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Portfólio da Agência Yemni Design.
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m a g a z i n e
# 07
Cine TelaMarca de projeção
12 Entrevista: Luiz Bolognesi // 14 Notas04 Marcas e patrocínio cultural // 10 Cartazes de cinema
PUBL
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SET
. 201
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Nº 0
7 –
AN
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Caro leitor,
ah!
A Buriti Filmes vem desenvolvendo um importante papel para a cultura brasilei-
ra. Por meio de seu projeto Cine Tela Brasil, a produtora cinematográfica tem exibido
filmes nacionais gratuitamente para centenas de milhares de pessoas de comunidades
carentes. Muitas delas sequer tinham entrado antes numa sala de cinema.
Isso nos toca diretamente. Primeiro, por vermos na prática um projeto cultural
com resultados muito concretos viabilizado por meio de patrocínio empresarial em
troca da valorização das marcas das empresas envolvidas.
Depois, porque a Yemni desenvolveu as marcas da Buriti e do Cine Tela no
momento em que intensificaram sua profissionalização. Por isso, escolhemos esse
tema para nossa matéria de capa e também como referência para outras seções
desta Yemni Magazine.
Em yexpression, nossas páginas de entrevistas, conversamos com Luiz Bolognesi,
criador e gestor, junto com Laís Bodansky, da produtora e do projeto. E em yestrategy,
continuamos no tema, discutindo a relação entre patrocínio de projetos culturais e
suas consequências sobre o valor das marcas.
Para terminar, fizemos uma breve visita ao universo dos cartazes de cinema.
Outro motivo de satisfação para nós é o primeiro aniversário da Yemni Maga-
zine. Pode parecer pouco, afinal foram apenas seis edições. Mas para nós significa
um marco importante.
É que, quando decidimos criar a “revista da Yemni”, como a chamávamos
em seu período de gestação, não podíamos imaginar que produzi-la seria tão
gratificante. Desde a primeira edição, o retorno de nossos leitores tem sido cada
vez mais frequente.
Isso quer dizer que nosso objetivo de compartilhar conteúdo de interesse comum
com nossos clientes e amigos está sendo alcançado.
Espero que aproveite!
Vitor Patoh
Publicação da Yemni – Branding, Design & Comm
Produção e Execução: Yemni – Branding, Design & Comm Diretor Executivo: Vitor Patoh Editor: Henrique Ostronoff (Jornalista responsável - MTb. 14.856) Redação: Priscila Silva Designer: Pauliana Caetano Revisora: Eleonora B. Rantigueri Foto de Capa: Istockphoto Impressão e Acabamento: Atrativa Gráfica Tiragem: 1.000 exemplares
© 2011 Yemni – Branding, Design & Comm Todos os direitos reservados – www.yemni.com.br
Fale Conosco redaçã[email protected]
Esta revista é impressa em papel. O papel é biodegradável, renovável e provém de florestas plantadas. Essas florestas são lavouras que dão emprego a milhares de brasileiros e as árvores plantadas amenizam o efeito estufa, pois absorvem o gás carbônico durante seu crescimento. Imprimir é dar vida!
www.yemni.com.br/blog Yemni – Branding, Design & Comm twitter.com/yemni
strategy
patrocinadoraAPOIO A PROJETOS CuLTuRAIS AGREGA VALOR àS EMPRESAS ALéM DO óBVIO
Associar marcas a projetos culturais é uma arma usada frequentemente pelas
empresas para obter exposição na mídia. Essa frase, que já pode ser considerada um
lugar-comum, é a primeira constatação de qualquer observador sobre a relação exis-
tente entre uma corporação e o projeto cultural sob seu patrocínio.
Afinal, ao se deparar com o material de divulgação de um evento, obra, produção
etc., o observador vai perceber, a marca da empresa patrocinadora.
A marca POR HENRIquE OSTRONOff
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É evidente que a exposição da marca da empresa, mes-
mo que apenas por seu logo, tem consequências positivas
em relação tanto ao mercado quanto aos consumidores.
No entanto, uma pesquisa realizada pelo Ministério
da Cultura, por meio da Fundação João Pinheiro, em 2004,
mostrou 80 de 123 empresas afirmando que o principal mo-
tivo do investimento em projetos culturais é o ganho para a
imagem institucional. Esse conceito é bem mais amplo do
que a simples exposição pública da marca.
De acordo com Cândido José Mendes de Almeida
em seu livro Fundamentos do Marketing Cultural, “o
projeto cultural tem a capacidade de transportar uma in-
formação de um universo, que é o público que consome
aquele produto cultural, para um outro universo, que é
o público consumidor do produto ou serviço da empre-
sa patrocinadora”. Já Eric Joachimsthaler e David AAker,
autores de Como Construir Marcas Líderes, “o patrocí-
nio pode ser muito eficaz para estender as marcas além
dos atributos tangíveis, porque desenvolve associações que
acrescentam profundidade, riqueza e um sentimento con-
temporâneo em relação à marca e ao seu relacionamento
com os clientes”.
Economista com pós-graduação em cinema, João
Leiva Júnior, diretor do escritório de consultoria J.Leiva
Cultura & Esporte, garante que o patrocínio a projetos
culturais — e também ambientais, esportivos e sociais —
agrega valor às marcas na medida em que “reflete o posi-
cionamento da empresa e sua visão de mercado”.
Leiva chama a atenção para o crescimento constante
que as ações de patrocínio vêm experimentando, o que
reflete o reconhecimento pelas empresas da necessidade
de uma interface entre elas e a sociedade. “É algo mais
ou menos recente e é fruto da tendência contemporânea
da decisão das empresas de estarem mais inseridas social-
mente”. Ainda segundo ele, essa é uma forma das corpora-
ções “não olharem apenas para o negócio”.
Responsável pela indicação de projetos patrociná-
veis para mais de 30 empresas, Leiva afirma que inves-
timentos dessa natureza revertem em benefício para a
imagem da empresa. Mas, de qualquer forma, “o tipo
de retorno alcançado depende das necessidades especí-
ficas de cada uma”, diz.
Leis de incentivo têm sido a opção mais comum
entre as companhias quando decidem partir para o pa-
trocínio. O caso da espanhola Telefônica ilustra essa re-
alidade. “Até hoje, temos utilizado a Lei Rouanet para
patrocínios culturais, afirma a diretora de Programas da
Fundação Telefônica, Gabriella Bighetti.
A Fundação Telefônica tem entre seu patrocina-
dos o Cine Tela Brasil, projeto apoiado desde 2008 por
meio da lei de incentivo à cultura em nível federal.
“O fato de o projeto acontecer nas periferias foi
um fator decisivo para nosso apoio, já que a atuação da
Fundação ocorre junto à população de baixa renda,”
afirma a diretora da Fundação. E, com relação ao re-
torno resultante do patrocínio, acrescenta: “Em termos
de imagem, aliar o nome da Telefônica com o de Laís
Bodanski e Luiz Bolognesi é muito positivo. A reputa-
ção dos dois cineastas e o próprio formato do projeto
resultam em ótima visibilidade para nossa marca”. •
Gabriela Bighetti, diretora de Programas da fundação Telefônica
Em termos de imagem, aliar o nome da Telefônica ao de Laís Bodanski e Luiz Bolognesi é muito positivo. A reputação dos dois cineastas e o próprio formato do projeto resultam em ótima visibilidade para nossa marca.”
xperiencem
agaz
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Em 1997, nascia a Buriti Filmes, com o objetivo de realizar o primeiro
longa-metragem dos cineastas Laís Bodanzky e Luís Bolognesi, Bicho de Sete
Cabeças. Mas montar uma produtora cinematográfica envolve muitas escolhas
que exigem atenção e cuidado, do nome fantasia ao tipo de filme a ser produzido.
“O nome é sempre difícil, precisa ter um significado”, comenta Laís.
Numa viagem pelo interior do País, a dupla surpreendeu-se com um buriti-
zal. Laís explica o milagre de uma grande árvore no meio árido: “Uma palmeira
no sertão é a certeza de que tem água, sombra, animais. Onde tem buriti, tem
vida”. E a palmeira buriti tornou-se o nome e a marca da produtora.
Com o tempo, a profissionalização da empresa, necessária, inclusive, para
obtenção de patrocínio, exigiu mudanças. O logo original, com a imagem rea-
lista da palmeira, ficava perdido quando colocado lado a lado com outras marcas.
Diante disso, os gestores da Buriti concluíram a conveniência de reformulá-lo.
O logo teria de ser recriado com o objetivo de adquirir um design moder-
no e comunicativo. E assim foi feito. Ao desenho do buriti, foi sobreposta
a imagem de seu fruto. A composição deu forma a objetos relacionados à
produção e criação cinematográfica — um olho representando o olhar do
cineasta e as lentes de uma câmera. Estilizado e conceitual, pode-se dizer
que o logo da produtora adquiriu personalidade e alinhou-se ao mercado. A
palmeira passou a marcar presença entre os logos estampados em cartazes e
em outras peças de comunicação.
Com os anos, a Buriti deixou de ser apenas uma produtora dedicada aos
filmes pessoais da dupla, abrindo espaço para a criação do cinema »
A forçado buriti
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POR PRISCILA SILVA
A MARCA quE VIAJA PELO BRASIL
uma palmeira no grande sertão é a certeza de que tem água, sombra, animais. Onde tem buriti, tem vida.”
Laís Bodanzky, coordenadora dos
projetos Tela Brasil e cofundadora da Buriti filmes
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xperience
itinerante Cine Tela Brasil. O projeto foi desenvolvido
por Luiz e Laís, com o objetivo de levar cinema às popu-
lações carentes e pessoas que nunca tinham visto a filmes
em tela grande.
Uma sala de exibição para 225 pessoas, com ar-condi-
cionado, projeção cinemascope 35 milímetros, som esté-
reo surround com leitor a laser e tela de 21 metros qua-
drados passou a ser transportada num caminhão. “A Buriti
já estava estabelecida quando, em 2004, veio o Cine Tela.
Hoje, as duas marcas estão muito ligadas”, conta Laís.
Mesmo itinerante, um cinema precisa ter cara de ci-
nema. Por isso, era fundamental que a marca Cine Tela e
sua estrutura incorporassem o conceito e, principalmente,
apresentassem-no para a quem o visse pela primeira vez.
Marcio Gutheil, designer que, na época, integrava a
equipe de criação da Yemni, fala sobre o desenvolvimento
da marca do Cine Tela Brasil: “Nesse caso, o processo
criativo acabou influenciando não só o conceito do proje-
to, mas também a escolha da linguagem gráfica utilizada.
Começamos produzindo rascunhos tentando simplificar
ao máximo a imagem de uma entrada de cinema tradicio-
nal”. Quem observa o logo do Cine Tela Brasil, percebe a
palavra CINE formando um projetor.
A comunicação visual do projeto foi inspirada pelos
cinemas antigos e de cidades do interior que, geralmente,
ostentavam letreiros grandes e muitas luzes na fachada.
Na opinião de Marcio, a criação de pôsteres é um dos
projetos mais empolgantes para a maioria dos designers grá-
ficos. Especialmente no caso de um pôster do Cine Tela,
que tinha como objetivo anunciar a chegada do cinema na
cidade. “Criar um cartaz para uma iniciativa cultural como
o Cine Tela Brasil era ainda mais gratificante, porque não
só anunciaria a chegada do Cine Tela às diferentes cidades
como, ao mesmo tempo, mostraria um preview dos filmes
que seriam exibidos. Ou seja, seriam dois cartazes dentro de
outro cartaz”, explica o designer.
Para chegar onde está, a dupla de cineastas colocou
a mão na massa e o pé na estrada, literalmente. Criou
a Buriti e o Cine Tela. Ganhou o público. Conquistou
patrocínios e parcerias importantes para a continuação do
plano e, hoje, com apenas sete anos Brasil afora, reúne no
currículo mais de 4 mil sessões de filmes exibidos em 350
cidades para cerca de 805 mil espectadores com uma taxa
de ocupação de 88% — índice superior ao de qualquer sala
Ao desenho do buriti, foi sobreposta a imagem do fruto da palmeira. A composição deu forma a objetos relacionados à produção e criação cinematográfica — um olho representando o olhar do cineasta e as lentes de uma câmera.
Vitor Patoh, sócio-diretor da Yemni
PRoCEsso DE REDEsEnho DA mARCA
é gratificante saber que agregamos valor às marcas através da cultura brasileira".
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de exibição comercial. É importante ressaltar que, no Brasil,
87% dos cidadãos nunca foram ao cinema, algo compreensível
quando se sabe que, segundo os dados do IBGE, 92% dos mu-
nicípios brasileiros não têm nenhuma sala.
Por oito anos, desde sua criação, o Cine Tela não teve
destaque por falta de patrocínio. Laís conta que não foi fácil
encontrar um patrocinador que entendesse a ideia do proje-
to. Com o primeiro patrocínio, houve a compra do primeiro
caminhão. Dois anos depois, o apoio de mais um patrocina-
dor permitiu que, com a compra de mais um caminhão, a
estrutura fosse dobrada.
“O Cine Tela é, hoje, o Projeto Cine Tela Brasil, e, dentro
dele, temos outros projetos, como as Oficinas de Vídeo, que
viajam o Brasil com educadores, o portal na Internet e o mais
recente trabalho, o Educativo Tela Brasil, com workshops e de-
bates para professores da rede pública, incentivando o trabalho
audiovisual na sala de aula”, conta a cineasta.
Laís e Luiz conseguiram alcançar o objetivo inicial. “É sur-
preendente encontrar alguém que nunca entrou num cinema.
O mais emocionante é ver a reação dessas pessoas”, revela Laís.
“Eu sabia que um dia isso ia acontecer. É tocante”.
Junto com o reconhecimento desse público em especial,
vem a sensação de estar no caminho certo. O Brasil precisa
difundir a própria cultura, e o Cine Tela é uma das opções. “É
gratificante saber que agregamos valor às marcas através da cul-
tura brasileira", diz Vitor Patoh, sócio-diretor da Yemni. •
o design da marca faz alusão aos cinemas de cidades do interior
O processo criativo acabou influenciando não só o conceito do projeto, mas também a escolha da linguagem gráfica utilizada."
marcio Gutheil, designer gráfico
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xplore
POR HENRIquE OSTRONOff
Pelo mínimoDESIGNERS SE DEDICAM A RECRIAR CARTAzES
DE fILMES POR MEIO DO MINIMALISMO
um tipo de hobby adotado por designers, que publicam seus trabalhos
na internet. São cartazes que buscam informar com o máximo de sintetização
e o mínimo de elementos gráficos. Filmes são um dos temas preferidos.
O designer brasileiro Pedro Vidotto, morador de Brasília, define suas
obras como pôsteres minimalistas, ou minimal posters, como em seu site
(www.pedrovidotto.com) do tempo em que morou em Londres.
Para compensar o exaustivo trabalho com varejo na agência de pu-
blicidade em que atuava, Vidotto resolveu se dedicar a atividades parale-
las: “Algo que me relaxasse e que, ao mesmo tempo, pudesse de alguma
maneira me engrandecer criativamente”. Foi quando começou com os
pôsteres. “Quando percebi, já havia feito mais de 50.”
“Tentei comunicar uma mensagem com o menor esforço visual pos-
sível. Seja pela ideia principal do filme, seja por um momento-chave ou,
até mesmo, o que chama mais atenção no todo”, explica Vidotto.
É
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Viktor Hertz, designer sueco da cidade de Uppsala, chama seus carta-
zes de pictogram poster, que ele define: “É algo que contém um pictogra-
ma ou dois e nada muito além disso. Da maneira mais simples possível,
tirei tudo que poderia tirar a atenção dos símbolos”.
Para obter esse resultado, Hertz utilizou apenas o preto e branco e a
fonte Helvética, “o que supõe-se ser o mais neutro possível”, esclarece.
Além dos pictogramas, vetores de uso livre são suas matérias-primas. Ele
as “remixa” e as transforma em algo novo. “Geralmente junto um conjun-
to de pictogramas, objetos e formas e os observo por um longo tempo, até
surgir uma ideia. Em geral levo alguns minutos ou horas para terminar
um pôster, mas pode demorar até alguns dias”, diz o designer, que tem
31 pictogram posters criados, alguns dos quais publicados em seu blog
(http://viktorhertz.carbonmade.com).
Apresentado aos trabalhos, o designer Johnny Brito, colaborador da
Yemni, analisa: “As criações dos dois designers podem ser consideradas
minimalistas, embora com propostas diferentes”. Para ele, “o sueco de-
senvolveu uma linguagem própria a partir dos pictogramas de que se
apropria”. E pictograma, lembra, “é a mínima representação gráfica ca-
paz de gerar informação”. Por isso, diz Johnny, “ele usa apenas o preto e
branco”. Brito identifica no trabalho de Vidotto um minimalismo mais
radical. “Tão minimalista, que, na maioria dos casos, você precisa ter
visto o filme para entender o cartaz”.
As criações dos dois designers podem ser consideradas minimalistas, embora com propostas diferentes”.
Johnny Brito, designer da Yemni
Enquanto Viktor hertz utiliza o preto e branco para compor
os carazes, Pedro Vidotto recorre a cores
Posterês de mesmos filmes permitem uma base de comparação
entre os estilos dos dois designers
xpression
Se quisermos um país melhor, o cinema precisa estar ao alcance de todos.”
le começou pela linha do jornalismo – uma pitada de ficção da realidade – e
rumou para o cinema – a ficção em sua totalidade (e, às vezes, com uma pequena
dose de puro realismo). Esse mix poderia render um conjunto de realidade e sonhos.
E foi o que aconteceu. A realidade é um sonho alcançado.
Luiz Bolognesi é um dos responsáveis pela primeira sala de cinema itinerante do
País, o Cine Tela Brasil, que leva produções nacionais a localidades onde o cinema é
privilégio de poucos. Ou seja, se o público não vai ao cinema, o cinema vai até ele.
Mas Bolognesi foi ainda mais longe. Com uma câmera por perto, várias ideias na
cabeça e o apoio de Laís Bodanzky (veja na página 06), dirige filmes desde 1990, como
o curta “Pedro e o Senhor”, o documentário “Cine Mambembe, o cinema descobre o
Brasil” e a animação “Lutas, o filme”. Também escreveu e montou o roteiro dos longas
“Bicho de sete cabeças” (2001), “O mundo em duas voltas” (2006), “Chega de sauda-
de” (2007), “Terra vermelha” (2008) e “As melhores coisas do mundo” (2010).
São diferentes atividades, mas o objetivo permanece o mesmo: interferir na sociedade
estimulando a educação e a produção audiovisual brasileira em regiões de baixa renda.
Realidade
Luiz Bolognesi, coordenador dos projetos Tela Brasil e cofundador da Buriti filmes
POR PRISCILA SILVA
PARA O CINEASTA LuIz BOLOGNESI, POR MAIS quE O CINEMA SEJA TRANSfORMADOR , O TALENTO ARTÍSTICO é uMA ILuSÃO. A ÚNICA GARANTIA quE TEMOS é O TRABALHO.
E
paralela
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: Você passou do jornalismo ao cinema. O que
levou você a fazer essa opção?
Luiz: Depois de trabalhar alguns anos na área, descobri
que jornalismo é um tipo de ficção. Uma construção da
realidade, geralmente conservadora. Acabei migrando
para a ficção plena. Com mais possibilidades de trans-
formar. Acho que o cinema tem essa vantagem.
Além de fazer cinema, você exibe cinema por meio
do Cine Tela Brasil e ensina cinema nas Oficinas.
Qual a relação entre essas atividades?
O cinema foi transformador em várias fases de minha
vida: infância, adolescência, época da faculdade... E
ainda hoje é assim. Se quisermos um país melhor, o
cinema precisa estar ao alcance de todos. Por isso, me
tornei um militante na área de cinema e educação.
Precisamos de um cinema com sintaxe que exija for-
mas de pensamento e reflexão mais complexas que a
telenovela. Isso é imprescindível para o País. Sem isso,
jamais seremos um país que agrega valor. Limitados ao
pensamento raso da telenovela, nunca vamos deixar de
ser exportadores de matéria-prima. O trabalho de aber-
tura e libertação começa na escola.
Quando vocês criaram a empresa Buriti, fazer, exi-
bir e ensinar cinema faziam parte dos valores da
produtora?
Totalmente. A Buriti surgiu do desejo de fazer filmes
com liberdade. Obras autorais que falassem com o
grande público. O nome Buriti surgiu quando proje-
távamos curtas para comunidades no cerrado do Piauí
e Maranhão, há quinze anos. Os buritizais enfeitavam
a paisagem e aprendemos com os moradores da região
que onde há buritizal existe uma nascente de água. Por
isso, as civilizações indígenas da região viviam dos buri-
tizais. Daí nasceu a Buriti Filmes.
O que move pessoas com talento artístico a agregar
projetos sociais como o Cine e o Oficinas Tela Brasil
a seu dia a dia profissional?
O talento artístico é uma ilusão. O que nós temos ga-
rantido é o trabalho. Todos nós, cidadãos do século 21,
trabalhamos a maior parte do dia, da semana, dos anos
de nossas vidas. Por isso, o trabalho precisa fazer senti-
do. Ou seremos tomados por frustração e melancolia.
O core business da Buriti é cinema, e cinema é uma
ferramenta de poder e transformação. Não quero que
ela fique nas mãos de poucos.
Como é lidar com um projeto social junto à inicia-
tiva privada?
É sensacional por dois motivos. Primeiro, nós do ter-
ceiro setor temos muito a aprender com as empresas
sobre planejamento, organização, metas e aferimento
de resultados. Não precisamos apenas de patrocina-
dores, mas de parceiros realmente envolvidos com os
objetivos culturais e sociais dos projetos. Em segun-
do lugar, o Estado sozinho não é capaz de realizar a
transformação que o País precisa. A iniciativa privada
também deve assumir um papel diante do déficit so-
cial brasileiro.
Como você alia os projetos pessoais com as necessi-
dades dos patrocinadores?
Ouvindo os patrocinadores. Temos de saber o que eles
desejam e do que precisam e entender a cultura de
cada um para que possamos aliar às conquistas dos pro-
jetos a satisfação das empresas patrocinadoras. Caso
contrário, não haverá continuidade. É fundamental
que as empresas entendam e sintam-se motivadas a dar
continuidade a seus projetos de qualidade, em vez de
trocá-los pela primeira novidade. •
Trabalhamos a maior parte do dia, da semana, dos anos de nossas vidas. Por isso, o trabalho precisa fazer sentido.”
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Receitas e mapas
from Poland
Os irmãos designers Nate Padavick e Salli Swindell são donos do Studio
SSS, localizado em Hudson, Ohio. Num dia de férias, Net estava na
cozinha preparando uma receita, quando Salli começou a desenhar um dos
ingredientes, no caso, figos. Então, pegaram gosto pela coisa e resolveram criar
um livro de culinária ilustrado para parentes e amigos.
O livro não aconteceu, mas a ideia gerou o site They Draw & Cook (www.
theydrawandcook.com), recheado de receitas ilustradas por artistas. E,
percebendo que, como eles, o pessoal gosta de viajar, criaram também o They
Draw & Travel (www.theydrawandtravel.com), uma divertida coleção de mapas
turísticos produzidos por artistas de diversos cantos do planeta.
Na Polônia, produzem-se muitos cartazes
de divulgação de filmes norte-americanos e
europeus. Os designers poloneses de pôsteres
são herdeiros de uma tradição iniciada no
começo do século XX e que teve seu período
áureo entre os anos 1940 e 1960.
Os cartazes são extremamente criativos.
Muitos desses cartazes estão em A Gray
Space Poster Gallery (www.agrayspace.com/
posters). Em Polish Poster Gallery (www.
poster.com.pl/movie-us1.htm) também são
vendidas cópias.Pôster de Leszek zebrowski para o filme O Touro Indomável, de1980
O filme em cartazOs amantes de pôsteres e cinema
encontram um bom lugar para se
divertir em movieposter.com (www.
movieposter.com). O site dessa loja
oferece um enorme acervo: mais de
18 mil cartazes de filmes. A maioria
é cópia, mas há exemplares originais,
inclusive raridades.
Quase todos são de produções norte-
americanas, de filmes B a grandes
sucessos, desde as primeiras décadas do
século passado. Existem coisas muito
interessantes para se observar, como
a mudança no design dos cartazes ao
longo do tempo — veja, por exemplo
os de War of the Worlds (A Guerra dos
Mundos) nas versões de 1953 e 2005. E
as diversas versões do cartaz oficial de
divulgação de um mesmo filme, como
2001, A Space Odissey (2001, Uma
Odisseia no Espaço).
Além dos cartazes há, entre outros itens,
fotos de cenas e de artistas, pôsteres
de música, seriados de TV, turismo e
propaganda antiga.
Sua marca não vai �car só na primeira impressãoPara a Yemni, a qualidade não termina na
prancheta. E, para que a qualidade esteja
presente do começo ao �m do processo,
criou sua própria unidade grá�ca e uma
rede integrada de fornecedores
gabaritados, o que garante mais agilidade e
controle na produção com menores custos.
Assim, não importa o tamanho das peças
ou a quantidade a ser produzida, o padrão
de qualidade Yemni não vai �car só na
primeira impressão.
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M
Y
CM
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CY
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