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Avaliação feita, baseada em uma visita técnica na Pizzaria Fama.
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DESÃO PAULO – UNIAN
SANTO ANDRÉ
Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia( Manhã )
Visita TécnicaPizzaria Fama (Mauá)
Disciplina: Cozinha Brasileira
Professora: Elisabete Carneiro
Autor:Ângelo Rogério Antoniolli
RA: 1299119450
09/10/2015
História da Pizza no Brasil
Os Italianos se orgulham de ter trazido a pizza ao mundo. Em especial a
região de Nápoles. Mas a pizza tem sua origem no antigo Egito, porém ao
longos dos séculos chegou ao território italiano que deram seu toque especial
ao preparo. Mais alguns séculos e temos uma pizza, padronizada em Nápoles.
Que só pode ser feita a partir de uma determinada receita.
Embora não seja toda a pizzaria italiana que faz a verdadeira Pizza
Napolitana, ainda sim ela terá diferenças se compararmos com a do Brasil.
A pizza italiana, tem uma massa necessariamente sempre fina, coberta
com molho de tomate pelati puramente italiano (O tomate italiano tem um sabor
melhor devido ao solo vulcânico nas regiões onde é cultivado), o queijo quando
vai na pizza ele é colocado no meio do molho. Teremos pequenas ilhas de
queijo (Mozzarella de Búfala) isoladas em um mar de molho de tomate. E
sempre feita em forno a lenha.
A Pizza Brasileira, tem sua origem no Brás em São Paulo. Chegou junto
dos italianos fugidos da grande crise gerada pelo 2º Grande Guerra Mundial.
Vamos ver a história da pizza atual Brasileira, que mudou em relação a
primeira quando aqui chegou.
A Nossa pizza é diferente se comparada a italiana e a outras produzidas
em diferentes países. Ela tem uma massa partindo do fino para a espessura
média. Possuí um fundo feito de tomate (não será o pelatti) comum, onde
dependendo de sua composição receberá uma camada de queijo também
como parte desse fundo. No caso aqui utilizasse o queijo de Mozzarella Bovina.
Esse queijo pode não só cobrir o molho, mas cobrir também os insumos que
formaram a pizza. Atum, Calabresa, Frango desfiado, Ovos cozidos entre
outros podem receber uma camada por cima de queijo. Não é via de regra
esse processo.
Justamente pela falta de padronização, temos em um país continental como o
Brasil. Profissionais fazendo um produto de acordo com a necessidade que ele
perceber no mercado onde ele atuará.
O que será comum a todos é que para atender o Brasileira a pizza deve
de ter uma cobertura de ingredientes generosa. Muito mais do que a de outros
países se compararmos, o que dizer da pizza Italiana.
A Pizza Brasileira já tem características próprias que a definem como um
produto genuinamente Brasileiro.
Historia da Pizzaria FAMA
A Pizzaria Fama nasce no ano de 1995, onde o Pai do empresário e atual
proprietário Fabiano Olivares percebe uma provável queda na locação de filmes em
sua locadora.
Após uma pesquisa, é estrategicamente escolhida a pizzaria para ser integrada
ao ambiente da locadora. O que casou muito bem, pois no ambiente da locadora
passou a ter aquele cheirinho de pizza no ar.
Não se tinha registro que antes de 1995/1996 havia uma locadora e ao mesmo
tempo pizzaria funcionando dentro de um mesmo ambiente.
Tornando ela um empreendimento inovador na região. O que se provou no
primeiro mês de funcionamento. Tendo uma procura muito grande por parte dos
clientes.
O nome Fama vem como herança de um negócio, que hoje já está
praticamente extinto devido as mudanças tecnologias que são facilmente percebíveis
graças ao aumento da velocidade da internet. Isso se analisarmos de uma forma sutil.
Porém existe um grande fluxo de cópia ilegal de filmes, através de sites que ganham
com propaganda.
A pizza se mostrou eficiente e que hoje é o principal negócio para o
empresário.
Questionário:
a) O por que da temática?
R: Embora minha família tenha origem Portuguesa e Espanhola, O negócio começou
não com pizzaria e sim como vídeo locadora. Após 5 anos, iniciou-se um processo
muito grande de pirataria de filmes e o fácil uso da internet para download deles. Já
prevendo uma dificuldade para esse setor, meu Pai buscou uma diversificação do
negócio onde fosse possível aproveitar o grande fluxo de clientes que a locadora tinha.
E pela pesquisa que ele fez na época foi o que melhor que se adaptou para funcionar
junto da locadora. Pois o cliente vinha, já levava uns filmes para assistir, tinha lugar
para ele sentar e comer a pizza também. Não era comum na época shopping para se
frequentar, então o lazer era esse. Se reunir para assistir filmes e comer pizza em
casa.
a1) Se não fosse a pizzaria, havia outro tipo de negócio que queria colocar junto da locadora que havia sido considerado como opção na época?
Na época não consigo me recordar se houve mais opções para meu Pai escolher, eu
era garoto. Mas pelo que me recordo, a pizzaria foi o que melhor se encaixou ao
negócio. Antes de 1995 não tínhamos conhecimento de outro estabelecimento com
combinação igual a Fama Vídeo Locadora e Pizzaria.
a2) Hoje é seu negócio principal a pizzaria?
A Locadora fechou a 4 anos (2011), mas desde 2008 a Pizzaria já havia assumido o
posto de negócio principal.
b) Como foi a escolha do cardápio;
A escolha do cardápio foi baseada nas pizzas tradicionais que já tínhamos algum
conhecimento, e consideramos também a região que é de periferia e baixa renda.
Ingredientes como champigon, aliche, alcachofra não estão presentes em nosso
cardápio. Pois não existe procura para tais itens na região.
b2) O início das vendas da pizza tiveram um bom desempenho no primeiro mês?
Sim tiveram ótimas vendas no primeiro mês, pois a vídeo locadora já era uma
empresa consolidada. Então nós reuníamos muita gente, havendo então esse fluxo
grande de clientes devido a vídeo locadora. A pizza deslanchou pois tínhamos já
aquele cliente que vinha, sexta, sábado na vídeo locadora buscar seus filmes (Na
época fitas de VHS) e já havia ali a pizza, fazíamos a famosa degustação. Existia
aquele cheiro de pizza no mesmo ambiente da locadora, pois montamos de forma
estratégica ao fundo a cozinha da pizzaria. A degustação e o cheirinho no ambiente
foram sucesso garantido no primeiro mês.
c) Qual o Item mais vendido;
Pizza, mas vendemos lasanha, Nhoque, Beirute e Esfiha. Mas o carro chefe da
empresa é pizza, não podemos desconfigurar e nem pretendemos tirá-la como prato
principal.
c1) Vc tem pizzas idealizadas/criadas por vocês mesmo em seu cardápio?
R: Sim Temos!, No ano passado eu concorri na copa Brasileira de Pizzarias,
justamente com nossa pizza nordestina. Conseguimos o 5º lugar na competição. Foi
uma pizza que fazemos, que a carne seca é puxada/flambada na pinga e eu fiz um
catupiry com limão. Hoje ela tem uma saída legal no nosso cardápio.
d) Como é o funcionamento da cozinha, quantos turnos;
Já trabalhei! Até uns 06 meses atrás eu tinha dois horários aqui (Dois Turnos). Entrava
o turno da manhã o pessoal para adiantar alguma coisa, fazer massa e cozinhar
frango. Para mandar brasa mesmo no negócio. Mas fomos nos adaptando,
aperfeiçoando, e hoje temos apenas um turno. Turno esse em que conseguimos ir
porcionando os insumos para atender os dias de maior demanda. E hoje não
precisamos de mais do que um turno.
d1) Quantos funcionários tem e suas funções?
Hoje entre colaboradores diretos registrados e indiretos temos 22. Se não me falhe a
memória cerca de 8 são motoboys, e o restante se divide entre ajudante geral,
pizzaiolo e atendente. Então eu terei somente essas três funções. O Pizzaiolo é o que
faz a massa, o ajudante geral é o que desenvolve todas as outras funções. Também
temos o auxiliar de cozinha. E o atendente é o que faz o atendimento no call centrer.
d2) Houve redução no seu quadro de funcionários, com a atual queda na economia?
De acordo com a crise, ainda não teve uma redução do quadro de funcionários. O que
aconteceu foi que algumas peças que saíram, pediram demissão, saíram e nós não
repomos devido a queda. Então final de ano na pizzaria o movimento aperta, e não
posso correr o risco de mandar embora. Vou dar uma apertada para segurar até
Janeiro e Fevereiro para depois ver o que vai dar par fazer.
e) Como é o dia a dia, do pré preparo dos insumos;
Massa de pizza é feita diariamente, na terça-feira a gente prepara a calabresa. A
calabresa é fatiada, processada, embalada e data. Depois a colocamos no freezer. Na
quarta-feira nós fazemos o frango, na quinta-feira nós preparamos uma carne seca. E
diariamente é feito/preparado também a mozzarella. Tudo o que é derivado de queijo,
é feito diariamente. Por que não pode ficar muito tempo. A maioria dos insumos que é
carne, eu consigo preparar ele antes e guardar no freezer para o uso no decorrer da
semana. Então todo o dia eu já tenho produção, que já foi feita no dia anterior.
Queijos, ervilhas e vegetais são feitos diariamente. O pessoal chega as 5 da tarde e já
começa ralando queijo, uma já vai lá embalar milho e ervilha. Nós trabalhamos, tudo
porcionado. Estou na fase em que 80% dos meus insumos já é porcionado/embalado.
e1) Você utiliza as marcas de primeira linha de insumos para seus produtos? Se sim ou não o que usa, encontra tudo na região?
Como eu já disse, minha pizzaria é localizada em um lugar onde o público é B-, C e D.
Eu não tenho condições de trabalhar com insumos de primeira linha, de marca. Vamos
dizer Marca nós não temos condições de comprar. Vc sabe que existe produtos tão
bons quanto os de marca. Eu não tenho condições de colocar o requeijão Catupiry. Eu
tenho que usar um requeijão, eu utilizo um de boa qualidade mas não Catupiry. Um
requeijão que eu pago R$ 14,00 reais na bisnaga, meu concorrente vai no mercado e
compra um que custa R$ 6,00 reais a bisnaga. Ai o meu cliente, para ele tudo é frango
com catupiry. Para ele tá comprando, tá comendo e estando bem recheado (Coberta),
ele não sabe decifrar. Lógico que eu tenho opções de primeira, de acordo com esse
tempo que já tenho de mercado eu aprendi a ir atrás desenvolver excelentes produtos
que consigam substituir as marcas tradicionais. Encontro sim na minha região, hoje
compro tudo direto, tenho cadastro em todas as empresas.
f) Como funciona? O cliente pede no cardápio, como controlam o estoque, para sempre ter o insumo em casa;
Como já comentei antes, nós temos um controle do que está porcionado na casa ou
não. O que acontece é que uma ou duas vezes por semana nós batemos uma lista no
estoque, para ver como é que está. E com a minha expertise já consigo definir o que
precisa ser comprado ou não. Mas diariamente já é feita a batida.
g) Como trabalham com desperdício.
Desperdício é tratado em cima, tem que ficar em cima. Infelizmente a gente tem
desperdício na cebola, temos em alguns itens que não tem como. Refrigeração, o
pessoal deixa fora da refrigeração, eu tenho problema de estragar. Então assim,
infelizmente é uma guerra diária em cima, fiscalizando.
g1) Tem algum item do cardápio que foi criado para utilizar aparas/sobras dos insumos?
Sim, eu tenho alguns pratos. Que nem o que sobra do próprio tomate a gente faz
molho. Eu na verdade cubo ele (Corte Brunoise). Aquele que a gente viu no vídeo
(vídeo de cortes no fórum profissionais da cozinha), faço aqueles cortes e tenho uma
pizza que o pessoal aqui gosta dele. Tem dias que tenho de pegar o tomate e cuba-lo,
final de semana tem sempre que cubar. Por que as aparas/sobras do tomate eu não
consigo mais vencer a demanda dessa pizza que havia sido feita para suprir as aparas
do tomate.
h) Como tem sido lidar com todas as Leis da Vigilância Sanitária, eles tem sido implacáveis em suas fiscalizações? Sendo muito constante, fazendo grandes exigências que você não concorde mas tem que seguir?
Eu sei que varia de cidade para cidade. Aqui em Mauá, eu tenho eles como uma
parceira. Eles vem aqui e nos orientam, fiscalizam. Eu nunca tive problema com
vigilância nesse sentido. Eles dão uma corretiva, de saber o que você está precisando,
o que está certo ou errado. No ano passado eles forneceram curso para meus
funcionários, onde ficamos lá cerca de 15 a 20 horas fazendo o curso. Isso para todos
os meus funcionários. Isso varia de cidade para cidade. Aqui eles são meus parceiros,
eles estão preocupados se você está atendendo as boas práticas. Para ver se não
tem alimento estragado, isso é muito bacana. Aqui não tenho o que reclamar. Aqui a
vigilância sanitária funciona bem.
j) Ao longo dos anos como proprietário de sua pizzaria, como avalia a qualidade dos insumos utilizados? Caiu a qualidade ao longo dos anos?
Ao longo dos anos, pelo menos nesses primeiros 20 anos que a gente tem pizzaria.
Só posso falar que a qualidade dos insumos melhorou tremendamente. Hoje em dia
existe mais controle de qualidade dentro das empresas. O mercado aumentou a
concorrência, está mais exigente. Então a qualidade melhorou sim. Nem se compara
as calabresas que eu tinha lá atrás com as calabresas de hoje em dia. As mozzarellas
são muito melhores. A qualidade mudou sim nos insumos.
k) Como lida com a concorrência? Teve algum caso de sabotagem ou sabe de algum que tenha ocorrido?
Amigo, com relação a concorrência. Nós tentamos tratar da forma mais profissional
possível. Eu trato meus concorrentes como parceiros, as vezes nós fazemos troca de
insumos. Nós contamos errado aqui, e faltou uma peça de presunto corre vai na
pizzaria pede emprestado. Eles vice-versa. Também existem aqueles, que é
concorrente de preço. O cara quer brigar com preço, e atrapalha assim. Eu nunca tive
problema de sabotagem.
l) Tem sido possível reinvestir seu capital para melhorar a estrutura do seu negócio? Comprando novos equipamentos por exemplo. Ou treinando pessoal?
Sim, sobre investimento. A gente sempre investe. Eu sai do forno a lenha para o forno
de esteira, hoje em dia sai do freezer já tenho a câmara fria. Sempre tem que estar
reinvestindo na empresa, para estar trilhando novos caminhos.
m) Como você vê o uso do forno de esteira hoje, se comparado ao forno tradicional a lenha onde a pizza era até então feita?
O forno de esteira, se comparado ao forno tradicional de lenha. Eu ganho
padronização, eu ganho agilidade, eu ganho economia, eu ganho redução de mão de
obra especializada. Na verdade ele não substitui o profissional, na pizzaria você tem
que ter ainda no forno a lenha um profissional para fornear a pizza. No forno de
esteira, eu posso ter um ajudante geral que vai tirar a pizza. O forno não trabalha
sozinho, tem que ter alguém lá para colocar a pizza e para tirar. Então, ele não
substitui a mão de obra. Apenas substitui a mão de obra especializada. Então o forno
de esteira para mim hoje, não consigo vê-lo fora da minha pizzaria. Eu voltando ao
forno a lenha.