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Workshop: Fadiga nas operações de trabalho IBRAM, Belo Horizonte, 12/6/2013 Trabalho em turnos e noturno: efeitos na saúde e no trabalho; possibilidades de intervenção Frida Marina Fischer Departamento Saúde Ambiental, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo e-mail: [email protected]

Workshop: Fadiga nas operações de trabalho IBRAM, Belo ...programamineracao.org.br/wp-content/uploads/2013/06/05-120613... · A falta de pão tem levantado as turbas nas grandes

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Workshop: Fadiga nas operações de trabalho

IBRAM, Belo Horizonte, 12/6/2013

Trabalho em turnos e noturno: efeitos na saúde e no trabalho;

possibilidades de intervenção

Frida Marina Fischer

Departamento Saúde Ambiental,

Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo

e-mail: [email protected]

http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap001127.html

Credit: C. Mayhew & R. Simmon (NASA/GSFC), NOAA/ NGDC, DMSP Digital Archive

A TERRA À NOITE

Sociedade 24 horas

Aberto 24 horas:

serviços eletricidade/tratamento água/

segurança pública

hospitais

TV/radio/ internet

Serviços telemarketing

compras

transporte urbano/interurbano/

internacional

viagens

lazer/ restaurantes...etc

“As vinte e quatro horas do dia e da noite são divididas em três

turnos, cada um consistindo de sete horas. (...) O terceiro é turno

noturno, que começa as oito horas e termina às três da manhã. O

mestre mineiro não permite que o terceiro turno seja imposto aos

trabalhadores, a menos que haja necessidade. Neste caso, enquanto

eles drenam a água das escavações ou extraem minério, a vigília é

mantida com uma lâmpada; e para se prevenirem do sono da hora

tardia ou da fadiga, eles aliviam o trabalho longo e árduo cantando,

de forma não inteiramente espontânea, nem desagradável.”

Georg Bauer, Agrícola . De RE Metallica, livro IV, 1556

Bernardino Ramazzini - As doenças dos trabalhadores (1700)

AS DOENÇAS DOS PADEIROS E DOS MOLEIROS- Cap. XXI

Os padeiros são geralmente, artífices noturnos; quando outros artesãos terminaram

a tarefa diária e se entregam a um sono reparador de suas fatigadas forças, eles

trabalham de noite e dormem quase todo o dia, como as pulgas, pelo que temos nesta

cidade antípodas, que vivem ao contrário dos demais homens.

“Levanta, que já vende o padeiro o desjejum das crianças”...

dizia Marcial, elaborado o cozido durante a noite; ao clarear a aurora, quando a

plebe citadina se dirige às suas habituais ocupações, é necessário ter o pão pronto,

senão o ventre entra em revolução. A falta de pão tem levantado as turbas nas

grandes aglomerações, conforme relata a história, e ainda agora a Corte do Rei da

Espanha assustou-se bastante com um motim popular, por esse motivo. Juvenal

recomendava “pão e circo” para conter a plebe, isto é, abundância de víveres e

espetáculos. ( p.91)

Ramazzini, B. As doenças dos trabalhadores. Tradução

de Raimundo Estrela. Fundacentro, 1985.

Conceitos sobre o trabalho em turnos e noturno

Trabalho em turnos: refere-se a uma forma de organização do trabalho

na qual equipes (2 ou mais) se sucedem nos postos de trabalho, para manter

a produção ou a prestação de serviços numa empresa, ou instituição, durante

um período superior ao de 8 horas por dia. Os horários de trabalho podem

ser fixos ou rodiziantes. As empresas ou serviços que mantêm turnos de

trabalho, geralmente o fazem por períodos que variam de 12 a 24 horas por

dia, podendo dar continuidade ou não por toda semana mês e ano.

Noite: É definida como um período de tempo cuja duração é de pelo menos 7

horas consecutivas incluindo o intervalo entre 00:00 horas e 5:00 horas da

manhã

Trabalho Noturno: refere-se geralmente aquele realizado exclusivamente ou

principalmente no período noturno.

(OIT, 1990. Convenção Sobre o trabalho noturno nº171 e Recomendação 178).

Redução (em %) dos trabalhadores que tem jornada diária/

semanal “normal” de trabalho- EU 3rd Survey 15 países, 2000

<=40 h/w

10 h/d +<=40 h/w

no night + 10 h/d + <=40 h/w

no Sunday + no night + 10 h/d + <=40 h/w

no shift + no Sunday + no night + 10 h/d + <=40 h/w

no part-time + no shift + no Sunday + no night + 10 h/d + <=40 h/w

no Saturday + no part-time + no shift + no Sunday + no night + 10 h/d + <=40 h/w

21703

16717

12567

11191

9702

8895

6728

5135

TOTAL 100 %

77 %

58 %

52 %

45 %

41 %

31 %

24 %

Costa, Åkerstedt, Nachreiner, Baltieri, Carvalhais, Folkard et al, 2004

Organização temporal

trabalho

Sistema de temporização

circadiana

vigília sono

SISTEMA DE TEMPORIZAÇÃO CIRCADIANA

Osciladores periféricos

Ciclos ambientais

claro/escuro, horários

de trabalho, vida social

são pistas temporais

Sistema Nervoso Central

Osciladores centrais endógenos

Variações rítmicas observáveis

Relações de fase de ritmos de variáveis fisiológicas /comportamentais

Meia-Noite

Meio-Dia

6

horas

18

horas

TSH

Linfócitos

Prolactina

Melatonina

Eosinófilos

ACTH

FSH, LH

Cortisol

Aldosterona

Testosterona

Aumento de catecolamina

Agregação plaquetária

Viscosidade sangüíea

Atividades das células NK Hemoglobina Glóbulos Vermelhos

FEV

Temperatura Corpórea

Insulina

Colesterol

Triglicérides

Plaquetas

Ácido Úrico

Fosfatase Ácida

Secreção Ácida Gástrica

Glóbulos

Brancos

Demonstração em forma de relógio, da hora de máxima atividade de

alguns ritmos circadianos humanos, em pessoas sadias

Fonte: MH Smolensky e ML Bing, 1997 in Smolensky et al., Cronobiologia e cronoterapia,. J. Bras. Nefrol., 1998

Meia-Noite

Meio-Dia

6

horas

18

horas

Insuficiência cardíaca congestiva

Apnéia

Angina

Asma

Epilepsia

Bronquite/Enfisema

Artrite reumatóide

Rinite alérgica/enxaqueca/

Angina/Infarto do miocárdio

Morte cardíaca súbita

Acidente vascular cerebral

hemorrágico/trombótico

Crises de anemia de

célula falciforme

Hospitalização por

úlcera péptica perfurada

Epistaxe

Osteoartrite

Reação cutânea

Dor intratável

Epilepsia

Exacerbação da úlcera

péptica

Epistaxe

Diagrama em forma de relógio, para demonstrar a hora aproximada durante as

24 horas, quando alguns sintomas ou condições médicas são mais prováveis de

ocorrer, em relação às rotinas de vigília e sono.

Fonte: MH Smolensky, 1997 in Smolensky et al., Cronobiologia e cronoterapia,. J. Bras. Nefrol., 1998

O que ocorre com as

pessoas quando trabalham

em horários não diurnos?

Desafio temporal

trabalho

Sistema de temporização

circadiana

vigília sono ?

Fonte: Colquhoun & Rutenfranz, 1980

Estresse resultante da perturbação dos ritmos biológicos causados

pelo trabalho em turnos e da lenta ressincronização destes ritmos

às mudanças do ciclo vigília-sono

Estressores

Estresse

mudanças de fase

das horas de trabalho

e de repouso

potencial:

- ineficiência

- saúde prejudicada

- bem-estar prejudicado

- relações prejudicadas

Variáveis intervenientes

- características individuais

- fatores relacionados ao trabalho

- condições ambientais

- circunstâncias domésticas

Stress Strain

Erros no trabalho

241812600

1000

2000

3000

4000

5000

6000

errors

Bjerner et al 1955

Time of day

erro

rs

nightmorning

afternoon

Comparação dos efeitos no desempenho: concentração do

álcool no sangue e o tempo de vigília

Fonte: Rajaratnam & Arendt, 2001. The Lancet 358:999-1005

>12 h

>8h

noturno

alternante

Evolução dos problemas de sonolência de trabalhadores noturnos

Trabalho Noturno

Déficit agudo de sono

Condição crônica no déficit de sono

Micro-sonos (Lapsos na vigília), sonolência

Desempenho prejudicado, relatos

pessoais de fadiga acentuada

Tepas, 1982

Componente circadiano do alerta

Fonte: Akerstedt, 2003. Occupational Medicine 53:89

Fatores que influenciam os efeitos ( sono/alerta) de quem trabalha

em horários não diurnos

Ritmos circadianos

“Sleep balance”

Nível de estimulação

Sono

Alerta

Sleep balance: necessidade de sono (Akerstedt, 1996)

Nomograma de alerta Cada curva representa a variação circadiana no alerta, após um certo número de

horas acordado

5

7

9

11

13

15

PredictedAlertness

00:00 06:00 12:00 18:00 00:00

Time (Clock Hour)

high*

critical

reduced

*"critical" to "high" refer to verbal interpretation of predicted levels

after Akerstedt and Folkard, 1997

0h

8h

16h

24h

32h

Modelo dos mecanismos de doença em trabalhadores em turnos

Trabalho em turnos

Desajuste dos ritmos biológicos Perturbações nos padrões

sócio temporais

Perturbações do ciclo

vigília/sono

Dificuldades sociais

Modificações do

comportamento

ex.: dieta, fumo

DOENÇAS

Estresse Aumento na

suscetibilidade

Dessincronização interna

(a) (b)

(c)

Fonte: KNUTSSON, A. Shiftwork and coronary disease. National Institute for Psychosocial Factors

and Health. Institute Karolinska, 1989

Risco relativo Evidência

Insônia temporária e

redução do sono

12 +++

Fadiga e acidentes 1-2 +++

Doenças cardiovasculares 0.0-2.3 ++

Fatores risco coronarianos Cerca de 2 ++

Síndrome metabólica 1.6-1.7 ++

Obesidade 1-2 ++

Úlcera péptica Cerca de 2 ++

Pior saúde em geral 2-3.2 ++

Câncer Próstata 1.1-3.0 ++

Câncer de mama 1.0-1.8 ++

Outras formas de câncer ? +

Diabetes tipo 2 Cerca de 2 +

Artrite reumatóide 1.3 +

Distúrbios do sono 2.8 +

Parto prematuro 1-2 ++

Baixo peso ao nascer 1.0-1.6 +

Aborto espontâneo 1.4 +

Mortalidade 1.2-2.6 ++

Depressâo ? (+)

Cerebral infaction ? (+)

+++ = forte evidência, ++ = evidência moderada, + = fraca evidência, (+) = sem evidência

Axelsson, Keklund, Sallinen. Sleep and shift-work. In: Capuccio, Miller, Lockley. Sleep, Health, Society Oxford Press, 2012.

Riscos à saúde

associados ao

trabalho noturno e em

turnos, comparado

com o trabalho

diurno

• Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono, tipo fase do sono avançada (Distúrbio da

Fase do Sono Avançada)

• Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono, tipo fase do sono atrasada (Distúrbio da

Fase do Sono Atrasada)

• Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono, tipo sono-vigília irregular (Ritmo

Irregular do Sono-Vigília)

• Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono, tipo livre-curso (Tipo não sincronizado)

• Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono, tipo Jet Lag (Distúrbio de

Jet Lag)

• Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono, tipo trabalho em turnos (Distúrbio do

Trabalho em turnos)

• Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono causado por condições médicas

• Outros Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono (Distúrbios do Ritmo Circadiano,

não especificado de outra forma)

• Outros Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono causado por drogas ou substâncias

Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono (CIDS-2, 2005)

Carcinogenicity of shift-work, painting, and fire-fighting

(Carcinogenicidade de trabalhadores em turnos,

pintores e bombeiros)

Kurt Straif, Robert Baan, Yann Grosse, Béatrice Secretan, Fatiha El Ghissassi, Véronique

Bouvard, Andrea Altieri, Lamia Benbrahim-Tallaa, Vincent Cogliano, on behalf of the WHO

International Agency for Research on Cancer Monograph Working Group

“On the basis of “limited evidence in humans for the carcinogenicity of

shift-work that involves nightwork”, and “sufficient evidence in

experimental animals for the carcinogenicity of light during the daily dark

period (biological night)”, the Working Group concluded that “shiftwork

that involves circadian disruption is probably carcinogenic to humans”

(Group 2A)”.

http://oncology.thelancet.com Vol 8 December 2007 p. 1065

DESGASTE AO LONGO DOS ANOS DE TRABALHO EM TURNOS

1. FASE DE ADAPTAÇÃO: adaptação a horários de trabalho não

usuais, mudanças nos hábitos de sono e alimentação, vida familiar e

atividades sociais

2. FASE DE SENSIBILIZAÇÃO: Desenvolvimento da carreira,

construção do patrimônio, da vida familiar e social

3. FASE DE ACUMULAÇÃO: Acumulação de riscos ambientais,

adoção de estratégias combinadas com os efeitos do processo

biológico de envelhecimento

4. FASE DE MANIFESTAÇÃO: manifestação de distúrbios sérios,

tais como, problemas de sono, doenças (ex: gastroinsteinais,

circulatórias ou nervosas)

APOSENTADORIA PRECOCE

APOSENTADORIA

0 A 5

ANOS

5 A 20

ANOS

MAIS DE

20 ANOS

Saída do

emprego

Saída do

emprego

Saída do

emprego

Saída do

emprego

Fonte: KOLLER, 1983

PREVENÇÃO DE RISCOS

INTERVENÇÃO

Principais fatores determinantes da tolerância ao trabalho em turnos

Sexo

Idade

Genótipo

Tipo

circadiano

Personalidade

Tolerância

fisiológica

Variação

individual

no ajuste

cronobiológico

Estado

de saúde

Sono

Fatores socioculturais

cultura, possibilidades de

emprego, condições

familiares)

Características das

escalas de trabalho Impostos, selecionados

pelos trabalhadores.

Horários de trabalho

(fixos, rodiziantes,

exposição ao trabalho

noturno e a turnos

irregulares, etc.

Relações no trabalho

Demandas de trabalho (cargas de trabalho físicas e

mentais)

Fatores Políticos

(ideologia política do país,

regiões, condições econômicas)

Nutrição

(qualidade/quantidade,

freqüência, horários de

alimentação)

Ambiente

(ciclo claro-escuro,

variações sazonais)

Fatores Psicossociais

(apoio doméstico, comunitário,

hábitos, condições extra-

profissionais, condições

organizacionais) Fonte: SMOLENSKY, 1981, modificado Fischer, FM.

Estressores ocupacionais

Procedimentos preventivos

. Rastreamento (avaliações preliminares, periódicas) das

condições de trabalho e de saúde da população- alvo.

. Diagnósticos (individuais e estudos epidemiológicos)

. Intervenções (individuais e coletivas)

1. Contraindicações absolutas

Disfunções gastrointestinais severas

Doenças hepáticas

Diabetes, especialmente se insulino- dependente

Irregularidades hormonais severas

Epilepsia e outros tipos de doenças do sistema nervoso

Fatores de risco cardiovascular e respiratório importantes

Doenças degenerativas (lupus, câncer)

Depressão ou psicose;

Distúrbios crônicos de sono

Koller (1996)

Gerenciamento de riscos:

Identificando riscos individuais no trabalho em turnos

2. Exames médicos periódicos

Anamnese médica abrangendo: sintomas gastrointestinais,

cardiovasculares e circulatórios; obesidade; abuso de drogas,

incluindo consumo de álcool e estimulantes, calmantes; distúrbios

de sono, incluindo apnéia obstrutiva do sono.

Prover informações individuais e em seminários sobre saúde a

respeito de: estratégias de sono, nutrição, exercícios físicos;

gerenciamento de fadiga e estresse;

Koller (1996)

Gerenciamento de risco: Identificando riscos individuais

Prevenção dos riscos coletivos

Organização de escalas de trabalho baseada

em critérios ergonômicos

• Desenvolvimento de ferramentas de gerenciamento de

escalas segundo:

− Carga de trabalho

− Tipo de tarefas

− Compatibilizar necessidades individuais e coletivas

com as de produção

Controle dos riscos específicos

Arranjos de tempo de trabalho Ações gerenciais relacionadas com a

saúde e segurança

Jornadas reduzidas

Maior flexibilidade

Menor número de noites de trabalho

Maior número de dias de folga

Rodízio rápido

Períodos de descanso durante jornada

diária- diurna e noturna

Possibilidade de transferência para

turnos diurnos

Possibilidades de aprimoramento

técnico

− Avaliar/modificar escalas de

trabalho

− Avaliar atuação das equipes

− Implantar cargas de trabalho

reduzidas à noite

− Melhorar a comunicação entre

equipes

− Implantar pausas e locais de

descanso intra-jornadas

− Capacitar equipes para múltiplas

tarefas

− Valorizar o tempo fora do trabalho

Kogi, 2003( modificado por Fischer)

Medidas de apoio para minimizar os efeitos do trabalho em turnos

Legislação sobre trabalho em turnos e noturno

Organização Internacional do Trabalho

Sobre trabalho noturno: 77th sessão, em 1990.

A recomendação proposta definiu : noite, trabalho noturno,

trabalhador noturno, horas de trabalho e descanso, compensação

financeira, medidas de segurança e saúde, medidas sociais.

Outras medidas relacionam-se com: treinamento, transferência para o

turno diurno, aposentadoria mais precoce, consulta aos trabalhadores e

seus representantes sobre: esquemas de trabalho, efeitos à saúde, entre

outros.

Convenção sobre trabalho noturno(no. 171)

Recomendação (no. 178)

Protocolo de 1990 sobre trabalhadoras noturnas.

Legislação brasileira de saúde ocupacional específica para

trabalhadores em turnos

a) Constituição Federal: as horas diárias de trabalho para

trabalhadores em turnos ininterruptos de revezamento serão de

6 horas por dia, ou maiores se acordado por negociações coletivas.

b) Um grupo de leis da época da década de 1940 estabeleceu:

b1. As horas noturnas de trabalho (entre 22:00 e 05:00) são reduzidas para 52

minutos e 30 segundo cada hora.

b2. Pagamento adicional de 20 % para trabalho realizado entre 22:00h e

5:00h da manhã seguinte.

Medidas de apoio para minimizar os efeitos do trabalho em turnos

Legislação Brasileira específica de saúde ocupacional para

trabalhadores em turnos (cont.)

c) Decreto Federal no.3048, 1999: agentes etiológicos e fatores de

risco de saúde ocupacional são agora reconhecidos pelo Ministérios da

Saúde e Previdência Social como causas de doenças como classificadas

pela Classificação Internacional de Doenças (CID- 10).

Entre eles :

1. Problemas mentais (grupo V, CID- 10) inclui distúrbios não- orgânicos

do ciclo do sono-vigília (F51.2) causados por “má adaptação aos horários de

trabalho (trabalho em turnos e noturno)”;

2. Distúrbios do ciclo vigília-sono são reconhecidos ( G47.2) sob o

título“Doenças do sistema nervoso” ( Grupo VI, CID-10) causado por “má

adaptação aos horários de trabalho (trabalho noturno e em turnos)”.

Lee S, McCann D, Messenger JC. Duração do trabalho em todo o mundo. OIT, 2009

Duração decente da jornada de trabalho

http://www.fsp.usp.br/shiftwork2013

FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA - USP

OBRIGADA!

[email protected]