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Vinhos & Companhia Edição 7 | dezembro 2015 | www.cacho.pt | 3€ Cacho Cacho What do you know about Viseu?

What do you know about Viseu? - Cachocacho.pt/wp-content/uploads/2015/12/CachoDigital7.pdf · Viseu, eternamente bonita, limpa e cuidada vai ampliando o seu repouso neste planalto

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Vinhos & Companhia

Edição 7 | dezembro 2015 | www.cacho.pt | 3€

CachoCacho

What do you know about Viseu?

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Av. Almirante Afonso Cerqueira, Lote 362 - r/c | 3510-022-Viseu Telf: 232 400 360 | Fax: 232 107 957 | Tlm: 935 267 455 [email protected] | [email protected]

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Saca ‑Rolhas

A sétima edição da CACHO, que dedica especial atenção aos Vinhos de Inverno em Viseu, reafirma o ADN do projeto editorial, contribuindo para a promoção e divulgação do património histórico e cultural da região, da gastronomia, dos produtos endógenos e tradicionais, dos mercados, das roteiros turísticos e da oferta hoteleira.Promove-se Viseu Cidade Região e todo o seu potencial turístico, procurando fazer a apologia e a pedagogia de um turismo sustentável e responsável que fomente o desejável equilíbrio entre as populações locais e os seus visitantes. O enoturismo e o termalismo são dois bons exemplos de apostas que poderão fazer o caminho do sucesso. Os vinhos do Dão assumem natural protagonismo. Há vinhos da região que atingem um patamar de excelência apreciável e indiscutível em qualquer parte do mundo. Os prémios conquistados em certames nacionais e internacionais são o selo de qualidade que certifica o trabalho desenvolvido, alicerçado em dois pilares importantes e complementares: tradição e inovação.A capacidade técnica de bons enólogos; o espírito empreendedor das gentes da beira que, em alguns casos, ousaram dar o passo para a almejada e desafiante internacionalização e a aposta na qualidade, em detrimento da quantidade, têm sido

fatores determinantes para o sucesso. Os vinhos do Dão estão na moda! O Município fez uma opção estratégica clara em transformar Viseu numa cidade vinhateira e tem dinamizado iniciativas multifacetadas: Vinhos de Inverno (a decorrer), sublinho o Festival Literário Tinto no Branco; o Tons da Primavera, do qual destaco o Festival de Street Art dedicado ao vinho e as Dão Party e a Festa das Vindimas. Uma aposta que poderá ser vencedora e geradora de riqueza para a região.A poucos dias da quadra natalícia, período em que o espírito solidário se renova, recordo, com emoção, a iniciativa Fado Solidário. Sob o lema “Ajude a não esquecer e não será esquecido”, a instituição que represento, Obras Sociais do Pessoal da Câmara Municipal e Serviços Municipalizados de Viseu, organizou, em parceria com a CACHO, um evento de angariação de fundos para o Centro de Apoio Alzheimer Viseu. Uma noite bonita que juntou os melhores sabores do Dão, a voz da fadista Silvia Mitev, a guitarra portuguesa de João Mário e a voz e viola de fado de Gabriel Carlos. É possível promover o Dão e a Inclusão. Bem-hajam Pedro e Raúl! Bom Natal para todos os leitores!

José Carreira

CachoDesign Raul Moita ([email protected]) | Textos Raul Moita/Pedro Costa | Comunicação Pedro Costa ([email protected])Fotografia Nídia Santos; Paulo Medeiros e Pedro Costawww.cacho.pt | [email protected] | www.facebook.com/cachodigital | www.youtube.com/cachodigitalRedação, impressão e departamento comercial Largo do Pintor Gata, 20 -22 - 3500 -136 Viseu | +351 232 435 384

Viseu tem Vinhos de Inverno

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ÍndiceIndo eu,

indo eu... 7

Viseu produze com qualidade 19

Viseu e Vinhosde Inverno 2015 22

Em Viseucome-se bem 15

ViseuCidade Vinhateira 12

Dorme-se muito bemem Viseu 10

What do you knowabout Viseu? 24Texto

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Indo eu, indo eu…… A caminho de Viseu. E que viso eu? O antigo Castro Vesense, encruzilhada de povos, guerras e conquistas. Cidade de Viriato guerreiro e herói lusitano, o general pastor com quem os romanos se viram gregos por estas bandas. Viseu, Senhora da Beira, uma cidade com vários séculos de história, muitos mais que Portugal enquanto nação, nascida no gume da espada de D. Afonso Henriques, seu primeiro rei, que em Viseu poderá ter tido o seu berço.Viseu teve n’O Navegador Infante D. Henrique o seu primeiro Duque, aquele que foi o principal impulsionador das descobertas marítimas e da expansão portuguesa

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pelos 5 continentes, dando a Portugal poderio sem igual.Seu irmão D. Duarte, o eloquente que foi rei, em Viseu viu o mundo pela primeira vez, aos 31 dias do mês de Outubro de 1391.Também Vasco Fernandes, o Grão Vasco, considerado o principal nome da pintura portuguesa quinhentista, por cá terá nascido e por estas bandas criou um importante acervo artístico, presente em enumeras capelas, mosteiros e catedrais. O Museu Nacional de Grão Vasco, em pleno casco histórico da cidade de Viseu acolhe um vasto conjunto das suas principais inspirações.Viseu, eternamente bonita, limpa e cuidada vai ampliando o seu repouso neste planalto beirão, qual fortaleza de serranias de granito, montes e vales envideirados, empinheirados e cultivados dos prazeres do palato que por cá se produzem.De Touriga, Alfrocheiro e Encruzado se enchem as pipas. Mas com outras castas estes vinhedos se vão encepando. Os vinhos do Dão nascem assim pujantes e fartos em saúde para dar saúde,

seguindo a sua Rota por quintas e adegas que encerram os saberes de outros tempos mas cada vez mais necessários para que o Dão dê cartas dentro e fora de portas.Viseu é também de primeira água, que esta não falta por cá! Viseu graciosa, cidade jardim e do verde pinho no coração de Portugal. É uma cidade na qual dá gosto viver. Viseu das sete torres, juntas numa silhueta que a ninguém é indiferente tem recantos de histórias seculares e gentes que sabem receber, sempre de coração aberto e um agradável Bem­­Haja no final.Metendo os Pés ao Caminho fomos descobrir Viseu nesta 7.ª edição da Cacho. E agora que a caminhada já pesa, vamos meter os Pés na Cama e repousar. Não sem antes aconchegarmos o estômago. Avançando algumas páginas o leitor poderá colocar os Pés no Tacho. »

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Dorme-se muito bem em ViseuEm Viseu também dá gosto passar pelas brasas e descansar depois de um dia de descobertas pelos recantos desta cidade florida e cheia de vida.Desde hotéis de 2 estrelas até aos 5 estrelas, por aqui há de tudo e para todos os gostos. Pousadas de Portugal, aqui terá por cá a oportunidade de descobrir aquela que é a maior pousada detida pelo Grupo Pestana em território nacional, a Pousada de Viseu, uma pousada de charme que ocupa o imponente edifício do antigo Hospital de São Teotónio, que data de meados do século XIX (1842), pertinho do centro da cidade.

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Descubra, também, o Hotel Grão Vasco, um 4 estrelas cheio de elegância, aquele que foi o primeiro grande hotel a ser edificado em Viseu, há 51 anos atrás. Situa -se junto à praça central do Rossio e do Parque Aquilino Ribeiro.Já em pleno casco histórico encontramos o Hotel Palácio dos Melos, junto à Porta do Soar de Cima, muito acolhedor e que conjuga os traços antigos e palacianos do edifício onde se insere com a subtileza e contemporaneidade da arquitectura interior com que foi renovado.Ainda no centro histórico encontrará a Casa da Sé, um pequeno hotel de charme, mas com grandes qualidades e muitas histórias para contar. O Rei D. Duarte que o diga! Encontre o Hotel Avenida, um hotel residencial de charme de 2 estrelas muito agradável e acolhedor, também junto ao Rossio. Alguns passos mais acima encontra -se o Hotel Moinho de Vento e o Hotel José Alberto, ambos de 3 estrelas muito elegantes, informais e, acima de tudo acessíveis.Ainda dentro do perímetro urbano da cidade há um 5 estrelas, num monte que é airoso e belo, o Montebelo

Viseu Hotel & Spa, um hotel com 172 quartos, incluindo suites executivas e uma Penthouse.Na periferia da cidade existem outras quatro unidades hoteleiras. O Hotel Príncipe Perfeito, de 4 estrelas, tranquilo e relaxante e com uma envolvente mais recatada. A lista de unidades hoteleiras não termina sem o Hotel Durão, o Hotel Onix e o Viseu Garden Hotel, hotéis de 3 estrelas ideais para quem prefere afastar--se do bulício citadino e todos com excelente relação qualidade/preço.O leitor já fez a sua escolha? Se ainda não, siga um conselho, vá até ao Solar do Vinho do Dão e delicie -se com os Vinhos de Inverno!Depois de provar alguns dos grandes vinhos do Dão, fará certamente a escolha mais acertada para passar a noite!No dia seguinte e depois do pequeno -almoço tem mais uns passeios para dar!Boa noite, quando ela chegar! »

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Viseu Cidade VinhateiraA região do Dão foi a primeira em Portugal a ser demarcada e regulamentada por decreto, corria o ano de 1908. Mas muito antes disso já os nossos antepassados produziam vinho por estas bandas, respeitando os conhecimentos passados de pais para filhos durante várias gerações. Nessa altura a produção de vinho era pouco abundante, servindo apenas para consumo familiar durante o ano, só muito esporadicamente se efectuando a sua venda, pois esta região era um retalho de pequenas e médias culturas agrícolas que se aglomeravam a outros retalhos de pinhais, olivais, vales e serranias de granito.

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Também os conhecimentos técnicos relativos à produção do vinho se limitavam, nessa altura, aos procedimentos básicos de vindima, pisa, fermentação e estágio, sendo também prática comum a mistura de uvas de várias qualidades, às quais agora damos o nome de castas, e existiam inclusive algumas das quais actualmente “não reza a história”.Nos nossos dias as condições para a produção de vinho são completamente diferentes.As perspectivas por parte dos actores envolvidos são também muito mais abrangentes e ambiciosas pois a enologia aproxima -se cada vez mais da enofilia e esta, por sua vez, é intrínseca ao turismo e não se cinge apenas à compra de vinho nos locais habituais onde este se encontra. Um dos desígnios de Viseu é afirmar--se, no plano nacional e internacional, como cidade vinhateira. Para isso, conta com várias quintas e adegas da região, com o apoio da edilidade viseense, com a Comissão Vitivinícola Regional do Dão e também com uma rota de vinhos renovada que conta, à data, com 42 aderentes.

Obviamente que não será apenas a Rota dos Vinhos do Dão, juntamente com as outras entidades anteriormente enumeradas, a transformar Viseu nessa cidade do vinho. Há outros actores que desempenham um papel muito importante nesta peça e sem o seu contributo o caminho será mais árduo. Uma rota como a dos Vinhos do Dão leva os visitantes a conhecer melhor não só o vinho que adquirem ou pensam adquirir, mas também a imbuírem -se de todo o seu processo produtivo, desde a vinha até ao copo. E isto é só o primeiro capítulo daquilo que actualmente de designa por enoturismo, pois, na fase seguinte, este potencia e promove o amplo desenvolvimento da região ao nível do seu património natural, histórico, arquitectónico, cultural e gastronómico. Neste sentido, torna -se tendencial a melhoria das infra -estruturas que,

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directa ou indirectamente, apoiam o enoturismo, como é o caso, por exemplo, das vias e meios de transporte. Essas melhorias acabam por influenciar positivamente não só as quintas e adegas, porque se torna mais fácil chegar até elas, mas também todos os espaços de restauração, comércio e serviços próximos, ou seja, todo o património anteriormente referido, contribuindo assim para a melhoria da imagem que a região transmite e que os visitantes levarão de regresso a casa, para além do fantástico vinho do Dão, claro.E será essa mesma imagem que os fará querer voltar um dia. Sempre que isso acontece, a Rota de Vinhos do Dão cumpre assim o seu principal propósito.Então, caro leitor, porque espera para se fazer à estrada e conhecer os Vinhos do Dão? Siga a Rota! »

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Em Viseu come-se bemDepois de um dia de descobertas pela urbe viseense, percorrendo as avenidas mais azafamadas ou as vielas mais sossegadas do casco histórico, ou, porventura, visitando alguma casa, quinta ou adega aderente da Rota dos Vinhos do Dão, o leitor acha-se de estômago vazio e com uma enorme vontade de dar ao dente e ao talher. Deixe-me que lhe diga, caro leitor, que está na cidade certa para descobrir o que de melhor a gastronomia beirã tem para oferecer a quem a visita.

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Viseu conta com diversos espaços de restauração, muitos deles emblemáticos, e nas mesas destes não faltam o queijo da serra, presunto e enchidos, seguidos da sopa da Beira, ou do caldo verde. O arroz de carqueja, a vitela assada à moda de Lafões ou o cabrito assado estão também presentes, até mesmo o fiel amigo tem por cá inúmeras maneiras de ser confeccionado e outras tantas para comer, sem espinhas. E doces? Ai que doçura que são os viriatos ou as castanhas de ovos ou o leite-creme e o arroz doce! E agora que ficou ainda com o apetite mais aguçado, caro leitor, vamos recomendar-lhe alguns desses espaços de restauração, que poderá encontrar espalhados pela cidade e arredores.Assim e começando pelo casco histórico, o leitor poderá optar pelo restaurante O Cortiço, um afamado e emblemático espaço que rebusca a ancestralidade da cozinha antiga beirã, ou pel’O Hilário, que fica na mesma rua e não lhe fica nada atrás. A poucos passos destes, poderá sentar-se à mesa do restaurante

Muralha da Sé, ou então do restaurante Mesa da Sé, ambos com excelente gastronomia típica. Pode ainda escolher o restaurante A Colmeia, um espaço familiar, rústico e muito acolhedor, com inúmeras iguarias regionais. Ainda nesta zona da cidade encontrará a Casa Congolesa e o Restaurante o Pateo, ambos situados na conhecida Rua Direita - que é, por sinal, a mais torta da cidade – e onde o leitor poderá desfrutar, também, das excelsas especialidades que esta região oferece. Mas se prefere petiscar e regar os petiscos com bons vinhos, vá à Taberna da Milinha junto à Porta do Soar de Cima ou à Tasquinha da Sé, perto da estátua do Rei D. Duarte.Saindo da parte mais antiga mas ainda dentro da cidade, existem outros excelentes espaços de restauração como é o caso do restaurante Cacimbo, conhecido pelos seus grelhados, ou a Taberna D. Maria que alia os velhos costumes

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às novas tendências gastronómicas. Também o Dux Palace o saberá receber de braços abertos e o verá partir de barriga cheia e a prometer regressar.Fora do perímetro urbano da cidade, o leitor poderá encontrar vários espaços de restauração dos quais se destacam o restaurante Casa Arouquesa, restaurante O Pinheirão, restaurante Santa Luzia, restaurante Forno da Mimi & Rodízio Real e o restaurante Quinta da Magarenha.Bem, depois deste cardápio, de especialidades e locais, a escolha não será fácil, porém no final vai

ver, caro leitor, que irá valer a pena. Bom apetite e até já! »

Rua Nunes de Carvalho, 1 (Rua do Bispo) | Viseu | T. 232 425 018 / 969 700 [email protected] | www.facebook.com/Taberna.damilinha

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Viseu produz e com qualidadeViseu senhora da Beira, nascida no Planalto Beirão por entre graníticas montanhas de giestas e carqueja, uma encruzilhada de caminhos e confluências de gerações de viandantes que da ruralidade de outros tempos até ao progresso de hoje e do que ainda há-de vir, têm sabido crescer sustentadamente de olhos no futuro mas de coração no passado.Assim se vive na melhor cidade para viver, vivências de vidas genuínas conservadas no frio dos invernos chuvosos, ventosos e geados e vitaminadas na canícula dos verões de sol a pino.

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Em Viseu, uma cidade que tem sabido viver sem o peso da industrialização, tende agora a virar-se para ela, entregando a esse progresso as infra-estruturas de uma cidade de comércio e serviços, crescida e organizada.Viseu, a terra do Rancho, fumegante acabado de fazer, que emana o inconfundível cheiro dos enchidos, batatas e hortaliças, numa espécie de cozido à portuguesa mas com um toque mais aprumado.Viseu, terra de Viriato e onde os viriatos docinhos fazem as delícias dos mais e também dos menos gulosos.Mas nem só dos prazeres da boca as gentes de Viseu ganham o sustento. Por toda a região não falta o cesteiro que trabalhe cestaria, ou o oleiro que ponha as mãos no barro, ou a tecedeira que teça rendas ou bordados, ou o ferreiro que trabalhe o ferro de martelo na bigorna, ou o carpinteiro que dê novas formas à madeira, ou o tanoeiro que trabalhe o casco que há-de servir de cama ao vinho.

Por falar em vinho… sim, Viseu cidade que repousa no seio da Região Demarcada do Dão, é capital da Beira Alta e a cidade no coração de Portugal. Por cá se produzem néctares magníficos que a cada ano se tornam mais voluptuosos e vão colhendo louros dentro de portas e lá por fora cada vez mais. Prémios que têm feito jus à qualidade já conhecida dos vinhos do Dão.E já agora, caro leitor, porque não meter os “Pés no Mercado” e desfrutar dos frutados Vinhos de Inverno no Solar do Vinho do Dão? Dê lá um salto e aproveite para colocar as leituras em dia no 1.º Festival Literário de Viseu. Como vê, tudo excelentes razões para um branco, tinto, rosé ou espumante. Saúde! »

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Viseu e Vinhos de Inverno 2015Nestes dias frios de Outono quase Inverno, nada melhor que um ou dois copos de vinho em família ou com amigos. Da lareira já não se abre mão, a menos que seja para pegar no copo e agitar o néctar à visão e ao olfacto. Depois um gole e confirma-se com o palato aquilo que já se desconfiava com os outros sentidos. Um bom vinho que aquece o corpo e a mente e desperta sensações únicas dignas de um brinde e de um pretexto para discurso, que vai aumentando à medida que o vinho diminui na garrafa e no copo.

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Os Vinhos de Inverno 2015 regressam na sua segunda edição mais calorosos que nunca. Durante 3 dias e noites os viseenses e outros forasteiros que virão certamente se lhes juntar, terão, no Solar do Vinho do Dão a oportunidade de provar os preciosos néctares da região acompanhados dos mais típicos e saborosos petiscos.Nesta edição haverá uma outra novidade

deveras interessante, o 1.º Festival Literário de Viseu que reunirá no Solar do Vinho do Dão nomes sonantes das letras e que farão a ponte perfeita entre o néctar de Baco e o prazer de o apreciar sorvendo o conteúdo de um bom livro, Tinto no Branco.Caro leitor, aproveite então o primeiro fim-de-semana de Dezembro e aqueça o corpo e a alma com os Vinhos de Inverno, no Solar do Vinho do Dão em Viseu.

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“What do you know about Viseu?”“O que conhece sobre Viseu?” poderia ser a pergunta de um viseense aos turistas estrangeiros que habitualmente visitam a capital da Beira Alta. Mas também esta pergunta e outras se poderão fazer aos turistas portugueses ou até aos viseenses, como eu, “será que conhecem Viseu”?No livro “Beira Alta – Terra e Gente” do “insigne Homem de Letras viseense” Alexandre de Lucena e Vale, que Aquilino Ribeiro comparou “a uma dessas plantas delicadas que, em cada Primavera, entre os penedais das nossas serras bravias, com graça desabrocham e florescem”, encontram--se alguns maravilhosos e adjetivados parágrafos sobre a cidade de Viriato.A primeira edição foi lançada em 1958 e, pelo centenário da já extinta Tipografia Guerra em 1991, foi reimpressa uma edição comemorativa. O Dr. Lucena e Vale descreveu como poucos o fizeram, creio, e com a paixão por Viseu de quem levanta bem alto a bandeira num capítulo especial que, deste, transcrevo com a devida vénia o primeiro parágrafo.

“Serrana de condição, prantada a meio da cordilheira imensa que se desprende da Estrela e vai descendo por aí abaixo até molhar os pés na espuma branca do litoral aveirense, a antiqua et nobilíssima capital da Beira Alta é terra de província cem por cento. Nesse aspecto não difere hoje em muito do que sempre foi com os seus costumes de vida simples e hábitos patriarcais, com seu quê de familiaridade na vida de relação, com sua pontinha de má -língua de bom aviso e freio a desregrados, com seu passeio público nas noites calmosas de verão e a braseira de estrado nas horas seroadas de inverno, com seu gosto apurado da mesa suculenta onde não falta decerto a rica côdea de broa, presigo delicioso do regional caldo -verde, esse caldo -verde da Beira que com um copinho de Dão vale por trinta hors d’oeuvre das ementas cosmopolitas e mundanas!” (Beira Alta Terra e Gente, 1991, p. 237).

Com esta introdução suponho ter adoçado o leitor para uma incomparável definição da cidade de Viseu. E não

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passou despercebida a envolvência da boa cozinha e do bom vinho que são o espírito da segunda edição dos Vinhos de Inverno. Estes são temas com relevo noutras páginas desta edição da Cacho e, aqui, falarei de outras formas de despertar os sentidos.Desta feita, chamo agora a atenção para Viseu “serrana de condição” ou de “serras bravias”, para salientar o facto de que as serras são sinónimo de florestas e estas habitualmente ricas em espécies vegetais e animais.Numa cidade plena de história, testemunhada por um centro histórico onde monumentos despertam na memória os feitos dos antepassados, revelo um facto que poderá passar despercebido aos que são ofuscados pela beleza desta capital ou pelo rigor do dia -a -dia. Viseu respira e filtra o oxigénio com o auxílio de dois enérgicos pulmões que são fartos em vegetação e, cada vez mais, poiso de distintas aves e frenéticos roedores.O caloroso Parque Aquilino Ribeiro, recentemente remodelado, tem localização privilegiada para os visitantes que pretendem perder -se pelas ruas e ruelas que, com mais ou menos voltas, facilmente desaguam

no Largo do Município. Aqui, entre o antigo tribunal e a Igreja de S. Francisco, encontra -se, talvez, a porta de entrada principal, o canal que vai desaguar na luxuriante diversidade de árvores e arvoredo que dá início ao cerco do Parque.No centro está bem acomodado um fantástico relvado que, em dias bem acalorados, enche -se daqueles que se querem refrescar ou fugir dos raios solares que têm mais dificuldade em penetrar a vegetação. Nos últimos meses os mais atentos poderão deparar -se com uma ave que não se via habitualmente no nosso Parque onde reinam os melros, os pardais e outros que tais.Um corvo. Não é um corvo qualquer, é um que já se sente dono do território e até já conquistou aliado, um dos jardineiros que diariamente mantém esta pequena floresta limpa e bem tratada. Testemunhei eu, este ser humano a ser perseguido por um bico aguçado e ameaçador que o escolheu para ajudar na colheita de alimento. Este viseense já se afeiçoou ao animal e por ele fiquei a saber que esta ave de plumagem negra e brilhante não veio só, de vez em

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quando lá aparecem outros membros, talvez família, que resolvem partir sem se preocuparem com a ave que fica. Nem imagino o que escreveria Aquilino Ribeiro sobre esta dádiva da natureza no Parque com seu nome.O Fontelo há décadas que tem as mais belas e coloridas plumagens da cidade, transportadas por elegantes pavões que já estão tão habituados aos visitantes e às suas máquinas fotográficas. Pousados nas árvores, nos telhados ou no penedo guardado por lobo solitário, estas extraordinárias aves são as atuais embaixadoras deste magnífico e luxuriante manto verdejante onde reinam os espaços para a prática de desporto. Ágeis esquilos saltam também de árvore em árvore, após ausência prolongada deste território e no pequeno lago deslizam os patos numa dança constante lembrando o ballet Lago dos Cisnes.Não obstante, para além destas pequenas florestas que oferecem ar purificado aos viseenses e seus visitantes, encontram -se arvoredos

menores mas com fauna abastada e diferenciada. Refiro as magníficas aves pretas e brancas, as pegas que muitos automobilistas já viram a fazerem voo rasante às viaturas na Avenida Europa para pousarem nas rotundas, nos jardins separadores ou nos largos passeios.Destaco os corvos marinhos que já foram tema de notícia em jornais locais e que tomaram posse do arvoredo junto do rio Pavia, ali bem perto do vale da Aguieira e da ponte romana (Ponte da Azenha) que atravessa a margem da cidade para a afamada Ecopista.Um pouco mais abaixo no rio e já na zona fronteiriça Viseu -Vildemoinhos têm pouso habitual as garças que, assim como os corvos marinhos, procuram os peixes e lagostins que se multiplicam agora que este curso fluvial se preenche de alimento saudável pela sua despoluição. Os que visitam com frequência o parque da radial de Santiago podem encostar -se ao Pavia e regozijar -se com outras espécies de animais que pululam de vida.Fiquem atentos porque Viseu é a melhor cidade para viver e os animais também já o sabem! »

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