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ENSINO MÉDIO 1ª. SÉRIE / FILOSOFIA Nome: _________________________________________________ N.º: ____ Turma: ___ Professores: Fábio Mesquita São Paulo, ____/____/2018 Nota: ___________ (_______________________________________________________). PROVA DE FILOSOFIA – 1º TRIMESTRE 1. (Enem PPL 2016) A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra. RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado). O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como a) alienação ideológica. b) microfísica do poder. c) estado de natureza. d) contrato social. e) vontade geral. 2. (Uel 2015) Leia os fragmentos a seguir. A monarquia absoluta é incompatível com a sociedade civil, não podendo ser uma forma de governo civil, porque o objetivo da sociedade 1

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ENSINO MÉDIO 1ª. SÉRIE / FILOSOFIA

Nome: _________________________________________________ N.º: ____ Turma: ___

Professores: Fábio Mesquita São Paulo, ____/____/2018

Nota: ___________ (_______________________________________________________).

PROVA DE FILOSOFIA – 1º TRIMESTRE

1. (Enem PPL 2016) A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).

O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como a) alienação ideológica. b) microfísica do poder. c) estado de natureza. d) contrato social. e) vontade geral. 2. (Uel 2015) Leia os fragmentos a seguir.

A monarquia absoluta é incompatível com a sociedade civil, não podendo ser uma forma de governo civil, porque o objetivo da sociedade civil consiste em evitar e remediar os inconvenientes do estado de natureza que resultam necessariamente de poder cada homem ser juiz em seu próprio caso, estabelecendo-se uma autoridade conhecida para a qual todos os membros dessa sociedade podem apelar por qualquer dano que lhe causem ou controvérsia que possa surgir, e à qual todos os membros dessa sociedade terão que obedecer.

[...]Quem julgará se o príncipe ou o legislativo agem contrariamente ao encargo recebido?

A isto respondo: O povo será o juiz; porque quem poderá julgar se o depositário ou o deputado age bem e de acordo com o encargo a ele confiado senão aquele que o nomeia, devendo, por tê-lo nomeado, ter ainda o poder para afastá-lo quando não agir conforme seu dever?

Adaptado de: LOCKE, J. Segundo Tratado sobre o Governo (ou Ensaio sobre o Governo Civil). 5.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.250 e p.312.

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Com base nos fragmentos e nos conhecimentos sobre a filosofia política de John Locke, descreva o modelo de governo civil proposto pelo filósofo. 3. (Uema 2015) De acordo com a historiadora Maria Lúcia de Arruda Aranha, a Revolução Francesa derrubou o antigo regime, ou seja, o absolutismo real fundamentado no direito divino dos reis, derivado da concepção teocrática do poder. O término do antigo regime se consuma quando a teoria política consagra a propriedade privada como direito natural dos indivíduos.

Fonte: ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2003.

Esse princípio político que substitui a antiga teoria do direito divino do rei intitula-se a) Contratualismo. b) Totalitarismo. c) Absolutismo. d) Liberalismo. e) Marxismo. 4. (Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles a) entravam em conflito. b) recorriam aos clérigos. c) consultavam os anciãos. d) apelavam aos governantes. e) exerciam a solidariedade. 5. (Uema 2015) Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu estado natural, competindo e lutando entre si, por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se perpetua através de gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à sua liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é delegada a um só dos homens que detém o poder inquestionável, o soberano.

Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora NOVA Cultural, 1997.

A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção dos sistemas políticos contemporâneos que consolidou a (o) a) Monarquia Paritária. b) Despotismo Soberano. c) Monarquia Republicana. d) Monarquia Absolutista. e) Despotismo Esclarecido. 6. (Unesp 2015) Para o teórico Boaventura de Sousa Santos, o direito se submeteu à racionalidade cognitivo-instrumental da ciência moderna e tornou-se ele próprio científico.

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Existe a necessidade de repensarmos os direitos humanos. Boaventura nos instiga a pensar que eles possuem um caráter racional e regulador da vida humana. Esses direitos não colaboram para eliminar as assimetrias políticas, culturais, sociais e econômicas existentes, especialmente nos países periféricos. Os direitos humanos, num plano universalista e aberto a todos, não modificam as estruturas desiguais, mas ratificam a ordenação normativa para comandar uma sociedade.

(Adriano São João e João Henrique da Silva. “A historicidade dos direitos humanos”. Filosofia, ciência e vida, dezembro de 2014. Adaptado.)

De acordo com o texto, os direitos humanos são passíveis de crítica, porque a) desempenham um papel meramente formal de proteção da vida. b) inexistem padrões universalistas aplicáveis à totalidade da humanidade. c) são incompatíveis com os valores culturais de nações não ocidentais. d) sua estrutura normativa carece de racionalidade e de cientificidade. e) são destituídos de uma visão religiosa e espiritualista de mundo. 7. (Uem 2013) Entre o final da Idade Média e o início da Época Moderna, emergiram na Europa os Estados Nacionais, caracterizados pela centralização política e pelo fortalecimento do poder pessoal dos reis. A esse respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) De acordo com Nicolau Maquiavel, os primeiros Estados Nacionais modernos surgiram na

Itália e na Alemanha já no século XV. 02) Na França, o poder absoluto foi respaldado pela teoria do direito divino dos reis. 04) Com a secularização do pensamento político, as teorias contratualistas procuraram dar

fundamentos racionais ao poder do soberano, buscando legitimá-lo sem recorrer à intervenção divina ou a fundamentos religiosos.

08) Com o surgimento dos Estados Nacionais, pensadores como Galileo Galilei e Giordano Bruno desenvolveram, no século XVI, a teoria de que o poder dos reis emana do povo que os elege.

16) John Locke, filósofo inglês do século XVII, foi um crítico do poder absoluto dos reis, e suas ideias políticas fundamentaram as revoluções liberais ocorridas na Europa e nas Américas, a partir do final do século XVIII.

8. (Unioeste 2013) “Através dos princípios de um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um poder limitado, de direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado liberal.”

Bobbio.

Considerando o texto citado e o pensamento político de Locke, seguem as afirmativas abaixo:

I. A passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil, segundo Locke, é realizada mediante um contrato social, através do qual os indivíduos singulares, livres e iguais dão seu consentimento para ingressar no estado civil.

II. O livre consentimento dos indivíduos para formar a sociedade, a proteção dos direitos naturais pelo governo, a subordinação dos poderes, a limitação do poder e o direito à resistência são princípios fundamentais do liberalismo político de Locke.

III. A violação deliberada e sistemática dos direitos naturais e o uso contínuo da força sem amparo legal, segundo Locke, não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de resistência, pois o exercício de tal direito causaria a dissolução do estado civil e, em consequência, o retorno ao estado de natureza.

IV. Os indivíduos consentem livremente, segundo Locke, em constituir a sociedade política com a finalidade de preservar e proteger, com o amparo da lei, do arbítrio e da força comum de um corpo político unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade.

V. Da dissolução do poder legislativo, que é o poder no qual “se unem os membros de uma comunidade para formar um corpo vivo e coerente”, decorre, como consequência, a dissolução do estado de natureza.

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Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está correta. b) as afirmações I e III estão corretas. c) as afirmações III e IV estão corretas. d) as afirmação II e III estão corretas. e) as afirmações III e V estão incorretas. 9. (Ufu 2013) Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes.

HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 103.

Em relação ao papel do Estado, Hobbes considera que: a) O seu poder deve ser parcial. O soberano que nasce com o advento do contrato social deve

assiná-lo, para submeter-se aos compromissos ali firmados. b) A condição natural do homem é de guerra de todos contra todos. Resolver tal condição é

possível apenas com um poder estatal pleno. c) Os homens são, por natureza, desiguais. Por isso, a criação do Estado deve servir como

instrumento de realização da isonomia entre tais homens. d) A guerra de todos contra todos surge com o Estado repressor. O homem não deve se

submeter de bom grado à violência estatal. 10. (Ufsj 2013) “A soberania é a alma do Estado, e uma vez separada do corpo os membros deixam de receber dela seu movimento”.

Esse fragmento representa o pensamento de a) Hume em sua memorável defesa dos valores do Estado e da sua ligação direta com a sua

“alma”, tomada aqui por intransferível soberania. b) Hume e a descrição da soberania na perspectiva do sujeito em termos de impressões e

ideias, que a partir daí cria um Estado humanizado que dá movimento às criações dos que nele estão inseridos.

c) Nietzsche, em sua mais sublime interpretação do agón grego. Ao centro daquilo que ele propôs como sendo a alma do Estado e onde a indagação sobre o lugar da soberania, no permanente desafio da necessária orquestração das paixões, se faz urgente.

d) Hobbes e o seu conceito clássico de soberania, entendido como o princípio que dá vida e movimento ao corpo inteiro do Estado, por sua vez criado pelo artifício humano para a sua proteção e segurança.

11. (Ufpa 2013) “Desta guerra de todos os homens contra todos os homens também isto é consequência: que nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça e injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não fazem parte das faculdades do corpo ou do espírito. Se assim fosse, poderiam existir num homem que estivesse sozinho no mundo, do mesmo modo que seus sentidos e paixões.”

HOBBES, Leviatã, São Paulo: Abril cultural, 1979, p. 77.

Quanto às justificativas de Hobbes sobre a justiça e a injustiça como não pertencentes às faculdades do corpo e do espírito, considere as afirmativas:

I. Justiça e injustiça são qualidades que pertencem aos homens em sociedade, e não na solidão.

II. No estado de natureza, o homem é como um animal: age por instinto, muito embora tenha a noção do que é justo e injusto.

III. Só podemos falar em justiça e injustiça quando é instituído o poder do Estado.

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IV. O juiz responsável por aplicar a lei não decide em conformidade com o poder soberano; ele favorece os mais fortes.

Estão corretas as afirmativas: a) I e II b) I e III c) II e IV d) I, III e IV e) II, III e IV 12. (Ufsj 2013) Thomas Hobbes afirma que “Lei Civil”, para todo súdito, é a) “construída por aquelas regras que o Estado lhe impõe, oralmente ou por escrito, ou por

outro sinal suficiente de sua vontade, para usar como critério de distinção entre o bem e o mal”.

b) “a lei que o deixa livre para caminhar para qualquer direção, pois há um conjunto de leis naturais que estabelece os limites para uma vida em sociedade”.

c) “reguladora e protetora dos direitos humanos, e faz intervenção na ordem social para legitimar as relações externas da vida do homem em sociedade”.

d) “calcada na arbitrariedade individual, em que as pessoas buscam entrar num Estado Civil, em consonância com o direito natural, no qual ele – o súdito – tem direito sobre a sua vida, a sua liberdade e os seus bens”.

13. (Ufsj 2013) “Liberdade significa, em sentido próprio, a ausência de oposição [...] e não se aplica menos às criaturas irracionais e inanimadas do que às racionais”.

Esse é um fragmento de texto colhido de a) David Hume. b) Thomas Hobbes. c) Friedrich Nietzsche. d) Jean-Paul Sartre. 14. (Ufsm 2013) Sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse. Os outros também poderiam fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de natureza” descrito por Thomas Hobbes, que, vivendo durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu em primeira mão como esse cenário poderia ser assustador. Sem uma autoridade soberana não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz.

Fonte: LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

Considere as afirmações:

I. A argumentação hobbesiana em favor de uma autoridade soberana, instituída por um pacto, representa inequivocamente a defesa de um regime político monarquista.

II. Dois dos grandes teóricos sobre o estado de natureza”, Hobbes e Rousseau, partilham a convicção de que o afeto predominante nesse “estado” é o medo.

III. Um traço comum da filosofia política moderna é a idealização de um pacto que estabeleceria a passagem do estado de natureza para o estado de sociedade.

Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) apenas II e III. 15. (Unioeste 2013) “Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens. [...] E os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza (que cada um respeita quando

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tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê-lo com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar apenas em sua própria força e capacidade, como proteção contra todos”.

Hobbes.

Considerando o texto citado e o pensamento político de Hobbes, seguem as afirmativas abaixo:

I. A situação dos homens, sem um poder comum que os mantenha em respeito, é de anarquia, geradora de insegurança, angústia e medo, pois os interesses egoísticos são predominantes, e o homem é lobo para o homem.

II. As consequências desse estado de guerra generalizada são as de que, no estado de natureza, não há lugar para a indústria, para a agricultura nem navegação, e há prejuízo para a ciência e para o conforto dos homens.

III. O medo da morte violenta e o desejo de paz com segurança levam os indivíduos a estabelecerem entre si um pacto de submissão para a instituição do estado civil, abdicando de seus direitos naturais em favor do soberano, cujo poder é limitado e revogável por causa do direito à resistência que tem vigência no estado civil assim instituído.

IV. Apesar das leis da natureza, por não haver um poder comum que mantenha a todos em respeito, garantindo a paz e a segurança, o estado de natureza é um estado de permanente temor e perigo da morte violenta, e “a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta”.

V. O poder soberano instituído mediante o pacto de submissão é um poder limitado, restrito e revogável, pois no estado civil permanecem em vigor os direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade, bem como o direito à resistência ao poder soberano.

Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está correta. b) as afirmações I e III estão corretas. c) as afirmações II e IV estão incorretas. d) as afirmação III e V estão incorretas. e) as afirmações II, III e IV estão corretas. 16. (Uem 2013) No Leviatã, o filósofo Thomas Hobbes (1588-1679) afirma: “Este poder soberano pode ser adquirido de duas maneiras. Uma delas é a força natural, como quando um homem obriga os seus filhos a submeterem-se e a submeterem os seus próprios filhos à sua autoridade, na medida em que é capaz de os destruir em caso de recusa. Ou como quando um homem sujeita através da guerra os seus inimigos à sua vontade, concedendo-lhes a vida com essa condição. A outra é quando os homens concordam entre si em se submeterem a um homem, ou a uma assembleia de homens, voluntariamente, confiando que serão protegidos por ele contra os outros. Esta última pode ser chamada uma república política, ou por instituição. À primeira pode chamar-se uma república por aquisição” (HOBBES, T. Leviatã, cap. XVII. In: MARÇAL, J. (org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 366). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) República por aquisição é o poder soberano adquirido pela força natural, como o poder de

destruir em caso de desobediência. 02) República política é consequência dos acordos e pactos firmados entre os homens

voluntariamente. 04) Os vencedores de uma guerra criam uma república por instituição. 08) Os homens livres, ao pactuarem em assembleia, adquirem uma república. 16) Instituir e adquirir são formas dos processos políticos originários das repúblicas. 17. (Unisc 2013) Um dos problemas principais da Filosofia Política é o de determinar a natureza do Estado, entendido como sociedade politicamente organizada. Essa questão começou a ser debatida na Filosofia Antiga e foi retomada, depois, na Idade Moderna pela ocasião do surgimento dos Estados Nacionais modernos, constituindo um tema central tanto da tradição liberal quanto do pensamento marxista. Considere agora as seguintes afirmações sobre esse assunto:

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I. Para Aristóteles, como para os sofistas, a natureza do Estado é artificial. Surge de um acordo implícito por meio do qual alguns grupos humanos colocaram um fim em suas disputas.

II. Segundo Aristóteles, os homens têm tendência a viver em sociedade porque não podem se bastar a si mesmos.

III. Hobbes considerava que o Estado surgiu por meio de um acordo implícito por meio do qual os indivíduos abriram mão de seu direito de revidar os danos sofridos pela ação de outra pessoa, fazendo justiça pelas suas mãos, e transferiram esse direito a um terceiro impessoal: o Estado.

IV. Para Locke, os indivíduos não têm direito à propriedade privada e o único proprietário deve ser o Estado.

V. Para Marx, os estados nacionais, criados pela burguesia, representam os interesses de todas as classes sociais.

Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa II está correta. b) Somente as afirmativas II e III estão corretas. c) Somente as afirmativas I e IV estão corretas. d) Somente a afirmativa IV está correta. e) Somente as afirmativas IV e V estão corretas. 18. (Unioeste 2013) Em filosofia política, o contratualismo visa à construção de uma “teoria racional sobre a origem e o fundamento do Estado e da sociedade política”. O modelo contratualista é “... construído com base na grande dicotomia ‘estado (ou sociedade) de natureza / estado (ou sociedade) civil’” (cf. BOBBIO), sendo que a passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre mediante o contrato social.

Considerando o texto acima e as diferentes teorias contratualistas, é INCORRETO afirmar que a) o ponto de partida, no pensamento contratualista, para a análise da origem e fundamento do

Estado, é o estado político historicamente existente, cujo princípio de legitimação de sua efetividade histórica é o consenso.

b) os elementos constitutivos do estado de natureza são indivíduos singulares, livres e iguais uns em relação aos outros, sendo o estado de natureza um estado no qual reinam a igualdade e a liberdade.

c) para o contratualismo, a sociedade política, em contraposição a qualquer forma de sociedade natural, encontra seu princípio de fundamentação e legitimação no consenso dos indivíduos participantes do contrato social.

d) diferentemente de Locke, que concebe o estado de natureza como um “estado de relativa paz, concórdia e harmonia”, para Hobbes, o estado de natureza é um estado de guerra generalizada, de todos contra todos, de insegurança e violência.

e) a passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre mediante uma ou mais convenções, ou seja, mediante “um ou mais atos voluntários e deliberados dos indivíduos interessados em sair do estado de natureza”, e ingressar no estado civil.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Na sua apresentação do ensaio “Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra-Moral” de Nietzsche (In: Antologia de Textos Filosóficos, SEED-PR, 2010), o professor Antonio Edmilson Paschoal observa que, segundo o autor desse ensaio, “o intelecto e, por conseguinte, o conhecimento abstrato que é o seu modo de operar, possui apenas uma função instrumental: ele é um meio usado para a sobrevivência do animal homem, do mesmo modo como outros animais usam garras, chifres e presas. Por este motivo, não se pode esperar do intelecto e do conhecimento abstrato, qualquer desvelamento do mundo que apresente sua essência última, a coisa em si. Para Nietzsche, qualquer pretensão acerca do intelecto que o lance para além dessa sua capacidade só pode ocorrer por uma ilusão produzida pelo próprio intelecto, e qualquer sentido que ele encontre por trás da vida, só poderá fazê-lo porque foi ele mesmo que o colocou ali” (p. 526).

19. (Ufpr 2013) Explique por que a seguinte afirmação de Aristóteles poderia ser considerada com um exemplo da espécie da pretensão do intelecto criticada por Nietzsche: “o homem é por natureza um animal social”.

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20. (Uel 2012) Leia os textos a seguir.

A única maneira de instituir um tal poder comum é conferir toda sua força e poder a um homem ou a uma assembleia de homens. É como se cada homem dissesse a cada homem: Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isso, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado.

(Adaptado de: HOBBES, T. Leviatã. Trad. de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p.109. Coleção Os Pensadores.)

O ponto de partida e a verdadeira constituição de qualquer sociedade política não é nada mais que o consentimento de um número qualquer de homens livres, cuja maioria é capaz de se unir e se incorporar em uma tal sociedade. Esta é a única origem possível de todos os governos legais do mundo.

(Adaptado de: LOCKE, J. Segundo tratado do governo civil: ensaio sobre a origem, os limites e os fins verdadeiros do governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p.141. Coleção Os Pensadores.)

A partir da análise dos textos e dos conhecimentos sobre o jusnaturalismo e contratualismo no que se refere à instituição do Estado, explique as diferenças entre o contrato proposto por Hobbes e o proposto por Locke. 21. (Unesp 2012) “O homem é o lobo do homem” é uma das frases mais repetidas por aqueles que se referem a Hobbes. Essa máxima aparece coroada por uma outra, menos citada, mas igualmente importante: “guerra de todos contra todos”. Ambas são fundamentais como síntese do que Hobbes pensa a respeito do estado natural em que vivem os homens. O estado de natureza é o modo de ser que caracterizaria o homem antes de seu ingresso no estado social. O altruísmo não seria, portanto, natural. No estado de natureza o recurso à violência generaliza-se, cada qual elaborando novos meios de destruição do próximo, com o que a vida se torna “solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta, na qual cada um é lobo para o outro, em guerra de todos contra todos”. Os homens não vivem em cooperação natural, como fazem as abelhas e as formigas. O acordo entre elas é natural; entre os homens, só pode ser artificial. Nesse sentido, os homens são levados a estabelecer contratos entre si. Para o autor do Leviatã, o contrato é estabelecido unicamente entre os membros do grupo, que, entre si, concordam em renunciar a seu direito a tudo para entregá-lo a um soberano capaz de promover a paz. Não submetido a nenhuma lei, o soberano absoluto é a própria fonte legisladora. A obediência a ele deve ser total.

(João Paulo Monteiro. Os Pensadores, 2000.)

Caracterize a diferença entre estado de natureza e vida social, segundo o texto, e explique por que a é atribuída a Hobbes a concepção política de um “absolutismo sem teologia”. 22. (Ufu 2011) Ser vítima de bala perdida é o maior medo atual dos cariocas e moradores da região metropolitana do Rio. Foi o que responderam 57% dos 4.500 entrevistados em levantamento do ISP (Instituto de Segurança Pública), órgão ligado à Secretaria de Segurança do Rio, divulgado na tarde desta terça-feira. [...] um quinto dos entrevistados (21,7%) foi vítima de um dos 21 tipos de crimes elencados na pesquisa (agressão, furto...).

BELCHIOR, L. Mais da metade dos moradores do RJ não confia na PM. In: Folha Online, 19/08/2008.

Estatísticas como essas retratam a situação de medo e de insegurança geral vivenciada nas metrópoles brasileiras e conferem atualidade a teorias como a do filósofo Thomas Hobbes. Para ele, a função do Estado e do corpo político é a de garantir a paz e o direito de cada um à vida, impedindo o desencadeamento natural da guerra de todos contra todos.

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A partir da leitura das informações acima, responda às seguintes perguntas.a) De acordo com Hobbes, os seres humanos são naturalmente sociáveis? Justifique sua

resposta.b) Quais seriam, para esse filósofo, as principais características do homem em estado de

natureza?c) Tendo em vista o fragmento da reportagem publicada pelo jornal Folha Online, é correto

dizer que o Estado, hoje, do ponto de vista hobbesiano, cumpre sua obrigação em relação aos cidadãos?

23. (Ufu 2008) Leia a afirmação a seguir e responda.

A função que Hobbes atribui ao pacto de união é a de fazer passar a humanidade do estado de guerra para o estado de paz, instituindo o poder soberano.BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p. 43.

a) Por que, sem o pacto, não há paz entre os homens?b) Por que a instituição do poder soberano é resultado de uma passagem? 24. (Ufu 2005) Leia o texto abaixo com atenção e responda as questões a seguir.

A respeito da origem do Estado, em seu livro Leviatã, Hobbes afirma que um homem abandona o direito a todas as coisas, transferindo este direito para um poder soberano. “O modo pelo qual um homem transfere seu direito é uma declaração ou expressão, mediante um sinal ou sinais voluntários e suficientes (...) que podem ser apenas palavras ou apenas ações ou então tanto palavras como ações.” Esta “(...) transferência mútua de direitos é aquilo que se chama contrato.” Feito este contrato, “(...) à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado (...).”

HOBBES. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 78-79. Col. Os pensadores.

a) Comente pelo menos duas etapas exigidas para que haja a geração do Estado.b) Por que o contrato elimina a condição de guerra de todos contra todos? 25. (Ufu 2003) Locke foi um dos principais representantes do liberalismo político. Sobre a passagem do estado de natureza para a sociedade civil, o autor, a respeito desse tema, fez a seguinte afirmação:

“Assim os homens, apesar de todos os privilégios do estado de natureza, mantendo-se em más condições enquanto nele permanecerem, são rapidamente levados à sociedade.”

LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o governo. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Coleção “Os Pensadores”. p. 83.

Responda:

O que leva os homens a escolher a vida em sociedade civil?

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Gabarito:

Resposta da questão 1: [C]

Thomas Hobbes é um dos filósofos contratualistas, exatamente por considerar que toda comunidade política é fundada em um pacto social. A ausência dessa pacto faz com que os indivíduos estejam em um estado de natureza, na qual haveria a guerra de todos contra todos.

Resposta da questão 2: Segundo Locke, o modelo de governo civil vincula-se ao pacto proveniente do mútuo consentimento entre indivíduos igualmente livres, pelo direito natural. Portanto, tem seu fundamento na condição livre e igualitária dos homens, rompendo com a visão hierárquica do mundo que servia de base de legitimação das monarquias absolutas. Aqui, não se refere a um contrato entre governantes e governados. Como cidadãos, os indivíduos não renunciam aos seus próprios direitos naturais – absolutamente privados, inalteráveis e inalienáveis – em favor do poder dos governantes. A sociedade política é instituída pelos participantes do pacto, tendo por finalidade empregar sua força coletiva na proteção e na execução das leis naturais. Estas, no estado natural, estariam ameaçadas, sobretudo, a preservação da vida, a conservação da liberdade e da igualdade e o gozo da propriedade proveniente do trabalho. Por isso, a instituição da sociedade civil, sobretudo, tem por objetivo reprimir quaisquer violações a estes direitos naturais e, deste modo, para que possam ser assegurados e usufruídos, garantir a paz necessária. O mútuo consentimento permite aos cidadãos – neste modelo – instalar a forma de governo que julgarem conveniente. Aos governantes, é outorgado o poder que, no entanto, além de limitado, é revogável pelo poder originário e soberano dos cidadãos. São eles que decidem seu destino político e o da sociedade. Neste modelo de governo civil, Locke defende o direito de resistência e insurreição quando ocorre abuso do poder por parte das autoridades que usurpam de suas prerrogativas e violam o pacto e suas finalidades.

Resposta da questão 3: [D]

O filósofo que inaugura a o conceito de propriedade privada como direito natural é John Locke. Segundo este pensador, os princípios de sua filosofia são: a liberdade (ação por deliberação pessoal, sem nenhuma influência); a propriedade privada (iniciando a partir do próprio corpo que se possui e por aquilo que se consegue pelo trabalho); e a igualdade (mesmas condições para que todos possam usufruir dos recursos e leis da natureza). Por meio destes referenciais, Locke estabelece que se vivemos em natureza e seguimos as suas leis, estas mesmas leis devem servir de modelo para a constituição do Estado. O papel do governo consiste exclusivamente em fazer respeitar o direito natural de cada indivíduo determinado em conformidade com as leis da natureza. Portanto, o governo civil é o remédio apropriado para os inconvenientes do estado de natureza que pode se tornar um estado de guerra. Ele não deve ser um ditador ou alguém que deva ser obedecido, mas alguém que administra um empreendimento social onde os interesses e liberdades individuais determinam os rumos que a sociedade deve seguir, sendo que seu poder é temporal e limitado. Daí o governo não deve estabelecer aquilo que acredita ser melhor no modo de condução, mas deve concordar em servir a um interesse maior a garantia dos direitos de igualdade, liberdade e propriedade privada. A liberdade é o fundamento da vida em sociedade, servindo como justificativa para a disposição como se aprouver da propriedade privada que os indivíduos estabelecem. Esta é garantida pela igualdade entre todos para que pela apropriação dos recursos da natureza possam adquirir condições de sobreviverem segundo a melhor maneira que lhes aprouver. Esta concepção exposta, com mínima interferência do governo nos rumos, com a valorização da liberdade e propriedade privada garantida pela igualdade é conhecida como liberal.

Resposta da questão 4: [A]

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Segundo Hobbes, os homens, em seu estado de natureza, permanecem em um constante conflito. É a constituição da cidade civil que irá por fim a esse estado de guerra de todos contra todos.

Resposta da questão 5: [D]

Segundo Hobbes uma vez que os homens encontram-se num estado de guerra de “todos contra todos”, a construção da sociedade somente pode ocorrer quanto todos os membros rendem sua liberdade natural para uma única figura capaz de garantir a paz e a segurança a todos. Esta figura é entendida pelo autor como um mal necessário (um leviatã) que deve possuir poder inquestionável, não estando rendido a qualquer atrelamento, seja ele partidário ou republicano. Para que esta figura possa governar de forma a cuidar dos interesses de todos sem estar ligado a nenhum condicionamento, ela deve possuir um poder e uma autoridade inquestionável. Embora Hobbes não fosse um defensor árduo do absolutismo, suas teses serviram de base para justificar a monarquia como forma mais viável de garantir a todos um estado de paz. Portanto, a monarquia absolutista é o remédio para garantir a coexistência dos homens em sociedade. O despotismo esclarecido vai no sentido contrário, sendo inspirado pela filosofia iluminista, cria uma abertura não existente na filosofia de Hobbes, na qual o monarca não é mais visto como absoluto, mas sim como alguém que ainda exerce o poder, mas sem o caráter divino e inquestionável dos seus antecessores.

Resposta da questão 6: [A]

No texto da questão dois pontos são destacados como referente ao papel dos direitos humanos, sendo eles: o “caráter racional e regulador da vida humana” e “ratificam a ordenação normativa para comandar a sociedade”. Estas afirmações encontram respaldo na filosofia política dos contratualistas que estabelece que os direitos inerentes aos seres humanos, e que não estão sujeitos à discussão, pois surgem devido à conveniência dos homens que abrem mão de sua liberdade para viverem em sociedade. Assim, surge o direito natural como polo regulador dos limites que a sociedade organizada não pode ultrapassar na consolidação de sua estrutura. Contudo, o texto nos coloca que devido ao progresso das ciências atualmente se descaracterizou sua fundamentação passando estes, a serem tratados como conceito obsoleto que pode ser questionado livremente sem que haja qualquer empecilho caso se julgue que eles não atendam mais as concepções vigentes. Portanto, da mesma forma, os direitos humanos não se fazem mais uma garantia absoluta para a proteção a vida, mas constituem-se como meras referências formais na realidade universal.

Resposta da questão 7: 02 + 04 + 16 = 22.

O estado de natureza é "natural" em apenas um sentido específico. Para Hobbes a autoridade política é artificial e em contrapartida o estado anterior à instituição do governo é natural. Na sua condição "natural" o ser humano carece de governo, que é uma autoridade artificial, pois a única autoridade natural é aquela da mãe sobre o filho – dado que a mãe tem a vida do filho. Entre adultos inevitavelmente o caso difere e surge a necessidade do artifício. Naturalmente, todo homem tem direito igual a todas as coisas, porém, de fato, cada homem difere um do outro em força e, talvez, até em inteligência. Todavia, cada homem tem poder suficiente para ameaçar a vida de qualquer outro, de modo que invariavelmente o estado de natureza é uma disputa de todos contra todos por tudo que é direito de todos. O estado de natureza é forçosamente uma guerra de todos contra todos que força a necessidade de um estado soberano que promova a paz. Entre outras inúmeras funções, Hobbes com essa teoria se opõe a teoria monarquista do direito divino ao trono.Locke ficou conhecido por ter argumentado que o direito divino dos reis não era sustentado nem pelas escrituras sagradas e nem pela razão. O filósofo britânico desenvolveu uma nova teoria que relacionava o dever do cidadão de obediência ao estado atacando a ideia de que o poder estabelece a lei. Partindo de um estado de natureza sem qualquer governo, polícia ou propriedade privada, ele considera que nós humanos poderíamos descobrir, através do uso da razão, leis naturais, e estas, por conseguinte, nos sugeririam que haveria conjuntamente

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direitos naturais. Eventualmente os homens descobririam que poderiam estabelecer baseados na lei natural e no direito natural um contrato social que instituiria as obrigações políticas e propriedade privada, de tal modo que se evitariam os desvios da lei natural e se garantiria o direito natural. Assim a razão estabeleceria os limites do uso do poder articulando os direitos naturais de todo homem à liberdade, igualdade e propriedade.

Resposta da questão 8: [E]

Segundo a tradição liberal, o objetivo de um bom governo é: 1) preservar, o quanto possível, o direito dos seus cidadãos à vida, à liberdade, à saúde e à propriedade; 2) processar e punir aqueles que violarem os direitos instituídos; 3) sempre perseguir o bem público até nos momentos em que isso entrar em conflito com o bem individual. O governo, então, provê algo não disponível no estado de natureza, isto é, a busca da preservação dos direitos naturais através da intervenção de uma autoridade racional como um juiz imparcial capaz de determinar a severidade do crime e definir uma punição proporcional. Por essa peculiaridade a sociedade civil é um avanço sobre o estado de natureza.De modo geral, o pensamento de John Locke (1632-1704) é reconhecido como a fundação da tradição liberal. Dois conceitos fundamentais são trabalhados por esse filósofo, a saber, o conceito de liberdade e o conceito de propriedade. Uma noção importante para o pensador britânico define que para sermos livres enquanto compartilhamos um mesmo espaço público necessitamos anteriormente regular e restringir a própria liberdade total do indivíduo, pois apenas assim seria possível a fruição tranquila da propriedade.De acordo com Locke, o estado de natureza (a condição natural da humanidade) é um estado de perfeita e completa liberdade, no qual qualquer um poderia conduzir a sua vida como considerasse apropriado independentemente do que outros pensassem. Todavia, essa liberdade é só aparentemente total. Apesar de não existir um código civil e um governo para impedir as transgressões, o estado de natureza não é totalmente sem moralidade. O estado de natureza é anterior à política, porém não é anterior à moralidade. Segundo Locke, existe no estado de natureza uma observação de leis naturais que estabelecem uma igualdade entre todos os homens e, por conseguinte, também a igualdade dos direitos de todos os homens à vida, à saúde, à liberdade e à posse. Essa lei natural que estabelece a igualdade entre os homens e é base da moralidade é dada a nós por Deus. Como todos nós somos de Deus e não podemos retirar de ninguém o que é por direito Dele, então há uma proibição fundamental em maltratar qualquer outro. Estabelecida essa moralidade, o estado de natureza é um estado de liberdade plena para perseguir livre de interferências o próprio interesse, os próprios planos, etc., porém tal liberdade não significará liberação incondicionada. Isso não quer dizer, entretanto, que comportamentos desviados dessa lei natural não aconteçam, e se este tipo de comportamento que usurpa de outro a sua propriedade ocorrer, então surge o risco de ele se transformar em tendência. Para deter essa tendência surge a necessidade de instituir uma autoridade civil através de um contrato que manterá a liberdade, porém restringirá o comportamento desviado daqueles que usurpam aquilo que é propriedade de outros. A natureza do governo estabelecido pelo contrato é garantir o bem-estar das pessoas, de modo que se tal governo estabelecido não cumprir a sua finalidade as pessoas podem se insurgir contra ele.

Resposta da questão 9: [B]

O Estado de natureza é "natural" em apenas um sentido específico. Para Hobbes a autoridade política é artificial e em contrapartida o Estado anterior à instituição do Governante é natural. Nesta sua condição "natural" o ser humano mantém apenas a relação de autoridade da mãe sobre o filho, pois ela tem a vida do filho. Entre adultos, inevitavelmente, o caso se complica e surge a necessidade do artifício. Naturalmente, todo homem tem direito igual a todas as coisas. Porém, cada homem difere um do outro em força e em inteligência. Apesar dessa diferença, cada homem tem poder suficiente para ameaçar a vida de qualquer outro, de modo que invariavelmente o Estado de natureza termina em uma disputa de todos contra todos por tudo que é direito de todos. Para o racionalismo hobbesiano, o Estado de natureza é forçosamente uma guerra de todos contra todos. O homem, como a máxima de Hobbes manifesta, é lupino.

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Resposta da questão 10: [D]

Para Hobbes (1588-1679), o pacto social é uma instituição precária, pois ela não é suficiente para garantir a paz e a prosperidade. Os homens presunçosos sempre acreditariam saber mais que outros e assim, se livres para tanto, se mobilizariam inevitavelmente para desencadear guerras e tomar o poder. Para evitar tais catástrofes, o pacto social deve instituir a submissão da vontade de todos os indivíduos à vontade de um único déspota. O pacto social deve conceder a soberania a um único homem e o corpo social deve se submeter totalmente a ele. Sendo assim, Hobbes não considera que o contrato social seja contrário ao poder absoluto, mas justamente o contrário e se desejamos paz e prosperidade, então devemos no momento do pacto submeter a nossa vontade à vontade do déspota – o autor do Leviatã não nega a legitimidade de outros regimes, porém qualquer regime que divida o poder e faça possível uma competição que poderia comprometer a paz é tido como ilegítimo. Como podemos perceber, Hobbes considera que a principal atribuição do déspota é a promoção e segurança da paz, para tanto ele deve abolir qualquer possibilidade de disputa e instituir uma ordem de acordo com a qual o cidadão deverá sempre estar conforme – e isto tanto em matéria política, quanto religiosa.

Resposta da questão 11: [B]

A teoria contratual de Hobbes busca estabelecer um movimento no qual o homem passa de um estado natural para um estado civil. No estado natural, o homem vive em guerra com os outros homens, isto é, a finalidade da vida é manter-se vivo e se beneficiar do uso da violência, da trapaça, etc. contra os outros. A insustentabilidade desse estado leva o homem a buscar manter-se vivo de outra maneira, a saber, instituindo um governo que, na opinião do filósofo, deveria ditatorialmente se sobrepor a todos e estabelecer uma ordem inabalável. O governante tem o monopólio do medo e mantém a paz através da repressão para manutenção da lei e a garantia da justiça.

Resposta da questão 12: [A]

A Lei Civil ordena o conteúdo proveniente da ação livre, isto é, da Lei Natural. Desse modo, o Estado Liberal, que pressupõe a existência da Lei Natural, organiza a atividade normativa através de leis positivas cuja finalidade é manter os excessos da liberdade controlados. Assim, “a função do poder civil, a segurança, consiste em fazer com que as Leis Naturais sejam observadas”. É por meio de leis civis que as leis naturais se tornam obrigatórias.

Resposta da questão 13: [B]

Liberdade, no entender de Hobbes, é ausência de obstáculos externos às ações que contribuem para a preservação da vida. De acordo com o Capítulo XIV do Leviatã, a liberdade é um direito, e opõe-se à lei. Estamos diante da condição humana, isto é, diante do estado natural, no âmbito dos apetites e dos desejos primários do homem, e não diante de alguma qualidade intrínseca específica do homem.

Resposta da questão 14: [C]

A argumentação hobbesiana favorece qualquer estado que proteja a paz entre os cidadãos assegurando que as leis ordenadoras sempre prevaleçam, mesmo que o uso da força e da violência seja necessário. Todavia, para Hobbes a monarquia é o poder mais adequado, o soberano monarca é o governante ideal para o filósofo.Já Rousseau pensa distintamente e o contrato é estabelecido devido o constante aumento das desigualdades engendrado naturalmente no estado primordial da humanidade. Os homens, então, se juntam para que a vontade geral passe a direcionar nossas ações, garantindo assim que todos sejam efetivamente considerados na sua importância sem que as desigualdades

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naturais dominem as cidades.Este tipo de teoria geral sobre a origem, a construção e o desenvolvimento de uma sociedade é bastante comum a partir dos primórdios da modernidade. Hobbes, Locke e Rousseau são geralmente os nomes mais reconhecidos vinculados à teoria do contrato social, porém não são os únicos.

Resposta da questão 15: [D]

O estado de natureza é "natural" em apenas um sentido específico. Hobbes considera autoridade política artificial, e considera em contrapartida o estado anterior à instituição de um governo civil natural. Então, nessa sua condição "natural" o ser humano carece da autoridade artificial do governo civil, e sua única autoridade é a natural, ou seja, é aquela da mãe sobre o filho – dado que a mãe tem posse da vida do filho; entre adultos inevitavelmente o caso difere e surge a necessidade do artifício.Naturalmente, todo homem adulto tem direito igual a todas as coisas, porém, factualmente, cada homem difere um do outro em força e, talvez, até em inteligência. Esse desnível facilita a vida de alguns e dificulta a vida de outros. Todavia, tal desnível leva cada homem ao reconhecimento do seu poder de ameaçar a vida de qualquer outro, de modo que invariavelmente o estado de natureza se transforma em uma disputa de todos contra todos por tudo que é direito de todos. O estado de natureza é forçosamente uma guerra de todos contra todos.Sendo assim, o pacto social é uma instituição precária, pois ele não é suficiente para garantir a paz e a prosperidade. Os homens presunçosos sempre acreditariam saber mais do que outros e, se livres para tanto, sempre se mobilizariam para desencadear guerras e tomar o poder. A fim de evitar tais catástrofes, o pacto social deve instituir a submissão da vontade de todos os indivíduos à vontade de um único déspota. Hobbes não considera que o contrato social seja contrário ao poder absoluto, e sim justamente o contrário; se desejamos paz e prosperidade, então devemos no momento do pacto submeter nossa vontade a vontade do déspota – o autor do Leviatã não nega a legitimidade de outros regimes, porém qualquer regime que divida o poder e faça possível uma competição que poderia comprometer a paz é tido como ilegítimo. A principal atribuição do déspota é a promoção e segurança da paz, para tanto ele deve abolir qualquer possibilidade de disputa e instituir uma ordem de acordo com a qual o cidadão deverá sempre estar conforme – e isto tanto em matéria política, quanto religiosa.

Resposta da questão 16: 01 + 02 + 16 = 19.

Para Hobbes (1588-1679), o pacto social é uma instituição precária, pois ela não é suficiente para garantir a paz e a prosperidade. Os homens presunçosos sempre acreditariam saber mais que outros e assim, se livres para tanto, se mobilizariam inevitavelmente para desencadear guerras e tomar o poder. Para evitar tais catástrofes, o pacto social deve instituir a submissão da vontade de todos os indivíduos à vontade de um único déspota. O pacto social deve conceder a soberania a um único homem e o corpo social deve se submeter totalmente a ele. Sendo assim, Hobbes não considera que o contrato social seja contrário ao poder absoluto, mas justamente o contrário e se desejamos paz e prosperidade, então devemos no momento do pacto submeter a nossa vontade à vontade do déspota – o autor do Leviatã não nega a legitimidade de outros regimes, porém qualquer regime que divida o poder e faça possível uma competição que poderia comprometer a paz é tido como ilegítimo. Como podemos perceber, Hobbes considera que a principal atribuição do déspota é a promoção e segurança da paz, para tanto ele deve abolir qualquer possibilidade de disputa e instituir uma ordem de acordo com a qual o cidadão deverá sempre estar conforme – e isto tanto em matéria política, quanto religiosa.

Resposta da questão 17: [B]

Para Platão, como podemos afirmar a partir do Livro II da República, os homens se agrupam em cidades porque não são autossuficientes. Já Aristóteles diz que os homens se agrupam em aldeias porque não são autossuficientes, e se agrupam em cidades porque apenas nelas eles

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são capazes de realizar sua virtude essencial.Seguindo as pistas da sua concepção ontológica, Hobbes toma o homem como uma máquina movida pelo desejo. No estado natural, esse movimento que o homem realiza engendra uma realidade cuja lei é a “lei dos lobos”. O constante perigo e temor pela vida definem a necessidade de um artifício que se sobreponha ao estado de natureza. O estado de sociedade é esse artifício

Resposta da questão 18: [A]

No pensamento contratualista encontramos como ponto de partida o Estado de natureza, exemplificado, mais fortemente, pelas filosofias de Hobbes, Locke, Rousseau e Rawls. Os elementos que caracterizam o Estado de natureza diferem entre os pensadores, e também entre eles diferem as funções exercidas por este recurso teórico. Quanto às alternativas, a letra [A] está claramente incorreta, pois desconsidera as diferentes concepções de Estado desses pensadores.

Observação: Vale ressaltar, porém, que a alternativa [B] também é questionável, podendo ser considerada correta somente se tivermos uma análise menos rigorosa do pensamento de cada filósofo.

Resposta da questão 19: De acordo com a apresentação citada, para Nietzsche, qualquer busca por conhecimentos sobre as características essenciais, fundamentais, primordiais, necessárias de qualquer coisa é uma busca ilusória. O intelecto do homem lhe serve para a sua sobrevivência, e não para o desvelamento do mundo. Portanto, as funções da razão humana são pragmáticas, e não divinas. Desse modo, não conseguimos definir o homem desvelando qual a sua essência, mas definimos essa essência do homem simplesmente por uma necessidade prática, ou nos perdemos na ilusão de encontrar na nossa noção arbitrária o desvelamento daquilo que se esconde atrás da coisa.Aristóteles, ao tentar indicar o atributo necessário da substância homem, incorre, então, em uma ação pretensiosa demais e inevitavelmente inatingível.

Resposta da questão 20: Para Hobbes, o contrato é firmado pelos homens naturais entre si, que outorgam a um terceiro o poder soberano, sendo a instituição deste apenas a conclusão do contrato. O Estado é instituído, quando uma multidão de homens escolhe um representante e aceita todos os seus atos e decisões como se fossem seus atos e decisões. Assim, em Hobbes os seres humanos, com o objetivo de preservar suas vidas, transferem a outro homem ou assembleia a força de coerção da comunidade; trocam voluntariamente a liberdade que possuíam no estado de natureza pela segurança do Estado - Leviatã. Para Locke os seres humanos concordam em estabelecer a sociedade política - civil - com o objetivo de preservar e consolidar os direitos que já possuíam no estado de natureza - direito à vida, à liberdade e aos bens. Locke acredita que no estado civil os direitos naturais inalienáveis estarão mais bem protegidos sob o amparo da lei, do arbítrio e da força do corpo político unitário.

Resposta da questão 21: O estado de natureza pode ser considerado como um estado de natural insegurança, na medida em que impera a “guerra de todos contra todos” na luta pela sobrevivência. Em oposição, o estado de vida social é caracterizado pela segurança. Na medida em que todos transferem ao soberano, mediante o contrato social, o direito do uso legítimo e exclusivo da força, o soberano se torna a fonte da segurança civil. Dado que os homens não podem quebrar o contrato social para não caírem em contradição, Hobbes afirma que ninguém pode questionar o poder do soberano. É nesse sentido que Hobbes é considerado como idealizador de um absolutismo sem teologia, por considerar que o poder do soberano é advindo do contrato social, sem fazer qualquer referência a uma fonte divina.

Resposta da questão 22: a) Não, para Thomas Hobbes, os seres humanos não são naturalmente sociáveis.

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b) No Estado de Natureza, os homens vivem isolados e em luta, vigorando a guerra de todos contra todos. Neste estado, vigora o medo, especialmente o medo da morte violenta.

c) O candidato deve definir, ao menos, alguns dos motivos que levam os homens a aderirem ao pacto social. O Estado não cumpre suas obrigações em relação aos cidadãos, porque, dentre os motivos que levam os homens a realizarem o pacto social, é o desejo de garantir seus bens e suas vidas. Nas regiões em que grassa a violência urbana, a vida dos cidadãos está em constante risco (bala perdida ou outras formas) e seus bens não são garantidos pelo Estado, seja por causa dos furtos e roubos, seja por causa das “taxas” cobradas por traficantes ou milícias.

Resposta da questão 23: a) Porque para Hobbes, que é um contratualista absolutista, os indivíduos são todos iguais no poder e na força de lutar uns contra os outros para assegurarem sua própria sobrevivência e liberdade (“o homem é o lobo do homem”) e isso é o estado-de-guerra vigente (chamado por Hobbes de estado de natureza), que gera incerteza, desconfiança, insegurança e caos (não há paz). Somente se renunciam ao uso do próprio poder e da própria força, transferindo tal uso para um governante (poder público), ou seja, somente se pactuam uns com os outros, criando o poder soberano que esteja acima de todos e a todos possa governar, é que se produz a ordem e a segurança que pode acabar com o caos (com a guerra)

b) Porque para Hobbes, o pacto ou contrato, em que todos transferem o poder ao governante como monopolizador do uso da força, produz a passagem ou transformação dos indivíduos, de um estado-de-natureza (como estado de guerra de todos contra todos) para um estado civil ou sociedade política (como estado de lei e ordem). Isto significa, ao mesmo tempo, a passagem para uma situação em que exista um poder soberano legítimo (público), que não existiria sem o consentimento dos súditos.

Resposta da questão 24: a) A constituição do Estado exige ao menos duas etapas: a constituição da comunidade política, significando a passagem do estado de natureza para o estado civil, e a constituição do governo soberano através do contrato. Essas duas etapas servem de garantia para os cidadãos contratantes, que não mais precisam defender-se uns dos outros, dado que têm no soberano a garantia de sua segurança.

b) A eliminação da condição de guerra de todos contra todos se dá porque o soberano passa a ter o direito ao monopólio do uso da força física. Assim, os membros da comunidade política não mais necessitam agredir uns aos outros para defenderem a sua vida. O próprio Estado passa a impedir tal ação violenta dos cidadãos.

Resposta da questão 25: A vida na sociedade civil é útil aos homens na medida em que lhes garante a defesa de seus direitos naturais, como o direito à propriedade e o direito à vida. Isso ocorre através da instituição de um juiz imparcial, capaz de resolver as contendas entre os homens e evitar o estado de guerra de todos contra todos.

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