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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA COORDENADORIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE NATAL ABRIL DE 2013

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA

COORDENADORIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE

SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL

VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS

A AGROTÓXICOS

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DO RIO GRANDE DO

NORTE

NATAL

ABRIL DE 2013

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 3

1. ESTRUTURA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE E DA REDE DE ATENÇÃO .. 4

1.1. ORGANOGRAMA DA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE........................................................... 4

1.2. VIGILÂNCIA EM SAÚDE .......................................................................... 6

1.2.1. SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL

(SUVAM).............................................................................................................. 6

1.2.2. SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

(SUVIGE) ............................................................................................................. 7

1.2.3. SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (SUVISA)

.....................................................................................................................9

1.2.4. CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

(CEREST) .......................................................................................................... 10

1.3. REDE DE ATENÇÃO ................................................................................ 12

1.3.1. SUBCOORDENADORIA DE AÇÕES DE SAÚDE (SUAS) ............. 12

1.3.2. COORDENADORIA DE OPERAÇÕES DE HOSPITAIS E

UNIDADES DE REFERÊNCIA (COHUR) ...................................................... 13

1.4. REDE DE APOIO ....................................................................................... 14

1.4.1. CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS (CIT)............. 14

1.4.2. LABORATÓRIO CENTRAL DR. ALMINO FERNANDES

(LACEN) ............................................................................................................ 15

1.4.3. SUBCOORDENADORIA DE INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E

COMUNICAÇÃO (SIEC) ................................................................................. 16

2. CONSUMO DE AGROTÓXICOS NO TERRITÓRIO ................................... 17

3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE ........................................................... 20

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 22

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APRESENTAÇÃO

A exposição humana a agrotóxicos é um importante problema de saúde pública,

pois causa diversas doenças e agravos. Nesse sentido, têm sido definidas ações de

Vigilância em Saúde, a fim de melhorar a situação de saúde da população, pela

eliminação e/ou atenuação dos riscos associados à exposição aos agrotóxicos.

Atendendo às orientações da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental

(CGVAM) do Ministério da Saúde e com o objetivo de implantar a Vigilância em

Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos no Rio Grande do Norte, a Secretaria de

Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP/RN) elaborou o presente

documento, que contém um diagnóstico da situação dos agrotóxicos no estado. O grupo

de trabalho responsável pela elaboração do diagnóstico foi oficializado por meio da

Portaria nº 86/GS-SESAP, de 13 de março de 2013.

Este diagnóstico servirá como uma ferramenta de orientação para a construção

do plano de ações relativo à Vigilância em Saúde de Populações Expostas a

Agrotóxicos. Ressalta-se que, atendendo à Portaria nº 2.938, de 20 de dezembro de

2012, recursos orçamentários do Fundo Nacional de Saúde foram repassados ao Fundo

Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte, a fim de fortalecer a implantação dessa área

técnica. A utilização de tais recursos será descrita no plano de ação.

Seguindo as propostas feitas pelos grupos de trabalho do Seminário “Estratégias

de Implementação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos”

(realizado em Brasília, nos dias 4 e 5 de dezembro de 2012), os assuntos abordados

neste diagnóstico são os seguintes: estrutura da Vigilância em Saúde e da Rede de

Atenção; informações sobre o consumo de agrotóxicos no território e análise da situação

de saúde relativa aos agrotóxicos no estado.

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1. ESTRUTURA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE E DA REDE DE ATENÇÃO

1.1. ORGANOGRAMA DA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE

Na figura 1, é mostrada a estrutura dos setores pertencentes à Secretaria de

Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte. Mais informações sobre alguns

desses setores serão apresentadas nos tópicos seguintes.

Figura 1: Organograma da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte.

Os 167 municípios do estado são distribuídos em Unidades Regionais de Saúde

Pública (URSAPs), conforme mostra a figura 2. As URSAPs fazem parte da SESAP e

são responsáveis por apoiar tecnicamente os municípios de sua jurisdição na execução

das ações de saúde. A figura 3 mostra outra divisão dos municípios do estado, por

região de saúde, que difere da divisão em URSAPs. Estas são unidades administrativas,

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enquanto as regiões de saúde são regiões sanitárias que devem ser consideradas na

análise dos problemas referentes à saúde, atendendo à diretriz de regionalização que

consta no Pacto pela Saúde.

Figura 2: Mapa das regionais de saúde do Rio Grande do Norte, com suas respectivas sedes. Fonte:

SESAP/RN.

Figura 3: Mapa das regiões de saúde do Rio Grande do Norte. Fonte: SESAP/RN.

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1.2. VIGILÂNCIA EM SAÚDE

1.2.1. SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL

(SUVAM)

A Subcoordenadoria de Vigilância Ambiental (SUVAM) é responsável pelos

seguintes setores: fatores de risco não biológicos, fatores de risco biológicos (endemias

e zoonoses), cartografia e Núcleo de Entomologia do Rio Grande do Norte (NERN). O

setor de fatores de risco não biológicos coordena as seguintes áreas técnicas: Vigilância

da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA), Vigilância em Saúde

Ambiental Relacionada aos Riscos Decorrentes de Desastres (VIGIDESASTRES) e

Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos (VIGIPEQ).

Os seguintes componentes constituem o VIGIPEQ: a) exposição humana a áreas

contaminadas por contaminantes químicos (VIGISOLO); b) exposição humana a

poluentes atmosféricos (VIGIAR) e c) exposição humana a substâncias químicas

prioritárias: agrotóxicos, amianto, benzeno, chumbo e mercúrio (VIGIQUIM). Este

último componente visa o conhecimento, a detecção e o controle dos fatores ambientais

de risco à saúde, com foco em contaminantes químicos prioritários, como os

agrotóxicos.

Embora a área específica de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a

Agrotóxicos esteja inserida no VIGIPEQ, é importante a atuação em conjunto com as

áreas VIGIAGUA e VIGIDESASTRES no que se refere à exposição aos agrotóxicos.

Ademais, a Vigilância Ambiental tem um papel de articulador frente aos demais setores,

a fim de congregar atividades intra e intersetoriais (internas e externas ao setor saúde,

respectivamente) na promoção da saúde de populações expostas a agrotóxicos.

O VIGIQUIM apresenta os seguintes objetivos específicos:

Identificar e caracterizar a população exposta a químicos ambientais de

interesse à saúde pública;

Monitorar a população exposta a químicos ambientais de interesse à saúde

pública;

Detectar e controlar os fatores de risco à saúde humana relacionados a

químicos ambientais de interesse à saúde pública.

Fazem parte da operacionalização da Vigilância em Saúde Ambiental

relacionada aos agrotóxicos: identificação de áreas de risco, caracterização ocupacional

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e ambiental das áreas de interesse, identificação de população exposta, proposição de

medidas de controle e eliminação dos riscos à saúde.

1.2.2. SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

(SUVIGE)

Os setores da Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (SUVIGE) que

serão envolvidos no desenvolvimento das ações de Vigilância em Saúde de Populações

Expostas a Agrotóxicos e suas respectivas funções são os seguintes:

SINAN: realizar acompanhamento das notificações de intoxicações exógenas

através de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação

(SINAN), bem como a verificação de duplicidades, incompletudes e

inconsistências dos casos notificados.

Núcleos Hospitalares de Epidemiologia: realizar capacitação dos

profissionais dos núcleos hospitalares de epidemiologia, a fim reduzir o

problema da subnotificação e do preenchimento inadequado das fichas de

notificações de intoxicações exógenas.

A tabela 1 mostra as notificações de intoxicações exógenas, segundo Unidade de

Saúde notificadora, no Rio Grande do Norte, em 2012. A figura 4, por sua vez, mostra o

fluxo de informações relativas às intoxicações por agrotóxicos no âmbito da

SESAP/RN.

Tabela 1: Notificações de intoxicações exógenas, segundo Unidade de Saúde notificadora, no Rio Grande do Norte, em 2012. UNIDADE DE SAÚDE NOTIFICADORA NOTIFICAÇÕES AFURN 1 CASA PSF III 1 CENTRO DE REFERENCIA EM SAUDE DO TRABALHADOR

1

CENTRO DE SAUDE DE AUGUSTO SEVERO 1 CENTRO DE SAUDE DE LAGOA DANTA 1 CENTRO DE SAUDE FEITOSA CONFESSOR 1 HOSPITAL ANTONIO MARTINS 1 HOSPITAL COLONIA DR JOAO MACHADO 1 HOSPITAL DA MULHER PARTEIRA MARIA CORREIA 1 HOSPITAL DO SERIDO 1 HOSPITAL DOS PESCADORES 18 HOSPITAL DR JOSE PEDRO BEZERRA 15

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HOSPITAL DR MARIANO COELHO 66 HOSPITAL DR PERCILIO ALVES DE OLIVEIRA 41 HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO 114 HOSPITAL INFANTIL VARELA SANTIAGO 1 HOSPITAL MARIA ALICE FERNANDES 47 HOSPITAL MAT ETELVINA V DE MELO 1 HOSPITAL MATERNIDADE DR CARLINDO DANTAS 1 HOSPITAL MATERNIDADE GUIOMAR FERNANDES 2 HOSPITAL MATERNIDADE MARIA VICENCIA DE SOUZA 29 HOSPITAL MATERNIDADE SARA KUBITSCHERK 3 HOSPITAL REGIONAL DE JOAO CAMARA 35 HOSPITAL REGIONAL DEOCLECIO MARQUES DE LUCENA

11

HOSPITAL REGIONAL DO SERIDO 48 HOSPITAL REGIONAL DR AGUINALDO PEREIRA 1 HOSPITAL REGIONAL DR TARCISIO DE VASCONCELOS MAIA

49

HOSPITAL REGIONAL HELIO MORAIS MARNHO 9 HOSPITAL REGIONAL LINDOLFO GOMES VIDAL 10 HOSPITAL REGIONAL NELSON INACIO DOS SANTOS 8 HOSPITAL REGIONAL PROF DR GETULIO O SALES 92 NATAL HOSPITAL CENTER 1 PAPI 1 POSTO DE SAUDE COHAB 1 POSTO DE SAUDE DE PONTA DO MEL 1 POSTO DE SAUDE IPESALINOPOLIS 1 POSTO DE SAUDE MUNICIPAL S J CAMPESTRE 6 PSF 2 SAO FRANCISCO 3 UBS DR CELSO DANTAS FILHO 1 UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA JANUNCIO AFONSO 2 UNIDADE MATERNO INFANTIL DE EQUADOR 1 UNIDADE MISTA DE SAUDE MARIA JOSE LAURENTINO BEZERRIL

1

UNIDADE MISTA DR SILVIO ROM DE LUCENA 1 UNIDADE PSF CENTRO 2 UPA CONCHECITA CIARLINI 31 UPA TARCIZIO DE VASCONCELOS MAIA 53 VIGILANCIA A SAUDE 1 Total 718 Fonte: SINAN-SUVIGE/CPS/SESAP-RN. Dados sujeitos a revisão. Data: 05/02/2012.

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Figura 4: Fluxo de informações relativas às intoxicações por agrotóxicos no âmbito da SESAP/RN.

1.2.3. SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

(SUVISA)

A Anvisa iniciou, em 2001, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos

em Alimentos (PARA) com o objetivo de avaliar continuamente os níveis de resíduos

de agrotóxicos nos alimentos in natura que chegam à mesa do consumidor.

A Anvisa, na esfera federal, coordena o programa e as vigilâncias sanitárias dos

estados participantes, que realizam os procedimentos de coleta dos alimentos nos

supermercados e de envio aos laboratórios para identificação dos: a) resíduos que

podem causar dano à saúde porque excederam os limites máximos estabelecidos em

legislação e b) resíduos que podem causar dano à saúde porque são agrotóxicos não

autorizados para aquele determinado alimento.

As análises são centralizadas, isto é, as amostras são encaminhadas para

laboratórios cadastrados e pré-definidos por tipo de cultura. Assim, todas as coletas do

país de um tipo de cultura são encaminhadas para o mesmo laboratório assegurando o

mesmo padrão metodológico das análises.

A adesão por estado é voluntária e a vigilância sanitária do estado do Rio

Grande do Norte (SUVISA) ingressou no PARA em 2008, sempre com foco na análise

de agrotóxicos em alimentos, se co-responsabilizando pela coleta e envio das amostras e

divulgação anual dos dados locais para sociedade civil.

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Como parte complementar no estudo dos agrotóxicos, o Instituto de Defesa

Inspeção Agropecuária do RN (IDIARN) é o órgão competente para fiscalizar o uso dos

agrotóxicos nas plantações hortifrutigranjeiros no RN, além do correto armazenamento,

exposição, comercialização e destinação de embalagens vazias. Ainda nesse contexto, o

IDIARN iniciou em nível local o estudo dos agrotóxicos em alimentos. O projeto

intitulado PARARN igualmente realiza coleta de amostras de culturas alimentares e

encaminha para análise laboratorial.

Quanto à Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, a

SUVISA pode contribuir por intermédio dos setores de alimentos e produtos. O Setor de

Alimentos é o responsável pela coleta das amostras e, através do processo de

rastreabilidade, é possível identificar o local/produtor onde foi produzida a cultura que

apresentou resultado insatisfatório.

A partir do recebimento de denúncia de intoxicação exógena pela SUVIGE ou

na URR, o Setor de Produtos da SUVISA pode participar verificando se o produto

identificado como agente tóxico é regulamentado pela ANVISA. Em caso positivo,

procederá encaminhando-o para análise no LACEN.

Por fim, ressalta-se que não compete à SUVISA o poder de autuação do

produtor irregular, condição essa reservada ao IDIARN. Do mesmo modo, caso no

produto agente tóxico não seja da saúde, a SUVISA encaminhará para o órgão

competente.

1.2.4. CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

(CEREST)

O Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST constitui

um pólo irradiador da cultura especializada, subtendida na relação processo de trabalho

x processo saúde/doença, assumindo a função de suporte técnico e científico deste

campo do conhecimento. Suas ações são articuladas aos demais serviços da rede SUS,

orientando-os e fornecendo retaguarda às suas práticas, de forma que os agravos à saúde

relacionados ao trabalho possam ser atendidos em todos os níveis de atenção do SUS,

de forma integral e hierarquizada.

No Rio Grande do Norte, existem atualmente quatro CEREST, um estadual e

três regionais, situados nas cidades de Natal, Mossoró e Caicó. O CEREST estadual

atua segundo o princípio da desconcentração de ações que são desenvolvidas pelas

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regionais de saúde – URSAP, sediadas nos municípios de São José do Mipibú,

Mossoró, João Câmara, Caicó, Santa Cruz e Pau dos Ferros. Os técnicos das URSAPs

atuam em unidades especializadas denominadas Núcleos Regionais de Saúde do

Trabalhador – NURSAT, cuja missão é desenvolver as ações de Saúde do Trabalhador

na região.

A equipe técnica do CEREST estadual é constituída pelo seu coordenador e 15

técnicos com formação diversa, entre eles: pedagogo, enfermeiro, técnico em

enfermagem, técnico de segurança do trabalho, economista, assistente social, sociólogo,

dentista, farmacêutico, sanitarista. Enquanto que nos NURSAT, o CEREST estadual

dispõe de 15 técnicos distribuídos nas URSAPs, também com formações diversas.

Em relação à temática “Implementação da Vigilância de Populações Expostas a

Agrotóxicos”, o CEREST estadual pode contribuir com as seguintes funções:

Contribuir na análise do perfil produtivo e da situação de saúde, elaborando

relatórios com base em dados do SINAN, de notificações de intoxicações

exógenas com agrotóxicos envolvendo trabalhadores;

Contribuir no mapeamento das áreas de risco relacionadas aos agrotóxicos,

nas atividades produtivas relacionadas à exposição dos trabalhadores;

Contribuir na execução de ações de vigilância voltadas à Saúde do

Trabalhador;

Capacitação de profissionais do SUS e do controle social no protocolo de

agrotóxicos;

Articulação com a Superintendência Regional do Trabalho e Procuradoria

Regional do Trabalho, enviando relatórios sobre a situação de trabalhadores

submetidos a condições precárias de trabalho;

Participação de técnicos do CEREST no Fórum Estadual de Combate aos

Efeitos dos Agrotóxicos na Saúde do Trabalhador, no Meio Ambiente e na

Sociedade – FECEAGRO-RN, que tem como objetivo geral proporcionar o

debate das questões relativas aos efeitos nocivos dos agrotóxicos no meio

ambiente, na saúde do trabalhador e do cidadão em geral, a fim de que a

sociedade se conscientize da necessidade do controle efetivo na utilização

desses produtos, observado o cumprimento da legislação específica.

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1.3. REDE DE ATENÇÃO

1.3.1. SUBCOORDENADORIA DE AÇÕES DE SAÚDE (SUAS)

No Brasil, a Atenção Básica (AB) é desenvolvida com alto grau de

descentralização, capilaridade e próxima da vida das pessoas. Caracteriza-se por um

conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e

a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação,

a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma

atenção integral que impacte na situação de saúde das coletividades.

Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada, o

centro de comunicação das Redes de Atenção à Saúde, ordenadora e coordenadora do

cuidado. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção

sociocultural, buscando produzir a atenção integral (Portaria nº 2.488 de 21/10/2011).

As Unidades Básicas de Saúde são instaladas perto de onde as pessoas moram,

trabalham, estudam e vivem. Desempenham um papel central na garantia à população

de acesso a uma atenção à saúde de qualidade. Por isso, é fundamental que ela se oriente

pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do

cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da

equidade e da participação social.

No Rio Grande do Norte, a Atenção Básica é desenvolvida em consonância com

a Política Nacional da Atenção Básica. Encontra-se na Coordenadoria de Promoção à

Saúde, compondo a Subcoordenadoria de Ações de Saúde, com todas as suas áreas

estratégicas: Saúde da Criança e Adolescente, Saúde da Mulher, Saúde do Homem,

Saúde do Idoso, Saúde Mental, Saúde Alimentar, Estratégia de Saúde da Família e

Estratégia de Saúde Bucal.

No Rio Grande do Norte, a Atenção Básica possui 846 equipes da Estratégia

Saúde da Família – ESF implantadas, consistidas em janeiro de 2013, o que equivale a

uma cobertura populacional estimada de 73,39%. Apenas 5 municípios não possuem

100% de cobertura, são eles: Currais Novos, Mossoró, Natal, Parnamirim e São

Gonçalo do Amarante.

Os profissionais envolvidos na ESF do Rio Grande do Norte são os seguintes:

5.512 Agentes Comunitários de Saúde;

846 equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF);

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846 médicos;

843 enfermeiros;

846 técnicos de enfermagem;

822 equipes da Estratégia de Saúde Bucal (ESB), sendo 815 do tipo 1

(consultório com uma cadeira para atendimento pelo dentista) e 7 do tipo 2

(consultório com duas cadeiras para atendimento pelo dentista, acompanhado

por um auxiliar de saúde bucal e por um técnico de saúde bucal);

822 dentistas;

822 auxiliares de saúde bucal (ASB);

7 técnicos de saúde bucal (TSB);

51 Núcleos de Apoio à Estratégia Saúde da Família (NASF), sendo 33 do

tipo 1 (5 a 9 equipes de ESF), 5 do tipo 2 (3 a 4 equipes de ESF) e 13

intermunicipais, com 245 profissionais.

A análise da situação de saúde das áreas de abrangência das unidades básicas de

saúde (1.297 – 843 centros de saúde e 454 postos de saúde) permite a identificação de

problemas de saúde, seus possíveis determinantes e condicionantes. A identificação de

fatores de risco e de proteção à saúde, existentes na estrutura e na dinâmica que

compõem o território em que vive a população adstrita é uma das tarefas fundamentais

do processo de trabalho das equipes de atenção básica.

1.3.2. COORDENADORIA DE OPERAÇÕES DE HOSPITAIS E

UNIDADES DE REFERÊNCIA (COHUR)

A COHUR responde pelo gerenciamento dos hospitais e unidades de referência

da rede estadual de saúde, com o objetivo de manter os serviços oferecidos à população

funcionando em sua plenitude. São competências da COHUR: coordenar, planejar,

normatizar e supervisionar as atividades de assistência médica nas unidades hospitalares

e de referência, observando as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A rede estadual é composta por 22 hospitais, localizados nos seguintes

municípios: Acari, Açu, Angicos, Apodi, Caicó, Canguaretama, Caraúbas, Currais

Novos, João Câmara, Macaíba, Mossoró, Natal, Parnamirim, Pau dos Ferros, Santo

Antônio, São José de Mipibu e São Paulo do Potengi. No Rio Grande do Norte, há 223

hospitais, incluindo os privados, localizados em 133 municípios do estado.

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A rede estadual apresenta também 16 unidades de referência (sendo a maioria

localizada em Natal), que incluem o Laboratório Central (LACEN), 3 laboratórios

regionais (em Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros), o Laboratório de Citopatologia de

Mossoró, a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (UNICAT), o Centro Integrado de

Citopatologia, o Centro de Reabilitação Infantil (CRI), o Serviço de Verificação de

Óbitos (SVO), o Centro de Saúde Reprodutiva Prof.ª Leide Morais, hemocentros (em

Natal, Mossoró e Caicó), o Banco de Leite de Mossoró e as Unidades de Coleta e

Transfusão (UCT) de Pau dos Ferros e Currais Novos.

1.4. REDE DE APOIO

1.4.1. CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS (CIT)

O Centro de Informação Toxicológica (CIT) tem como missão “dar suporte aos

profissionais de saúde, à população e às instituições, na atenção integral à saúde, através

da informação e assistência toxicológica, visando a prevenção e a redução da

morbimortalidade por intoxicações e envenenamentos.” O CIT funciona no Hospital

Giselda Trigueiro, especializado em doenças infectocontagiosas e acidentes por animais

peçonhentos.

O objetivo do CIT é garantir os serviços de informação toxicológica voltados a

prevenção e promoção à saúde dos que estiverem expostos a riscos de natureza

toxicológica, provocados por animais peçonhentos, medicamentos, domissanitários,

plantas tóxicas, cosméticos, agrotóxicos, poluentes industriais, produtos químicos em

geral e outras substâncias potencialmente agressivas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os países,

independentemente de sua extensão ou população, devem dispor de um serviço de

informação toxicológica. Em países muito extensos, com grandes diferenças regionais,

são necessários centros que colaborem estreitamente entre si. A recomendação é de um

centro para uma população de 5 a 10 milhões de habitantes.

Os 37 centros distribuídos pelo Brasil alimentam o Sistema de Informação

Tóxico-Farmacológica – SINITOX. Os dados desse sistema são agregados, organizados

e divulgados anualmente via internet e publicações, pelo Centro de Informação

Científica e Tecnológica da FIOCRUZ.

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1.4.2. LABORATÓRIO CENTRAL DR. ALMINO FERNANDES

(LACEN)

No LACEN, há dois setores que serão envolvidos no desenvolvimento das ações

de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. O primeiro deles é o

Departamento de Análises de Produtos e Ambiente (DAPA), que tem como função a

realização de ensaios toxicológicos em água e solo para pesquisa de vestígios de

agrotóxicos, através da rede conveniada de laboratórios de referência da Coordenação

Geral de Laboratórios (CGLAB). O segundo setor é o de Saúde do Trabalhador, cujas

funções são a realização de exames de sangue relacionados à colinesterase e o envio de

amostras para demais pesquisas na rede conveniada de laboratórios de referência da

CGLAB.

Segundo o responsável na Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública

(CGLAB) pelo programa de agrotóxicos, não existem, ainda, laboratórios de referência

no país para análises em solo e água. O único programa vigente para esses tipos de

análises é o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA),

que é pactuado com a Vigilância Sanitária.

Estão sendo habilitados como laboratórios de referência o Instituto Evandro

Chagas (IEC), no Pará, e o Instituto Adolfo Lutz (IAL), que é o LACEN de São Paulo.

Os trâmites agora só estão relacionados com a gestão da qualidade nesses laboratórios.

A demanda inicial, segundo o responsável na CGLAB, será de 40 amostras mensais

para todo o Brasil em cada laboratório. Por isso, ele aconselhou que os estados se

programassem para ações anuais, com um cronograma mensal definido e repassado para

eles, assim, as datas de análises estariam reservadas ao RN todo mês.

Na reunião ocorrida em 2012, em que os planos para as ações foram definidos

em Brasília, vários estados apresentaram seus projetos e uma das principais ações é o

aumento da capacidade analítica dos LACENs para serem autossuficientes nesse tipo de

análise. O LACEN/RN não possui hoje estrutura física e equipamentos para este tipo de

análise. Seriam necessários a construção de uma sala própria com uma linha de gases e

um cromatógrafo gasoso, equipamento utilizado para a detecção e identificação de

pesticidas.

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1.4.3. SUBCOORDENADORIA DE INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E

COMUNICAÇÃO (SIEC)

A Subcoordenadoria de Informação, Educação e Comunicação – SIEC

apresenta, como uma das linhas de trabalho, seguir as diretrizes e princípios da Política

Nacional de Promoção da Saúde, através do desenvolvimento de políticas de

Informação, Educação e Comunicação no contexto da Educação Popular em Saúde.

Atualmente estamos em processo de construção e implementação da Política de

Promoção da Equidade em Saúde em nosso estado, que tem como objetivo o

fortalecimento dos segmentos sociais que têm apresentado maiores situações de

iniquidades na área de saúde, dentre eles a população de campos e florestas.

Em nosso estado, estamos iniciando esse processo com a população de campo e

estamos conseguindo um alcance satisfatório através da parceria com a Federação de

Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Norte – FETARN. Entendemos que o nosso

envolvimento com esse segmento poderá ser consideravelmente útil para a discussão do

uso de agrotóxicos.

Enquanto subcoordenadoria que trabalha educação popular em saúde, também

podemos vislumbrar uma campanha de combate ao uso de agrotóxicos em nosso estado.

A SIEC conta com 12 (doze) Educadores em Saúde, 02 (dois) por Região de

Saúde e se dispõe a contribuir no que for possível na construção e execução do Plano

Estadual de Vigilância a Populações Expostas a Agrotóxicos do RN.

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2. CONSUMO DE AGROTÓXICOS NO TERRITÓRIO

No âmbito da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Áreas

Contaminadas (VIGISOLO), alguns dos municípios do Rio Grande do Norte cadastram

áreas contaminadas ou com suspeita de contaminação no Sistema de Informação de

Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo Contaminado (SISSOLO).

Considerando para busca o termo “praguicidas” como contaminante potencial

(informação registrada nas fichas de campo das áreas cadastradas no SISSOLO), foram

encontradas 354 áreas no Rio Grande do Norte, nos seguintes municípios: Açu,

Canguaretama, Ceará Mirim, Macaíba, Mossoró, Natal, Parnamirim e São Gonçalo do

Amarante. Nessas áreas, estima-se que a população exposta seja de 922.583 pessoas.

Desse conjunto, 41 áreas são agrícolas, localizadas nos municípios de Mossoró, Natal e

São Gonçalo do Amarante, e, em todas, foi registrado o uso de agrotóxicos. Usando

como critério a classificação de áreas “depósitos de agrotóxicos”, a busca no SISSOLO

resultou em 5 áreas cadastradas em Canguaretama e 1 em Natal (Base de UBV do

estado), nas quais a estimativa da população exposta é de 3.500 pessoas. Embora a

população exposta tenha sido apenas estimada, os registros no SISSOLO indicam que a

exposição a agrotóxicos é um importante problema de saúde pública no Rio Grande do

Norte.

Em pesquisa realizada no Cadastro Industrial da Federação das Indústrias do Rio

Grande do Norte (FIERN), não foi encontrado nenhum registro nas categorias

“fabricação de defensivos agrícolas”, “representantes comerciais e agentes do comércio

de combustíveis, minerais, produtos siderúrgicos e químicos” (que inclui o comércio de

defensivos agrícolas) e “comércio atacadista de defensivos agrícolas, adubos,

fertilizantes e corretivos do solo”. Contudo, segundo dados do Instituto de Defesa e

Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (IDIARN), existem 18

estabelecimentos comerciais registrados para o comércio de agrotóxicos, nos seguintes

municípios: Açu, Baraúna, Ceará Mirim, Cruzeta, Currais Novos, Mossoró, Natal e São

Miguel.

Ainda conforme dados do IDIARN, 126 municípios utilizam agrotóxicos de

diferentes composições químicas. Alguns deles chegam a utilizam mais de 100 tipos de

agrotóxicos. Os municípios com maior variedade de agrotóxicos utilizados são

mostrados na tabela 2. Ademais, são comercializados 263 tipos de agrotóxicos, os quais

são utilizados em diferentes culturas agrícolas.

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Tabela 2: Municípios do Rio Grande do Norte que utilizam maior número de tipos de agrotóxicos. MUNICÍPIO NÚMERO DE AGROTÓXICOS

UTILIZADOS BARAÚNA 191 MOSSORÓ 168 NATAL 115 SÃO JOSÉ DE MIPIBU 91 JANDAÍRA 81 TOUROS 76 CEARÁ MIRIM 73 ALTO DO RODRIGUES 70 APODI 67 IPANGUAÇU 65 PUREZA 65 UPANEMA 64 MACAÍBA 62 AÇU 60 VERA CRUZ 59 CURRAIS NOVOS 56 NÍSIA FLORESTA 55 RIO DO FOGO 52 ALMINO AFONSO 44 GOVERNADOR DIX- SEPT ROSADO 44 EXTREMOZ 39 PARNAMIRIM 39 PARELHAS 34 SÃO GONÇALO DO AMARANTE 34 ACARI 32 Fonte: IDIARN.

No que se refere ao destino das embalagens vazias de agrotóxicos, a Associação

do Comércio Agropecuário do Semi-Árido (ACASA), localizada no município de

Mossoró, é a única central do estado em que agricultores e empresas entregam suas

embalagens. A ACASA, em parceria com o IDIARN e com o apoio dos

estabelecimentos que revendem agrotóxicos, realiza eventualmente recebimento

itinerante nos municípios em que há maior demanda. A tabela 3 mostra a quantidade de

material retirado pela ACASA, por tipo de material, de 2006 a 2012. Da quantidade

total de material recebido, parte é retirada e encaminhada para reciclagem ou

incineração, realizadas em São Paulo.

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Tabela 3: Quantidade de material retirado pela ACASA, por tipo de material, em toneladas, de 2006 a 2012.

Ano PEAD Papelão COEX Tampa Contaminado Retirado Recebido 2006 8 10 18 35 2007 18 12 10 40 47,5 2008 21 12,6 4,4 38 60,19 2009 25,17 24,19 7,27 56,63 48,38 2010 24,91 23,61 9,12 4,8 62,44 71,52 2011 25,81 12,15 4,8 42,76 51,56 2012 14,44 17 12,04 4,15 26,63 74,26 54,41 Total 137,33 99,4 50,58 18,15 26,63 332,09 368,56

Percentual 41,35% 29,93% 15,23% 5,47% 8,02% 100% Fonte: ACASA e IDIARN.

A tabela 4 apresenta algumas variáveis relacionadas ao consumo de agrotóxicos

no Rio Grande do Norte: a produção agrícola de lavouras temporárias e permanentes

(hectares de área plantada), o consumo de agrotóxicos (kg de princípio ativo) e a taxa de

consumo de agrotóxicos (calculada pela razão entre a quantidade de agrotóxicos

utilizada e a área plantada).

Tabela 4: Variáveis relacionadas ao consumo de agrotóxicos no Rio Grande do Norte. Variável 2007 2008 2009 2010 2011 Produção agrícola de lavouras temporárias e permanentes (hectares de área plantada)

469.986 484.982 497.939 323.903 -

Consumo de agrotóxicos (kg de princípio ativo)

552.735 798.308 540.130 635.668 733.205

Taxa de consumo de agrotóxicos (kg/ha)

1,2 1,6 1,1 2,0 -

Fonte: Sidra/IBGE e Agrofit/MAPA.

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3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE

No estado do Rio Grande do Norte, assim como ocorre no Brasil, o agente

tóxico mais envolvido nos casos de intoxicação exógena é o medicamento,

correspondendo a 26% das notificações no período de 2007 a 2012. No mesmo período,

em 33% dos casos notificados, não foi informado o agente tóxico envolvido (tabela 5).

Tabela 5: Casos notificados de intoxicação exógena segundo tipo de agente tóxico e ano de notificação, Rio Grande do Norte, 2007 a 2012.

Agente Tóxico 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total Ignorado/Branco 19 28 71 83 193 241 635 Medicamento 7 6 11 99 187 201 511 Agrotóxico agrícola 0 10 8 6 10 4 38 Agrotóxico doméstico 0 9 1 5 6 5 26 Agrotóxico saúde pública 1 0 2 3 1 1 8 Raticida 2 3 4 1 18 16 44 Prod. Veterinário 0 1 1 2 4 2 10 Prod. Uso domiciliar 1 2 6 4 32 13 58 Cosmético 0 0 1 6 13 10 30 Prod. Químico 2 2 7 16 20 16 63 Metal 0 0 2 0 0 0 2 Drogas de abuso 0 0 2 3 5 14 24 Planta tóxica 1 1 2 5 4 8 21 Alimento e bebida 4 13 43 83 117 179 439 Outro 0 0 5 12 18 8 43 Total 37 75 166 328 628 718 1952

Fonte: SINAN-SUVIGE/CPS/SESAP-RN. Dados sujeitos a revisão. Data: 05/02/2012.

Os municípios de Mossoró e Açu são limítrofes e são os responsáveis pelo maior

volume das notificações de intoxicação exógena causada por agrotóxico. Mossoró, 2ª

Região de Saúde, foi o que apresentou o maior número de casos, sendo o agrotóxico

doméstico o mais envolvido nesse município. Já as intoxicações causadas por

agrotóxico agrícola notificados no período de 2007 a 2012 foram concentradas em Açu,

município da 8ª Região de Saúde, com 12 casos (tabela 6).

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Tabela 6: Casos notificados de intoxicação exógena por agrotóxico e município de residência, Rio Grande do Norte, 2007 a 2012. Município de Residência Agrotóxico

agrícola Agrotóxico doméstico

Agrotóxico de saúde pública

Total

1ª REGIÃO DE SAÚDE Canguaretama 4 1 1 6 São José de Mipibu 1 0 0 1 2ª REGIÃO DE SAÚDE Apodi 3 2 0 5 Governador Dix-Sept Rosado

1 0 0 1

Mossoró 5 15 3 23 3ª REGIÃO DE SAÚDE Touros 1 0 0 1 4ª REGIÃO DE SAÚDE Caicó 1 0 1 2 Equador 1 0 0 1 Jardim de Piranhas 1 0 0 1 5ª REGIÃO DE SAÚDE São José do Campestre 1 0 0 1 6ª REGIÃO DE SAÚDE Água Nova 1 0 0 1 Major Sales 1 0 0 1 7ª REGIÃO DE SAÚDE Macaíba 2 0 0 2 Natal 0 3 3 6 Parnamirim 0 1 0 1 São Gonçalo do Amarante 0 2 0 2 8ª REGIÃO DE SAÚDE Açu 12 1 0 13 Ipanguaçu 2 0 0 2 Porto do Mangue 1 0 0 1 Triunfo Potiguar 0 1 0 1 TOTAL 38 26 8 72 Fonte: SINAN-SUVIGE/CPS/SESAP-RN. Dados sujeitos a revisão. Data: 06/02/2012.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da análise das informações coletadas quando da elaboração do presente

diagnóstico, verificou-se que, no Rio Grande do Norte, os agrotóxicos representam um

importante fator ambiental que interfere na saúde humana. No estado, é utilizada uma

grande variedade de agrotóxicos, sem as medidas adequadas de proteção do meio

ambiente e da saúde humana. Por outro lado, sabe-se que ocorre subnotificação das

intoxicações por agrotóxicos. Diante das informações de consumo de agrotóxicos e da

situação de saúde, pode-se sugerir que os municípios de Açu, Baraúna, Mossoró e Natal

sejam considerados prioritários para a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a

Agrotóxicos.

O fluxo de informações no que se refere aos agrotóxicos ainda não está

ocorrendo de forma satisfatória entre os municípios e o nível estadual. Para a

implantação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, será

necessário fortalecer as relações de trabalho entre todos os setores envolvidos, tanto nas

equipes municipais como na equipe estadual. Ademais, considerando a importância das

atividades agrícolas para o estado, é importante fomentar o bom funcionamento dessa

área da Vigilância.

A partir das informações contidas neste diagnóstico e das discussões realizadas

no âmbito do grupo de trabalho, será elaborado o plano de ação do Rio Grande do

Norte. Para a execução das ações da Vigilância, serão articulados os setores

apresentados na seção “Estrutura da Vigilância em Saúde e da Rede de Atenção”, de

modo que a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos seja inserida

em sua rotina de trabalho.

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA

COORDENADORIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE

SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL

VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS

A AGROTÓXICOS

PLANO DE AÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE

NATAL

JUNHO DE 2013

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2

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Rosalba Ciarlini Rosado

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA

Luiz Roberto Leite Fonseca

COORDENAÇÃO DE PROMOÇÃO À SAÚDE Severino Azevedo de Oliveira Junior

SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL

Iraci Nestor de Souza

ELABORAÇÃO Subcoordenadoria de Vigilância Ambiental (SUVAM) Beatriz Cavalcante da Silva Gustavo Soares de Araújo Iraci Nestor de Souza Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (SUVIGE) Valeska Daliane Souto Souza Stella Rosa de Souza Leal Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária (SUVISA) Bianca Arnoud Rodrigues Josiane Bezerra Subcoordenadoria de Ações de Saúde (SUAS) Uiacy Nascimento de Alencar Subcoordenadoria de Informação, Educação e Comunicação (SIEC) Maria Aparecida Cunha de Souza Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) Sabrina Suella Nóbrega Sisenando Tatiana Carvalho Mendes Laboratório Central Dr. Almino Fernandes (LACEN/RN) Maria Goretti Lins de Queiroz Melquieges Souza de Medeiros Centro de Informação Toxicológica (CIT) Coordenadoria de Operações de Hospitais e Unidades de Referência (COHUR) Maria Margareth Teixeira Gomes

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3

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 4

1. ATRIBUIÇÕES DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE .................................................. 6

1.1. VIGILÂNCIA AMBIENTAL ......................................................................... 6

1.1.1. NÍVEL CENTRAL .................................................................................. 6

1.1.2. NÍVEL REGIONAL ................................................................................ 7

1.1.3. NÍVEL MUNICIPAL .............................................................................. 8

1.2. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ............................................................. 10

1.2.1. NÍVEL CENTRAL ................................................................................ 10

1.2.2. NÍVEL REGIONAL .............................................................................. 11

1.2.3. NÍVEL MUNICIPAL ............................................................................ 12

1.3. VIGILÂNCIA SANITÁRIA ......................................................................... 13

1.4. SAÚDE DO TRABALHADOR .................................................................... 13

1.4.1. NÍVEL CENTRAL ................................................................................ 13

1.4.2. NÍVEL REGIONAL .............................................................................. 14

1.4.3. NÍVEL MUNICIPAL ............................................................................ 15

2. ATRIBUIÇÕES DA REDE DE ATENÇÃO ........................................................ 15

2.1. ATENÇÃO BÁSICA .................................................................................... 15

2.1.1. NÍVEL CENTRAL ................................................................................ 15

2.1.2. NÍVEL REGIONAL .............................................................................. 15

2.1.3. NÍVEL MUNICIPAL ............................................................................ 16

2.2. HOSPITAIS E UNIDADES DE REFERÊNCIA ........................................... 16

3. ATRIBUIÇÕES DA REDE DE APOIO .............................................................. 17

3.1. CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS ................................... 17

3.2. LABORATÓRIO CENTRAL ....................................................................... 17

3.3. INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO ................................... 18

4. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DA PORTARIA Nº 2.938/2012 ..................... 18

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 18

ANEXO 1 ................................................................................................................... 20

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APRESENTAÇÃO

A exposição humana a agrotóxicos é um importante problema de saúde pública,

pois causa diversas doenças e agravos. Nesse sentido, têm sido definidas ações de

Vigilância em Saúde, a fim de melhorar a situação de saúde da população, pela

eliminação e/ou atenuação dos riscos associados à exposição aos agrotóxicos.

Atendendo às orientações da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental

(CGVAM) do Ministério da Saúde e com o objetivo de implantar a Vigilância em

Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos no Rio Grande do Norte, a Secretaria de

Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP/RN) formou um grupo de

trabalho (oficializado por meio da Portaria nº 86/GS-SESAP, de 13 de março de 2013),

responsável pela elaboração de um diagnóstico da situação dos agrotóxicos no estado e

de um plano de ação para implantação dessa área da Vigilância.

As principais conclusões do diagnóstico situacional foram as seguintes:

No Rio Grande do Norte, os agrotóxicos são um importante fator ambiental

que interfere na saúde humana. No estado, é utilizada uma grande variedade

de agrotóxicos, sem as medidas adequadas de proteção do meio ambiente e

da saúde humana.

Ocorre subnotificação das intoxicações por agrotóxicos. Por isso, devem

ocorrer melhorias no diagnóstico e na notificação dos casos.

Diante das informações de consumo de agrotóxicos e da situação de saúde,

pode-se sugerir que os municípios de Açu, Baraúna, Mossoró e Natal sejam

considerados prioritários para a Vigilância em Saúde de Populações

Expostas a Agrotóxicos.

O fluxo de informações no que se refere aos agrotóxicos ainda não está

ocorrendo de forma satisfatória entre os municípios e o nível estadual. É

necessário fortalecer as relações de trabalho entre todos os setores

envolvidos, tanto nas equipes municipais como na equipe estadual.

Com base nas informações coletadas por meio do diagnóstico situacional, nas

discussões do grupo de trabalho e no modelo de Vigilância produzido pelo Ministério

da Saúde, foi elaborado o presente plano de ação da Vigilância em Saúde de Populações

Expostas a Agrotóxicos do Rio Grande do Norte, contendo as atribuições de todos os

setores envolvidos. Ressalta-se que, atendendo à Portaria nº 2.938, de 20 de dezembro

de 2012, recursos orçamentários do Fundo Nacional de Saúde foram repassados ao

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Fundo Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte, a fim de fortalecer a implantação

dessa área técnica. A utilização de tais recursos está descrita neste plano de ação.

Desse modo, este documento está estruturado da seguinte forma: atribuições da

Vigilância em Saúde, da rede de atenção e dos setores; utilização dos recursos da

Portaria nº 2.938/2012 e considerações finais.

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1. ATRIBUIÇÕES DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE

1.1. VIGILÂNCIA AMBIENTAL

1.1.1. NÍVEL CENTRAL

Coordenar a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a

Agrotóxicos no estado;

Realizar a análise de dados ambientais e de saúde relacionados a

agrotóxicos (coordenar a caracterização da exposição ambiental);

o Identificar e priorizar áreas com populações expostas ou

potencialmente expostas a agrotóxicos;

o Caracterização qualitativa da exposição: consumo de

alimentos e água com agrotóxicos, exposição a água, ar e solo

contaminado, incluindo o controle de endemias e pragas

urbanas, uso doméstico e desinsetização profissional;

o Qualificação das informações, por meio da identificação das

preocupações da comunidade com sua saúde, contaminantes

de interesse, rotas de exposição e implicações à saúde.

Contribuir para a caracterização da exposição ocupacional aos

agrotóxicos;

Coordenar a elaboração do Protocolo de Atenção à Saúde dos

Trabalhadores Expostos a Agrotóxicos;

Contribuir para o dimensionamento dos efeitos à saúde da população

relacionados com o uso de agrotóxicos;

Elaborar recomendações técnicas para as demais áreas de Vigilância

e para a rede de atenção;

Contribuir para a execução de ações de promoção à saúde;

Estabelecer instrumentos e indicadores para acompanhamento e

avaliação da implementação das ações de Vigilância em Saúde de

Populações Expostas a Agrotóxicos;

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Fomentar a participação do grupo de trabalho nos fóruns de

discussão sobre agrotóxicos;

Analisar os dados relativos a agrotóxicos alimentados no SISAGUA;

Analisar os dados relativos a agrotóxicos alimentados no SISSOLO;

Apoiar a identificação e priorização de áreas com populações

expostas ou potencialmente expostas a agrotóxicos;

Prestar assessoria técnica às regionais e, quando necessário, aos

municípios;

Capacitar os técnicos das regionais para a execução das ações e

utilização dos sistemas de informação em saúde;

Inserir as ações de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a

Agrotóxicos no Plano Estadual de Saúde;

Apoiar a inserção das ações nos planos municipais de saúde,

atendendo às especificidades locais;

Desencadear intervenções e estabelecer parcerias intra e intersetoriais

no nível estadual para a implementação das ações;

Apresentar, no relatório de gestão, as ações implementadas e os

resultados alcançados.

1.1.2. NÍVEL REGIONAL

Coordenar a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a

Agrotóxicos nos municípios da regional;

Realizar a análise de dados ambientais e de saúde relacionados a

agrotóxicos (contribuir para a caracterização da exposição ambiental

nos municípios da regional);

o Identificar e priorizar áreas com populações expostas ou

potencialmente expostas a agrotóxicos;

o Caracterização qualitativa da exposição: consumo de

alimentos e água com agrotóxicos, exposição a água, ar e solo

contaminado, incluindo o controle de endemias e pragas

urbanas, uso doméstico e desinsetização profissional;

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o Qualificação das informações, por meio da identificação das

preocupações da comunidade com sua saúde, contaminantes

de interesse, rotas de exposição e implicações à saúde.

Contribuir para a caracterização da exposição ocupacional aos

agrotóxicos;

Contribuir para o dimensionamento dos efeitos à saúde da população

relacionados com o uso de agrotóxicos;

Elaborar recomendações técnicas para as demais áreas de Vigilância

e para a rede de atenção;

Contribuir para a execução de ações de promoção à saúde;

Contribuir para o estabelecimento de instrumentos e indicadores para

acompanhamento e avaliação da implementação das ações de

Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos;

Analisar os dados relativos a agrotóxicos alimentados no SISAGUA

pelos municípios da regional;

Analisar os dados relativos a agrotóxicos alimentados no SISSOLO

pelos municípios da regional;

Apoiar a identificação e priorização de áreas com populações

expostas ou potencialmente expostas a agrotóxicos pelos municípios

da regional;

Prestar assessoria técnica aos municípios da regional;

Capacitar os técnicos dos municípios para a execução das ações e

utilização dos sistemas de informação em saúde;

Apoiar a inserção das ações nos planos municipais de saúde,

atendendo às especificidades locais;

Desencadear intervenções e estabelecer parcerias intra e intersetoriais

no nível regional para a implementação das ações.

1.1.3. NÍVEL MUNICIPAL

Coordenar a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a

Agrotóxicos no município;

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Programar as ações e estabelecer, no plano municipal de saúde, metas

e prioridades para o acompanhamento das ações;

Estabelecer instrumentos e indicadores para acompanhamento e

avaliação da implementação das ações de Vigilância em Saúde de

Populações Expostas a Agrotóxicos;

Coletar dados relativos à utilização de agrotóxicos no município;

Dimensionar os efeitos à saúde da população relacionados com o uso

de agrotóxicos;

Realizar coleta de água para consumo humano para análise de

agrotóxicos;

Alimentar dados no SISAGUA;

Análise de dados epidemiológicos em conjunto com os dados de

qualidade da água;

Mapear áreas de risco e identificar os agrotóxicos mais

freqüentemente relacionados às intoxicações;

Cadastrar, no SISSOLO, áreas com suspeita ou confirmação de

utilização de agrotóxicos e com população exposta e analisar os

dados alimentados no sistema;

Realizar a caracterização da exposição ambiental;

Promover a qualificação das informações;

Desencadear intervenções e estabelecer parcerias intra e intersetoriais

no nível municipal para a implementação das ações;

Promover a integração das ações de vigilância com as ações de

atenção integral à saúde (promoção, prevenção, assistência e

reabilitação);

Apresentar, no relatório de gestão, as ações executadas e os

resultados alcançados na área de Vigilância em Saúde de Populações

Expostas a Agrotóxicos.

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1.2. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

1.2.1. NÍVEL CENTRAL

Fomentar a realização correta das notificações e da investigação

epidemiológica;

Receber, consolidar e analisar os dados coletados por meio das

notificações regionais ou municipais;

Acompanhar o encerramento oportuno dos casos de intoxicação por

agrotóxicos;

Notificar, de imediato, os casos graves (fluxo imediato) ao nível

nacional;

Contribuir para o dimensionamento dos efeitos à saúde da população

relacionados com o uso de agrotóxicos;

Encaminhar os dados epidemiológicos para a Vigilância Ambiental;

Contribuir para a execução de ações de promoção à saúde;

Monitorar e analisar as informações dos sistemas de informação

relacionados ao tema, com regularidade, para desencadear ações de

vigilância em saúde;

Fortalecer a utilização do SINAN como ferramenta de notificação

nos serviços de saúde do SUS e nos serviços privados;

Subsidiar o planejamento e a organização dos serviços de saúde de

acordo com o comportamento epidemiológico da doença ou agravo

relacionado à exposição humana a agrotóxicos;

Capacitar os técnicos das regionais para a execução das ações e

utilização dos sistemas de informação em saúde;

Consolidar, validar e analisar os dados estaduais;

Prestar assessoria técnica às regionais e, quando necessário, aos

municípios;

Articular, com os centros de informação toxicológica, a realização da

orientação necessária para a investigação, acompanhamento e

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elucidação de doenças e agravos associados à exposição por

agrotóxicos;

Assessorar os municípios na investigação dos casos, quando

necessário;

Contribuir para a detecção e notificação da ocorrência de surtos.

1.2.2. NÍVEL REGIONAL

Acompanhar o encerramento oportuno dos casos de intoxicação por

agrotóxicos;

Contribuir para o dimensionamento dos efeitos à saúde da população

relacionados com o uso de agrotóxicos;

Encaminhar as notificações informadas pelos municípios para o nível

central;

Monitorar e analisar as informações dos sistemas de informação

relacionados ao tema, com regularidade, para desencadear ações de

vigilância em saúde;

Fortalecer a utilização do SINAN como ferramenta de notificação

nos serviços de saúde do SUS e nos serviços privados;

Subsidiar o planejamento e a organização dos serviços de saúde de

acordo com o comportamento epidemiológico da doença ou agravo

relacionado à exposição humana a agrotóxicos;

Capacitar os técnicos dos municípios para a execução das ações e

utilização dos sistemas de informação em saúde;

Consolidar, validar e analisar os dados regionais;

Prestar assessoria técnica aos municípios;

Assessorar os municípios na investigação dos casos, quando

necessário;

Contribuir para a detecção e notificação da ocorrência de surtos.

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1.2.3. NÍVEL MUNICIPAL

Receber as notificações realizadas pelas unidades de saúde e

encaminhar as notificações para a URSAP correspondente (ou para o

nível central, no caso dos municípios da Grande Natal);

Realizar busca ativa de casos suspeitos de exposição/intoxicação por

agrotóxicos em todos os serviços de saúde locais (hospitais, clínicas,

laboratórios, serviços de verificação de óbito, centro de informação

toxicológica) e Institutos Médicos Legais, entre outros;

Realizar o encerramento oportuno dos casos de intoxicação por

agrotóxicos;

Contribuir para a caracterização da exposição ocupacional aos

agrotóxicos;

Contribuir para o dimensionamento dos efeitos à saúde da população

relacionados com o uso de agrotóxicos;

Realizar a investigação epidemiológica dos casos de intoxicação por

agrotóxicos:

o Identificação do paciente e do ambiente;

o Investigação de ambientes;

o Coleta de dados clínicos e epidemiológicos;

o Análise de dados;

o Encerramento dos casos;

o Elaboração de relatório final.

Detectar e notificar a ocorrência de surtos, realizando a investigação

correspondente;

Monitorar e analisar as informações dos sistemas de informação

relacionados ao tema, com regularidade, para desencadear ações de

vigilância em saúde;

Fortalecer a utilização do SINAN como ferramenta de notificação

nos serviços de saúde do SUS e nos serviços privados;

Subsidiar o planejamento e a organização dos serviços de saúde de

acordo com o comportamento epidemiológico da doença ou agravo

relacionado à exposição humana a agrotóxicos;

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Promover a integração das ações de vigilância com as ações de

atenção integral à saúde (promoção, prevenção, assistência e

reabilitação);

Consolidar, validar e analisar os dados municipais.

1.3. VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Executar as ações do Programa de Análise de Resíduos de

Agrotóxicos em Alimentos (PARA);

Encaminhar os resultados do PARA para a Vigilância Ambiental;

Contribuir com a caracterização da exposição ambiental.

1.4. SAÚDE DO TRABALHADOR

1.4.1. NÍVEL CENTRAL

Participar da elaboração do Protocolo de Atenção à Saúde dos

Trabalhadores Expostos a Agrotóxicos;

Coordenar a realização da caracterização da exposição ocupacional

aos agrotóxicos:

o Identificação e priorização de atividades com trabalhadores

expostos ou potencialmente expostos em toda a cadeia

produtiva do agrotóxico no território;

o Caracterização qualitativa da exposição: tipo de atividade;

tipo de cultura agrícola; quais os agrotóxicos e em que

formulação; tecnologia de aplicação; tempo, duração e

intensidade da exposição; tecnologia e equipamentos de

proteção (coletivo e individual); condições gerais do trabalho,

entre outros.

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o Qualificação das informações, por meio da identificação da

percepção dos trabalhadores com sua saúde, contaminantes de

interesse, rotas de exposição e implicações à saúde.

Contribuir para o dimensionamento dos efeitos à saúde da população

relacionados com o uso de agrotóxicos;

Desenvolvimento de ações de vigilância e promoção a saúde do

trabalhador;

Prestar assessoria técnica às regionais e, quando necessário, aos

municípios;

Capacitar os técnicos das regionais para a execução das ações e

utilização dos sistemas de informação em saúde;

Executar ações de vigilância em saúde de populações expostas a

agrotóxicos, incluindo vigilância nos ambientes e processos de

trabalho, de forma complementar e suplementar aos municípios.

1.4.2. NÍVEL REGIONAL

Apoiar os municípios na realização da vigilância dos ambientes e

processos de trabalho, encaminhando dados e relatórios para o nível

central;

Contribuir para a realização da caracterização da exposição

ocupacional aos agrotóxicos;

Contribuir para o dimensionamento dos efeitos à saúde da população

relacionados com o uso de agrotóxicos;

Prestar assessoria técnica aos municípios;

Capacitar os técnicos dos municípios para a execução das ações e

utilização dos sistemas de informação em saúde;

Executar ações de vigilância em saúde de populações expostas a

agrotóxicos, incluindo vigilância nos ambientes e processos de

trabalho, de forma complementar e suplementar aos municípios.

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1.4.3. NÍVEL MUNICIPAL

Realizar a vigilância dos ambientes e processos de trabalho, em

atuação conjunta com as regionais, encaminhando dados e relatórios

para a regional;

Contribuir para a realização da caracterização da exposição

ocupacional aos agrotóxicos;

Contribuir para o dimensionamento dos efeitos à saúde da população

relacionados com o uso de agrotóxicos.

2. ATRIBUIÇÕES DA REDE DE ATENÇÃO

2.1. ATENÇÃO BÁSICA

2.1.1. NÍVEL CENTRAL

Coordenar a atuação das equipes de atenção básica no estado;

Promover a melhoria da atenção às populações expostas a

agrotóxicos;

Prestar assessoria técnica às regionais e, quando necessário, aos

municípios;

Promover a integração das ações de vigilância com as ações de

atenção integral à saúde (promoção, prevenção, assistência e

reabilitação).

2.1.2. NÍVEL REGIONAL

Coordenar a atuação das equipes de atenção básica nos municípios;

Promover a melhoria da atenção às populações expostas a

agrotóxicos;

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Prestar assessoria técnica aos municípios;

Acompanhar e avaliar regularmente as ações realizadas pelos

municípios;

Promover a integração das ações de vigilância com as ações de

atenção integral à saúde (promoção, prevenção, assistência e

reabilitação).

2.1.3. NÍVEL MUNICIPAL

Realizar o atendimento da população exposta a agrotóxicos,

contribuindo para a promoção da saúde e para o correto diagnóstico,

tratamento e notificação dos casos;

Notificar os casos de intoxicação por agrotóxicos e encaminhar as

notificações para a Secretaria Municipal de Saúde;

Contribuir para a correta notificação dos casos de intoxicação por

agrotóxicos;

Contribuir para a caracterização da exposição ocupacional aos

agrotóxicos;

Promover a integração das ações de vigilância com as ações de

atenção integral à saúde (promoção, prevenção, assistência e

reabilitação).

2.2. HOSPITAIS E UNIDADES DE REFERÊNCIA

Realizar o atendimento da população exposta a agrotóxicos,

contribuindo para a promoção da saúde e para o correto diagnóstico,

tratamento e notificação dos casos;

Contribuir para a correta notificação dos casos de intoxicação por

agrotóxicos;

Contribuir para a caracterização da exposição ocupacional aos

agrotóxicos;

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Notificar os casos de intoxicação por agrotóxicos e encaminhar as

notificações para a Secretaria Municipal de Saúde;

Realizar levantamentos periódicos nos serviços hospitalares, com

vistas à detecção de pacientes que apresentem características clínicas

compatíveis com casos de intoxicação por agrotóxicos.

3. ATRIBUIÇÕES DA REDE DE APOIO

3.1. CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS

Contribuir para a correta notificação dos casos de intoxicação por

agrotóxicos;

Notificar os casos de intoxicação por agrotóxicos e encaminhar as

notificações para a Secretaria Municipal de Saúde;

Gerar informação e promover assistência toxicológica, visando a

prevenção e a redução da morbimortalidade por intoxicações por

agrotóxicos.

3.2. LABORATÓRIO CENTRAL

Realizar análises da presença de agrotóxicos em água para consumo

humano e em solo;

Realizar análises relativas à exposição humana a agrotóxicos e

coordenar a coleta e encaminhamento de amostras;

Encaminhar as amostras de água e solo recebidas para os laboratórios

de referência localizados em outros estados;

Capacitar técnicos regionais (os quais devem capacitar os técnicos

municipais), bem como prestar assessoria técnica, para a realização

das coletas de água e solo para análise da presença de agrotóxicos.

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3.3. INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Executar as atividades relativas à informação e comunicação de risco

à saúde decorrente de contaminação ambiental por agrotóxicos;

Apoiar a realização de capacitações e de ações de educação em saúde

no que se refere aos agrotóxicos;

Promover o processo de educação permanente dos profissionais de

saúde, em conjunto com os demais setores pertinentes;

Apoiar a divulgação dos trabalhos realizados pelo grupo da

Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos por

diferentes meios de comunicação, incluindo a ASCOM/SESAP;

Apoiar a participação da sociedade civil organizada, organizações

não governamentais, movimentos sociais e comunidades;

Promover estudos e pesquisas aplicadas à temática dos agrotóxicos;

Promover o intercâmbio de experiências entre os diversos

municípios, para disseminar tecnologias e conhecimentos voltados à

melhoria das ações de Vigilância;

Promover a participação dos trabalhadores e da comunidade nas

ações de Vigilância em Saúde, em conjunto com os demais setores

pertinentes.

4. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DA PORTARIA Nº 2.938/2012

A forma de utilização dos recursos provenientes da Portaria nº 2.938/2012 do

Ministério da Saúde está descrita na tabela que consta no Anexo 1.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pretende-se utilizar este Plano de Ação como documento orientador das

atividades da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte na área de

Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. Essa área técnica será

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implantada, considerando a estrutura existente na Secretaria e as ações descritas neste

documento e utilizando os recursos da Portaria nº 2.938/2012.

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ANEXO 1

AÇÃO SETORES ENVOLVIDOS

PRAZO DE EXECUÇÃO

RECURSOS NECESSÁRIOS CUSTO ESTIMADO ITEM VALOR

Capacitação de profissionais da saúde para a realização de diagnóstico e tratamento das pessoas expostas a agrotóxicos.

SUVAM, SUVIGE, SUVISA, SUAS, SIEC, CEREST, CIT, COHUR, LACEN. Obs.: Público alvo: equipes formadas por 4 médicos e 4 enfermeiros, sendo uma equipe para cada URSAP e para cada município da Grande Natal. Serão capacitados 96 profissionais, com uma carga horária de 16 horas.

Segundo semestre de 2013

Aluguel de auditório por 2 dias. R$ 560,00

R$ 16.044,00

Aluguel de projetor por 2 dias. R$ 160,00

Aluguel de tela para projeção por 2 dias. R$ 40,00

Aluguel de notebook por 2 dias. R$ 60,00

Aluguel de 2 microfones sem fio por 2 dias.

R$ 80,00

Coffee break para 120 pessoas por 2 dias. R$ 2.400,00

Almoço para 120 pessoas por 2 dias. R$ 6.720,00

Diárias e passagens para 2 palestrantes. R$ 5.250,00

Material a ser distribuído para os participantes.

R$ 774,00

Capacitação de técnicos regionais e municipais para a execução das ações da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a

SUVAM, SUVIGE, SUVISA, SUAS, SIEC, CEREST, CIT, COHUR, LACEN.

Segundo semestre de 2013

Aluguel de auditório por 2 dias. R$ 560,00

R$ 12.739,00 Aluguel de projetor por 2 dias. R$ 160,00

Aluguel de tela para R$ 40,00

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Agrotóxicos. Obs.: Público alvo: 2 técnicos de cada URSAP e de cada equipe dos municípios da Grande Natal. Serão capacitados 24 profissionais, com uma carga horária de 16 horas.

projeção por 2 dias. Aluguel de notebook por 2 dias. R$ 60,00

Aluguel de 2 microfones sem fio por 2 dias.

R$ 80,00

Coffee break para 45 pessoas por 2 dias. R$ 900,00

Almoço para 45 pessoas por 2 dias. R$ 2.520,00

Diárias e passagens para 1 palestrante. R$ 2.625,00

Diárias para 17 participantes e 11 motoristas.

R$ 5.600,00

Material a ser distribuído para os participantes.

R$ 194,00

Compra de insumos para municípios selecionados realizarem coleta de água para consumo humano e solo em áreas prioritárias no que se refere aos agrotóxicos, bem como para realizarem análises da exposição humana.

LACEN. Segundo semestre de 2013

Materiais para coleta e análise de água e solo.

R$ (valor a ser definido)

R$ (valor a ser definido)

Aquisição de equipamentos para realização das análises da

LACEN. Segundo semestre de 2013

R$ 600.000,00 (previsão)

R$ 600.000,00 (previsão)

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presença de agrotóxicos na água e no solo, respaldada pela participação de técnicos do LACEN em capacitação para trabalhar com os novos equipamentos. Reestruturação do Centro de Informações Toxicológicas (CIT).

CIT. Segundo semestre de 2013

Reforma da estrutura física do CIT. R$ 50.000,00

R$ 138.000,00

Aquisição de móveis e equipamentos. R$ 30.000,00

Capacitação dos técnicos do CIT em centros nacionais de referência.

R$ 18.000,00

Aquisição de antídotos. R$ 20.000,00 Aquisição de material didático da área de Toxicologia.

R$ 15.000,00

Assinatura anual do TOXBASE (banco de dados sobre toxicologia).

R$ 5.000,00

Participação de técnicos em eventos sobre agrotóxicos.

SUVAM, SUVIGE, SUVISA, SUAS, SIEC, CEREST, CIT, COHUR, LACEN.

Segundo semestre de 2013

Diárias, passagens aéreas e inscrições em eventos. R$ 30.000,00 R$ 30.000,00

CUSTO ESTIMADO TOTAL R$ 800.000,00