Vive La Comune

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    O direito igual a todos os bens e aos gozos deste mundo,a destruio de toda a autoridade, a negao de todoo freio moral, eis, se descermos ao fundo das coisas, a

    razo de ser da insurreio de 18 de Maro e a cartada temvel associao que Ihe forneceu um exrcito.

    Inqurito parlamentar sobre a insurreiode 18 de Maro

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    Ttulo: Viva a Comuna! - 1871Autores: VriosTraduo: Edies AntipticasPaginao: F.U.C.K.Tipo de letra: Filosofia (Emigre)Tiragem: 100 exemplares

    [email protected]

    da direita burguesa aptrida. Bastaria, para vomitar esta gua benta, estudaro papel dos estrangeiros vindos para combater pela Comuna, que foi antesde mais, como dizia Marx, a inevitvel prova de fora a que deveria conduzir

    toda a actuao da Europa do nosso partido desde 1841.

    Internationale Situationniste, n. 7, Abril de 1962

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    H que censurar aos homens da Comuna no se terem atrevido a responderao terror totalitrio com a totalidade do emprego das suas armas. Tudo levaa crer que se fizeram desaparecer os poetas que nesse momento traduzirama poesia em suspenso da Comuna. A massa de actos irrealizados da Comuna

    permite que se convertam em atrocidades os actos esboados cuja lem-brana foi censurada. A frase aqueles que fazem revolues a meias nofazem seno cavar a prpria sepultura, explica tambm o silncio de Saint

    Just.

    XIOs tericos que reconstituem a histria deste movimento, colocando-se doponto de vista omnisciente de Deus que caracterizava o novelista clssico,

    mostram facilmente que a Comuna estava objectivamente condenada, queno tinha superao possvel. Mas no se pode esquecer que para aqueles

    que viveram o acontecimento a superao estava ali.

    XIIA audcia e a criatividade da Comuna no se medem evidentemente emrelao nossa poca, mas em relao s banalidades de ento na vidapoltica, intelectual e moral; em relao solidariedade de todas as banali-dades no meio das quais surgiu a Comuna. Assim, considerando a solida-riedade das banalidades actuais de direita e de esquerda, pode imaginar-se

    a enorme criatividade que podemos esperar duma exploso idntica.

    XIIIA guerra social de que a Comuna constitui um momento continua sempre(por muito que tenham mudado algumas condies superficiais). Sobre o

    trabalho de tornar conscientes as tendncias inconscientes da Comuna(Engels) ainda no foi dita a ltima palavra.XIV

    Desde h cerca de vinte anos em Frana os cristos de esquerda e os estalin-istas puseram-se de acordo, recordando a sua frente nacional anti-alem,para pr o acento tnico naquilo que houve na Comuna de rasgo nacionalis-ta, de patriotismo ferido e, para falar claramente, de povo francs expres-sando a sua vontade de ser bem governado (segundo a poltica estalinista

    actual) e no fim lanado no desespero pela fraqueza

    Nada parece menos provvel do que uma comuna,

    mas nada mais necessrioEdies Antipticas - Lisboa, Maio de 2011

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    Pode compreender-se com a ajuda do conceito de campo positivo, cunhadopela fsica moderna. (Programa elementar de urbanismo unitrio, I.S. n.

    6).

    VIIIA Comuna de Paris foi vencida menos pela fora das armas que pela forado hbito. O exemplo prtico mais escandaloso foi a recusa em recorrer aocanho para tomar o Banco de Frana, quando o dinheiro fazia tanta falta.Enquanto durou o poder da Comuna, a banca permaneceu como um enclaveem Paris, defendida por algumas espingardas e pelo mito da propriedade edo roubo. Os restantes hbitos ideolgicos foram desastrosos sob todos ospontos de vista (a ressurreio do jacobinismo, a estratgia derrotista das

    barricadas em memria de 48, etc.)

    IXA Comuna mostra como os defensores do velho mundo beneficiam semprede um modo ou de outro da cumplicidade dos revolucionrios; e sobretudodaqueles que pensam como eles. O velho mundo conserva deste modo bases(a ideologia, a linguagem, os costumes, os gostos) no campo dos seus inimi-gos e serve-se delas para reconquistar o terreno perdido (s lhe escapa parasempre o pensamento em actos prprio do proletariado revolucionrio: a

    Bolsa ardeu). A verdadeira quinta coluna est no prprio esprito dosrevolucionrios.

    XA anedota dos revolucionrios chegados nos ltimos dias para destruir No-tre-Dame e que tropeam com o batalho dos artistas da Comuna est cheia

    de sentido: um bom exemplo de democracia directa. Mostra tambm e so-bretudo os problemas ainda por resolver na perspectiva do poder dos con-selhos. Ser que estes artistas tinham razo ao defenderem uma catedral emnome de valores estticos permanentes e em ltima instncia em nome doesprito de museu, enquanto outros homens pretendiam aceder expressoprecisamente nesse dia, traduzindo por meio da demolio o seu desafio to-tal a uma sociedade que, na derrota iminente, lanava as suas vidas no nadae no silncio? Os artistas partidrios da Comuna, actuando como especial-

    istas, encontravam-se j em conflito com uma manifestao extrema da lutacontra a alienao.

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