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 A VIOLAÇÃO DE DIREITOS DOS TRABALHADORES NA MONOCULTUR A CANAVIEIRA Weslei Trevizan Amâni! "  Val#ir An$%i & RESUMO A sociedade cap ita lista é ca rac ter iza da pe lo tra bal ho enq uan to uma me rca doria. Nes te aspecto, na medida em que o trabalhador dispõe única e exclusivamente de sua força de trabalho para sobreviver, o mesmo passa a ser expropriado pelo capital. Tal condiço torna o trabalho de!radante, e, para além de satisfazer as necessidades do homem, se torna uma mera atividade de subsist"ncia. A precariedade e a condiço desumana que esto submetidos muitos trabalhadores apresentam#se como condiço necess$ria para a acumulaço do capital. %om o advento do neoliberalismo tal situaço se acentua ainda mais, uma vez que diante da crise enfre ntad a pelo capita l, a retom ada das altas taxa s de lucro pass a, entre outros fatores, pela  precarizaço ainda maior das condições de trabalho. Trata#se de um processo de reduço ou extinço de todo e qualquer direito conquistado com muita luta pelos trabalhadores. &endo assim, essa reflexo tem o ob'etivo de discutir o processo de precarizaço das condições de tra bal ho dos cor tad ore s de cana#de#a çú car do mu nic (pi o de &o )o o do *va(, cidade localizada no Norte do +aran$, mais precisamente na re!io conhecida como ale do *va(. +ara pesquisa utilizou#se da aborda!em qualitativa, da entrevista semi#estruturada na coleta de dados, além da técnica de an$lise de conteúdo para a interpretaço dos dados coletados, ten do como su' eitos da pes qui sa os co rta dor es de ca na. A par tic ula rid ade do tra bal ho desenvolvido por esses trabalhadores tem sido caracterizada pela constante violaço dos di reitos, ha'a vista a pr ec $r ia co nd o de tra ba lh o que s o su bmet id os . -ian te do desenvolvimento da monocultura em al!umas re!iões, os cortadores de cana ficam reféns de uma determinada atividade para sua subsist"ncia, sendo colocados em uma situaço de exploraço aind a maior. Nesse sentido , a extrema de!rada ço de suas vida s é le!itimada na medida em que no h$ alternativas de sobreviv"ncia, diante da predominncia de uma única atividade produtiva. 'ala vras ($ave) -ireitos/ 0onocultura %anavieira/ +recarizaço/ %ortadores de %ana#de# açúcar/ Trabalho. Ei*! +em,+i!1 Trabalho e -ireito 2  3ra dua do pel a 4ac uld ade 5st adu al de %i" nci as 5co n6micas de Apuca ran a 7 45% 5A 89: :;<. %ursa a 5specializaço em -ireito de 4am(lia a =uz da >esponsabilidade %ivil na ?niversidade 5stadual de =ondrina. Atualmente é As si st ente &oci al da ?niversi da de Tecnol@!ica 4edera l do +ara n$ 7 Ca mp us =ondrina. esleiamancioButfpr.edu.br 9  3raduado em %i"ncias %ont$beis +ela 4aculdade de %i"ncias %ont$beis de =ucélia 82CCD<. 3raduado em &erviço &ocial pelas 4aculdades *nte!radas Ant6nio 5ufr$sio de Toledo de +residente +rudente 89::9<. E 5specialista em +ol(tica &ocial e 3esto de &erviços &ociais pela ?niversidade 5stadual de =ondrina 89::F<. 0estre em &erviço &ocial e +ol(tica &ocial pela ?niversidade 5stadual de =ondrina 89::G<. Atualmente é  professor Assistente A e coordenador do %urso de &erviço &ocial da 4aculdade 5stadual de %i"ncias 5con6micas de Apucarana.  anhucciBHahoo.com.br 

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A VIOLAÇÃO DE DIREITOS DOS TRABALHADORES NAMONOCULTURA CANAVIEIRA

Weslei Trevizan Amâni!"

 Val#ir An$%i&

RESUMO

A sociedade capitalista é caracterizada pelo trabalho enquanto uma mercadoria. Nesteaspecto, na medida em que o trabalhador dispõe única e exclusivamente de sua força detrabalho para sobreviver, o mesmo passa a ser expropriado pelo capital. Tal condiço torna otrabalho de!radante, e, para além de satisfazer as necessidades do homem, se torna uma meraatividade de subsist"ncia. A precariedade e a condiço desumana que esto submetidos muitostrabalhadores apresentam#se como condiço necess$ria para a acumulaço do capital. %om o

advento do neoliberalismo tal situaço se acentua ainda mais, uma vez que diante da criseenfrentada pelo capital, a retomada das altas taxas de lucro passa, entre outros fatores, pela precarizaço ainda maior das condições de trabalho. Trata#se de um processo de reduço ouextinço de todo e qualquer direito conquistado com muita luta pelos trabalhadores. &endoassim, essa reflexo tem o ob'etivo de discutir o processo de precarizaço das condições detrabalho dos cortadores de cana#de#açúcar do munic(pio de &o )oo do *va(, cidadelocalizada no Norte do +aran$, mais precisamente na re!io conhecida como ale do *va(.+ara pesquisa utilizou#se da aborda!em qualitativa, da entrevista semi#estruturada na coletade dados, além da técnica de an$lise de conteúdo para a interpretaço dos dados coletados,tendo como su'eitos da pesquisa os cortadores de cana. A particularidade do trabalhodesenvolvido por esses trabalhadores tem sido caracterizada pela constante violaço dos

direitos, ha'a vista a prec$ria condiço de trabalho que so submetidos. -iante dodesenvolvimento da monocultura em al!umas re!iões, os cortadores de cana ficam reféns deuma determinada atividade para sua subsist"ncia, sendo colocados em uma situaço deexploraço ainda maior. Nesse sentido, a extrema de!radaço de suas vidas é le!itimada namedida em que no h$ alternativas de sobreviv"ncia, diante da predominncia de uma únicaatividade produtiva.

'alavras($ave) -ireitos/ 0onocultura %anavieira/ +recarizaço/ %ortadores de %ana#de#açúcar/ Trabalho.

Ei*! +em,+i!1 Trabalho e -ireito

2  3raduado pela 4aculdade 5stadual de %i"ncias 5con6micas de Apucarana 7 45%5A 89::;<. %ursa a5specializaço em -ireito de 4am(lia a =uz da >esponsabilidade %ivil na ?niversidade 5stadual de =ondrina.Atualmente é Assistente &ocial da ?niversidade Tecnol@!ica 4ederal do +aran$ 7 Campus =ondrina.esleiamancioButfpr.edu.br 

9 3raduado em %i"ncias %ont$beis +ela 4aculdade de %i"ncias %ont$beis de =ucélia 82CCD<. 3raduado em&erviço &ocial pelas 4aculdades *nte!radas Ant6nio 5ufr$sio de Toledo de +residente +rudente 89::9<. E5specialista em +ol(tica &ocial e 3esto de &erviços &ociais pela ?niversidade 5stadual de =ondrina 89::F<.0estre em &erviço &ocial e +ol(tica &ocial pela ?niversidade 5stadual de =ondrina 89::G<. Atualmente é

 professor Assistente A e coordenador do %urso de &erviço &ocial da 4aculdade 5stadual de %i"ncias5con6micas de Apucarana. anhucciBHahoo.com.br 

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" ( INTRODUÇÃO

O canavial é a boca com que primeiro vão devorando a

mata e capoeiras, pastos e cercados; com que devoram a

terra onde um homem plantou seu roçado; depois os poucos metros onde ele plantou sua casa; depois o pouco

espaço de que precisa um homem sentado; depois os sete

 palmos onde ele vai ser enterrado.

Trecho do Poema O Rio,

 João Cabral de elo !eto.

I trabalho em sua linearidade hist@rica se apresentou para o homem, como

uma ferramenta de proporções incomensur$veis para o seu pleno desenvolvimento em homem

reprodutor de relações sociais.A ontolo!ia extirpada do processo de trabalho, em seus prim@rdios,

 propiciador e estruturador do homem s@cio#racional, contribuindo com suas premissas b$sicas

de pensar teleolo!icamente, de simultnea transformaço homem#ambiente e, de diversas

capacidades que nos fazem ser o que somos ho'e enquanto seres reflexivos é amplamente

retratado por Antunes 89::F, p. G a ;<, pelo qual contrastando as conceituações de dois

célebres pensadores, nos oferece a se!uinte contribuiço1

J...K =uL$cs afirmou que o Mtrabalho é um ato de p6r consciente e, portanto, pressupõe um conhecimento concreto, ainda que 'amais perfeito, dedeterminadas finalidade e de determinados meios J...K 3ramsci, acrescentouque em qualquer forma de trabalho, mesmo no trabalho mais manual, h$sempre uma clara dimenso intelectual.

 Nesta perspectiva, Oolanda 89::9, p. 29< afirma que MJ...K o trabalho

constitui o instrumento por excel"ncia do processo de hominizaço, a qual é pelo e para o

trabalho que o homem historicamente se aperfeiçoa e se diferencia do ser meramente biol@!ico para um ser dotado de consci"ncia e atitudes sociais.

A partir da implantaço do modo de produço capitalista, o trabalho deixa

de ser a condiço para o processo de humanizaço e distinço do homem de todas as formas

 pré#humanas. -iante da sociedade capitalista ele perde esses contornos de emancipaço,

transformando, sobretudo em opresso das capacidades ori!inarias humanas.

 Neste sentido, essa reflexo destaca a perversidade do trabalho na sociedade

atual no que se refere Ps condições que impõe ao ser humano. &endo assim, o presente estudose dedica a apresentar que lon!e de emancipar o ser humano, o trabalho nos dias atuais se

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caracteriza pela de!radaço da vida humana. +articularmente, a an$lise proposta por esse

estudo se pautar$ nas discussões sobre os contornos do trabalho desenvolvido pelos

cortadores de cana sob a l@!ica do seu cultivo nas estruturas da monocultura. Assim, a

 pesquisa teve por ob'etivo identificar como se expressa a precarizaço das condições de

trabalho dos cortadores de cana do Qairro &anta Terezinha 8habitado em sua !rande maioria

 por cortadores de cana< do munic(pio de &o )oo do *va(, cidade localizada na re!io mais

conhecida como ale do *va(.

 

& ( A ESS-NCIA DO TRABALHO NA SOCIEDADE CA'ITALISTA

I trabalho tipificado na e pela sociedade capitalista se perfaz a partir da

expropriaço da vida humana, tornando#se uma forma de dominaço dos seres humanos que

 possuem como única condiço de sobreviv"ncia a venda da sua força de trabalhoR, de modo

que é empre!ado em seu processo o assalariamento como recompensa da atividade produtora

de valor.

As consequ"ncias deste contexto se fazem marcante em !rande parte, pelo

empre!o ocultado nesta relaço do assalariamento, da desmedida alienaço e fetichismo F 

exacerbado das mercadorias que deste processo se ori!inam, invertendo em sua raiz os

valores ai produzido. I trabalho que antes era considerado finalidade central do ser social

8realizaço plena de suas necessidades<, se transforma em mera atividade de subsist"ncia e de

necessidades envoltas a!ora de repleta superficialidade. +ara isso, mantém#se a ideolo!ia do

consumo como única condiço de manter as estruturas do re!ime capitalista de produço.

&e!undo Tomazi 89:::<, é natural do capitalismo a acumulaço primitiva do

capital, ou se'a, um modo de produço que permita a classe capitalista expropriar a classe dos

trabalhadores, através da apropriaço de uma parcela si!nificativa do valor#trabalho produzida

 por eles. Nesta con'untura, se!undo *amamoto 89:::<, se repousa boa parte da

estrutura pela qual se propicia o desenvolvimento do modo de produço capitalista, em que se

R +ara 0arx 89::: p. R;< apud *amamoto1 M5ntendemos por capacidade ou força de trabalho o con'unto decondições f(sicas e espirituais que se do na corporeidade, na personalidade viva de um homem e que este põeem aço ao produzir valores de uso de qualquer classe.F &e!undo *amamoto 89::: p. RD< para 0arx o fetichismo ao qual afirma apresentar os produtos do trabalho dasmos humanas no mundo da produço de mercadorias, se compara a postulaço referenciada no mundo dareli!io, Monde os produtos da mente humana assemelham#se a seres dotados de vida pr@pria, de exist"nciaindependente e relacionados entre si e com os homens, tal qual se estabelecem Ps relações sociais de produço

entre os homens e a valoraço dos produtos do seu trabalho, em que se evidencia a exaltaço dos ob'etosmateriais ori!in$rios desse modo de produço em detrimento das relações sociais concretas que articulam na suacomposiço.

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fortalecem os contornos principais da pro'eço da mais#valia, onde em um movimento

desproporcional o capitalista se apropria de si!nificativa parte do que é produzido pelo

trabalhador, materializando um enriquecimento il(cito aos capitalistas a partir do trabalho

excedente no remunerado executado pela classe trabalhadora.

Is efeitos do anta!onismo de interesses que permeia a relaço das classes

capitalista e trabalhadora ori!inam de um lado a acumulaço da riqueza, monopolizados pela

classe capitalista, sendo esta em contra partida, fruto da acumulaço da miséria e da

 pauperizaço da classe trabalhadora. Assim, constata#se que com o movimento que se

desenvolve no sistema capitalista de reproduço constante do capital em uma esfera, tem#se

em consequ"ncia em outro extremo, como natural a esse modelo, a reproduço extensiva da

 pobreza e da miséria, para a classe#que#vive#do#trabalhoD.

&o nesses contextos que se aviltam as contradições entre trabalho e capital.

&o horas de trabalho no pa!as que se acumulam, e so redirecionadas no processo

 produtivo, fazendo com que a classe capitalista enriqueça rapidamente, aumentando assim sua

infra#estrutura e em consequ"ncia disseminando com mais intensidade sua dominaço sobre a

classe trabalhadora.

*amamoto 89::2< faz refer"ncias a esse contexto apresentando as

consequ"ncias para a classe trabalhadora, ao afirmar que

 

J...K a exploraço se expressa tanto nas condições de saúde, de habitaço,como na de!radaço moral e intelectual do trabalhador/ o tempo livre dotrabalhador é cada vez menor, sendo absorvido pelo capital nas suas horasextras de trabalho, no trabalho noturno que desor!aniza a vida familiar. I per(odo da infncia se reduz pelo in!resso de menores na atividade produtiva. As mulheres tornam#se trabalhadoras produtivas. %rescem 'untocom a expanso dos equipamentos e m$quinas modernas, os acidentes detrabalho, as v(timas da indústria. I processo de industrializaço, ao atin!irtodo o cotidiano do oper$rio, transforma#o num cotidiano de sofrimento, deluta pela sobreviv"ncia. 8*A0A0ITI, 9::2, p.SS<

 Nestas condições, o trabalho advindo do modo de produço capitalista, tem

em sua ess"ncia uma intensificaço da de!radaço do ser humano, de forma que a produço é

D  +ara Antunes 89:::< a expresso classe#que#vive#do#trabalho é sin6nimo de classe trabalhadora, essadenominaço enfatiza o sentido contemporneo da classe que tem como única via de acesso 8incluso< ao modode produço capitalista, a venda da sua força de trabalho, portanto essa determinaço compreende todos aquelesque vendem sua força de trabalho, tanto a diretamente produtiva ou no 8nas considerações marxianas<,incluindo os assalariados das prestadoras de serviços e o prolet$rio rural, os prolet$rios sem direitos e os

trabalhadores desempre!ados, entendidos como o exército industrial de reserva, contudo obviamente exclui#sedessas determinações, os !estores e altos funcion$rios do capital, que recebem rendimentos elevados ou vivemde 'uros.

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or!anizada para controlar o tempo dos trabalhadores. Tendo como única forma de sobreviver

P venda da sua força de trabalho, a exploraço é consentida por parte do trabalhador.

5ssas prerro!ativas so fruto do modo como tem se estrutura e se ob'etivado

o trabalho no sistema capitalista como um todo. &endo intensificado no modelo fordista, tem

em sua natureza a tipificaço de uma relaço que fra!menta o trabalhador e o produto de seu

trabalho, conotando uma relaço pelo qual o produtor no é capaz de reconhecer o pr@prio ato

de sua produço, muito menos do produto que participou em sua realizaço e efetivaço,

tendo assim o desenvolvimento de um trabalho estranhadoS em sua !lobalidade.

A situaço do trabalhador é a!ravada diante das crises que o pr@prio sistema

capitalista causa. Nesse sentido, a partir da década de 2CG: ocorrem transformações pol(ticas,

econ6micas e sociais, que em seu movimento vieram provocar mudanças si!nificativas no

 processo de acumulaço do capital. Na concepço de Antunes 89:::< trata#se da acumulaço

flex(vel, provocando novas formulações na composiço do trabalho e na vida dos

trabalhadores.

A essas tend"ncias que sur!em a partir de mudanças no modo de

acumulaço do capitalismo, so envolvidas ideol@!ica e con'unturalmente os mecanismos

anteriormente v$lidos, postos com novas fisionomias, mais intensas, mais fortes e

 proporcionando sempre uma maior adeso dos trabalhadores, tal como se d$ o t(pico

estranhamento no modo de produço fordista, que no modelo flex(vel de bases toHotista,

mobiliza novas estruturas f(sico#ideol@!icas, mas que em sua ess"ncia no deixa de

concretizar as mesmas intenções do modelo precedente, dando#se al!umas vezes de formas

até mais efetivas e com melhores resultados.

Ainda nas determinações de Antunes 89:::<, é de fundamental importncia

entender que na passa!em do fordismo para o toHotismo, carre!am em seu centro as mazelas

do sistema produtor de mercadorias que sempre permeou esse modo de produzir, qual se'a

A l@!ica societal, em seus traços dominantes, é dotada, portanto de umaa!uda destrutividade, que no fundo é a expresso mais profunda da crise queassola a 8des< socializaço contempornea1 destr@i#se força humana quetrabalha, brutalizam#se enormes contin!entes de homens e mulheres que

S +ara Antunes 89::F, p.2RF< se!undo =uL$cs, o trabalho estranhado, concretiza a estruturaço de barreirassociais que se opõem ao pleno desenvolvimento do que é natural da personalidade humana. &endo assim oestranhamento se torna evidente em um determinado modo de produço e sociedade, Msomente quando as formasob'etificadas da sociedade adquirem ou assumem funções que põem a ess"ncia do homem em contraposiço Psua exist"ncia, submetem a ess"ncia humana ao ser social, a deformam ou a dilaceram etc., é que se produz arelaço ob'etivamente social do estranhamento. Icorre que o desenvolvimento das forças de produço,

 proporciona o desenvolvimento da capacidade humana, mas o desenvolvimento desta no necessariamente produz o desenvolvimento do que é essencial do ser humano, sua personalidade, pelo contr$rio pode atédescaracteriz$#la e de!rad$#la.

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vivem do trabalho/ torna#se predat@rio a relaço produçonatureza, criando#se uma monumental Msociedade do descart$vel, condiço para amanutenço do sistema de metabolismo social do capital, conformeexpresso de 0ész$ros 82CCD< e seu circuito reprodutivo. 8ANT?N5&, 9:::, p. 2GD<

 Nas últimas décadas é poss(vel notar quo intensa esto sendo as

transformações no mundo do trabalho. Is Mnovo#velhos modelos que despontam a produço

capitalista para a acumulaço do capital, se utilizando do neoliberalismo e da reestruturaço

da produço na era flex(vel, como muletas para o seu arrastar he!em6nico, porém debilitante,

mas no menos tr$!ico, causador de assassinatos em massa de milhares de seres humanos,

que demarca a hist@ria recente da humanidade com sofrimento e dor.

 Neste sentido, as condições de trabalho nos dias atuais como '$ era de seesperar 8uma vez que sua condiço é o contraponto estruturado na sociedade capitalista como

forma de !arantir as taxas de lucros, sobretudo em tempos de crise como a que se encontra o

capital nas últimas décadas<, so de extrema precarizaço. Assim, diante da desi!ualdade,

exploraço e expropriaço que tem#se desenhado nos dias atuais, o item a se!uir apresentar$ a

 precarizaço das condições de trabalho a partir do processo de flexibilizaço.

. ( A /LE0IBILI1AÇÃO DOS DIREITOS COMO NORMA NA /UNDAMENTAÇÃODO TRABALHO EM CONDIÇ2ES 'REC3RIAS4

ivencia#se nas últimas décadas, se!undo Almeida e Alencar 89::2<,

sobretudo ap@s a crise de 2CG:, refletida no quase completo ocaso do modelo

fordistaLeHnesiano de produço e re!ulaço do sistema capitalista, como consequ"ncia do

re!ime de acumulaço flex(vel, uma brutal vulnerabilizaço da classe trabalhadora.

-esse processo, decorre a ascenso do neoliberalismoG e da reestruturaço

 produtiva;, pautada em uma verti!inosa desa!re!aço do mundo do trabalho, que expõe aG +ara Uurahashi 89::F<, o neoliberalismo pre!a a omisso do 5stado frente Ps relações econ6mico#sociais,inserido a essa l@!ica se encontram as relações de trabalho, impre!nando com esse movimento espec(fico aconstante desre!ulamentaço, tanto quanto poss(vel, dos direitos trabalhistas, afim que as condições do empre!ose'am ditadas, basicamente, pelas leis do mercado, com a m(nima interfer"ncia do 5stado. Assim é poss(velafirmar que no neoliberalismo na esfera trabalhista, no se exi!e a observaço dos preceitos normativos,inexistindo a maioria das normas de proteço ao trabalho, afrontando, brutalmente a -eclaraço ?niversal dos-ireitos do Oomem e do %idado 82CF;<, que consa!rou os princ(pios basilares da se!uridade do ser humano narealizaço de seu labor.; Almeida e Alencar 89::2< afirmam que as mudanças ocorridas na or!anizaço da produço em consequ"nciada reestruturaço produtiva t"m comprometido todo um reordenamento da produço e acumulaço do capital,

forçando o desdobramento no mundo do trabalho de diversas modificações nos processos de relações detrabalho, uma vez que se tornou caracter(stico do seu desenvolvimento diversas inovações no sistema produtivo,tal como as modalidades em que se assentam sua !esto, as formas como so consumidas e controladas a força

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novo patamar de desempre!o e de reproduço do trabalho em condições prec$rias, produzindo

novas formas de excluso e desi!ualdade entre as classes sociais, sucumbidas por uma

expansiva inse!urança do trabalho.

&e!undo 3omes e %osta 89::;<, a reestruturaço produtiva atin!e amplos

setores do trabalho, trazendo consi!o diversas caracterizações e expressões da precarizaço do

trabalho.

5sse quadro se reflete nas empresas e no sistema produtivo, uma vez que o

fortalecimento do sistema econ6mico se expressa sobre uma constante re!resso social, que se

consubstancia na diminuiço de postos de trabalho/ com fra!ilidade laboral nas ofertas de

empre!o em tempo parcial ou com durações eventuais/ com amplas limitações na absorço

das forças de trabalho, caracterizada por constantes irre!ularidades e instabilidades

ocupacionais, expressas no subempre!o e, quando no no desempre!o estruturalC 

acompanhado de per(odos duradouros e sem perspectiva de incluso por parte da força de

trabalho no mercado formal. Apresenta, portanto, !randes dificuldades de 8re< inserço da

mo#de#obra no#qualificada 8e muitas das vezes até mesmo as qualificadas<, refletindo

diretamente em decrescente rendimento e investimentos nessa populaço que '$ se encontra

em uma situaço de vulnerabilidade s@cio#econ6mica.

Ao se referir a 4i!ueiras, &antos 89::D< afirma que essa nova concepço

 presente nas relações entre capital e trabalho circunscrito ao mercado de trabalho é provocada

 pelo afluxo de um mercado re!ido pela l@!ica da flexibilidade das relações s@cio#pol(ticas em

direço ao fortalecimento de um sistema econ6mico impulsionado pela competitividade.

 Nesta perspectiva, é poss(vel afirmar que, em favor da acumulaço flex(vel, produz#se um

movimento que a tudo e a todos flexibilizam. Assim,

J...K a flexibilidade deve ser alcançada em todas as esferas e dimensões daacumulaço1 flexibilidade espacial, com derrubada das restrições de entradae sa(da, de capitais e mercadorias nos diversos pa(ses e re!iões/ flexibilidadetemporal, com a criaço de novos e impressionantes meios de comunicaço ede produço de informações/ flexibilidade de mo#de#obra, de acordo com asflutuações quantitativas e qualitativas da demanda/ flexibilidade financeira ede comercializaço/ flexibilidade no uso e na contrataço e dispensa de mo#

de trabalho.C +ara 3omes e %osta 89::;, p. F2F<, a !ravidade da precarizaço e do desempre!o, quando instalado, est$ natend"ncia a se perpetuarem, dada P aus"ncia de alternativas previs(veis. +assam a fazer parte da dinmica deeroso de uma modernidade que aponta para a desa!re!aço da sociedade do trabalho J...K. No cabe esperar quea l@!ica do livre 'o!o das re!ras do mercado possibilite reabsorver essa populaço deslocada, P mar!em dequalquer sistema previdenci$rio. %ompetitividade e rentabilidade no combinam com solidariedade e coeso

social. 5nfrentar o acelerado crescimento de contin!entes ocupacionais economicamente desnecess$rios esupérfluos que ampliam as dimensões do desempre!o estrutural, sem a menor chance de acesso ou rein!resso a

 posto de trabalho, sem espaço na vida econ6mica, é o maior desafio imposto pelo fen6meno da excluso.

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de#obra, com total desre!ulamentaço do mercado de trabalho, de acordotambém com as variações da demanda/ flexibilidade da 'ornada de trabalho eda remuneraço dos trabalhadores. 5nfim, para o capital, total liberdade demovimento, contrataço e exploraço da força de trabalho. 84*=3?5*>A&,apud  &ANTI&, 9::D, p. GG a G;<.

A este fato, Antunes 89:::< defende que a acumulaço e a produço flex(vel

se tornaram imprescind(veis P flexibilizaço dos trabalhadores, em que pese maior constncia

na flexibilizaço dos direitos, de modo que possam dispor de uma força de trabalho que

atenda de todas as formas aos interesses e necessidades do mercado consumidor.

-e acordo com Vacoub 89::D<, o empresariado se!uindo a l@!ica societal

da racionalizaço da produço pela flexibilizaço, tornam pr@prio desse movimento a

adequaço da 'ornada de trabalho Ps contin!"ncias da produço, empre!ando#a

intensivamente em per(odos em que a produço apresenta#se a todo Mvapor e reduzindo#a

drasticamente em per(odos contr$rios. &endo assim, tornou#se salutar a pactuaço de acordos

coletivos, que viabilizassem a compensaço das horas extras em bancos de horas, uma vez

que seu empre!o rechaça as conquistas hist@ricas formalizadas, em particular no Qrasil, na

%onsolidaço das =eis Trabalhistas 8%=T< e, posteriormente, na %onstituiço da >epública

4ederativa do Qrasil 8%4<2:.

&obre tal contexto, Vacoub 89::D< faz amplas considerações1

5mbora no se'a surpreendente, é de fundamental importncia ressaltar queesse aviltamento das condições e relações de trabalho vem sendo efetivadasob a tutela estatal. 5m 'aneiro de 2CC;, por meio da =ei nW CS:2, e posteriormente, pela 0edida +rovis@ria nW 2G:C, datada de S de a!osto domesmo ano, o mecanismo dos bancos de horas passou a ter re!ulamentaçole!al e ampliou os prazos para a compensaço das horas extras para até umano. A referida 0+ também permite a contrataço de trabalhadores com 'ornada reduzida para até 9D horas semanais e remuneraço proporcional, bem como férias reduzidas 8entre ; e 2; dias ao ano<. Autoriza ainda aadoço do re!ime de tempo parcial para os atuais empre!ados, medianteacordo coletivo e o incentivo P contrataço de trabalhadores por prazodeterminado, reduzindo, para tanto, a al(quota do 4undo de 3arantia porTempo de &erviço 843T&< e as contribuições sociais sobre a folha de pa!amento em D:X, além da desobri!aço quanto aviso prévio e P multarescis@ria. 8VA%I?Q, 9::D, p. DS<

 No percurso dessas validações, ainda foi encaminhado em re!ime de

ur!"ncia, em F de outubro de 9::2, pelo !overno federal ao %on!resso Nacional, o +ro'eto de

2: As normatizações das prestações esto expressas nos, arti!os D;W, DCW da %=T e do arti!o GW da %4 que

estabelece que a duraço do trabalho no exceda as ; 8oito< horas di$rias e as FF 8quarenta e quatro< semanais,sendo permitido a 'ornada extraordin$ria de 9 8duas< horas di$rias, desde que sua remuneraço se'a de D:Xsuperior P hora normal de trabalho 8reiterado pelo inciso Y* do arti!o GW da %4<.

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=ei nW DF;R, que em sua ess"ncia altera o arti!o 8Art.< S2; da %=T, trazendo em seu texto a

 busca de uma maior liberdade 8no sentido caracter(stico da flexibilizaço< Ps relações entre

 patrões e empre!ados, de modo que determina que as condições de trabalho a'ustadas

mediante convenço ou acordo coletivo prevalecero sobre o disposto na %=T, com uma leve

ressalva, de no ir contra a %onstituiço 4ederal. 0esmo com toda a recusa de tal pro'eto,

manifestada por sindicatos, centrais sindicais, partidos pol(ticos de esquerda e Ir!anizações

 No 3overnamentais 8IN3s<, o referido pro'eto foi aprovado na %mara 4ederal. *sso

demonstra o empenho do 5stado em atender aos interesses capitalistas a partir da

implementaço do pro'eto neoliberal.

+ara Uurahashi 89::F<, a flexibilizaço permitiu a maleabilidade das leis

trabalhistas, de tal forma que se tornou um ne!@cio de interesses, visto que os incisos *, Y***

e Y* do Art. GW, da %422  so expressivos. &endo assim, é poss(vel afirmar que a auto#

re!ulamentaço das relações de trabalho, expressamente na preponderncia das convenções e

acordos coletivos sobre as le!islações, é expresso da flexibilizaço das normas, em particular

nas trabalhistas1 redutibilidade salarial/ 'ornada de trabalho extenuante/ banco de horas etc.

Vacoub 89::D< ressalta a acentuada precarizaço das condições de trabalho

que caracterizam o banco de horas, '$ que o trabalhador, em per(odos de produço massiva,

fica encarre!ado de atender os patamares de horas dedicadas P produço, tendo nesse per(odo

not$vel aumento de estresse, lesões por esforço repetitivo e acidente de trabalho. No mbito

exterior ao trabalho nesse per(odo, o trabalhador encontra#se em cont(nua dificuldade de

 plane'ar o seu tempo, uma vez que fica dependente das necessidades da empresa. Além das

lesões f(sicas e psicol@!icas diretas a que esto su'eitos os trabalhadores a essa composiço,

li!am#se as de car$ter financeiro/ visto que o fim do adicional de horas extras reduziu ao

extremo suas remunerações, tendo dificuldade de compensaço do acúmulo de horas, que ora

se encontram em crédito, ora em débito.

5sse quadro social em que se encontra a reestruturaço produtiva brasileirase d$, pelo fato de sua "nfase se voltar massivamente aos aspectos or!anizacionais do

trabalho. Assim, deste assentamento produtivo, promovido via 8re< ordenamento das funções

22 %onforme a %4, Art. GW. &o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem P melhoriade sua condiço social1J...K* 7 irredutibilidade do sal$rio, salv! ! #is5!s+! em !nven67! !% a!r#! !le+iv!8J...KY*** 7 duraço do trabalho normal no superior a oito horas di$rias e quarenta e quatro semanais, facultada acompensaço de hor$rios e a reduço da 'ornada, me#ian+e a!r#! !% !nven67! !le+iva #e +ra9al$!8

J...KY* 7 'ornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salv! ne:!ia67!!le+iva4

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or!anizacionais do trabalho, apresenta#se como Mcanto dos cisnes na ordem neoliberal, a

terceirizaço dos processos de trabalho. -esta forma, o paradoxo central da terceirizaço da

 produço incide no ide$rio neoliberal de empresa enxuta, de maneira que se possa fazer o

melhor com o menor custo P mercadoria P qual se dedica a comercializaço, deixando as

demais atividades como incumb"ncia a terceiros.

-essa estrutura terceirizada, as mudanças no se restrin!em a transfer"ncias

de ordem produtiva entre trabalhadores. Icorrem, nesse processo, mudanças na !esto da

força de trabalho, nas relações que estabelecem entre si e com a empresa, repercutindo

mudanças no perfil moral, socioecon6mico, nos direitos de cidadania e, sobretudo, nos

direitos trabalhistas que os envolvem.

A essas afirmações, 0elo 89:::< pontua que a terceirizaço impõe um

c@di!o de posturas no trato dos contratantes e contratados, afirmando ser natural Ps

 prerro!ativas do sistema produtor econ6mico sob a l@!ica neoliberal. A partir desses fatos,

so desenhados os pactos firmados entre os trabalhadores e os capitalistas, relações

envolvidas pela imposiço de poder, no intuito de efetivar os interesses de classe/ em que a

classe trabalhadora, em conseqZ"ncia de sua posiço desprivile!iada, sempre se submete P

obri!atoriedade da classe capitalista, envolta na busca do lucro, via reduço de custos, que se

assenta na precarizaço do trabalho, e encontra respaldo na ordem da reestruturaço

 produtiva. Assim,

J...K se considerarmos a terceirizaço uma técnica que permite a reduço decustos e o contrato como um de seus elementos centrais, precisamosentender este último, como espaço onde se operacionaliza a contenço decustos. %l$usulas contratuais neste contexto so estraté!ias para a reduço decustos, através da desresponsabilizaço da empresa#me com os custos daforça de trabalho empre!ado pelas terceiras, com as matérias#primas, com otransporte, com a atualizaço manutenço dos equipamentos. I c@di!o de posturas apresenta vulnerabilidade tanto no que tan!e P empresa#me, que

nem sempre realiza auditorias fiscalizadoras da atuaço das subcontratadas,quanto por parte dessas, cu'a infra#estrutura tecnol@!ica, 'ur(dica, financeira,nem sempre é capaz de suportar as requisições do setor econ6mico em quese insere, ori!inalmente suportada pela empresa#me. Normalmente, asubcontratada tende a reproduzir a l@!ica da empresa#me de fu!a dosencar!os trabalhistas, num contexto de aumento dos lucros de produço.805=I, 9:::, p. 9:9<

A terceirizaço da produço, se!undo 0otta 82CCG, p. R9<, Mao mesmo

tempo em que determina a excluso dos trabalhadores do trabalho socialmente prote!ido, cria

outras formas de incluso na economia, que t"m na inse!urança e na desproteço do trabalho

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as suas principais caracter(sticas. Neste sentido, o trabalho coletivo, apresenta#se sobre um

vasto estatuto trabalhista e reprodutivo, que tem na precarizaço e na desproteço a razo de

sua exist"ncia.

%om esse movimento, se!undo 0otta 82CCG<, sur!e uma mi!raço das

capacidades de produço a que Teixeira denomina de externalizaço 29 da produço, que em

 per(odos anteriores, pertencia exclusivamente Ps !randes empresas. As médias e pequenas

empresas operam com o sur!imento de trabalhadores aut6nomos e de domic(lio, sem um

m(nimo de v(nculo empre!at(cio, formalizando a eventualidade de empre!o, pois se colocam

P mar!em da proteço social historicamente conquistada pela classe trabalhadora. No

fracionamento do mercado de trabalho, a classe trabalhadora tem a crescente construço de

sua fra!ilizaço enquanto classe or!anizada, uma vez que um dos sentidos da reestruturaço

 produtiva se volta para o enfraquecimento do poder sindical, transformando em retr@!rados os

seus movimentos de contestaço.

 Neste sentido, fica estarrecidamente evidente que é ori!in$rio do sistema

capitalista, sobretudo presente no neoliberalismo, de forma mais intensa, o processo de

exploraço de muitos trabalhadores, levando a fim a desmedida precarizaço das condições de

seu labor e em consequ"ncia, de suas vidas, presenciadas indubitavelmente na explicita

con'u!aço das violações de seus direitos. Neste aspecto, a discusso do item se!uinte dar#se#

$ no contorno em que se propa!a o fen6meno da precarizaço das condições de trabalho dos

trabalhadores do corte de cana#de#açúcar na produço a!roindustrial canavieira.

; < O TRABALHO NA  MONOCULTURA  CANAVIEIRA E SUAS INTENSIVAS E

E0TENSIVAS E0'RESS2ES NA VIOLAÇÃO DE DIREITOS4

I processo de trabalho na monocultura canavieira tem em sua ess"ncia um

movimento que torna mais intensiva e extensiva as condições de precarizaço que seapresentam Ps formas de trabalho. 5ncontra#se na sua estrutura de desenvolvimento cotidiano,

cont(nua violações de direito dos trabalhadores, expresso pela 'ornada de trabalho superior ao

29 +ara 0otta 82CCG p. G9< se!undo Teixeira, Ma externalizaço da produço no passa de uma nova forma deestruturaço do trabalho abstrato e que se revela como um verdadeiro reino de liberdade, propriedade ei!ualdade. I trabalhador se sente mais livre, porque a!ora no est$ mais preso a um sistema hierarquicamenteor!anizado de exploraço e opresso. 5le se sente como um cidado, que trabalha no seu pr@prio local de

 produço 8e Ps vezes de moradia<, sem nin!uém para vi!i$#lo ou lhe dar ordens. 5le se sente patro de si mesmo,dono de seu pr@prio ne!@cio. &ente#se propriet$rio e i!ualmente livre, porque é ele quem or!aniza o processo de

trabalho e estabelece, por iniciativa pr@pria, a duraço da sua 'ornada de trabalho. 5 mais1 na condiço devendedor de Mtrabalho ob'etivado, sente#se um verdadeiro comerciante, parceiro de seus anti!osempre!adores.

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que permite a lei, sem re!istro em carteira de trabalho, tudo isso, sem considerar os

mecanismos ocultos evolvidos no sentido de retirar o m$ximo de valor da força de trabalho

com o m(nimo 8parte (nfima se comparado com o montante de capital a!re!ado ao produto

final e em consequ"ncia ao lucro adquirido pela empresa pelo labor dos cortadores< de custos.

*amamoto 89::S< asse!ura que nesse ramo de produço prevalece um uso

 predat@rio da força de trabalho, e os trabalhadores desconhecem conquistas democr$ticas

fixadas em uma le!islaço que faça valer uma proteço le!(tima do trabalho. Tal contexto é

imposiço mecnica dos usineiros, de forma a !arantir uma taxa média de lucro que colabore

com seu enriquecimento. 4rente aos processos particulares desse modo de produço, ou se'a,

diante da ri!idez com que se apresenta o processo de produço e valorizaço da mercadoria na

monocultura da cana, incluindo os determinantes do ciclo biol@!ico do crescimento e

maturaço da cana#de#açúcar e pelo processo industrial de sua transformaço qu(mica em

açúcar e $lcool, foram implementadas estraté!ias de constante flexibilizaço do empre!o da

força de trabalho, aos quais os des!astes da produço so constantemente compensados na

desre!ulamentaço de tudo que venha a valorizar e !arantir direitos aos trabalhadores.

 No processo de estruturaço dinmica do desenvolvimento econ6mico

canavieiro, é poss(vel perceber a tipificaço dos traços da l@!ica capitalista em toda sua

complexidade, visto que um contin!ente !i!antesco de miser$veis marcados pela

vulnerabilidade, mantém suas vidas, lutando constantemente para evitar a queda no fosso do

desempre!o 8des< estrutural. 5m contrapartida, com seu ritmo frenético no corte da cana,

 produz o esvaziamento de sua personalidade e de toda humanidade, criando riqueza para um

minúsculo contin!ente propriet$rio dos meios de produço, e uma pobreza estrutural para os

trabalhadores dessa atividade produtiva.

&o trabalhadores que vivem o imediato, despendendo a maior quantidade

de forças a proverem sua subsist"ncia, em razo de suas vidas terem sido suprimidas e

moldadas no sentido de no expressarem pro'eções que extrapolem o tempo presente. &o permeados por incertezas quanto ao amanh, de tal modo que *amamoto 89::S, p. 9GC a 9;:<

resume em suas palavras, toda a perturbaço posta pelo trabalho na monocultura da cana#de#

açúcar aos cortadores de cana1

 

I trabalho nas condições aqui expostas aprisiona o tempo de vida, encurta#o,rouba dos oper$rios o tempo de lazer, de fruiço dos conv(vios e afetos,capturando as possibilidades de traçarem seus pr@prios destinos J...K. A

relaço do capital ao prota!onizar tais condições sociais metamorfoseia#se, para os indiv(duos sin!ulares, em al!o que ultrapassa e sobre o que no tem

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controle, ainda que dela no possa se livrar. %omo uma força superior 7apreendida como o destino 7 passa a re!er suas vidas e rouba#lhes ascondições sociais que tornaria poss(vel o exerc(cio da liberdade de escolha ea pro'eço de alternativas de mais lar!o alcance, porque premidos pelasnecessidades imediatas de subsistir. iver a condiço oper$ria nos termosaqui relatados exi!e cora"em e #opinião$  para enfrentar as condiçõesadversas1 os peri!os, os acidentes, a insalubridade do ambiente de trabalho, o poder dos Mhomens e da pol(cia, a alimentaço que no é capaz de repor asener!ias consumidas no trabalho Mpesado e ininterrupto.

Assim como a reflexo apontada pela autora, a pesquisa 'unto aos

cortadores de cana no ale do *va( aponta traços semelhantes. A partir da pesquisa constatou#

se uma constante dificuldade da realizaço do trabalho no corte de cana diante dos distintos

modos da precarizaço das condições de trabalho. &o n(tidos os males causados aos

trabalhadores, em diretivas que lesionam a capacidade psicol@!ica em um primeiro plano,

desdobrando#se na deterioraço f(sica em um se!undo momento, devido P realizaço do

trabalho na ordem em que so obri!ados a realizarem. I pa!amento pelo trabalho est$ muito

aquém de suas expectativas diante da força desempenhada, ou se'a, o quantum de sua força de

trabalho que so extenuadas em troca de uma remuneraço que em certo sentido no satisfaz

Ps necessidades de sua subsist"ncia.

As condições de saúde dos que exercem o trabalho no corte de cana so

afetadas de diversas formas. %omo se pode constatar, uma das primeiras percepções daintensiva precarizaço das condições do trabalho so os males causados para a saúde em

refer"ncia a forma de como se realiza seu labor. %abe destacar nos relatos dos entrevistados,

as transformações percebidas, sentidas e sofridas, do per(odo anterior a estarem inseridos no

corte da cana e sua posterior inserço. +orém, mesmo com o dia!n@stico de uma potencial

doença derivada da forma como realiza seu trabalho, sua condiço de trabalhador dependente

desta atividade, como exi!"ncia para sua sobreviv"ncia e de sua fam(lia, exi!e a continuidade

e perman"ncia na mesma.+ode#se perceber que é extrema a precarizaço a que esto submetidos os

trabalhadores, na medida em que a forma de pa!amento dos cortadores de cana est$ li!ada ao

quanto de cana so capazes de cortar. *sso determina, em sua ess"ncia, no excesso de trabalho,

comprometendo o corpo e a mente dos trabalhadores.

A exploraço se intensifica na medida em que o trabalhador est$ ameaçado

 pelo no cumprimento de metas impostas pelo empre!ador. &i!nifica dizer que o esforço

despendido é enorme, muito embora a renda no se'a suficiente para satisfazer Ps

necessidades b$sicas. 4ato este que levam muitos, no intuito de conse!uir uma renda que lhe

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 propicie uma di!nidade na satisfaço de suas necessidades, a trabalharem em quantidade

superior a capacidade or!nica humana, tendo como consequ"ncia, v$rias sequelas advinda da

deterioraço de seus músculos, quando muito na sua morte súbita no pr@prio campo de

execuço do trabalho.

5m outra vertente averi!uou#se que o empre!ador se utiliza de um controle

 perverso sobre os trabalhadores. 5stipula#se uma ri!orosa disciplina para os cortadores, em

sua labuta di$ria através de um incentivo complementar 8como exemplo o direito a uma cesta

 b$sica<. Tal medida no admite uma única falta no m"s inteiro de trabalho, mesmo que esta

se'a 'ustificada com o atestado médico. *sso demonstra a dificuldades das usinas no que se

refere P preocupaço com a saúde e preservaço da inte!ridade dos trabalhadores.

5m virtude do tempo que os trabalhadores dedicam ao trabalho, percebeu#se

a dificuldade no que diz respeito ao relacionamento com outras esferas que no se'a a do

trabalho, pois a sua participaço, na comunidade, na pol(tica, na sociedade e na fam(lia fica

rele!ada a um se!undo plano. Neste aspecto, o trabalhador dedica parte si!nificativa do seu

tempo exclusivamente para o trabalho. *sso pode ser comprovado uma vez que os

trabalhadores do munic(pio de &o )oo do *va(, tem que se locomoverem a lon!as distncias

 para trabalhar. I deslocamento até o local de trabalho e o posterior retorno aos seus lares t"m

inviabilizado outras relações sociais que no esto diretamente relacionadas com as atividades

do trabalho.

E total o descaso com a proteço aos cortadores de cana, na medida em que

o resultado da pesquisa denuncia a omisso por partes dos @r!os públicos que deveriam zelar

 pelos direitos trabalhistas duramente conquistados. Atualmente h$ uma !rande fra!ilidade na

 proteço de direitos constantemente ameaçados pela l@!ica da reestruturaço produtiva

flexibilizada no a!ressivo sistema capitalista.

A aus"ncia do poder público na fiscalizaço das condições de trabalho tem

le!itimado ainda mais a precarizaço das condições de trabalho, propiciando a desvalorizaçodos trabalhadores. 0ais do que isso a le!islaço deixa de ser cumprida, ficando os

empres$rios com a possibilidade de re!ular as relações de trabalho conforme os seus

interesses.

+ara a!ravar ainda mais a situaço, verifica#se a aus"ncia do sindicato que

representa a cate!oria, em defender as reivindicações e demandas postas pelos cortadores de

cana. %om isso, aumenta a liberdade para que as usinas empre!uem de acordo com sua

vontade, usurpando ao extremo o trabalhador.

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= < CONSIDERAÇ2ES /INAIS

A pesquisa possibilitou a compreenso de que o fen6meno da precarizaço

das condições de trabalho, em que pese em !rande parte, via subsunço de direitos, est$

 presente de forma intensa na vida dos trabalhadores cortadores de cana moradores do bairro

&anta Terezinha do munic(pio de &o )oo do *va(.

A superaço de tal situaço exi!e a luta coletiva por parte dos trabalhadores,

a partir de uma or!anizaço pol(tica consistente, capaz de exi!ir melhores condições de

trabalho e !arantia de direitos previstos na le!islaço vi!ente. *sso implica também, na

 presença do poder público, que a partir do 0inistério do Trabalho, deve empreender ações

continuadas para preservar e efetivar os direitos trabalhistas.

5nfrentar a l@!ica perversa do capital deve fazer parte da a!enda de luta detodos os trabalhadores. +orém, de maneira especial é fundamental ações que possam eliminar

a prec$ria condiço de trabalho dos cortadores de cana, uma vez que os mesmos t"m

entre!ado suas vidas para atender aos privilé!ios dos usineiros.

 Neste sentido, o presente trabalho buscou ampliar as reflexões sobre as

 prec$rias condições a que esto submetidos os cortadores de cana em constante via de

violações de direitos, e ao mesmo tempo procura insti!ar o aprofundamento desse debate

como forma de tornar ainda mais expl(cita esta realidade. 0ais do que isso, mostrar que éfundamental despertar consci"ncias para resistir ao modo capitalista de produço, que de!rada

e destr@i o ser humano em suas capacidades ontol@!icas.

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RE/ER-NCIAS

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ANT?N5&, >icardo. A#e%s a! +ra9al$!@) ensai! s!9re as me+am!r>!ses e a en+rali#a#e#! m%n#! #! +ra9al$!. G. ed. &o +aulo1 %ortez, 9:::.

 [[[[[[[[[[[[[[[[ 8or!<. A #ial+ia #! Tra9al$!) Esri+!s #e Mar* e En:els. &o +aulo15xpresso +opular, 9::F.

 [[[[[[[[[[[[[[[[ e &*=A, 0oraes A. 0aria 8or!s<. O avess! #! Tra9al$!4 &o +aulo15xpresso +opular, 9::F.

QA>-*N, =aurence. An,lise #e !n+e#!4 =isboa1 5dições G:, 2CGG.

Q>A&*=. %onsolidaço das =eis do Trabalho. Te*+! #! Dere+!(Lei n4 =4;=&, de 2 de maiode 2CFR. -ispon(vel em1 http1.planalto.!ov.brccivil-ecreto#=ei-elDFD9.htm. Acessoem1 99 mar. 9:2:.

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U?>AOA&O*, =orH &hideLo. Tereiriza67! e a Res5!nsa9ili#a#e #a em5resa +!ma#!ra

5el! r#i+! +ra9al$is+as nas em5resas 5riva#as.9::F, Tese 83raduaço em -ireito< 7?niversidade do Norte do +aran$, Arapon!as, 9::F.

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I=*5*>A, 5dnéia Alves de. O a+%al es+,:i! #e a%m%la67! a5i+alis+a) #es+r%i67!ria+iva !% ria67! #es+r%+iva@. >evista &erviço &ocial e &ociedade, &o +aulo1 %ortez, nW;9, 'ul. 9::D. p. 99 7FD.

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TI0A\*, Nelson -acio et al . Iniia67! s!i!l!:ia. 7 9. ed. &o +aulo1 Atual, 9:::.

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