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1 SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: COMPARANDO MODELOS Welfane Cordeiro Junior Bárbara Lopes de Brito Torres Maria do Carmo Paixão Rausch Abril de 2014

SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

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Page 1: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

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SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICACcedilAtildeO

DE RISCO COMPARANDO MODELOS

Welfane Cordeiro Junior

Baacuterbara Lopes de Brito Torres

Maria do Carmo Paixatildeo Rausch

Abril de 2014

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SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO COMPARANDO

MODELOS

Welfane Cordeiro Junior

Baacuterbara Lopes de Brito Torres

Maria do Carmo Paixatildeo Rausch

INTRODUCcedilAtildeO

Um sistema integrado de atenccedilatildeo agraves urgecircncias atual deve ter como bases

estruturais

Um sistema de classificaccedilatildeo de risco uacutenico

Fluxos tanto internos quanto externos bem estabelecidos e pactuados que levem

em consideraccedilatildeo a tipologia de cada um dos pontos de atenccedilatildeo da rede

Os sistemas logiacutesticos transporte central de regulaccedilatildeo prontuaacuterio eletrocircnico

entre outros

Governanccedila

Qualificaccedilatildeo adequada das equipes de acordo com a responsabilidade da

instituiccedilatildeo e que se estrutura com base em economia de escala e acesso na

resposta da rede A economia de escala eacute na aacuterea da sauacutede diretamente

proporcional agrave qualidade da resposta

Protocolos cliacutenicos e linhas-guias

De fato a discussatildeo de redes na aacuterea de sauacutede eacute antiga mas de 10 anos para caacute

o tema tem crescido de forma exponencial na literatura O que tem pressionado os

gestores de sistemas de sauacutede agrave discussatildeo de redes eacute principalmente a necessidade de

dar respostas adequadas e compatiacuteveis com as mudanccedilas no perfil demograacutefico da

populaccedilatildeo do planeta que tem envelhecido

O que se observa principalmente nos paiacuteses de primeiro mundo eacute que as doenccedilas

infecciosas que representavam epidemiologicamente a principal causa de morte no

iniacutecio do seacuteculo XX jaacute estatildeo relativamente controladas O fato eacute que as pessoas hoje

vivem mais mas tambeacutem tecircm mais propensatildeo ao desenvolvimento de doenccedilas

crocircnicas como o diabetes as doenccedilas cardiovasculares e o cacircncer

O modelo de organizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede atual natildeo responde

adequadamente a estas doenccedilas pois satildeo focados em estruturas natildeo integradas e com

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predominacircncia das de maior tecnologia mecacircnica O resultado final deste modelo tem

sido desastroso Uma das manifestaccedilotildees deste desastre eacute o excesso de pessoas nas portas

de atendimento de urgecircncias Este eacute hoje sem duacutevida o maior sintoma de um grave

problema que os sistemas de sauacutede no mundo vivenciam um modelo equivocado

baseado em premissas extemporacircneas A soluccedilatildeo para este problema natildeo eacute pontual ou

local mas sistecircmica As pessoas que se espremem para tentar entrar num pronto socorro

representamna grande maioria agudizaccedilotildees de problemas crocircnicos Este problema natildeo eacute

privileacutegio do Brasil

A tentativa dos paiacuteses de primeiro mundo de inverter o modelo de seu sistema de

sauacutede na deacutecada de 90 coincide com o surgimento dos primeiros protocolos de triagem

de urgecircncia sistematizados

Os modelos de triagem tecircm grande variaccedilatildeo haacute modelos que utilizam de dois

niacuteveis ateacute cinco niacuteveis de gravidade sendo os de cinco niacuteveis os mais aceitos na

atualidade Satildeo cinco os modelos de classificaccedilatildeo de risco mais avanccedilados e que

passaram a ter uma concepccedilatildeo sistecircmica ou seja satildeo utilizados por uma rede de

serviccedilos

Modelo Australiano (Australasian Triage Scale - ATS) - Foi o pioneiro e usa

tempos de espera de acordo com gravidade

Modelo Canadense (Canadian Triage Acuity Scale - CTAS) - Muito semelhante ao

modelo australiano eacute muito mais complexo e estaacute em uso em grande parte do

sistema canadense O mecanismo de entrada eacute uma situaccedilatildeo preacute-definida

Modelo de Manchester (Manchester Triage System - MTS) - Trabalha com

algoritmos e discriminadores chaves associados a tempos de espera simbolizados

por cores Estaacute sistematizado em vaacuterios paiacuteses da Europa O mecanismo de

entrada eacute uma queixa ou situaccedilatildeo de apresentaccedilatildeo do paciente

Modelo Americano (Emergency Severity Index - ESI) - Trabalha com um uacutenico

algoritmo que foca mais na necessidade de recursos para o atendimento Natildeo eacute

usado em todo o paiacutes

Modelo de Andorra (Model Andorragrave del Trialge ndash MAT) - Baseia-se em sintomas

discriminantes e algoritmos mas eacute de uso complexo e demorado (tempo meacutedio de

8 minutos)

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Interessantemente estes sistemas apresentam algumas coincidecircncias nos seus

princiacutepios diferenciando radicalmente no modelo de entrada da queixa e num

deles(ESI) na necessidade de recursos influindo na decisatildeo final O quadro abaixo

compara estes modelos

CARACTERIacuteSTICAS ATS CTAS MTS ESI MAT

Escala de cinco niacuteveis SIM SIM SIM SIM SIM

Utilizaccedilatildeo universal no paiacutes SIM SIM SIM NAtildeO SIM

Baseado em categorias de sintomas NAtildeO NAtildeO SIM NAtildeO SIM

Baseado em discriminantes chave SIM NAtildeO SIM SIM SIM

Baseado em algoritmos cliacutenicos NAtildeO NAtildeO SIM SIM SIM

Baseados em escalas de urgecircncia preacute-

definidas SIM SIM NAtildeO NAtildeO SIM

Fonte Jimenez J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

O Protocolo de Manchester foi elaborado com o objetivo de organizar a fila nos

serviccedilos de urgecircncias para assegurar que pacientes natildeo esperem mais do que o tempo

seguro para o primeiro atendimento meacutedico

Em contraste o ESI (Emergency Severity Index) integra a experiecircncia do

classificador com uma estimativa de consumo de recursos e assim determina a

prioridade cliacutenica

Na comparaccedilatildeo entre dos modelos acima observa-se que todos utilizam escalas

de cinco niacuteveis Segundo Christ Grossmann e Platz (2010) as ferramentas de triagem

com cinco niacuteveis de prioridade satildeo superiores em relaccedilatildeo agrave validade e reprodutibilidade

quando comparado com as escalas com apenas trecircs niacuteveis (plt001)

O Protocolo de Manchester eacute baseado em categorias de sinais e sintomas e natildeo

em escalas de urgecircncia preacute-definidas que podem induzir ao diagnoacutestico atividade natildeo

desejaacutevel num protocolo de classificaccedilatildeo de risco

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A classificaccedilatildeo de risco conforme Jimenez (2003) deve ser executada por

profissional treinado e qualificado em ambiente adequado Eacute importante que o tempo

de classificaccedilatildeo de risco seja curto para que seja mantido o seu principal objetivo

garantir a seguranccedila dos pacientes que aguardam o primeiro atendimento meacutedico

Segundo o mesmo autor a estruturaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco leva em

consideraccedilatildeo mecanismos de controle em relaccedilatildeo agraves aacutereas do serviccedilo de urgecircncia assim

como das aacutereas de espera Desta forma a classificaccedilatildeo de risco se converte em uma

ferramenta valiosa de auxiacutelio agrave gestatildeo da assistecircncia do serviccedilo de urgecircncia

colaborando com a eficiecircncia do serviccedilo e organizando a fila de forma justa conforme a

gravidade do paciente

Aleacutem da diminuiccedilatildeo do risco de agravamento dos pacientes antes do primeiro

atendimentos meacutedico uma classificaccedilatildeo de risco estruturada aumenta a satisfaccedilatildeo do

usuaacuterio e dos profissionais de sauacutede aleacutem de racionalizar o consumo de recursos

Jimenez (2003) afirma que um modelo de triagem efetivo deve ser dinacircmico

faacutecil de entender e faacutecil de aplicar e ter um elevado iacutendice de concordacircncia entre os

profissionais classificadores

O nuacutemero de pesquisas sobre a validade dos sistemas de triagem vem crescendo

Graff et al (2014) afirmam que ainda natildeo existe um padratildeo ouro no que diz respeito aos

sistemas de triagem por isso a validade destes sistemas eacute construiacuteda considerando a

admissatildeo hospitalar (enfermaria e em terapia intensiva) os iacutendice de mortalidade e

nuacutemero de recursos utilizados no episoacutedio de urgecircncia Adicionalmente agrave validade a

confianccedila e reprodutibilidade dos resultados devem ser os mais elevados possiacuteveis para

a produccedilatildeo de dados fidedignos

A seguir seratildeo apresentados resultados de pesquisas cientiacuteficas em relaccedilatildeo ao

Protocolo de Manchester e outros sistemas de triagem sobre

- Reprodutibilidade

- Validade

- Pediatria

- Dor toraacutecica

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REPRODUTIBILIDADE

Segundo Storm-Versloot et al (2010) a concordacircncia da classificaccedilatildeo de risco

entre e intra classificadores no Protocolo de Manchester mostrou ser substancial a

excelente

O estudo de Storm-Versloot et al (2009) observou 18 enfermeiras de trecircs

hospitais diferentes queutilizaram 50 casos cliacutenicos de urgecircncia O objetivo era observar

a concordacircncia entre o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco (SMCR) e o

Emergency Severity Index (ESI)

Nesse estudo a unanimidade do julgamento para o Protocolo de Manchester foi

de 90 e para o ESI de 73 Para o SMCR a discordacircncia de apenas um niacutevel foi de

8 e para o ESI de 23 O Kappa natildeo ponderado entre os classificadores do Protocolo

de Manchester foi 076 (95 CI 068 ndash 083) e 046 (95 CI 037 - 055) no ESI O

Kappa quadraacutetico ponderado foi 082 (95 CI 074 - 089) e 073 (95 CI 064 - 083)

respectivamente

A conclusatildeo do estudo deStorm-Versloot et al (2009) foi que usando casos

cliacutenicos em papel o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco obteve melhor

concordacircncia entre e intra-observadores do que o ESI

Os estudos sobre a reprodutibilidade do Protocolo de Manchester em serviccedilos de

urgecircncias pediaacutetricos seratildeo abordados durante o item de Pediatria

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VALIDADE

Storm-Verslootet et al (2011) analisaram 890 classificaccedilotildees de pacientes entre

novembro e dezembro de 2005 em um hospital terciaacuterio niacutevel 1 (trauma)

Tabela 1 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas dos sistemas de triagem ISS (Informally Structured

System) ESI (Emergency Severity Index) e MTS (Manchester Triage System)

Nesse estudo o subdimensionamento do risco foi mais frequente durante a

aplicaccedilatildeo do ESI mas em todas as classificaccedilotildees de risco foi possiacutevel associar o grau de

urgecircncia agrave utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia admissatildeo hospitalar e tempo de

permanecircncia

A conclusatildeo desse estudo foi que sistemas de triagem informais ou formais

parecem ter a mesma validade embora a tendecircncia de subclassificaccedilatildeo de risco seja

maior no Emergency Severity System (ESI) Para assegurar a transparecircncia e

uniformidade um sistema de triagem uniforme auditaacutevel e estruturalmente formalizado

para os pacientes do serviccedilo de urgecircncia eacute recomendado

Santos Freitas e Martins (2014) realizaram um estudo prospectivo em Portugal

com 25218 pacientes classificados entre 11 de julho e 13 de outubro de 2011 com o

objetivo de determinar se a segunda versatildeo do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de

Risco eacute um instrumento uacutetil para determinar o risco de admissatildeo hospitalar morte

intrahospitalar e a utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia e comparar com a

primeira versatildeo do mesmo protocolo

As prioridades do Protocolo de Manchester foram separadas em dois grupos

alta prioridade (emergecircncia e muito urgente) e baixa prioridade (urgente pouco urgente

e natildeo urgente)

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O resultado foi que o risco de admissatildeo hospitalar foi 486 vezes maior no grupo

de alta prioridade A porcentagem de pacientes admitidos no hospital nas especialidades

cliacutenica e ciruacutergica foi semelhante O risco de morte foi 558 vezes maior no grupo de

alta prioridade quando comparada com o de baixa prioridade

A conclusatildeo do trabalho de Santos Freitas e Martins (2014) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco teve uma associaccedilatildeo relativa inconsistente com a

utilizaccedilatildeo de exames radioloacutegicos enquanto parece ter uma associaccedilatildeo consistente entre

o eletrocardiograma e a utilizaccedilatildeo laboratorial

Graff et al (2014) analisaram durante o periacuteodo de 24 meses (janeiro de 2010 a

dezembro de 2011) 45 469 pacientes que procuraram o Departamento de Emergecircncia

Interdisciplinar e que foram classificados atraveacutes da versatildeo alematilde do Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco

A validade do Protocolo de Manchester nesse estudo foi construiacuteda

considerando a mortalidade do paciente tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia e

no hospital nuacutemero de procedimentos diagnoacutesticos invasivos fluxo interno praticado e

a prioridade cliacutenica definida pelo protocolo

Para a avaliaccedilatildeo da confianccedila dos resultados entre profissionais 167 pacientes

foram avaliados durante dois meses de setembro a outubro de 2012 Os casos foram

selecionados aleatoriamente e as prioridades definidas pelos classificadores foram

comparadas com as prioridades definidas por um expert

Nesse estudo verificou-se que a necessidade de internaccedilatildeo estaacute associada com a

prioridade cliacutenica do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco 100 dos

pacientes classificados como vermelhos (emergecircncia) foram admitidos no hospital -

79 foram para o CTI e 21 foram para a enfermaria - conforme tabela 2 Foram

internados 73 dos pacientes classificados como laranja (muito urgente) ndash 17 foram

para o CTI e 56 foram para a enfermaria Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

amarelo (urgente) 31 foram internados ndash 2 foram para o CTI e 29 foram para a

enfermaria Em torno de 13 dos pacientes classificados como verde (pouco urgente) e

9 classificados como azul (natildeo urgentes) foram internados em enfermarias ou seja

87 e 91 receberam alta do serviccedilo de urgecircncia respectivamente

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

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Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

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DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

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PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

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CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

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Page 2: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

2

SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO COMPARANDO

MODELOS

Welfane Cordeiro Junior

Baacuterbara Lopes de Brito Torres

Maria do Carmo Paixatildeo Rausch

INTRODUCcedilAtildeO

Um sistema integrado de atenccedilatildeo agraves urgecircncias atual deve ter como bases

estruturais

Um sistema de classificaccedilatildeo de risco uacutenico

Fluxos tanto internos quanto externos bem estabelecidos e pactuados que levem

em consideraccedilatildeo a tipologia de cada um dos pontos de atenccedilatildeo da rede

Os sistemas logiacutesticos transporte central de regulaccedilatildeo prontuaacuterio eletrocircnico

entre outros

Governanccedila

Qualificaccedilatildeo adequada das equipes de acordo com a responsabilidade da

instituiccedilatildeo e que se estrutura com base em economia de escala e acesso na

resposta da rede A economia de escala eacute na aacuterea da sauacutede diretamente

proporcional agrave qualidade da resposta

Protocolos cliacutenicos e linhas-guias

De fato a discussatildeo de redes na aacuterea de sauacutede eacute antiga mas de 10 anos para caacute

o tema tem crescido de forma exponencial na literatura O que tem pressionado os

gestores de sistemas de sauacutede agrave discussatildeo de redes eacute principalmente a necessidade de

dar respostas adequadas e compatiacuteveis com as mudanccedilas no perfil demograacutefico da

populaccedilatildeo do planeta que tem envelhecido

O que se observa principalmente nos paiacuteses de primeiro mundo eacute que as doenccedilas

infecciosas que representavam epidemiologicamente a principal causa de morte no

iniacutecio do seacuteculo XX jaacute estatildeo relativamente controladas O fato eacute que as pessoas hoje

vivem mais mas tambeacutem tecircm mais propensatildeo ao desenvolvimento de doenccedilas

crocircnicas como o diabetes as doenccedilas cardiovasculares e o cacircncer

O modelo de organizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede atual natildeo responde

adequadamente a estas doenccedilas pois satildeo focados em estruturas natildeo integradas e com

3

predominacircncia das de maior tecnologia mecacircnica O resultado final deste modelo tem

sido desastroso Uma das manifestaccedilotildees deste desastre eacute o excesso de pessoas nas portas

de atendimento de urgecircncias Este eacute hoje sem duacutevida o maior sintoma de um grave

problema que os sistemas de sauacutede no mundo vivenciam um modelo equivocado

baseado em premissas extemporacircneas A soluccedilatildeo para este problema natildeo eacute pontual ou

local mas sistecircmica As pessoas que se espremem para tentar entrar num pronto socorro

representamna grande maioria agudizaccedilotildees de problemas crocircnicos Este problema natildeo eacute

privileacutegio do Brasil

A tentativa dos paiacuteses de primeiro mundo de inverter o modelo de seu sistema de

sauacutede na deacutecada de 90 coincide com o surgimento dos primeiros protocolos de triagem

de urgecircncia sistematizados

Os modelos de triagem tecircm grande variaccedilatildeo haacute modelos que utilizam de dois

niacuteveis ateacute cinco niacuteveis de gravidade sendo os de cinco niacuteveis os mais aceitos na

atualidade Satildeo cinco os modelos de classificaccedilatildeo de risco mais avanccedilados e que

passaram a ter uma concepccedilatildeo sistecircmica ou seja satildeo utilizados por uma rede de

serviccedilos

Modelo Australiano (Australasian Triage Scale - ATS) - Foi o pioneiro e usa

tempos de espera de acordo com gravidade

Modelo Canadense (Canadian Triage Acuity Scale - CTAS) - Muito semelhante ao

modelo australiano eacute muito mais complexo e estaacute em uso em grande parte do

sistema canadense O mecanismo de entrada eacute uma situaccedilatildeo preacute-definida

Modelo de Manchester (Manchester Triage System - MTS) - Trabalha com

algoritmos e discriminadores chaves associados a tempos de espera simbolizados

por cores Estaacute sistematizado em vaacuterios paiacuteses da Europa O mecanismo de

entrada eacute uma queixa ou situaccedilatildeo de apresentaccedilatildeo do paciente

Modelo Americano (Emergency Severity Index - ESI) - Trabalha com um uacutenico

algoritmo que foca mais na necessidade de recursos para o atendimento Natildeo eacute

usado em todo o paiacutes

Modelo de Andorra (Model Andorragrave del Trialge ndash MAT) - Baseia-se em sintomas

discriminantes e algoritmos mas eacute de uso complexo e demorado (tempo meacutedio de

8 minutos)

4

Interessantemente estes sistemas apresentam algumas coincidecircncias nos seus

princiacutepios diferenciando radicalmente no modelo de entrada da queixa e num

deles(ESI) na necessidade de recursos influindo na decisatildeo final O quadro abaixo

compara estes modelos

CARACTERIacuteSTICAS ATS CTAS MTS ESI MAT

Escala de cinco niacuteveis SIM SIM SIM SIM SIM

Utilizaccedilatildeo universal no paiacutes SIM SIM SIM NAtildeO SIM

Baseado em categorias de sintomas NAtildeO NAtildeO SIM NAtildeO SIM

Baseado em discriminantes chave SIM NAtildeO SIM SIM SIM

Baseado em algoritmos cliacutenicos NAtildeO NAtildeO SIM SIM SIM

Baseados em escalas de urgecircncia preacute-

definidas SIM SIM NAtildeO NAtildeO SIM

Fonte Jimenez J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

O Protocolo de Manchester foi elaborado com o objetivo de organizar a fila nos

serviccedilos de urgecircncias para assegurar que pacientes natildeo esperem mais do que o tempo

seguro para o primeiro atendimento meacutedico

Em contraste o ESI (Emergency Severity Index) integra a experiecircncia do

classificador com uma estimativa de consumo de recursos e assim determina a

prioridade cliacutenica

Na comparaccedilatildeo entre dos modelos acima observa-se que todos utilizam escalas

de cinco niacuteveis Segundo Christ Grossmann e Platz (2010) as ferramentas de triagem

com cinco niacuteveis de prioridade satildeo superiores em relaccedilatildeo agrave validade e reprodutibilidade

quando comparado com as escalas com apenas trecircs niacuteveis (plt001)

O Protocolo de Manchester eacute baseado em categorias de sinais e sintomas e natildeo

em escalas de urgecircncia preacute-definidas que podem induzir ao diagnoacutestico atividade natildeo

desejaacutevel num protocolo de classificaccedilatildeo de risco

5

A classificaccedilatildeo de risco conforme Jimenez (2003) deve ser executada por

profissional treinado e qualificado em ambiente adequado Eacute importante que o tempo

de classificaccedilatildeo de risco seja curto para que seja mantido o seu principal objetivo

garantir a seguranccedila dos pacientes que aguardam o primeiro atendimento meacutedico

Segundo o mesmo autor a estruturaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco leva em

consideraccedilatildeo mecanismos de controle em relaccedilatildeo agraves aacutereas do serviccedilo de urgecircncia assim

como das aacutereas de espera Desta forma a classificaccedilatildeo de risco se converte em uma

ferramenta valiosa de auxiacutelio agrave gestatildeo da assistecircncia do serviccedilo de urgecircncia

colaborando com a eficiecircncia do serviccedilo e organizando a fila de forma justa conforme a

gravidade do paciente

Aleacutem da diminuiccedilatildeo do risco de agravamento dos pacientes antes do primeiro

atendimentos meacutedico uma classificaccedilatildeo de risco estruturada aumenta a satisfaccedilatildeo do

usuaacuterio e dos profissionais de sauacutede aleacutem de racionalizar o consumo de recursos

Jimenez (2003) afirma que um modelo de triagem efetivo deve ser dinacircmico

faacutecil de entender e faacutecil de aplicar e ter um elevado iacutendice de concordacircncia entre os

profissionais classificadores

O nuacutemero de pesquisas sobre a validade dos sistemas de triagem vem crescendo

Graff et al (2014) afirmam que ainda natildeo existe um padratildeo ouro no que diz respeito aos

sistemas de triagem por isso a validade destes sistemas eacute construiacuteda considerando a

admissatildeo hospitalar (enfermaria e em terapia intensiva) os iacutendice de mortalidade e

nuacutemero de recursos utilizados no episoacutedio de urgecircncia Adicionalmente agrave validade a

confianccedila e reprodutibilidade dos resultados devem ser os mais elevados possiacuteveis para

a produccedilatildeo de dados fidedignos

A seguir seratildeo apresentados resultados de pesquisas cientiacuteficas em relaccedilatildeo ao

Protocolo de Manchester e outros sistemas de triagem sobre

- Reprodutibilidade

- Validade

- Pediatria

- Dor toraacutecica

6

REPRODUTIBILIDADE

Segundo Storm-Versloot et al (2010) a concordacircncia da classificaccedilatildeo de risco

entre e intra classificadores no Protocolo de Manchester mostrou ser substancial a

excelente

O estudo de Storm-Versloot et al (2009) observou 18 enfermeiras de trecircs

hospitais diferentes queutilizaram 50 casos cliacutenicos de urgecircncia O objetivo era observar

a concordacircncia entre o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco (SMCR) e o

Emergency Severity Index (ESI)

Nesse estudo a unanimidade do julgamento para o Protocolo de Manchester foi

de 90 e para o ESI de 73 Para o SMCR a discordacircncia de apenas um niacutevel foi de

8 e para o ESI de 23 O Kappa natildeo ponderado entre os classificadores do Protocolo

de Manchester foi 076 (95 CI 068 ndash 083) e 046 (95 CI 037 - 055) no ESI O

Kappa quadraacutetico ponderado foi 082 (95 CI 074 - 089) e 073 (95 CI 064 - 083)

respectivamente

A conclusatildeo do estudo deStorm-Versloot et al (2009) foi que usando casos

cliacutenicos em papel o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco obteve melhor

concordacircncia entre e intra-observadores do que o ESI

Os estudos sobre a reprodutibilidade do Protocolo de Manchester em serviccedilos de

urgecircncias pediaacutetricos seratildeo abordados durante o item de Pediatria

7

VALIDADE

Storm-Verslootet et al (2011) analisaram 890 classificaccedilotildees de pacientes entre

novembro e dezembro de 2005 em um hospital terciaacuterio niacutevel 1 (trauma)

Tabela 1 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas dos sistemas de triagem ISS (Informally Structured

System) ESI (Emergency Severity Index) e MTS (Manchester Triage System)

Nesse estudo o subdimensionamento do risco foi mais frequente durante a

aplicaccedilatildeo do ESI mas em todas as classificaccedilotildees de risco foi possiacutevel associar o grau de

urgecircncia agrave utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia admissatildeo hospitalar e tempo de

permanecircncia

A conclusatildeo desse estudo foi que sistemas de triagem informais ou formais

parecem ter a mesma validade embora a tendecircncia de subclassificaccedilatildeo de risco seja

maior no Emergency Severity System (ESI) Para assegurar a transparecircncia e

uniformidade um sistema de triagem uniforme auditaacutevel e estruturalmente formalizado

para os pacientes do serviccedilo de urgecircncia eacute recomendado

Santos Freitas e Martins (2014) realizaram um estudo prospectivo em Portugal

com 25218 pacientes classificados entre 11 de julho e 13 de outubro de 2011 com o

objetivo de determinar se a segunda versatildeo do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de

Risco eacute um instrumento uacutetil para determinar o risco de admissatildeo hospitalar morte

intrahospitalar e a utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia e comparar com a

primeira versatildeo do mesmo protocolo

As prioridades do Protocolo de Manchester foram separadas em dois grupos

alta prioridade (emergecircncia e muito urgente) e baixa prioridade (urgente pouco urgente

e natildeo urgente)

8

O resultado foi que o risco de admissatildeo hospitalar foi 486 vezes maior no grupo

de alta prioridade A porcentagem de pacientes admitidos no hospital nas especialidades

cliacutenica e ciruacutergica foi semelhante O risco de morte foi 558 vezes maior no grupo de

alta prioridade quando comparada com o de baixa prioridade

A conclusatildeo do trabalho de Santos Freitas e Martins (2014) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco teve uma associaccedilatildeo relativa inconsistente com a

utilizaccedilatildeo de exames radioloacutegicos enquanto parece ter uma associaccedilatildeo consistente entre

o eletrocardiograma e a utilizaccedilatildeo laboratorial

Graff et al (2014) analisaram durante o periacuteodo de 24 meses (janeiro de 2010 a

dezembro de 2011) 45 469 pacientes que procuraram o Departamento de Emergecircncia

Interdisciplinar e que foram classificados atraveacutes da versatildeo alematilde do Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco

A validade do Protocolo de Manchester nesse estudo foi construiacuteda

considerando a mortalidade do paciente tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia e

no hospital nuacutemero de procedimentos diagnoacutesticos invasivos fluxo interno praticado e

a prioridade cliacutenica definida pelo protocolo

Para a avaliaccedilatildeo da confianccedila dos resultados entre profissionais 167 pacientes

foram avaliados durante dois meses de setembro a outubro de 2012 Os casos foram

selecionados aleatoriamente e as prioridades definidas pelos classificadores foram

comparadas com as prioridades definidas por um expert

Nesse estudo verificou-se que a necessidade de internaccedilatildeo estaacute associada com a

prioridade cliacutenica do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco 100 dos

pacientes classificados como vermelhos (emergecircncia) foram admitidos no hospital -

79 foram para o CTI e 21 foram para a enfermaria - conforme tabela 2 Foram

internados 73 dos pacientes classificados como laranja (muito urgente) ndash 17 foram

para o CTI e 56 foram para a enfermaria Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

amarelo (urgente) 31 foram internados ndash 2 foram para o CTI e 29 foram para a

enfermaria Em torno de 13 dos pacientes classificados como verde (pouco urgente) e

9 classificados como azul (natildeo urgentes) foram internados em enfermarias ou seja

87 e 91 receberam alta do serviccedilo de urgecircncia respectivamente

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 3: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

3

predominacircncia das de maior tecnologia mecacircnica O resultado final deste modelo tem

sido desastroso Uma das manifestaccedilotildees deste desastre eacute o excesso de pessoas nas portas

de atendimento de urgecircncias Este eacute hoje sem duacutevida o maior sintoma de um grave

problema que os sistemas de sauacutede no mundo vivenciam um modelo equivocado

baseado em premissas extemporacircneas A soluccedilatildeo para este problema natildeo eacute pontual ou

local mas sistecircmica As pessoas que se espremem para tentar entrar num pronto socorro

representamna grande maioria agudizaccedilotildees de problemas crocircnicos Este problema natildeo eacute

privileacutegio do Brasil

A tentativa dos paiacuteses de primeiro mundo de inverter o modelo de seu sistema de

sauacutede na deacutecada de 90 coincide com o surgimento dos primeiros protocolos de triagem

de urgecircncia sistematizados

Os modelos de triagem tecircm grande variaccedilatildeo haacute modelos que utilizam de dois

niacuteveis ateacute cinco niacuteveis de gravidade sendo os de cinco niacuteveis os mais aceitos na

atualidade Satildeo cinco os modelos de classificaccedilatildeo de risco mais avanccedilados e que

passaram a ter uma concepccedilatildeo sistecircmica ou seja satildeo utilizados por uma rede de

serviccedilos

Modelo Australiano (Australasian Triage Scale - ATS) - Foi o pioneiro e usa

tempos de espera de acordo com gravidade

Modelo Canadense (Canadian Triage Acuity Scale - CTAS) - Muito semelhante ao

modelo australiano eacute muito mais complexo e estaacute em uso em grande parte do

sistema canadense O mecanismo de entrada eacute uma situaccedilatildeo preacute-definida

Modelo de Manchester (Manchester Triage System - MTS) - Trabalha com

algoritmos e discriminadores chaves associados a tempos de espera simbolizados

por cores Estaacute sistematizado em vaacuterios paiacuteses da Europa O mecanismo de

entrada eacute uma queixa ou situaccedilatildeo de apresentaccedilatildeo do paciente

Modelo Americano (Emergency Severity Index - ESI) - Trabalha com um uacutenico

algoritmo que foca mais na necessidade de recursos para o atendimento Natildeo eacute

usado em todo o paiacutes

Modelo de Andorra (Model Andorragrave del Trialge ndash MAT) - Baseia-se em sintomas

discriminantes e algoritmos mas eacute de uso complexo e demorado (tempo meacutedio de

8 minutos)

4

Interessantemente estes sistemas apresentam algumas coincidecircncias nos seus

princiacutepios diferenciando radicalmente no modelo de entrada da queixa e num

deles(ESI) na necessidade de recursos influindo na decisatildeo final O quadro abaixo

compara estes modelos

CARACTERIacuteSTICAS ATS CTAS MTS ESI MAT

Escala de cinco niacuteveis SIM SIM SIM SIM SIM

Utilizaccedilatildeo universal no paiacutes SIM SIM SIM NAtildeO SIM

Baseado em categorias de sintomas NAtildeO NAtildeO SIM NAtildeO SIM

Baseado em discriminantes chave SIM NAtildeO SIM SIM SIM

Baseado em algoritmos cliacutenicos NAtildeO NAtildeO SIM SIM SIM

Baseados em escalas de urgecircncia preacute-

definidas SIM SIM NAtildeO NAtildeO SIM

Fonte Jimenez J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

O Protocolo de Manchester foi elaborado com o objetivo de organizar a fila nos

serviccedilos de urgecircncias para assegurar que pacientes natildeo esperem mais do que o tempo

seguro para o primeiro atendimento meacutedico

Em contraste o ESI (Emergency Severity Index) integra a experiecircncia do

classificador com uma estimativa de consumo de recursos e assim determina a

prioridade cliacutenica

Na comparaccedilatildeo entre dos modelos acima observa-se que todos utilizam escalas

de cinco niacuteveis Segundo Christ Grossmann e Platz (2010) as ferramentas de triagem

com cinco niacuteveis de prioridade satildeo superiores em relaccedilatildeo agrave validade e reprodutibilidade

quando comparado com as escalas com apenas trecircs niacuteveis (plt001)

O Protocolo de Manchester eacute baseado em categorias de sinais e sintomas e natildeo

em escalas de urgecircncia preacute-definidas que podem induzir ao diagnoacutestico atividade natildeo

desejaacutevel num protocolo de classificaccedilatildeo de risco

5

A classificaccedilatildeo de risco conforme Jimenez (2003) deve ser executada por

profissional treinado e qualificado em ambiente adequado Eacute importante que o tempo

de classificaccedilatildeo de risco seja curto para que seja mantido o seu principal objetivo

garantir a seguranccedila dos pacientes que aguardam o primeiro atendimento meacutedico

Segundo o mesmo autor a estruturaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco leva em

consideraccedilatildeo mecanismos de controle em relaccedilatildeo agraves aacutereas do serviccedilo de urgecircncia assim

como das aacutereas de espera Desta forma a classificaccedilatildeo de risco se converte em uma

ferramenta valiosa de auxiacutelio agrave gestatildeo da assistecircncia do serviccedilo de urgecircncia

colaborando com a eficiecircncia do serviccedilo e organizando a fila de forma justa conforme a

gravidade do paciente

Aleacutem da diminuiccedilatildeo do risco de agravamento dos pacientes antes do primeiro

atendimentos meacutedico uma classificaccedilatildeo de risco estruturada aumenta a satisfaccedilatildeo do

usuaacuterio e dos profissionais de sauacutede aleacutem de racionalizar o consumo de recursos

Jimenez (2003) afirma que um modelo de triagem efetivo deve ser dinacircmico

faacutecil de entender e faacutecil de aplicar e ter um elevado iacutendice de concordacircncia entre os

profissionais classificadores

O nuacutemero de pesquisas sobre a validade dos sistemas de triagem vem crescendo

Graff et al (2014) afirmam que ainda natildeo existe um padratildeo ouro no que diz respeito aos

sistemas de triagem por isso a validade destes sistemas eacute construiacuteda considerando a

admissatildeo hospitalar (enfermaria e em terapia intensiva) os iacutendice de mortalidade e

nuacutemero de recursos utilizados no episoacutedio de urgecircncia Adicionalmente agrave validade a

confianccedila e reprodutibilidade dos resultados devem ser os mais elevados possiacuteveis para

a produccedilatildeo de dados fidedignos

A seguir seratildeo apresentados resultados de pesquisas cientiacuteficas em relaccedilatildeo ao

Protocolo de Manchester e outros sistemas de triagem sobre

- Reprodutibilidade

- Validade

- Pediatria

- Dor toraacutecica

6

REPRODUTIBILIDADE

Segundo Storm-Versloot et al (2010) a concordacircncia da classificaccedilatildeo de risco

entre e intra classificadores no Protocolo de Manchester mostrou ser substancial a

excelente

O estudo de Storm-Versloot et al (2009) observou 18 enfermeiras de trecircs

hospitais diferentes queutilizaram 50 casos cliacutenicos de urgecircncia O objetivo era observar

a concordacircncia entre o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco (SMCR) e o

Emergency Severity Index (ESI)

Nesse estudo a unanimidade do julgamento para o Protocolo de Manchester foi

de 90 e para o ESI de 73 Para o SMCR a discordacircncia de apenas um niacutevel foi de

8 e para o ESI de 23 O Kappa natildeo ponderado entre os classificadores do Protocolo

de Manchester foi 076 (95 CI 068 ndash 083) e 046 (95 CI 037 - 055) no ESI O

Kappa quadraacutetico ponderado foi 082 (95 CI 074 - 089) e 073 (95 CI 064 - 083)

respectivamente

A conclusatildeo do estudo deStorm-Versloot et al (2009) foi que usando casos

cliacutenicos em papel o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco obteve melhor

concordacircncia entre e intra-observadores do que o ESI

Os estudos sobre a reprodutibilidade do Protocolo de Manchester em serviccedilos de

urgecircncias pediaacutetricos seratildeo abordados durante o item de Pediatria

7

VALIDADE

Storm-Verslootet et al (2011) analisaram 890 classificaccedilotildees de pacientes entre

novembro e dezembro de 2005 em um hospital terciaacuterio niacutevel 1 (trauma)

Tabela 1 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas dos sistemas de triagem ISS (Informally Structured

System) ESI (Emergency Severity Index) e MTS (Manchester Triage System)

Nesse estudo o subdimensionamento do risco foi mais frequente durante a

aplicaccedilatildeo do ESI mas em todas as classificaccedilotildees de risco foi possiacutevel associar o grau de

urgecircncia agrave utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia admissatildeo hospitalar e tempo de

permanecircncia

A conclusatildeo desse estudo foi que sistemas de triagem informais ou formais

parecem ter a mesma validade embora a tendecircncia de subclassificaccedilatildeo de risco seja

maior no Emergency Severity System (ESI) Para assegurar a transparecircncia e

uniformidade um sistema de triagem uniforme auditaacutevel e estruturalmente formalizado

para os pacientes do serviccedilo de urgecircncia eacute recomendado

Santos Freitas e Martins (2014) realizaram um estudo prospectivo em Portugal

com 25218 pacientes classificados entre 11 de julho e 13 de outubro de 2011 com o

objetivo de determinar se a segunda versatildeo do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de

Risco eacute um instrumento uacutetil para determinar o risco de admissatildeo hospitalar morte

intrahospitalar e a utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia e comparar com a

primeira versatildeo do mesmo protocolo

As prioridades do Protocolo de Manchester foram separadas em dois grupos

alta prioridade (emergecircncia e muito urgente) e baixa prioridade (urgente pouco urgente

e natildeo urgente)

8

O resultado foi que o risco de admissatildeo hospitalar foi 486 vezes maior no grupo

de alta prioridade A porcentagem de pacientes admitidos no hospital nas especialidades

cliacutenica e ciruacutergica foi semelhante O risco de morte foi 558 vezes maior no grupo de

alta prioridade quando comparada com o de baixa prioridade

A conclusatildeo do trabalho de Santos Freitas e Martins (2014) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco teve uma associaccedilatildeo relativa inconsistente com a

utilizaccedilatildeo de exames radioloacutegicos enquanto parece ter uma associaccedilatildeo consistente entre

o eletrocardiograma e a utilizaccedilatildeo laboratorial

Graff et al (2014) analisaram durante o periacuteodo de 24 meses (janeiro de 2010 a

dezembro de 2011) 45 469 pacientes que procuraram o Departamento de Emergecircncia

Interdisciplinar e que foram classificados atraveacutes da versatildeo alematilde do Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco

A validade do Protocolo de Manchester nesse estudo foi construiacuteda

considerando a mortalidade do paciente tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia e

no hospital nuacutemero de procedimentos diagnoacutesticos invasivos fluxo interno praticado e

a prioridade cliacutenica definida pelo protocolo

Para a avaliaccedilatildeo da confianccedila dos resultados entre profissionais 167 pacientes

foram avaliados durante dois meses de setembro a outubro de 2012 Os casos foram

selecionados aleatoriamente e as prioridades definidas pelos classificadores foram

comparadas com as prioridades definidas por um expert

Nesse estudo verificou-se que a necessidade de internaccedilatildeo estaacute associada com a

prioridade cliacutenica do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco 100 dos

pacientes classificados como vermelhos (emergecircncia) foram admitidos no hospital -

79 foram para o CTI e 21 foram para a enfermaria - conforme tabela 2 Foram

internados 73 dos pacientes classificados como laranja (muito urgente) ndash 17 foram

para o CTI e 56 foram para a enfermaria Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

amarelo (urgente) 31 foram internados ndash 2 foram para o CTI e 29 foram para a

enfermaria Em torno de 13 dos pacientes classificados como verde (pouco urgente) e

9 classificados como azul (natildeo urgentes) foram internados em enfermarias ou seja

87 e 91 receberam alta do serviccedilo de urgecircncia respectivamente

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

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JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

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VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

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SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

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STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 4: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

4

Interessantemente estes sistemas apresentam algumas coincidecircncias nos seus

princiacutepios diferenciando radicalmente no modelo de entrada da queixa e num

deles(ESI) na necessidade de recursos influindo na decisatildeo final O quadro abaixo

compara estes modelos

CARACTERIacuteSTICAS ATS CTAS MTS ESI MAT

Escala de cinco niacuteveis SIM SIM SIM SIM SIM

Utilizaccedilatildeo universal no paiacutes SIM SIM SIM NAtildeO SIM

Baseado em categorias de sintomas NAtildeO NAtildeO SIM NAtildeO SIM

Baseado em discriminantes chave SIM NAtildeO SIM SIM SIM

Baseado em algoritmos cliacutenicos NAtildeO NAtildeO SIM SIM SIM

Baseados em escalas de urgecircncia preacute-

definidas SIM SIM NAtildeO NAtildeO SIM

Fonte Jimenez J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

O Protocolo de Manchester foi elaborado com o objetivo de organizar a fila nos

serviccedilos de urgecircncias para assegurar que pacientes natildeo esperem mais do que o tempo

seguro para o primeiro atendimento meacutedico

Em contraste o ESI (Emergency Severity Index) integra a experiecircncia do

classificador com uma estimativa de consumo de recursos e assim determina a

prioridade cliacutenica

Na comparaccedilatildeo entre dos modelos acima observa-se que todos utilizam escalas

de cinco niacuteveis Segundo Christ Grossmann e Platz (2010) as ferramentas de triagem

com cinco niacuteveis de prioridade satildeo superiores em relaccedilatildeo agrave validade e reprodutibilidade

quando comparado com as escalas com apenas trecircs niacuteveis (plt001)

O Protocolo de Manchester eacute baseado em categorias de sinais e sintomas e natildeo

em escalas de urgecircncia preacute-definidas que podem induzir ao diagnoacutestico atividade natildeo

desejaacutevel num protocolo de classificaccedilatildeo de risco

5

A classificaccedilatildeo de risco conforme Jimenez (2003) deve ser executada por

profissional treinado e qualificado em ambiente adequado Eacute importante que o tempo

de classificaccedilatildeo de risco seja curto para que seja mantido o seu principal objetivo

garantir a seguranccedila dos pacientes que aguardam o primeiro atendimento meacutedico

Segundo o mesmo autor a estruturaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco leva em

consideraccedilatildeo mecanismos de controle em relaccedilatildeo agraves aacutereas do serviccedilo de urgecircncia assim

como das aacutereas de espera Desta forma a classificaccedilatildeo de risco se converte em uma

ferramenta valiosa de auxiacutelio agrave gestatildeo da assistecircncia do serviccedilo de urgecircncia

colaborando com a eficiecircncia do serviccedilo e organizando a fila de forma justa conforme a

gravidade do paciente

Aleacutem da diminuiccedilatildeo do risco de agravamento dos pacientes antes do primeiro

atendimentos meacutedico uma classificaccedilatildeo de risco estruturada aumenta a satisfaccedilatildeo do

usuaacuterio e dos profissionais de sauacutede aleacutem de racionalizar o consumo de recursos

Jimenez (2003) afirma que um modelo de triagem efetivo deve ser dinacircmico

faacutecil de entender e faacutecil de aplicar e ter um elevado iacutendice de concordacircncia entre os

profissionais classificadores

O nuacutemero de pesquisas sobre a validade dos sistemas de triagem vem crescendo

Graff et al (2014) afirmam que ainda natildeo existe um padratildeo ouro no que diz respeito aos

sistemas de triagem por isso a validade destes sistemas eacute construiacuteda considerando a

admissatildeo hospitalar (enfermaria e em terapia intensiva) os iacutendice de mortalidade e

nuacutemero de recursos utilizados no episoacutedio de urgecircncia Adicionalmente agrave validade a

confianccedila e reprodutibilidade dos resultados devem ser os mais elevados possiacuteveis para

a produccedilatildeo de dados fidedignos

A seguir seratildeo apresentados resultados de pesquisas cientiacuteficas em relaccedilatildeo ao

Protocolo de Manchester e outros sistemas de triagem sobre

- Reprodutibilidade

- Validade

- Pediatria

- Dor toraacutecica

6

REPRODUTIBILIDADE

Segundo Storm-Versloot et al (2010) a concordacircncia da classificaccedilatildeo de risco

entre e intra classificadores no Protocolo de Manchester mostrou ser substancial a

excelente

O estudo de Storm-Versloot et al (2009) observou 18 enfermeiras de trecircs

hospitais diferentes queutilizaram 50 casos cliacutenicos de urgecircncia O objetivo era observar

a concordacircncia entre o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco (SMCR) e o

Emergency Severity Index (ESI)

Nesse estudo a unanimidade do julgamento para o Protocolo de Manchester foi

de 90 e para o ESI de 73 Para o SMCR a discordacircncia de apenas um niacutevel foi de

8 e para o ESI de 23 O Kappa natildeo ponderado entre os classificadores do Protocolo

de Manchester foi 076 (95 CI 068 ndash 083) e 046 (95 CI 037 - 055) no ESI O

Kappa quadraacutetico ponderado foi 082 (95 CI 074 - 089) e 073 (95 CI 064 - 083)

respectivamente

A conclusatildeo do estudo deStorm-Versloot et al (2009) foi que usando casos

cliacutenicos em papel o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco obteve melhor

concordacircncia entre e intra-observadores do que o ESI

Os estudos sobre a reprodutibilidade do Protocolo de Manchester em serviccedilos de

urgecircncias pediaacutetricos seratildeo abordados durante o item de Pediatria

7

VALIDADE

Storm-Verslootet et al (2011) analisaram 890 classificaccedilotildees de pacientes entre

novembro e dezembro de 2005 em um hospital terciaacuterio niacutevel 1 (trauma)

Tabela 1 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas dos sistemas de triagem ISS (Informally Structured

System) ESI (Emergency Severity Index) e MTS (Manchester Triage System)

Nesse estudo o subdimensionamento do risco foi mais frequente durante a

aplicaccedilatildeo do ESI mas em todas as classificaccedilotildees de risco foi possiacutevel associar o grau de

urgecircncia agrave utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia admissatildeo hospitalar e tempo de

permanecircncia

A conclusatildeo desse estudo foi que sistemas de triagem informais ou formais

parecem ter a mesma validade embora a tendecircncia de subclassificaccedilatildeo de risco seja

maior no Emergency Severity System (ESI) Para assegurar a transparecircncia e

uniformidade um sistema de triagem uniforme auditaacutevel e estruturalmente formalizado

para os pacientes do serviccedilo de urgecircncia eacute recomendado

Santos Freitas e Martins (2014) realizaram um estudo prospectivo em Portugal

com 25218 pacientes classificados entre 11 de julho e 13 de outubro de 2011 com o

objetivo de determinar se a segunda versatildeo do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de

Risco eacute um instrumento uacutetil para determinar o risco de admissatildeo hospitalar morte

intrahospitalar e a utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia e comparar com a

primeira versatildeo do mesmo protocolo

As prioridades do Protocolo de Manchester foram separadas em dois grupos

alta prioridade (emergecircncia e muito urgente) e baixa prioridade (urgente pouco urgente

e natildeo urgente)

8

O resultado foi que o risco de admissatildeo hospitalar foi 486 vezes maior no grupo

de alta prioridade A porcentagem de pacientes admitidos no hospital nas especialidades

cliacutenica e ciruacutergica foi semelhante O risco de morte foi 558 vezes maior no grupo de

alta prioridade quando comparada com o de baixa prioridade

A conclusatildeo do trabalho de Santos Freitas e Martins (2014) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco teve uma associaccedilatildeo relativa inconsistente com a

utilizaccedilatildeo de exames radioloacutegicos enquanto parece ter uma associaccedilatildeo consistente entre

o eletrocardiograma e a utilizaccedilatildeo laboratorial

Graff et al (2014) analisaram durante o periacuteodo de 24 meses (janeiro de 2010 a

dezembro de 2011) 45 469 pacientes que procuraram o Departamento de Emergecircncia

Interdisciplinar e que foram classificados atraveacutes da versatildeo alematilde do Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco

A validade do Protocolo de Manchester nesse estudo foi construiacuteda

considerando a mortalidade do paciente tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia e

no hospital nuacutemero de procedimentos diagnoacutesticos invasivos fluxo interno praticado e

a prioridade cliacutenica definida pelo protocolo

Para a avaliaccedilatildeo da confianccedila dos resultados entre profissionais 167 pacientes

foram avaliados durante dois meses de setembro a outubro de 2012 Os casos foram

selecionados aleatoriamente e as prioridades definidas pelos classificadores foram

comparadas com as prioridades definidas por um expert

Nesse estudo verificou-se que a necessidade de internaccedilatildeo estaacute associada com a

prioridade cliacutenica do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco 100 dos

pacientes classificados como vermelhos (emergecircncia) foram admitidos no hospital -

79 foram para o CTI e 21 foram para a enfermaria - conforme tabela 2 Foram

internados 73 dos pacientes classificados como laranja (muito urgente) ndash 17 foram

para o CTI e 56 foram para a enfermaria Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

amarelo (urgente) 31 foram internados ndash 2 foram para o CTI e 29 foram para a

enfermaria Em torno de 13 dos pacientes classificados como verde (pouco urgente) e

9 classificados como azul (natildeo urgentes) foram internados em enfermarias ou seja

87 e 91 receberam alta do serviccedilo de urgecircncia respectivamente

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

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modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

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2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 5: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

5

A classificaccedilatildeo de risco conforme Jimenez (2003) deve ser executada por

profissional treinado e qualificado em ambiente adequado Eacute importante que o tempo

de classificaccedilatildeo de risco seja curto para que seja mantido o seu principal objetivo

garantir a seguranccedila dos pacientes que aguardam o primeiro atendimento meacutedico

Segundo o mesmo autor a estruturaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco leva em

consideraccedilatildeo mecanismos de controle em relaccedilatildeo agraves aacutereas do serviccedilo de urgecircncia assim

como das aacutereas de espera Desta forma a classificaccedilatildeo de risco se converte em uma

ferramenta valiosa de auxiacutelio agrave gestatildeo da assistecircncia do serviccedilo de urgecircncia

colaborando com a eficiecircncia do serviccedilo e organizando a fila de forma justa conforme a

gravidade do paciente

Aleacutem da diminuiccedilatildeo do risco de agravamento dos pacientes antes do primeiro

atendimentos meacutedico uma classificaccedilatildeo de risco estruturada aumenta a satisfaccedilatildeo do

usuaacuterio e dos profissionais de sauacutede aleacutem de racionalizar o consumo de recursos

Jimenez (2003) afirma que um modelo de triagem efetivo deve ser dinacircmico

faacutecil de entender e faacutecil de aplicar e ter um elevado iacutendice de concordacircncia entre os

profissionais classificadores

O nuacutemero de pesquisas sobre a validade dos sistemas de triagem vem crescendo

Graff et al (2014) afirmam que ainda natildeo existe um padratildeo ouro no que diz respeito aos

sistemas de triagem por isso a validade destes sistemas eacute construiacuteda considerando a

admissatildeo hospitalar (enfermaria e em terapia intensiva) os iacutendice de mortalidade e

nuacutemero de recursos utilizados no episoacutedio de urgecircncia Adicionalmente agrave validade a

confianccedila e reprodutibilidade dos resultados devem ser os mais elevados possiacuteveis para

a produccedilatildeo de dados fidedignos

A seguir seratildeo apresentados resultados de pesquisas cientiacuteficas em relaccedilatildeo ao

Protocolo de Manchester e outros sistemas de triagem sobre

- Reprodutibilidade

- Validade

- Pediatria

- Dor toraacutecica

6

REPRODUTIBILIDADE

Segundo Storm-Versloot et al (2010) a concordacircncia da classificaccedilatildeo de risco

entre e intra classificadores no Protocolo de Manchester mostrou ser substancial a

excelente

O estudo de Storm-Versloot et al (2009) observou 18 enfermeiras de trecircs

hospitais diferentes queutilizaram 50 casos cliacutenicos de urgecircncia O objetivo era observar

a concordacircncia entre o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco (SMCR) e o

Emergency Severity Index (ESI)

Nesse estudo a unanimidade do julgamento para o Protocolo de Manchester foi

de 90 e para o ESI de 73 Para o SMCR a discordacircncia de apenas um niacutevel foi de

8 e para o ESI de 23 O Kappa natildeo ponderado entre os classificadores do Protocolo

de Manchester foi 076 (95 CI 068 ndash 083) e 046 (95 CI 037 - 055) no ESI O

Kappa quadraacutetico ponderado foi 082 (95 CI 074 - 089) e 073 (95 CI 064 - 083)

respectivamente

A conclusatildeo do estudo deStorm-Versloot et al (2009) foi que usando casos

cliacutenicos em papel o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco obteve melhor

concordacircncia entre e intra-observadores do que o ESI

Os estudos sobre a reprodutibilidade do Protocolo de Manchester em serviccedilos de

urgecircncias pediaacutetricos seratildeo abordados durante o item de Pediatria

7

VALIDADE

Storm-Verslootet et al (2011) analisaram 890 classificaccedilotildees de pacientes entre

novembro e dezembro de 2005 em um hospital terciaacuterio niacutevel 1 (trauma)

Tabela 1 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas dos sistemas de triagem ISS (Informally Structured

System) ESI (Emergency Severity Index) e MTS (Manchester Triage System)

Nesse estudo o subdimensionamento do risco foi mais frequente durante a

aplicaccedilatildeo do ESI mas em todas as classificaccedilotildees de risco foi possiacutevel associar o grau de

urgecircncia agrave utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia admissatildeo hospitalar e tempo de

permanecircncia

A conclusatildeo desse estudo foi que sistemas de triagem informais ou formais

parecem ter a mesma validade embora a tendecircncia de subclassificaccedilatildeo de risco seja

maior no Emergency Severity System (ESI) Para assegurar a transparecircncia e

uniformidade um sistema de triagem uniforme auditaacutevel e estruturalmente formalizado

para os pacientes do serviccedilo de urgecircncia eacute recomendado

Santos Freitas e Martins (2014) realizaram um estudo prospectivo em Portugal

com 25218 pacientes classificados entre 11 de julho e 13 de outubro de 2011 com o

objetivo de determinar se a segunda versatildeo do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de

Risco eacute um instrumento uacutetil para determinar o risco de admissatildeo hospitalar morte

intrahospitalar e a utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia e comparar com a

primeira versatildeo do mesmo protocolo

As prioridades do Protocolo de Manchester foram separadas em dois grupos

alta prioridade (emergecircncia e muito urgente) e baixa prioridade (urgente pouco urgente

e natildeo urgente)

8

O resultado foi que o risco de admissatildeo hospitalar foi 486 vezes maior no grupo

de alta prioridade A porcentagem de pacientes admitidos no hospital nas especialidades

cliacutenica e ciruacutergica foi semelhante O risco de morte foi 558 vezes maior no grupo de

alta prioridade quando comparada com o de baixa prioridade

A conclusatildeo do trabalho de Santos Freitas e Martins (2014) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco teve uma associaccedilatildeo relativa inconsistente com a

utilizaccedilatildeo de exames radioloacutegicos enquanto parece ter uma associaccedilatildeo consistente entre

o eletrocardiograma e a utilizaccedilatildeo laboratorial

Graff et al (2014) analisaram durante o periacuteodo de 24 meses (janeiro de 2010 a

dezembro de 2011) 45 469 pacientes que procuraram o Departamento de Emergecircncia

Interdisciplinar e que foram classificados atraveacutes da versatildeo alematilde do Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco

A validade do Protocolo de Manchester nesse estudo foi construiacuteda

considerando a mortalidade do paciente tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia e

no hospital nuacutemero de procedimentos diagnoacutesticos invasivos fluxo interno praticado e

a prioridade cliacutenica definida pelo protocolo

Para a avaliaccedilatildeo da confianccedila dos resultados entre profissionais 167 pacientes

foram avaliados durante dois meses de setembro a outubro de 2012 Os casos foram

selecionados aleatoriamente e as prioridades definidas pelos classificadores foram

comparadas com as prioridades definidas por um expert

Nesse estudo verificou-se que a necessidade de internaccedilatildeo estaacute associada com a

prioridade cliacutenica do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco 100 dos

pacientes classificados como vermelhos (emergecircncia) foram admitidos no hospital -

79 foram para o CTI e 21 foram para a enfermaria - conforme tabela 2 Foram

internados 73 dos pacientes classificados como laranja (muito urgente) ndash 17 foram

para o CTI e 56 foram para a enfermaria Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

amarelo (urgente) 31 foram internados ndash 2 foram para o CTI e 29 foram para a

enfermaria Em torno de 13 dos pacientes classificados como verde (pouco urgente) e

9 classificados como azul (natildeo urgentes) foram internados em enfermarias ou seja

87 e 91 receberam alta do serviccedilo de urgecircncia respectivamente

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 6: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

6

REPRODUTIBILIDADE

Segundo Storm-Versloot et al (2010) a concordacircncia da classificaccedilatildeo de risco

entre e intra classificadores no Protocolo de Manchester mostrou ser substancial a

excelente

O estudo de Storm-Versloot et al (2009) observou 18 enfermeiras de trecircs

hospitais diferentes queutilizaram 50 casos cliacutenicos de urgecircncia O objetivo era observar

a concordacircncia entre o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco (SMCR) e o

Emergency Severity Index (ESI)

Nesse estudo a unanimidade do julgamento para o Protocolo de Manchester foi

de 90 e para o ESI de 73 Para o SMCR a discordacircncia de apenas um niacutevel foi de

8 e para o ESI de 23 O Kappa natildeo ponderado entre os classificadores do Protocolo

de Manchester foi 076 (95 CI 068 ndash 083) e 046 (95 CI 037 - 055) no ESI O

Kappa quadraacutetico ponderado foi 082 (95 CI 074 - 089) e 073 (95 CI 064 - 083)

respectivamente

A conclusatildeo do estudo deStorm-Versloot et al (2009) foi que usando casos

cliacutenicos em papel o Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco obteve melhor

concordacircncia entre e intra-observadores do que o ESI

Os estudos sobre a reprodutibilidade do Protocolo de Manchester em serviccedilos de

urgecircncias pediaacutetricos seratildeo abordados durante o item de Pediatria

7

VALIDADE

Storm-Verslootet et al (2011) analisaram 890 classificaccedilotildees de pacientes entre

novembro e dezembro de 2005 em um hospital terciaacuterio niacutevel 1 (trauma)

Tabela 1 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas dos sistemas de triagem ISS (Informally Structured

System) ESI (Emergency Severity Index) e MTS (Manchester Triage System)

Nesse estudo o subdimensionamento do risco foi mais frequente durante a

aplicaccedilatildeo do ESI mas em todas as classificaccedilotildees de risco foi possiacutevel associar o grau de

urgecircncia agrave utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia admissatildeo hospitalar e tempo de

permanecircncia

A conclusatildeo desse estudo foi que sistemas de triagem informais ou formais

parecem ter a mesma validade embora a tendecircncia de subclassificaccedilatildeo de risco seja

maior no Emergency Severity System (ESI) Para assegurar a transparecircncia e

uniformidade um sistema de triagem uniforme auditaacutevel e estruturalmente formalizado

para os pacientes do serviccedilo de urgecircncia eacute recomendado

Santos Freitas e Martins (2014) realizaram um estudo prospectivo em Portugal

com 25218 pacientes classificados entre 11 de julho e 13 de outubro de 2011 com o

objetivo de determinar se a segunda versatildeo do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de

Risco eacute um instrumento uacutetil para determinar o risco de admissatildeo hospitalar morte

intrahospitalar e a utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia e comparar com a

primeira versatildeo do mesmo protocolo

As prioridades do Protocolo de Manchester foram separadas em dois grupos

alta prioridade (emergecircncia e muito urgente) e baixa prioridade (urgente pouco urgente

e natildeo urgente)

8

O resultado foi que o risco de admissatildeo hospitalar foi 486 vezes maior no grupo

de alta prioridade A porcentagem de pacientes admitidos no hospital nas especialidades

cliacutenica e ciruacutergica foi semelhante O risco de morte foi 558 vezes maior no grupo de

alta prioridade quando comparada com o de baixa prioridade

A conclusatildeo do trabalho de Santos Freitas e Martins (2014) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco teve uma associaccedilatildeo relativa inconsistente com a

utilizaccedilatildeo de exames radioloacutegicos enquanto parece ter uma associaccedilatildeo consistente entre

o eletrocardiograma e a utilizaccedilatildeo laboratorial

Graff et al (2014) analisaram durante o periacuteodo de 24 meses (janeiro de 2010 a

dezembro de 2011) 45 469 pacientes que procuraram o Departamento de Emergecircncia

Interdisciplinar e que foram classificados atraveacutes da versatildeo alematilde do Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco

A validade do Protocolo de Manchester nesse estudo foi construiacuteda

considerando a mortalidade do paciente tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia e

no hospital nuacutemero de procedimentos diagnoacutesticos invasivos fluxo interno praticado e

a prioridade cliacutenica definida pelo protocolo

Para a avaliaccedilatildeo da confianccedila dos resultados entre profissionais 167 pacientes

foram avaliados durante dois meses de setembro a outubro de 2012 Os casos foram

selecionados aleatoriamente e as prioridades definidas pelos classificadores foram

comparadas com as prioridades definidas por um expert

Nesse estudo verificou-se que a necessidade de internaccedilatildeo estaacute associada com a

prioridade cliacutenica do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco 100 dos

pacientes classificados como vermelhos (emergecircncia) foram admitidos no hospital -

79 foram para o CTI e 21 foram para a enfermaria - conforme tabela 2 Foram

internados 73 dos pacientes classificados como laranja (muito urgente) ndash 17 foram

para o CTI e 56 foram para a enfermaria Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

amarelo (urgente) 31 foram internados ndash 2 foram para o CTI e 29 foram para a

enfermaria Em torno de 13 dos pacientes classificados como verde (pouco urgente) e

9 classificados como azul (natildeo urgentes) foram internados em enfermarias ou seja

87 e 91 receberam alta do serviccedilo de urgecircncia respectivamente

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 7: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

7

VALIDADE

Storm-Verslootet et al (2011) analisaram 890 classificaccedilotildees de pacientes entre

novembro e dezembro de 2005 em um hospital terciaacuterio niacutevel 1 (trauma)

Tabela 1 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas dos sistemas de triagem ISS (Informally Structured

System) ESI (Emergency Severity Index) e MTS (Manchester Triage System)

Nesse estudo o subdimensionamento do risco foi mais frequente durante a

aplicaccedilatildeo do ESI mas em todas as classificaccedilotildees de risco foi possiacutevel associar o grau de

urgecircncia agrave utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia admissatildeo hospitalar e tempo de

permanecircncia

A conclusatildeo desse estudo foi que sistemas de triagem informais ou formais

parecem ter a mesma validade embora a tendecircncia de subclassificaccedilatildeo de risco seja

maior no Emergency Severity System (ESI) Para assegurar a transparecircncia e

uniformidade um sistema de triagem uniforme auditaacutevel e estruturalmente formalizado

para os pacientes do serviccedilo de urgecircncia eacute recomendado

Santos Freitas e Martins (2014) realizaram um estudo prospectivo em Portugal

com 25218 pacientes classificados entre 11 de julho e 13 de outubro de 2011 com o

objetivo de determinar se a segunda versatildeo do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de

Risco eacute um instrumento uacutetil para determinar o risco de admissatildeo hospitalar morte

intrahospitalar e a utilizaccedilatildeo de recursos no serviccedilo de urgecircncia e comparar com a

primeira versatildeo do mesmo protocolo

As prioridades do Protocolo de Manchester foram separadas em dois grupos

alta prioridade (emergecircncia e muito urgente) e baixa prioridade (urgente pouco urgente

e natildeo urgente)

8

O resultado foi que o risco de admissatildeo hospitalar foi 486 vezes maior no grupo

de alta prioridade A porcentagem de pacientes admitidos no hospital nas especialidades

cliacutenica e ciruacutergica foi semelhante O risco de morte foi 558 vezes maior no grupo de

alta prioridade quando comparada com o de baixa prioridade

A conclusatildeo do trabalho de Santos Freitas e Martins (2014) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco teve uma associaccedilatildeo relativa inconsistente com a

utilizaccedilatildeo de exames radioloacutegicos enquanto parece ter uma associaccedilatildeo consistente entre

o eletrocardiograma e a utilizaccedilatildeo laboratorial

Graff et al (2014) analisaram durante o periacuteodo de 24 meses (janeiro de 2010 a

dezembro de 2011) 45 469 pacientes que procuraram o Departamento de Emergecircncia

Interdisciplinar e que foram classificados atraveacutes da versatildeo alematilde do Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco

A validade do Protocolo de Manchester nesse estudo foi construiacuteda

considerando a mortalidade do paciente tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia e

no hospital nuacutemero de procedimentos diagnoacutesticos invasivos fluxo interno praticado e

a prioridade cliacutenica definida pelo protocolo

Para a avaliaccedilatildeo da confianccedila dos resultados entre profissionais 167 pacientes

foram avaliados durante dois meses de setembro a outubro de 2012 Os casos foram

selecionados aleatoriamente e as prioridades definidas pelos classificadores foram

comparadas com as prioridades definidas por um expert

Nesse estudo verificou-se que a necessidade de internaccedilatildeo estaacute associada com a

prioridade cliacutenica do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco 100 dos

pacientes classificados como vermelhos (emergecircncia) foram admitidos no hospital -

79 foram para o CTI e 21 foram para a enfermaria - conforme tabela 2 Foram

internados 73 dos pacientes classificados como laranja (muito urgente) ndash 17 foram

para o CTI e 56 foram para a enfermaria Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

amarelo (urgente) 31 foram internados ndash 2 foram para o CTI e 29 foram para a

enfermaria Em torno de 13 dos pacientes classificados como verde (pouco urgente) e

9 classificados como azul (natildeo urgentes) foram internados em enfermarias ou seja

87 e 91 receberam alta do serviccedilo de urgecircncia respectivamente

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 8: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

8

O resultado foi que o risco de admissatildeo hospitalar foi 486 vezes maior no grupo

de alta prioridade A porcentagem de pacientes admitidos no hospital nas especialidades

cliacutenica e ciruacutergica foi semelhante O risco de morte foi 558 vezes maior no grupo de

alta prioridade quando comparada com o de baixa prioridade

A conclusatildeo do trabalho de Santos Freitas e Martins (2014) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco teve uma associaccedilatildeo relativa inconsistente com a

utilizaccedilatildeo de exames radioloacutegicos enquanto parece ter uma associaccedilatildeo consistente entre

o eletrocardiograma e a utilizaccedilatildeo laboratorial

Graff et al (2014) analisaram durante o periacuteodo de 24 meses (janeiro de 2010 a

dezembro de 2011) 45 469 pacientes que procuraram o Departamento de Emergecircncia

Interdisciplinar e que foram classificados atraveacutes da versatildeo alematilde do Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco

A validade do Protocolo de Manchester nesse estudo foi construiacuteda

considerando a mortalidade do paciente tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia e

no hospital nuacutemero de procedimentos diagnoacutesticos invasivos fluxo interno praticado e

a prioridade cliacutenica definida pelo protocolo

Para a avaliaccedilatildeo da confianccedila dos resultados entre profissionais 167 pacientes

foram avaliados durante dois meses de setembro a outubro de 2012 Os casos foram

selecionados aleatoriamente e as prioridades definidas pelos classificadores foram

comparadas com as prioridades definidas por um expert

Nesse estudo verificou-se que a necessidade de internaccedilatildeo estaacute associada com a

prioridade cliacutenica do Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco 100 dos

pacientes classificados como vermelhos (emergecircncia) foram admitidos no hospital -

79 foram para o CTI e 21 foram para a enfermaria - conforme tabela 2 Foram

internados 73 dos pacientes classificados como laranja (muito urgente) ndash 17 foram

para o CTI e 56 foram para a enfermaria Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

amarelo (urgente) 31 foram internados ndash 2 foram para o CTI e 29 foram para a

enfermaria Em torno de 13 dos pacientes classificados como verde (pouco urgente) e

9 classificados como azul (natildeo urgentes) foram internados em enfermarias ou seja

87 e 91 receberam alta do serviccedilo de urgecircncia respectivamente

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 9: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

9

Tabela 2 Comparaccedilatildeo entre as prioridades cliacutenicas e internaccedilatildeo hospitalar

O tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia foi diferente entre as

prioridades cliacutenicas do Protocolo de Manchester conforme figura 1 O tempo de

permanecircncia aumentou do azul ao laranja e foi menor para o paciente vermelho O

paciente classificado como laranja foi o que teve o maior tempo de permanecircncia no

serviccedilo de urgecircncia e o vermelho o maior tempo de internaccedilatildeo hospitalar (figura 2)

Figura 1 Tempo de permanecircncia no serviccedilo de urgecircncia (ED length of stay) em minutos por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 10: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

10

Figura 2 Tempo de permanecircncia no hospital (Hospital length of stay) em dias por prioridade

cliacutenica do Protocolo de Manchester

O estudo mostrou tambeacutem que quanto maior a prioridade cliacutenica do Protocolo de

Manchester maior o nuacutemero de mortes Em relaccedilatildeo aos pacientes classificados como

emergecircncia (vermelho) 138 (n=82) dos pacientes foram a oacutebito nas primeiras 24

horas Um total de 022 (n=30) de pacientes das outras prioridades cliacutenicas juntas

foram a oacutebito nas primeiras 24 horas

A probabilidade de sobrevivecircncia em 30 dias entre os pacientes admitidos com

baixa prioridade cliacutenica verde e azul foi de 9206 e 8390 respectivamente A

mortalidade eacute diretamente proporcional com a prioridade cliacutenica

Em relaccedilatildeo agrave confianccedila dos resultados em 9701 dos casos houve acordo entre

a classificaccedilatildeo de risco do expert e dos classificadores (K=0954 95 CI 0912 a

0996) indicando uma alta confiabilidade dos resultados

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 11: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

11

DOR TORAacuteCICA

Eacute necessaacuterio um diagnoacutestico raacutepido e preciso de pacientes com Infarto Agudo do

Miocaacuterdio (IAM) no serviccedilo de urgecircncia

O estudo de Providecircncia et al (2011) analisou 322 pacientes com diagnoacutestico

final de IAM e classificados pelo Protocolo de Manchester O estudo objetivou avaliar o

impacto do Protocolo de Manchester na mortalidade em curto prazo no IAM detectar

melhorias potenciais e analisar os grupos de alto risco pacientes diabeacuteticos mulheres e

idosos

O referido estudo identificou que 828 dos pacientes foram observados no

tempo alvo de ateacute 10 minutos Esta porcentagem foi mais alta (95) quando

selecionado o fluxograma lsquoDor Toraacutecicarsquo comparado com os outros fluxogramas (52)

Pacientes com 70 anos de idade ou mais eram menos contemplados com o tempo alvo

de 10 minutos (762 versus 900 em pacientes com menos de 70 anos)

A mortalidade hospitalar desde estudo foi de 133 A classificaccedilatildeo de risco

com o tempo alvo para o primeiro atendimento de 10 minutos parece ter menor

mortalidade

A conclusatildeo do estudo de Providecircncia et al (2011) foi que o Protocolo de

Manchester eacute um efetivo sistema Pacientes apresentando com IAM tiacutepico com

elevaccedilatildeo ST e menos de 70 anos de idade satildeo protegidos pelo Protocolo de Manchester

Pinto Lunet e Azevedo (2010) verificaram a sensibilidade e a especificidade do

Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco em designar uma alta prioridade a

pacientes com siacutendrome coronariana aguda e da combinaccedilatildeo dos fluxogramas e

discriminadores rotineiramente utilizados na classificaccedilatildeo de risco no serviccedilo de

urgecircncia do Hospital de S Joatildeo no Porto Portugal Foram analisados 53039 episoacutedios

em 2007 dos quais 307 (057) eram casos de siacutendrome coronariana aguda

A sensibilidade do Protocolo de Manchester em designar uma alta prioridade

cliacutenica (vermelho ndash imediato ndash ou laranja ndash muito urgente) a pacientes com siacutendrome

coronariana aguda foi 873 (95 CI 831 ndash 906) A proporccedilatildeo de falso negativo foi

maior em grupos nos extremos de idade

A sensibilidade das combinaccedilotildees dos fluxogramas e discriminadores sugestivos

de siacutendrome coronariana aguda foi 743 (95 CI 691 ndash 788) sendo menor em

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 12: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

12

mulheres (673 comparado com 777 em homens) A especificidade foi de 974

(95 CI 972 ndash 975)

A conclusatildeo do estudo de Pinto Lunet e Azevedo (2010) foi que o Sistema

Manchester de Classificaccedilatildeo tem alta sensibilidade em designar uma prioridade cliacutenica

elevada (emergecircncia muito urgente) a paciente com siacutendrome coronariana aguda A

combinaccedilatildeo de fluxogramas e discriminadores definidos como sugestivos de siacutendrome

coronariana aguda tem alta especificidade e moderada sensibilidade mas o sistema tem

o potencial de se tornar mais sensiacutevel sem perda na especificidade

O estudo realizado por Speake Teece e Mackway-Jones (2003) teve como

objetivo de verificar a habilidade dos enfermeiros usando o Protocolo de Manchester

em identificar aqueles pacientes com dor toraacutecica que necessitavam de

eletrocardiograma (ECG) imediato e de ter assistecircncia meacutedica em ateacute 10 minutos

Para esse objetivo durante quatro semanas foram observados 167 pacientes

com dor toraacutecica O resultado mostrou que o Protocolo de Manchester tem 868 de

sensibilidade (95 CI 784 ndash 923) e 724 de especificidade (95 CI 618 ndash 812)

para identificar pacientes de alto risco com dor toraacutecica

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco aplicado por enfermeiros

capacitados eacute um instrumento sensiacutevel para identificar pacientes com dor cardiacuteaca de

alto risco

Veja abaixo a comparaccedilatildeo entre os estudos sobre dor toraacutecica

Tabela 3 ndash Comparaccedilatildeo entre os resultados dos estudos sobre dor toraacutecica

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 13: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

13

PEDIATRIA

Dos 52 fluxogramas do Protocolo de Manchester 49 podem ser utilizados para

crianccedilas

Veen e Moll (2009) realizaram uma revisatildeo bibliograacutefica comparando os quatro

sistemas de triagem validados cientificamente verificando a validade do Protocolo de

Manchester com um padratildeo ouro (PRISM) e concordacircncia entre classificadores de cada

sistema de triagem conforme tabela 4

Tabela 4 Estudo de concordacircncia do Emergency Severity Index Canadian Triage Acuity Scale

Protocolo de Manchester e Australasian Triage System no serviccedilo de urgecircncia pediaacutetrico

A conclusatildeo deste estudo foi que o Protocolo de Manchester mostrou boa a

excelente concordacircncia entre observadores em adultos e crianccedilas A concordacircncia entre

o Protocolo de Manchester e o padratildeo ouro (PRISM) para urgecircncia foi 34 de triagens

corretas 54 de superestimaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e 12 de subclassificaccedilatildeo de risco O

Emergency Severity Index (ESI) teve moderada a boa concordacircncia para classificaccedilotildees

de risco em pacientes pediaacutetricos O Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) pediaacutetrico

teve moderada concordacircncia entre observadores A concordacircncia para o Australasian

Triage System (ATS) foi considerada de pobre a moderada

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 14: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

14

Segundo Veen et al (2010) o Protocolo de Manchester demonstrou uma

reprodutibilidade de boa a muito boa em pacientes pediaacutetricos no serviccedilo de urgecircncia

sendo que a maioria das discordacircncias ocorreram em apenas uma prioridade

Veen et al (2008) realizaram uma pesquisa com 13554 crianccedilas classificadas

pelo Protocolo de Manchester e comparam o resultado com um padratildeo de referecircncia

baseado na escala preditiva de mortalidade em pediatria (PRISM)

De acordo com o referido estudo as prioridades cliacutenicas do Protocolo de

Manchester concordaram com o padratildeo de referecircncia em 34 (n = 4582) dos casos

Analisando as classificaccedilotildees concluiu-se que o erro ocorreu mais por elevaccedilatildeo da

prioridade (54) do que por subclassificaccedilatildeo de risco (12) ndash mais crianccedilas foram

classificadas na prioridade muito urgente no Protocolo de Manchester em relaccedilatildeo ao

padratildeo de referecircncia 21 e 2 respectivamente

Nesse estudo 37 (n = 5001) das crianccedilas foram lsquooverrsquo classificadas em uma

categoria e 17 (n = 2310) em mais de uma categoria Em relaccedilatildeo agrave subclassificaccedilatildeo de

risco 11 (n = 1474) pacientes foram subclassificados em apenas uma categoria e 1

(n = 187) em mais de uma categoria

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco tem moderada validade em

relaccedilatildeo ao padratildeo de referecircncia O Protocolo de Manchester tem 63 de sensibilidade e

79 de especificidade para identificar pacientes pediaacutetricos de alto risco

O Protocolo foi menos sensiacutevel para bebecircs de ateacute trecircs meses de idade

(sensibilidade de 50) A validade do Protocolo de Manchester foi menor para as

crianccedilas apresentando problemas cliacutenicos (61 de overtriagem e 10 de

subclassificaccedilatildeo de risco) comparado com o trauma (32 de overtriagem e 19 de

subclassificaccedilatildeo de risco)

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 15: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

15

CONCLUSAtildeO

O Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco demonstrou bons resultados em

relaccedilatildeo agrave validade sensibilidade especificidade e reprodutibilidade nos serviccedilos de

urgecircncia quando comparado com outros sistemas de classificaccedilatildeo de risco

O Protocolo de Manchester eacute baseado em evidecircncia com regularidade e

conformidade de padrotildees internacionais da boa praacutetica e eacute adotado com sucesso em

vaacuterios sistemas de sauacutede diferentes Ele mostrou ter reconhecimento internacional

confiabilidade uma metodologia eficaz aleacutem de ser passiacutevel de informatizaccedilatildeo E por

ser passiacutevel de auditorias individual e departamental fornece um caminho sistemaacutetico e

loacutegico para a tomada de decisatildeo na classificaccedilatildeo de risco assim como na gestatildeo do

serviccedilo de urgecircncia

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008

Page 16: SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

16

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Christ M Grossmann F Platz EModern Triage in the Emergency Department Deutsches Aumlrzteblatt

International 2010 Dec 107(50) 892-898

GRAFF I Goldschmidt B Glien P Bogdanow M Fimmers R Hoeft A Kim SC Grigutsch D The

German Version of the Manchester Triage System and Its Quality Criteria ndash First Assessment of

Validity and Realiability PLoS One 2014

JIMENEZ J G Clasificacioacuten de pacientes en los servicios de urgencias y emergencias Hacia un

modelo de triaje estructurado de urgencias y emergecircncias Emergencias 200315165-174

STORM-VERSLOOT M N Ubbink D T Kappelhof J e Luitse J S K Comparison of an

informally structured triage system the Emergency Severity Index and the Manchester Triage

System to distinguish patient priority in the emergency department Academic Emergency

Medicine 2011 18822-829

VEEN M van Ruige M Meurs A H van et al Manchester triage system in paediatric emergency

care prospective observational study British Medical Journal 2008

SANTOS AP Freitas P Martins HM Manchester Triage System version II and resource utilization

in the emergency department Emerg Med J31(2)148-52 2014 Feb

PINTO D Lunet N Azevedo A Sensitivity and specificity of Manchester Triage System for patients

with acute coronary syndromeServiccedilo de Higiene e Epidemiologia Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto Portugal Ver Port Cardiologia 29(6)961-87 2010 Jun

PROVIDEcircNCIA R Gomes PL Barra S Silva J Seca L Antunes A Pais JR Mota P Leitatildeo ndash Marques

A Importance of Manchester Triage in acute myocardial infarction impact on prognosis

Department of Cardiology Coimbraacutes Hospital Center Coimbra PortugalEmerg Med J 28(3)212-6

2011 Mar

SPEAKE D Teece S Mackway-Jones K Detecting high-risk patients with chest pain

InglaterraEmerg Nurse11(5)19-21 2003 Sep

STORM-VERSLOOT MN Ubbink DT Chin a Choi V Luise JS Observer agreement of the

Manchester Triage System and the Emergency Severity Index a simulation study Emerg Med J

26(8)556-60 2009 Aug

VEEN V M Moll H A Reliability and validity of triage systems in paediatric emergency care

Scandinavian Journal of Trauma Resuscitation and Emergency Medicine 2009

VEEN VAN M VFM Teunen Steyerberg W Meurs AHJ van Ruige M Strout Td J van der lei

e HA Moll Repeatability of The Manchester Triage System for Children Emerg Med J 2010 Jul

VEEN M VAN Steyerberg W Ruige M Meurs AHJ van Roukema J van der lei J Moll HA

Manchester triage system in paediatric emergency care prospective observational study British

Medical Journal 2008