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XX Jornal da Rede GESITI http://br.groups.yahoo.com/group/GESITIs/ www.cti.gov.br www.mct.gov.br Editado pela Rede GESITI DTSD/CTI criado em 18.fev.2008, +1400 colaboradores ISSN:2178-8901 - ANO 2 número XX fev.2011- www.cti.gov.br Brasil “CTI Informa” : http://www.cti.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=95&Itemid=170 Página 1 de 50 Editorial Prezados leitores, Poucas são as iniciativas que chega à sua vigésima edição com vigor e relevância. As críticas empobrecedoras, os contratempos e o esmorecimento são carrascos de ações das mais louváveis. Alguns casos excepcionais superam todos esses obstáculos e são capazes de expressar uma renovada vitalidade a cada novo ciclo. A XX edição do jornal da Rede GESITI traz à tona discussões variadas e relevantes, o que é característico dessa Rede. Somos mais de 1400 integrantes, representantes de algumas centenas de diferentes instituições dos setores público e privado, muitos de nós colaboradores assíduos do debate. Atentem para o fato dos temas aqui tratados serem permeados por tantos outros, numa integração de competências e linhas de pensamento das mais ricas no cenário atual do pensamento crítico nacional. Os temas tratados nessa edição foram: Silêncio das Organizações Ecológicas? a partir de texto que abordava o desastre do derramamento de óleo no Golfo do México, Produtividade na Área Administrativa pertinente para organizações de qualquer natureza e segmento de atuação, Subvenção Econômica à Inovação um dos instrumentos financeiros de estímulo à inovação em nosso país e Teoria das Restrições & Six Sigma que evidenciou a valia de haver diversidade de pensamento na Rede; As edições anteriores do Jornal GESITI/(ISSN:2178-8901), estão disponíveis nos sites dos Colaboradores Institucionais. Finalmente, informa-se que todas as mensagens inseridas nesse Jornal (e anteriores), serão apagadas da Rede GESITI. Editor convidado: Paulo José Pereira de Resende Financiadora de Estudos e Projetos Revisor: Antonio J. Balloni GESITI / Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer Sumário Tema 1: Silêncio das Organizações Ecológicas? ........................................................................................... 2 Tema 2: Produtividade na Área Administrativa ......................................................................................... 17 Tema 3: Subvenção Econômica à Inovação. ............................................................................................... 24 Tema 4: Teoria das Restrições & Six Sigma ................................................................................................ 39

XX Jornal da Rede GESITI - CTI Renato Archer...XX Jornal da Rede GESITI Editado pela Rede GESITI DTSD/CTI criado em 18.fev.2008, +1400

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XX Jornal da Rede GESITI

http://br.groups.yahoo.com/group/GESITIs/ www.cti.gov.br www.mct.gov.br

Editado pela Rede GESITI DTSD/CTI criado em 18.fev.2008, +1400 colaboradores

ISSN:2178-8901 - ANO 2 – número XX fev.2011- www.cti.gov.br Brasil “CTI Informa” : http://www.cti.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=95&Itemid=170

Página 1 de 50

Editorial

Prezados leitores,

Poucas são as iniciativas que chega à sua vigésima edição com vigor e relevância. As críticas

empobrecedoras, os contratempos e o esmorecimento são carrascos de ações das mais louváveis.

Alguns casos excepcionais superam todos esses obstáculos e são capazes de expressar uma renovada

vitalidade a cada novo ciclo.

A XX edição do jornal da Rede GESITI traz à tona discussões variadas e relevantes, o que é característico

dessa Rede. Somos mais de 1400 integrantes, representantes de algumas centenas de diferentes

instituições dos setores público e privado, muitos de nós colaboradores assíduos do debate. Atentem

para o fato dos temas aqui tratados serem permeados por tantos outros, numa integração de

competências e linhas de pensamento das mais ricas no cenário atual do pensamento crítico nacional.

Os temas tratados nessa edição foram: Silêncio das Organizações Ecológicas? – a partir de texto que

abordava o desastre do derramamento de óleo no Golfo do México, Produtividade na Área

Administrativa – pertinente para organizações de qualquer natureza e segmento de atuação, Subvenção

Econômica à Inovação – um dos instrumentos financeiros de estímulo à inovação em nosso país – e

Teoria das Restrições & Six Sigma – que evidenciou a valia de haver diversidade de pensamento na

Rede;

As edições anteriores do Jornal GESITI/(ISSN:2178-8901), estão disponíveis nos sites dos

Colaboradores Institucionais. Finalmente, informa-se que todas as mensagens inseridas nesse Jornal (e anteriores), serão apagadas da Rede GESITI.

Editor convidado: Paulo José Pereira de Resende

Financiadora de Estudos e Projetos

Revisor: Antonio J. Balloni

GESITI / Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer

Sumário

Tema 1: Silêncio das Organizações Ecológicas? ........................................................................................... 2

Tema 2: Produtividade na Área Administrativa ......................................................................................... 17

Tema 3: Subvenção Econômica à Inovação. ............................................................................................... 24

Tema 4: Teoria das Restrições & Six Sigma ................................................................................................ 39

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ISSN:2178-8901 - ANO 2 – número XX fev.2011- www.cti.gov.br Brasil “CTI Informa” : http://www.cti.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=95&Itemid=170

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Tema 1: Silêncio das Organizações Ecológicas?

Participação do Moderador

O ponto de partida para a discussão é a

tradução de algumas linhas do artigo publicado

pelo Centro de Pesquisa sobre Globalização,

escrito por F. William Engdahl : “Gulf Oil Spill

"Could Go on for Years and Years" que se

encontra no link

http://www.globalresearch.ca/index.php?conte

xt=va&aid=19660 .

Espera-se que a rede gesiti possa se interessar

pelo assunto e, quem sabe, propor inovação???

Esse vazamento de óleo no golfo poderá afetar,

no médio prazo, a todos.

“... sem dúvida esta é a maior catástrofe na

história com enorme consequência

ecológica/ambiental. O óleo poderá

esparramar por toda a costa atlântica podendo,

inclusive, alterar as corrente marítimas do

golfo1”.

Temos no momento um ensurdecido silêncio

das organizações que protegem o meio

ambiente tais como Greenpeace, Nature

Conservancy, Sierra Club etc. Algumas dessas

organizações líderes tem recebido pagamento a

fim de que empresa de petróleo fique com a

imagem transformada para aquela que não

prejudica o meio ambiente (environment-

1 Corrente do Golfo: corrente de água no Oceano

Atlântico que corre do México para a Europa e

influencia o clima nos países que estão no seu

caminho

friendly face)... O artigo menciona que algo em

torno de $10 milhões foi recebido pelo mais

poderoso grupo de preservação do meio

ambiente, a “Nature Conservancy”. O

“Conservation International”, um outro grupo

ambiental, aceitou $2 milhões...

Finalizo copiando o original (embora o negrito

não esteja no original): “Environmental non-

profit groups that have accepted donations

from or joined in projects with BP include

Nature Conservancy, Conservation

International, Environmental Defense Fund,

Sierra Club and Audubon”, trecho ao qual pode

ser acrescentado: That could explain why the

political outcry to date for decisive action in the

Gulf has been so muted?

Pensen nisso e, se possamos, a partir dessa

catástrofe, fazer ou provocar algo de melhor

para que no final todos e, em particular o nosso

Brasil, possa ser o destaque desse milênio,

vamos em frente, procurando propor inovações

em momento de pressão...

Moderador

[email protected]

Participação do Moderador

Ainda em relação ao tema proposto, cabe

registrar que o livro The Global Economic Crisis:

The Great Depression of the Twenty-First

Century por Michel Chossudovsky, foi editado

por Montreal - Global Research Publishers.

Centre for Research on Globalization (CRG).

Possui 416 páginas e foi lançado em maio de

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2010. Discute sobre a nova antologia; o

aprofundamento da crise econômica global, da

especulação financeira, da crise fiscal etc.

Nesse link você pode ouvir um pouco do que

está no livro. http://vimeo.com/12958236 .

Moderador

[email protected]

Participação de Roland Scialom

A discussão certamente envolve vários

segmentos da população, porém com graus de

contribuição certamente distintos. Tomando

como exemplo: o papel dos profissionais de TI

tem mais a ver com o uso dos recursos

pertinentes por aqueles que estão diretamente

implicados nessa situação. Isto é um papel de

infraestrutura tecnológica que serve de base

para todos. Desde a companhia de petróleo

responsável pela catástrofe, até os órgãos da

mídia que divulgam o status da calamidade,

passando pelos experts que procuram soluções

técnicas para o problema, em curso, assim

como as organizações que trabalham para

conscientizar a sociedade sobre estilos de vida

que diminuiriam a importância do petróleo na

civilização moderna.

Uma visão pessoal da questão pode ser a

decisão de limitar-se a estar aliviado por não

estar envolvido com o desenvolvimento nem

manutenção de nenhum software relacionado

com prospecção de petróleo em grandes

profundidades e não estar trabalhando em

algum CPD da BP ou de alguma outra

companhia petroleira que será eventualmente

responsável pelo próximo desastre ecológico.

Roland Scialom

[email protected]

Participação de Marcus Vinicius B. Soares

Por outro lado, mesmo não havendo

interferência deste ou de outros segmentos

diretamente na questão, não se deve deixar de

estar atento aos fatos, buscando informações e

debatendo o assunto. Não deve ser

desconsiderado o Efeito Borboleta2.

Nesse contexto, a TI não pode mais se restringir

a computadores e acessórios - grosseiramente

falando, mas também a conteúdo. Afinal, pode

ser que um arterfato de TI que não deixe

determinadas mensagens chegarem ao mundo

exterior. Como, por exemplo, o fato de um

determinado link estar bloqueado.

É sempre bom lembrar que "tecnologia não é

boa nem má; e também não é neutra" (Melvin

Kranzberg)

Marcus Vinicius B. Soares

[email protected]

Participação de Marcus Vinicius B. Soares

A quem possa interessar: o link

http://www.globalresearch.ca/index.php?conte

2 Nota do Editor: O Efeito Borboleta se refere às condições

expressas na cultura popular como o fato do bater de asas

de uma borboleta no Brasil provocar um tufão no Japão.

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xt=va&aid=19660 apresenta um artigo no qual

podemos ler:

"The Obama Administration and senior BP

officials are frantically working not to stop the

world’s worst oil disaster, but to hide the true

extent of the actual ecological catastrophe.

Senior researchers tell us that the BP drilling

hit one of the oil migration channels and that

the leakage could continue for years unless

decisive steps are undertaken, something that

seems far from the present strategy."

Marcus Vinicius B. Soares

[email protected]

Participação do Moderador

A discussão anterior converge com a razão de

existência da rede, que é o estudo sob a

perspectiva dos sistemas sociotécnicos.

Ainda sobre o efeito borboleta, cabe um

comentário adicional.

Efeito borboleta é um termo que se refere às

condições iniciais dentro da teoria do caos. Este

efeito foi analisado pela primeira vez em 1963

por Edward Lorenz. Segundo a teoria

apresentada, o bater de asas de uma simples

borboleta poderia influenciar o curso natural

das coisas e, assim, talvez provocar um tufão

do outro lado do mundo. [Fonte: Wikipedia].

TI não é neutra...

Moderador

[email protected]

Participação de Roland Scialom

Ainda sobre o papel do segmento de TI na

discussão, não podemos esquecer da

responsabilidade dos gestores de TI que, de

certa forma, estão envolvidos em quase tudo.

Quanto à possibilidade de se articularem ações,

existem:

- ONG's que garimpam e divulgam informações

vindas do campo e de experts nos problemas

focados;

- Sites e publicações diversas que publicam

material sobre os problemas focados;

- Agremiações políticas como os PV's que

articulam inciativas politicas relacionadas com

os problemas focados.

Há gente de TI em todas essas iniciativas que

visam à melhoria da qualidade de vida do

homem sobre a Terra. Esse pessoal de TI sabe

provavelmente porque está trabalhando ali.

Uma proposta para o GESITI é a constituição de

uma pequena "biblioteca", na forma de uma

página com uma coleção de links para os

lugares onde se consegue informações e visões

conscientizadoras da realidade.

O pessoal de TI diretamente ligado a inciativas

conscientizadoras ajudaria a por "material"

nessa "biblioteca".

Essa ação ajudaria a manter informado o

pessoal de TI que não trabalha diretamente em

iniciativas conscientizadoras.

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Por outro lado, há também gente de TI que

trabalha para o lado dos que “criam problemas

sérios”. O que fazer com esses camaradas?

Escrever um manifesto do tipo "camaradas de

TI, espalhados pelos 4 cantos do globo, uni-

vos..."?

Roland Scialom

[email protected]

Participação do Moderador

Paradoxalmente, as ONGs que promoveriam a

mobilização poderiam ser as mesmas ONGs que

em momento algum foram fazer protesto pelo

vazamento de óleo - conforme link já

mencionado no início da discussão?

Os sites e publicações poderiam ser aquelas

também já comentadas?

O que os PVs tem falado ou escrito a respeito?

Moderador

[email protected]

Participação de Márcio Girão

Mesmo com tantos questionamentos,

paradoxos e polêmicas relacionadas à questão,

um indivíduo que quisesse falar não

profissional de TI, mas de cidadão brasileiro,

poderia afirmar que já se monta uma

orquestração contra a exploração do pré-sal

pelo Brasil e, em especial, pela Petrobras, a

exemplo de nosso atraso de décadas no

programa nuclear por conta de Chernobil e 3 M

Island.

Afinal de contas, podemos crer que o Brasil rico

seja uma ameaça à atual subserviência das

elites dominantes, a partilha uma “agressão” às

“coirmãs” do petróleo.

Estaremos à mercê desse jogo? A Petrobras

tem muito mais tecnologia que a BP em águas

profundas.

Desastre ecológico muito maior é o que os EUA

põem todo dia no ar. E não assinam nenhum

acordo ambiental.

A exploração do pré-sal pode significar uma

virada de páginas de historia do nosso

desenvolvimento. Obviamente, forças

poderosas de mídia, políticas e da parte

subserviente do povo se voltarão contra isso.

Márcio Girão.

[email protected]

Participação do Moderador

Constitui uma atitude excelente a formulação

de uma opinião sobre a questão.

Por isso que o tema - SILÊNCIO DAS ORGANIZAÇÕES

ECOLÓGICAS? - QUAL É SUA OPINIÃO??? - foi lançado

para todos.

É necessário abrir os olhos pois, uma coisa

pode e outra coisa, igual, não pode. quando

que pode e não pode? Depende, conforme já

fora bem colocado.

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Não se pode permitir que seja assim, daí a

relevância de se debater para que saia do

escopo da REDE GESITI, com substância.

Moderador

[email protected]

Participação de Carolina Maganha

Mas, será que é o suficiente aguardarmos algo

maior acontecer? Será que realmente não se

pode fazer algo que movimente a muitos para

que percebam que está acontecendo algo

maior do que a mídia mostra?

Será que cabe a nós somente esperar?

Carolina Maganha

[email protected]

Participação de Fauzi Schubeita

A partir das opiniões formadas em torno da

presente discussão, surge uma ponderação: a

BP demonstrou, juntamente com um grande

grupo de países, uma incompetência sem

dimensões, talvez até maior que o desastre que

provocou.

Naturalmente estão mais interessados nos

desfechos do Oriente Médio, onde o Irã poderá

ser – já é? – a próxima vitima do sistema

predatório na questão energética. A gestão do

presidente Obama apresenta-se hoje mais

perigosa que o filho Bush pois não deixa clara a

sua posição sobre Meio Ambiente e questões

sociais. O filho Bush era enfático em dizer "não

assino, não participo, não quero e vamos

resolver não”, estilo “velho oeste".

O cenário foca a velha máxima de que "Se não

temos a força do argumento, temos o

argumento da força".

Já o Pré-Sal é uma espécie de "Previdência

Privada" do Brasil, que vai beneficiar talvez a

segunda geração após a atual.

De forma irreverente poderíamos afirmar: mais

um “samba do crioulo-doido” que começa a

tocar.

Fauzi Shubeita

[email protected]

Participação de Sidnei Feliciano

O problema parece simples, mas não é. Este é o

primeiro desastre em águas profundas desta

natureza. As complexidades ambientais nunca

antes foram enfrentadas.

A Petrobrás realmente tem mais tecnologia em

águas profundas, mas não está imune às forças

da natureza. O que se pode fazer é analisar os

riscos e elaborar planos de contingência mais

afinados com os problemas, coisa que a BP não

possuía - aliás, talvez nenhuma empresa no

mundo possuísse.

E agora, há rumores sobre um outro vazamento

na China.

E, falando sobre poluição e aquecimento

global: quanto de calor é gerado pelos bilhões

de carros que trafegam pelo mundo? E o calor

gerado pelos bilhões de aparelhos de ar

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condicionado? Será que tem algum modelo

atual pode analisar estes impactos?

Talvez este não é seja o fórum de políticas

ambientais, mas não devemos desprezar esses

aspectos.

Sidnei Feliciano

[email protected]

Participação de Márcio Girão

Um fato sobre o qual deve haver destaque é a

“lavagem cerebral ambiental” sofrida pela elite

intelectual brasileira. Enquanto se discutes e

condenam as ações de exploração de nossas

riquezas em função de “danos” ao meio

ambiente, e elegendo um bando de políticos

disso aproveitadores, os países ricos do G8

esbanjam usinas nucleares, fazem exploração

industrial poluente no 3º mundo e guerras

fratricidas e genocídios vários.

É possível gerar riqueza ao país, mesmo

assumindo os riscos disso inerentes e, claro,

tomando os cuidados que a tecnologia permita.

Se vazar, a gente tampa.

Márcio Girão.

[email protected]

Participação de Fernando Tula Molina

Uma reação natural, frente a tudo que já foi

discutido, é que se compartilhe da mesma

visão, quanto à necessidade de se tomar

consciência quanto aos riscos envolvidos, sobre

a fragilidade das coisas valiosas – como é o

meio ambiente e também a saúde humana – e

sobre a necessidade de se buscar

coletivamente espaços para a reflexão sobre

essas questões que a todos preocupam e

afetam, bem como da importância dada ao

conteúdo, ao sentido e às possibi8lidades das

redes sociais.

Na Argentina, foi criada uma rede para estes

fins. De um modo geral, o objetivo é de buscar

coletivamente uma melhor relação entre

tecnologia e democracia. Nesse sentido, os

seus integrantes colaboraram com o Fórum

Social Mundial Ciência & Democracia, ao qual

se agregou, a partir de 2009, um dia de reflexão

específica sobre esses temas, antes do Fórum

Social Mundial.

Os interessados podem visitar e participar do

Observatório de Novas Práticas e Alternativas

Tecnológicas – ONPAT – no endereço

http://onpat.wordpress.com/ que funciona

como una rede Ning:

http://redonpat.ning.com. A participação pode

ser em espanhol ou português.

Especificamente, há um grupo sobre

sustentabilidade onde se reproduziu o mesmo

artigo aqui tratado e se iniciou uma discussão

com o título O DESASTRE DO GOLFO DO MÉXICO, O

DINHEIRO E O SILÊNCIO.

Fernando Tula Molina

[email protected]

Participação do Moderador

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Merece, a título de recapitulação, um destaque

a alguns pontos-chave já discutidos, por serem

fatos relevantes no debate:

Os países ricos do G8 esbanjam usinas

nucleares, fazem exploração industrial poluente

no 3º mundo e guerras fratricidas e genocídios

vários – PÁGINA 8.

É possível gerar riqueza ao país, mesmo

assumindo os riscos disso inerentes e, claro,

tomando os cuidados que a tecnologia permita.

Se vazar, a gente tampa – PÁGINA 8.

Na Argentina, foi criada uma rede para estes

fins. De um modo geral, o objetivo é de buscar

coletivamente uma melhor relação entre

tecnologia e democracia. (...) Especificamente,

há um grupo sobre sustentabilidade onde se

reproduziu o mesmo artigo aqui tratado e se

iniciou uma discussão com o título O DESASTRE DO

GOLFO DO MÉXICO, O DINHEIRO E O SILÊNCIO– PÁGINAS 8

E 9

No intuito de colaborar com as discussões das

duas redes - GESITI & ONPAT, soma-se aqui o texto

intitulado A FUGA DE PETRÓLEO NO GOLFO "PODE

PERDURAR ANOS" SE NÃO FOR TRAVADA, de F. William

Engdahl:

... Silêncio dos grupos ecologistas?... Siga o

dinheiro.

... Grupos ambientais não lucrativos que

aceitaram donativos ou aderiram a projectos

com a BP incluem Nature Conservancy,

Conservation International, Environmental

Defense Fund, Sierra Club e Audubon. Isto podia

explicar porque o clamor político até à data por

ação decisiva no Golfo tem sido tão em

surdina...

O texto completo em português se encontra no

link:

http://www.voltairenet.org/article165885.html

Moderador

[email protected]

Participação de Darcio Calligaris

Ainda que sejam válidos os argumentos

relacionados à necessidade de se gerar riqueza

para o país, a experiência demonstra que

grande parte dos empresários não está

preocupada com o meio ambiente, na

realidade o que mais desejam é lucro.

É possível contar nos dedos as empresas que se

preocupam com o meio ambiente. As

prefeituras podem atuar, mais existem forças

maiores. Em uma rua em São Paulo, por

exemplo, o caminhão de sucata já tem lugar

fixo par sujar a rua e calçadas. São Paulo já foi

uma cidade de rios com cor azul, deserta de

fábricas.

O tratamento do meio ambiente é custoso, é

um investimento que não tem retorno no lucro,

isto é no bolso do empresário. Teria na sua

alma, se ele fosse uma pessoa que pensasse no

seu semelhante e na saúde dos mesmos, na sua

e dos seus familiares.

As ruas em São Paulo são imundas, copos

descartáveis jogados, e quando chove se enche

de água, e a dengue, as baratas e ratos se

reproduzem e passeiam pela avenida Paulista,

aproveitando o resto do lixo rico em nutrientes

jogados pela população.

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E a limpeza consciente onde está? As caçambas

próximas às favelas não tem lixo dentro, é

preferível e mais fácil jogar fora.

No interior de São Paulo se cria porco na zona

de manancial. O cheiro é forte a prefeitura não

faz nada.

Só há fiscais no transito. Há que se multarem os

sujos inconscientes, poluidores.

A alternativa é educar os ricos empresários

para que invistam em um planeta com melhor

qualidade de vida, pensem que serão

recompensados quando morrerem pois não

será de câncer ou outra doença que causa

sofrimento, mas morrerão felizes e com o

coração enobrecido porque fizeram um bem

para a humanidade, e os pobres, que sejam

educados e zelem pela higiene.

Cada um de nós tem uma missão no planeta.

Deve haver união para a limpeza da poluição do

ar e do meio ambiente, matas, rios ruas

avenidas, dos meios de transporte, ainda assim

haverá desafio. Vejam, por exemplo, que

mesmo com a campanha para o uso de

preservativos, tem muita gente pegando AIDS.

Darcio Calligaris

[email protected]

Participação de Marcus Vinicius B. Soares

Há um episódio que merece ser mencionado,

ocorrido durante uma das aulas de Ciência

Política ministradas pelo professor Valter

Duarte Ferreira Filho na UFRJ. Quando o

professor Valter estava explicando o processo

de cercamento na Inglaterra, que daria origem

ao que chamamos hoje de propriedade privada,

havia um grupo de alunos que estava

constantemente conversando e atrapalhando.

Chegou uma hora em que mesmo o professor

já estava cansado de competir com o grupo e

virou para trás - estava de frente para quadro

negro e quando ele virou os alunos se calaram.

Neste instante, no momento em que seriam

repreendidos por um outro aluno3, o professor

falou uma frase de que me lembro até hoje:

"Não se preocupe. Ele não têm sofrimento

suficiente".

Cada um é responsável por observar que

devemos sim prestar atenção a tudo que nos

acontece ao redor e fazer a nossa parte, nem

que seja discutindo, como fazemos nesta lista.

Mas Infelizmente temos que aguardar o

sofrimento se agudizar a tal ponto que não seja

possível a quem o provoca - ou se omite - não

senti-lo e não tomar as devidas providências.

Vamos a alguns exemplos no Brasil:

- A licença-paternidade só foi transformada em

lei por que um parlamentar de nome Alceni

Guerra, ex-Ministro da Saúde, teve de se

ausentar de reuniões importantíssimos no

Congresso Nacional por que sua esposa teve

problemas no parto e, segundo ele, não sairia

do lado dela de jeito nenhum;

- A lei que permite que o nome do pai adotivo

seja inserido na certidão de nascimento do filho

foi aprovada por Juscelino Kubistchek por que

ele tinha uma filha adotiva; a lei foi um

presente dele para a filha;

3 Nota do editor: o aluno que iria repreender ao grupo era o

próprio Marcus Soares.

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- o divórcio só foi adotado no Brasil por que um

parlamentar de nome Nelson Carneiro queria

de divorciar da mulher;

- na ficção científica: quem já viu o filme de

nome Inteligência Artificial sabe que o garoto

artificial só foi produzido por que o cientista

responsável pelo projeto havia perdido o filho e

queria reconstituí-lo.

Aplicando esta "Teoria do Sofrimento

Suficiente" ao caso da BP, provavelmente

atitudes somente serão tomadas quando, por

exemplo, a mancha de óleo chegar na parte

turística da Flórida. Aí o sofrimento já terá se

agudizado a tal ponto que não serão

necessários grupos ativistas verdes entrarem,

pois a própria perda de recursos financeiros já

vai instalar o caos - e consequentemente o

sofrimento. Ou seja, o mínimo vai ter doído no

bolso.

Quanto aos projetos ambientais, é bom

lembrar que o nosso empresariado, em geral,

não tem tradição com projetos de longo prazo,

como são aqueles relacionados ao meio

ambiente. Nossa tradição é de projetos de

prazo imediato - quase não existe a decisão de

fazer ou comprar feito, é quase sempre

comprar feito - ou muito curto.

Marcus Vinicius B. Soares

[email protected]

Participação de Márcio Girão - OFFTOPIC.

Talvez seja o momento da proposição de uma

reflexão socioeconômica da questão,

merecedora de um debate permanente e mais

aprofundado.

O parâmetro que rege as decisões sobre o que

e como explorar a energia de que tanto

dependemos chama-se “viabilidade financeira”.

Enquanto continuarmos nos paradigmas de

otimização do monetário, mesmo em

detrimento do Ser Humano e de nossa Terra,

nosso futuro é a desagregação rápida da

sociedade e de seu meio ambiente.

Temos que nos concentrar na análise, não do

modelo econômico, mas do político-

econômico; dos princípios capitalistas no futuro

da humanidade.

Nossas melhores mentes, hoje, dedicam-se

onde o sistema capitalista lhes determina: às

guerras, às energias baratas, aos aviões

apertados, à cultura-lixo; tudo em nome da

otimização das receitas e maximização dos

lucros.

Essa deve ser a discussão que vale a pena; o

resto é mera consequência e, quem sabe, em

algum curto prazo, esse negócio de “viabilidade

financeira” já não seja tão importante assim

face à felicidade do Ser em harmonia com seu

Habitat.

Márcio Girão.

[email protected]

Participação de Darcio Calligaris - OFFTOPIC

Este grupo já está começando a sair do limbo,

que tal colocarmos em prática, o que é a

verdadeira felicidade, talvez os lucros serão

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enormes pois não serão gastos dinheiros para

consertar as doenças e os desastres que o ser

humano está provocando no meio ambiente

por sua ambição.

Todos já sabemos, como executar, será que

existe uma mente inspirada no grupo para nós

orientar, caso contrário ficaremos só nas

lamentações e na verdades relativas de cada

um.

Darcio Calligaris

[email protected]

Participação de Fernando Tula Molina

É comum a todos a consciência da necessidade

de se revitalizar a discussão política e cultural

sobre a inovação tecnológica. A ideia de

otimização é muito diferente se tiver um teor

somente econômico ou, de outro modo, social

e cultural. O mesmo acontece com a ideia de

sustentabilidade sobre o que seria bom para o

futuro.

Para aqueles que estiverem interessados em

uma proposta teórica política, recomenda-se a

leitura de uma publicação recente sobre este

tema:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S16

78-31662008000300008&script=sci_abstract4.

Trata-se de passar a instituir condições de

legitimidade sobre a reflexão do que fazemos e

do que poderíamos fazer com a finalidade de

4 Nota do editor: trata-se do texto Time is money:

optimización, identidad y cultura laboral en la sociedad

deseada, de autoria do próprio Fernando Molina

enfrentar coletiva e institucionalmente os

riscos que supõe toda inovação.

Fernando Tula Molina

[email protected]

Participação de Paulo Resende

Tomando como um paradigma válido que,

nesses tempos de insensibilidade, só o

sofrimento traz à tona questões críticas como

essa aqui discutida, chegamos a outra questão.

O problema é que o limite do tolerável pode ser

tarde demais para as populações afetadas. Até

hoje, quantos milhões de litros de petróleo já

contaminaram o oceano? Essa mancha colossal

já comprometeu a sobrevivência de milhões de

seres. Não se abala um ecossistema dessa

forma sem que haja consequências. A extensão

do prejuízo só será percebida no longo prazo, o

que dificulta a sensibilização imediata. É preciso

dar voz à indignação e à preocupação. Nesse

sentido, é muito nobre que a rede GESITI se

manifeste sobre o assunto, da mesma forma

que cada um de nós, cidadãos, também

devemos fazê-lo individualmente.

Os peixes, moluscos e crustáceos que

sobreviverem à contaminação poderão ser

ingeridos por milhões de pessoas, potenciais

vítimas da indiferença atual. Vale lembrar que,

na época do incidente de Chernobyl, milhares

de pessoas ingeriram leite e alimentos

contaminados com radiação, assim como os

animais, que depois serviram de alimento para

outras pessoas.

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Apenas uma ressalva: nem todas as

organizações ecológicas estão indiferentes. O

Care2 - http://www.care2.org - tem

acompanhado e trazido a público diversas

informações graves para as quais nem sempre a

imprensa comum dá atenção.

Paulo Resende

[email protected]

Participação de Lucio Fonseca

O debate certamente promove a ampliação de

visão gradativa sobre o problema.

Por exemplo: a proposta de "se vazar, a gente

tampa", lembra aquela ideia de colocar a tranca

depois da porta arrombada. Além disto, no

ambiente de altíssima interdependência que

vivemos, somos todos cidadãos do MUNDO;

desastre de cada um é de todos. Este não é o

pior desastre ecológico dos EUA, mas de todo o

mundo. As participações posteriores, no

entanto, acrescentaram informações relevantes

para uma discussão em um âmbito maior.

Tomemos a liberdade de recorrer a algumas

"intuições" a respeito do assunto:

1. o Brasil não precisa ter a pretensão de ficar

rico exportando commodities; os EUA, a

Alemanha, o Japão e a maioria - se não todos -

os outros países desenvolvidos não ficaram

ricos por terem estes recursos em abundância;

2. basear nossas esperanças nisto é vão; vejam

alguns exemplos – que, mesmo admitindo uma

significativa margem de erro, que não muda o

que se pretende mostrar:

a) 1 litro de petróleo é vendido por algo

como 0,48 dólares e 1 kg de minério de

ferro é vendido por 0,10 dólar;

b) 1 "quilo" de automóvel médio (produzido

somente por cias. estrangeiras, mesmo

estando no Brasil) custa 30 dólares (62 kg

de petróleo ou trezentos kg de minério);

c) 1 "quilo" de IPAD (pesa 700 gr com preço

de 700 dól.) custa 1.000 dólares (2.083 kg

de petróleo ou 10.000 kg de minério);

d)1 "quilo" do avião Rafale custa 8 mil

dólares (16.666 kg de petróleo ou 80 mil

quilos de minério de ferro)

e)1 quilo de satélite custa em torno de 80

milhões de dólares (166.166.166 kg de

petróleo ou 800 milhões de kg de minério).

Donde se conclui: a continuarmos nesta marcha

batida, em algumas dezenas de anos, teremos

"exportado" boa parte do país - fisicamente

falando - e ficado na mesma - ou piores - em

termos econômicos; e ainda com as crateras e

os abalos sísmicos possivelmente a serem

gerados pelo vazio criado pela extração do

minério e do líquido que sustenta a superfície.

Como fica a relação custo-benefício? Os EUA

praticamente não gastam seu petróleo; é

"reserva estratégica"; preferem comprar " de

nós, "encantados" com o fato de "Deus ter-lhes

dado este presente".

Entendo que não dá para mudar o modelo de

uma hora para outra. O jeito é continuar,

provisoriamente, vivendo das commodities,

mas, principalmente para quem é da área de

tecnologia, a obrigação é de não perder o

bonde da história:

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3. não dá para ser inconsequente quando se

trata de lidar com forças tão poderosas quanto

as que estão mantidas, sob gigantesca pressão,

debaixo de 8.000 m de oceano mais camada de

sal;

4. NO MÍNIMO 80% do dinheiro arrecadado com o

pré-sal e com a exportação de matérias primas

TEM que ir para Educação, Saúde, Ciência e

Tecnologia aplicadas; pois sem gente saudável

e qualificada não vamos longe;

5. O aquecimento global, os cálculos existentes

de custo dos serviços ambientais, a destruição

do ambiente que cresce em proporções

geométricas, a piora da qualidade de vida e

saúde nas cidades, os desastres ambientais

cada vez mais assustadores nos mostram: a

janela de oportunidade está aberta para o

desenvolvimento de tecnologias limpas e

sustentáveis; combustíveis fósseis já

"morreram e esqueceram de cair" - ou não são

deixados cair pelos muitos interesses de

poucos; para quem quiser, de fato, ter e gerar

uma vida melhor e ainda ganhar muito

dinheiro, o caminho não pode ser outro;

6. Dinheiro é muito, mas não é tudo:

recomendo que nos aprofundemos no

conhecimento do conceito do FIB - o índice que

mede a Felicidade Interna Bruta dos países -

não descarta o econômico, mas agrega outros

indicadores ligados à qualidade de vida - é coisa

série, bem fundamentada, apoiada pelo PNUD;

veja em

http://www.felicidadeinternabruta.org.br

Lucio Fonseca

[email protected]

Participação do Moderador

Sob a perspectiva dos últimos argumentos

colocados, e a fim de retornar o foco da

discussão ao tema principal, temos:

1. Silêncio das Organizações Ecológicas? - Qual

é sua opinião?

2. o ponto é que possamos ter valor agregado

em nossas riquezas e, desse modo, com a

política correta, podemos ter engenheiros,

físicos e etc., os quais no médio prazo poderão

agregar valor a nossa matéria-prima e fazendo

a transformação que sugere. O pré-sal deverá

ser decisivo para, também, a educação básica &

avançada no Brasil?

3. finalmente, é necessário considerar que a

exploração do petróleo em aguas profundas ou

pré-sal. Para uma comparação correta vale a

nota sobre pré-sal: a camada refere-se a um

conjunto de reservatórios mais antigos que a

camada de sal... Esses reservatórios podem ser

encontrados do Nordeste ao Sul do Brasil -

onshore e offshore - e de uma forma similar no

Golfo do México e na costa Oeste africana. A

área que tem recebido destaque é o trecho que

se estende do Norte da Bacia de Campos ao Sul

da Baia de Santos desde o Alto Vitória até o

Alto de Florianópolis respectivamente. A

espessura da camada de sal na porção centro-

sul da Bacia de Santos chega a 2.000 metros,

enquanto na porção norte da bacia de Campo

está em torno de 200 metros.

Moderador

[email protected]

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Participação de Lucio Fonseca

1 - Complementando a nota sobre o pré-sal, a

partir de informações disponíveis no site da

Petrobras -

http://www2.petrobras.com.br/presal/10-

perguntas/: O termo pré é utilizado porque, ao

longo do tempo, essas rochas foram sendo

depositadas antes da camada de sal. A

profundidade total dessas rochas, que é a

distância entre a superfície do mar e os

reservatórios de petróleo abaixo da camada de

sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.

2- direcionando os esforços de P&D ou de C&T,

bem como a formação de engenheiros, físicos,

etc., para tecnologias limpas e sustentáveis,

estaríamos mirando o futuro e ajudando a

virar, rapidamente a página "suja" do passado;

concentrando esforços em um tipo de energia

condenado a desaparecer. Hoje, pode ser que

estejamos preparando nossos profissionais

para algo que não mais existirá;

3 - a aplicação dos ganhos com o pré-sal, no

que tange à educação, deve se distribuir

igualmente em todos os níveis - desde o Infantil

- é ali que se forjam os talentos - temos

cometido o erro histórico de desvalorizar os

educadores desta faixa e subestimar as

verdadeiras "máquinas de aprender" que são

os pequenos - até o Superior;

4 - enquanto o "novo tempo" não chega, cabe

aproveitar da maneira mais inteligente possível

- e mais cautelosa - as oportunidades de

aprendizagem e ganhos financeiros que os

recursos naturais possam nos dar.

Lucio Fonseca

[email protected]

Participação de Marlene Carnevali

A independência do Brasil na questão do

petróleo ameaça soberanias dominantes. Essa

é a oportunidade que temos de mostrar ao

mundo que também temos riquezas naturais

suficientes para obter nossa “carta de alforria

econômica” e cérebros tão brilhantes quando o

poderio econômico do chamado "Primeiro

Mundo".

Se o Brasil não cresceu antes é porque não lhe

foi permitido. Sempre estivemos subservientes

como escravos de um imperialismo que, a meu

ver, sabia da nossa potencialidade e sempre fez

de tudo para nos submeter ao seu poder

econômico. Todo risco tem sua oportunidade:

vejam, por exemplo, o 11 de Setembro, que

permitiu que fosse exposta a fragilidade de

quem sempre se mostrou ao mundo, como

inatingível.

Vamos explorar sim o pré-sal e mostrar ao

mundo que não temos somente um território

extenso, mas um potencial gigantesco, porque

a natureza foi pródiga com o Brasil, além do

potencial humano capaz de assumir grandes

desafios com os melhores resultados.

Marlene Carnevali

[email protected]

Participação de Marlene Carnevali

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Porque em algumas circunstâncias uma coisa

pode e noutras não? Simplesmente porque os

interesses políticos sempre ditam as regras do

jogo. Se alguém já leu ou assistiu ao filme

"Ponto de Mutação" em que uma cientista, um

poeta e um político, no caso Al Gore, dialogam

sobre diversas questões e até mesmo o Brasil é

citado pelo seu desmatamento, pode perceber

que o Sr. Al Gore é duramente criticado pela

sua posição política. Para quem conhece o

mínimo da sua trajetória, que é muito similar a

da maioria dos políticos em qualquer lugar do

mundo, sabe do que estou falando: O poder

pelo poder e não pelo bem da nação como

deveria ser.

É indisfarçável a surpresa, quando esse mesmo

Sr. Al Gore virou o defensor do planeta! Assim?

Do nada? Aí é que está, dá visibilidade: eu

deixo de ser vilão numa era em que só se fala

de preservação ambiental e visto a máscara de

bonzinho. Enquanto os políticos tratarem as

questões ambientais como marketing pessoal e

como foco no ROI que isso traz, vamos

continuar esperando que o desastre ambiental

mexa no bolso, não importa que antes disso

tenha obrigado os pássaros a morrerem

lentamente por terem seus poros vedados pelo

óleo bruto, isso sem falar da fauna marinha.

Porque, quando ambientalistas procuram

alertar para o perigo, tem como resposta a

força bruta que as autoridades políticas

arbitrariamente impõem.

Quantas vidas humanas são desrespeitadas em

grandes construções, nas próprias plataformas

de petróleo, mas o lucro sempre em primeiro

lugar, é o que temos visto ao longo da história.

O extrativismo praticado pelos nossos

descobridores, e outros tantos que poderíamos

também chamar de “desastres naturais”.

Assim ocorre também, com a oportunidade de

trabalho às pessoas com deficiências. Precisou

de uma Lei para que as organizações

enxergassem que precisam de cérebro e não de

pernas, pois seus executivos perfeitos se

arrastam com suas cadeiras para falar com o

vizinho de mesa, mas não se podia contratar

um cadeirante, ou um deficiente visual. É assim

que as grandes organizações só aderem a

atitudes sociais e ambientais, por força de lei e

porque dá visibilidade no mercado, como a

"Organização politicamente correta" que

obedece a ISO 14.000, para ampliar seu

marketshare, mas não por consciência dos

benefícios que a humanidade pode receber,

somente com os números de seus resultados

financeiros.

Quanto à pergunta: E aí? vamos ficar olhando?

A exemplo dos ambientalistas que são

agredidos, muitos de nós, além de termos que

driblar a questão ambiental e o oxigênio que

estão nos tirando, temos que garantir o

sustento dos nossos filhos e para isso é preciso

preservar a nossa integridade física, que é

ameaçada nesses casos.

A questão é sim, muito complexa, pois quem

tem poder para fazer não faz e quem quer fazer

não detém o poder, é sempre o lado mais

fraco. Mas se pudermos fazer, ao menos no

nosso espaço e na nossa comunidade, já

estaremos dando a nossa contribuição. O que

não podemos é, além de olhar os desastres do

mundo, não fazer nada na parte onde temos

poder para isso.

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Página 16 de 50

Marlene Carnevali

[email protected]

Participação de Marlene Carnevali

Duas coisas ainda devem ser destacadas do

texto em discussão:

1º - Visão Sistêmica – um adepto da Quinta

Disciplina, de Paul Senge, poderá crer que,

quando todos os segmentos passarem a pensar

sistemicamente ao atuar localmente, imaginar

o todo, teremos mapeadas as consequências

que ações isoladas podem provocar no todo.

Quer no âmbito social, econômico ou qualquer

outro cenário. Aí sim, passaremos a tomar

ações conscientes com repercussão menos

desastrosas.

2º Com relação aos riscos da crise de 2008,

avaliando do ponto de gestão de riscos, está

claro que o setor financeiro nos Estados

Unidos, jogou no lixo os pilares do Basiléia II

que, voltado especificamente para o mercado

financeiro, abrange riscos de crédito, de fraude

e de mercado... Compare à cadeia da crise: uma

negligência na avaliação dos riscos de crédito,

provocaram uma crise de mercado

internacional. O que se deduz disso? Que a

negligência na maioria das vezes,

lamentavelmente, é consciente.

Marlene Carnevali

[email protected]

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Tema 2: Produtividade na Área Administrativa

Participação de Evilasio Cesar

Muito se fala sobre produtividade, mas quase

sempre direcionada a produtividade fabril.

Mas e a produtividade da área administrativa?

O quanto se perde em falhas e lentidão de

sistema, hardwares que falham

constantemente, funcionários acessando

constantemente a internet para assuntos

particulares, além de outros motivos como a

grande quantidade de "pausas para o café" e

"bate-papos" em relação ao futebol e outros

assuntos que não sejam o do trabalho.

Que visão podemos ter sobre o assunto?

Evilasio Cesar

[email protected]

Participação de Paulino Francischini

Produtividade em áreas administrativas é um

tema estudado recentemente, comparado com

os estudos na área de manufatura.

Dois destes programas são o Lean Office e Lean

Service, que utilizam várias ferramentas

aplicadas ao Lean Manufacturing, mas com

algumas adaptações. Há uma literatura

razoável sobre isso.

Quanto às perdas de tempo de funcionários, a

causa principal é que não são cobrados

adequadamente pelo resultado do seu

trabalho, ou seja, o resultado alcançado é

pequeno em relação ao tempo disponível dos

funcionários.

O meio mais fácil de resolver isso é colocar

metas maiores de trabalho realizado, medir o

resultado do trabalho e fazer ações corretivas

se as metas não forem alcançadas: é

exatamente a mesma coisa que acontece em

uma fábrica mas, como se trata de prestação

de serviços, deve-se fazer algumas adaptações

para a medição do resultado do serviço

realizado.

Paulino Francischini

[email protected]

Participação de Roland Scialom

A mesma questão pode ser observada por um

contexto mais amplo. Considerando:

1. que muitas atividades de produção

necessitam de atividades de administração,

2. e que, frequentemente, as atividades de

administração ao pretender se aperfeiçoar,

engessam as atividades-fim de produção,

O problema:

Alguém já definiu métricas que medem o

coupling5 entre as duas atividades acima?

Comentário:

5 Nota do Editor: o emprego do termo coupling, na Física,

na matemática e na ciência da computação, significa o e

estudo do grau de interação entre componentes distintos.

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Uma vida dedicada ao trabalho em empresas

estatais e no governo revela que as duas

atividades acima costumam estar bastante

divorciadas. Os que trabalham em atividades-

fim tem a impressão de que o pessoal da

administração trabalha contra eles. Em um

grande laboratório de P&D em

Telecomunicações, por exemplo, parecia que os

que trabalhavam em atividades-fim pareciam

estar a serviço dos que trabalhavam em

atividades de administração.6

Essa contradição existe e permanece em áreas

da administração pública porque a lógica da

produção nessas áreas permite.

Será que acontece o mesmo na iniciativa

privada?

Note que o uso do conceito de "produção" se

deu aqui de forma bem geral, como resultado

de um trabalho. Nesse enfoque geral, podemos

afirmar, por exemplo, que alguns sistemas de

produção podem levar um país à ruina.

Roland Scialom

[email protected]

Participação de Marcus Vinicius B. Soares

É necessário acrescentar duas observações à

discussão:

1 - em primeiro lugar, é necessário tomar muito

cuidado com as medições. Um exemplo desse

alerta: imaginem um ambiente de intensa

6 Nota do Editor: o relato feito pelo autor da mensagem é

biográfico.

criatividade na área administrativa - TI, por

exemplo, no qual as melhores ideias acontecem

justamente quando não se está diante do

computador, por exemplo, na hora do

cafezinho ou em casa tomando banho. Ora,

dependendo de como for feita a medição, a

criatividade vai ter hora certa para acontecer,

de 9 às 18, pois este é o horário do expediente,

fora a hora do cafezinho. Todas as outras ideias

serão "esquecidas", pois não serão ideias

valorizadas na medição.

É oportuno lembrar dos japoneses: 90% de

tempo em planejamento e 10% de tempo em

implementação.

2 - em segundo lugar, uma provocação: qual a

diferença fundamental - se é que existe - da

área administrativa para as outras áreas da

firma ?

Marcus Vinicius B. Soares

[email protected]

Participação de Ricardo Yoshikawa

É verdade, realmente precisa de administração,

ou melhor, para qualquer campo de atuação

empresarial, a administração como suporte, faz

com que o empreendimento tenha resultados

esperados. Já uma discussão no contexto mais

amplo, fica um pouco mais complexo, pois a

tendência sempre é de valorizar mais as

atividades-fim. Nesse sentido, percebe-se a

importância de determinados campos

profissionais: para a indústria, dá-se mais valor

aos engenheiros mecânicos; para as instituições

financeiras, valoriza-se mais os economistas;

para área de contabilidade, aos contadores;

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estabelecimentos de saúde, aos médicos; e

assim por diante. A atividade de Administração

é colocada apenas como atividade-meio, sem

as láureas quando a organização atinge metas...

e elege-se como grande administrador, o

empreendedor que nem sempre tem formação

administrativa, até parecendo que qualquer

dono do negócio pode ser considerando grande

administrador.

E quando se fala mesmo em Administração, o

campo de atuação se resume em execução de

serviços burocráticos, ou seja, processamento

de regras de poder ou não poder prosseguir no

fluxo de decisões, cujas ações descritas em

normas e procedimentos.

Quando a empresa vai bem, costuma-se

aumentar o quadro do pessoal administrativo

para controlar, fazer registros e elaborar

relatórios, muitas vezes, em excesso, a ponto

de justificar seu nome - burocracia.

Quando a empresa vai mal, costuma-se reduzir

primeiro o pessoal do quadro administrativo,

pois ele representa custo fixo.

Por outro lado, existem também organizações

que consideram a administração como fator de

sucesso nos negócios, encarando-a como

gestão, com visão sistêmica sobre o

funcionamento, qualquer que seja o campo de

atuação da empresa. De um lado, coloca a

administração como função de planejamento,

organização, coordenação, controle e relato e

do outro, como forma de liderança, através da

gestão de pessoas, recursos e logística, fazendo

com que os fatores produtivos alcancem

objetivos.

Enxergar a questão é crer que a produtividade

da área administrativa deve ser percebida pela

rentabilidade ou produtividade do negócio da

empresa.

Criar métricas traz o risco de se burocratizar a

administração.

Ricardo Yoshikawa

[email protected]

Participação de Roland Scialom

Para a compreensão da proposta de medição

do coupling, talvez seja necessário tratar de um

caso concreto: considere um laboratório

federal onde eram desenvolvidos protótipos de

tecnologias nova, na confecção dos quais

entravam componentes eletrônicos que

precisavam ser importados.

A administração era tão ineficiente e demorada

para importar esses componentes, que se

perdia constantemente o momento de estar

em fase com a dinâmica do ramo de atuação e

as chances de aparecer e progredir

profissionalmente eram muito escassas.

Então, neste caso reportado, como medir este

coupling para fazer saber à turma da burocracia

que, tratando-se da ajuda que eles prestaram

prestado e numa escala de 1 a 10 a nota deles

se situava entre zero e 2?

Porque falar em métrica?

Recordemos a história do caboclo que

responde "logo ali seu moço"... à pergunta

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"moço, onde fica tal lugar?". Aí você anda horas

e não chega no "logo ali".

Então, não basta dizer para alguém que "você

está nos prejudicando..." seria interessante por

um valor nisso.

Não se trata de burocratizar, mas de impor

limites aos "cretinos da objetividade" - como

diria Nelson Rodrigues, que pensam que seus

procedimentos burocráticos são perfeitos, pois

dificilmente conseguiriam entender que a

logica da produção que difere em muito da

deles.

Roland Scialom

[email protected]

Participação de Marlene Carnevali

Quando se deixar de ver a Administração como

burocracia e esta atuar com foco na gestão e na

governança, o cenário será outro. Seria mais

adequado que todas as formações técnicas

fossem complementadas com a formação

administrativa porque os engenheiros, e outras

profissões técnicas, um dia vão gerenciar

pessoas, atividades e projetos... e só com

formação técnica não se faz uma boa gestão,

não há governança.

Marlene Carnevali

[email protected]

Participação de Ricardo Yoshikawa

Certamente, a adoção de uma ou de outra

perspectiva, quanto à necessidade de se

determinar métricas para a área administrativa,

pode resultar em equívoco. As métricas que são

criadas na administração sempre foram as de

atribuição de notas numa escala de, por

exemplo, 1 a 10, notas essas dadas por alguns

avaliadores. Acontece que, cada avaliador dá

notas de forma subjetiva, por mais que

queiram ser objetivos, pois a percepção de um

nem sempre é a percepção do outro. Ou seja,

as métricas que existentes na avaliação da

administração não são de natureza de ciências

exatas. Por isso mesmo, talvez a melhor forma

de "medir" a "produtividade" da administração

seja medir os resultados operacionais de

grandeza exata, como produção, vendas, metas

atingidas, etc.

Pode-se viver toda uma vida profissional

utilizando métricas na administração, mas o

resultado se mostra como a melhor métrica,

pois sem uma "administração produtiva" não se

consegue obter resultados operacionais

esperados.

Administrar é uma atividade cuja abrangência

não tem limites, adquirindo significado de

acordo com a situação, assumindo conceitos

como planejar, organizar, coordenar, liderar,

supervisionar, comandar, dirigir, controlar,

conciliar, enfim, uma atividade que requer

visão sistêmica não somente no campo

funcional como também no campo

comportamental, pois suas ações são

percebidas por gestão de pessoas, gestão de

recursos, gestão de finanças, gestão de

logística, gestão de vendas etc.

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É necessário respeitar, no entanto, as posições

divergentes, porque quando o avaliador adota

parâmetros justos e precisos no julgamento da

questão, com certeza, essas métricas tem

credibilidade.

Ricardo Yoshikawa

[email protected]

Participação de Jose Costa

Há de fato pessoas que não produzem, mas isso

é em todo o mundo.

No entanto, ocorre que quem não está nessa

situação coloca muitas metas que por vezes

atrofiam os próprios serviços.

Quem chefia deve saber quem trabalha ou

quem esta mandando emails daqueles que só

enchem as caixas dos amigos.

Mesmo aqueles que desenvolvem atividades na

rua também desempenham atividades de

escritório, quando é possível observar quem

trabalha e quem só passa o tempo. Não

devemos ter metas, mas meios para

fiscalização e então veremos a produtividade

aumentar, pois os que andam sem fazer nada

tem de apresentar a justificação do que estão

fazendo.

Jose Costa

[email protected]

Participação de Denis Alcides Rezende

Para estabelecer PRODUTIVIDADE em qualquer

área ou tema, uma sugestão que naturalmente

surge é fazer uma preparação para essa

questão e tratar como um projeto.

Dessa forma, projeto exigirá a elaboração

(parcial ou integral) de uma FASE 0 -

Organização, divulgação e Capacitação do

Projeto contendo:

0.1. Entender o negócio ou atividade e

produtos ou serviços do cliente;

0.2. Conhecer o local de elaboração e de

execução do projeto;

0.3. Adotar o conceito do projeto;

0.4. Definir o objetivo do projeto;

0.5. Definir a metodologia do projeto;

0.6. Definir a equipe multidisciplinar ou comitê

do projeto;

0.7. Divulgar o projeto;

0.8. Capacitar os envolvidos no projeto;

0.9. Definir os instrumentos (modelo e método

e técnicas) de gestão do projeto;

0.10. Elaborar o plano de trabalho do projeto [e

orçamento].

Fonte: REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline

França. Tecnologia da informação aplicada a

sistemas de informação empresariais: o papel

estratégico da informação e dos sistemas de

informação nas empresas. 7 ed. São Paulo:

Atlas, 2010.

Denis Alcides Rezende

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[email protected]

Participação do Moderador

Uma referência útil para a discussão é o ciclo

PDCA – Plan, Do, Check, Act, que tem por

princípio tornar mais claros e ágeis os

processos envolvidos na execução da Gestão.

Um pequeno resumo pode ser encontrado

nesse link:

http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/ad

ministrador/info/arquivos/info80/80.html

Moderador

[email protected]

Participação de Paulino Graciano Francischini

O desenvolvimento da discussão pode ainda

suscitar uma outra linha de pensamento:

a) Áreas administrativas precisam ter metas e

serem medidas para verificar se estão atingindo

as metas

b) Se isso não for feito, o número de

funcionários e controles se multiplica sem uma

justificativa adequada. As justificativas são

sempre qualitativas do tipo "o serviço

aumentou muito e estou precisando de mais

funcionários"

c) Quando acontece algum problema na área

administrativa, surge um controle novo e um

novo funcionário para fazer o controle. A

atitude correta é saber a causa do problema e

eliminar a causa para que o problema não volte

a ocorrer. Tom Peters já argumentava há alguns

anos: "os controles são cicatrizes de problemas

ocorridos no passado"

Paulino Graciano Francischini

[email protected]

Participação de Ricardo Yoshikawa

Destaque-se aqui um elemento central nesse

ponto da discussão: buscar a causa.

Na prática administrativa, a busca da causa, via

de regra, cria procedimentos, pois tudo deve

ser escrito - esse é o problema. Tudo o que se

escreve vira registro e posteriormente,

procedimentos e quando se valoriza mais os

procedimentos escritos, o foco do trabalho é

desviado para "criar" procedimentos, ou seja,

cria-se a administração burocrática. Vejamos

agora, alguém que tem iniciativa, organizado e

tem capacidade de análise e síntese

conduzindo uma atividade: ele consegue atingir

objetivos e metas com pouquíssima burocracia,

ou seja, faz anotações suficientes para registrar

dados básicos, apontamentos sobre detalhes

para não se esquecer e toda forma de controle

e acompanhamento faz dentro da sua estrutura

mental, dispensando escritas desnecessárias.

Eis que, a partir de um determinado momento,

passou-se a exigir controle, controle sobre

controle, medidas e registros para fins de

fiscalização, processamento de dados para

tomada de decisão etc. fazendo com que a

papelada assumisse maior importância na vida

do dia-a-dia.

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Para as áreas administrativas, como atividades-

fim, as organizações raramente estabelecem

metas, e mesmo quando faz nesse sentido, tem

dificuldade de medir os resultados, até porque

muitos parâmetros são de natureza qualitativa,

portanto, de avaliação subjetiva. Em uma dada

empresa, havia uma área de

"desburocratização" que media a eficácia da

área administrativa, comparando resultados do

negócio com a morosidade das tomadas de

decisão, levantando dados como: quantidade

de cópias, volume de compras de papéis e

formulários, peso do saco de lixo de papéis

picados, quantidade de vistos e rubricas no

documento, enfim, a área controlava também a

quantidade do pessoal envolvido no fluxo de

informações. A área foi extinta, após verificar

que ela mesma era muito burocrática.7

Retornamos aqui a um problema já

identificado: “quem” e “como” vai medir?

Ricardo Yoshikawa

[email protected]

Participação de Robson Paniago

Outra maneira interessante de medir a

produtividade é realizando Benchmarking, pois

aprendemos com outros e aplicamos no nosso

próprio negócio as técnicas que funcionam.

Robson Paniago

[email protected]

7 Nota do Editor: o relato feito pelo autor da mensagem é

biográfico.

Participação de Darcio Calligaris

Deve existir um manual de procedimentos a ser

seguido, se não é seguido, dispense-se o

funcionário da companhia.

Darcio Calligaris

[email protected]

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Tema 3: Subvenção Econômica à Inovação.

Participação de Paulo de Resende

O tema da subvenção econômica à inovação é

rico para debates, de forma que merece as

contribuições e debates dessa rede de

especialistas:

A Subvenção Econômica à Inovação é um

instrumento recente no Brasil, que teve sua

primeira seleção pública realizada pela FINEP em

2006. De lá para cá, o instrumento recebeu

contribuições para o aprimoramento,

originados do meio empresarial, dos órgãos

públicos participantes do processo, dos órgãos

fiscalizadores e da sociedade.

Em 2010, realiza-se a quinta seleção pública,

com R$500 milhões oferecidos para o apoio a

projetos em seis áreas temáticas definidas por

um comitê transministerial.

Certamente, os impactos dessa ação serão

sentidos no médio prazo mas, mesmo assim,

pergunta-se:

1) considerando a subvenção econômica à

inovação como um instrumento governamental

para a alavancagem de setores estratégicos,

como poderíamos tornar o seu uso ainda mais

eficaz?

Paulo de Resende

[email protected]

8 Nota do Editor: essa mensagem é cronologicamente

posterior à mensagem seguinte. No entanto, a reordenação

se deu com o objetivo de dar mais sentido à discussão em

andamento.

Participação de Darcio Calligaris

Este tema é muito importante e deve ser

colocado em discussão.

As considerações a seguir são fruto de uma

experiência de mais de 30 anos em indústria

farmacêutica, nos quais houve a oportunidade

de se manter contato com empresas

internacionais desenvolvidas e outras em

desenvolvimento como a China e Índia.

Na Índia, foram visitadas indústrias fabricantes

de máquinas e equipamentos além de outros

produtos, sendo assim há aqui o resultado de

experiência nas inovações no Brasil e em outros

países.

Que as manifestações sejam entendidas como

uma crítica construtiva, pois o empresário

brasileiro salvo algumas exceções investe em

inovações.

Quanto as Universidades e Centros de Pesquisa

não se vê inovação, mesmo lá havendo

professores e pós-graduados muito

competentes, aliás dizem que estão lá para

fazer pesquisa mas muitas pesquisas não tem

serventia alguma para o Brasil e outras nunca

dão certo. Continua assim e continuará se não

se der um basta.

Quanto à FINEP, que tanto merece respeito pelo

seu grande interesse que tem em colaborar

com o desenvolvimento do Brasil, arriscam-se

algumas recomendações, principalmente em

benefício do Brasil e da juventude que está

carente de entrar no ramo da pesquisa e

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inovação, sem oportunidade para demonstrar

seu potencial:

1) Deve ser um centro, com uma equipe

multidisciplinar capaz de analisar criticamente

os projetos apresentados, sem simpatias ou

interferências superiores, normais em um

sistema que oferece benefícios para muitos que

os desejam e infelizmente não há para todos;

2) Que a FINEP possua uma relação das

necessidades básicas para o Brasil no campo

que ele é totalmente dependente da

importação, ou onde são gastos muitos

dividendo dos cofres públicos para adquirir

estes bens;

3) Que a FINEP tenha em seu corpo de

funcionários profissionais competentes para

gerenciamento e controle de projetos, data de

início e término e cronograma para cada etapa,

e cobrar com penalidades. Deve ainda ter um

corpo técnico altamente especializado para

analisar a viabilidade do projeto, retorno de

investimento e preço frente ao mercado

internacional, e o lucro que deverá ser

alcançado com a colocação do produto no

mercado, seu valor agregado, e possibilidades

de fornecer para o mercado nacional e

internacional;

4) Que a FINEP vise lucro que será investido em

novos projetos e contratação de pesquisadores

e jovens recém formados com grande

potencial, mas que não estão sendo

aproveitados.

5) Que a FINEP, anualmente apresente a relação

para a sociedade brasileira: Quem recebeu

verba, Quanto de Verba, Qual o Projeto, Que

vantagem trará ao pais em termos de lucro,

baseado em planejamento preestabelecido,

data de término, cronograma, atual situação e

previsão de evolução;

6) Possuir auditores para auditar as empresas

que estão executando o projeto, assim como

analisar o projeto pronto e colocado em prática

em produção piloto com previsão de custo

industrial, analisar o porque do projeto não

estar acompanhando o cronograma e se

ocorreu alguma falha de elaboração, proposital

ou não, penalizando com multas e

descredenciamentos, quando houver motivo;

7) Finalmente a FINEP tem que ter uma

mentalidade empreendedora como se tem na

China e Índia, onde são fabricados

equipamentos idênticos aos mais modernos

fabricados por países desenvolvidos, que

apresentam além do mais inovações e o preço

é muito inferior ao do concorrente. Porque

estes países conseguem e o Brasil não ?

Se os empresários, universidades, centros de

pesquisa não forem pressionados, não haverá

evolução e inovação, pois estão acostumados a

receber dinheiro do governo e não utilizá-lo

com seriedade, pensando na inovação.

Somos totalmente dependentes de tecnologia

e alguém tem que dar um basta, e este alguém

e o grande pai ou a grande mãe chamada

Governo Brasileiro, onde todos querem mamar.

A Farmacopeia Brasileira já vai fazer 4 anos que

está para ser editada, e acreditem cerca de 80%

é copia de outros países – aliás, tradução, e

porque não se traduz direto, e se faz rápido, os

que utilizam a mesma estão com muita

dificuldade por não ser atualizada. Então se

utilizam da Farmacopeia Americana ou

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Europeia e assim por diante em todos os ramos

de atividade.

É necessário salientar que é apenas uma

recomendação, não há o desejo de se condenar

a conduta de ninguém, nem de causar

melindres, simplesmente ajudar para não

sermos mais dependentes e também que o

governo não tenha sempre que bancar projetos

sem utilidade e praticidade para o povo

brasileiro, mas sim que a FINEP se torne um

modelo de empresa empreendedora e criadora

de empregos.

Darcio Calligaris

[email protected]

Participação de Anderson Gomes

A inovação não é apenas criação de novidades,

mas a capacidade de melhorar em qualidade e

preço tecnologias disponíveis e mesmo

subutilizadas pela falta de "conexão" com o

mundo real.

Em 86 ocorria a pesquisa do RDSI que hoje é o

acesso banda larga que temos. Na época, havia

um sentimento de falta de visão de como e

quando a tecnologia seria utilizada.

O importante é que cada inovação, que seja

uma melhoria ou criação, seja planejada para a

long tail9, o usuário final, todos os projetos

9 Nota do Editor: Com base na WIKIPEDIA, é um termo

utilizado na Estatística para identificar distribuições de

dados da curva de Pareto, onde o volume de dados é

classificado de forma decrescente. No mercado do

consumo de bens, é vulgar encontrar curvas deste tipo para

ilustrar a procura dos consumidores. Tipicamente, procura

deveriam conter a passagem da pesquisa para

o consumo, isto é, pesquisa -> empresas ->

concorrência. Por exemplo, pesquisa subsidiada

para software de segurança -> mercado de

empresas de vigilância -> governo (polícias) e

empresas - bancos etc.

Anderson Gomes

[email protected]

Participação de Sidnei Feliciano

Vejamos:

O governo, que também é composto por um

monte de cientistas, reconhece com estas

subvenções a importância da inovação como

um modo de desenvolvimento social e

independência política e econômica. Não é só

com pesquisa de ponta que se estabelece uma

inovação, mas a pesquisa permite garantir que

a inovação irá satisfazer a determinadas

necessidades.

O desenvolvimento científico, por si só, não

pode focar apenas na perspectiva utilitarista de

suas ações, ainda mais que, para se conseguir

algum resultado científico, existe uma

quantidade razoável de testes a serem

consolidados antes que se possa estabelecer

uma hipótese.

elevada para um conjunto pequeno de produtos e procura

muito reduzida para um conjunto elevado de produtos. Na

Economia Tradicional, os custos fixos de manutenção de

estoques e catálogos permitem calcular um valor para a

procura que define a fronteira entre o lucro e o prejuízo.

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Manter a ciência utilitarista apenas focar nos

problemas que estão à nossa frente impede

que outras alternativas que estão à nossa volta

sejam exploradas. E, aliás, são nestas

alternativas que tem maior potencial de serem

realmente inovadoras. O que ocorre é que,

para explorá-las, testá-las, demandam-se

recursos razoáveis - tempo, dinheiro,

laboratórios, infraestrutura - e o mais

importante: de pesquisadores capacitados.

Nem toda pesquisa conclui com resultados

promissores. Mesmo estas podem abrir novas

linhas promissoras de pesquisa que consumirão

mais recursos.

Como a pesquisa é um risco - mesmo que o

projeto de pesquisa esteja bem montado, a

iniciativa privada opta por: ou não participa, ou

quer ser a dona dos resultados encontrados.

Para permitir que a Nação “Brasil” possa ter

alguma independência, o governo subsidia uma

parte destes projetos entregando recursos

financeiros às melhores propostas de pesquisa.

A pergunta, "como poderíamos tornar o seu

uso ainda mais eficaz?", para mim ainda

permanece "uma faca de dois legumes". O que

seria o "eficaz"? Tornar eficaz a subvenção

econômica poderia significar inibir a pesquisa

por caminhos que poderiam trazer uma

Sidnei Feliciano

[email protected]

Participação de Ricardo Yoshikawa

Sim, a subvenção é muito interessante, até

mesmo para os empreendedores que veem na

pesquisa somente uma nova fonte de

investimentos. Sempre foi assim e sempre será,

mas com um agravante: hoje em primeiro

lugar, preocupamos muito com o problema de

sustentabilidade; em segundo lugar, com a

viabilidade econômica no que diz respeito à

iniciativa de risco - mas que no fundo seja

altamente lucrativa; em terceiro lugar, a

questão de custo-benefício que, via de regra,

custo representando para a maioria mais pobre

da sociedade e benefício para a minoria

privilegiada e finalmente, dependência maior à

tecnologia - diga-se, comodidade, e

estimulando cada vez mais o ser humano ao

marasmo. Cabe ao governo atuar

coerentemente no sentido de manter perfeito

equilíbrio, equacionando adequadamente seus

recursos em prol da sociedade mais igualitária

e justa através do financiamento as pesquisas

analisando os reais benefícios para a sociedade

como um todo e não como atualmente ocorre

favorecendo certos segmentos do poder

político ou econômico. Outro fato se refere a

dependência, ou seja, quanto mais tecnologia,

mais dependente nos tornamos, por exemplo,

falta de energia, as transações bancária ficam

interrompidas, as aulas nas escolas são

suspensas.

Depois dessa reflexão, aí sim, podemos

perguntar sobre a eficácia da pesquisa.

Ricardo Yoshikawa

[email protected]

Participação de Darcio Calligaris

Creio que está em nossas mãos provocar

mudanças construtivas em benefício da

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população e todo o sistema, nacional e

mundial.

Nós brasileiros temos que mostrar na prática

que o Brasil pode ser competitivo, e com a

união de nossas experiências e reflexões

podemos evoluir muito.

Devemos parar de ser crianças mimadas que

pedem dinheiro gastam e não dão retorno, e

este egocentrismo e orgulho que existe na

mente de dirigentes e professores

universitários que ainda nada produziram que

desse grande retorno ao pais, além de muito

papel e artigos publicados com pouca

continuidade e destaque.

Temos por obrigação como cidadãos brasileiros

colaborar com o governo para tornar o Brasil

um pais empreendedor, aliás não é só a

Petrobrás capaz de atrair investimentos do

exterior.

Darcio Calligaris

[email protected]

Participação de Jack M. Sickermann

As manifestações acima tem razão nos

argumentos, inclusive aquela que trata do

egocentrismo, que aliás não é caraterística

especial do brasileiro, mas uma praga mundial.

A subvenção econômica ou outras tantas boas

ideias precisam para vingar menos de regras,

leis, finanças etc. do que de uma mudança de

atitude: muitas vezes tentamos com muito

esforço abrir o novelo de problemas, cuidando

de cada nó separadamente, e os aspectos

conflitantes são tantos que no final todos ficam

meio tontos. Na fase atual estamos fazendo o

que o Einstein caracterizou assim: “Fazer mais

do mesmo esperando resultados diferentes”, o

que obviamente é impossível. A crise financeira

mundial que o diga.

Melhor aprendermos com o Alexandre, o

Grande, que - diante do nó górdio - não

procurou por onde começar para fazer tantos

nós, mas pegou a espada e o cortou ao meio.

No emaranhado dos problemas, precisamos

identificar o “centrão”, o problema cuja solução

vai permitir que os demais problemas sejam

resolvidos depois com mais facilidade.

Encontrar este “centrão” - pode chamar-se

também “ponto central de estrangulamento -

não é coisa simplória, mas também não de

outro mundo. Neste grupo com tanta gente

gabaritada me parece uma tarefa tentadora.

Uma tentativa, em forma de pergunta: “O que

o Brasil faz de melhor” - i. e. melhor do que

qualquer outro país - e qual é seu grupo-alvo

que irá precisar e apreciar mais estes

produtos/serviços?

Se conseguirmos definir isto com clareza,

muitas peças hoje conflitantes vão cair no seu

devido lugar. Exemplo: se for considerado que

o Brasil tem seu melhor potencial nos produtos

e serviços ecológicos e orgânicos, toda a cadeia

de produção e distribuição começará a alinhar-

se com este propósito, derrubar matas será

visto como contra produtivo etc. E a subvenção

econômica seria dirigida a estas finalidades.

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Jack M. Sickermann

[email protected]

Participação de Aurea Eleuterio Pascalicchio

O brasileiro tem uma característica muito boa

que é a criatividade e a geração de resultados

com pouco dinheiro mas, claro, em ambientes

propícios. O improviso e a falta de continuidade

são nosso calcanhar de Aquiles. A fragilidade de

nossas instituições associada a este cenário

acaba arrefecendo os melhores ânimos.

Precisamos de politicas e planejamento

estratégico de longo prazo como as que

identificamos nos países centrais. Não há

problema em se importar esta ideia, que é

universal. Eles apenas realizam.

Somos um pais rico em patrimônio genético e

conhecimento. Precisa juntar com varias

experiências exitosas em desenvolvimento

sustentável Esta é a mudança de atitude que o

mundo precisa, quer e temos condições de

mostrar. Mas faremos?

Aurea Eleuterio Pascalicchio

[email protected]

Participação de Rosângela Lopes Lima

Realmente, é preciso descobrir "O que o Brasil

faz de melhor". O que nos falta é coragem para

percebermos que podemos fazer melhor

muitas coisas. O brasileiro tem criatividade -

leia-se “matéria prima para a inovação” - de

sobra e conhecimento também, o que temos

de sobra também é um sentimento de

inferioridade que nos faz imitar e reproduzir o

que já existe - uma prática também levada a

sério pela maioria dos cientistas que só

escrevem por cartilhas de uma ciência que faz

com que o conhecimento científico e, por

consequência, todos os fomentos, tenham

dono e sejam limitados a umas poucas cabeças

coroadas. Se pudermos e tivermos tempo e

espaço para refletir e discutir sobre as nossas

práticas e os nossos saberes - de preferência

que sejam reflexões voltadas para o bem

comum e no sentido da sustentabilidade, seja

na academia ou na empresa, provavelmente

poderemos ter a inovação que se espera.

Rosângela Lopes Lima

[email protected]

Participação do Moderador

A pedido, envio novamente o assunto que já

tem gerado interessante debate. A rede está

com duas frentes e comporta: o tema abaixo e

o tema sobre Subvenção Econômica à

Inovação.

"... Segue a tradução de algumas linhas ( bem

breve para manter o objetivo das mensagens

para a rede), do artigo publicado pelo Centro

de Pesquisa sobre Globalização, escrito por F.

William Engdahl : “Gulf Oil Spill "Could Go on

for Years and Years" que se encontra nesse link

http://www.globalresearch.ca/index.php?conte

xt=va&aid=19660 .

Interessados em toda a discussão, vejam no link

acima.

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Espera-se que a rede gesiti possa se interessar

pelo assunto e, quem sabe, propor inovação?

Esse vazamento de óleo no golfo poderá afetar,

no médio prazo, a todos.

“... sem dúvida esta é a maior catástrofe na

história com enorme consequência

ecológica/ambiental. O óleo poderá

esparramar por toda a costa atlântica podendo,

inclusive, alterar as corrente marítimas do golfo

(não está no texto: Corrente do Golfo, corrente

de água no Oceano Atlântico que corre do

México para a Europa e influencia o clima nos

países que estão no seu caminho).

Temos no momento um ensurdecido silêncio

das organizações que protegem o meio

ambiente tais como Greenpeace, Nature

Conservancy, Sierra Club etc. Algumas dessas

organizações líderes tem recebido pagamento a

fim de que empresa de petróleo fique com a

imagem transformada para aquela que não

prejudica o meio ambiente (environment-

friendly face)... O artigo menciona que algo em

torno de $10 million foi recebido pelo mais

poderoso grupo de preservação do meio

ambiente, a “Nature Conservancy”. O

“Conservation International”, um outro grupo

ambiental, aceitou $2 milhões...

Finalizo copiando o original (embora o negrito

não esteja no original): “Environmental non-

profit groups that have accepted donations

from or joined in projects with BP include

Nature Conservancy, Conservation

International, Environmental Defense Fund,

Sierra Club and Audubon. That could explain

why the political outcry to date for decisive

action in the Gulf has been so muted ?”.

Pensen nisso e, se possamos, a partir dessa

catástrofe, fazer ou provocar algo de melhor

para que no final todos e, em particular o nosso

Brasil, possa ser o destaque desse milênio,

vamos em frente, procurando propor inovações

em momento de pressão...

Moderador

[email protected]

Participação de Jack M. Sickermann

A atuação profissional e a realização de

atividades voluntárias no Brasil permite

inferirmos que quando as coisas são de um

jeito, NÃO é burrice, subdesenvolvimento, falta

de educação, inferioridade etc., mas SIM porque

alguém se beneficia da situação tal qual ela é. O

melhor antídoto já encontrado é proporcionar

às pessoas experiências que lhes mostrem que

“podem sim”. Melhor parar por enquanto, isto

merece um papo mais longo.

Agora, longe de ser um problema brasileiro, a

disputa por verbas faz em todo o mundo que

sejam escritos projetos para angariar verbas,

nem sempre com muito nexo com a realidade

que pretendem supostamente mudar.

Sim, a tendência é as verbas para projetos

pararem em quem já fez nome, e melhor ainda

se for para reinventar a roda. Por essa razão, é

natural deduzir que, se a estratégia for correta,

isto não poupa ninguém de ser no início até

ridiculizado, mas isto passa e as verbas

aparecem.

E não se esqueçam - mesmo que não seja

agradável admitir - a consciência é irmã gêmea

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da carteira. Mas o que importa é que o sujeito

faça a coisa certa.

E é neste sentido que podemos ver o papel do

GESITI - encontrar meios para dizer: “É esperto

ser sustentável”.

Jack M. Sickermann

[email protected]

Participação de Paulo de Resende10

Ainda em relação ao tema "silêncio das

organizações ecológicas", convém colocar em

pauta um aspecto polêmico: uma das questões

veiculadas na imprensa por ocasião de toda

essa questão foi o risco de falência da BP em

decorrência de um prejuízo de cerca de US$17

bilhões somente no segundo trimestre do ano –

talvez ainda sem contabilizar os prejuízos à

imagem corporativa. Teria sido esse silêncio

orquestrado por outros agentes envolvidos, tais

como governos nacionais? Não custa lembrar

que a solução da questão foi discutida entre

Obama (USA) e Cameron (UK) num clima ameno

- sinceramente, o derramamento de milhões e

milhões de litros de óleo na costa de um país

poderia ser interpretado, inclusive, como "ato

terrorista", e é surpreendente que o

tratamento da questão tenha sido tão plácido.

Não se pretende dar o tom de uma "teoria da

conspiração", mas certamente o silenciamento

de ONG´s e afins se deve à articulação de

elementos em uma instância superior. Em

10

Nota do Editor: essa participação diz respeito ao tema

anterior de discussão.

tempo: desde junho, também se discute a

constituição de um fundo, por parte a BP, de

US$20 bilhões, para cobrir os prejuízos

causados pelo derramamento de óleo no Golfo

do México - recursos que não estão abrangidos

pela conta de US$17 bilhões de prejuízo. Se

esse valor se traduzirá em investimentos e

campanhas a serem implementadas em

território americano, conseguimos entender

por que razão as vozes de contestação podem

estar sendo mantidas "em baixo e bom tom".

Há um monumental fluxo financeiro sendo

arquitetado e o excesso de visão negativa

poderia abalar essa perspectiva.

Paulo de Resende

[email protected]

Participação de Paulo de Resende

Convém recapitular algumas das considerações

já tecidas, a fim de embasar outra contribuição

para o debate.

A questão da subvenção econômica surgiu

como tema relevante após o anúncio de

seleção pública, com recursos totais de R$500

milhões, para o apoio a projetos abrangidos por

áreas temáticas consideradas estratégicas.

Uma primeira manifestação apresentou uma

série de proposições sobre como o instrumento

e a agência executiva responsável (FINEP)

poderia obter resultados melhores, numa visão

abrangendo políticas públicas, o contexto das

instituições de pesquisa, capacitação dos

analistas participantes da seleção dos projetos

e um caso de referência sobre práticas a serem

evitadas.

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O ponto seguinte da discussão foi específico em

relação ao conceito de inovação e de sua

conexão com o "mundo real", pois deve ser

mantida como foco a disponibilização da

criação/melhoria para o seu usuário final.

Esse foco requer, entre outros elementos, uma

mudança também na comunidade científica e

nos empresários, em relação à mentalidade por

vezes percebida, uma mentalidade distante da

inovação se pretende alcançar. Nesse sentido,

destacou-se que o instrumento, para o seu

aperfeiçoamento, precisa menos de regras e

mais de uma mudança de atitude, pois o que se

deve ter em mente é que a subvenção pode

servir para a solução dos problemas nacionais.

Discutiu-se também a questão da criatividade,

competência que contribui para a inovação e

que é tão presente no povo brasileiro, talvez

em resposta à desordem institucional. E,

embora possa haver uma tendência de que os

recursos financeiros sejam destinados a quem

já tem competência histórica comprovada,

mesmo que pretenda "reinventar a roda", isso

não é um impeditivo à seleção de projetos

inovadores apresentados por empresas

inovadoras que podem até ser ridicularizados -

hostilizados? - num primeiro momento, mas

isso passa.

Foi então destacada a questão "o que o Brasil

faz de melhor?", uma boa diretriz para a

promoção do desenvolvimento científico,

tecnológico e da inovação considerando as

nossas práticas e saberes para o bem comum.

Em relação a isso, foram destacados o

patrimônio genético e o conhecimento - ambos

riquíssimos, contrapostos ao improviso, à falta

de continuidade e à burocracia – termo

interpretado no seu sentido pejorativo.

Feita essa revisão, vamos podemos distinguir

três elementos relevantes para o

enriquecimento à discussão:

I - O Instrumento: até o momento, não houve

críticas com foco específico ao instrumento,

que já evoluiu à custa de participações e

intervenções de todos os atores envolvidos. Se,

por um lado, podemos admitir que, mesmo

pouco discutido, esse ainda tem necessidade

de aprimoramentos, ao menos o rumo da

discussão dá indícios de que há elementos

relevantes que são externos ao instrumento.

Numa abordagem crítica e provocativa, talvez

deva haver "menos regras e menos leis", e tal

afirmativa certamente gera polêmica porque,

ao menos até agora, muito se discutiu no

sentido de criar regulamentos, aumentar o

padrão de qualidade das análises, melhorar a

distribuição dos recursos, ações essas que são

apontadas como "dedos indicadores", todas na

direção do MCT e da FINEP - como se ali residisse

todo o problema e dali devesse sair uma série

de novas normas para prover uma solução para

cada questão. Sugerir que menos regras - com

mais qualidade - possam dar melhor resultado

é, no mínimo, uma posição de vanguarda;

II - A Cultura Acadêmica e Empresarial: é claro,

a proposição de haver menos leis depende,

como já foi colocado, de uma mudança de

atitude dos meios acadêmico e empresarial.

Estamos falando de cultura, de instituição. Se,

por um lado, "inovação" é um tema recente

nesses universos, por outro não faltam

referenciais teóricos antigos - Schumpeter

falava da inovação como motor para o

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Página 33 de 50

desenvolvimento econômico há oitenta anos

atrás, e depois deles outros tantos se seguiram

- e nem casos de sucesso - estamos cansados

de ouvir falar da 3M, Google, Whirlpool etc.

etc. etc. Já foi sugerido que o que falta é a

quebra de determinados paradigmas, como o

de um Estado provedor e de uma ciência "pura"

que não tem necessidade de aplicação em

problemas específicos, e creio que tal

argumento tenha pertinência. Mas o problema

concreto passa a ser: quem vai comunicar a

esses universos a necessidade de uma mudança

de atitude? O MCT tem ações dessa natureza, a

FINEP tem outras de forma autônoma, a

discussão já conta com a adesão de diversos

Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT´s), da CNI -

vide o Movimento Empresarial pela Inovação,

do SEBRAE, da ANPEI... Mas, em muitos casos,

caímos no erro de considerar a inovação como

uma coisa, radical, episódica, quase "folclórica",

desde a concepção do sistema de buffet a quilo

- inovação brasileira - até o desenvolvimento de

lentes para aplicação aeroespacial - há boas

empresas no estado de São Paulo que atuam

nesse segmento com razoável sucesso. O fato é

que parece haver uma "lei do menor esforço",

que leva a uma tendência de copiar o mais

simples e tratar como inalcançável aquilo que

pressupõe muito esforço e investimento;

III - A Inovação: a fim de demolir os folclorismos

e estabelecer um novo entendimento para a a

internalização responsável do tema INOVAÇÃO,

convém talvez adotar um movimento "back to

basics", conceituando novamente inovação a

partir dos elementos que possibilitam o seu

reconhecimento. Quais podem ser? Proponho a

observação de três elementos fundamentais:

1) PLANEJAMENTO: a inovação pressupõe um

investimento sistemático de recursos para o

desenvolvimento de melhorias ou de novas

criações de forma continuada. Essa

continuidade é indispensável porque é

raríssimo o caso de sucesso na primeira

tentativa. O mais comum é um esforço de

pensamento, planejamento, testes,

prototipagem etc., com tantas idas e vindas

quantas forem necessárias - convém frisar isso

porque, segundo a "lei do menor esforço", o

erro é um determinante do descarte de uma

iniciativa, por mais promissora que seja;

2) INTERNALIZAÇÃO DE CONHECIMENTO:

inovação pressupõe avanço, a incorporação de

conhecimento convertido em tecnologia -

tangível ou não. Mas ela pressupõe o avanço, e

evolução, seja uma melhoria num produto,

num processo ou num serviço. "Comprar

pronto" não é inovação, porque esse ato não

fornecerá recursos para você continuar o

esforço sistemático, a não ser que você

internalize novos conhecimentos - destaque

para os engenheiros e os gestores - que

possibilitarão o uso de algo "comprado pronto"

para se obter um novo resultado, e isso de

forma sistemática e continuada;

3) APROVEITAMENTO DE RECURSOS,

MEMÓRIA, CULTURA: paradoxalmente, é muito

mais fácil avançar quando se olha

respeitosamente para o passado. Qual é a sua

vocação? Quais são os saberes técnicos e

tradicionais à sua disposição? Qual o seu

embasamento gerencial para captar e gerir

recursos de terceiros (FINEP? Fundos de

investimento?) com real expectativa de obter

resultados concretos adiante? Quanto mais

você tiver de fundamento em um determinado

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Página 34 de 50

campo do conhecimento, mais fácil será para

você inovar nesse mesmo campo, desde que

lance um novo olhar sobre o seu passado -

aquilo que os americanos chamam de "teaching

an old dog new tricks". Atirar-se às cegas em

uma área que você não conhece para criar algo

revolucionário não é inovar, é "aventurar-se".

Discutir o que é inovação e como a inovação

deve se inserir na cultura acadêmica e

empresarial parece simplório, mas é o germe

da almejada revolução.

Quem sabe não emerge dessa rede um

documento de referência sobre o assunto?

Paulo de Resende

[email protected]

Participação de Darcio Calligaris

"Não nada de novo debaixo do sol apenas

vaidade"(eclesiastes), tudo deveria ser muito

simples, mas pela vaidade e outras qualidades

natas e adquiridas pelos seres humanos, tudo

se torna complicado.

É simples: se dá verba para quem tem um bom

projeto, pode ser cópia ou inovação, cópia com

inovação, reinventar a roda, reinventar a

filosofia, a mudança é a única coisa que não

para, constantemente se muda, até a invenção

é a mudança de uma cópia.

Aliás porque não temos filósofos como

Aristoteles, Socrates e outros? Onde estão os

filósofos de nossa época ou de nossos filhos?

Nós brasileiros precisamos aprender a

"SONHAR", sonhar em sermos competitivos no

mercado internacional, sermos produtivos,

sonhar com o que é básico, saneamento básico,

emprego, analfabetismo, enfim diversos

problemas que os candidatos a presidência

discutem na época da eleição.

Enquanto isso, ficamos dependentes dos países

asiáticos e de seus preços inferiores ao do

Brasil que nem a cópia produz, e cada vez estes

países melhoram a qualidade.

Que fique reafirmado que as verbas devem ser

bem administradas pelos financistas e a

cobrança devem ser grande para sua execução

e o retorno de investimento deve ser muito

atrativo para o pais, isto é o que interessa a QUANTIA CERTA, NA MÃO CERTA, NO PROJETO CERTO, NO

RETORNO DE INVESTIMENTO CERTO, NO TEMPO CERTO,

GERANDO BENS QUE TORNARAM OS SERES HUMANOS

FELIZES, principalmente os brasileiro.

Está na hora de mudar para o Brasil evoluir

técnico cientificamente, estamos dormindo em

berço esplêndido!

Darcio Calligaris

[email protected]

Participação de Jack M. Sickermann

Seja a subvenção econômica ou qualquer outro

instrumento bem-intencionado somente vai

poder vingar se houver massa crítica, i. e.

PODER. Não simplesmente aquele poder para

mandar fazer, não, é aquele poder que emana

p. ex. da pressão da demanda, quando o

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público pede na loja o produto que o

comprador não queria listar.

Jack M. Sickermann

[email protected]

Participação de Marcus Vinicius B. Soares

Antes de mais nada, convém relembrar o

comercial televisivo de uma agência de

fomento à inovação que mostrava um

empregado com uma grande ideia com a qual

todos os chefes da firma concordavam -

inclusive o presidente, mas na hora de

implementar, a boa ideia virou uma batata-

quente11

. Quero tecer algumas considerações:

1) não podemos concordar com esta história de

"vocação do Brasil". Não há "vocação de uma

nação" para algo. Isto é um processo histórico e

que esta "vocação" acaba sendo naturalizada

através do tempo. Um exemplo típico disso é a

história da recuperação do Japão após a

Segunda Guerra Mundial. Quem diria que a

"vocação" do Japão, semidestruído após levar

duas bombas atômicas, fosse a alta tecnologia?

Na carona do Japão posso citar a própria

Alemanha. Lembremo-nos que a Segunda

Guerra Mundial acabou em 1945, há 65 anos. E

todos os países do "mundo" tiveram o mesmo

tempo para avançar. Ou seja, a tal "vocação" é

algo que se constrói, e não algo que se tem

"naturalmente". Um contraexemplo básico é o

Banco Grameen fundado pelo professor

Muhammad Yunus que ganhou o Prêmio Nobel

11

Nota do Editor: o referido comercial foi veiculado pela

FINEP no ano de 2010.

da Paz por fazer funcionar o microcrédito. Hoje

Bangladesh conta com diversas empresas,

inclusive de TI fomentadas pelo Grameen,

Aliás, uma citação do livro "O Banqueiro do

Pobres":

Explica Muhammad Yunus:

O "Grameencredit" - crédito do Banco Grameen

- baseia-se na premissa de que os pobres têm

habilidades profissionais não utilizadas, ou

subutilizadas. Definitivamente não é a falta de

habilidades que torna pobres as pessoas

pobres. O Grameen Bank acredita que a

pobreza não é criada pelos pobres, ela é criada

pelas instituições e políticas que o cercam. Para

eliminar a pobreza, tudo o que temos de fazer é

implementar mudanças apropriadas nas

instituições e políticas, e/ou criar novas

instituições e políticas(…) o Grameen Bank

criou uma metodologia e uma instituição para

atender às necessidades financeiras dos pobres

e criou condições razoáveis de acesso a crédito,

capacitando os pobres a desenvolverem suas

habilidades profissionais para obter uma renda

maior a cada ciclo de empréstimos. (fonte:

WIKIPEDIA)

2) o Brasil - não ele todo, mas os reflexos

acabam atingindo a todos - sofre de um mal

chamado "efeito Flashdance". Para quem não

se lembra, Flashdance era o nome de um filme

de minha adolescência que retratava uma

operária que, por causa da dança, conseguia

sair daquele trabalho penoso, ir para uma

escola de dança e ficar famosa. O "efeito

Flashdance" se referia à súbita saída de uma

situação de desconforto para uma situação de

fama e fortuna. O professor Bruno Latour

chama isso de efeito difusório, o tal "impacto".

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Ou seja, abri minha empresa hoje e amanhã

estou milionário - como se vê nos filmes... Mais

ainda, muitos empresários querem saber

exatamente quanto vão ganhar antes de

apostar em algo de longo prazo, coisa que o

americano faz muito bem - o exemplo da Pixar

com o Steve Jobs e a serie de filmes filme Toy

Story para mim são casos paradigmáticos. Ou

seja, o empresário brasileiro não está

acostumado a apostar no médio/longo prazo;

ele quer ter certeza que vai ganhar e no curto

prazo;

3) complementando, não adianta dizer para

quem o governo chama hoje de

"empreendedor individual" - bonito título, não

? - que ele vai abrir o seu negócio e a

subvenção do governo vai ser a solução dos

problemas dele. Pelo contrário, pode ser o

inferno astral dele. E não é uma questão de

projeto, planejamento ou conhecimento, boa

prática, etc. Sobre esta história, um caso

inesquecível é o da empresa Ingresso.com. A

Ingresso.com é hoje, certamente, a maior

vendedora de ingressos via Internet para

eventos. Quando ela não era nada, apenas uma

firma de fundo de quintal - como dizem os

brasileiros - ou um projeto de garagem - como

dizem os americanos, foi pedir auxílio ao BNDES,

que dizia ter uma linha crédito especial para

estes casos. O problema é que os garotos não

tinham garantias reais, "apenas algoritmos", ou

seja, o projeto de uma empresa de informática.

Não receberam qualquer ajuda do BNDES,

apesar de terem projeto, planejamento e tudo.

Pois bem, os garotos se meteram na

empreitada com a cara e com a coragem e

conseguiram um dinheiro básico no setor

privado. Um ano depois a empresa já estava

estabelecida, tinha crescido muito e pago o

empréstimo SEM NENHUMA AJUDA OU SUBVENÇÃO

GOVERNAMENTAL APESAR DE TER PROJETO,

PLANEJAMENTO ETC. Isso foi relatado em um

evento conjunto da FINEP/BNDES em que esta

questão foi levantada por um dos sócios da

Ingresso.com que estava lá. Os representantes

das agências governamentais se limitaram a

dizer que cumpriram o edital, mas deu para

notar o visível desconforto deles diante

daquela situação. Empresas são investimentos

de médio/longo prazo, mas nem as

organizações governamentais de fomento

agem assim. Querem garantias reais de retorno

que empreendimentos virtuais, por exemplo,

não conseguem fornecer. Ou seja, as chamadas

start-ups, que são inovadoras, que se virem;

4) o CIO da Intel é PhD em física - Gordon

Moore); o CIO da Sun é MBA em Economia - John

McNeally e o sócio fundador é PhD em Ciência

da Computação - Bill Joy; os CIOs da Google são

PhDs em Ciência da Computação - Larry Page a

Sergei Brinn; o fundador da Microsoft é

bacharel em Ciência da Computação por

Harvard - Bill Gates - e o CIO é Bacharel em

Economia/Administração por Harvard - Steve

Ballmer; sócio fundador da Apple - Steve

Wozniak - é Engenheiro por Berkeley e Doutor

Honoris Causa por várias universidades

americanas. Ou seja: em geral, por trás de

grandes empreendimentos de longo prazo,

existe educação de longo prazo, suor, esforço e,

no caso deles, parece que não há dependência

do governo. Eles simplesmente não contam

com o governo. Os investimentos deles são

feitos no médio/longo prazo e envolvem muita,

mas muita formação e educação. Não há

"efeito Flashdance";

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5) Por último, parece que o empresário

brasileiro espera o governo ditar normas para

correr atrás do prejuízo, ou seja, não é

proativo. Colegas que trabalham no governo,

que são responsáveis diretamente por

regulamentação dos mercados de seguros,

disseram que não adianta eles dizerem para os

empresários que eles podem dar sugestões

para um novo corpo de regulamentação, pois

os empresários simplesmente não o fazem;

ficam esperando o governo baixar as normas e

depois correm atrás do prejuízo - se é que ele

Marcus Vinicius B. Soares

[email protected]

Participação de Darcio Calligaris

Relembrando:

1) Não é verdade a afirmação que é para nós

um sentimento de inferioridade que nos faz

imitar e reproduzir o que já existe, na verdade

não se vê interesse da academia e empresários

nem em reproduzir o que já existe - com

exceções dos medicamentos, imagina criar,

nem copiar ou reproduzir sabemos, ou temos

competência, a não ser em comprar pacotes de

países desenvolvidos que dão-lhes grande

lucro, e não funcionam no Brasil.

2) foi ressaltada a importância da

sustentabilidade , e o bem comum. Seria bom

começar a prática da reprodução do que já

existe nos países desenvolvidos como fazem os

países asiáticos, e alguns países europeus, e

depois inovar, ou deixar um espaço motivador

para a inovação, não enganação, dado para

pessoas que tenham competência para tal e

não simplesmente para adquirir dinheiro sem

retorno.

Tudo deve ter retorno satisfatório, por este

motivo de ter um bom planejamento.

Vamos começar pelo simples, isto já é inovar, a

Dengue está ai, o Saneamento Básico... Não é

aceitável que uma consulta de um exame na

rede pública seja marcada para um ano depois,

será que o paciente não morre neste período?

Deve ser falta de equipamentos.

Sabem por que as cirurgias de cataratas no

Brasil feitas com lentes fabricadas no Brasil que

tem um preço bem inferior do que as

importadas, porém com recuperação pós-

operatória é mais arriscada?

Sabem por que as próteses nacionais de joelho

e outras fabricadas no Brasil são mais pesadas e

dão mais rejeições do que as importadas, que

apresentam um custo altíssimo frente a

fabricada no Brasil?

Vamos copiar estas tecnologias, conversem

com os oftalmologistas e Ortopedistas.

3) Somente um cego e surdo não enxerga e não

ouve aquilo que todos veem. As palavras de

ordem “podem sim” devem ser seguidas de

outras: “façam já!”.

Finalizando com respeito comento sobre as

propostas práticas a respeito da discussão de

inovação:

As recomendações são excelentes, é o que

deveria já estar sendo praticado, mas

infelizmente não está sendo feito, será

desconhecimento da técnica, não sei, mas o

que posso afirmar é que a FINEP e outros órgãos

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financiadores possuem dados históricos que

poderiam validar o sistema usado, quanto foi

investido e qual foi o retorno, a situação atual é

que mais importamos, máquinas,

equipamentos, produtos químicos e

farmacêuticos do que exportamos.

Peritos analisando estas estatísticas poderão

mostrar as falhas, e pessoas qualificadas

poderão mudar o sistema para motivar a cópia

e inovação, sem nenhuma pretensão de

aventura.

Devem existir sim regras rígidas, pois o dinheiro

empregado é dos contribuintes, que

honestamente pagam seus impostos.

Não devemos nos concentrar somente em

inovação, mas copiar como fazem os países

asiáticos e alguns europeus, através de compra

de tecnologia, ou através da cópia do objeto

que se deseje, aquele que pagamos caro pela

importação.

Estes países asiáticos estão superando a

tecnologia e, além de copiar, estão inovando a

cópia, não deixando nada a desejar as grandes

potencias tecnológicas e financeiras mundiais,

e já estão causando grande impacto mundial,

além de gerar trabalho e condições de estudo,

educação, erradicando a fome nestes países

superpopulosos.

Devemos sair do berço esplêndido, de sermos

mimados, de permitir que os empresários só

reclamem, e os mestres, doutores, livres

docentes das Universidades, mudem a

mentalidade, para que sejam responsáveis pela

educação do povo assim como buscar através

de muito trabalho, cabeças pensantes,

criadoras, copiadoras que sob suas batutas

evolua tecnologicamente o nosso querido Brasil

e deixem de ser acadêmicos coroados, saindo

do trono e indo para a batalha, para sermos os

maiores copiadores, inovadores e exportadores

do planeta terra.

Vamos parar de complicar, vale o simples para

começar.

Darcio Calligaris

[email protected]

Participação de José Geraldo Lemos Cardoso

Onde os centros de pesquisas possuem

patrocinadores e recursos suficientes, deve-se

buscar inovação, mas não se deve ficar preso a

apenas isto. Devemos arregaçar as mangas e ir

a luta, ou seja, não podemos ter vergonha de

fazer o simples e si para isto implica em ter que

primeiro copiar e depois inovar, é o melhor

caminho para sairmos desta condição em que

nos encontramos, ou seja, refém do capitalismo

e consequentemente, das superpotências que

tem recursos abundantes e que são frutos da

exploração de países como o nosso. Dá para

reverter a regra e virar o jogo. É só querermos.

José Geraldo Lemos Cardoso

[email protected]

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Tema 4: Teoria das Restrições & Six Sigma

Participação do Moderador

Sei que na rede temos especialista em Teoria

das Restrições (TOC) e, peço para esses a

compreensão para com possíveis falhas e por

redundâncias para atender os menos

esclarecidos.

Considerando que:

Lean: o pensamento Lean foi fundado a partir

de conceitos estabelecidos no Sistema Toyota

de Produção e enfatiza a eliminação de

desperdícios em suas várias formas, ou seja, é a

criação de valor para os clientes através da

eliminação dos desperdícios. É um processo de

melhoria continua;

Six Sigma: a metodologia six sigma foi derivada

da Gestão da Qualidade Total e outros métodos

de melhoria da qualidade, e seu ponto forte

está na redução da variação - seja ela qual for -

e, com essa redução, temos a redução de erros

e defeitos. Comentário: a letra SIGMA é usada

em notação matemática para representar um

desvio padrão dentro de uma população

estatística, ou distribuição de valores ou de

números. Com as técnicas Six Sigma, a

distribuição fica cada vez mais estreita, o que

quer dizer que o processo está ficando sob

controle mais rígido, e os resultados do

processo, mais previsíveis. Quando atinge six

sigma, está próxima da perfeição possível.

Teoria das Restrições (TOC): criada por Goldratt,

propõe que uma restrição no sistema. É a

maneira mais prática de gerenciar com

responsabilidade um sistema complexo e, uma

vez que o sistema seja estável e previsível, ele

fornece o enfoque para a melhoria sistêmica. A

TOC diz que cada sistema - de negócios, de

manufatura etc. - é composto por recursos com

limites variáveis. O Desempenho do sistema é

restringido pelo recurso que for mais limitado -

às vezes denominado de gargalo do sistema.

Desse modo, a forma mais eficiente de

administrar todo o sistema é otimizar o fluxo

via maximização da capacidade de

processamento do gargalo e, tornando os

outros recursos subordinados às necessidades

do gargalo em termos do seu próprio

processamento.

A questão para debate assim se apresenta:

imaginem que você conhece alguém ou

processo que seja o GARGALO na operação

correspondente e, que as etapas vinculadas -

pessoas e ou processos anexos - sejam as

restrições. Pergunta: Muitas vezes, falando de

forma genérica, trabalhar com sistemas

balanceados é o mais interessante e, digamos,

linear e, nesse modelo, a melhor das intenções

podem gerar resultados ruins. Assim, nesse

caso, o problema é trabalhar com sistemas

desbalanceados, ou seja, o uso de restrição.

Correto?

Como podemos colaborar e/ou

questionar/discutir esse tema? Outra

orientação/pergunta?

Vejam: restrição, do ponto de vista TOC, é como

uma ponte com uma única pista ou uma

estrada com duas pistas: limita o fluxo. Quando

o trânsito aumenta além da capacidade da

ponte de uma pista, a ponte se torna um

gargalo. Em manufatura ou mesmo em gestão,

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o gargalo é um recurso com uma restrição que

é incapaz de atender à demanda que foi

determinada a esse recurso. Por exemplo, uma

tubulação deve entregar 100 litros/min, mas

uma válvula de controle limita o fluxo a 75... O

gargalo apresentado é uma característica

fundamental no funcionamento... e, está ali por

causa do design e, o objetivo é a ajudar a

regular o fluxo.

É isso exatamente que acontece em uma

planta, escritório, laboratório ou organização

que possui algum fluxo sistemático de produtos

ou serviços que envolva uma série de

passos/conhecimentos - estruturados ou não

estruturados. Assim, uma restrição é desejável,

ou até mesmo necessária, para regular o fluxo.

Portanto, para processo de melhoria continua

Lean six sigma - reduzir a complexidade, há que

se considerar as relações de causa-efeito, TOC,

conforme inter-relacionamento mencionado no

inicio, ou seja, refinar as análise de causa e

efeito para garantir a sua conexão com os

resultados procurados - empresa, pessoas,

processos...: produtividades dos empregados,

satisfação dos clientes e aumento da receita.

Não se pode resolver um sem considerar o

efeito e influência dos outros elementos inter-

relacionados.

Moderador

[email protected]

Participação de Jack M. Sickermann

Essa visão de restrição já é conhecida desde os

tempos do Justus Liebig, pai da adubação

moderno, que falava no “fator mínimo”. Ele

descobriu, numa época na qual se acreditava

que o crescimento populacional iria levar à

fome de milhões pela produção insuficiente de

alimentos, que a saída não era o emprego

maciço de adubos, e sim que bastava observar

qual dos elementos básicos estava escasso no

solo e assim travava o crescimento natura.

E há mais de 50 anos temos a EKS (E=Energo

K=Cibernética S=Estratégia) do alemão

Wolfgang Mewes que elaborou mais este

“ponto de estrangulamento” ou “gargalo

central”, cuja resolução, tal qual o que fez

Alexandre o Grande com o nó górdio, permite

que em cadeia os demais problemas possam

ser resolvidos com mais facilidade.

As pessoas tem mil problemas a enfrentar, mas

muitas vezes não param para identificar o

problema-chave. A questão é que assim se

queima muito esforço, empenho, boa vontade

mas os resultados almejados não aparecem.

Daí a suma importância que vejo nesta

discussão proposta, no que tange TOC e

similares, para que a primazia da estratégia

correta seja melhor entendido. Outras coisas

como LEAN e SIGMA podem ter seu momento

depois, como ferramentas úteis em certas

etapas, mas o que conta mesmo é saber se a

estratégia está correta ou não e se foi possível

identificar corretamente o grupo-alvo.

Jack M. Sickermann

[email protected]

Participação de Peter Mello

TOC é sim de autoria de Goldratt, mas há

trabalhos anteriores que dão os principais

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parâmetros desta metodologia que foram

completamente esquecidos pelo mercado. A

"evolução de TOC" para a área de projetos,

chamada de Corrente Crítica, se tornou uma

febre em alguns grupos de Gerentes de

Projetos. Corrente Crítica também é um termo

cunhado por Goldratt, mas vários outros

métodos baseados em restrições de recursos

para a área de projetos também foram

formuladas antes do lançamento do trabalho

de Goldratt.

Há um método chamado SDPM, de origem russa,

que tem grande aceitação em países da antiga

união soviética e que no mundo Ocidental não

descobriram o seu valor por ser mais

"trabalhosa" que a técnica de Goldratt ao exigir

planejamento de recursos em níveis muito mais

altos do que aqueles oriundos da técnica de

Goldratt.

Há um trabalho comparativo - Critical Chain x

SDPM – que pode ser útil para o grupo, caso o

interesse sobre a aplicação de TOC esteja mais

para o mundo de projetos do que para o chão

de fábrica - berço da TOC12.

Peter Mello

[email protected]

Participação de Clovis Bergamo Filho

É útil para a discussão compartilhar um ponto

de vista sobre a questão: devemos ter o nosso

foco no negocio e as metodologias devem ser

12

Nota do Editor: o trabalho em questão é de autoria do

mesmo autor da participação.

encaradas como um caixa de ferramentas a ser

utilizada conforme a necessidade do negócio,

pois o objetivo deve ser sempre o negocio,

desta forma as metodologias TOC, Lean, Six

Sigma, Gerenciamento de Projetos e outras são

complementares. Outro ponto que devemos

verificar é que uma empresa é composta de

processos e a excelência e eficiência neste

processo que geram o nível de competividade e

rentabilidade da empresa.

Por fim, segue uma sugestão de leitura:

Uma Evolução Silenciosa no Gerenciamento das

Empresas com Six Sigma - Autores: Clovis

Bergamo Filho / Ricardo Mansur

Clovis Bergamo Filho

[email protected]

Participação de Jarlei

Processos moldando pessoas ou pessoas

moldando processos ?

Processos não sobrevivem a empresas com alto

turn over. Processos não sobrevivem a

empresas onde a gestão não tem esta visão.

Processos tem que ser revisitados e discutidos.

Processos tem que ser claramente entendidos.

Processos tem que ser mensurados,

acompanhados, melhorados.

Importante sempre nos lembrar de ter pessoas

como ponto central, senão os processos não

sobrevivem.

Jarlei

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[email protected]

Participação de Denis Alcides Rezende

Certamente, deve ser mantido o foco no

negócio.

Tais instrumentos em questão, tal como a

tecnologia da informação, processos e pessoas,

devem estar alinhados e integrados ao negócio.

Ainda, tais instrumentos devem ser adaptados

para as organizações privadas ou públicas.

Denis Alcides Rezende

[email protected]

Participação de Jack M. Sickermann

Faz todo sentido definir a hierarquia dos

“instrumentos” - pessoas podem ser

consideradas instrumentos - abaixo do foco do

negócio.

Porém, e se o foco do negócio não estiver

definido corretamente? Tudo o mais em

técnicas e instrumentos não teria um norte

adequado na sua aplicação e atuação.

Em muitas empresas, ainda se perde mais

tempo discutindo quanto material de escritório

comprar do que no debate sobre a estratégia

certa. Um “xodó” de muitas diretorias é avaliar

a lucratividade e discutir formas como

aumentá-la em vez de preocupar-se para valer

com a satisfação dos clientes. Sobrepeso do

ganho financeiro sobre o capital imaterial, mas

é o último que nos sustenta quando o mercado

não for mais tão “fácil” como atualmente.

Por esta e por outras não adianta adaptar

instrumentos ao tipo da organização, seja ela

privada ou pública. O que define o sucesso de

qualquer uma delas não é o seu formato, mas

que consiga atender às necessidades da sua

clientela.

Definido bem o que a empresa sabe fazer

melhor e identificado corretamente seu grupo-

alvo, virá aos poucos o reconhecimento pelo

último, o que com o tempo se traduzirá em

sucesso financeiro. E na evolução desta relação

ficará mais fácil determinar quais os

instrumentos que servem melhor para este

propósito.

Em vez de se preocupar sobre quais

instrumentos ele deve ter na sua caixa de

ferramentas, o bom bombeiro primeiro quer

saber qual é o problema a resolver -

necessidade do cliente - e depois define qual a

ferramenta mais adequada. E mais, se ele não

tiver à mão esta, vai improvisar, emprestar etc.,

mas se ele é bom vai resolver. E não comunicar

ao cliente que não pode estancar o vazamento

porque lhe faltam ainda certos instrumentos.

Jack M. Sickermann

[email protected]

Participação de Paulo Henrique S. Bermejo

São pertinentes os posicionamentos a respeito

da importância do foco no negócio. Para isto, o

alinhamento do uso de ferramentas, entre elas

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algumas já citadas aqui com os objetivos

organizacionais demonstra-se vital.

Tratando especificamente isto, temos visto que

há diversos recursos para possibilitar o

alinhamento, entre esses alguns muito bem

conceituados como o Balanced Scorecard (BSC)

de Kaplan e Norton.

Quais outros recursos, técnicas, ferramentas ou

teorias têm sido utilizados pelos senhores a fim

de viabilizar este alinhamento?

Uma das ferramentas é o SWOT, que pode ser

complementar ao BSC e ajudar na identificação

dos objetivos organizacionais.

Ao desenvolvermos atividades de

implementação da governança de TI em

organizações, utilizamos o framework SWOT

como uma das ferramentas para externalizar o

conhecimento dos stakeholders para o enfoque

no negócio. Quando a implementação ocorre

em organizações públicas, o seu uso é

evidenciado. Usufruindo também de conceitos

de gestão participativa, ele pode ainda ser

aplicado em diferentes níveis organizacionais

com a participação de muitos colaboradores. O

uso desta ferramenta permite a obtenção dos

objetivos organizacionais de uma forma mais

participativa e o direcionamento das

estratégias alinhadas com o diagnóstico e com

Paulo Henrique S. Bermejo

[email protected]

Participação do Moderador

O mesmo tema discutido nessa rede está,

também, sendo debatido na rede TOC-Brasil e

irão também compor o Jornal da Rede GESITI,

com a respectiva referência ao TOC-Brasil.

Bem, para fomentar e instigar vosso trabalho,

são informados abaixo alguns dos conteúdos

propostos pela rede TOC-BRASIL com resposta ao

tema em discussão.

1) Tentando levantar uma relação entre TOC e a

filosofia Lean, diria que é possível usar a TOC

como uma forma de dar foco de onde fazer as

melhorias, tendo que apesar da proposta da

metodologia da lean de reduzir desperdício e

da six sigma de promover melhorias, nem

sempre as empresas são capazes de realizar

investimentos de melhoria em toda operação,

podendo em alguns casos nem mesmo ser

interessante como negócio.

Assim, sendo capazes de mapear quais os locais

na operação onde as melhorias são prioritárias,

pode-se implantar as melhorias e redução de

desperdício com mais agilidade de inteligência.

Para alimentar a discussão, recomendo a

leitura deste artigo:

http://www.j2da.com.br/Cont_Default.aspx?id

news=415, que fala sobre o uso do Six Sigma no

Gerenciamento de Projetos.

Vitório Tomaz - www.j2da.com.br

2) Parece uma maneira de "ajeitar" a situação.

Política de "boas vizinhanças" com o volume

muito grande de pessoas que abraça as

metodologias Lean e Six Sigma, que são

extremamente valiosas quando se trata de

processos estanques, mas em job-shop e

projetos, pelo menos no nível de clareza que a

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TOC consegue enxergar e atuar sistemicamente,

não vale a pena o esforço de "integração".

Mesmo em Velocity13

, anteriormente citado,

fica patente na "novelinha" uma clara

preferência e superioridade, no contexto

citado, da TOC. Lá, uma fábrica de peças de

"materiais compostos" - resinas reforçadas com

fibra, fibra de carbono, etc. - atuando no

mercado de produção sob encomenda,

atravessa problemas com a crescente "fila" de

encomendas, o aumento gradual de tempo de

entrega, as priorizações "por lote", por

otimização de uso de máquinas, ajuste de takt

time etc... e a crença que "tudo vai melhorar

quando a gente conseguir implantar MESMO o

Lean” presente e atuante... Não quero estragar

o final para quem não leu, mas eu não

apostaria minhas fichas nisso por muito

tempo... em linhas gerais, o Lean acaba sendo

tratado como "auxiliar eficiente", mas que não

pode tomar decisões.

E, na minha modesta opinião, nesse contexto é

isso mesmo.

Carlos Alberto Moro

3) Há casos de implementações Lean seguidas

de TOC e vice versa. A diferença fica por conta

da velocidade e chance de dar certo. Além

disso, há uma questão de onde cada

ferramenta de cada metodologia se aplica . Por

exemplo: onde TPC se aplica e onde não. Para

isso recomendo muito a leitura do "Sobre

13

Nota do editor: a menção, presume-se, é ao livro

Velocity: Combining Lean, Six Sigma and the Theory of

Constraints to Achieve Breakthrough Performance - A

Business Novel, de Dee Jacob, Suzan Bergland e Jeff Cox.

Ombro de Gigantes", disponível em português

em http://www.vectis-solutions.com/biblio.

HB

Moderador

[email protected]

Participação de Aldo de A Barreto

A ascensão e queda das tecnologias

O conceito de tecnologia está diretamente

ligado à ideia de conhecimento quando

definido como como o conjunto de

informações que, absorvidas ou assimiladas, é

capaz de modificar a estrutura cognitiva do

indivíduo, de seu grupo e da sociedade.

Tecnologia, portanto, não é a máquina ou o

processo de produção com suas plantas,

manuais, instruções e especificações, mas sim,

os conhecimentos que geraram a máquina, o

processo, a planta industrial e que permitem

sua absorção, adaptação, transferência e

difusão. O termo transferência de tecnologia só

deve ser empregado quando se verificar a

transferência do conhecimento associado a

geração do produto ou processo criado

possibilitando (re)gerar uma outra tecnologia

Todo processo de geração de uma tecnologia

envolve atividades de pesquisa e

desenvolvimento.

A pesquisa como a atividade de produzir novos

conhecimentos compreende o uso sistemático

do saber estocado visando à produção de

novos materiais, produtos, equipamentos e

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processos. A tecnologia está sempre

referenciada a um estoque de informação, a

princípios científicos ou intuitivos e aos

processos de uma determinada atividade.

A adoção da tecnologia é diferente da sua

simples transferência, pois a opção de adotar

se transforma em inovação que é a ação de

inclusão de um conhecimento, aceito por

todos, em uma realidade; a adoção da inovação

representa um conjunto de atos voluntários,

pelos quais os indivíduos em conjunto

reelaboram o seu mundo e modificando o seu

espaço.

Uma inovação em convivência é um início de

algo que nunca iniciou antes e que só se realiza

na pluralidade resultando sempre em uma

modificação como consequência; ainda que,

possa ocorrer uma volta para uma permanência

ao estado inicial. A decisão de adotar, em si,

provoca a ação renovadora; um fluxo

determinado pela decisão conjunta de querer

modificar a realidade.

Uma tecnologia nova encontra sempre uma

tecnologia anterior estabelecida no mercado. A

tecnologia estabelecida gera uma estrutura de

poder econômico, político e sociocultural que,

frequentemente, atua como um mecanismo

inibidor na adoção da tecnologia nova. Traz

uma nova forma de atuar na produção significa

um novo competidor no mercado, com

melhores condições de qualidade,

competitividade e produtividade. O detentor

de uma tecnologia estabelecida é monopolista

por natureza e tentará barrar a entrada do

competidor, armado com toda a estrutura do

poder que possui pelos anos de domínio do

mercado.

Mas toda tecnologia tem seu ciclo de vida. Este

ciclo ira depender do contexto em que a

técnica está inserida. Quanto mais intensivos

em inovação é este contexto menor são os

espaços da passagem e assentamento da

inovação. Na área de informação, uma

tecnologia pode ficar pouco tempo como

dominante devido ao elevado grau de mutação

tecnológica deste contexto. As idades abaixo

podem indicar o tempo de duração de uma

técnica, mas que é sempre priorizado pela

mutabilidade inovadora do campo específico:

Idades da Tecnologia

Infância (0 - 2 anos)

Idade de crescimento (2 - 5 anos)

Maturidade (5- 10 anos)

Crise da meia-idade (depois dos 10 anos)

Obsolescência (após 15 anos ou com uma nova

tecnologia)

Gartner14

examinou uma escala de maturidade

para 1.800 tecnologias de informação e plotou

na figura acima as suas fases. Altos executivos,

CIOs, estrategistas, planejadores e

desenvolvedores de tecnologia devem

considerar estas fases no desenvolvimento de

negócios emergentes.

O ciclo apresenta tecnologias que são o foco de

atenção na indústria da informação devido a

14

Nota do editor: o autor da participação apresentou a

referência do seu comentário: Gartner: information

technology research and advisory company.

http://www.gartner.com/it/page.jsp?id=1447613

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níveis particularmente altos de impacto na

economia em geral.

As tecnologias "de alto impacto" no pico das

expectativas em 2010 incluem a computação

em nuvem , realidade aumentada, E-readers

como o IPAD, energia sem fio, TVs 3D de tela

plana.

Contudo, a computação em nuvem e as

plataformas web já foram derrubadas do pico e

prenunciam uma desilusão entre os usuários

corporativos.

Aldo de A Barreto

[email protected]

Participação do Moderador

O texto apresentado permite dar substância a

discussão sobre SUBVENÇÃO ECONÔMICA À INOVAÇÃO

e sobre GARGALO, TEORIA DAS RESTRIÇÕES & SIX SIGMA.

Recomenda-se a releitura dos temas após a sua

leitura.

Para descontrair um pouco a rede, lembro que

curva apresentada no link A maturidade das

tecnologias15

é também conhecida como "curva

do casamento". Para compreender, vejam a

figura abaixo e sigam o script:

1) em TRIGGER, você conhece o/a candidato,

procurado - sua possível cara metade.

Desenvolve o relacionamento...;

15

Nota do editor: o autor da participação indicou a fonte

da figura: http://www.gartner.com/it/page.jsp?id=1447613

2) em INFLATED, as expectativas estão bombando

e, se você concorda, o casamento acontece...;

3) então você passa pelas desilusões ou cai na

realidade das expectativa gerada com a sua

tecnologia, OOPS, perdão, com seu parceiro... SE

a tendência for de superação então é possível

atingir o próximo nível, ou seja, você passou

pelo vale da depressão - TROUGH OF

DISILLUSIONMENT. Aqui é um momento crítico

para a tecnologia, digo, o casamento, pois

devido o desgaste sofrido o mesmo pode estar

"fora de uso" - OBSOLETE/NO LONGER IN USE-

4) o casamento segue para uma crescente e

lenta estabilidade, SLOPE OD ENLIGHTENMENT, ou

seja, uma rampa de esclarecimentos sobre o

verdadeiro propósito da tecnologia, Whoops!,

do seu PARCEIRO e, finalmente, existindo o

propósito,

5) vem a estabilização da produtividade da

tecnologia, OOPS estabilização do casamento -

Plateau of productivity;

6) por fim, note que as escalas de tempo -

YEARS TO MAINSTREAM ADOPTION- para que

os itens acima aconteçam está perfeito.

Existem aqueles/las que querem ficam

eternamente no processo de trigger etc...

Moderador

[email protected]

Participação de Darcio Calligaris

A discussão, embora rica, pode afastar o menos

entendido no tema. Talvez fosse saudável

buscar a analogia com referências mais

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populares, como as normas ISO, que exigem

que procedimentos sejam entendíveis até pelos

menos cultos linguísticos.

Não busquemos tornar o assunto diferente

como aqueles que utilizam termos jurídicos que

nem os advogados entendem.

Vamos pelo simples. As Boas Praticas de

Fabricação (GMP/BPF), as ISOS são bem

entendíveis porque são simples, mas mesmo

simples não são praticadas! Imagine um

vocabulário indecifrável que só os senhores

elitizados entendem.

Como vamos ser um país copiador, inovador, se

não entendemos a base? Se precisarem

transformar em linguagem popular, certamente

haverá voluntários, capazes de contribuírem

com suas respectivas experiências e

especialidades.

Uma matéria na escola ou universidade para se

tornar interessante para o aluno depende da

capacidade de o professor tornar o complexo

em algo bem simples.

Darcio Calligaris

[email protected]

Participação de Peter Mello

Convém destacar que a TOC nasceu em

ambiente fabril onde de fato poucos elementos

gargalos geravam problemas em toda a linha de

produção e por isso a ideia de "encontrar o

gargalo", "elevar o gargalo" e "verificar novos

gargalos" é absolutamente útil e eficaz.

No entanto, a sua transposição para o mundo

de gerenciamento de projetos é FALHA. A versão

TOC em projetos - Corrente Crítica - não dará a

amplitude necessária para o tratamento de

gargalos, pois o que é gargalo em um único dia

de projeto pode estar 99% do resto do tempo

livre.

Exemplo: A equipe de engenharia leva 20 dias

para projetar a solução técnica. A área de

suprimentos leva 10 dias para cotar

fornecedores e verificar a melhor opção de

compra. O chefe da área leva 5 minutos para

aprovar a compra. O fornecedor leva 30 dias

para entregar o equipamento.

Qual a data de término do projeto?

- Poderia ser 20 dias + 10 dias + 5 minutos + 30

dias = 60 dias e 5 minutos.

Acontece que o chefe da área estará de férias

entre os dias 28 e 35 do início do projeto.

RESULTADO:

- Se a engenharia ou suprimentos reduzir o

tempo de trabalho em 2 dias, o projeto acaba

em 58 dias e 5 minutos.

- Se a engenharia ou suprimentos cumprirem

seus prazos, o projeto termina em 65 dias e 5

minutos.

O CHEFE É GARGALO, independente de estar 100%

ocupado ou não.

A forma de se anteceder a este tipo de

problema é através da criação de cronogramas

com maior detalhe - combatidos por Goldratt -

para que se chegue em um entendimento de

fato dos recursos envolvidos e então se realize

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uma análise de caminho crítico do recurso -

Resource Critical Path, ou nivelamento.

Uma vez nivelado o problema acima, o atraso

do projeto seria detectado imediatamente e a

empresa poderia optar em:

A) Acatar horas extras da engenharia para

adiantar os serviços;

B) Exigir que compras feche um contrato em

tempo menor, mesmo que com menos opções

de fornecedores;

C) Mudar as férias do chefe;

D) Dar a outra pessoa o direito de responder

pela compra durante as férias do chefe.

Peter Mello

[email protected]

Participação de Darcio Calligaris (OFF TOPIC)

Quanto será que este nosso sonho se tornará

realidade? Citando: Se não puder ser

comunicado em linguajar simples, nenhum

saber tem valor.

Vamos tirar os Deuses do Olimpo, de seus

palácios, e conscientizá-los desta realidade!

Tenho certeza irá valorizá-los como cientistas e

seres humanos.

Darcio Calligaris

[email protected]

Participação de Edinaldo Nelson (OFF TOPIC)

A questão da comunicação simples é cheia de

relevância.

O problema é que hoje existe uma crença que

tem que escrever complicado, que você está

escrevendo apenas para os seus "pares". Nisso

se comete um grande pecado que é não ter

preocupação de onde vem o dinheiro que

financiou sua pesquisa.

O sistema até mesmo empurra a todos a

publicar em revistas de "alto impacto"

geralmente publicadas fora do Brasil, por

grandes corporações editoriais, com ações na

bolsa, ou seja: que vivem de lucros. Até mesmo

assinamos documentos abrindo mão da

propriedade do que estamos submetendo para

publicação, que passa então ser propriedade

dessas grandes corporações. Quando alguém,

até mesmo o autor, quer usar o que ele mesmo

publicou tem que pedir autorização ou então

comprar as revistas ou os trabalhos avulsos. Ou

seja, privatizamos o conhecimento produzido,

depois pagamos para ter acesso a eles.

Como a pesquisa no Brasil é financiada quase

totalmente com dinheiro público, a

propriedade deveria também ser pública, ou

pelo menos de acesso público. Mas o que

fazemos não muito diferente de fatos que

tanto criticamos, quando alguém se apropria

indevidamente do patrimônio público. Isso tem

nome na legislação brasileira. Trata-se de

PECULATO.

Nós estamos fazendo PECULATO CIENTÍFICO E

TECNOLÓGICO, não é mesmo? Privatizando um

conhecimento produzido com financiamento

público!

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Está na hora de mudar isso também e passar a

publicar em boas revistas que são realmente de

acesso público. Sem ter que pagar nada!

O portal de periódicos da CAPES, uma ideia

brilhante, nos dá a impressão, falsa, de que a

tudo temos acesso através dele de graça... Mas

custa milhões!

Então, além disso, que tal pensar nos

problemas nacionais e não nos rankings

mundiais e nas agendas internacionais apenas?

Edinaldo Nelson

[email protected]

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Marins Holtz