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APOSTILA DE GEOGRAFIA GERAL CONCEITOS DA GEOGRAFIA A análise do conhecimento científico é profundamente dinâmica e evolui sob a influência das transformações econômicas e de suas repercussões sobre a formulação do pensamento científico. Atualmente a Ciência Geográfica não apenas descreve a Terra, como também explica e interpreta os fatores físicos, biológicos e humanos que alteram a sua fisiologia. CONCEITOS DE EMANUEL DE MARTONE A Geografia é a ciência que estuda a relação entre o homem e a natureza, ou seja, a organização do espaço. A Geografia é a ciência que estuda a distribuição dos fenômenos Físicos, Biológicos e Humanos pela superfície da Terra, as causas desta distribuição e as relações locais desses fenômenos. CONCEITO DE LEVI MARRERO A Geografia é a ciência que estuda as diferentes paisagens da Terra e as modificações nelas introduzidas pelo homem localizando-as, descrevendo-as, explicando-as e comparando- as entre si. CONCEITO DE HETTNER Geografia é o estudo da diversidade regional da superfície terrestre e sua explicação. NOSSO CONCEITO A Geografia é um estudo dialético da realidade espacial em que vivemos num compromisso social amplo. PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DA GEOGRAFIA O caráter metodológico da Geografia está em função da aplicação de seus princípios. Princípio da extensão - Frederico Ratzel Princípio segundo o qual, deve o Geógrafo, ao estudar um fato ou área, proceder á sua localização e delimitação,

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APOSTILA DE GEOGRAFIA GERAL

CONCEITOS DA GEOGRAFIA

A análise do conhecimento científico é profundamente dinâmica e evolui sob a influência das transformações econômicas e de suas repercussões sobre a formulação do pensamento científico. Atualmente a Ciência Geográfica não apenas descreve a Terra, como também explica e interpreta os fatores físicos, biológicos e humanos que alteram a sua fisiologia.CONCEITOS DE EMANUEL DE MARTONEA Geografia é a ciência que estuda a relação entre o homem e a natureza, ou seja, a organização do espaço.A Geografia é a ciência que estuda a distribuição dos fenômenos Físicos, Biológicos e Humanos pela superfície da Terra, as causas desta distribuição e as relações locais desses fenômenos.CONCEITO DE LEVI MARREROA Geografia é a ciência que estuda as diferentes paisagens da Terra e as modificações nelas introduzidas pelo homem localizando-as, descrevendo-as, explicando-as e comparando-as entre si.CONCEITO DE HETTNERGeografia é o estudo da diversidade regional da superfície terrestre e sua explicação.NOSSO CONCEITOA Geografia é um estudo dialético da realidade espacial em que vivemos num compromisso social amplo.PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DA GEOGRAFIAO caráter metodológico da Geografia está em função da aplicação de seus princípios.Princípio da extensão - Frederico RatzelPrincípio segundo o qual, deve o Geógrafo, ao estudar um fato ou área, proceder á sua localização e delimitação, utilizando para tanto os recursos da cartografia.Princípio da Analogia ou Geografia Geral - Karl Riter e Vidal de la BlachePrincípio segundo o qual, delimitada e observada a área deve o Geógrafo compará-la com outras áreas buscando as semelhanças e diferenças existentes.Princípio da Causalidade - Alexander vom HumboldtPrincípio segundo o qual, deve o Geógrafo explicar as causas do fato ou fatos observados.Princípio da Conexão ou Interação - Jean BrunhesPrincípio segundo o qual, os fatos Físicos e Humanos nunca agem isoladamente.

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Princípio da Atividade - Jean BrunhesPrincípio segundo o qual, a paisagem possui um caráter sempre dinâmico.CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICOAs principais correntes de pensamento geográfico ou paradigmas da Geografia são os seguintes: o Determinismo Ambiental, o Possibilismo, o Método Regional, a Nova Geografia e a Geografia Crítica. Foram formalmente explicitadas a partir do final do século XIX, constituindo uma seqüência histórica de incorporações de práticas teóricas, empíricas e políticas que, não excluindo nenhuma delas, apresenta a cada momento um ou dois padrões dominantes. Assim, o Determinismo Ambiental e menos ainda, o Possibilismo não desapareceram totalmente, mas perderam o destaque, sobretudo o Determinismo Ambiental. Por outro lado, a Geografia Crítica é o último modelo a ser incorporado, passando a coexistir conflitivamente com os outros, principalmente a Nova Geografia.Estas tendências estão fundamentadas, de algum modo, na consideração da Geografia como o saber calcado em uma das três abordagens: homem/meio, o de áreas e os locacionais. Adicionalmente, tem sido adotada uma combinação de duas ou três das abordagens acima referidas. De outro, as correntes fundamentam-se em diferentes métodos de apreensão da realidade. Entre eles, destaca-se o Positivismo, que na sua versão clássica, que na do Positivismo Lógico. O materialismo Histórico e a Dialética Marxista, que dão base ao segmento mais importante da Geografia Crítica, são métodos de incorporação recente à Geografia.Subjacente a todos os paradigmas há um denominador comum: a Geografia tem suas raízes na busca e no entendimento da diferenciação de lugares, regiões, países e continentes, resultante das relações entre os homens e entre estes e a natureza. Não houvesse diferenciação de áreas, para causar uma expressão consagrada, certamente a Geografia não teria surgido. Estamos falando, pois, do cerne da Geografia, ainda que o seu significado não tenha sido sempre o mesmo. Os conceitos de região e organização espacial estão vinculados a esta idéia básica em Geografia.DIVISÃO DA GEOGRAFIAA Geografia pode ser dividida em dois grandes ramos: a Geografia Física e a Geografia Humana.AGEOGRAIA FÍSICA é subdividida nos seguintes tópicos principais:a)Geomorfologia - Estudo das formas do relevo.b)Climatologia - Estudo dos climas.c)Hidrologia - Estudo das massas líquidas.d)Biogeografia - Estudo da distribuição geográfica dos seres vivos e, subdivide-se em Fitogeografia - estuda a distribuição dos vegetais na superfície terrestre; e Zoogeografia, que estuda a distribuição dos animais na superfície terrestre.A GEOGRAFIA HUMANA é subdividida nos seguintes tópicos principais:a)Geografia da População - Estudo da distribuição, estrutura e movimentos

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populacionaisb)Geografia Agrária - Estudo das diferentes formas de ocupação do espaço rural.c)Geografia das Indústrias - Estudo da distribuição geográfica e dos tipos de indústrias.d)Geografia Urbana - Estudo das cidades.e)Geografia dos Serviços - Estudo das atividades ligadas à prestação de serviços, compreendendo o comércio, os transportes, os serviços públicos, a educação e outros.

CARTOGRAFIA Esta lição tem por objetivo ajudar na compreensão de mapas e suas escalas, bem como o porque de haver mudança de horários em todo mundo, mostrando um pouco sobre as coordenadas geográficas do nosso planeta. Oriente-se Se orientar no espaço terrestre, sempre foi uma preocupação do ser humano. Desde o começo da humanidade, tinha a necessidade de traçar rotas comerciais, rotas de navegação, e daí em diante as necessidades iam aumentando. Por isso, a localização dos fenômenos geográficos sempre foi uma verdadeira necessidade ao homem. Daí entra a cartografia. Cartografia é a ciência e arte que estuda como preparar, organizar, elaborar e interpretar mapas ou cartas geográficas. Mapa é uma imagem reduzida dos elementos que constituem certa superfície terrestre. Com um pouco de imaginação e interpretação é possível ler e saber o que o mapa nos apresenta. Linhas astronômicas Filósofos gregos chegaram a conclusão de que a Terra é redonda, a partir de observações astronômicas. Foi observado também, os navios que desapareciam no mar em um horizonte uniformemente circular, essa observação também deu base para essa idéia. Esse fato, é responsável pela existência das diferentes zona climáticas em nosso planeta; seguindo uma lógica: a inclinação com que os raios solares incidem na superfície terrestre aumenta quando nos afastamos do Equador, e portanto, maior será a área aquecida pela mesma quantidade de energia, o que torna as temperaturas mais baixas. A Terra é inclinada em relação ao seu próprio eixo, seguindo a sua órbita ao redor do Sol. Essa inclinação e movimentação da Terra trás conseqüências, como, por exemplo, as estações do ano. Por volta de 21 de dezembro, ocorre o solstício de verão no hemisfério sul, pois nessa data ele está recebendo os raios solares perpendicularmente ao Trópico de Capricórnio, e no hemisfério norte está acontecendo o solstício de inverno. Após 6 meses, por volta de 21 de junho, as posições se invertem, já que o trópico de Câncer que recebe os raios solares perpendicularmente, se tornando o centro da parte da Terra iluminada pelo Sol, assim no hemisfério norte ocorre o solstício de verão. Entre os dias 21 e 23 de março ou setembro ocorre o que chamamos de equinócio. É quando os raios solares incidem sobre a superfície da Terra

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perpendicularmente ao Equador. Nessa situação se caracteriza o início da primavera ou outono. Concluímos que, os raios solares incidem perpendicularmente apenas nos trópicos do planeta. Uma outra conseqüência da inclinação da Terra, é a diferença do dia e da noite durante o ano. Em dias de solstício de verão, o dia é mais longo e a noite mais curta; em solstícios de inverno temos o dia mais curto que a noite. Nos dias de equinócio, tanto o dia como a noite tem a mesma duração em qualquer parte do planeta, ou seja 12 horas. Nos círculos polares, existem dias e noites que duram meses. Isto é devido ao fato de que o pólo, seja ele norte ou sul, só irá raiar o dia à medida que o planeta for avançando em seu movimento de translação, e não de rotação. Coordenadas Geográficas O nosso planeta é cortado por linhas imaginarias que tem como função localizar qualquer lugar na superfície terrestre. Para isso, foi determinado as coordenadas geográficas, a latitude e longitude. Latitude É a distancia, em graus, de qualquer lugar da superfície até o Equador, distancia que varia de 0 a 90° N ou S. Podemos a partir do Equador, traçar círculos paralelos (imaginários), diminuindo de tamanho conforme se afastam para o norte ou para o sul. 

Longitude É a distancia de qualquer lugar da superfície ao meridiano de Greenwich, variando de 0 a 180° para o leste ou para o oeste. Isto se dá, porque o meridiano 0° divide a Terra em 2 hemisférios, ocidental (oeste) e oriental (leste). O meridiano de 0° passa pelo observatório astronômico de Greenwich, por isso o nome de meridiano de Greenwich. Todos os meridianos tem o mesmo comprimento, pois se encontram nos pólos. Se você quer encontrar qualquer lugar em nosso planeta, pode fazer isso tendo as coordenadas geográficas. Bem que se for uma rua, é mais fácil ter o mapa da cidade. Projeção cartográfica É uma representação, dos fenômenos inscritos numa esfera, num plano de carta. De acordo com as propriedades geométricas apresentadas na relação globo-mapa, as projeções podem ser conformes, equivalentes ou eqüidistantes. Dependendo da figura geométrica empregada em sua construção podem ser: cilíndricas, cônicas e azimutal. Projeção cilíndrica Serve para representar as regiões de baixa latitude, já que apresenta paralelos e meridianos retos, deforma e exagera as regiões polares. Projeção cônica Tem meridianos retos e paralelos curvos, usada para representar regiões de latitudes médias. Projeção azimutal Tem paralelos em círculos concêntricos e meridianos retos, bom para representar as regiões polares (de altas latitudes). Os mapas ainda são classificados seguindo vários critérios:

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 - Espécie: celestes (planetas e constelações)                terrestres (países, portos) - Escala: plantas comuns (de escalas grandes)              cartas topográficas (de escala média)              mapas geográficos (de escalas pequenas) - Ao uso: didáticos e de interesse geral - Ao fim ou conteúdo: propriamente ditos                                  físicos, biológicos, políticos                                  de viação e estatísticas, e de economia Escalas A escala expressa o quanto a realidade foi reduzida para se caber em um mapa. Sua representação pode ser de dois tipos: numérica e gráfica. Escala numérica Sua representação é expressa através de uma fração ordinária. Exemplo: 1:10.000 – um por dez mil. Um mapa que tem essa escala indica que a distancia real é 10 mil vezes maior do que no mapa. 1cm tem 100m, ou 1km. Escala gráfica É expressa através de um gráfico que já vem dividido em certa quantidade de quilômetros. Exemplo: [------100------200------300m] a cada parte do mapa é equivalente a 100m no espaço representado. Como usar a escala? Adotando E=escala; D=distancia da realidade; d= distancia do mapa. Ex.1) Qual a distância real aproximada entre a grande São Paulo e Santo André?Sabe-se que no mapa a escala é 1:1 000.000, a distancia mede 1,5cm no mapa em linha reta. E= 1: 1 000.000; logo 1cm= 10km D= 1,5cm Aplica-se a fórmula: D= d.E (ou d x E) 1,5 x 10 = D= 15km. Resposta: A distancia real é 15km aproximadamente.Ex.2) Invertendo o processo descobrimos a distância no mapa. d= D : E = 15 : 10 = d= 1,5cm Ex.3) Para descobrir a escala basta dividir D por d. D : d = 15 : 1,5 = E= 10. Ou seja, cada 1cm equivale a 10km. Alguns mapas apresentam tanto escala gráfica como numérica. Caso apresente gráfico, lembre-se que não necessidade de fazer cálculos.

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Fusos Horários

Mapa dos Fusos Horários

Os fusos horários, também denominados zonas horárias, foram estabelecidos através de uma reunião composta por representantes de 25 países em Washington, capital estadunidense, em 1884. Nessa ocasião foi realizada uma divisão do mundo em 24 fusos horários distintos.A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são gastos, aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o movimento de rotação, ou seja, que gire em torno de seu próprio eixo, realizando um movimento de 360°. Portanto, em uma hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido através da divisão da circunferência terrestre (360°) pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de rotação (24 h).O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro é 0°. Esse meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar o extremo oeste da Europa e da África. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários.A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em torno do seu próprio eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as horas adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-).Alguns países de grande extensão territorial no sentido leste-oeste apresentam mais de um fuso horário. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários distintos, consequência de sua grande área. O Brasil também apresenta mais de um fuso horário, pois o país apresenta extensão territorial 4.319,4 quilômetros no sentido leste-oeste, fato que proporciona a existência de quatro fusos horários distintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662, publicado no Diário Oficial de 25 de abril de 2008, o país passou a adotar somente três.A compreensão dos fusos horários é de extrema importância, principalmente para as pessoas que realizam viagens e têm contato com pessoas no mundo.

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GEOGRAFIA FÍSICA

GEOLOGIAA Origem da TerraVárias teorias foram formuladas para explicar a origem da Terra e do universo de acordo com as tendências vigentes na época em que foram formuladas. A principal teoria aceita pela comunidade científica por mais de um século dizia que a Terra for formada pelo resfriamento de nuvens de gases que estavam em rotação, o que formou o corpo heterogêneo que é nosso planeta.Nas últimas décadas do século passado, surgiu uma nova teoria segundo a qual a Terra teria surgido pela agregação de poeira cósmica. Esta agregação ocorreu pelo atrito das partículas que se chocavam e geravam calor. Este calor provocou o aparecimento de uma atração gravitacional que atraiu mais corpos dispersos no espaço e aumentou a massa da Terra, até formar o corpo que conhecemos hoje. Esta mesma força gravitacional reteve ao seu redor uma pequena camada de gases que eram gerados pelo atrito das partículas, formando uma atmosfera primitiva. Essa atmosfera primitiva atuou como isolante térmico, criando o ambiente perfeito para a fusão dos materiais terrestres. Sendo assim, os elementos mais densos e pesados como ferro e níquel migraram para o interior do planeta, enquanto os mais leves concentraram-se na superfície. Os materiais que dispunham de ponto de fusão menor, ficaram na superfície e foram resfriados pela atmosfera, solidificando-se. À baixo da superfície, como a temperatura é maior, os elementos permanecem em constante estado líquido/pastoso.

A estrutura da TerraA Terra possui três camadas distintas, dispostas de formas concêntricas:Crosta ou Litosfera: Possui profundidades de aproximadamente 30 a 70 Km. Encontra-se no estado Sólido. É composta por duas camadas:_ Crosta superior: é constituída por Sial (Sílica e Alumínio). Possui temperaturas de aproximadamente 800ºC em seu interior;

_ Crosta inferior: é composta por Sima (Sílica e Magnésio). As temperaturasdesta camada giram em torno de aproximadamente 1000ºC.Manto ou Astenosfera: Encontra-se no estado pastoso. É composto, basicamente, por Silicatos de Ferro e de Magnésio, entre vários outros elementos. Sua profundidade é de 2900 Km da superfície terrestre, sendo dividida em Manto Externo e Manto Interno, que possuem densidades diferentes, de acordo com a sua composição (3,3 e 5,5 respecstivamente).Núcleo: É constituído de Ferro e Níquel (Nife). Subdivide-se em duas sub-camadas:_ Núcleo Externo: Possui temperaturas de aproximadamente 3000ºC. Está a uma profundidade de 5100 Km. Acredita-se que esteja no estado líquido devido a imensa pressão encontrada a esta profundidade;_ Núcleo Interno: Imagina-se que possua temperaturas próximas à da superfície do Sol (cerca de 5000ºC). Supõe-se que esteja no estado sólido, também devido a enorme pressão no local. Está a 6370 Km da superfície.

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O tempo GeológicoDe acordo com as marcas deixadas pelo Planeta Terra, podemos interpretar o seu vasto passado. Assim, a história da Geologia nada mais é que a interpretação dessas marcas.(500 A. C.) O grego Xanto de Sardis acreditava que os peixes fossilizadosapareciam em regiões cobertas por antigos mares;(484 – 420 A. C.) Heródoto, filósofo também grego, enquanto estudava o processo de sedimentação no Delta do Rio Nilo, concluiu que ele teria demorado vários anos para se formar. Imaginava que os fósseis encontrados no Mediterrâneo eram restos de alimentos dos trabalhadores que construíram as pirâmides egípcias;(384 – 322 A. C.) Aristóteles cogitou a idéia de que existiam peixes terrestres, o que explicava o aparecimento de fósseis;(Séc. XVII) Um arcebispo irlandês, fazendo leitura dos textos bíblicos, estimou que a Terra havia aparecido a 4004 anos Antes de Cristo, no dia 26 de outubro, às 9 horas;(1680 D.C.) Thomas Burnet interpretou que as datas bíblicas eram metáforas para longas eras geológicas;(Fim do Séc XVIII) Cientistas estimaram a idade da Terra entre 20 e 200 milhões de anos;(Séc. XX) Após a descoberta do processo de desintegração radioativa (meia-vida) dos elementos, foi possível determinar a idade das rochas.

Teorias da movimentação dos ContinentesTeoria da Deriva ContinentalNo ano de 1620, o navegador inglês Francis Bacon descreveu a similaridade entre os contornos litorâneos da América do Sul e da África. Anos mais tarde, em 1912, esta similaridade inspiraria o cientista alemão, Alfred Wegener a criar a Teoria da Deriva Continental.Baseado em fósseis em comum (FIGURA 2) e na formação do relevo dos dois continentes, Wegener intuiu que as terras emersas formavam um único continente – chamado Pangéia – que se fragmentou posteriormente, chegando à atual forma e disposição dos continentes. Entretanto, os recursos científicos de investigação da época não eram suficientes para comprovar a teoria de Wegener, o que fez com que a teoria caísse no ostracismo. Esta teoria só voltou a ser discutida anos mais tarde, durante a 2ª Grande Guerra.

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Teoria da Tectônica de PlacasDurante a 2ª Grande Guerra, o envio de submarinos Norte-americanos paracombater a esquadra Nazista, detectou a presença de uma enorme cadeia de montanhas no meio do Oceano Atlântico.Após a guerra, os Norte-americanos iniciaram o estudo dessa cordilheira com ouso de um sonar.Após o mapeamento, foram realizadas coletas e datações das rochas de váriospontos da cordilheira, identificando que, quanto mais distante do centro da cordilheira, mais antiga foi a formação das rochas, enquanto no centro da cordilheira, as rochas possuíam idades bem mais recentes.Este processo demonstrou que um dia, os continentes estiveram juntos, formando um único continente e que com o passar do tempo, foram se fragmentando, formando as chamadas Placas Tectônicas, que foram se distanciando umas das outras. Mas o que promove este distanciamento? Qual é a força que impulsiona este distanciamento?

A movimentação do MantoComo já foi visto, a Terra possui temperaturas variadas, de acordo com a camada.Assim, o Núcleo possui altíssimas temperaturas, que vão diminuindo gradativamentequanto mais se distância do centro da Terra.Levando-se em conta o exemplo da geladeira, o ar que se esfria na parte superioronde se encontra o congelador, torna-se mais denso, então mais pesado, assim, tende a descer. O ar que se encontra na parte de baixo, além de ser mais leve, é empurrado para cima pelo ar frio, formando ciclos entre o quente e o frio (FIGURA 4).No interior de nosso planeta ocorre o mesmo processo, porém, no lugar do ar, é o magma que se movimenta (FIGURA 5).

Figura 2

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.

Esta movimentação do magma determina o deslocamento da crosta terrestre,distanciando uma Placa Tectônica da outra. É importante salientar que existem dois tipos de Placas Tectônicas. Em primeiro lugar, as placas oceânicas, que formam o assoalho dos oceanos. Possui uma espessura entre 5 e 10 Km. É muito densa devido ao material que a compõe que são elementos máficos, da família dos basaltos e gabros, ricos em elementos ferromagnesianos, muito pesados. Já a segunda é a placa continental, de espessura de aproximadamente entre 20 e 70 Km e é composta de elementos mais leves,como Silício e Alumínio (Sial).

FIGURA 6: PLACAS TECTONICAS

FIGURA 4: MOVIMENTAÇÃO DO AR DENTRO DA GELADEIRA

FIGURA 5: MOVIMENTAÇÃO DO MAGMA

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A movimentação das placas pode ser classificada de acordo com sua direção eplacas envolvidas na movimentação. Elas podem ser:Movimento Divergente: São movimentos formadores de mares e oceanos. Neste tipo de movimentação, o continente inicia sua fragmentação, formando dois outros sub-continentes. Um ótimo exemplo deste movimento é a separação entre América do Sul e África

FIGURA 7: SEQÜÊNCIA ESQUEMÁTICA DE UM MOVIMENTO DIVERGENTE

Movimento Convergente: é o tipo de movimento onde duas placas se dirigempara um ponto comum. Pode ser de três formas diferentes:Placa Oceânica x Placa Oceânica;O Choque entre duas placas oceânicas provoca a subducção, ou seja a passagem da placa mais pesada sob a outra, no manto, o que irá reincorporar o material da placa subductada ao manto, uma vez que a sua temperatura é muito elevada, o que irá mudar o estado físico do material que a compõe (sólido para o pastoso). Já a placa mais leve irá soerguer, formando ilhas.

FIGURA 8: SEQÜÊNCIA ESQUEMÁTICA DE UM MOVIMENTOCONVERGENTE ENTRE DUAS PLACAS OCEÂNICAS

Placa Oceânica x Placa Continental;Neste caso, como a placa oceânica é composta por materiais mais pesados que a placa continental, ela irá ser subductada. Neste caso, como no anterior, a placa subductada volta a incorporar o manto, enquanto na placa continental forma-se uma cadeia de montanhas. Um ótimo exemplo desse movimento é a

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subducção da Placa de Nazca pela Placa Sulamericana, o que formou grande parte da Cordilheira dos Andes, principalmente no Chile, Peru e Bolívia.

FIGURA 9: SEQÜÊNCIA ESQUEMÁTICA DE UM MOVIMENTOCONVERGENTE ENTRE UMA PLACA OCEÂNICA E UMA CONTINENTAL

Placa Continental x Placa Continental;Este movimento é completamente diferente dos demais, pois a crosta continental nunca é subductada por outra. Neste tipo de movimento, as crostas se chocam e com a pressão exercida por ambas, inicia-se um processo de soerguimento, que forma uma cadeia de montanhas no limite de contato. Este tipo de movimento é exemplificado pelos Montes Urais (entre a Europa e a Ásia) e pelo Himalaia, onde se encontra o ponto mais alto da Terra (Monte Everest no Nepal).

FIGURA 10: SEQÜÊNCIA ESQUEMÁTICA DE UM MOVIMENTOCONVERGENTE ENTRE DUAS PLACAS CONTINENTAIS

Movimento Tangencial ou TranscorrenteEste tipo de movimento ocorre quando uma placa desliza horizontalmente a uma outra placa tectônica. Este movimento não promove construção nem destruição de crosta. Provoca somente, abalos sísmicos no local. Ótimo exemplo para o caso é a Falha de San Andréas na Califórnia (EUA).

FIGURA 11: MOVIMENTO TANGENCIAL ENTRE AS PLACAS DOPACÍFICO E NORTE-AMERICANA E A FALHA DE SAN ANDRÉAS

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AS ROCHASAs rochas são todo o material que compõe a porção sólida da superfície terrestre.Elas são formadas pela agregação de um ou mais minerais.São classificadas de acordo com sua origem, sendo:ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS: São as rochas formadas à partir dasolidificação do magma. Assim, podem formar:_ Rochas Magmáticas Intrusivas ou Plutônicas: Formadas à partir dasolidificação do magma no interior da crosta;_ Rochas Magmáticas Extrusivas ou Vulcânicas: Formadas À partir dasolidificação da lava expelida pelos vulcões na superfície da Terra ou dosoceanos.ROCHAS SEDIMENTARES:São rochas formadas pela sedimentação e compactação de fragmentos de outras rochas (ígneas, metamórficas ou até mesmo sedimentares),que sofreram a ação do intemperismo e foram transportados pelos rios, ventos, gelo, até serem depositadas.ROCHAS METAMÓRFICAS: São o tipo de rocha que se formam à partir datransformação das rochas ígneas, sedimentares ou outras metamórficas pela ação da alta pressão e ou temperaturas elevadas no interior da crosta.

A FORMAÇÃO DO RELEVOO relevo corresponde às formas assumidas pelo terreno (serras, montanhas,depressões, chapadas, etc.) após serem moldadas pela atuação dos agentes internos sobre a crosta terrestre.Podemos assim, perceber que para a formação do relevo ocorrem duas formas de processos: os processos construtores e os modeladores do relevo.Processos construtores do relevoApós a formação da Terra, ocorre o resfriamento da porção externa daTerra, formando a Litosfera. Assim, os fluxos ocorridos no manto produzemmovimentos na crosta (Placas Tectônicas). Estes movimentos, quando ocorre ochoque entre placas tectônicas, produzem a formação de elevações (montanhas,cordilheiras, serras).Já o derramamento do magma na superfície (lava vulcânica) promove o acréscimo da crosta, “construindo” o relevo.

FIGURA 12: VULCANISMO – ACRÉSCIMO DACROSTA

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Processos modeladores do relevoA forma do relevo é provocada pela ação dos agentes externos como o aquecimento pelo Sol, resfriamento do tempo pela noite, a ação dos ventos,chuvas, rios, gelo, entre outros, que promovem a fragmentação da crosta porsua atuação durante milhares de anos.

FIGURA 13: AÇÃO DOS AGENTES EXTERNOS

Formas do relevoCom a ação dos agentes internos e dos externos o relevo começa a tomar forma. Esta forma se divide em quatro grandes grupos:1. MONTANHAS: São grandes elevações formadas à partir dos agentes internos. Possuem altitudes superiores a 800m;2. PLANALTO: ao contrário do que sugere o nome, é uma superfície irregular com altitude acima de 300m. Forma-se à partir do intemperismo (erosão) sobre as rochas. Pode ter morros, serras ou elevações íngremes de topo plano (chapadas).3. PLANÍCIE: superfície muito plana com no máximo 100 metros de altitude. Éformada pelo acúmulo de sedimentos carregados pelas águas do mar, de rios, de lagos ou de chuvas, além dos ventos e do gelo.4. DEPRESSÃO: superfície entre 100 e 500 metros de altitude com suave inclinação,formada por prolongados processos de erosão. É mais plana do que o planalto.

CLIMAInicialmente, é necessário compreender a diferença entre dois conceitos: Tempo e Clima.

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Tempo corresponde aos fenômenos meteorológicos ocorridos em um instante ou em um dia. Assim, se dizemos que hoje, o dia está quente e úmido, estamos nos referindo ao tempo.Já Clima é relativo ao comportamento médio da atmosfera de algum dado local, durante o período de um ano. Assim, se dizemos que na Amazônia o tempo é quente e úmido durante o ano todo, afirmamos que a média dos tempos de um ano - ou seja, oclima – são quentes e úmidos durante o ano inteiro. É importante lembrar que para se dizer como é o clima de um dado local, é necessário fazer um estudo das médias dos tempos de pelo menos 30 anos consecutivos.Sabe-se que cada região da Terra apresenta um clima diferente. Essa grandediversidade de climas é proporcionada por um conjunto de fatores climáticos, que agem conjuntamente, formando essa diversidade climática.Fatores do clima LatitudeCorresponde à distância, na Terra, em relação à Linha do Equador. Quanto mais afastamos do Equador, menor será a temperatura. Este fato ocorre porque nosso planeta possui uma forma esférica. Esta forma esférica determina a forma da incidência de raios solares. Quanto mais direta for a incidência, menor será a área aquecida pelos raios e assim, a intensidade do aquecimento (temperatura) será maiorSe a incidência ocorre em regiões mais inclinadas, como nos pólos da Terra, aincidência dos raios terá uma forma diagonal à superfície do planeta, fazendo com que a área aquecida pelos raios solares seja maior, diminuindo a intensidade do aquecimento (temperatura)AltitudeQuanto mais alto menor será a temperatura. Este fato é condicionado pelaquantidade de gases da atmosfera do local, pois o aquecimento da atmosfera depende diretamente da reflexão dos raios solares. Em locais de menores altitudes, a concentração de gases como o Dióxido de Carbono (CO2), o Monóxido de Carbono (CO) e o Metano (CH4), além de vapor d’água (H2O) é mais elevada do que em regiões de altitudes elevadas onde o ar é rarefeito, o que condiciona a retenção de calor e o aquecimento atmosférico. Nas regiões mais elevadas, como a concentração dos gases é menor, também será menor o aquecimento da atmosfera.É importante lembrar que parte dos raios que incidem diretamente na superfíciesão absorvidos, esquentando-a. Já o restante da energia solar, é refletida e grande parte dela, retida pelos gases atmosféricos.Massas de arPara que seja possível entender a formação das Massas de Ar, é necessárioentender o funcionamento da circulação do ar na atmosfera.Como já foi visto no tópico relacionado à Latitude, sabemos que as regiões próximas à Linha do Equador são muito quentes, devido a incidência perpendicular à superfície da Terra, e as regiões situadas nos pólos terrestres são mais frias devido à incidência inclinada dos raios solares.Partindo dessa premissa, é possível concluir que o ar da região equatorial é mais quente, por conseqüência é mais leve, desencadeando a subida do ar. Já o ar das regiões polares é mais frio, desta forma, mais pesado por ser denso, o que faz com que o ar desça. Esta subida do ar quente, forma um região de Baixa Pressão Atmosférica, no Equador, desencadeando uma alternância de

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regiões de Altas e Baixas Pressões. Sendo assim, podemos concluir que o ar carrega as características da região onde está, por exemplo: O ar da regiãodo Equador se esquenta, carregando a alta temperatura comocaracterística da região em que se formou. Outra característica que também pode ser trans-portada pelo ar é a umidade. Para essasformações do ar e suas características dá-se o nome deMASSAS DE AR.Nos deslocamentos das massas de ar, ocorre o encontroentre massas diferentes, o que ocasiona uma troca de calor entreas massas provocando, principalmente, precipitação (chuva,geada, entre outros). As massas de ar se formam nas mais diversas regiõesdo globo, como nos continentes e nos oceanos. Então, podemosclassifica-las da seguinte forma: As massas oceânicas são úmidas e as continentais – com pouquíssimas exceções – sãosecas. As massas Equatoriais e Tropicais são quentes, enquanto as temperadas epolares são frias.Continentalidade e maritimidadeA maior ou menor proximidade de grandes quantidades de água influencia bastante o clima. Esta influência, não está restrita, somente a umidade do ar, mas também na temperatura. Sabemos que a capacidade de retenção de calor solar da água é maior do que da terra. Contudo, a água se esquenta mais demoradamente do que os continentes, que se aquecem rapidamente. Porém a água demora mais a se esfriar do que o continente, que inicia seu resfriamento assim que diminui ou cessa a entrada de luz solar. Desta forma, a circulação do ar ocorre diferentemente durante o decorrer do dia.Correntes marítimasAs águas, da mesma forma que outros elementos como o ar, deslocam-se dasregiões de temperaturas mais elevadas para as regiões de menores temperaturas. Como as massas de ar, carregam as características das regiões que se formaram. Outro dado importante para o bom entendimento das Correntes marítimas é a capacidade de retenção de calor que, quando se deslocam para regiões frias, aquecem estas regiões, como é o caso do Mar do Norte (região polar) que é impedido de ser congelado pela Corrente do Golfo (quente). Este fator é importantíssimo para amenizar o rigor do inverno no Hemisfério Norte.RelevoO Relevo está diretamente associado, não só à altitude (diferença de temperatura), mas também a fatores climáticos como a temperatura e umidade, quando facilitam ou dificultam o deslocamento de massas de ar.Em regiões de baixas altitudes ou sem diferenças bruscas no relevo, odeslocamento é facilitado. Já em regiões montanhosas ou com grandes diferenças dealtitude, a movimentação das massas é comprometido.

VegetaçãoA vegetação retira do solo a umidade através de suas raízes e devolvem para aatmosfera através da evapotranspiração (liberação de H2O pelo processofotossintetizante). Além deste fator, a vegetação impede a incidência direta de raios solares sobre a superfície.Desta forma, a vegetação é um fator que condiciona tanto o aumento da umidade na atmosfera quanto a diminuição de calor na superfície.

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Se levarmos em conta o desmatamento, ocorrerá uma diminuição significativa da umidade na atmosfera local, diminuindo assim as chuvas e aumentando a temperatura. Elementos do ClimaA interação dos Fatores do Clima (latitude; altitude; massas de ar; continentalidade e maritimidade; correntes marítimas; relevo e vegetação), é responsável pelo comportamento dos Elementos do Clima, que são as sensações captadas por nossos sentidos. São eles:1. Temperatura: é o comportamento do calor dos gases e do vapor d’águapresentes na atmosfera.2. Umidade do ar: Corresponde a quantidade de vapor d’água na atmosfera. Érepresentada em % ou g/m3 de ar. Sabe-se que a capacidade de retenção devapor d’água na atmosfera é de 4%. Assim, Quando se diz que a umidadeO relevo barra o deslocamento da massa, que precisa perder massa (chover) para continuar seu deslocamento.relativa do ar é de 80%, significa que falta somente 20% de vapor para queocorre a saturação e assim, a precipitação.3. Pressão atmosférica: é responsável pelos deslocamentos do ar no globo. Então,pressão é o peso que o ar exerce sobre a superfície. O ar, então, se desloca sempre das regiões de altas pressões para as de baixas pressões, provocando os deslocamentos das massas de ar.

HIDROGRAFIAEntender a hidrografia de uma determinada região significa estudar o ciclo da água.

FIGURA 14: FASES DA ÁGUA

Desta forma, podemos estudar como é a manifestação deste ciclo da água nanatureza.Observando a Figura 27, temos um exemplo deste ciclo hidrológico, onde podemos elucidar alguns conceitos referentes ao tema.

FIGURA 15: EXEMPLO DE CICLO DA ÁGUA NA NATUREZA

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Inicialmente, temos a evaporação da água de grandes corpos d’água (Figura 15, letra “a”) como rios, lagos, mares, oceanos; ou temos a evapotranspiração (Figura 15,letra “b”) que é a o processo de perda de água das plantas para a atmosfera pela transpiração. Esta água que está em forma de vapor d’água se condensa formando nuvens (Figura 15, letra “c”) que, em dado momento, precipita1 em forma de chuva (Figura 15, letra “d”). Esta precipitação tem dois destinos: o primeiro é a infiltração (Figura 15, letra “e”) pelos poros do solo. Esta água que infiltrou percorre, de poro em poro, até atingir uma superfície que não permita mais a infiltração. Assim, a água escoa sub-superficialmente, até atingir a superfície novamente. Assim, a água forma uma nascente (Figura 15, letra “f” e Figura 28). Esta nascente pode originar cursos d’água perenes ou intermitentes (Figura 15, letra “h”). (15, letra “g”), que é a formação de um curso d´água intermitente.Devido à gravidade, a água destes cursos d’água são direcionados para as áreas mais baixas, despejando suas águas, através da Foz (Figura 15, letra “i”) em grande locais de acúmulo de água, como em lagos, mares e oceanos (Figura 15, letra “j”).Um outro conceito importante é o divisor de águas que é uma considerável elevação do relevo (montanha, serra, cordilheira) que promove a divisão das águas das chuvas entre diferentes cursos d’água, podendo dividir Bacias Hidrográficas.Para finalizar, temos o conceito de Bacias Hidrográficas (Figura 16), que é oconjunto de cursos d’água que drenam, tendo como destino comum, um único grande rio.

FIGURA 16: EXEMPLO DE BACIA HIDROGRÁFICA

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DINÂMICA DA POPULAÇÃO

População e Sociedade

 A população é o conjunto de pessoas que residem em determinado território, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser classificada segundo sua religião, nacionalidade, local de moradia (urbana e rural), atividade econômica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições de vida retratados através de indicadores sociais – taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.

Nesta unidade, é importante não confundir população com nação, que é um conjunto de pessoas que possuem a mesma história e estão inseridas em um mesmo padrão cultural. Assim, a população de um país pode conter várias nações, como é o caso de diversos países da África, onde os colonizadores europeus estabeleceram as atuais fronteiras em função dos próprios interesses econômicos e geopolíticos. É comum também que uma nação esteja dividida em dois ou mais países, compartilhando o território nacional com povos de outras nações, o que comumente termina em divergência de interesses e sérios conflitos. Essa é a base do verdadeiro genocídio ou extermínio físico entre as tribos, que frequentemente assola a África, e dos movimentos separatistas do Leste Europeu – ex-Iugoslávia e extinta União Soviética.

É importante ressaltar ainda que em uma dada população, mesmo que as pessoas tenham idéias comuns e formem realmente uma nação, há grandes contrastes no que se refere à participação dos habitantes na renda nacional, ou seja, existem as classes sociais, e daí surge a necessidade da ação do Estado para intermediar os conflitos de interesses. Em países desenvolvidos, as diferenças econômicas são atenuadas através do acesso da população de baixa renda a sistemas públicos eficientes de saúde, educação, transporte, moradia e lazer, o que é  possível graças a um sistema tributário de cunho distributivo. Já nos países subdesenvolvidos, o Estado costuma estar a serviço dos interesses privados de uma minoria da população e os serviços públicos são relegados a último plano.

Quanto mais acentuadas as diferenças sociais, maior a concentração da renda, maiores as distâncias entre a média dos indicadores sociais de população e a realidade em que vive a maioria dos cidadãos. Por exemplo, a expectativa de vida de um brasileiro não corresponde à média do país contabilizada no censo de 1991 (66 anos), mas à média obtida segundo sua faixa de renda. Quem recebe mais de dez salários mínimos terá uma expectativa de vida superior – 71,5 anos – à de quem vive com até um salário mínimo – 54,8 anos – e não consegue sequer se alimentar de forma digna. Ou, ainda, se a taxa de natalidade de um país for alta, é necessário considerar o que está acontecendo nas suas diferentes regiões ou classes sociais: os pobres costumam ter mais filhos  que os ricos.

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Portanto, diante de uma tabela contendo quaisquer indicadores sociais de uma população, temos de levar em conta a forma como está distribuída a renda do país para podermos avaliar a confiabilidade da média obtida.

Quando nos referimos à população de um território, podemos considerar os conceitos de populoso ou povoado, o que envolve a noção de população absoluta – número total de habitantes – e relativa – habitantes por quilômetro quadrado. Um país é considerado populoso quando o número absoluto de habitantes é alto. Por exemplo, o Brasil é o quinto país mais populoso do planeta, com cerca de 155 milhões de habitantes, mas pouco povoado, pois possui apenas 17 hab/km2. Porém, quando a análise parte do pressuposto que interessa, ou seja, da qualidade de vida da população, esses conceitos devem ser relativizados. Os Países Baixos, apesar de apresentarem uma população relativa alta – 429 hab/km2 -, possuem uma estrutura econômica e serviços públicos que atendem às necessidades dos seus cidadãos e não podem, portanto, ser considerados um país superpovoado. Já o Brasil, com uma baixa população relativa, é “muito povoado”, devido à carência de serviços públicos, de empregos com salários dignos, habitações, etc. Nesse contexto, em última instância, o que conta é a análise das condições socioeconômicas da população, e não a análise demográfica.

 O Crescimento Populacional ou Demográfico

 Em 1994, o planeta contava  com 5,6 bilhões de habitantes. Do início dos anos 70 até hoje, o crescimento da população mundial caiu de 2,1% para 1,60% ao ano, o número de mulheres que utilizam algum método anticoncepcional aumentou de 10% para 50% e o número médio de filhos por mulher em países subdesenvolvidos caiu de 6 para 4. Ainda assim, esse ritmo continua alto e, caso se mantenha, a população do planeta duplicará até 2050.

O crescimento demográfico está ligado a dois fatores: o crescimento natural ou vegetativo, que corresponde à diferença entre nascimentos e óbitos verificada numa população, e a taxa de migração, que é a diferença entre a entrada e a saída de pessoas de um território. Considerando essas duas taxas, o crescimento populacional pode ser positivo, nulo ou negativo.

O crescimento da população foi, ao longo do tempo, explicado a partir de teorias. Vejamos as principais.

 Teoria de Malthus

 Em 1798, Malthus publicou uma teoria demográfica que apresenta basicamente dois postulados:

a)      A população, se não ocorrem guerras, epidemias, desastres naturais, etc., tenderia a duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria, portanto, em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32…) e constituiria um fator variável, ou seja, que cresceria sem parar.

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b)      O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10…) e possuiria um limite de produção, por depender de um fator fixo: o próprio limite territorial dos continentes.

Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado que o ritmo de crescimento da produção alimentar (PG x PA). Previa ainda que um dia estariam esgotadas as possibilidades de aumento da área cultivada, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e a população do planeta continuaria crescendo. A consequencia seria a fome, a falta de alimentos para abastecer as necessidades de consumo do planeta. Para evitar esse flagelo, Malthus, um pastor da igreja anglicana contrário aos métodos anticoncepcionais, propunha a sujeição moral, ou seja, que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimentá-los.

Hoje, sabe-se que suas previsões não se concretizaram: a população do planeta não duplicou a cada 25 anos e a produção de alimentos cresceu no mesmo ritmo do desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo, a produção (quantidade produzida) aumenta, já que a produtividade (quantidade produzida por área -–toneladas de arroz por hectare, por exemplo) também vem aumentando sem parar.

Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de previsão estão ligados principalmente às limitações da época para a coleta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões a partir da observação do comportamento demográfico em uma região limitada, com população predominantemente rural, e as considerou válidas para todo o planeta no transcorrer da história. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado à agricultura.

Desde que Malthus apresentou sua teoria, são comuns os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrência da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que castiga mais da metade da população mundial é resultado da má distribuição, e não da carência na produção de alimentos. A atual produção agropecuária mundial é suficiente para alimentar cerca de 9 bilhões de pessoas, enquanto a população do planeta ainda não atingiu a cifra de 6 bilhões. A fome existe porque as pessoas não possuem o dinheiro necessário para suprir suas necessidades básicas, fato facilmente observável no Brasil: apesar do enorme volume de alimentos exportados, as prateleiras dos supermercados estão sempre lotadas e a panela de muitos operários e bóias-frias, sempre vazia.

 Teoria neomalthusiana

 Com o fim da Segunda Guerra Mundial, foi realizada uma conferência de paz em 1945, em São Francisco, que deu origem à Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, foram discutidas estratégias de desenvolvimento, visando evitar a eclosão de um novo conflito militar em escala mundial. Havia apenas um ponto de consenso entre os participantes: a paz depende da harmonia entre os povos e, portanto, da diminuição das desigualdades

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econômicas no planeta. Agora, como explicar e, a partir daí, enfrentar a questão da miséria nos países subdesenvolvidos?

Esses países buscaram a raiz de seus problemas na colonização do tipo exploração implantada em seus territórios e nas condições de desigualdade das relações comerciais que caracterizaram o colonialismo e o imperialismo. Passaram a propor amplas reformas nas relações econômicas, em escala planetária, que, é óbvio, diminuiriam as vantagens comerciais e, portanto, o fluxo de capitais e a evasão de divisas dos países subdesenvolvidos.

Nesse contexto histórico, foi criada a teoria demográfica neomalthusiana, uma tentativa de explicar a ocorrência da fome nos países subdesenvolvidos. Ela é defendida pelos países desenvolvidos e pelas elites dos países subdesenvolvidos, para se esquivarem das questões econômicas.

Segundo essa teoria, uma população jovem numerosa, resultante das elevadas taxas de natalidade verificadas em quase todos os países subdesenvolvidos, necessita de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, diminuem os investimentos produtivos nos setores agrícola e industrial, o que impede o pleno desenvolvimento das atividades econômicas e, portanto, da melhoria das condições de vida da população. Ainda segundo os neomalthusianos, quanto maior o número de habitantes de um pais, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído pelos agentes econômicos. Verifica-se que essa teoria, embora com postulados totalmente diferentes daqueles utilizados por Malthus, chega à mesma conclusão: o crescimento populacional é o responsável pela ocorrência da miséria. Ela passa, então, a propor programas de controle da natalidade nos países subdesenvolvidos e a disseminação da utilização de métodos anticoncepcionais. É uma tentativa de enfrentar problemas socioeconômicos exclusivamente a partir de posições contrárias à natalidade, de acobertar os efeitos devastadores dos baixos salários e das péssimas condições de vida que vigoram nos países subdesenvolvidos a partir de uma argumentação demográfica. Dizer que os países subdesenvolvidos desviaram dinheiro do setor produtivo para os investimentos sociais é, no mínimo, hipocrisia.

 Teoria reformista

 Em resposta aos neomalthusianos, foi elaborada a teoria reformista, que inverte a conclusão das duas teorias demográficas anteriores.

Uma população jovem, numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas consequência do subdesenvolvimento. Em países desenvolvidos, onde o padrão de vida da população é elevado, o controle da natalidade ocorreu paralelamente à melhoria da qualidade de vida da população e espontaneamente, de uma geração para outra. Uma população numerosa só se tornou empecilho ao desenvolvimento das atividades econômicas nos países subdesenvolvidos, porque não foram realizados investimentos sociais, principalmente em educação e saúde. Essa situação gerou um enorme contingente de mão-de-obra desqualificada ingressando anualmente no mercado de trabalho. Essa realidade tende a rebaixar o nível

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médio de produtividade por trabalhador e a continuar a empobrecer enormes parcelas da população desses países. É necessário o enfrentamento, em primeiro lugar, das questões sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.

Para os defensores dessa corrente, a tendência de controle espontâneo da natalidade é facilmente verificável ao se comparar a taxa de natalidade entre as famílias brasileiras de classe baixa e as de classe média. À medida que as famílias obtém condições dignas de vida, tendem a diminuir o número de filhos para não comprometer o acesso de seus dependentes aos sistemas de educação e saúde.

Quando o cotidiano familiar transcorre em condições miseráveis e as pessoas não têm consciência das determinações econômicas e sociais, vivem de subemprego, em submoradias e subalimentadas, como esperar que elas estejam preocupadas em gerar menos filhos?

Essa teoria, enfim, é mais realista, por analisar os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma objetiva, partindo de situações reais do dia-a-dia das pessoas.

 Os investimentos em educação são fundamentais para melhoria de todos os indicadores sociais.

Quanto maior a escolaridade da mulher, menor é o número de filhos e a taxa de mortalidade infantil.

 O crescimento vegetativo ou natural

 Essas teorias, como vimos, buscam estabelecer relações entre crescimento populacional e condições de vida, mas não são suficientes para esclarecer a questão. Atualmente, o que se verifica é uma queda global dos índices de natalidade, apesar de estar relacionada principalmente ao êxodo rural, à saída de pessoas do campo em direção às cidades e suas consequências no comportamento demográfico:

 v     maior custo para criar os filhos – é muito mais caro e difícil criar  filhos na cidade, pois é necessário adquirir maior volume de alimentos básicos, que não são mais cultivados pela família. Além disso, o ingresso dos dependentes no mercado de trabalho urbano costuma acontecer mais tarde que no campo e as necessidades gerais de consumo com vestuário, lazer, medicamentos, transportes, energia, saneamento e comunicação aumentam substancialmente.

v     acesso a métodos anticoncepcionais – com a urbanização, as pessoas passaram a residir próximo a farmácias e postos de saúde, tomando contato com a pílula anticoncepcional, os preservativos, os métodos de esterilização, etc.

v     trabalho feminino extradomiciliar – no meio urbano, aumenta sensivelmente o percentual de mulheres que trabalham fora de casa e

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desenvolvem carreira profissional. Para essas mulheres, a gravidez sucessiva passa a significar queda no padrão de vida e comprometimento de sua atividade profissional.

v     aborto – por ser ilegal na esmagadora maioria dos países, os índices de abortos clandestinos são desconhecidos. Sabe-se, porém, que a urbanização elevou bastante a sua ocorrência, contribuindo para uma queda da natalidade.

v     acesso a tratamento médico, saneamento básico e programas de vacinação – esses fatores justificam um fenômeno: nas cidades, a expectativa de vida é maior que no campo. Portanto, com a urbanização, principalmente nos países subdesenvolvidos, caem as taxas de mortalidade. Mas isso não significa que a população esteja vivendo melhor. Está apenas vivendo mais.

A partir da Segunda Guerra Mundial, os avanços na ciência médica, principalmente a descoberta de antibióticos, aliados à urbanização, causaram uma grande  queda nas taxas de mortalidades, mesmo nos países pobres. O crescimento vegetativo aumentou em todo o planeta até a década de 70. A partir de então, as taxas de mortalidade – em condições normais, excluindo-se, portanto, os países que enfrentaram guerras ou grandes desastres – tendem a estabilizar-se em níveis próximos a 0,6% nos países desenvolvidos e a continuar apresentando pequenas quedas nos países subdesenvolvidos.

Em alguns países desenvolvidos, as alterações comportamentais criadas pela urbanização e a melhoria do padrão de vida causaram uma queda tão acentuada dos índices de natalidade que, em alguns momentos, o índice de crescimento vegetativo chegou a ser negativo, circunstancialmente.

Nos países subdesenvolvidos, de forma geral, embora as taxas de natalidade e de mortalidade venham declinando, a de crescimento vegetativo continua elevada, acima de 1,7% ao ano. Predominam ainda os movimentos emigratórios, ou seja, a saída de pessoas do país.

 Os movimentos populacionais

 O deslocamento de pessoas pelo planeta pressupõe causas estruturais geradoras do movimento. Embora existam causas religiosas, naturais, político-ideológicas, psicológicas e guerras, verifica-se, ao longo da história, que predominam as causas econômicas. Nas áreas de repulsão populacional, observa-se crescente desemprego, subemprego e baixos salários, enquanto nas áreas de atração populacional são oferecidas melhores perspectivas de emprego e salário e, portanto, melhores condições de vida.

Há tipos diferenciados de movimentos  populacionais: espontâneos, quando o movimento é livre; forçados, como nos casos de escravidão e de perseguição religiosa, étnica ou política e, por fim, controlados, quando o Estado controla numérica ou ideologicamente a entrada de imigrantes.

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Qualquer deslocamento de pessoas traz consequências demográficas – nas áreas de atração o número de habitantes aumenta, enquanto nas de repulsão diminui – e culturais (língua, religião, culinária, arquitetura, artes, costumes em geral). Enquanto se limitam aos aspectos culturais, as consequências costumam ser positivas, pois ocorre o enriquecimento dos valores postos em contato.

Ao acompanharmos os jornais, porém, tomamos contato com a face perversa dos atuais movimentos imigratórios. Tem crescido, a cada ano, os conflitos entre povos que passam a compartilhar o mesmo espaço nacional em seu cotidiano. Em todo o planeta, crescem os movimentos neonazistas, que estão assumindo dimensões críticas na Europa.

 ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

O estudo da estrutura da população pode ser dividido em três categorias:

v     número, sexo e idade dos habitantes – esses dados, obtidos pelo censo demográfico, são expressos em um gráfico chamado pirâmide de idades;

v     distribuição da população economicamente ativa (PEA) por setores econômicos: primário, secundário e terciário;

v     distribuição de renda.

  A Pirâmide de Idades

 A pirâmide de idades é um gráfico quantitativo que expressa o número de habitantes, sua distribuição por sexo e por idade. Pode ser elaborado em várias escalas, retratando dados da população do planeta, de um país, um estado, uma cidade, etc. Sua simples visualização nos permite tirar algumas conclusões referentes à taxa de  natalidade e à expectativa ou esperança de vida da população. Se a pirâmide apresentar um aspecto triangular, o percentual de jovens no conjunto da população é alto. Alta taxa de vida são características do subdesenvolvimento. Ao contrário, se a pirâmide apresentar certa proporcionalidade, da base ao topo, podemos concluir que a população recenseada apresenta baixa taxa de natalidade e alta expectativa de vida, que são características de desenvolvimento econômico e social.

  A PEA e os Setores de Atividades Econômicas

Nos censos demográficos, é considerada população economicamente ativa (PEA) apenas a parcela dos trabalhadores que fazem parte da economia formal, ou seja, que possuem carteira de trabalho registrada ou exercem profissão liberal (prestação de serviços em geral), participando do sistema de arrecadação de impostos. Os desempregados também são considerados ativos, por estarem, apenas, temporariamente desocupados e, portanto, interferem no mercado de trabalho. Quando os índices de desemprego se elevam, há uma tendência geral de rebaixamento dos salários, decorrente da maior oferta de mão-de-obra disponível no mercado. Ao contrário, em

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situações de crescimento econômico, associado a maior oferta de postos de trabalho, há uma tendência geral de aumento salarial, principalmente nos postos de trabalho que exigem qualificação técnica.Os dados censitários de população não-ativa, além dos jovens e dos aposentados, costumam incluir também os trabalhadores subempregados que obtém ou complementam sua renda na economia informal, sem participar diretamente do sistema tributário: camelôs, vendedores no farol, guardadores de carros, diaristas urbanos e rurais (bóias-frias), trabalhadores sem carteira assinada, vendedores de congelados, etc. Assim, nos países desenvolvidos, onde os índices de subempregos são normalmente baixos, o percentual da PEA, no conjunto total da população, está muito próximo da realidade do mercado de trabalho e situa-se em índices que beiram os 50%.Nos países subdesenvolvidos, onde os índices de subemprego costumam ser muito elevados, o percentual da PEA, no conjunto total da população, tende a ser mais baixo que a quantidade de pessoas que têm rendimentos, situando-se em torno de 35 a 40%. É óbvio, porém, que o número de pessoas que trabalham em países subdesenvolvidos é maior que 50%, já que os jovens são obrigados a trabalhar para completar a renda familiar e os aposentados para complementar a aposentadoria, quando a recebem. Assim, em resumo, quanto mais alto o índice de subemprego, menor a credibilidade dos dados censitários referentes à PEA. A população que trabalha, empregada ou subempregada, dedica-se a um dos três setores de atividades que compõem a economia: primário, secundário e terciário. No setor primário, as mercadorias produzidas não sofrem alteração e são comercializadas sem passar por nenhum estágio de transformação, como no caso da agropecuária, da pesca artesanal, do garimpo e do extrativismo vegetal. No setor secundário, as mercadorias são transformadas, ou seja industrializadas antes de ser comercializadas. Se uma fazenda produz e vende soja em grãos, apresenta uma produção primária; se vende óleo de soja, a produção é secundária, pois houve transformação. Se um pescador coleta peixe no oceano e os vende in natura, está inserido no setor primário, mas se vende o peixe limpo e enlatado em conserva, o setor é secundário. Uma exceção à regra é o extrativismo mineral: caso a extração de minérios (petróleo, ferro, bauxita, etc.) seja mecanizada, embora o produto seja primário,  a atividade extrativa é alocada no setor secundário da economia. Atenção: o petróleo, por exemplo, é um produto primário; a atividade extrativa é secundária, assim como os derivados de petróleo obtidos a partir do refino. A mesma regra já não se aplica à agropecuária: mesmo que  a produção agrícola seja irrigada, mecanizada e de altíssima produtividade, se a fazenda vende a produção in natura, o setor é primário.Já no setor terciário, não se produzem mercadorias, mas prestam-se serviços em hospitais, escolas, repartições públicas, transportes, energia, comunicações, informática, esportes, lazer e no comércio em geral.A divisão dos trabalhadores pelos setores de atividades econômicas nos permite chegar a importantes conclusões sobre a economia de países ou regiões do planeta. Se o número de pessoas que trabalham no setor primário for elevado, por exemplo 25%, isso indica que a produtividade do setor é baixa, já que 25% da PEA abastece os outros 75%; a relação na PEA é de 1 trabalhador agrícola para 3 em outros setores. Por outro lado, se o número for baixo, por exemplo 5%, a produtividade no setor é alta, já que 5% da PEA abastece os outros 95%; a relação é de 1 trabalhador agrícola para cada 19 em outros setores. Podemos afirmar, portanto, que essa região apresenta um setor

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primário bastante capitalizado, com utilização intensiva de adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação e mecanização, o que, ao ampliar a produtividade, permite que se utilize um pequeno percentual da PEA no setor. Nos países desenvolvidos, de 3 a 10% da PEA trabalha em atividades primárias.As condições econômicas refletidas na distribuição setorial da PEA, salvo em casos excepcionais, como as áreas desérticas ou montanhosas, devem ser analisadas sempre a partir do setor primário da economia. O índice do setor secundário não reflete a produtividade e o tipo de indústria recenseada. Por exemplo, se 30% da PEA trabalha no setor secundário, não sabemos se a indústria está produzindo computadores ou goiabada, aviões ou chinelos. Mas, se o setor primário é de alta produtividade, isso indica que a indústria do país também é predominantemente moderna, já que é ela quem fabrica os adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação, máquinas e tratores. Se um país ou uma região utiliza muita mão-de-obra no setor primário, pode até possuir algum setor industrial de ponta, mas, certamente, as suas indústrias são predominantemente tradicionais, incorporando pouca tecnologia na produção. Os países que apresentam elevado padrão de produção industrial ocupam cerca de 20% da PEA no setor secundário da economia.Os índices do setor terciário são os que requerem  maiores cuidados de análise, pois  contém, além dos prestadores formais de serviços, o subemprego. Mesmo assim, é possível extrairmos algumas considerações genéricas. Se uma região ocupa muita mão-de-obra no setor primário, como vimos, provavelmente a indústria é  tradicional, indicando uma economia frágil e maior ocorrência de subemprego. Ao contrário, se o setor primário utiliza pouca mão-de-obra, o parque industrial tem  um maior grau de modernização e o subemprego tende a ser menos frequente.É o setor terciário, salvo raras exceções, que detém a maior parte da renda nacional e em que trabalha o maior número de pessoas, já que por ele circulam todas as mercadorias produzidas nos setores primários e secundários da economia. É comum os números do setor estarem acima de 50% da PEA. Nos países desenvolvidos, isso indica que a população está muito bem atendida, há uma grande disponibilidade de serviços. Nos países subdesenvolvidos, há que se considerar os indicadores de população subempregada vivendo à margem da economia formal e carente de serviços básicos, como educação e saúde.Para finalizar, uma última idéia: tradicionalmente, é comum classificarem-se as atividades secundárias e terciárias como urbanas e as atividades primárias como essencialmente rurais. Atualmente, porém, ante a modernização dos sistemas de transportes e de comunicações verificadas em vastas regiões do planeta, ampliaram-se as possibilidades de industrialização do campo e ruralização das atividades tipicamente urbanas, fazendo crescer substancialmente o números de trabalhadores agrícolas que residem nas cidades.

 A Distribuição da Renda

            É na análise da distribuição da renda que se completa o estudo da estrutura da população e suas possibilidades de aplicação ao planejamento, tanto governamental quanto privado. Não basta consultar a pirâmide de idades e saber quantas crianças atingirão a idade escolar no próximo ano para prorrogar o número de vagas nas escolas da rede pública. É necessário saber, também, como será a distribuição dessas crianças pelas redes pública e

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privada, o que envolve na análise não apenas a qualidade de ensino oferecido pelo Estado, mas, ainda, quantas crianças têm condições econômicas de estudar. Se o planejamento governamental não considerar a distribuição da renda nacional, sua política de educação, saúde, habitação, transportes, abastecimento, lazer, etc. estará condenada ao fracasso. Da parte da iniciativa privada, o planejamento de atendimento à demanda de mercado tem, necessariamente, de levar em conta não apenas o número, sexo e idade das pessoas, mas, principalmente, seu poder aquisitivo.Nos países subdesenvolvidos, há uma grande concentração da renda nacional em mãos de uma pequena parcela da população, enquanto, nos países desenvolvidos, a renda nacional está mais bem distribuída. Por quê isso acontece? Além dos baixos salários que vigoram no mundo subdesenvolvido e da dificuldade de acesso a qualquer tipo de propriedade urbana ou rural, há basicamente  dois fatores que explicam a concentração de renda: o sistema tributário e a inflação, nunca repassada integralmente aos salários. Se os preços das mercadorias sobem sem que esse índice seja repassado aos salários, aumenta a taxa de lucro do empresário e diminui o poder aquisitivo dos assalariados, com consequente processo de concentração de renda. O sistema tributário corresponde a forma como são arrecadados os impostos em um país e é um poderoso mecanismo de distribuição de renda na forma de serviços públicos. Há dois tipos de impostos: o direto e o indireto. O imposto direto é aquele que recai diretamente sobre a renda ou sobre a propriedade dos cidadãos. É considerado o mais justo, pois pode ser cobrado de forma progressiva, ou seja, quem ganha maiores salários ou possui mais propriedades paga parcelas maiores, enquanto os despossuídos pagam menos ou até ficam isentos. O governo que arrecada de forma diferenciada parte da renda nacional, pode distribuí-la na forma de escolas e hospitais eficientes, financiando a aquisição de casa própria, subsidiando setores econômicos que gerem empregos, etc. Já os impostos indiretos são inseridos no preço das mercadorias que a população consome em seu cotidiano. Podem ser considerados injustos quando assumem proporções elevadas, já que é cobrado do consumidor, sempre o mesmo valor, não importando a sua faixa de renda. Por exemplo, um operário que ganha um salário mínimo e compra um litro de leite paga o mesmo valor de impostos indiretos que um advogado, que compra o mesmo litro de leite e ganha 50 salários mínimos. A diferença é que, para o operário, esse valor corresponde a x% do seu salário e para o advogado, a x/50%. É, portanto, um imposto que pesa mais no bolso de quem ganha menos, já que não há possibilidade de aplicar progressividade na arrecadação e, portanto, de distribuir a renda.Nos países subdesenvolvidos, a carga de impostos indiretos é elevada, enquanto, nos países desenvolvidos, o maior volume de recursos arrecadados pelo governo recai sobre os impostos diretos. Outro fator preponderante é que, nos subdesenvolvidos, os serviços públicos são muito precários e, portanto, não criam oportunidades de a classe baixa ascender profissionalmente. Filho de trabalhador de baixa renda não tem acesso a sistemas eficientes de educação e, assim como seu pai, esta fadado a tornar-se mão-de-obra desclassificada e mal remunerada. Atualmente, com a globalização da economia, a situação dos trabalhadores assalariados está se deteriorando. Intensifica-se a transferência de empresas, ou a abertura de filiais de corporações transnacionais, para países onde os salários são mais baixos e a legislação trabalhista mais flexível. Assim, os assalariados têm uma participação menor na renda nacional auferida

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e podem ser despedidos sem encargos para as empresas. A mais-valia é extraída na escala mundial e não apenas local, o que vem diminuindo a oferta de postos de trabalho e, portanto, o salário pago nos países desenvolvidos. Acrescente-se a isso o desemprego estrutural, verificados em países cujas empresas investem em informatização e robótica, que tendem a fragilizar a ação dos sindicatos e diminuir a força dos empregados em processo de negociação salarial. Conclui-se que há necessidade urgente de combate ao desemprego mundial. O assunto tem dominado as últimas discussões em encontros do G-7  (grupo dos sete países mais ricos do planeta), do Fórum Econômico Mundial (reunião de lideranças empresariais, políticas, sindicais e científicas que ocorre anualmente na cidade de Davos, Suíça) e de várias cúpulas patrocinadas pela ONU, que tem forte influência nas diretrizes econômicas, nos financiamentos gerenciados pelo FMI e pelo Banco Mundial e nas determinações da Organização Mundial de Comércio (OMC).

Transição demográfica

O conceito de transição demográfica foi introduzido por Frank Notestein, em 1929, e é a contestação factual da lógica malthusiana. Foi elaborada a partir da interpretação das transformações demográficas sofridas pelos países que participaram da Revolução Industrial nos séculos 18 e 19, até os dias atuais. A partir da análise destas mudanças demográficas foi estabelecido um padrão que, segundo alguns demógrafos, pode ser aplicado aos demais países do mundo, embora em momentos históricos e contextos econômicos diferentes.

Ela explica que, durante uma longa fase da história, a natalidade e a mortalidade mantiveram-se elevadas e próximas, caracterizando um crescimento lento. Guerras, epidemias e fome dizimavam comunidades inteiras. A partir da Revolução Industrial teve início a primeira fase, das três que caracterizam o modelo de transição demográfica.

1ª. fase - transição da mortalidade

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A Revolução Industrial, o processo de urbanização e de modernização da sociedade foram responsáveis, num primeiro momento, por um crescimento populacional acelerado nos países europeus e posteriormente nos Estados Unidos, Japão, Austrália e outros.

Apesar das péssimas condições de moradia e saúde das cidades industriais, até pelo menos o final do século 19, a elevação da produtividade e da oferta de bens de subsistência propiciaram progressiva melhora no padrão de vida da população. Conquistas sanitárias e médicas, associadas a esta fase de desenvolvimento científico e tecnológico, tiveram impactos diretos na saúde pública e, conseqüentemente, na queda das taxas de mortalidade. Portanto, a primeira fase de transição demográfica é marcada pelo rápido crescimento da população, favorecido pela queda da mortalidade já que as taxas de natalidade, ainda, permaneceram algum tempo elevadas.

2ª. fase - transição da fecundidadeA segunda fase caracteriza-se pela diminuição das taxas de fecundidade (ou seja, o número médio de filhos por mulher em idade de procriar, entre 15 a 49 anos), provocando queda da taxa de natalidade mais acentuada que a de mortalidade e desacelerando o ritmo de crescimento da população.

Aos poucos foram sendo rompidos os padrões culturais e históricos que se caracterizavam pela formação de famílias numerosas. Mas estas transformações culturais foram mais lentas. Levou um certo tempo para que os hábitos e costumes comunitários da sociedade anterior, baseados na organização de um outro padrão familiar, fossem rompidos. A mortalidade infantil elevada induzia as famílias a terem muitos filhos, contando com o fato de que nem todos eles sobreviveriam. Os efeitos sociais das conquistas sanitárias na qualidade de vida permitiram que a mortalidade infantil também diminuísse e as famílias pudessem planejar o que consideravam o número ideal de filhos, numa sociedade que se modernizava.

3ª. fase - a estabilização demográficaNa terceira fase da transição demográfica as taxas de crescimento ficam próximas de 0%. Ela é o resultado da tendência iniciada na segunda fase: o declínio da fecundidade e a ampliação da expectativa média de vida que acentuou o envelhecimento da população. As taxas de natalidade e de mortalidade se aproximaram a tal ponto que uma praticamente anula o efeito da outra. Esta é a situação encontrada há pouco mais de uma década em diversos países europeus e é denominada de fase de estabilização demográfica.

Urbanização

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Uma cidade nasce a partir do momento em que um determinado número de pessoas se instala numa certa região através de um processo denominado de urbanização.

Diversos fatores são determinantes na formação das cidades, tais como a industrialização, o crescimento demográfico, etc...

Cidade

As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia (atual Iraque), depois vieram as cidades do Vale Nilo, do Indo, da região mediterrânea e Europa e, finalmente, as cidades da China e do Novo Mundo.

Embora as primeiras cidades tenham aparecido há mais de 3.500 anos a.C., o processo de urbanização moderno teve início no século XVIII, em conseqüência da Revolução Industrial, desencadeada primeiro na Europa e, a seguir, nas demais áreas de desenvolvimento do mundo atual. No caso do Terceiro Mundo, a urbanização é um fato bem recente. Hoje, quase metade da população mundial vive em cidades, e a tendência é aumentar cada vez mais.

A cidade subordinou o campo e estabeleceu uma divisão de trabalho segundo a qual cabe a ele fornecer alimentos e matérias-primas a ela, recebendo em troca produtos industrializados, tecnologia etc. Mas o fato de o campo ser subordinado à cidade não quer dizer que ele perdeu sua importância, pois não podemos deixar de levar em conta que:

Por não ser auto-suficiente, a sobrevivência da cidade depende do campo;

Quanto maior a urbanização maior a dependência da cidade em relação ao campo no tocante à necessidade de alimentos e matérias-primas agrícolas.

Como uma cidade se forma: A urbanização

Fenômeno ao mesmo tempo demográfico e social, a urbanização é uma das mais poderosas manifestações das relações econômicas e do modo de vida vigentes numa comunidade em dado momento histórico.

Urbanização é o processo mediante o qual uma população se instala e multiplica numa área dada, que aos poucos se estrutura como cidade. Fenômenos como a industrialização e o crescimento demográfico são determinantes na formação das cidades, que resultam, no entanto da integração de diversas dimensões sociais, econômicas, culturais e psicossociais em que se desempenham papéis relevantes às condições políticas da nação.

O conceito de cidade muda segundo o contexto histórico e geográfico, mas o critério demográfico é o mais usualmente empregado. A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que os países considerem urbanos os lugares em que se concentrem mais de vinte mil habitantes. As nações, porém,

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organizam suas estatísticas com base em muitos e diferentes padrões. Os Estados Unidos, por exemplo, identificam como "centro urbano" qualquer localidade onde vivam mais de 2.500 pessoas. O processo de urbanização, no entanto, não se limita à concentração demográfica ou à construção de elementos visíveis sobre o solo, mas inclui o surgimento de novas relações econômicas e de uma identidade urbana peculiar que se traduz em estilos de vida próprios.

Para avaliar a taxa de urbanização de um país utilizam-se três variáveis: o percentual da população que vive nas cidades de mais de vinte mil habitantes; o percentual da população que vive em cidades de mais de cem mil habitantes; e o percentual da população urbana classificada como tal segundo o critério oficial do país. A taxa de urbanização também pode ser expressa mediante a aplicação da noção de densidade, isto é, o número de cidades de mais de cem mil habitantes comparado à densidade demográfica total. Com esse método é possível comparar entre si regiões e países.

Existe estreita correlação entre os processos de urbanização, industrialização e crescimento demográfico. A cidade pré-industrial caracteriza-se pela simplicidade das estruturas urbanas, economia artesanal organizada em base familiar e dimensões restritas. Sob o impacto da industrialização, modificam-se em quantidade e qualidade as atividades econômicas, acelera-se a expansão urbana e aumenta a concentração demográfica. As antigas estruturas sociais e econômicas desaparecem e surge uma nova ordem, que passa a ser característica das cidades industriais. Nesse primeiro período, a indústria pesada e concentrada, grande consumidora de mão-de-obra, atrai para os novos centros contingentes populacionais que exercem sobre as estruturas de serviço existentes demandas que não podem ser atendidas.

Com a continuidade do processo de urbanização, a cidade se transforma de diversas formas: setores urbanos se especializam; as vias de comunicação se tornam mais racionais; criam-se novos órgãos administrativos; implantam-se indústrias gradativamente na periferia do núcleo urbano original e modificam-lhe a feição; classes médias e operárias que, pela limitação da oferta existente em habitação, passam a alojar-se em subúrbios e mesmo em favelas; e, sobretudo, a cidade deixa de ser uma entidade espacial bem delimitada.

A expansão industrial se acompanha de acelerado desenvolvimento do comércio e do setor de serviços, e de importante redução da população agrícola ativa. O crescimento das cidades passa a ser, ao mesmo tempo, conseqüência e causa dessa evolução. A indústria, mecanizada, passa a consumir mão-de-obra

mais reduzida e especializada. As atividades terciárias tomam seu lugar como motores de crescimento urbano e, em conseqüência, do processo de urbanização.

Urbanização contemporânea

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As características essenciais da urbanização contemporânea são sua velocidade e generalização, o que acarreta grande sobrecarga para a rede de serviços públicos, acentua os contrastes entre zonas urbana e rural e aprofunda as insuficiências econômicas de produção, distribuição e consumo. Os sistemas de produção chegam a um ponto de estrangulamento, enquanto as necessidades de consumo passam por intensa vitalização. O somatório de todos esses fatores acaba por produzir um estado de desequilíbrio.

Em função do congestionamento, a cidade tende a expandir seus limites e nascem assim bairros, subúrbios e a periferia, que podem dar origem a novas cidades. A urbanização estendida a uma grande área circundante origina uma nova morfologia urbana, na qual se distinguem regiões diversas: zona urbanizada, isto é, conjunto ininterrupto de habitações; zona metropolitana, que engloba o núcleo central e seus arredores; megalópole, resultado da fusão de várias zonas metropolitanas; cidades novas e cidades-satélites. Independentemente da forma que assume, o processo de urbanização apresenta sempre uma hierarquia, isto é, cidades de tamanhos diferentes e com funções diversas: capitais, descanso, turismo, industriais e outras.

Qualquer que seja sua função, a cidade não é apenas uma unidade de produção e consumo, caracterizada por suas dimensões, densidade e congestionamento.

Representa também uma força social, uma variável independente no interior de um processo mais amplo capaz de exercer as mais variadas influências sobre a população e cuja principal conseqüência é o surgimento de uma cultura urbana. No plano material, essa cultura cria um meio técnico e inúmeras exigências concretas: água, esgotos e serviços em geral. No plano psicossocial, manifesta-se pelo aparecimento de uma nova personalidade.

A deterioração do meio urbano é uma das conseqüências mais evidentes da rapidez com que se processa a urbanização. Em decorrência, esse meio apresentasse incompleto e imperfeito: favelas, habitações deterioradas, zonas a renovar e recuperar, superposição de funções e outras anomalias. O remanejamento exige mais do que o planejamento material simples: aumento da rede de serviços, ampliação da oferta em habitações e racionalização da ocupação do solo. Torna-se fundamental a criação de novas estruturas, correspondentes à nova realidade.

Conceito de Urbanização

A urbanização resulta fundamentalmente da transferência de pessoas do meio rural (campo) para o meio urbano (cidade). Assim, a idéia de urbanização está intimamente associada à concentração de muitas pessoas em um espaço restrito (a cidade) e na substituição das atividades primárias (agropecuária) por atividades secundárias (indústrias) e terciárias (serviços). Entretanto, por se tratar de um processo, costuma-se conceituar urbanização como sendo "o aumento da população urbana em relação à população rural", e nesse sentido

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só ocorre urbanização quando o percentual de aumento da população urbana é superior a da população rural.

A urbanização no mundo

A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a se urbanizar (em 1850 já possuía mais de 50% da população urbana), no entanto a urbanização a celerada da maior parte dos países desenvolvidos industrializados só ocorreu a partir da segunda metade do século XIX. Além disso, esses países demoram mais tempo para se tornar urbanizados que a maioria dos atuais países subdesenvolvidos industrializados.

Vemos, então, que, em geral, quanto mais tarde um país se torna industrializado tanto mais rápida é sua urbanização. Observe esses dados:

Em 1900 existiam no mundo dezesseis cidades com população superior a 1 milhão de habitantes. Dessa, somente duas (Pequim e Calcutá) pertenciam ao Terceiro Mundo.

Em 1950 havia vinte cidades no mundo com população superior a 2,5 milhões de habitantes. Dessas, apenas seis (Xangai, Buenos Aires, Calcutá, Bombaim, Cidade do México e Rio de Janeiro) estavam situadas no Terceiro Mundo. Observação: a cidade de São Paulo nem constava dessa lista.

Para o ano 2000, as estimativas mostram que, das 26 aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes, nada menos que vinte delas estarão no Terceiro Mundo. A maior aglomeração urbana mais populosa do mundo será a Cidade do México, com 32 milhões de habitantes, o equivalente à população da Argentina em 1990. São Paulo aparece como a segunda aglomeração urbana, com 26 milhões de habitantes.

Urbanização nos diferentes grupos de países

Considerando-se os vários agrupamentos de países, a situação urbana pode ser simplificada como mostramos a seguir:

Países capitalistas desenvolvidos. A maior parte desses países já atingiu índices bastante elevados e, praticamente, máximos de urbanização. A tendência, portanto, é de estabilização em torno de índices entre 80 e 90%, embora alguns já tenham ultrapassado os 90%.

População urbana em alguns países desenvolvidos industrializados (1989):

Países capitalistas subdesenvolvidos: Nesse grupo, bastante heterogêneo, destacamos:

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Subdesenvolvidos industrializados: A recente e rápida industrialização gerou acentuado desequilíbrio das condições e da expectativa de vida entre a cidade e o campo, resultando num rapidíssimo processo de urbanização, porém com conseqüências muito drásticas (subemprego, mendicância, favelas, criminalidade etc.). Isso porque o desenvolvimento dos setores secundário e terciário não acompanhou o ritmo da urbanização, além da total carência de uma firme política de planejamento urbano. Alguns desses países apresentam taxas de urbanização iguais e até superiores às de países desenvolvidos, embora, com raras exceções, a urbanização dos países subdesenvolvidos se apresente em condições extremamente precárias (favelas, cortiços etc.). 

Subdesenvolvidos não-industrializados: Em virtude do predomínio das atividades primárias, a maior parte desses países apresenta baixos índices de urbanização,

Países socialistas: Os países socialistas são relativamente pouco urbanizados. A razão fundamental está na planificação estatal da economia, que tem permitido ao estado controlar e direcionar os recursos (investimentos), podendo assim exercer maior influência na distribuição geográfica da população. Os índices de população urbana dos países socialistas desenvolvidos são semelhantes aos dos subdesenvolvidos industrializados.

Problemas da urbanização

A grande aglomeração de pessoas nas cidades, quando essas não disponibilizam infra-estrutura suficiente para a população, gera uma série de dificuldades de ordem ambiental e social.

Diante desse contexto, pode-se enumerar os problemas gerados pelo processo de urbanização ocorrido principalmente em países subdesenvolvidos, dentre muitos estão:

* Desemprego: provoca um grande crescimento no número de pessoas que atuam no mercado informal, além de promover o aumento da violência, pois muitas pessoas, pela falta de oportunidades, optam pelo crime.

• As favelas apresentam uma concentração de casebres e barracos em situação precária, desprovidos, em sua maioria, de serviços públicos básicos, geralmente estão situadas em áreas de risco e abrigam grandes grupos criminosos, como o tráfico de drogas.

• Cortiço: corresponde a moradias que abrigam um grande número de famílias, quase sempre são cômodos alugados em antigas casas enormes situadas no centro, essas construções se encontram em condições deterioradas. Essa modalidade de moradia geralmente oferece péssimas condições sanitárias e de segurança aos seus moradores.

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• Loteamentos populares: ocorrem em áreas periféricas, a camada da população que habita esses lugares é de baixa renda, os lotes possuem preços acessíveis e longos prazos para o pagamento. O maior problema desse tipo de habitação é que quase sempre os loteamentos são clandestinos. As casas são construídas pelo próprio morador ou em forma de mutirão.

• Enchentes: os centros urbanos possuem extensas áreas cobertas por concreto e asfalto, dificultando a infiltração da água da chuva no solo. As chuvas em grandes proporções ocasionam um acúmulo muito grande de água e as galerias pluviais não conseguem absorver toda enxurrada e essas invadem residências, prédios públicos, túneis e comprometem o trânsito.

Esses são alguns dos problemas vividos nas cidades brasileiras e que podem ser realidade também em outros países, pois todas as cidades possuem problemas, porém, os acima citados fazem parte de grandes aglomerações, e dificilmente serão solucionados. As autoridades não conseguem monitorar todos os problemas devido o acelerado crescimento ocorrido no passado.

SISTEMAS ECONÔMICOSCAPITALISMOO Capitalismo deu-se, efetivamente, com o advento da Revolução Industrial no século XVIII ( Inglaterra), tornando-se o principal modo de produção europeu. É constituído por duas classes so ciais básicas:* Burguesia - Donos dos meios de produção* Proletariado - Venda da força de trabalhoApresenta uma economia de mercado onde o objetivo principal é o maior lucro possível, para tal, os empresários industriais procuram pagar o menor pr eço admissível pelo salário, condição esta determinada pelospróprios burgueses ou pelo Estado, enquanto exploram ao máximo a capacidade de trabalho do proletáriado.ORIGENS E FASES DO CAPITALISMOO Capitalismo se formou a partir da decadência do sis tema de produção anterior o Feudalismo. Em menosde 500 anos de história, vêm sendo dinamicamente evoluído e transformado:* CAPITALISMO COMERCIAL:Entre os séculos XV e XVIII, o MERCANTILISMO, conhecido por Pré-Capitalismo ou CapitalismoComercial, se consolida, baseado nas trocas comerciais cada vez mais internacionalizadas e na colonização dasAméricas, África e Ásia.* CAPITALISMO INDUSTRIAL:Tem início com a transformação do trabalho manual em mecânico e com o uso acelerado da energia não -humana - Primeira Revolução Industrial ( l769 - Máquina movida a vapor). Em poucas décadas astransformações se estenderam para outros países da Europa, Estados Unidos e Japão ( séc. XIX ).

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No século XIX temos o desenvolvimento dos produtos químicos , da utiliz ação do aço e da energia elétrica- Segunda Revolução Industrial . Esse período caracteriza-se pelo crescimento da classe operária, pelo desenvolvimento do Sindicalismo, pela explosão urbana e domínio imperialista europeu sobre a Ásia e África. O capitalismo baseava-se no PROTECIONISMO (restrições e controle sobre importações) e no LIBERALISMO (pouca ou nenhuma interferência direta do Estado na economia). Alguns autores denominam essa fase deCapitalismo Concorrêncial.* CAPITALISMO MONOPOLISTA OU FINANCE IRO:É formado pela integração do capital de Financiamento com o Industrial. Caracteriza -se pela aproximação com o Estado, pela internacionalização dos grandes conglomerados industriais, os quais, passam a exportar capitalprodutivo . Esse processo se baseia na disputa entre as grandes empresas de parcelas cada vez maiores do mercado consumidor mundial, impossibilitando as empresas menores de competir no mercado com as mesmas condições, asquais , passam a ocupar pequena parcela do mercado ou são elimina das pelas empresas maiores. Os grandes trustes, ou seja, grandes conglomerados industriais, com sedes em países desenvolvidos, monopolizam a aplicação decapital nos países subdesenvolvidos, buscando reduzir os custos de produção, a partir de uma mão -de-obra barata e abundante, dos subsídios estatais locais, ausência de leis ambientais e trabalhistas severas e recursos naturaisfacilmente acessíveis, com posterior transferência de lucros para suas sedes, localizadas nos países desenvolvidos.MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA

Capitalismo Comercial Capitalismo Industrial Capitalismo Financeiro

expansão do sistema colonial .

produção artesanal

crescimento urbano

. produção industrial

Desenvolvimento sindicalista

Explosão urbana

. grandes conglomerados financeiros

era das transnacionais

internacionalização da moeda

SOCIALISMOPor socialismo pode-se definir o conjunto de teorias que procuravam propor alternativas para a superação das injustiças da sociedade industrial. As duas principais correntes socialistas foram: a utópica e a científica.

SOCIALISMO UTÓPICOAs primeiras correntes socialistas foram formuladas por homens como Saint -Simon, Charles Fourier, PierreProudhon e Robert Owen ( Séc. XVIII e XIX ). Buscando uma sociedade mais justa, propuseram modelos filosóficos e metafísicos que, entretanto, não alteravam as bases da estrutura capitalista.

SOCIALISMO CIENTÍFICO OU MARXISMO

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Os pensadores Karl Marx(l8l8 -l883) e Friedrich Engels(l820 -l895) formularam o chamado socialismo científico, analisando a economia política a partir de um novo método: o materialismo dialético.Suas obrasprincipais são: “Manifesto Comunista “ (l848),” Contrib uição á crítica da economia política(l859)”, “O Capital(l867)”. Simplificadamente, podemos dizer que o socialismo apresenta como características básicas uma economiaplanificada e uma sociedade teoricamente sem classes sociais.Na economia planificada os me ios de produção são controlados pelo Estado, quase não existem propriedades privadas. O Estado planeja todas as ações economicas do país por um período determinado, normalmente 05 anos. Não havendo propriedade privada, não haveria diferença de classes sociais no socialismo, já que as classes sociais seriam determinadas pela forma de apropriação dos meios de produção. Na prática, as idéias marxistas não conseguiram acabar com a diferença entre classes sociais; formou –se uma elite burocrática que se to rnou a nova classe dominante nos países que adotaram o “Socialismo Real” (URSS, Alemanha Oriental, China , Cuba, Romênia, Hungria, Polônia, etc.) . Em muitos países que adotaram o “socialismo real”, os burocratas implantaram ditaduras sufocantes, impedindo manifestações, contestações ou divergências da população quanto ao sistema político adotado, em muitos momentos históricos, com extrema violência e ingerências por parte da URSS - país líder do bloco socialista.

A NOVA ORDEM MUNDIAL

Com o fim da oposição capitalismo X socialismo, o mundo se defrontou com uma realidade marcada pela existência de um único sistema político-econômico, o capitalismo. Exceto por Cuba, China e Coréia do Sul, que ainda apresentam suas economias fundamentadas no socialismo, o capitalismo é o sistema mundial desde o início da década de 90.

À fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que já vinham afetando as principais economias capitalistas desde a segunda metade do séc. XX, resultando na chamada nova ordem mundial.

As origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos assumiram a supremacia do sistema capitalista. A supremacia dos EUA se fundamentava no segredo da arma nuclear, no uso do dólar como padrão monetário internacional, na capacidade de financiar a reconstrução dos países destruídos com a guerra e na ampliação dos investimentos das empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos.

Durante a Segunda Guerra, os EUA atravessaram um período de crescimento econômico acelerado. Assim, quando o conflito terminou, sua economia estava dinamizada, e esse país assumia o papel de maior credor do mundo capitalista. Além disso, a conferência de Bretton Woods, que em 1944 estabeleceu as regras da economia mundial, determinou que o dólar substituiria o ouro como padrão monetário internacional.

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Os EUA também financiaram a reconstrução da economia japonesa, visando criar um pólo capitalista desenvolvido na Ásia e, desse modo, também impedir o avançado socialismo no continente.

A ascensão da economia japonesa foi acompanhada de uma expansão econômica e financeira do país em direção aos seus vizinhos da Ásia, originando uma região de forte dinamismo econômico.

Aceleração econômica e tecnológica

A tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial estabeleceu um novo padrão de desenvolvimento tecnológico, que levou à modernização e a posterior automatização da indústria. Com a automatização industrial, aceleraram-se os processos de fabricação, o que permitiu grande aumento e diversificação da produção.

O acelerado desenvolvimento tecnológico tornou o espaço cada vez mais artificializado, principalmente naqueles países onde o atrelamento da ciência à técnica era maior. A retração do meio natural e a expansão do meio técnico-científico mostraram-se como uma faceta do processo em curso, na medida que tal expansão foi assumida como modelo de desenvolvimento em praticamente todos os países.

Favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico, particularmente a automatização da indústria, a informatização dos escritórios e a rapidez nos transportes e comunicações, as relações econômicas também se aceleraram, de modo que o capitalismo ingressou numa fase de grande desenvolvimento. A competição por mercados consumidores, por sua vez, estimulou ainda mais o avanço da tecnologia e o aumento da produção industrial, principalmente nos Estados Unidos, no Japão, nos países da União européia e nos novos países industrializados (NPI’s) originários do "mundo subdesenvolvido" da Ásia.

A internacionalização do capital

Desde que surgiu, e devido à sua essência - produzir para o mercado, objetivando o lucro e, conseqüentemente, a acumulação da riqueza - o capitalismo sempre tendeu à internacionalização, ou seja, à incorporação do maior número possível de povos ou nações ao espaço sob o seu domínio.

No princípio, a Divisão Internacional do Trabalho funcionava através do chamado pacto colonial, segundo o qual a atividade industrial era privilégio das metrópoles que vendiam seus produtos às colônias.

Agora, para escapar dos pesados encargos sociais e do pagamento dos altos salários conquistados pelos trabalhadores de seus países, as grandes empresas industriais dos países desenvolvidos optaram pela estratégia de, em vez de apenas continuarem exportando seus produtos, também produzi-los nos países subdesenvolvidos, até então importadores dos produtos industrializados

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que consumiam. Dessa maneira, barateando custos, graças ao emprego de mão-de-obra bem mais barata, menos encargos sociais, incentivos fiscais etc., e, assim, mantendo , ou até aumentando, lucros, puderam praticar altas taxas de investimento e acumulação.

Grandes empresas de países desenvolvidos, também conhecidas como corporações, instalaram filiais em países subdesenvolvidos, onde passaram a produzir um elenco cada vez maior de produtos.

Por produzirem seus diferentes produtos em muitos países, tais empresas ficaram consagradas como multinacionais. Nesse contexto, opera-se pois, uma profunda alteração na divisão internacional do trabalho, porquanto muitos países deixam de ser apenas fornecedores de alimentos e matérias-primas para o mercado internacional para se tornarem produtores e até exportadores de produtos industrializados. O Brasil é um bom exemplo.

A globalização

Nos anos 80, a maior parte da riqueza mundial pertencia às grandes corporações internacionais. Pôr outro lado, os Estados desenvolvidos revelaram finanças arruinadas, depois de se mostrarem incapazes de continuar atendendo às onerosas demandas da sua população: aposentadoria, amparo à velhice, assistência médica, salário-desemprego, etc. Com o esgotamento do Estado do bem-estar Social (Welfare state), o neoliberalismo ganhou prestigio e força.

Agora, a lucratividade tem de ser obtida mediante vantagens sobre a concorrência, para o que é necessário oferecer ao mercado produtos mais baratos, preferentemente de melhor qualidade. Para tanto, urge reduzir custos de produção.

Então, os avanços tecnológicos, particularmente nos transportes e comunicações, permitiram que as grandes corporações adotassem um novo procedimento - a estratégia global de fabricação - que consiste em decompor o processo produtivo e dispersar suas etapas em escala mundial, cada qual em busca de menores custos operacionais. A produção deixa de ser local para ser mundial, o que também ocorre com o consumo, uma vez que os mesmos produtos são oferecidos à venda nos mais diversos recantos do planeta. Os fluxos econômicos se intensificam extraordinariamente, promovidos sobretudo pelas grandes empresas, agora chamadas de transnacionais. A divisão internacional do trabalho fica subvertida, pois torna-se difícil identificar o lugar em que determinado artigo industrial foi produzido.

Após a derrocada do socialismo, a internacionalização do capitalismo atinge praticamente todo o planeta e se intensifica a tal ponto que merece uma denominação especial - globalização -, marcada basicamente pela mundialização da produção, da circulação e do consumo, vale dizer, de todo o ciclo de reprodução do capital. Nessas condições, a eliminação de barreiras entre as nações torna-se uma necessidade, a fim de que o capital possa fluir

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sem obstáculos. Daí o enfraquecimento do Estado, que perde poder face ao das grandes corporações.

O "motor" da globalização é a competitividade. Visando à obtenção de produtos competitivos no mercado, as grandes empresas financiam ou promovem pesquisa, do que resulta um acelerado avanço tecnológico. Esse avanço implica informatização de atividades e automatização da indústria, incluindo até a robotização de fábricas. Em conseqüência, o desemprego torna-se o maior problema da atual fase do capitalismo.

Embora a globalização seja mais intensa na economia, ela também ocorre na informação, na cultura, na ciência, na política e no espaço. Não se pode pensar, contudo, que a globalização tende a homogeneizar o espaço mundial. Ao contrário, ela é seletiva. Assim, enquanto muitos lugares e grupos de pessoas se globalizam, outros, ficam excluídos do processo. Por esse motivo, a globalização tende a tornar o espaço mundial cada vez mais heterogêneo. Além disso, ela tem provocado uma imensa concentração de riqueza, aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada um deles, entre classes e segmentos sociais.

De qualquer modo, para se entender melhor o espaço de hoje, com as profundas alterações causadas pela globalização, é preciso ter presente alguns conceitos essenciais:

FÁBRICA GLOBAL - A expressão indica que a produção e o consumo se mundializaram de tal forma que cada etapa do processo produtivo é desenvolvida em um país diferente, de acordo com as vantagens e as possibilidades de lucro que oferece.

ALDEIA GLOBAL - Essa expressão reflete a existência de uma comunidade mundial integrada pela grande possibilidade de comunicação e informação. Com os diferentes sistemas de comunicação, uma pessoa pode acompanhar os acontecimentos de qualquer parte do mundo no exato momento em que ocorrem. Uma só imagem é transmitida para o mundo todo, uma só visão. Os avanço possibilitam a criação de uma opinião pública mundial. Nesse contexto de massificação da informação é que surgiu a IINTERNET, uma rede mundial de comunicação por computador que liga a quase totalidade dos países. Estima-se que, hoje, mais de 100 milhões de pessoas estejam se comunicando pela Internet. Esse sistema permite troca de informações, com a transferência de arquivos de som, imagem e texto. É possível conversar por escrito ou de viva voz, mandar fotos e até fazer compras em qualquer país conectado.

ECONOMIA MUNDO - Ao se difundir mundialmente, as empresas transnacionais romperam as fronteiras nacionais e estabeleceram uma relação de interdependência econômica com raízes muito profundas, inaugurando a chamada economia mundo.

INTERDEPENDÊNCIA - No sistema globalizado, os conceitos de conceitos descritos anteriormente envolvem a interdependência. Os países são dependentes uns dos outros, pois os governos nacionais não conseguem

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resolver individualmente seus principais problemas econômicos, sociais ou ambientais.

As novas questões relacionadas com a economia globalizada fazem parte de um contexto mundial, refletem os grandes problemas internacionais, e as soluções dependem de medidas que devem ser tomadas por um grande conjunto de países.

PAÍSES EMERGENTES - Alguns países, mesmo que subdesenvolvidos, são industrializados ou estão em fase de industrialização; por isso, oferecem boas oportunidades para investimentos internacionais. Entre os países emergentes destacam-se a China, a Rússia e o Brasil. Para os grandes investidores, esse grupo representa um atraente mercado consumidor, devido ao volume de sua população. Apesar disso, são países que oferecem grandes riscos, se for considerada sua instabilidade econômica ou política.

Com o objetivo de construir uma imagem atraente aos investidores, os países emergentes tentam se adequar aos padrões da economia global. Para isso, têm sempre em vista os critérios utilizados internacionalmente por quem pretende selecionar um país para receber investimentos:

cultura compatível com o desenvolvimento capitalista; governo que administra bem os seus gastos;

disponibilidade de recursos para crescer sem inflação e sem depender excessivamente de recursos externos;

estímulo às empresas nacionais para aprimorarem sua produção;

custo da mão-de-obra adequado à competição internacional;

existência de investimentos para educar a população e reciclar os trabalhadores.

Regionalização: uma face da globalização

Aos agentes da globalização – as grandes corporações internacionais – interessa a eliminação das fronteiras nacionais, mais precisamente a remoção de qualquer entrave à livre circulação do capital. Por outro lado, ao Estado interessa defender a nacionalidade, cujo sentimento não desaparece facilmente junto à população; em muitos casos, inclusive, ele permanece forte. Por isso, embora enfraquecidos diante do poder do grande capital privado, os Estados resistem à idéia de perda do poder político sobre o seu território.

Os resultados desse jogo de interesses, face à acirrada competição internacional, é a formação de blocos, cada qual reunindo um conjunto de países, em geral, vizinhos ou próximos territorialmente. Os blocos ou alianças, constituídos por acordos ou tratados, representam pois uma forma conciliatória de atender aos interesses tanto dos países quanto da economia mundo.

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A formação de blocos econômicos significa uma forma de regionalização do espaço mundial

Etapas da integração econômica

A integração de economias regionais obtém-se pela aproximação das políticas econômicas e da pertinente legislação dos países que fazem parte de uma aliança. Com isso, pretende-se criar um bloco econômico que possibilite um maior desenvolvimento para todos os membros da associação. Vejamos a seguir cada etapa do processo:

Primeira etapa: zona de livre comércio – criação de uma zona em que as mercadorias provenientes dos países membros podem circular livremente. Nessa zona, as tarifas alfandegárias são eliminadas e há flexibilidade nos padrões de produção, controle sanitário e de fronteiras.

Segunda etapa: união aduaneira – além da zona de livre comércio, essa etapa envolve a negociação de tarifas alfandegárias comuns para o comércio realizado com outros países.

Terceira etapa: mercado comum – engloba as duas fases anteriores e acrescenta a livre circulação de pessoa, serviços e capitais.

Quarta etapa: união monetária – essa fase pressupõe a existência de um mercado comum em pleno funcionamento. Consiste na coordenação das políticas econômicas dos países membros e na criação de um único banco central para emitir a moeda que será utilizada por todos.

Quinta etapa: união política – a união política engloba todas as anteriores e envolve também a unificação das políticas de relações internacionais, defesa, segurança interna e externa.

Os pólos de poder na economia globalizada

Na nova ordem mundial, a bipolaridade representada por Estados Unidos e União Soviética foram substituídas pela multipolaridade. Os pólos de poder econômico são União Européia, Nafta e Apec; os de importância secundária, Mercosul e Asean.

Apesar de a economia globalizada ser definida como multipolar, os principais dados referentes ao desempenho econômico internacional demonstram que existem três grandes pólos que lideram a economia do mundo: o bloco americano, o asiático e o europeu, que controlam mais de 80% dos investimentos mundiais.

O bloco americano, liderado pelos Estados Unidos, realiza grande parte de seus negócios na América Latina, sua tradicional área de influência: o bloco asiático, liderado pelo Japão, faz mais de 50% de seus investimentos no leste e

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no sudeste da Ásia: e a União européia concentra dois terços de sua atuação econômica nos países do leste europeu.

Pode-se observar, portanto, que a economia globalizada é, na verdade, tripolar. A influência econômica está nas mãos dos países que representam as sete maiores economias do mundo: Estados unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Canadá. Por sua vez, no interior desses países são principalmente as grandes empresas transnacionais que têm condições de liderar o mercado internacional.