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INFOUSP Edição nº 35 Abril a Junho de 2017 Editorial Mensagem do Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge XXIII Reunião de Pesquisa e XX Seminário de Iniciação Científica Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge, Prof. Dr. Flávio Fava de Moraes e Profª Drª Gladys Cristina Domingues-Morea na abertura da Reunião de Pesquisa Uma publicação da Faculdade de Odontologia da USP Novo Espaço Acadêmico Cultural Um novo local para a comunidade FOUSP PÁG. 4 Nossa história contada por quem faz parte dela PÁG. 3 Espaço atende às diversas demandas da população PÁG. 11 Clínica Odontológica Em constante busca da excelência Memórias FOUSP Foto: Amarildo de Almeida Aliados em prol da saúde bucal Matéria do CROSP de Junho de 2017 PÁG. 5

XX Seminário de Iniciação Científica - fo.usp.br · O que temos como passivo, fruto do trabalho de nossos quadros de professores, pesquisadores, servidores e alunos de graduação

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INFOUSPEdição nº 35

Abril a Junho de 2017

EditorialMensagem do Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge

XXIII Reunião de Pesquisa e XX Seminário de Iniciação Científica

Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge, Prof. Dr. Flávio Fava de Moraes e Profª Drª Gladys Cristina Domingues-Morea na abertura da Reunião de Pesquisa

Uma publicação da Faculdade de Odontologia da USP

Novo Espaço Acadêmico CulturalUm novo local para a comunidade FOUSPPÁG. 4

Nossa história contada por quem faz parte delaPÁG. 3

Espaço atende às diversas demandas da população PÁG. 11

Clínica Odontológica

Em constante busca da excelência

Memórias FOUSP

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A humanidade move-se em ciclos nem sempre virtuosos. Historicamente pode levar algumas nações e socieda-des a equívocos, de difícil e longa reparação. Este conceito também é válido para indivíduos e instituições.

Vivemos momentos de movimentos político-sociais e de judicialização em que não podemos nos descuidar dos deveres de educadores que nos cabe. É nossa responsabilidade alertar, orientar, apontar caminhos mais seguros para os jovens e a sociedade, na qual temos deveres e obrigações como lideres naturais da sociedade. É missão, dever de ofício do educador, detectar hábitos, vícios que o “sistema” procura sanar reinstituindo um ciclo virtuo-so senão, pelo próprio exemplo, que tanto a sociedade reclama.

É inquestionável que a crise política institucional que assola o país atinge a todos no amplo espectro, desde os radicais de esquerda e direita, conservadores, progressistas, liberais e de outras matizes ideológicas, todos com prazos vencidos na atual realidade mundial. Vivemos uma crise de ordem moral nunca vivido antes. Não passa pela USP mas suas consequências nos atingem, sendo a USP a mais importante das universidades brasileiras, guardiã da sociedade científica e formadora de líderes que atuam nos destinos da nação.

Temos o dever, obrigação de nos recriarmos correndo riscos de nada deixar para as gerações futuras.Não podemos e não temos o direito de nos curvar a poucos com atitudes insanas que nos limita o diálogo no

avanço de uma sociedade pluralista, heterogênea onde os gritos e agressões devem ser substituídos pelo bom senso, pelo entendimento e principalmente pela vitória do convívio respeitoso dos contrários com tolerância e democracia.

O que temos como passivo, fruto do trabalho de nossos quadros de professores, pesquisadores, servidores e alunos de graduação e pós-graduação é um capital invejável que poucas instituições no mundo possuem.

A USP deve continuar sendo o que é, buscando corrigir eventuais falhas por meio de seu aprimoramento, com novas ferramentas de controle interno, com maior transparência e discussão nos seus colegiados, o que a atual Reitoria vem fazendo intensamente e com muita competência.

Os dirigentes de plantão vindos da Academia podem muitas vezes não ser formados para a gestão, mas desen-volvem com o tempo, a sensibilidade e a convivência na sua Unidade de origem, onde aprendem a administrar as necessidades, os anseios e até mesmo, as vaidades interpares.

A USP é muito maior que as crises que temporariamente nos circundam. Com ponderação e equilíbrio devemos evitar radicalismo que possam causar danos que o tempo nem sempre “terá tempo” para corrigi-los.

A esperança tem duas filhas; a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como são ou estão.

A coragem a mudá-las,Santo Agostinho

2Editorial

Prof. Dr. Waldyr Antônio JorgeDiretor

Perguntado a um sábio o que mais te surpreende na vida, respondeu: os indivíduos, porque perdem a saúde para

juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde e, por pensarem ansiosamente no futuro, esque-

cem o presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro e vivem como se nunca fossem

morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.

USP casa da luz, farol da ciência, não do obscurantismo e do medo. “Nós”, não é “um nós majestático, mas somos um de nós... de todos nós... e com todos nós”.“ ”

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Memórias FOUSPNOTÍCIAS

“Ano passado, completei 34 anos como docente. Durante a maior parte da gra-duação estudei na Rua Três Rios. Entretanto, a patologia bucal, onde entrei como

monitora, em 1978, sempre foi alocada na Cidade Universitária, sendo que, até 1992, ficava nos chamados “barracões”. Como patologista do Serviço de Patologia Cirúrgica, vi nosso laboratório crescer nesse período, passando de 10 biópsias semanais para mais de 100! Nestes mais de 30 anos fiz parte de comissões, atuei em cargos de chefia, e acredito que junto com outros docentes que me precederam na Disciplina, tivemos um importante papel em

impulsionar a pesquisa na FOUSP. Hoje, as Odontologias USP ocupam a 1ª posi-ção no CWUR Ranking by Subject 2017 e, assim, faço votos que a FOUSP continue

sendo centro de excelência na Odontologia brasileira e mundial.”

“Desde 1979, tantas lembranças! O resumo: agradecimento. Cheguei em São Paulo em 1977. Pouco antes do vestibular, o então diretor da FOUSP, professor Adamastor, me recebeu e me orientou. Fui calouro, monitor e o primeiro aluno da Faculdade a receber uma bolsa de IC concedida pela FAPESP. Já formado, fui

contratado como auxiliar de ensino na Casa, enquanto já lecionava em outras faculdades particulares. Percorri a carreira universitária e lembro de ter recebi-do sempre a colaboração, a competência, o esforço e o carinho dos professo-res e funcionários. Como professor, aprendi muito ensinando os conhecimen-

tos que me passaram ao longo da vida acadêmica. Por fim, tenho a dizer que a FOUSP é muito boa e, com o trabalho bem feito de todos, poderemos fazê-la ainda melhor. Vale a pena!”

“Trabalhar nessa Instituição é lembrar-se do cotidiano rico que sempre vivenciei aqui, com experiências muito especiais. Participei do ‘Projeto Musicália’, dos anos

80, junto aos alunos, e chegamos a fazer um show no Anhembi. Minha traje-tória no Serviço de Documentação Odontológica é muito gratificante, e fico lisonjeado em contribuir com a organização da produção científica ao colocar teses acadêmicas no nosso banco de dados, um dos principais do mundo. Além disso, eu sempre tive um ótimo relacionamento com os funcionários

e docentes, ajudando a garantir um acesso de qualidade aos conteúdos que os estudantes necessitam. Nutro um carinho muito grande pela Comunidade

FOUSP, onde construí minha carreira.”

“Quando eu entrei aqui, muitos dos atuais Professores ainda eram alunos de Mestrado ou Doutorado. Gosto muito do que eu faço e de ajudar os pacientes com o conhe-

cimento que adquiri ao longo da minha carreira. No começo, eu não tinha experi-ência e fui aprendendo com a missão de fazer o certo. Formei-me em Auxiliar de consultório odontológico, Técnica de Enfermagem e participei de congressos no decorrer da vida, e isso aumentou muito meu repertório. Minha relação com os

docentes sempre foi de respeito e de amizade. Para finalizar, a FOUSP é uma mãe para mim. Agradeço muito por trabalhar nesse lugar e procuro sempre desempe-

nhar bem o meu trabalho. Ver o paciente saindo satisfeito da Clínica é gratificante.”

Sra. Aparecida Conceicão de Souza, Técnica de Laboratório do Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilofaciais desde 01/12/1982

Sr. José Paschoal dos Santos, Técnico do Serviço de Assistência e Divulgação Técnico-Científica desde 23/02/1984

Prof. Dr. Rafael Yagüe Ballester, Docente do Departamento de Biomateriais e e Biologia Oral desde 26/12/1973

Prof.ª Dr.ª Suzana Cantanhede Orsini Machado de Sousa, Docente do Departamento de Estomatologia desde 07/10/1980

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Espaço Acadêmico Cultural é apresentado aos docentes e funcionários

No dia 20 de junho de 2017, a FOUSP apresen-tou à Comunidade o Espaço Acadêmico Cultural (EAC). O ambiente fica localizado no piso infe-rior da Administração e recebeu, após a reunião da congregação, docentes e funcionários, que desfrutaram de uma mesa de comes e bebes.

O recinto possui duas salas que serão usa-das tanto para confraternizações, quanto para eventos de graduação, pós-graduação e de cul-tura e extensão. É importante destacar, segun-do o Diretor Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge, que “foi fundamental revitalizar um lugar que estava sem uso, e que agora servirá para aten-der às necessidades da faculdade”. De acordo com o dirigente, é a primeira vez que a Faculda-de determina um local para atividades multiuso.

A reforma da área foi realizada em três meses pela assessoria administrativa, com o auxílio fi-nanceiro da Fundação Faculdade de Odontologia (FFO). O projeto inicial previa um investimento de 260 mil reais, entretanto a instituição conse-guiu baixar o custo para 30 mil reais.

Os alunos da Casa poderão ter acesso ao EAC mediante a aprovação da Diretoria. Além disso, eles deverão levar em conta que para a utiliza-ção dos espaços, é necessário estar dentro das normas de realização de eventos, instituídas pela Comissão de Eventos, Controle e Ocupação de Espaços Físicos da FOUSP. “Sempre haverá a possi-bilidade dos estudantes usarem”, afirmou o Diretor.

A área dispõe de três quadros: um do antigo prédio da Rua Três Rios, outro da atual fachada e o último da recepção da unidade, com o busto do Prof. Dr. Benedito Montenegro.

Espaço Acadêmico Cultural

Fotos: Caio Nascimento

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Reconhecido pela capacidade de impactar positivamente índices de saúde da população, o cirur-gião-dentista não atua sozinho. Sua relação profissional com Técnicos em Prótese Dentária (TPD) é

calcada em um protocolo de conduta criterioso, respaldado na boa prática odontológica

De forma sucinta da matéria editada no Jornal CROSP nº 154, este tema vem de encontro à criação da ETEC em Prótese Dentária e Saúde Bucal da FOUSP.

Não há dúvidas de que uma relação harmoniosa, de cumplicidade e de troca de informações contribui consi-deravelmente para melhorar o resultado dos serviços na fase preparatória, laboratorial e clínica final de insta-lação. É de responsabilidade do cirurgião-dentista fornecer ao técnico em prótese todos os dados necessários sobre as condições clínicas do paciente e sobre o planejamento de tratamento, com o maior detalhamento possível sobre as características dos elementos dentários, da estrutura óssea e facial do paciente e o que lhe foi ofertado como opção de tratamento, considerando sua queixa principal, suas perspectivas e a terapêutica escolhida para a efetivação da reabilitação bucal.

É recomendável que o técnico solicite do seu cliente, o cirurgião-dentista, especificações claras e objetivas, que serão de extrema importância para a apresentação de um serviço protético que alcance a necessidade do tratamento odontológico. Na descrição das características do paciente, por exemplo, é importante constar a idade, sexo, tipo de rosto, raça, descrição da pele, classificação de Angle, entre outros. Já na descrição das carac-terísticas do serviço, deve ser mencionada a cor predominante dos elementos dentários (cervical e incisal), escala utilizada na seleção de cores, particularidades da superfície, brilho e formato dos dentes e demais distinções do caso. É necessário ainda que haja um rigoroso controle dos materiais que foram enviados ao laboratório e a apre-sentação das peculiaridades do trabalho que deverá ser realizado (tipo de serviço e material).

O “tratamento” tinha como principal recurso, especialmente na rede pública, a extração dentária, per-petuando uma visão negativa de uma Odontologia mutiladora e de cirurgiões-dentistas de atuação exclu-sivamente clínica curativa. O setor privado, por sua vez, também vivenciou uma série de avanços, tornan-do o tratamento odontológico mais acessível à população, mesmo diante das barreiras culturais e sociais que seguem desafiando os profissionais da área.

É comprovado: serviços de saúde bucal são um componente importante na melhoria das condições de saúde da população. São ainda mais impactantes quando envolvem a presença de profissionais com visão ampliada sobre o processo saúde-doença ou que operam com a sensibilidade e capacidade para entender as pessoas, considerando diversos aspectos de suas vidas – sem se limitarem ao conjunto de sinais e sin-tomas da cavidade bucal.

Nesse universo, é o cirurgião-dentista o profissional que realiza um trabalho capaz de equilibrar preven-ção e cura a partir de procedimentos científicos. Seu ofício, naturalmente, influencia os níveis de saúde da população, mas, vale lembrar, ele não está sozinho nessa missão, especialmente quando a reabilitação bucal, por meio de peças protéticas, se torna parte desse contexto. Via de regra, é nesse momento que o tratamento deixa de ser realizado exclusivamente pelo cirurgião-dentista e passa a ser executado com a fundamental colaboração e os conhecimentos específicos dos profissionais técnicos em prótese dentária. Essa relação deve ser permeada pelos princípios éticos e legais que envolvem a Odontologia, sendo certo que qualquer desajuste pode refletir negativamente no resultado daquilo que será entregue ao paciente.

O cirurgião-dentista e o técnico em prótese dentária são profissionais igualmente importantes na pres-tação do serviço odontológico, cada qual assumindo o seu papel e desenvolvendo suas funções de acordo com as normas éticas e legais.

Aliados em prol da saúde bucalmatéria reproduzida do Jornal do CROSP, ano XXIV, Edição 154 de Junho de 2017

É o cirurgião-dentista o profissional que realiza um trabalho capaz de equilibrar prevenção e cura a partir de procedimentos científicos. Seu ofício, naturalmente, influencia os níveis de

saúde da população, mas, vale lembrar, ele não está sozinho nessa missão“ ”

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Prótese Bucomaxilofacial possibilita reintegração social de pacientes

Prótese para Movimento Palpebral

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Reabilitações protéticas de mutilações de cabe-ça e pescoço, distúrbios maxilofaciais e malforma-ções congênitas representam quase um século de trabalhos clínicos e estudos da Disciplina de Próte-se Bucomaxilofacial. Junto com ela, acontece, tam-bém, o atendimento clínico-ambulatorial especiali-zado, efetuado por uma equipe de 61 profissionais, entre docentes, estagiários e alunos de pós-gra-duação e pós-doutorado.

Segundo o Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias, Chefe do Departamento de Cirurgia, o trabalho protético é um serviço ‘nobre’ e delicado, uma vez que as de-formações físicas abalam o paciente psicologica-mente e, por vezes, dificultam a vida social.

“O Serviço de Prótese Bucomaxilofacial cumpre com os conceitos da OMS [Organização Mundial da Saúde] na medida em que segue as políticas pú-blicas que norteiam a saúde”, afirma em menção aos princípios de bem-estar físico, social e mental dispostos pelo órgão. “O nosso trabalho vai muito além do tratamento de uma enfermidade. Nossa missão é levar vida ao paciente”, enfatiza.

Cuidado interligado com outras áreasO Serviço realizou, no ano passado, 2593 atendi-

mentos a 539 pessoas. As solicitações são encami-nhadas por profissionais de diferentes áreas, tais como médicos de diversas especialidades, fisiote-rapeutas, psicólogos e orientadores comunitários de saúde.

Essa variedade de áreas de atuação faz com que o tratamento seja acompanhado por uma equipe clínica multidisciplinar.

PesquisaAs investigações científicas são fundamentais no

aprimoramento do Serviço de Prótese Bucomaxi-lofacial, segundo o Prof. Dr. Reinaldo.

Nos últimos cinco anos, a equipe de pesquisado-res do Departamento já obteve algumas patentes, entre elas a do Sistema para Movimentação Palpe-bral, que permite que o paciente que sofreu muti-lação da região óculo-palpebral, seja por traumas ou patologias, receba uma prótese que lhe garan-ta um movimento sincronizado das pálpebras.

Odontologia do Esporte Traumas causados por acidentes de trânsito,

ferimentos faciais por arma de fogo e patologias congênitas da região da cabeça e do pescoço, por exemplo, são casos recorrentes na área da Próte-se Bucomaxilofaciais. Entretanto, o Serviço tem, também, uma importância fundamental na cria-ção de protetores bucais para a prática de espor-tes, bem como nos cuidados à traumatismos de face, inflamações problemas dentários que preju-dicam o atleta.

Armação metálica fundida na reabilitação da perda da maxila

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Considerando-se exames intra e extraorais, o Serviço de Radiologia atende, em média, 250 pessoas por mês. Os pacientes são agendados mediante requisição de professores e alunos que atendem nas clínicas.

Realizando cerca de três mil análises por ano, a equipe é composta por oito docentes, treze alunos de pós-graduação, uma secretária e uma técnica. Segundo a coordenadora, Prof.ª Dr.ª Marlene Fenyo Soeiro de Matos Pereira, a maio-ria dos casos assistidos provém da Disciplina de Cirurgia, da Liga de Cirurgia e da SAS (Superin-tendência de Assistência Social).

As radiologias acontecem em períodos de aula e não têm horários e dias fixos para serem feitas.

Variedade de casosSegundo Prof.ª Dr.ª Marlene, os casos mais

interessantes para análise são enviados pelo Serviço Odontológico do Hospital Universitário (HU), como fraturas e tumores. Além disso, o Serviço atende a todas as especialidades odon-tológicas, uma vez que qualquer área da saúde bucal necessita de radiografia para que o diag-nóstico aconteça. “Temos que considerar o pa-ciente como um todo, e não apenas a boca. Por isso, muitas vezes, há a necessidade de empre-garmos técnicas radiográficas e não só odonto-lógicas para dar continuidade ao tratamento”, explica a docente.

Radiologia em trabalhos periciaisApesar da interação entre as diversas ativida-

des do ramo da saúde ser constante, as atividades do Serviço não param por aí. De acordo com a Prof.ª Dr.ª Marlene, há, também, solicitações para perícias odontológicas nomea-das pela Justiça. A docente recorda que nos anos 80 a equipe de radiolo-gistas, junto ao IML, foi requisitada para identificar os restos mortais do carrasco nazista Joseph Mengele, conhecido como ‘Anjo da Morte’ pe-las atrocidades cometidas. À época, peritos da FOUSP encontraram um

defeito nos dentes superiores do cadáver, aju-dando, assim, na identificação do corpo.

Prevenção de patologiasA Prof.ª Dr.ª Marlene defende que o diagnós-

tico por imagem é uma ferramenta vital no tra-tamento odontológico de qualidade. “As radio-grafias apontam problemas de risco que podem ser evitados. Podemos observar ateromas calci-ficados na região da carótida que podem levar o paciente a um AVC. Se detectado com antece-dência, isto pode ser prevenido”, explica.

Além disso, a osteoporose é outra doença de-tectada pela radiografia. A partir de uma pano-râmica, os cirurgiões-dentistas são habilitados para orientar o paciente a procurar especialistas.

Projeto para a Terceira IdadeMais comum em mulheres acima dos 45 anos,

a osteoporose se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea por questões hormonais. Partindo dessa realidade, a Disci-plina de Radiologia desenvolve, uma vez por ano, o ‘Projeto Osteoporose’, em que pessoas da terceira idade recebem dicas de alimentação saudável e exercícios físicos.

A iniciativa realiza, ainda, exames radiográfi-cos para a prevenção de câncer bucal e doen-ças periodontais. Por ora, o evento não tem data marcada para este ano.

Serviço de Radiografia odontológica previne problemas sistêmicos graves

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Novo plano de estágio leva alunos ao SUS para atendimento odontológico

Em ação realizada com os cursos de Odontolo-gia das instituições de ensino estabelecidas na Cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde instituiu novas diretrizes para a realização dos estágios não remunerados. O plano tem por objetivo desenvolver, nos estudantes, competên-cias que atendam às reais necessidades de saúde da população paulistana nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), vinculadas ao SUS.

A iniciativa parte de uma articulação dos Mi-nistérios da Educação e da Saúde que, por meio da Portaria Interministerial nº 1.126, estabeleceu normas para o fortalecimento da integração en-tre ensino, serviços de saúde e comunidades no município.

De acordo com a Prof.ª Dr.ª Simone Rennó Jun-queira, do Departamento de Odontologia Social e supervisora de estágio da UBS Vila Piauí, a expe-riência amplia o repertório profissional, uma vez que os estudantes convivem com cenários que di-ferem do contexto das clínicas particulares.

Quem pode participar?

A oportunidade é destinada aos alunos que estão matriculados nas disciplinas ‘Clínica Ampliada de Promoção de Saúde’ e ‘Saúde Coletiva em Odon-tologia’, oferecidas, respectivamente, a partir do terceiro e quinto semestres. Entretanto, discentes do primeiro ao último ano podem participar .

A FOUSP implementou o projeto em março deste ano e já encaminhou discentes às três unidades de atendimento parceiras: UBS Jardim Boa Vista, AE Tucuruvi e Vila Piauí.

Pleiteando as vagas

As vagas para os estágios para o segundo semestre já estão abertas. Para se inscrever, basta procurar a secretaria do Departamento de Odontologia Social.

Como funciona?

Em cada unidade estão previstas atividades dife-rentes, como o atendimento clínico, acolhimento do serviço de saúde bucal dos casos de demanda espontâneas e urgências, bem como o levantamen-to de dados relativos ao bem-estar odontológico da comunidade. Este último acontece sob a autorização dos indivíduos examinados ou seus responsáveis le-gais, a fim de possibilitar a identificação de proble-mas bucais e planejar formas de atendimento.

Na unidade Jardim Boa Vista, além do estágio den-tro da UBS, há, também, o de procedimentos coleti-vos, que é feito em espaços sociais, creches e esco-las. Esta proposta prevê atividades de promoção e prevenção na comunidade em questão, e acontece a cada seis meses com um grupo fixo de alunos.

As atividades hospitalares estão previstas em dois eixos: na aproximação da estratégia ‘Saúde da Fa-mília’ e na ‘Clínica Ampliada’. Segundo a Prof.ª Dr.ª Simone, a quantidade de atribuições específicas em cada uma dessas vertentes pode variar, uma vez que os estágios são oferecidos de acordo com o perfil da unidade. “Todas as tarefas são pactuadas junto à equipe de saúde bucal da UBS, dentro daquilo que ela possibilita que seja realizado”, explica.

Alunos e docentes em visita à unidade de saúde

Estagiários na AE Tucuruvi

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Como parte das atividades de ensino e pesqui-sa, a FOUSP oferece assistência odontológica em diversas especialidades à população em geral.

Os pacientes são acolhidos por uma equipe de alunos de graduação e pós-graduação, sempre monitorados por docentes responsáveis por cada disciplina. “Todos os atendimentos são realiza-dos com a supervisão de professores. O Ministé-rio da Educação (MEC) determina que um docen-te acompanhe oito alunos. Quando o estudante realiza um procedimento inadequado, a técnica é repetida até que se atinja a perfeição”, informa o Supervisor da Clínica, Prof. Dr. Flávio Eduardo Guillin Perez. Ele ressalta que os docentes preo-cupam-se muito com o padrão de qualidade no atendimento ao paciente. “Existe grande deman-da pelos nossos serviços, mas a prioridade é for-mação e não o assistencialismo”.

Somente nos últimos seis meses foram realiza-dos em torno de 20.000 atendimentos dentários. Alguns tratamentos tem custo zero para o pacien-te, tais como, restauração de dentes, cirurgias, (ex-trações), tratamento de canal, periodontia (cuida-dos com a gengiva). Também, de forma gratuita, a Disciplina Estomatologia Clínica (diagnóstico bu-cal) recebe casos de câncer, boca seca, feridas que não cicatrizam entre outros.

Há, ainda, próteses bucomaxilofaciais (ocular, auricular, face e nariz), cuja reconstrução é desti-nada a quem passou por tratamento oncológico ou sofreu acidente. A maioria dessas próteses são custeadas pelo paciente.

Quatro módulos para atendimentos clínicos ci-rúrgicos com um total de 198 consultórios odonto-lógicos completos, 24 aparelhos para tomadas de radiografias intra-bucais e três para extra-bucais, sendo um deles um Panorâmico Digital, lotam os 4300 m2 que a Clínica Odontológica ocupa.

Laboratórios de apoio às Clínicas, áreas para hi-gienização bucal, centros de distribuição de mate-rial de consumo odontológico esterilizado para o atendimento clínico cirúrgico e uma sala de enfer-magem fazem parte desse complexo.

Para atender a essa enorme demanda, a infra estrutura da Clínica conta com o Setor de Urgên-cia, que não realiza tratamento, apenas curativo,

e atende às pessoas de qualquer idade, que este-jam com dor de dente, abscesso ou hemorragia, além da Seção de Apoio Técnico, Almoxarifado, Esterilização e Manutenção, Seção de Radiologia, Setor de Triagem e a Seção de Apoio ao Pacien-te. Esse último é composto por Assistente Social, Fonoaudióloga e Psicóloga que realizam trabalho multidisciplinar com o objetivo de contribuir com o ensino e a boa qualidade nos atendimentos.

Demanda

Para o Prof. Dr. Flávio Eduardo Guillin Perez, a alta demanda decorre do bom nível de competên-cia do time de cirurgiões-dentistas e estudantes. O setor de urgência é o que mais recebe pacientes. No ano passado, sete a cada dez casos foram dire-cionados a esse setor.

Devido à troca de turmas a cada seis meses, o Prof. Dr. Flávio Eduardo Guillin Perez afirma que a continuidade do tratamento dentário depen-de da existência de vaga de um semestre para o outro. De acordo com o Supervisor, o paciente, antes de iniciar o tratamento, precisa assinar um termo autorizando os graduandos dos semestres avançados de realizarem o cuidado bucal. Os inte-ressados devem entrar em contato, todo final de semestre, para verificar se existem vagas.

Horários de funcionamento

A Clínica Odontológica atende de segunda à sex-ta-feira das 7h às 22h e aos sábados das 7h às 12h.

Já o setor de urgência funciona apenas em dias úteis das 8h às 12h e das 14h às 20h. Os horários podem sofrer alterações de acordo com as va-riações do calendário escolar. Telefone: (11) 3091 7418 e E-mail: [email protected].

Clínica Odontológica realiza atendimento de diversas especialidades

A Clínica Odontológica conta com 198 consultórios completos

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NOTÍCIAS

XXIII Reunião de Pesquisa XX Seminário de Iniciação Científica

Aconteceu, entre os dias 15 a 18 de maio deste ano, a XXIII Reunião de Pesquisa e XX Seminário de Inicia-ção Científica, presidida pela Prof.ª Dr.ª Gladys Cristi-na Domiguez-Morea, do Departamento de Ortodon-tia e Odontopediatria. Foram 213 trabalhos inscritos, avaliados por 60 docentes externos à unidade.

Do ponto de vista so-cial, para cada inscrição feita, o aluno deveria trazer 2 kg de alimento não perecível. Ao final, o montante arrecadado foi doado para instituições assistenciais, indicadas pela universidade

Segunda-feira (15/05) : O evento de pré abertu-ra foi uma aula aberta sobre a função do sistema de regulação ética das pesquisas no Brasil. A preleção foi ministrada pelo médico Dr. Jorge Alves de Almei-da Venâncio, coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). O assunto foi o Projeto de Lei (PL) nº 200/2015 que corre no Senado Federal. Em carta, a Proposta Parlamentar determina que haja uma redução de direitos dos participantes de pesqui-sa em cerca de 60%.

Terça-feira (16/05): Após um ciclo de palestras re-pleto de conselhos acadêmicos dados pelos docen-tes, ocorreu a entrega dos prêmios ‘FOrmiga de Ouro’ e ‘Flávio Fava de Moraes’ no Anfiteatro Prof. Dr. Myaki Issao. A cerimônia contou com pronuncia-mentos do Diretor, Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge e do Diretor da Fundação da Faculdade de Medicina e reitor da USP na gestão 1993-1997, Prof. Dr. Flávio Fava de Moraes.

Quarta-feira (17/05): Houve a exposição dos traba-lhos de Mestrado nos corredores. Os alunos de Dou-torado e Graduação apresentaram suas pesquisas às bancas examinadoras no Anfiteatro da Ortodontia. Aconteceram, também, as apresentações da Pré-I-niciação Científica realizada por jovens do curso de Saúde Bucal da Escola Técnica Prof. Makiguti.

Quinta-feira (18/05): No último dia, foram apresen-tados trabalhos que concorreram aos prêmios “Be-nedito Montenegro”, “Vera Cavalcanti de Araújo” e “Fórum Científico”. Houve, ainda, a exposição de trabalhos de Iniciação Científica (PIC) nos corredores. Para o prêmio Vera Cavalcanti de Araújo, foram convi-dados representates de cada uma das três faculdades que aparecem entre as cinco primeiras no último ran-king mundial. São elas: USP, UNESP e UNICAMP.

A cerimônia de encerramento foi marcada pela en-trega dos prêmios de todas as categorias. A solenida-de contou com a presença do Grupo Musical FOUSP, composto por alunos da graduação. A grande novida-de ficou por conta da oficialização de um novo prêmio - o de Pré Iniciação Científica, outorgado a alunos do Ensino Médio.

Ação Ecológica: foi realizado o plantio de seis mudas de árvores nos gramados. A iniciativa aconteceu para compensar o uso de papel durante o evento. Foram distribuídos 300 lápis ecológicos em todo país.

O Diretor, Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge, congra-tulou os envolvidos na ação. “Este evento vai muito além da Reunião de Pesquisa. Ele significa cuidado com o espaço que é de todos nós”, afirma.

A Presidente da Comissão Organizadora, Prof.ª Dr.ª Gladys Cristina Domiguez-Morea, prestigiou os jardi-neiros da Fundação com lápis ecológicos e agradeceu a equipe de funcionários pelo empenho na realização da atividade sustentável.

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Docentes e funcionários plantaram mudas nos jardins da Faculdade de Odontologia da USP

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Prof.ª Dr.ª Gladys Cristina, recebeu o representante da ONG Projeto Filhos

de Cáritas. Os alimentos foram entregues, também, para o Centro de Cultura Vila Prudente e Lar Emmanuel

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Entrega dos Prêmios11

Categoria Doutorado

1º lugar: Thaís Gimenez Cóvos

Categoria Mestrado

1º lugar: Alan Motta do Canto

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Prêmio Projeto de Inovação Tecno-lógica em Odontologia (PITECO)

1º lugar: Deise Garrido Silva

Prêmio - Formiga de Ouro

Prêmio Fórum Científico

Prêmio Benedito Montenegro

1º lugar: Marcela Charantola Rodrigues

Prêmio Vera Cavalcanti de Araújo

1º lugar: Nathália Paiva de Andrade

1º lugar: Rodrigo Carlos Nahás de Castro Pinto

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12Prêmio Flávio Fava de Moraes

Categoria Qualidade de Produção Científica

Categoria Publicação de maior impacto

Categoria Produtividade Cientifica – RTP e RTC

Categoria Produtividade Científica – RDIDP

Categoria Pesquisa Clínica

Prof. Dr. Fausto Medeiros Mendes Prof.ª Dr.ª Márcia Martins Marques

Prof. Dr. Fábio Daumas NunesProf. Dr. Fernando Nogueira Neves

Prof.ª Dr.ª Josete Barbosa Cruz Meira

Prof. Dr. Newton Sesma Prof. Dr. José Carlos Pettorossi ImparatoO Prof. Dr. João Baptista Cesar Neto recebeu a premiação pelo Prof. Dr. Giuseppe Romito

Prof. Dr. Paulo Francisco Cesar Prof. Dr. Silvia Vanessa Lourenço

Prof. Dr. Claudio Costa Prof.ª Dr.ª Daniela Prócida Raggio Prof.ª Dr.ª Mariana Minatel Braga Fraga

O Prof. Dr. Fábio Daumas Nunes recebeu a premiação pela Prof.ª Dr.ª Suzana C.Sousa

O Prof. Dr. Fernando Nogueira recebeu a pre-miação pela Prof.ª Dr.ª Alyne Gonçalves

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Reitor: Prof. Dr. Marco Antonio Zago. Vice Reitor: Prof. Dr. Vahan Agopyan.

FACULDADE DE ODONTOLOGIA - Diretor: Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge. Vice Diretor: Prof. Dr. Giorgio De Micheli.

Assessoria de Comunicação: Anna Leticia Fogaça Gomes Acquaviva e Caio Victor do Nascimento (estagiário). Tiragem: Mil exemplares