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1. A domesticação e a relação homem-animal Definição e histórico da domesticação de espécies animais: Domesticação é o processo pelo qual o homem promove uma seleção artificial em determinada espécie silvestre para que a mesma adquira determinadas características. Diferencas entre animais domésticos e animais silvestres: Uma espécie deixa de ser silvestre e é considerada domesticada quando o homem passa a conhecer e exercer controle sobre sua reprodução, alimentação e dispersão pelo planeta. Relação homem-animal e seu papel no meio ambiente: A domesticação sempre esteve vinculada às diversas necessidades humanas, porém, hoje, ela se apresenta como uma ferramenta para auxiliar na sobrevivência de algumas espécies silvestres. 2- Legislação para implantação de criatórios de animais nativos e exóticos Definição dos principais termos utilizados pelo IBAMA: - Animal silvestre: são aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham a sua vida ou parte dela ocorrendo naturalmente dentro dos limites do Território Brasileiro e suas águas juridicionais. - Animal exótico: são aqueles cuja a distribuição geográfica não inclui o Território Brasileiro. As espécies ou subespécies introduzidas pelo homem, inclusive domésticas, em estado selvagem, também são consideradas exóticas. Outras espécies consideradas exóticas são aquelas que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas juridicionais e que tenham entrado expontaneamente em Território Brasileiro. - Animal doméstico: são aqueles animais que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo e melhoramento zootécnico tornaram-se domésticas, possuindo características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, podendo inclusive apresentar aparência diferente da espécie silvestre que os originou. Lei 5197/67 – Lei que regulamenta a profissão do médico veterinário. - Art. 3º - É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha. § 1º Excetuam-se os espécimes provenientes legalizados.

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Page 1: Web viewO manejo nutricional em cativeiro depende do sistema de criação, pode ser fornecido concentrado com milho como principal componente energético

1. A domesticação e a relação homem-animal

Definição e histórico da domesticação de espécies animais: Domesticação é o processo pelo qual o homem promove uma seleção artificial em determinada espécie silvestre para que a mesma adquira determinadas características.

Diferencas entre animais domésticos e animais silvestres: Uma espécie deixa de ser silvestre e é considerada domesticada quando o homem passa a conhecer e exercer controle sobre sua reprodução, alimentação e dispersão pelo planeta.

Relação homem-animal e seu papel no meio ambiente: A domesticação sempre esteve vinculada às diversas necessidades humanas, porém, hoje, ela se apresenta como uma ferramenta para auxiliar na sobrevivência de algumas espécies silvestres.

2- Legislação para implantação de criatórios de animais nativos e exóticos

Definição dos principais termos utilizados pelo IBAMA:

- Animal silvestre: são aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham a sua vida ou parte dela ocorrendo naturalmente dentro dos limites do Território Brasileiro e suas águas juridicionais.

- Animal exótico: são aqueles cuja a distribuição geográfica não inclui o Território Brasileiro. As espécies ou subespécies introduzidas pelo homem, inclusive domésticas, em estado selvagem, também são consideradas exóticas. Outras espécies consideradas exóticas são aquelas que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas juridicionais e que tenham entrado expontaneamente em Território Brasileiro.

- Animal doméstico: são aqueles animais que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo e melhoramento zootécnico tornaram-se domésticas, possuindo características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, podendo inclusive apresentar aparência diferente da espécie silvestre que os originou.Lei 5197/67 – Lei que regulamenta a profissão do médico veterinário.

- Art. 3º - É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha.§ 1º Excetuam-se os espécimes provenientes legalizados.Portarias do IBAMA:

•      Portaria 117/97 – regula a comercialização de animais silvestres.•      Portaria 118N/97 – regula a criação de animais silvestres.•      Portaria 102/98 - regula a criação de animais silvestres exóticos.•      Portaria 093/98 - regula a comercialização de animais silvestres brasileiros e exóticos.

3. Legislação para implantação de criatórios de animais nativos e exóticos- Parte 2

Portarias e Instruções Normativas do IBAMA:

•      Portaria 139/93 – regula a comercialização de animais silvestres.•      IN 002/01 – determina e regulamenta a identificação individual dos espécimes.•      Portaria 119N/92 – regulamenta a comercialização de peles de crocodilianos.•      Portaria 70/96 – Regulamenta a comercialização de produtos e subprodutos da criação de tartarugas da

Amazônia e tracajás.•      Portaria 126/90 – regulamenta a criação de jacaré do papo amarelo.

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•      Portaria 16/94 – regulamenta criatórios científicos.

4. Criação de capivara

4.1-       Biologia da espécie: A capivara (Hidrochoerus hidrochaeris) é o maior roedor vivo do mundo, largamente distribuído pelo Brasil, é um herbívoro de hábitos gregários, semi-aquáticos e crepusculares / noturnos.

4.2-       Instalações de criação: Sistemas intensivo, semi-extensivo e extensivo.

4.3-       Manejo nutricional e reprodutivo: O manejo nutricional em cativeiro depende do sistema de criação, pode ser fornecido concentrado com milho como principal componente energético. Como alternativas pode-se utilizar resíduos de limpeza de arroz seco, sorgo granífero ou ração feita na propriedade. O volumoso pode ser cortado de forrageiras cultivadas como capim-elefante, aveia-azevém, milheto, sorgo forrageiro para corte/pastejo, cana-de-açúcar, mandioca e batata-doce. O manejo reprodutivo deve respeitar o comportamento na natureza, deve-se alojar 1 macho para cada 6 a 8 fêmeas. A capivara precisa de água para que sejam realizados o ritual da corte e a cópula.

4.4-       Aspectos sanitários: Dentre os diversos fatores relacionados à sanidade animal, deve-se ter especial atenção ao controle de ectoparasitas, pois a Febre Maculosa ou Doença do Carrapato é uma importante zoonose causada pelaRickettsia rickettsi que é transmitida pela saliva do carrapato Amblyomma cajennense.

4.5-       Principais doenças: Diversas doenças podem acometer as capivaras, mas podemos destacar as endo e ectoparaitoses, conjuntivites, pneumonias, disenterias e infecções do umbigo.

4.6-       Aspectos comerciais: A carne apresenta excelente qualidade nutricional com baixo teor de gordura. Outros produtos comercializados são gordura/óleo e o couro.

4.7-       Interação animal/meio ambiente (visão ecológica da criação): A criação propicia diminuição do comércio ilegal da carne e consequentemente da caça. Os sistemas de criação podem colaborar com o meio ambiente desde que implantados de maneira sustentável.

5. Criação de jacarés

5.1. Biologia da espécie: São animais de sangue frio, possuem digestão totalmente enzimática, engolem as presas inteiras e hibernam durante o inverno.

5.2.Instalações de criação: Podem ser criados em diferentes sistemas, como Harvesting, Ranching ou Farming. A EMBRAPA desenvolveu um sistema de criação semi-extensiva adequada para a região do Pantanal, pois aproveita as condições ambientais da região. A ESALQ/USP desenvolveu um sistema de criação com manejo mais intensivo, mais adequado para outras regiões fora da região pantaneira, como no estado de São Paulo.

OBS: A criação de jacarés já proporcionou milhões de peles de jacarés para o mercado, mas atualmente não tem uma participação ativa no PIB do Brasil. As peles são realmente o produto mais procurado na criação de jacarés, que tem propriedades características principalmente para a indústria decorativa. O mercado é avaliado por 200 milhões de dólares, valor que inclui a exportação de peles, pois vários países têm interesse na compra do material. As diversas espécies de crocodilos que existem no Brasil dão condições ao empreendedor brasileiro em criar jacarés e exportar suas peles. Entre as principais espécies de jacarés, podemos destacar o jacaré-do-pantanal.

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Realmente a criação de jacarés passa por algumas controvérsias, visto que os aspectos ecológicos votam por preservar as espécies, a partir da sustentabilidade. Por outro lado, o mercado está cada vez mais precisando dos jacarés e a solução encontrada então é que os empreendedores estejam dispostos em se preocuparem com as causas ambientais fazendo um planejamento. Sapatos e bolsas é o principal foco da criação de jacarés, pois a partir de suas peles obtêm-se um couro muito valorizado e resistente.MERCADO DE CRIAÇÃO: O empreendedor que deseja começar uma criação de jacarés deve perceber que a oferta dos produtos é bem menor que a demanda, e então qualquer um que comece um negócio como este tem grandes chances de ganhar dinheiro. Porém, por mais que saibamos que a atividade pode ser altamente lucrativa, a criação de jacarés possui muitos fatores limitantes que acabam desestimulando os empreendedores a entrarem na disputa pelo mercado deste tipo de criação.Produtos: A carne de jacaré pode ser aproveitada e tem um baixo teor de gordura. É rica em ácidos graxos e também se aproveita o couro aproveitado para utilidades diversas. Para manejar osjacarés, deve-se investir em um sistema específico como:-Harvest: é um sistema que agrega um maior número populacional e é caracterizado pelo baixo custo.-Farming: é um sistema em que a localização deve estar bem planejada com disponibilidade adequada de água doce.

Instalações: O recinto de reprodução precisa ter um tanque central e ainda uma área seca para construção de ninhos. Além disso, o recinto de crescimento para a criação de jacarés deverá conter uma estufa plástica (a estufa plástica é uma solução de baixo custo). Esse recinto é destinado para animais que estão crescendo até atingirem o tamanho para abate ou ser transferido para recinto de reprodução.

Manejo sanitário  em uma criação de jacarés: Tem esse nome pois a maior preocupação é com a saúde dos animais. Nessa fase, é melhor ter cuidado na coleta e incubação. Lembrando que as baixas temperaturas causam a morte do embrião e altas temperaturas causam doenças das espécies.

Manejo reprodutivo na criação de jacarés: Esse manejo requer etapas como formação de grupos reprodutores e construção dos ninhos (os ninhos devem estar prontos para a etapa de coleta e incubação de ovos). A incubadora é um recipiente com tampa que acondiciona os ovos aquecidos por luz elétrica de 25W. Ela deve em isopor grosso com água no fundo e sem unidade na tampa.

Utilização sustentada:O mercado de criação de jacarés requer que o empreendedor entre com uma boa imagem para conseguir espaço e sucesso. A produção de forma sustentada preservando a espécie é um fator de continuação para a criação de jacarés e muito necessária até mesmo para o próprio empreendedor depois de algum tempo. Os mecanismos de conservação são propostos pelos órgãos específicos (IBAMA) e devem ser implantados e conservados. A natureza dá osjacarés de forma gratuita ao ser humano e com isso acaba deixando de se preservar, devendo então o homem agradecer de certa forma e contribuir com a utilização racional dos recursos.  A liberação da caça ao jacaré ainda é um tema muito polêmico e começou como um processo histórico a partir da década de 60.Até os anos 80, era proibida a caça ao jacaré, e alguns estudos revelaram que algumas espécies adultas do animal comprometem a reprodução. Então, foi instituído que pode acontecer a criação desde ovos, pois o índice de mortalidade é alto. Estrategicamente, a criação de jacarés começa a partir dos ovos e ainda acomete a conservação da espécie. Tudo isso é regulamentado por lei e o empreendedor deve ficar a par destas informações para evitar multas e até mesmo o fechamento do estabelecimento. A informação é um aliado do novo empreendedor que pode utilizá-la para prosperar rapidamente.Embora haja todo este cuidado com a espécie, algumas ONGS de preservação ecológica ainda resistem à criação de jacarés atestando a exploração da biodiversidade. Legalmente, pode ser feito o que foi dito anteriormente.

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Aspectos importantes da criação de jacarés: A criação de jacarés envolve alguns aspectos muito importantes, como os biológicos, socioeconômicos e fiscais. Os biológicos estão a favor de pesquisas e monitoramento constante, com o conhecimento das espécies de forma mais profunda no decorrer do tempo. Os aspectos socioeconômicos são aqueles relacionados às pesquisas de marketing, sistemas de produção e análise de custos. Os aspectos fiscais são os de legislação e fiscalização deste setor de criação de jacarés.Tecnologia na criação de jacarés: Para a criação ser eficiente, podemos dispor de tecnologias que evitam a mortalidade e outros problemas que podem acontecer e prejudicar o negócio. A EMBRAPA estabeleceu alguns aspectos como a caracterização dos habitats, monitoramento e disponibilidade de ambientes. Então, via satélite a monitorização dos jacarés é feita e os interessados ficam a par dos documentos de registro biológico.Para monitorar o tamanho da população dos jacarés, faz-se uma contagem durante a noite quando o nível da água está baixo. Também podemos utilizar a contagem com os jacarés fora de cativeiro.Monitoramento da estrutura da criação de jacarés: A inspeção sexual na criação de jacarés pode ser feita em espécimes com até 40 cm de rostro cloacal.  Para o monitoramento da criação de jacarés deve ser feita a contagem de tamanho, sexo e quantidade de espécimes. Além disso, é necessário também estudar as taxas de mortalidade. As fêmeas possuem características de cuidado em relação aos ninhos e o jacaré na idade jovem já deve ser etiquetado.Divulgação de criação de jacarés: Só receberá licença do Ibama para a criação de jacarés se a criação definir  cotas de produção, seleção e captura dos indivíduos para abate usando as tecnologias acima citadas. Só poderão criar e abater jacarés os postos de criação que têm licença do IBAMA.A criação de jacarés deverá obedecer normas quanto à Fisiologia Animal, Comportamento Social, Manejo Alimentar e Manejo Sanitário.Deve-se abrir mão das formas de divulgação antigas e começar a investir em tecnologia para a divulgação de criação de jacarés. A internet é uma excelente arma que o empreendedor hoje em dia consegue manipular para vender seus produtos, e principalmente o contato com empresas especializadas em bolsas e sapatos, pode se dar online. As parcerias também podem ser feitas com fornecedores, consumidores e outros empreendimentos que estejam em áreas semelhantes à criação de jacarés, no intuito de introduzir a propaganda dentro de seu espaço físico e assim conseguir selecionar o público que se quer impactar.5.3.Manejo nutricional e reprodutivo: Deve-se procurar alimentos de baixo custo, procurando integrar com outras atividades da propriedade. Pode-se utilizar descarte bovino, suíno, aves, etc. moído e misturado com minerais e vitaminas. Evitar excesso de gordura e deficiência de cálcio. Realizam uma postura por ano, normalmente entre 15 e 50 ovos. A temperatura irá determinar o sexo dos filhotes e a incubação dura aproximadamente 3 meses.

5.4.Aspectos sanitários e principais doenças: São animais extremamente resistentes e o manejo dependerá do sistema de criação utilizado. O mais importante é realizar um programa profilático bem elaborado e eficiente, com a adoção de medidas sanitárias que incluem desde o manejo alimentar até a higienização dos ambientes/recintos. Deve-se ter cuidados extras com relação às endoparasitoses.

5.5.Aspectos comerciais: Tanto o couro quanto a carne são excelentes produtos com grande potencial para a comercialização. Atualmente a produção não supre o mercado interno e, embora o preço de mercado seja inferior ao de outras espécies silvestres, ainda é viável e compensador quando a criação é implantada de forma racional e tecnicamente bem embasada e bem planejada.

5.6.Interação animal/meio ambiente (visão ecológica da criação): Os sistemas de criação atualmente utilizados no Brasil e adequados às condições nacionais são extremamente importantes para a conservação das espécies de jacaré que ocorrem no país. O manejo adequado e um controle rigoroso por parte dos órgãos fiscalizadores têm propiciado o aumento populacional e preservação de habitats de algumas espécies de jacarés, principalmente o jacaré-de-papo-amarelo.

6. Criação de javali/cateto/queixada

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6.1.Biologia da espécie: Javalis: Animais da família Suiidae, são animais exóticos de hábito solitário, são onívoros e menos agressivos que catetos e queixadas. Catetos e Queixadas: Animais da família Tayassuidae, são animais silvestres de hábitos gregários (ANDAR EM BANDOS), são onívoros.

6.2.Instalações de criação: Javalis: Podem ser criados em sistema confinado, semi-confinado e semi-liberdade. Animais de sangue puro não devem ser criados em sistema confinado para evitar perda de características naturais. Catetos e Queixadas: Podem ser criados no sistema intensivo, mas o mais indicado é o sistema semi-intensivo.

6.3.Manejo nutricional e reprodutivo: São animais onívoros e a alimentação pode ser baseada em cana, milho, mandioca, banana e frutas diversas, capim e abóbora, além de gramíneas e raízes. Uma alternativa é a ração comercial para suínos, principalmente para javalis. Os javalis podem ter de 2-10 filhotes uma vez ao ano. Catetos e Queixadas podem ter 1-4 filhotes duas vezes ao ano.

6.4.Aspectos sanitários e principais doenças: São animais extremamente resistentes às doenças. Normalmente as enfermidades que podem estar associadas a estas espécies estão relacionadas ao estresse da criação em cativeiro e do manejo. Deve-se ter especial atenção às ecto e endoparasitoses. Devem ser adotadas todas as medidas profiláticas necessárias para manter uma excelente qualidade da criação, como vermifugação periódica a cada 4 meses. Medidas de higienização são extremamente necessárias e as características naturais das espécies deve ser respeitadas. Podem ser utilizados produtos destinados para suínos.

6.5.Aspectos comerciais: A carne é bastante apreciada e apresenta características nutricionais melhores do que a carne suína. O couro tem alto valor comercial, principalmente no mercado internacional.

6.6.Interação animal/meio ambiente (visão ecológica da criação): O javali é uma espécie exótica e deve-se ter mais cuidado e maior controle para evitar fugas e introdução desta espécie na natureza, embora isto já tenha ocorrido em algumas regiões. A criação de Catetos e Queixadas ajuda na conservação das espécies e preservação de habitats naturais. A carne destas espécies é altamente nutricional e mais saudável do que a carne de espécies domésticas, o que traz vantagens para o homem no estabelecimento de criações bem planejadas.

7. Criação de paca e cutia

7.1.Biologia das espécies: São roedores de hábitos terrestres e vivem próximos à cursos d’água. As pacas e as cutias têm hábitos noturnos, mas as cutias podem apresentar também hábitos diurnos e crepusculares.

7.2.Instalações de criação: O sistema mais indicado é o sistema intensivo. O chão dos recintos deve ser de terra e o tamanho deve ser adequado ao número de animais.

7.3.Manejo nutricional e reprodutivo: As pacas se alimentam principalmente de frutos, brotos e tubérculos e as cutias de frutas, sementes, raízes e plantas. As pacas podem ter um filhote duas vezes ao ano e as cutias de 1-3 filhotes duas vezes ao ano. As fêmeas prenhes devem ser separadas do macho ou do grupo.

7.4.Aspectos sanitários e principais doenças: Devem ser adotadas todas as medidas profiláticas para manutenção da qualidade sanitária da criação. As principais afecções estão relacionadas a erros de manejo. Deve-se ter cuidados extras com relação às ecto e endoparasitoses.

7.5.Aspectos comerciais: A carne tem altíssimo valor no mercado nacional e a produção não é suficiente para suprir este mercado.

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7.6.Interação animal/meio ambiente (visão ecológica da criação):  O estabelecimento de criações bem planejadas fornecerão mais conhecimentos sobre estas espécies e auxiliarão em sua conservação. É fundamental a preservação de habitats e populações selvagens para preservação do patrimônio genético destas espécies.

8. Criação de rãs

8.1.Biologia da espécie: Animais de sangue frio, apresentam ciclo com uma fase exclusivamente aquática (ovos e girinos) e uma fase terrestre com dependência do meio aquático (imagos e rãs). São canibais, carnívoras e caçadoras. O desenvolvimento dos animais é dependente da temperatura ambiente. Apresentam respiração cutânea.

8.2.Instalações de criação: O criatório deve apresentar setores de reprodução/manutenção, eclosão/desenvolvimento embrionário, girinagem/metamorfose, baia inicial/crescimento e baia terminação/engorda. Este último representa 70% das instalações.

8.3.Manejo nutricional e reprodutivo: A alimentação varia conforme a fase. Nas fases de crescimento, engorda e reprodução deve-se respeitar a proporção de 80% de ração e 20% de larvas de mosca. Pode-se utilizar ração peletizada para trutas, que deve ser moída nas fases iniciais. Cada fêmea coloca de 3 a 5 mil ovos por postura e a fecundação é externa. A reprodução ocorre de agosto a abril.

8.4.Aspectos sanitários e principais doenças: Além da qualidade da água, que é fundamental, a higienização é uma das medidas mais importantes em um ranário. Deve-se prevenir a formação de gases pela contaminação do ambiente e da água, assim como evitar a fermentação de restos alimentares.

8.5.Aspectos comerciais: O principal mercado é a carne, que apresenta qualidade nutricional semelhante à carne de peixes de água doce.

8.6.Interação animal/meio ambiente (visão ecológica da criação): A principal espécie criada no Brasil é a Rã Touro Gigante, uma espécie exótica originada dos EUA e largamente difundida. Algumas espécies silvestres também apresentam bom potencial, como a Rã Pimenta, mas sua criação ainda precisa ser mais desenvolvida para ser bem estabelecida. A criação de espécies exóticas precisa ser altamente controlada para evitar a sua introdução na natureza e a criação de espécies silvestres auxilia em sua preservação e manutenção de populações naturais.

9. Criação de avestruz/ema

9.1- Biologia da espécie: São aves que não voam, são chamadas de ratitas, ou seja, possuem osso esterno

sem quilha. O Avestruz (Strutio camelus) é a maior espécie de ave do mundo e pode chegar a pesar até 200 kg e atingir até 80 km/h. Esta espécie apresenta dimorfismo sexual. A Ema (Rhea americana) é o representante sul-americano, podem pesar até 36 kg e atingir velocidade de até 60 km/h.

9.2- Instalações de criação: Para a criação de ratitas, as instalações são divididas nos setores de Cria, Recria, Reprodução e Incubação. As Emas podem ser criadas nos sistemas Intensivo clássico, Intensivo misto e Semi-intensivo/extensivo, enquanto que os Avestruzes apenas no sistema Intensivo clássico com incubação 100% artificial.

9.3- Manejo nutricional e reprodutivo: São animais onívoros e devem receber pastagens (volumoso) e ração comercial (concentrado) específica para a fase de desenvolvimento/criação. Para a reprodução devem ser mantidos em pares ou trios, são animais sazonais. Na criação de avestruzes, os ovos são retirados e

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incubados artificialmente, enquanto que para as Emas depende do sistema de criação. Na incubação natural, é o macho quem faz o ninho e choca os ovos.

9.4- Aspectos sanitários, principais doenças: São animais bastante rústicos e resistentes, deve-se fazer a

prevenção com medidas profiláticas. Nos adultos, a principal causa de problemas para a saúde são os acidentes e para os filhotes as principais afecções são, onfaloflebite, saculite, diarréia, enterites bacterianas e doenças parasitárias.

9.5- Aspectos comerciais: A exploração comercial é bastante diversificada, pois vários produtos podem ser comercializados, como as penas e plumas, carne e o couro. Os custos da criação devem ser reduzidos para viabilizar investimentos e obtenção de lucro.

9.6- Interação animal/meio ambiente (visão ecológica da criação): Os Avestruzes são animais exóticos e devem ser criados apenas no sistema intensivo, com a adoção de medidas para controle de fugas e transmissão de doenças. As Emas são animais da fauna brasileira e sua criação comercial, além de evitar a retirada de animais da natureza, pode auxiliar em programas de conservação com o fornecimento de animais e, principalmente, com a geração de conhecimento acerca da espécie.