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PP10 - Cartaz CORES DA CULTURA E DA RAÇA ALEXANDRE VOLPONI GADIOLI ORIENTADOR: GUSTAVO COUTINHO BRITO RESUMO O cartaz, criado pela Agência Experimental Integrada, faz parte da divulgação do evento anual que ocorre no Centro Universitário FAESA (Vitória, Espírito Santo) e aborda a temática da Consciência Negra. Com base nas cores elementos referentes à cultura africana/capixaba, buscou-se exaltar na peça suas origens e capturar a atenção da população para o evento por meio de ilustrações. Assim, com uma “estampa” preenchida com recursos imagéticos baseados na lei de segregação da Gestalt, um perfil com traços afrodescendentes compõe o elemento chave do cartaz. Tendo como orientação conceitos como briefing, esboço, cultura e semiótica, esse material elenca diversos aspectos que formam os costumes locais, a fim de promover o evento acadêmico. INTRODUÇÃO O cartaz foi elaborado como peça central da comunicação visual que divulgou o evento “2ª Semana da Consciência Negra FAESA - Cores da Cultura e da Raça”. Nos procedimentos iniciais da criação do cartaz, a pedido do coordenador do evento, foi solicitada a criação de uma campanha que chamasse a atenção do público para as palestras, oficinas e apresentações que ocorreriam no espaço da instituição e que fizesse alusão à temática que seria abordada em todos os acontecimentos.

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PP10 - Cartaz

CORES DA CULTURA E DA RAÇAALEXANDRE VOLPONI GADIOLI

ORIENTADOR: GUSTAVO COUTINHO BRITO

RESUMO

O cartaz, criado pela Agência Experimental Integrada, faz parte da divulgação do evento anual que ocorre no Centro Universitário FAESA (Vitória, Espírito Santo) e aborda a temática da Consciência Negra. Com base nas cores elementos referentes à cultura africana/capixaba, buscou-se exaltar na peça suas origens e capturar a atenção da população para o evento por meio de ilustrações. Assim, com uma “estampa” preenchida com recursos imagéticos baseados na lei de segregação da Gestalt, um perfil com traços afrodescendentes compõe o elemento chave do cartaz. Tendo como orientação conceitos como briefing, esboço, cultura e semiótica, esse material elenca diversos aspectos que formam os costumes locais, a fim de promover o evento acadêmico.

INTRODUÇÃO

O cartaz foi elaborado como peça central da comunicação visual que divulgou o evento “2ª Semana da Consciência Negra FAESA - Cores da Cultura e da Raça”. Nos procedimentos iniciais da criação do cartaz, a pedido do coordenador do evento, foi solicitada a criação de uma campanha que chamasse a atenção do público para as palestras, oficinas e apresentações que ocorreriam no espaço da instituição e que fizesse alusão à temática que seria abordada em todos os acontecimentos.

Com isso, optamos pela utilização de elementos comumente relacionados à cultura africana e por uma paleta de cores específica para a formação de uma imagem que conduzisse à curiosidade da leitura das informações na parte inferior, bem como possibilitasse gerar associações e sensações em relação ao repertório dos elementos culturais locais. Essa última característica apoiou-se nos quesitos defendidos pela Teoria da Tradução Intersemiótica, uma vez que se entende a tradução como a produção e passagem de um conjunto de signos a/em relação outro (PLAZA, 2003), assim como aspectos da cultura oral que foram transmitidos a objetos, hábitos e, como na produção do cartaz, à ilustrações.

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Sendo refinados após reuniões com o responsável pelo evento e apresentações de esboços, os elementos do anúncio impresso passam a ser perpetuados nas demais peças de divulgação da campanha, possibilitando, assim, a atuação em diversos ambientes, como para as mídias sociais, sem perder o objetivo de comunicação – como defendido por Hoff (2004).

OBJETIVO

A divulgação do evento “2ª Semana da Consciência Negra”, de forma geral, buscava tornar conhecido o espaço aberto para discussão e as apresentações gratuitas para um grande público. Desse modo, o cartaz propaga e compartilha os ideais deste, a fim de aumentar o número de conhecedores, apoiadores e de pessoas que promovam o respeito sobre o Movimento Negro, uma vez que, de acordo com (NASCIMENTO, VIEIRA, OLIVEIRA, 2014), os ideais do movimento conseguem mais espaço, presença e conquistas no espaço nacional, mas, ainda assim, possui necessidade de reivindicar à questão racial e cultural – dado que várias pessoas continuam, nos mais diversos aspectos, sendo vítimas do racismo.

Uma das tendências consolidadas na última década do movimento (DOMINGUES, 2008) é a celebração racial, a qual se, impulsionada politicamente, funciona como mecanismo pedagógico de orgulho racial – etapa fundamental da superação ao racismo. Por meio dela, exalta-se a negritude por símbolos artísticos e artefatos culturais (SANSONE, 2004), como proposto pela temática da “2ª Semana da Consciência Negra FAESA” e perpetuado pelo cartaz.

Assim, para maior integração entre as informações, a mídia impressa, em especial, o cartaz foi escolhida como elemento central – levando em conta ainda, o preço acessível e a facilidade de ser implantando em diferentes lugares da cidade.

Além disso, servindo como um convite a quem quisesse participar e trazendo informações relevantes sobre o evento, a peça apresenta o link direcionável para a realização das inscrições no meio online, permitindo, dessa maneira, uma comunicação rápida e barata com o público interessado.

JUSTIFICATIVA

De acordo com o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, IVJ, (UNESCO, 2017) o número de homicídios de jovens negros no Espírito Santo é cerca de cinco vezes maior do que o de brancos, evidenciando dados alarmantes sobre o racismo no Estado.

Com base nesses fatos, a peça e o evento tornam-se uma forma de gerar reflexão acerca do quesito cultural que se estabelece entre o capixaba e a população negra. Entendendo esse contexto e o objetivo nos quais o cartaz se

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desenvolveu, fica evidente sua principal participação na comunicação dos acontecimentos promovidos pela faculdade, assim como na exaltação tanto da cultura africana, quanto da capixaba – uma vez que vários elementos dessa se baseiam naquela.

Posicionando-se como um convite a todos da sociedade e apresentando informações sobre a programação em cada um dos dias, a mídia impressa se propõe a gerar o entrosamento entre o espaço acadêmico e a sociedade. Ao perpetuar a ideia de um espaço de exposição e debates sobre temas relevantes do Movimento Negro para o convívio social, o cartaz promove maior abertura à recepção de políticas afirmativas nas universidades, o que segundo (GOMES, 2011) deveria ser compreendido como meio da chegada efetiva dessa população à Universidade em si – principalmente nas de iniciativa privada.

A realidade nacional reflete-se de maneira ainda mais violenta no contexto capixaba, o que revela, apesar de sua diversidade cultural e indenitária, claras ações de intolerância geradas por discordâncias político-ideológicas (como já supracitado).

Assim, conforme destacado por (BAUMAN, 2008), os indivíduos presentes nesta realidade tendem a evitar a sociedade e a não lidar com a alteridade (mixofobia), dando origem a uma verdadeira “comunidade de iguais”. Reforçando esse pensamento, (JODELET, 1998) mostra que essa segregação faz com que a intolerância, perante o sentimento de alteridade, alcance níveis alarmantes.

O “outro”, como um ser diferente do “eu”, torna-se um estranho ao apresentar características opostas ao “padrão” pré-estabelecido, levando à desvalorização da cultura e hábitos inerentes a si. Por exemplo, as pessoas que se consideram/são consideradas “padrão” (na maioria das vezes, brancas), passam a enxergar e tratar outros (como negros, índios, asiáticos etc) como estranhos e não-merecedores de certos fatores sociais.

Baseado nesses argumentos, surge a necessidade de demonstrar, utilizando o cartaz como forma de comunicação, as semelhanças entre a cultura negra na sua forma global e em um contexto específico do Espírito Santo, propondo, assim, o despertar de um sentimento de alteridade no leitor capixaba ao associar ambas as culturas como possuintes de fatores extremamente parecidos e convergentes.

Busca-se, com isso, quebrar a percepção do comportamento padrão e da violência segregacional, explicados anteriormente, fazendo uso de imagens e fotos de referência, exclusivamente com elementos presentes na simbologia do estado, como a Folia de Reis, os instrumentos do Congo e as panelas de barro. Deste modo, as ilustrações, sendo observadas agora de forma iconológica, tornam-se uma forma de sintetizar, simplificar e facilitar a identificação dos elementos mencionados por parte da população.

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Além disso, as mesmas concentram grande parte da captura de atenção para a peça e as informações disponíveis na mesma, uma vez que, assim como destacado por (BELTING, 2006), a visibilidade das imagens reside na capacidade particular de mediar, ou seja, de controlar a percepção e de criar a atenção no observador ao mesmo tempo.

MÉTODOS

É interessante destacar que a explicação dessa etapa irá percorrer a ordem cronológica dos acontecimentos durante a produção. Assim que o organizador do evento entrou em contato com a Agência Experimental Integrada, solicitando uma proposta de divulgação, foi elaborado o briefing, documento que estabelece a passagem de informação de forma objetiva entre contratante e contratado (SAMPAIO, 2013), no qual constavam todas as informações relevantes sobre a “2ª Semana da Consciência Negra FAESA: Cores da Cultura e da Raça”, incluindo o cronograma das atividades, as informações sobre os palestrantes, os dados sobre o Movimento Negro e as fotos que poderiam servir de referência para o material.

A partir dessas informações estabelecidas pelo coordenador, um brainstorm (DUALIBI, SIMONSEN, 2000) foi realizado para o surgimento de soluções. Nesse estágio, ficou definida a utilização de elementos culturais para a confecção do cartaz e, assim, toda a comunicação visual do evento.

A cultura, segundo Velho (2009) é um conjunto de conhecimentos que grupos sociais guardam, propagam (de diferentes maneias, como a arte) e sobre a qual se estrutura uma rede de afinidades no cotidiano. Definida, ainda, pela autora como memória não-genética, passa a carregar um sistema de imagens (signos convencionais) que serão internalizadas e projetadas em determinado momento, dando sentindo às diferentes manifestações dos grupos sociais – e traduzidas no cartaz. Lembrando, de acordo com a autora, que tais fenômenos históricos e informações naturais induzem a consciência do grupo social e transformam a não-cultura (ato ainda não devidamente processado) em cultura (sistema com organização).

Assim, passam a fazer parte de uma memória coletiva, de modo que o signo ganha apenas significado para um certo grupo. Para expor a produção de significado que esses elementos propõem-se a passar, buscou-se realizar uma ilustração que registrasse a presença de ícone, índice e símbolo do signo (PEIRCE, 1984), percorrendo a Tradução Intersemiótica (PLAZA, 2003). Os elementos culturais icônicos (memória) apresentam um passado abstrato que é exposto por meio dos índices (elementos que possuem características convencionadas aos objetos.

Nesse caso especifico, as ilustrações assumem esse papel) e, assim, pretende-se tornar um símbolo de ações afirmativas futuras para o público atingido pelo cartaz. Entretanto, para chegar à solução imagética dos elementos culturais, foi necessário passar por uma série de etapas que os

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organizassem de forma coerente no universo do anúncio. Após uma pesquisa de fotos relacionadas a eventos culturais do Espírito Santo que seriam utilizados como referência (Fig. 1), foi criado um raf (VOLLMER, 1998), espécie de esboço gráfico para qualquer trabalho impresso (Fig. 2).

Após a mesma pesquisa, foi perceptível a vantagem de usar de ilustrações para compor a imagem central do cartaz, uma vez que, segundo (SALLES, 2013), o processo de desenhar é uma sequência de gestos que formatam uma matéria-prima, envolvendo seleções e combinações que geram transformações e traduções, consequentemente levando ao impacto visual e reflexão por parte do leitor.

Deste modo, grande parte da captura da atenção para a peça é estabelecida por meio dos desenhos e das intensas cores fechadas, que propõem prender a visão do expectador e manter seu interesse nos informes disponibilizados. Ainda assim, como aludido, os traços e ilustrações passam a formar uma única grande imagem (como uma estampa) e não como um aglomerado de figuras, pois se cada um dos índices for observado de modo isolado, acaba perdendo seu poder heurístico, ou seja, deixando de apontar para a descoberta do processo (SALLES, 2013).

É interessante destacar também a presença de conceitos da Gestalt, nas quais a relação da mensagem visual está ligada à sequência de absorver as informações presentes. Um dos fatores identificados por Dondis (2007) apresenta-se como ideal para observar as partes pelo todo. Desse modo, um grupo de unidades (no caso da ilustração, os diversos elementos culturais e

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cores) passa a ser visto como um só e, em conjunto, a ter o significado amplo das partes – como a ideia da “estampa” supracitada.

Outro fator, denominado por Dondis (2007) como “visão positiva e negativa” e, às vezes, como “segregação”, é o modo pelo qual se identificam elementos separados em uma realidade unificada, por meio de uma dominância de leitura, que em muitos momentos enganam o olhar.

Assim como no famoso exemplo do Vaso de Rubin (onde é possível enxergar tanto dois rostos, quando um cálice), a ilustração permite observar tanto a “estampa” preenchida quanto a silhueta; ao fundo, de um rosto com semblantes afrodescendentes, que efetivamente não faz parte da ilustração que se fecha ao entorno desse.

A tipografia, no título do cartaz, se faz relevante por transpassar os mesmos ideais da ilustração, assim, também levando a atenção para as informações presentes. É estabelecida, portanto, uma ordem de leitura de interliga esses 3 elementos (ilustração, título e informações) como evidenciado na (Fig. 4).

Nesse ponto, é interessante destacar a presença das cores como elemento essencial no processo de segregação entre fundo/”estampa” e captura da atenção. Garantindo um impacto visual aos transeuntes, as cores também estabelecem uma unidade tonal que se expande por todo o cartaz (inclusive na parte tipográfica). A única cor que aparece apenas uma vez é o marrom do fundo, fortalecendo a ideia da visão positiva e negativa.

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DESCRIÇÃO

Como, segundo Abreu (2011), a estética de um produto é extremamente importante para expressar a mensagem a ser transmitida, mas podendo se apoiar em vários formatos de forma a envolver mais e melhor o leitor, foi produzida uma ilustração inspirada em diversos elementos culturais.

O produto central deste artigo é um cartaz, impresso em tamanho A3 (42 cm por 29,7cm), que teve seu conteúdo e padrão visual transformados em diversas outras peças para a divulgação da “2ª Semana da Consciência Negra FAESA: Cores da Cultura e da Raça”. As ilustrações, feitas à mão, estabelecem a percepção e identificação das semelhanças entre os elementos da cultura negra e da capixaba; esses presentes no cartaz: as máscaras da Roda D’Agua, bandas, rodas, vestimentas e instrumentos de Congo, a festa de São Benedito, panelas de barro, as roupas típicas e estandartes da Folia de Reis, além de padrões de estampa, tipicamente associadas a esses eventos.

Em conjunto, formam, por meio da ideia da visão positiva e negativa da Gestalt, ao centro e envolta pela peça, uma silhueta com semblantes afrodescendentes. A paleta de cores é formada por um padrão percebido nas fotos utilizadas como referência, apresentando a predominância de tons quentes e terrosos em contraste com detalhes de tons frios (Fig.3), que perpetuam a ideia da cultura.

A tipografia segue o mesmo parâmetro, pois além de comunicar com o leitor, é utilizada como parte da arte, seguindo o mesmo padrão de cores e (em

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específico o título) apresentando um caráter mais desenhado, envolto por padrões de estamparias, mantendo, assim, a unidade visual das peças.

O estilo artístico foi inspirado no movimento francês Fauvismo (1905-1907), de Henri Matisse, no qual era observada a simplificação das formas, o uso frequente de cores puras sem uma conexão com a realidade e a tradução de emoções (GOMBRICH, 2013). O processo do desenho em si ocorreu com lápis 6B, em uma folha branca A2 e depois levado ao digital, sendo assim colorido no programa Adobe Photoshop e adicionado o título do evento, as datas/cronogramas e o link de inscrição.

De maneira específica, os elementos se organizam da seguinte forma: a imagem (que atrai/gera sensações dos leitores) no topo da página, o título (que contextualizada e mantém a atenção) ao lado inferior esquerdo e as informações sobre o evento (que informam e convidam) ao lado inferior direito.

É interessante ressaltar, mais uma vez, que todas as ilustrações fazem alusão a fotos de eventos capixabas, como já citado, com o objetivo de levar ao sentimento de alteridade entre o leitor e os membros do Movimento Negro por meio da propagação de referências culturais.

A ideia foi atrair a atenção dos transeuntes e incentivar a aproximação da leitura – isso é reforçado com o auxílio das cores e dos elementos imagéticos. A peça em sua completude trata-se, portanto, de um convite tanto ao evento quanto ao olhar diferenciado sobre as manifestações culturais presentes e mantidas no estado.

CONSIDERAÇÃO

Por fim, a exploração da tentativa de reflexão do indivíduo sobre o sentimento de alteridade proposto pelo cartaz, continua em aberto – levando a referida peça publicitária a ser observada como uma nova forma de pensar sobre a realidade e os elementos culturais negros no contexto capixaba.

O material destaca-se também por se constituir com uma eficaz comunicação do evento, informando, assim, sua força e competência. Essa situação comprova, como apresentado por Plaza (2003), que a arte não se produz no vazio – sendo necessário trazer a história (cultura) como parte integrante da realidade. No campo social, propõe-se uma nova visão, e no campo acadêmico, a continuação do diálogo entre a teoria e a prática.

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REFERÊNCIAS

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BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. 

BELTING, Hans. Imagem, Mídia e Corpo: Uma nova abordagem à iconologia. Revista Ghrebh. 2006. Disponível em: https://edoc.site/belting-imagem-midia-corpo-iconologia-pdf-free.html. Acesso em: 20 de abril de 2018. 

DOMINGUES, Petrônio. Movimento negro brasileiro: história, tendências e dilemas contemporâneos. Revista Dimensões. Espírito Santo. 2008. Disponível em: http://www.publicacoes.ufes.br/dimensoes/article/viewFile/2485/1981. Acesso em: 24 de abril de 2018. 

DONDIS, A. Donis. A sintaxe da linguagem visual. Martins Fontes. 2007. 

DUALIBI, Roberto; SIMONSEN, Harry. Criatividade e Marketing. São Paulo: Makron Books. 2000

GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC 2013.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro no Brasil: ausências, emergências e a produção dos saberes. Política e Sociedade. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/viewFile/19037/17537. Acesso em: 25 de abril de 2018. 

HOFF, Tânia. Redação publicitária. Rio de Janeiro: Elsevier. 2004. 

JODELET, Denise. A alteridade como produto e processo psicossocial. In: Angela Arruda (Org.) Representando a alteridade. Petrópolis. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. 

NASCIMENTO, Irene Kessia; VIEIRA, Glauciane da Silva; OLIVEIRA, Marilene Severo. Movimento negro: marcando a história, a educação e a cultura pernambucana. Cadernos Imbondeiro. 2014. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/index.php/ci/article/viewFile/21660/12817. Acesso em: 20 de abril de 2018

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PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e filosofia. Cultrix. 1984.

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VOLLMER, Lara. ABD do ADG: Glossário de Termos e Verbetes Utilizados Em Design Gráfico. Blucher. 1996