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Enade para a engenharia de energia será em novembro de 2014 Por Hélvio Rech Brasília (DF). No dia 25 de fevereiro, representantes da Pró-Associação Brasileira de Engenharia de Energia - ABEEN, em reunião com a Diretora de Avaliação Superior do INEP, Claudia Maffini Griboski, discutiram a prova do ENADE para os cursos de engenharia de energia no Brasil. Também participaram da reunião a coordenadora geral do ENADE, Rosilene Cerri e a coordenadora de qualidade do ensino superior do INEP, Stela Meneghel, além dos professores Hélvio Rech (Unipampa), Marco Antônio Wanderley Cavalcante (UFPB), Otávio de Avelar Esteves Otávio (PUC- Minas) e Thais Maia Araujo (UnB). Segundo a diretora, neste ano houve mudanças na sistemática das provas. O sistema anterior composto por oito grupos, nos quais os cursos deveriam se enquadrar nas respectivas áreas de abrangência, não existe mais, afirma. Um dos motivos que levou a adoção de nova sistemática foi de que muitos cursos tiveram dificuldades em se enquadrar. O INEP ainda não conseguiu um mecanismo adequado de avaliação para as novas modalidades de engenharia, a exemplo da engenharia de energia. Prova de engenharia geral No ENADE 2014 serão aplicadas dez provas distintas para o grupo das engenharias. Todas as modalidades que possuírem

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Enade para a engenharia de energia será em novembro de 2014

Por Hélvio Rech

Brasília (DF). No dia 25 de fevereiro, representantes da Pró-Associação Brasileira de Engenharia de Energia - ABEEN, em reunião com a Diretora de Avaliação Superior do

INEP, Claudia Maffini Griboski, discutiram a prova do ENADE para os cursos de engenharia de energia no Brasil. Também participaram da reunião a coordenadora geral do ENADE, Rosilene Cerri e a coordenadora de qualidade do ensino superior do INEP, Stela Meneghel, além dos professores Hélvio Rech (Unipampa), Marco Antônio Wanderley Cavalcante (UFPB), Otávio de

Avelar Esteves Otávio (PUC-Minas) e Thais Maia Araujo (UnB).

Segundo a diretora, neste ano houve mudanças na sistemática das provas. O sistema anterior composto por oito grupos, nos quais os cursos deveriam se enquadrar nas respectivas áreas de abrangência, não existe mais, afirma. Um dos motivos que levou a adoção de nova sistemática foi de que muitos cursos tiveram dificuldades em se enquadrar. O INEP ainda não conseguiu um mecanismo adequado de avaliação para as novas modalidades de engenharia, a exemplo da engenharia de energia.

Prova de engenharia geral

No ENADE 2014 serão aplicadas dez provas distintas para o grupo das engenharias. Todas as modalidades que possuírem mais de 100 cursos no Brasil, terão provas específicas: engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia de computação, engenharia de controle e automação, engenharia mecânica, engenharia química, engenharia de alimentos, engenharia de produção, engenharia ambiental e engenharia florestal. As demais modalidades farão uma prova genérica, denominada de engenharia geral. É neste caso que se enquadram os cursos de engenharia de energia.

Segundo a ABENGE1, o ENADE continua contendo 40 questões. Destas, 10 são de formação geral comum a todas as áreas que participam do ENADE 2014 e as 30 restantes são específicas de cada área. Destas, no caso da engenharia, 10 são de conteúdos básicos comuns a todas as modalidades, o que poderia ser denominada de

1 Associação Brasileira de Educação em Engenharia - ABENGE Informa – Edição nº 45 (www.abenge.org.br)

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engenharia geral, e as demais (20) questões englobam conteúdos específicos de cada modalidade da engenharia. O modelo geral é 10 + 10 + 20.

Por exemplo, as provas específicas para a engenharia elétrica ou para a engenharia mecânica, terão 10 questões comuns a todas as áreas que participam do ENADE 2014; 10 questões de conteúdos básicos de engenharia; 20 questões específicas para cada modalidade (no caso engenharia elétrica ou engenharia mecânica). Já o conteúdo da prova de engenharia geral é o que poderia ser definido por engenharia básica, ou seja, contempla o ciclo básico dos cursos de engenharia, conforme a Resolução CNE/CES nº 11/2002.

Segundo Rosilene Cerri, o universo mínimo de 100 cursos para que tenham uma prova específica, definido pelo INEP, tem critérios meramente estatísticos. A experiência do INEP tem demonstrado que é preciso ter um número mínimo de cursos para que o resultado da avaliação não gere distorções, não crie injustiças.

A avaliação "in loco"

Tanto as avaliações dos cursos, quanto o ato de reconhecimento do curso tem prazo de validade, afirma a diretora Cláudia. Assim, mesmo os cursos que já foram avaliados pelo MEC necessitam serem avaliados novamente. Uma das formas de avaliação, que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) é a prova do ENADE.

O curso que optar por não participar do ENADE, será avaliado "in loco". Está avaliação que dará o conceito ao curso. No que se refere à graduação, é utilizado o Conceito Preliminar de Curso - CPC e o resultado final está em valores contínuos (que vão de 0 a 500) e em faixas (de 1 a 5).

O caminho a seguir

Na reunião ficou claro que os cursos de engenharia de energia devem se preparar para a prova engenharia geral do ENADE que vai ocorrer em novembro, provavelmente na segunda quinzena. A data, embora já definida, será divulgada em portaria assinada pelo Ministro. Ao mesmo tempo é preciso trabalhar para que a engenharia de energia tenha sua prova específica para um futuro próximo. Hoje são aproximadamente 30 cursos no Brasil que estão em funcionamento ou que devem iniciar suas atividades nos próximos anos. Se prevalecerem as orientações no INEP em vigor, quando houver 100 cursos em funcionamento no País, automaticamente haveria uma prova do ENADE específica para a engenharia de energia. O desafio colocado é apoiar a ampliação dos cursos, para tanto, alguns obstáculos precisam ser superados, entre eles, a consolidação da modalidade no sistema CONFEA/CREA.

Para tanto, os trabalhos da futura Associação Brasileira de Engenharia de Energia – ABEEN serão decisivos para consolidar esta nova modalidade no território nacional. Uma conquista fundamental será a resolução própria do CONFEA que dispõe sobre o registro profissional do engenheiro de energia e discrimina suas atribuições

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profissionais. Certamente essa é a principal demanda dos cursos de engenharia de energia no Brasil, pois resolverá o problema do registro profissional dos egressos junto ao CREA, definindo claramente o universo de atuação. Tal medida requer urgência.

No final da reunião, o professor Marco Antônio Wanderley Cavalcante indagou sobre a necessidade de haver avaliadores do INEP específicos para a engenharia de energia, hipótese considerada difícil para o curto prazo, segundo a diretora Claudia Maffini Griboski. Para ela, ainda não existe professores com formação em engenharia de energia, mas que a ideia poderia amadurecer. Antes, seria importante elaborar as diretrizes curriculares dos cursos de engenharia de energia, com uma clara definição do perfil do egresso e dos componentes curriculares, no plano nacional. Esse trabalho, afirma Cláudia, seria fundamental para inclusão da denominação ENGENHARIA DE ENERGIA nos referenciais do MEC.

Para o processo junto ao Conselho Nacional de Educação - CNE, os interessados devem enviar uma proposta justificada para o SESU/MEC, em nome do Secretário. Caso o SESU conceder parecer favorável, se transformará em um processo que será distribuído para um conselheiro do Conselho Nacional de Educação, que dará seu parecer. Em seguida o processo será analisado pelo pleno do CNE. Caso aprovado, o processo segue para o gabinete do ministro e publicado no diário oficial.