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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PESQUISA EM SAÚDE VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A HIGIENE BUCAL DE PACIENTES EM UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTIs) Maceió-Alagoas 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PESQUISA EM SAÚDE

VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A HIGIENE BUCAL DE PACIENTES EM

UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTIs)

Maceió-Alagoas

2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PESQUISA EM SAÚDE

VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A HIGIENE BUCAL DE PACIENTES EM

UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTIs)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Pesquisa em Saúde do Centro Universitário CESMAC, nível Mestrado Profissional, como requisito para obtenção do título de Mestre(a), sob a orientação da Prof.(a) Dr.(a) Camila Maria Beder Ribeiro e coorientação da Prof.(a) Dr(a) Patrícia Batista Lopes do Nascimento.

Maceió-Alagoas 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PESQUISA EM SAÚDE

VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A HIGIENE BUCAL DE PACIENTES EM

UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTIs)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Pesquisa em Saúde do Centro Universitário CESMAC, nível Mestrado Profissional, como requisito para obtenção do título de Mestre(a), sob a orientação da Prof.(a) Dr.(a) Camila Maria Beder Ribeiro e coorientação da Prof.(a) Dr(a) Patrícia Batista Lopes do Nascimento.

Data da defesa: 19/02/2016 BANCA EXAMINADORA Prof.(a) Dr.(a): Camila Maria Beder Ribeiro Orientador (a) Prof.(a) Dr.(a): Sandra Azevedo Antunes Examinador (a) Externo Prof.(a) Dr.(a): Aleska Dias Vanderlei Examinador (a) Interno

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DEDICATÓRIA

Ao meu saudoso pai, Fernando, exemplo de determinação e integridade;

e a minha querida mãe, Geyne, exemplo de fortaleza e dedicação.

Ao meu marido e meus filhos Joaquim Sávio, João Vitor e Marina, que

apesar das muitas ausências sempre me incentivaram e me ajudaram nessa

trajetória.

Muito obrigada! Amo vocês!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, Nosso Criador e Senhor de todas as coisas!

A minha família, pelo incentivo durante esta jornada, em especial a minha

sobrinha Nathália Souza, meu socorro nas horas de sufoco;

Aos colegas de trabalho: médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem,

participantes do estudo, pela grande receptividade e colaboração para o

desenvolvimento dessa pesquisa;

A minha orientadora profª Camila Beder, pelo apoio e paciência durante a

construção do trabalho;

A Coorientadora, profª Patricia Nascimento, por seu carinho e contribuição;

Ao profº Silvio Chagas, estatístico, que com sua calma, sempre me deixava

mais tranquila;

A Gabriela Nunes, por sua disponibilidade sem limites, na formatação desse

estudo;

Aos amigos que fiz nessa turma de mestrado, Aline, Ana Emília, Ana Frante,

Carla, Cinthia, Eveline, Ednar, Franklin, Giane, Izabel, Indiara, João Lourival, João

Melro, Kelly, Larisse, Mariana, Miguel, Olivia, Yugo, pela cumplicidade e apoio;

As instituições, Centro Universitario Cesmac, Santa Casa de

Misericórdia de Maceió e Hospital Universitário Profº Alberto Antunes pela

parceria e possibilidade de desonvolvimento desta pesquisa;

A todos os colegas que me deram a mão nessa jornada e entenderam

minhas ausências.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Dados descritivos sobre os métodos para higienização bucal de pacientes internados..........................................................................................29 Gráfico 2 – Dados descritivos sobre os métodos para higienização bucal de pacientes intubados...........................................................................................29 Gráfico 3 – Descrição da avaliação sobre os protocolos de higiene bucal em pacientes internados..........................................................................................30 Gráfico 4 – Descrição da avaliação sobre os protocolos de higiene bucal em pacientes intubados...........................................................................................31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de

experiência profissional)....................................................................................20

Tabela 2 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à instituição, gênero, grupo profissional e formação escolar)..............................................................21

Tabela 3 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de

experiência entre as instituições).......................................................................21

Tabela 4 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto ao Gênero, grupo

profissional e formação escolar entre as instituições).......................................22

Tabela 5 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de

experiência entre os grupos profissionais)........................................................22

Tabela 6 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto ao gênero e formação

escolar entre os grupos profissionais)...............................................................23

Tabela 7 – Distribuição quanto aos acertos às questões 1, 2, 3 e 4 (Por que a

correta higienização da boca é importante para a saúde; o controle do biofilme

pode prevenir o que; o que é doença periodontal e como prevení-la?) ...........23

Tabela 8 – Distribuição quanto aos acertos às questões 1, 3 e 4 entre os

grupos profissionais. (Por que a correta higienização da boca é importante para

a saúde; o que é doença periodontal e como prevení-la?)................................24

Tabela 9 - Distribuição das respostas em relação às patologias evitáveis com o

controle do biofilme............................................................................................25

Tabela 10 - Distribuição das respostas em relação às patologias evitáveis com

o controle do biofilme (Distribuição entre as instituições)..................................26

Page 9: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

Tabela 11 - Distribuição das respostas em relação às patologias evitáveis com

o controle do biofilme (Distribuição entre os grupos profissionais)....................27

Tabela 12 - Conhecedor da importância da higiene bucal (baseado nos acertos

as questões 1, 2, 3 e 4*)....................................................................................28

Tabela 13 - Distribuição de acordo com o local onde adquiriu informações

quantos aos métodos de higiene bucal utilizados em UTI*...............................33

Tabela 14 - Distribuição entre os grupos profissionais de acordo com o local

onde adquiriu informações quantos aos métodos de higiene bucal utilizados em

UTI.................................................................................................. ................. 34

Tabela 15 - Distribuição entre as instituições de acordo com o local onde

adquiriu informações quantos aos métodos de higiene bucal utilizados em

UTI.....................................................................................................................35

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LISTA DE SIGLAS

AMIB – Associaçao de Medicina Intensiva Brasileira

ANVISA – Agência Nacional de Vigiliância Sanitária

CDC – Center of Disease Control and Prevention

CNS/MS – Conselho Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde

DP – Desvio Padrão

Dp - Doença Periodontal

IHB – Importância da Higiene Bucal

n- Número da mostra

NDA- Nenhuma das alternativas ou nenhuma das anteriores

NR- Não respondeu ou nao desejou responder

PL – Projeto de Lei

POP-AMIB – Programa Operacional Padrão da Associação de Medicina

Intensiva Brasileira

RDC – Resolução de Diretoria de Colegiado

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UTI – Unidade de Tratamento Intensivo ou Unidade de Terapia Intensiva

UTIs – Unidades de Tratamento Intensivo ou Unidades de Terapia Intensiva

Page 11: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

RESUMO A microbiota da cavidade bucal tem sido implicada na patogênese de diversas patologias sistêmicas, especialmente de indivíduos que se encontram em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Estudos revelam o desconhecimento dos profissionais de saúde sobre a importância da higienização da boca nestes pacientes. OBJETIVO: Avaliar o conhecimento de profissionais de saúde sobre a importância da higiene bucal de pacientes em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs); MÉTODOS: Estudo transversal e observacional por meio de um questionário semiestruturado com 9 perguntas aplicado a médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem de duas UTIs de hospitais terciários em Maceió/Alagoas. Tais questões envolviam o conhecimento dos mesmos quanto ao por que da higienização correta da boca e a correlação com as patologias evitáveis; quanto à definição de doença periodontal (DP) e sua prevenção; e quanto aos métodos, protocolos e fontes de informação adquiridos sobre higiene bucal. RESULTADOS: Participaram do estudo 96 sujeitos os quais foram 49 (51%) do hospital privado e 47 (49%), do público. Após estratificar por profissão observou-se que 24 (25%) eram médicos, 13 (13,5%) eram enfermeiros e 59 (61,5%) eram técnicos de enfermagem. O porquê da correta higienização estava certo para 77,1% (74/94) dos participantes; a correlação de patologias evitáveis com o controle do biofilme foi correta para 5,2% (5/94); a doença periodontal foi definida corretamente em 40,6% (39/95) dos sujeitos e sua prevenção foi acertada em 59,4% (57/95). CONCLUSAO: Os profissionais de saúde sabem da importância da higienização correta da boca embora esse conhecimento seja deficiente em relação à doença periodontal e às patologias evitáveis com o controle do biofilme.

PALAVRAS-CHAVE: Higiene bucal. Unidades de Terapia Intensiva. Doenças periodontais. Pneumonia. Profissional de Saúde.

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ABSTRACT

The microbiota of the oral cavity has been related to the pathogenesis of a variety of systemic diseases, especially in individuals who are in intensive care units. Studies reveal the lack of knowledge of health professionals about the importance of mouth hygiene in those patients. OBJECTIVE: To evaluate health professionals’ knowledge of the importance of oral hygiene in patients in Intensive Care Units. METHOD: Cross-sectional study using a nine-question semi-structured interview conducted with doctors, nurses and nursing technicians from two ICUs in tertiary hospitals in Maceió / Alagoas. Those questions assessed the interviewees’ knowledge of why one should use proper hygiene, correlating with preventable diseases; regarding the definition of periodontal disease and its prevention; methods, protocols and sources of information about oral hygiene. RESULTS: Cross-sectional study using a nine-question semi-structured interview conducted with doctors, nurses and nursing technicians from two ICUs in tertiary hospitals in Maceió/Alagoas. Those questions assessed the interviewees' knowledge of why one should use proper hygiene and the correlation with the preventable diseases; regarding the definition of periodontal disease and its prevention; methods, protocols and sources of information about oral hygiene. RESULTS: The study included 96 subjecte who were 49 ( 51%) of private hospital and 47 ( 49% ) of the public. After stratification by profession it was observed that 24 ( 25%) were physicians, 13 (13.5%) were nurses and 59 ( 61.5 %) were nursing technicians. Why the correct hygiene was right in 77.1 % ( 74/94 ) of participants; the correlation of preventable diseases with the control of biofilm was correct in 5.2% ( 5/94 ) ; the periodontal disease was correctly defined in 40,6% (35/95) of the people and your prevention was correct in 59,4% (57/95). CONCLUSION: Health professionals know the importance of proper oral hygiene in ICUs patients although this knowledge is deficient in relation to periodontal disease and avoidable diseases with the control of biofilm.

KEYWORDS: Oral hygiene. Intensive care units. Periodontal diseases. Pneumonias. Health Personnel.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................14

2 MATERIAL E MÉTODO......................................................................17

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................20

4 CONSIDERAÇÕES.............................................................................38

REFERÊNCIAS......................................................................................40

APÊNDICE A – ARTIGO.......................................................................44

APENDICE B – BOLETIM INFORMATIVO...........................................82

ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA...........85

ANEXO B – QUESTIONÁRIO................................................................92

ANEXO C – NORMAS DA REVISTA – REVISTA BRASILEIRA DE

TERAPIA INTENSIVA............................................................................94

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1 INTRODUÇÃO

A boca possui uma vasta microbiota e por conta disso sua higiene tem sido

objeto de preocupação desde a época antes de Cristo, quando se acreditava que a

limpeza da cavidade bucal, considerada a porta de entrada do organismo, seria

importante para evitar doenças e proporcionar saúde (MORAIS; SILVA, 2015).

Na cavidade bucal existem vários patógenos que vivem em estado de

harmonia ou equilíbrio com o indivíduo; situação esta que pode ser modificada

durante as internações hospitalares devido a múltiplos fatores, entre eles, alterações

do sistema imunológico, ressecamento de mucosas, exposição a procedimentos

invasivos e especialmente a higienização bucal inadequada, o que aumenta a

colonização do local e o biofilme (GOMES; ESTEVES, 2012).

O biofilme dental é uma película que se forma continuamente e recobre toda a

cavidade bucal, principalmente a superfície dos dentes, dorso da língua e palato,

composta pela deposição de microrganismos. A literatura relata que cada mililitro

cúbico do biofilme pode conter cerca de 100 milhões de microrganismos e servir

como fonte de patógenos (OLIVEIRA et al., 2007; SILVA et al., 2011; CRUZ;

MORAIS; TREVISAN, 2014). Em aproximadamente 24 horas sem a limpeza da

cavidade bucal já é possível detectar o biofilme dental, que serve como reservatório

de microrganismos (AMARAL, CORTÊS; PIRES, 2009).

Os pacientes em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), muitas vezes por

apresentarem nível de consciência comprometido, encotram-se com dificuldade ou

incapacidade para realizar esta limpeza de forma adequada e a literatura relata que

a quantidade e a complexidade do biofilme dental aumentam com o tempo de

internação e com a ausência de intervenção de higiene (ARAÚJO et al., 2009;

JONES; MUNRO; GRAP, 2011; NEEDLEMAN et al., 2012).

As infecções são importante causa de aumento de morbimortalidade e de

custos hospitalares, principalmente nas UTIs onde se acredita ter um aumento do

risco de infecções de 5 a 10 vezes. Estudos enfatizam a implicação da boca na

gênese e manutenção dessas infecções, sejam locais ou sistêmicas, em especial

quando se encontra doença periodontal (PAJU; SCANNAPIECO, 2007; GOMES;

ESTEVES, 2012; SHI et al., 2013). Mas apesar de existir esta associação entre

doenças sistêmicas e doença periodontal, a relação causa efeito entre elas não está

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bem estabelecida em virtude das mesmas terem causas múltiplas (SCANNAPIECO;

BUSH; PAJU, 2003).

As doenças periodontais (DP) são patologias crônicas de caráter inflamatório

e infeccioso que envolvem as estruturas de sustentação dos dentes, as quais

compreendem a gengiva, osso e ligamento periodontal. Essas doenças são

decorrentes da ação direta e indireta de bactérias, e o biofilme dental é um dos

grandes implicados na sua patogênese (MORAIS et al., 2006).

A prática de higiene bucal também está inserida em protocolos de profilaxia

de pneumonias nacionais e mundiais, não como item isolado, mas como parte de um

conjunto de medidas para prevenir infecções respiratórias em pacientes internados (

CDC, 2004; ANVISA, 2009; AMIB, 2013), visto que uma das causas de infecção da

via aérea inferior é a aspiração de conteúdo da orofaringe (MORAIS et al.,2006;

AMARAL; CORTÊS; PIRES, 2009).

A AMIB por meio do seu procedimento operacional padrão (POP) para

higiene bucal em UTI estabelece algumas orientações sobre como realizá-lo: a

frequência (sempre que for necessário), a solução a ser utilizada (digluconato de

clorexidina a 0,12% de 12 em 12 horas), o uso de escova dental, da gaze e

aspiração, a aferição de pressão do balonete do tubo, a remoção de órteses e

próteses, a hidratação labial e o uso de saliva artificial (AMIB,2013).

O benefício da higienização adequada em relação à redução de infecções é

descrito em várias pesquisas (AZARPAZHOOH, 2006; MORAIS et al., 2006; PEAR;

STOESSEL; SHOEMAKE, 2007; KAHN,2008 ; SILVEIRA et al., 2010; SOUZA;

GUIMARÃES; FERREIRA, 2013), especialmente quando nessa higienização é

usada a descontaminação com solução antimicrobiana de clorexidina 0,12%, que

encontra nível de evidência IA (forte evidência, que se basea em estudos de

revisões sistemáticas e ensaios clínicos randomizados) para redução de infecções

respiratória ( GEBRAN;GEBERT, 2002; TANTIPONG et al., 2008; SILVEIRA et al.,

2010; AMIB, 2013).

Mesmo com todo esse conhecimento e definição de sua importância, a

literatura ainda descreve falhas nesse cuidado. Berry e Davidson em 2006 relataram

que essa prática ainda era escassa e ineficaz; Araújo et al., em 2009, que esses

cuidados são escassos e inadequados; e Baeder et al., em 2012 referiram que a

condição de saúde bucal é ruim nos pacientes avaliados por eles na UTI. Westphal

em 2008 descreveu que apesar dos profissionais terem conhecimento da

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16

importância do controle do biofilme e da prevenção de doença periodontal, muitos

não os relacionaram à pneumonia; e Kahn et al., em 2010 por meio de questionários

aplicados a cardiologistas e intensivistas verificaram que a importância do controle

do biofilme sobre a saúde sistêmica era pouco difundida na classe médica pois

poucos se preocupavam em investigar a cavidade bucal.

A higienização da boca já faz parte do plano de cuidado do paciente crítico e

é realizada pelo técnico em enfermagem, sob a supervisão do enfermeiro, com a

finalidade de proporcionar conforto ao paciente e prevenir danos (ORLANDINI;

LAZZARI, 2012). Abidia (2007) descreveu que a interação entre técnicos de higiene

bucal e a equipe de enfermagem poderia aprimorar o conhecimento e habilidade

destes em relação aos cuidados orais. O objetivo desse cuidado é manter a

cavidade bucal do paciente saudável: realizar uma boa higienização, umidificação,

prevenir infecções que possam agravar a condição deste indivíduo e, acima de tudo,

proporcionar conforto ao mesmo (KITE; PEARSON, 1995; BERRY; DAVIDSON,

2006).

Dada à relevância do procedimento de higienização bucal, entidades

reguladoras de assistência à saúde e de classes como a ANVISA e AMIB

observaram a necessidade de estabelecer padrões mínimos para o funcionamento

das UTIs e inserir o profissional da odontologia no âmbito hospitalar e da terapia

intensiva, com o objetivo de trazer ao paciente melhora do quadro sistêmico

(RABELO et al., 2010) por meio da avaliação individualizada realizada pelo dentista,

o que reforça o conceito e a importância da interdisciplinaridade da medicina atual

(RDC, ANVISA, 2010; Projeto de Lei nº 2.776/2008).

Diante do exposto, e da ausência de estudos no Estado de Alagoas sobre

este assunto, esta pesquisa visou avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde

sobre a importância da higiene bucal em indivíduos internados em UTI.

Os objetivos secundários foram: descrever o perfil sócio demográfico dos

profissionais de saúde das duas instituições; analisar o conhecimento das diferentes

categorias profissionais que prestam assistência ao doente da terapia intensiva

sobre a higiene bucal; comparar o conhecimento dos profissionais do serviço público

e privado; correlacionar o conhecimento dos profissionais por tempo de serviço;

identificar a existência ou não de protocolos de higiene institucionais e de diferentes

abordagens para os pacientes intubados.

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17

2 MATERIAL E MÉTODO

Tratou-se de um estudo transversal, observacional e analítico, com amostra

por conveniência, de amostragem censitária, realizado nas Unidades de Terapia

Intensiva (UTI) de dois hospitais, um deles privado (filantrópico), denominado

hospital A e o outro público, denominado hospital B. A pesquisa foi submetida ao

Comitê de Ética e Pesquisa e aprovada sob o parecer nº 1.080.030 de 26/05/15

(CAAE: 43481415.6.0000.0039) (ANEXO A). O estudo teve como objeto os

profissionais de saúde das referidas UTIs e todos assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta de dados foi realizada no

período de quatro meses, de julho a outubro de 2015.

Os participantes do estudo foram todos os médicos, enfermeiros e técnicos de

enfermagem destas UTIs que são os profissionais envolvidos no cuidado da

higienização bucal dos pacientes internados. Os mesmos foram abordados

individualmente em seu ambiente de trabalho (ao chegar ou sair do plantão),

convidados a participar da pesquisa, sendo garantido o anonimato por meio do

registro por números, a fim de evitar identificação do sujeito. Foram adotadas as

diretrizes da resolução Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde (CNS/MS)

466/12. Os profissionais excluídos do estudo foram aqueles que estavam afastados

temporariamente de suas atividades, seja por problemas de saúde ou técnicos.

Aqueles que trabalhavam nas duas unidades hospitalares responderam a um só

questionário e optou-se pelo local onde o mesmo foi abordado primeiro.

A caracterização da amostra foi realizada por meio do levantamento do perfil

sócio demográfico e contemplou as seguintes variáveis independentes: idade; sexo;

instituição em que trabalha; grupo de profissional de qual faz parte – médico,

enfermeiro, técnico de enfermagem; formação escolar – pública ou privada; e tempo

de experiência profissional.

O instrumento da pesquisa utilizado teve como objetivo avaliar o

conhecimento dos voluntários sobre a importância da higienização bucal (IHB) e

sobre a existência de protocolos institucionais sobre higiene bucal no ambiente da

terapia intensiva. O mesmo dispôs de um questionário semiestruturado composto de

9 questões (objetivas e descritivas), modificado do questionário de WESTPHAL

(2008). Esse questionário foi entregue aos voluntários para ser respondido de forma

Page 18: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

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individualizada sem a participação dos pesquisadores. A fim de se evitar

constrangimentos houve a possibilidade de não resposta para qualquer uma das

perguntas (ANEXO B).

As perguntas poderiam ter como respostas: sim, não e não desejo responder;

e algumas podiam ter mais de uma resposta. Toda questão sim deveria ser

explicada de forma coerente, baseada em dados de literatura, para ser considerada

certa. As respostas foram analisadas por um único examinador e codificadas em

certas, erradas e não respondidas.

As variáveis dependentes do estudo foram contempladas nas questões de 1 a

9 do instrumento de estudo. As perguntas de 1 a 4 abrangeram a análise do

conhecimento da: importância da correta higiene; da etiologia e prevenção da

doença periodontal; e das relações entre doenças bucais e sistêmicas. As questões

de 5 e 6 eram sobre o aprendizado de métodos de higiene bucal para pacientes

internados em UTI e intubados e , as questões 7 e 8 sobre o conhecimento da

existência de protocolos de higiene bucal em pacientes internados em UTI e

intubados naquela instituição. A questão 9 abordou sobre o conhecimento das fontes

de informação quanto aos métodos de higienização bucal em UTI.

Os pesquisadores classificaram os profissionais em conhecedores ou não da

importância da higienização da boca (IHB) baseados nas respostas às questões de

1 a 4. Foram considerados conhecedores da IHB aqueles que responderam sim para

as questões 1,3 e 4 com justificativas coerentes com os dados de literatura e na

questão 2 marcaram cárie, endocardite, doença periodontal, pneumonia e parto

prematuro simultaneamente. Os profissionais que apresentaram quaisquer respostas

diferentes destas citadas foram considerados como não conhecedores da IHB.

Os dados foram tabulados em planilha Microsoft Excel 2010, utilizando o

programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS 20.0); e as respostas

analisados em conjunto, entre as instituições e entre os grupos profissionais. Foi

realizada estatística descritiva e análise inferencial. Para avaliar a normalidade da

distribuição foi utilizado o teste de Kolmorov-Smirnov. Para variáveis que não

apresentaram distribuição normal aplicaram-se os testes de Mann-Whitney. O nível

de significância adotado para todos os testes foi de 5%, com valor de p < 0,05. Para

comparar as proporções foi utilizado o teste qui-quadrado ou o Teste Exato de

Fisher, quando não era possível aplicar este primeiro. Para a comparação entre as

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19

variáveis de idade e tempo de experiência entre os grupos profissionais o teste

utilizado foi o de Kruskal-Wallis.

Como norma da instituição foi elaborado um artigo para publicação em

periódico selecionado pelos pesquisadores que foi a Revista Brasileira de Medicina

Intensiva e será enviado ainda para apreciação (APÊNDICE A). Um boletim

informativo em fomato de folder constituído de esclarecimentos sobre o assunto com

figuras que facilitaram a visualização da informação, foi construído a partir de três

instrumentos: Procedimento Operacional Padrão da Associação de Medicina

Intensiva (POP-AMIB), sobre Higiene Bucal do paciente internado em UTI Adulto; do

documento intitulado: “O papel dos cuidados bucais na prevenção da pneumonia

adquirida em hospital - Guia de Estudo - credenciamento independente da

Knowledgenetwork Kimberly-Clark Health Care Education” datado de 2007; e da

homepage do Instituto Brasileiro de Periodontia- IBRAPERIO, acessada em 2015.

Esse boletim sobre o tema foi utilizado como material didático em oficinas de

promoção de medidas educativas aos profissionais destas UTIs para aprimorar a

higiene bucal dos pacientes (APÊNDICE B).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após conclusão dos métodos foram contabilizados 96 participantes com idade

mínima de 21 anos e máxima de 65 anos (média de 38,6 - DP 10,2), com tempo de

experiência profissional que variou de 1 ano a 38 anos (média de 13,4 - DP 9,2)

(Tabela 1).

Tabela 1 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de experiência profissional)

Variável n Mínimo Máximo Média Desv.

Padrão

Idade (anos) 96 21 65 38,6 10,2 Tempo de Experiência profissional (anos) 96 1 38 13,4 9,2

Em relação à instituição, participaram do estudo 49 sujeitos no hospital

privado (Hospital A) e 47 do hospital público (Hospital B), que corresponderam a

51% e 49%, respectivamente da amostra. Quanto ao gênero, foram 33,3% dos

voluntários masculinos (33/96) e 66,7% femininos (64/96). De acordo com o grupo

profissional, 24 eram médicos, 13 enfermeiros e 59 técnicos de enfermagem, que

representaram 25%, 13,5% e 61,5% da amostra. Cinquenta e oito indivíduos

relataram ter tido formação escolar no setor público (60,4%) e 38 no privado (39,6%)

(Tabela 2). Um dos profissionais abordado trabalhava nas duas instituições,

respondeu a um só questionário, e foi contabilizado para o Hospital A, no qual a

pesquisa se iniciou.

Houve diferença significativa entre as distribuições das idades e do tempo de

experiência dos profissionais nas duas instituições (p<0,05). Os profissionais do

Hospital privado (Hospital A) apresentaram idade média de 36,6 anos (DP 10,4)

enquanto os do hospital público (Hospital B) tiveram média de 40,8 anos (DP 9,7).

Com relação ao tempo de experiência, a média dos profissionais do Hospital A foi de

10,9 anos (DP 9,1) e os do Hospital B, 15,9 anos (DP 8,7) (Tabela 3).

Observou-se diferença significativa entre a formação escolar nas duas

instituições com p=0,001(p<0,05). No Hospital A, 44,9% (22/49) dos profissionais se

formaram na Escola Pública e 55,1% (27/49) na Escola Privada. No Hospital B,

76,6% (36/47) se formaram na Escola Pública e 23,4% (11/47) na Escola Privada.

Page 21: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

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Com relação ao gênero e grupo profissional não houve diferença significativa entre

as proporções (Tabela 4).

Tabela 2 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à instituição, gênero, grupo profissional e formação escolar)

Variável n %

Instituição

Hospital A (privado) 49 51,0

Hospital B (público) 47 49,0

Genero

Masculino 32 33,3

Feminino 64 66,7

Grupo profissional

Médico 24 25,0

Enfermeiro 13 13,5

Técnico de Enfermagem 59 61,5

Formação Escolar

Pública 58 60,4

Privada 38 39,6

Tabela 3 - Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de experiência entre as instituições)

Hospital A Hospital B

Variável Média Desv. Padrão Média

Desv. Padrão Valor de p

Idade 36,6 10,4 40,8 9,7 0,029 Tempo de Experiência 10,9 9,1 15,9 8,7 0,002 Testes utilizados: teste de normalidade de Kolmorov-Smirnov e o teste não paramétrico de Mann-

Whitney.

Os resultados mostraram que em relação às ditribuições de idade e do tempo

de experiência dos profissionais houve diferença significativa (p<0,001). Os médicos

apresentaram idade e tempo de experiência maiores que os enfermeiros e os

técnicos de enfermagem. A média de idade dos médicos foi de 48,1 anos (DP 9,5),

dos enfermeiros foi de 33,6 anos (DP 10) e dos técnicos de enfermagem foi de 35,9

(DP 8); e a média do tempo de experiência profissional foi de 21,8 anos (DP 8,9)

para médicos, 9,2 anos (DP 9,5) para enfermeiros e 10,9 anos (DP 7) para os

técnicos de enfermagem (Tabela 5).

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22

Tabela 4 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto ao gênero, grupo profissional e formação escolar entre as instituições)

Hospital A Hospital B

Variável n % n % Valor de p

Genero Masculino 13 26,5 19 40,4 0,149

Feminino 36 73,5 28 59,6 Grupo profissional

Médico 15 30,6 9 19,1 0,338

Enfermeiro 5 10,2 8 17,0 Técnico de Enfermagem 29 59,2 30 63,8 Formação Escolar

Pública 22 44,9 36 76,6 0,001

Privada 27 55,1 11 23,4

Teste utilizado: teste Qui-quadrado.

Também se observou diferença significativa entre os gêneros com p= 0,02

(p<0,05) para os médicos do gênero masculino; quanto à formação escolar não

houve diferença significativa entre as proporções de profissionais (p>0,05) (Tabela

6).

Tabela 5 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de experiência entre os grupos profissionais)

Médico Enfermeiro Técnico em

Enfermagem

Variável Média Desv. Padrão Média Desv. Padrão Média

Desv. Padrão

Valor de p

Idade 48,1 9,5 33,6 10,0 35,9 8,0 <0,001 Tempo de Experiência 21,8 8,9 9,2 9,5 10,9 7,0 <0,001

Teste utilizado: Kruskal- Wallis

Para o questionamento “você sabe por que a correta higienização da boca é

importante na saúde de seus pacientes” (questão1), foram obtidos os seguintes

resultados: 77,1% (74/96) de acertos e 20,8% (20/96) de erros, e 2,1% (2/96) não

responderam (Tabela 7). A descrição das respostas entre os grupos profissionais

foi a seguinte: os médicos acertaram 87,5% (21/24), os enfermeiros 84,6% (11/13),

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23

Tabela 6 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto ao gênero e formação escolar entre os grupos profissionais)

Médico Enfermeiro Técnico em Enfermagem

Variável n % n % n % Valor de

p

Gênero Masculino 15 62,5 2 15,4 15 25,4 0,002

Feminino 9 37,5 11 84,6 44 74,6 Formação Escolar

Pública 19 79,2 8 61,5 31 52,5 0,079

Privada 5 20,8 5 38,5 28 47,5 Teste utilizado: Qui-quadrado.

os técnicos de enfermagem 71,2% (42/59); os erros foram de 12,5% (3/24) em

médicos, 15,4% (2/13) em enfermeiros e 25,4% (15/59) em técnicos de enfermagem;

2 (3,4%) técnicos de enfermagem não responderam (Tabela 8).

Na questão de número 2, foi solicitado fazer a correlação de quais patologias

poderiam se prevenir com o controle do biofilme; as opções eram: cárie, doença

periodontal, endocardite, tuberculose, pneumonia, parto prematuro, nenhuma das

anteriores e não desja responder; observou-se que 91,7% das respostas foram tidas

Tabela 7 – Distribuição quanto aos acertos às questões 1, 2, 3 e 4. (Por que a correta higienização da boca é importante para a saúde; o controle do biofilme pode prevenir o que; o que é doença periodontal e como prevení-la?)

QUESTÃO n %

Por que a correta higienização da boca é importante para a saúde de seus pacientes? (Questão 1)

Certo 74 77,1

Não sabe 20 20,8

NR 2 2,1

O controle do biofilme pode prevenir o que? * (Questão 2)

Certo 5 5,2

Errado 88 91,7

NR 3 3,1

O que é doença periodontal? (Questão 3)

Certo 39 40,6

Não sabe 56 58,3

NR 1 1.1

Como fazer a prevenção da doença periodontal? (Questão 4)

Certo 57 59,4

Não sabe 38 39,6

NR 1 1 *Foram considerados certos os questionários que marcaram as opções: cárie, doença periodontal, endocardite, pneumonia e parto prematuro simultaneamente.

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Tabela 8– Distribuição quanto aos acertos às questões 1, 3 e 4 entre os grupos profissionais. (Por que a correta higienização da boca é importante para a saúde; o que é doença periodontal e como prevení-la?)

Grupo profissional

Respostas Médico Enfermeiro Técnico de

Enfermagem Valor de p

n % n % n %

Por que a correta higienização da boca é importante para a saúde de seus pacientes? (Questão 1)

Certo 21 87,5 11 84,6 42 71,2 0,327

Não sabe 3 12,5 2 15,4 15 25,4 NR* 0 0,0 0 0,0 2 3,4 O que é doença periodontal? (Questão 3)

Certo 10 41,7 8 61,5 21 35,6 0,244

Não sabe 14 58,3 5 38,5 37 62,7 NR* 0 0,0 0 0,0 1 1,7 Como fazer a prevenção da doença periodontal? (Questão 4)

Certo 15 62,5 9 69,2 33 55,9 0,685

Não sabe 9 37,5 4 30,8 25 42,4 NR* 0 0,0 0 0,0 1 1,7

*NR= não deseja responder ou não respondeu Para aplicar o teste qui-quadrado, não foram consideradas as respostas "NR".

como erradas (88/96) e apenas 5,2%, certas (5/96), com 3,1% (3/96) delas sem

resposta (Tabela 7). Dentre estas patologias correlatas, a distribuição foi a seguinte:

doença periodontal em 83,3% (80/96), cárie em 81,3% dos questionários (78/96),

endocardite bacteriana em 61,5% (59/96), pneumonias em 33,3% (32/96), parto

prematuro em 10,4% (10/96), tuberculose em 2,1% (2/96), hepatites em 1% (1/96);

três sujeitos (3/96) não responderam a pergunta (3,1%) (Tabela 9).

Diante dos dados descritivos observou-se que a cárie foi a patologia evitável mais

relacionada com o controle do biofilme, e a análise estatística mostrou que houve

diferença significativa entre os hospitais das proporções de respostas a essa questão –

prevenção de cárie (p<0,05), maior para o hospital B. Para as demais respostas de

possíveis patologias evitáveis não houve diferença significativa entre as instituições

(p>0,05) (Tabela 10). Na análise entre os grupos profissionais observou-se a maior

correlação de médicos com a patologia endocardite (p=0,004) e a relação com

pneumonias por médicos e enfermeiros (p<0,001), ambas com significância estatística

(Tabela 11)

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25

Tabela 9 – Distribuição das respostas em relação às patologias evitáveis com o controle do biofilme*

Respostas n %

Cárie

Sim 78 81,3

Não 18 18,8

Doença Periodontal

Sim 80 83,3

Não 16 16,7

Endocardite bacteriana

Sim 59 61,5

Não 37 38,5

Tuberculose

Sim 2 2,1

Não 94 97,9

Pneumonias

Sim 32 33,3

Não 64 66,7

Hepatite

Sim 1 1,0

Não 95 99,0

Parto prematuro

Sim 10 10,4

Não 86 89,6

Nenhuma das anteriores

Não 96 100,0

Não Respondeu

Sim 3 3,1

Não 93 96,9

Em resposta a pergunta “você sabe o que é doença periodontal” (questão 3)

foram consideradas 40,6% (39/96) corretas, e 58,3% (56/96) erradas, 1% (1/ 96) não

respondeu (Tabela 7). Entre os grupos, o percentual de respostas corretas foi de

41,7% (10/24), 61,5% (8/13), 35,6% (21/59) para médicos, enfermeiros e técnicos; e

de erradas foi 58,3% (14/24), 38,5% (5/13), 62,7% (37/59) em médicos, enfermeiros

e técnicos de enfermagem; 1,7% (1/59) dos técnicos não responderam (Tabela 8).

Na questao 4, “você sabe como fazer a prevenção da doença periodontal”,

59,4% (57/96) responderam de forma certa, 39,6% (38/96) foram erradas e 1%

(1/96) não respondeu (Tabela 7). Os acertos foram de 62,5% (15/24) para os

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Tabela 10 – Distribuiçao das respostas em relação às patologias evitáveis com o controle do biofilme (Distribuição entre as instituições)

Hospital A Hospital B

Questão n % n % Valor de p

Acertos e erros Certo 2 4,1 3 6,4 ---

Errado 45 91,8 43 91,5 NR 2 4,1 1 2,1 Carie

Sim 35 71,4 43 91,5 0,012

Não 14 28,6 4 8,5 Doença Periodontal

Sim 39 79,6 41 87,2 0,315

Não 10 20,4 6 12,8 Endocardite bacteriana

Sim 26 53,1 33 70,2 0,084

Não 23 46,9 14 29,8 Tuberculose

Sim 2 4,1 0 0,0 0,495

Não 47 95,9 47 100,0 Pneumonia

Sim 16 32,7 16 34,0 0,885

Não 33 67,3 31 66,0 Hepatite

Sim 1 2,0 0 0,0 1,000

Não 48 98,0 47 100,0 Parto prematuro

Sim 3 6,1 7 14,9 0,194

Não 46 93,9 40 85,1 Nenhuma das alternativas

Não 49 100,0 47 100,0 ---

Não Respondeu Sim 2 4,1 1 2,1 1,000

Não 47 95,9 46 97,9

Teste utilizado: Qui-quadrado médicos, 69,2% (9/13) em enfermeiros e 55,9% (33/59) em técnicos de enfermagem;

e os erros de: 37,5% (9/24) em médicos, 4 30,8% (4/13) em enfermeiros e 42,4%

(25/59) em técnicos de enfermagem; 1,7% (1/59) dos técnicos não respondeu a essa

questão. Na análise entre os grupos profissionais, não houve diferença (p>0,05)

para as questões 1, 3 e 4 (Tabela 8). Foram excluídas as perguntas que não foram

respondidas.

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Tabela 11 - Distribuiçao das respostas em relação às patologias evitáveis com o

controle do biofilme (Distribuição entre os grupos profissionais)

Certo Médico Enfermeiro Técnico em Enfermagem

Variável n % n % n % Valor de

p

Questão_2 Certo 4 16,7 0 0,0 1 1,7 ---

Errado 20 83,3 13 100,0 55 93,2 NR 0 0,0 0 0,0 3 5,1 Q2_Carie

Sim 23 95,8 11 84,6 44 74,6 ---

Não 1 4,2 2 15,4 15 25,4 Q2_Doença

Periodontal Sim 23 95,8 10 76,9 47 79,7 ---

Não 1 4,2 3 23,1 12 20,3 Q2_Endocardite

bacteriana Sim 21 87,5 9 69,2 29 49,2 0,004

Não 3 12,5 4 30,8 30 50,8 Q2_Tuberculose

Sim 1 4,2 0 0,0 1 1,7 Não 23 95,8 13 100,0 58 98,3 Q2_Pneumonia

Sim 15 62,5 9 69,2 8 13,6 <0,001

Não 9 37,5 4 30,8 51 86,4 Q2_Hepatite

Sim 1 4,2 0 0,0 0 0,0 Não 23 95,8 13 100,0 59 100,0 ---

Q2_Parto prematuro Sim 5 20,8 1 7,7 4 6,8 ---

Não 19 79,2 12 92,3 55 93,2 Q2_Nenhuma das

Anteriores Não 24 100,0 13 100,0 59 100,0 ---

Q2_Não deseja responder

Sim 0 0,0 0 0,0 3 5,1 ---

Não 24 100,0 13 100,0 56 94,9

Teste utilizado: Qui-quadrado ou Exato de Fisher

Após avaliação das respostas para as questões de 1 a 4, observou-se um

total de erros de 96,7% (89/92) e de acertos de 3,3% (3/92); foram excluídos aqueles

que não responderam (n=4). Não houve diferença significativa entre as proporções

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28

das instituições em relação ao conhecimento (p>0,05). Notou-se ainda que, dentre

os considerados errados, alguns sabiam parcialmente as respostas, pois 2 sujeitos

acertaram somente a questão 2 e, 27 acertaram as questões 1,3 e 4 apenas

(Tabela 12).

Tabela 12 – Conhecedor da importância da higiene bucal (baseado nos acertos as questões 1, 2, 3 e 4*)

Questão_2

Conhecedor das Questões 1,3 e 4 Certo Errado Total

n % n % n

Sim 3 60,0 27 31,0 30

Não 2 40,0 59 68,6 62

Total 5 5,4 87 94,6 92 Para poder aplicar o teste exato de Fisher, foram consideradas apenas as opções sim e não para conhecedor. *Questão 1 - Por que a correta higienização da boca é importante para a saúde? *Questão 2 – O que o controle do biofilme pode prevenir: *Questão 3 – O que é doença periodontal? *Questão 4 – Como prevenir a doença periodontal?

Sobre os métodos de higienização bucal que o profissional aprendeu para

pacientes internados em UTI (questão 5), 63,5% (61/96) dos sujeitos descrevem a

associação de escova dental e bochecho; 8,3% apenas a escova dental (8/96) e

5,2% apenas o bochecho (5/96). A associação de escova dental e outro foi relatada

por 5,2% (5/96), a associação de bochecho e outro em 1% (1/96), a associação de

escova dental, bochecho e outro em 10,4% (10/96); outros métodos foram descritos

em 6,3% (6/96) dos questionários (Gráfico 1).

Já nesses métodos de higienização para paciente intubados (questão 6),

encontrou-se a opção de “outros” métodos em 55,2% (53/96) dos questionários

(53/96). Entre os procedimentos listados, o uso de espátula com gaze e colutórios foi

o.principal com 35,4% (34/96), seguido do uso isolado de colutórios em 21,9%

(21/96), aspiração em 6,3% (6/96) e escovação com clorexidina em 3,1% (3/96).

Ainda descreveram o bochecho em 17,7% (17/96), a associação de escova dental e

bochecho em 14,6% (14/96), a escovação dental em 4,2% (4/96), e outras

associações como escova dental e outro, bochecho e outro, e escova dental,

bochecho e outro em 2 questionários para cada, que representam 2,1% para cada

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29

Gráfico 1 – Dados descritivos sobre os métodos para higienização bucal de pacientes internados em UTI Legenda: Associação de 1 e 2 = escova dental c/ creme dental e bochecho Associação de 3 e 4 =escova dental c/ creme dental , bochecho e outro Associação de 1 e 4= escova dental c/ creme dental e outro Associação de 2 e 4 = bochecho e outro um (Gráfico 2). Entre as instituições o uso de colutórios (na opção “outros”) foi maior

no hospital A com p=0,034.

Gráfico 2 - Dados descritivos sobre os métodos para higienização bucal de pacientes intubados Legenda: Associação de 1 e 2 = escova dental c/ creme dental e bochecho Associação de 3 e 4 =escova dental c/ creme dental, bochecho e outro Associação de 1 e 4= escova dental c/ creme dental e outro Associação de 2 e 4 = bochecho e outro

63,5

10,4 8,3

6,3 5,2 5,2 1,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Associaçãode 1 e 2

Associaçãode 3 e 4

Esc. Dental Outros Bochecho Associaçãode 1 e 4

Associaçãode 2 e 4

Po

rcen

tage

m

55,2

17,7 14,6

4,2 2,1 2,1 2,1 2,1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Po

rcen

tage

m

Page 30: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

30

Quanto ao conhecimento da existência de protocolos de higienização bucal

para pacientes internados em UTIs na instituição (questão 7), 20,8% voluntários

(20/96) relatam não existir. Os 79,2% (76/96) restantes marcaram algumas opções

que consistiam em procedimentos adotados nas UTIs: 29,2% (28/96) descrevem

uma associação do uso de escova dental e bochecho, 12,5% (12/96) apenas o

bochecho, 13,5% (13/96) outras formas, 3,1% (3/96) o uso de escova dental apenas,

9,4% (9/96) não responderam, 9,4% (9/96) a associação de escova dental bochecho

e outro, 1% (1/96) a associação de escova dental e outro, 1%(1/96) a associação de

bochecho e outro (Gráfico 3).

Em relação à existência de protocolos de higienização bucal institucionais

para pacientes intubados (questão 8), 21,9% (21/96) dos pesquisados responderam

que não existem tais protocolos. Os demais relatam algumas práticas como:

bochecho em 14,6% (14/96), 7,3% (7/96) a associação de escova dental e

bochecho, 1% (1/96) descreve o uso isolado de escova dental, 1%(1/96) a

associação de escova dental e outro , e 1% (1/96) a associação de escova dental,

bochecho e outro; 11,5% (11/96) não responderam (Gráfico 4). Quarenta sujeitos

(41,7%) apontam o uso de outros métodos como prática assistencial.

.

Gráfico 3 – Descrição de avaliação sobre os protocolos de higiene bucal usados em pacientes internados em UTI Legenda:Associação de 1 e 2 = escova dental c/ creme dental e bochecho Associação de 3 e 4 =escova dental c/ creme dental, bochecho e outro Associação de 1 e 4= escova dental c/ creme dental e outro Associação de 2 e 4 = bochecho e outro

29,2

20,8

13,5 12,5

9,4 9,4

3,1 1,0 1,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

Po

rcen

tage

m

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31

Gráfico 4 - Descrição de avaliação sobre os protocolos de higiene bucal usados em pacientes intubados Legenda: Associação de 1 e 2 = escova dental c/ creme dental e bochecho Associação de 3 e 4 =escova dental c/ creme dental, bochecho e outro Associação de 1 e 4= escova dental c/ creme dental e outro Associação de 2 e 4 = bochecho e outro

Muitos dos pesquisados não citam colutórios quando se refere aos métodos

aprendidos para higienização em pacientes internados em UTI e em intubados,

52,1% (50/96) e 38,5% (37/96), respectivamente. Entre os citados a clorexidina foi o

principal, em 24% (23/96) para os internados e 45,8% (44/96), para os intubados,

sendo ainda descrita em associação com outros em 15,6% (15/96) e 7,3% (7/96) em

internados e intubados, respectivamente. Alguns ainda relatam o uso de “cepacol”

de forma isolada ou associado em 7,3% (7/96) e 15,6% (15/96) para pacientes

internados e, para os intubados 8,3% (8/96) e 5,2% (5/96).

Os colutórios também não são discriminados por vários voluntários nas

questões referentes à existência de protocolos na instituição para internados em UTI

e em intubados: 51% (49/96) e 45,8% (44/96). Quando descritos, a clorexidina foi o

mais frequente, 18,8% (18/96) e 34,4% (33/96) especialmente em intubados; em

associação, a clorexidina ainda foi lembrada em 11,4% para os internados e 2% dos

intubados. Não responderam as questões 7 e 8 , 8,3% (8/96) e 11,5% (11/96).

Sobre o questionamento de onde se adquiriu informações sobre os métodos

de higienização bucal em UTI, 43 % (42/96) citam “outros” locais, 28,1% (27/96)

revelam ter sido em cursos de atualização e congressos, 21,9% (21/96) em

universidades, 15,6% (15/96) em internet, 15,6% (15/96) em periódicos científicos,

41,7

21,9

14,6 11,5

7,3

1,0 1,0 1,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

Po

rcen

tage

m

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32

10,4% (10/96) em revistas, 1% (1/96) em jornal. Seis sujeitos (6,3%) responderam

em nenhum lugar, e 2 (2,1%) não responderam (Tabela 13). Dentre esses “outros”

locais, destacam-se a própria instituição em 18,8% (18/96), os cursos técnicos em

11,5% (11/96) e profissionais da odontologia em 5,2% (5/96).

Na análise entre os grupos profissionais observou-se diferença estatística

para as universidades em relação aos enfermeiros (p<0,001), e para o item “outros”

em relação aos técnicos de enfermagem (p=0,039) (Tabela 14). Entre as

instituiçõeso método internet foi maior para o hospital B com significância estatística

(p= 0,040), e o item “outros” para o hospital A (p=0,022), com a citação de

aprendizado na própria instituição (p=0,012) (Tabela 15).

DISCUSSÃO

O perfil sócio demográfico apresentou-se de maneira semelhante em ambos

os hospitais, com diferença significante para as variáveis idade e tempo de

experiência entre as instituições e entre os profissionais (maior para os profissionais

do serviço público e maior para os médicos em relação aos demais, o que

caracteriza médicos mais experientes que os enfermeiros e técnicos de

enfermagem); a formação escolar na rede pública dos profissionais do hospital B

também foi maior. Os médicos do serviço público têm idade e tempo de experiência

maiores possivelmente devido a baixa rotatividade de profissionais nesse setor pela

escassez de concursos atualmente, entretanto no resultado final de conhecedor ou

não do objetivo principal do estudo, não houve diferença. Esses dados se

assemelham aos encontrados por Orlandini e Lazzari em relação a tempo de

experiência embora com diferença quanto à faixa etária que era mais baixa; tal

trabalho foi realizado em hospital privado e apenas com enfermeiros e técnicos de

enfermagem. Os resultados de Westphal se assemelham a esta pesquisa embora

não tenha havido distinção entre as instituições.

Sabe-se que a cárie, doença periodontal, doenças cardiovasculares e

pulmonares, e prematuridade são patologias evitáveis com o controle do biofilme

dental. Scannapieco e Paju, e Azarpazhooh e Leake, em seus trabalhos enfatizam a

inter-relação da condição de higiene bucal com essas patologias, especialmente em

indivíduos hospitalizados em UTIs e em população mais idosa. Entretanto, os

profissionais de saúde desconhecem essas correlações como visualizado neste

estudo e nos estudos de Westphal em 2008 e Cortizo et. al, 2014.

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Tabela 13 – Distribuição de acordo com o local onde adquiriu informações quantos aos métodos de higiene bucal utilizados em UTI*

Respostas n %

Jornais

Sim 1 1,0

Não 95 99,0

Periódicos científicos

Sim 15 15,6

Não 81 84,4

Revistas

Sim 10 10,4

Não 86 89,6

Universidade

Sim 21 21,9

Não 75 78,1

Internet

Sim 15 15,6

Não 81 84,4 Curso de atualização / congresso

Sim 27 28,1

Não 69 71,9

Outros

Sim 42 43,8

Não 54 56,3

Nenhum

Sim 6 6,3

Não 90 93,8

NR-não deseja responder

Sim 2 2,1

Não 94 97,9 *O voluntário da pesquisa poderia marcar mais de uma alternativa

Segundo Kahn, a importância do controle do biofilme na manutenção da

saúde sistêmica é pouco difundida entre a classe médica. Fato esse sustentado por

Cortizo et. al, 2014 quando os mesmos descrevem a pouca adesão dos médicos na

resposta aos questionários. Em relação aos enfermeiros e técnicos de enfermagem,

Orlandini e Lazzari em 2012 relatam que todos dizem ser importante a higiene oral,

entretanto somente 50% e 28,2% respectivamente a correlacionam com a

prevenção de infecções. Nesta pesquisa os participantes apenas 5,2% acertaram as

patologias evitáveis com o controle do biofilme, entretanto a maioria o correlacionou

com doença periodontal, cárie e endocardite; e poucos com as pneumonias,

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sugerindo desconhecimento da importante relação de higienização bucal e

infecções respiratórias, semelhante ao trabalho de Westphal.

Tabela 14 – Distribuição de acordo com o local onde adquiriu informações quantos aos métodos de higiene bucal utilizados em UTI entre os grupos profissionais

Médico Enfermeiro

Técnico em Enfermagem

Variável n % n % n % Valor de

p

Jornais Sim 1 4,2 0 0,0 0 0,0 ---

Não 23 95,8 13 100,0 59 100,0 Periodicos científicos

Sim 10 41,7 3 23,1 2 3,4 ---

Não 14 58,3 10 76,9 57 96,6 Revistas

Sim 6 25,0 0 0,0 4 6,8 ---

Não 18 75,0 13 100,0 55 93,2 Universidade

Sim 3 12,5 9 69,2 9 15,3 <0,001

Não 21 87,5 4 30,8 50 84,7 Internet

Sim 5 20,8 5 38,5 5 8,5 ---

Não 19 79,2 8 61,5 54 91,5 Curso de atualização;

congressos Sim 10 41,7 5 38,5 12 20,3 0,090

Não 14 58,3 8 61,5 47 79,7 outros qual

Sim 9 37,5 2 15,4 31 52,5 0,039

Não 15 62,5 11 84,6 28 47,5 Nenhum

Sim 0 0,0 0 0,0 6 10,2 ---

Não 24 100,0 13 100,0 53 89,8 NR-não deseja

responder Sim 1 4,2 0 0,0 1 1,7 ---

Não 23 95,8 13 100,0 58 98,3 Teste utilizado: Qui-quadrado ou Exato de Fisher

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Tabela 15 - Distribuição entre as instituições de acordo com o local onde adquiriu informações quantos aos métodos de higiene bucal utilizados em UTI

HOSPITAL A HOSPITAL B

Questão n % n % Valor de p

Jornais Sim 1 2,0 0 0,0 1,000

Não 48 98,0 47 100,0 Periodicos científicos

Sim 5 10,2 10 21,3 0,135

Não 44 89,8 37 78,7 Revistas

Sim 3 6,1 7 14,9 0,194

Não 46 93,9 40 85,1 Universidade

Sim 11 22,4 10 21,3 0,890

Não 38 77,6 37 78,7 Internet

Sim 4 8,2 11 23,4 0,040

Não 45 91,8 36 76,6 Curso de atualizaçao;

congressos Sim 16 32,7 11 23,4 0,314

Não 33 67,3 36 76,6 Outros qual

Sim 27 55,1 15 31,9 0,022

Não 22 44,9 32 68,1 Nenhum

Sim 1 2,0 5 10,6 0,108

Não 48 98,0 42 89,4 NR-não deseja responder

Sim 1 2,0 1 2,1 1,000

Não 48 98,0 46 97,9

Teste utilizado: teste Qui-quadrado ou o Exato de Fisher

O controle do biofilme para a prevenção de cárie e doenças periodontais têm

sido o ponto primordial na higienização da boca; para tal, a literatura relata o uso de

métodos mecânicos, químicos ou associação dos dois. Os meios mecânicos estão

baseados na escovação, uso de fio dental e escovas inter proximais; quando da

incapacidade do paciente de realizá-los, utilizam-se os agentes químicos em

associação, segundo Gebran e Gebert. O uso da escova e a associação desses

métodos – escova dental e bochecho foram descritos nesta pesquisa para os

pacientes internados em UTI sustentando semelhança com o trabalho de Gebran e

Gebert, 2002. Para os pacientes intubados o principal método descrito neste estudo

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foi o uso de espátula com gaze e colutório; tal procedimento é relatado em algumas

pesquisas como medida alternativa e mais fortemente, complementar quando da

impossibilidade ou limitação da escovação, que acontece em pacientes intubados,

de acordo com Morais e Silva em 2015.

O antisséptico como já descrito anteriormente é um coadjuvante na limpeza

da cavidade bucal, entretanto torna-se imprescindível quando o individuo encontra-

se com dificuldade em realizar esse auto cuidado, especialmente em pacientes

intubados. As pesquisas demonstram o benefício do seu uso para a redução das

infecções pulmonares. Neste estudo vários participantes não citam o nome do

antisséptico, e demonstram assim a pouca relevância ou importância ou talvez o

desconhecimento no assunto; em detrimento a isso, entre os colutórios, a clorexidina

foi o mais citado.

De acordo com estudos de Wise et. al, 2008, a clorexidina é o antisséptico

mais eficaz atualmente devido a suas propriedades bacteriostática e bactericida, de

adsorção as superfícies e substantividade de 12 horas; seu uso, na formulação a

0,12%, possui nível de evidencia IA (forte recomendação) pela ANVISA para a

profilaxia de infecções respiratórias associadas à ventilação mecânica. Esses fatos

devem ter colaborado para que os profissionais desta pesquisa descrevessem a

clorexidina como antisséptico mais utilizado apesar de outros antissépticos pouco

eficazes ainda serem citados; os dados diferem dos de Kahn et. al e Westphal se

assemelham aos de Cortizo et. al, o que sugere uma mudança de aprendizado visto

este último trabalho ser mais recente.

Os protocolos são ferramentas utilizadas para normatizar e uniformizar as

condutas; na área de saúde, a política de gestão pela qualidade preza pela redução

de danos ao paciente, principalmente de erros relacionados à assistência, por isso a

relevância da utilização de protocolos.

Nesta pesquisa em torno de 20% dos participantes ignoram a existência de

protocolos de higienização bucal para pacientes internados e para intubados, mas a

grande maioria lista algumas práticas realizadas orientadas por enfermeiros ou

colegas técnicos de enfermagem; na observação dos pesquisadores, neste estudo,

não se percebeu a existência de protocolos de higienização bucal para pacientes

internados e para intubados, mas a grande maioria lista algumas práticas realizadas

orientadas por enfermeiros ou colegas técnicos de enfermagem; na observação dos

pesquisadores, neste estudo, não se percebeu a existência de tais protocolos e sim

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de rotinas, embora pouco divulgadas, semelhante aos resultados de Orlandini e

Lazzari. Souza, Guimarães e Ferreira descrevem a implementação de novo

protocolo de higiene bucal em UTI e seu impacto na redução de pneumonias

associadas a ventilação mecânica, o que enfatiza a necessidade dos protocolos.

É reconhecido que a atualização permanente faz parte das boas práticas de

todas as profissões. Neste estudo observou-se que os profissionais participantes

adquiriam informações sobre a higiene bucal em UTI em cursos de atualização e

congressos, universidades, na própria instituição, internet, periódicos, e cursos

técnicos; esses dados são semelhantes aos de Westphal, Orlandini e Lazzari.

No que diz respeito ao acesso a informação sobre higiene bucal durante a

formação profissional, observou-se nesse estudo que poucos aprendeream sobre

esse tema na sua graduação (21%) e em cursos técnicos (18%) semelhantes aos

resultados de Westphal. Sugere-se então que as instituições de ensino enfatizem

mais essas práticas com vistas a redução de danos e gastos e aumento de conforto

ao paciente.

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4 CONSIDERAÇÕES

Os indivíduos internados em UTIs apresentam vários fatores que poderão

contribuir para o aumento do biofilme dental sejam eles: o ressecamento das

mucosas, a dificuldade ou incapacidadae de alguns em realizar a higiene bucal, as

comorbidades e o rebaixamento do nível de consciência; e com isso o aumento da

populaçao de microorganismos e a mudança dessa microbiota para patógenos mais

virulentos se a higienização não for realizada de forma adequada pelo indivíduos ou

por terceiros, que serão os profissionais de saúde comprometidos com a

importância desse ato.

O perfil sócio demográfico delineado pelos participantes mostra diferença

entre as instituições e entre os grupos profissionais, no entanto, não interferiu no

resultado final da avaliação.

Além disso, por meio da metodologia empregada, pode-se observar que os

profissionais sabiam da importância da higienização correta da boca embora esse

conhecimento não tenha sido suficiente para responderem as demais questões,

como por exemplo, a correlação com as patologias evitáveis e a definição certa da

doença periodontal. Apesar disso, a prevenção das doenças periodontais foi

relatada acertadamente pela maior parte dos envolvidos.

A normatização de condutas em relação aos métodos de higiene bucal não foi

observada entre os profissionais pesquisados, mas foi frequente a citação da

associação de escova dental e colutório, como clorexidna 0,12%. A escova foi pouco

relatada como método em indivíduos intubados.

Notou-se a baixa divulgação dos protocolos entre os sujeitos da pesquisa,

inclusive com relato de inexistência por alguns apesar de algumas práticas serem

listadas.

As fontes de informação onde se adquiriu o conhecimento sobre higiene bucal

foram diversas entre elas os cursos de atualização e congressos, as universidades,

a própria instituição e a internet.

A contribuição dos pesquisadores com a elaboração e divulgação do boletim

informativo (APENDICE B) e com a realização de oficinas provavelmente poderá

aumentar esse conhecimento, no entanto torna-se necessário um programa de

educação permanente e a implantação de protocolos para a sedimentação dos

mesmos.

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Já existe a mobilização de órgãos reguladores como ANVISA e CDC, e de

entidades de classe como AMIB, mas observa-se o não cumprimento ou o

cumprimento parcial dessas recomendações, o que denota a não priorização desse

procedimento.

Esses resultados enfatizam a importância do estudo e reforçam a

necessidade de mudança de atitudes em relação ao tema, com a sugestão da

inclusão do profissional da odontologia no ambiente da terapia intensiva como

membro dessa equipe multidisciplinar no intuito de aperfeiçoar essa higienização

bucal e a saúde do indivíduo como um todo e também a maior abordagem do

assunto nos cursos técnicos e de graduação.

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APÊNDICE A - ARTIGO

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Artigo Original: Avaliação do conhecimento dos profissionais de saúde sobre a higiene bucal

de pacientes em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs)

Autores:

Viviane de Omena Souza Costa (Centro Universitário Cesmac)

Patrícia Batista Lopes do Nascimento (Faculdade de Odontologia da UFAL)

Camila Maria Beder Ribeiro (Centro Universitário Cesmac)

Autor de Correspondência:

Camila Maria Beder Ribeiro

Mestrado Profissional Pesquisa em Saúde do Centro Universitário Cesmac

Rua Cônego Machado, 825. Farol. Maceió- AL. CEP 57051-160.

Tel; (82) 3215 5021 – Fax: (82) 3215 0204

Email: [email protected]

Fonte financiadora do projeto: financiamento próprio dos pesquisadores.

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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RESUMO

OBJETIVO: Avaliar o conhecimento de profissionais de saúde sobre a importância da higiene

bucal de pacientes em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs); MÉTODOS: Estudo

transversal e observacional por meio de um questionário semiestruturado com 9 perguntas

aplicado a médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem de duas UTIs de hospitais

terciários em Maceió/Alagoas. Tais questões envolviam o conhecimento dos mesmos quanto

ao por que da higienização correta da boca e a correlação com as patologias evitáveis; quanto

à definição de doença periodontal (DP) e sua prevenção; e quanto aos métodos, protocolos e

fontes de informação adquiridos sobre higiene bucal. RESULTADOS: Participaram do estudo

96 sujeitos os quais foram 49 (51%) do hospital privado e 47 (49%), do público. Após

estratificar por profissão observou-se que 24 (25%) eram médicos, 13 (13,5%) eram

enfermeiros e 59 (61,5%) eram técnicos de enfermagem. O porquê da correta higienização

estava certo para 77,1% (74/94) dos participantes; a correlação de patologias evitáveis com o

controle do biofilme foi correta para 5,2% (5/94); a doença periodontal foi definida

corretamente em 40,6% (39/95) dos sujeitos e sua prevenção foi acertada em 59,4% (57/95).

CONCLUSAO: Os profissionais de saúde sabem da importância da higienização correta da

boca embora esse conhecimento seja deficiente em relação à doença periodontal e às

patologias evitáveis com o controle do biofilme.

PALAVRAS-CHAVE: Higiene bucal. Unidades de Terapia Intensiva. Doenças periodontais.

Pneumonia. Profissional de Saúde.

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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ABSTRACT

OBJECTIVE: To evaluate health professionals’ knowledge of the importance of oral hygiene

in patients in Intensive Care Units. METHOD: Cross-sectional study using a nine-question

semi-structured interview conducted with doctors, nurses and nursing technicians from two

ICUs in tertiary hospitals in Maceió / Alagoas. Those questions assessed the interviewees’

knowledge of why one should use proper hygiene, correlating with preventable diseases;

regarding the definition of periodontal disease and its prevention; methods, protocols and

sources of information about oral hygiene. RESULTS: Cross-sectional study using a

nine-question semi-structured interview conducted with doctors, nurses and nursing

technicians from two ICUs in tertiary hospitals in Maceió/Alagoas. Those questions assessed

the interviewees' knowledge of why one should use proper hygiene and the correlation with

the preventable diseases; regarding the definition of periodontal disease and its prevention;

methods, protocols and sources of information about oral hygiene. RESULTS: The study

included 96 subjecte who were 49 ( 51%) of private hospital and 47 ( 49% ) of the public.

After stratification by profession it was observed that 24 ( 25%) were physicians , 13 (13.5%)

were nurses and 59 ( 61.5 %) were nursing technicians. Why the correct hygiene was right :

77.1 % ( 74/94 ) of participants; the correlation of preventable diseases with the control of

biofilm was correct in 5.2% ( 5/94 ) ; the periodontal disease was correctly defined in 40,6%

(35/95) of the people and your prevention was correct in 59,4% (57/95). CONCLUSION:

Health professionals know the importance of proper oral hygiene in ICUs patients although

this knowledge is deficient in relation to periodontal diseases and avoidable diseases with the

control of biofilm.

KEYWORDS: Oral hygiene. Intensive care units. Periodontal diseases. Pneumonia. Health

Personnel.

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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INTRODUÇÃO

A boca possui uma vasta microbiota e por conta disso sua higiene tem sido objeto de

preocupação desde a época antes de Cristo, quando se acreditava que a limpeza da cavidade

bucal, considerada a porta de entrada do organismo, seria importante para evitar doenças e

proporcionar saúde1.

Na cavidade bucal existem vários patógenos que vivem em estado de harmonia ou

equilíbrio com o indivíduo; situação esta que pode ser modificada durante as internações

hospitalares devido a múltiplos fatores, entre eles, alterações do sistema imunológico,

ressecamento de mucosas, exposição a procedimentos invasivos e especialmente a

higienização bucal inadequada, que aumenta a colonização do local e o biofilme2.

O biofilme dental é uma película que se forma e recobre toda a cavidade bucal,

principalmente a superfície dos dentes, dorso da língua e palato, composta pela deposição de

microrganismos. A literatura relata que cada mililitro cúbico do biofilme pode conter cerca de

100 milhões de microrganismos e servir como fonte de patógenos 3,4,5

. Em aproximadamente

24 horas sem a limpeza de cavidade bucal já é possível detectar o biofilme dental, que serve

como reservatório de microrganismos6.

Os pacientes em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), muitas vezes por

apresentarem nível de consciência comprometido, encontram-se com dificuldade ou

incapacidade para realizar esta limpeza de forma adequada e a literatura relata que a

quantidade e a complexidade do biofilme dental aumentam com o tempo de internação e com

a ausência de intervenção de higiene 7, 8,

9.

As infecções são importante causa de aumento de morbimortalidade e de custos

hospitalares, principalmente nas UTIs onde se acredita ter um aumento do risco de infecções

de 5 a 10 vezes. Estudos enfatizam a implicação da boca na gênese e manutenção dessas

infecções, sejam locais ou sistêmicas, em especial quando se encontra doença periodontal 10, 2,

11. Mas apesar de existir esta associação entre doenças sistêmicas e doença periodontal, a

relação causa efeito entre elas não está bem estabelecida em virtude das mesmas terem causas

múltiplas 10,11

.

As doenças periodontais são patologias crônicas de caráter inflamatório e infeccioso

que envolvem a estrutura de sustentação dos dentes que são gengiva, osso e ligamento

periodontal, e ocorrem através da ação direta e indireta de bactérias, e o biofilme dental é um

dos grandes implicados na sua patogênese 12

.

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49

A prática de higiene bucal também está inserida em protocolos de profilaxia de

pneumonias, nacionais e mundiais, não como item isolado, mas como parte de um conjunto de

medidas para prevenir infecções respiratórias em pacientes internados 13,

14,

15

, visto que uma

das causas de infecção da via aérea inferior é a aspiração de conteúdo da orofaringe 12,

6

.

A AMIB por meio do seu procedimento operacional padrão (POP) para higiene bucal

em UTI adulto estabelece algumas orientações sobre como realizá-la: a frequência (sempre

que for necessário), a solução a ser utilizada (digluconato de clorexidina a 0,12% de 12 em

12 horas), o uso de escova dental, da gaze e aspiração, a aferição de pressão do balonete do

tubo, a remoção de órteses e próteses, a hidratação labial e o uso de saliva artificial 15

.

O benefício da higienização adequada em relação à redução de infecções é descrito em

várias pesquisas16, 12, 17, 18, 19

, especialmente quando nessa higienização é usada a

descontaminação com solução antimicrobiana de clorexidina 0,12%, que encontra nível de

evidência IA (forte evidência, baseada em revisões sistemáticas e ensaios clínicos

randomizados) para redução de infecções respiratórias 20,

18, 15

.

Mesmo com todo esse conhecimento e definição de sua importância, a literatura ainda

descreve falhas nesse cuidado. Berry e Davidson em 2006 21

relatam como uma prática ainda

escassa e ineficaz; Araújo et al 7, em 2009, que esses cuidados são escassos e inadequados; e

Baeder et al 22

, em 2012, referem que a condição de saúde bucal é ruim nos pacientes

avaliados por eles na UTI. Westphal em 2008 23

descreveu que apesar dos profissionais terem

conhecimento da importância do controle do biofilme e da prevenção de doença periodontal,

muitos não os relacionaram à pneumonia; e Kahn et al24

, em 2010 por meio de questionários

aplicados a cardiologistas e intensivistas verificaram que a importância do controle do

biofilme sobre a saúde sistêmica era pouco difundida na classe médica pois poucos se

preocupavam em investigar a cavidade bucal.

A higienização da boca já faz parte do plano de cuidado do paciente crítico e é

realizada pelo técnico em enfermagem, sob a supervisão do enfermeiro, com a finalidade de

proporcionar conforto ao paciente e prevenir danos25

. Abidia, 200726

descreveu que a

interação entre técnicos de higiene bucal e a equipe de enfermagem poderia aprimorar o

conhecimento e habilidade destes em relação aos cuidados orais. O objetivo desse cuidado é

manter a cavidade bucal do paciente saudável: realizar uma boa higienização, umidificação,

prevenir infecções que possam agravar a condição deste indivíduo e, acima de tudo,

proporcionar conforto ao mesmo 21

.

Dada à relevância do procedimento ou processo de higienização bucal, entidades

reguladoras de assistência à saúde e de classes como a ANVISA e AMIB 14, 15

viram a

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50

necessidade de estabelecer padrões mínimos para o funcionamento das UTIs e inserir o

profissional da odontologia no âmbito hospitalar e da terapia intensiva, com o objetivo de

trazer ao paciente melhora do quadro sistêmico 27

com a avaliaçao individualizada pelo

dentista, o que reforça o conceito e a importância da interdisciplinaridade da medicina atual

28..

Diante do exposto e da observação da ausência de estudos no Estado de Alagoas sobre

este assunto, esta pesquisa visou avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre a

importância da higiene bucal em indivíduos internados em UTI.

MÉTODOS

Tratou-se de um estudo transversal, observacional e analítico, com amostra por

conveniência, de amostragem censitária, realizado nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI)

de dois hospitais sendo um deles privado (filantrópico), denominado hospital A e o outro

público, denominado hospital B. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa e

aprovada sob o parecer nº 1.080.030 de 26/05/15 (CAAE: 43481415.6.0000.0039) (ANEXO

A). O estudo teve como objeto os profissionais de saúde das referidas UTIs e todos assinaram

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta de dados foi realizada no

período de 4 meses, de julho a outubro de 2015.

Os participantes do estudo foram todos os médicos, enfermeiros e técnicos de

enfermagem destas UTIs que são os profissionais envolvidos no cuidado da higienização

bucal dos pacientes internados. Os mesmos foram abordados individualmente em seu

ambiente de trabalho (ao chegar ou sair do plantão), convidados a participar da pesquisa,

sendo garantido o anonimato por meio do registro por números, a fim de evitar identificação

do sujeito. Foram adotadas as diretrizes da resolução Conselho Nacional de Saúde/Ministério

da Saúde (CNS/MS) 466/12. Os profissionais excluídos do estudo foram aqueles que estavam

afastados temporariamente de suas atividades, seja por problemas de saúde ou técnicos.

Aqueles que trabalhavam nas duas unidades hospitalares (em número de 1) responderam a um

só questionário, no hospital A, por onde se iniciou a pesquisa.

A caracterização da amostra foi realizada por meio do levantamento do perfil sócio

demográfico e contemplou as seguintes variáveis independentes: idade; sexo; instituição em

que trabalha; grupo de profissional de qual faz parte – médico, enfermeiro, técnico de

enfermagem; formação escolar – pública ou privada; e tempo de experiência profissional.

O instrumento da pesquisa utilizado teve como objetivo avaliar o conhecimento dos

voluntários sobre a importância da higienização bucal (IHB) e sobre a existência de

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protocolos institucionais sobre higiene bucal no ambiente da terapia intensiva. O mesmo

dispôs de um questionário semiestruturado composto de 9 questões (objetivas e descritivas),

modificado do questionário de WESTPHAL (2008). Esse questionário foi entregue aos

voluntários para ser respondido de forma individualizada sem a participação dos

pesquisadores. A fim de se evitar constrangimentos houve a possibilidade de não resposta

para qualquer uma das perguntas (ANEXO B).

As perguntas poderiam ter como respostas: sim, não e não desejo responder; e algumas

podiam ter mais de uma resposta. Toda questão sim deveria ser explicada de forma coerente

para ser considerada certa, baseadas em dados de literatura. As respostas foram analisadas por

um único examinador e codificadas em certas, erradas e não respondidas.

As variáveis dependentes do estudo foram contempladas nas questões de 1 a 9 do

instrumento de estudo. As perguntas: de1 a 4 abrangeram a análise do conhecimento da:

importância da correta higiene; da etiologia e prevenção da doença periodontal; e das relações

entre doenças bucais e sistêmicas. As questões de 5 e 6 eram sobre o aprendizado de

métodos de higiene bucal para pacientes internados em UTI e intubados e , as questões 7 e 8

sobre o conhecimento da existência de protocolos de higiene bucal em pacientes internados

em UTI e intubados naquela instituição. A questão 9 abordou sobre o conhecimento das

fontes de informação quanto aos métodos de higienização bucal em UTI.

Os pesquisadores classificaram os profissionais em conhecedores ou não da

importância da higienização da boca (IHB) baseados nas respostas às questões de 1 a 4.

Foram considerados conhecedores da IHB aqueles que responderam sim para as questões 1,3

e 4 com justificativas coerentes com os dados de literatura e na questão 2 marcaram cárie,

endocardite, doença periodontal, pneumonia e parto prematuro simultaneamente. Os

profissionais que apresentaram quaisquer respostas diferentes destas citadas foram

considerados como não conhecedores da IHB.

Os dados foram tabulados em planilha Microsoft Excel 2010, utilizando o programa

Statistical Package for Social Sciences (SPSS 20.0); e as respostas analisadas em conjunto,

entre as instituições e entre os grupos profissionais. Foi realizada estatística descritiva e

análise inferencial. Para avaliar a normalidade da distribuição foi utilizado o teste de

Kolmorov-Smirnov. Para variáveis que não apresentaram distribuição normal aplicaram-se os

testes de Mann-Whitney. O nível de significância adotado para todos os testes foi de 5%, com

valor de p < 0,05. Para comparar as proporções foi utilizado o teste qui-quadrado ou o Teste

Exato de Fisher, quando não era possível aplicar este primeiro. Para a comparação entre as

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variáveis de idade e tempo de experiência entre os grupos profissionais o teste utilizado foi o

de Kruskal-Wallis.

RESULTADOS

Após conclusão dos métodos foram contabilizados 96 participantes com idade mínima

de 21 anos e máxima de 65 anos (média de 38,6 - DP 10,2), com tempo de experiência

profissional que variou de 1 ano a 38 anos (média de 13,4 - DP 9,2) (Tabela 1).

Em relação à instituição, participaram do estudo 49 sujeitos no hospital privado

(Hospital A) e 47 do hospital público (Hospital B), que corresponderam a 51% e 49%,

respectivamente da amostra. Quanto ao gênero, foram 33,3% dos voluntários masculinos

(33/96) e 66,7% femininos (64/96). De acordo com o grupo profissional, 24 eram médicos,

13 enfermeiros e 59 técnicos de enfermagem, que representaram 25%, 13,5% e 61,5% da

amostra. Cinquenta e oito indivíduos relataram ter tido formação escolar no setor público

(60,4%) e 38 no privado (39,6%) (Tabela 2). Um dos profissionais abordado trabalhava nas

duas instituições, respondeu a um só questionário, e foi contabilizado para o Hospital A, no

qual a pesquisa se iniciou.

Houve diferença significativa entre as distribuições das idades e do tempo de

experiência dos profissionais nas duas instituições (p<0,05). Os profissionais do Hospital

privado (Hospital A) apresentaram idade média de 36,6 anos (DP 10,4) enquanto os do

hospital público (Hospital B) tiveram média de 40,8 anos (DP 9,7). Com relação ao tempo de

experiência, a média dos profissionais do Hospital A foi de 10,9 anos (DP 9,1) e os do

Hospital B, 15,9 anos (DP 8,7) (Tabela 3).

Observou-se diferença significativa entre a formação escolar nas duas instituições com

p=0,001(p<0,05). No Hospital A, 44,9% (22/49) dos profissionais se formaram na Escola

Pública e 55,1% (27/49) na Escola Privada. No Hospital B, 76,6% (36/47) se formaram na

Escola Pública e 23,4% (11/47) na Escola Privada. Com relação ao gênero e grupo

profissional não houve diferença significativa entre as proporções (Tabela 4).

Os resultados mostraram que em relação às ditribuições de idade e do tempo de

experiência dos profissionais houve diferença significativa (p<0,001). Os médicos

apresentaram idade e tempo de experiência maiores que os enfermeiros e os técnicos de

enfermagem. A média de idade dos médicos foi de 48,1 anos (DP 9,5), dos enfermeiros foi de

33,6 anos (DP 10) e dos técnicos de enfermagem foi de 35,9 (DP 8); e a média do tempo de

experiência profissional foi de 21,8 anos (DP 8,9) para médicos, 9,2 anos (DP 9,5) para

enfermeiros e 10,9 anos (DP 7) para os técnicos de enfermagem (Tabela 5). Também se

observou diferença significativa entre os gêneros com p= 0,02 (p<0,05) para os médicos do

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gênero masculino; quanto à formação escolar não houve diferença significativa entre as

proporções de profissionais (p>0,05) (Tabela 6).

Para o questionamento “você sabe por que a correta higienização da boca é importante

na saúde de seus pacientes” (questão1), foram obtidos os seguintes resultados: 77,1% (74/96)

de acertos e 20,8% (20/96) de erros, e 2,1% (2/96) não responderam (Tabela 7). A descrição

das respostas entre os grupos profissionais foi a seguinte: os médicos acertaram 87,5%

(21/24), os enfermeiros 84,6% (11/13), os técnicos de enfermagem 71,2% (42/59); os erros

foram de 12,5% (3/24) em médicos, 15,4% (2/13) em enfermeiros e 25,4% (15/59) em

técnicos de enfermagem; 2 (3,4%) técnicos de enfermagem não responderam (Tabela 8).

Na questão de número 2, foi solicitado fazer a correlação de quais patologias

poderiam se prevenir com o controle do biofilme; as opções eram: cárie, doença periodontal,

endocardite, tuberculose, pneumonia, parto prematuro, nenhuma das anteriores e não desja

responder; observou-se que 91,7% das respostas foram tidas como erradas (88/96) e apenas

5,2%, certas (5/96), com 3,1% (3/96) delas sem resposta (Tabela 7). Dentre estas patologias

correlatas, a distribuição foi a seguinte: doença periodontal em 83,3% (80/96), cárie em

81,3% dos questionários (78/96), endocardite bacteriana em 61,5% (59/96), pneumonias em

33,3% (32/96), parto prematuro em 10,4% (10/96), tuberculose em 2,1% (2/96), hepatites em

1% (1/96); três sujeitos (3/96) não responderam a pergunta (3,1%) (Tabela 9).

Diante dos dados descritivos observou-se que a cárie foi a patologia evitável mais

relacionada com o controle do biofilme, e a análise estatística mostrou que houve diferença

significativa entre os hospitais das proporções de respostas a essa questão – prevenção de

cárie (p<0,05), maior para o hospital B. Para as demais respostas de possíveis patologias

evitáveis não houve diferença significativa entre as instituições (p>0,05) (Tabela 10). Na

análise entre os grupos profissionais observou-se a maior correlação de médicos com a

patologia endocardite (p=0,004) e a relação com pneumonias por médicos e enfermeiros

(p<0,001), ambas com significância estatística (Tabela 11).

Em resposta a pergunta “você sabe o que é doença periodontal” (questão 3) foram

consideradas 40,6% (39/96) corretas, e 58,3% (56/96) erradas, 1% (1/ 96) não respondeu

(Tabela 7). Entre os grupos, o percentual de respostas corretas foi de 41,7% (10/24), 61,5%

(8/13), 35,6% (21/59) para médicos, enfermeiros e técnicos; e de erradas foi 58,3% (14/24),

38,5% (5/13), 62,7%(37/59) em médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem; 1,7% (1/59)

dos técnicos não respondeu (Tabela 8).

Na questao 4, “você sabe como fazer a prevenção da doença periodontal”, 59,4%

(57/96) responderam de forma certa, 39,6% (38/96) foram erradas e 1% (1/96) não respondeu

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(Tabela 7). Os acertos foram de 62,5% (15/24) para os médicos, 69,2% (9/13) em enfermeiros

e 55,9% (33/59) em técnicos de enfermagem; e os erros de: 37,5% (9/24) em médicos, 4

30,8% (4/13) em enfermeiros e 42,4% (25/59) em técnicos de enfermagem; 1,7% (1/59) dos

técnicos não respondeu a essa questão. Na análise entre os grupos profissionais, não houve

diferença (p>0,05) para as questões 1, 3 e 4 (Tabela 8). Foram excluídas as perguntas que não

foram respondidas.

Após avaliação das respostas para as questões de 1 a 4, observou-se um total de erros

de 96,7% (89/92) e de acertos de 3,2% (3/92); foram excluídos aqueles que não responderam

(n=4) (Tabela 7). Não houve diferença significativa entre as proporções das instituições em

relação ao conhecimento (p>0,05). Notou-se ainda que, dentre os considerados errados,

alguns sabiam parcialmente as respostas, pois 2 sujeitos acertaram somente a questão 2 e, 27

acertaram as questões 1,3 e 4 apenas (Tabela 12).

Sobre os métodos de higienização bucal que o profissional aprendeu para pacientes

internados em UTI (questão 5), 63,5% (61/96) dos sujeitos descrevem a associação de escova

dental e bochecho; 8,3% apenas a escova dental (8/96) e 5,2% apenas o bochecho (5/96). A

associação de escova dental e outro foi relatada por 5,2% (5/96), a associação de bochecho e

outro em 1% (1/96), a associação de escova dental, bochecho e outro em 10,4% (10/96);

outros métodos foram descritos em 6,3% (6/96) dos questionários (Gráfico 1).

Já nesses métodos de higienização para paciente intubados (questão 6), encontrou-se a

opção de “outros” métodos em 55,2% (53/96) dos questionários (53/96). Entre os

procedimentos listados, o uso de espátula com gaze e colutórios foi o.principal com 35,4%

(34/96), seguido do uso isolado de colutórios em 21,9% (21/96), aspiração em 6,3% (6/96) e

escovação com clorexidina em 3,1% (3/96). Ainda descreveram o bochecho em 17,7%

(17/96), a associação de escova dental e bochecho em 14,6% (14/96), a escovação dental em

4,2% (4/96) , e outras associações como escova dental e outro , bochecho e outro, e escova

dental , bochecho e outro em 2 questionários para cada, que representam 2,1% para cada um

(Gráfico 2). Entre as instituições o uso de colutórios (na opção “outros”) foi maior no hospital

A com p=0,034.

Quanto ao conhecimento da existência de protocolos de higienização bucal para

pacientes internados em UTIs na instituição (questão 7), 20,8% voluntários (20/96) relatam

não existir. Os 79,2% (76/96) restantes marcaram algumas opções que consistiam em

procedimentos adotados nas UTIs: 29,2% (28/96) descrevem uma associação do uso de

escova dental e bochecho, 12,5% (12/96) apenas o bochecho, 13,5% (13/96) outras formas,

3,1% (3/96) o uso de escova dental apenas, 9,4% (9/96) não responderam, 9,4% (9/96) a

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associação de escova dental bochecho e outro, 1% (1/96) a associação de escova dental e

outro, 1%(1/96) a associação de bochecho e outro (Gráfico 3).

Em relação à existência de protocolos de higienização bucal institucionais para

pacientes intubados (questão 8), 21,9% (21/96) dos pesquisados responderam que não existem

tais protocolos. Os demais relatam algumas práticas como: bochecho em 14,6% (14/96),

7,3% (7/96) a associação de escova dental e bochecho, 1% (1/96) descreve o uso isolado de

escova dental, 1%(1/96) a associação de escova dental e outro , e 1% (1/96) a associação de

escova dental, bochecho e outro; 11,5% (11/96) não responderam (Gráfico 4). Quarenta

sujeitos (41,7%) apontam o uso de outros métodos como prática assistencial.

Muitos dos pesquisados não citam colutórios quando se refere aos métodos aprendidos

para higienização em pacientes internados em UTI e em intubados, 52,1% (50/96) e 38,5%

(37/96), respectivamente. Entre os citados a clorexidina foi o principal, em 24% (23/96) para

os internados e 45,8% (44/96), para os intubados, sendo ainda descrita em associação com

outros em 15,6% (15/96) e 7,3% (7/96) em internados e intubados, respectivamente. Alguns

ainda relatam o uso de “cepacol” de forma isolada ou associado em 7,3% (7/96) e 15,6%

(15/96) para pacientes internados e, para os intubados 8,3% (8/96) e 5,2% (5/96).

Os colutórios também não são discriminados por vários voluntários nas questões

referentes à existência de protocolos na instituição para internados em UTI e em intubados:

51% (49/96) e 45,8% (44/96). Quando descritos, a clorexidina foi o mais frequente, 18,8%

(18/96) e 34,4% (33/96) especialmente em intubados; em associação, a clorexidina ainda foi

lembrada em 11,4% para os internados e 2% dos intubados. Não responderam as questões 7 e

8 , 8,3% (8/96) e 11,5% (11/96).

Sobre o questionamento de onde se adquiriu informações sobre os métodos de

higienização bucal em UTI, 43 % (42/96) citam “outros” locais, 28,1% (27/96) revelam ter

sido em cursos de atualização e congressos, 21,9% (21/96) em universidades, 15,6% (15/96)

em internet, 15,6% (15/96) em periódicos científicos, 10,4% (10/96) em revistas, 1% (1/96)

em jornal. Seis sujeitos (6,3%) responderam em nenhum lugar, e 2 (2,1%) não responderam

(Tabela 13). Dentre esses “outros” locais, destacam-se a própria instituição em 18,8% (18/96),

os cursos técnicos em 11,5% (11/96) e profissionais da odontologia em 5,2% (5/96).

Na análise entre os grupos profissionais observou-se diferença estatística para as

universidades em relação aos enfermeiros (p<0,001), e para o item “outros” em relação aos

técnicos de enfermagem (p=0,039) (Tabela 14). Entre as instituições o método internet foi

maior para o hospital B com significância estatística (p= 0,040), e o item “outros” para o

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hospital A (p=0,022), com a citação de aprendizado na própria instituição (p=0,012) (Tabela

15).

DISCUSSÃO

O perfil sócio demográfico apresentou-se de maneira semelhante em ambos os

hospitais, com diferença significante para as variáveis idade e tempo de experiência entre as

instituições e entre os profissionais (maior para os profissionais do serviço público e maior

para os médicos em relação aos demais, o que caracteriza médicos mais experientes que os

enfermeiros e técnicos de enfermagem); a formação escolar na rede pública dos profissionais

do hospital B também foi maior. Os médicos do serviço público têm idade e tempo de

experiência maiores possivelmente devido a baixa rotatividade de profissionais nesse setor

pela escassez de concursos atualmente, entretanto no resultado final de conhecedor ou não do

objetivo principal do estudo, não houve diferença. Esses dados se assemelham aos

encontrados por Orlandini e Lazzari25

em relação a tempo de experiência embora com

diferença quanto à faixa etária que era mais baixa; tal trabalho foi realizado em hospital

privado e apenas com enfermeiros e técnicos de enfermagem. Os resultados de Westphal23

se

assemelham a esta pesquisa embora não tenha havido distinção entre as instituições.

Sabe-se que a cárie, doença periodontal, doenças cardiovasculares e pulmonares, e

prematuridade são patologias evitáveis com o controle do biofilme dental. Scannapieco e

Paju10

, e Azarpazhooh e Leake16

, em seus trabalhos enfatizam a inter-relação da condição de

higiene bucal com essas patologias, especialmente em indivíduos hospitalizados em UTIs e

em população mais idosa. Entretanto, os profissionais de saúde desconhecem essas

correlações como visualizado neste estudo e nos estudos de Westphal 200823

e Cortizo et al,

201429

.

Segundo Kahn24

, a importância do controle do biofilme na manutenção da saúde

sistêmica é pouco difundida entre a classe médica. Fato esse sustentado por Cortizo et al,

201429

quando os mesmos descrevem a pouca adesão dos médicos na resposta aos

questionários. Em relação aos enfermeiros e técnicos de enfermagem, Orlandini e Lazzari em

201225

relatam que todos dizem ser importante a higiene oral, entretanto somente 50% e

28,2% respectivamente a correlacionam com a prevenção de infecções. Nesta pesquisa os

participantes apenas 5,2% acertaram as patologias evitáveis com o controle do biofilme,

entretanto a maioria o correlacionou com doença periodontal, cárie e endocardite; e poucos

com as pneumonias, sugerindo desconhecimento da importante relação de higienização bucal

e infecções respiratórias, semelhante ao trabalho de Westphal23

.

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O controle do biofilme para a prevenção de cárie e doenças periodontais têm sido o

ponto primordial na higienização da boca; para tal, a literatura relata o uso de métodos

mecânicos, químicos ou associação dos dois. Os meios mecânicos estão baseados na

escovação, uso de fio dental e escovas inter proximais; quando da incapacidade do paciente de

realizá-los, utilizam-se os agentes químicos em associação22

. O uso da escova e a associação

desses métodos – escova dental e bochecho foram descritos nesta pesquisa para os pacientes

internados em UTI sustentando semelhança com o trabalho de Gebran e Gebert, 200222

. Para

os pacientes intubados o principal método descrito neste estudo foi o uso de espátula com

gaze e colutório; tal procedimento é relatado em algumas pesquisas como medida alternativa e

mais fortemente, complementar quando da impossibilidade ou limitação da escovação, que

acontece em pacientes intubados1.

O antisséptico como já descrito anteriormente é um coadjuvante na limpeza da

cavidade bucal, entretanto torna-se imprescindível quando o individuo encontra-se com

dificuldade em realizar esse auto cuidado, especialmente em pacientes intubados. As

pesquisas demonstram o benefício do seu uso para a redução das infecções pulmonares. Neste

estudo vários participantes não citam o nome do antisséptico, e demonstram assim a pouca

relevância ou importância ou talvez o desconhecimento no assunto; em detrimento a isso,

entre os colutórios, a clorexidina foi o mais citado.

De acordo com estudos, a clorexidina é o antisséptico mais eficaz atualmente devido a

suas propriedades bacteriostática e bactericida, de adsorção as superfícies e substantividade de

12 horas30

; seu uso, na formulação a 0,12%, possui nível de evidencia IA (forte

recomendação) pela ANVISA15

para a profilaxia de infecções respiratórias associadas à

ventilação mecânica. Esses fatos devem ter colaborado para que os profissionais desta

pesquisa descrevessem a clorexidina como antisséptico mais utilizado apesar de outros

antissépticos pouco eficazes ainda serem citados; os dados diferem dos de Kahn et al17

e

Westphal23

e se assemelham aos de Cortizo et al29

, o que sugere uma mudança de aprendizado

visto este último trabalho ser mais recente.

Os protocolos são ferramentas utilizadas para normatizar e uniformizar as condutas; na

área de saúde, a política de gestão pela qualidade preza pela redução de danos ao paciente,

principalmente de erros relacionados à assistência, por isso a relevância da utilização de

protocolos.

Nesta pesquisa em torno de 20% dos participantes ignoram a existência de protocolos

de higienização bucal para pacientes internados e para intubados, mas a grande maioria lista

algumas práticas realizadas orientadas por enfermeiros ou colegas técnicos de enfermagem;

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58

na observação dos pesquisadores, neste estudo, não se percebeu a existência de tais protocolos

e sim de rotinas, embora pouco divulgadas, semelhante aos resultados de Orlandini e

Lazzari25

. Souza, Guimarães e Ferreira19

descrevem a implementação de novo protocolo de

higiene bucal em UTI e seu impacto na redução de pneumonias associadas a ventilação

mecânica, o que enfatiza a necessidade dos protocolos.

É reconhecido que a atualização permanente faz parte das boas práticas de todas as

profissões. Neste estudo observou-se que os profissionais participantes adquiriam

informações sobre a higiene bucal em UTI em cursos de atualização e congressos,

universidades, na própria instituição, internet, periódicos, e cursos técnicos; esses dados são

semelhantes aos de Westphal23

, Orlandini e Lazzari25

.

No que diz respeito ao acesso a informação sobre higiene bucal durante a formação

profissional, observou-se nesse estudo que poucos aprendeream sobre esse tema na sua

graduação (21%) e em cursos técnicos (18%) semelhantes aos resultados de Westphal23

.

Sugere-se então que as instituições de ensino enfatizem mais essas práticas com vistas a

redução de danos e gastos e aumento de conforto ao paciente.

CONCLUSÃO

O perfil sócio demográfico delineado pelos participantes mostra diferença entre as

instituições e entre os grupos profissionais, no entanto, não interferiu no resultado final da

avaliação.

Além disso, por meio da metodologia empregada, pode-se observar que os

profissionais sabiam da importância da higienização correta da boca embora esse

conhecimento não tenha sido suficiente para responderem as demais questões, como por

exemplo, a correlação com as patologias evitáveis e a definição certa da doença periodontal.

Apesar disso, a prevenção das doenças periodontais foi relatada acertadamente pela maior

parte dos envolvidos.

A normatização de condutas em relação aos métodos de higiene bucal não foi

observada entre os profissionais pesquisados, mas foi frequente a citação da associação de

escova dental e colutório, como a clorexidna 0,12%. A escova foi pouco relatada como

método em indivíduos intubados.

Notou-se a baixa divulgação dos protocolos entre os sujeitos da pesquisa, inclusive

com relato de inexistência por alguns apesar de algumas práticas serem listadas.

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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As fontes de informação onde se adquiriu o conhecimento sobre higiene bucal foram

diversas entre elas os cursos de atualização e congressos, as universidades, a própria

instituição e a internet.

Esses resultados enfatizam a importância do estudo e reforçam a necessidade de

mudança de atitudes em relação ao tema, inclusive a sugestão da inclusão do profissional da

odontologia no ambiente da terapia intensiva como membro dessa equipe multidisciplinar no

intuito de aperfeiçoar essa higienização bucal e a saúde do indivíduo como um todo e também

a maior abordagem do assunto nos cursos técnicos e de graduação.

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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60

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63

TABELAS

Tabela 1 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de experiência

profissional)

Variável n Mínimo Máximo Média

Desv.

Padrão

Idade (anos) 96 21 65 38,6 10,2

Tempo de Experiência profissional

(anos) 96 1 38 13,4 9,2

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Tabela 2 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à instituição, gênero, grupo profissional

e formação escolar)

Variável n %

Instituição

Hospital A (privado) 49 51,0

Hospital B (público) 47 49,0

Genero

Masculino 32 33,3

Feminino 64 66,7

Grupo profissional

Médico 24 25,0

Enfermeiro 13 13,5

Técnico de Enfermagem 59 61,5

Formação Escolar

Pública 58 60,4

Privada 38 39,6

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Tabela 3 - Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de experiência entre as

instituições)

Hospital A Hospital B

Variável Média

Desv.

Padrão Média

Desv.

Padrão Valor de p

Idade 36,6 10,4 40,8 9,7 0,029

Tempo de Experiência 10,9 9,1 15,9 8,7 0,002

Testes utilizados: testes de normalidade de Kolmorov-Smirnov e o teste não paramétrico de Mann-Whitney

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Tabela 4 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto ao gênero, grupo profissional e formação

escolar entre as instituições)

Hospital A Hospital B

Variável n % n % Valor de p

Genero

Masculino 13 26,5 19 40,4 0,149

Feminino 36 73,5 28 59,6

Grupo profissional

Médico 15 30,6 9 19,1 0,338

Enfermeiro 5 10,2 8 17,0

Técnico de Enfermagem 29 59,2 30 63,8

Formação Escolar

Pública 22 44,9 36 76,6 0,001

Privada 27 55,1 11 23,4

Teste utilizado: teste Qui-quadrado.

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Tabela 5 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto à idade e ao tempo de experiência entre os

grupos profissionais)

Médico Enfermeiro

Técnico em

Enfermagem

Variável Média Desv. Padrão Média

Desv.

Padrão Média

Desv.

Padrão

Valor de

p

Idade 48,1 9,5 33,6 10,0 35,9 8,0 <0,001

Tempo de

Experiência 21,8 8,9 9,2 9,5 10,9 7,0 <0,001

Teste utilizado: Kruskal- Wallis

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Tabela 6 – Perfil sócio demográfico das UTIs (Quanto ao gênero e formação escolar entre os

grupos profissionais)

Médico Enfermeiro

Técnico em

Enfermagem

Variável n % n % n %

Valor de

p

Gênero

Masculino 15 62,5 2 15,4 15 25,4 0,002

Feminino 9 37,5 11 84,6 44 74,6

Formação Escolar

Pública 19 79,2 8 61,5 31 52,5 0,079

Privada 5 20,8 5 38,5 28 47,5 Teste utilizado: Qui-quadrado.

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Tabela 7 – Distribuição quanto aos acertos às questões 1, 2, 3 e 4. (Por que a correta

higienização da boca é importante para a saúde; o controle do biofilme pode prevenir o

que; o que é doença periodontal e como prevení-la?)

QUESTÃO n %

Por que a correta higienização da boca é importante para a saúde de seus pacientes?

(Questão 1)

Certo 74 77,1

Não sabe 20 20,8

NR 2 2,1

O controle do biofilme pode prevenir o que? * (Questão 2)

Certo 5 5,2

Errado 88 91,7

NR 3 3,1

O que é doença periodontal? (Questão 3)

Certo 39 40,6

Não sabe 56 58,3

NR 1 1.1

Como fazer a prevenção da doença periodontal? (Questão 4)

Certo 57 59,4

Não sabe 38 39,6

NR 1 1 *Foram considerados certos os questionários que marcaram as opções: cárie, doença periodontal,

endocardite, pneumonia e parto prematuro simultaneamente

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Tabela 8– Distribuição quanto aos acertos às questões 1, 3 e 4 entre os grupos profissionais.

(Por que a correta higienização da boca é importante para a saúde; o que é doença

periodontal e como prevení-la?)

Grupo profissional

Respostas Médico Enfermeiro

Técnico de

Enfermagem

Valor

de p

n % n % n %

Por que a correta higienização da boca é importante para a saúde de seus pacientes?

(Questão 1)

Certo 21 87,5 11 84,6 42 71,2 0,327

Não sabe 3 12,5 2 15,4 15 25,4

NR* 0 0,0 0 0,0 2 3,4

O que é doença periodontal? (Questão 3)

Certo 10 41,7 8 61,5 21 35,6 0,244

Não sabe 14 58,3 5 38,5 37 62,7

NR* 0 0,0 0 0,0 1 1,7

Como fazer a prevenção da doença periodontal? (Questão 4)

Certo 15 62,5 9 69,2 33 55,9 0,685

Não sabe 9 37,5 4 30,8 25 42,4

NR* 0 0,0 0 0,0 1 1,7 *NR= não deseja responder ou não respondeu

Para aplicar o teste qui-quadrado, não foram consideradas as respostas "NR".

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Tabela 9 – Distribuição das respostas em relação às patologias evitáveis com o controle do

biofilme*

Respostas n %

Cárie

Sim 78 81,3

Não 18 18,8

Doença Periodontal

Sim 80 83,3

Não 16 16,7

Endocardite bacteriana

Sim 59 61,5

Não 37 38,5

Tuberculose

Sim 2 2,1

Não 94 97,9

Pneumonias

Sim 32 33,3

Não 64 66,7

Hepatite

Sim 1 1,0

Não 95 99,0

Parto prematuro

Sim 10 10,4

Não 86 89,6

Nenhuma das anteriores

Não 96 100,0

Não Respondeu

Sim 3 3,1

Não 93 96,9

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Tabela 10 – Distribuiçao das respostas em relação às patologias evitáveis com o controle do biofilme (Distribuição entre as

instituições)

Hospital A Hospital B

Questão n % n % Valor de p

Acertos e erros

Certo 2 4,1 3 6,4 ---

Errado 45 91,8 43 91,5

NR 2 4,1 1 2,1

Carie

Sim 35 71,4 43 91,5 0,012

Não 14 28,6 4 8,5

Doença Periodontal

Sim 39 79,6 41 87,2 0,315

Não 10 20,4 6 12,8

Endocardite bacteriana

Sim 26 53,1 33 70,2 0,084

Não 23 46,9 14 29,8

Tuberculose

Sim 2 4,1 0 0,0 0,495

Não 47 95,9 47 100,0

Pneumonia

Sim 16 32,7 16 34,0 0,885

Não 33 67,3 31 66,0

Hepatite

Sim 1 2,0 0 0,0 1,000

Não 48 98,0 47 100,0

Parto prematuro

Sim 3 6,1 7 14,9 0,194

Não 46 93,9 40 85,1

Nenhuma das alternativas

Não 49 100,0 47 100,0 ---

Não Respondeu

Sim 2 4,1 1 2,1 1,000

Não 47 95,9 46 97,9

Teste utilizado: Qui-quadrado

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Tabela 11 - Distribuiçao das respostas em relação às patologias evitáveis com o controle do

biofilme (Distribuição entre os grupos profissionais)

Certo Médico Enfermeiro

Técnico em

Enfermagem

Variável n % n % n %

Valor de

p

Questão_2

Certo 4 16,7 0 0,0 1 1,7 ---

Errado 20 83,3 13 100,0 55 93,2

NR 0 0,0 0 0,0 3 5,1

Q2_Carie

Sim 23 95,8 11 84,6 44 74,6 ---

Não 1 4,2 2 15,4 15 25,4

Q2_Doença Periodontal

Sim 23 95,8 10 76,9 47 79,7 ---

Não 1 4,2 3 23,1 12 20,3

Q2_Endocardite

bacteriana

Sim 21 87,5 9 69,2 29 49,2 0,004

Não 3 12,5 4 30,8 30 50,8

Q2_Tuberculose

Sim 1 4,2 0 0,0 1 1,7

Não 23 95,8 13 100,0 58 98,3

Q2_Pneumonia

Sim 15 62,5 9 69,2 8 13,6 <0,001

Não 9 37,5 4 30,8 51 86,4

Q2_Hepatite

Sim 1 4,2 0 0,0 0 0,0

Não 23 95,8 13 100,0 59 100,0 ---

Q2_Parto prematuro

Sim 5 20,8 1 7,7 4 6,8 ---

Não 19 79,2 12 92,3 55 93,2

Q2_Nenhuma das

Anteriores

Não 24 100,0 13 100,0 59 100,0 ---

Q2_Não deseja

responder

Sim 0 0,0 0 0,0 3 5,1 ---

Não 24 100,0 13 100,0 56 94,9

Teste utilizado: Qui-quadrado ou Exato de Fisher

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Tabela 12 – Conhecedor da importância da higiene bucal (baseado nos acertos as

questões 1, 2, 3 e 4*)

Questão_2

Conhecedor das

Questões 1,3 e 4 Certo Errado Total

n % n % n

Sim 3 60,0 27 31,0 30

Não 2 40,0 59 68,6 62

Total 5 5,4 87 94,6 92 Para poder aplicar o teste exato de Fisher, foram consideradas apenas as opções sim e não

para conhecedor.

*Questão 1 - Por que a correta higienização da boca é importante para a

saúde?

*Questão 2 – O que o controle do biofilme pode prevenir:

*Questão 3 – O que é doença periodontal?

*Questão 4 – Como prevenir a doença periodontal?

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Tabela 13 – Distribuição de acordo com o local onde adquiriu informações quantos aos métodos

de higiene bucal utilizados em UTI*

Respostas n %

Jornais

Sim 1 1,0

Não 95 99,0

Periódicos científicos

Sim 15 15,6

Não 81 84,4

Revistas

Sim 10 10,4

Não 86 89,6

Universidade

Sim 21 21,9

Não 75 78,1

Internet

Sim 15 15,6

Não 81 84,4

Curso de atualização / congresso

Sim 27 28,1

Não 69 71,9

Outros

Sim 42 43,8

Não 54 56,3

Nenhum

Sim 6 6,3

Não 90 93,8

NR-não deseja responder

Sim 2 2,1

Não 94 97,9 *O voluntário da pesquisa poderia marcar mais de uma alternativa

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Tabela 14 – Distribuição de acordo com o local onde adquiriu informações quantos aos métodos

de higiene bucal utilizados em UTI entre os grupos profissionais

Médico Enfermeiro

Técnico em

Enfermagem

Variável n % n % n %

Valor de

p

Jornais

Sim 1 4,2 0 0,0 0 0,0 ---

Não 23 95,8 13 100,0 59 100,0

Periodicos científicos

Sim 10 41,7 3 23,1 2 3,4 ---

Não 14 58,3 10 76,9 57 96,6

Revistas

Sim 6 25,0 0 0,0 4 6,8 ---

Não 18 75,0 13 100,0 55 93,2

Universidade

Sim 3 12,5 9 69,2 9 15,3 <0,001

Não 21 87,5 4 30,8 50 84,7

Internet

Sim 5 20,8 5 38,5 5 8,5 ---

Não 19 79,2 8 61,5 54 91,5

Curso de atualização;

congressos

Sim 10 41,7 5 38,5 12 20,3 0,090

Não 14 58,3 8 61,5 47 79,7

outros qual

Sim 9 37,5 2 15,4 31 52,5 0,039

Não 15 62,5 11 84,6 28 47,5

Nenhum

Sim 0 0,0 0 0,0 6 10,2 ---

Não 24 100,0 13 100,0 53 89,8

NR-não deseja responder

Sim 1 4,2 0 0,0 1 1,7 ---

Não 23 95,8 13 100,0 58 98,3 Teste utilizado: Qui-quadrado ou Exato de Fisher

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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77

Tabela 15 - Distribuição entre as instituições de acordo com o local onde adquiriu informações

quantos aos métodos de higiene bucal utilizados em UTI

HOSPITAL A HOSPITAL B

Questão n % n % Valor de p

Jornais

Sim 1 2,0 0 0,0 1,000

Não 48 98,0 47 100,0

Periodicos científicos

Sim 5 10,2 10 21,3 0,135

Não 44 89,8 37 78,7

Revistas

Sim 3 6,1 7 14,9 0,194

Não 46 93,9 40 85,1

Universidade

Sim 11 22,4 10 21,3 0,890

Não 38 77,6 37 78,7

Internet

Sim 4 8,2 11 23,4 0,040

Não 45 91,8 36 76,6

Curso de atualizaçao; congressos

Sim 16 32,7 11 23,4 0,314

Não 33 67,3 36 76,6

Outros qual

Sim 27 55,1 15 31,9 0,022

Não 22 44,9 32 68,1

Nenhum

Sim 1 2,0 5 10,6 0,108

Não 48 98,0 42 89,4

NR-não deseja responder

Sim 1 2,0 1 2,1 1,000

Não 48 98,0 46 97,9

Teste utilizado: teste Qui-quadrado ou o Exato de Fisher

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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78

GRÁFICOS

Gráfico 1 - Dados descritivos sobre os métodos para higienização bucal de pacientes

internados em UTI

Legenda: Associação de 1 e 2 = escova dental c/ creme dental e bochecho

Associação de 3 e 4 =escova dental c/ creme dental , bochecho e outro

Associação de 1 e 4= escova dental c/ creme dental e outro

Associação de 2 e 4 = bochecho e outro

63,5

10,4 8,3

6,3 5,2 5,2 1,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Associaçãode 1 e 2

Associaçãode 3 e 4

Esc. Dental Outros Bochecho Associaçãode 1 e 4

Associaçãode 2 e 4

Po

rcen

tage

m

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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Gráfico 2 – Dados descritivos sobre os métodos para higienização bucal de pacientes

intubados

Legenda: Associação de 1 e 2 = escova dental c/ creme dental e bochecho

Associação de 3 e 4 =escova dental c/ creme dental, bochecho e outro

Associação de 1 e 4= escova dental c/ creme dental e outro

Associação de 2 e 4 = bochecho e outro

55,2

17,7 14,6

4,2 2,1 2,1 2,1 2,1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Po

rcen

tage

m

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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Gráfico 3 - Descrição de avaliação sobre os protocolos de higiene bucal usados em pacientes

internados em UTI

Legenda: Associação de 1 e 2 = escova dental c/ creme dental e bochecho

Associação de 3 e 4 =escova dental c/ creme dental, bochecho e outro

Associação de 1 e 4= escova dental c/ creme dental e outro

Associação de 2 e 4 = bochecho e outro

29,2

20,8

13,5 12,5

9,4 9,4

3,1 1,0 1,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

Po

rcen

tage

m

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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Gráfico 4 – Descrição de avaliação sobre os protocolos de higiene bucal usados em pacientes

intubados

Legenda: Associação de 1 e 2 = escova dental c/ creme dental e bochecho

Associação de 3 e 4 =escova dental c/ creme dental, bochecho e outro

Associação de 1 e 4= escova dental c/ creme dental e outro

Associação de 2 e 4 = bochecho e outro

41,7

21,9

14,6 11,5

7,3

1,0 1,0 1,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

Po

rcen

tage

m

Runningtitle: Conhecimento dos profissionais sobre higiene bucal em UTI.

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82

APÊNDICE B – BOLETIM INFORMATIVO

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84

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85

ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

-

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ANEXO B - QUESTIONÁRIO

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Fonte: MODIFICADO da Dissertação “AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E ATITUDES DOS PROFISSIONAIS DAS UNIDADES DE

TERAPIA INTENSIVA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE HIGIENE BUCAL, DOENÇA PERIODONTAL E PNEUMONIA” Miriam Raquel

Ardigó Westphal – 2008.

QUESTIONÁRIO DADOS PESSOAIS: Sexo:_____ Nasc:___/___/_____ Profissional de saúde – CTI ( ) sim Instituição: _____________________________________________________ Profissional:( )Grupo I-Médico(a) ( )Grupo II – Enfermeiro ( )Grupo III – Aux. Téc. Enf. Formação escolar: ( ) Pública ( ) Privada / Tempo de experiência profissional: ______________

ATENÇÃO: 1. Toda questão cuja resposta for “SIM” deve ser explicada. 2. Pode haver mais uma resposta correta nas questões.

QUESTIONÁRIO

1. Você sabe por que a correta higienização da boca é importante na saúde de seus pacientes? ( ) SIM Por que?_______________________________________________________________________ ( ) NÃO ( ) NÃO DESEJA RESPONDER

2. O controle do biofilme pode prevenir:

( ) Cárie ( ) Doença periodontal ( ) Endocardite bacteriana ( ) Tuberculose ( ) Pneumonia

( ) Hepatite ( ) Parto prematuro ( ) Nenhum das anteriores ( ) Não deseja responder

3. Você sabe o que é doença periodontal? ( ) SIM É a doença que acomete___________________________________________________________ ( ) NÃO ( ) NÃO DESEJA RESPONDER

4. Você sabe como fazer a prevenção da doença periodontal? ( ) SIM Como?___________________________________________________________________________ ( ) NÃO ( ) NÃO DESEJA RESPONDER

5. Quais os métodos que você aprendeu para a higienização bucal de pacientes INTERNADOS em UTI?

( ) Escovação dental com creme dental ( ) Bochechos – Qual colutório?__________ ( ) Associação dos itens 1 e 2

( ) Outros – Qual? ___________________ ( ) Nenhum ( ) Não deseja responder

6. Quais os métodos que você aprendeu para a higienização bucal de pacientes ENTUBADOS?

( ) Escovação dental com creme dental ( ) Bochechos – Qual colutório?__________ ( ) Associação dos itens 1 e 2

( ) Outros – Qual? ___________________ ( ) Nenhum ( ) Não deseja responder

7. Existe algum protocolo de higiene bucal utilizado na instituição que você trabalha para paciente INTERNADOS em UTI?

( ) Escovação dental com creme dental ( ) Bochechos – Qual colutório?__________ ( ) Associação dos itens 1 e 2

( ) Outros – Qual? ___________________ ( ) Nenhum ( ) Não deseja responder

8. Existe algum protocolo de higiene bucal utilizado na instituição que você trabalha para pacientes ENTUBADOS?

( ) Escovação dental com creme dental ( ) Bochechos – Qual colutório?__________ ( ) Associação dos itens 1 e 2

( ) Outros – Qual? ___________________ ( ) Nenhum ( ) Não deseja responder

9. Como adquiriu as informações quanto aos métodos de higiene bucal utilizados em UTI?

( ) Jornais ( ) Periódicos científicos ( ) Revistas

( ) Universidade ( ) Internet ( ) Curso de atualização / Congresso

( ) Outros – Qual? __________________ ( ) Nenhum ( ) Não deseja responder

Projeto de pesquisa:“Avaliação do conhecimento dos profissionais de saúde sobre higiene

bucal e avaliação clinica de cavidade bucal em unidades de tratamento intensivo (UTI)”

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ANEXO C – NORMAS DA REVISTA

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95

REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIA

INTENSIVA

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Escopo e política

Forma e preparação de manuscritos

Envio de manuscritos

Escopo e política

A RBTI é a revista médica da Associação de Medicina Intensiva

Brasileira (AMIB). Trata-se de uma revista com revisão crítica

que objetiva melhorar o cuidado dos pacientes agudamente

doentes através da discussão, distribuição e promoção de

informação baseada em evidência relevante aos profissionais

envolvidos com medicina intensiva. Ela publica comentários,

revisões e pesquisas em todas estas áreas do conhecimento,

relacionadas aos cuidados intensivos do paciente grave. A sua

periodicidade é trimestral.

A RBTI acolhe pesquisa de alta qualidade em qualquer aspecto

relacionado ao cuidado intensivo. Todos os trabalhos submetidos

são revisados. Os artigos recebidos são enviados para 2-4

revisores, que são solicitados a devolver a avaliação em 30 dias.

Após o recebimento dos pareceres os autores têm 30 dias de

prazo para responderem à revisão. Artigos sem resposta no prazo

de seis meses deverão ser re-submetidos.

Aos autores são solicitadas as garantias que nenhum material

infrinja direito autoral existente ou direito de uma terceira parte.

Os artigos podem ser submetidos em português, espanhol ou

inglês. A RBTI é uma revista bilíngüe, publicada em papel

apenas em português e em formato eletrônico tanto em inglês

como em português ou espanhol. Artigos submetidos em

português ou espanhol deverão ser traduzidos. No caso do artigo

ser aceito pelos revisores, os autores deverão realizar o

pagamento da taxa de tradução. No presente momento, a mesma

é de R$ 300,00 para sócios da AMIB e 400,00 para não-sócios.

Os autores são responsáveis pela qualidade lingüística dos

artigos submetidos em inglês.

Page 96: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

96

Forma e preparação de manuscritos

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

A Revista Brasileira de Terapia Intensiva (RevBras Ter Intensiva, RBTI), ISSN 0103-507X,

publicada trimestralmente, é a revista científica da Associação de Medicina Intensiva

Brasileira (AMIB) que tem por objetivo publicar pesquisas relevantes, que visam melhorar o

cuidado dos pacientes agudamente doentes através da discussão, distribuição e promoção de

informação baseada em evidências, aos profissionais envolvidos com medicina intensiva.

Publica artigos de pesquisas, revisões, comentários, relatos de casos e cartas ao editor, em

todas estas áreas do conhecimento, relacionadas aos cuidados intensivos do paciente grave.

Os manuscritos podem ser submetidos em português, inglês ou espanhol. A RBTI é

publicada na versão impressa em português e em formato eletrônico em português e inglês.

Os artigos submetidos em português (ou espanhol) serão traduzidos para o inglês e os

submetidos em inglês serão traduzidos para o português gratuitamente pela revista.

Os manuscritos submetidos para apreciação serão encaminhados ao Editor, que fará uma

análise inicial quanto aos padrões mínimos de exigências da revista e ao atendimento de

todas as normas requeridas para envio dos originais. Aqueles que não apresentarem mérito,

que contenham erros significativos de metodologia, ou não se enquadrem na política

editorial da revista, serão rejeitados não cabendo recurso. Após aprovação pelo Editor, serão

encaminhados para avaliação por dois ou mais revisores. Os revisores serão sempre de

instituições diferentes da instituição de origem do manuscrito, sendo o anonimato garantido

em todo processo editorial. As opiniões expressas nos artigos, inclusive as alterações

solicitadas pelos revisores, serão de responsabilidade única dos autores. O prazo para analise

é de 30 dias. Após o recebimento dos pareceres dos revisores, os autores terão o prazo de 60

dias para submeter a versão com as modificações sugeridas. Caso essa submissão não ocorra

num período de 6 meses o artigo será retirado do banco de dados e uma eventual re-

submissão seguirá os trâmites de uma submissão inicial.

Todos os manuscritos encaminhados deverão vir acompanhados de carta assinada por todos

os autores, autorizando sua publicação, transferindo os direitos autorais à revista e

declarando que o mesmo é inédito, que não foi ou está sendo submetido à publicação em

outro periódico.

A esta carta devem ser anexados:

Declaração de Conflito de Interesse, quando pertinente. A Declaração de Conflito

de Interesses, segundo Resolução do Conselho Federal de Medicina n° 1595/2000,

veda que em artigo científico seja feita promoção ou propaganda de quaisquer

produtos ou equipamentos comerciais.

Certificado de Aprovação do Trabalho pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Instituição em que o mesmo foi realizado ou de outra que tenha CEP constituído.

Informações sobre eventuais fontes de financiamento da pesquisa.

Para todos os manuscritos que incluem informação ou fotografias clínicas

relacionadas a pacientes individuais, deve ser enviado. Termo de Consentimento

escrito e assinado de cada paciente ou familiar.

Toda pesquisa, clínica ou experimental, em humanos ou animais, deve ter sido executada de

acordo com a Declaração de Helsinki, devendo essa informação constar em Métodos.

Critérios para autoria. Somente pessoas que contribuíram diretamente para o conteúdo intelectual do artigo devem

Page 97: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

97

ser consideradas autoras, de acordo com os critérios:

1. elaborou a ideia inicial e planejou o trabalho ou interpretou os resultados finais OU

2. escreveu o artigo ou revisou sucessivas versões E

3. aprovou a versão final do artigo.

Posições administrativas, coleta de dados e estímulo não são considerados critérios para

autoria e, quando cabível, devem constar apenas na sessão de agradecimentos.

PREPARO DOS MANUSCRITOS

Todos os artigos devem incluir:

Página título:

Titulo completo do artigo

Nomes completos, por extenso, de todos os autores

Afiliação institucional de cada autor (apenas a principal, ou seja, aquela relacionada a

instituição onde o trabalho foi produzido). O endereço completo (incluindo telefone,

fax e e-mail) do autor para correspondência.

O nome da instituição que deve ser considerada como responsável pelo envio do

artigo.

Fonte financiadora do projeto.

Runningtitle - Deve ser fornecido um titulo alternativo para o artigo, com no máximo

60 caracteres (com espaços). Esse nome deverá constar no cabeçalho de todas as

folhas do artigo.

Titulo de capa - Nos casos em que o título do artigo tenha mais de 100 caracteres

(com espaços), deve ser fornecido um título alternativo, com no máximo 100

caracteres (com espaços) para constar da capa da revista.

Resumo e Abstract

Resumo: O resumo deve conter no máximo que 250 palavras, evitando-se ao máximo o uso

de abreviaturas. Deve ser estruturado com os mesmos capítulos usados no texto principal

(Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusão) refletindo acuradamente o conteúdo do texto

principal. Quando se tratar de artigos de Revisão e Relatos de Casos o resumo não deve ser

estruturado. Para Comentários o resumo não deve exceder 100 palavras

Abstract: O resumo em inglês deverá ser feito apenas para aqueles artigos submetidos nessa

língua. Artigos submetidos em português terão seu resumo traduzido para o inglês

Descritores e Keywords

Devem ser fornecidos seis termos em português e inglês, que definam o assunto do trabalho.

Devem ser, obrigatoriamente, baseados nos DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), que é

uma tradução dos MeSH (Medical SubjectHeadings) da National Library of Medicine,

disponíveis no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br

Texto

Os artigos devem ser submetidos em arquivo word, com letra 12 Times New Roman e

espaço duplo, inclusive em tabelas, legendas e referencias. Em todas as categorias de artigos,

Page 98: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

98

as citações no texto devem ser numéricas, sobrescrito e sequenciais.

Artigos Originais

Os artigos originais são aqueles que trazem resultados de pesquisas. Devem ter no máximo

5.000 palavras no texto, descontadas folha de rostro, resumo, tabelas e referências. Artigos

com maior número de palavras necessitam ser aprovados pelo editor. O número máximo de

autores recomendado é de oito. Caso haja necessidade de incluir mais autores, deve vir

acompanhado de justificativa, com explicitação da participação de cada um na produção do

mesmo. Artigos originais deverão conter:

Introdução - esta sessão deve ser escrita do ponto de vista dos pesquisadores sem

conhecimento de especialista na área e deve claramente oferecer - e, se possível, ilustrar - a

base para a pesquisa e seus objetivos. Relatos de pesquisa clínica devem, sempre que

apropriado, incluir um resumo da pesquisa da literatura para indicar porque o estudo foi

necessário e o que o estudo visa contribuir para o campo. Esta sessão deve terminar com

uma breve declaração do que está sendo relatado no artigo.

Métodos - deve incluir o desenho do estudo, o cenário, o tipo de participantes ou materiais

envolvidos, a clara descrição das intervenções e comparações, e o tipo de análise usada,

incluindo o poder de cálculo, se apropriados.

Resultados - Os resultados devem ser apresentados em sequência lógica e clara. Os

resultados da análise estatística devem incluir, quando apropriado, riscos relativo e absoluto

ou reduções de risco, e intervalos de confiança.

Discussão -todos os resultados do trabalho devem ser discutidos e comparados com a

literatura pertinente.

Conclusão - Deve discorrer claramente as conclusões principais da pesquisa e fornecer uma

clara explicação da sua importância e relevância.

Referências - devem ser ordenadas por seqüência de citação no texto e limitar-se a um

máximo 30 referências. Ver abaixo normas para elaboração dasreferências.

Artigos de Revisão

O artigo de revisão é uma descrição compreensiva de certo aspecto de cuidado de saúde

relevante ao escopo da revista. Deve conter não mais que 4.000 palavras (descontadas folha

de rostro, resumo, tabelas e referências) e até 50 referências. Devem ser redigidos por

autores de reconhecida experiência na área e o número de autores não deve exceder três,

salvo justicativa a ser encaminhada a revista. As revisões podem ser: revisões científicas -

descrevendo a ciência que têm impacto clínico; revisões "bancada a beira do leito" -

descrevendo a ciência que suporta situações clínicas; revisões clínicas - descrevendo

puramente situações clínicas. Nas revisões é recomendado haver, também, o capítulo

"Métodos" que relaciona as fontes de evidências usadas e as palavras chave usadas para

realizar a busca da bibliografia. Revisões sistemáticas da literatura, que contenham estratégia

de busca e resultados de forma apropriada são consideradas artigos originais.

Relato de casos

Relata casos de uma determinada situação médica, especialmente rara, descrevendo seus

aspectos, história, condutas, etc, incluindo breve introdução e revisão da literatura, descrição

do caso e discussão. Deverá ter no máximo cinco autores e até dez referências.

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99

Debates clínicos Pro/con

Dois autores convidados discutem suas diferentes opiniões sobre um assunto clínico

especifico. Os assuntos são levantados através de cenários clínicos escritos pelo editor de

sessão. Cada autor é solicitado a escrever um artigo referenciado de 800-1000 palavras,

descrevendo se eles concordam ou discordam com o cenário clínico (Pro ou Con). Os artigos

contrários são mostrados aos autores para uma resposta de não mais que 150 palavras. Os

autores sabem quem é seu oponente, mas não podem ver o artigo oposto até terem

submetido o seu. Não deve haver mais que 15 referências no artigo de 500 palavras, e cinco

referências na resposta de 150 palavras. Preferem-se referências de estudos aleatórios e

controlados publicados nos últimos 10 anos.

Comentários

São artigos de opinião escritos por especialistas e lidos pela comunidade médica em geral.

Muitos são solicitados, contudo, os não solicitados são bem vindos e são rotineiramente

revisados. O objetivo do comentário é destacar algo, expandindo os assuntos destacados, e

sugerir a seqüência. Qualquer declaração deve ser acompanhada por uma referência, mas

prefere-se que a lista de referências não exceda a 15. Para a leitura, as sentenças devem ser

curtas e objetivas. Usar subtítulos para dividir o comentário em sessões. Devem ser curtos,

com no máximo 800 a 1.000 palavras, excluindo o resumo e as referências. O número de

autores não deve exceder dois, salvo justificativa.

Comentários de Pesquisas

Os artigos de pesquisa são frequentemente acompanhados por comentários. Eles visam

descrever as qualidades e/ou deficiências da pesquisa, e suas implicações mais amplas. O

artigo de pesquisa discutido deve ser a primeira referência do comentário.

Comentários de publicações recentes

Artigos de pesquisa publicados são escolhidos pelo conselho editorial nos últimos seis meses

e os relata na forma de um comentário.

Cartas ao editor

Comentários em qualquer artigo publicado na revista, cabendo uma resposta do autor ou do

editor. Não é permitida tréplica. Devem ter no máximo 400 palavras, até cinco referências,

sendo o artigo da RBTI, ao qual a carta se refere, a primeira citação do texto e das

referências. Os autores devem também enviar seus dados de identificação e endereço

completo (incluindo telefone, fax, e e-mail). Todas as cartas são editadas e enviadas para os

autores antes da publicação.

Agradecimentos

Os autores devem usar esta sessão para agradecer financiamentos da pesquisa, ajuda de

organismos acadêmicos; de instituições de fomento; de colegas ou outros colaboradores. Os

autores devem obter permissão de todos mencionados nos agradecimentos. Devem ser

concisos não excedendo a 4 linhas.

Referências

Devem ser atualizadas contendo, preferencialmente, os trabalhos mais relevantes publicados

Page 100: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

100

nos últimos cinco anos, sobre o tema. Não deve conter trabalhos não referidos no texto ou

não publicados. As referências deverão ser numeradas consecutivamente, na ordem em que

são mencionadas no texto e identificadas com algarismos arábicos. A apresentação deverá

seguir o formato denominado "Vancouver Style", conforme modelos abaixo. Os títulos dos

periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo apresentado pela National Library

of Medicine, disponível em "ListofJournalIndexed in Index Medicus" no endereço

eletrônico: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=journals

Para todas as referências, citar todos os autores até seis. Quando em número maior, citar os

seis primeiros autores seguidos da expressão et al.

Artigos em formato impresso

Dellinger RP, Vincent JL, Silva E, Townsend S, Bion J, Levy MM. Surviving sepsis in

developing countries. Crit Care Med. 2008;36(8):2487-8.

Levy MM, Vincent JL, Jaeschke R, Parker MM, Rivers E, Beale R, et al. Surviving Sepsis

Campaign: Guideline Clarification. Crit Care Med. 2008;36(8):2490-1.

Artigosemformatoeletrônico Buerke M, Prondzinsky R. Levosimendan in cardiogenic shock: better than enoximone! Crit

Care Med [Internet]. 2008 [cited 2008 Aug 23];36(8):2450-1. Available from:

http://www.ccmjournal.com/pt/re/ccm/abstract.00003246-200808000-

00038.htm;jsessionid=LWTRDHyTFs6cTtCHrnxTjpHBBvkgdDG7qVyn12SGJw1dn99ynQ

4W!1177656273!181195629!8091!-1

Hecksher CA, Lacerda HR, Maciel MA. Características e evolução dos pacientes tratados

com drotrecogina alfa e outras intervenções da campanha "Sobrevivendo à Sepse" na prática

clínica.RevBrasTer Intensiva [Internet]. 2008[citado 2008 Ago 23; 20(2): 135-43.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

507X2008000200004&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0103-507X

Artigo de Suplemento Walker LK.Use of extracorporeal membrane oxygenation for preoperative stabilization of

congenital diaphragmatic hernia.Crit Care Med. 1993;21 (Supp. l):S379-S380.

Livro Doyle AC. Biological mysteries solved. 2nd ed. London: Science Press; 1991.

Capítulo de livro Lachmann B, van Daal GJ. Adult respiratory distress syndrome: animal models. In:

Robertson B, van Golde LM. Pulmonary surfactant. 2nd ed. Amsterdam: Elsevier; 1992. p.

635-66.

Resumopublicado Varvinski AM, Findlay GP. Immediate complications of central venous cannulation in ICU [

abstract]. CritCare. 2000;4(Suppl 1):P6.

Artigo "In press" Beigel JH. Influenza.Crit Care Med.In press 2008.

Page 101: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

101

Tabelas e Figuras

Todas as figuras e tabelas devem ser numeradas e mencionadas no texto na ordem que são

citadas. Tabelas e figuras devem ser colocadas ao final do texto, após as referencias, uma em

cada página, sendo as ultimas idealmente feitas em Microsoft Excel®, Tif ou JPG com 300

DPI. Figuras que necessitem melhor resolução podem ser submetidas em arquivos

separados. Figuras que contenham textos devem vir em arquivos abertos para que possam

ser traduzidas. Caso isso não seja possível, o autor se responsabilizará pela tradução.

As grandezas, unidades e símbolos utilizados nas tabelas devem obedecer a nomenclatura

nacional. A legenda das tabelas e figuras deve ser concisa, porém autoexplicativa,

permitindo a compreensão sem a consulta do texto. As unidades de medida devem vir no

corpo da tabela e os testes estatísticos indicados abaixo da tabela.

As figuras devem vir acompanhadas de legenda explicativa dos resultados, permitindo a

compreensão sem a consulta do texto.

Fotografias de cirurgia e de biópsias onde foram utilizadas colorações e técnicas especiais,

serão consideradas para impressão colorida, sendo o custo adicional de responsabilidade dos

autores. Se as ilustrações já tiverem sido publicadas, deverão vir acompanhadas de

autorização por escrito do autor ou editor,

A reprodução de figuras, quadros, gráficos e ou tabelas que não de origem do trabalho,

devem mencionar a fonte de onde foram extraídas.

Abreviaturas e Siglas

O uso de abreviaturas deve ser evitado no titulo do trabalho, no resumo e no titulo das

tabelas e figuras. Seu uso deve ser minimizado em todo o texto. Devem ser precedidas do

nome completo quando citadas pela primeira vez no texto. No rodapé das figuras e tabelas

devem ser discriminados o significado das abreviaturas, símbolos e outros sinais.

Envio de manuscritos

Os artigos deverão ser submetidos através do email:

[email protected]

© 2008 Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB

A qualidade das figuras, gráficos e fotos são de responsabilidade

exclusiva dos autores

A correspondência para publicação deve ser endereçada para:

RBTI - Revista Brasileira de Terapia Intensiva

Associação de Medicina Intensiva Brasileira

Rua Joaquim Távora, 724 - Vila Mariana - CEP 04015-011 - São

Paulo - SP

Tel.: (11) 5089-2642 - E-mail: [email protected]

Page 102: VIVIANE DE OMENA SOUZA COSTA - ri.cesmac.edu.br

102

[Home] [Sobre a revista] [Corpo editorial] [Assinaturas]

Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob

uma Licença Creative Commons

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