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DIVALDO P. FRANCO com VANESSA ANSELONI A NOVA GERAÇÃO: Visão Espírita das Crianças índigo e Cristal CENTRO ESPÍRITA CAMINHO DA REDENÇÃO 5ª edição Salvador - 2008 LIVRARIA ESPÍRITA ALVORADA EDITORA AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Ao Dr. Andrew Newberg, professor e neurologista da Universidade da Pensilvânia, também diretor do Centro de Espiritualidade e Mente, por ter-nos gentilmente permitido a reprodução das imagens SPECT e as respectivas explicações sobre o seu estudo científico dos correlatos neurofisiológicos da meditação. À Art Akiane, LLC e à Forelli Kramarík por ter-nos concedido os direitos de reprodução da foto do quadro "Príncipe da Paz" pintado por Akiane Kramarík. À senhora Amy Biank e sua equipe pela organização do evento com Divaldo Franco. Sumário PREFÁCIO 11 Capítulo 1. A década do Cérebro e o "Ponto de Deus" 15 Capítulo 2. Cooperação Interplanetária e Evolução Humana 23 Capítulo 3. Crianças índigo 37 Capítulo 4. Um Caso sobre Criança índigo 43 Capítulo 5. Crianças índigo e Hiperatividade 47 Capítulo 6. Tipos de Criança índigo 53 Capítulo 7 . Nova Pedagogia para a Nova Geração 61 Capítulo 8. Crianças Cristal 71 Capítulo 9. Perguntas e Respostas 83 PREFACIO Imersos que estamos, incontestavelmente, num mundo de transformações nos âmbitos pessoal, social e mundial, este livro vem trazer novos ensinamentos, provendo-nos de novas diretrizes e, principalmente, enchendo-nos de esperança.

Visão Espírita Das Crianças Índigo e Cristal (Divaldo Pereira Franco e Vanessa Anseloni)

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Visão Espírita das Crianças Índigo e Cristal

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  • DIVALDO P. FRANCO com VANESSA ANSELONI

    A NOVA GERAO:

    Viso Esprita das Crianas ndigo e Cristal

    CENTRO ESPRITA CAMINHO DA REDENO

    5 edio

    Salvador - 2008

    LIVRARIA ESPRITA ALVORADA EDITORA

    AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

    Ao Dr. Andrew Newberg, professor e neurologista da Universidade da

    Pensilvnia, tambm diretor do Centro de Espiritualidade e Mente, por

    ter-nos gentilmente permitido

    a reproduo das imagens SPECT e as respectivas explicaes sobre o seu

    estudo cientfico dos correlatos neurofisiolgicos da meditao.

    Art Akiane, LLC e Forelli Kramark por ter-nos concedido os direitos

    de reproduo da foto do quadro "Prncipe da Paz" pintado por Akiane

    Kramark.

    senhora Amy Biank e sua equipe pela organizao do evento com Divaldo

    Franco.

    Sumrio

    PREFCIO 11

    Captulo 1. A dcada do Crebro e o "Ponto de Deus" 15

    Captulo 2. Cooperao Interplanetria e Evoluo Humana 23

    Captulo 3. Crianas ndigo 37

    Captulo 4. Um Caso sobre Criana ndigo 43

    Captulo 5. Crianas ndigo e Hiperatividade 47

    Captulo 6. Tipos de Criana ndigo 53

    Captulo 7 . Nova Pedagogia para a Nova Gerao 61

    Captulo 8. Crianas Cristal 71

    Captulo 9. Perguntas e Respostas 83

    PREFACIO

    Imersos que estamos, incontestavelmente, num mundo de transformaes nos

    mbitos pessoal, social e mundial, este livro vem trazer novos

    ensinamentos, provendo-nos

    de novas diretrizes e, principalmente, enchendo-nos de esperana.

  • Divaldo Pereira Franco mais uma vez nos presenteia com gloriosos

    esclarecimentos, desta vez sobre uma nova gerao de espritos

    reencarnantes: as crianas ndigo

    e cristal. Com informaes adicionadas em itlico por Vanessa Anseloni,

    este livro, sem dvidas, traz-nos interessantes insights em como lidar,

    educar e entender

    esses seres que sero responsveis pela grande transio de um mundo de

    guerras e sofrimentos para um mundo mais fraterno e pacfico.

    As informaes contidas neste livro baseiam-se, em parte, em uma

    esplendorosa palestra proferida por Divaldo Pereira Franco, em 18 de

    fevereiro de 2006, em Oswego,

    Illinois

    - EUA. O encontro foi organizado pela nossa companheira americana

    AmyBiank juntamente com as suas instituies Angel Centere Intuition

    Unlimited.

    Nesta obra de arte, observamos que essa nova gerao to peculiar que

    se faz necessrio viajar no tempo e no espao, lanando mo das cincias

    terrena e espiritual,

    a fim de compreend-la. Divaldo Pereira Franco nos conduz com

    profundidade e sabedoria nessa viagem ao nosso passado. Remonta aos seus

    primeiros momentos, analisando

    a evoluo da humanidade terrena que ocorreu a partir de uma

    indispensvel intercooperao planetria, graas s migraes de

    espritos. A partir da, explicaes

    coerentes so dadas sobre a definio de criana ndigo e cristal, suas

    diferenas, tipos e comportamentos, intercaladas por histrias verdicas

    vividas por Divaldo

    Franco. O desfecho um amoroso convite ao acolhimento que devemos dar a

    essa nova gerao que j faz parte da nossa humanidade terrena.

    Em primorosa sincronia de idias com Divaldo Pereira Franco, Vanessa

    Anseloni traz informaes relevantes e complementares das reas da

    neurocincia, psicologia

    e do Espiritismo.

    12

    Indubitavelmente, acredito que o leitor, principalmente pais e

    educadores, iro perceber que essa obra de significativa relevncia.

    Evidenciamos tambm, que nela

    h uma continuidade dos trabalhos do mestre lions Allan Kardec, que

    preconizava a educao, pautada na mudana real dos hbitos, como sendo a

    nica forma de mudana

    individual e social.

    Acolhamos com todos os nossos esforos essa nova gerao de seres

    humanos, extremamente necessria para uma mudana de paradigma

    familiar/social de que tanto carecemos.

    Boa leitura!

    Baltimore - MD (EUA),

    7 de novembro de 2006.

    M. Daniel Santos, PhD

    Diretor de Comunicaes Sociedade Esprita de Baltimore

  • 13

    CAPITULO 1 - A DCADA DO CREBRO E O "PONTO DE DEUS"

    Durante os anos 1990 e 2000, os neurocientistas dos Estados Unidos

    solicitaram ao Congresso americano que considerasse esse decnio o da

    Dcada do Crebro. O Congresso

    americano, examinando a proposta desses neurocientistas, aceitou o

    desafio e designou aquele perodo conforme solicitado, porque as

    neurocincias haviam investigado

    o sistema nervoso e logrado descobrimentos com tantos detalhes, como

    nunca havia acontecido na histria da cincia durante os anteriores 6.600

    anos de cultura, de

    tica e de civilizao.

    Aprovada pelo Congresso americano a Dcada do Crebro, o Presidente

    George W. Bush homologou o pedido, e esse perodo passou a ser

    considerado como o mais grandioso

    da evoluo das referidas neurocincias.

    15

    A proclamao da Dcada do Crebro propiciou a conscientizao pblica da

    relevncia dos estudos do crebro para a humanidade, bem como a

    necessidade de investir

    em tais estudos. A medida teve tal impacto que toda a comunidade

    neurocientfica mundial decidiu adotar tambm os anos 90 como sendo a

    gloriosa dcada do crebro.

    Entre os revolucionrios avanos mais importantes apontamos os seguintes:

    (1) mais da metade do projeto genoma humano composto de clulas ligadas

    ao crebro, genes

    que influenciam uma vasta gama de comportamentos; (2) a revoluo das

    tcnicas de escaneamento do crebro, especialmente de imagem funcional;

    (3) o crebro humano

    apresenta plasticidade durante a fase adulta, incluindo novos neurnios

    que nascem.

    Por conseqncia, a humanidade passou a entender melhor a sua prpria

    histria. E, mais fascinante ainda, na atualidade, alguns desses nobres

    investigadores neurocientistas

    afirmam que o nosso crebro tem escrito na sua intimidade a presena de

    Deus.

    Utilizando-se de tcnicas de alta tecnologia, o professore neurologista

    da Universidade da Pensilvnia, tambm diretor do Centro de

    Espiritualidade e Mente, Andrew

    Newberg, constatou que nos momentos em que oramos

    16

    e/ou meditamos ativamos reas especficas do crebro. Ele conduziu uma

    srie de estudos com imagem funcional do crebro em freiras franciscanas,

    budistas e cristos

    pentecostais que tm o "dom de lnguas".

    A seguir, pode-se observar as figuras obtidas durante um estudo sobre

    correlatos neurofisiolgicos da meditao, estudo este conduzido pelo Dr.

    Andrew Newberg. (As

  • imagens a seguir, juntamente com suas descries, foram gentilmente

    concedidas pelo referido autor do trabalho em questo, a fim de serem

    reproduzidas neste livro).

    "Em breves palavras, ns temos estudado os crebros de monges Tibetanos

    com grande experincia em meditao, atravs de Tomografia Computada por

    Emisso de Fton

    nico (SPECT). A imagem SPECTpermite-nos vero crebro e determinar quais

    as reas que esto ativas atravs da medida do fluxo sangneo. Quanto

    maior o fluxo de

    sangue numa determinada rea, mais ativa ela estar, aparecendo em

    vermelho. As imagens mostram os resultados do grupo controle esquerda

    (enquanto o sujeito estava

    em repouso) e durante o "pico" da meditao, representado direita. Dois

    grupos de imagens foram obtidas, mostrando partes diferentes do crebro,

    como veremos a

    seguir."

    17

    "Na figura acima, podemos observar que h um decrscimo da atividade do

    lobo parietal durante a meditao. A parte inferior mostra-se em amarelo

    e no em vermelho

    como na imagem esquerda. Essa rea do crebro responsvel por nos dar

    um senso de orientao de tempo e espao. Ns hipotetizamos que o

    bloqueio de todos os

    inputs sensrio-cognitivos nesta rea, aps a meditao, est associado

    com a sensao atemporal e no-espacial que frequentemente descrita

    quando estamos em meditao."

    18

    "Esta segunda figura mostra que a parte frontal do crebro, usualmente

    envolvida com ateno e concentrao, est mais ativada durante a

    meditao (atividade em

    vermelho aparece aumentada). Isto faz sentido, pois que a meditao

    requer um alto nvel de concentrao. Tambm evidenciamos que quanto

    maior a atividade no lobo

    frontal, menor a ativao do lobo parietal1."- concluiu Dr. Newberg.

    Em 1992, na Universidade da Califrnia, em Los Angeles, o neuropsiquiatra

    Michael Persinger, analisando o crebro humano mediante

    1 Uma verso mais complexa do modelo poder ser lida no livro dos Drs.

    Newberg e d'Aquili entitulado" Why God Won't Go Away: Brain Science and

    the Biology of Belief

    Ballantine, 2001).

    19

    uma tomografia computadorizada, atravs de um escaneamento topogrfico

    com emisso de psitrons, identificou uma rea que brilhava no crebro

    humano. Ele percebeu

    que o crebro emitia uma especfica luminosidade. Resolveu procurar o

    neuropsiclogo Dr. Vilayanur Ramachandran que, examinando essa luz

    cerebral, chegou a uma concluso

    curiosa: toda vez que ele enunciava o nome de Deus, aquela luminosidade

    aumentava. Eles resolveram, ento, denominar essa rea entre os lbulos

    temporais como "o

    ponto de Deus".

  • Os estudos de Persinger e Ramachandran iniciaram-se a partir de pacientes

    com epilepsia, que usualmente tm experincias espirituais profundas. Em

    comparaes entre

    os epilpticos e pessoas sadias e religiosas, a resposta foi similar

    quando evocadas palavras de crena espiritual.

    Mais tarde, a grande fsica norte-americana Danah Zohar, professora da

    Universidade de Oxford, veio examinar a questo, e depois de estudar com

    os neurocientistas,

    ela concluiu que nessa rea cerebral localizava-se a inteligncia

    espiritual, definindo, aps acuradas reflexes, que nesse campo se

    encontra o correlato biolgico

    da inteligncia espiritual. Equivale dizer que o Esprito j no mais

    20

    uma produo do crebro, mas que este decodifica-lhe os contedos

    profundos atravs dos neurnios.

    Esta maravilhosa descoberta fez que vrios neurocientistas conclussem

    que a criatura humana no somente um ser constitudo de clulas, mas

    tambm uma conscincia

    de natureza transpessoal. Apesar das neurocincias oficialmente no terem

    provado que a mente extra-sensorial, os estudos mencionados abrem

    questionamentos para

    a compreenso da sede da mente humana.

    Este prembulo tem por finalidade facultar-nos perceber a viso

    contempornea de alguns cientistas a respeito do ser imortal que somos.

    21

    CAPTULO 2 - COOPERAO INTERPLANETRIA E EVOLUO HUMANA

    Nessa mesma fase de investigaes, um grande nmero de astrnomos

    conceituados, quais Edmund Halley, Paul Otto Hesse e F. WiIhelm Bessel

    entre outros, atravs de

    clculos muito complexos constataram que o nosso sistema solar escravo

    da atrao gravitacional de Alcone, uma estrela de terceira grandeza,

    que se encontra h

    aproximadamente 440 anos-luz da Terra.

    Essa estrela faz parte da constelao das Pliades, conhecidas desde

    priscas eras. O sistema solar gira em torno de Alcone durante o perodo

    de 26.000 anos aproximadamente.

    E em cada 12.000 anos, o sistema solar aproxima-se dessa estrela

    grandiosa, que circundada por uma imensa camada de ftons, penetrando-

    a, e a demorando-se por

    23

    perodo de 2.000 anos. Essas partculas - os ftons - so o resultado da

    decomposio do eltron, considerados como mnimas partculas de energia

    eletromagntica,

    que produzem especiais alteraes na estrutura do sistema solar, quando

    penetra nesse verdadeiro cinturo que envolve Alcone.

    Curiosamente, h 12.000 anos, aconteceu a aproximao e penetrao do

    nosso sistema solar nesse campo energtico que envolve Alcone, quando o

    nosso planeta comeou

    a ser habitado por seres inteligentes...

  • Acreditam esses estudiosos que, por volta do ano de 1972, o sistema solar

    vem-se adentrando nesse envoltrio de ftons, e que, a partir de 1987, a

    Terra comeou

    a penetrar nessa camada de energia que produz uma certa luminosidade,

    resultado da excitao molecular, que no tem calor, nem proporciona

    sombra ou trevas.

    Faamos um pequeno recuo. Do ponto de vista da evoluo antropolgica,

    havia seres que se foram modificando atravs dos milhes de anos e

    alcanaram um momento em

    que se apresentavam como antropides. Esses antropides eram constitudos

    por um psiquismo muito primrio, progredindo em corpo igualmente

    grosseiro.

    Segundo a teoria do evolucionismo, nesse momento o antropide dividiu-se

    em dois

    24

    ramos: permaneceu o ancestral e surgiu aquele que facultaria o

    aparecimento do ser humano. O extraordinrio naturalista Charles Darwin

    no conseguiu explicar com

    muita

    segurana como isso aconteceu no processo da evoluo, em face da

    dificuldade de encontrar-se elementos paleontolgicos (fsseis) que

    facultassem o estudo do natural

    processo. Por conseqncia, essa falta de documentao ensejou o conceito

    em torno do "elo perdido", exatamente aquele que ajudaria a entender a

    mudana de uma para

    outra expresso de organizao biolgica.

    A viso esprita da criao e da evoluo dos seres acomoda aspectos da

    teoria da evoluo de Darwin, bem como da teoria criacionista. No

    concernente teoria criacionista,

    o Espiritismo concebe que, indubitavelmente, Deus o criador do

    Universo, sendo que Deus a causa primeira de todas as coisas, a Suprema

    Inteligncia do Universo

    (ver questo primeira de O Livro dos Espritos, por Allan Kardec2).

    2 Allan Kardec (1804-1869) - Pseudnimo do professor e educador francs

    Hippolyte Lon Denizard Rivail. Foi o codificador do Espiritismo no

    sculo XIX, em Paris,

    Frana. A literatura bsica do Espiritismo, compilada por Allan Kardec,

    corresponde aos seguintes livros: O Livro dos Espritos (1857); O Livro

    dos Mdiuns (1861);

    O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864); O Cu e o Inferno (1865); A

    Gnese (1868) e os 12 primeiros volumes de a Revista Esprita (1858-

    1869). Para saber mais

    sobre a vida de Allan Kardec e a histria do Espiritismo, ler o livro

    Compreendendo a Sade Mental e Espiritual por Divaldo Pereira Franco,

    25

    No entanto, no se faz lgico acreditar que todos os seres foram criados

    prontos em todas as suas espcies de uma s vez. Neste sentido, entra o

    aspecto da teoria

  • evolucionista para poder-se compreender que, aps a criao do princpio

    inteligente (ou espiritual) e do princpio material, a lei universal de

    progresso permitiu

    que a mnada celeste sasse do seu estgio primrio de simplicidade e

    ignorncia para angariar experincia e conhecimento. Nas diversas etapas

    da evoluo, o princpio

    inteligente estagiou em cada reino da natureza material (desde o mineral

    ao animal) at chegar ao hominal. A evoluo do princpio inteligente ou

    espiritual pode

    ocorrer mais ou menos de forma idntica em diversos mundos.

    No perodo do Elo Perdido na Terra, acreditam os espiritualistas que

    receberam revelao do mundo espiritual que, num sistema prximo da

    Terra, na constelao do

    Cocheiro, havia um planeta de Capela que evolua moral e intelectualmente

    na direo do Reino dos Cus. No entanto, nada obstante esse processo de

    evoluo, existiam

    Espritos rebeldes que se negavam prtica e vivncia do amor,

    constituindo um grave problema para o processo libertrio da evoluo.

    Tomamos conhecimento atravs da Bblia

    26

    sobre o texto que informa ter havido nos Cus um anjo de nome Lcifer que

    se rebelou contra Deus, tendo sido expulso do Paraso e enviado para uma

    regio infernal,

    portanto, de muitos sofrimentos. A imagem forte expressa com vigor o que

    gostaremos de elucidar.

    Aquele planeta da constelao do Cocheiro havia, portanto, atingido um

    nvel de grande elevao intelecto-moral, mas ainda permaneciam Espritos

    belicosos, perversos,

    que se negavam obedincia e ao amor, comprazendo-se na prtica do mal.

    Para que no prejudicassem o programa de evoluo geral, foram expulsos

    para um outro planeta, onde tivessem ocasio de aplicar os conhecimentos

    e sofrer as conseqncias

    da sua rebeldia - um verdadeiro inferno - reencarnando-se na Terra,

    exatamente quando os terrcolas se encontravam na fase antropide.

    curioso notar que os descendentes fsicos desses antropides iro ser

    animados por Espritos intelectualizados, que desenvolvero equipamentos

    orgnicos prprios

    capazes de expressar com clareza os conhecimentos de que so portadores.

    Surgem, ento, os descendentes dos primatas, permanecendo,

    concomitantemente, os antropides, nos quais continuaro

    27

    reencarnando-se, nessa organizao em desenvolvimento, aqueles Espritos

    ainda primrios, em face da sua evoluo terrcola.

    A cada reencarnao, o ser espiritual conectado ao seu corpo espiritual

    (o perisprito) vai-se ligando, molcula a molcula, ao novo organismo

    fsico desde a sua

    primeira clula, a clula ovo, ou zigoto, na concepo. Deste modo, a

    mente do Esprito comanda a formao do novo corpo via o seu molde

    fundamental, o perisprito.

  • A reencarnao tem por finalidade o melhoramento progressivo da

    humanidade3. O ser espiritual vai progredindo a cada reencarnao, jamais

    regredindo. Por conseqncia,

    o conceito de metempsicose (reencarnao em corpos de animais) no se

    sustenta em bases lgicas, uma vez que o ser espiritual, em alcanando o

    patamar do reino hominal,

    no poder retrogradar em uma estrutura incompatvel com o amadurecimento

    espiritual-perispiritual do Esprito.

    Face a essa ocorrncia - que teve lugar no mundo espiritual - subitamente

    na frica, particularmente na frica do Norte, desenvolveu-se a

    monumental cultura egpcia.

    Os faras trouxeram

    3 Questo 167 de O Livro dos Espritos, porAIlan Kardec

    28

    para a humanidade, na intimidade dos templos, conhecimentos muitssimo

    superiores sua poca. A engenharia atingiu patamares to grandiosos que

    propiciaram

    a construo das pirmides, da Esfinge de Gis, abrindo espao para

    futuros saltos culturais deslumbrantes.

    Na ndia, a revelao divina apareceu atravs de Krishna, que logo trouxe

    a idia da imortalidade da alma, de Deus, da reencarnao, da justia

    divina, do amor.

    Na China, LaoTs, Fo-Hi e Confcio elaboraram os grandes cdigos da

    dignidade humana, da sociedade, da cidadania. Na Prsia, apareceu a

    cultura superior a respeito

    da grandiosidade de Deus, da imortalidade da alma, da continuidade da

    vida... Na Assria e na Babilnia, acompanharemos o desenvolvimento

    deslumbrante de duas civilizaes

    grandiosas, que deixaram fulgurantes pginas de beleza e sabedoria para o

    futuro da sociedade.

    Merece, porm, considerarmos que, nada obstante, embora portadores de

    incomum inteligncia, esses nobres Espritos eram belicosos e

    sustentavam-se atravs de guerras

    contnuas e odientas.

    No Ocidente, 500 anos antes de Jesus, fulgiu o perodo de Pricles,

    facultando o

    29

    aparecimento da tragdia grega, da filosofia emprica, e logo depois,

    brilham as inteligncias incomuns de Scrates, Plato e Aristteles,

    desenhando para a humanidade

    a tica, o pensamento, o saber, as leis da ordem e do dever.

    Nesse nterim, Moiss libertou o povo hebreu da escravido no Egito e

    recebeu o Declogo por inspirao divina. A Lei Mosaica ofereceria uma

    viso elevada a respeito

    do indivduo em si mesmo, em referncia sociedade e a Deus.

    Por fim, chegou Jesus Terra, e revolucionou a histria da humanidade

    atravs da lei de amor. E conforme est escrito em Joo (14:1-2), Ele

    disse: "Credes em Deus,

  • crede tambm em mim. Na casa de meu Pai h muitas moradas.", demonstrando

    que as estrelas, que nos do o seu brilho, os planetas que lhes refletem

    a luze, so verdadeiras

    moradas espirituais, mundos que se constituem como divinas residncias.

    Desejamos com isso dizer que esses Espritos nobres, que nos trouxeram o

    conhecimento, a sabedoria, vieram de um outro planeta mais evoludo do

    que a Terra, com

    exceo de Jesus, por ser o Governador, portanto, o Esprito mais elevado

    que Deus nos deu, para servir-nos de modelo e guia.

    A viso esprita de Jesus Cristo metafsica, pois que Ele filho de

    Deus tanto quanto cada

    30

    um de ns. Um irmo mais velho que alcanou a plenitude e no-la veio

    trazer, a fim de mostrar o que ser humano. A descrio deste ideal de

    humanidade encontra-se

    em o captulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, quando relata

    que a "pessoa verdadeiramente boa aquela que cumpre a lei de justia,

    amor e caridade em

    sua mais alta pureza."

    Joanna de ngelis4 descreve Jesus na viso da Psicologia Esprita como um

    Ser Pleno em quem a Anima e o Animus esto em perfeito equilbrio. A

    anima de Jesus como

    a plena personalidade feminina, intuitiva, doce, suave, espiritualmente

    sbia e amorosa, maternal, ao ponto do auto-sacrifcio para o bem da

    Humanidade. E o animus

    do Cristo em sua iniciativa, coragem, objetividade, determinao.

    Passagens como Lucas 18:15-17, Vinde a mim as criancinhas descreve com

    clareza a anima de Jesus.

    Em Joo 2:13-25 encontra-se o animus, quando Jesus em Sua firmeza

    masculina, coloca

    4 Joanna de ngelis a mentora espiritual de Divaldo Franco. Ela um

    dos Espritos de escol que orienta a humanidade na Terra, tendo

    participado da equipe do Esprito

    de Verdade que coordenou o trabalho de implantao do Espiritismo. Na

    obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, ela foi a mensageira-autora das

    mensagens A Pacincia"

    (captulo 9, item 7) e "Dar-se- quele que tem" (captulo 18, itens 13-

    15). Ela fora Joanna de Cusa nos tempos de Cristo; vivera tambm na

    Itlia nos tempos de Francisco de Assis; reencarnarase como Soror Juana

    Ins de La Cruz, no Mxico

    do sculo XVII; e Joana Anglica de Jesus, no Brasil do sculo XIX.

    31

    ordem no templo expulsando os mercadores. Jesus Cristo antes de encarnar

    na Terra, j houvera passado pelas diversas etapas evolutivas, tendo

    chegado perfeio

    a que um dia todos alcanaremos tambm. Para atingir este pice, cada

    qual necessita de novas oportunidades de aprendizado, ora em um mundo,

    ora em outro. Aqui faz-se

    importante notar a importncia da noo libertadora de que todos os

    Espritos criados em a Natureza foram destinados ao progresso e

    conseqente e crescente felicidade.

  • O Universo com suas milhes de galxias contm escolas e lares,

    oportunidades para todos os nveis do progresso espiritual. Quando Jesus

    Cristo disse, conforme Joo

    14:1-2, "H muitas moradas na casa de meu Pai.", ele se referia casa do

    Pai como sendo o universo e as diversas moradas, os mundos que existem no

    universo5.

    Foi numa dessas cooperaes interplanetrias, ou mesmo, intergalcticas,

    que Espritos de Capela foram trazidos Terra. Aqueles Espritos, apesar

    de serem mais

    evoludos intelectualmente, vieram porque eram rebeldes e sofreram muito

    aqui no planeta atrasado, a

    5 Explicao aprofundada do tema encontra-se no captulo 3 da obra O

    Evangelho Segundo o Espiritismo, porAIlan Kardec

    32

    Terra. E depois que desempenharam as suas tarefas, retornaram ao seio da

    ptria de onde procediam. H, aproximadamente, alguns milhares de anos

    deve ter acontecido

    essa revoluo extraordinria.

    Por volta de 1972 e mais particularmente por ocasio de 1987, repetimos,

    o sistema solar est penetrando no cinturo de ftons de Alcone, e uma

    nova revoluo vem-se

    operando na estrutura psquica da Terra, quando uma onda de Espritos

    dessa dimenso vem promover mudanas sutis na forma orgnica, facilitando

    o processo de evoluo

    intelecto-moral para que alcance nveis muito mais elevados.

    Da vez anterior, a que nos referimos, os exilados em nosso planeta

    ofereceram ao nosso corpo os equipamentos para a manifestao da

    inteligncia, do raciocnio,

    da conscincia, mantendo, no entanto, os nossos instintos ancestrais.

    Agora, quando ainda somos instintos, sensaes, emoes, desenvolvendo a

    razo, novos visitantes

    espirituais, transitoriamente entre ns, para tambm evoluir, vm criar

    uma nova sociedade, porm assinalada pelas conquistas da intuio, da

    percepo paranormal,

    dos sentimentos elevados. Eles vm mudar a estrutura do nosso organismo,

    facultando-nos instrumentos que nos faam mais perfeitos, mais sbios,

    menos guerreiros,

    menos perversos...

    33

    Esses, como outros Espritos sempre nos visitaram, e com certa

    periodicidade. Se reflexionarmos em torno do Evangelho de Jesus, veremos

    que Joo, o evangelista,

    fascinou-se pelo Mestre quando tinha mais ou menos 16 anos de idade. Ele

    compreendeu a lio profunda do Seu amor e absorveu-a integralmente, de

    tal forma que Jesus

    disse ser ele o nico que no experimentaria o holocausto. E de fato, foi

    o nico discpulo que viveu at idade provecta, havendo morrido pelo

    natural desgaste

    decorrente da senectude.

  • Se examinarmos, igualmente, a histria da Frana, a menina Joana d'Arc,

    aos 14 anos, defendendo a sua ptria, apoiada pelas vises de Santa

    Margarida, Santa Catarina

    e So Miguel Arcanjo, que a ajudavam em todos os embates, constataremos

    que no se tratava de um ser convencional, de uma pessoa comum. Ela

    morava num lugarejo,

    pastoreava cabras e ovelhas, e depois que teve a viso dos Espritos

    superiores, tornou-se comandante-em-chefe das tropas francesas que

    estavam destroadas, conseguindo

    vencer diversas batalhas, culminando com a coroao do seu dbil rei

    Carlos VII, na catedral da cidade de Reims, em julho de 1429.

    Se prosseguirmos ainda mais um pouco,

    34

    na pesquisa histrica, emocionar-nos-emos, por exemplo, com Beethoven,

    esse gnio da msica. Temperamento rebelde, quase hostil, introvertido,

    mas que se revelou

    como fenomenal nas suas composies especialmente na rea das sinfonias.

    Ao perder a audio quando contava 27 anos, a sua msica tornou-se mais

    bela.

    Ao compor a Nona Sinfonia, j no escutava sequer os sinos que badalavam

    ao lado dos seus ouvidos, no se perturbando, porm, com a dificuldade,

    porque trazia a

    msica no mundo interior, a msica de outras esferas... E foi graas a

    essa msica sublime e transcendental que ele introduziu, na referida Nona

    Sinfonia, a Ode

    Alegria, numa eloqente lio de vida e de jbilo.

    35

    CAPTULO 3 - CRIANAS NDIGO

    Quando a mediunidade despertou no sculo XIX, nos Estados Unidos,

    provocou um grande impacto. A ocorrncia teve lugar atravs de duas

    meninas, as irms Fox, de muito

    conturbada memria, porque experienciaram suas vidas de forma atribulada,

    sendo vtimas da intolerncia religiosa da poca.

    As irms Fox, Margareth e Kate Fox, viveram no pequeno vilarejo de

    Hydesville, NY. Eas escutaram as batidas mediante as quais se

    comunicaram, tendo depois a revelao

    de que eram procedentes do Esprito Charles Rosma, o caixeiro viajante

    que houvera sido assassinado o enterrado ali mesmo, na casa ora habitada

    pelos Fox, vitimado

    pelos proprietrios anteriores. O fenmeno das comunicaes ocorreu na

    noite de 31 de maro de 1848, ficando celebrizado como o marco histrico

    do Espiritualismo

    37

    Moderno. Atualmente, a cidade de Lily Dale, no Estado de Nova Iorque,

    guarda em seu museu os restos de alguns dos pertences das irms Fox, bem

    como o ba onde estavam

    os restos mortais de Charles Rosma. O clebre livro Histria do

    Espiritismo (do Espiritualismo), de Arthur Conan Doyle relata com

    detalhes as dificuldades vividas

    pelas irms Fox.

  • Na Frana, apareceram outras meninas portadoras de faculdades medinicas

    incomparveis, as Irms Baudin, Caroline e Julie, com

    12 e 14 anos, Ermance Dufaux com 15 anos, Ruth Japhet com 15 anos, e

    graas a essas adolescentes, que se fizeram intermedirias das Fontes

    Inexaurveis da Verdade,

    Allan Kardec codificou o Espiritismo, apresentando um notvel conjunto de

    Cincia, Filosofia e Religio, que vem enfrentando a evoluo cultural e

    tecnolgica de

    maneira incomum, ao mesmo tempo resistindo a todas as agresses do

    pensamento materialista. Os seus postulados, que se apoiam na excelncia

    dos fatos, tm recebido

    confirmao atravs das notveis conquistas da cincia contempornea.

    Diversos conhecimentos cientficos foram trazidos pela Espiritualidade

    por meio da mediunidade esprita, tendo a sua comprovao em anos

    posteriores pelas Cincias.

    Por exemplo,

    38

    em 1958, o esprito Andr Luiz6 ditou atravs de Francisco Cndido

    Xavier7, o livro "Evoluo em Dois Mundos", no qual afirma que "os

    neurnios nascem e renovam-se

    milhes de vezes no plano fsico e no extrafsico." At ento as

    Neurocincias afirmavam que os neurnios no se renovavam, portanto, eram

    considerados clulas permanentes

    do sistema nervoso. Somente em 2002, as neuroscincias, atravs das

    pesquisas do cientista renomado Fred Gage, do Salk Institute for

    Biological Studies, em La Jolla,

    Califrnia, trouxeram as primeiras evidncias de que os neurnios nascem

    e renascem tambm em adultos e idosos.

    No ano de 2007, o Espiritismo comemora

    150 anos de sua Codificao. Allan Kardec, o eminente codificador, foi

    verdadeiramente um editor-chefe e investigador dos fenmenos medinicos.

    Ele no fora mdium

    ostensivo, mas aquele que sabiamente compilara as diversas

    Andr Luiz- Nome fictcio do Espirito que escreveu pela mediunidade

    psicografica iU Francisco Cndido Xavier Entre outros, Andr Luiz

    escreveu uma coleo de

    volumes sobre a vida espiritual e sua interao com o mundo fsico A

    primeira iixi dessa coleo foi Nosso Lar e a ultima E a Vida Continua

    Em sua ultima ii iuncarnao

    ele teria sido um mdico brasileiro residente no Rio de Janeiro

    Francisco Cndido Xavier (1910-2002) - Considerado o mais completo e

    prolfico iimdium do sculo XX Nascido em Pedro Leopoldo, Minas Gerais -

    Brasil, Chico

  • Allan Kardec no exps, em suas obras, os nomes das mdiuns da

    Codificao esprita a fim de proteg-las da exposio pblica. Lembremo-

    nos de que naquela poca,

    sculo XIX, os direitos das mulheres e sua emancipao no tinham ainda

    vindo a pblico. Vejamos que

    41 dias antes do lanamento de O Livro dos Espritos, em 18 de abril de

    1857, em Paris, Frana, 129 mulheres morreram queimadas dentro de uma

    fbrica em Nova Iorque,

    Estados Unidos, porque tinham reinvidicado o direito de menos horas de

    trabalho a que eram submetidas nas fbricas txteis...

    Portanto, asseveram os Espritos nobres que a nova gerao que vai

    desenvolver o lado direito do nosso crebro, o lado intuitivo, medinico,

    a rea das percepes

    psquicas. Essa gerao que se est formando vem sendo chamada de gerao

    de crianas ndigo, em razo de serem seres especiais que emitem, em suas

    auras, uma irradiao

    com uma tonalidade azul-violeta especfica, igual ndigo, que

    encontrada em uma planta8 na ndia.

    8 Indigofera tinctoria seu nome cientfico. Plantaes de ndigo

    tiveram um papel fundamental no movimento de independncia da ndia

    Britnica. Gandhi liderou

    o movimento de direitos, o qual foi apoiado pelas pessoas mais pobres das

    pequenas cidades e vilas, muitas das quais trabalhavam em fabncas de

    ndigo.

    40

    A aura das crianas ndigo projeta tonalidade azul-violcea, o que denota

    o nvel de sua evoluo. Quanto mais o Esprito evoludo, mais

    o seu corpo espiritual (perisprito) tambm o . Sendo assim as

    vibraes das molculas quintenssenciadas que o compem vibram em maiior

    frequncia, trazendo a colorao ndigo.

    Essas crianas tm-se constitudo um grande desafio para a pedagogia,

    para a psicologia, para o relacionamento interpessoal, porque algumas

    delas, desde os dois

    anos rebelam-se contra o formalismo, contra tudo aquilo que existe,

    produzindo uma grande dificuldade para os adultos na escola, no lar, no

    recreio... As crianas

    ndigo tm constitudo um desafio para psiclogos, para psiquiatras, para

    neurocientistas que as examinando, de imediato percebem-lhes a

    hiperatividade, a insatisfao,

    desde que no aceitam orientao imposta, possuindo a capacidade de

    enfrentar os adultos como se

    " Ver aprofundamento sobre o perisprito no captulo XIV, de A Gnese,

    por Allan Kardec

    41

    fossem pessoas igualmente adultas.

    Esse comportamento vem criando graves reaes psicolgicas nos pais e

    educadores, que se vem a braos com a necessidade de criar novos mtodos

    pedaggicos e novas

    terapias muito diferentes das convencionais at este momento aceitas.

  • As crianas ndigo no se submetem a ordens, no obedecem a filas, no

    ficam quietas, e parecem saber mais do que os adultos, o que normalmente

    choca seus pais e

    educadores... E, s vezes, demonstram saber mais do que esses, embora no

    o possam expressar corretamente.

    42

    CAPTULO 4 - UM CASO SOBRE CRIANA NDIGO

    Como o tema um pouco rido, eu me permito contar-lhes uma experincia

    pessoal. Na Manso do Caminho, nossa instituio infanto-juvenil,

    tnhamos um menino de cinco

    anos, que era to terrvel que eu lhe coloquei o nome Jlio Terror'.

    Ainda no havia o terrorismo, mas o meu menino era um terrorista. Ele

    sabia de tudo, estava

    sempre no lugar que no devia, na hora errada, falava o que no era

    prprio, no ficava quieto, e no sabamos como educ-lo. Eu usei todos

    os mtodos possveis:

    o carinho, ele me agredia; a severidade, ele no obedecia; deixei-o por

    conta prpria, e ele ficou aborrecido.

    Certo dia, eu estava trabalhando quando o interfone me chamou e o

    porteiro da Instituio me informou:

    43

    - "Senhor Divaldo, aqui tem uma senhora que quer lhe falar."

    Eu respondi:

    - "O senhor sabe que eu no atendo neste horrio, porque sempre me

    encontro muito ocupado, atendendo a deveres intransferveis. Pea-lhe que

    volte noite."

    O porteiro respondeu-me:

    - "Ela, porm, est insistindo muito."

    Eu, desagradado com a resposta, redargui-lhe:

    - "Informe-a, que somente ser atendida noite, porque agora eu no

    estou." - E desliguei o fone.

    Quando eu terminei o dilogo, saiu de debaixo da minha mesa, Jlio

    Terror'... Eu houvera proferido uma palestra para crianas sobre a

    mentira, no domingo anterior.

    Aquele dia era a tera-feira, que seguia ao das informaes que eu lhes

    ministrara.

    Quando ele saiu de sob a mesa, olhou-me, sorrindo, zombeteiro, e

    censurou-me:

    - "Mentindo, hein?"

    Eu o olhei com a autoridade de adulto e indaguei-lhe em tom forte de voz:

    - "Quem que est mentindo?"

  • - "Voc!" - redarguiu.

    Ele no tinha medo. Fitei-o, srio, e tentei esclarecer, informando:

    44

    - "Jlio, eu no estou mentindo. Eu estou dizendo que no me encontro l

    na portaria."

    Ele sorriu, afirmando:

    - "Outra mentira! Porque voc est dizendo que no est na Manso do

    Caminho. E voc est..."

    Eu peguei o fone e falei ao porteiro:

    - "Diga nossa irm, se ainda estiver a, que eu j cheguei."

    No foi suficiente para convencer o menino, porquanto, ele, novamente,

    confirmou:

    - "Outra mentira! Porque voc no saiu, como que chegou?"

    Tratava-se de um menino ndigo. Eu conclui, elucidando:

    - "Julinho, eu, s vezes, tambm minto." E ele considerou:

    - "Mas, no deve." Eu justifiquei:

    - "H dois tipos de mentira: a mentira branca que uma desculpa, e a

    mentira pesada, a negra."

    Ele, surpreso, exclamou:

    - "Ah! At a mentira sofre preconceito de cor?!."

    Eu encerrei o dilogo, com ternura e amor, propondo:

    - "Julinho, pelo amor de Deus, v-se embora,

    45

    por favor, e depois conversaremos."

    Julinho Terror' era ndigo. Tudo que lhe falvamos, ele perguntava:

    "Porqu?" "Meufilho, no se sente a." "Por qu?" "Porque voc vai se

    ferir." "Como que voc

    sabe?" Certo dia ele estava subindo no muro, e eu lhe propus: "Julinho

    desa da." "Por qu?" "Porque voc vai cair." "Como que voc sabe?"

    "Porque todo mundo

    cai." "Ah! Mas eu no vou cair." E no caiu.

    46

    CAPTULO 5 - CRIANA NDIGO E HIPERATIVIDADE

    O ndigo essa criana rebelde, que muitas vezes confundido com o

    hiperativo e cria uma terrvel dificuldade na educao, porque ela no

    lia quieta durante a

  • aula, no tem capacidade de manter a ateno, tem sempre uma resposta

    nova, quase atrevida, para qualquer problema. E os adultos, que estamos

    acostumados a impor,

    a dominar, entramos em rea de atrito.

    Importante notar a diferena entre os que so ndigo dos hiperativos. O

    que a criana hiperativa? De acordo com as observaes cientficas do

    Instituto Nacional

    Americano de Drogas de Abuso (NIDA), a desordem de ateno deficitria e

    hiperatividade consiste fium padro persistente de nveis anormais de

    atividade, impulsividade

    e desateno que aparecem com maior freqncia e maior severidade do que

    tipicamente observado em indivduos em

    47

    nveis comparveis de desenvolvimento.

    A hiperatividade um sinal de que algo est em desajuste. A

    hiperatividade em si mesma no classifica o ndigo. Ela pode ser um dos

    sinais comportamentais da criana

    ndigo. Espiritualmente falando, tendncias de vidas passadas,

    mediunidade e obsesses espirituais podem induzir hiperatividade. O Dr.

    lan Stevenson em seu memorvel

    livro Children who remember previous lives, e Santo Agostinho em O

    Evangelho Segundo o Espiritismo (captulo

    14), observam que h comportamentos infantis que esto correlacionados a

    trejeitos de experincias pregressas. Particularmente, emoes

    inexplicveis perante a famlia,

    como por exemplo, o medo, os interesses, as preferncias e as habilidades

    apresentadas espontaneamente na criana. Da a importncia acentuada de

    os pais e educadores

    observarem com ateno o comportamento das crianas a fim de poderem

    educ-las com eficcia.

    10 NancyAnn Tape foi a primeira a usar esta terminologia e descrever

    crianas ndigo na publicao de seu livro Understanding Your Live

    Through Color em 1982.

    11 De acordo com o livro "According to Edgar Cayce on the ndigo

    ChMren"por Peggy Day and Susan Gale, o mdium Edgar Cayce trouxera

    revelaes sobre crianas ndigo

    e a cor de suas auras muito antes dos estudos de Ann Tape.

    48

    estud-las. Ela diz que so seres especiais porque so almas velhas que

    ao encarnarem em um corpo limitado, sentem dificuldades de uma saudvel

    vivncia. Como o

    seu nvel de inteligncia muito alto, porque vm de uma regio

    espiritual mais elevada, aqui no encontram a resposta nem os recursos

    adequados para desenvolverem

    as suas aptides. Digamos que esses Espritos esto trabalhando o nosso

    hemisfrio cerebral direito. Como ns, ocidentais, durante milnios,

    trabalhamos o hemisfrio

    esquerdo - a lgica, a matemtica, a razo

    - eles vm agora desenvolver o campo artstico, a beleza, a harmonia, o

    sexto sentido, a viso especial. E so considerados como "crianas

    diferentes", sendo realmente

  • diferentes.

    As estatsticas revelam que elas comearam a chegar no sculo passado,

    por volta de

    1970. E que nos anos noventa, o seu nmero j era muito grande, o que

    constituiu um grave problema para a neurologia, para a psiquiatria, que

    no seu cdigo de classificao

    referente s doenas havia estabelecido que uma criana que no tem

    ateno, irrequieta, revela ser portadora de alguma patologia, como

    autista ou hiperativa.

    A evoluo farmacutica conseguiu produzir um produto qumico de nome

    Ritalina, com

    49

    excelentes efeitos para o aparente equilbrio dessas crianas. De

    imediato comeou-se a aplic-la at mesmo abusivamente. A partir de 2000

    o nmero estatstico de

    aplicao de Ritalina chegou a 600%, porque uma droga que relaxa, mas

    que no proporciona criana a mudana de conduta esperada. Acalma-a,

    pois que as substncias

    so absorvidas pelos neurnios, produzindo uma certa quietao.

    Os especialistas modernos dizem que as crianas ndigo tratadas com a

    Ritalina correm o perigo de, na hora em que deixarem de usar o produto,

    passar ao uso de outras

    drogas qumicas que geram dependncia.

    Se examinarmos a percentagem da drogadio na infncia e na juventude, em

    nossos pases, descobrimos que alarmante, porquanto, isso constitui uma

    fuga da realidade,

    em face da dificuldade dos mesmos encontrarem a realizao interior de

    que tm necessidade. O jovem moderno, normalmente apresenta-se frustrado,

    sem ideal, vivenciando

    uma existncia vazia...

    Aqui, nos Estados Unidos, o telogo e psiclogo Dr. Rollo May12,

    estabeleceu que os valores sociais enobrecedores desapareceram, dando

    Rollo May (1909-1994) foi um dos mais conhecidos psiclogos

    existencialistas que escreveu o livro "Love and Will" em1969.

    50

    lugar ao vazio e a juventude perdeu o sentido psicolgico da vida. Como

    conseqncia, os jovens apresentam-se indiferentes, ociosos, com as

    excees compreensveis,

    passando a ter experincias sexuais muito cedo - 12 anos, 14 anos -

    porque tambm houve um amadurecimento das glndulas gensicas muito

    precipitado. Alguns, aos

    16, 18 anos, j esto saturados dos prazeres sexuais, passando ao de

    drogas estimulantes, aditivas, algumas das quais induzem a estados

    alterados de conscincia,

    terminando por tornar-se patolgico.

    51

    CAPITULO 6 - TIPOS DE CRIANA NDIGO

  • Os estudiosos dividiram essas crianas ndigo em quatro tipos especiais:

    as humanistas,

    as artistas,

    as conceituais e

    as interdimensionais ou transdimensionais.

    As crianas humanistas so aquelas que tm uma natural tendncia para

    ajudar. Mesmo na inquietao que lhes peculiar, so generosas, gentis,

    embora no fiquem

    quietas ou sejam obedientes. necessrio saber lidar com as suas

    caractersticas conversando naturalmente, dando-lhes segurana

    psicolgica e procurando sempre

    evitar dizer-lhes que so especiais. No correto rotular nenhuma

    criana, seja com qual designao for. Ela apenas criana

    53

    e assim deve ser vista, orientada e amada.

    O Dalai Lama estava certa feita numa grande reunio. Vendo, no auditrio,

    uma criana, solicitou que a mesma viesse ter com ele no palco. A

    criana, que parecia

    ndigo, acercou-se. O Dalai Lama ficou muito comovido e propslhe.

    - "Diga o que voc quiser."

    Ele pegou o microfone e anunciou:

    - "Eu tenho cncer, mas eu sou uma criana. Eu quero brincar. Todos me

    dizem o que fazer, no entanto, eu s quero brincar. Depois, que tomem

    conta do meu corpo.

    Mas eu sou criana..."

    O Dalai Lama comoveu-se e o pblico imenso tambm, porque, sendo ndigo,

    mas canceroso, os pais no lembravam que antes era uma criana, impondo-

    lhe regras como:

    "Voc no pode correr, voc no pode..., voc no pode..." Ao que sempre

    redarguia: "Eu posso, embora eu no deva. Mas, eu posso. Nem que eu

    morra. Como criana,

    eu tenho o direito de brincar." Era um humanista. Teria facilidade imensa

    de se ajustar s demais criaturas, pela sua capacidade de amar, de se

    auto-amar.

    As crianas ndigo que so artistas tm uma inquietao especial, como

    sucede com quase todo artista. O artista convencional

    54

    uma criana que no est satisfeita, que no se interessa pelas doutrinas

    cientficas, raramente pelas excogitaes filosficas. Interessa-se total

    e emocionadamente

    pela arte.

    As crianas do grupo artstico so mais numerosas em nossa sociedade do

    que imaginamos.

  • A criana ndigo-artista tem a capacidade de transformar tudo o que

    encontra no lar, procurando criar novas formas, propondo diferentes

    aspectos. Para os adultos,

    essa atitude criativa torna-se um problema, em face das complicaes a

    que d lugar.

    H uma experincia muito curiosa a esse respeito, quando uma av recebeu

    a visita de Bua filha com sua criana portadora dessa peculiaridade, e

    que se deteve diante

    de uma linda caixa de msica. Quando a msica comeou a tocar, a criana

    pegou-a e arrebentou-a, para desgosto de ambas as senhoras. Mas a av,

    que tinha uma boa

    percepo das ocorrncias infantis, olhou-a, e perguntou-lhe com

    naturalidade:

    - "Voc tem brinquedo?"

    - "Sim, tenho."

    - "Voc gostaria que eu quebrasse o seu brinquedo?"

    - "No."

    55

    - "Assim tambm sou eu. Eu no gosto que uma criana venha na minha casa

    e quebre o meu brinquedo."

    Ento a criana percebeu o seu erro, pediu desculpas, reuniu os pedaos,

    e afirmou, convicta:

    - "Eu vou consertar tudo, est bem?"

    Os ndigos conceituais, por sua vez, tm grande aptido para a msica,

    para a solidariedade, para o trato social com as outras pessoas.

    A criana interdimensional ou transdimensional v os Espritos desde

    cedo, identifica-lhes as auras, percebe-lhes os sentimentos.

    Na Manso do Caminho, tivemos uma criana que, aos quatro anos, chegava-

    se at mim, olhava-me com seriedade como se me estivesse informando:

    - "Eu conheo voc."

    Na primeira vez, eu enfrentei-a com o olhar e logo mudei a direo das

    vistas. Ento, ela perguntou-me em tom de desafio:

    - "Est com medo de mim?"

    Eu voltei os olhos e encarei-a. Ficamos uns dois minutos olhando no olho

    um do outro em prolongado silncio. Transcorrido algum tempo ela respirou

    e indagou-me:

    - "Tio, ns nos conhecemos, no verdade?"

    56

    - "Conhecemo-nos, sim - respondi-lhe porque voc avisou-nos antes que

    iria reencarnar-se."

  • Foi muito comovente este fato, porque, numa reunio medinica, um

    Esprito se me

    incorrporou e Nilson de Souza Pereira [co-fundador

    da Manso do Caminho] dialogou com , terna e demoradamente, o que se

    repetiu trs reunies. Quando o mesmo adquiriu iscincia da realidade,

    Nilson informou-o:

    - "Voc vai reencarnar-se na Terra. Tudo lhe ser diferente,

    especialmente em relao aos

    seus sentimentos atuais. Nessa oportunidade,

    no ir ter necessidade de odiar, mas somente amar".

    Naquela ocasio, fazamos atas ou gravvamos as ocorrncias medinicas, a

    fim de iveriguarmos posteriormente a exatido das nformaes13, e as

    arquivvamos.

    Oito anos depois, eu me encontrava numa das dependncias do Jardim da

    Infncia da Manso do Caminho, quando veio esse menino

    e me encarou. Dando-me conta de quem

    poderia

    * Reunies medinicas, nos Centros Espiritas, ocorrem com uma proposta

    sria de desenvolvimento da mediunidade, faculdade orgnica inerente a

    todo ser humano. Juntamente a esta proposta til, essas reunies tambm

    tm o objetivo de socorrer entidades espirituais que estejam

    necessitadas, sofridas ou apegadas s atividades da Terra. Para tanto,

    necessita-se de uma equipe sria e comprometida, como esclarecido no

    Captulo XXIX de O Livro dos Mdiuns, porAllan Kardec

    57

    ser, fixei-o tambm, facultando-lhe a chance da interrogao "Ns nos

    conhecemos, no ?"

    Naquele momento, ele teve uma lembrana da reencarnao anterior, do

    perodo em que se encontrava no mundo espiritual, e prosseguiu

    esclarecendo-me:

    - "Eu falei pela sua boca, enquanto Tio Nilson me informava que eu ia

    voltar... E eu voltei."

    Naturalmente emocionado, eu conclu o dilogo especial:

    - "Voltou, sim, para amar e ser feliz."

    Era uma criana ndigo. impressionante constatarmos como esses

    Espritos, mesmos reencarnados, tm a memria do passado, como conversam

    com lucidez, quando o querem!

    A famlia, estando desinformada, acredita que se trata de alucinao, de

    fantasias, em razo de estarem na fase ldica.

    Em verdade, porque se encontram em fcil contato com o mundo espiritual,

    tudo lhes natural, no havendo nenhuma barreira separatria, seno

    vibracional.

    Essas crianas interdimensionais conseguem ver a aura das pessoas, porque

    a sua percepo transcende a forma material de que se utilizam. Em nossa

    Instituio, eu

    falo para todas as crianas desde os dois anos, individualmente

  • 58

    ou em pequenos grupos, a respeito da vida espiritual, da realidade do ser

    humano e da natureza transcendental, e elas entendem-me perfeitamente,

    conforme

    a capacidade dos seus conhecimentos. Tivemos, por exemplo, o Antnio,

    que, aos trs anos de idade, aps uma conversao carinhosa que

    mantivemos, ele abraou-me, e

    perguntou, sorrindo:

    - "Tio, que luz era aquela que brilhava na sua cabea como se fosse o

    Sol?"

    Como criana tem muita imaginao, de Improviso, respondi-lhe:

    - "Deve ser o Sol."

    Mudando o tom de voz, ele afirmou:

    "No era o Sol, porque voc mudava a cabea e ela acompanhava o

    movimento. Voc saiu de l e estou vendo-a da mesma forma. Ela de uma

    cor..., de uma cor...".

    Convencido da realidade, eu apontei para algo colorido e perguntei-lhe:

    - "Daquela cor?"

    -"No! outra cor."

    Tratava-se da cor violeta, que no lhe era familiar. Olhando em volta,

    ele apontou para uma flor e informou-me:

    - " aquela." - Tratava-se da cor violeta. Eu sabia, porque o meu Guia

    espiritual

    59

    quando se me acerca, produz essa tonalidade do arco-ris, com

    predominncia do tom azul violceo. um tom que denota elevao. As

    cores fortes - o vermelho, o amarelo

    ouro, o verde - chamadas cores quentes so representativas da

    sensualidade, da materialidade, do atraso moral. As cores tnues, suaves

    - os violceos

    - so tonalidades de alta espiritualidade. No podia aquela criana de

    trs anos ter a menor idia em torno de algo desta natureza.

    Acompanhei-lhe o desenvolvimento, e revelou-se um admirvel mdium.

    Prosseguiu vidente, discernindo as percepes da clarividncia, passou a

    escrever automaticamente,

    a divulgar a Doutrina dos Espritos, e hoje viaja por diversas cidades do

    Brasil para convidaras pessoas a pensarem na sua realidade de seres

    espirituais que todos

    somos.

    As crianas ndigo esto alterando as tradies, exigindo uma nova

    metodologia pedaggica, uma forma significativa e mais elevada de

    expressar e viver o amor.

    60

    CAPITULO 7 - NOVA PEDAGOGIA PARA A NOVA GERAO

  • Henrique Pestalozzi o grande educador suo, no fim do sculo XVIII e

    comeo do XIX, ipresentou uma diferente e adequada proposta educacional,

    que se chamou Pedagogia

    Nova. A educao, antes dele, era perversa, pondo a crianas sob castigos

    fsicos, resultantes da ignorncia que dominava entre os encarregados da

    sua formao moral

    e cultural. Existia uma tradio entre esses educadores, especialmente os

    religiosos, que afirmava: "Quando o sangue sai, o conhecimento entra."

    Tirando-se o sangue

    do aprendiz, introduziam o conhecimento, conforme pareciam crer.

    Pestalozzi estabeleceu mtodos dignificadores e humanos, tomando como

    base a psicologia infantil. No se pode falar a uma criana, kereditava

    ele, como se faz de

    referncia a

    61

    um adulto. No se pode dar uma aula a uma criana, da mesma maneira como

    ministrada numa universidade. Seu nvel intelectual, de conscincia,

    infinitamente diverso

    daquele que j atingiu outro patamar de desenvolvimento emocional e

    mental.

    Desse modo, foi pioneiro na educao infantil, tendo por fundamento o

    amor, a compreenso das necessidades da criana. Nessa poca, o grande

    pedagogo Frebel14 criara

    os primeiros jardins de infncia, e logo depois, um sculo, mais ou

    menos, uma mulher notvel, a Dra. Maria Montessori15 criou as escolas

    infantis, propondo mtodos

    eficientes de educao para as geraes novas.

    De fato, Maria Montessori, na Casa dei Bambini, em Roma, deu incio a uma

    era nova, antecipando o perodo em que surgiriam as crianas ndigo.

    Conta-se que, oportunamente, uma dama muito rica foi visit-la e

    interrogou-a:

    - "Senhora, eu queria saber quando deverei

    14 Friedrch Wilhelm August Frebel (1782-1852) foi um dos precursores du

    moderna educao, em que se reconhece que as crianas tm necessidades e

    capacidades especificas.

    15 Maria Montessori (1870-1952) foi a primeira mulher a se tornar mdica

    na Itlia Ela iniciou os trabalhos em pediatria e observou que as

    crianas com problemas,

    mais precisavam de educao especial do que tratamento mdico. Foi quando

    elu montou uma escola e comeou a se preocuparem entendera maneira com a

    qual as crianas

    aprendiam. Ela foi definitivamente a pioneira da educao moderna atual,

    utilizando-se de tcnicas que hoje so chamadas Mtodo Montessori.

    62

    comear a educar meu filhinho?"

    E a Dra. Montessori indagou:

    - "Que idade tem o seu filhinho?"

  • A senhora respondeu:

    - "Meu filhinho est com um ano."

    - "Ento corra, senhora, v educ-lo rapidamente porque voc j perdeu os

    melhores

    meses daquela vida."

    - "Como 21? Ele s tem 12 meses!"

    - "Fora do ventre - respondeu - porque dentro, esteve nove. A educao

    comea no ventre, acariciando-o, dizendo: 'eu te amo, seja bem-vindo,

    voc um anjo para

    a minha vida"....

    Segundo outros bigrafos da extraordinria mdica e educadora, quando a

    pessoa perguntoulhe em que momento deveria iniciar a educao do filho,

    ela teria respondido que, "desde vinte anos", equivalendo ao tempo em que

    a me deveria ter iniciado a prpria educao

    para melhor saber transmiti-la.

    63

    Na tese de Maria Montessori, necessrio educar o recm-nascido, atravs

    da criao de hbitos saudveis: a hora de amamentar, de dormir, de

    evacuar. Toda vez que

    a criana chora, a inexperincia maternal supe que se trata de fome e

    impe o alimento. No somente isso o que pode estar ocorrendo. A

    criana chora por muitos

    motivos, e como no sabe falar, expressa-se atravs do desconforto do

    choro. Pode ser, portanto, uma dor, porque est molhada, indisposta, com

    frio ou com calor....

    Necessrio, portanto, lhe que sejam criados hbitos saudveis. normal a

    criana dormir de dia e estar desperta, chorando, noite, o que

    constitui um sacrifcio

    para os pais.

    Tentando minimizar o problema, tenho amigos que estabelecem programas:

    nos dias pares, a mulher toma conta, noite; nos dias mpares, o marido

    encarrega-se da noite.

    Somente que, nos dias pares, h um maior nmero

    - segunda, quarta, sexta e domingo - ficando para a mulher, enquanto

    tera, quinta e sbado, para o marido que desfruta de vantagem...

    Montessori, que entendia o ser infantil, criou a metodologia correta para

    uma educao adequada, assim, propiciando o surgimento de escolas que lhe

    preservam o nome

    venerando, as quais se adaptam criana ndigo dos nossos dias.

    64

    No fim do sculo XIX reencarnou-se na Europa, na ustria, um homem

    notvel, Rudolf Steiner. Steiner criou uma tcnica de educao que

    revolucionou o sculo XX, tambm estruturada no amor em relao

    criana. No importante somente transmitir informaes

    - ensinava Steiner - que so necessrias, mas o fundamental a doao de

    amor. Eqivale dizer, a funo educativa no somente a de instruir, mas

    tambm facultar

  • o surgimento dos hbitos edificantes, que somente o amor consegue

    insculpir no cerne do ser. Segundo Steiner, educar a harmonia entre

    arrancar do ntimo o conhecimento

    e condicionar os hbitos edificantes.

    Os tcnicos da psicologia ndigo concordam que os Mtodos Montessoriano e

    o Waldorf so os mais eficientes para a educao das crianas

    11 Nova Era. E por qu? Porque as crianas ndigo necessitam de mais

    ampla compreenso educacional, a fim de poderem desempenhar o seu papel

    na construo do novo

    mundo.

    Os estudiosos das crianas ndigo recomendam que seja feita com elas uma

    experincia educacional base do amor e mais amor, porque, na cultura

    hodierna, pela necessidade

    de os pais trabalharem, perdem muito cedo o contato e o afeto com os

    filhos, delegando a tarefa

    65

    a pessoas remuneradas, algumas competentes, outras menos, porm, sem o

    sentimento profundo da afetividade. Mandam-nas s escolas muito cedo,

    contratam funcionrios

    que nem sempre tm condies de os representar, nem pacincia para lidar

    com essas crianas, que facilmente se rebelam, sentem-se desprotegidas,

    abandonadas, desamadas,

    quase sempre recorrendo violncia.

    Ainda que as crianas ndigo tenham reencarnado com propostas de

    regenerao e renovao de si mesmas, bem como da Humanidade, h que se

    recordar sobre a importncia

    da fase infanto-juvenil para a sua instrumentao, a fim de que alcancem

    xito nos seus planos reencarnatrios. Na pergunta 383, de O Livro dos

    Espritos, Allan

    Kardec indagou sobre a finalidade da infncia para o Esprito

    reencarnante. A resposta dos Espritos Nobres foi lgica e enftica: O

    Esprito, encarnando para se

    aperfeioar, mais acessvel, durante esse tempo, s impresses que

    recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem

    contribuir aqueles que esto

    encarregados de sua educao18."

    18 O Livro dos Espritos por Allan Kardec, publicado pela Federao

    Esprita Brasileira (FEB)

    66

    Recentemente, as neuroscincias comearam a compreender a peculiaridade

    dos primeiros anos de vida e seu impacto de longo prazo na fase adulta. O

    primeiro trabalho

    cientfico a constatar esta evidncia foi publicado na respeitada revista

    cientfica Science em

    2002 pelo grupo da pesquisadora norte-americana Dra. Maria Ruda19 do

    National Institutes of Health (NIH) e, mais tarde, confirmados e

    aprofundados pelas investigaes

    do grupo de neuroscientistas da Universidade de Maryland, entre os quais

    a Dra. Vanessa Anseloni. Esse grupo demonstrou que h um perodo crtico

    na fase neonatal

  • que definir os circuitos neuronais, bem como sua regulao gnica, os

    quais influenciaro largamente nas habilidades cognitivo-comportamentais

    do ser na vida adulta.

    Concluindo a partir de ento a importncia dos primeiros anos de vida20.

    Neste sentido, a criana ndigo no deve ser reprimida, mas sim,

    esclarecida. Quando ela percebe o que , sente-se bem, conscientiza-se.

    Mas, o que acontece com

    aqueles pais que no

    67

    tm sensibilidade para entender o feliz relacionamento com os filhos

    dessa classe? Revoltam-se, castigam-nos, e eles desenvolvem o sentimento

    de ira, de mgoa, podendo

    tornar-se criminosos seriais. Isto porque perdem a sensibilidade.

    Sentindo-se desrespeitados, fazem-se profundamente agressivos.

    H tambm o outro extremo em que pais no querem desapontar seus filhos,

    por considerarem-nos especiais, ndigos. Esta atitude no seria adequada,

    devido a ir em

    contramo ao papel fundamental da paternidade, que o de educar e guiar

    seus filhos, ainda que frente a almas mais sensveis.

    Para auxiliar na educao de crianas em geral, e principamente de

    crianas ndigo, devese investir numa educao mais espiritualizada, em

    que os pais e os filhos

    aprendam a verse, bem como um ao outro, como seres milenares, em mais uma

    preciosa experincia na carne, na reencarnao. O grande educador

    esprita Eurpedes Barsanulfo21

    afirmou, h mais de um sculo, que se deve conversare educara criana e o

    jovem, falar-lhe, de esprito para esprito,

    21 Eurpedes Barsanulfo (1880 - 1918) - Esprita renomado, nasceu em

    Sacramento, Minas Gerais - Brasil. Mdium e educador exemplar, fundou a

    primeira escola esprita

    do mundo em 1907, o Colgio Allan Kardec, na referida cidade de

    Sacramento.

    68

    olhando-se nos seus olhos, exercitando o carinho para com eles. Para

    tanto, formando novos hbitos, a fim de verdadeiramente educar-se o novo

    ser reencarnante. Nos

    EUA, a educadora Mimi Doe, escreveu um livro que se celebrizou

    recentemente devido sua profundidade. O livro "Dez Princpios para a

    Paternidade Espiritual"

    Principies for Spiritual ParenthoodJ oferece diretrizes preciosas de como

    se realizar com eficcia este novo modelo de paternidade baseado no

    paradigma espiritual.

    69

    CAPTULO 8 - CRIANAS CRISTAL

    Espritos mais elevados igualmente esto chegando Terra, a fim de

    auxiliarem na grande transio planetria. So as crianas denominadas

    cristal. Aquelas que no

    so rebeldes, mantendo-se silenciosas, observadoras, responsveis. De

    incio, parecem ter dificuldade de se expressarem verbalmente, que

    logram, quase

  • sempre, a partir dos 3 anos de idade. No so irrequietas como as ndigo.

    So muito introspectivas,gentis,

    amorosas...

    Quando olhamos o quadro "O Prncipe da Paz'feito por Akiane

    71

    uma criana de oito anos, somos dominados pela surpresa, e quase no

    acreditamos. Eu o olho, neste momento, e fico emocionado. [O quadro

    estava exposto no

    auditrio durante a conferncia de Divaldo Franco] Nada mais expressivo

    do que um fato, para demonstrar a verdade. Essa criana-pintora no

    comum, nem apenas genial,

    quase transcendental. Se a consideramos gnio pouco, porque, na

    pintura, Rafael Sanzio, aos nove anos de idade j pintava na Galeria dei

    Uffizi, em Florena,

    tendo no lado oposto Michelangelo tambm pintando. Pois ela, desde os

    quatro anos que pinta de uma maneira transcendental. No se trata de uma

    criana ndigo, pois

    superior em beleza e tranqilidade, mas sim, cristal. A sua mensagem,

    rica de doura, a captao perfeita do rosto daquele Homem invulgar,

    alm das perspectivas

    fsicas. Os olhos so estrelas incomparveis. Desde ontem, noite,

    quando eu vi a tela, por primeira vez, que fiquei impressionado. Porque,

    alm da beleza plstica

    e da mensagem que transmite, eu descobri que, num desses olhos h uma

    lgrima delicada, uma

    22 Akiane Kramarik, quando em seus 11 anos de idade, foi considerada

    internacionalmente a nica criana prodgio-gnio binrio, nos gneros de

    pintura e poesia.

    Ela entrou para o Hall da Fama de Crianas. Autora de dois livros

    "Akiane: HerLife, Her Poetry" e "My Dream is Bigger than I: Memories of

    Tomorrow"

    72

    lgrima de compaixo, de misericrdia. Uma criana comum, de oito anos,

    no

    teria como penetrar o mago da figura retratada, Tornando-a uma grande

    mensagem de vida

    I esperana. Esta uma mensagem que nos chega num momento muito prprio,

    porque h trs anos, mais ou menos, a BBC de Londres esteve fazendo um

    levantamento antropolgico

    para tentar descobrir como teria sido a aparncia de Jesus. Conseguiram

    alguns DNAs de pessoas hebraicas do primeiro sculo depois dEle. Aps

    vrios processos de

    reconstruo humana, levantou-se a possibilidade, graas ao computador,

    de que Jesus teria aquele aspecto. Para surpresa, quase geral, a

    aparncia desse Jesus

    um tanto agressiva, pelo aspecto brutal, com os lbios grossos, semblante

    duro, bem diferente daquele que disse: "Eu sou a vida, eu sou o caminho

    para Deus, eu sou

    a verdade, eu me dou em holocausto por amor", que era um Ser sublime e

    veio ter conosco, em nome de Deus, para nos proporcionar felicidade

    total.

  • Comparo aquele Jesus de computao com este Jesus da revelao [do quadro

    O Prncipe da Paz", de Akiane] e prefiro este, porque me fala mais ao

    sentimento, emoo.

    Quando me explicaram como Akiane o

    73

    pintou, eu fiz a ponte: a cincia de computao produziu um Jesus frio

    enquanto a cincia do esprito comps um Homem belo e amoroso, que na

    face reflete a nobreza

    interior de que possuidor.

    Quando saiu aquela fotografia de Jesus computadorizada, eu achei bastante

    estranho o processo de elaborao, porque se escolhessem o meu DNA para

    poder definir como

    era determinada pessoa do sculo XXI, um tipo brasileiro como eu seria

    apresentado com as caractersticas que me tipificam. Se, todavia, fosse

    tomado um DNA de algum

    americano do norte, ter-ser-ia um tipo muito diferente. Se fora de um

    asitico, claro que se encontraria um outro bitipo, e assim por

    diante... Ento, a tese

    me pareceu propositalmente ferina para, talvez, menoscabar, consciente ou

    inconscientemente a figura de Jesus. Mesmo que o DNA haja sido de um

    hebreu que teria

    vivido naquela poca, depreender-se- que havia muitos tipos humanos

    pertencentes a esta raa.

    No ano de 2003, foi publicado o livro de Dan Brown, o Cdigo Da Vinci, no

    qual se percebe uma forma de diminuir a grandeza moral de Jesus,

    informando que Ele manteve

    relacionamento sexual com Maria de Madalena, e que os seus descendentes

    ainda vivem no sul da

    74

    Frana... Trata-se de riqussima imaginao, alis, respeitvel, do

    escritor, que teria colhido esses dados em fontes que considera

    autnticos, especialmente em alguns dos evangelhos apcrifos. Pela sua

    originalidade e trama romntica, um dos livros mais vendidos no mundo

    nos ltimos anos. E, por conseqncia, outros livros que ele tinha

    escrito, mas sem grande nteresse do pblico, assim como outros que

    sscreveu depois, passaram a ser considerados verdadeiros sucessos. Eu

    vi, nas ruas de Nova York, a propaganda de Decifrando o Cdigo Da Vinci.

    Tais obras tornaram-se uma literatura imaginativa muito bonita, mas sem

    apoio histrico, sem confirmao do mundo espiritual, que jamais se

    reportou a Jesus na sua condio referente a relacionamentos sexuais,

    especialmente com Maria de Madalena.

    Ento, vm esses seres cristais, neste momento para desenvolverem a

    futura humanidade.

    Allan Kardec, em 1868, publicou o livro chamado A Gnese Nessa obra

    monumental, ele refere-se a esses seres, certamente com outras palavras,

    que constituiriam "A

    nova gerao. Os espritos que viro de outra dimenso para promoverem o

    progresso da humanidade." Emigrao e imigrao de Espritos, indo de um

    planeta para o

    outro em contnuo intercmbio.

  • 75

    Como a Terra est vivendo a hora da grande transio, aqui encontramos

    Espritos primrios, perversos, mas tambm de outras estirpes mais

    elevadas, envolvidos na

    obra de transformao do planeta de provas e expiaes para mundo de

    regenerao.

    Desde aquela poca, Allan Kardec j descrevia que a poca atual de

    transio; confundem-se os elementos das duas geraes. Colocados no

    ponto intermdio, assistimos

    partida de uma e chegada da outra, j se assinalando cada uma, no

    mundo, pelos caracteres que lhes so peculiares."

    A nova gerao se distingue por inteligncia e razo geralmente precoces,

    juntas ao sentimento inato do bem e a crenas espiritualistas, o que

    constitui sinal indubitvel

    de certo grau de adiantamento anterior. No se compor exclusivamente de

    Espritos eminentemente superiores, mas dos que, j tendo progredido, se

    acham predispostos

    a assimilar todas as idias progressistas e aptos a secundar o movimento

    de regenerao."

    O que, ao contrrio, distingue os Espritos atrasados , em primeiro

    lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder

    superior aos poderes

    humanos; a propenso instintiva para as paixes degradantes,

    76

    para os sentimentos antifraternos de egosmo, de orgulho, de inveja, de

    cime; enfim, o apego a tudo o que material: a sensualidade, a cupidez,

    a avareza.

    Enquanto os Espritos atrasados geram conflitos, outros aqui se

    encontram, como os apstolos Madre Tereza de Calcut, Francisco Cndido

    Xavier, que foram, certamente, crianas cristal. Francisco Cndido

    Xavier, por exemplo, desde os quatro anos de idade, fque conversava com

    os Espritos, tornando-se, atravs dos tempos, um mdium incomparvel.

    Eu fru a bno de poder conviver com ele por um perodo de mais de 40

    anos, visitando-o periodicamente, j que morvamos em cidades Bistantes

    uma da outra. Ele era um mdium to notvel que, na convivncia, emanava

    perfumes os mais variados e mesmo ter curativo. Estvamos ao seu lado e

    sentamos ondas contnuas de agradveis aromas. Certo dia, trouxeram-nos

    uma bandeja com xcaras de caf - o caf pequeno, no o americano, em

    xcaras pequeninas. Ele pegava uma, diante das luzes acesas no ambiente

    e a oferecia a algum. Na xcara escorria, por exemplo, perfume de

    violeta. Pegava outra, e o perfume era

    1A Gnese, porAllan Kardec, captulo 18, item 28.

    77

    de rosas... Cada xcara apresentava um perfume suave e especial que nos

    fascinava. Que aconteceu? Quase todos ficaram com a sua respectiva

    xcara. 'Furtaram' fraternalmente

    as xcaras perfumadas como lembrana perene desse momento.

  • Certo dia, ele estava conversando, quando comeou a brilhar uma luz no

    seu trax e os presentes ficaram olhando-a, deslumbrados, j que o brilho

    atravessava-lhe

    a roupa. Discretamente, ele puxou o palet para ocult-la. Ento, os

    amigos, emocionados, disseram: "Chico, uma luz maravilhosa!"

    Comovido, procurou disfarar o fato, efeito do seu ectoplasma que se

    exteriorizava em energia luminosa. Tambm materializava Espritos, a

    ponto de serem vistos com

    detalhes, incluindo Emmanuel, seu Guia e Mentor, conduzindo um archote

    luminoso. Os Espritos, porm, propuseram que essa energia - ectoplasma -

    fosse canalizada

    para curas ao invs de apenas fenmenos de efeitos fsicos. Se algum lhe

    apertava a mo ou o abraava, recebia dlcida onda vibratria, e, no

    poucas vezes, estando

    enfermo, renovava-se e curava-se... Vi pessoas loucas chegarem

    agressivas, amarradas, e ele, tocando-lhes a testa, interrogava: "Como

    vai, meu filho? Podem solt-lo."

    78

    E a pessoa ficava tranqila e em paz.

    Estamos em uma era nova. "Felizes", como disse Jesus, "os que tm olhos e

    vem, os que tm ouvidos e ouvem." provvel que aqui se encontrem

    muitas pessoas ndigo

    e talvez algumas cristal, e o ignoram.

    Cuidemos dos nossos filhos, da nova gerao, para que possam, filhos e

    gerao, construir um mundo, no qual, a violncia ceda lugar paz, o

    dio oferea a premissa

    do amor, a revolta sistemtica ceda lugar alegria, e em que nos

    abracemos realmente sem angstias, sem dores. Esses dias so anunciados

    pela

    Bblia, como sendo o fim dos tempos, no, pofm, assinalados apenas por

    tragdias, mas trmino dos tempos maus: de guerras, de dio, de horror...

    Posso afianar aos senhores, eu que tenho tido contato com os Espritos

    desde os quatro anos de idade, e que hoje, aos 78 anos, posso adiantar,

    repito, que essa

    realidade j est acontecendo. Eu vejo, nas ruas, nas cidades, nos

    transportes e em toda parte, esses seres especiais, seres nobres, assim

    como outros profundamente

    atrasados, misturados s multides. Eles se esto procurando, tentando

    identificar-se uns com os outros, para poder ajudar a Terra a se tornar

    um mundo de regenerao,

    79

    porque, por enquanto, um mundo de provas, de dores...

    Quem no as tm? Quem, aqui entre ns, que ainda no experimentou uma dor

    moral? Podemos ter uma economia fabulosa, uma sade de ferro, no entanto,

    quantas ingratides,

    quantas traies, quantos inimigos gratuitos que surgem repentinamente!

    Ou podem no ter sido vtimas de dores morais, no entanto, vivem

    assinalados por aflies

    de outra natureza, mais tambm profundamente perturbadoras.

  • Quando vejo a vida de Stephen Hawkings, esse extraordinrio fsico, que

    hoje quase supera Einstein, que se comunica com o mundo apenas com um

    dedo no computador

    e com as plpebras transmite mensagens de bom humor, o homem que decifrou

    o universo e o colocou numa casca de noz, eu exclamo: "Deus meu! quanta

    beleza!" Ele sente

    alegria de viver, impossibilitado dos movimentos, h mais de-

    20 anos, sofrendo uma doena degenerativa, sem, no entanto, perder o

    nimo, a coragem. E muitos de ns com sade, reclamando da vida

    Incontveis de ns com corpos

    maravilhosos, usando drogas para nos destruirmos. Outros tantos de ns,

    com uma sade invejvel, entregando-nos aos chamados vcios sociais

    porque esto na moda

    esses vcios sociais que matam o sentimento e destroem a vida.

    80

    Ao concluirmos este singelo resumo sobre esses Espritos em evoluo que

    vm de outro

    planeta para ajudar-nos na Terra, da mesma forma que inmeros dentre ns

    iremos a

    planetas inferiores ajudar-lhes o progresso, desejo que desenvolvamos a

    capacidade

    de perceber aquelas crianas ndigo e cristal, missionrias do bem, do

    amor, da verdade, e lhes facilitemos o caminho, amando-as. Estamos

    cansados de guerras.

    Estamos

    cansados de dios. Mas, de amor estamos carentes. Meu Guia Espiritual

    (Joanna de

    ngelis) me diz: "O amor o nico tesouro que, quanto mais se divide,

    mais

    se multiplica."

    Tudo que se divide, diminui. O amor no. Quanto mais amamos, mais nos

    amamos.

    80

    CAPITULO 9 - PERGUNTAS E RESPOSTAS

    1. Divaldo, seguir o caminho de Deus geralmente difcil. Como poderemos

    apreciar tanto as alegrias quanto as tristezas de nossas vidas?

    O caminho do bem (de Deus) sempre bom. Toda opo de nossa vida tem

    desafios. | natural que, vivendo numa cultura materialista, encontremos

    dificuldades para

    atingirmos metas superiores. As tristezas so acidentes de percurso, que

    fazem parte da experincia evolutiva. As alegrias, porm, que advm do

    reto dever cumprido,

    so to grandes e compensadoras, que vale a pena prosseguirmos, mesmo

    quando tudo conspire contra. Aquele que trilha pelo caminho da luz est

    sempre em paz. As perturbaes

    de fora no o alcanam. Ento, vale pena continuar fruindo de

    tranqilidade.

    83

    Desde muito jovem que eu encontrei esse caminho. Como jovem, eu tive

    muitas dificuldades. Trabalhei 35 anos em uma instituio do governo, e

    era visto como uma pessoa

  • especial, porque no me deixava arrebatar pelos vcios convencionais. Os

    meus colegas criticavam-me, o que no me afetava, porque, quando tinham

    um problema qualquer,

    vinham falar comigo, pediam-me ajuda. E sempre me consideravam como um

    padro de felicidade. Eles envelheceram e eu tambm. Eles ficaram

    desgastados e eu permaneci

    um "big boy". [Risos!]

    2. Sinto-me perdido (a) e no sei para onde ir. Por qu?

    Por causa do tumulto externo que a todos aturde. H muitos caminhos e

    sentimos dificuldade na escolha. Quase todos fomos educados para o

    triunfo de fora - possuir,

    gozar - e, por conseqncia, temos tido dificuldade em descobrir quem

    somos. Eu digo-lhe: "Sente-se num lugar, comodamente, respire com

    suavidade, relaxe, sintonize

    com a Verdade e aguarde a resposta de Deus."

    Houve uma poca em que estive muito doente. Durante uma parada cardaca,

    tive morte clnica. O meu mdico deu-me dois meses de vida. Mas eu me

    neguei a morrer. "No

    vou morrer agora! Ainda tenho muita coisa para

    84

    fazer" - disse-me. Sobrevivi com meditao e atravs da energia adquirida

    pela tcnica da visualizao teraputica24 a que se referiu a Senhora Amy

    Biank. J se

    passaram dezesseis anos, meu mdico j morreu e eu estou aqui.

    Ento, eu lhe digo que fique de frente ao espelho e pergunte-se: "Qual

    a minha funo na vida?" Interrogue-se vrias vezes e espere a resposta.

    Ela est dentro

    de voc. Deite-se, respire suavemente, e tambm inquira: "O que que

    Deus deseja de mim?" A resposta vir. Tenha um pouco de pacincia e

    aguarde-a. Tenho certeza

    que no nosso prximo encontro, voc ir me dizer: "Estou muito alegre

    porque eu descobri a finalidade da minha vida."

    Allan Kardec, que codificou o Espiritismo, fez a seguinte pergunta aos

    Espritos: "Qual o meio prtico mais eficaz que tem o homem para se

    melhorar nesta vida e

    resistir s atraes do mal?" Os Espritos responderam-lhe: "Um sbio da

    antiguidade j vo-lo disse: 'Conhece-te a ti mesmo'."25

    Isto equivale a dizer que temos de viajar para dentro, para o ntimo, e

    descobrir os tesouros incalculveis que ali dormem. As coisas de

    24 As Visualizaes Teraputicas propostas por Joanna de ngelis, via a

    mediunidade de Divaldo Franco, esto disponveis atravs dos CDs Sade e

    Viagem Interior

    - Distribudo pela Leal Editora

    25 Questo 919 de O Livro dos Espritos por Allan Kardec, publicado pela

    Federao Esprita Brasileira

    85

    fora cansam, saturam, impulsionando-nos para atender a novas

    necessidades, enquanto que as internas nos preenchem completamente.

  • Digo isso por experincia pessoal. Eu no tive filhos, no me casei. Mas

    tambm no senti falta, felizmente no me atormentando em relao

    ausncia de um corao

    amigo em parceira afetiva. Tornei-me pai, no entanto, de mais de 30.000

    crianas que passaram pelas nossas escolas nos ltimos 58 anos. Educamos

    816 crianas rfs, que recebemos quando contavam desde poucos dias de

    nascidos at aos cinco anos de idade. Preenchi, desse modo, a vida,

    porque um dia eu ouvi

    uma voz que me afirmou: "A tua misso na Terra educar. E para educar,

    tens necessidade de dar exemplos. No se educa somente com palavras. O

    exemplo vale mais

    do que milhares de palavras." Ento, optei por essa deciso e enriqueci a

    minha atual existncia, dessa maneira, sentindo-me desde h muito,

    imensamente feliz.

    Quando eu tive a parada cardaca, eu me senti fora do corpo. E o vi

    aparentemente adormecido. Eu tenho filhos adotivos que so mdicos. Um

    deles, em especial, comeou

    a atender-me, e exclamou: "Tio Divaldo est com lipotimia!" logo

    acrescentando que eu estava tendo uma morte clnica. Nada obstante, eu

    86

    me sentia to bem que pensei: "A morte uma maravilha!"

    Eu me encontrava lcido, chamava pelos amigos, mas ningum me respondia.

    Minha me, que j estava desencarnada, apareceume. Eu perguntei-lhe:

    - "Me, eu j morri?" E ela respondeu-me:

    - "Ainda no."

    No gostei deste "ainda".

    - "E o que eu estou fazendo aqui?" - perguntei.

    Ela me obtemperou:

    - "Os Guias espirituais esto discutindo se voc volta ou se fica."

    Diante da resposta, eu pedi-lhe:

    - "Me, v ter com eles, por favor, e interceda para que eu volte."

    Nesse nterim, supliquei:

    - "Meu Deus, se eu ficar, o Senhor prosseguir conduzindo-me, pois que

    o comandante. Se eu voltar, o Senhor continuar no mesmo comando.

    Portanto, para o Senhor

    no faz diferena nenhuma. Mas, para mim, faz uma grande diferena entre

    ficar e retornar. Desse modo, eu gostaria de voltar. D-me, pelo menos,

    dez anos."

    Minha mezinha retornou, naquele momento, e informou-me:

    87

    - "Ficou decidido que voc voltar..." Assim, despertei com angina

    pectoris e outras sensaes muito desagradveis.

  • Passaram-se os anos. Oito anos depois, mais ou menos, eu j estava bem,

    quando um Espirito, que meu amigo, desde a minha juventude, falou-me:

    - "Divaldo, voc no inteligente, porque se o fora no teria pedido a

    Deus somente dez anos. Observe que somente lhe faltam dois. A Deus sempre

    se pede muito,

    porque se Ele estiver de "mau-humor e cortar a metade, o restante ser

    expressivo."

    Eu, porm, redargui:

    - "No assim, voc no entendeu bem a minha solicitao. Quando eu pedi

    dez anos eu me referia ao ano 2010..."

    Hoje reflexiono: como j me encontro no ano 2006, estou pensando o que

    irei solicitarLhe logo mais.

    Em face da minha resposta, na ocasio, o Espirito, muito jovialmente

    contou-me uma anedota, porque muitos Espritos so alegres considerando-

    se que so as almas

    das pessoas que viveram na Terra. Ele narrou-me que uma alma chegou a

    Deus e perguntou-Lhe:

    - "Senhor, eu no entendo a eternidade. Para o Senhor, um bilho de anos,

    que perodo na eternidade?"

    88

    Deus ento respondeu:

    - "Um bilho de anos corresponde a um segundo."

    A alma, que era americana, [risos] voltou a Interrogar:

    - "Senhor, e um bilho de dlares, quanto vale no Seu conceito?"

    Deus esclareceu:

    - "Um bilho de dlares, vale-me um centavo."

    Deslumbrada, a alma concluiu, pedindo:

    - "Oh! Senhor, d-me um centavo." E Deus, calmamente, prometeu:

    - "Espera um segundo." [risos] Equivale dizer que deveremos confiar em

    Deus, no conforme nossos padres, mas consoante os Seus. O Evangelho de

    Jesus afirma: "Confia no Senhor e entrega-Lhe a tua vida, pois que Ele

    tomar conta."

    verdade. Confiando, entreguei-lhe a minha vida. No falo outros idiomas

    e, no entanto, j visitei 56 pases, sem que me houvesse acontecido

    qualquer problema perturbador.

    Viajando, h mais de 60 anos, nunca experimentei qualquer dificuldade,

    jamais cancelei uma conferncia, nunca adoeci, nunca fiquei

    impossibilitado de atender a programao

    estabelecida. Eu fao seminrios de oito horas durante o dia, e, logo

    depois, uma conferncia,

    89

  • noite. Nossos pblicos interessados, no Brasil, so muito numerosos. No

    ms de abril, por exemplo, eu tive um pblico de 16.000 pessoas em um

    ginsio de esportes,

    na capital federal [em Braslia]. Falei durante vrias horas, e, logo

    mais, noite, proferi mais uma conferncia com excelente disposio

    orgnica e psicolgica.

    Isto, porque, a tarefa do Senhor. Quando eu tenho qualquer problema,

    procuro fazer a minha parte, e tranqilo, despreocupo-me, porque sei que

    o restante do Senhor,

    que nunca falha.

    3. Se os jovens j experimentaram tudo, quando chegam idade dos 18-20

    anos, como resgatar ou reensinar a juventude perdida?

    muito fcil. Basta apresentar-lhe o outro lado da vida que ele (a) no

    experienciou. Eu recebo muitas pessoas com problemas: atores, artistas,

    executivos, indivduos

    comuns, que so dependentes de drogas, de sexo, que so abstmios...

    Sempre lhes sugiro: "Voc j conhece este lado. Quer comear a conhecer o

    outro? Toda moeda

    tem duas faces. Voc somente examinou uma. A outra, que lhe posso

    apresentar, mais fascinante. Deseja conhec-la?" A pessoa fica

    interrogativa, curiosa. E afirmo:

    "Comece agora. No espere um milagre, na expectativa que amanh a sua

    vida estar diferente. No existem esses milagres.

    90

    Mas, comeando agora, logo mais observar resultados muito positivos. Se

    voc usa droga, faa o tratamento mdico para desencharcar o organismo.

    Se usa lcool,

    recorra teraputica mdica e afirme: 'Hoje noite, eu no irei

    consumir bebida alcolica'. Amanh, pela manh, assevere: "Hoje, at ao

    meio-dia, eu no a usarei'. tarde,

    faa o mesmo propsito: 'Nesta tarde no a utilizarei'. V lentamente,

    at o seu inconsciente adaptar-se ao novo hbito.... E voc viver uma

    vida nova."

    Na vida de Jesus, temos exemplos fascinantes sobre aqueles que optaram

    por uma nova atitude perante a vida. Saulo de Tarso, por exemplo, que era

    um perseguidor,

    que mandou matar, quando encontrou Jesus, na estrada para Damasco, mudou

    completamente de atitude, e se tornou o maior heri do Cristianismo. Ns

    somos cristos,

    de alguma forma, por causa de Paulo, que expandiu a mensagem por grande

    parte do mundo conhecido na poca. Aqueles que so budistas, vivem

    felizes por causa da total

    entrega do prncipe akia Muni ou Sidarta Gautama, que aps a viagem

    interior iluminouHo, tornando-se Buda. Antes tivera uma vida normal,

    faustosa, que se converteu

    em tdio... Optou por meditar, e aps passar por um moriastrio onde no

    se encontrou com o Si profundo, ficou sombra de uma figueira (rvore

    91

    bodya) e se iluminou, passando a iluminar o mundo com a sua compaixo e

    sabedoria. Ns poderemos fazer como Sidarta Gautama.

  • Digamos ao jovem cansado: "Vamos meditar um pouco, comear outra

    experincia." Se ele se negar, no podemos fazer nada, porque no podemos

    resolver o problema de

    quem se recusa a faz-lo. Ento, amparemos o jovem, o adulto e o idoso,

    seja em que idade se encontrar aquele que nos busca, abordando com afeto

    a questo da vida

    espiritual, porque a vida continua.

    comovente vermos algum morrer, e logo depois recuperar a conscincia

    alm do corpo, continuando vivo. Esta a maior alegria que podemos ter.

    A morte no interrompe

    a vida, no entanto, cada um morre conforme viveu. Quem teve uma vida

    atribulada, acorda em perturbao. Quem experienciou uma vida tranqila,

    desperta em paz. Todos

    esses, que acordam em paz, recebem a visita dos seus familiares,

    experimentando inefveis alegrias. Quando eu estava desdobrado do corpo,

    minha m