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Sacra Scriptura Sui Interpres ANALOGIA DA FÉ Página 1 Marcio Santos – Pastor

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ANALOGIA DA FÉ

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Sumário:

1. Introdução;2. Conceituando o Termo;3. Conceituando Fé;4. Tipos de Fé;4.1. Antropológica;4.2. Salvívica;4.3. Ações de Piedade;4.4. Bondade Ética;4.5. Fatual;4.6. Introspectiva;4.7. Instrutiva;4.8. Medical (cura);5. Conclusão;6. Referências.

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INTRODUÇÃOO cenário atual, não menos nebuloso que cenários anteriores da efígie

da fé, vislumbram a necessidade propedêutica de uma teologia circunspecta

em um mundo brícolo e apático.

Os dias atuais são antagônicos ao arquétipo bíblico e teológico. Sendo

assim, o esboço antropológico em curso é ambivalente em seus vezos sociais.

O mesmo municiado pela filosofia humanista / racionalista têm empenhado

grande esforço nas camadas socioculturais; socioeconômica; sócio familiar,

dentre outras esferas sócio construídas e paradigmatizadas por um esforço

hedônico em se estabelecer ora por força, ora por ideologia o afastamento

cadenciado da fé escriturística.

O homem que habita esse século com inovações tecnológicas,

ideológica, política, econômica, é perspicaz, sagaz. O mesmo abjura a moldura

escriturística com seus axiomas teológicos e abarcam paradigmas ambíguos

resultantes de suas emoções corrompidas e de um caráter ávido.

A célula social de então está sendo construída naquilo que o filósofo e

sociólogo Émile Durkheim disse: “O homem é produto da sociedade”. Essa

prerrogativa levantada pelo sociólogo esboça a realidade globalizante de

nossos dias, onde o ter é mais importante do que o ser. Em suma, os homens

estão vivendo para questões subjetivas do ser, enquanto questões

propedêuticas do ser estão sendo de maneira conducente alquebradas e um

modelo mecânico, onde, o transcendente, o imaterial, o divino, o sacro estão

lepidamente caindo em uma auto desvalia.

O desafio que se desvela é grande diante da Igreja de Cristo, pois, a

sociedade em curso, também é parte integrante do corpo de Cristo; a realidade

social extra muros da Igreja é também realidade intra muros da Igreja.

O embate existencial levantado por Salomão em Eclesiastes 3. 1:8,

onde basicamente os signos sociais são os mesmos para ambas as esferas

independente da confissão religiosa que se professa, arremete-nos para a

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reflexão sobre como podemos gerenciar biblicamente a degenerência da fé nos

dias atuais?

Nesta hora decisiva, na qual os cristãos se veem envolvidos por tantas

atividades é preciso levantar a bandeira da Reforma Protestante: “Sacra Scriptura Sui Interpres” (As Sagradas Escrituras são o seu próprio

intérprete).

Quando os reformadores se apartaram de Roma e proclamaram sua

convicção de que a Bíblia deveria ser a Autoridade Suprema da Igreja (Sola Scriptura), foram também muito cuidadosos em sua preocupação em definir

princípios básicos de interpretação.

Os Reformadores acreditavam, pois, que a Bíblia fora outorgada por

Deus, e nessas condições pelo mesmo Deus inspirada, tanto no conteúdo

como na forma. Não que dessem qualquer passo fundamental, pois a Igreja da

Idade Média seguia o mesmo ponto de vista; mas o certo é que em todas as

suas obras, fácil é verificar uma aceitação total da inspiração e da autoridade

da Bíblia.

Apesar da inspiração e da autoridade, a Bíblia era já por si só suficiente

em matéria de fé e de conduta. Seria exagero afirmar-se que os Reformadores

arvoraram a Bíblia em única autoridade da Igreja; mas pode dizer-se que a

consideraram suprema autoridade, da qual derivaram todas as outras

autoridades, que por isso lhe estão sujeitas. Como outorgada por Deus, nada

lhe é estranho no que respeita à salvação e à vida dos cristãos. Toda a base

da doutrina e da crença da Igreja deve assentar num texto bíblico, ou em nítida

dedução do mesmo.

Segundo Davidson (1997):A razão da insistência em tal supremacia da Bíblia, residia na

preocupação em eliminar a doutrina medieval da autoridade da

tradição e da Igreja em pé de igualdade com a Sagrada Escritura.

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Deu-se um outro passo em frente e na mesma direção, ao afirmar-se

que a Bíblia tem de ser interpretada somente no sentido literal e não

em conformidade com o quádruplo esquema da exegese medieval.

Isto não quer dizer que seja impossível introduzir um outro sentido

metafórico ou simbólico naquilo que, na realidade, não passa duma

metáfora ou dum símbolo. Apenas se pretendia evitar um sentido

literal exagerado nas afirmações vulgares da Escritura, a não ser que

a própria Bíblia o determinasse expressamente, como por exemplo,

interpretando a passagem do Mar Vermelho como uma figura do

batismo, ou referindo a Cristo o sacerdócio do Velho Testamento.

Permitiam-se comparações e imagens para edificação do espírito,

mas não lhes era reconhecida qualquer autoridade em matéria de fé e

de prática. Se, porventura, surgissem dificuldades de interpretação,

buscar-se-ia uma solução adequada dentro das próprias Escrituras,

de maneira que os textos mais obscuros pudessem ser

compreendidos à luz de outros de mais fácil interpretação. Por duas

razões era de certo relevo esta exegese: primeiro, porque se

evitavam muitas confusões originadas pelo esquema medieval, de

maneira a tornar possível a criação duma teologia genuinamente

bíblica; em segundo lugar, porque eliminavam os intérpretes oficiais

da Bíblia, os únicos que sabiam manejar a complicadíssima máquina

do esquema quádruplo.

Como vemos, é centenária, pra não dizer milenar a luta da Escritura

contra as falsas doutrinas, ou, ideias equivocadas a cerca de Deus e do seu

Reino.

2. Conceituando o TermoA Analogía fidei, Analogía da fé, uma aplicação prática de uma regra

de hermenêutica. Na hermenêutica contemporânea, é grande o número de

referencias e aplicações implícitas ou explícitas desta regra, mas pareceu-nos

interessante analisar o modo como ao longo da Tradição eclesiástica, e mesmo

antes de estar tecnicamente definida ou ser expressamente invocada, já estava

presente nos estados teológico-escriturísticos.

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O termo é rico em sua plurivalência e abarcado em um vasto campo

semântico. O termo «analogia», etimologicamente vem do grego que significa

«segundo o mesmo,», que Cicero traduziu por proporcio. Apesar de Boecio ter

adaptado o vocábulo latino, foi a palavra grega que prevaleceu11. No seu

sentido mais geral significa, portanto, proporção, relação, semelhança, S.

Tomás diz que se aplica «secundum rationes quae partim sunt diversae et

partim non diversae ... et illud dicitur analogice praedicari, idest proportionaliter

»2 . Como tal, a analogia é urna forma fundamental do pensamento, seja este

filosófico, jurídico, teológico, etc.

Sob o ponto de vista filosófico, a analogia é fundamentalmente

entendida como a afinidade de conceitos e de termos (analogia lógica),

fundamentada na mutua relação entre os diversos modos de participação no

ser (analogia metafísica)3.

No campo jurídico, a analogia proporciona um dos processos de

integração da lei, que consiste em aplicar, a um caso não previsto nesta, um

preceito legal estabelecido para casos semelhantes e funda-se na coerência do

sistema jurídico4.

A analogia da fé, considerada como urna regra hermenêutica intrinsecamente unida á leitura da Biblia in Ecclesia, tem as suas raízes na

própria leitura do Antigo Testamento á luz da revelação de Cristo, realizada

primeiro pelo Senhor e depois pelos Apóstolos e manifestada ao longo dos

escritos do Novo Testamento5.1 Cfr. Celestino PIRES, Enciclopedia Verbo, Analogia, Voi. 2. Ed. Verbo, Lisboa,91-92.2 2 In Met. IV. lect. 1, n. 535.3 3 Cfr. Celestino PIRES, o. e; Pietro PARENTE, Enciclopedia Católica, I,

Analogia. Casa Ed. G. C. Sansoni, Firenze.4 ' cfr. I. G. Herculano DE CARVALHO, Enciclopédia Verbo, idem; Giorgia

Feliciani, L'Analogia nell'ordinamento canonico. Dott. A. Giuffie Editore, Milano 1968.5 É particularmente significativo o episodio dos discípulos de Emaús: «Et ipse

dixit ad eos: O stulti, et tardi corde ad credendum in omnibus, quae locuti sunt Prophetae! Nonne haec oportuit pati Christum, et ita intrare in gloriam suam? Et incipiens a Moyse et omnibus Prophetis, interpretabatur illis in omnibus scripturis, quae de ipso erant» (Le 24, 25-27).

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3. Conceituando FéSegundo o Novo Dicionário da Bíblia de J.D. Douglas, a palavra fé

implica em:

No Antigo Testamento No AT o termo fé é encontrado

apenas por duas vezes — em Dt 32.20, "raça de perversidade,

filhos em quem não há lealdade" {'emurí), e em He 2.4, "o justo

viverá pela sua fé" ('emu-nõh). Até mesmo nesses dois casos a

maioria dos eruditos é de opinião que os termos hebraicos

significam antes "fidelidade" e não "fé" (ainda que a fidelidade se

origine apenas de uma atitude correta para com Deus, ficando

pressuposta a fé, em nosso sentido). Isso não significa,

entretanto, que a fé não seja elemento importante no ensino do

AT, pois ainda que a palavra não seja frequente, a ideia o é. É

usualmente expressa por ^debos. tais como "crer", "can.fia.r" ,

ou "esperar", os quais ocorrem com abundância.

Podemos começar por uma passagem tal como Sl 26.1: "Faze-

me justiça, Senhor, pois tenho andado na minha integridade, e

confio no Senhor sem vacilar". É frequentemente afirmado que o

AT espera que os homens sejam salvos à base de suas obras,

porém, esta passagem põe a questão em sua correta

perspectiva. O salmista realmente apela para sua "integridade";

contudo, isso não significa que estivesse confiando em si

mesmo ou em suas ações. Sua confiança estava depositada em

Deus. Sua "integridade" era a evidência de sua confiança em

Deus. O AT é um livro volumoso, e as verdades acerca da

salvação são declaradas de várias maneiras. Os escritores

sagrados nem sempre faziam distinções que nós, com o NT nas

mãos, talvez desejaríamos. Porém, o exame cuidadoso revelará

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que no AT, tal como no NT, a exigência básica é a atitude

correta para com Deus, isto é, a fé. Cf. SI 37.3ss., "Confia no

Senhor e faze o bem... Agrada-te do Senhor, e ele satisfará aos

desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor,

confia nele, e o mais ele fará". Aqui não existe qualquer dúvida

que o salmista estava contemplando uma vida elevada. Porém,

também não resta dúvida que, basicamente, ele estava

defendendo uma atitude. Ele exortava os homens para que

depositassem a sua confiança no Senhor, o que é apenas outra

maneira de dizer-lhes que vivessem pela fé. Algumas vezes os

homens são exortados a confiar na Palavra de Deus (SI 119.42),

porém, mais usualmente, é a fé no próprio Deus que está em

foco. "Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes

no teu próprio entendimento" (Pv 3.5).

A última parte deste versículo rejeita a confiança nos próprios

poderes individuais, pensamento esse que é frequente no AT:

"O que confia no seu próprio coração é insensato" (Pv 28.26). O

indivíduo não deve confiar em sua própria retidão (Ez 33.13).

Efraim foi castigado por confiar "nos vossos carros e na multidão

dos vossos valentes" (Os 10.13). A confiança nos ídolos é

frequentemente denunciada (Is 42.17; He 2.18). Jeremias

adverte contra a confiança em qualquer coisa que seja humana,

dizendo: "Maldito o homem que confia no homem, faz da carne

mortal o seu braço, e aparte o seu coração do Senhor!" (Jr 17.5).

A lista de coisas em que não se deve confiar poderia ser

multiplicada, e toma-se ainda mais impressionante

paralelamente à lista ainda maior de passagens que exortam

confiança no Senhor. É claro que os homens do Ai pensavam

sobre o Senhor como alguém digno de servir de objeto de

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confiança. Não punham sua confiança em qualquer coisa que

fizessem, nem naquilo que outros homens fizessem, ou naquilo

que os deuses fizessem. Sua confiança estava exclusivamente

no Senhor. Algumas vezes isso é expresso de modo pitoresco.

Assim é dito que ele "é a minha rocha, a minha cidadela, o meu

libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o

meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte" (SI 18

2). A fé pode ser confiantemente depositada num Deus assim.

Deve-se fazer menção especial acerca de Abraão. Sua vida

inteira fornece evidência sobre um espírito de confiança, de uma

profunda fé. A respeito dele está registrado que ele "creu no

Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça" (Gn 15.6). Esse

texto é aproveitado pelos escritores do NT, e a verdade

fundamental que o mesmo expressa é desenvolvido de forma

mais completa.

No Novo Testamento a) Uso geral do vocábulo: No Novo

Testamento, a fé é altamente proeminente. O substantivo pistis

e o verbo pisteuo ocorrem ambos mais de 240 vezes, enquanto

que o adjetivo pistos ocorre sessenta e sete vezes. Essa ênfase

sobre a fé deve ser vista em contraste com a obra salvadora de

Deus, em Cristo Jesus. No NT, o pensamento que Deus enviou

seu Filho para ser Salvador do mundo, é central. Cristo realizou

a salvação do homem ao morrer expiatoriamente na cruz do

Calvário. A fé é atitude mediante a qual o homem abandona

toda confiança em seus próprios esforços para obter a salvação,

quer sejam eles ações de piedade, de bondade ética, ou seja lá

o que for. É a atitude de completa confiança em Cristo, de

dependência exclusiva dele, a respeito de tudo quanto está

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envolvido na salvação. Quando o carcereiro filipense perguntou:

"Senhores, que devo fazer para que seja salvo?". Paulo e Silas

responderam sem qualquer hesitação: "Crê no Senhor Jesus, e

serás salvo" (At 16.30ss.). É aquele que "nele crê" que não

perece, mas tem a vida eterna (Jo 3.16). A fé é a única maneira

de alguém receber a salvação.

O verbo pisteuo é frequentemente seguido pela palavra "que",

indicando que a fé diz respeito a fatos. Isso é muito importante,

conforme Jesus deixou claro para os judeus, dizendo: "porque

se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados" (Jo

8.24). Porém, não é algo todo-importante. Tiago nos diz que os

demónios acreditam "que Deus é um só", mas que essa fé de

nada lhes aproveita (Tg 2:19). Pisteuo pode ser seguido pelo

dativo simples, quando o sentido é dar crédito ou aceitar como

verdadeiro aquilo que alguém afirma. Assim Jesus relembrou

aos judeus que "João veio a vós outros no caminho da justiça, e

não acreditastes nele" (Mt 21.32). Aqui não está em vista uma fé

no sentido de confiança. Os judeus simplesmente não

acreditaram naquilo que João dizia. Tal incredulidade também

pode ser com referência a Jesus, conforme diz Jo 8.45: "não me

credes", ou no versículo seguinte: "Se vos digo a verdade, por

que razão não me credes?". No entanto, não nos devemos

esquecer que há certo conteúdo intelectual na fé.

Consequentemente essa construção é algumas vezes

empregada onde a fé salvadora está na mente, como em Jo

5.24: "Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou,

tem a vida eterna". O indivíduo que realmente confia em Deus,

naturalmente agirá à base dessa fé. Em outras palavras, a

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crença genuína de que aquilo que Deus revelou é verdade,

resulta na verdadeira fé.

A construção característica para indicar a fé salvadora é aquela

em que o verbo pisteuo é seguido pela preposição eis.

Literalmente essa construção significa "crer dentro". Denota uma

fé que, para assim dizer, tira um homem de si mesmo e o coloca

em Cristo (cf. a expressão frequentemente usada sobre os

crentes — "em Cristo"). Essa experiência também pode ser

indicada pela expressão "fé-união com Cristo". Denota não

apenas uma crença que implica em assentimento intelectual,

mas uma fé em que o crente se apega ao seu Salvador de todo

o seu coração. O homem que confia nesse sentido permanece

em Cristo e Cristo nele (Jo 15.4). A fé não consiste meramente

em aceitar certas coisas como verídicas, mas consiste em

confiar numa pessoa, e essa pessoa é Jesus Cristo.

Algumas vezes pisteuo é seguido por epí, "sobre". A fé tem uma

base firme. Vemos essa construção em At 9.42, onde, quando a

ressurreição de Tabita se tornou conhecida, "muitos creram no

Senhor". O povo havia visto o que Cristo pode fazer, e

depositaram sua fé "sobre" ele. Algumas vezes a fé é posta no

Pai, como quando Paulo fala em crer "naquele que ressuscitou

dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor" (Rm 4.24).

Mui característico do NT é o uso absoluto do verbo pisteuo.

Quando Jesus permaneceu entre os samaritanos, muitos deles

"creram nele, por causa da sua palavra" (Jo 4.41). Não há

necessidade de adicionar em que eles creram, ou em quem

creram. A fé é elemento tão central do cristianismo que se pode

falar em "crer" sem necessidade de qualquer esclarecimento

extra. Os cristãos são simplesmente chamados de "crentes".

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Esse uso se estende por todo o NT e não é confinado a

qualquer escritor particular. Podemos concluir com justiça que a

fé é fundamental ao cristianismo.

Os tempos do verbo pisteuo também são instrutivos. O tempo

aoristo aponta para um ato único no passado, e indica o caráter

determinativo da fé. Quando um indivíduo chega a exercer fé,

entrega-se decisivamente a Cristo. O tempo presente, por outro

lado, tem a ideia de continuidade. A fé não é uma fase

passageira. Mas é uma atitude contínua. O tempo perfeito

combina em si ambas essas ideias. Fala de uma fé presente que

é contínua com o ato passado da crença. O homem que crê

entra num estado permanente. Talvez devêssemos observar

aqui que o substantivo "fé" algumas vezes é precedido pelo

artigo, "a fé", ou seja, o conjunto total do ensino cristão, como

quando Paulo diz que os colossenses estavam "confirmados na

fé", adicionando "tal como fostes instruídos" (Cl 2.7).

b) Usos particulares do vocábulo (i) Nos evangelhos sinóticos,

fé é frequentemente ligada com a cura, como quando Jesus

disse à mulher que tocou na fímbria de sua veste no meio da

multidão: "Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou" (Mt 9.22).

Porém, esses evangelhos também se ocupam com a fé num

sentido mais lato. Marcos, por exemplo, registra para nós as

palavras do Senhor Jesus: "Tudo é possível ao que crê!" (Mc

9.23). Semelhantemente, o Senhor fala sobre os grandes

resultados para aquele que tem "fé como um grão de mostarda"

(Mt 17.20: Lc 17.6). É evidente que nosso Senhor exigiu fé em si

mesmo, pessoalmente. A exigência cristã característica de fé em

Cristo, descansa, afinal de contas, em seu próprio requerimento.

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(ii) No quarto evangelho, a fé ocupa um lugar proeminentíssimo,

pois ali o verbo pisteuo é encontrado por 98 vezes. Curioso é

que o substantivo p/st/s, "fé", nunca é usado. Isso possivelmente

se deve ao seu uso em círculos de tipo gnóstico. Existem

indicações que João tinha tais oponentes em vista, e é possível

que ele tivesse querido evitar um vocábulo que os gnósticos

usavam constantemente. Ou talvez tenha preferido o significado

mais dinâmico expresso pelo verbo. Qualquer que tenha sido a

sua razão, João emprega o verbo pisteuo mais frequentemente

que qualquer outro escritor do NT, de fato, três vezes com mais

frequência que os três primeiros evangelhos conjuntamente. Sua

construção característica é o verbo pisteuo com a preposição

eis, "confiar dentro de", "confiar baseado em". O ponto

importante é a conexão entre o crente e o Cristo. De acordo com

isso, João se refere, por muitas e muitas vezes, sobre o crer

nele, chamando isso de fé "no nome" de Cristo (p. ex., Jo 3.18).

"Nome", para os homens da antiguidade, era uma maneira de

sumarizar a personalidade inteira Crer no nome de Cristo, por

conseguinte, significa confiar em tudo quanto ele é

essencialmente em si mesmo. Jo 3.:18 também diz: "Quem nele

crê não é julgado: o que não crê já está julgado". É ponto

característico do ensino joanino que as questões eternas são

decididas agora e nesta existência. Fé não dá simplesmente

segurança aos homens de que possuem uma vida perpétua em

algum tempo específico do futuro. Mas lhes concede vida eterna

agora, desde esta própria existência. Aquele que confia no Filho

"tem" a vida eterna (3.36 cf. 5.24 etc).

(iii) Em Atos, com seu relato de vigoroso avanço missionário,

não é surpreendente que a expressão característica seja o uso

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do tempo aoristo para indicar o ato da decisão. Lucas registra

muitas ocasiões em que pessoas vieram a depositar sua

confiança em Cristo. Outras construções gramaticais também

são encontradas, e são mencionados tanto o estado contínuo de

fé como os resultados permanentes da fé. Porém, a decisão é

que é o ponto característico.

(iv) Para o apóstolo Paulo, a fé é a atitude cristã típica. Ele não

compartilha da antipatia de João pelo substantivo pistis, porém,

usa-o duas vezes mais que o verbo correspondente. O

substantivo ocorre em conexão com algumas de suas principais

ideias. Assim é que, em Rm 1.16, ele se refere ao evangelho

como "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que

crê". Para Paulo reveste-se de grande importância o fato que o

cristianismo é mais do que simplesmente um sistema de bons

conselhos. O cristianismo diz aos homens não só o que eles

devem fazer, mas também lhes fornece o poder de fazê-lo. Por

muitas e muitas vezes Paulo faz o contraste entre meras

palavras e o poder, sempre tendo em vista salientar que o poder

do Santo Espírito de Deus é percebido nas vidas dos crentes.

Esse poder é posto à disposição do indivíduo somente quando

ele confia. Não há substituição para a fé.

Muito dos escritos controversiais de Paulo se centraliza em torno

da disputa com os judaizantes. Os judaizantes insistiam que não

é suficiente que o crente seja batizado. Também precisam ser

circuncidados e, uma vez tendo sido assim admitidos ao

judaísmo, deveriam esforçar-se por observar a lei mosaica

inteira. Os judaizantes faziam da obediência à lei uma pré-

condição necessária para a salvação, pelo menos no sentido

mais completo desse termo. Paulo não aceitava esse ponto de

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vista no menor grau. O apóstolo insistia que os homens nada

podem fazer, em absoluto, para produzirem sua própria

salvação. Tudo quanto tinha de ser feito foi realizado por Cristo,

e nenhum indivíduo pode adicionar coisa alguma à perfeição da

obra terminada de Cristo. Assim é que Paulo insiste que os

homens são justificados (v. JUSTIFICAÇÃO) "pela fé" (Rm S.1).

A doutrina da justificação pela fé jaz no próprio âmago da

mensagem paulina. Quer usasse dessa terminologia quer não,

ele estava sempre apresentando a mesma ideia. Combateu

vigorosamente qualquer ideia que salientasse a eficácia fictícia

das boas obras, "...sabendo, contudo, que o homem não é

justificado por obras da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo

Jesus", escreveu ele aos Gálatas, "também nós temos crido em

Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e

não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será

justificado" (Gl 2.16). É evidente que para Paulo, a fé significa

abandonar toda dependência da própria habilidade de merecer a

salvação. É a aceitação confiante do dom de Deus em Cristo, é

o depender de Cristo, de Cristo tão somente, a respeito de tudo

quanto a salvação significa.

Outra característica notável da teologia paulina é o próprio

grande espaço que o apóstolo dá à obra do Espirito Santo. Ele

concebe todos os crentes como possuidores do Espírito Santo,

que neles veio habitar (Rm 8.9,14), e também liga isso à fé.

Assim é que ele escreve aos crentes de Éfeso a respeito de

Cristo, "em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da

verdade, o evangelho da nossa salvação, tendo nele também

crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa, o qual é

o penhor da nossa herança" (Ef 1.13ss.). A selagem era o sinal

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da posse, uma metáfora prontamente compreendida na época,

quando não eram muitos os que sabiam, ler. O Espírito, que nos

crentes habita, é a marce divina de que são possuídos, e essa

marca só é posta nos homens quando crêem. A passagem que

acabamos de citar prossegue a fim de referir-se ao Espírito

como o 'penhor da nossa herança'. Paulo empregou aqui uma

palavra que no primeiro século significava um primeiro

pagamento, em garantia, isto é, pagamento que fazia parte do

preço concordado e era ao mesmo tempo a garantia que o

restante seria pago no tempo estabelecido. Assim sendo,

quando um homem confia em Cristo, recebe o Espírito Santo

como parte da vida na era vindoura, e também como garantia

que o restante será infalivelmente recebido em tempo próprio.

(v) O escritor da Epístola aos Hebreus compreende que a fé

sempre foi uma característica do povo de Deus. Em sua grande

galeria de retratos de vultos eminentes da fé, em Hb 11, ele

passa em revisão os heróis do passado, mostrando como um

por um ilustram o grande tema que "sem fé é impossível agradar

a Deus" (Hb 11:6). Ele mostra-se particularmente interessado na

oposição entre a fé e a vista. A fé é a "certeza de coisas que se

esperam, a convicção de fatos que se não vêem" (Hb 11.1). O

escritor sagrado frisa o ponto que os homens que nada

possuíam no referente a provas externas para confirmar as

promessas de Deus, apegaram-se, não obstante, firmemente as

mesmas. Em outras palavras, andavam pela fé, e não pela vista.

(vi) Quanto aos demais escritores do NT, devemos notar Tiago,

pois ele tem sido por muitos reputado como escritor em

contradição com Paulo nessa questão. Onde Paulo insiste que o

homem é justificado pela fé e não pelas obras, Tiago mantém

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que "uma pessoa é justificada por obras, e não por fé somente"

(Tg 2.24). Entretanto, não há aqui mais que uma contradição

verbal. A espécie de "fé" que Tiago combate não é aquela

calorosa confiança pessoal num Salvador vivo, que é a fé da

qual Paulo fala. Mas é antes a fé que o próprio Tiago descreve:

"Crês, tu, que Deus, é um só? Fazes bem. Até os demónios

crêem, e tremem" (Tg 2.19). Ele tem em mente o mero

assentimento intelectual a certas /erdades, um assentimento que

não é acompanhado por uma vida vivida de conformidade com

essas verdades (Tg 2.15ss.). Tiago está longe de se opor à fé,

no sentido que alguns pressupõem. Bem no início de sua

epístola, ele fala naturalmente em "provação da vossa fé" (Tg

1.3), e exorta seus leitores a não terem "a fé em nosso Senhor

Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas" (Tg

2.1). Ele crítica a fé errada, mas pressupõe que todos

reconhecerão a necessidade de uma fé correta. Além disso, por

"obras" Tiago não significa o que Paulo queria dizer quando

usava o termo. Paulo pensava na obediência aos mandamentos

da lei, considerados como um sistema mediante o qual o

indivíduo, na opinião de muitos, podia merecer a salvação. Para

Tiago, porém, a lei é a "lei da liberdade" (Tg 2.12). Suas "obras"

se assemelham, notavelmente, ao "fruto do Espírito", do qual

Paulo fala. Trata-se de ações calorosas de amor, que se

originam na atitude correta para com Deus. São os frutos da fé.

O que Tiago combate é a afirmação de alguns que diziam ter fé,

ao mesmo tempo que os frutos não se achavam presentes para

comprová-la.

A fé, sem dúvida alguma, é um dos mais importantes conceitos

de todo o NT. Em toda a parte é requerida, e sua importância é

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insistentemente salientada. Fé significa o abandono de toda

confiança nos próprios recursos. Fé significa lançar-se sem

reservas nas mãos misericordiosas de Deus. Fé significa

apegar-se às promessas de Deus em Cristo, dependendo

inteiramente da obra terminada de Cristo referente à salvação,

bem como do poder do Santo Espírito de Deus, que no crente

habita, para dele receber fortalecimento diário. Fé implica em

completa dependência de Deus e plena obediência ao Senhor.

Como vimos no entendimento de Douglas, a fé é elencada como

elemento central do cristianismo e com caráter de continuidade. O cristianismo é mais que simplesmente um sistema de bons conselhos.

O esboço até aqui apresentado coloca na balança ambos os

testamentos; sendo que, no Antigo Testamento, espera-se que os homens

sejam salvos a base de suas obras em uma correta perspectiva. No Novo

Testamento, a ideia central de fé é Cristo. A fé agora tem uma base firme – no

original “pisteuo” , as vezes é seguido por “epi” que significa, estar por cima. Ou

seja, o contexto de fé agora é estar em Cristo conforme Romanos 8.1.

Em ambos os testamentos, a ideia de fé é uma exigência básica que

redunda em uma atitude correta para com Deus.

4. Tipos de Fé4.1. AntropológicaEsse tipo de fé é abrangente e totalizante em relação ao homem e a

humanidade.

“... Que é o homem, para que faças caso dele, para que te ocupes

dele, para que o inspeciones cada manhã e o examines a cada momento?" "O

homem é a medida de todas as coisas". "Muitas são as coisas grandiosas

dotadas de vida, mas a mais grandiosa de todas é o homem". A primeira

dessas três frases é uma das perguntas que Jó dirige a Deus; a segunda, uma

reflexão do pensador grego Protágoras; e a terceira, uma fala da tragédia

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Antígona, de Sófocles. A elas poderiam reunir-se milhares de outras sobre o

mesmo tema, de todas as épocas e civilizações, o que mostra que nada

preocupa tanto o homem quanto a condição humana, e nenhum espetáculo é

mais atraente para o homem do que o próprio homem.

Essa predefinição do homem também é redundante nas questões

religiosas do ser.

A fé antropológica, ou a fé ontológica (do ser) é característica do

homem desde os primórdios. Quando movemos nosso olhar para à Escritura

do Antigo Testamento uma concomitância entre o humano /divino no sentido de

uma busca incansável do homem por elementos outrora divinos e outrora

meramente simbólicos e espiritualistas na tentativa de saciar um desejo

cognocente da alma.

Essa moldura é pintada com bastante clareza na narrativa de Êxodo

32.1-4: “Mas o povo, vendo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e lhe disse: Levanta-te, faze-nos um deus que vá adiante de nós; por que, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. E Arão lhes disse: Tirai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, de vossos filhos e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o povo, tirando os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, os trouxe a Arão; ele os recebeu de suas mãos, e com um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles exclamaram: Eis aqui ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito”.

O quadro acima trouxe consequências terríveis sobre o povo de Israel.

Uma fé quando não produz uma correta perspectiva divina se torna

pleonástico.

Os dias atuais os homens estão tão angustiados quanto os dias de

Moisés. Vemos na mecânica globalizante um lépido estilo de vida que têm

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causado um descompasso lancinante entre fé escriturística e fé onto-

antropológica.

É preciso elencar que a fé escriturística move o ser; entretanto, o

mesmo não acontece ao contrário. Por maiores que sejam as habilidades dos

homens, elas nunca serão capazes de produzir a verdadeira fé. Com nossos

talentos inatos e aprendidos podemos nos aproximar do divino com ideias

supostamente certas. Israel fez isso. No entendimento do povo de Israel aquilo

era completamente coerente e por isso foi moralmente aceito pelo povo. No

entanto aquilo que foi tido por moral pelos homens, aos olhos de Deus foi

recebido como imoral.

Estamos em um momento muito delicado no cenário ético-moral. Os

dias pelos quais a Igreja está passando talvez seja o pior momento axiomático

da história da criação. Nunca houve tanta apropriação ilícita de nossos púlpitos

como nos dias atuais.

O profeta Jeremias em sua ágora impetuosa, no capítulo 17 elenca

uma realidade a temporal e muito contextual para esses dias. Vejamos:

V. (5) “Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor”!

V. (9) “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?

Desta forma, como poderá ser funcional uma fé abastecida de

elementos subjetivos, enganosos, dúbios, falíveis, dentre outros predicados?

Agora, como podem os homens negligenciarem os elementos inerentes a sua

própria natureza deformada pelo pecado? A cruz me absolve da condenação,

mais não impede o julgamento! Todos comparecerão diante do tribunal para

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darem contas de nossos axiomas Aquele que um dia foi advogado, e, agora é

Juiz de “toda” terra.

O campo semântico da fé é introspectivo-reflexivo e não reflexivo-

introspectivo. Primeiro interioriza-se para depois exteriorizar-se.

A fé nos remete para a cura interior e quando invertemos a pirâmide as

consequências são desastrosas. Em Mateus 6.33 Jesus elenca o “modus operandi” dos axiomas da fé quando prioriza a sistemática em elementos a priori do ser, ou seja, Reino e Justiça como elementos internos

(introspectivos); demais coisas a posteriori do ser, ou seja, como elementos

de fora (reflexivos).

O que temos visto nos dias atuais se parece mais com uma confissão

positiva do que propriamente uma expressão de fé. Pregadores da televisão

esboçando seus talentos através de várias metodologias oriundas da

psicologia, da filosofia, da quiromancia, da medicina, da ciência, etc.

Toda essa roupagem moderna nas preleções presentes em templos

esparramados em vários pontos de nosso país tem causado mais transtorno do

que favores ao Reino de Deus. Todos os dias, vemos pessoas sendo induzidas

a despertarem uma fé previdente, agoureira, onde o cristianismo é reduzido a

rituais conducentes por homens que se dizem Pastores, Bispos, Apóstolos,

Profetas de uma esperança mecânica, politiqueira, econômica e principalmente

maligna.

Esse tipo de fé – ANTROPOLÓGICA é hoje o maior instrumentos dos

malandros da religião. Seu centro não Deus e seu Reino, e sim, o homem com

seus anseios malignos e egoístas. O foco é a paradigmatização de conceitos

hedônicos municiados por um ideal financeiro.

4.2. SalvívicaEsse tipo de fé precisa ocupar como primordial todos os campos

semânticos de nossa existência cristã. Em João 14.6 “Eu sou o caminho, a

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verdade e a vida”. Esse texto reivindica a centralidade da fé, que, é estar em

Cristo o mediador da nossa salvação.

No Antigo Testamento – A palavra hebraica mais comum é “yasha”

(largura, espaço, ser livre da opressão, libertação). Ela era usada para a

salvação para qualquer tipo de perigo, aflição, escravidão do Egito (Êx 14.13;

15.2), exílio na Babilônia (Is 46.13; 52.10,11), adversários (Sl 106.10), derrota

(Dt 20.4), opressão (Jz 3.31), decadência social (Os 1.17), etc. Num sentido

positivo, esta salvação traria bem-estar pessoal e moral, uma vida de shalom

(vida de bem-estar, onde tudo está em ordem – Is 30.15; Sl 28.7-9; 69.35,36).

“O Senhor é a minha salvação” é o âmago do testemunho do Antigo

Testamento, sempre com conotações de misericórdia imerecida.

No Novo Testamento – A palavra grega soteria (salvação), além de

incorporar os aspectos anteriores, acrescentam a noção de inteireza, firmeza,

saúde. Assim, o conceito de salvação tanto pode abranger a cura física quanto

a espiritual (Lc 4.18,19; Mc 5.34). O uso mais frequente de soteria é

relacionado às bênçãos espirituais (Ef 1.13; IITs 2.13,14; IPe 1.9).

A salvação em seus múltiplos aspectos – Por tudo isto que foi dito, a

salvação tem uma grande conotação de aspectos na qual se manifesta (é

como um fruto com muitos gomos): religioso (a aceitação de Deus, o perdão,

a reconciliação, a filiação, o recebimento do Espírito, a imortalidade);

emocional (segurança, paz, coragem, esperança, alegria); prático (oração,

direção, disciplina, dedicação, serviço); ético (nova dinâmica moral para novos

alvos morais, liberdade, vitória); social (Igreja, comunhão, compaixão, amor ao

próximo), etc.

A Bíblia propõe uma ordem de acontecimentos na salvação (Rm

8.29,30; At 26.17,18). É claro que não devemos pegar esta ordem num sentido

exato, mas ela indica uma direção na qual Deus age em nossa salvação. Além

disto, a Bíblia fala da salvação no passado, presente e futuro. Veja estes

exemplos: passado “nós fomos salvos” (Rm 8.24; Tt 3.5,6); presente “nós

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estamos sendo salvos” (Fl 2.12,13; Ef 2.8; ICo 1.18); e futuro “nós seremos salvos” (IPe 1.5; Mt 10.22; Rm 5.9,10). Como entender isto? Isto significa que

a salvação é algo abrangente que abarca toda a vida do cristão e não apenas

um momento. Significa também que o salvo passa por todos os momentos e

não apenas por um ou dois. Estudaremos agora um pouco destes três tempos

da salvação:

Passado (nós fomos salvos) – Pela fé no sacrifício do Senhor

Jesus Cristo recebemos bênçãos que vêm sobre nós no

momento de nossa conversão e que continuam atuando no

nosso viver daí para frente. São algumas destas bênçãos: o dom

(ou batismo) do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a

justificação, a adoção na família de Deus, a regeneração, a

redenção, a libertação para nova vida, etc. (Ef 2.5; 1.7,13);

Presente (nós estamos sendo salvos) – Tendo recebido a

graça transformadora de Cristo, vivemos agora na santificação,

perseverança na fé, vivência no amor, participação na igreja,

etc. Esta é a vida do cristão enquanto viver na terra e a salvação

manifesta-se destas formas (ICo 15.2; IICo 2.15; 6.2; IPe 1.9;

3.21);

Futuro (nós seremos salvos) – O cristão terá, no futuro, a

consumação de sua salvação através da glorificação que

compreende a ressurreição, a participação na 2ª vinda de Cristo,

o galardão, a vida no Reino Eterno, etc. (Rm 13.11; ICo 5.5; Fl

1.5,6; 2.12; ITs 5.8; Hb 1.14; 9.28; IPe 2.2). Embora possamos

caracterizar estas bênçãos em cada tempo, elas, como

integrantes da salvação, não se restringem apenas a um dos

tempos, mas acompanham o cristão em seu novo viver para

sempre.

Veja os seguintes exemplos:

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• Justificação: passado (Rm 5.1), presente (Rm 3.24) e futuro

(Rm 2.13);

• Santificação: passado e presente (ICo 1.2);

• Glorificação: presente (IITs 1.12) e futuro (IITs 1.10).

A árvore da salvação é uma, mas aparece em tronco/galhos, flor e

finalmente fruto.

Na Bíblia, a fé é sempre uma resposta humana à graça e chamada de

Deus – A fé é uma resposta do homem à graça de Deus (Jo 3.16; Ef 2.8; Jo

1.12); a incredulidade barra a graça de Deus (At 7.51; II Pe 3.9).

A nível existencial, todo homem precisa tomar a decisão de crer em

Jesus como Salvador – Na Bíblia, o homem caído toma decisões de cunho

espiritual (Rm 1.21; 6.16; At 17.30; Js 24.15); o homem pode crer na

mensagem do Evangelho ou rejeitá-la (At 16.31; Mt 23.37; Jo 9.36,38; 10.25).

Movido pela perfeição do seu santo amor, Deus em Cristo substituiu-se por nós, pecadores. É esse o coração da cruz de Cristo. Ele

nos leva agora a nos voltarmos do acontecimento para as suas consequências,

do que aconteceu na cruz para o que ela alcançou. Por que tomou Deus o

nosso lugar e levou o nosso pecado? O que realizou ele com seu auto

sacrifício e sua auto substituição?

O Novo Testamento dá três respostas principais a essas perguntas, as

quais podem resumir com as palavras "salvação", "revelação" e "conquista". O que Deus fez em Cristo por meio da cruz é salvar-nos, revelar-se a si mesmo e vencer o mal.

Seria difícil exagerar a magnitude das mudanças ocorridas como

resultado da cruz, tanto em Deus quanto em nós, especialmente nos tratos de

Deus conosco e em nosso relacionamento com ele. Verdadeiramente, quando

Cristo morreu e ressurgiu dentre os mortos, raiou um novo dia, teve início uma

nova era.

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Esse novo dia é o "dia da salvação" (2 Coríntios 6:12), e as bênçãos

"de tão grande salvação" (Hebreus 2:3) são tão ricamente diversas que não

podemos defini-las adequadamente. Seriam necessários muitos quadros para

retratá-las. Assim como a igreja de Cristo é apresentada na Escritura como a

sua noiva e o seu corpo, como as ovelhas do seu rebanho e os ramos da sua

videira, como a sua nova humanidade, sua casa ou família, como templo do

Espírito Santo e pilar e fortaleza da verdade, da mesma forma a salvação de

Cristo é ilustrada através da vivida imagem de termos como "propiciação",

"redenção", "justificação" e "reconciliação".

Além do mais, apesar de as imagens da igreja serem visualmente

incompatíveis (não podemos perceber o corpo e a noiva de Cristo ao mesmo

tempo), contudo, por trás de todas encontra-se a verdade de que Deus está

chamando um povo para si mesmo, assim também apesar de as imagens da

salvação serem incompatíveis (justificação e redenção conjuram

respectivamente mundos diversos da lei e do comércio), contudo, por trás de

todas encontra-se a verdade de que Deus em Cristo levou o nosso pecado e

morreu a nossa morte a fim de nos libertar do pecado e da morte. Tais imagens

são auxílios indispensáveis à compreensão humana dessa doutrina. E o que

transmitem, por serem dadas por Deus, é verdadeiro. Entretanto, não devemos

deduzir dessa afirmativa que compreender as imagens é esgotar o significado

da doutrina. Pois além das imagens da expiação jaz o seu mistério, as

profundas maravilhas que, penso eu, haveremos de explorar por toda a

eternidade.

Acho que o termo "imagens" da salvação (ou da expiação) é melhor

que "teorias" da salvação. Pois teorias em geral são conceitos abstratos e

especulativos, ao passo que as imagens bíblicas da obra da expiação de Cristo

são quadros concretos, e pertencem aos dados da revelação. Não são

explicações alternativas da cruz, que nos provêm uma variação da qual

escolhermos, mas complementares, cada uma contribuindo com uma parte

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vital ao todo. Quanto às imagens, a "propiciação" nos introduz aos rituais de

um sacrário, a "redenção" às transações do mercado, a "justificação" aos

procedimentos de um tribunal de lei, e a "reconciliação" às experiências de

casa ou familiares. Meu argumento é que a "substituição" não é uma "teoria" ou

"imagem" que deva ser colocada ao lado das outras, mas, pelo contrário, o

fundamento de todas elas, sem o qual perdem a força de convencer. Se Deus

em Cristo não tivesse morrido em nosso lugar, não poderia haver propiciação,

nem redenção, nem justificação, nem reconciliação. Além do mais, todas as

imagens têm início no Antigo Testamento, mas são elaboradas e enriquecidas

no Novo, particularmente ao serem diretamente relacionadas a Cristo e à sua

cruz.

Em suma, a obra da salvação é a linha mestra do cristianismo. Dessa

forma, a fé Salvívica é a pedra angular da Igreja, sendo Cristo a figura desta

pedra. Por isso, a fé, primeiramente está a serviço da salvação e depois a

serviço dos benefícios do Reino da salvação. Esta sequencia é proposta em

Mateus 6.33 – “Busque o Reino e a justiça, e, as demais coisas vos serão acrescentadas”.

4.3. Ações de PiedadeFalaremos agora de um tipo de fé não atraente, porém necessária. Fé

para servir! Muitos professam serem discípulos de Cristo pelas razões erradas.

Eles podem ter falsas expectativas com respeito a alguém que siga a Cristo, tal

como alcançar uma vida de fama, bens e reconhecimento. Que alguns cristãos

sejam sim, bem sucedidos de acordo com padrões mundanos somente serve

para confirmar tais expectativas naqueles que se tornam cristãos por motivos

errôneos. Não que os cristãos não devam ser famosos, ou prósperos, mas que

não deve ter tais coisas em mente ao responder o chamado de Deus.

Em um cenário completamente egoísta e competidor, a igreja de Cristo

está aos poucos se “desalinizando” de sua missão existencial.

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Nos dias de Jesus, todos os grupos religiosos de Israel viviam como sal

dentro do saleiro. Alguns deles não mereciam nem ser chamados de sal,

porque tinham perdido completamente o sabor. A santidade, existencialmente,

começa dentro, no interior do indivíduo, mas tem sua representação na

secularidade, no mundo. Os conteúdos cristãos tem que ser colocados de

maneira que a sociedade humana os perceba, a fim de que o desejo de Jesus

se cumpra; para que, vendo o caráter da Igreja e suas ações, o nome do Pai,

que está nos céus, seja glorificado. Isto é ver a reprodução do "jeito" de Deus

no mundo, nos Seus filhos que, à semelhança do Pai, são bondosos,

generosos, sensíveis para amar e perdoar, humanos, intensamente

apaixonados pela obra, comprometidos com a missão, conscientes do seu

tempo e da sua hora e da responsabilidade para com Deus e para com o

mundo, respondendo a este com o mesmo amor com o qual Deus reage todos

os dias, fazendo vir sol sobre maus e bons e chuva sobre justos e injustos (Mt

5. 45).

Quando falamos do caráter da Igreja, estamos elencando os axiomas

da Igreja pulverizada de maneira lancinante no Sermão da Montanha por

Jesus.

Ser Sal fora do Saleiro é cumprir fielmente o IDE de Jesus; pois, o

“modus operandi” da vida cristã não se resume a um amontoado de

Confissões Dogmáticas sobre fé religiosa;

Ser Sal fora do Saleiro é ser realidade e não utopia; é ser Samaritano

na ação e um bom Judeu na confissão da fé;

Ser sal fora do Saleiro é não petrificar a esperança enclausurando-se

dentro do saleiro enquanto vidas estão sem sabor neste mundo

desesperançoso;

Ser sal fora do Saleiro é querer estar fora do saleiro para não salgar

demais quem está do seu lado;

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Ser sal fora do saleiro é entender a existência do próprio ser na missão

de Deus;

Ser sal fora do saleiro é querer amoldurar-se nos padrões de Jesus em

Fé, Vida e Caráter!

O serviço cristão não pode ser despretensioso. O mesmo é carregado

dos predicados de Cristo e do Reino.

O homem moderno não é o único que tem ilusões sobre o que a vida

cristã possa trazer. Jesus diz em João 6. 26-27: “A verdade é que vocês estão me procurando, não por que viram meus sinais miraculosos, mas por que comeram os pães e ficaram satisfeitos. Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o filho do homem vos dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação”.

Conhecendo as falsas expectativas que muitos podem ter

concernentes a caminhada cristã, Jesus adverte em Lucas 14.33 “Assim, pois, todo aquele que dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo. Basicamente essa é uma ideia concomitante

com a metáfora do sal.

A expressão de Cristo registrada por Lucas deveria ser repetida

diariamente, pois, em uma época em que o apelo do púlpito para que as

pessoas se tornem cristãs é proclamada como se apenas se exigisse uma

decisão simples para aceitar alguma coisa, ao invés de um compromisso com

uma total transformação tanto de pensamento quanto de conduta. Jesus

repetida vezes deixou claro suas exigências para aqueles que o seguiriam, e é

estranho como suas chocantes palavras são frequentemente lidas com

interesse, mas, de um modo que não consegue convencer a nós.

Não dá para ser discípulo de Jesus e negar as condições que Ele

apresenta para os candidatos ao discipulado. Por isso, a fé para servir é

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extremamente importante em contexto de mundo, onde, as pessoas professam

uma fé inoperante e desobediente aos condicionantes de Cristo.

Com isso não estamos dizendo que ser um discípulo de Cristo

necessariamente acarrete pobreza ou certos tipos de sofrimento. Muitos

cristãos são bem prósperos, levando vida relativamente confortável, enquanto

outros diariamente correm o risco de martírio. A questão é, quando você

promete a Jesus: Senhor, eu te seguirei por onde quer que fores, sabes de

fato o que estás dizendo? Você está reconhecendo de fato seu senhorio e se

dedicando a cumprir o seu mandamento?

A vida de alguns cristãos não reflete dedicação total a Cristo, mas

somente um desejo para justificar sua perseguição às próprias visões de

grandeza para si mesmas, ao produzirem uma visão cristianizada do “sonho

americano”.

4.4. Bondade ÉticaPara que tenhamos uma melhor compreensão se faz necessário definir

a palavra “moral”: (da raiz latina “mores”) costumes, conduta, comportamento,

modo de agir.

Na vida prática, porém, nem sempre é fácil ao homem discernir se o

determinado ato livre é, ou foi contrário ou não à sua natureza humana. Por

isso, todo homem adulto é dotado de consciência, que é a expressão imediata,

a norma próxima do senso moral. (concretamente, agir moralmente bem

significa, pois, agir segundo a própria consciência [Consciência Moral]).

Uma fé predicada pela bondade ética é medical em mundo com um

discurso político de conduta contraproducente na práxis.

Este item é de extrema relevância em um contexto de irrelevâncias

quando a pauta da discussão é fé.

Em Mateus capítulo 7 Jesus está trabalhando axiomas cristãos de

caráter relacional. Entretanto, Ele finaliza o capítulo mostrando a outra face do

axioma que é a operacionalização da norma em favor da vida. Vejamos:

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Mateus 7.1 “Não julgueis para que não sejais julgados”;

Mateus 7. 21:22 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor!

Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de

meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia:

Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu

nome não expulsamos demônios? E Em teu nome não fizemos

muitos milagres?

Mateus 7.23 “Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci;

apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.

Mateus 7. 24:27 “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas

palavras e as põe em prática, será comparado a um homem

prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva,

correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com

ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava

fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas

palavras, e não as põe em prática, será comparado a um

homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E

desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e

bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi

a sua queda.

Percebemos neste capítulo a preocupação de Jesus em relação ao

comportamento resultante de uma obediência irrestrita ao mandamento. Dessa

forma a ação (fé) é a concretização da mecânica da norma. Sendo assim, não

existe cristianismo sem ação; não existe fé inamovível. Isso quer dizer que

ainda que eu tenha fé para ver o impossível se essa mesma fé não me

conduzir a andar com o Deus invisível, mas real, é como se eu construísse

minha fé em um sistema inócuo como aqueles de Mateus 7. 24:27.

A bondade ética transversaliza toda a Escritura (Antigo e Novo

Testamento). Quando vemos a “Legislação Levítico-Deuteronômica”, é

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visível a preocupação de Deus em que o povo desenvolva não só a mecânica

da norma, mais a aplicabilidade da mesma. Isso redundará em uma forma

ainda que meio longe de ágape.É intrigante a situação do cristianismo moderno, pois o mesmo esboça

uma fé plástica facilmente derretida quando os meandros hedônicos não

funcionam como o desejado.

Se o Cristianismo não funcionar como deve, como é que o mundo

poderia receber qualquer coisa da boa graça de Deus? A religião sem

autenticidade dificilmente tem uso digno para os discípulos de Jesus ou para o

mundo em geral.

O cristão deve saber que o mundo jamais verá a Deus de maneira

melhor do que o próprio crente é capaz de apresentar através de suas atitudes.

Por isto Jesus acrescentou: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos

homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que

está nos céus” (Mt 5.16).

Segundo Paulo, os crentes são luzes secundárias. Aos crentes são

reputadas luzes porque participam da luz que vem da fonte luminosa que é

Cristo: “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus

inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual

resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15).

A esfera do mundo é trevas; trevas da ignorância, a sua esfera é

escuridão, Jesus foi à luz entre os homens (Jo 1.5). Mas os homens amaram

mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.

Os crentes também são luzes que iluminam as trevas segundo os

ensinos de Jesus, sem essa iluminação o mundo seria um lugar tenebroso,

seus discípulos, pois, devem ser “como uma cidade edificada sobre um monte”.

Mesmo que as luzes fossem fracas, as cidades edificadas sobre os

montes seriam vistas de grande distância. Assim também deve ser o crente,

brilhando e dissipando as trevas.

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A presença real de Deus na vida do crente fará dele uma luz

verdadeira, e Deus será glorificado era sua vida. O crente como luz exerce o

seu verdadeiro sacerdócio.

Desta forma o cristão precisa zelar da bondade ética em sua vida;

assim, ele estará desempenhando seu verdadeiro papel com agente do Rei no

Reino de Deus e de seu Cristo. Esse é o outro lado da fé que sofre

constantemente por aqueles que dizem crer mais seus estilos de vida dizem

algo completamente diferente!

4.5. FatualO verbo grego pisteuo (fé), aceita como verdadeiro aquilo que alguém

afirma. Em Tiago 2.19 “Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também creem, e estremecem”. Esse tipo de fé é a mais ofendida

pela igreja moderna.

A fé fatual é o tipo de fé apoiada em, ou sobre. Em suma, está apoiada

na Palavra de Cristo e na de seus mensageiros que têm a Palavra de Deus

como base fatual dos seus escritos, discursos, ensinamentos, etc.

Lutero, o Reformador afirmava que ainda que o discurso fizesse chover

milagres senão estivesse apoiado nas Escrituras que fosse anátema.

Verdadeiro é, de fato, que a fé atenta para o Deus único. Tem-se,

porém, de aduzir também que ela “conhece a Jesus Cristo, a quem aquele

enviou” [Jo 17.3], pois Deus mesmo jazeria oculto, ao longe, se o fulgor de

Cristo não nos iluminasse.

Para este fim, o Pai depositou com o Unigênito tudo quanto tinha, para

que nele se revelasse, e assim, pela própria comunicação das benesses do

Pai, expressasse Cristo a verdadeira imagem de sua glória. Se na verdade,

como foi dito, impõe-se nos ser tomados pelo Espírito para que sejamos

impelidos a buscar a Cristo, assim, por nossa vez, devemos estar alertados de

que o Pai Invisível não deve ser buscado em outro lugar senão nesta imagem.

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Em relação a essa matéria, brilhantemente falou Agostinho que,

discorrendo acerca do escopo da fé, ensina que se deve saber para onde e por

onde se tenha de ir. Então, imediatamente após, conclui que o caminho mais

guarnecido contra todos os erros é aquele mesmo que é Deus e homem – pois,

como Deus, é para onde nos dirigimos; e, como homem, é por onde vamos;

ambos, porém, só se acham em Cristo. Tampouco tem Paulo em mente,

enquanto prega a fé para com Deus, confundir o que tantas vezes inculca a

respeito da fé: que toda sua estabilidade se encontra em Cristo. Pedro,

ademais, mui adequadamente a ambos correlaciona, dizendo que por meio

dele cremos em Deus [1Pe 1.21].

4.6. IntrospectivaQuando o verbo pisteuo é seguido da preposição “eis” – significa crer

dentro. Desta forma, a fé introspectiva nos leva para longe da mecânica

aparente deste mundo, onde, a ferrugem e a traça corroem (Mateus 6.19).

Esse tipo de fé quando introjetada torna o crente inabalável conforme o

salmo 125.1: “Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre”.

A introspecção conceituada sobre esse prisma eleva-nos a uma nova

forma de mover o olhar sobre nós e sobre o mundo. Olha pra dentro (essa é a

melhor intelecção do termo – introspecção), é se permitir enxergar elementos

positivos e negativos sobre nós e sobre o mundo ao redor.

Esse tipo de fé é Stottiniana (crer também é pensar) é conceitual em

introspecção e interiorizada cognitivamente de tal forma que o molde da fé

abarca os elementos que fazem com que nós dicotomicamente consigamos de

maneira conducente uma concomitância entre reflexão (externa) e introspecção

(interna) do ser.

O ministério de Jesus dividia-se basicamente em dois:

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1. Ministério Público Jesus dedicava atenção à periferia do

Reino. Nessa preposição, o campo semântico é de caráter

reflexivo – REFLEXÃO.

2. Ministério Particular A atenção aqui é direcionada

exclusivamente ao colégio apostólico. A preposição aqui é de

caráter introspectivo – INTROSPECÇÃO.

Vejamos que a relação entre reflexão e introspecção é concomitante no

Ministério de Jesus. Nosso Senhor em diversas ocasiões fez uso desse método

(ainda que não intencional) em suas homilias. Vejamos:

Mateus 23.25:28 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!

Por que limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança. Fariseu cego! Limpa

primeiro o interior do copo, para que também o exterior se

torne limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Por que

sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de

ossos e de toda imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de

hipocrisia e de iniquidade.

Esse tipo de fé (crer dentro) mobiliza toda nossa mecânica cognitiva;

pois, essa pedagogia introspectiva mobiliza nosso ser a navegar em uma

corrente empirista muito densa e forte!

Na epistemologia Lockniana esta analogia entre sentido interno e

externo cumpre a função de explicar a origem das ideias ou a partir da

sensação ou da reflexão. As expressões que Locke utiliza para caracterizar o

funcionamento do sentido interno moldaram a discussão sobre o tema não

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apenas no cenário da filosofia empirista. Os reflexos desta análise podem ser

vistos até mesmo no desenvolvimento da psicologia experimental do final do

século XIX. As citações de James e Sully retratam o ponto. James fala de

“olhar para dentro de nossa mente” para descobrir estados de consciência.

Sully, usa a expressão mas resguardada, mas de forte matiz lockiano, de uma “

cognição reflexiva imediata”.

Desta forma, a fé introspectiva está além de um simples olhar para

coisas de dentro; é uma mobilização imediata da mente que modifica

conscientemente nossa maneira de interagir socialmente; familiarmente e

principalmente “religiosamente”.

Esse tipo de fé está cada dia mais rara entre a irmandade. Pois a

maneira de viver denuncia se estamos ou não mobilizando nossa mente de tal

forma, que, Cristo seja visto e sentido em nós, por nós e través de nós!

4.7. InstrutivaA verdadeira fé traz até nós instruções de Deus. Entretanto, se faz

necessário, ressaltar um ponto importante aqui: Estou disposto a obedecer as

ordens instrutivas de Deus para minha vida?

Em Lucas 17. 11-19, encontramos a narrativa sobre 10 homens que

eram leprosos e foram curados deste mal. No entanto, somente um dentro os

outros manifestou a fé instrutiva; quando retorna para agradecer por tal feito,

recebe as seguinte nova: (v.19) [...] Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.

Sabemos que a salvação é um ato de Deus observado em nós através

de uma nova vida. Essa nova vida precisa ser abastecida de instruções divina

para que a caminhada seja certa e objetivada no próprio Cristo que realizou tal

salvação.

Esse paradigma de fé precisa ser cristalizado em nossa mente. O

cristianismo sofre por que seus seguidores estão encantados com a plástica do

Reino (curas; milagres), no entanto, quanta gente vazia de Deus!

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Em Mateus 7.16 encontramos o seguinte: Pelos seus frutos os

conhecereis[...] e depois nos versículos (22:23) do mesmo capítulo: Muitos me

dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em

teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos

milagres? Então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim,

vós que praticai a iniquidade.

O vazio do cristianismo está em seus seguidores não conhecerem a

verdadeira face de seu Pai. Nosso pai, o Senhor, requer obediência irrestrita de

seus filhos. Em João 15.14 está registrado: Vós sois meus amigos, se fizerdes

o que eu vos mando.

Veja bem, a grande batalha do homem é contra o pecado. Nós só

vencemos o pecado seguindo as instruções divinas. O grupo de Mateus

7.22:23 eram pessoas dispostas até certo ponto. Entretanto, isso não foi

suficiente para vencerem o pecado, que depois, se consumou em iniquidade,

que é o habito de cometer o mesmo pecado repetida vezes!

Em João 8.32 encontramos a bandeira da Fé InstrutivaE conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!

Se a igreja não abrir o coração para receber de bom grado as

instruções de Jesus, perecerá como os de Mateus 7. 22-23.

Não podemos afirmar que somos cristãos se não temos fé para

observar, guardar e cumprir os mandamentos de nosso Deus!

A igreja moderna é antagônica. Tem fé para evocar milagres;

entretanto, se acovarda quando precisa usar a fé para obedecer irrestritamente

o Senhor!

4.8. MedicalA fé para obter a cura divina é uma necessidade que vai além das

paredes do templo; é uma necessidade humana. Os homens estão doentes de

muitas maneiras. De igual modo, é impossível ler a Bíblia sem reconhecê-la de

imediato como provisão divina à trágica queda de Adão, no Éden, que acabou

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por introduzir a enfermidade e a morte na experiência humana. Enfim, há bases

bíblicas e históricas para se acreditar plenamente na cura divina.

Vejamos primeiramente suas bases bíblicas:

Foi Estabelecida por Deus no Antigo Testamento (Êx. 15:26);

Foi Tipificada no Antigo Testamento (Nm. 21.6-9; Nm. 12.5-15);

Foi Anunciada pelos Profetas (Is. 53.4-5; Jr. 33.6);

Exercida por Cristo em Seu Ministério Terreno (Mt. 4.23; Mc.

16.16-18; Lc. 9.2; Mt. 10.8);

Cumprida em Atos dos Apóstolos (At. 3.6-10; At. 14.8-10);

Ensinada e Manifestada nas Epístolas (1Co. 12.9; Tg. 5.14-16).

Observemos, agora, as bases históricas:

Pregada e exercida durante a Igreja

Muitos dos pais da igreja fizeram da cura divina uma pratica ministerial.

Tem sempre acompanhado os grandes avivamentos espirituais

Filipe em Samaria, Paulo em Listra, e o reavivamento no País de Gales

sustentam esta verdade.

É patente nos dias de hoje

Ainda hoje, Deus continua levantando homens para ministrar aos

enfermos: Oral Roberts, Dr. Charles Price, Smith Wigglesworth, Reihard

Bonnke, Tommy Hicks e outros.

Em muitas igrejas evangélicas, há trabalhos específicos de cura divina.

É preciso introjetar no coração que Deus quer que sejamos curados

tanto das moléstias da carne, como daquelas que atormentam a alma.

Entretanto, precisamos olhar para a Escritura e entender que há momentos em

que a dor; os sofrimentos farão parte do governo soberano de Deus sobre nós

e a história.

Ter fé medical é ter fé para conseguir estar de pé quando as

enfermidades do corpo e da alma querem nos fazer se prostrar. A fé na cura

divina é muito mais que receber propriamente a cura; é continuar crendo

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mesmo consciente que Deus não vai curar! Recordo-me de um testemunho de

um pastor com câncer em fase terminal que foi visitado por outros quatro

pastores. Em um momento da conversa um deles indagou:

- Como pode um homem de Deus morrer de câncer?

Ao que o nobre enfermo pastor respondeu: “Ainda que eu venha a

morrer de câncer; todavia, morrerei crendo que Deus pode me curar”!

Alguns dias depois, o nobre pastor faleceu!

Que fé foi essa desse pastor! As dores; as incertezas, o medo, a

angústia, etc., não tiveram poder de parar esse homem de crer até o último

suspiro.

A cura divina é um grande mistério, onde alguns sucumbirão e outros

se levantarão como Jó do pó e das cinzas!

5. ConclusãoA fé é o marco pessoal e histórico da igreja. Sem ela o cristianismo não

passa de mais um sistema religioso e obtuso.

A razão de a igreja existir é a fé em Deus. A mensagem da igreja

precisa resgatar a verdadeira fé nos fiéis; uma fé que os aproxime, que os faça

apaixonar pelo Senhor; uma fé que os faça morrer para este mundo podre e

egoísta e os faça transformados e salinizados em suas consciências!

A fé não pode ser um instrumento de barganha e promoção

eclesiástica; ela precisa ser propedêutica e conducente na maneira correta de

nos relacionarmos com Deus. A Bíblia diz em Hebreus 11.6a Sem fé é

impossível agradar a Deus [...]; sendo assim, faça da fé uma ancora para sua

vida. Segure firmemente nela, se mova por ela, chore com ela, se alegre com

ela, e por fim, morra com ela!

Que a intelecção desta analogia de fé, o faça entender que os moldes

eclesiásticos desse tempo, estão corroídos por interesses secundários e

demoníacos.

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A igreja moderna trocou a fé no Senhor e Salvador por uma confissão

positiva psicologizada em um hedonismo hegeliano. Temos visto a cada dia,

vidas que entram e saem de templos sinuosos em busca de um produto

perecível à custa de sacrifícios para agradar o pensamento humano.

Essa pedagogia bancária transforma a fé em um caixa eletrônico,

onde, o fiel é ensinado a entender que o fim da fé é sacar sua benção!

Quantos jargões estão sendo plantados na igreja: “Hoje é dia de buscar

sua benção”; “Hoje é o dia da vitória”, etc. Na verdade, hoje é dia de buscar o

Senhor e seu Reino de Justiça para que as demais coisas nos sejam

acrescentadas conforme Mateus 6.33. A inversão disso é sucateamento da fé e

da esperança verdadeira em Cristo e na sua volta iminente!

Maranata! Ora vem Senhor Jesus!

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