Embed Size (px)
Citation preview
9ª Reunião da Red-POP
FORMULÁRIO PARA APRESENTAR TRABALHOSIX Reunião da Red POP8 - 10 de avril de 2005Rio de Janeiro, Brazil
Título completo da apresentação
Plantão Pedagógico: uma experiência com a educação formal
Modalidade de apresentação: x Trabalho oral Cartaz por decisión del Comité, proque llegó tarde (finales de febrero)
Área temática:x 1. Educação não formal 2. Museus e centros interativos de ciência 3. Produção de materiais 4. Jornalismo científico 5. Profissionalização da divulgação científica
Dados pessoais do(os) autor(es):Nome do palestrante Bianca Santos Silva ReisNome outros autores Adriana Maria de Assumpção Instituição Fiocruz / Museu da VidaDomicílio Avenida Dom Hélder Cãmara 4535 apt 302Cidade / Estado Rio de Janeiro / RJCEP / País 20771-000Telefone Código: 021 Número:8713-8670Fax Código: Número:Correio eletrônico [email protected]; [email protected] de outros autores Dados da instituição:Nome da instituição Fundação Oswaldo Cruz / Museu da VidaPrograma ou centro Centro de Educação em CiênciasDomicílio Avenida Brasil 4365 - ManguinhosCidade /Estado Rio de JaneiroCEP / País 21045-900 BrasilTelefone Código: 021 Número:3865-2130Fax Código: 021 Número:3865-2170Página Web www.museudavida.fiocruz.brMembro da Red Pop Titular x Associado Ad-Hoc
SE PRETENDE PARTICIPAR DE UMA MESA DE TRABALHO: Sim
Equipamento de apoio necessário para a apresentação (no caso de mesas de trabalho): data-show
9ª Reunião da Red-POP Projetor de transparências (retroprojetor) Projetor de slides
Datashow para PC x Computador (PC) com Office
TV + Vídeo PAL Outro ____________________________
Resumo da proposta de apresentação:(Extensão de meia lauda, em Word para Windows, em folha tamanho carta, com letra arial, tamanho 12 , sem notas de pé de página e com espaçamento simples. Os bordes deverão ser: superior e inferior de 2 cm e laterais de 2,5 cm).
O presente trabalho é um relato da experiência desenvolvida no Centro de Educação em Ciências do Museu da Vida (MV) através da atividade denominada Plantão Pedagógico. Esta é uma proposta que envolve professores e alunos das redes pública e privada de ensino pretendendo atingir os seguintes objetivos; trabalhar a partir da proposta pedagógica do Museu da Vida; construir junto ao professor um roteiro temático que atenda ao projeto pedagógico de sua escola e aos objetivos do MV; trabalhar com o professor as possibilidades de utilização dos objetos dispostos nas diferentes áreas temáticas do MV e construir uma relação de parceria entre o ensino formal / escola e o não formal / Museu da Vida. Entendemos que a realização do Plantão Pedagógico é um atendimento diferenciado ao professor que amplia as possibilidades de desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico da Escola e melhora a qualidade de atendimento aos alunos e aos professores visitantes.Neste sentido, pode contribuir para a formação continuada do professor, considerando os momentos de troca de experiências na construção de um roteiro em conjunto que leva em conta, tanto as especificidades de um espaço formal de educação – escola quanto um espaço não-formal de educação – Museu da Vida.
9ª Reunião da Red-POP
Trabalho por extenso:
Tittulo: Plantão Pedagógico: uma experiência com a educação formal.
Autoras: Adriana Assumpção e Bianca Reis
Instituição: Museu da Vida / Fundação Oswaldo Cruz
e-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
A preocupação com a formação continuada de professores vem sendo evidenciada nas últimas décadas por inúmeras pesquisas e relatos de experiências desenvolvidos em espaços formais e não-formais de educação, com o objetivo de possibilitar a formação de professores reflexivos, capazes de transformar sua prática cotidiana, busca-se cada vez mais um processo contínuo de reflexão e ação sobre essa prática.
Nesse sentido, os museus e centros de ciência vem desempenhando papel fundamental na formação continuada de professores, através de diferentes iniciativas como cursos e atividades destinados à educação científica.
Repensar a formação inicial e continuada, a partir da análise das práticas pedagógicas e docentes, tem se revelado uma das demandas importantes nos anos 90 (Cunha, 1989; Perrenoud,1994; Zeichner,1993; Pimenta,1994, entre outros). Em relação à formação inicial, Pimenta (1994) e Leite (1995) tem demonstrado que os cursos de formação, ao desenvolverem um currículo formal com conteúdos e atividades de estágios distanciados da realidade das escolas, não dão conta de captar as contradições presentes na prática social de educar e pouco tem contribuído para gestar uma nova identidade docente.
Em relação à formação continuada, a prática mais freqüente tem sido a realização de cursos de atualização dos conteúdos de ensino. Esses programas têm se mostrado pouco eficientes por não alterar a prática docente e por não tomarem a prática docente e pedagógica escolar nos seus contextos. Nesse contexto, os professores ficam impossibilitados de articular e traduzir novos saberes e relacioná-los à sua prática cotidiana.
Nesta perspectiva, constatamos que no mundo contemporâneo, há um crescimento quantitativo muito rápido dos avanços tecnológicos o que representa um desafio para os professores, ou seja, apropriar-se criticamente dessas tecnologias de forma a contribuir para a formação de cidadãos inseridos na sociedade tecnológica, o que significa uma redefinição da identidade profissional do professor.
Segundo Reis (2001), essa identidade constrói-se, a partir da significação social da profissão, pelo significado que cada professor, enquanto ator social da profissão,
9ª Reunião da Red-POPconfere à atividade docente no seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, enfim, do sentido que tem, em sua vida, o ser professor. Deve-se considerar holisticamente todos os seus aspectos social, cultural, político e econômico, assim como, sua rede de relações com outros professores, nas escolas, nos sindicatos e outros agrupamentos.
Nesta perspectiva, torna-se possível contribuir para a formação desse professor reflexivo, capaz de compreender a realidade, configurando a pesquisa como princípio cognitivo procurando desenvolver a atitude de pesquisar, com o objetivo de instrumentalizá-lo para as suas atividades de docente, assumindo agora, um princípio formativo. Assim, em oposição `a concepção de mero reprodutor de conhecimentos, ganha outro sentido e forma uma identidade que valorize o ser – professor – entendendo-o como um intelectual, relativamente autônomo, em processo de formação contínua.
Segundo Pimenta (2000), essa tendência reflexiva se configura como uma política de valorização de desenvolvimento pessoal/profissional do professor e das instituições escolares, uma vez que propõe condições de trabalho propiciadoras da formação continuada de professores, seja no local de trabalho, em redes de autoformação e em parcerias com outras instituições de formação, sejam elas formais ou não formais como os Museus e Centros de Ciências.
Para Reis (2001), trabalhar os diferentes conhecimentos na dinâmica da sociedade multimídia, da globalização, da multiculturalidade, das transformações nos mercados produtivos, na formação dos alunos. Estes também se encontram em constante processo de transformação cultural, de valores, de interesses e necessidades, requerendo portanto, uma permanente formação, entendida como ressignificação identitária dos professores.
O presente trabalho é um relato da experiência da atividade denominada Plantão Pedagógico desenvolvida no Centro de Educação em Ciências do Museu da Vida. Esta é uma das atividades desenvolvidas junto ao professor que visita o Museu da Vida e atende aos seguintes objetivos: trabalhar a partir da Proposta Pedagógica do Museu da Vida; construir junto ao professor um roteiro temático que atenda ao Projeto Pedagógico de sua escola e aos objetivos do MV; trabalhar com o professor as possibilidades de utilização dos objetos dispostos nas diferentes áreas temáticas do MV e construir uma relação de parceria entre o ensino formal /escola e o não-formal /Museu da Vida.
O MUSEU DA VIDA
O Museu da Vida, parte integrante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem como objetivo informar e educar em ciência, saúde e tecnologia de forma lúdica e interativa. Possui diferentes áreas temáticas como: Biodescoberta apresenta como tema central a biodiversidade no mundo, no Brasil e no Rio de Janeiro; Ciência em Cena trabalha a relação entre arte e ciência, Parque da Ciência apresenta três temas centrais energia, comunicação e organização da vida e Castelo apresenta a história da Fiocruz desde o início do século até os dias de hoje.
Além das áreas de atendimento direto ao público o Museu da Vida é constituído ainda por áreas matriciais e dentre elas está o Centro de Educação em Ciências (CEC). O CEC é o setor que se dedica à produção de conhecimentos teórico-metodológicos
9ª Reunião da Red-POPrelativos à educação não-formal em museus e centros de ciência e ao desenvolvimento de atividades voltadas para a educação em ciência.
As ações do CEC estão voltadas para o desenvolvimento de trabalhos sobre a relação entre museus e educação formal; formação e capacitação de monitores, mediadores e professores e linguagens processos e produtos que envolvem a concepção e avaliação de jogos e equipamentos produzidos pelas áreas temáticas do Museu da Vida.
JUSTIFICATIVA
Várias iniciativas de formação continuada vem sendo desenvolvidas pelos Centros e Museus de Ciências e, algumas delas têm servido de base para estudos teóricos sobre o assunto. Estes espaços caracterizam-se por propiciar um ambiente facilitador da alfabetização científica.
Segundo Bruno (apud Marandino 2001) o museu engloba ações científicas - de coleta sistemática, identificação, organização, conservação, interpretação, catalogação, armazenamento, exposição, educação, etc; ações educativas – relativas ao aperfeiçoamento da capacidade intelectual, artística, ideológica, cultural e da condução do público à reflexão de sua realidade; e ações sociais – onde se dá o encontro das duas funções anteriores, na medida em que possa propiciar a compreensão sobre o patrimônio/herança e o exercício da cidadania.
Nessa perspectiva, a atividade do Plantão Pedagógico tem como proposta contribuir para a formação continuada de professores, num espaço de educação não formal. Entendemos que essa relação é de parceria, pois há uma troca de interesses e conhecimentos que convergem em um objetivo comum que é a possibilidade de discutir a teoria na prática através das atividades desenvolvidas no Museu da Vida.
Por outro lado, o professor estabelece um canal direto com os profissionais do museu, não sente-se excluído pois participa da construção e desenvolvimento das atividades dirigidas a seus alunos. Nessa construção conjunta, o professor compreende mais essa relação entre a escola e o museu e como ela pode trazer ganhos para os atores envolvidos. Ainda nessa relação, o professor compreende melhor a dinâmica e o funcionamento das atividades, como são concebidas e desenvolvidas dentro da especificidade de um espaço museal.
O Plantão Pedagógico é uma proposta de parceria interessante para o professor por ser diferente do seu cotidiano e por ser uma atividade extra-escolar. Esse diferencial do museu é um desafio para o professor que vivencia situações interativas de caráter experimental onde ele percebe que o museu além de ser um local esteticamente atraente é um local onde pode ocorrer diferentes tipos de aprendizagem.
Assim, o professor visitante poderá utilizar-se desses aparatos e, considerando os objetivos de sua visita ao Museu com seus alunos, traçar relações com o que está sendo trabalhado em sala de aula.
Consideramos como relevante a participação do professor em uma atividade denominada Encontro de Professores I: Conhecendo o Museu da Vida que visa a participação do professor em uma visita prévia sem a sua turma para que ele possa conhecer as áreas temáticas e identificar a área que mais atende aos seus objetivos.
Após essa visita prévia, o professor poderá junto à equipe do Plantão Pedagógico, elaborar um roteiro de visita que priorize alguns aparatos que abordam
9ª Reunião da Red-POPconteúdos específicos da área a ser visitada pelos alunos. Essa atividade possibilita aproximar os conteúdos trabalhados em sala de aula com o que é proposto pelo Museu da Vida.
Entendemos que essa parceria escola – museu se mostra proveitosa para ambas as partes já que o museu dispõe seu material, seu espaço físico e sua equipe para a realização do trabalho e a escola, por outro lado, traz os alunos e avalia as atividades desenvolvidas contribuindo assim, para a melhoria do nosso atendimento.
METODOLOGIA
O Plantão Pedagógico acontece uma vez por mês em cada área temática do Museu da Vida e envolve professores e alunos das redes pública e privada de ensino. As visitas para o Museu da Vida são agendadas para duas áreas temáticas, entretanto, o Plantão acontece na área que o professor identificou como a mais apropriada para ser trabalhado o tema escolhido. Recebemos no museu uma turma com aproximadamente 40 alunos e 2 a 3 professores acompanhantes. Depois do professor já ter participado do Encontro de Professores I: Conhecendo o Museu da Vida, é agendada uma reunião para a construção de um roteiro temático, ou seja, com o tema específico que o professor escolheu como mais interessante e que atende a seus objetivos. Importante ressaltar que a temática escolhida pelo professor deve estar inserida nos temas do Museu da Vida assim como, os recursos utilizados durante o desenvolvimento da atividade.
No ano de 2003 participaram do Plantão Pedagógico a Escola Municipal Baixa do Sapateiro localizada no Pinheiro (região de baixa renda localizada nas proximidades de Manguinhos; Escola Alemã Corcovado (escola particular localizada em Botafogo) e o Instituto Oswaldo Cruz através de um projeto de Educação Ambiental desenvolvido com professores e alunos de escolas da rede pública de Guapimirim – RJ. Foram realizados oito atendimentos do Plantão Pedagógico sendo cinco no Espaço Biodescoberta e três no Parque da Ciência (na Pirâmide).
O planejamento do Plantão Pedagógico é realizado por duas pessoas do Centro de Educação em Ciências (CEC), a equipe da área temática e os professores envolvidos. Durante o desenvolvimento dessa atividade a equipe do plantão acompanha a atividade com uma ficha de avaliação. Os professores e monitores avaliam esse processo posteriormente, ou seja, após a visita.
A proposta do Plantão é organizada da seguinte maneira:1) Apresentação na escola das atividades que o CEC realiza junto ao público
docente;2) Organização da listagem dos professores interessados em participar do
Plantão Pedagógico;3) Apresentação feita pelos professores dos projetos pedagógicos no qual estão
inseridos, a fim de eleger as áreas temáticas que abordem os temas de seu interesse;
4) Reunião com os professores da escola visitada, identificando projetos semelhantes ou assuntos que possam ser abordados numa mesma área temática do MV;
5) Apresentação de uma lista de atividades previamente estabelecidas pelas equipes das áreas temáticas a fim de oferecê-las para que os professores
9ª Reunião da Red-POPpossam escolher aquelas mais adequadas aos seus objetivos. Não são criadas atividades exclusivamente para o Plantão Pedagógico;
6) Elaboração do roteiro da visita a partir do que foi previamente acordado entre o professor, a equipe da área temática e a equipe do CEC envolvida nesta atividade;
7) Marcação da visita junto ao Centro de Recepção do Museu da Vida. A visita acontece sempre em duas áreas do Museu da Vida, mas o Plantão Pedagógico é realizado somente numa dessas áreas. Existem dias da semana estipulados pelas equipes para realização do Plantão, visto que algumas atividades são oferecidas apenas pelos mediadores;
8) Acompanhamento da visita realizado sempre pela equipe do Plantão, mediante a um roteiro de observação que trata entre outros assuntos: realização dos objetivos propostos, participação do professor e do mediador, além do interesse dos alunos nas atividades propostas;
9) Entrega de uma ficha de avaliação para a equipe da área temática que participou do atendimento e outra para o professor que participou da visita com sua turma. As duas fichas deverão ser devolvidas para a equipe do Plantão;
10)Avaliação do Plantão Pedagógico na escola sobre as atividades desenvolvidas pelo professor com sua turma, após a visita ao MV;
11)Elaboração de relatório semestral de avaliação sobre o desenvolvimento do Plantão Pedagógico, considerações e propostas futuras.
RESULTADOS / PERSPECTIVAS
Entendemos que a realização do Plantão Pedagógico é um atendimento diferenciado ao professor que amplia as possibilidades de desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico da Escola e melhora a qualidade de atendimento aos alunos e aos professores visitantes.
Neste sentido, pode contribuir para a formação continuada do professor, considerando os momentos de troca de experiências na construção de um roteiro em conjunto que leva em conta, tanto as especificidades de um espaço formal de educação – escola quanto um espaço não-formal de educação – Museu da Vida.
Pretendemos continuar com o trabalho e ampliar o número de atendimento aos professores nos anos posteriores. De acordo com as avaliações melhorar no que for possível a qualidade no atendimento e ampliar o fórum de discussão sobre questões de interesse da escola e do museu como temas / conteúdos e metodologias / estratégias de trabalho.
Importante ressaltar que a avaliação desta atividade é realizada por todos os envolvidos no processo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARANDINO, Martha. O conhecimento Biológico nas exposições de Museus de Ciências: análise do processo de construção do discurso expositivo. São Paulo, 2001. Tese de doutorado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP.
9ª Reunião da Red-POP
NÓVOA, António (org). Os professores e sua formação. Lisboa: Editora Dom Quixote. 1992.
PIMENTA, Selma Garrido (org). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez. 2000.
REIS, Bianca Santos Silva. Centro de Educação em Ciências – contribuindo para a formação continuada de professores. Anais do Encontro sobre a Pesquisa em Educação, Comunicação e Divulgação Científica em Museus. Rio de Janeiro, 2001.
SILVA, Cylon Gonçalves da, MELO, Lúcia Carvalho Pinto de. Ciência, tecnologia e inovação: desafio para a sociedade brasileira. Ministério da Ciência e Tecnologia. Brasília: Academia Brasileira de Letras. 2001.
Sugerimos a seguinte estrutura geral da apresentação:
Natureza e objetivos da experiência, pesquisa ou proposta Justificação / pertinência da experiência, pesquisa ou proposta Âmbito / abrangência Descrição da experiência, pesquisa ou proposta Resultados / impacto atual e/ou potencial Perspectivas / planos / projeções Se for necessário: descrição de materiais disponíveis (impressos, audiovisuais,
multimídia, etc.) A apresentação pode conter gráficos, tabelas, figuras, fotografias
SE PRETENDE PARTICIPAR DA SESSÃO-CARTAZ:
Resumo da proposta:(Mesmos quesitos que para o caso da mesa de trabalho)
9ª Reunião da Red-POP
