ 01.715.405/0001-79); Bárbara Bezerra Tavares (CPF 267.241.625-72); Silvana Menezes dos Santos (CPF: 588.268.075-15); Carlos

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Eduardo Santana (CPF 653.743.475-00); Ângela Maria Menezes de Souza (CPF 919.116.215-72); Maria dos Santos (CPF 381.499.155-91);

b) não acatar nenhuma das razões de justificativas e/ou alegações de defesa apresentadas, com base na proposta alvitrada no item 21 da presente instrução, pelos seguintes responsáveis: Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), Gomes e Júlio Advogados Associados (CNPJ 07.036.091/0001-64), Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF 556.904.915-00), e Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF 169.862.025-04) e Elizano Santos de Assis (CPF 149.438.675-53);

c) julgar irregulares, nos termos dos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘b’ e ‘c’, da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 19, da mesma Lei e com os arts. 1º, inciso I e 209, inciso II e III, do Regimento Interno/TCU, as contas dos seguintes responsáveis: Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE; Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ: 04.125.089/0001-73) e Gomes e Júlio Advogados Associados (CNPJ 07.036.091/0001-64), empresas contratadas para prestar serviços de advocacia, Mondrian Editora e Comunicação Ltda. (CNPJ 01.715.405/0001-79), Empresa contratada para confecção e publicação de livro; Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE à época da Inspeção; Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex-tesoureira do Coren/SE, Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49); Tesoureira do Coren/SE e Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF 169.862.025-04);

d) julgar regulares com ressalvas, nos termos dos artigos 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei nº 8.443/92, considerando que quanto aos seus atos de irregularidades foram evidenciadas impropriedades de natureza formal que não resultaram em dano ao Erário, as contas de Bárbara Bezerra Tavares (CPF 267.241.625-72), ex-membro de CPL; Silvana Menezes dos Santos, ex-membro de CPL (CPF: 588.268.075-15); Carlos Eduardo Santana (CPF 653.743.475-00), ex-membro de CPL; Ângela Maria Menezes de Souza (CPF 919.116.215-72), ex-membro de CPL; Maria dos Santos (CPF 381.499.155-91), ex-membro de CPL, Elizano Santos de Assis (CPF 149.438.675-53), ex-membro de CPL e Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF 556.904.915-00), ex-membro de CPL;

e) condenar, solidariamente, Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE e Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ: 04.125.089/0001-73), empresa contratada, ao pagamento da quantia de R$ 26.000,00 aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 30/06/2004, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), o pagamento das quantias, em decorrência das irregularidades verificados no contrato firmado com a empresa Monte& Reinol em 03/05/2004 com o objetivo de ‘prestar seus serviços na implantação e regularização do serviço de Dívida Ativa e aplicação do CADIN, bem como assistência jurídica nas ações decorrentes desta última durante 12 (doze meses), a partir da assinatura deste’;

f) condenar, solidariamente, Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE, à época, Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49); Tesoureira do Coren/SE; e Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ: 04.125.089/0001-73), empresa contratada, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), o recolhimento das quantias aos cofres do Coren/SE, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, em decorrência de ter-se verificado superfaturamento no contrato firmado com a empresa Monte & Reinol Advogados Associados em 07/08/2006:

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b)

c)

d)g) condenar, solidariamente, Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-

53), Presidente do Coren/SE, à época, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das importâncias de R$ 784,04 e de R$ 1.971,40 aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 17/08/2006 e 03/08/2006, respectivamente, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em razão da aquisição indevida de passagens aéreas para que o Sr. Alexandre Reinol da Silva se deslocasse do Rio de Janeiro até a cidade de Aracaju e desta retornasse para o Rio de Janeiro e do pagamento irregular de diárias e auxílio transporte;

h) condenar, solidariamente, Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE, à época, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE, à época, ao recolhimento da importância de R$ 684,54, aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 03/11/2006, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em razão da aquisição irregular de passagens aéreas para que o Sr. Alexandre Reinol da Silva se deslocasse do Rio de Janeiro para Aracaju e desta retornasse para o Rio de Janeiro entre os dias 06 e 11/11/2006;

i) condenar, solidariamente, Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE, à época, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE à época, ao recolhimento da importância de R$ 1.886,80 (mil oitocentos e oitenta e seis reais e oitenta centavos), aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 05/10/2006, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em razão do pagamento irregular de diárias e auxílios transportes ao Sr. Alexandre Reinol da Silva referentes à viagem a cidade de Aracaju/SE para prestar atividades de assessoria jurídica no período de 02 a 05/10/2006;

j) condenar, solidariamente, Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE à época, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE à época, e Gomes e Júlio Advogados Associados (CNPJ: 07.036.091/0001-64), empresa contratada, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência de ter-se verificado superfaturamento no contrato firmado com a

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Mês de referência Data do pagamento

Valor pagoR$

Valor de referênciaR$

DébitoR$

Agosto/2006 17/10/2006 12.000,00 3.280,00 8.720,00Setembro/2006 10/10/2006 12.000,00 3.280,00 8.720,00Outubro/2006 09/11/2006 12.000,00 3.280,00 8.720,00

Novembro/2006 12/12/2006 12.000,00 3.280,00 8.720,00Dezembro/2006 08/01/2007 12.000,00 3,280,00 8.720,00

Janeiro/2007 08/02/2007 12.000,00 3.280,00 8.720,00

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empresa Gomes e Júlio Advogados Associados em 10/02/2007:

k) condenar, solidariamente, Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE à época, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE à época, e Mondrian Editora e Comunicação Ltda. (CNPJ: 01.715.405/0001-79), empresa contratada, ao recolhimento da quantia de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir de 04/01/2006, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em razão das seguintes irregularidades:

I. ausência de documentos que caracterizem o objeto a ser adquirido, em dissonância com o art. 14 da Lei nº 8.666/93;

II. ausência de processo de dispensa de licitação com os elementos constantes do parágrafo único do art. 26 da Lei de Licitações, ou seja a justificativa para a aquisição, a justificativa do preço e a publicação da dispensa de licitação na imprensa oficial;

III. não há documentos que comprovem a liquidação desta despesa, em ofensa aos art. 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, pios não há comprovação de que os livros foram entregues e recebidos pelo Coren/SE;

IV. a nota fiscal nº 1647, de 02/01/2006, informa que os livros, supostamente adquiridos, seriam destinados ao ‘VIII Congresso Brasileiro de Enfermagem’. Ocorre que, segundo consta do sítio do ‘VIII CBCENF’ na internet, o evento foi realizado entre os dias 24 e 28/10/2005;

l) condenar, solidariamente, Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex-Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas,fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência dos gastos irregulares com festividades, lanches e refeições:

ITEM DATA RESTAURANTE FORMA DE PAGAMENTO VALOR A SERRESSARCIDO

1 21/12/2002 RESTAURANTE CARIRI CHEQUE Nº 851106 B. BRASIL R$ 955,092 03/04/2003 MC DOLNALD’S SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 851281)

R$ 22,503 15/04/2003 MC DONALD’S R$ 33,404 07/04/2003 BAVIERA HAUS R$ 39,205 24/04/2003 FERNANDES BUFFET CHEQUE Nº 851335 R$ 344,006 15/05/2003 FERNANDES BUFFET CHEQUE Nº 851365 R$ 344,007 14/05/2003 FESTA FÁCIL LTDA SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 851343)R$ 37,80

8 30/05/2003 BAVIERA HAUS R$ 19,509 04/06/2003 BAVIERA HAUS LTDA SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 851418)R$ 20,50

10 11/06/2003 FESTA FÁCIL LTDA R$ 23,00

11 18/06/2003 BAVIERA HAUS LTDA SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 851473) R$ 56,90

12 18/06/2003 RESTUARANTE CARIRI CHEQUE Nº 851474 R$ 6.450,00

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Mês de referência Data do pagamento Valor pagoR$

Valor de referênciaR$

DébitoR$

Fevereiro/2007 03/04/2007 12.000,00 3.280,00 8.720,00Março/2007 02/05/2007 12.000,00 3.280,00 8.720,00Abril/2007 09/05/2007 12.000,00 3.280,00 8.720,00

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ITEM DATA RESTAURANTE FORMA DE PAGAMENTO VALOR A SERRESSARCIDO

13 05/07/2003 BAVIERA HAUS LTDA SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 851529) R$ 20,90

14 31/07/2003 RESTAURANTE CARIRI CHEQUE Nº 851536 R$ 6.020,0015 05/08/2003 COM FLUÊNCIA LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 851579)

R$ 112,9416 16/08/2003 BAVIERA HAUS LTDA R$ 21,7817 16/08/2003 SEM NOTA FISCAL OU RECIBO R$ 38,4018 19/08/2003 FRANÇA E CIA LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 851626)

R$ 15,60

19 30/08/2003 RESTAURANTE RECANTO DA PARAÍBA R$ 136,18

20 06/08/2003 PERSONAL CHOCOLATE PROMOCIONAL LTDA. CHEQUE Nº 851613 R$ 712,80

21 13/08/2003 EMBALAR COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA. CHEQUE Nº 851616 R$ 225,00

22 21/09/2003 ROSEMEIRE APARECIDA

SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 851704)

R$ 46,2023 05/09/2003 SANTANA E MEIRA LTDA R$ 16,8024 05/09/2003 MILLENA RIBEIRO ALVES R$ 24,4025 06/09/2003 RESTAURANTE TIO LUZA R$ 34,7626 07/09/2003 RESTAURANTE MERLO R$ 23,0027 07/09/2003 JOÃO RODRIGUES DE SOUZA R$ 44,5028 08/09/2003 JOÃO RODRIGUES DE SOUZA R$ 16,0029 09/09/2003 RESTAURANTE TIO LUZA R$ 89,0030 10/09/2003 RESTAURANTE TIO LUZA R$ 32,8931 11/09/2003 JOÃO RODRIGUES DE SOUZA R$ 13,0032 14/09/2003 CHURRASCARIA FAROL R$ 54,0033 11/09/2003 CHURRASCARIA BOI NA BRASA R$ 10,20

34 13/09/2003 POSTO E RESTAURANTE ARCO-IRIS

SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 851745)

R$ 70,27

35 05/09/2003 ANTÔNIO ADEMAR ARAÚJO R$ 61,60

36 12/09/2003 SEM IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO R$ 12,79

37 06/09/2003 SEM IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO R$ 53,47

38 01/09/2003 SEM IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 851692)

R$ 33,20

39 21/09/2003 ROSEMEIRE APARECIDA SOUZA R$ 63,85

40 08/09/2003 SEM IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

NÃO LOCALIZADA(GASTOS REALIZADOS NO 6º

CBCENF)

R$ 15,00

41 06/09/2003 AUTO POSTO F-2 LTDA R$ 34,5042 14/09/2003 MILLENA RIBEIRO ALVES R$ 8,60

43 07/09/2003 CHURRASCARIA FOGO DE CHAMA LTDA. R$ 83,20

44 10/09/2003 TEXANO GRILL LTDA R$ 23,0045 07/09/2003 NOGUEIRA POINT LTDA R$ 41,57

46 08/09/2003 PIRÃO BAR E RESTAURANTE LTDA. R$ 94,93

47 06/07/2003 RESTAURANTE NOVO PARAÍBA LTDA. R$ 46,24

48 14/09/2003 ANTÔNIO SÉRGIO SILVA DE SANTANA LTDA. R$ 60,98

49 01/09/2003 SR. HENRIQUE R$ 735,00

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ITEM DATA RESTAURANTE FORMA DE PAGAMENTO VALOR A SERRESSARCIDO

50 30/08/2003 NÃO IDENTIFICADO R$ 850,0051 29/08/2003 JOSÉ BARBOSA DE JESUS R$ 900,00

52 12/09/2003 RESTAURANTE TOCA DA GAROUPA LTDA. CHEQUE Nº 851740 R$ 2.976,60

53 12/09/2003 RUDNICK E CIA LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 851742) R$ 39,86

54 04/10/2003 BAVIERA HAUS LTDA.SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 851792)

R$ 20,0255 09/10/2003 COM FLUÊNCIA LTDA. R$ 66,0856 13/10/2003 FRANÇA E CIA LTDA. R$ 13,3057 07/10/2003 SEM COMPROVANTE R$ 20,0058 15/12/2003 RESTAURANTE D. LÚCIA

SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 851917)

R$ 18,50

59 18/12/2003 RESTAURANTE GAROA PAULISTA R$ 22,00

60 26/12/2003 COM FLUÊNCIA LTDA. R$ 17,4561 23/12/2003 RESTAURANTE CARIRI CHEQUE Nº 851972 R$ 2.291,00

62 23/03/2004 BAVIERA HAUS LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 852164) R$ 17,60

63 19/02/2004 BAVIERA HAUS LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS SEM IDENTIFICAÇÃO R$ 28,40

64 03/03/2004 RESTAURANTE GAROA PAULISTA

SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 852110)

R$ 24,31

65 04/03/2004 RESTAURANTE GAROA PAULISTA R$ 24,10

66 08/03/2004 BAVIERA HAUS LTDA. R$ 48,80

67 18/03/2004 RESTAURANTE GAROA PAULISTA R$ 27,68

68 30/03/2004 CASA ALEMÃ LTDA. R$ 14,0869 23/03/2004 CASA ALEMÃ LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 852164)R$ 17,60

70 29/03/2004 COM FLUÊNCIA LTDA. R$ 49,1871 27/03/2004 BARROS E VIEIRA LTDA. CHEQUE Nº 852173 R$ 190,00

72 22/04/2004 RESTAURANTE GAROA PAULISTA

SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 852259) R$ 25,00

73 01/04/2004 FERNANDES BUFFET CHEQUE Nº 852219 R$ 1.460,0074 03/04/2004 ITAUNA COMERCIAL LTDA. CHEQUE Nº 852221 R$ 251,30

75 07/04/2004 RESTAURANTE DO PICUÍ LTDA. CHEQUE Nº 852238 R$ 363,00

76 17/04/2004 ITAUNA COMERCIAL LTDA. CHEQUE Nº 852256 R$ 248,4077 05/05/2004 COMERCIAL TEIXEIRA LTDA. CHEQUE Nº 852326 R$ 416,79

78 10/05/2004 RESTAURANTE DO PICUÍ LTDA. CHEQUE Nº 852333 R$ 1.295,00

79 13/05/2004 MC DONALD’S SUPRIMENTO DE FUNDOS NÃO IDENTIFICADO R$ 11,90

80 13/05/2004 RESTAURANTE CARIRI LTDA. CHEQUE Nº 852348 R$ 5.817,9281 07/06/2004 BAVIERA HAUS LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 852394)R$ 42,80

82 08/06/2004 MC DONALD’S R$ 14,7083 13/07/2004 CASA ALEMÃ LTDA.

SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 852472)

R$ 15,2984 13/07/2004 COM FLUÊNCIA LTDA. R$ 160,7085 17/07/2004 BARROS E VIEIRA LTDA. R$ 71,0086 19/07/2004 MC DONALD’S R$ 11,9087 07/08/2004 ITAÚNA COMERCIAL LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS

NÃO IDENTIFICADOR$ 62,00

88 14/08/2004 ITAÚNA COMERCIAL LTDA. R$ 85,00

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6

ITEM DATA RESTAURANTE FORMA DE PAGAMENTO VALOR A SERRESSARCIDO

89 24/08/2004 COM FLUÊNCIA LTDA. R$ 44,9890 04/09/2004 ITAÚNA COMERCIAL LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 852642)

R$ 62,0091 11/09/2004 ITAÚNA COMERCIAL LTDA. R$ 81,9092 18/09/2004 ITAÚNA COMERCIAL LTDA. R$ 82,00

93 01/10/2004 EMBALAR COM. DE ALIMENTOS CHEQUE Nº 852714 R$ 300,00

94 05/10/2004 PERSONAL CHOCALATE LTDA. CHEQUE Nº 852723 R$ 1.230,50

95 21/10/2004 RESTAURANTE GAROA PAULISTA LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 852757)

R$ 44,80

96 22/10/2004 XANDÃO PIZZARIA LTDA. R$ 35,30

97 29/10/2004 NATIVIDADE E QUARTEZANI LTDA. R$ 26,00

98 27/10/2004 COM FLUÊNCIA LTDA CHEQUE Nº 852803 R$ 370,86

99 24/11/2004 MARINALVA CARDOSO DA SILVA NÃO LOCALIZADA R$ 14,00

100 22/11/2004 CHURRASCARIA QUERÊNCIA GAÚCHA LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS

(CHEQUE Nº 852832)

R$ 19,80

101 30/11/2004 RESTAURANTE GAROA PAULISTA LTDA. R$ 47,80

102 30/11/2004 CHURRASCARIA PJ R$ 13,00103 01/12/2004 HOTEL FAZENDA LTDA.

SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 852859)

R$ 19,00

104 03/12/2004 RESTAURANTE GAROA PAULISTA LTDA.

R$ 35,80

105 07/12/2004 RESTAURANTE GAROA PAULISTA LTDA.

R$ 45,90

106 17/01/2005 MARILY LEITE ANDRADE

SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 852963)

R$ 13,50

107 18/01/2005 RESTAURANTE E POUSADA BENJAMIN

R$ 15,00

108 26/01/2005 LINDETE MOURA R$ 7,00

109 27/01/2005 POUSADA E RESTAURANTE ACAUÃ

R$ 9,00

110 28/01/2005 BAVIERA HAUS LTDA. SUPRIMENTO DE FUNDOS (CHEQUE Nº 852963)

R$ 32,70

111 28/01/2005 BAVIERA HAUS LTDA. R$ 44,70TOTAL NOMINAL R$ 38.117,24

m) condenar, solidariamente, Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF: 169.862.025-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex-tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência dos gastos irregulares com festividades, lanches e refeições:

ITEM DATA ESTABELECIMENTO FORMA DE PAGAMENTO

VALOR A SER RESSARCIDO

1 07/03/2005 RESTAURANTE CARIRI LTDA. CHEQUE Nº 853119 R$ 4.345,00

n) condenar, solidariamente, Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49), Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas

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monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência dos gastos irregulares com festividades, lanches e refeições:

ITEM DATA ESTABELECIMENTO FORMA DE PAGAMENTO VALOR A SERRESSARCIDO

1 22/12/2005 BUFFET SONHO MEU CHEQUE Nº 853930 R$ 245,002 23/01/2006 RESTAURANTE CARIRI LTDA. CHEQUE Nº 853978 R$ 325,00

3 30/03/2006 BUFFET LANCHONETE SONHO MEU

CHEQUE Nº 854171 R$ 373,00

4 08/05/2006 BUFFET LANCHONETE SONHO MEU

CHEQUE Nº 854257 R$ 177,00

5 25/05/2006 BUFFET LANCHONETE SONHO MEU

CHEQUE Nº 854331 R$ 420,00

6 19/06/2006 COM FLUÊNCIA LTDA. CHEQUE Nº 854398 R$ 1.900,007 05/07/2006 RESTAURANTE CARIRI LTDA. CHEQUE Nº 854667 R$ 847,00

8 31/07/2006 BUFFET E LANCHONETE SONHO MEU

CHEQUE Nº 854456 R$ 567,00

9 13/10/2006 RESTAURANTE CARIRI LTDA. CHEQUE Nº 854478 R$ 673,42

10 27/10/2006 BUFFET E LANCHONETE SONHO MEU

CHEQUE Nº 854744 R$ 239,40

11 11/12/2006 FAMÍLIA SANTANA CHEQUE Nº 854780 R$ 550,0012 29/12/2006 RESTAURANTE CARIRI LTDA. CHEQUE Nº 854933 R$ 1.170,0013 13/12/2006 COM FLUÊNCIA LTDA. CHEQUE Nº 854948 R$ 1.220,0014 29/12/2006 RESTAURANTE CARIRI LTDA. CHEQUE Nº 855006 R$ 3.891,00

TOTAL NOMINAL R$ 12.597,82

o) condenar, solidariamente, Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, a partir das datas especificadas, nos termos da legislação vigente, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência irregularidades, discriminadas a seguir, verificadas na aquisição de passagens aéreas, nas concessões de diárias e indenizações:

ITEM DATA BENEFICIÁRIOVALOR DAS DIÁRIAS OU PASSAGENS AÉREAS SEM

COMPROVAÇÃO01 13/2/2003 SILDYTOUR VIAGENS E TURISMO LTDA. R$ 1.114,0002 22/4/2003 DILMA DOS SANTOS SILVA R$ 511,1703 14/7/2003 HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES R$ 1.774,4504 8/8/2003 ZILDA MARIA DA SILVA R$ 302,0405 13/8/2003 MARIA DO CARMO NUNES ALVES R$ 302,0406 25/8/2003 LOUISE MARIA HOLTZ SANTOS DE OLIVEIRA R$ 1.774,4807 25/8/2003 ZILDA MARIA HOLTZ R$ 1.774,4808 25/8/2003 HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES R$ 1.774,4809 25/8/2003 DENISON DA SILVA R$ 1.774,4810 25/8/2003 EDLEUSA SANTANA DOS SANTOS R$ 1.774,4811 10/12/2003 HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES R$ 1.897,2012 23/12/2003 ZILDA MARIA DA SILVA R$ 156,1513 23/3/2004 HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES R$ 1.264,80

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ITEM DATA BENEFICIÁRIOVALOR DAS DIÁRIAS OU PASSAGENS AÉREAS SEM

COMPROVAÇÃO14 29/3/2004 BÁRBARA BEZERRA TAVARES R$ 2.202,2515 31/3/2004 HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES R$ 2.108,0016 28/4/2004 CARLOS EDUARDO SANTANA R$ 3.171,2417 31/5/2004 DENISE MARIA DE SANTANA R$ 3.171,9318 19/8/2004 DENISON DA SILVA R$ 2.205,4019 19/8/2004 HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES R$ 882,1620 15/9/2004 SUMMER TURISMOE VIAGENS LTDA. R$ 4.048,0021 8/10/2004 HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES R$ 4.410,80

22 18/10/2004 SILDYTOUR VIAGENS E TURISMO LTDA. E JOSÉ ELENALDO ALVES DE GOIS R$ 1.158,35

23 6/12/2004 MARIA DOS SANTOS DA SILVA (REPASSADO A DENISON DA SILVA) R$ 2.646,48

24 9/12/2004 MARIA DOS SANTOS DA SILVA (REPASSADO À ZILDA MARIA DA SILVA) R$ 2.205,40

25 3/12/2004 MARIA DOS SANTOS DA SILVA (REPASSADO À HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES) R$ 6.616,20

26 14/1/2005 MARIA DOS SANTOS (REPASSADO À EDLEUSA SANTANA DOS SANTOS) R$ 3.087,56

27 26/1/2005 MARIA DOS SANTOS (REPASSADOS À HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES) R$ 3.528,78

28 5/1/2005 CARLOS EDUARDO SANTANA R$ 737,37 TOTAL NOMINAL R$ 58.374,17

p) condenar, solidariamente, Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF: 169.862.025-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência irregularidades verificadas na aquisição de passagens aéreas, nas concessões de diárias e indenizações:

ITEM DATA BENEFICIÁRIO VALOR DAS DIÁRIAS OU PASSAGENS AÉREAS SEM COMPROVAÇÃO

01 18/03/2005 VIAGENS E TURISMO PROPAGTUR E LOUISE MARIA HOLTZ SANTOS DE

OLIVEIRAR$ 1.364,33

02 20/09/2005 LOUISE MARIA HOLTZ SANTOS DE OLIVEIRA R$ 684,12

TOTAL NOMINAL R$ 2.048,45

q) condenar, solidariamente, Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), ex-Presidente do Coren/SE, e Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145.49), ex Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência irregularidades verificadas na aquisição de passagens aéreas,

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nas concessões de diárias e indenizações:

ITEM DATA BENEFICIÁRIOVALOR DAS DIÁRIAS OUPASSAGENS AÉREAS SEM

COMPROVAÇÃO01 06/09/2006 MARIA AMÉLIA SANTOS R$ 174,70

02 20/09/2006 SUMMER VIAGENS E TURISMO LTDA e MARLI FRANCISCA DOS SANTOS PALMEIRA R$ 6.445,08

03 07/12/2006 SUMMER VIAGENS E TURISMO LTDA. E MARLI FRANCISCA DOS SANTOS PALMEIRA R$ 924,00

TOTAL NOMINAL R$ 7.543,78

r) condenar, solidariamente, Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência irregularidades verificadas nas despesas realizadas por conta do 6º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem – 6º CBCENF, realizado na cidade de Florianópolis/SC, entre os dias 08 e 12 de setembro de 2003:

ITEM DATA ESTABELECIMENTO OU PESSOA FÍSICARECEBEDORA DO PAGAMENTO VALOR

01 15/07/2003 R e L COMÉRCIO DE BRINDES R$ 1.950,0002 21/08/2003 G BARBOSA R$ 110,6403 10/07/2003 RAFFA’S INDÚSTRIA LTDA. R$ 750,0004 04/08/2003 RAFFA’S INDÚSTRIA LTDA. R$ 5.500,0005 22/08/2003 R E L COMÉRCIO DE BRINDES R$ 4.200,0006 20/08/2003 CELESTINO FERRAGENS E PESCA R$ 30,0007 17/09/2003 ANTÔNIO MARCOS DA SILVA R$ 250,0008 09/09/2003 LOBOTUT TURISMO LTDA. R$ 70,0009 26/08/2003 MERCADO ANTÔNIO F LOJA 34 R$ 26,0010 SEM DATA MERCADO BOX 120 R$ 25,0011 04/09/2003 WALFRAND DOS SANTOS R$ 4,0012 ILEGÍVEL LOJA DE ARTESANATO SANDOVAL R$ 8,0013 04/09/2003 RETOK FINO R$ 15,0014 04/09/2003 GILMÁRIO SANTANA DA SILVA R$ 1,5015 04/09/2003 BOX ANTÔNIO FRANCO R$ 2,0016 04/09/2003 MARIA ANGÉLICA R$ 20,0017 09/2003 A . G TURISMO R$ 70,0018 09/09/2003 MARIA ANGÉLICA R$ 15,5019 08/09/2003 ‘JERSON SEVERINO’(SIC) R$ 200,0020 08/09/2003 WIESBAUER R$ 10,0021 08/08/2003 PIMENTINHA E BANDA DE FORRÓ CARIRI R$ 2.000,0022 02/09/2003 PIMENTINHA E BANDA DE FORRÓ CARIRI R$ 2.700,0023 12/09/2003 HOTEL RESIDENCIAL SOL E MAR R$ 995,0024 02/09/2003 JOSÉ HAMILTON DE SANTANA R$ 1.560,0025 04/09/2003 SR. SÍLVIO R$ 100,0026 04/09/2003 SANTANA R$ 70,0027 04/09/2003 DEPÓSITO SEM IDENTIFICAÇÃO R$ 200,0028 06/09/2003 SERVIÇO DE TÁXI R$ 68,0029 09/09/2003 DANIEL ANSELMO R$ 7,00

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ITEM DATA ESTABELECIMENTO OU PESSOA FÍSICARECEBEDORA DO PAGAMENTO VALOR

30 08/09/2003 COREN/SC R$ 840,0031 16/09/2003 PIMENTINHA E BANDA DE FORRÓ CARIRI R$ 260,0032 26/08/2003 EWERTON DE JESUS R$ 100,00

TOTAL NOMINAL R$ 22.157,64

s) condenar, solidariamente, Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas, fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência irregularidades verificadas nas aquisições de materiais de construção, que denotam indícios de desvios dos recursos supostamente empregados:

ITEM DATA ESTABELECIMENTO VALOR1 02/06/2003 PONTO ELÉTRICO LTDA R$ 1.281,992 02/06/2003 PONTO ELÉTRICO LTDA. R$ 163,003 02/06/2003 MADEREIRA CRISTO É REAL R$ 3.550,004 09/06/2003 MADEREIRA CRISTO É REAL R$ 105,005 12/06/2003 HIPER SALES R$ 392,806 12/06/2003 MADEREIRA CRISTO É REAL LTDA. R$ 326,007 13/06/2003 HIPER SALES R$ 297,698 17/06/2003 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 234,009 17/06/2003 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 923,80

10 17/06/2003 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 102,7011 17/06/2003 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 263,0012 17/06/2003 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 155,0013 23/06/2003 CASA DAS TINTAS LTDA. R$ 1.063,6214 23/06/2003 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 64,0015 23/06/2003 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 217,9016 26/06/2003 PONTO ELETRO COMÉRCIO R$ 839,5017 02/07/2003 CASA DAS TINTAS LTDA R$ 273,2618 15/07/2003 SALES MATERIAL DE CONST. LTDA R$ 132,0019 17/07/2003 CASA DAS TINTAS LTDA R$ 198,2820 06/10/2003 CASA DAS TINTAS LTDA. R$ 169,6321 27/10/2003 CASA DAS TINTAS LTDA. R$ 158,7622 23/12/2003 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 76,8023 13/02/2004 SALES MATERIAL DE CONST. LTDA. R$ 1.095,0024 19/02/2004 SALES MATERIAL DE CONST. LTDA. R$ 725,5025 05/03/2004 SALES MATERIAL DE CONST. LTDA. R$ 580,0026 16/03/2004 PONTO ELETRO COMERCIAL LTDA. R$ 391,5027 16/03/2004 CASA DAS TINTAS LTDA. R$ 352,1528 08/04/2004 CASA DAS TINTAS LTDA. R$ 131,6629 06/01/2005 PONTO ELETRO COMERCIAL R$ 917,8030 06/01/2005 SERRANA MULTIPEDRAS COM. LTDA. R$ 700,0031 06/01/2005 G. CARVALHO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO R$ 3.271,3832 11/01/2005 CASA DAS TINTAS LTDA. R$ 3.609,8233 11/01/2005 SALES MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA. R$ 9.233,1834 17/01/2005 SALES MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA. R$ 5.125,0235 18/01/2005 CASA DAS TINTAS LTDA. R$ 1.869,05

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ITEM DATA ESTABELECIMENTO VALOR

36 18/01/2005 SALES MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA. R$ 1.783,17TOTAL NOMINAL R$ 40.773,96

t) condenar, solidariamente, Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE, e Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex Tesoureira do Coren/SE, ao recolhimento das quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, a partir das datas especificadas,fixando-lhes o prazo de quinze dias a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da referida Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), em decorrência irregularidades verificadas em despesas diversas efetuadas sem que houvesse fundamentação legal e/ou que tivessem relação com a finalidade da entidade:

ITEM DATA ESTABELECIMENTO/BENEFICIÁRIO VALOR01 15/05/2003 ELENCO PRODUÇÕES ARTÍSTICAS R$ 4.200,0002 15/05/2003 QUANTA MÚSICA PROD. ARTÍSTICAS R$ 900,0003 15/05/2003 LL ILUMINAÇÃO PROFISSIONAL LTDA. R$ 500,0004 15/05/2003 STÚDIO DE GRAVAÇÃO E SONOR. LTDA. R$ 1.950,0005 06/06/2003 FRAME VÍDEO E PRODUÇÕES LTDA. R$ 1.476,0006 19/09/2003 FUTURA MÓVEIS LTDA. R$ 7.800,0007 19/09/2003 REQUINTE REPRESENTAÇÕES IND. LTDA. R$ 3.507,0008 21/02/2003 MONDRIAN EDITORA E COM. LTDA. R$ 4.687,5010 30/03/2004 RAFFAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. R$ 6.123,0011 30/04/2004 GRAFICARD R$ 4.165,0012 17/08/2004 RAFFAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. R$ 4.800,0013 17/08/2004 LRA CONFECÇÕES IND. E COM. LTDA. R$ 5.250,0014 24/112004 R L COMÉRCIO E BRINDES LTDA. R$ 5.250,0015 07/04/2004 FRAME VÍDEO PRODUÇÕES LTDA. R$ 3.150,0016 13/04/2004 FRAME VÍDEO PRODUÇÕES LTDA. R$ 5.976,0017 08/10/2004 EVERALDO ALVES (TRIO CARIRI) R$ 3.500,0018 27/10/2004 FRAME VÍDEO PRODUÇÕES LTDA. R$ 7.900,0019 19/02/2004 HORTÊNCIA MARIA SANTANA LINHARES R$ 890,1020 19/03/2003 FLORICULTURA BOTÃO DE ROSA LTDA. R$ 80,0021 19/03/2004 FLORICULTURA BOTÃO DE ROSA LTDA. R$ 60,0022 09/08/2003 FLORABEL ARTES E SERVIÇOS R$ 35,0023 18/02/2004 FLORICULTURA BOTÃO DE ROSAS R$ 20,0024 16/07/2003 FOTO ARTE LTDA. R$ 84,0025 05/08/2003 CHARLES STÚDIO FOTOGRAFIAS R$ 10,0026 17/09/2003 MCR LAVANDERIAS LTDA. R$ 37,0027 25/03/2004 RIVALDO PEREIRA DOS SANTOS R$ 342,0028 19/03/2004 FLORICULTURA BOTÃO DE ROSA LTDA. R$ 200,0028 31/032004 FUTURA MÓVEIS LTDA. R$ 490,0029 09/12/2004 CASA MÉRCIA R$ 99,0030 06/01/2005 UTILPLAST COM. DE PLÁSTICOS LTDA. R$ 10.846,50

TOTAL NOMINAL R$ 84.328,10

u) aplicar a multa, com fundamento no art. 57 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c o art. 267, inciso I, do Regimento Interno, aos seguintes responsáveis: Hortência Maria Santana Linhares (CPF: 217.091.305-04), ex-Presidente do Coren/SE; Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ: 04.125.089/0001-73) e Gomes e Júlio Advogados Associados (CNPJ 07.036.091/0001-64), empresas contratadas para prestar serviços de advocacia, Mondrian Editora e Comunicação Ltda. (CNPJ 01.715.405/0001-79), Empresa contratada para confecção e publicação de livro; Marli

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 002.817/2008-6

Francisca dos Santos Palmeira (CPF: 361.629.225-53), Presidente do Coren/SE à época da Inspeção; Zilda Maria da Silva (CPF: 400.440.505-00), ex-tesoureira do Coren/SE, Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF: 425.172.145-49); Tesoureira do Coren/SE e Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF 169.862.025-04), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’ do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente, desde a data do acórdão até a do efetivo recolhimento, se forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

v) autorizar o pagamento das dívidas dos responsáveis em até vinte e quatro parcelas mensais e consecutivas, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno/TCU, fixando-se o vencimento da primeira parcela em quinze dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada trinta dias, devendo incidir sobre cada uma, atualizada monetariamente, os encargos devidos, na forma prevista na legislação em vigor, alertando os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, § 2º, do Regimento Interno/TCU;

w) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas às notificações;

x) enviar, caso o Tribunal entenda pertinente, encaminhamento à Seccional da OAB do Estado de Sergipe, para que esta apure os atos que ensejaram conduta relacionada à falta de ética e/ou má-fé no exercício profissional, consoante narrado no subitem 7.1 da presente instrução, este no sentido de atribuir falsa jurisprudência como sendo do TCU, para fins de utilização nos arrazoados de defesa de sua cliente;

y) dar ciência a Antônio José Machado Oliveira (CPF: 001.753.865-36), Guilherme Diangellis Gomes (CPF: 020.318.055-09), Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF: 556.904.915-00), Maria Angélica Nunes Bezerra (CPF: 336.895.395-87) e Rosalvo dos Santos (CPF: 016.158.235-49), da deliberação que vier a ser adotada, quanto à eventual anulação do Processo Seletivo realizado de acordo com a Portaria Coren/SE nº 02/2003;

z) encaminhar cópia do Relatório e Voto da Deliberação a que vier a ser proferida por esta Corte de Contas, à 3º Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Sergipe, na pessoa do MM. Juiz Federal, Dr. Edmilson da Silva Pimenta, e ao Ministério Público Federal, na pessoa do Procurador Federal Dr. Paulo Gustavo Guedes Fontes, à Controladoria Geral da União em Sergipe e à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados;

aa) dar ciência ao Ministério Público Federal no Estado de Sergipe do resultado do julgamento, nos termos do art. 16, §3º da Lei 8.443/92, para ajuizamento das ações penais e cíveis cabíveis;

bb) autorizar a Secex/SE a proceder ao arquivamento do presente processo após as comunicações processuais cabíveis, o trânsito em julgado do Acórdão a ser proferido e a instauração de cobrança executiva, se necessária.”

7. Todavia o secretário da Secex/SE, em parecer de fls. 619/621, divergiu de algumas das propostas formuladas pelo auditor, conforme se segue, verbis:

“Aquiesço, no essencial, à proposta de mérito formulada pelo Auditor e endossada pelo Diretor Técnico às fls. 599 a 618, porém considero necessário tecer considerações sobre pontos de discordância acerca de algumas partes do encaminhamento proposto.

2. De início, discordo do Auditor quando à abstenção na proposição de multa aos integrantes da comissão permanente de licitação que conduziram irregularmente os Convites nº 1/2004, 3/2003, 2/2003, 2/2004 e 4/2006 (em geral por ausência de projeto básico, orçamento detalhado e minuta de contrato), Sr. Carlos Eduardo Santana e Sras. Kátia Vieira Gomes Ferreira, Maria dos Santos, Silvana Menezes dos Santos, Bárbara Bezerra Tavares e Ângela Maria Menezes de Souza.

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2.1. De acordo com a análise efetuada das razões de justificativa apresentadas pela Sra. Kátia Vieira Gomes Ferreira, única responsável, dentre os acima arrolados, a se defender nos autos (item 4 de fls. 546/547), tais justificativas se revelaram improcedentes, mas o Auditor considerou não caber aplicação de multa pelo fato de a responsável não ter agido com dolo ou má-fé em sua conduta irregular.

2.2. Cabe ressaltar que não se torna necessária a comprovação de dolo ou má-fé por parte do responsável para a imputação de responsabilidade mas, tão-somente, de existência de culpa, caracterizada, no caso, pela negligência (falta de cuidado ou de atenção). Os membros da comissão de licitação têm o dever legal de julgar propostas dos licitantes (art. 51 da Lei nº 8.666/93) e, para isso, devem atentar se o processo licitatório contém todos os elementos exigidos em lei para o seu regular processamento. Se ausentes o projeto básico e o orçamento detalhado, os quais são imprescindíveis para o julgamento das propostas de preço, deveria a comissão propor a anulação do certame e não dar-lhe seguimento à margem dos preceitos legais.

2.3. Observe-se também que foi a ausência destes elementos essenciais nos processos licitatórios que possibilitou a falta de controle na execução contratual, conforme se vê nas audiências das Presidentes do Coren/SE à época, Sra. Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (vide item 2 de fl. 548), e Sra. Hortência Maria de Santana Linhares (vide 5.d de fl. 196).

2.4. Dessa forma, deve ser aplicada aos responsáveis arrolados no item acima a multa prevista no art. 58, II, da Lei nº 8.443/92.

3. Outra omissão verificada na proposta do Auditor refere-se ao responsável Sr. Elizano Santos de Assis, em relação ao qual foi proposta a rejeição das justificativas para as irregularidades a ele imputadas (contratação indevida da cooperativa COOPENF sem licitação e direcionamento na condução de convite 02/2003), conforme se vê item 3.1 de fl. 546. Por essa razão, não havendo nos autos excludente de sua culpabilidade, torna-se necessária a aplicação da multa prevista no art. 58 da Lei nº 8.443/92, observada a particularidade descrita ao final do item a seguir.

4. Discordo também do Auditor quanto à proposta consignada na alínea ‘d’ de fl. 600, quanto ao julgamento pela regularidade com ressalvas de contas dos responsáveis identificados nos itens e acima. Isso porque os responsáveis relacionados no item não devem ter suas contas julgadas neste processo, já que não estão sendo responsabilizados por atos irregulares de gestão e nem por atos de que tenham resultado prejuízos ao Erário, mas por atos ilegais praticados na condição de integrantes de comissão de licitação. Já o responsável mencionado no item acima (Sr. Elizano Santos de Assis), praticou ato irregular na condição de presidente do Coren/SE, conforme se vê no ofício de fl. 319, e, por essa razão, deve ter suas contas julgadas irregulares com base artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘b’, da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 19, parágrafo único, da mesma Lei, e deve ser apenado com a multa prevista no art. 58, I, da Lei nº 8.443/92.

5. Por sua vez, diante da rejeição das justificativas apresentadas pela Sra. Hortência Maria de Santana Linhares para as designações dos recintos do Plenário e do auditório da Sede do Coren/SE com nomes de pessoas vivas, conforme item 8.6 de fls. 587/588, cabe também acrescer proposta de determinação corretiva ao Coren/SE para que, se já não o fez, exclua tais designações.

6. Por fim, observo que não se verifica nos autos elementos suficientes para a proposta formulada pelo Auditor na alínea ‘x)’ de fl. 617, no sentido encaminhamento à Seccional da OAB do Estado de Sergipe, para que esta apure os atos que supostamente teriam ensejado conduta relacionada à falta de ética e/ou má-fé no exercício profissional por parte do procurador da Sra. Hortência Maria de Santana Linhares, consoante narrado no subitem 7.1 da instrução (fls.  555 a 559), já que o procurador poderia facilmente alegar mero equívoco na interpretação de excertos de relatórios que fundamentam Acórdãos do Tribunal.

7. Assim, ante as razões expostas, submeto os autos à consideração do Relator, Exmo. Senhor Ministro-Substituto André Luís de Carvalho, ouvindo-se antes a Douta Procuradoria, manifestando-me por que seja acolhida a proposta de mérito formulada às fls. 599 a 617, com as seguintes alterações:

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a) Acréscimo de proposta de aplicação da multa prevista no art. 58, II, da Lei nº 8.443/92, individualmente, aos responsáveis Bárbara Bezerra Tavares (CPF 267.241.625-72), ex-membro de CPL; Silvana Menezes dos Santos, ex-membro de CPL (CPF: 588.268.075-15); Carlos Eduardo Santana (CPF 653.743.475-00), ex-membro de CPL; Ângela Maria Menezes de Souza (CPF 919.116.215-72), ex-membro de CPL; Maria dos Santos (CPF 381.499.155-91), ex-membro de CPL e Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF 556.904.915-00), ex-membro de CPL;

b) alteração da proposta de julgamento constante da alínea ‘d’ de fl. 600 para que conste a seguinte:

‘d) julgar irregulares, nos termos dos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘b’,da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 19, parágrafo único, da mesma Lei, as contas do Sr. Elizano Santos de Assis (CPF 149.438.675-53), ex-presidente e ex-secretário do Coren/SE’;

c) acréscimo de proposta de aplicação de multa ao responsável Elizano Santos de Assis (CPF 149.438.675-53), com fundamento no art. 58, I, da Lei nº 8.443/92;

d) acréscimo de proposta de determinação ao Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe (Coren/SE), para que adote providências, no prazo de 30 dias, no sentido de excluir, se já não o fez, as designações do Plenário com o nome de ‘Enf. Gilberto Linhares Teixeira’ e do Auditório com o nome de ‘Enf. Hortência Maria Santana’, abstendo-se de atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, que tenha sido adquirido, fabricado ou construído com recursos públicos federais ou de utilizar nomes, símbolos e imagens que caracterizem a promoção pessoal de autoridades ou agentes públicos, nos termos dos arts. 1º e 3º da Lei nº 6.454/1977, e art. 37, caput e §1°, da Constituição Federal de 1988;

e) exclusão da proposta formulada pelo Auditor na alínea ‘x)’ de fl. 617.”

8. O MPTCU, representado pelo Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin, em parecer de fls. 622/623, manifestou-se de acordo com a proposta formulada pelo auditor da Secex/SE, com as alterações propostas pelo titular da unidade técnica, discordando, todavia, do julgamento pela irregularidade das contas das entidades Monte & Reinol Advogados Associados, Gomes e Júlio Advogados Associados e da empresa Mondrian Editora e Comunicação Ltda., em vista da inadequação da medida ante a jurisprudência desta Corte de Contas.

É o Relatório.

PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO

A partir de documentos encaminhados pelo juiz federal da 3ª Vara da Seção Judiciária do Estado de Sergipe, esta Casa autuou a representação sob o TC 004.666/2007-0, que foi convertida na presente tomada de contas especial, por intermédio do Acórdão 1.968/2007-Plenário.2. Naqueles autos, a Secex/SE realizou inspeção no Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Sergipe – Coren/SE, ocasião em que apurou inúmeras irregularidades, inclusive constatando a ocorrência de dano aos cofres da entidade, o que deu ensejo nestes autos à realização de citação e audiência de diversos responsáveis, conforme consta do item 2 do Relatório precedente.3. Sem embargo, antes de passar ao exame de mérito deste feito, permito-me reproduzir excertos iniciais do relatório da aludida inspeção, que consta às fls. 1/92 destes autos, com vistas a permitir melhor entendimento do contexto no qual se deram as irregularidades ora em apuração, verbis:

“2.1. As irregularidades trazidas ao conhecimento desta Corte por meio da Justiça Federal e do Ministério Público Federal são bastante graves. Os fatos denunciados relacionam-se às fraudes e crimes cometidos por membros do Conselho Federal de Enfermagem e de alguns dos Conselhos Regionais e foram trazidos à tona em 28/1/2005, quando foi desencadeada, pela Polícia Federal - PF, a Operação Predador. Entre os envolvidos encontravam-se o então Presidente do

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Cofen, Sr. Gilberto Linhares Teixeira, e sua esposa, Sra. Hortência Maria de Santana Linhares, Presidente do Coren/SE, à época dos fatos.

2.2. De acordo com informação contida no sítio do Departamento da Polícia Federal (fls. 143/144), as investigações vinham sendo realizadas, desde 1998, pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF e tiveram início a partir de uma denúncia da ex-Presidente do Cofen, Sra. Maria Lúcia Martins Tavares, que teve um de seus assessores assassinados em 1997. Segundo a PF, os recursos administrados pelo Cofen eram utilizados em compras acobertadas por notas fiscais falsas e os cheques eram depositados em nome de terceiros ou do próprio Presidente da Autarquia e dos conselheiros. A Polícia identificou diversas irregularidades, dentre as quais, a aquisição de jóias, como a de um colar de ouro avaliado em R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), e o pagamento de contas de restaurantes no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Segundo a PF, estima-se que a quadrilha desviou cerca de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) da Autarquia durante o período em que esteve no poder.

2.3. O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra os envolvidos, em vista dos crimes de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crimes contra a lei de licitações. Esta equipe solicitou à Procuradoria da República no Estado de Sergipe, por meio do Dr. Paulo Gustavo Guedes Fontes, os autos daquela denúncia. O relatório de 410 folhas encontra-se arquivado em mídia anexa aos autos. Os principais pontos apresentados por aquele Parquet que apresentam conexão com o Coren/SE, alguns já citados, serão destacados à medida que os achados de inspeção forem sendo apresentados.

2.4. No que se refere à participação da Sra. Hortência Maria de Santana Linhares, a denúncia aponta a compra de produtos superfaturados e fraudes em licitações. Teria ela sido responsável pelo desvio de R$ 2.732.430,00 (dois milhões, setecentos e trinta e dois mil e quatrocentos e trinta reais) do Cofen, enquanto conselheira daquele órgão, no período entre outubro de 1997 e abril de 2000.

2.5. É importante mencionar, ainda, que imbuída nas fraudes atribuídas às administrações do Cofen que se sucederam desde a década de 90 encontra-se a prática de homicídios em apuração.

2.6. A denúncia é bastante substancial e faz menção a laudos periciais e outros elementos de convicção colhidos, que levaram à conclusão da presença da existência de crime e de fortes indícios de autoria a cargo da responsável.

2.7. Em abril de 2005, o Sr. Gilberto Linhares Teixeira foi condenado pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a cumprir a pena de dezenove anos e oito meses de reclusão pelos crimes de peculato, interceptação telefônica clandestina, lavagem de dinheiro e associação criminosa (fls. 145/150).

2.8. Em 6/9/2006, a revista ‘Isto É’ publicou matéria intitulada ‘Crime da Enfermagem’ (fls.153/154), na qual noticia que, mesmo recluso, o Sr. Gilberto Linhares ainda possuía ingerência na administração do Cofen. Segundo a matéria, muitas irregularidades ainda estavam sendo apuradas, como: o reajuste irregular de um contrato de assessoria jurídica firmado com a empresa Monte & Reinol; o pagamento de R$ 960.000,00 (novecentos e sessenta mil reais) em favor da editora Mondrian, pelo recebimento de livros que o Conselho não teria recebido e a compra superfaturada de microcomputadores.

2.9. No âmbito deste Tribunal, o principal processo que se relaciona às irregularidades praticadas durante a gestão do Sr. Gilberto Linhares Teixeira foi autuado como processo de Denúncia — TC 010.299/1997-1. Ao processo principal foram apensados vários outros, parte deles autuados em razão de outras denúncias relativas ao Cofen, e parte em decorrência de pedidos de informação diversos. O grande número de processos apensados e o esforço necessário para seu saneamento fez com que o processo autuado em 1997 fosse julgado somente em julho de 2004.

2.10. A esses fatos fato somaram-se os problemas enfrentados pelo Cofen no período, inclusive um pedido de intervenção federal no Conselho, os problemas de segurança e de acesso às

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informações enfrentados pela equipe de inspeção do Tribunal, as idas e vindas nas apurações dos fatos, e as constantes tramitações dos autos para atendimento aos mais diversos pedidos.

2.11. Nos autos daquele TC, foram apuradas, em síntese, as seguintes irregularidades: admissão de pessoal sem concurso público; gastos abusivos e sem controle com combustível e manutenção de veículos; pagamento concomitante de horas extras e gratificação; despesas irregulares com viagens ao exterior; extravio de processos; fracionamento de despesas e realização de despesas fora da finalidade do Conselho.

2.12. Em 21/7/2004, cerca de seis meses antes de ser deflagrada a Operação Predador, o Plenário deste Tribunal julgou o processo e prolatou o Acórdão 1.011/2004. As razões de justificativas apresentadas pelo Sr. Gilberto Teixeira Linhares foram parcialmente rejeitadas. Naquela ocasião, não foi possível a avaliação adequada da gravidade das irregularidades apuradas, possivelmente devido à ausência de instrumentos que possibilitassem a obtenção de provas mais contundentes. Assim, o Sr. Gilberto Linhares não foi apenado, sendo promovidas, apenas, as determinações corretivas cabíveis.”

4. Como visto, embora os fatos trazidos ao conhecimento do TCU estivessem relacionados com fraudes e crimes cometidos por membros do Cofen, também foram identificados pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Predador, indícios de irregularidades em alguns Conselhos Regionais, dentre eles o Coren/SE, que esteve, de 1º/11/2002 a 27/1/2005, sob a presidência da Sra. Hortência Maria de Santana Linhares, esposa do Sr. Gilberto Linhares Teixeira, ex-presidente do Cofen. 5. Conforme disse ao início, em inspeção realizada nos autos do TC 004.666/2007-0, a equipe da Secex/SE identificou inúmeras irregularidades, as quais alcançaram não só a gestão da referida presidente, mas também a do Sr. Elizano Santos de Assis e das Sras. Louise Maria Holtz Santos de Oliveira e Marli Francisca dos Santos Palmeira. E, dentre essas irregularidades, ora tratadas nesta TCE, destaco, de forma resumida, as que se seguem:5.1. indícios de pagamentos por serviços não executados no âmbito do ajuste celebrado, em 3/5/2004, com a Monte & Reinol Advogados Associados, entre outras irregularidades relacionadas à contratação da referida sociedade por inexigibilidade de licitação;5.2. indícios de superfaturamento nos contratos celebrados, em 7/8/2006, com a sociedade mencionada no item anterior e, em 10/2/2007, com a sociedade Gomes e Júlio Advogados Associados, entre outras irregularidades também relacionadas às contratações;5.3. irregularidades na concessão de passagens aéreas, diárias e auxílios-transporte;5.4. indícios de desvio de recursos configurados a partir de pagamentos pela aquisição de livros e materiais de construção, cujo recebimento e destinação não se comprovou;5.5. realização de despesas com festividades, lanches e refeições, sem amparo legal;5.6. realização de despesas irregulares por conta do 6º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem;5.7. realização de despesas sem fundamentação legal, sem qualquer relação com a finalidade da entidade ou, ainda, sem a devida comprovação de sua efetivação;5.8. irregularidades em processos licitatórios, tais como ausência de projeto básico, de minuta de contrato e de parecer da assessoria jurídica;5.9. irregularidades na contratação da Cooperativa dos Profissionais de Enfermagem, (COOPENF) para realizar atividades finalísticas do Coren/SE;5.10. realização de despesas antieconômicas com o pagamento de serviços dos Correios;5.11. contratação irregular e antieconômica de empresa de táxi para prestar serviços de transporte;5.12. previsão de vantagem contratual não prevista no ato convocatório;5.13. não realização de concurso público para a contratação de pessoal; e5.14. designação indevida de recintos do Coren/SE com nomes de pessoas vivas.

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6. A despeito de terem sido regularmente notificados, as Sras. Silvana Menezes dos Santos, Bárbara Bezerra Tavares, Maria dos Santos, Marli Francisca dos Santos Palmeira, Mirian Christina dos Santos Carvalho e Ângela Maria Menezes de Souza, assim como o Sr. Carlos Eduardo Santana, a sociedade Monte & Reinol Advogados Associados e a empresa Mondrian Editora e Comunicação Ltda. não se manifestaram nos autos, merecendo, então, arcar com os efeitos da revelia, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992. 7. No percuciente exame efetuado na instrução de fls. 541/617, o auditor da Secex/SE concluiu que as alegações de defesa e razões de justificativas apresentadas pelos responsáveis não foram capazes de elidir as irregularidades identificadas, de modo que, em essência, o titular da unidade e o MPTCU acataram essas conclusões, propondo, todavia, alterações no encaminhamento sugerido.8. Registro que o auditor e o secretário da Secex/SE divergem, fundamentalmente, quanto à responsabilização dos membros da comissão de licitação pelas irregularidades que lhes foram atribuídas, especialmente pela ausência, nos processos licitatórios sob sua condução, de projeto básico e de orçamento detalhado em planilhas expressando a composição de custos unitários.9. Quanto a esse aspecto, estou de acordo com o posicionamento do titular da unidade, haja vista que, de fato, não se faz necessária a comprovação de dolo ou má-fé por parte dos responsáveis, mas, tão-somente, a configuração da culpa, caracterizada, nesse caso, pela negligência no dever de zelar pela regular condução do procedimento licitatório.10. Efetivamente não compete à comissão de licitação a elaboração ou a retificação de projeto básico. Todavia não é possível admitir que a comissão adote a postura passiva de dar encaminhamento ao procedimento licitatório, especialmente promovendo o julgamento das propostas, sem a presença de todos os elementos exigidos pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.11. Aliás, não se pode olvidar que a Lei de Licitações e Contratos assegura à CPL, em seu art. 43, § 3º, a faculdade de promover diligências destinadas a esclarecer ou complementar a instrução do processo, em qualquer fase de suas fases.12. Por essas razões, penso não ser adequado acatar a proposta formulada pelo auditor no sentido de afastar a responsabilidade dos membros da comissão de licitação pelas irregularidades que lhes foram imputadas, à exceção daquela atinente ao contrato firmado com a empresa Santana, Araújo & Costa Soluções - Jurídicas Aplicadas, especificamente ao pagamento do equivalente a 20% da verba auferida pelo contratante aos cofres da entidade, pois, nesse caso, a irregularidade refere-se à execução contratual, não podendo ser atribuída à CPL.13. Não é demais reforçar, nesse ponto, que não subsistem, nos dias atuais, quaisquer dúvidas acerca da natureza autárquica dos conselhos de fiscalização das profissões regulamentadas e da sua sujeição à jurisdição desta Corte de Contas, bem como, ainda, da necessidade de submissão aos princípios constitucionais e do seu dever de observância do devido processo licitatório e de realização de concursos públicos.14. Quanto à contratação de pessoal efetuada pelo Coren/SE no exercício de 2003, destaco que a unidade técnica apurou as seguintes irregularidades: o edital do processo seletivo foi publicado apenas no Diário Oficial do Estado de Sergipe e não no Diário Oficial da União; não foram fixados critérios objetivos para a avaliação e seleção dos candidatos; não foram especificados o conteúdo programático, as datas, a forma de realização da prova de conhecimentos e os critérios de correção e pontuação das avaliações; não foi facultada aos candidatos a possibilidade de eventual interposição de recursos contra os atos da comissão; e, ainda, foram incluídas fases subjetivas no processo, como análise curricular, sendo que, no caso dos advogados, também houve a inclusão de item referente à “análise da pretensão salarial”.15. É pacífica a jurisprudência do TCU no sentido de que é irregular a contratação de pessoal, pelos conselhos de fiscalização profissional, sem concurso público, a partir de 18/5/2001, data da publicação no Diário da Justiça da deliberação do Supremo Tribunal Federal acerca do julgamento do mérito do Mandado de Segurança nº 21.797-9.16. No caso em exame, concordo com os posicionamentos exarados nos autos de que a seleção

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promovida pelo Coren/SE não se revestiu das formalidades legais do concurso público, afrontando, de forma visível, os princípios da publicidade e da legalidade.17. Noto que, dos onze empregados contratados em decorrência do referido processo seletivo, seis já não mais trabalhavam na entidade à época da realização da inspeção, em 2007. Sem embargo, em consonância com o encaminhamento adotado por esta Casa em situações similares (ex vi Acórdãos 936/2006, 1.203/2007 e 2.335/2008 do Plenário; Acórdãos 2.539/2005, 1.618/2007 e 1.049/2008 da 1ª Câmara; e Acórdão 5.456/2008 da 2ª Câmara), julgo adequado expedir determinação ao Coren/SE para que, no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da ciência desta deliberação, adote providências com vistas a cumprir o art. 37, inciso II, da Constituição Federal e a Súmula nº 231 da Jurisprudência do TCU, promovendo concurso público com o objetivo de substituir os funcionários ilegalmente contratados a partir de 18/5/2001 e rescindindo, em consequência, os respectivos contratos de trabalho.18. Enfim, ressalto que os atos tratados nesta TCE – particularmente aqueles atribuídos às Sras. Hortência Maria Santana Linhares, Marli Francisca dos Santos Palmeira, Louise Maria Holtz Santos de Oliveira, Zilda Maria da Silva e Mirian Christina dos Santos Carvalho – mostram-se bastante graves e apontam para o desvio de recursos dos cofres da entidade, o que enseja a inabilitação dessas responsáveis para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança na Administração Pública Federal, pelo prazo de 8 (oito) anos, nos termos do art. 60 da Lei nº 8.443, de 1992.19. Acolhendo, desse modo, como razões de decidir, o exame de mérito realizado pelo auditor da Secex/SE, pugno pelo acatamento da proposta oferecida, com algumas das alterações sugeridas pelo titular da unidade técnica e também pelo MPTCU, e demais ajustes que considero pertinentes, inclusive com a exclusão de valores de débito insignificantes para os quais não foi indicada a respectiva data de atualização.20. Por fim, registro que o Exmo. Sr. Procurador da República Paulo Gustavo Guedes Fontes informou a este Tribunal que já poderia ser levantado o sigilo do procedimento levado a efeito por esta Casa, razão pela qual submeto estes autos à apreciação do Plenário em sessão ostensiva.

Nesse sentido, manifesto-me por que seja adotado o Acórdão que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões, em 9 de fevereiro de 2011.

ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO Relator

ACÓRDÃO Nº 310/2011 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 002.817/2008-6. 2. Grupo II – Classe IV – Assunto: Tomada de Contas Especial.3. Responsáveis: Hortência Maria Santana Linhares (CPF 217.091.305-04); Zilda Maria da Silva (CPF 400.440.505-00); Marli Francisca dos Santos Palmeira (CPF 361.629.225-53); Mirian Christina dos Santos Carvalho (CPF 425.172.145-49); Louise Maria Holtz Santos de Oliveira (CPF 169.862.025-04); Bárbara Bezerra Tavares (CPF 267.241.625-72); Silvana Menezes dos Santos (CPF 588.268.075-15); Carlos Eduardo Santana (CPF 653.743.475-00); Ângela Maria Menezes de Souza (CPF 919.116.215-72); Maria dos Santos (CPF 381.499.155-91); Kátia Vieira Gomes Ferreira (CPF 556.904.915-00); Elizano Santos de Assis (CPF 149.438.675-53); Mondrian Editora e

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Comunicação Ltda. (CNPJ 01.715.405/0001-79); Monte & Reinol Advogados Associados (CNPJ 04.125.089/0001-73); Gomes e Júlio Advogados Associados (CNPJ 07.036.091/0001-64).4. Entidade: Conselho Regional de Enfermagem em Sergipe – Coren/SE.5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho.6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin.7. Unidade: Secex/SE.8. Advogados constituídos nos autos: Antônio Correia Matos (OAB/SE 1.955); Claudinei dos Santos Pereira (OAB/SE 4.372); Leão Magno Brasil Junior (OAB/SE 2.825); Emanuel Messias Barboza Moura Júnior (OAB/SE 2.851); Fábio Rosa Rodrigues (OAB/SE 3.510); Emanuel Messias Oliveira Cacho (OAB/SE 207-B); Vânia Maria Barros Andrade (OAB/SE 4.776); e Kleber Renisson Nascimento dos Santos (OAB/SE 2.473).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos da tomada de contas especial convertida por meio do Acórdão 1.968/2007-Plenário, a partir de representação autuada, sob o TC 004.666/2007-0, a partir de documentos encaminhados a este Tribunal pelo juiz federal da 3ª Vara da Seção Judiciária do Estado de Sergipe, Exmo. Sr. Edmilson da Silva Pimenta, com vistas a apurar indícios de irregularidades praticados no Conselho Regional de Enfermagem daquele Estado – Coren/SE.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. considerar revéis, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os seguintes responsáveis: Marli Francisca dos Santos Palmeira, Mirian Christina dos Santos Carvalho, Bárbara Bezerra Tavares, Silvana Menezes dos Santos, Carlos Eduardo Santana, Ângela Maria Menezes de Souza, Maria dos Santos, Monte & Reinol Advogados Associados e Mondrian Editora e Comunicação Ltda.;

9.2. rejeitar as razões de justificativas e/ou alegações de defesa apresentadas pelos seguintes responsáveis: Hortência Maria Santana Linhares, Zilda Maria da Silva, Louise Maria Holtz Santos de Oliveira, Kátia Vieira Gomes Ferreira, Elizano Santos de Assis e Gomes e Júlio Advogados Associados;

9.3. julgar irregulares, nos termos dos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas “b” e “c”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 19, da mesma Lei e com os arts. 1º, inciso I, e 209, inciso III, do RITCU, as contas dos seguintes responsáveis: Hortência Maria Santana Linhares, Zilda Maria da Silva, Marli Francisca dos Santos Palmeira, Mirian Christina dos Santos Carvalho, Louise Maria Holtz Santos de Oliveira;

9.4. julgar irregulares, nos termos dos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “b”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 19, da mesma Lei e com os arts. 1º, inciso I, e 209, inciso II, do RITCU, as contas dos seguintes responsáveis: Bárbara Bezerra Tavares, Silvana Menezes dos Santos, Carlos Eduardo Santana, Ângela Maria Menezes de Souza, Maria dos Santos, Kátia Vieira Gomes Ferreira e Elizano Santos de Assis;

9.5. condenar Hortência Maria Santana Linhares e Monte & Reinol Advogados Associados, solidariamente, ao pagamento da quantia de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais), atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora calculados a partir de 30/6/2004 até a efetiva quitação do débito, fixando-lhes o prazo de (15) quinze dias, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 216 do RITCU;

9.6. condenar Marli Francisca dos Santos Palmeira, Mirian Christina dos Santos Carvalho e Monte & Reinol Advogados Associados, solidariamente, ao pagamento das quantias relacionadas a seguir, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das datas indicadas até a efetiva quitação do débito, fixando-lhes o prazo de (15) quinze dias, para que

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comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 216 do RITCU:

DATA VALOR (R$)17/10/2006 8.720,0010/10/2006 8.720,0009/11/2006 8.720,0012/12/2006 8.720,0008/01/2007 8.720,0008/02/2007 8.720,00

9.7. condenar Marli Francisca dos Santos Palmeira e Mirian Christina dos Santos Carvalho, solidariamente, ao pagamento das quantias relacionadas a seguir, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das datas indicadas até a efetiva quitação do débito, fixando-lhes o prazo de (15) quinze dias, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 216 do RITCU:

DATA VALOR (R$)17/08/2006 784,0403/08/2006 1.971,4003/11/2006 684,5405/10/2006 1.886,8022/12/2005 245,0023/01/2006 325,0030/03/2006 373,0008/05/2006 177,0025/05/2006 420,0019/06/2006 1.900,0005/07/2006 847,0031/07/2006 567,0013/10/2006 673,4227/10/2006 239,4011/12/2006 550,0029/12/2006 1.170,0013/12/2006 1.220,0029/12/2006 3.891,0006/09/2006 174,7020/09/2006 6.445,0807/12/2006 924,00

9.8. condenar Marli Francisca dos Santos Palmeira, Mirian Christina dos Santos Carvalho e Gomes e Júlio Advogados Associados, solidariamente, ao pagamento das quantias relacionadas a seguir, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das datas indicadas até a efetiva quitação do débito, fixando-lhes o prazo de (15) quinze dias, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 216 do RITCU:

DATA VALOR (R$)

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03/04/2007 8.720,0002/05/2007 8.720,0009/05/2007 8.720,00

9.9. condenar Marli Francisca dos Santos Palmeira, Mirian Christina dos Santos Carvalho e Mondrian Editora e Comunicação Ltda., solidariamente, ao pagamento da quantia de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora a partir de 4/1/2006, fixando-lhes o prazo de (15) quinze dias, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 216 do RITCU;

9.10. condenar Hortência Maria Santana Linhares e Zilda Maria da Silva, solidariamente, ao pagamento das quantias relacionadas a seguir, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das datas indicadas até a efetiva quitação do débito, fixando-lhes o prazo de (15) quinze dias, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 216 do RITCU:

DATA VALOR (R$) 21/12/2002 955,0903/04/2003 22,5015/04/2003 33,4007/04/2003 39,2024/04/2003 344,0015/05/2003 344,0014/05/2003 37,8030/05/2003 19,5004/06/2003 20,5011/06/2003 23,0018/06/2003 56,9018/06/2003 6.450,0005/07/2003 20,9031/07/2003 6.020,0005/08/2003 112,9416/08/2003 21,7816/08/2003 38,4019/08/2003 15,6030/08/2003 136,1806/08/2003 712,8013/08/2003 225,0021/09/2003 46,2005/09/2003 16,8005/09/2003 24,4006/09/2003 34,7607/09/2003 23,0007/09/2003 44,5008/09/2003 16,0009/09/2003 89,0010/09/2003 32,8911/09/2003 13,0014/09/2003 54,0011/09/2003 10,2013/09/2003 70,27

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DATA VALOR (R$) 05/09/2003 61,6012/09/2003 12,7906/09/2003 53,4701/09/2003 33,2021/09/2003 63,8508/09/2003 15,0006/09/2003 34,5014/09/2003 8,6007/09/2003 83,2010/09/2003 23,0007/09/2003 41,5708/09/2003 94,9306/07/2003 46,2414/09/2003 60,9801/09/2003 735,0030/08/2003 850,0029/08/2003 900,0012/09/2003 2.976,6012/09/2003 39,8604/10/2003 20,0209/10/2003 66,0813/10/2003 13,3007/10/2003 20,0015/12/2003 18,5018/12/2003 22,0026/12/2003 17,4523/12/2003 2.291,0023/03/2004 17,6019/02/2004 28,4003/03/2004 24,3104/03/2004 24,1008/03/2004 48,8018/03/2004 27,6830/03/2004 14,0823/03/2004 17,6029/03/2004 49,1827/03/2004 190,0022/04/2004 25,0001/04/2004 1.460,0003/04/2004 251,3007/04/2004 363,0017/04/2004 248,4005/05/2004 416,7910/05/2004 1.295,0013/05/2004 11,9013/05/2004 5.817,9207/06/2004 42,8008/06/2004 14,7013/07/2004 15,2913/07/2004 160,7017/07/2004 71,0019/07/2004 11,90

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DATA VALOR (R$) 07/08/2004 62,0014/08/2004 85,0024/08/2004 44,9804/09/2004 62,0011/09/2004 81,9018/09/2004 82,0001/10/2004 300,0005/10/2004 1.230,5021/10/2004 44,8022/10/2004 35,3029/10/2004 26,0027/10/2004 370,8624/11/2004 14,0022/11/2004 19,8030/11/2004 47,8030/11/2004 13,0001/12/2004 19,0003/12/2004 35,8007/12/2004 45,9017/01/2005 13,5018/01/2005 15,0026/01/2005 7,0027/01/2005 9,0028/01/2005 32,7028/01/2005 44,7013/02/2003 1.114,0022/04/2003 511,1714/07/2003 1.774,4508/08/2003 302,0413/08/2003 302,0425/08/2003 1.774,4825/08/2003 1.774,4825/08/2003 1.774,4825/08/2003 1.774,4825/08/2003 1.774,4810/12/2003 1.897,2023/12/2003 156,1523/03/2004 1.264,8029/03/2004 2.202,2531/03/2004 2.108,0028/04/2004 3.171,2431/05/2004 3.171,9319/08/2004 2.205,4019/08/2004 882,1615/09/2004 4.048,0008/10/2004 4.410,8018/10/2004 1.158,3506/12/2004 2.646,4809/12/2004 2.205,4003/12/2004 6.616,2014/01/2005 3.087,5626/01/2005 3.528,78

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DATA VALOR (R$) 05/01/2005 737,3715/07/2003 1.950,0021/08/2003 110,6410/07/2003 750,0004/08/2003 5.500,0022/08/2003 4.200,0020/08/2003 30,0017/09/2003 250,0009/09/2003 70,0026/08/2003 26,0004/09/2003 4,0004/09/2003 15,0004/09/2003 1,5004/09/2003 2,0004/09/2003 20,0009/09/2003 15,5008/09/2003 200,0008/09/2003 10,0008/08/2003 2.000,0002/09/2003 2.700,0012/09/2003 995,0002/09/2003 1.560,0004/09/2003 100,0004/09/2003 70,0004/09/2003 200,0006/09/2003 68,0009/09/2003 7,0008/09/2003 840,0016/09/2003 260,0026/08/2003 100,0002/06/2003 1.281,9902/06/2003 163,0002/06/2003 3.550,0009/06/2003 105,0012/06/2003 392,8012/06/2003 326,0013/06/2003 297,6917/06/2003 234,0017/06/2003 923,8017/06/2003 102,7017/06/2003 263,0017/06/2003 155,0023/06/2003 1.063,6223/06/2003 64,0023/06/2003 217,9026/06/2003 839,5002/07/2003 273,2615/07/2003 132,0017/07/2003 198,2806/10/2003 169,6327/10/2003 158,7623/12/2003 76,80

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DATA VALOR (R$) 13/02/2004 1.095,0019/02/2004 725,5005/03/2004 580,0016/03/2004 391,5016/03/2004 352,1508/04/2004 131,6606/01/2005 917,8006/01/2005 700,0006/01/2005 3.271,3811/01/2005 3.609,8211/01/2005 9.233,1817/01/2005 5.125,0218/01/2005 1.869,0518/01/2005 1.783,1715/05/2003 4.200,0015/05/2003 900,0015/05/2003 500,0015/05/2003 1.950,0006/06/2003 1.476,0019/09/2003 7.800,0019/09/2003 3.507,0021/02/2003 4.687,5030/03/2004 6.123,0030/04/2004 4.165,0017/08/2004 4.800,0017/08/2004 5.250,0024/112004 5.250,0007/04/2004 3.150,0013/04/2004 5.976,0008/10/2004 3.500,0027/10/2004 7.900,0019/02/2004 890,1019/03/2003 80,0019/03/2004 60,0009/08/2003 35,0018/02/2004 20,0016/07/2003 84,0005/08/2003 10,0017/09/2003 37,0025/03/2004 342,0019/03/2004 200,0031/03/2004 490,0009/12/2004 99,0006/01/2005 10.846,50

9.11. condenar Louise Maria Holtz Santos de Oliveira e Zilda Maria da Silva, solidariamente, ao pagamento das quantias relacionadas a seguir, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das datas indicadas até a efetiva quitação do débito, fixando-lhes o prazo de (15) quinze dias, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 216 do RITCU:

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DATA VALOR (R$)07/03/2005 4.345,0018/03/2005 1.364,3320/09/2005 684,12

9.12. aplicar, individualmente, aos responsáveis relacionados a seguir a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 267 do RITCU, no valor indicado, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional (art. 214, inciso III, alínea “a”, do RITCU), atualizada monetariamente na forma da legislação em vigor:

9.12.1. Hortência Maria Santana Linhares: R$ 30.000,00 (trinta mil reais);9.12.2. Marli Francisca dos Santos Palmeira: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);9.12.3. Louise Maria Holtz Santos de Oliveira: R$ 5.000,00 (cinco mil reais);9.12.4. Zilda Maria da Silva: R$ 30.000,00 (trinta mil reais);9.12.5. Mirian Christina dos Santos Carvalho: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);9.12.6. Monte & Reinol Advogados Associados: R$ 10.000,00 (dez mil reais);9.12.7. Gomes e Júlio Advogados Associados: R$ 3.000,00 (três mil reais);9.12.8. Mondrian Editora e Comunicação Ltda.: R$ 10.000,00 (dez mil reais);

9.13. aplicar, individualmente, aos responsáveis relacionados a seguir a multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 268, inciso II, do RITCU, no valor indicado, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional (art. 214, inciso III, alínea “a”, do RITCU), atualizada monetariamente na forma da legislação em vigor:

9.13.1. Bárbara Bezerra Tavares: R$ 5.000,00 (cinco mil reais);9.13.2. Carlos Eduardo Santana: R$ 5.000,00 (cinco mil reais);9.13.3. Elizano Santos Assis: R$ 5.000,00 (cinco mil reais);9.13.4. Silvana Menezes dos Santos: R$ 3.000,00 (três mil reais);9.13.5. Ângela Maria Menezes de Souza: R$ 3.000,00 (três mil reais);9.13.6. Maria dos Santos: R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais);9.13.7. Kátia Vieira Gomes Ferreira: R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais);

9.14. autorizar, desde já, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, e no art. 217 do RITCU, o parcelamento das dívidas a que se referem os itens 9.5 a 9.13 deste Acórdão em até (24) vinte e quatro prestações mensais e sucessivas, caso requerido;

9.15. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas a que se referem os itens 9.5 a 9.13 deste Acórdão, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992;

9.16. considerar graves as infrações cometidas por Hortência Maria Santana Linhares, Marli Francisca dos Santos Palmeira, Louise Maria Holtz Santos de Oliveira, Zilda Maria da Silva e Mirian Christina dos Santos Carvalho, e inabilitá-las para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança na Administração Pública Federal, pelo prazo de 8 (oito) anos, nos termos do art. 60 da Lei nº 8.443, de 1992;

9.17. determinar ao Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe que:9.17.1. no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da ciência desta deliberação, adote

providências com vistas a cumprir o art. 37, inciso II, da Constituição Federal e a Súmula nº 231 da Jurisprudência do TCU, promovendo concurso público com o objetivo de substituir os funcionários ilegalmente contratados a partir de 18/5/2001 e rescindindo, em consequência, os respectivos contratos de trabalho;

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9.17.2 ao final do prazo fixado no item precedente, envie relatório circunstanciado à Secex/SE, devidamente acompanhado de documentação que ateste o cumprimento da determinação constante do item anterior;

9.17.3. adote providências, no prazo de 30 (trinta) dias, se ainda não o fez, no sentido de excluir as designações do Plenário com o nome de “Enf. Gilberto Linhares Teixeira” e do Auditório com o nome de “Enf. Hortência Maria Santana”, abstendo-se de atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, que tenha sido adquirido, fabricado ou construído com recursos públicos federais ou de utilizar nomes, símbolos e imagens que caracterizem a promoção pessoal de autoridades ou agentes públicos, nos termos dos arts. 1º e 3º da Lei nº 6.454, de 1977, e art. 37, caput e §1°, da Constituição Federal de 1988;

9.18. encaminhar cópia do Acórdão ora proferido, acompanhado do Relatório e Proposta de Deliberação que o fundamenta:

9.18.1. aos Srs. Antônio José Machado Oliveira, Guilherme Diangellis Gomes, Kátia Vieira Gomes Ferreira, Maria Angélica Nunes Bezerra e Rosalvo dos Santos;

9.18.2. ao juízo da 3º Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Sergipe;9.18.3. à Controladoria-Regional da União no Estado de Sergipe;9.18.4. à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados; e9.18.5. ao Procurador-Chefe da República no Estado de Sergipe, com fundamento no

art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443, de 1992, e, ainda, ao Exmo. Procurador da República no mesmo Estado Paulo Gustavo Guedes Fontes.

10. Ata n° 4/2011 – Plenário.11. Data da Sessão: 9/2/2011 – Ordinária.12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0310-04/11-P.

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13. Especificação do quorum:13.1. Ministros presentes: Benjamin Zymler (Presidente), Valmir Campelo, Walton Alencar Rodrigues, Ubiratan Aguiar, Augusto Nardes, Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, José Jorge e José Múcio Monteiro.13.2. Ministros-Substitutos presentes: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa, André Luís de Carvalho (Relator) e Weder de Oliveira.

(Assinado Eletronicamente)BENJAMIN ZYMLER

(Assinado Eletronicamente)ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

Presidente Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)LUCAS ROCHA FURTADO

Procurador-Geral

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