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INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE ERIELI - IMBES CURSO DE MESTRADO EM TERAPIA INTENSIVA ALEXSANDRA COUTINHO DE LIMA O SISTEMA DE TRIAGEM DE MANCHESTER E A CONFIABILIDADE DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA

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INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE ERIELI - IMBES

CURSO DE MESTRADO EM TERAPIA INTENSIVA

ALEXSANDRA COUTINHO DE LIMA

O SISTEMA DE TRIAGEM DE MANCHESTER E A CONFIABILIDADE DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA

RECIFE

2020

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ALEXSANDRA COUTINHO DE LIMA

O SISTEMA DE TRIAGEM DE MANCHESTER E A CONFIABILIDADE DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, apresentado a Banca Examinadora como requisito parcial para obtenção do Titulo de Mestre em terapia intensiva pelo IMBES, sob orientação do Mestre Everton Alves Xavier.

RECIFE

2020

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ALEXSANDRA COUTINHO DE LIMA

O SISTEMA DE TRIAGEM DE MANCHESTER E A CONFIABILIDADE DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, apresentado a Banca Examinadora como

requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em terapia intensiva pelo

IMBES.

Orientador: Mestre Everton Alves Xavier

BANCA EXAMINADORA

Aprovada em:

(ORIENTADOR)

(PRIMEIRO AVALIADOR)

(SEGUNDO AVALIADOR)

(TERCEIRO AVALIADOR)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter nos dado saúde, forças para superar as dificuldades que enfartamos, e sempre nos dá o dom da sabedora para seguir seus caminhos, mostrando que fomos feitos para cuidar de outras pessoas.

Ao Instituto Multidisciplinar Brasileiro em Saúde Erieli, seu corpo docente e toda sua administração por nos fazer possível a realização desse sonho.

Aos professores por nos passar ensinamentos que serão levados por toda vida, cada história, dicas e conselhos, tudo isso é uma ferramenta para o crescimento e para o sucesso.

Ao meu orientador que durante esses meses foi muito atencioso, calmo, compreensivo, e determinado.

Aos nossos amigos que sempre viram que somos capazes de conseguir e a todo tempo nos davam uma palavra de apoio e força.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte do nosso crescimento acadêmico, meu muito obrigado a todos.

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SUMÁRIO

1 RESUMO 6

2 ABSTRAT 7

3 INTRODUÇÃO 8

4 OBJETIVOS 10

5 METODOLOGIA 11

6 RESULTADO / REVISÃO LITERÁRIA 13

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18

8 REFERÊNCIAS 19

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RESUMO Alexsandra Coutinho de Lima1

Everton Alves Xavier2

Os serviços de urgências e emergências dos hospitais públicos são as portas de

entrada para quem busca atendimento para diferentes tipos de problemas de

saúde. Com o aumento da demanda, foram criados Protocolos de Acolhimento e

Classificação de risco (PACR) cujo objetivo é reorganizar e agilizar o atendimento

de acordo com as reais necessidade de cada paciente. Nesse sentido, o papel do

enfermeiro se destaca, em virtude deste estar na linha de frente como

responsável pela aplicação do protocolo e respectiva classificação. É importante

fornecer informações sobre o PACR subsidiando uma maior compreensão sobre

a temática. Nesse sentido, o presente estudo teve como linha de pesquisa tecer

considerações teóricas acerca da classificação de risco nos atendimentos de

urgências. Para a revisão da literatura, foi realizada pesquisas nas bases do

Scielo, Bireme, e Google acadêmico. Cabe ao profissional de saúde entender de

maneira holística todos os mecanismos acerca do Acolhimento de Classificação

de Risco. Objetivo: Verificar a confiabilidade de um protocolo de classificação de

risco para Unidade de Emergência.

PALAVRAS CHAVES: Classificação; Urgências; Hospitais; Triagem; Manchester.

1 Graduada em Enfermagem pela UPE, pós-graduada em Saúde Pública na Área de Ciências da Saúde, pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande.

2 Graduado em Enfermagem pela Universidade de Pernambuco (UPE). Especialista em Saúde Pública pela Universidade de Pernambuco (UPE). Pós-Graduado em Enfermagem Saúde da Criança com ênfase em Pediatria e Neonatologia pelo Centro de Formação, Pós-Graduação e Pesquisa em saúde (CEFAPP). Pós-Graduado em Enfermagem em saúde da Mulher pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE). Enfermeiro Especialista na Maternidade Escola Santa Mônica de Maceió-AL, lotado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTNI). Mestre em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva (IBRATI). Email: [email protected]

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ABSTRATAlexsandra Coutinho de Lima1

Everton Alves Xavier2

The emergency services of public hospitals are the gateway to those seeking care

for different types of health problems. With increasing demand, Reception and

Risk Classification (PACR) protocols were created to reorganize and streamline

care according to the real needs of each patient. In this sense, the role of the

nurse stands out, because he is in the front line as responsible for the application

of the protocol and its classification. It is important to provide information about the

PACR to support a better understanding of the subject. In this sense, the present

study aimed to make theoretical considerations about the risk classification of

emergency care. For literature review, based searches of Scielo, Bireme, and

Google Scholar were performed. It is up to the health professional to understand

holistically all the mechanisms about the Risk Classification Reception.

KEY WORDS: Classification; Urgencies; Hospitals; Sorting; Manchester.

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1. INTRODUÇÃO

As unidades de Urgências e Emergências, historicamente, são

consideradas a referencia para tratamento de todo e qualquer caso pela

população em geral, por serem locais de atendimento rápido e resolutivo.

Apoiando-se em tal concepção, o foco de atenção a saúde voltada para o pilar da

doença, da cura, e não da prevenção. A população passa a entender o serviço de

urgência e emergência não como um serviço voltado para o atendimento de

paciente em risco de morte, mas sim, como alternativa para a falta de retaguarda

na atenção básica e procura de agilidade e resolutividade de tratamento. (SILVA;

ANTONINI, 2018).

Essa situação levou o governo a reorganizar e normatizar o atendimento

aos pacientes nos serviços de Urgências e Emergências em todo território

nacional. O Acolhimento com Classificação de Risco (ACR), estratégia proposta

pela política nacional de humanização. (REGINA; ROSSO; NETH, 2011).

A Classificação de Risco surgiu, portanto, como uma estratégia clínica e

organizacional para atenuar riscos e danos oriundos das assimetrias,

tradicionalmente orientado por ordem de chegada aos serviços hospitalares, bem

como para minimizar os riscos e danos causados pelas consequências da

superlotação deste. (MARCHI; GOMES; ANDREZZA, 2019).

O Sistema de Classificação de Risco (Sistema Manchester) foi

desenvolvido por enfermeiros e médicos do Reino Unido como estratégia para

estabelecer, diante a demanda de pacientes que se apresentam nas

Emergências, quais os que, embasados em critérios clínicos, deveriam ter

prioridade de atendimento. Serve, portanto como uma diretriz de ordenamento

para o atendimento em Emergências, priorizando aqueles pacientes sob

condições clínicas de maior risco. (AZILIERO; ELIS; AMARAL, 2017).

A classificação de Risco tem também outros objetivos importantes, como:

garantir o atendimento imediato; informar o paciente que não corre risco de vida

imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera;

promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do paciente; dar

melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da

ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos

usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de

redes internas e externas de atendimento. (REGINA; ROSSO; NETH, 2011).

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Esta Classificação é descrita por cores, que indicam tempos máximos para

o primeiro atendimento médico. A cor vermelha determina uma condição de

emergência, sugerindo atendimento imediato; a cor laranja discrimina a condição

de muita urgência, cujo tempo para atendimento deve ser < 10 minutos; já a cor

amarela sugere urgência, cujo atendimento deve ser em tempo < 60 minutos, os

classificados na cor verde seriam de pouca urgência e o atendimento poderia

ocorrer em ate < 120 minutos; e os de cor azul por sua vez são considerados não

urgentes e seu atendimento está indicado para ocorrer em tempo < 240 minutos.

Em Portugal e no Brasil emprega-se a cor branca para os pacientes que utilizam o

serviço de emergência como porta de entrada para procedimentos eletivos, para

estes não há indicação de tempo para o atendimento. (AZILIERO; ELIS;

AMARAL, 2017).

.

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2. OBJETIVOS

2.1. GERAL:

Verificar o funcionamento de um Protocolo de Classificação de Risco nas

Unidades de Emergência.

2.2. ESPECIFICOS:

Mostrar aos funcionários da área de saúde como funciona o Protocolo

de Acolhimento de Classificação de Risco nas Unidades de Urgência e

Emergência.

Fornecer informações sobre desenvolvimento do sistema Manchester.

Tempo empregado na Classificação de Risco.

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3. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica do tipo descritiva,

exploratória, qualitativa. Coleta de artigos foi realizada através do SCIELO,

BIREME e GOOGLE ACADEMICO durante um período de 3 meses (outubro

2019, novembro 2019, dezembro2019), foram encontrados 28 arquivos (2008 –

2019) de relevância temática sendo excluídos 17 por se tratarem de artigos que

não se adequava/enquadrava ao tema proposto, onde os mesmos estavam

anterior ao ano de 2008.

O conteúdo dos artigos foi submetido à analise e leitura prévia, buscando

viabilizar uma melhor organização do conteúdo de acordo com os objetivos do

trabalho, visando uma melhor compreensão do processo presente no que tange,

não apenas do paciente, mas também do trabalhador de saúde. PALAVRAS CHAVES: Classificação; Urgências; Hospitais; Triagem; Manchester.

Para a realização da caracterização dos dados, após a leitura dos artigos,

levou-se em consideração o autor, ano de publicação, periódico e metodologia de

acordo com o objetivo de cada pesquisa. Partindo dessas variáveis, foi possível

destacar um resumo geral dos artigos do estudo por autor, ano, periódico,

metodologia e objetivo do artigo.

Autor/Ano Periódicos Metodologia Objetivo do artigo

CALDEIRA, Francisco; SILVA, Lorena; MENEZES, Max, 2014

Cadernos de Graduação

Qualitativo de caráter exploratório

Produção de informações sobre o Acolhimento com Classificação de Risco nas redes de urgência e serviços.

ANZILIERO, Franciele; ELIS, Barbara, 2017

Revista Gaucha de Enfermagem

Planilha eletrônica e analisada de acordo com suas características e distribuição

Avaliar o tempo empregado na classificação de risco, na prioridade para atendimento e no destino dos pacientes 24 horas após a admissão em uma Emergência.

SANTANA, Elizangela et al., 2014

Universidade Federal de Santa Catarina

Pesquisa bibliográfica, descritivo, com caráter exploratório

Evidenciar, a partir da literatura, a importância da classificação de Risco, destacando que o cuidado humanizado dispensado aos pacientes torna-se eficaz.

AUGUSTA, Ana; CARLOS, Luiz; ANTONIO,

Revista Medica de Minas

Pesquisa bibliográfica, descritivo, com

Validade e confiabilidade do sistema de triagem Manchester e outros

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Joaquim, 2011 Gerais caráter exploratório

aspectos relacionados à sua utilização em serviços de urgência e emergência.

REGINA, Eliane; ROSSO, Barbara; NETH, Caroline, 2011

Revista eletrônica de Enfermagem

Exploratória, descritiva com abordagem qualitativa

Potencialidades e fragilidades do Acolhimento com Classificação de Risco.

SILVA, Raissa; ANTONII, Mariza, 2008

Revista Mineira de Enfermagem

Exploratória, descritiva com abordagem qualitativa

Relatar a experiência da atuação do enfermeiro no processo de acolhimento com classificação de risco em uma unidade de pronto atendimento.

MARA, Licia; ELVIRA, Denise, 2011

Revista Enfermagem em Foco

Descritivo e exploratório, de abordagem qualitativa

As concepções dos enfermeiros do serviço de emergência acerca de acolhimento com classificação de risco, expectativa de mudanças com a implantação e o protocolo de classificação como instrumento de trabalho.

FREITAS, Michele; NOVELLI, Gabriela; MAINO, Aline, 2014

Revista Latino-Am

Descritivo e exploratório, de abordagem qualitativa

Elaborar e validar o conteúdo e verificar a confiabilidade de um protocolo de classificação de risco para unidade de emergência.

LUCAS, João; PAULA, Ana; SILVA, Mayckel, 2015

Revista Contexto Enfermagem

Descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa

Aprender a percepção de usuários de uma unidade emergencial sobre o atendimento embasado no acolhimento com classificação de risco.

MARCHI, Thiago, GOMES, Dnaiel; ANDREZZA, 2019

Revista Saúde em Debate

Descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa

Implantação do sistema de classificação de risco de Manchester em uma rede municipal de urgência e emergência da região metropolitana de São Paulo.

FERREIRA, Rhamaia; SUELEN, Tayssa; CLAUDINEY, Fabio, 2015

Revista Humano Ser

Pesquisa bibliográfica, descritivo, com caráter exploratório

Tecer considerações teóricas acerca do papel do enfermeiro no processo de classificação de risco nos atendimentos de urgências.

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores com base nos dados e resultados da pesquisa 2019.

4. RESULTADO / REVISÃO LITERÁRIA

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A Responsabilização para com o problema de saúde vai além do

atendimento propriamente dito, diz respeito também ao vinculo necessário entre o

serviço e a população usuária. Nesse sentido o acolhimento que significa a

humanização do atendimento, é a ferramenta que pressupõe garantir o acesso de

todas as pessoas a uma atenção inicial. (FERREIRA, Rhamaia; SUELEN, Tayssa;

CLAUDINEY, Fabio, 2015)

O numero de pacientes que demandam os serviços de Urgências e

Emergências, com uma variedade de condições clinicas, vem aumentando. Essa

situação pode levar ao fenômeno da superlotação, que associado muitas vezes a

precários processos de organização desses serviços, resultado em desfechos

clínicos indesejáveis. Um cenário que afeta diretamente não só o usuário, mas,

também, e em larga escala, os serviços e os sistemas de saúde. (MARCHI;

GOMES; ANDREZZA, 2019)

O termo triagem vem do verbo tier, que significa tipar, escolher, separar.

(AUGUSTA; CARLOS; ANTONIO, 2011) A triagem de pacientes teve origem com

os militares nos campos de batalhas em 1800. O conceito formal de triagem de

pacientes foi introduzido nos departamentos de Emergência dos Estados Unidos,

no final da década de 50, quando ocorreu aumento significativo do numero de

pacientes que procuravam esses serviços. (FREITAS; NOVELLI; MAINO, 2014)

Desde então, esse processo aperfeiçoou-se, ao longo dos anos. Contudo,

a triagem sempre esteve relacionada às guerras ou às grandes catástrofes, não

sendo aplicada a população civil ate a década de 1960. A partir daí, quando se

notabilizou nos Estados Unidos crescente processo de mudança da prática

médica, com reflexos na procura pelos serviços de urgência, essa situação levou

a necessidade de classificar os doentes e determinar aqueles que necessitavam

de cuidados imediatos. (FERREIRA; SUELEN; CLAUDINEY, 2015)

O grupo de Classificação de Risco Manchester foi formado em novembro

de 1994, tendo como objetivo de estabelecer um consenso entre a equipe de

médicos e enfermeiros do serviço de Urgência/Emergência para criar um padrão

de triagem ou Classificação de Risco. Hoje, o sistema encontra-se implementado

em sessenta serviços de Urgências nacionais, com mais unidades em fase de

implementação, podendo futuramente ultrapassar os setenta serviços aderentes.

(CALDEIRA; SILVA; MENEZES, 2014)

Entre os sistemas de triagem mais empregados nos mundo, destacam-se

quatro:

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Emergency Severity Index – ESI

Australasian Triage Scale – ATS

Canadian Triage and Acuit Scale – CTAS

Sistema de Triagem de Manchester – STM Foi desenvolvido pelo

Manchester Triage Group e começou a ser utilizado no Reino Unido em

1996 e no Brasil em 2008, razão pela qual será analisada de forma

particularizada neste artigo. ( AUGUSTA; CARLOS; ANTONIO,2011)

O sistema de Triagem Manchester está implementado, além do Reino

Unido, em quase toda Europa, predominantemente na Irlanda, Portugal, Espanha,

Itália, Alemanha, Suíça, Holanda, assim como em Hong Kong e Japão. Em

Portugal foi adotado como política nacional, e está em funcionamento em vários

hospitais desde 2000, por intermédio do grupo português de triagem (GTP) com o

endosso do Ministério da Saúde, ordem dos médicos e ordem dos enfermeiros.

Na Alemanha está implantado pelo Grupo de Referencia Alemão. O tempo para o

atendimento médico foi modificado para utilização em países de língua Alemã.

(AUGUSTA; CARLOS; ANTONIO,2011)

Pala a elaboração do Protocolo de Classificação de Risco Manchester,

dividiu-se em quatro as prioridades de atendimento: Vermelha (grupo 1), Amarelo

(grupo 2), Verde (grupo 3) e Azul (grupo 4). Cada um dos grupos contem as

principais queixas, sinais e sintomas dos pacientes e foi subdividido em itens,

conforme apresentado na figura 1 (grupo 1), figura 2 (grupo 2) e figura 3 (grupo 3

e 4). A mesma queixa pode ser enquadrada em mais de um grupo, conforme

avaliação do enfermeiro. (FREITAS; NOVELLI; MAINO, 2014)

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Figura 1 Protocolo de classificação de risco para o Grupo 1 (vermelho).

Figura 2 Protocolo de classificação de risco para o Grupo 2 (amarelo).

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Figura 3 Protocolo de classificação de risco: Grupos 3 (verde) e 4 (azul).

O Sistema de Triagem Manchester contem 52 fluxogramas para os

diferentes problemas apresentados: 7 são específicos para crianças e 2 para

catástrofes. A versão original, de 1997, foi alterada e a nova versão publicada em

2006. As principais alterações são relativas ao desempenho e expansão dos

fluxogramas, assim como ampliação dos discriminadores de 186 para 195, como,

por exemplo, déficit neurológico agudo e alteração da categorização de dor leve

para dor recente, inclusão da regra da dor pediátrica, inclusão das regras para

realizar auditoria e triagem por telefone. Essa nova versão ainda não foi

autorizada para utilização no Brasil. (AUGUSTA; CARLOS; ANTONIO, 2011).

Cabe ao profissional do Serviço de Emergência embasar em dados

clínicos, em informações objetivas, subjetivas e experiências e com a utilização

de protocolos pré/estabelecidos avaliarem o grau das queixas dos pacientes,

colocando-os em ordem de prioridade para atendimento. (REGINA; ROSSO;

NETH, 2011) O processo de acolhimento com Classificação de Risco deverá ser

realizado por profissionais de saúde, de nível superior, mediante treinamento

especifico. (SANTANA et al, 2014).

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O enfermeiro se insere nesse contexto, porque é o profissional indicado

para uma correta classificação de risco. Deve ser capaz de realizar uma excelente

avaliação rápida, o que pressupõe uma rápida tomada de decisões e uma

capacidade adequada de delegação de tarefas. As entrevistas não devem ser

demoradas e o registro deve ser preciso. (CALDEIRA; SILVA; MENEZES, 2014).

Quase que diariamente nos deparamos com denuncias na mídia da

situação caótica em que se encontram os serviços de saúde, em especial os

serviços de emergência dos hospitais públicos do nosso país. (REGINA; ROSSO;

NETH, 2011).

Os resultados esperados com a implantação do acolhimento com

Classificação de Risco nas Emergências é a diminuição do risco de mortes

evitáveis, extinção da triagem por profissionais não qualificados, priorização de

acordo com o critério clinico. (MARA; ELVIRA, 2011) Percebe-se que houve

avanço quanto a organização do serviço, quando se refere que o atendimento que

antes era por ordem de chegada passou a ser, com a implementação da política,

por prioridade do atendimento. Ao mesmo tempo em que os usuários que mais

necessitam de atendimento são passados a frente, proporciona uma sensação de

segurança nos funcionários do setor, pois sabem que as pessoas que estão do

lado de fora e que já foram classificadas realmente podem esperar pelo

atendimento. (REGINA; ROSSO; NETH, 2011).

De acordo com (CALDEIRA; SILVA; MENEZES, 2014) a grande

quantidade de pacientes que aguarda por atendimento nas filas de espera é um

dos fatores que influencia de forma negativa a qualidade do atendimento, sabe-se

também que os serviços de emergência de outros países também apresentam

dificuldades no atendimento devido na demanda, no Brasil a utilização do

acolhimento com classificação de risco parece minimizar os seus efeitos.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo com os desafios encontrados, o acolhimento e a classificação de

risco se mostram dispositivos indispensáveis para um processo de trabalho mais

eficaz, e de fundamental importância para os pacientes.

De acordo com os resultados o Protocolo de Classificação de Risco é

uma ferramenta necessária, o enfermeiro em uma urgência e emergência deve

saber quais as disponibilidades dos serviços de saúde dentro das Unidades,

obtendo a capacidade de articular e direcionar o atendimento ao serviço

especializado. O enfermeiro possui papel determinante na inclusão da

classificação de risco nas redes de urgência e emergência de acordo com o

protocolo de Manchester, visto que é o profissional capacitado para desempenhar

a função, visando atender as necessidades dos pacientes holisticamente, é ele

que realiza o julgamento clinico e crítico das queixas, e a partir destas

informações, determinará o risco para cada caso.

A utilização do fluxograma, apontado nesta pesquisa, mostrou-se de fácil

aplicabilidade pelos profissionais, com resultados satisfatórios na classificação de

risco.

A revisão permitiu certificar que o sistema Manchester é caracterizado

como um sistema valido e confiável, que pode ser utilizado com segurança,

estudar o sistema de classificação de risco pode trazer novos elementos para

estudiosos que tem voltado sua atenção para as grandes transformações que

passam os hospitais nos últimos anos.

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6. REFERÊNCIA

1. CALDEIRA, Francisco; SILVA, Lorena; MENEZES, Max. Acolhimento Com Classificação de Risco na Rede de Urgência e Emergência: Perspectiva Para Enfermagem. Cadernos de Graduação, v2, p.45-58. Universidade de

Ciências Biológicas da Saúde. Aracaju, out 2014.

2. ANZILIERO, Franciele; ELIS, Barbara. Sistema Manchester: Tempo empregado na classificação de risco e prioridade para atendimento em uma emergência. Revista Gaucha de Enfermagem, v37, nº4. Porto Alegre, 2017

3. SANTANA, Elizangela et al. Classificação de Risco: Dificuldades encontradas pelos enfermeiros. Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis, 2014.

4. AUGUSTA, Ana; CARLOS, Luiz; ANTONIO, Joaquim. Classificação de Risco em serviços de emergência: uma discursão da literatura sobre o Sistema de Triagem de Manchester. Revista Medica de Minas Gerais, V22, ed2,

UFMG, Belo Horizonte - MG, 2011.

5. REGINA, Eliane; ROSSO, Barbara; NETH, Caroline. Acolhimento com classificação de risco: avaliação dos profissionais de enfermagem de um serviço de emergência. Revista eletrônica de Enfermagem, v13, UFG

Florianópolis-MG, out 2011. Available fron: http://www.fen.ufg.br/revista

6. SILVA, Raissa; ANTONII, Mariza. Acolhimento com classificação de risco: o processo vivenciado pelo profissional enfermeiro. Revista Mineira de

Enfermagem, v12.4, Escola de Enfermagem - UFMG, dez 2018.

7. MARA, Licia; ELVIRA, Denise. Classificação de risco em emergência – um desafio para as/os enfermeiras/os. Revista Enfermagem em Foco, v2, p.14-

17. Santa Catarina, 2011.

8. FREITAS, Michele; NOVELLI, Gabriela; MAINO, Aline. Protocolo de avaliação e classificação de risco de pacientes em unidade de emergência. Revista Latino-Am, v22, p.18-25, Universidade de São Paulo – SP, abr 2014.

9. LUCAS, João; PAULA, Ana; SILVA, Mayckel. Acolhimento com classificação de risco: percepção de usuários de uma unidade de pronto atendimento. Revista Contexto Enfermagem, v26. Cascavel – PA, ferv 2015.

10. MARCHI, Thiago, GOMES, Dnaiel; ANDREZZA, Rosemarie. Implantação do sistema de Classificação de Risco Manchester em uma rede municipal de urgência. Revista Saúde em Debate, v43, nª 121. Rio de Janeiro – RJ, jun 2019.

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11. FERREIRA, Rhamaia; SUELEN, Tayssa; CLAUDINEY, Fabio. O papel do enfermeiro no processo de classificação de risco na urgência: uma revisão.

Revista Humano Ser, v1, p.99-114. Natal-RN, 2015.