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O TICO-TICO

L___r

^^fc>LIÇÕES DE VOVO@

<uMEUS NETINHOS

JA' que este mês é por todos consideradocomo o mês do Carnaval, e se não portodos, pelo menos por grande maioria, vamos

aproveitar esse pretexto para aprender algu-ma coisa.

Na vida, devemos fazer sempre assim:tirar dos menores acontecimentos uma lição.Há um provérbio que diz que quqnto maisse vive mais se aprende, e encerra uma grandeverdade.Para vocês, então, que estão agora come-

çando a viver, o número de coisas que teemde aprender é infinito...

Vamos ver: que coisa nova lhes poderáensinai o Vovô, sobre o Carnaval?A origem dessa festa? E' incerta, essaorigem, e são vários os modos de explicar o seuinicio. Vamos a um fato histórico, que é melhor:

quem id#ou os bailes de máscara?Foi Carlos VI, de França, chamado "Carlos,

o insensato".Teve essa idéia para regosijo de sua corte,e os primeiros se realizaram em seu palácio,comparecendo somente os nobres.Em um desses bailes o próprio rei quaseperdeu a vida, pois estava vestido de urso e,tendo-se incendiado a fantasia de um dos seusconvidados, a pele do urso também pegou fogoe Carlos VI recebeu fortes queimaduras, tão

grandes que o soberano teve um ataque dedemência.Essa é a origem, pote, dos bailes à fantazia,

que até o reinado de Carlos "o Insensato" nãotinham sido realizados por ninguém»\ VOVÔ

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§ 'VP> W", - «^Po^PPv^C aémf^

^/O

JACÍ,

minha netinha,..

— Sim, vovó! Estou juntinho devocê, não me vê?

— Já não te vejo, minha Jací.Tua vovózinha vai partir para junto de Tupan,onde te ficará aguardando. Tu, tão pequenaainda, vais ficar só...

— Vovózinha I...

- Mas não tenhas medo. Continuareivelando por ti. Deixo-te, minha netinha, poucacoisa, mas que te há-de valer. Deixo-te estefogo brilhante que, certa vez, há muitos, muitossoes, Juruparí lançou do céu. Meu pai, o Piagados Içás, que não conheceste, conseguiu

prendê-lo ao chão,- e ficaram depois bonsamigos. O fogo cozinhará teu alimento,aquecerá a cabana quando do pano dofirmamento a chuva cair; êle te fará companhia

quando o sol se esconder lá no vão dasduas montanhas e a escuridão abraçar o terra;afastará os animais ferozes... Não deixesmorrer essa chama tão amiga, e ninguém

poderá fazer-te mal... Adeus, netinha...

E Jaci, a indiazinha de olhos verdes, viu

pender nos seus frágeis braços a cabeça

querida da avó. Pela face acetinada correramduas grandes lágrimas que a chama, no calorda primeira carícia à orfãzinha, bebeusofregamente.

Mas a Avó não previra a chegada doVento. E naquela mesma noite ele veio, giganteraivoso, desarraigando árvores, afugentandoos animais, espalhando o terror. E ao chegarò choupana de Jací, arrombou a porta, entrou

(a notèéa...Conto de ALICE TAVARES, primeiro prêmio no Concurso

de Contos d'TICO-TICO (Gênero Folcrore)

Apresentado com o pseudônimo "AUX"

soprando, zunindo, e pizou a chama... Viu ameninazinha assustada, encolhida a um canto,encaminhou-se para ela em fúria. Lançavatudo ao chão, à passagem; sacudia o teto desapé:-"Sou o Vento... vou voando... vouvarrendo tudo... sou o Vvvento..." Ia esmagarJaci quando a brasa já quasi extinta, numsupremo esforço em defesa do sua protegida,saltou-lhe aos olhos, cegande-o. O monstrourrou de dõr, começou a cambalear às tontas, -saiu da choupana e desapareceu...

E Jací ficou só, na escuridão. Principioua chorar, baixinho... Ainda assim seus soluçosatraíram do arvoredo uma porção de pássaros,seus amigos. Não queriam que Jaci chorasseo resolveram distraí-la.

A-pesar-doadiantadodahora,oPica-pauprincipiou a marcar o compasso batendo como bico num tronco de jacaúba. O sabiá

pigarreou e cantou uma serenata maviosa.Depois, a cambaxirra organizou um quartetocom a patativa, o curió e o bem-te-vi. Mas amenina continuava a chorar.

O TICO-TICO

Ilustrações de LUIZ SÁ

Foi quando o Papagaio, pedindo silêncio,adiantou-se fazendo uma mesura até roçarno chão os penas da fronte, e, rolando duasvezes na boca a lingua dura, perguntou a Jací:-Por que choras, meninazinha? Comopoderíamos consolar-te ?"

Minha Vovó morreu... o o Ventoapagou o fogo que ela me deixou... Fiqueisó... não sei mais como reacendi-lo...

O Papagaio ficou ponsativo. Voou parajunto do Jobotí que aparecera atraído pelamúsica, cochichou com ele e, voltando, dissocom ares de importância:-Jací/o Sací-pererêsabe onde existe fogo... se tiveres coragemde ir falar-lhe..."

Onde mora o Sací-pererê?

— Ha caverna po Urutáu. O Jabotí podelevar-te lá... mas, dizem que o Saci é mau;prega peças em todo mundo..."

Não tenho medo dele; por que mefaria mal? Seguirei imediatamente

FEVEREIRO—19U

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E sentando-se no casco do animal, Jacícruzou as perninhas e deixou-se conduzirvagarosamente, já consolada, acenando adeusaos seus amiguinhos alados que, em coro,pipiavam:-t'Boa viageml Sê felizl"

A porta da caverna o Jábotí deixou sualeve carga e foi-se embora, medroso, o maisdepressa que poude, sem olhar mais para trás.

Sací-pererê, o negrinho de uma pernasó, dormia deitado no chão. Jací não gostouda cara do Saci; pensou que estivesse suja.Quis verificar e passou o dedo no nariz a verse largava preto O negrinho acordou numpulo e quando Jací viu-lhe os olhosarregalados, muito brancos, começou a rir.O Saci ficou longe, desconfiado; nunca viraninguém chegar-lhe perto sem tremer, quantomais ouvir uma risada I

Quem és? que vieste fazer aqui?"Meu bom Saci, vim pedir-te um favur.

Não fiques zangado. Perdi o fogo que minhavóvózinha me deixou ao morrer. Disse-me oPapagaio que tu sabes onde poderei encontraroutro".

Pelo que vejo, o Papagaio ainda nãoperdeu o hábito de falar demais I Que tinhoele que te contar isso?

—"É que eu estava chorando..." E osolhinhos de Jaci encheram-se novamente delágrimas, que os tornaram-ainda mais bonitos.

• — Ora, ora, não te ponhas de novo achorar... Eu sou mau só para quem é covarde— resmungou como falando consigo mesmo —só para quem me vê e sai correndo- Mas tunão tiveste medo de mim... chamaste-me:meu bom Saci..".

Quero-te bem e vou auxiliar-te, menina.—"Obrigada, Sací-pererê".

Não tenho aqui o fogo que procuras,mas sei onde podes conseguir; é no Paláciodo Sol, o grande Coarací.

—"E como se chega lá".O Saci, caxingando, aos pulos,conduziu-a

a uma elevaçãozinha e, com um ramoarrancado a uma árvore, apontou na noite:

J/Desce pelo caminho aí em frente, atravessao rio grande que rola lá em baixo; do outrolado encontrarás quem te conduzirá ao Paláciodo Sol. Agora, adeus, minha menina,-prometo-te que de hoje em diante nãoassustarei mais ninguém para ser digno dotítulo que me deste. Serei "bom". AdeusI"

E lá se perdeu na mata o negrinhocapenga.

Não foi fácil a Jací alcançar o rio,- ocaminho era estreito, cheio da >edras; e anoite, muito escura, Mas os vigai 'mes virama sua aftição, e, compadecido» da meninazinhatão só, foram-lhe à frente, iluminando-lhe ospassos. Quando, porém, Jací ia colocar,contente, o pézinho na ponte, viu com espanto

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a água crescer, crescer, tornar-se uma torrenteque transbordou do leito, carregando a ponte,inundando tudo.

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Já envolta pelas águas impetuosas, Jacíconseguira agarrar-se a um tronco que boiavadesusando veloz, quando viu surgir, de repente,à tona dágua, a Cobra Grande.

ContdVa-lhe a Vovó, certa vez, qua aCobra Grande era maior do que a jibóia,mais venenosa do que a cascavel, maistraiçoeira do que a sucuri, e que detestavacrianças.

Sentiu-se, pois, perdida,a pequenita, masna sua simplicidade tentou ainda, suplicante:

J.'Cobra Grande, você quer me levar parao outro lado do rio? Preciso ir ao Paláciodo Sol..." .

~"Quem és tu, creaturinha ousada, parame falares assim?" E a boca da malvada serasgava num rictus de raiva mostrando duaspresas enormes.

Sou Jací, filha de Jatai... venhode longe...

B"Para que queres ir ao Palácio do Sol?"

Vou buscar fogo. O meu, o Ventoapagou.

— "Sabes tu que o Vento não tarda achegar? Já estou a ouvi-lo de volta, soprando,e vem furioso!"

Ai de mim! Se me encontrarestraçalha-me. O meu fogo cegou-o... nãome perdoará nunca...

I Cmiclúe en outro local)

5FEVEREIRO—10.O TICO-TICO

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Câico7fíú<uBíát J^íSo

EXAME DE BOTÂNICA—Que é uma flor?0 vadio: — Uma flor... Uma fiôr... Uma

flor é a senhora, si me aprovar, pro-fessóra...

DESCULPA DE VADIOO professor gostou tanto do meu exame,que pediu bis.

-Como?-Vou fazer segunda época...

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M——\ ______R ¦ - i i 11 in in ¦¦¦ ii

2 .-..-4.CL- <_u_&e __a. a

Vm navio fazendo quatro nós por hora,no fim de 24 horas quantos nós teráfeito?Estará todo amarradinho ...

TEM RAZÃO-Você têm cem livros, eu dou mais

cinqüenta, você compra mais vinte,com quantos fica?

—Com uma biblioteca...

O TICO-TiCO ;V_„E.RO

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ONTA-SE que freqüentavacerta escola um menino

pobre, porém muito inteligente evivo, assim como delicado e gentilpara com os seus colegas, sendo,por isso, muito estimado por todos.

Aproximava-se o carnaval etodas as crianças se animavampara tomar parte no baile infantilque se realizaria em uma das tardesdos dias consagrados a Momo,

figura mitológica que presideas festas carnavalescas, fazendocaretas, trejeitos e outras alegres"momices".

Durante o recreio não se falavade outra que não fosse o bai!e àfantasia, no qual todos os alunosdaquela escola tomariam partefantasiados. E diziam eles:

— Eu irei ao baile fantasiadode Gondoleiro veneziano, com uma

___^r ^Êmmw

justo que peça uma fantasia, quandoàs vezes, em nossa casa, não ha odinheiro suficiente para se compraruma roupa nova... pelo Natal. Nem porisso, entretanto, me mostro pezaroso,para que meus pais não fiquem tristespor não poderem dar uma fantasia,para o baile carnavalesco.

Os colegas admiraram a bondadedaquele menino que acrescentou:

— Desde que não poderei ir aobaile para os ver fantasiados, desejava,ao menos, que cada um me trouxesseum retalho da fazenda com que serãofeitas as suas fantasias.

Todos prometeram trazer e, no diaseguinte, o menino pobre recebia cen-tenas de retalhos de fazenda das maisvariadas cores. Levou-os para casa, e,pacientemente, os emendou, um a um,formando um pano muito vistoso eoriginal. Com esse pano sua mãe, que

j&â~

linda capa azul, da côr das águas do grande canal,quando refletem o céu sereno.

Eu irei fantasiado de Doge, com um mantovermelho.

Eu escolhi uma fantasia de Salteador daCalábria, com uma longa capa preta.- Pois eu irei fantasiado de Pastor, com ummanto verde, da côr das campinas, onde pastamos rebanhos.

— Eu me fantasiarei de Rei de Ouro, todo deamarelo brilhante.

Eu mandei fazer uma fantasia de Violeta,de setim roxo: disse uma modesta menina.

Eu irei de túnica branca, explicou um outro,fantasiado de "candidato à tribuna do povo" na an-tiga Roma, onde eles se vestiam assim para mostra-rem a pureza, a candidez, mesmo, de suas intenções...

Somente o menino pobre nada revelava quantoà sua fantasia, e quando, afinal, lhe perguntaramcomo pretendia êle se apresentar no baile, respondeusimplesmente:

-- Não irei ao baile porque meus pais são muitopobres; tenho outros irmãos pequeninos e não é

EUSTORGIO WAtfbERLEY

era habilidosa, lhe fez uma nova calça apertadinhae um jaléco curto, pois o pano nao dava para mais...No dia do baile êle vestiu sua fantasia, pôs umapequena máscara preta no rosto e foi à festa.Ninguém o reconheceu ao principio, embora lheachassem a fantasia original e linda.

Somente no meio do baile êle tirou a máscarae, reunindo seus colegas, lhes disse que desejavaagradecer a todos lhe haverem proporcionado a ale-gria de poder estar ali no meio deles, dansando.

Como assim? ! perguntaram, surprezos.E que, graças à vossa generosidade, dando-me,

cada um, pequeno retalho da fazenda da fantasiaque irieis vestir, pude emendá-los e fazer a fantasiacom que estou.

Todos acharam muita graça na lembrança dointeligente colega e na sua franqueza, elogiandoainda seus sentimentos de gratidão, e cada vez oestimaram mais.

Eis como diz a lenda que nasceu a fantasia deArlequim. Será uma "fantasia?..." Talvez...

FEVEREIRO—1944 O TICO T/CO

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mm.

Conto de REGINA MELILLO DESOUZA — Primeiro lugar no Concursode Contos Patrióticos d'0 TICO-TICO.Apresentado com o pseudônimo MARIA

LEOPOLDINA.

I^OI

numa clara manhã de sol. Num desses, dias festivos, em que r>^ céu, muito azul, se parece debruçar cheio de bondade por sobre os

seres e as coisas.¦ Pelas longas avenidas batidas de luz, o povo se comprimia nas cal-

çadas. à espera do desfile.Era festa nacional.Joãozinho. o filho do sapateiro, metido no seu terno remendado, tam-

bém ali estava, humilde, franzino, pequenino...Viera de longe, descendo penosamente o morro em que morava. Le-

vantára-se bem .cedo e se pusera a andar com um clarão de felicidade nosolhos tristes.

Gostava tanto de ver os soldados!E quando os via marchando ao toque alegre dos clarins e dos tam-

bores, que entusiasmo vibrava em seu peito!Êle se sentia crescer... Como «e fosse também, um daqueles homens

fortes, queimados de sol, um daqueles soldados do Brasil.E acompanhava fremindo de emoção, o ritmo dos tambores e os passos

dos soldados, descobrindo-se respeitoso quando, desfraldada ao vento, via

passar a bandeira nacional.E então, ficava largo tempo, a olhá-la, embevecido.Êle bem sabia que aquele pedaço de pano, representava a sua Pátria.

Era por isso que Joãozinho, emocionado, cantava na escola:

"Salve! Lindo pendão da esperança!Salve! Símbolo augusto da paz!Tua nobre presença, a lembrançaDa amada Pátria nos traz!..."

Quando era pequeno, lembrava-se bem, costumavadizer ao pai:

Quando eu crescer, hei de ser um soldado! E se fôr

preciso, quero dar o meu sangue pela Pátria!O pai, então, o tomava nos braços e dizia:

Pobre filho meu!Nada mais.. .

Joãozinho ficava intrigado. Mas foi crescendo, e com-

preendeu. Ele era corcunda, e os soldados devem ser ágeis,

fortes, musculosos, sem aquele horrível defeito físico queo desfigurava.

Lembrando-se disso, Joãozinho suspirou. Mas era tanta

a alegria que sentia naquele dia, que depressa tudo esqueceu.

Ao seu lado, um grupo de moleques comentava:Por que demoram tanto?!Sei lá!Quem sabe se vão por outra rua?...Não. Passam por aqui mesmo, — disse Joãozinho

timidamente.Tem certeza?Tenho. Papai leu nos jornais. . .

E entabolaram conversa.Gosto muito de vêr os soldados! E vocês?

Também. .. Mas, por que demoram?

Joãozinho achou graça em tanta ansiedade. Mas sorriu

intimamente pensando que êle também se sentia assim...

O TICO-TICO FEVERBÍO—líU

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Não devem demorar, Até aprontar tudo, custa, mesmo!E ofereceu aos meninos o seu pacote de amendoins.De repente, um toque de clarim ecoou, e os primeiros

soldados apareceram.Ei-los! Ali estão!... — disse Joãozinho. Até que

enfim!Sim... Lá vêem eles... Está com o estilingue, "Sar-

dento"?Joãozinho se voltou, admirado:

Você falou em estilingue? Para quê?Fale baixo! — resmungou o menino maior do grupo

Podem nos ouvir.Mas...

O "Sardento" cochichou qualquer coisa aos ouvidos doscompanheiros, que pareceram concordar.

Bem... — disse um deles. Você pode saber. For-mamos o nosso grupo, sabe?. . .

E explicou em voz baixa:Quem entra no nosso bando, precisa fazer qualquer

coisa de sensacional, para mostrar que é corajoso. . . Com-preende? O "Sardento" é ura novo candidato. . .

E então? — perguntou Joãozinho muito pálido.- Como é muito "prosa" e vive alardeando por ai quee capaz de, com uma estilingada. matar uma mosca no altode uma torre.. .

Eu não disse isso! — protestou o "Sardento". sor-

rindo.Mas tem vontade de dizer, hein?Digo que tenho boa pontaria. Nada mais.Pois vamos tirar a prova hoje mesmo. Quero ver.

Apostou comigo que é capaz de acertar uma pedra no páuda bandeira!Sou mesmo! Vocês verão! Com uma estilingada só.Mas você não pode fazer isso — protestou João-zinho, indignado.Por que? Não há perigo, seu bobo! Nós nos escon-

demos atraz daquela árvore. Com tanta gente, é difícil des-cobrir quem foi. E enquanto isso, disfarçadamente fugire-mos... Agora, disse zombeteiro, se você tem medo, e nãopossue boas pernas, afaste-se de nós.. .

Não! Não! Não permitirei. Vocês não sabem que abandeira representa a nossa Pátria?

Joãozinho quase caiu com o empurrão que levou. Masvoltou-se corajosamente:

Vocês não farão isso com a bandeira, diante de mim!Deixa de boSagem, corcundinha!. . .

Joãozinho avançou para eles.Não faça caso, "Sardento".

Com um pipa-rote. nós liquidaremos este freguês. Prepare o esti-lingue. Lá vem a bandeira... O moleque tirou do bolso o estilingue

e apanhou uma pedra do chão.Então o aleijadinho se atirou sobre êle

e arrancou-lhe o estilingue que atirou no bo-eiro da calçada!

Loucos de raiva, os moleques o encheram de socos eponta-pés, e o derrubaram no chão.

Joãozinho lutou. Lutou ferozmente, procurando aparar osgolpes que recebia. Mas era fraco e pequeno, diante deles.Pouco poderia fazer...

Populares apartaram os contendòres, enquanto um senhoridoso bradava, indignado:

Moleques! Deviam estar num reformatório! Não sabemrespeitar a bandeira que passa?!FEVERttKO—19AA

o rico

Desenhos de MIGUELJoãozinho estremeceu ao insulto, ipas não disse nada.

Quase não podia falar. Um fio de sangue lhe escorria daboca. Os moleques fugiram amedrontados.

Foi quando êle poude vêr, por entre o amontoado de curió-sos que contemplavam a cena, tremulando como uma promessade paz e de esperança, a bandeira brasileira que passava!

E então, uma grande alegria e uma grande doçura, in-vadiram-lhe o coração. Já não sentia as dores das pancadasque recebera. Só olhava para aquele sangue. . . Aquele sangueque lhe escorria da boca e manchava sua blusa de algodão.. .

E se levantou, tonto de alegria... Limpou oo terno surrado, que se sujara com a poeira da cal-cada. Apanhou seu chapéu, e lá se foi, como umpequeno herói, acompanhando os soldadosmil tambores.

E enquanto caminhava, seu coração ba-tia descompassado, como se fosse o rufarde mil tambores.

Êle não vestia farda,nem marchava pelas ave- •nidas ao som das cor-netac e dos clarins...Mas era, sim, umpequeno soldado quetivera a glória dedar, pela sua ban-deira, um poucodo seu san-gue...

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As aventuras de Tinoco, caçador de feras - Desenho de Th.

Tinoco tambem gosta de pregar peças aos seus ...vitima de suas pilhérias. Convidou-o para caçar E, de fato, logo que o inglês penetrou na ire» daamigos e, outro dia, escolheu mister Brown para... em um logar onde a caça sobrava. abundância, deparou com uma onça. Atirou,rápido,..

...na cabeça da bicha e foi procurar o corpo. O ...do animal abatidol Atirou logo depois em um. ...vei mai. assustado quando Tinoco lhe explicou que

inglês ficou espantadissimo quando não viu vestigios... enorme anta e nadai Mister Brown estava cada... o» tais an.m... eram d. borracha, che.o. de vento...

Guerra Paixão

Bendito sejas tu, Brasil ditoso !Bendita tua riqueza exuberante !Bendito o teu passado glorioso!Bendito o teu Cruzeiro cintilante !

Terra bendita, berço majestoso !Bendita Pátria, Brasil meu Gigante!Sob as bênçãos do Todo Poderoso,Marcharás para Glória, triunfante.

Teu nome no Universo decantado,No tempo e no futuro projetado,Perdurará no além... no infinito.

Num carro de triunfo carregado,Tu serás para sempre abençoado,Pafa sempre serás então Bendito.

^W'«-«_vN

ty.1*ví5 \ _*_^^^

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l.l_AY_ll_Olavo Bilac

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!Criança! não verás país nenhum como este!Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!A natureza, aqui, perpètuamente em festa,E' um seio de mãe a transbordar carinhos.Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!Vê que grande extensão de matas, onde impera,Fecunda e luminosa, a eterna primavera!Boa terra ! Jamais negou a quem trabalha0 pão que mata a fome, o teto que agasalha...Quem com o seu suor a fecunda e umedece,Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!Criança ! Não verás país nenhum como este:Imita na grandeza a terra em que nasceste!

o tico-t/co .E.E*-il*0—_-..

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fijjl Gavètinha do Saber ÊSÉ.

Chama-se iria o discode côr variável em. cujocentro está a pupila doolho.

XIX-! =XXi ¦

Proponha a um ami-go este problema : vo-cê poderá, tirando 1 de19, obter 20 ? Ele vai"espernear", achandoque você está maluco,ou com febre... Aí,você escreverá dezeno-ve em algarismos ro-manos, tirará o 1 domeio e ¦ ¦ ¦ obterá vinte.B quem ficará malucoserá êle ... De raiva,sabe f

•Para cortar ovos du-

ros em rodinhas finas,molha-se a faca emágua fria

Se, por descuido, cairum pouco de gordura,(graxa, azeite ou óleo)sobre a página de umlivro, deixando-o man-chado, é fácil remediaro danot pondo a folhamanchada entre doispedaços de papel mata-borrão (b'ranco) limpo,e passando sobre a decima um ferro de en-gomar, bem quente. Asubstância gordurosaficará impregnada no

O sangue, tão neces-sário à rida, está emcon ti nuo movimento.Partindo do coração,percorre todo o corpoe chega às extremida-des para voltar nova-mente ao coração, queo envia aos pulmões,de onde volta, oxigena-do, ao coração, outravez. Isso compõe achamada circulaçãosangüínea. *

•Os parasitas que ata-

cam as aves de gali-nheiro podem ser des-truidos pondo gêsso em

pó no chão. Besa sub-stância mata. os para-sitas e beneficia asaves.

_______ imata-borrão. Mas...convém ter cuidado,muito cuidado no ma-nejo do ferro quente,que é muito perigoso epôde causar queimadu-ras muito sérias. Omelhor é pedir a umapessoa grande para fa-zer a operação.

Ri ^mMíi^^_^Tn^___«__ií_____________.-"ll^nTJTO-V-.

mmWmw__S,/i'i i rir, i

".g..

O caso da familiaBach é único nos anaisda música, pois desdemelados do ano de 1500até 1845, todos os seuscomponentes forammúsicos de profissão,destacando-se especial-mente João Sebastião,nascido em 1685 e mor-to em 1780.

O sangue está pre-sente em nosso orga-nismo sob duas fór-mas : sangue arteriale sangue venoso. Oprimeiro é vermelhovivo e o segundo ver-melho escuro.

O colibri, ou beija-flor, além de ser umaave de adorno, pela ri-queza de cores de suaplumagem, é utilíssi-mo, pois destrói grandequantidade de insetosprejudiciais. Ê um erromuito espalhado, crerque esse pássaro se ali-menta somente do nec-tar das flores.

•Filomena é nome de

origem grega. Signi-fica : amada.

As flores não de-vem permanecer à noi-te nos dormitórios, poisrarefazem o ar e sãoprejudiciais para o sis-tema nervoso.

Nos ferros de engo-mar sempre fica aderi-do um pouco de amidoí goma ). Tira-se issocom uma vela de estea-rina passada no ferro,ainda morno.

Cosme é nome deorigem grega. Signi-fica adorno, beleza.

• •

t

O baço é uma visce-ra vascular situada nohipocôndrio esquerdo,atrás do diafragma.Suas funções consistemna destruição dos gló-bulos vermelhos muitovelhos, e dos micro-or-ganismos de enfermi-da des infecciosas, as-sim como os venenosque eles produzem.

•Para limpar bem os

vidros das janelas, nãohá melhor coisa queum pano úmido, no qualse tenham pingado gô-tas de te r e b e n t i n a(benzina) .

Podem - se afiar astesourinhas dando, comelas, cortes em papelde lixa não muitogrossa..

Mande que alguémcoloque 16 pontos emuma área quadriculadade 8 casas de lado ( co-mo na figura ) de ma-neira tal que em cadafileira, seja horizontal,seja vertical ou oblí-qua, não haja mais quedois pontos.

Seiá fácil fParece, mas não é ...Aqui mesmo está a

solução, para você vêrcomo fica.

. _.

___Kfc?"-— < ^^*'*A*'~~3Cs1m

A chamada "lupa",ou lente de aumento, secompõe de uma lenteconvergente, destinadaa fazer vêr os objetosmaiores do que são narealidade, afim de sepoder apreciar melhorseus detalhes. A lupaé muito usada pelos de-tetives, pelos nelojoei-ros, dentistas, gravado-res, etc.

•Pôr-se a correr quan-

do pegam fogo asroupas, é aumentar ofogo. O melhor, emtais casos, é lançar-seao solo e rolar por êle,ou envolver-se com umcobertor ou mantogrosso

•Não se devem deixar

os vasos de plantasmuito tempo expostosà luz direta do sol, poiso aquecimento dema-siado do barro prejudi-ca as raizes.

•Contra as picadas de

aranha, um bom reme-dio é a solução de 50gramas de amoníaco, 3gramos de colódio e0,5 gr. de ácido sallcí-lico. ( Meia grama )

•Nicomedes é nome de

origem grega. Signifi-ca : o que prepara aVitória .

Segundo um antigocostume, já em desuso,cada vez quo um pre-sidente dos EstadosUnidos finalizava seutempo de governo (oumandato) seus partida-rios e admiradores lheenviavam, como presen-te, um queijo de gran-de tamanho. O queijoque deram a ThomasJefferson chegou à Ca-sa Branca, residênciados presidentes norte-ame ricanos, cm umcarro puxado por 6 ca-valos brancos, e levan-do um letreiro, onde selia : "O queijo maiorda América para o ho-mem maior da Amé-rica."

•A esquadra com que

Pedro Alvares Cabraldescobriu o Brasil eraconstituída de 10 nausde três mastros, 2 ca-ravelas e uma barca demahtimentos.

•.

Vamos, Pedrito :se eu dividir uma folhade papel em quatropartes, que é que obte-nho ?

Quatro quartos.Muito bem I E sedividir a folha em 8 f

Oito oitavos.¦— Perfeitamente ! E

se dividir em 100 ?Obtêm... papel

picado !!

FEVEREIRO—1BU O TICO-TICO

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O JOGO deste mês:

O LEILÃO(EXPLICAÇÃO DO JOGO DA PÁGINA CENTRAL)

Cada jogador — tantos quan-tos quiserem — inicia o jogo com

100 fichas, que poderão ser mi-lhos. feijões etc. De começo,

põem-se em leilão as figuras, quesão cinco:

1) A hospedaria .2) O cavalo branco3) O sino4) O martelo

5) O sino e o martelo.

Um jogador será o leiloeiro e

tesoureiro. Com os fundos obti-

dos no leilão das figuras, forma-

se um Banco. Não é obrigatório

que cada jogador compre uma

carta, e se üm só quiser comprar

várias, pôde fazê-lo.

Quando o jogador tiver esgo-

tado suas fichas, é eliminado do

jogo.

\ QUELE que tem (arrema-tou) o cartão com a figu-

ra do "Cavalo Branco", inicia o

jogo, lançando os cinco dados de

uma vez, e recebe do Banco tan-

tas figuras quantos pontos tiver

feito nos dados. Mas se sair em

um dos dados uma das figuras,

o que possuir o cartão corres-

pondente receberá também do

Banco tantas fichas quantos os

pontos saídos. Si em uma só jo-

gada saírem duas ou mais figu-

ras, todos os donos de cartõçs se-

rão pagos dessa forma.

Assim, cada jogador irá fa-'

zendo sua jogada.Quando acontecer que um jo-

gador faça cair todas as casas

sem números (dos dados) enten-

de-se que saiu "Cavalo Branco" e

todos os jogadores pagarão umaficha ao Banco.

Se der "Cavalo Branco" euma figura, o possuidor do car-

tão correspondente à figura paga1 ficha ao banco e 1 ficha ao

dono do cartão "Cavalo Bran-

co".

Si fôr o possuidor do "Cavalo

Branco" quem, jogando, tirar"Cavalo Branco", receberá êle.

uma ficha de cada jogador.Assim se segue, até que o Ban-

co não tenha mais fichas, mas serestarem, por exemplo, duas, e

um jogador tirar 5, em vez de

receber as 2, terá que jogar aoBanco a diferença (3 fichas).

Isso quer dizer que só por nú-

mero exato se poderá arrecadar

as últimas fichas (jogando 5

quando o saldo fôr 5, por exem-

pio).

PAPAI!"NAO VEJO BEM AO

LONGE !"

NÃO DUVIDE DA AFIRMA-

ÇÃO DE SEU FILHO!

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7 ^J<$Qdiga

^qué eu lhe disse:-Uso e nao mudoJUVENTUDE

ALEXANDREPARA A BELLEZA DOSCABELLOS 6 CONTRACABELLOS BRANCOS

O TICO-TICO —li— PB7ERSIRO—1944

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PETRARCA, O POETA DIPLOMATAJA

contei a vocês que quandoDante foi abrigado a deixar suacidade natal muitos outros gui-

belinos tiveram a mesma sorte.Entre eles estava um tabelião cha-

mado Petrarca. Dois anos depoisnascia-lhe um filho que recebeu onome de Francisco.

Francisco Petrarca nasceu emArezzo, no dia 20 de julho de 1304.Com oito anos de idade, seu paimandou-o para Pisa onde devia es-tudar. Mais tarde foi para Montpelierpara aprender Direito. Lá chegando,porém, continuou os estudos literá-rios, ocupando-se com Vergilio e ou-tros autores antigos.

Sabendo disso, seu pai mandoubuscá-lo, queimou seus livros clássi-cos, castigando-o e entregando-o aJoão de Andréa, professor de Direitoem Bolonha, para onde mandou Pe-trarca.

Morrendo seu pai, Petrarca foiroubado de tudo quanto tinha, pelostutores, voltando para Avinhão.

Êle sabia muito bem o latim, agramática, a retórica ( a arte defalar bem), a teologia (ciência dareligião) e a literatura.

Aprendeu com facilidade o grego,

Aventuras . . . Audácias . .Gosta disso ? Pois leia : *"PEDRO, O PEQUENO

CORSÁRIO"

lendo os manuscritos que mandoubuscar em Atenas. Teve grandeinfluência sobre os estudos do seutempo e ocupou lugar de destaquenas lutas e questões políticas da suapátria, sendo encarregado de im-portantes missões como embaixador.

Discutiu com o Imperador, o Papae os príncipes da Itália os assuntosmais difíceis da diplomacia e dogoverno. Moço festejado por todose amigo dos grandes homensi doseu tempo, vivia o poeta uma vidafeliz em Avinhão, cidade onde sedeu um fato de grande importân-cia para a sua vida.

Foi em Avinhão que, a 6 de abrilde 1327, o poeta viu, pela primeiravez, uma jovem de nome Laura deNoves, por quem se apaixonou. Lau-ra, que Petrarca conheceu numa ce-rimònia religiosa na Igreja de SantaClara, teve muita influência na vidae na obra do poeta.

Laura, porém, era casada com Hu-go de Sade e Petrarca não podia

pensar em casar-se com ela. Ogrande italiano respeitou a sua ama-da Laurita, como a chamavam osparentes, conservando, porém, suapaixão até morrer.

Laura foi a inspiradora dos me-lhores poemas de Petrarca, que can-tou, em seus versos, sua beleza, suasvirtudes e o seu amor. m

Cantou-a com delicadeza e cari-nho, fazendo com que, até hoje, todaa humanidade a conheça.

Não podendo viver perto de Laura,Petrarca procurou distrair-se via-

jando para Paris, para as cidades dosul da França, na Flandres e naHolanda.

Escreveu belas poesias sobre cadauma das cidades, por que passou.Petrarca, que era conhecido em tô-das as grandes cidades da Europa,contava 36 anos de idade, quandofoi chamado a Roma para receber,no Capitólio, a coroa da glória, queo Senado dava como prêmio aosgrandes homens.

Depois de viajar muito, resolveuentrar para um convento, onde re-cebeu, no ano de 1348, a noticia damorte de Laura, que foi sepultadana Igreja de São Francisco, em Avi-nhão.

Tendo trabalhado muito para quea corte papal voltasse para Roma,o papa Bento XII nomeou-o prior,ou pároco, de uma cidadezinha pertode Pisa. Petrarca envelheceu rápi-damente, ficando com os cabelosbrancos muito cedo. Fugia de todos;gostava de passear nos campos e.subir as montanhas. Nunca tevevaidades, nem orgulho, a-pésar-de

• • •Não deixe de comprar

REPORTAGENS DE PITUSQUI-NHO" um livro diferente em

tudo.

receber grandes honras e ser tra-tado nobremente por todos.

Durante sua vida e suas viagens,reuniu uma grande biblioteca, queofereceu à república de Veneza, ai-guns anos antes de morrer.

Petrarca morreu com 70 anos, nodia 18 de julho do ano de 1374.Morreu em sua biblioteca, sentadoà sua mesa de trabalho, debruçadosobre o último volume que lera.

Deixou grandes poemas,, aprecia-dos pela sua beleza. A maior partede seus escritos foi feita numa pe-qüena casa que comprara em Vau-cluse, perto de Avinhão.

Sua poesia é cheia de sentimento,de sinceridade e de pensamentosnobres. Petrarca escreveu em latime em italiano. Fez inúmeros sonetose canções e muitos poemas, que fi-caram celebres. "Triunfos" é o títu-lo de uma coleção de poemas.

Todos os seus escritos líricos con-tribuiram para o Renascimentoitaliano.

Sempre inspirado em Laura, Pe-trarca foi um dos maiores poetas doseu tempo e da Humanidade.

ARIOSTO ESPINHEIRA

TOSSE?

\m\fW^f'C0DEIN01

NUNCA FALHA

PREFERIDO PELAS CRIANÇASPOR SER DE GOSTO AGRADA-

VELPREFERIDO PELOS MÉDICOSPOR SER DE EFEITO SEGUROPREFERIDO POR TODOS, POR

SER'O REMÉDIO QUEALIVIA, ACALMA E CURA

Infalível contra resfriados, asmae bronquites.

FEVEREIRO—!$/,!, —ti- O TICO-TICO

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ifPáginas Históricas de Decoração — Por Seth — N ° 17

n

AMÉRICAO primitivo ho-mem americano émuito antigo, se-gundo vestígiosfósseis estudadospor alguns sábios.

Antes dos euro-peus descobrirema América, já aguiviviam densas po-pulações indíge-nas, cuja origemnão está ainda de-vidamente esclare-cida. Pelo seu as-pecto físico tem-secomo mais aceita-vel gue hajam vin-do da Ásia peloNorte, e da Océa-nia, pelo Sul, atri-buindo-se mesmogue navegadoresf enícios, indús e chi-neses tenham fre-guentado as costasocidentais da Amé-rica.

O' certo, porém,é gue aguí flores-ceram, muito antesda vinda de Co-lombo, algumas ei-

vilizações já de ele-vado espírito, comoforam a dos Máiase- a dos Aztecas, aoSul da América doNorte, e o grandeimpério dos Incas,na América do Sul,na região do Peru.

Graças ao seunotável adianta-mento, podem ain-da hoje os povosmodernos admiraras criações de seuengenho e conhe-cimentos, nos mo-numentos gue eri-giram, no grande

número de escul-turas e objetos decerâmica gue dei-xaram.

Tais povos, gueos espanhóis aindaagui encontraram,industriosos e vi-vendo coletiva-mente sob govêr-nos organizados,já possuiam conhe-cimentos astronô-micos e se orien-tavam por um ca-lendário próprio.Tinham a sua reli-gião, a sua arte esua literatura.

Motivos de decoração:NA PARTE SUPERIOR DA PÁGINA, AO CENTRO, vemos uma escul.tura de origem máia, representando o Sol sob a fôrma de uma figurahumana. DE CADA LADO, figuras de adorad res.EM BAIXO, AO CENTRO, dois tipos característicos de indígenas daAmérica: o Pele Vermelha, do Norte e o Tupi do Sul. À ESQUERDA,vemos Guatemozlm, chefe e herói azteca, que preferiu ser torturadoe morto pelos espanhóis sobre u n leito e brazas, a revelar o escon-derijo de seus tesouros. E À DIREITA, o último Inca do Peru,Ataualpa, estrangulado na risão pelos espanhóis.EM BAIXO DE GUATEMOZIM E DE ATAUALPA, vemos sinais dsescrita máia, até hoje ainda não decifrados. AO CENTRO, uma em-barcação dos Vikings, navegadores r.órdicos e primeiros europeusque chegaram às costas orientais da América do Norte (século XI).EM BAIXO Cristovam Colombo, considerado o verdadeiro desço-bridor da América.FECHANDO A PÁGINA, À DIREITA um vaso em estilo marajoára,da cerâmica indígena da ilha de Marajó.

/ Vêr a pag. 15 [

O TICO-TICO —14— FEVEREIRO—1944

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AMERICA

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I T5_0_CHOQl5e.JA'AUtóUEt OUTRAI CASA .MAI NÂO HA'01NHH1GOPA5A

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anto sono aue nemPOSSO, PENSAS» N\_SOmlll/i.M\U' 4 A

AMANHÃ TEMO& £ViE NOS MUDAR. A NOITE.COMO HA-DE5ER, 1550,5_T1DlMME\PO,PA£,APAGAR A MUC__N<;_vJ?

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O LADRÃO J__'se FOI .ESTOUVJJL ,COM MAIS

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O LADRÃO ESTA' TOSSAHPOBEM A FRENTE V- CASAPAPA ONDE VAMOS NOS

MUDAR ...P__<_rA ,VIRAL.ATA.T^-TSK.

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0BPIG-ADO.SR LADRÃO, POR TEJR> "

FEITO DE GRAÇA A NO&SA MUDANÇA-

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A>

fmn > ' '•» "*c-* bMA, »/ .V6IVNum galho de roseira^tôpta em flores,Onde rutiíarn irisadas gotas,-Do sol,* que vem si a, aoá esplendores,Meiga ave/tuba entoa gres notas.Quadro sublime de inocente encanto!Feliz, a gorjear, quem lhe previraA desgraça tão próxima ? No entanto,Um gavião que do azul o canto ouvira,Qual a seta que cai, *os are/? fendeE a avezita nas garras arrebata. ..De novo para o azul, soberbo, ascende.Mas, de improviso, como andava à cataDe presa, uma águia o fere sorrateiraDe um golpe só, certeiro ao coração...¦Debate-se na angústia derradeiraE tomba morto, do alto, o gavião!Foi assim com justiça castigadoDe causar à avezinha a triste morte,E; lei do mundo: O mal que ó platinadoHa de sempre influir em nossa sorte.

Luiz Go-Jteaga Fleury

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_CÊS sabem com quem euestive falando hoje? pergun-tou Dona Isaura às meninas

atentas, interrompendo dessa íórmauma aula de história geral- E depoisde ajeitar os óculos com um gestorápido, ela mesma respondeu, ajun-tando: — Pois estive falando com oPadre Agostinho... Ele está organi-zando um leilão para o próximodomingo, depois da missa, cujarenda será tôdinha em benefício dafamília daquele carvoeiro... Vocêssouberam do caso?

— Eu soube, sim senhora! excla-mou logo uma das meninas.

Eu também! Eu também!exclamaram em coro, muitas outras.

Mas, como havia algumas quenão sabiam de que se tratava. DonaIsaura resumiu mais ou menos oacontecido:

Numa cabana situada lá pertoda igreja, morava um carvoeirocom a mulher e dois filhos. Viviampobremente mas eram felizes. Ohomem ia fazer carvão no mato paravender. E era disso que viviam.Infelizmente, no outro dia, elemachucou o pé quando estavatrabalhando, descuidou-se, deu otétano e morreu...

— Que é tétano, Dona Isaura?perguntou a Clarinda,que não podiaouvir uma palavra nova para elaque não interrompesse logo a mestrapara a devida explicação.

— O tétano, explicou a professora,pacientemente, é uma doençaterrível que se manifesta nas pessoasquando elas se machucam e des-cuidam da ferida... Por isso, quandovocês se machucarem, mesmo que,seja uma coisa insignificante, é bomdesinfetar logo o machucado, e, sefôr possivel, mostrá-lo imediatamentea um médico... Compreenderam?

Todas as meninas assentiram.A Clarinda não pareceu ficar detodo satisfeita com a explicação.Dona Isaura percebeu isso perfeita-mente, mas ela precisava acabar oassunto que estava tratando:

— Pois, como eu estava dizendo,o Padre Agostinho pensou em fazerum leilão de prendas em benefícioda viúva e dos filhos do carvoeiro,que ficaram na miséria... Êle jáarranjou muita coisa no Bazar paraser vendida: Copos, chícaras, jarros,vasos... Arranjou também algumasgalinhas, um peiú e até um- leitão 1Vai ser muito divertido o leilão!

§00

E o Padre Agostinho pensou que asmeninas do Grupo Escolar podiamtambém ajudar oferecendo prendaspara o leilão... Que é que vocêsacham ?

Ótimo! Ótimo 1 foi a exclama-ção geral.

Pois então, eu pensei oseguinte: O leilão será domingo...Ora, amanhã é quinta-feira, vocêsnão teem aula e podiam fazerqualquer coisa. Uma faz um sapati-nho de lã, outra arma uma almofada,outra borda um paninho, e assimpor diante... com boa vontade, vocêspodem trazer pronto, já na sexta-feira,cada qual uma coisinha paraarrumar na barraquinha do leilão...Vocês querem?

O "sim" da resposta parecia teruma porção de MM, tão geral êlefoi...

E na sexta-feira de manhã, o"bom-dia" a Dona Isaura era acom-panhado de um embrulhinho. Todasas meninas fizeram questão de levaruma prenda. Isto é, todas, não!A Joaninha entrou de cabeça baixa,soprou o seu "bomdiazinho" humildee foi sentar-se, aprumadinha, no seulogar.

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Conto de EDUARDO GROTA CARRETERO — Primeiro lugar noconcurso de Contos d'O Tico-Tico (gênero: para meninas) ¦—

Apresentado sob o pseudônimo. EDU'

Por toda a classe ouviu-se umsussurro que parou de-repente, voltoumais alto, tornou a parar, e por fimecoou já com palavras articuladas:

Ela "não" fez nada!Puxa! Nem um paninho bor-

dado!Que falta de sentimento!

Dona Isaura acabou com o sus-surro dando uma valente reguadana mesa. Depois de impor o silêncio,exclamou:

Eu não disse que era obriga-tório, disse?

Os olhos de Joaninha alcaram-separa Dona Isaura de um modo tãotriste que a velha mestra só entãopercebeu que, embora sem querer,havia sido muito bruta com a me-nina. Levantou-se aflita, foi atéperto dela, e, sem saber comodesculpar-se, afagou-lhe carinhosa-mente a mimosa cabecinha.

Dona Isaura, eu não tivetempo de fazer nada, balbuciou atímida Joaninha.

Está bem, minha filha...Eu também não tive tempo!

exclamou toda arrebitada a Lurdes,que era uma menina muito orgulhosa.— Fui a Petropolis com meu pai..--Mas, hoje de manhã fui ao armarinhoe comprei... É esse embrulho maiorde todos... Um bonito pano demesa...

Essa observação fez correr duaslágrimas compridas dos olhosde Joaninha. Dona Isaura ficouindignada:

—* Ora, Lurdes! Você poudecomprar! Aliás, você poderia tercomprado até coisa muito melhor!Mas, a Joaninha não poude! Ela épobre, compreende? Seus pais sãopaupérrimos...

Que é paupérrimo, DonaIsaura? interrompeu logo a Clarinda.

Mas, dessa vez, Dona Isauraestava muito amolada e não res-pondeu...

O leilão teve um êxito completo.Foi tudo muito bem vendido, prin-cipalmente os trabalhos das meninasque alcançaram preços inesperados.O Padre Agostinho, radiante, nãose cansava de agradecer a DonaIsaura:

Graças à senhora e às meninasdo Grupo Escolar, a pobre viúvanVtftElXO—1944

e os pobres órfãos vão ter com queviver bastante tempo...

E onde está ela? Não a vi!disse a professora.

Quem? A viúva? Ela nâopoude vir! Tanto assim que agoraeu vou à casa dela levar o dinheiroapurado. - -*¦-¦*._

Ela está doente? alarmou-seDona Isaura.

Bem! Está e não está! Eu,pelo menos, não considero doençaquando u'a mulher tem um bonitobébé...

Ela teve um bébé?Sim, Dona Isaura... Eu me

esqueci de lhe contar mais esse tristedetalhe... Perder o companheiro nasvésperas de ser mãe... Mas, enfim.Deus sabe o que faz!

Oh! Padre Agostinho! Mas,então, ela deve estar precisando de

auxilio... Vamos lá, vamosI Onde éa casa dela ? Onde é ?

E Dona Isaura arrastava o Padreque sem demora o guiou até acabana do carvoeiro falecido. Erauma casa muito pobre, de moveistoscos, mas muito limpa e arrumada.O chão de terra estava varrido etudo estava bem espanado. A viúva,sentada na cama, ornamentava opirralhinho. As outras duas criançasmais crescidas estavam almoçando.

É homem? perguntou DonaIsaura.

Sim, senhora, respondeu a mãe.'Mas, êle já está mamando?

Então não nasceu hoje?Não senhora, atalhou o Padre

Agostinho. Era isso que eu lhe quisdizer, mas a senhora não me deutempo. Nasceu na quinta-feira, nãofoi. Dona Maria?

(concilie em outra local tos Meti]

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o nco-Tico

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P55 ASSARAM-SE seis dias depois

^* da confissão de Simão Pedro,quando Jesus o chamou e com Tiagoe João galgou o monte para seentregar à oração.

Não diz o Evangelho qual forao monta escolhido por Jesus, masao que parece, fora o Thabor, umaakantilada montanha, perto deJenazareth.

Lá ch.gando os Apóstolos,vencidos peio cansaço, deitaram-seao solo e adormeceram. Jesus,

tanto afastado, entregára-se àoração.

Enquanto rezava, o rosto doNa7.ar.no mudara; uma expressãodivina irradiava-se do seu semblante,n as vestes, alvas como a neve,resplend-ciam como se tivessemreflexo* solares. Duas magestosasfiguras surgiram, a seu lado,revestidas cie h.c?so fulgor, ese entí.tiv. f-kús a falar_jôbre a sue _ o quanto teria

im, para leval-aao

iis ProfetasMoi_--.e do logarda sua 'h P°r ummjlr, livina para

A HISTÓRIA DE JESUSCONTADA ÀSJCRIANCAS

Adaptação deMons. Magaldi

(Continuação)

A Transfigurctcàocontemplar o Salvador. Nesse ínterimos Apóstolos, acordados, olhavamespantados para aquela cenasobrenatural que se lhes deparava.

Pedro, o mais arrebatado pelavisão maravilhosa, não sabendo cque dizer, fez a Jesus umd proposta."Mestre, bom é estarmos aqui;si queres, levantemos três tendas;uma para Ti, outra para Moisése uma outra para Elias..." _

Enquanto falava, uma nuvemos envolveu a todos e uma vozressoou no <?spa«

— "Este é p meu Filho bemamado, no qual eu tenho posto asminhas complacência..; escutai-o.

Era a voz solên que,mais uma vez,natureza divina de Jesus,resplendor momentâneo fora

reflexo da glória que o esperava noreino do céu.

Quando ressoara a voz de Deus,só a figura de Jesus resplendecia aosolhos extasiados dos Apóstolos. Osvultos dos dois antigos Profetas foramembaciados pelas nuvens, para quePedro, Tiago e João compreendessemque a Jesus se referiam as palavrasde Deus. Trêmulos de susto, elescaíram de joelhos, com os rostoscontra a terra, humilhando-se eadorando.

Mas Jesus, descendo, chegou-sea èies, levantou-os e falou-lhes cominfinita bondade.

Ao descer do monte, ordenou-lhesnão revelarem • a ninguém o queacontecera, antes que Êle ressurgisse.Queria, com isto, o Nazareno,evitar-o entusiasmo daqueles quedesejavam proclamá-lo Rei.

Esses Apóstolos assistiriam umdia ao sofrimento, à humilhação,

de Jesus e, então, poderiama quem duvidasse da

nc_u:«?za divina do Mestre, o queviram e o que ouviram sobre oMonte Tbabor: a sua transfiguração,

a glória, naquela hora inesque-(continua)

o rico r;c<. .«/£(?_*_—J«M

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iSs>IECS:o o mMO£) rsi BOLAO NOS PEGAR JOGANDOCOM A BOLA DELE, VAI TEQ. j

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Este interessan-te jogo estácompleto comas figuras quaaparecem nes-ta página. .

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JOGO DO

(Ver as regras do jogo em outro local deste número)

LEILÃOCCC-

M o t/co-tico

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«5FEVERflíO—JíW FEVEREIRO—ia*. O TICO-TICO

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Aventuras de Zé Macaco e Faustina

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___. ____P X ^*^^_ _i 1 I T' Pl ^jT

st fei eipt.cr. E logo ofrá$ do resposta,

a lindo! O noive um rapegãoll

. .cimento, a que o caiai ecmpeyeceu com

. qu* tinham... A noiva s* desmanchou

. O noivo '>stava 'radiante...

a surprera do casal Zé Macaco, quando

vos, agora [á mudados em marido e mulher,

rem enbora, forem buscar na Estação a sua

-¦ ücar morando aígun. m»ses «m caia dos

até parece que coiias, nco

FaUSTÍNA recebeu do interior, lá de SantoAntõo do Macuca, um convjtt para -ser madrinhado casamento d* uma antiga co'ega de escola, filhado tio da irmã da cunhada do um primo de umaconhecida da avó do padraito dela.

Ainav. como sabe ser, a senhora Macacorespondeu imediatamente, nâo só dizendo que aceitavacomo convidando os noivos para se virem casar no Rio.

"Aqui os casamentos são mais bonitos, e vocêsteam a nosia casa ás trd«ns" — escreveu ela. Mas eraum convitt só para eles ficarem em casa dela no diada cerimônia, notem btm.

Quando Zé Macaco soube do coisa, não gostou.Como sempre acontece que as novidades de Faustinadão maus resultados, êle já *em medo de tudo, de tudoo que elo imagina. E foi logo dizendo.

Isso não dá certo!! '

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HVEftUO—ISU

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NOSSA PE QU .]S§ ,'¦'i ¦ FieiNADARÁ se executar estes, como outros

brinquedos de armar que O Tico-Tico oferece aos seus leitores, oprincipal elemento com que é precisocontar é a paciência. Semesta, nadase consegue.

É preciso colar e esperar queseque bem para cortar. As vezes, atédeixar para só cortar no dia seguinte;se há o que colorir, é preciso fazê-losem afobação, esperando que as tintassequem, para não haver misturas.Paciência é virtude. Sem ela, nada seconsegue realizar.

Por isso se diz que a presÜa éinimiga da perfeição.

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cole-as em cartão.

Depo!;, em peda

..ortiça.abra com cuide

e.n Talhe conforme' 1

r^ECOPT^.cóie-as em cartão.

Dep peda-

rortiço.abra com cuidado

um' e.nralhe conforme'

..a a figura do

;BC) no qual s

enfiadas as alê*a$ Ae C.

• Depois, em uma bacia,

se DÕe a cortiça cuida-

dosamente, e a figura

ficará boiando.

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HVetElltO—1SU O TICO-TICO

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(mtkfiáWHBM E § POMO""-BB _____________ sA**}

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(DE UMA FÁBULA)IBIGINDO-SE para a feira, seguiam

numa carroça uma cabra, umcarneiro e um porco.

¦L/S dois primeiros.silenciosos;o último berrando com as guelasabertas ao máximo. Parecia mesmo

que o estavam a matar, o que não era o caso, pois ogordo animal ia comodamente deitado num fõlo molhode palba.

)S seus companheiros de viagem já estavam umpouco eniezados com o negócio, e o carneiro, não sepodendo conter por mais tempo, explodiu:

V OCÊ quer acabar com essa algazarra, ou serápreciso que eu lhe aplique umas marradinhas?

C^ ¦ !*__.' 3. A / mT ____k V V J\ LlS^Aíl KRRI7* ^ "7 / *___/ \ H ________ YVf ('¦) __k. fi^w=*>

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tosquiádo periodicamente, para fornecer coberto-res e vestuário de lã. Mas porco não se ordenhanem tosquia, e o que me espera é a faca, nomatadouro! Por isso, choro a minha triste sina.É destino meu, e dos de minha espécie, fornecerpresuntos, chouriços, salchichas e outros produtoscomestíveis. Não podemos esperar outra sorte.Por isso, deixem-me berrar, pois eada qual sabeas linhas com que se cose... E recomeçou aberradeira.

\J amigo não vê que D. Cabra vai silenciosa, apesar depertencer ao sexo feminino, e que eu mesmo mantenho a com-postura de um cavalheiro que se prezai?

UEM fala o são ao doente! Estais calmos porque nadatendes a recear, não havendo, pois, motivo para fazer o que euestou fazendo, e posso jurar que não è por gosto que irritoa garganta.

JjNTÀO porque berra? Explique ao menos, de uma vez,

interveio a Cabra. Nós vamos com o mesmo destino, para sermosvendidos na feira, o que é coisa muito comum.

OIM, D. Cabra, tem razão. Em chegandp ao mercado,alguém a comprará para dar leite, e o mais que lhe pode suceder!é ser ordenhada todos os dias; o nosso amigo carneiro será

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I

fl CAMPAINHA

0OVERNAVA

os destinos do grande reino de Melaniaum rei chamado Carrasclás II, soberano profunda-

¦ mente antipático.Era costume tradicional, no país, que ne dia dos

. anos do* monarca fosse concedida ao povo audiênciapública, e quem quisesse podia oferecer-lhe presentes. No càs*.de achar valioso, por qualquer motivo, o presente oferecido, oofertante receberia, por sua vez, uma dádiva, que tinha a li-herdade de escolheilLa vontade.

Garrasclás tinha uma filha, a princesa í.obustiana, e essaprincesa,- que era formosíssima, amava em segredo um pobretrovador ambulante, que tinha por elã, tambem, uma imensapaixão. ¦

Por isso, quando sucedeu que seu pai manifestou desejosque cia se casasse, a princesa Robustíana chorou copio- '

samente, porque o rei pretendia que seu marido haveria de sero rei árabe Ajilimóji ou o príncipe persa«Kalkómi. .

O rei exigia obediência à filha, porém nada conseguia.-. nem com ameaças. E assim corriam as coisas até que che-

gou o dia do aniversário do soberano, e houve, como era dehabito, a audiência pública para a oferta de presentes.

Carrasclás subiu ao seu trotio, colocado à porta do pa-lacio, e ao seu lado tom<<u assento a princesa, muito páli-da, pensando no seu .trovador.

Em frente ao trono se aglomerava a curiosa.pois era aquele um raro espetáculo a que todos queriampresenciar. —

O primeiro a chegar, trazendo um prcif-rtie foi om ho-meni do povo, que ofereccu.-lhe.uma caixa, contendo uma pe-ilra verde, de tamanho regular.

Minha pedra -. disse ao rei — «': um talismãque permite a cada um vêr sei» deleito*,

•ei, entusiasmado, perguntou: '•

E poderei vêr, tambeu.Não. Apenas aquele qíie fite o interior mis-

roprios defeitos — i a

ro .experimentar — acrescentou o monárc.

Logo, porém, que olhou o interior do talismã , viu lásua própria imagem refletida, mas ornada com duas ertor-mes orelhas de burro.

Estava quasi a deixar transparecer a cólera que o in-vadiu. mas lembrou-se de que os outros nada viram, e re-solveu ficar quieto, apenas dizendo:

Nada vejo aqui, por mais que olhe !E' que — explicou, a sorrir, o ofertante — natu-

ralmente Vossa Magestade não tem defeitos... Pois quantoa mim, sempre que olho,' me vejo sob fôrma de papagaio,porque o meu principal defeito é ser palrador.

Mandou o rei que lhe dessem mil moedas de ouro pelapedra misteriosa, conforme o homem pedira, e veio outroofertante.

Este outro trazia um'burrico pelo cabresto, e logo ex-plicou que aquele animal, que tambem era verde era o

"burro que vôa". Bastava que alguém, montando-o dissés-se estas palavras: "Vôa. volatis, caraba carabatis", para. » .3 anni pi* . •que o animal subisse o mais alto possível, atingindo distan-cias incríveis.

- Um murmúrio de incredulidade se levantou entre ospresentes e, ouvindo-o, disse o seu po_uido., que cia orei Ajilimóji disfarçado:

— Vejo que não sou acreditado! Pois v«.;u mostrar «piedisse a verdade, e peço. em troca de meu burro, a mau daprincesa Robustíana !

Agora subirei. Quando quizer descer, bastará que diga:"Catapum — chim — chim", três vezes seguidas, para queo burro me torne a depositar em terra.

Aconteceu, porém, que, enquanto o rei disfarçado <'\-plicava isto, o joven trovador chegou sem ser vido burro, e lhe tapou coins.rótopa uma das orelhas

Ajilimóji í-.ivri.g-ou o animal, disse as p. .v.nns «¦ " b ro coii^çou a dar corcóvos antes de subir. Apro-

.liando isso, o trovador lhe tapou com estopa a outra oTe-« com as duas completamente chi ias, absolutamente

.irdò. foi que o burro mágico sc* e'

,

L

O rei e seus subditos ficaram longo tempo k espera desua volta, mas tomo demorasse multo, mandou vir outro.

*Cá de baixo sc via o pobre Ajilimóji a sacudir os bra-

tos mas o burro, que níi«> ouvia, por causa da estopa, aspalavras mágicas, continuava a voai...

Veio então o terceiro. Era um homem baixinho e bar-rigvdo, e log...i a princesa reconheceu nele o principeKalkómi. .

Abrindo a bolsa, cie tirou uma pequena bola branca cexibindo-a, disse:

— Com esta bolinha piíde qualquer pessoa descobrir osmaiores tesouros t.a Tena. Basta diser-llie: — "Bolinha,

anda e mostra !" . ...«á-ló. «o chão. Scguindo-a, logo se che-gara onde haja um tesouro oculto.

ENCANTADATradução d® Galvão d _ Queiroz

— E que pedes por ela.' -— perguntou orei.

A mão da princesa K>.b<i_>*Uv.*'; —resposta.

- Vamos expét___tá-la — disse eoiipaciência o avaro Carrasclás*

O homem iV- _rou a boliiih. ¦-¦"¦• -' « _.a-..ção à í.£'5or. •, ¦_ '. •> i ;•'-.-alares.;

Abram . Abram ! — gritava .e, se.do perder a bola tle vista. Mas embora tjve-.se jessieiv.idatío, não nut.-.i que o trovador tinifía pegado.i bolinha. _ ;_ .!. tugúi havia solto u«r.a.outra.de ping-pong, de igual tamanho.

P«..t fim a bola parou o. por mais que ele gri-ti se av palavras mágicas, não-se moveu mais dolugar.

O r.*i mandou então que lhe dessem cem va-radas, para seu castigo, pois julgava ter sido vi-tinia de uma zombaria.

Então se apresentou o pequeno trovador aorei.

Trama na mão uma campainha e, ajoelhan-do-se a seus pés, disse:

— Magestade, permiti que vos ofereça estacampainha, e, se acaso vos agradar o meu presen-

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: .uiigestade pergunteé it _ í. Sc queiii a segui.¦.Lera.' mas se vos trair ¦

samento, a campainha soaria traição.

Um clarão de alegrif.blante do rei, que suspeitava dé algis«.us auxiliares.

Deixe-me lise. E, voltando-!. pjsru seuslou.

Cada um de rós aqueu vos interrogue. Que Dfiel, dentro de meu reino I

O primeiro a ser interrogado íol o Primeiro Ministro, quteve a calma para exclamar:

Magestade, acaso duvidais de minha lealdade?Responde se me és fiel — íol a resposta do rei.

E a campainha começou á tnear, b« imnmw k_*_í.k.Os outros ministros vieram e tiveram igual «arte, porque

conspiravam contra o rei e roubavam o povo. O snonarc».rando um por um e mandando castigá-los, e imediatamente ema,-no casamento de Robustíana com o mancebo.

Depois de casado, o trovador explicou, um dia, à princesa, osdo da campainha. Não tinha ela dom nenhum. Foi inverAcontecia que todo aquele que a pegava e tinhü a conclenciaIo de crime contra o rei, receiáva ser descoberto, e logo Sé- }'.tremulo que a campainha soava.

Quanto a*. . continuouduis anos ate .j,.e caúam das orelhas do animai o tiE i*,.ra comer, um seu pagem !hc atirava, com uni.'"•• * outra*. .Tiitas...

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OS GRANDES EPISÓDIOS DA NOSSA HISTORIA

0

domínio dos holandeses no norte do Brasillevou os pernambucanos à insurreição. Asmaiores figuras dessa admirável epopéia

foram Fernandes Vieira. Vidal de Negreiros, Fe-lipe Camarão. Henrique Dias e o general Barretode Menezs. Vários foram os episódios dessa lutagloriosa, destacando-se, dentre todas, as duas ba-talhas dos Guararapes, que tiveram decisiva in-fluência para a vitória dos rebeldes.

Os montes Guararapes ficam situados a centoe cincoenta quilômetros ao sul do Recife. "Eles sãotrês, separados por grutas e restos de matas, hojemesmo verdadeiras capoeiras".

A primeira batalha travou-se a 19 de Abril de1648, domingo de Pascoela. Comandava as forçasinsurrectas o general Francisco Barreto Menezes.Os holandeses eram comandados pelo general Si-gismundo Van Schkopp. Os pernambucanos divi-diam-se em vários setores, sob as ordens de JoãoFernandes Vieira, Henrique Dias, Felipe Ca-marão, Vidal Negreiros e Antônio Dias Cardoso.Os holandeses dispunham de 4.500 homens e osnossos não passavam de 2.200. A batalha atingiuproporções épicas Ambos os contendores se batiamcom arrojo e intrepidês.

Os pernambucanos, entretanto, atacaram comtal vigor o inimigo, que este acabou por debandarem confusão. O general holandês ficou ferido e•--'¦ 523 dos seus soldados. Ficaram mortos 470

As batalhas dos Gua-rarapes e a expulsão

dos HolandesesAMÉRICO PALHA

homens, inclusive 45 oficiais. Dos brasileiros mor-reram 84 e foram feridos 400. Ficámos com grandenúmero de munições, armas e bandeiras.

*

A

segunda batalha dos Guararapes foi ganha a19 de Fevereiro de 1649. Os holandeses ti-nham como comandante o coronel Brink, e os

brasileiros, Barreto Menezes. Sabendo que os ho-landeses haviam acampado ao pé dos referidosmontes, os rebeldes para lá partiram afim de lhesdar combate. 2.600 homens, dispostos e firmes,tomaram as necessárias posições no dia 18. A 19iniciou-se a furiosa luta, quando os holandeses ten-tavam escapar pelos desfiladeiros.

Ao serem atacados, os bátavos resistiram.Eram os cinco regimentos do capitão Tenberg. De-pois. desenrolou-se a ação. A nossa cavalaria rea-lizava prodígios. Os holandeses não puderam su-

portar o ímpeto dos nossos. Começaram a fugirpor todos os lados, numa tremenda confusão. Nin-

!

guém os podia mais conter. O inimigo foi total'mente destroçado. Nessa batalha memorável, foiferido o bravo Henrique Dias, chefe dos negros. Osholandeses perderam, entre mortos e prisioneiros,1.045 homens. Os nossos 45 mortos e 200 feridos.

, No local dessas batalhas, o general BarretoMenezes mandou erguer, em 1654, uma igreja queainda existe, dedicada à Nossa Senhora dos Pra-zeres, por ter sido ganha a primeira daquelaslutas no dia consagrado à referida invocação daMãe de Deus.

AS

duas batalhas dos Guararapes e todas as quese travaram durante a guerra contra os ho-landeses, servem de padrão para a mocidade

brasileira. Foi o espirito da raça que se mani-festou contra os invasores da nossa terra. E' umalição formidável do heroísmo da nossa gente, quenunca haverá dc permitir que os estrangeiros seapoderem de qualquer pedaço do nosso território.O Brasil, já naquele tempo, ainda colônia de Por-tugal, tinha a conciência da sua unidade espirituale política, que - não teríamos, como a temos hoje,se os pernambucanos não tivessem conseguidovencer e expulsar os holandeses.

tCnnclúe em outro local ds fvh*-'

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A NOITE, LA NO CEU c oD A

C _.Á G

U S Ã OI N A 5

"Ah! êle vem cego?" E desta vez acobra gargalhava...

Já as primeiras folhas começavam a des-prender-se; os animais a correr espavoridospara a mata; e os jacamins, lá na mar-gem, a voar em busca de esconderijo.

iCobra-Grande esqueceu seus maus inten-tos para com Jací, e só para contrariar oVento — seu maior inimigo porque sopra-va nas águas e a envolvia em tremendosredemoinhos — fez Jací montar nas suascostas escorregadias e deixou-a sã e salvana outra margem. Lá longe, do outro lado,crescia o zumbido: " Sou o Vvvento... oVvvvvento..." e passou, às cegas, devas-tadoi.

" Segue teu caminho, menina, disse aJací o feio réptil; e não me apareças mais,porque não poupo duas vezes minhas vi-timas... a-pesar-de que tu... tu tens umjeitinho que amansa até a Cobra Gran-de... Deve ser esse teu olhar tão puro...tão confiante... Continua assim e serásfeliz! Adeus!" e mergulhou no rio, desa-parecendo.

Jací sentou-se a uma pedra, tiritando, emurmurou, fitando o céu: " Tupan... Vo-vózinha... que fazer agora?... Inspirai-me!" Quando baixou os olhos, viu entreas moitas umas faíscas riscarem a trevade vez em quando, folhas mexerem nervo-samente, uns assobios tétricos, umas risa-das sardônicas..."Quem está aí?", perguntou entre teme-rosa e curiosa.

Um vultozinho saltou-lhe junto, traves-so, irrequieto, ironicamente risonho; tinhaos pés voltados para trás e trazia nasmãos uma espécie de gaita.

Eu!"Você, quem?"

O Curupira! — e soltou uma garga-lhada. N

"Deve ser você quem eu procuro" —falou Jací calmamente.

Heim? Não se assustou ao ouvir meunome ?

"Por que me assustaria? Quem mon-tou na Cobra Grande..."

Mas sabe o que dizem de mim osseus semelhantes? Que sou "um demônioda Floresta, que moro no ôco das sapo-pernas de onde saio à noite, macabro, es-palhando malefícios por onde passo..."

Seus olhinhos vivos piscavam e os pé-zinhos tortos batiam o chão.

Jací riu-se mostrando todos os dentinhos:" Quanta mentira contam por aí, Curu-pira! Se a gente fosse acreditai-... Você,um monstro ? Ah! Mas quando voltar doPalácio do Sol desfarei toda essa história.Contarei que você é um pequeno galhofei-ro, que gosta de brincar com os vagalumese espantar as pererécas... Para que acre-ditem, desenharei a sua figurinha ágil; fi-carão sabendo como você é simpático."

—Obrigada, menina; respondeu o Curu-pira comovido. Você falou em ir ao Pa-lácio do Sol? Como pretende chegar lá?

" Você vai me ensinar o caminho".O duendezinho piscou o olho: Esperta!

Como é que você sabe disso?"Eu pedi uma inspiração ao céu e

você me apareceu! Então, não está claro?

O Curupira parou, pela primeira vez, decabriolar, e falou com seriedade: " Vocêacaba de me dar uma grande lição, meni-na; uma lição de confiança! Está.bem; sóisso já paga o favor que lhe vou fazer."

PARA 0 CARNAVAL

Recortam-se num cartão um tantogrosso, duos ovais do tamanho dumacolher dc sopa; colocar na água até queestejam bem molhadas; meter como sefosse num inolde entre duas colheres e,com qualquer peso, fascr por que fiquemcurvas. Quando conseguir issp, deixarsecar bem ao ar. — mas não perto dofogo.

Mo melo de cada cartão abrir entãoum orifício, o suficiente para que o olharpossa ver e fazer em volta desses ori-ficios, um disco de côr _.« . negra, etc,que constituirão os olhos fingidos.

E' preciso entretanto sustentar as lu-netas; consegue-se facilmente prendai-do um arame na espessura dos doiscartões que se curva à maneira dumaluneta verdadeira, prendendo-a depoisno nari::.

O efeito que se obtém é já divertido;mas torna-se ainda mais divertido,quando se emprega uma côr diferentepara cada um dos dois olhos e tambémquando se descentraliza um dos discos— mas não o orificio central!

yW^p^^^A INSTRUÇÃOOA INFÂNCIAPOR MEIO DO

DESENHOLIVROS ÁLBUNS E CADERNOS

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DESENHO ETC.Xc&t&rJ ae oalà/oar* aINDUSTRIA do LIVRO LTPf

OU». _M CARIOCA 5 - - J*>6*<fall»«._ oe jANiio,

E tomando da, gaita, rodopiou nos cal-canhares, estridulou uns assobios, e, so-prando no instrumento, tirou dele umasnotinhas agudas. Cada som produzia umafaisca na noite, que se cristalizava numaestrelinha. Com elas o' geniozinho da fio-resta formou um carro e, fazendo subirnele Jací: " Agora, disse, você chegará aoPalácio do Sol sem mais atropelos. Suabondade venceu todos cs obstáculos. Adeus,linda menina. Somente, não se esqueça doque me prometeu: desfaça a má opiniãoque teem de mim os homens." E o carrojá ia longe quando Jací ainda ouviu: "Masnão desenhe-meus pés, sim? Só o busto!"E sumiu-se na noite o vaidoso, aos pulos, ,travesso, tocando gaita.

Foi pois, Jací, céu afora, no seu carrode estrelas até o Palácio do Sol. Veio-lheeste ao encontro, brilhante de luz, cobertode ouro, muito vermelho e chamejante,mas bondosamente acolhedor. •

Linda menina, que vens fazer aquiatravés de tantos riscos?

" Senhor Coaraci, vim pedir-lhe fogopara com ele me proteger na terra, en-quanto não vou para junto da.Vovózinhaque morreu".

Jací; tens sido uma boa menina. To-dos os dias, quando passo pela tua cabanavejo-te junto da tua avó, .sempre gentil eobediente. Sei que estás só agora. E querorecompensar-te. Ficarás no meu Palácio.Viverás feliz entre nós, aqui no firmamen-to. Farei de ti a Rainha da Noite... ir-radiarás uma luz suave, suave como teusolhos de criança. Queres ?

" Mas não verei mais meus amiguinhosque tanto me ajudaram e a quem tantoquero? Nunca mais voltarei à terra?"

Tu a iluminarás à noite, e deliciaráscom tua presença todas as criaturas...

Jací sorriu encantada, e, no mesmo ins-tante, a lua apareceu linda, vestida de

. prata, irradiando por toda parte sua luzpálida, evanescente, espalhando por tudoos eflúvios de sua pureza e serenidade...

Desde então o Vento prossegue na suacorrida louca. Disseram-lhe que "Jací andano céu e, quando pôde, ele arremessa asnuvens, doidamente^ umas de encontro àsoutras, na esperança de a atingir. Trovõesroncam, então. Relâmpagos ziguezagueiam,mas Jací vai seguindo, calma lá.na ampli-dão, serena, por cima das nuvens re-voltas...

O Sací-pererê já não faz mal a ninguémà noite; ergue para a lua a face que, ilu-minada, já não parece tão negra, e fica so-nhando com Jací.

A Cobra Grande, mal a lua desponta,deita-se à margem do rio e, agora mansa,vai revendo nos raios do luar o reflexo dosolhos daquela meninazinha que lhe deixoutanta saudade...

O Curupira, deslumbrado também, vivealegre e saltitante a olhar para o céu, es-quecido dos seus pés feios e retorcidos queo faziam tão infeliz e mau. porque inve-joso dos outros seres mais perfeitos.

E as criancinhas todas, quando vêem aluz da lua entrar pela janela iluminando-lhes os quartos róseos, sonham com anjosbons, c já não teem medo de dormir sozi-nhas...

"HISTÓRIAS MARAVILHOSAS"um lindo livro verdadeiramente

maravilhoso.

Procure conhecer"O TESOURO DE D. JOSÉ"um livro atraente e bonito.

Passe horas agradáveis lendo"ENTROU POR UMA PORTA ESAÍU POR OUTRA"...

FEVEREIRO—I94Í —SI- O TICO-TICO

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k_ji concirno ^fajRecebem-se as soluções até o dia 15 do mês se-

guinte. Cada concurso corresponde a 5 prêmios. Osleitores podem concorrer a todos e mandar juntastodas as soluções, mas só pôde o mesmo leitor serpremiado em um concurso de cada vez.

CONCURSO N.° 113 CONCURSO N.° 114 CONCURSO N.° 115

V °#

^\7V7m___f\

!L~ Iw 10 ¦ K\

Vamos ver quem sabe dlreitinhoas vozes dos animais ?

Aí estão elas, mas numa terrivelmiátura. Mandem-nas, pois, direi-tinhas...

O homem grunheO burro piaO cão balaO pintaínho zurraO pombo uivaO nenê relinchaO porco falaA ovelha ladraO leão pairaO lobo arrulhaO papagaio rugeO touro grasnaO cavalo vageA galinha miaO pato mugeO gato cacareja.

• • •

CHAVESVerticais

— Padre.— Armadilha para apanhar pás-

saros.— Nos dá o sol.— Boi pequeno.— Grito do leão.— Estampido.

10 — Nò chapéu.Horizontais

1 — Indispensável nas construções.— Ave que come carniça.— Verbo.— Filho do nosso avô. (invertido)— Homem.

11 — Descerra.12 — Artigo.

OTfi&fÒMENSÁRIO INFANTIL

Propriedade da B. A. "O MALHO"Rua Senador Dantas, 15 — (5.° andar)

Caixa Postal, 880 — Telefone, 22-07«RIO DE JANEIRO

Diretor: Antônio A. de Souza e SilvaPreço das assinaturas, remessa sob registo postal:

Para o Brasil e toda a América.Portugal e Espanha:12 meses Cr 9 u,fl0

8 '* " $ 13,00Número avulso " $ 2,00Publica-se no dia 1.° de cada mês.

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Esta figura está assim complicada,mas é fácil recompô-la e ver o queela representa. Basta destacar os doisquadrados que ai estão, um dentro dooutro, e fazer girar os dois de modoa reconstituirem a silhueta de um"amigo" muito conhecido.

Cola-se, depois, em folha de bloco,assina-se o nome, põe-se o endere-ço e remete-se a "Nossos Concursos"Redação d'0 TICO-TICO — Rua Se-nador Dantas, 15 - 5.° — Rio.

CONCURSO N.° 116Aqui estão 9 pedaços de um re-

trato muito simpático.Reunindo-os, você verá se é_sim-

pático ou não. Depoisde verificar isso, có-le-os em folha de blo-co, assine seu nome,ponha seu endereço,completinho e man-de-nos, assim endere-çado "Nossos Con-cursos" — Red. d'0TICO-TICO — Sena-dor Dantas, 15 - 5.°— Rio.

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mago, figado ou intestinos. Essas pílulas, além detônicas, sao indicadas nas dispepsias, dores de cabe-ça, moléstias do figado e prisão de ventre. Sfio umpoderoso digestivo e regularizador das funções gás-tro-intestinais.

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£&noftot

concür<o§m*iW >Ml-i

A publicação dos nomes dos premiados é feitaduas edições após. Os prêmios são livros e são re-metidos pelo Correio, sendo preciso virem os no-mes e endereço completos.

CONCORRENTES PREMIADOS NOS CONCURSOS DE DEZEMBRO

NO CONCURSO N.° 105 NO CONCURSO N.° 107

Cid Guimarães — ma Clélia, 1136São Paulo (Estado de S. Paulo) .

Eunice Conceição Gehrke — ruaVise. de Nacar, 219 — Curitiba (Esta-do do Paraná) .

Lêdinha Pessoa — Estrada Real deSanta Cruz, 363 — Realengo (D. F.)-.

-Flavius Vinícius Araujo — rua Mar-cilio Dias, 1445 — Bagé (Estado doRio G. do Sul) .

Angela Maria Travassos- — R. Pre-fessor Gabizo', 118 — casa 7 — Tjjuca

Rio.

NO CONCURSO N.° 106

Antônio Sérgio Nems — Rua Barãodo Cerro Largo, 83 — Porto Alegre(Rio G. do Sul) .

Odila Gonçalves — Marquês deAbrantes, 3 — 1.° — Rio.

Maria Lia Marcondes de Moura —Rua Teodoro Sampaio, 517 — S. Pau-Io (E. S. Paulo) .

Carlinhos Gondim — Av. Rio Bran-co, 151 (Photo Gondim) — 2.° andar

Rio.Zuleika A. SanfAna — rua Garcia

Redondo, 77 — Meier — Rio.

Augusto Luiz P. de Lima — rua B_-jamim Ccnstant, 979 — Juiz de Fora

(Estado de Minas) .Tertzza Gomes da Silva — rua Ca-

pitão Jesus, 43 — casa 11 — Rio:Solcn F. SanfAna — R. Guilherme

Alves, 1617 — Porto Alegre — (R, G.do Sul).

Necipn Uspiensky — rua Santa Efi-gênia, 595 — São Paulo — (E. de SãoPaulo) .

Leda de M ura — Rua Itaquerí, 221S. Paulo (E. de S. Paulo) .

NO CONCURSO N.° 108

Zenita Amaral — rua José Bonifa-cio, 108 — Sorocaba — (S. Paulo) .

Olímpio A. Machado Júnior — ruaOlsgario Maciel, s/n — Resplendor —(Minas Gerais) .

José Monkarzel — Vargem GrandeEstado de São Paulo — (S. P.).

José Deodoro Capocchi — rua 24 deMaio, 128 — S. Paulo.

AlpAm Ribeiro d'Areãe Filho —-(a/c. Sr. José Clímaco) Ponte Nova —(Minas Gerais).

O prêmio destemês

Todos os coiyiorrer-tes cujos nomesaparecem na relação acima foramcontemplados, no sorteio, com umexemplar do livro infantil "REPOR-TAGEM DE PITUSQUINHO", de Gal-vão de Queiroz, edição da BibliotecaInfantil d'0 Tico-Tico, com ilustra-ções a cores de autoria de Miguel,um dos mais interessantes e originaisde todos os livros aparecidos recente-mente.

Cada exemplar custa Cr$ 6,00. Osprêmios serão remetidos pelo Correio.

PARA PASSAR 0 UMPOConforme a nota publicada na edi-

cão de Janeiro, por motivo de forçamaior, tivemos que adiar para estenúmero as soluções dos problemasque oferecemos seb o título "ParaPassar o Tempo", à página 35 daquelaedição.

São os seguintes:DO TRECHO ENIGMÁTICO:

"Se alguém te dissei* que poderá'progredir por outro processo quenão seja o da instrução, o trabalhoet a economia, desconfia e> foge dessealguém. Um bom exemplo é o melhor

. sermão.Divido complicada Faça Isto :

Conta-se que a origem do violãoprende-se à lenda de Hercules. Pas-seava êle pelas margens do Nilo etropeçou num casco ãe tartaruga, ãoqual partiu um som que lhe agradou.Apanhou-o e como ainda tinha ai-gusns- tenãões ãistendidos, fê-los vi-braft à guisa ãe cordas.

-_¦ ' fal£J9[l2|l4T4Õ•^]-ts- V-^* lJE___•""X» 15 TB!/ T1 56

l!/\t 16 16 ZpiS __^\* ___i]flÉ_

Histórias bonitas ?Histórias curiosas ?

HISTÓRIAS DE PAI JOÃO"

SOLUÇÕES EXATAS DOS CON-CURSOS DE DEZEMBRO

DOCON-CURSON.° 105 :

DO CONCURSO N.° 106:

^S__c**^C"^5_H

DIÂM ETRODO CONCURSO N.° 107:"Tinha, dentro dos sapatos

os pés..."

DO CONCURSO N.° 108:1 — escudo — 2 — Narciso3 — espada — 4 — Marta5 — Lúcio ou Delfim.

M>' NAO FALHA ^

FAZ DOS FRACOS FORTESINFALÍVEL NOS CASOS DEESGOTAMENTOANEMIADEBILIDADE NERVOSAINSONIA

FALTA DE APETITEE OUTROS SINTOMAS DEFRAQUEZA ORGÂNICA DECRIANÇAS E DE ADULTOS.

PB7BRBIR0—1944 —SS- O TICO-TICO

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A MENINA QUE«NÃO» FEZ NADA

(Conclusão da pág. 19)

—Foi sim, senhor padre...—Pois é . . Esse «barãozinho» jáconia com a boniia idade de írêsdias... Esíá íicando velho!

Nesse momento entrou uma me-nina com um prato fumegante.

—Olhe o seu caldo, Dona Maria...Ouvindo aquela vozjnha tímida,

a professora voltou-se vivamente:—Ué! E você, Joaninha?—Sim senhora...—Joaninha, não senhora! — cor-

rigiu o Padre Agostinho," que es-íava muito alegre. — É a «Dona»Joaninha, faça-me o favor! E' umamulherzinha valente e decidida...Que o diga a dona Maria...

— Ah! minha senhora! exclamouesta, deitando o filhinho adorme-cido, Essa menina é um anjo! Elave.io aqui de manhã na quinta feiratrazer um pedaço de bolo para osmeus garotos. Achou-me passandomal... Não se afobou... Foi chamaro padre Agostinho... E enquantoeste tratava de vêr o médico, elatomou conta da casa... Varreu, es-panou, fez a comida das crianças,ferveu agua para o doutor e atélavou a roupa suja toda! Fez tudotão bem, tão naturalmente. . E mes-mo uma valente mulherzinha!

1— Então, então ..—gaguejou DonaIsaura. — Então a Joaninha passoua quinta feira toda aqui, ajudandoa senhora?

—Ajudando, não senhora! Traba-lhando para mim! Ficou o dia intei-rinholE tem vindo todas as ma-nhãs, antes de ir para a escoia, afimde arrumar minha casa e acender ofogo... Não sei como lhe podereipagar!

O padre Agostinho brincavacom a Joaninha, chamando-a de«Exma. Sra. Dona». A menina, muitoperturbada com a presença da pro-tessora, botava a mesinha pertoda cama para Dona Maria tomar ocaldo. E Dona Isaura começou asentir uma anciedade louca paraque chegasse bem depressa a horada aula no dia seguinte... SantoDeus! Que faria ela? Teria que fa-zer qualquer coisa! Ah! Já sabia!A Laura teria que escrever cem ve-zes essa frase: «Ela não fez nada?Fez sim...». A Rute escreveria cemvezes: «Fez muito mais que um pa-ninho bordado». A Elza escreveriaduzentas vezes: «Que falta de sen-timento! Deus me perdoe! » E aLourdes ? A Lourdes faria uma com-

CARNAVALDE CACHORROS

OS GRANDESEPISÓDIOS...

r- -* -¦ * ¦¦" - ¦¦¦¦•—¦ - .* ¦ ¦ .a*-. — .- —

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.... ..—- *— i ¦

EXTRANHARAM-SE

(Conclusão da pág. 30)

a~\ S nomes dos bravos dos Guararapes**' não devem ser esquecidos: Gene-rai Francisco Barreto Menezes; Mes-tre de Campo João Fernandes Vieira;Mestre de Campi André Vidal de Ne-greiros; Governador dos Indios, D. An-tonio Felipe Camarão; Governador dosNegros, Henrique Dias.

São esses nomes que a JuventudeBrasileira deve sempre cultuar religiosa-mente, porque eles constituem a grandecoluna da nossa soberania e exprimiuos primeiros ímpetos da liberdade danossa terra.

ff^EPOIS das batalhas dos Guararapes,***** outros encontros se seguiram en-tre brasileiros e holandeses. Todos, po-rém, de segunda importância. Houvetambém numerosos dias de tréguas.Mas os invasores viram que seria inútilresistir. E a 23 de Janeiro de 1654, re-solveram ca itular. As negociações re-alizaram-se na histórica Campina doTabórda. A 26 foi a ata assinada. OsHolandeses entregaram totalmente osterritórios ocupados, Paraíba, Ceará, RioGrande dá Norte e as Ilhas de Itamaracáe Fernando de Noronha. O dia 27 foio da restauração. Os pernambucanostendo à frente, a cavalo, o General Bar-reto Menezes, entraram solenementeno Recife. Foram recebidos pelo Ge-neral Van Schkopp a pé, e seus aju-dantes de ordens. Realizou-se então ocerimonial] da"entrega das chaves da ei-dade e todo o material de Guerra. Osvencidos foram tratados com todas ashonras militares. Não houve violências,nem desacatos. Depois de tudo issO, osholandeses se retiraram com todas asgarantias, para fora do Brasil. Do domi-nio holandês em nosso país aindai estam, no norte, vestigios fortes, comofortalezas, igrejas e prédios que teematravessado os séculos.

AMÉRICO PALHA

posição sobre esse íêma: «Maldadee Injustiça». E ela? Sim, ela tambemteria sua penitência. Faria um dis-curso exaltando a bondade, essabondade espontânea, escondida,humilde até, muito mais agradávelaos pobres e infelizes, do que essaaparatosa caridade, mais ostentaçãodo que bondade, mais hipocrisiado que sentimento filantrópico... -E será que ela teria de explicar àClarinda o que é «filantrópico »?

O TICO-TICO FBVERBIRO—1W4

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FEVEREIRO—1944 O TICO T/CO

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HHHBB-^A^VINGANÇA DA LUA^"f Por J. CARLOS

HP51K. ( /^S^\\ _át y^h

ç—J "^_fe^_üa Ir"Há meninos que gostam defazer caretas para tudo. Sãocareteiros como macacos. Lam-

parina tem essa feiamania. Até para...

^r&

... a lua, lá no céu, Lam-parina faz caretas. Mas,por isso mesmo, uma vezlevou um castigo formi-davel! Imaginem que. ànoite, a negrinhã trepouno muro e começou acaretear para a lua, quebrilhava lã em cima.

Aí, a lua não teve duvida: passou a mão pelo céu, raspou uma porção de estrelaspontudas, e zás! sacudiu um punhadão delas em cima de Lamparina. A negrinhã cor-reu e as estrêlas,com as suas pontas finas, se foram enterrando nas costas da fugitiva.Lamparina não contava com aquilo. Ficou parecendo ouriço-caixeiro, toda espinhosa.Quanto mais corria, mais as estréias enterravam. E os garotos da rua, vendo aquilo,davam gargalhadas, e gritavam: — Porco-espinho ! Porco-espinho ! E' nisso que dáa gente ser careteira. Nem a própria lua, tão calma e tão boa, gosta de caretas.

Não deixe de ler "A GUERRA DOS ANIMAIS Formidável!

36 O TICO-TICO FEVEREIRO—I0U

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**********B»aa»a»*aMw»*mamaw»»m»Mwamtm»»*r'»»ata*Ma*»wa»awÊ»»l&t^immaw*am»aw*»»a»w»*»^

FEVEREIRO—1944 O TiCO-T/CO

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vcce som?

> apanha as moscas com V«___^^ ralimenta projetando sua _J—-^ I

na. cjue mede 15 centime ^ÊKTjM\ _o elas presas à lingua (Wl 1^-^ °

?¦'•fT ""^

T Pata\ * "°,.._,. BíéK mW ventre do que nas outras partes dodum l.qu.do v.scoso que W^ corp0( e devido a isso é quefCajndo

ile orgao contém. l^^^^^^Ê de *lua,cluer altura, vai bater sempre/ ^ S><^_^ _^ com as patas no chão, sem se ma-

C/7 Cs \»^. / ^N-^S* ° Cisne possue grande

~~^*"- %=y—•^4\l\l[/^'

I ^\ ^^ força e agressividade, po-

gfc jp X. ) dendo lutar com um ho- \ A sa|amandra étão friae úmida¦k. ÃByL^ZT^ m»m c nti „„„,- i„ ao tat0 fl"6 se lhe atribuiu a¦^ TfFrOiJt>C3* —~zl mem e ate vence lo. , .

^^ 7\. 7y\ propriedade de passar pelo^^^_____ V^y*~-^/ ^J __ 'ogo sem se queimar.

X.O veneno da cascavel é cinco ve-zes mais ativo que o de qualquer

outra serpente.

A cobra de vidro quebra-se com grandefacilidade. Basta apanhá-la pelacauda para que se divida em duas.escapando. Tempos depois, a cauda

é regenerada.

38 o nco-T/co FEVEREIRO—19U

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Uv.Ln_J—HJ-J(_

^zjy

VOU MEI FAZER PINTOR ,MEÜ PAI DRlAGUE QUANDO EU ERA PEQUENO PlNTA'VA BOAS AQUARELAS NOS LENÇÓIS. •

iQ].

^Ç%^V3jf^\\

VOU PlNTAC ESTE LINDO SOU* PORQUtsera' que nenhum pintor auetz.PINTAR O SOL 7

SUL fyyl ^us~y^p^^-I_xy

CHI. E'TAO VERDADEIRO ESTE50L QUE PINTEI,QUE ESTA7 p-ME QüElMANPO

E" DEMAIS ! QUE CALO.. ! V/OuPINTAR. AUfiUNAS NUVENSPARA COBRlR. O SOL. ;> '-7- -—JZ—

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O TICO-TICO-

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^^^^ - -m*am—^

Depois de colar em boa cartolina, recortam-se as peças que compõem a máscara.Si quizer fazer coisa mais forte, cole em morim a parte maior da face. Fazem-seas aberturas circulares dos olhos, com todo o cuidado.As orelhas são unidas à face por meio de um barbante com um nó reforçadode cada lado. O modelo é bem claro, sobre como proceder. A peça que formao nariz é colada pelo' lado de dentro da máscara, por aquelas duas aletasbrancas.Deixe secar bem, antes de usar. Para prender no rosto, use um elástico finoque será preso na parte que fica reforçada pela junção das cartolinas da más-cara e das orelhas.

. O TICO-TICO FEVEREIRO—Í9U

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A Guatemala tem2.000.000 de habitais-tes e 135.500 quilo-metros quadrados de

território.

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Escudo de armas nacionais.

Fatio da Universidade de San Carlos, emAntigua, que é uma das mais velhas insii-

tuições de ensino. superior no continenteamericano.

Trabalhando em um campo de "chi-clets", ou goma de mascar, impor-tante produto gruatemalense.

/^^ eUATGMALA ^^

Contorno do mapa da Guatemala,7 assinalada a posição da capital do

pais.

(VER O TEXTO A PAGINA SEGUINTE)

II República de Guatemala // iej!f ( ^^c^r**' *lf__\ VAM* \\

I-IUlO

FEVEREIRO—19UO TICO-TICO it

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GUATEMALA_____________

DESENHOS de MIGUELTexto de GALVÃO de QUEIROZ

A república de Guate-mala ííca situada na AméricaCentral.E' um pequeno país através-sado ao sul por altas monta-nhas que bordam o paci-fico, que banha a sua costa meri-dional, e sua parte central é ocupadapor plaíós percorridos por serrasvulcânicas, "alguns

picos dos quaisatingem de 3.500 a 4.000 metros dealtura.Seus nos principais sãooMoíagua, Po-lochie, que vão ter ao golfo de Hon-duras, e o Usumaciníe, que só pertenceà Quaíemala pelos seus aílueníes.Conta com alguns lagos, como oDulce, ou de Isabal, Peten e Afiliam.A Guatemala, outrorá,' formou como Estado de Chiapa, no México es-panhol, uma capitania geral. Separou-se do México em 1823, tornando-seindependente para entrar na Federa-

*c? \. «*»»_• IINAÇÕES

AMERICANAS(Continuação da pág. anterior)

ção dos Estados Unidosda América Central quese dissolveu em 1840. Daípara cá passou a seruma república auíôno-ma, governada por umpresidente eleito porquatro ou seis anos, eum congresso.

A República da Guatemala estádividida em Departamentos, divi-são que corresponde à de Estados,adotada pelo Brasil.No quadro abaixo aparecem as prin-ei pais produções naturais da Gua-temala.Durante muito iempo seu principalproduto foi a cochonilha, mas desdeque se começou a extração de co-lorantes do carvão de pedra, essaprodução foi reduzida.L ^senvolveu-se então, a de Café, emseu lugar, a de cacáo, anil, algo-dão etc.

Z I NCO

CTtoÃTbO 7cAF E ' ^^M ADEIRAS COUROS

CHICLES ÓLEOS VEGETAIS

w o r/co-nco FEVEREIÍO—10U

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AVENTURAS DE CHIQUINHOHf^

Chiquinho, chegado o fim do ano, estudou comaiinco, para passar nos exames. Durante o períodoescolar êle teve as suas traressuras. é certo, masnunca esqueceu que o primeiro dever de um bommenino é estar em dia com ai suas matériasescolares, e iez um bonito, passou em todas elas,merecendo elogios de seus mestres e seus pais.

Acabados os exames, deu uma arrumaçãonos seus papeis, iez uma fogueira com tudoquanto era papel lnútiL arrumou gavetas,limpouarmários, e iez muito bem. pois essas são mesmoocupações aconselháveis para a época dasférias, em que a gente tem tempo de sobra, quenão deve empregar apenas em passear e flanar.

Tendo ganho um presente de seu* pais, um chiquenem sabemos de quantos cruzeiros, para compraro que mais lhe agradasse, o nosso herói reuniu oscompanheiros e decidiu que iria comprar livros bonse bonitos livros, idéia que loi logo aprovada porLili. mas que Benjamim achou que era um tantoexquisita...

™mrai]|—i ií

Não demorou em pôr a idéia em ação, Foi o uma Urraria, e começou a pedir livrosexigindo bons Urro», Instrutivos, alegres, sadios. O Livreiro, Seu Orcádesestava contente, vendo a animação d* Chiquinho. E rendeu o que haviade melhor. O resultado íol que até o Benjamim,* até o Jagunço, se interessarampelas histórias dos livros comprados. Até o papai e a mamãe gostaramdos Urros. E haria um deles, então, que era o encanto de todos... QueUrra interessante! Que maravilhai

Os companheiros de Chiquinho sentiram a sua ialta, para peraltlces, e o nossoamigo então contou que estava muito interessado na leitura do melhor Urro do ano.Eles quiseram saber qual era e Chiquinho sentenciou, sabendo bem que dizia uma grandererdade: O melhor e mais bem ieito Uvra de ano, para crianças, é "A Guerra aos Animais" 1

Não demorou muito, e todos os amigos do nosso herói foram também comprar omaravilhoso livro E todo* concordaram com êle. O Urro era, realmente, um colosso!

GRAFICA PIMENTA DE MELLO-RIO